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ERGONOMIA DOS PROFISSIONAIS CABELEIREIROS: orientações e sugestões de tratamentos
Gabriela Souza Raiser1 Hemerson Marcos Cantos2
Marli Machado3
Resumo: Ergonomia derivada do grego, tem significado de "Estudo entre o homem e o seu trabalho, equipamentos e meio ambiente". É uma ciência que estuda toda e qualquer atividade física com menos esforço. Observa-se o surgimento de várias doenças em função da má postura corporal, responsáveis pela ausência de trabalhadores em seus empregos. E para minimizar as dores e corrigir os desvios posturais, alguns tratamentos são oferecidos, como exercícios de alongamentos, RPG e a prática do Taiso, entre outros. O presente estudo teve como objetivo pesquisar junto a profissionais cabeleireiros suas condições ergonômicas de trabalho, queixas de dores e de doenças ocupacionais, para poder orientá-los e sugerir tratamentos. A pesquisa caracterizou-se como um estudo de caso, do tipo exploratório, com abordagem qualitativa. Foram aplicados 39 questionários, de forma aleatória com profissionais cabeleireiros. No decorrer da aplicação dos mesmos, observou-se que os cabeleireiros queixam-se de dores na coluna, pernas, ombros, braços e pés no fim do dia. Sendo que a maioria exerce uma carga horária excessiva diária de trabalho. Porém, existem vários fatores que podem prejudicar o posicionamento corporal, inclusive o calçado. Entretanto, poucos procuram a ajuda médica, ou dão o devido valor para a saúde. Cientes disso elaborou-se um folder contendo informações sobre doenças ocupacionais, sugestões de tratamentos e prevenções, o qual será enviado via e-mail para todos os participantes com a finalidade de orientá-los sobre o tema.
Palavras-chave: Ergonomia. Profissionais cabeleireiros. Ergonomia – cabeleireiros.
1 INTRODUÇÃO
Pode-se dizer que na idade média ocorreram grandes avanços técnicos
importantes, como o da engenharia e o desenvolvimento de novas tecnologias e
materiais, com grandes invenções de modo geral até a industrialização e no
desenvolvimento dos primeiros estudos do homem no trabalho.
Muitas gerações se passaram desde o início da humanidade, o homem pelas
evoluções e pela ciência que se multiplicou, especializou-se em muitas profissões
para suprir as necessidades da sociedade a qual formou. Muitos maus costumes
1 Acadêmica do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail: [email protected] 2 Acadêmico do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI,
Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail:[email protected] 3 Orientadora, Professora do Curso de Cosmetologia e Estética da Universidade do Vale do Itajaí –
UNIVALI, Balneário Camboriú, Santa Catarina. E-mail:[email protected]
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foram eliminados e outros ainda hoje perduram, prejudicando a saúde e também
causando sérios desconfortos.
Uma grande preocupação de hoje é a ergonomia relacionada a
biossegurança, sendo este um dos processos funcionais e operacionais de suma
importância em serviços de saúde e beleza, no qual se define a posição corporal
dedicada ao trabalho.
No campo da beleza, profissionais como os cabeleireiros sofrem com o mau
posicionamento corporal devido a falta de conhecimento da ergonomia que lhes
proporcionaria maior conforto e/ou melhor desempenho de suas capacidades
profissionais. A posição de trabalho que na maior parte do tempo é em pé, dificulta a
circulação sanguínea nas pernas, gerando edemas, e problemas futuros. Causam
dores na coluna lombar pela má postura e pelo excesso de tempo na mesma
posição.
Neste estudo retrata-se a importância destes conhecimentos para a área de
beleza onde o profissional cabeleireiro trabalha em carga horária excessiva,
concentrando desconfortos causados pelos desvios vertebrais que podem gerar
males, principalmente a coluna.
Diante deste contexto esta pesquisa tem como objetivo pesquisar junto a
profissionais cabeleireiros por meio de questionário suas condições ergonômicas de
trabalho, interligando os dados com a literatura e sugerindo a postura adequada e
tratamentos alternativos para minimizar suas dores.
Para tanto é importante conhecer alguns conceitos sobre saúde e ergonomia,
posturas corporais e qual o calçado adequado a ser utilizado, além das principais
causas de dores e desconfortos. Como resultado do estudo, elaborou-se um folder
contendo orientações em relação a postura correta e também com sugestões de
exercícios e tratamentos.
2 ERGONOMIA E SAÚDE
A postura corporal compreende os ossos, músculos, nervos e articulações,
que interagem entre si. Os músculos se inserem próximos a articulação e facilitam a
realização de movimentos rápidos e amplos. A má postura do profissional
cabeleireiro afeta diretamente a coluna vertebral, podendo prejudicar o
funcionamento de outros órgãos do corpo humano.
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A coluna vertebral se constitui por 33 vértebras, que se classificam em 5
(cinco) grupos; 7 (sete) cervicais, 12 torácicas, 5 (cinco) lombares, 5 (cinco) estão
fundidas e formam o sacro e 4 (quatro) da extremidade que formam o cóccix.
Apenas 24 das 33 vértebras são flexíveis. As que tem maior mobilidade são as
cervicais e as lombares. Cada vértebra sustenta o peso de todas as partes do corpo
situadas sobre elas. Sendo assim as vértebras inferiores, as maiores, sustentam
maiores pesos. Entre uma vértebra e outra existe um disco cartilaginoso, composto
de uma massa gelatinosa a qual faz com que se tornem maleáveis a movimentos
bruscos e rotacionais (LIDA, 2002).
Disco é um sistema hidráulico que mantém as vértebras afastadas. Ele age
como uma almofada que impede qualquer balanceio ou pressão, permitindo que a
unidade funcional mova-se em flexão para a frente e em extensão para trás e para
os lados (CAILLIET, 2002).
