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Dois acidentes em pontos distintos na cidade de São Paulo aproximam o jovem desequilibrado Yan Lafaia e a misteriosa Ana Miranda. Equilíbrio é um suspense com forte romantismo que vai prender a atenção do leitor Deixando o curioso e surpreso a cada pagina. Equilíbrio Nice Claudino Página 1 de 85

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Dois acidentes em pontos distintos na cidade de São Paulo aproximam o jovem desequilibrado Yan Lafaia e a misteriosa Ana Miranda.Equilíbrio é um suspense com forte romantismo que vai prender a atenção do leitorDeixando o curioso e surpreso a cada pagina.

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“Uma palavra ou ato na hora certa ou errada; é fatal para o equilíbrio ou desequilíbrio dum ser em evolução espiritual em todos os mundos”.

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Personagens

Yan Lafaia (um jovem desequilibrado)Ana Miranda (a misteriosa)Lilian lafaia (Mãe de Yan)Otávio lafaia (pai de Yan)

Amanda lafaia (Irmã de Yan)Humberto (namorado de Ana Miranda) Carla Miranda (Mãe de Ana Miranda)Rodolfo Miranda (pai de Ana Miranda)

Gaspar (namorado de Amanda)Cida (Diarista da família lafaia)

Maria (a cozinheira do Lafaias restaurante)Paula (a baladeira)

Kaká (o amigo de Yan)Helen (a garota estupida)Edgar (Noivo de Beatrice)

Guia (espiritual)

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AgradecimentosTeka Luiz

Eu dedico a: Meu filho Igor Batista, a Minha Irmã Thide Claudino e ao meu marido

Gil Soares.

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Capitulo I

04/06/2009

Era madrugada, tudo estava tão calmo, ouviam-se apenas os mínimos ruídos noturnos como o tique-taque do relógio na parede da cozinha, o barulho do vai e vem dos carros Passando nas ruas, o vento soprando de vagar e balançando as arvores... Lilian estava na cozinha tomando um copo de água, e ouvia seus próprios passos na medida em que ela caminhava e as batidas suaves do seu coração, tamanho era o silencio naquela madrugada.

Ela foi à janela da cozinha, abriu-a, sentiu o vento forte em sua face e bagunçar seus cabelos loiros e ralos. Fechou rapidamente a janela reforçando um pouco mais, para que o vento não balançasse tanto a janela.Voltou e Sentou-se na cadeira.

Em um dado momento, Ela viu o trinco da porta da cozinha se mover e a porta abrindo-se lentamente, e ficou assustada, mas logo viu Yan entrando. Ela arregalou seus grandes olhos azuis:_ Filho que susto... Estar bêbado novamente?_ Mãe, não mim venha com sermão! Eu sei que estou errado, mas, me deixa! Logo, logo ficara livre de mim. _ Não diga bobagem! Eu não quero ficar livre de você... O que quero é que fique livre desse vicio maldito! _Yan retrucou:_ Não é vicio, e muito menos maldito! _Ele continuou a falar pausadamente:_ Eu só quero me encontrar._Desse jeito você vai é se perder! _ Disse Ela diminuindo o tom de voz.

Yan apalpou os bolsos e pegou o maço de cigarros e o isqueiro; acendeu um e foi para seu quarto. Lílian ficou lá parada e tremula, se perguntando: “Até quando vou aguentar isso? Meu D us* me ajuda, dai-me forças”. Ela chorou muito e ficou lá por horas sem vontade de retornar ao quarto.

Yan se jogou na cama e dormiu sem ao menos tirar os sapatos.

Cida trabalhava de diarista na casa dos Lafaias, duas vezes por semana. Os Lafaias eram uma família paulista de classe media. Dona Lilian Lafaia era uma senhora com pouco mais de quarenta anos, mas tinha uma disposição incrível. Dizia que não tinha necessidade de uma empregada domestica “Alguém que faxinasse a casa duas vezes por semana estava de bom tamanho”. Dizia ela.Lilian e Otávio seu esposo, que era cinco anos a mias que ela, tentava educarem seus filhos fazendo sempre o que estava ao alcance. Sem muito rigor mais também nunca mimaram de mais os filhos. Yan e Amanda sempre tiveram o necessário e até um pouco mais.Amanda que era a caçula, com cinco anos de diferença, referente a Yan, estudava em colégio judaico. Yan também estudou em colégio judaico. Otavio achava que seria melhor para a formação tanto profissional como religiosa e ajudaria aos filhos a tornarem-se pessoas de bem. Yan teria terminado a faculdade de gastronomia, se não houvesse trancado.

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Yan era um filho maravilhoso, adorava estudar, Possuía uma inteligência assustadora, dominava todas as matérias, principalmente física, biologia, e química. Tinha o abito de quando o professor passava questionário, ele já ia copiando e respondendo ao mesmo tempo. Quando os outros colegas de sala terminavam de copiar, ele já havia terminado de responder. Era sempre o primeiro a executar as atividades e provas. Tirava sempre notas altas. Erra sem duvidas o melhor; não só da sala, mas de toda a escola.

Quando tinha atividades em grupo, todos queriam ficar com dele.

(*Forma de escrita para Deus segundo a religião judaica)

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Quando pequeno, frequentava a sinagoga com os pais, era carinhoso, atencioso, divertido, tinha um senso de humor incrível e adorava ajudar a mãe a cozinhar. Mas aos 12 anos de idade, desenvolveu o vicio de fumar. Aos 13, começou a beber e mais tarde começou a usar drogas também. Abandonou o judaísmo e adquiriu uma contunda fria e ausente mediante a família.

Aos 18 anos Yan, engessou na faculdade de gastronomia, mas um ano depois, trancou.

Amanda, ao contraio de Yan, sempre seguiu os conselhos dos pais, era uma excelente filha. Ela tinha seus defeitos claro, mas nada que se comparasse aos de Yan.

A rotina na casa dos Lafaias começava às oito da Manhã. Lilian era a primeira a acordar, em seguida Otávio. Os dois preparavam o café sempre juntos. Amanda descia quando a mesa já estava posta; fazia sua refeição e depois subia para arrumar seu quanto. Lilian sempre ensinou tanto para Amanda, como para o Yan, que o quarto deles era obrigação dos próprios arrumarem e manterem limpos. “vocês quem sabem como gostam que fiquem suas coisas, e também se não gosta que mexam; bom proveito cuide dos seus pertences.” Dizia ela sempre aos filhos. Quanto a isso, eles nunca haviam reclamado; até ajudavam nas tarefas domesticas para que a casa permanecesse em ordem até a próxima visita da diarista Cida. Amanda estudava no período intermediário e da escola seguia direto para o restaurante.Yan era sempre o ultimo a descer. E nos últimos tempos, tomava café sozinho e às vezes nem tomava, ia direto para o trabalho, sempre atrasado.

Cida tocou a companhia na casa dos Lafaias, as 008:00: min em ponto, na manhã de segunda feira. Era sempre pontual, não foi atoa que Maria a indicou para Lilian que era muito exigente e organizada; a casa estava sempre impecável. Lilian se preocupava com tudo dês da alimentação da família, educação dos filhos, organização e limpeza da casa; assim como também o caráter e comportamento dos filhos. Ainda contava com a ajuda do marido, que era um tanto exagerado quando se tratava da religião; queria que os filhos seguisse a qualquer custo o judaísmo. Otavio era descendente de judeus, e queria manter a tradição; quando na verdade nem ele mesmo seguia ao pé da letra. Casou-se com Lilian que não era judia, só se converteu ao conhecê-lo. Fora isso, era bom pai, dedicado tanto para os filhos, como para a esposa. Era um homem honesto e justo. Sem duvida havia muito amor entre aquele casal e amor entre pais e filhos.

Lilian também cuidava da economia da casa, não que ela fosse pão dura, mas, sabia o quanto era difícil ganhar dinheiro justo, para gastar desnecessariamente. Otávio era da mesma opinião, mas às vezes abria a mão de mais principalmente para o Yan, aquela velha historia “filho rebelde sempre ganha mais atenção dos pais”. Na tentativa que os filhos se arrependam e reconheçam que estão errados; é natural que todo pai faça isso erradamente.

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Cida nunca entrava nos quartos para limpar exceto o do casal, mas ela viu a porta do quarto de Yan aberta e por curiosidade entrou, e ficou horrorizada com a bagunça e o mau cheiro. Ela bateu na porta do quarto do casal, Lilian estava se preparando para ir ao trabalho. Ela abriu a porta:_Cida, precisa de alguma coisa?_Sim Dona Lilian, e que... A senhora me perdoe sei que já disse que não é minha obrigação arrumar os quartos das crianças, mas o Yan já saiu e deixou a porta aberta, e não teve como não ver a

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bagunça, e sentir o mau cheio que esta emanando do quarto dele! Se a senhora quiser posso dar uma arrumada lá. _Lilian franziu a sombra selhas e disse:_Vamos da uma olhada.

Elas foram até lá. Lilian ficou chocada. CDs fora das capas amontoados, toalha molhada na cama, roupas jogadas pelo o chão, pratos, copos, colheres, garfos em cima da comada, cama desfeita, banheiro molhado, cuecas jogadas no banheiro, pontas de cigarros num cinzeiro imundo, e numa gaveta que estava aberta algumas gramas de maconha. Lilian se sentiu envergonhada e disse: _Faça isso Cida, minha querida, limpe tudo, organize e queime essa porcaria! Eu vou conversar com ele._Dona Lilian não fique assim, hoje em dia é triste criar um filho num mundo cheio de armadilhas como esse, por isso não quero me casar, e nem ter filhos.

Cida tinha vinte e sete anos. Era morena, de estatura média, magra de olhos brilhantes e pretos. Seus cabelos eram cacheados e sempre presos no alto da cabeça._Cida não precisa me tratar de “Dona”. Eu não sou dona de nada... Nem dos meus próprios filhos!_Cida não disse nada só confirmou com um aceno de cabeça positivo. _Vamos ver também o quarto de Amanda, acho que confiei de mais na minha autoridade e que eles realmente acatam. _ Disse Lilian.

Elas bateram na porta do quarto de Amanda uma voz avisou: “pera ai! Já vou estou trocando de roupa”.

Um minuto depois ela abriu a porta:_Que caras são essas?_Vamos da uma olhada no seu quarto. _Disse Lilian.

_Pode olhar. _Disse Amanda despreocupada, mas um tanto surpresa ao mesmo tempo. As duas entraram e olharam, tudo estava em perfeita ordem e meticulosamente limpo. Lilian abriu as gavetas e só achou alguns cartõezinhos de amor que ao ler, a fez sorrir com a inocência das palavras escritas neles._Mãe, Não debocha das minhas coisas._Então, o quarto da Amadinha, eu não preciso mexer? _Perguntou Cida._Não, ainda bem que não. _Disse Lilian aliviada. _Você vai limpar o quarto do Yan agora? _ Perguntou Amanda curiosa._ Lilian explicou:_É filha, você precisa ver o horror que está lá._Eu já vi outro dia. _E porque não me disse?

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_Mamãe, não quis preocupa-la, achei que uma hora ele ia limpar; e já faz tempo hem? Aliás, olha ai! O máximo de castigo que ele vai levar, é que a Cida arrumará tudo! _Lilian não disse nada sabia que a filha tinha razão e desceu apressada quando Otavio gritou do andar de baixo: “Lilian, vamos se não chegaremos atrasados”.

Otavio e Lilian seguiam juntos para o restaurante.

A primeira a chegar ao restaurante era sempre a Maria, (que era tia da Cida a diarista) Maria sempre chegava pontualmente às oito da manhã, e ia adiantando as tarefas. O restaurante funcionava das 10h00min as 22h00min. Mas Maria por ser a cozinheira, entrava mais cedo assim saia mais cedo obviamente. Quando Yan chegou ao restaurante, Lilian o chamou no escritório.

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_Yan Que bagunça é aquela no seu Quarto?_Eu ia limpar depois. _Depois do que? ... Se fosse só a bagunça estaria ótimo; a Cida deve ter dado um jeito. O Problema maior é outra coisa._Por que a senhora foi mexer nas minhas coisas?_Você deixou seu quarto aberto não tinha como não sentir o mau cheiro que saia de lá! Eu pedir pra Cida limpar só por hoje! Faça-me o favor de manter limpo e organizado como o de Amanda. _Yan ficou em silêncio por uns instantes e de súbito perguntou:_E as minhas ervas? _Aquilo? Eu queimei!

_ Na verdade quem havia queimado foi a Cida, a mando de Lilian é claro, mas ela não diria isso ao Yan, se não sobraria para a pobre Cida._Você não tinha o direito de fazer isso!_Tenho, por que você é meu filho, e está na minha casa!_Então se o problema for esse, eu saio da sua casa!_Yan não é isso... _Ele saiu batendo a porta do escritório e Lilian correu atrás dele._Yan Lafaia, você não pode ir, a Maria não vai dar conta do serviço sozinha. _Yan não deu ouvido e se foi. Lilian ficou chorando.

_Não chore dona Lilian, _Disse Maria tentando a consola _Isso é só uma fase ruim, tudo vai passar._Como você pode saber disso?_Eu sei..._Mas como você vai conseguir fazer o serviço sozinha?_Eu me viro, já está tudo adiantado, tenho feito isso todos os dias... _Ela deu uma pausa antes de continuar._ faz tempo que isso vem acontecendo não é? O Yan sempre chega muito atrasado, e quase sempre sai. Eu tenho que fazer tudo praticamente sozinha mesmo._Ho! Maria desculpa, no momento, não estamos podendo contratar mais funcionário. O movimento está fraco. Mas eu vou te dar um aumento, não vai ser muito, mas, espero que ajude. Afinal, salário nem um, paga uma ajudante como você, que além de ser uma excelente funcionaria, é amiga e compreensiva. _Obrigado Dona Lilian._E quando as coisas melhorarem contrataremos pelo menos uma pessoas pra ficar no caixa; dai eu posso da uma ajuda maior pra vocês na cozinha. E não me chame de dona, já disse isso para sua sobrinha também, basta Lilian. Você e ai Cida já fazem parte da minha família.

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_Obrigado você é como uma filha pra me. _As duas se abraçaram e em seguida foram cuidar das ocupações.

Maria era mesmo muito querida pelos Lafaias; já trabalhava com eles há mais de quatorze anos. Aliás, ela foi a primeira e única cozinheira do restaurante. Quando eles abriram o estabelecimento, eram apenas Lilian e Otavio. Lilian cozinhava e Otávio ficava no balcão e ajudava Lilian a servir as mesas. As crianças eram muito pequenas Yan tinha sete anos, e Amanda apenas dois. E foi assim que Yan começou a desenvolver seu gosto pela culinária. Sempre depois da escola, passava no restaurante e ficava lá com a mãe. Curioso, ia mexendo em tudo e perguntava muito. Começou ajudando a lavar a louça, depois cortar legumes e assim quando perceberam, ele tinha virado um cozinherinho

Mas essa correria durou pouco porque logo o negocio começou a crescer e estava muito pesado para Lilian, ter que cuidar da casa de Amanda, que era praticamente um bebê. Mediante isso, resolveram contratar uma cozinha e, foi assim que Maria apareceu na vida dos Lafaias. Era uma mulher honesta e afetuosa, Tinha um carinho de mãe pelas crianças e em especial pelo Yan.

