Ergonomia e Fisiologia Do Trabalho
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Ergonomia e Fisiologia do TrabalhoProf.: Leonardo Sapucaia Fisioterapeuta
O que ergonomia?
Etimologia: ERGOS = TRABALHO
NOMOS = LEI, REGRA O trabalho tem todo um pano de fundo de sofrimento:
Em latim: trabalho = tripalium; Trabalhar= tripaliare (torturar com o tripalium). Na bblia: ganhars o po com o suor de teu rosto (Gn.3,19)
Conceito"Conjunto de conhecimentos cientficos relativos ao homem e necessrios para conceber as ferramentas, as mquinas e os dispositivos que podem ser utilizados com o mximo de conforto, segurana e eficincia Alain Wisner
Conceito da Associao Brasileira de Ergonomia (ABERGO)
A ergonomia o estudo da adaptao do trabalho s caractersticas fisiolgicas e psicolgicas do
ser humano.
Objetivo da ErgonomiaAdaptar o trabalho ao homem (no o contrrio); Estudar o complexo formado pelo operador humano e seu trabalho.
Origem e evoluo da ergonomia
Foi utilizada pela primeira vez, em 1857, pelo polons W. Jastrzebowski, no artigo intitulado: Ensaio de ergonomia ou cincia do trabalho baseada natureza; nas leis objetivas da cincia da
Em 1949,
o engenheiro Murrel
criou na
Inglaterra a primeira sociedade nacional de ergonomia, a Ergonomic Research Society.
Origem e evoluo da ergonomia
Desenvolveu-se em numerosos pases industrializados, como a Frana, Estados Unidos, Alemanha, Japo, Sucia e Noruega; Em 1959 foi fundada a International Ergonomics Association; Em 31 de agosto de 1983 foi criada a Associao Brasileira de Ergonomia;
Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do pas no PPGEP/UFSC.
Desenvolvimento atual da ergonomia
Pode ser caracterizado segundo quatro nveis de exigncias: As exigncias tecnolgicas: tcnicas de produo;
As exigncias econmicas: qualidade e custo de produo;As exigncias sociais: melhoria das condies de trabalho; As exigncias organizacionais: gesto participativa.
Por que usar a Ergonomia?
Novas tecnologias, competitividade de mercado, produtividade x qualidade; Necessidade de melhoria das prticas das tarefas com: Eficcia Segurana
Qualidade
Por que usar a Ergonomia?
Alto ndice de acidentes de trabalho;
Problemas associados a doenas do trabalho;Reduo da produtividade no local de trabalho, alto ndice de absentesmo, retrabalhos, diminuio de motivao, etc; Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), proporcionando mais do que um posto de trabalho melhor, mas tambm uma vida melhor no trabalho.
A ergonomia se esfora para conhecer o comportamento do operador
Diferena entre:o
trabalho prescrito = tarefa o trabalho real = atividade
Atividade a expresso dofuncionamento do homem na execuo de sua tarefa.
Abordagem Ergonmica
Considera as capacidades humanas e seus limites:capacidade fsica; fora muscular; dimenses corporais; possibilidades de interpretao das informaes pelo aparelho sensorial (viso, audio); capacidade de tratamento das informaes em termos de rapidez e de complexidade.
Abordagem Ergonmica
Analisa as exigncias das tarefas e os diferentes fatores que influenciam as relaes homem x trabalhomateriais do trabalho: apresentao espacial e temporal:peso
Caractersticas
dos instrumentos foras a exercer disposio dos comandos dimenses dos diferentes elementos constituintes do posto e do sistema
Sinais de Alarme
Existem vrios tipos de sinais de alarme ou indicadores para um estudo ergonmico: Fisiolgicos
acelerao dos batimentos cardacos ; quantidade de ar respirado; atividade eltrica cerebral; temperatura corporal.
Sinais de Alarme Em
nvel do trabalho de erros cometidos em uma
repetitividade
tarefa; as baixas na produtividade e na qualidade da performance do operador; aumento do ndice de retrabalhos; incidentes de trabalho; acidentes de trabalho (importncia vital).
Sinais de Alarme Subjetivos queixas
eventuais dos trabalhadores (contraste entre a percepo objetiva e a subjetiva)
a noo de confortode comportamento
Mudanas
ansiedade
e irritao
Abordagens da ergonomia
Quanto abrangncia Ergonomia do posto de trabalho: abordagem microergonmica;
Ergonomia de sistemas de produo: abordagemmacroergonmica.
Abordagens da ergonomia Quanto
contribuio
Ergonomia de concepo: normas e especificaes de projeto;Ergonomia de correo: modificaes de situaes existentes; Ergonomia de arranjo fsico: melhoria de seqncias e fluxos de produo; Ergonomia de conscientizao: capacitao em ergonomia.