De acordo com Knoplich (1978) o disco sofre alterações por causa de
traumas, posturas erradas e idade. E mesmo que isso ocorra, deve continuar a
desempenhar as suas funções, dentre elas, suportar o peso da pessoa e colaborar
na movimentação corporal. Mas ocorre que, a degeneração de um disco faz com
que sua atuação fique alterada e tenha que desempenhar uma função para a qual
não está preparado, onde a pressão que as vértebras fazem sobre o disco produz
uma força diretamente sobre o mesmo, provocando o seu achatamento, e
deslocando-o do lugar.
No caso de cabeleireiro, trabalhar de pé exige um posicionamento estático de
muito tempo nas articulações dos pés, joelhos e quadris. Sendo assim é cansativo e
doloroso, não só pelo esforço muscular, mas também pelo aumento da pressão
hidrostática do sangue nas veias das pernas e restrição geral da circulação linfática
nas extremidades inferiores, causando dessa forma a incidência de dilatação das
veias das pernas (varizes), edemas dos tecidos dos pés, pernas e ulceração da pele
(KROEMER; GRANDJEAN, 2005)
Conforme afirma Ramos (2009), são considerados riscos ergonômicos:
Esforço físico;
Levantamento de peso;
Postura inadequada;
Controle rígido de produtividade ou imposição de rotina intensa;
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Situação de estresse;
Trabalhos em período noturno;
Jornada de trabalho prolongada;
Monotonia e repetitividade;
Problemas relacionados com a organização do trabalho;
Condições ambientais inadequadas (layaut, posto de trabalho, caminhos
obstruídos, cômodos pequenos, mobiliários, equipamentos, dispositivos,
iluminação e ventilação inadequadas).
Como visto, são vários os riscos ergonômicos que podem afetar a vida do
trabalhador, por isso a necessidade de informações ergonômicas para o seu dia a
dia, tanto pessoal quanto profissional.
Vidal (2002) ressalta que na Ergonomia existem dimensões científicas e
práticas voltadas a resolver problemas essenciais das mais variadas disciplinas, o
design, a sociotécnica e as tecnologias de gestão são basicamente os mesmos.
Pode-se citar como exemplo grandes homens que desde o principio do
desenvolvimento do trabalho já se preocupavam com a postura como: Da Vinci,
Lavoisier, Coulomb. Chaveu, Marey, Jules Amar, Villermé, Taylor, entre outros
(GOMES FILHO, 2003).
A postura em pé durante toda a vida humana é maior do que o tempo de
descanso, por isso é importante a prática da boa postura, baseada nos princípios
ergonômicos.
2.1 Postura
Dos muitos problemas que envolvem a ergonomia, a postura corporal
envolvendo o processo vertebral é a que mais afeta a humanidade. A dor Lombar
(lombalgia, dor nas costas ou dores na coluna) é uma das grandes causadoras de
incapacidade para o trabalho, perdendo somente para a cefaleia. Pode-se dizer
então, que a postura é a principal causa dos problemas de coluna, em função dos
maus costumes de principalmente manter as pernas retas e dobrar a coluna
vertebral. Ramos (2009) recomenda que o cabeleireiro tenha uma boa cadeira de
fácil ajuste para adaptar sua altura conforme o cliente, facilitando sua posição de
trabalho.
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Os médicos concordam sobre a importância da boa postura. Observam que a
determinação do indivíduo de adquirir uma boa postura pode fazer maravilhas,
embora haja algumas dificuldades posturais que não podem ser vencidas sem o
auxílio de terapia profissional. A postura perfeita é tão simples que não pode haver
discordância quanto ao que significa. Significa manter o corpo de uma pessoa em
equilíbrio, de modo que haja o mínimo de tensão possível sobre os músculos, ossos
e nervos quando ela fica em pé, anda, senta-se ou trabalha (FONTES, 1984).
Ramos (2009) afirma que sempre que o trabalho puder ser executado na
posição sentada, o posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para essa
posição, seguindo o que preconiza a NR 17 do Ministério do Trabalho e Emprego.
Com a introdução da ergonomia fica certo que não se deve aceitar antigos
procedimentos usados no trabalho em que as pessoas eram consideradas apenas
pares de mãos, ou seja, não se dava a preocupação com a saúde do trabalhador.
Como visto, a postura incorreta é uma das causadoras de dores lombares em
profissionais cabeleireiros, porém outros acessórios podem prejudicar também a
saúde, como por exemplo, a utilização de calçados inadequados.
2.2 Calçados
A importância da ergonomia dos calçados deve ser ressaltada, pois os dados
antropométricos utilizados na fabricação do mesmo, desde a definição do tamanho
do calçado, até a utilização de peças/acessórios com funções técnicas e
operacionais (fivelas, cadarços, fechos, etc.) são fundamentais para o conforto de
seu uso (GOMES FILHO, 2003).
Quando são usados sapatos de salto alto, o centro de gravidade do corpo é
transferido para a frente, e isto é associado com um aumento na inclinação pélvica e
consequentemente acentuação da lordose (OLIVER; MIDDLEDITCH, 1998)
Schmidt (1995) descreve que um sapato com salto de 6 (seis) centímetros de
altura, 25% do peso corporal é direcionado sobre o calcâneo e 75% sobre a cabeça
dos metatarsianos. Os que são acima de 10 centímetros, praticamente 100% do
peso concentram-se sobre os metatarsianos. Dessa forma percebe-se que calçados
com salto alto podem prejudicar tanto o calcanhar quanto os dedos, tendo uma
maior incidência nesses últimos.
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Henning (apud OTACILIO et al., 2007) afirma que o calçado de salto alto pode
provocar danos à coluna, problemas no joelho e até o encurtamento dos músculos
ísquio tibial e gastrocnêmio.