Maria tinha 10 anos a mais que Lilian. Possuía olhos Pequenos e redondos, mas muito ligeiros e sexto sentido incrivelmente exato.

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Era baixinha, apenas um metro e sessenta, Morena de cabelos castanhos escuros até os ombros, volumosos, mas sempre bem presos num coque.

Yan foi para a casa de um amigo que fazia parte de um moto Club. Kaká era um homem de trinta anos, barbudo, cabelos até os ombros, castanhos, adulados, olhos grandes e verdes, magro e vivia sempre desarrumado. Kaká tinha uma oficina mecânica onde ele modificava motos e carros transformando os em triciclos. Ganhava a vida com isso. Era fumante e bebia também. Às vezes queimava umas pontas, como eles diziam, mas não era viciado.Fora isso era boa gente, tranquilo, e sempre dava bons conselhos para Yan.

_Ai, Kaká! _ Yan o cumprimentou. _Kaká ergueu a cabeça para vê-lo. _Beleza cara. _Respondeu Kaká_E esse ai? É encomenda? _Perguntou Yan, referindo se ao carro que o Amigo mortificava._Não, esse é meu, Para o próximo concurso.

_ Que massa tá ficando ótimo... Lá em casa tá osso. Disse Yan mudando de assunto._que pegou dessa vez por lá?_Minha mãe achou minhas ervas, e o pior de tudo, tascou fogo!_Não leve a droga tão a sério garoto. Vejo que você não está preocupado se sua mãe ficou chateada por ter descoberto tuas paradas; está chateado com o prejú que teve. Tá colocando a droga a cima da sua mãe? Isso é mau!_Não é isso! De jeito nem um! Minha mãe é tudo pra me. Mas você está falando como um careta; tú também queima umas pontas!

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_Mas é só de vejo em quando. E eu não mudo de personalidade só por que queimei uma ponta ou bebi. O problema teu, é que não tem equilíbrio, bebe um pouco e já desmaia por ai. Uma hora quem sabe eu paro de vez com essas merdas. Para com isso você também moleque; isso não é caminho pra ninguém, só ferra com o cara.

À noite Yan pegou a moto e foi a um rock bar no centro de São Paulo. O wish in the jar rockbar, era o lugar mais frequentado pelos jovens que curtem rock n rol, e também pelos os motos clubes.

Ele pediu uma bebida e ficou observando o movimento, todos agitados na maior euforia, rindo, conversando, casais namorando, grupos de um lado e do outro e outros jogando esnuque. Tanto a musica como o ambiente era agradável ao gosto dele.

De repente chegou Paula, uma companheira de balada. Ela era dessas garotas jovens e sem visão de futuro. Tinha apenas dezoito anos. Os cabelos eram curtos até a nuca, num corte repicado e vermelho. De certa forma, ela era uma garota bonita; mas já apresentava sinais físicos de quem passa noites nas baladas. Ela bebia muito, consumia cigarros um atrás do outro, já tinha cheiro de uísque e cinzeiro impregnados nos cabelos e nas roupas. Ainda que estivesse usando o melhor perfume, aquele cheiro não saia, só piorava. Morava sozinha por que tinha vindo de outra cidade para estudar, mas, no entanto, havia abandonado os estudos.Era muito magra e alta, os olhos grandes cor de amêndoas e com muitas olheiras, nariz grande e afinado. Ela ao vê-lo foi ao seu encontro sorridente._ E ai Yan?_ Oi Paula, Tudo bem? _Ele a cumprimentou com um beijo na face e um abraço._ Eu estou ótima, e você continua gostoso? _Ele sorriu._ Quer tomar alguma coisa?_Claro!_ O que?

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_Qualquer coisa, dês dê que tenha álcool. Os dois deram uma gargalhada. Yan pediu a bebida e foram até uma mesa e sentam-se. _ e ai? Ta fazendo o que da vida? _Paula perguntou._ O de sempre, bebendo fumando e queimando... _risos_ Mas, e o coração?_ estar funcionando ainda, se não como estaria vivo?_Não seja bobo! Sabe do que estou falando. _ Yan pensou um pouco antes de conclui.

_ continua vazio. _Ela fez beicinho e falou em tom de deboche:_ E eu?

_ você de vez em quando é muito bom. _Paula puxou o pescoço de Yan e Beijo-o._ vamos sair daqui? _ pra onde vamos? _Ela falou no ouvido dele bem insinuante._ para meu quarto.

Eles saíram do wish in the jar Rock bar, pegaram a moto. Partiram em alta velocidade. Paula na maior adrenalina, Gritando, sorrindo e abrindo os braços. Chegaram à casa de Paula, bêbados e sorrindo a toa. Paula pegou um baseado e ofereceu para Yan. _vai um teco?

_ Manda.

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Os dois ficaram no maior barato. Sem perder tempo, tiraram as roupas, foram para o quarto e transaram.

Quando terminam logo em seguida Yan começou a se vestir.

_ tenho que ir. _ Ele disse _Ela respondeu com a voz sonolenta e suave.

_ fica, dorme comigo. _Yan respondeu em Tom seco. _não, sabe que não gosto! _Ela insistiu._ só dessa vez. Vai... _Ele não respondeu. Terminou de se vestir só deu um Tchau.

Yan se foi. Paula suspirou chateada Embora, estivesse acostumada a ser usada daquela forma não só pelo Yan, mas por muitos outros homens. Mas ela também tirava proveito disso, no fundo gostava, achava que isso era ser livre. Ela virou para o outro lado da cama se aconchegou nas cobertas e dormiu.

Ao sair da casa de Paula, Yan foi á outro bar, já perto da sua casa. Ele ficou sentado no balcão tomando tequila e pensando. Não conseguia intender por que aquele vazio não o abandonava. Pediu mais uma bebida, Acendeu um cigarro atrás do outro tentando acalmar seus anseios.

Depois de muitas doses de vários tipos de bebidas Yan, saiu do bar quase não aguentando andar; cambaleava para um lado e para outro até que caiu num canto.

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13/06/2009 as 07: 00 min. Da manhã.

Yan ainda estava desacordado quando Um guarda se aproximou:

_Moço... Moço? Acorde...

O guarda acionou a policia. Alguns minutos depois chegou uma viatura, os policiais desceram e o guarda relatou o ocorrido:

_ Ele não acorda estou aqui á quase 30 minutos.

Um dos policias se aproximou de Yan e verificou os pulsos, em seguida olhou para o companheiro fazendo sinal de positivo. _ pelo menos estar vivo.

_ Será que estar com os documentos?

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_vamos ver. _o policial apalpou os bolsos de Yan:

_ Sim, trata-se de Yan Lafaia, vinte e dois anos. _Eles colocaram Yan na viatura e o levaram para um hospital.

Lílian estava no trabalho o telefone tocou, ela atendeu.

_ Alô._ Por favor, a senhora Lilian Lafaia?_ Sou eu...

_ O seu filho Yan Lafaia, foi encontrado desacordado em uma esquina, hoje pela manhã, mais está consciente e passa bem. A senhora poderia vir até aqui?

Lilian ficou em choque suspirou apertando os finos lábios, e ficou muda por alguns instantes...

_Senhora?! _Sim... Sim, senhorita, eu estou indo agora mesmo.

Lilian desligou o telefone, chamou Amanda que estava servindo as mesas.

_ Filha. _Fez sinal para que Amanda fosse até ela.

_Toma conta do restaurante que tenho um assunto urgente para resolver.

Amanda percebeu o nervosismo da mãe e logo deduziu que fosse algo com o Yan, mas Lilian saiu correndo sem dar maiores explicações.

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Um pouco mais tarde.

Otávio chegou ao restaurante.

_Amanda cadê sua Mãe?

_Ela saiu nervosa, pediu para que eu tomasse conta do restaurante, mas não me disse o motivo. Acredito que aconteceu alguma coisa com o Yan, pôs ele não apareceu desdê ontem depois da discussão com a mamãe.

_Otávio ficou espantado. _Ligue pra ela Por favor, filha. _Amanda ligou para o celular da mãe.

_Mãe, onde você está?

_eu estou num hospital vim buscar o Yan. Não se preocupe, está tudo bem; quando chegarmos eu explico. Não foi nada grave ele já está de alta.

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_O papai esta preocupado.

_Diga que está tudo bem. Beijo filha.

_Pai, ela está num hospital com o Yan.

_O que aconteceu?

_Disse que quando chegar explica. Ele já está de alta

_Não sei por que ela não me avisou! _ Otávio reclamou.

Quando Lilian chegou em casa com Yan, Otavio e Amanda já estavam esperando na sala impacientes.. Otavio nervoso torcia a boca para um lado e para o outro, de vejo em quando coçava a barba e o centro da cabeça; era um habito que ele tinha quando ficava nervoso ou muito pensativo. Otavio levantava e olhava pela janela da sala, esperando ver Lilian chegar. Os minutos pareciam horas pra ele. Amanda observava atenta a silhueta do pai muito alto e esguio, o rosto moreno ruborizado de preocupação. Hora ele olhava para filha, com aqueles olhos grandes e negros, querendo perguntar algo, mas acabava por fim, não perguntando nada, franzindo a testa, desviava o olhar para o relógio da parede, que parecia fazer um barulho enorme tamanho era o silêncio na sala.

Finalmente as horas de agonia chegaram ao fim, Otavio avistou Lilian chegando com o Yan, e foi logo perguntando:

_ Lilian porque você foi sozinha e não me disse nada?

_ não quis preocupa-lo! E essa não é a primeira vez que isso acontece, não é verdade?

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_Lilian sem se conter começou a chorar cotando as palavras:

_E sei que não será a ultima também! O Yan não vai parar, até que nos matem de preocupação, ou morra por ai! Ele foi encontrado outra vez desacordado.

_ desculpe amor, calma! Não diga isso, sei que está cansada, mais quem sabe dessa vez ele tome jeito, não é Yan? _Yan nada disse.

Eles levaram Yan para o quarto, o acomodaram na cama. Lilian deu um beijo na sua cabeça em quanto Otávio acariciava a mão dele e a da Lilian ao mesmo tempo. Amanda só observa com dó dos pais. Às vezes, ela o odeia por fazer seus pais sofrerem tanto.

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Otávio saiu do quarto. Amanda que estava na porta passou o braço pela cintura do pai em sinal de solidariedade, ele retribuiu abraçando a filha também e se retiram. Lilian ficou ali esperando uma resposta positiva de Yan.

_filho, quantas vezes vou ter que passar por isso? Uma hora pode ter acontecer algo mais grave.

Ela olhou fixamente nos olhos dele esperando respostas, mas ele permaneceu com o rosto sem a menor expressão de arrependimento; não respondeu nada e adormeceu.

Lilian saiu do quarto. Sabia com toda certeza que ele não ia parar; ela Não tinha nem sabia mais o que fazer.

Apesar do Yan, não ter prometido nada aos pais, ele passou alguns dias sóbrio.

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Capitulo II

09/07/2012

Lilian chegou do trabalho às 22h30min, acompanhada de Amanda, e Otavio. Em quanto cada um se dirigiu aos seus aposentos, ela foi até o quarto de Yan, bateu na porta varias vezes e nada de resposta. Lilian abriu a porta de vagar, olhou em volta, chamou mais uma vez... Sem sucesso. Ela percebeu que a porta do banheiro estava

entre aberta; foi se aproximando de vagar e chamou novamente:

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_Filho...

Tudo continuava no mais absoluto silêncio. Ela abriu a porta do banheiro de vez... Não tinha ninguém.

Lilian saiu do quarto, e procurou o por toda a casa, em vão. Finalmente foi para seu quarto.

Otavio já estava na cama examinando *a torá sagrada.

_O Yan não estar em casa, já procurei por todo parte, será que voltou a beber?_Ele deve está chegando querida, acho que só foi da uma volta. Não se preocupe.

Otavio Fechou o livro e depositou-o na mesa de cabeceira. Procurou tranquilizar, a esposa, Mas Lilian sentia uma angustia mais forte desta vez.

Ela fez uma oração, pedindo que Deus enviasse um “anjo” para proteger seu filho.

Otavio também estava preocupado, porem, não queria demonstrar para que Lilian não se apavorasse ainda mais. Ele a abraçou e ficou passando a mão na cabeça dela.

_ Tente dormir, vai ficar tudo bem, vamos dormir sim?

Em resposta Lilian apertou a mão dele que estava ao redor de sua cintura confirmando seu pedido.

29/07/2012. 00h30

Yan saiu do wish in the jar rokbar, e subiu na moto embriagado. Pegou a estrada e saiu sem rumo algum em alta velocidade.

A estrada estava escura e chovia. Carros passando bem perto da moto de Yan. Ele de alguma forma sentiu uma estranha sensação. O vento na sua pele mais nítido; talvez por estar correndo na sua harley, sem limites. Não sabia de onde vinha aquela sensação, ele nem sabia ao certo o que era. “Yan se pergunta sorrindo:” É medo? Felicidade? Carência? Não sei... “Acho que eu só não quero saber de mais nada, e chegar a lugar nem um”.

*(Livro sagrado judaico)

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Sem que o Yan se dessa conta, surgiu uma carreta saindo duma travessa da Avenida Aricanduva, em alta velocidade e chocou-se com a moto arremessando a pra fora da estrada. Com a brutalidade do impacto o capacete saiu, e Yan bateu a

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cabeça. Foi tudo muito rápido. Ele apagou...

O dono da carreta não se feriu e prestou socorro acionado a policia.

Yan confuso viu uma luz que se aproximou e transformou-se numa mulher. A luz que emanava dela era muito intensa, o que impediu que ele visse o rosto,

Conseguiu ver os cabelos da mulher, intensamente pretos.

Ela pegou na mão dele e disse:_ Yan, ainda não é sua hora, não pode ser! Acorde!

Yan acordou e viu policiais se aproximarem. Um dos policiais era o mesmo que levou Yan para o hospital da ultima vez que ele havia sido encontrado desacordado.

O policial comentou com o colega:

_Esse garoto de novo? Essa juventude parece que querem se matar de qualquer jeito!

_Yan apagou novamente.

Policias falam no radio: Emergência, acidente na rodovia Aricanduva a vitima está gravemente ferida.

06h00min

o telefone tocou na residência dos Lafaias. Otávio e Lilian estavam dormindo. Lilian acordou com o toque do telefone, com o coração aflito ela deu um pulo Da cama. Otávio, também acordou e se apressou em atender a chamada antes de

Lilian.

_querida deixe que eu atendo!

_OH! Querido, por favor, faça isso; porque receio já saber do que se trata.

Em outro ponto da cidade as 08h00min

a família Miranda estava saindo pra o trabalho atrasados como era de costume. Dona Carla Gritando:

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_Ana desce, vamos chegar atrasados outra vez por sua culpa!

