Estudo Dirigido 01
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO JOÃO DEL-REI
CAMPUS ALTO PARAOPEBA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA
Controle Ambiental na Indústria
ESTUDO DIRIGIDO I – “O meio atmosférico: propriedades e
características do ar. Principais poluentes do ar por emissão
atmosférica na indústria e suas consequências”
Alunos: Talles Barcelos da Costa
Tatiana Ferreira de Rezende
Professora: Patrícia da Luz Mesquita
Ouro Branco-MG – Abril de 2014
1 – Fale resumidamente sobre as características, a composição e a camada da atmosfera.
Existem várias formas de descrever a estrutura da atmosfera. A classificação é feita
de acordo com a estratificação térmica é a mais adequada do ponto de vista ambiental. A
estrutura da atmosfera tendo por base o gradiente térmico em função da altitude. O ar
atmosférico, nessa composição, encontra se na sua maioria (95%) numa camada fina
que recobre a terra. Essa camada, chamada de troposfera. A troposfera varia em
espessura conforme a latitude e o tempo. Do ponto de vista climático, a troposfera
possui importância fundamental, pois é a camada que tem origem praticamente todas as
massas de ar que caracterizam as mudanças climáticas da terra. Acima da troposfera
encontra-se uma camada de transição, de temperatura praticamente constante chamada
tropopausa. Acima da tropopausa está a estratosfera. Nessa camada a temperatura
mantem-se constante até uma certa altitude, aumentando em seguida até a chamada
estratopausa. A estratosfera é uma camada muito importante do ponto de vista
ambiental, pois é nela que se encontra a ozonosfera. Essa camada, rica em ozônio,
protege a terra das radiações ultravioletas. Acima da estratopausa encontra se a
mesosfera. Essa camada possui um forte decréscimo térmico, registrando se nela a
temperatura mais baixa da atmosfera. A camada acima da mesosfera é chamada de
termosfera, entre essa e a mesosfera. Do ponto de vista ambiental destacam se na
atmosfera duas camadas: a troposfera e a ozonosfera Na troposfera desenvolve se todos
os processos climáticos que regem a vida na terra. Além disso e nessa camada que
ocorre a maioria dos fenômenos relacionados com a poluição do ar. Na ozonosfera
ocorrem as reações que são essências para o desenvolvimento das espécies vivas em
nosso planeta.
2 – Diferencie poluentes atmosféricos primários e secundários. Dê exemplos.
Os poluentes primários são aqueles lançados diretamente no ar. Exemplo:
dióxido de enxofre (SO2), os óxidos de nitrogênio (NOx), o monóxido de carbono (CO)
e alguns particulados, como a poeira. Os poluentes secundários formam-se na atmosfera
por meio de reações que ocorrem em razão da presença de certas substâncias químicas e
de determinadas condições físicas. Exemplo: o SO3 (é formado pela reação entre o SO2
e o O2 no ar), reage com o vapor de água para produzir o ácido sulfúrico (H2SO4), que
precipita formando a ‘chuva ácida’.
3 – Cite, defina e explique pelo menos 4 poluentes atmosféricos.
- Monóxido de Carbono (CO): Composto gerado nos processos de combustão
incompleta de combustíveis fósseis e outros materiais que contenham carbono em sua
composição;
- Óxidos de Enxofre (SO3 e SO2): Os óxidos de enxofre são produzidos pela queima de
combustíveis que contenham enxofre em sua composição, além de serem gerados em
processos biogênicos naturais, tanto no solo quanto na água;
- Hidrocarbonetos: Os hidrocarbonetos são resultantes da queima incompleta dos
combustíveis, bem como da evaporação desses combustíveis e de outros materiais como
os solventes orgânicos;
- Metais: São um tipo de material particulado (MP), associado aos processos de
mineração, combustão de carvão e processos siderúrgicos.
4 – Em 1 parágrafo fale sobre:
a) O efeito estufa.
Chamado efeito estufa, que também e responsável por manter a temperatura
média do planeta próxima dos 15 graus célsius, recentemente se tornou um dos
assuntos preferidos da comunidade técnica internacional. A emissão dos chamados
gases estufa aumenta a quantidade de energia que é mantida na atmosfera devido a
absorção do calor refletido ou emitido pela superfície da terra, o que provoca a
elevação da temperatura da superfície.
b) Destruição da camada de ozônio.
Ela tem a capacidade de filtrar as radiações solares impedindo grande
parte das radiações ultravioletas chegue até a superfície do solo. A radiação
ultravioleta pode ser dividida em três grupos em função do seu comprimento de
onda que está associado a intensidade de energia da radiação. Os efeitos da
radiação ultravioleta podem aumentar a incidência de câncer de pele, reduzir
safras agrícolas, etc.
c) Chuva ácida.