O sapato correto é aquele que tem contraforte, ou seja, fechado atrás
podendo os dedos ficarem livres, com salto de base larga e leve, com altura de 4
(quatro) centímetros no máximo (KNOPLICH, 1978).
Os calçados, algumas vezes, podem alterar o alinhamento do pé, e trazer
prejuízos a saúde, alguns distúrbios devem ser destacados, para conscientizar todos
que o belo pode gerar prejuízos também.
2.3 Causas comuns das doenças relacionadas ao trabalho
Nas tendências atuais, as pessoas preocupam-se com a aparência estética
ao ficarem de pé ou sentadas. Porém, o que muitos não sabem é que a posição
ereta não é a indicada. Devem-se respeitar as curvaturas naturais da coluna, pois
devido a essa má postura pode ocorrer alguns distúrbios (COX, 2002).
A fraqueza dos grupos musculares abdominais compromete a estabilidade e a
sustentação da coluna lombar e demais segmentos dependentes dela. Alem disso
também a obesidade aumenta a pressão sobre a coluna vertebral e em casos de
emagrecimento forçado em curto período é comprometida a estabilidade e
sustentação da coluna pelos distúrbios no metabolismo do organismo. Os tóxicos,
como fumo e o álcool, também são prejudiciais para fisiologia da coluna vertebral. O
fumo, além de seus detritos tóxicos, causa a isquemia ósteo-muscular, levando a
osteoporose e á atrofia músculo-ligamentar e outros males causados pela falta de
oxigenação tecidual. O álcool causa osteonecrose e outras alterações metabólicas
ósseas repercutindo na fisiologia vertebral (QUINTANILHA, 2002).
Pode-se conferir, então que não só a postura ou a maneira correta de
produzir o trabalho melhora a ergonomia. Mas também o uso do calçado correto,
pois possibilita o movimento do corpo e da coluna vertebral, gerando menos impacto
e trabalha de maneira ergonômica a sua inclinação de acordo com cada movimento
do profissional durante sua jornada de trabalho.
São várias as doenças decorrentes dos problemas ergonômicos que afetam a
saúde do cabeleireiro, dentre elas, cita-se nesse trabalho a LER/DORT, dores de
coluna e tendinite.
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2.3.1 LER/DORT
As posturas anormais, forçadas, ou seja, desconfortáveis, são as principais
causas de LER/DORT (Lesão por esforço repetitivo/Doença ocupacional relacionada
ao trabalho) provocando um desequilíbrio muscular, comprimindo dessa forma os
nervos. Sendo muitas vezes difícil de identificar o problema por haver uma relação
entre LER e o exercício do trabalho. Em função da falta de conhecimento sobre
desgaste ósseo e muscular ocasionado pelo trabalho repetitivo, os trabalhadores
demoram a procurar ajuda médica podendo agravar o quadro clínico e causar até
mesmo a invalidez (RAMOS, 2009)
Andrade (1998 apud OLIVEIRA, 2003) informa que 60% dos afastamentos de
trabalhadores por problemas de saúde são em decorrência de L.E.R, tornando-se
uma preocupação dos funcionários e também das empresas.
Para tentar resolver esta situação e minimizar as dores dos trabalhadores,
alguns tratamentos terapêuticos podem ser realizados, inclusive dentro da própria
empresa.
2.3.2 Dores de coluna
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população
mundial sofrerá de dores na coluna, ao menos uma vez na vida, Embora possam
ocorrer tumores e cistos, lesões nos nervos, vértebras ou discos, as causas mais
freqüentes são má postura, sobrecarga e falta de exercícios (MATUCK, 2011).
E assim conferem-se as constantes reclamações de profissionais de diversas
áreas e até mesmo donas de casa sobre queixas de dores lombares, cervicais,
torácica e de membros superiores e inferiores que estão ligados a coluna vertebral.
As dores de coluna sempre fizeram parte da vida humana por simples
acomodação e descaso havendo um interesse maior em terminar o serviço
executado, obedecendo a uma ordem ou a seu próprio interesse.
2.3.3 Tendinite
Os tendões funcionam por um movimento intercalado de períodos de
relaxamento e tensionamento. Se este ciclo for interrompido pelo uso errado da
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musculatura, podem gerar lesões, microrrupturas, edemas, fraqueza, dor e mau
funcionamento. Para isto existem duas causas conforme Almeida (2005):
Mecânica: esforço prolongado e repetitivo; excesso de peso corporal ou
exercícios com sobrecarga.
Química: desidratação, onde os músculos ficam com insuficiência de
drenagem, devido a má alimentação e isto resulta em ausência de
lubrificação nos tendões.
A tendinite manifesta-se com dores, principalmente nos movimentos diários,
como subir escadas, erguer o braço, caminhar, dobrar o joelho. Para isto, sugere-se
evitar a exposição a grandes períodos ininterruptos de atividades físicas ou trabalho,
além de promover relaxamento dos tendões por alguns minutos, fazer alongamentos
diariamente ou no mínimo 3 vezes na semana. Procurar orientação medica se a dor
persistir (LEMOS, 2005).
2.3.4 Sindrome Dolorosa Miofacial (SDM)
A SDM é uma doença frequente no meio dos profissionais que trabalham em
serviços repetitivos, causa dor e incapacidade de origem muscular e esquelética.
Acomete principalmente, a cervical, cintura escapular e lombar. As pessoas
geralmente se enganam tratando esta causa como se fosse bursite, tendinite, dores
viscerais sem haver melhoras significativas, pois muitos profissionais desconhecem
esta condição clínica (ARRUDA, 2010).
Causas
Microtraumatismos repetitivos que geram fadiga ou sobrecargas devido
execução de atividade diária. Sobrecargas de músculos descondicionados (atletas
de fim de semana), adoção de más posturas que também sobrecarregam a
musculatura, traumas e estresse emocional (ARRUDA, 2010)
Para minimizar os problemas de saúde supracitados e melhorar a saúde do
cabeleireiro sugerem-se alguns tratamentos, sendo que os exercícios de
alongamentos poderão ser feitos pelos próprios profissionais, e os demais
acompanhados por especialistas da área.