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Ana desceu com o fone nos ouvidos, sem dar atenção pra mãe. Os Mirandas Eram uma família de classe pobre, muito desorganizada, não tinha horários pra nada. Dona Carla era fumante e alcoólatra. Rodolfo e Carla tinha a mesma idade, cinquenta anos, apesar de que Dona Carla parecia bem mais velha que Rodolfo, por conta do alcoolismo e do tabagismo. Ela era muito nervosa e vivia reclamado de tudo e de todos. Tinha sérios desentendimentos com Ana. Ana detestava o cheiro de cigarro que ficava na casa inteira e por ironia, já tirava alguns tragos, e de vejo em quando fumava maconha, assunto esse, que os pais desconheciam. Também bebia quando saia com o namorado Humberto. Rodolfo não bebia, mas, fumava.

Um corre, corre danado, por fim, eles entraram no carro com Dona Carla praguejando.

_Calma querida, já, já chegaremos. _ Disse Rodolfo e saiu em disparada. Dona Carla reclamando:_ Não precisa ir tão de pressa!_ Virou para a filha e disse:_ E você Ana, trate de tirar esse esmalte horroroso das unhas! _Ana sorriu irônica._ Pra mim está lindo, você é quem não sabe se produzir. E eu já tenho 21 anos, sou uma mulher; Por isso não me diga o que fazer. E ridículo é esse seu cheiro!_Parem já as duas. _Rodolfo gritou. Virando se par traz. A discursão no carro ficou tensa tirando a concentração de Rodolfo. Nesse momento ouve-se uma brecada, Rodolfo viu um Ônibus aproximando-se do carro dele, tentou desviar mais sem sucesso, o Carro chocou-se com o Ônibus.

A família de Yan chegou ao hospital. Eles entraram no quarto.O medico chamou a família para falar do estado dele:

_ Yan teve traumatismo craniano, fraturou uma costela, um braço e uma perna, além de pequenas escoriações por todo corpo. Mas apesar de tudo isso..._ O médico fez uma pausa. _ Ele está consciente, e um rapaz de muita sorte. Fiz algumas perguntas às quais ele respondeu corretamente: Sabe seu nome, sua idade, nome dos pais... Não ha sinal de perca de memoria.ele vai passar por algumas cirurgias por isso ainda corre risco. Se vocês tiverem fé, ore muito porque sou médico, mas, acredito que há muito mais coisas além da medicina que não conseguimos explicar.

Todos permanecem sem palavras. Lilian apenas chorava baixinho abraçada com a filha.Otavio quebrou o silêncio dizendo que eles eram judeus e tinham muita fé. _Isso é muito bom. _disse o Médico.

Uma ambulância chegou ao hospital. Com A família Miranda. A direção do hospital tentou entrar em contato com parentes mais só conseguiu encontrar o namorado de Ana.

Humberto foi ao hospital e recebeu a noticia de que os pais de Ana não resistiram ao acidente e morreram. Ana havia batido a cabeça e teve traumatismo craniano e encontrava-se em coma profundo. Humberto ficou parado sem reação, tentado acordar daquele pesadelo, em vão. Era a mais pura realidade. Talvez esse fosse o fim do circulo que envolvia ele a Ana. Humberto era um rapaz de vinte e seis anos, mas uma criatura perdida na vida e nos vícios. Era sempre acusado pelo pai de Ana, de ter a levado para o “mau caminho”. De certa forma, Seu Rodolfo tinha razão quando ela o conheceu, tinha apenas dezoito anos, e era uma menina doce e estudiosa. Pretendia fazer faculdade

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de odontologia. Mas depois que conheceu Humberto, nem falava, mas nisso, nem de futuro algum.

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Humberto, não tinha nem o ensino médio completo. Trabalhava de ajudante geral numa metalúrgica, e gastava seu dinheiro com bebidas, cigarros, drogas e baladas.

Humberto levou as mãos aos cabelos lisos e num corte Chanel, levantou-se e foi pra casa, no momento não havia o que ele fazer.

Kaká soube do que houve com o amigo e foi ao restaurante do Lafaias, pedir permissão para visitar o Yan, já que a amizade deles não era vista com bons

olhos pelo Otávio, achava que o Kaká era uma má influência par o filho. “Esses motoqueiros, roqueiros são tudo amantes do mal e drogados; não

gosto nada do Yan por ai com eles” Dizia Otávio.Lilian permitiu a visita; felizmente não pensava como o marido, sabia que no fundo, Kaká era uma boa pessoa, mas, pediu pra ter cuidado, para que Otávio não ficasse

sabendo disso.

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Capitulo III

Em 13/08/2009

Yan havia realizado as cirurgias, e teve alta. Milagrosamente, não ficou com nem uma sequela.

Ele decidiu que definitivamente iria parar de beber, de fumar, e parar de vez com as drogas. Ajudar os pais a levantar o pequeno restaurante Judeu, e retomar a faculdade de gastronomia a qual, havia trancado. Sabia que não ia ser fácil, mas, ia se esforçar pra que isso desse certo.

Passando-se alguns dias, Yan sofria a terrível crise de abstinência; uma vontade louca de fumar, beber, usar drogas e sai. Mas quando lembrava que quase acabou com sua vida ele se controlava.

Depois do acidente ele começou a ter um misto de sonho e pesadelo quase todas as noites. Via a mulher, Ouvia sua voz, outra hora, uma musica a qual ele acordado, nunca havia ouvido. Ele nunca falou desses sonhos pra ninguém nem mesmo pra Kaká “será que acreditaria? Melhor não falar nada”. Pensava ele.

Sozinho no quarto ele suava sentia calafrios _Uma pontinha só... Só um gole só mais um.Ele foi ao telefone tremulo digitou o numero do Kaká quase não conseguindo. _Alô, Kaká_Fala meu brother. _ não estou aguentando meu, tá me consumindo sabe?_Aguenta ai, força meu irmãozinho._Queria ir ai, mais tenho medo de acabar saindo para outro lugar você sabe._Sei tu não sabe o quanto queria que estivesse aqui, mais para teu bem truta, não vem não! _está bem tchau.

Yan desligou o telefone e foi para a cozinha beber agua. Ao atravessar a sala Viu Lilian sentada no sofá.

_Acordada há essa hora mãe? _Ele consultou o relógio. _são 003:00: h da madrugada. _E que ainda perco o sono pensando que você vai sai pra beber... E outras coisas mais._Mãe não faça isso! É ruim pra sua saúde sei que é uma mulher forte, mas, não é mais uma garotinha, precisa dormir.

_Eu sei filho. Promete pra me que não vai mais fazer essas coisas. _Yan abaixou-se enfrente a ela, olhou para a mãe, com aqueles belos olhos azuis brilhando de pesar._Fiz vocês sofrerem muito né mãe? _ Ela assentiu com a cabeça que sim._Olha mãe, eu estou me esforçando ao máximo, e vou me esforçar mais um pouco, mas não quero levantar no meio da noite e te ver acordada as 003:00h da

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madrugada, sendo que vai levantar às 008:00 Min. Da manhã, para preparar o café, e depois ir trabalhar até as 22h00min.

_E você meu filho por que está acordado também há essa hora?

_tive um pesadelo. _como era o pesadelo? _ Há! Não lembro direto era muito confuso. Vou tomar agua e tentar voltar a dormir, faça o mesmo, dona Lilian.

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Capitulo IV

Três meses se passaram

Tudo estava ocorrendo bem para a família Lafaia, principalmente no restaurante, o movimento estava melhorando e com isso os lucros também. Com Yan lá, tudo estava melhor. O único problema familiar dos Lafaias era com o Yan, mas tudo parecia ter passado. Como disse Maria “Era só uma faze ruim”. Lilian sempre se lembrava dessa frase de Maria, sábia Mulher.

Era sexta feira, Yan desde seu acidente não havia saído pra lugar algum; sua vida agora se resumia a faculdade, trabalho e casa. Estava um tanto sem graça. Ele se sentia angustiado até mais que antes. Yan fechou o restaurante. Estava sozinho, seus pais haviam ido para a sinagoga e ele ficava na maioria das vezes, responsável para fechar o estabelecimento. Ele ainda não havia retornado a religião, pôs ainda se sentia perdido e não acreditava que fosse encontrar seu caminho no judaísmo. “Quem sabe um dia, agora não estou pronto” Ele falava sempre que seus pais cobravam isso dele.

Yan fechou o estabelecimento e pra casa.

Yan tomou um banho demorado para tentar amenizar suas inquietudes.Ele saiu do banho secou-se e enrolou a toalha. Ficou andando para um lado e para outro: olhava na janela, ligava a televisão, mudava de canal, depois desligava... Ligava o computador, abria o MSN, face book, todas as redes sócias, pegou aguitarra tentou algumas notas, mas não estava com cabeça pra isso. Nada o satisfazia.

Resolveu ligar par ao amigo Kaká.

_ Kaká poxa vida cara, nunca mais sai com nem uma garota. _quer que ha? Assim não dar! Sem as químicas é uma coisa; agora sem mulher já é demais.

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_É que você sabe se eu sair, tenho medo de não resistir._Então dar um tempo até você se sentir forte._Ok! Brigado você é mesmo meu amigão._Sou sim Moleque reflete ai e qualquer coisa me liga._Valeu mesmo, Tchau.

Yan desligou o telefone e se aproximou do espelho, reparou que algumas coisas boas lhe aconteceram esses meses longe dos vícios. Sua aparecia estava muito melhor, seus belos olhos azuis e seus cabelos loiros, estavam brilhantes. Ele estava até mais forte. Pensou em aperfeiçoar. Ligou novamente para Kaká e disse:_Amanha vou começar a fazer musculação._Opa! Vamos ai estou pensando em começar ter uma vida saldável também vou diminuir no álcool e para de queimar ponta. Amigos são para apoiar um ao outro estamos juntos._Então fechou, até amanhã.

Ele foi pra cama mais tranquilo. Adormeceu e teve aquele sonho mais uma vez: a musica que ouvia parecia uma suplica, uma voz doce de mulher no inicio, mas depois ouvia vozes como trovão, mas como ser fosse um demônio. Ele acordou assustado e suado. Pensou um pouco, mas voltou adormir.

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Yan acordou de manhã, sentindo se perfeitamente bem, os pesadelos não o incomodavam, o que queria, era saber o que tudo aquilo significava. Queria ver o rosto daquela mulher.

Todos já estavam à mesa quando Yan desceu. _Bom dia a todos. _ Disse Yan de bom humor. _Bom dia. _Todos responderam ao mesmo tempo. Ele sentou-se. Todos estavam contentes. Yan disse:

_ Hoje vou começar a fazer musculação. Todos sorriram Lilian acrescentou:_ Está tão lindo meu filho. _Ele convencido: _Também acho.

_Todos riram. Era bom demais para eles ter o velho Yan de volta, brincalhão e afetuoso, nada comparado àquela pessoa fria e distante que ele estava se tornando._Bom, sério mesmo, vou à academia de lá vou pra o restaurante até lá. _Ele beijou cada um e saiu.

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Capitulo V

Yan novamente no seu quarto, sentiu aquele terrível vazio. Perdido nos pensamentos:

“poxa sou homem, não posso ficar assim sem mulher, sem químicas tudo bem, agora sem mulher não dar! Mas eu queria amar alguém por que não posso? Não quero mais magoar garota alguma. Mulher nem uma merece ser usada assim. Ficar só por prazer... Quero mais que isso, amar de verdade”

Ele segurava seu rosto e deslizava suas mãos em direção os cabelos em desespero.De súbito ele se levantou: “Quer saber? Não aguento mais, vou sair, vou procurar alguém nem que seja só por uma noite. Pô! Não sou Padre nem monge”.

Ele se vestiu, aproveitou que todos dormiam, foi até a garagem bem de vagar e sem fazer barulho, pegou o carro do seu pai. Não quis arriscar-se indo de moto. “Ainda não conquistei meu equilíbrio”. Ele pensou e saiu.

Yan foi a uma boate badalada, não iria ao Wish in the já rock bar, para não correr o risco de encontra- se com Paula, não queria mais nada com aquela garota.·.

Ele acendeu o primeiro cigarro depois de quatro meses sem fumar, pediu uma bebida a qual também era a primeira em quatro meses. Pensou: "beber com moderação”. Ele rio de si mesmo. Rock in roll rolando de repente... Opa! Yan não obteve sucesso evitando ir ao Wish in the já rock bar; Paula apareceu por lá.

_Hum! Mais quem é vivo sempre aparece.

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_ E eu estou bem vivo.

_Uau! O acidente te fez muito bem hein? Você tá muito gostoso. _Yan só sorriu.

_Olha, só não fui te visitar no hospital porque não consegui ficar sóbria.

_ Imagino. _ Yan disse isso e deu um sorriso sarcástico. Paula sem que ele esperasse puxou-o e beija-o na boca. Ele a afastou. Paula ficou zangada e rio ironicamente:_ Acho que o acidente te deixou pancada da cabeça!

_ Nunca estive tão lúcido. _Ela o olhou fixamente, nós olhos e Yan e continuou:_ Só não quero mais transar com você._ Como assim? _não quero te usar Paula...

_ Seu idiota! Eu era quem te usava. _Ela saiu indignada. Yan pediu mais uma dose.Tocou uma musica agitada a qual Yan gostava muito, ele se animou e foi

para a pista de dança. Uma garota se aproximou insinuando-se para ele. Eles começaram a dançar juntos. Rolou uma química entre os dois. Eles saíram de lá foram direto para um motel.

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No dia seguinte, Yan acordou meio perdido, virou para o lado, e viu aquela moça. Ele nem se quer lembrava como tinha chegado ali. Levantou lentamente, se vestiu e saiu de fininho, deixando sobre a cama o dinheiro, para a garota pagar as despesas. Abriu a porta de vagar, deu mais uma olhada para aquela criatura adormecida, a qual, provavelmente não a veria nunca mais. Fechou a porta lentamente e foi embora.

Yan chegou de fininho sem fazer o menor barulho; colocou o carro de volta na garagem.

Todos estavam dormindo, afinal era dia da folga da família,. Ninguém o viu chegar nem sair.

Yan foi para seu quarto, tomou banho e em seguida se acomodou na cama, adormeceu e assim que dormiu, veio aquele sonho outra vez...

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Na academia

_Está com uma cara boa hoje. _Disse Kaká.

_ Sai ontem cara. Respondeu Yan.

_Não brinca!

_Serio!

_ E ai?

_Consegui fica limpo nem deu vontade de usar; só bebi pra caramba. O que eu queria mesmo era uma garota.

_Opa! Já é alguma coisa.

_ A Paula estava lá, mas eu a dispensei.

_Aquela garota não presta...

_ Fiquei com outra garota.

_É qual o nome dela?

_Eu não sei... _ Kaká sorriu.

_ E os teus velhos?

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Ninguém me viu chegar nem sair estão de folga. E ainda peguei o carro do papai; ainda estou com medo de pegar estrada na minha harley.

Deixa disso! Não foi a harley que quase te matou; foram teus exageros. Já se livrou das drogas, suaviza no álcool também.

_Põ! Kaká, tú é meu amigão mesmo!