Abordagens da ergonomia
Quanto a interdisciplinaridade Engenharia: projeto e produo ergonomicamente seguros; Design: metodologia de projeto e design do produto; Psicologia: treinamento e motivao do pessoal; Sade: preveno de acidentes e doenas do trabalho; Administrao: projetos organizacionais e gesto de R.H.
Ergonomia participativa
Consiste nos prprios trabalhadores estarem envolvidos na implementao dos conhecimentos e procedimentos ergonmicos em seus postos de trabalho; A premissa que os trabalhadores conhecem seus postos de trabalho melhor que qualquer outra pessoa e que este conhecimento permite-lhes desenvolver uma maior compreenso e aproximao com seu trabalho.
Envolvimento paralelo
Os trabalhadores so questionados a visualizar e resolver problemas e produzir idias que iro influenciar a operao do sistema organizacional.
Ex.: CCQ (crculos de Controle de Qualidade, programas de QVT (Qualidade de Vida no Trabalho), planos de recompensa a sugestes.
Envolvimento no trabalho
Focam o projeto do mesmo de modo que isto motive o melhoramento do desempenho no trabalho.
Ex.: Enriquecimento do trabalho, grupos semiautnomos.
Auto envolvimento
Sugere uma organizao em que as pessoas dos nveis mais baixos tenham um senso de envolvimento, no somente em quo bem eles faam o seu trabalho ou quo efetivamente funcionam seus grupos, mas em termos do desempenho da organizao como um todo.
Custos
A Prioridade o esforo para justificar o custo de melhorias ergonmicas (sade e segurana); importante tambm assegurar que o custo destas seja o mais baixo possvel;
Prudente obter a melhor relao custo/benefcio.
Anlise de Custo/Benefcio
a forma predominante, entre outras existentes, para justificar os gastos com mudanas propostas pela ergonomia. diminuio de custos Benefcios melhoria de desempenho
Reduo de custos
Diminuir custos com horas extras (trabalhadores substitutos); Custos de seguros e/ou custos de compensao relacionados a acidentes ou leses;
Aes judiciais;Melhorar a qualidade e a quantidade da produo.
Benefcios
Ganhos de fcil mensurao
aumentos de produtividade e de qualidade;a reduo dos desperdcios; as economias de energia; mo-de-obra, manuteno, etc.
Ganhos de difcil mensurao
reduo do absentesmo devido a acidentes e doenas ocupacionais.
Benefcios intangveis
Satisfao do trabalhador;
Conforto;Reduo do turnover; Aumento da motivao dos trabalhadores.
Custos diretos gerados por acidentes e doenas profissionaisCausas de acide nte s Leses causadas pelo excesso de levantamentos, puxes, arremesso, tempo segurando objetos pesados Quedas Leses resultante de maus jeitos e escorreges, perda de equilbrio sem queda Quedas em nivel mais baixo (escada, ou sobre grades) Quedas de objetos sobre o trabalhador Movimentos repetitivos Acidentes no caminho do trabalho Leses por choques, batidas contra equipamentos pesados Esmagamento por mquinas ou equipamentos Contato c/ temperaturas extremas que resultam em choque trmico e queimaduras (gelo, calor) Todas causas de acide nte s % de custos dire tos para compe nsao de trabalhadore s no ano de 1998 Estimativa nacional de custo dire to para compe nsao de trabalhadore s
25.57% 11.46% 9.35% 9.33% 8.94% 6.10% 5.46% 4.92% 4.18%
$ 9.8 bilhes $ 4.4 bilhes $ 3.6 bilhes $ 3.6 bilhes $ 3.4 bilhes $ 2.3 bilhes $ 2.1 bilhes $ 1.9 bilhes $ 1.6 bilhes
0.92%
$ 3.0 bilhes
100.00%
$ 38.7 bilhes
Referncias
Couto, Araujo Hudson. Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Belo Horizonte: Ergo Editora, Volumes 1 e 2, 1995. Fontoura, Ivens. Ergonomia: Apoio para a Engenharia de Segurana, Medicina e Enfermagem do Trabalho. Curitiba: UFPR/Dep. Transporte, 1993. 36p. Apostila.
Palmer, Colin. Ergonomia. Traduo de Almir da Silva Mendona. FGV - Instituto de Documentao. Rio de Janeiro: Editora da Fundao Getlio Vargas, 1976. 207p.Sindicato dos Metalrgicos de Osasco e Regio. Vtimas dos Ambientes de Trabalho Rompendo o Silncio. Osasco, 2000. Mario Signorini. Qualidade de Vida no Trabalho. Rio de Janeiro. Taba Cultural, 1999. Atlas - Manuais de legislao Atlas. Segurana e medicina do Trabalho. So Paulo - 48EDIO:: Atlas- www.atlasnet.com.br, 2000.