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3 TRATAMENTOS E PREVENÇÕES
O tratamento ou a prevenção das doenças ergonômicas acometidas pelos
cabeleireiros, podem ser exercícios físicos, alongamentos diários, e manter a boa
postura o maior tempo possível. Na busca desta equivalência, diversas melhorias
são alcançadas exigindo cada vez mais, soluções ergonômicas para o trabalho.
Devem ser considerados no ponto de vista da ergonomia como seres integrais
e colaboradores, visto de uma forma mais humana. Em 1963 foi publicado no livro, o
clássico holandês Vademecum Ergonomie, seu conteúdo foi bastante ampliado e
atualizado, trazendo uma grande ajuda para a ergonomia no trabalho e uma fonte de
referencia para a conscientização de qualquer função trabalhista. Pois mostra que
não é um problema atual, e pode contribuir para os profissionais e administradores,
encontrarem caminhos melhores para uma vida mais segura no trabalho (DULL;
WEERDMEESTER, 2000).
Lida (2002) afirma que é melhor prevenir para que estas deformações não
aconteçam, fazendo exercícios para fortalecer a musculatura e evitando cargas
pesadas, más posturas, principalmente com tempo prolongado.
3.1 Exercícios de alongamento
Oliveira (2003) cita vários motivos para se fazer alongamentos, pois os
exercícios:
Reduzem as tensões musculares;
Proporcionam uma sensação de relaxamento ao corpo;
A coordenação motora é beneficiada;
Melhoram a amplitude do movimento;
As distensões musculares são prevenidas;
Preparam o corpo para atividades físicas;
Melhoram a consciência corporal;
Reduzem as tensões emocionais;
Melhoram a circulação sanguinea;
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Apesar dos benefícios diversos, é importante tomar cuidado com o tipo de
alongamento, a área que se deseja alongar e o motivo. (ANDERSON, 1983 apud
OLIVEIRA, 2003)
As pessoas que trabalham em pé devem ter um apoio para colocar
alternadamente os pés, isso corresponde a ficar andando sem sair do local. Para
que o sangue circule dos pés para a cabeça, precisa do apoio dos músculos que, se
contraídos, impulsionam-no para cima, através das válvulas das veias. Permanecer
parado é uma das causas de varizes e outros distúrbios vasculares (KNOPLICH,
1978).
Deve-se procurar sempre um profissional capacitado, educador físico,
fisioterapeuta, médico, especialistas em tratamentos alternativos (acupunturistas,
quiropraxistas, massoterapeutas) para orientações e tratamentos específicos.
Com exceção dos exercícios de alongamento, os quais o próprio profissional
cabeleireiro pode fazer, os demais citados neste trabalho deverão ser
acompanhados por um profissional especializado.
3.1 Reeducação Postural Global (RPG)
Por motivos dos músculos estarem sempre trabalhando, com o objetivo de
manter o individuo em pé, em todas as posições e atividades cotidianas, pode gerar
a perda gradativa da capacidade muscular, resultando em desconforto,
enfermidades e dores. Inconscientemente adotam-se posturas que aliviam as dores,
porém podem fazer muito mal. Poupar uma área dolorida significa sobrecarregar
outra área do corpo. Para isto aplica-se a RPG (reeducação postural global),
tratamento fisioterapêutico, que analisa a enfermidade e o individuo como um todo.
(LEMOS, 2005).
A reeducação postural tem o propósito de oferecer ao individuo uma
participação ativa, correção postural permanente. Realiza-se mediante a consciência
corporal, a integração da posição correta no cotidiano (TRIBASTONE, 2001).
3.2 A Prática do Taiso
O Taiso exerce no corpo humano uma descarga energética de grande
intensidade por trabalhar sobre a região abdominal e lombar, responsável pela
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estrutura. São exercícios voltados ao trabalho de relaxamento muscular,
concentração ou meditação, que buscam a saúde através da respiração. Muito
usado no Japão antes de iniciar os serviços em todas as áreas de trabalho.
Comprova-se que favorece a longevidade, coordenação psicomotora, correção
postural, disciplina mental e auxilia no tratamento de LER/DORT e outros males
(SHIATSU MIMA, 2011)
Além dos tratamentos supra citados, sugerem-se outras opções para
tratamentos auxiliares ou complementares que são realizados por profissionais
capacitados, tais como:
Quiropraxia – A Quiroprática é oficialmente reconhecida e adotada como
terapia de primeiro contato em 65 países, entendendo que , quando sente
dor ou desconforto, sem motivo aparente, começa a investigação do
problema, pesquisando se o mal estar é motivado por um desajuste na
estrutura óssea – vértebras e juntas – e/ou um pinçamento nervoso
(CASTRO, 1999).
Acupuntura – Medicina tradicional Chinesa com o uso de agulhas ou não,
com estilo holístico de tratamento energético sobre os órgãos e vísceras
com o Qi (energia vital) nos canais de energia em todo o organismo
promovendo desbloqueios e gerando uma homeostase corporal (SILVA
JÚNIOR, 2008)
Fisioterapia – Responsável principalmente pela prevenção e tratamento
das disfunções do movimento humano. Tem como objetivo intervir no
movimento corporal humano e, por meio do próprio movimento e outros
recursos físicos minimizar as disfunções e desconfortos ocorrentes, ou
impedir o aparecimento destes (UNITAU, 2011)
Shiatsu – Técnica de massagem japonesa utilizada com base na Medicina
tradicional chinesa com padrão holístico, obtendo diagnóstico e
tratamentos com pressões, alongamentos e descompressões vertebrais.
(MARTINS, 2002).