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Capitulo VI

Três meses depois

Lilian pegou o jornal no portão do restaurante; uma noticia lhe chamou a atenção:

“Milagre a garota Ana Miranda que escapou de um acidente de carro, sofrido junto com seus pais, na manhã do dia 29/07/2009, aproximadamente as 009:00Min da manhã, e ficou em coma durante seis meses, terá alta hoje, dia 01/01/2010. Os médicos informaram que ela não ficou com sequela alguma”.

Lilian ficou perturbada com a coincidência do ocorrido que aconteceu no mesmo dia do acidente com Yan. Ela pensou em voz alta:

_ E escapou sem sequelas ao traumatismo craniano também?

Mas ela guardou o jornal e pensou. “apenas coincidência”.

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Lilian foi a Cozinha.

_Maria lembra-se quando disse pra você que quando as coisas melhorassem um pouco, contrataríamos uma operadora de caixa?

Lembro sim.

_Então vou colocar um anuncio na portaria. As coisas já estão melhorando por aqui. A fase ruim passou né Maria?

_Certamente que sim... Mas você vai contratar uma pessoa de fora? Sabemos que seu Otávio não gosta.

_É que não temos nem um parente para contratar; quem sabe não aparece algum judeu? Ho! Maria, obrigada pelos bons concelhos que me da sempre na hora certa. Obrigada por está sempre do nosso lado, em todos os momentos. _Maria ficou feliz com as palavras de Lilian.

Humberto recebeu um telefonema informando que Ana estava de alta; ele ficou tão feliz que pegou apenas um casaco e foi correndo ao hospital. Seus olhos faiscando de felicidade. Ele poderia não ser o melhor homem pra Ana, mas que ele a amava, isso não havia duvidas.

Humberto Abriu a porta do quarto e avistou Ana em pé olhando pela janela. Humberto a olhou e sorriu ao mesmo tempo em que reparou nos seus cabelos que cresceram muito, o vestígio de tintura

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pra cabelos desapareceu, dando lugar a um cabelo, excessivamente escuros, o qual Humberto não se lembrava de ter visto em três anos que a conhecerá. E a sua pele estava quase transparente. Mas ele deduziu que toda essa mudança fosse por conta do tempo em que se encontrava em coma. Também notou que ela estava muito mais forte, vestida numa camisola branca que pertencia ao hospital, acima dos joelhos, Ana estava com tantas curvas como se ao invés de houvesse Passando seis meses numa cama de hospital em coma; ela estivesse numa academia malhando e tomando suplementos rigorosamente.

Ele procurou afastar tais pensamentos e se aproximou dela e disse:_ Sentir sua falta. _Ele a abraçou e sentiu o corpo de Ana duro como um pedaço de madeira e não correspondeu ao seu abraço. _ Vim no carro de Papai, o carro dos seus pais está na oficina, ficou muito amassado. Vai dar um trabalhão danado para os mecânicos. Você já sabe dos seus pais né? _Ana não respondeu ficou apenas observando Humberto com um olhar enigmático._Tudo bem... Eu intendo, você não quer falar sobre isso. _Ana disse:_ Vamos embora daqui._ Tem toda razão, vamos.

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Ana já estava tomando café da manhã, enquanto Humberto ainda estava acordando. Ele virou - se na cama e viu que ela não estava mais. Ficou pensativo, lembrou que ela era meio preguiçosa e dava o maior trabalho para acordar; uma das principais causas das brigas com a Dona Carla.Ele levantou-se e foi até a cozinha.

_ Já? _ Em resposta ela disse em tom seco.

_Bom dia.

Ele percebeu nela um comportamento estranho e frio, até o jeito de falar era diferente, falava pausadamente diferente da Ana tagarela de antes. Outro detalhe o chamou a atenção: Ana vestia um vestido preto e longo, todo fechado cujo pertencia a Dona Carla.

_ Bom dia! Por que você está usando esse vestido?

_Qual o problema com o vestido?

_É da sua mãe, você não achava as roupas dela cafona? _Ana_ mudou de assunto.

_Tenho que acertar algumas coisas, agora estou sozinha._ Como sozinha? Você não esta só, tem a mim!_ Tenho que arrumar um emprego.

_ Pelo menos, seus pais lhe deixaram uma casa. Pensei que quando você se recuperasse iriamos morarmos juntos, quem sabe até nos casarmos, o que você acha? _Ela dirigiu um olhar interrogativo pra ele depois baixou os pra a refeição; demorou um bocado pra responder._ Preciso de um tempo Humberto, olha, acabei de me recuperar de um coma não foi?_ Eu sei me desculpe... E que está maior barra lá em casa. Meu pai pediu para eu me virar e arrumar um lugar e sai da casa dele... E eu acho que ele está certo, já tenho vinte e seis anos, sou um homem não sou mais criança, está mais que na hora de arcar com minhas responsabilidades.

_Ana não disse nada. Parecia quem nem ouvirá o que ele falava.

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Eles ficaram em silencio por alguns instantes. Ana se levantou e deu um beijo no rosto de Humberto._ Vou procurar emprego._ Depois te vejo?_ É... Mais tarde te ligo, tchau.

Ana saiu e Humberto ficou analisando seu comportamento perplexo.

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Ana chegou ao centro da cidade, e viu uma placa num restaurante: "precisa-se de operadora de Caixa". Ela ficou pensativa, mas em seguida entrou no estabelecimento e dirigiu-se ao balcão._ Oi senhora, bom dia, eu queria saber a respeito da vaga de operadora de caixa...?

Lilian observou a moça com certa admiração._ Olha querida, aqui é o seguinte, só trabalha pessoas da família: meu marido gerencia minha filha, aquela moça que estar servido às mesas _ Disse isso apontando em direção de Amanda. _ É a garçonete. _A manda deu uma olhada para Ana da cabeça aos pés com cara de reprovação e Lilian continuou a falar: _Eu cuido da limpeza, ajudo Amanda a servir as mesas em fim, faço de tudo um pouco, e o meu filho, é o chefe de cozinha. A única que não é da família aqui é a Maria, a cozinheira, mas é como se fosse. _Acrescentou Lilian. _ Mas Estamos mesmo precisando de alguém pra nos ajudar, pôs aqui não tem uma pessoa especifica para ficar no caixa: às vezes sou eu, outras a Amanda, ou meu marido... E aquela bagunça. Se você estiver mesmo interessada podemos tentar. _ Eu estou sim, preciso muito desse emprego! _ Enfatizou Ana._ Você poderia começar amanhã querida?_Sim senhora. _Lilian ficou admirada como tom respeitável que a moça respondia as perguntas.

_ Então, até amanhã, mas, qual seu nome?_Ana Miranda. _Lilian se espantou._ Mas você é a garota que passou seis meses em coma?_ Sou eu mesma._ Mas você saiu ontem do hospital e já estar procurando emprego? Não deveria ficar em casa em repouso?_ Estou perfeitamente bem, e como você deve ter lido nos jornais, meus pais morreram no acidente. Deixou-me uma casa, o carro do acidente, que estar no concerto, e muito pouco dinheiro. Por isso preciso muito trabalhar, não posso me dar ao luxo de ficar em casa descansando._Você não tem outros parentes? _Ana demorou um pouco pra responder. _ Não, não tenho. Ouça senhora! Preciso muito desse emprego!_Tudo bem querida, pode ficar tranquila, o emprego é seu, comece amanhã._Muito obrigada senhora, Tchau.

Quando Ana ia saindo, esbarrou com Yan que vinha chegando. Os dois fitaram os olhos um no outro por alguns instantes, ficaram imóvel em frente um do outro sem dizer uma se quer palavra, nem Ana saia, nem Yan entrava. Até que Ana tomou a iniciativa e saiu. Yan permaneceu na entrada do restaurante olhando pra ela até que desaparecesse na esquina.

Ele finalmente entrou atordoado e dirigiu-se a sua mãe que limpava as mesas._Mãe, aquela moça que acabou de sair daqui quem é?_Você nem vai acreditar na coincidência!_Que coincidência?_Ela é Ana Miranda._Quer Ana Miranda?_Você não soube? No mesmo dia em que você sofreu aquele acidente, uma Garota sofreu também um, junto com os pais. Eles morreram e ela ficou em coma profundo durante seis meses._Não, eu não soube disso, não vejo muita tevê, nem leio jornais, sou meio desligado a senhora sabe._É! E com essa onda de redes sociais, os jovens já não se interessavam por noticiário, agora então, piorou.

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_Só tragédia em noticiário, pra quer vou assistir? A vida já é dura demais. Bom mas que coincidência é essa afinal?_É que é estranho ter sido no mesmo dia em quer você se acidentou... E os dois tiveram traumatismo craniano, e escaparam sem sequela alguma! Só sendo coisa de D`us mesmo!_há mãe! Acontecem milhares de acidentes ao mesmo tempo toda hora._É, mas não é toda hora que pessoas escapam de traumatismo craniano e sem sequelas!_Mas o que ela fazia aqui?_Veio por causada da vaga de caixa. Tadinha, estar sozinha agora, precisa trabalhar, ela começa amanha._Os olhos de Yan brilharam ao ter certeza que veria aquela bela garota outra vez.

Ana pegou laranjas na fruteira, fez suco, e tomou com pão integral e queijo.Terminou de comer, lavou e guardou a louça e foi em direção ao espelho. Fitou seu rosto claro, a pele limpa e perfeita, seus cabelos longos, escuros, lisos como uma seda, seus traços em perfeita assimetria. Sorriu satisfeita sentiu vontade de se arrumar. Abriu à porta do guarda roupas dela, olhou todas as peças e não gostou de nem uma, achou tudo muito infantil. Foi até o quarto que pertencia aos pais e abriu o guarda roupas de Dona Carla, só observou tudo em seguida fechou e resolveu sair. Pegou o cartão de credito e foi ao centro da cidade novamente comprar alguns artigos.

Chegando ao centro novamente, ela olhou algumas lojas, e não se agradou de nada.De repente ela Viu uma loja de artigos góticos. Entrou e comprou vestidos, Calças, Corseletes, botas, acessórias, blusas e sapatos, em tons: vermelho, preto, branco, vinho e roxo.Ana foi pra casa satisfeita com as compras.

De volta em casa, Ana Colocou uma musica, acedeu Incensos e velas de corres: brancas, rosas e vermelhas. Abriu uma garrafa de vinho tinto e suave. Preparou a banheira com sais de cheiro, flores vermelhas e ervas. Despiu-se e entrou na banheira. Permaneceu ali por quase uma hora, saboreando o vinho e se deliciado no banho.

Ela saiu da banheira, secou-se com uma toalha vermelha, Enrolou-se, caminhou pelo quarto e deparou- se com o grande espelho que havia na parede. Ela deixou a tolha escorregar do corpo para o cão; fitou sua imagem nua por alguns segundos. Pegou um hidratante corporal e passou em cada pedacinho do seu corpo. Admirando cada curva.

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Ela sabia com absoluta certeza que era belíssima, qualquer homem desejaria uma mulher como ela. Conquistaria tudo o que ela quisesse fácil. Mas, o quer, ou quem ela queria?

Ela Maquiou-se, mas nada exagerado. Passou rímel e lápis preto, nos olhos. Nos lábios usou apenas um brilho pra realçar a o rubro natural da sua boca. Colocou um vestido preto longo e decotado, com um coseste vermelha que a deixou extremamente sensual e ainda mais bela. Soltou seus longos cabelos e começou a escova-los. Nesse momento a campainha tocou ela foi atender

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Desapontada pós sabia que era Humberto. “quem mais poderia ser." Ela pensou.Ela abriu a porta. Humberto a olhou espantado:

_ nossa! Você está lindíssima! Vai a alguma evento? _não. _Ela fez sinal para que Humberto entrasse. Ele entrou.

Sentaram-se cada um numa poltrona uma de frente para a outra. Ele ficou a observando curioso. A impressão que tinha era de está diante de uma estranha, e não da garota que ele conhecia e amava há mais de três anos.Ele levantou se e Foi até ela; sentou-se do lado dela, cariciou seus cabelos e perguntou:_ Você não vai cortar esse cabelo?_ por que eu deveria cortar?_ É que você nunca gostou de cabelos cumpridos._ não?_ Não! _ há... Já que estão tão cumpridos, vou deixa-los assim, gostei. As pessoas mudam também né? _Humberto suspirou. _Vem cá me da um beijo. _ Disse ele e a beijou, mas Ana parecia indiferente ao toque dos seus lábios._Que saudade eu estava do teu beijo. _ Disse ele a abraçando forte e fingindo não perceber a frieza dela.

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Capitulo VIIAna estava exercendo sua nova função de operadora de caixa. Yan chegou e a cumprimentou com certo brilho no olhar._ Seja bem vinda, é um honra tê-la aqui. _Ela deu um leve sorriso._Muito obrigada moço._ Só acho que você deveria estar em outro lugar. _Ana erubesceu. _como assim?!_ No cinema, numa capa de revista... _ Ela sorriu novamente meio tímida e aliviada ao mesmo tempo. Yan continuou falando:_ Em algum filme, Fazendo a branca de neve Por exemplo.Os olhos de Ana cintilavam ao ouvi-lo falar e ao mesmo tempo, ela ficou admirando aqueles belos olhos azuis que iluminava o rosto perfeito de Yan. _Você curti rock? _ perguntou ele. _ Gosto de musicas com boa letra, boa melodia e sintonia instrumental excelente Em fim, gosto de musica inteligente, e o rock in rol se encaixa no meu gosto musical perfeitamente. Mas não me limito em ouvir só rock, gosto de musica celta, gregoriana, new age, erudita... Bom uma infinidade de boas musicas._Você é gótica? _Pareço?_ Há! Seu estilo, não é? _ ela sorriu irônica._Não pensa que sou uma dessas garotas que saem por ai vestindo roupas extravagantes para chamar a atenção da sociedade e dos pais e se dizem gótica só pelo visual?_De maneira alguma acharia que você fosse esse tipo de garota patética._Gótico é um estado de espirito, de sentimento, é até mesmo um estilo artístico, pinturas, decorações, linguagem. Mas também se originou do povo Godos, de origem germânica. Eles evadiram o império romano no século III foram considerados bárbaros. Eram um povo de costumes estanhos e muito reservados aos olhos romanos. Os romanos os atacaram e eles revidaram naturalmente, com mão de ferro. No entanto, não se pode dizer que alguém seja gótico só pelo cabelo, roupas, estilo musical ou porque andam em cemitérios. _Ana soltou uma gargalhada e Yan concordou com ela sorrindo também._Como você sabe de tantas coisas? Perguntou ele. _Talvez eu seja muito antiga.Yan sorriu com o comentário dela, mas observou que ela tem um senso de humor um tanto incomum. _ Lilian interrompeu a conversa:_Yan estamos atrasados que tal você ir adiantando o almoço. Pare de atrapalhar a moça.

_Ele foi, mas não conseguia se concentrar na cozinha ficava toda hora indo ao salão só para ver Ana. Em uma dessas idas, ele a viu ajudando Amanda a servir as mesas. Ele reparou que todos os homens e até mesmo as mulheres a olhavam admirados. Cada movimento e gesto dela era seguido por olhares atentos e curiosos.

