ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO MINERAL Sergio Raposo de Medeiros Sergio Raposo de Medeiros...
Transcript of ESTRATÉGIAS DE SUPLEMENTAÇÃO MINERAL Sergio Raposo de Medeiros Sergio Raposo de Medeiros...
ESTRATÉGIAS DE
SUPLEMENTAÇÃO MINERAL
Sergio Raposo de MedeirosSergio Raposo de MedeirosEng.-Agro., Embrapa Gado de Corte
www.cnpgc.embrapa.br/~sergio/
Mineralização:
• Realidade da pecuária brasileira:a) Consumo total pequeno em relação ao
rebanho
b) Mesmo animais com acesso à vontade às misturas minerais:
Formulação adequada ? Estratégias de suplementação
garantem a mais efetiva mineralização ?
ROTEIRO
2) OFERECIMENTO DE MISTURAS MINERAIS
2.1) Misturas minerais oferecidas no cocho
2.1.1.1) Mistura mineral convencional
2.1.1.2) Mistura mineral com uréia
2.1.1.3) Disponibilidade de saleiros e distribuição nas pastagens
2.2) Variação de consumo de minerais
2.3) Fornecimento diferencial a bezerros (Creep feeding)
2.4) Animais Confinados
2.5) Sistemas alternativos
2.4.1) Suplemento líquido
2.4.2) Suplemento através da água de beber
2.4.3) Blocos
2.4.4) Cápsulas intra-ruminais
2.4.5) Injeções
2.4.6) Adubação de pastagens e suplementação mineral
2.6) Minerais quelatados ou complexados
3) SUPLEMENTAÇÃO MINERAL E AS ÉPOCAS DO ANO
Fornecimento: Diário• Alguns minerais necessidade de
consumo freqüente. Mg mecanismo homeostático ineficaz e
dificuldade de mobilização (animais adultos)
Zn reservas pequenasNa não existem reservasP, S e o Co por causa da nutrição do rúmen.
• Há boa tolerância para falta por pequenos períodos
Oferecimento de misturas minerais
Sal mineral convencional• Manejo do fornecimento
À vontade = na recarga haver sempre sobra da carga anterior
Isso não garante atendimento das exigências que depende:
• Formulação adequada• Consumo médio ~ planejado
• Mistura mineral com 30-40% de NaCl consumo suficiente para ingestão satisfatória dos demais minerais
Misturas minerais oferecidas no cocho
A IMAGINAÇÃO É O LIMITE !!!
Sódio como referência
Misturas minerais oferecidas no cocho
Produto Teor de Nag /kg
Consumo
Estimado (g/cab.dia)
Consumo de Na
(g/cab.dia)*
A 200 50 10
B 165 60 10
C 145 70 10
* 10g ~ 0,10% MS para 1 UA
Concentração:
Misturas minerais oferecidas no cocho
Sal A Sal BElemento g/kg g/kg
Ca 120 130 P 81 90 S 15 17
Na 140 200 Cu 1235 1500 Zn 5000 6000 I 130 150
Co 150 160 Se 15 18
Concentração: menos importante do que consumo !
Misturas minerais oferecidas no cocho
Sal A Sal BConsumo 70 g/cab.dia 50 g/cab.diaElemento g/kg g/cab.dia g/kg g/cab.dia
Ca 120 8.4 130 6.5 P 81 5.67 90 4.5 S 15 1.05 17 0.85
Na 140 9.8 200 10 Cu 1235 86 1500 75 Zn 5000 350 6000 300 I 130 9 150 7.5
Co 150 11 160 8 Se 15 1 18 0.9
Cenários perigosos:
Misturas mineral com uréia
Suplementos incorretamente balanceados: contendo excesso de uréia (> 400 g/kg) e com consumo excessivoOferecimento sem fazer prévia adaptação: 2 a 6 semanas; 1/3 da mistura mineral com uréia na primeira semana, 2/3 na segunda e 100% na terceiraOferecimento interrompido do produto: ainda que alguns dias. Particularmente perigoso após jejum Oferecimento para animais < 4 meses: Não são ruminantes funcionaisFormação de poças d´agua contendo a uréia solubilizada: Se o animal beber essa solução, pode ingerir uma quantidade excessiva de uréia.
Uso seguro da uréia em suplementos:• Suplementos corretamente
balanceados • Prévia adaptação • Oferecimento ininterrupto do produto • Oferecimento para ruminantes
funcionais• Cochos cobertos, em desnível e com
drenos eficientes
Misturas minerais com uréia
Dimensionamento do cocho• 4-6 cm lineares de cocho
por cabeça
• Considerar acesso por 2 lados do cocho se efetivamente isso ocorrer
Disponibilidade de saleiros e distribuição nas pastagens
• Volume: Carga normal ~ 2/3 da altura reduz perdas (vento, animal...)