Devem se ter como preocupação os sintomas de dor, no sentido de procurar
ajuda médica para verificar a existência de algum distúrbio ou lesão. Desconfortos
podem com o tempo evoluir para dores (BRANDIMILLER, 1999).
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Existem várias maneiras de minimizar, prevenir e tratar as dores no corpo
todo. Precisa-se conscientização para conseguir conciliar o trabalho, a esses
tratamentos. As terapias naturais são formas de tratamento que desintoxicam o
organismo e podem também trazer um bem estar mental e emocional. Nos países
de primeiro mundo usam constantemente estes tratamentos e ginásticas laborais
antes de iniciar o serviço e durante no caso de emergências com dores.
4 METODOLOGIA
A metodologia foi desenvolvida e baseada em pesquisa de caráter qualitativo
e exploratório, utilizando-se da técnica de estudo de caso para análise do objetivo
proposto.
O estudo além de conscientizar os profissionais cabeleireiros, também sugere
tratamentos alternativos para melhorar e/ou até solucionar possíveis dores e
desconfortos ocorridos pela falta deste conhecimento.
A pesquisa com caráter exploratório tem como objetivo maior o de familiarizar-
se com o problema, torná-lo mais explícito e construir hipóteses. Seu planejamento é
bastante flexível, possibilitando dessa forma a consideração dos mais variados
aspectos relativos ao fato estudado (GIL, 2002).
Em uma pesquisa qualitativa, o método de estudo não se baseia em conceito
teórico e metodológico unificado, são utilizadas abordagens teóricas e seus métodos
caracterizam as discussões e a prática da pesquisa (FLICK, 2004).
A presente pesquisa foi aplicada por meio de questionário, com perguntas
abertas e fechadas (APÊNDICE B) aleatoriamente com 39 cabeleireiros, com o
intuito de conhecer a ergonomia do local onde o cabeleireiro atua, bem como sua
saúde profissional. De acordo com Lima (2004) o questionário corresponde a uma
técnica de coleta de dados utilizada em pesquisas de campo quantitativo.
Formulação e aplicação de varias questões, que podem ser respondidas por escrito
ou na ausência do pesquisador.
Os resultados coletados foram tabulados em planilhas do Excel, discutidos
com base na literatura disponível e apresentados por meio de gráficos e tabelas .
Como resultado do trabalho foi elaborado um folder com informações sobre
postura corporal, riscos e doenças ergonômicas, tratamentos e prevenções e
sugestões de alguns exercícios que o próprio profissional poderá fazer em casa ou
no local de trabalho. Esse folder foi enviado por e-mail aos participantes da
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pesquisa, e também foram impressos alguns exemplares e distribuídos para a banca
examinadora do Trabalho de Iniciação Científica.
5 ANÁLISE DOS DADOS
Foram aplicados 39 questionários, de forma aleatória com profissionais
cabeleireiros, com o objetivo de conhecer suas condições ergonômicas de trabalho,
queixas de dores ou doenças inflamatórias. Os dados foram tabulados com o auxilio
do software Excel, e depois apresentados em gráficos conforme descritos a seguir.
Os profissionais que participaram da pesquisa possuem idade conforme faixa
etária apresentada no gráfico 1.
Gráfico 1 – Idade dos entrevistados
Fonte: Dados da pesquisa
Percebe-se por meio dos dados do gráfico 1, que a maioria dos entrevistados
(14) tem idade dos 30 aos 40 anos, seguido de 12 que estão na faixa etária dos 40
aos 50 anos, depois 10 de 20 a 30 anos e somente 03 (três) tem de 60 a 70 anos.
Sendo que dos 39 profissionais entrevistados, 30 são mulheres e 09 homens. O que
demostra que essa é uma profissão com predominância feminina.
Quando questionados sobre o tipo de calçado que utilizam durante a
execução de suas atividades profissionais diárias, os cabeleireiros responderam em
sua grande maioria que utilizam sapatos baixos ou tênis. Resultados estes poderão
ser visualizados no gráfico 2.
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Gráfico 2 – Calçado de uso diário
Fonte: dados da pesquisa
Observa-se com o resultado apresentado no gráfico, o quanto o profissional
está consciente em relação ao uso do calçado adequado durante suas atividades,
pois apenas um dos entrevistados relatou utilizar sapato de salto alto.
Laville (1977) cita em seus estudos que o trabalhador deve manter uma
postura de equilíbrio que respeite os segmentos corporais e não provoque uma
sobrecarga circulatória. Entende-se então que um calçado alto poderia influir
diretamente neste equilíbrio sobre as vértebras, causando uma sobrecarga
circulatória.
Em relação a outras funções acumuladas pelo profissional tem-se que 38 são
profissionais cabeleireiros, 01 (um) é ajudante e 03 (três) dos 39 entrevistados
também atuam como manicure/pedicure.
Foi perguntado aos entrevistados quais os serviços relacionados aos cabelos
são realizados pelos mesmos nos salões onde trabalham. A atividade de corte é a
mais realizada (37), conforme gráfico 3, seguido pelos tratamentos químicos (35),
depois o procedimento de escovas com 34 votos. Além destes serviços, também
foram citados: Depilação (08), manicure e pedicure (06) e maquiagem (03).
Há grande variedades de serviços em centros de beleza e que podem ser
qualificados por áreas em serviços de cortes e demais serviços em cabelo, manicure
e pedicuro, anexos cutâneos em unhas, cílios e sobrancelha, estética corporal e
facial, de acordo com Sebrae ([200-]).
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A mão de obra básica de um salão de beleza consiste em: cabeleireiros,
manicures e um especialista em depilação. O empreendedor pode cuidar do
gerenciamento do salão. É válido lembrar que o constante aperfeiçoamento e
treinamento do pessoal é de fundamental importância (SEBRAE, [200-]).