Ele pensou "então não sou o único que ficou impressionado por essa mulher. Ela tem algo hipnotizante! claro também é muito bela. Vejo que vou ter concorrentes a rodo”. Os pensamentos de Yan foram interrompidos por Maria gritando da cozinha “Yan Corre aqui, o *kuguel está queimando”. Ele correu.

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Ana estava Arrumando a casa. Colocou uma musica para ouvir durante a arrumação. Depois do primeiro dia de trabalho precisava relaxar um pouco.

Humberto chegou e ficou na janela da sala observando por alguns minutos. Ela começou a dançar. Ana percebeu que estava sendo observada e abriu a porta de uma vez. _Está fazendo o que ai parado?_ Desculpe, é que fiquei ouvindo a musica. Estranho! Não me lembro de você gostar desse tipo de musica. E onde você aprendeu a dançar isso?_É musica celta... Eu sempre soube dançar. Você não gosta de musica celta?

(*Kugel- bolo de bata doce especialidade judaica)

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_ De jeito nem um! E eu nunca vi você dançando isso antes; em três anos que estamos juntos. Ana eu vou pra minha casa, preciso ficar sozinho um pouco; fique ai curtindo essa musica de mulher das cavernas! _Ana respondeu irônica. _Pode ir, eu também adoraria ficar sozinha.

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Capitulo VIII

Yan vinha saindo da cozinha quando deu de cara com Humberto de mãos dadas com Ana a qual veio busca-la. Yan não conseguiu disfarçar o ciúme. Humberto percebeu e o encarou. Os dois lançaram os olhares um para o outro. Humberto era forte e alto, não mais alto que Yan, mas muito mais forte. Era branco de cabelos pretos e ficava vermelho sempre que estava com raiva. Ana ficou sem jeito. Humberto pegou na mão dela e apertou forte.

_vamos Ana. _ Disse Humberto olhando ainda para Yan. Ela sussurrou baixinho para não chamar atenção._Você estar machucando minha mão! _Mas Yan não se contentou em só observar, chegou mais perto e disse:_Você pode levar sua namorada, se ela assim quiser, mas não a machuque. _Vamos Humberto. _disse Ana. Eles foram saindo e ela olhando para traz para ver Yan, enquanto saíam. Humberto a chamou, mas uma vez dando um safanão no braço dela._ Vamos Ana! _finalmente eles saíram.

Com a cabeça borbulhando, sentimentos mistos de ciúmes e raiva, “como sou idiotia, como pude pensar que aquela mulher fosse sozinha...? Então isso é o amor? passei um terço da vida querendo me apaixonar, de repente, como uma magica isso acontece. Mas por a pessoa errada”.

Ele levou as mãos à cabeça querendo calar seus pensamentos. Deitou-se e tentou dormir.

Ao chegarem à casa de Ana, Humberto tentou acalmar-se, não queria brigar com ela.

Ainda na porta, ele a puxou para si e a beijou. Ela mas uma vez, não reagiu ficou com o corpo rígido e imóvel. Humberto insistiu com suavidade na voz:_ Me deixa ficar com você esta noite, faz amor comigo Ana._ É... Que estou muito cansada. _Humberto engrossou a voz:_será isso mesmo Ana? Ou é aquele cara do seu trabalho? _Ela não respondeu._ olha vamos entrar. _ Disse Humberto _Os dois entram. Ele fechou a porta atrás de si e virou-se pra ela.

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_Abre o jogo pra mim! Desdê quando você saiu do hospital, está estranha, eu pensei que fosse por causa do acidente, pelo fato de você ter ficado seis meses em coma. Por isso estava procurando entender. Mas agora, vi que não é isso... Você tá apaixonada por outro, e eu não vou suportar isso Ana! _ Não é assim Humberto, procura entender... Eu estou confusa... Você me diz um monte de coisas que eu não consigo lembrar!_ Como assim não lembra? Não foi diagnosticado nem um sinal de perca de memoria em você... E seus pais? Porque nunca fala deles? Lembra-se deles né?

_Ela foi em direção à cômoda e olhou os portas retratos com fotos dela e dos pais, e por fim respondeu:_Claro que lembro. _Observou uma foto dela e Humberto, ambos sorridentes, reparou nos seus cabelos curtíssimos, tingido de vermelho, e a pele levemente bronzeada._Veja você nessa foto, nem parece à mesma pessoa, gostava de tomar sol, adorava cortar os cabelos e pintar de vermelhos... _ Disse Humberto se aproximando um pouco de Ana._ As pessoas mudam, e agora sou uma mulher, Nessas fotos, era apenas uma garota._Mais você mudou em tudo! E não faz tanto tempo assim. _Ele olhou outra foto deles juntos e abriu um sorriso: _ nós nos amávamos tanto... _Ana deixa escapar:

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_ eu te amava? _ Humberto ficou indignado com a pergunta._Não me amas mais né Ana? Ela não respondeu. Humberto a Pegou pelos braços a sacodindo._ fala Ana, vamos diga-me! _Ela soltou-se das mãos dele.

_ Eu só preciso de um tempo pra me descobrir; Um tempo sozinha!_ pra descobrir o que? _ ele Riu irônico._ Que está apaixonada por outro?! Eu não vou esperar Por isso! _Ela retribuiu a ironia._ como quiser. _Ele saiu furioso e batendo a porta.

Os pesadelos voltaram a atormentar Yan, dessa vez, um pouco modificado, como se as trevas e a luz disputassem sua alma. Ele viu anjos, demônios e aquela mulher lhe ajudando, pedindo que acordasse. Quando ele quase viu o rosto dela, despertou.

Em um bar, Humberto sentou se no balcão e pediu um vinho. Em seguida, acendeu um cigarro.Alguns minutos depois a garrafa de vinho já estava na metade. Meio bêbado, ele foi ao banheiro. Olhou-se no espelho e observou sua cara embriagada. Lavou o rosto tentando amenizar sua embriaguez. Usou o miquitório, lavou as mãos e retornou ao salão.

Tinha uma banda nacional tocando uma musica que o fez lembrar-se de Ana. Ele acendeu mais um cigarro pra relaxar. Minutos depois uma garota aproxima-se dele._ Posso me sentar aqui? _Ela estava fumando também._claro. _Disse Humberto.

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_Meu nome é Paula e o seu?_Humberto. Aceita um vinho?_Prefiro uísque. _Humberto pediu uma dose de uísque pra o garçom e o mesmo serviu a Paula._ Você está bem? _Perguntou PaulaBem chateado._Por quê?_Acabei de levar um pé na bunda.

_Então temos algo em comum; levei um, há alguns meses. Mas ainda dói minha bunda. _ Disse Paula e Humberto deu uma gargalhada.

_Mas é serio! _ Humberto continuou falando: _Depois do coma minha aninha ficou muito estranha..._Ana... Mirada?_Ela mesma por quê?_ Então temos tudo a ver! _ Respondeu Paula. _ Porque eu levei um pé na bunda do cara do coma Yan Lafaia, aquele do restaurante judeus que fico no centro. _Humberto ficou estático e Paula continuou tagarelar:_Ele também sofreu um acidente de moto, teve traumatismo craniano e sobreviveu, mas ele não ficou em coma não, é só pra um barato. _Disse Paula sorrindo. _ mas deve ter ficado doido depois disso. Você viu nos jornais? Foi em janeiro isso._Eu não vi, mas foi no mesmo mês do acidente com Ana... Em que dia foi isso você sabe?_Sei dia 29/ 07/ desse ano_ Foi essa a data do acidente com Ana. Onde foi isso?_ Na Avenida Aricanduva, sentido marginal._Há! Acidente com Ana foi na Tiradentes, sentido Centro._Há! Bem distantes um do outro. Mas por que você pergunta?_Há! Achei que de repente tivesse ligação um com o outro

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_Não. Que horas foi o da sua Ana?_ Por volta das 00:9: H da manhã._ Há! Então não tem nada haver mesmo, o do Yan foi as foi por volta das 001:00: h da noite. Foi um caminhão que bateu na moto dele.

Nós só ficávamos nada sério. Mas depois do acidente ele ficou careta, parece que não bebe, não fuma nem faz sexo sem amor. _ Risos._Engraçado, a Ana também ficou muito chata depois do acidente! E quer saber de Uma? _ Qual?_Acho que eles estão juntos._Como assim?_ela está trabalhando no restaurante do judeuzinho; e por isso me deu uma bota._E você vai deixa isso assim?_Sinceramente... Aquela não é mais a minha garota... Percebi isso no momento que botei os olhos nela ano hospital._ Ai. Tem companhia pra hoje à noite? _ perguntou Paula._ só se você quiser. _ Paula deu um sorriso. _ Só se for agora. Deixa o “casal coma pra lá” _Os dois riram e se beijaram.

_ Quer ir para outro lugar? _ perguntou Paula._ Pra onde você quer ir?_Onde possamos ficar a vontade. _Ela o olhou com malicia._ É tudo que quero. _Disse Humberto.

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Yan não sentia mais aquela angustia da noite passada. Só em ver Ana, era o suficiente pra ele no momento. Ele não perguntou nada sobre o namorado dela Aliás, ele nem queria ouvir falar sobre isso. Ana, como era do seu feitio só falar o que julgava necessário; também não comentou sobre o rompimento com Humberto.

Yan ficou observando Ana no refeitório almoçando e notou que ela comia muito pouco, basicamente só salada, nem um pedaço de carne. Reparou que Ela era de uma palidez fora do comum, chegava a ser irreal.Você não come carne Ana?_Não.Mas é só isso que você como?_Como frutas também._ Nossa! Mas você está tão pálida hoje! Você está bem?_ Como assim hoje? Eu sou assim todo dia._Mas essa sua palidez tá acima do normal_ Estou na mais perfeita saúde Te assusta?_Não, de modo algum, eu gosto de mulheres brancas._Ele disse isso olhando para o pescoço alvíssimo dela. Sentiu vontade de beija-la, mas se conteve. _Muito branquinha mesmo, é mesmo a branca de neve.

_Ana deu um meio sorriso e falou:_ gosta de mulheres anormais?_ Gosto de você.

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Capitulo IX

Passavam-se os dias, Yan e Ana estavam cada vez mais ligados. Todos percebiam o interesse dele por ela, mas achava a Ana um tanto neutra: muito calada, extremamente disciplinada, quase não comia nada e o tom de pele, era assustadoramente clara. Era estranho aos olhos dos outros aquele comportamento de uma moça tão jovem, portando-se como fosse bem mais velha.

Amanda não gostava de Ana, vivia de olho nela.

Numa certa tarde, Amanda observava Ana servindo as mesas. Amanda procurou o Irmão para se queixar sobre Ana. Ela disse para Yan:_ Eu não confio nessa garota! _Por quê?_Ela me incomoda._Acho que ela incomoda a maioria das mulheres; só por que é bonita. _Não é isso Yan!

_Ele Ficou observando Ana andando no salão. As mulheres pareciam incomodadas com a presença dela, enquanto os homens ficavam desnublados. Yan sentiu ciúmes. E compreendeu que poderia ser difícil, para uma adolescente como Amanda, conviver com uma mulher que onde quer que esteja mesmo tendo mil mulheres no mesmo ambiente todos só olham para ela. Isso deixaria mulheres de qualquer idade louca.

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_ Eu sei que não é só o fato dela ser bonita que incomoda... Continuou Yan: _ Olha é melhor você fazer amizade com ela; você vai ver que é só uma despeita boba._Amanda se sentiu ofendida com o comentário do irmão, e alterou a voz chamando atenção de todos no salão:_Não é isso Yan, não é isso! Você vai ver que não, e será tarde demais! _ Disse Amanda furiosa.Lilian veio até eles assustada._ O quer é isso Amanda? _ falou em tom baixo para que ela fizesse o mesmo. Ana olhou de longe suspeitando que falacem dela. Lilian ao perceber o olhar de Ana, chamou Yan e Amanda para a cozinha._Que discursão incabível é essa na frente dos clientes? _ perguntou Lilian ao chegar à cozinha. Yan tentou explicar:_É que Amanda, agora resolveu que não gostar da Ana. _Ela me incomoda mãe, sempre me incomodou! Não é que eu resolvi... Desde que ela veio aqui à primeira vez não fui com a cara dela!

_Maria tentou acalmar Amanda dizendo que Ana era uma boa pessoa e não tinha nada de mal com ela. Amanda ficou extremamente zangada com todos e foi para casa gritando “estão todos cegos e enfeitiçados por essa bruxa”. Yan voltou para o salão preocupado que Ana houvesse percebido a confusão Mas, se percebeu ou não, não se soube, ela permanecia fria sem mostrar o menor sinal de inquietude. E assim, Yan ficou aliviado pensando que ela nada soubesse.

Lilian, perguntou para Maria o que ela achava realmente de Ana. Maria a olhou no fundo dos olhos e respondeu:_Ela até pode de certa forma, não fazer bem para Amanda, mas não acredito que lhe ofereça algum perigo, mas por outro lado, o Yan é outro homem depois que ela surgiu. Isso te parece bem ou mau?_Bem é claro! Lilian respondeu._então não se aflija siga sua intuição.

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Maria era espirita, mas nunca tocou nesse assunto com os Lafaias, temia que não aceitassem pelo fato de serem judeus. Mas Lilian tinha uma mente aberta e sempre ouvia os concelhos dela.

Yan preparou a bebida preferida dele, uma agua com gás. Cortou duas rodelas de laranjas, duas de limão e um pouco de suco de maracujá. Colocou no copo junto com a agua em seguida, ofereceu para Ana. _Não... Eu não gosto. _Ela disse. _É que você nunca tomou dessa experimenta, você vai gostar. Ana aceitou e realmente gostou. _Nossa, e bom mesmo. _Yan sorriu. _ não falei.Dai em diante, sempre que Yan preparava essa bebida pra ele, preparava também pra Ana. Ela amava esse mimo.

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Maria aproveitou que o salão estava vazio, Amanda não retornou depois de ter saído indignada. A tarde não costumava ter muitos clientes no restaurante, só uma ou outra pessoa, mas nessa ocasião, não tinha nem um cliente. Lilian estava no escritório, Yan já havia ido para a faculdade, Otavio havia saído para fazer os serviços de banco.Maria Foi até o caixa onde Ana estava distraída conferindo. Ela levantou os olhos e deu de cara com Maria que a fitava atentamente. Quando os olhos delas se encontraram, Maria disse:_Eu sei de tudo! _Ana sem desviar o olhar respondeu:_Eu sei que você sabe. _Maria ficou parada olhando fixamente para ela e depois deu uma volta em direção à cozinha. Quando estava na metade do caminho Ana gritou:_Maria! _ Ela virou-se bruscamente para traz e Ana disse: _ Ainda não é a hora! _Maria a mirou mais uma vez com o olhar enigmático e continuou seu trajeto.

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Capitulo X

Ana estava indo ao refeitório e não percebeu que Yan estava vindo antraz dela. Ele colocou o braço envolta do pescoço dela, ela se assustou:_Ai! Que mão pesada!_ não é minha mão que é pesada, e você que e frágil. _ frágil eu? Acho que não... _Disse ela fixando seus olhinhos castanhos e puxadinhos nos grandes olhos azuis de Yan _Não me olha assim com esses olhos de gueixa, se não, não resisto. _Ambos sorriram. _gosta das orientais?_Gosto de você.