• Altura: Que facilite acesso; Levar em consideração animais jovens
4 a 6 cm 2/3
Localização do cocho
• Opção para ajudar a conseguir o consumo médio: perto da aguada e/ou no malhadouro Aumenta consumo
• Pode favorecer pastejo em locais menos pastejados
• Opostamente a aguada: cuidado com formação de “trilhas”
• Conveniente: para fácil abastecimento
Disponibilidade de saleiros e distribuição nas pastagens
Localização do cocho
• Observação para redimensionamento
• Distribuição dos cochos
• Distância entre cochos ajuda animais submissos chegarem ao cocho– Distância de 2 corpos entre cochos (1 corpo
~ “distância de fuga”)
Disponibilidade de saleiros e distribuição nas pastagens
Boa distribuição de cochos
Fontes de variação do consumo:1. Teor dos minerais das espécies vegetais pastejadas2. Teor de sais na água e quantidade ingerida3. Época: Seca > Águas; Teor de minerais das plantas4. Estado fisiológico do animal: Exemplo.: Lactente,
Terminação, etc. exigência do animal5. Suplementação protéica/energética: consumo6. Palatabilidade da mistura mineral7. Localização do cocho: Proximidade da água 8. Fatores climáticos: Afetam a sudorese e a perda de
minerais associada9. Forma física da mistura mineral
Para reduzir consumo sal mineral
• Misturar sal comum: Difícil acertar a quantidade de sal comum a misturar
• Restringir o fornecimento: Colocar a quantidade para mais de um dia em determinado dia e não fornecer nos dias a mais.
• Mudar o cocho para longe da água e dos locais de concentração dos animais (malhadouro)
• Reduzir o nível de palatabilizante: Perde-se a vantagem do palatabilizante que é a de deixar o consumo menos variável.
Variação do consumo
Para aumentarconsumo sal mineral
• Reduzir Na da mistura: Difícil acertar a quantidade de sal comum a misturar
• Aumentar o fornecimento: Colocar + freqüentemente e aumentar a facilidade de acesso
• Mudar o cocho para perto da água e dos locais de concentração dos animais (malhadouro)
• Aumentar o nível de palatabilizante• Dessalinização da água
Variação do consumo
Fornecimento diferencial a bezerros (Creep feeding)
• Cochos com acesso exclusivo aos bezerros• Exigências das vacas demandariam formulação
adequada para bezerro • Bezerros teriam absorção melhor do que animais
adultos• Justifica-se “Creep feeding” apenas se oferecer
algo a mais (um aditivo, por exemplo)
Animais confinados
• Melhor maneira: Ingestão forçada em dieta total (pré-misturada na ração)
Ingestão forçada + Saleiro extra
Animais confinados
• Melhor maneira: Ingestão forçada em dieta total (pré-misturada na ração)
• Saleiro: OK, mas se extra, pode ser apenas um custo a mais
• Período curto: Menores riscos no uso de fontes não convencionais de minerais. Exemplo: Fosfatos de rocha, super-triplo (Restrições do MAPA)
Suplemento líquido
• Forma bastante interessante
• Normalmente, veículo é o melaço
• Permite inclusão de materiais perecíveis e aditivos impróprios para o sal mineral convencional
• Distribuição requer maior investimento em estrutura e equipamentos
Sistemas Alternativos
Suplemento através da água
• Naturalmente água pode conter alto % de alguns minerais
• Fontes solúveis podem ser incorporadas
Sistemas Alternativos
• Premissa básica: Tanque deve ser única fonte de água para os animais
• Consumo entre animais é regular, mas...
Suplemento através da água
20
30
40
50
60
70
80
Lit
ros
21o C 27o C 32o C
Temperatura (Celsius)
Cresc./364 kg
Termin./364 kg
Termin./454 kg
Sistemas Alternativos
...temperatura afeta demais consumo
Fonte: NRC, 1996
Blocos
• Forma rígida mistura à base de CaCO3 e Melaço, com fontes minerais e outros (exemplo: uréia)
• Vantagens: 1) Resistência as intempéries (chuva, vento); 2) Possibilidade de menor frequencia de reabastecimento
• Popular em alguns países
Sistemas Alternativos
Cápsulas intra-ruminais
• Uso praticamente inexistente no país.
• Interesse no seu uso: criações extremamente extensivas cochos, bebedouros, etc. são “impraticáveis”
• Limitada a alguns minerais, como magnésio, zinco, cobalto e selênio.
Sistemas Alternativos
InjeçõesSistemas Alternativos
Mineral Dosagem Observações
Cobre Ovinos: 6-12 mg a cada 6 a 8 semanasBovinos: 120 mg a cada 6 meses
Cobre injetável, na forma de glicinato ou etileno-nitrilo
Ferro Cordeiros: 150 mgBezerros: 25 mg/kg PV
Ferro injetável, intramuscular
Iodo Ovinos: 1 mL a cada 3 anosBovinos de leite: 4 mL a cada 2 anos
Óleo iodado (475 mg I/mL)
Selênio Ovelhas: 5 mg de selênio antes da estação de monta + 5 mg antes da parição.Vacas: 50 mg de selênio + 680 UI de vitamina E antes do parto
Selenito ou Selenato de Sódio, injeção subcutânea.
Zinco Pequenos Ruminantes: 300 mgBovinos: 600 mg
Zinco injetável
Adubação de pastagens e suplementação mineral
• Pode ter vantagens
• Estas, podem ser mais do que a apenas maior produção de pastagens
• O controle que seria complicado
Sistemas Alternativos
Minerais quelatados ou complexados
• São mais biodisponíveis (sofrem menos interações com outros materiais)
• Vantagens também pós-absortivas
• Desempenho: Faltam dados seguros• Empresas usam teores iguais aos das
fontes convencionais (< benefício:custo)
• Podem ter aplicações específicas
Suplementação mineral e as épocas do ano
• Lei do mínimo:> desempenho “mínimo” fica maior maiores respostas à suplementação !!!
• Na seca: Só NaCl pode dar resultado = sal mineral completo
• Outros papéis dos minerais (exemplo: sistema imune) indicam risco nesta estratégia
• Melhor opção: eliminar as restrições primárias e dar o sal mineral !