Os gases do nitrogenados e sulfonados produzidos por uma série de
atividades da sociedade moderna reagem com o vapor de agua na atmosfera
produzindo ácidos.
d) Smog industrial.
Esse tipo de smog é típico em regiões frias e úmidas. Os picos de
concentração ocorrem exatamente no inverno, em condições climáticas adversas
para a dispersão dos poluentes. Um fenômeno meteorológico que agrava esse
tipo de smog é a inversão térmica quando os picos de concentração dos
poluentes ocorrem nas primeiras horas da manhã.
e) Smog fotoquímico.
Esse tipo de smog é típico de cidades ensolaradas, quentes de clima seco.
Os picos de poluição ocorrem em dias quentes, com muito sol. O principal
agente poluidor nesse caso são os veículos, que geram uma serie de poluentes.
5 – O que são padrões primários e secundários de qualidade do ar?
A legislação brasileira de qualidade do ar segue de perto as leis norte
americanas. Nos Estados Unidos, o órgão responsável pela fixação de índices é a
Environmental Protection Agency (EPA) que estabelece a National Ambient Air Quality
(NAAQS). Essa lei específica o nível máximo permitido para diversos poluentes
atmosféricos. Os padrões (limites máximos) estão divididos em dois níveis: primário e
secundário. O primário inclui uma margem de segurança adequada para proteger
indivíduos mais sensíveis, como crianças, idosos e pessoas com problemas respiratórios.
O secundário é fixado sem considerar especificamente problemas com a saúde humana,
mas levando em conta outros elementos, como problemas com a agricultura, a materiais
e edifícios e à vida animal, mudanças de clima, problemas de visibilidade e conforto
pessoal.
6 – Como a legislação brasileira se comporta em relação aos padrões de qualidade do
ar? Qual a relação com a EPA? Quais os poluentes considerados para definição de
padrões de qualidade do ar no Brasil segundo a CONAMA?
A legislação brasileira de qualidade do ar segue muito de perto as leis norte
americanas.Nos Estados Unidos o órgão responsável pela fixação de índices é a (EPA),
que estabelece (NAAQS).Essa lei especifica o nível máximo permitido para diversos
poluentes atmosféricos, sendo que a máxima concentração de um poluente é
especificada em função de um período médio de tempo. Os limites máximos estão
divididos em dois níveis: primário e secundário. O primário inclui uma margem de
segurança adequada para proteger pessoas mais sensíveis como crianças e idosos. O
secundário é fixado sem considerar explicitamente problemas com a saúde humana,mas
levando em conta outros elementos , como danos a agricultura.Para manter o público
informado da sobre a qualidade do ar e atuar em situações críticas quando algum índice
do NAAQS é atingido, o EPA fixa o índice (PSI). No Brasil esse índice é chamado de
índice de qualidade do ar (IQA).O IQA é obtido dividindo-se a concentração de um
determinado poluente pelo seu padrão primário de qualidade e multiplicando-se o
resultado dessa divisão por 100, para que seja obtido um valor percentual.
7 – Sobre o controle da poluição do ar, pede-se:
a) Cite os principais meios de controle de emissão de SO2.
- reduzir o desperdício de energia, ou seja, diminuir a demanda de energia e
desenvolver meios para a conservação;
- Substituir os combustíveis fósseis por outras fontes de energia, tais como nubelar,
solar, hidrelétrica e geotérmica;
- Transformar o carvão sólidos em combustível gasoso ou líquido, podendo-se
remover muitas das impurezas, como o enxofre;
- Reduzir a emissão de dióxido de enxofre proveniente da queima do carvão.
b) Cite pelo menos 3 formas de controle do enxofre.
- Substituir o carvão comum pelo carvão de baixo teor de enxofre;
- Remover o enxofre do combustível antes da queima;
- Remover o SO2 por lavadores de gases (durante a combustão ou dos gases
emitidos pelas chaminés);
- Emitir fumaças por chaminés altas o suficiente para suplantar a camada de
inversão térmica.
c) Cite os principais meios de controle de emissão de material particulado (MP).
- Melhorar a eficiência dos sistemas de combustão, tanto nas indústrias quanto nos
automóveis;
- Substituir o combustível fóssil por outras fontes de energia, tais como nuclear,
solar, eólica e geotérmica, para produzir energia elétrica;
- Queimar o carvão liquefeito ou gaseificado em vez do carvão sólido;
- Desestimular o uso do automóvel particular e incentivar o uso do transporte
público;
- Implementar dispositivos nos veículos de transporte a fim de diminuir a emissão
de matéria particulado (MP);
- Remover MP da fumaça emitida pelas chaminés (método usual em indústrias e
termoelétricas).
d) Cite e explique o fundamento de 3 dispositivos utilizados para remoção de
matéria particulado (MP).