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_Aída bem que é de mim que você gosta; porque não sou oriental. E só uma coincidência ter pele, cabelos e olhos de gueixa._Deve ter uma miscigenação muito variada na sua família; você saiu pegando só a beleza de cada raça... Você sabe quais são suas origens?_Não... _Disse ela pensativa._Eu imagino que seja de americanos, chineses, e claro, brasileiros._Por que você acha isso?_Bom, a cor da pele dos americanos. Os olhos e cabelos dos chineses e o corpão brasileiríssimo._Com a saúde dos orientais. _Ana acrescentou._E os lábios de índios tupiniquins. _ Lembrou Yan, Ana riu e emendou:_O rubro dos meus lábios é americano. _ Risos

Lílian os observava de longe.

Quando Ana finalmente entrou no refeitório, Lilian se aproximou de Yan e perguntou:_ Porque não a pede em namoro? _Ele respondeu desanimado_ Ela tem namorado mãe._Tem! E cadê?... Eu nunca o vi! _Disse Lilian estranhando._ Ele veio busca-la outro dia, você já havia ido embora, por isso não o viu._Há! Que pena. _Lilian lamentou e Ele sorriu desconte.

Amanda viu Ana tomando a bebida cujo Yan preparará para ela, e tentou provoca-la._ Pensei que não gostasse dessas coisas! _ Ana percebendo a arrogância da menina agiu com ironia. _E não gostava, mas o Yan gosta, e não sei por que... Eu passei a gostar também._ Então não é da bebida que você gosta, é do Yan._E você não gosta de mim._ Disse Ana olhando Amanda bem nos olhos, o que a deixava perturbada, mas Amanda fingiu não se intimidar: _Não é que não gosto de você, só tenho medo que magoe meu irmão, mas vejo que gosta dele. Porque não fala pra ele logo de uma vez e para com essa lengalenga? _Tudo tem o seu tempo, na hora certa ele saberá de tudo. _Amanda sorriu sarcástica e fez um comentário:_ falou a “Vandinha”!

Ana havia pegado o carro que até então, estava no conserto devido o estrago causado pelo acidente. De lá, iria direto para o Restaurante.

Quando ela estava passando enfrente o colégio o qual Amanda estudava, viu um movimento estranho. Havia duas garotas em pé de costas parecia discutir com alguém. Ana parou o carro e continuou observando atenta. Foi então que ela viu Amanda encostada na parede. Num dado momento, umas das garotas deu uma bofetada na cara dela. Do carro não dava para ouvir o que elas falavam então Ana desceu e foi se aproximando das garotas sem que elas percebessem a sua presença. Ouviu uma das meninas falar: “diga que nunca mais vai ficar com o Gaspar, por que se não da próxima vez arrebento sua cara”. Ana interrompeu as ameaças da menina:

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_É mesmo? E posso saber quem te deu essa autoridade?_Amanda quando viu Ana ficou confusa sem saber se ia para perto dela ou sairia correndo. Não sabia as intenções dela; já que elas aparentemente não se gostavam.

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Quem era Ana realmente? Ninguém sabia; nem mesmo o Yan. Apesar de que ela já trabalhava com sua família há mais de seis meses.Amanda se sentiu como um cão acuado.

A garota respondeu para Ana:_ Não se meta! Você não tem nada a ver com isso garota Gótica. _Ana foi enérgica com as garotas:_Eu quero explicação agora! O que fez Amanda para vocês acharem que tem o direito de bater nela. _ Disse isso pegando nos braços das duas meninas e apertando. Amanda ficou observando sem se mover do lugar. Ana continuou:

_vamos! Falem! _ Uma das garotas se apressou em explicar:_ É que Amanda ficou com o namorado dela, o Gaspar. _ a outra garota enfatizou:_E ele é meu, só meu! _ Ana respondeu: _ quem disse que ele é seu? Garota estupida! Cadê ele? _A outra garota respondeu:_Está lá dentro da escola. _ E o que você faz aqui fora com elas Amanda? _Elas me obrigaram a sai! _ouça bem Amanda. _ disse Ana. _ Ninguém pode obrigar outra a fazer o que não quer! _Mas elas disseram que se eu não as obedecesse; iam me bater. _ E você vindo até aqui não foi o bastante para livra-se de uma boa bofetada. Quero que vá chamar esse tal Gaspar. _disse Ana para uma delas. _vá!_ Disse isso dando um empurrão na Menina o que a fez com que ela adiantasse vários passos. A garota saiu correndo. Ana continuou segurando a outra a qual deu a bofetada em Amanda.

Amanda continuava assustada não se sentiu protegida de forma alguma. Cada atitude ou palavra de Ana, á deixava cada vez mais amedrontada. Agora ela estava com mais medo de Ana do que mesmo das garotas.

Alguns minutos depois a Menina voltou com o Garoto, o qual já estava à pá da situação. Foi logo correndo em direção a Amanda:_O que elas te fizeram Amanda? _A Helen me deu uma bofetada, e disse que se eu voltasse a te procurar, ia arrebentar comigo. _Explicou Amanda ao Jovem rapaz. Ele virou para a Tal Helen e falou:_Você é louca Helen, Não sou nada seu, garota burra! Já disse que gosto da Amanda e é com ela que quero ficar; se assim ela me quiser.

_Viu? _Disse Ana para Helen. _E se eu sonhar que você pelo menos olhou feio para Amanda, a garota gótica aqui vai virar seu pior pesadelo! Disse isso e soltou o braço dela de supetão, o qual ainda segurava com forças, deixando marcas vermelhas.

E você Amanda? _perguntou Ana. _vai pra casa agora ou volta para dentro da escola? Por que é bem mais sensato você vim comigo já que estou indo para o restaurante agora trabalhar. _ Eu vou com você. _Respondeu ela já mais confiante._Então vamos. Depois acredito que vai ser preciso sua mãe vim até a escola para acertar esse probleminha.

_Posso ir te ver depois no restaurante Amanda? _Perguntou Gaspar._Claro que sim. _Disse ela com os olhos brilhantes típicos de uma adolescente com disseste anos apaixonada.

Finalmente elas entram no carro. As meninas permaneciam lá no mesmo lugar de certo, sem saber o que fazer. Agora os cães acuados eram elas.

Já a caminho, Amanda puxou assunto._Nossa você dirige? _ claro. _ Mas já tem idade pra isso? _ Sim._Quantos anos você tem? Ana pensou um pouco e em fim respondeu:

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_Tenho vinte e dois._ Poxa! _ Admirou-se Amanda. _Você é o Yan tem praticamente a mesma idade de que mês você é?_Maio.O Yan é de 28 de dezembro. Ele é cinco meses mais velhos que você. Apesar de que, você parece bem mais velha do que ele, deve ser por que se comporta como se fosse velha. Ana nada disse e ficou um silêncio enorme no carro; até que Amanda começou falar novamente: Hoje você foi fantástica, confesso que me assustou e muito._Desculpe, não era minha intenção._Eu quem de devo desculpas; não tenho sido muito legal com você. Quero ser sua amiga de agora em diante._ Não tem por que me pedir desculpas também e claro que quero ser sua amiga._ Que bom Ana, não vejo a hora de ser sua cunhada._Tudo no seu tempo Amanda. _ Amanda deu uma risada divertida e disse:_Estou começando a gostar desse seu jeito soturno. _ Ana também sorriu e continuou:_faz parte do equilíbrio Amanda, mas prometo não ser sempre assim, se não serei uma amiga cansativa. _as duas sorriram.

Quando elas chegaram ao restaurante, Ana foi logo fazer suas tarefas, e Amanda foi correndo para a cozinha relatar todo o ocorrido para a Mãe que estava ajudando Maria enquanto Yan não chegava da academia.

Lilian foi ao salão. Ana estava limpando as mesas. Lilian agradeceu o que Ana tinha feito por Amanda._Você é mesmo um anjo Ana. Foi D´us que te colocou lá, bem no exato momento.

Otavio chegou, notou que o salão estava cheio, ficou contente, mas, deteve o sorriso ao ver Ana servindo as mesas. A mesma cena que se repetia todos os dias desde que ela começou trabalhar lá. Passava despercebida por ele talvez por ficar muito pouco tempo no estabelecimento. Otávio ficava mais tempo na sinagoga do que no restaurante ou em casa pôs, ele era rabino. Otávio não soube ao certo a diferença dos olhares masculinos ou femininos. Se os reais motivos eram de cobiça, ciúmes, inveja, intolerância... Isso nem se Passou pela sua cabeça. O que ele pensou foi que os clientes estavam incomodados com a maneira a qual ela se vestia.

Otávio chamou a esposa e entram no escritório._Oi querido. _ Oi meu bem. Lilian o que tem na cabeça dessa moça para se vestir como se estivesse vivendo na era medieval? _A Ana? _Sim, é a única maluca do pedaço.

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_ Muitos jovens hoje em dia se vestem assim; é um estilo sei lá! Gótico uma coisa assim. _ Mas se vestir assim até no local de trabalho, é um tanto embaraçoso. _Nunca falei sobre isso com ela._Pôs muito bem! O cargo dela é operadora de caixa; por que está servindo e limpando mesas?

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_É que ela muito eficiente e dedicada. Aliás, estamos sempre com excesso de serviço. Se ela se prontifica para ajudar, não vejo problema algum, muito pelo contrario. E não comece você agora implicar com a moça. Agora que Amanda finalmente se entendeu com ela, só me falta você começar. É uma excelente moça. Se não fosse por ela, hoje nem sei o que teria acontecido com Amanda na escola. _ Que história é essa? _espantou-se Otávio._Hoje duas garotas tentaram bater em Amanda. Uma delas ainda deu uma bofetada na cara dela. Mas D´us é tão bom que enviou Ana como um anjo; que ia passando enfrente a escola bem na hora._santo D´us! Não se pode confiar nem em escola Judaica hoje em dia. E você já foi tirar satisfação com a direção da escola?_ Já. Disseram-me que isso é um caso insolado, iam chamar os responsáveis pelas meninas e puni-las._ Mas voltando ao caso da Ana; eu tenho uma solução. _ Otávio disse._qual? _fomos imprudentes até agora, não fazendo uso de uniforme padrão com o slogan da firma. É certo que estávamos sem condições financeiras. E Aliás, estávamos mais preocupados com os vícios do Yan; do que com os negócios. Mas agora “graças a D´us” tudo acabou._É “graças a D´us” Primeiramente, e depois a Ana. _ Porque a ela? Admirou-se ele._Mesmo você achando que ela incomoda os clientes, eu te digo que depois que ela veio aqui trabalhar; a clientela triplicou. Ela é educada e eficiente. E tem outra coisa; o Yan gosta dela. Eu acredito que o motivo dele está tão mudado, não foi tanto pelo acidente, é por ela. Fica muito mais tempo aqui do que antes.

_Mas ela não é judia? _Certamente que não que não. Nunca perguntei sobre religião a ela, e nem ela mencionou nada do gênero. E, aliás, Otávio, isso não importa, por que nem mesmo o Yan é praticante._Mas e ela, gosta dele? _Lilian pensou um pouco antes de responder:_Isso eu não sei, você sabe, ela é muito quieta e indiferente a tudo, mas vejo seus olhos brilharem quando está com Yan, e até a sua face excessivamente pálida, chega a corar a cada galanteio dele.

Otavio meditou nas palavras de Lilian e talvez não chegou a conclusão alguma. Resolveu mudar de assunto voltando para os uniformes.

_Bom sobre os uniformes; convoque todos para uma reunião e avise que vai ser obrigatório todos usarem. Sei que o Yan e a Maria já usam, mas agora vão ter que usar o novo com o slogan da empresa. E para evitar problemas. _Acrescentou ele. _ Peça que a Ana fique somente no caixa._Você participar da reunião? _ Naturalmente. _Então vou marcar para as 16h00min Horas, de hoje que é uma hora praticamente vaga no estabelecimento. _tudo bem. E só mais uma coisa. Emendou Otávio:. _Acredito que por a Ana ser tão competente, você e Amanda andam se aproveitando disso e jogando tudo pra ela. Vejam bem isso, não admito explorações no meu estabelecimento. _Lilian não disse nada, sabia que Otávio tinha razão, elas estavam mesmo se escorando.

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Lilian fechou aporta do escritório e foi falar com Ana.

_Ana meu bem. _ Disse Lilian. _Hoje as 16h00min: horas haverá reunião, e vou te adiantando logo, que Otávio pediu para você ficar só no caixa por enquanto.

_Por quê? _Bom... Ele disse que seu cargo é esse, e que eu e Amanda estamos deixando você fazer todo o serviço sozinha. Sabe Ana, exploração para ele é inadmissível._Não se preocupe dona Lilian, ninguém está me explorando. Mas se é assim que ele quer tudo bem. _ Só por alguns dias está bem?_ Ana assentiu com a cabeça que sim.

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Todos se reuniram como foi combinado. Ana sentou-se entre Yan e Amanda. Maria do lado esquerdo perto de Yan. Otávio e Lilian ficaram enfrente eles para discutir as regras, deveres e direitos entre patrões e funcionários. Mesmo sendo Amanda e Yan seus filhos os direitos e deveres para eles eram iguais aos de Maria e Ana ou qualquer outro funcionário que lá entrasse.

_Bom. _Começou Otávio. _ O principal motivo da reunião hoje é que vou mandar fazer uniformes com o slogan da firma e, portanto será obrigatório para todos sem exceção. _ disse isso e deu uma olhada para o rosto de Ana querendo perceber algum sinal de objeção. Sem sucesso, se gostou ou não da novidade, sua face não denunciou o menor sinal.

_Mas eu e a Maria já usamos uniforme pai. _Lembrou Yan._naturalmente, Mas não com o slogan da empresa._ é mesmo. _Disse Yan. _ E qual modelo e cor dos uniformes? _perguntou Amanda._boa pergunta. _Disse Otávio. _ Não pensamos nisso né mesmo Lilian? _ Lilian sorriu e concordou que não. _Posso da sugestão de modelo e cor? _Perguntou Ana._fique a vontade. _disse Lilian. _ Como tem que ser trajes sociais é claro, sugiro que sejam calça de cor preta, e blusa cor de vinho. Pra dias frios blusa de lã. Um casaquinho para usar por cima da blusa. Isso para Amanda, eu e Lilian que ficamos no salão.Para Yan e Maria, que ficam na cozinha, os uniformes tem que se branco naturalmente._Então está ótimo assim. Todos concordaram? _perguntou Otávio. Todos falaram em corro que sim.Tem mais uma coisa. _ Disse Otavio. _vamos abrir firma e todos os funcionários serão registrados em carteira em suas devidas funções. E terão seus direitos trabalhistas desdê férias, horário de almoço, folga e tudo que tem direito na categoria. Suas obrigações também serão levadas em conta, assim como terão punição se não as cumprir. Exemplo: respeitando o horário de chegada, saída e de almoço. Certo senhor Yan Lafaia? _Acrescentou Otavio olhando em direção a Yan._Perfeito Senhor Otavio Lafaia. _ Todos riram._ Esse restaurante terá oficialmente o sobre nome da família Lafaia. “restaurante judeu Lafaia”. _Finalizou Otavio.