Gráfico 3 – Serviços prestados
Fonte: dados da pesquisa
Os pesquisadores perguntaram aos profissionais entrevistados quanto tempo
os mesmos trabalham como cabeleireiros. O gráfico 4 mostra que a maioria está
nesse ramo há mais de 10 anos.
Gráfico 4 – Tempo de serviço
Fonte: dados da pesquisa
Identifica-se então pelo gráfico, que 18 dos profissionais trabalham como
cabeleireiros há menos de 10 anos. Os outros 21 entrevistados já estão atuando na
área há mais de 10 anos, sendo que dois deles já são cabeleireiros há mais de 40
anos.
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Gráfico 5 – Carga horária
Fonte: dados da pesquisa
O gráfico 5 demonstra como a carga horária do profissional cabeleireiro é
excessiva, sendo que 22 dos entrevistados trabalham mais que 10h diárias, um
deles trabalha 15 horas. Isso pode contribuir para dores musculares, e até doenças
ocupacionais. Além de deixar o corpo muito cansado.
Pode ocorrer um processo de fadiga muscular se o profissional realizar uma
longa jornada de trabalho. Por isso a importâncias de diversas pausas curtas
distribuídas ao longo do dia (DULL; WEERDMESTER, 2000)
A CLT (Consolidação das Leis de Trabalho) descreve no Artigo 58 que a
duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada,
não deve exceder á 8 (oito) horas diárias (BRASIL, 2009)
Gráfico 6 – Tempo de descanso
Fonte: dados da pesquisa
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Em relação ao tempo de descanso, ou intervalo, percebe-se que todos
descansam no mínimo 30 min. Sendo que a maioria descansa mais do que 1h, ou
ainda quando não tem cliente. Também foi perguntado aos entrevistados se eles
gerenciam seus horários de serviço, 21 responderam que sim e 17 não gerenciam.
Seiwert (2007) diz que o gerenciamento total do tempo de trabalho auxilia a
aproveitar melhor o tempo e a manter a vida em equilíbrio.
Em relação a formação específica em um curso de cosmetologia e estética,
25 dos entrevistados responderam que não são formados, talvez por já estarem há
muito tempo atuando como profissional, e por dominarem a prática não achem
necessário tal formação. Entretanto, 07 (sete) são egressos do curso e 06 (seis)
estão cursando de acordo com gráfico 8. O que demonstra que esses profissionais
sentiram necessidade de uma formação mais específica, para poder aliar a prática a
teoria e para apresentarem um diferencial competitivo no mercado, uma vez que
para acompanhar os avanços tecnológicos na área da beleza é necessário um
constante aperfeiçoamento.
Gráfico 7 – Formação em Cosmetologia e Estética
Fonte: dados da pesquisa
No que tange as condições ergonômicas de trabalho, foi questionado aos
entrevistados se eles trabalhavam em pé, sentados ou alternavam as posturas.
Trinta e um deles responderam trabalhar de pé e 7 afirmaram alternar as posturas.
Abrantes (2004) destaca que a postura conveniente (que nem sempre é a
melhor) é aquela que o profissional escolhe e pode ser mudada ao longo da jornada
de trabalho.
18
Questionou-se se a cadeira utilizada era regulável, apenas um informou que
não, os demais disseram que sim. Perguntou-se também se a altura da bancada
auxiliar era adequada, 35 responderam que sim e 04 (quatro) informaram ser
inadequada.
Couto (1995) observa que as pessoas possuem estaturas diferentes, por isso
é importante que os postos de trabalhos e cadeiras sejam reguláveis, e as bancadas
auxiliares possuam alturas apropriadas.
Frisoni (2001) afirma que as cadeiras determinam a configuração postural,
assim como contribuem para o delineamento das linhas básicas de movimento do
corpo e otimização dos lugares de trabalho.
Em se tratando de doenças inflamatórias, 36 dos entrevistados responderam
que não as possuem e 3 possuem tais enfermidades. Porém, ao serem
questionados se sentem dores no corpo no final do dia, 31 responderam sentir
algum tipo de dor, e 07 (sete) não sentem.
Jayson (2001) observa que a dor é resultado de doenças inflamatórias,
doenças ósseas, tumores ou problemas no abdome e na pelve. O que pode
significar que muitos desses profissionais podem estar com doenças inflamatórias e
desconhecem. As regiões do corpo que eles mais sentem dor estão apresentadas
no gráfico 9.
Gráfico 8 – Regiões do corpo que sentem dor
Fonte: dados da pesquisa
19
As regiões mais doloridas conforme gráfico 9, são os braços, seguidos dos
pés e da coluna, depois o ombro e as pernas, a cabeça e outras partes do corpo. Os
braços doem em função do manuseio do secador, os pés, a coluna e as pernas é
devido ao longo tempo em que ficam em pé.
As mãos e os cotovelos devem permanecer abaixo do nível dos ombros, se
esta tarefa for inevitável, deve ter duração limitada. Deve haver também, descansos
regulares durante realização da mesma (DULL; WEERDMEESTER, 2000).
Perguntou-se também aos entrevistados se eles tomam algum medicamento
para amenizar as dores relatadas, 19 respondem que sim e 20 responderam não
tomar nenhum medicamento. E quanto a prática de exercícios físicos, 28
responderam que não o fazem, e 11 fazem exercícios regularmente.
Quanto ao cuidado corporal Quintanilha (2002) exclama: Sendo o seu corpo a
sua casa, em que casa perfeita você reside! Ou seja, é importante o cuidado com a
sua casa, seu corpo e sua saúde.