- Filtros manga ou de tecido: esse equipamento remove até 99,9% das partículas,
incluindo as partículas finas. Nesse caso, os gases passam por filtros (sacos) de
tecidos localizados em um grande edifício. Periodicamente, os filtros são trocados
para que o sistema não perca o rendimento necessário para a coleta de MP;
- Separados tipo ciclone: esse equipamento remove de 50% a 90% das partículas
grandes, mas muito pouco do material médio e fino. Nesse caso, a fumaça é forçada
a passar por um duto na forma de parafuso, e a perda de carga gerada permite a
deposição do material, que é recolhido na base do equipamento (força centrípeta);
- Lavadores de gás: esse equipamento remove até 90% das partículas com diâmetro
de até 1 micrometro, caso sejam utilizados anteparas internas. Além disso, ele
remove de 80% a 95% do SO2 e outros gases ácidos.
8 – O que é o som e quando ele passa a ser poluição.
É o resultado da vibração acústica capaz de produzir sensação auditiva. O som,
como poluição, está associado ao ‘ruído estridente’ ou ao ‘som não desejado’, sendo
assim este conceito de som (como poluição) é muito relativo. O som é medido pela
pressão que ele exerce no sistema auditivo humano. À medida em que a pressão
provoca danos à saúde humana, comportamentais ou físicos, ela deve ser tratada como
poluição.
9 – Quais os principais efeitos danosos do ruído à saúde humana?
- Perda auditiva (temporária ou permanente): temporária, quando se está exposto a
ruídos excessivos; permanente, quando ocorre uma perda neurossensorial de audição,
que é irreversível, causada geralmente pela exposição prolongada ao ruído e pelos sons
de alta frequência. Diversos profissionais estão sujeitos a esses danos permanentes:
operadores de caldeiras, de tratores, de prensas, de bate-estacas e outras máquinas com
nível de ruído alto, motoristas de ônibus e táxis, mecânicos, empregados de bares e
restaurantes, etc;
- Interferência na fala: a fala é afetada pela perda auditiva e pela presença de sons que
competem pela atenção do ouvinte (mascaramento);
- Perturbações do sono: a perturbação do sono ocorre em ambientes com ruídos acima
de 35 dB. Esse limite é recomentado para preservar o sono;
- Estresse e hipertensão: ruídos instantâneos, de alta frequência, podem constringir
artérias, dilatar pupilas, tencionar músculos e aumentar o batimento cardíaco e a pressão
arterial, causando tremedeira, parada respiratória e espasmos estomacais.
10 – Como podem ser feitos a avaliação do nível e o controle de ruídos?
A avaliação do nível do ruído pode ser feita por dois critérios básico: conforto
acústico e ocupacional. O controle do ruído para conforto acústico é regulamentado pela
resolução Conama 01, de 08 de março de 1990, na qual é estabelecido que os níveis de
ruído prejudiciais à saúde e ao sossego público são estabelecidos na norma NBR
10.152, de dezembro de 1987. O critério ocupacional trata dos efeitos auditivos
causados pelo ruído (Portaria n° 3.214 R 15, de 08.06.78, do Ministério do Trabalho).
Para ruídos contínuos, a legislação estabelece os limites pela Relação Tempo x Decibéis
para critério ocupacional. O controle do ruído pode ser feito na fonte, no percurso ou no
receptor. O controle na fonte envolve atividades de modificação do projeto, realocação
ou substituição de equipamentos e ações mecânicas (isolamento acústico, abafadores e
confinamento). O controle no percurso é feito pela introdução de barreiras entre a fonte
e o receptor. O controle no receptor envolve as ações de controle administrativo (limitar
a duração da exposição) e a utilização de equipamentos de proteção individual.
11 – Explique a dispersão de poluentes na atmosfera.
O perfil térmico da atmosfera tem relação direta com a capacidade de dispersão
de poluentes por mistura vertical. O decréscimo de temperatura com a altitude (sem
troca de calor), é chamado de gradiente de temperatura adiabático seco. Quando a
temperatura da atmosfera diminui mais rápido que a adiabática, a atmosfera é dita
superadiabática (instável), assim do ponto de vista de poluição do ar, essa condição é
desejada para dispersar rapidamente os poluentes na atmosfera. Se a temperatura da
atmosfera diminuir mais lentamente do que a adiabática, a atmosfera é dita
subadiabático. O estado subadiabático não proporciona a mistura vertical, dada a
estabilidade do ar. Em situações críticas de poluição do ar, essa estabilidade diminui o
potencial de dispersão da atmosfera e, consequentemente, propicia o surgimento de
episódios críticos de poluição em razão da alta concentração de poluentes.