_ Ana, _ Disse Otavio quando todos se preparavam para finalizar a reunião. _Não quero que trabalhe tanto, faca o seu serviço, não o da Amanda e de Lilian. Da uma ajuda se o salão estiver cheio é uma coisa; ficar trabalhando enquanto elas passeiam é outra totalmente fora de cogitação. Certo?_Ana assentiu com a cabeça que sim.

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De vejo em quando, Maria fitava os olhos em Ana discretamente.

No final do dia Gaspar, foi visitar Amanda o que a deixou radiante.

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Capitulo XI

Duas semanas depois, chegaram os uniformes. Lilia pediu que todos provassem para ver se ficaram na medida certa. Todos provaram e afirmaram que ficam perfeitos.

No dia seguinte Ana chegou ao trabalho exuberante no seu uniforme. Todos que a viam não deixavam de notar suas formas perfeitas.

Lilian pediu que Ana ajudasse no salão, pôs estrava muito cheio. Ana concordou em ir.

Os clientes olhavam para ela como se fosse a primeira vez que Ana ali estivesse.Otávio chegou e ficou olhando o movimento surpreendido por aquela mesma cena de dias atrás; só que parecia muito mais alarmante. Lilian se aproximou do marido e disse:_Viu querido? Tá ai, o motivo pelo o qual ela usava aqueles vestidos da era medieval, era pra esconder o belo corpo._O que faremos então? _ Otavio perguntou sem a menor ideia em mente._Bom, se não perdemos clientes até agora... Uma funcionaria assim só nos beneficia. Pare de se preocupar com isso, que tolice!

Era hora de almoço. Amanda e Ana se divertiam na calçada da esquina do restaurante Láfaia. Havia varias pessoas parados na rua, umas iam e outras vinham. Todas olhavam para Ana. Um homem se distraiu tanto, olhando para ela que bateu a bicicleta num poste. Pedestres tropeçavam, e os carros quase batiam distraídos ao olharem pra ela. Uns buzinavam, outros falavam bobagens, e outros elogiavam impressionados com a beleza dela.

Amanda chegava a ter inveja, pôs apesar de ser uma garota bonita de cabelos loiros e olhos verdes, estatura mediana o corpo em forma, mas não tinha

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curvas. Nunca foi de chamar atenção. Passava quase sempre despercebida nos lugares.

Yan vinha subindo a rua havia ido comprar algumas coisas que estavam faltando na reserva do restaurante Lafaia. Elas não perceberam que Yan se aproximava. Ele ficou observando; Viu que Ana estava se soltando um pouco a mais.

Amanda falou para Ana:_Nossa é impressionante como as pessoas te olham, não cansam de olhar! Deve ser um máximo ser admirada assim!_Se é de olhar que eles gostam; olha isso. _Ana desabotoou os botões do casaco que estava vestindo e sai desfilando como se estivesse numa passarela. Exibindo um abdome perfeito e o sutiã vermelho que entrava em contraste com sua pele alvíssima. Tinha um busto médio, perfeitamente em sintonia com seu corpo.

Yan ficou vermelho mais, observou o corpo de Ana talvez com muito mais admiração do que os outros expectadores daquela fantástica cena.

Houve gritos na multidão, alvoroços, mulheres brigavam com ciúmes de seus maridos e namorados. Teve uma que chegou a dar uma bofetada no marido e outra sair puxando o namorado por asas orelhas. Yan ficou louco de ciúmes. Apressou-se em levar Ana pra dentro:_Ana cubra-se! Você está louca? Quer que essas mulheres te matem? Cadê seu alto controle agora?

_ Por que você fez isso? _Perguntou Yan já dentro da cozinha._ Olha ainda bem que meus pais não estão aqui. Se eles souberem disso vão te demitir._Ana não respondeu nada e continuou seu trabalho como se nada tivesse acontecido.

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Yan passou o resto da tarde sem falar uma só palavra com ninguém. O máximo que falava era: Me da essa concha, apaga ai esse fogo, me passa o sal... Esse foi o assunto que ele teve com Maria a tarde toda. Nem parecia o tagarela que mais falava e ria do que trabalhava. Maria notou que ele estava perturbado com o comportamento de Ana.

Mais tarde Yan chamou Amanda na cozinha para conversar:_Amanda o que deu na Ana pra fazer aquilo? _não sei! Eu mesmo não intendi nada._Olha Maria não quero que meus pais saibam disso. _ disse Yan. _ Por me eles não saberão nunca. _ Respondeu Maria. _E Por mim também não. _ Adiantou Amanda._ Até mesmo por que não vi nada de mais, ela só mostrou a barriga e o sutiã. Acrescentou Amanda._ E acho que ela só fez isso por que não aguenta mais essa gente besta. Olhavam pra ela do mesmo jeito quando vestia aqueles vestidos cheios de panos. E se eu tivesse o corpo da Ana andaria sempre de top._Yan e Maria ficaram pensativos talvez fosse isso mesmo o real motivo._ Mas se o namorado dela souber... _ Disse Yan._Namorado! Que namorado? _Perguntou Amanda. _Ela não fala do namorado pra você?_Não! Nem sabia que ela tem namorado!_Pôs tem! Ele veio aqui um a vez busca-la. _ Yan disse.

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_Que estranho, eu falo o tempo todo do Gaspar pra ela e ela não fala desse namorado? _ Ouve uma pausa na conversa todos ficaram pensativos por fim Yan perguntou:_E de mim ela fala? _também não! Aliás, ela nunca fala de nada nem de ninguém. Quando fala de alguma coisa é sempre em enigmas e eu não intendo nada. Gosto dela agora, mas continuo a achando cada vez mais esquisita... E confesso que ela me assusta.

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Capitulo XII

_Filho, não sei o que faremos, teremos que ir pra sinagoga, as 20h00min min da noite. Todos nós, eu, seu pai e Amanda, aliás, o namorado dela vem hoje, pra irmos todos juntos para a sinagoga. Seu pai está muito feliz por que o Gaspar também é Judeu praticante. Bom mas o problema e que tem que organizar o salão pra manhã cedo, não posso pedir isso para Maria ela já chega muito cedo aqui, não é justo segura-la até tarde. O serviço aqui está cada vez maior como você vai fazer isso sozinho? É muita coisa._Mãe não acha que já estar na hora de contratarmos mais funcionários? Amanda quer fazer curso de inglês, eu também quero alias, já está até passando da hora de eu fazer esse curso. Aqui é uma correria louca! Precisamos no mínimo, de mais duas pessoas pra cozinha e duas para o salão. Dai Ana fica somente no caixa mesmo. Ela está se desdobrando pra da conta do serviço. Vocês falam que vão deixa-la só no caixa, mas isso nunca se cumpre. Cadê os direitos trabalhistas que o papai disse? Ele mesmo é quem não queria que ela ficasse no salão._É meu filho, você está certo vamos da um jeito, vou falar com seu pai sobre isso. Mas o que faremos hoje? _Ana Estava ouvindo a conversa e ofereceu ajuda: _Eu posso ficar para ajuda-lo._Há! Querida você faria isso por nós? _Disse Lilian.

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_Claro e por que não?_Mas e o seu namorado? Ele não vai ficar bravo se você ficar até mais tarde? _Yan perguntou. _Nos terminamos já faz dois meses. _ Foi impossível não notar a felicidade que Yan ficou ao ouvir isso. _É mesmo? _Perguntou ele desacreditado. _Lilian sorriu e disse: _bom então eu já vou indo pra casa adiantar as coisas. _Yan todo contente: _Vai lá mamãe, nós nos viramos aqui, não é Ana? _ Oh! Sim. _Disse ela com um olhar malicioso. _Lilian da um beijo no rosto de Yan e agradeceu a Ana beijando a também na face. _Tchau, tchau Juízo crianças. _ Lilian Saiu sorridente.

Ana e Yan se divertiam em quanto arrumava o salão. Quando terminaram foram pra cozinha organizara-la.

Quer beber alguma coisa? _ Perguntou Yan para Ana. _Um vinho cairia bem._Concordo. Tá com fome? _Não muita. _ vou pegar o vinho e algo pra comermos._Yan veio com o vinho e um salgadinho. _Quer? _Não gosto dessas coisas._É de pimenta mexicana; você vai gostar. _ Pior ainda, não gosto de pimenta._Ha! É que você nunca experimentou dessa, vai come, só um, se não gostar beleza._Tá bom então; mas só um mesmo. Hum! Que gostoso, é diferente o sabor._Não disse, ainda duvidas do meu gosto? Eu tenho bom gosto; gosto de coisas diferentes. _ Ele deu uma olhada maliciosa pra ela e continuou a falar:_ Horas! Você é um exemplo disso, e a garota dos meus sonhos. _Literalmente _ Ana perguntou, Yan pensou um pouco e disse:_Dos sonhos acordados sim. Quer colocar uma musica? _ Disse ele mudando de assunto._posso?_claro. Você pode tudo que quiser. _Ana sorriu. _ Mas, que musica?_A que você mais gosta. _ Ana pegou a bolça, tirou um cd e coloca pra tocar. Yan ao ouvir a musica ficou espantado e arrepiou visivelmente todos os seus pelos. Ana observou os poros do braço do Yan se converterem em bolinhas como se tivesse sentindo um enorme calafrio

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_que musica é essa? _ Ele perguntou. _Você não conhece? _ Eu pensava que ela não existia! _Como assim? Existe, é “Tristania Cease To Exist”. Justamente... “parar de existir”. _Yan ficou refletindo por uns instantes nas ultimas palavras de Ana. _Se você não gostou pode por uma que te agrade. _ Disse Ana_Não, nada disso, claro que eu gosto. É que pensei que só existia nos meus sonhos. _Ana olhou para ele curiosa._me fala desses sonhos! _Deixa pra... Ele chegou mais perto dela e continuou falando bem suave: _Outra hora eu te falo, o que quero agora é viver essa realidade, que é estar perto da minha branca de neve. _Ana sorriu suavemente e disse: _Lá vem você com essa historia.

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_Yan olhou bem dentro dos olhos dela, depois desviou o olhar para seus lábios carnudos e rubros, e deslizou as pontas dos dedos suavemente enquanto foi encostando os dele lentamente até por fim beijou- os.O beijo foi longo. Yan sentia o seu corpo estremecer de prazer e desejo, Mas ele sentiu uma forte sensação de que conhecia aquele beijo, aquele toque suave das mãos dela. Tudo era como se ele estivesse matando uma saudade adormecida e sofrida por muito tempo. Não era um sabor de uma nova boca, ou uma nova experiência. Era algo que ele já conhecia e nesse momento ele descobriu que Ana era tudo que lhe faltava, tudo que ele procurou todo esse tempo. A musica ainda tocava enquanto eles permaneciam com os corpos grudados um no outro e as bocas não queriam se deixar nem por um instante. Uma imagem se passou pela cabeça do Yan como se fosse uma lembrança: se viu com Ana com roupas do século XV beijando-se em um bosque. Nesse momento ele interrompeu o beijo. _Você quer que eu a leve pra casa? Quer passar a noite comigo? Perguntou ele. _Já estamos na metade da noite, é melhor eu ir sozinha dessa vez. Teremos infinitas noites para ficarmos juntos; não há por que ter pressa._Yan a acompanhou até o carro antes que ela entrasse eles deram um beijo demorado e um abraço apertado. Em seguida Ana entrou no carro. Yan ainda se agachou na porta para beija-la novamente. Em fim ela foi embora. Yan ficou olhando o carro até desaparecer; refletindo sobre tudo que aconteceu nas sensações que sentiu, e nas coisas que Ana disse. Ele não queria falar para Ana, dessas coisas, nem dos sonhos. Temia que ela o achasse louco. Demorou tanto para conquista-la, não ia correr o risco de perdê-la por bobagem da sua cabeça.

Yan chegou em casa tomou um banho e deitou-se. Ainda pensou na imagem que passou na sua cabeça enquanto beijava Ana. “será que é uma lembrança de um sonho ou... “Ai”! deve ser loucura ou o efeito das químicas que eu consumia; deve está fazendo efeito retardado”. Ele pensou querendo afastar os pensamentos. E aos poucos adormeceu. Sonhou que estava numa festa de noivando, vestido exatamente como na imagem que passou na cabeça dele quando beijou Ana. No sonho todos se vestiam assim. Ana dançava, e era ela a noiva, só que ele não era o noivo; era outro homem. Enquanto Ana dançava eles trocavam olhares. Parecia que era a primeira vez que se viam.

De Manhã Yan acordou atrasado, mas estava radiante. Todos já estavam à mesa. Yan foi se junta a eles sem camisa. _Bom dia. _Disse ele para todos.

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_Bom dia meu filho, mas vai ficar melhor se você vestir a camisa. _Disse Otávio. _Calmo pai! Vou vestir, é que estou atrasado. Atrasos não são desculpas para ficar nua pela á casa! Continuou Otávio._ Nosso Yan, a academia está te fazendo muito bem, está forte hem? Tá vendo Pai? Por isso ele quer ficar sem camisa, é pra mostrar que está bem. _Disse Amanda. Otávio só resmungou._ Obrigada maninha, mas, não estou querendo me amostrar, só tentando ser pontual.

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_Deu tudo certo ontem filho? Lilian perguntou e ele respondeu com tanto brilho nos seus belos olhos azuis que não precisou dizer mais nada, Lilian entendeu tudo.

Claro que sim Mãe. Tchau eu vou para academia, até mais tarde. _Disse Yan e saiu apressado.

_Posso revezar com você no supino? _Perguntou Kaká a Yan._Claro gosto quando alguém reveza comigo, por que assim da tempo de respirar um pouco. _ risos._É Sem contar que um orienta ao outro._ É isso ai. Vai participar do concurso do triciclo mais original?_Claro! Você acha que eu ia perder essa?_Vou torcer por você, aquele seu triciclo tem potencial pra ganhar. _Valeu. E você por que não entra para nosso moto Club de vez?_Mano, adoro moto clubes, mas você sabe, não da para mim. Tem que ter muita disciplina e disciplina não é comigo._ Mas você está melhorando Cara, está no caminho certo. Mas tem razão, moto Club é como uma religião; e eu amo essa religião. _ Risos

_Vou levar minha garota. _Que garota? Há! Não me diga que voltou a ficar com a tranqueira da Paula?_ Sai dessa! A Paula já era faz tempo. É uma garota que trabalha comigo no restaurante; Muito linda e equilibrada._Eu acredito que ela seja linda; tú é maior sortudo com as mulheres._E se você vê essa, vai ficar louco; é a mulher mais linda que pode existir no mundo._Xi! Está apaixonado, quando o cara está apaixonado sempre acha isso._Você vai ver que não é só isso, estou apaixonado sim, mas ela é incrível!_Há! Que bom cara, que você parou com as paradas erradas. Eu também parei quero mais é saúde bebo ainda, fumo um pouquinho, mas moderadamente.