A alimentação é importante para qualquer profissional que tenha como
objetivo alimentação saudável e qualidade de vida. Os nutricionistas normalmente
recomendam 6 alimentações diárias. Nesse sentido, 18 dos entrevistados relataram
que se alimentam 03 (três) vezes ao dia, 11 fazem 04 (quatro) refeições diárias, 4
fazem seis refeições, conforme orientação nutricional, 03 fazem duas refeições, e
um deles respondeu que faz 05 (cinco) refeições. Percebe-se pelo resultado que a
maioria se alimenta mais do que 03 (três) vezes ao dia.
Também foi perguntado aos profissionais se eles respeitam o limite do seu
corpo e organismo, 24 responderam que sim e 15 não respeitam.
As exigências nutricionais estabelecidas pelo PAT (Programa de Alimentação
ao Trabalhador) de acordo com Rgnutri (2011) são: refeições principais (almoço,
jantar e ceia) devem ter no mínimo 1400 calorias, admitindo-se uma redução para
1200 calorias no caso de atividade leve, ou acréscimo para 1600 calorias, no caso
de atividade intensa mediante justificativa técnica. As refeições menores (desjejum e
merenda) devem ter no mínimo, 300 calorias. O percentual protéico–calórico
(NdpCal) em todas as refeições deve ser de no mínimo seis por cento. A
composição do cardápio é de: 50 a 60% de carboidratos; 10 a 15% de proteína e 25
a 30% de lipídeo.
20
Gráfico 9 – Quantidade de refeições diárias
Fonte: dados da pesquisa
A relação entre peso e estatura proposto por Quetelet no século XIX, é
utilizada para avaliar o risco de doenças. Para isto calcula-se o índice de massa
corporal (IMC), onde a faixa de peso é multiplicada pela estatura elevada a segunda
potencia por 18,5 (peso desejável mínimo) e 25 (peso desejável máximo).
(VANNUCCHI; MARCHINI, 2007), estes cálculos podem ser realizados tendo como
base a tabela 1.
Tabela 1 – Tabela para Cálculo do IMC
Resultado Situação
Abaixo de 17 Muito abaixo do peso
Entre 17 e 18,49 Abaixo do peso
Entre 18,5 e 24,99 Peso normal
Entre 25 e 29,99 Acima do peso
Entre 30 e 34,99 Obesidade I
Entre 35 e 39,99 Obesidade II (severa)
Acima de 40 Obesidade III (mórbida)
Fonte: Fontes (2011)
O cálculo do IMC é feito dividindo o peso (em quilogramas) pela altura (em
metros) ao quadrado
O gráfico 10 apresenta o resultado do cálculo do IMC dos participantes da
presente pesquisa.
21
Gráfico 10 – IMC dos participantes da pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa
Percebe-se que a maioria dos entrevistados (25) está com peso normal, 12
estão acima do peso e somente uma pessoa está abaixo. Sendo que duas optaram
por não responder esta questão. Sintetizando não foi registrado nenhum caso de
obesidade entre os sujeitos participantes da pesquisa. Há alguns problemas em usar
o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso. Por exemplo, pessoas
musculosas podem ter um Índice de Massa Corporal alto e não serem gordas.
Dessa forma, recomenda-se como método mais preciso para determinar se a
pessoa está acima do peso, a medição do percentual de gordura corporal. Tal
medição deve ser feita por profissional qualificado utilizando um medidor de dobras
cutâneas. (FONTES, 2009)
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com uma postura correta pode-se ter menos desgastes físicos, sendo mais
confortável a posição durante uma carga horária avançada de serviços. Daria um
melhor aspecto visual além de transmitir maior segurança, gerando estabilidade ao
sistema esquelético e conseqüentemente a todo organismo, podendo haver um
melhor aproveitamento no serviço prestado por este profissional.
Observou-se com a realização da pesquisa que os cabeleireiros queixam-se
de dores na coluna, pernas, ombros, braços e pés no fim do dia em função da carga
horária excessiva diária de trabalho, manuseio de secadores e muito tempo em pé
na mesma posição.
22
O Calçado adequado amenizaria as dores nos pés, e o profissional se sentiria
melhor no final do dia. Porém de acordo com os dados da pesquisa a maioria dos
entrevistados utiliza calçados baixos, suas dores são em função do tempo excessivo
em pé e pré disposição genética.
Sugere-se aos profissionais cabeleireiros que façam o uso adequado de seus
instrumentos e ferramentas de trabalho, como por exemplo, regular a cadeira para
cada cliente, uma vez que os tamanhos dos mesmos diferem; que alternem a
postura com frequência, não sobrecarregando dessa forma o peso sobre os
membros inferiores, que façam usam de secadores leves e profissionais, evitando
assim dores nos ombros, braços e punhos.
Por meio do IMC não foi identificado nenhum caso de obesidade entre os
participantes da pesquisa, a maioria apresentou peso normal e alguns estão um
pouco acima do peso. Por isso a importância de realizar seis refeições diárias e
organizar com equilíbrio sua agenda de trabalho.
Esta pesquisa também contribuiu por meio da elaboração de um folder
informativo com orientações e sugestões de tratamentos que podem amenizar as
dores e auxiliar na prevenção de doenças, distúrbios, desequilíbrios energéticos,
que diretamente ou indiretamente prejudicam a saúde do profissional.
E por fim, sugere-se ainda que os profissionais façam exercícios de
alongamentos antes de começarem sua jornada de trabalho, e durante a mesma
num intervalo de 4 em 4h.