12 – Fale sobre as inversões térmicas.
As inversões térmicas são um caso extremo quando a temperatura aumenta com
a altitude, nessa situação o ar é consideravelmente estável e os índices de poluição
tendem a se elevar, dependendo também da carga de poluentes. Podem ocorrer de
diversas formas, sendo as principais: por radiação, por subsistência e por combinação
dos dois casos. A inversão por radiação ocorre, na maioria das vezes, no inverno. Em
um dia frio e sem nuvens, o aquecimento solar pode resultar em temperaturas
relativamente altas ao nível do solo durante o final da manhã e à tarde. Entretanto, à
noite, quando geralmente é bem mais frio, a superfície do solo sofre um resfriamento
intenso, de tal forma que as camadas superiores de ar permanecem mais quentes,
gerando uma camada de inversão em altitudes da ordem de 100 metros. No decorrer do
dia, esse perfil volta a se inverter, principalmente pelo aquecimento do solo. Esse tipo
de inversão não ocorre em dias nublados; sua formação pode ser reduzida pelo vento e,
em áreas desérticas, ocorre em aproximadamente 90% das manhãs. A inversão térmica
por subsistência, ocorre em altitudes maiores (mais de 1000 m) e dura alguns dias. Esse
tipo de inversão deve-se ao fenômeno da subsidência do ar (correntes de ar
descendentes), formado pela diferença de pressão existente entre grandes massas de ar
que se deslocam na atmosfera. À medida que o ar desce para altitudes mais baixas e de
maiores pressões, ele sofre um processo de compressão que aumenta a sua temperatura.
Em situações extremamente críticas podem ocorrer simultaneamente os dois tipos de
inversão.
13 – Cite e exemplifique os principais tipos de plumas de poluentes atmosféricos.
- Looping: Ocorre em que o perfil térmico é superadiabático (Temperatura diminui mais
rápido que a adiabática). Acontece durante dias de céu claro com poucas nuvens e muita
insolação. A turbulência de origem térmica provoca grandes turbilhões que dispersam
rapidamente a nuvem de poluição;
- Coning: Ocorre em que o perfil térmico é subadiabático (Temperatura aumenta mais
rápido que a adiabática). Têm a forma cônica e proporciona uma dispersão menor do
que da pluma em looping. Ocorre em dias nublados e com ventos moderados;
- Fanning: Ocorre quando toda a massa de poluentes está contida em uma camada onde
ocorre aumento da temperatura com a altitude. A mistura vertical quase inexiste em
decorrência da estabilidade do ar. A mistura horizontal é também muito baixa por causa
da falta de ventos;
- Fumigation: Ocorre quando o lançamento de efluentes é feito abaixo da camada de
inversão. A medida que o sol aquece a superfície do solo, a inversão desaparece,
favorecendo a dispersão;
- Lofting: Ocorre quando o lançamento de efluentes é feito acima da camada de
inversão térmica por subsidência (deve-se ao fenômeno de correntes de ar descendentes,
formado pela diferença de pressão existente entre grandes massas de ar que se deslocam
na atmosfera. À medida que o ar desce para altitudes mais baixas e de maiores pressões,
ele sofre um processo de compressão que aumenta sua temperatura);
- Trapping: Situação quando a pluma fica retida entre duas camadas de inversão (mais
difícil a dispersão).
14 – Descreva a modelagem matemática do transporte de poluentes atmosféricos na
pluma gaussiana.
O modelo de pluma gaussiana considera que a dispersão de uma pluma lançada
ao ar pontualmente se dá de modo tal que a concentração dos componentes da pluma em
função da posição relativa a fonte tem comportamento gaussiano. Isto pode ser avaliado
empiricamente observando-se emissões de plumas por chaminés sob determinadas
condições atmosféricas. O modelo da pluma gaussiana é obtido adotando-se várias
hipóteses, conforme apresentado a seguir, sendo que o sistema de coordenadas
cartesianas adotado está apresentado na Figura abaixo:
- Escoamento atmosférico em regime permanente ao longo da direção x, com
velocidade U uniforme;
- Taxa constante de emissão de poluente, sendo Q a sua vazão mássica (massa
despejada na atmosfera por unidade de tempo);
- A coordenada vertical de despejo é dada por H, a qual resulta da soma da altura h da
Fonte de despejo mais a ascensão da pluma por excesso de momentum e boiância, ou
Seja, H é a altura efetiva da emissão;
- As coordenadas horizontais do despejo são x = 0 e y = 0.
A solução deste problema, de acordo com Boubel et. Al (1994), é dada por:
Espaço semi-infinito na direção z > 0, com o solo localizado em z = 0.