REFERÊNCIAS
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23
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24
LIMA, Manolita Correia. Monografia: a engenharia da produção acadêmica. São Paulo: Saraiva, 2004. MARTINS, Ednéia Souza; Leonelli, Luiz Bernardo. A prática do shiatsu. São Paulo: Roca, 2002. MATUCK, Fadua. Dor na coluna: um mal da vida contemporânea. Revista Les Nouvelles. São Paulo, v.21, n.122, p.88- 92, ago. 2011. OLIVEIRA,João R.G.de O. A prática da ginástica laboral. 2. ed. Rio de Janeiro: Sprint, 2003. OLIVER, Jean; MIDDLEDITCH Alison. Anatomia funcional da coluna vertebral. Rio de Janeiro: Revinter, 1998. OTACÍLIO, João et al. Frequência de uso do calçado de salto alto e dores nos pés em mulheres. 2007. Disponível em: < http://www2.rc.unesp.br/eventos/educacao_fisica/biomecanica2007/upload/227-1-A-Joao%20Otacilio%20Libardoni%20dos%20Santos.pdf>. Acesso em: 15 set, 2011. QUINTANILHA, Antonio. Coluna vertebral: segredos e mistérios da dor. Porto Alegre, RS: AGE, 2002. RAMOS,Janine M.P. Biossegurança em estabelecimentos de beleza e afins. São Paulo: Atheneu, 2009. RGNUTRE. Alimentação do trabalhador. Disponível em: <http://www.rgnutri.com.br/sqv/curiosidades/atr.php>. Acesso em: 8 nov. 2011 SCHMIDT, Mauri Rubem. Modelagem técnica de calçados. 2. ed. rev., atual e ampl. Porto Alegre: Centro tecnológico do Calçado SENAI, 1995. SEBRAE. Ideias de negócios: centro de estética. [s.l]:SEBRAE, [200-]. Disponível em: <http://www.youblisher.com/p/117310-Ideias-de-Negocios-Salao-de-Beleza/>. Acesso: em 20 ago. 2011.
SEIWERT, Lothar J. Se tiver pressa ande devagar. São Paulo: Fundamento Educacional, 2007. SHIATSU MIMA. Taisô: benefícios. Disponível em: <http://www.shiatsumima.com.br/zmima/br/taiso/beneficios>. Acesso em: 09 set. 2011. SILVA JÚNIOR, Mario Freire da. Acupuntura tradicional chinesa. São Paulo: Livro Pronto, 2008. TRIBASTONE, Francesco. Tratado de exercícios corretivos. 1 ed. Barueri SP: Manole, 2001. VANNUCCHI, Hélio; MARCHINI, J. Sérgio. Nutrição clínica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007
25
VIDAL,Mario C. Ergonomia na empresa, útil, prática e aplicada. 2 ed. Rio de Janeiro: Virtual, 2002. UNITAU. Fisioterapia. Disponível em: <http://site.unitau.br//cursos/graduacao/biociencias/fisioterapia>. Acesso em: 8 nov. 2011.
26
APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO PARA PARTICIPAÇÃO DA
PESQUISA
ERGONOMIA EM BIOSEGURANÇA VOLTADA AOS PROFISSIONAIS CABELEIREIROS: orientações e sugestões de tratamentos
Você está sendo convidado para responder a um questionário que faz parte
do Trabalho de Iniciação Científica desenvolvido pelos acadêmicos Gabriela Souza
Raiser e Hemerson Marcos Cantos do Curso de Cosmetologia e Estética da
UNIVALI, campus Balneário Camboriú, orientados pela professora Marli Machado.
Esta pesquisa tem como objetivo abordar o assunto biossegurança e a
ergonomia voltada aos profissionais cabeleireiros, identificar alguns problemas de
doenças ocupacionais nos profissionais recorrentes da ergonomia, além de orientar
e sugerir alguns tratamentos para minimizar as dores. O resultado da pesquisa será
apresentado em banca de defesa do trabalho de iniciação científica, e também será
elaborado um folder com orientações e sugestões de tratamentos.
Eu, ______________________________, RG_____________, CPF _________
abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo como sujeito. Fui
devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos nela
envolvidos.
Local e data: _________________________________________________________
Nome: ______________________________________________________________
Assinatura do Sujeito ou Responsável: ____________________________________
Telefone para contato: _________________________________________________
27
APÊNDICE B - QUESTIONÁRIO
Nome:______________________________________________________________
E-mail: _____________________________________________________________
Idade: _________ Sexo: M ( ) F ( )
Altura: ________ Peso: ________
Calçado de uso diário: ( ) Tênis ( ) Sapato baixo ( ) Sapato alto
( ) Outro: _____________________
Função no salão: _________________________________________________
Serviços prestados: _______________________________________________
Há quanto tempo trabalha nesta função? ______________________________
Carga horária de serviço diário:______________________________________
Tempo de descanso:_____________________________________________
Nº de refeições ao dia:_____________________________________________
Fez graduação de Cosmetologia e Estetica ? ( ) Sim ( ) Não ( )Cursando
ERGONOMIA
Possui doenças inflamatórias, ósseas, tumores ou problemas no abdômem ou na
pelve? ( ) Sim ( ) Não
Consegue gerenciar bem o seu horário de serviço para não sobrecarregar seu
corpo ? ( ) Sim ( ) Não
Respeita os limites de seu corpo e organismo? ( ) Sim ( ) Não
Como você trabalha? ( ) em pé ( ) sentado ( ) alterando as posturas
A cadeira utilizada pelo cliente é regulável? ( ) Sim ( ) Não
A bancada ou carro auxiliar onde se encontram os assessórios é de altura
adequada? ( ) Sim ( ) Não
Você sente dores no corpo no final do dia? ( ) sim ( ) não
Se for sim, quais regiões do corpo?
( ) cabeça ( ) pescoço ( ) ombro ( ) Coluna
( ) braços ( ) punho ( ) mãos ( ) dedos
( ) coxas ( ) pernas ( ) tornozelo ( ) pés
Toma algum tipo de medicamento para minimizar as dores? Sim ( ) Não ( )
Pratica algum exercício diariamente? Sim ( ) Não ( )
Você conhece a doença Ler/DORT? Sim ( ) Não ( )
Gostaria de receber informações sobre ergonomia, e esta doença? Sim ( ) Não ( )
E-mail: ________________________________________________________
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APENDICE C - Folder Informativo
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