_ Está certo irmão. Por hoje é só daqui Vou para o trampo e ver minha princesa. _Kaká deu uma olhada nos músculos de Yan e disse:_Está fortão hem?

_valeu. Tu também cresceu pra caramba. Vou nessa Kaká, nos veremos no internacional evento.

Yan ao chegar ao restaurante Lafaia, Foi logo da um beijo em Ana._Dormiu bem? _ perguntou ele. _ muito bem. Confirmou Ana._Eu também, apesar de que... _Yan fez uma pausa quando se lembrou do sonho que teve. _Teve aquele sonho outra vez Yan? _ Perguntou Ela._depois eu te falo deles, agora tenho um convite pra te fazer. _ É mesmo?_ Sim Hoje a noite vai ter encontro de vários moto clubes daqui de São Paulo, e de vários estados. Seguiremos cortejo rumo a ao Internacional eventos. São três dias, seguidos, começa hoje sexta feira, as 20h00min, e vai até o domingo. Quer ir comigo? Vai ser um máximo: terá concurso do triciclo mais original, exposição, de motos, tatuadores, muito rock n rol E muito mais.

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_ claro que quero ir. Respondeu Ana maravilhada._Então quando você largar aqui vai correndo se arrumar apesar de que, acredito que você não demore pra se arrumar; não tem mais nada pra fazer ai é toda natural. _Ana deu um sorrisinho ia continuou falando _Dai, eu sigo o cortejo e passo na sua casa e te apanho.

_ Combinado._ Vou falar com minha mãe sobre a contratação de funcionarmos e avisar do

moto Club Onde ela está?_No escritório.

Yan deu duas batidas na porta do escritório.

_Entra. _Gritou Lilian. Yan entrou._Olha já estamos resolvendo, eu falei com a Cida pra ela trabalhar aqui no

salão. _ Disse Lilian_Mas é a faxina? _ Perguntou Yan. _ ela fica trabalhando aqui só de terças, quartas, quintas e domingos nas segundas e sextas, lá em casa._Ufa! Eu pensei que dona Lilian ia querer fazer as faxinas agora. _Todos riram. _Do jeito que é pão dura, eu não duvido nada. _Continuou ele._Não é que sou pão dura Yan, é que não posso colocar qualquer pessoa pra trabalhar com agente. Gosto de tratar as pessoas como se fossem da família, e pra isso preciso confiar e conhece-las. Assim fica um ambiente agradável. Confiança é tudo.Ho! Pensei que isso fosse palavra do papai. _Disse Yan._são de nos dois Yan. _Respondei Lilian._Engraçado... E como você contratou aquela moça pra trabalhar aqui se não a conhecia? _Disse Otávio._Nossa acho que todos já se acostumaram com Ana, menos o Papai. _ Disse Yan chateado._É que me comovi com o fato dela ter passado pela mesma coisa que nosso filho; e pior ainda, pelo menos o Yan não perdeu os pais, nem ficaram seis meses em coma profundo. Acho também que estamos ligados a essa moça de alguma forma. _Pois eu sei por que vocês estão ligados a ela. _Disse Yan_sabe filho? Espantou-se Lilian. _ E de que forma?_ Por que eu a amo! E vocês são minha família; se não a aceitarem me perderão! _houve uns instantes de silêncio. Em fim Yan quebrou o gelo.

_E quanto aos outros cargos? _Continuou Yan. _Amanda disse que o Gaspar está precisando trabalhar, e gostaria muito de trabalhar aqui já que ele é Judeu e o Restaurante também... Disse Lilian. Yan deu uma olhada disfarçada e maliciosa para Amanda a qual ficou ruborizada e baixou os olhos para que ninguém percebesse que ela ficou sem jeito. _ E para a cozinha _Continuou Lilian. _eu e sei pai falamos com um casal de judeus ontem na sinagoga e... _E eu acho melhor, começarmos a contratar mais Judeus, já que esse é o subtítulo do restaurante! _Atalhou Otavio enfatizando. _E quando eles começam? _Perguntou Yan. _Amanhã. _Respondeu Lilian._Aleluia! _ Yan disse. _Só assim, eu e minha maninha respiraremos um pouco, né maninha? _Amanda deu um sorriso afirmativo. _E não explorarão mais minha namorada, por que parece que só pra isso ela é boa o suficiente. Achem um judeu tão eficiente quando ela; ela pode trabalhar onde quiser, trabalha aqui não sei por que.

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_Não respirem tanto! _disse Otavio em tom seco que o tornava engraçado. E não deu bola para as lamurias de Yan._Só mais uma coisa. _Disse Yan. _ Hoje, amanhã e domingo haverá encontro de moto Club, e eu vou com Ana. Yan saiu em seguida Amanda também saiu. Otavio não gostou nada dessa história de moto Club.

_Ele estava esse tempo todo na linha, mas não basta pra você querido! Implica com a namorada dele... Pra você, só estaria bom se ele estivesse casado com uma judia e voltado para a sinagoga. Mas ele não vai sacrificar a felicidade dele por a sua! Otavio tenta intender!Eu estou feliz por ele está feliz. Isso sim é amor Incondicional. E gosto daquela moça; por que ela faz bem ao meu filho.

Yan estava encostado no balcão, contando pra Ana as novidades do restaurante Lafaia. Contou que o namorado de Amanda iria trabalhar lá também. Mas não disse nada sobre os comentários sobre ela; o que menos queria no mundo era ver o lindo olhar de Ana triste.Amanda ia passando, e Yan resolveu tirar uma casquinha._espertinha hem Amanda?_Claro aprendi com você. Mas fique sabendo que a intenção dele é mesmo trabalhar._Hum rum! _Para deixa ela. _Disse Ana. _ Fingindo ficar brava com Yan

Às onze horas Yan pegou o cortejo que passava em frente à residência dos lafaias, em seu triciclo.

Ana estava dando seus últimos toques na produção quando ouviu buzinas enfrente a janela do seu quarto. Ela olhou e ficou desnublada com a cena:As pessoas que passavam olhavam, assoviava, quem passava de carro ou moto que não fazia parte do cortejo apreciava fazendo sinal de positivo ou de rock n rol e gritavam alguma coisa.

Ela desceu apressada, vestia uma calça de couro sintético preta, apenas um top preto, botas preta de cano até os joelhos e toda entrançada e uma jaqueta vermelha aberta na frente. Seus longos cabelos, lisos e escuros estavam maravilhosamente soltos. Yan não deixou de notar a produção da sua garota. Parecia que ela tinha apreciado mostrar mesmo a linda barriguinha que possuía. Bom mais como não era hora para demostrar ciúmes, Yan a elogiou:_ Está maravilhosa. _ Ela sorriu e subiu no triciclo dando um beijo antes, na boca de Yan.

Ana estava eufórica, gritava e cumprimentava as pessoas que passavam buzinando ou fazendo qualquer sinal de manifestação cordial. Ela soltava os braços e dava um gole no vinho que o Yan compartilhava com ela._Podemos beber vinho amor, mas não nos embriagarmos. _ Disse Ana consciente do que fazia._Só para alegrarmos nossos corações faz muito bem. _Continuou ela.

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_A festa estava maravilhosa, muito rock n rol rolando, gente bonita, cada um se divertindo ao seu gosto, vários estilos, comércios de artigos desde instrumentos musicais á acessório. Tudo para estilo roqueiro.

Yan orgulhoso apresentava Ana para todos dizendo “essa é minha garota”. E todos Ficavam desnublados com ela. Kaká veio cumprimentar o casal:_Olha muito prazer em conhecê-la, você é muito linda mesmo, o Yan não estava exagerando nem um pouquinho. Ele é um cara de sorte. E muito boa gente, os deuses devem saber que ele merece você.

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_Brigada. Disse Ana sorrindo suavemente. _Valeu mano. Agradeceu Yan dando um abraço no amigo._Não se esqueçam de torcer por mim hem?

_Você vai ganhar, tenho certeza. _Ana disse._Opa! Tomara que você esteja falando pela boca de um anjo. _Disse Kaká. Ana sorriu enigmática.

Paula estava lá também e não gostou nada de ver que Yan e Ana estavam felizes. Em um dado momento Yan foi ao banheiro e Paula aproveitou a oportunidade para provocar Ana:_Uau! Vejo que o “casal coma,” estão indo muito bem. Mas você não poderia está tão feliz enquanto o pobre Humberto se encontra num quarto de hospital com úlcera._Cada um é responsável pelos seus atos. _Nossa! Bem que ele disse que você era um porre! _Disse Paula sorrindo debochada. Yan chegou e ouviu as ultimas palavras de Paula. _Algum problema Paula? _Perguntou Yan. _Não, só estava avisando para Ana que Humberto está doente._Vamos Ana, vem ver a exposição dos triciclos. Disse Yan deixando Paula falando. Sozinha.

Humberto estava realmente doente, depois do rompimento com Ana ele começou andar muito com a Paula, se entorpecendo todos os dias. Mas depois que ele descobriu a doença se redimiu e parou com as químicas em geral. Estava em um novo relacionamento com outra moça. O que deixou Paula furiosa.

O concurso começou e não deu outra; Kaká ganhou.

Lilian conversava com Otávio na cama, perderam o sono preocupado com o fato de Yan ter saído. _Vamos dormir querida, certamente ele não voltar para casa hoje. Acho que vai dormir na casa da moça. “moça”. Essa que não tem família nem religião, mora sozinha o que esperar dela? Será que estão bebendo?_Tem horas que me pergunto: será que só quem tem religião tem qualidade e caráter?_Que Blasfêmia é essa agora Lilian?_Por que criamos Yan nas sinagogas, ensinando as escrituras, o caminho a seguir, o que é certo ou errado, o que fazer ou não fazer... “Seja um bom menino Yan, não

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fume, não beba, respeite os mais velhos, seja educado”... No entanto, aos treze anos, Yan esqueceu-se de tudo isso. Perdemos o controle do Yan á muito tempo. Saiba que aquela moça a qual você se refere, não bebe nem refrigerante, não fuma, tem educação e cultura. Então não será por culpa dela caso nosso filho volte a beber. Muito pelo o contrario; tenho medo que Yan estrague a moça. Mais isso não vai acontecer Graças a D`us, ela tem equilíbrio.

_Eu lembro-me de quando Yan veio ao mundo; eu fiquei tão feliz que D´us me enviou um varão... E Hoje ele nada contra a corrente. Ainda bem que Amanda é uma filha maravilhosa, só me traz alegria. Veja agora? Está namorando esse rapaz o Gaspar que é Judeu também.

_Amanhã tenho certeza que eles chegarão a salvo, e não acredito que Yan lhe dará tanto desgosto como antes. Deveria simplesmente está feliz por ele, e não colocar a religião acima da nossa felicidade e da felicidade de nossos filhos. Vamos dormir. _Lilian virou se bruscamente para o outro lado, zangada ficando de costas par a Otávio.

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Quando Yan e Ana voltavam do evento já passava das 006:00: h da manha. Ana viu uma barraca de agua de coco e pediu para Yan parar a moto._Yan para, eu quero agua de coco, estou me sentindo desidratada._Ana, mas essa hora da manha?Há eu quero! Estou com muita vontade eu gosto muito Yan... _ Yan já havia passado um pouco da barraca e vez a rotatória para voltar. A barraca ficava bem próxima ao um ponto de ônibus. Enquanto eles esperavam o moço despachar o coco Yan olhou em direção ao ponto e viu um homem estanho, aparentava ter ente vinte cinco a trinta anos. Vestia um terno cor de cinza, um modelo dos anos 60, sapatos pretos muito bem lustrados, um Chapéu preto, tinha anéis em todos os dedos das mãos, unhas cumpridas e bem feitas em formato de punhal e tinha olhos estranhamente amarelos. Havia varias pessoas no ponto de ônibus, mas parecia que ninguém notou a presença dele só o Yan. Todavia um homem de aparência tão fora do comum, era natural que as pessoas olhassem para ele curiosos. Mas ninguém parecia ter visto ele exceto Yan que ficou com o olhar fixo nele._Ana olha que cara estranho ali. _Disse Yan baixinho e sem apontar para não chamar atenção. Ana que já havia pegado o coco olhou imediatamente. E para a surpresa deles, o cara pareceu ter ouvido o Yan e sentido os olhares do casal. O homem direcionou um olhar fuzilante para eles e como sem mudar o passo nem se virar, subiu no primeiro ônibus que surgiu e ficou de pé na porta do coletivo olhando para os dois até o vagão desaparecer na estada.Yan sentiu um arrepio dos pés a cabeça_Que homem estranho era aquele? Ele pareceu ter me ouvindo, mas como? Se falei baixo e ele estavam longe... Ninguém parece ter visto... Você viu, não viu?_Vi, vi sim._Você não está como medo?_Só um pouco._Como ele subiu ao ônibus tão rápido e sem se virar? _Vamos embora Yan. _Disse Ana tomando água de coco.

Casa de Ana

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_vai me convidar pra entrar né?_já é de manhã, vá pra sua casa dormir, mais tarde nós veremos._não seja má! Deixe-me ficar aqui com você, não precisa ter medo, eu estou morto de cansado. Mesmo que você quisesse não iria fazer nada, não ia conseguir._Engraçadinho. _Brincou Ela. _Tá bom entra. Vou tomar um banho fica a vondade.

_Yan ficou observado a casa, notou que tudo era meticulosamente organizada e limpa. Olhou para a estante e se aproximou para ver os portas retratos.

Quando Ana voltou vestida num roupão ele ainda observava as fotos com cara de desapontamento e perguntou:_Você ainda guarda fotos do seu ex-namorado?_Essas fotos sempre ficaram aqui e como nada aqui parece ser meu, eu deixei ai, do que adiantaria tiras às fotos se nada aqui parece comigo.

_É tem razão, você está diferente nessas fotos, parece bem mais novinha. Quantos anos você tinha aqui?_Hum... Humberto disse que eu tinha vinte, portanto só faz dois anos._ Nossa! Parece treze. Você incorporou nesses dois anos; sem contar os cabelos que cresceram demais! E você está mais coradinha na foto.

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_Então estou gorda, pálida, e virei a Rapunzel? Vai começar também a implicar?_Opa! _Ele deu um passo para junto dela. _Mil vezes você agora! Se você fosse descabelada, magrela, e queimada de sol como está na foto, eu não ia gosta de você, e nem te achar a mulher mais linda do mundo. Gosto de mulher, e não de fedelha. Aliás, essas roupas ai que você estava vestindo. _Disse isso apontando pra foto. _São muito infantis. Não curto não, a não ser que estejamna nossa filha, quando tivermos uma._ Ana riu. __ Eu sei que sou um show de mulher, qualquer homem se jogaria aos meus pés!_Não me faça lembrar isso!_Está bem, foi só um comentário._Por que você não muda a decoração dessa casa, já que nada aqui é do seu gosto? Yan disse mudando de assunto_Não precisa, não vou passar muito tempo. Por aqui.Como assim? Vai vendê-la? Ou não me diga que vai embora? Por que vou logo avisando, se você for, terá que me levar!_E achas que partiria sem ti? Não se preocupe, Foi só outro comentário._Engraçadinha. _Risos e beijos._Mas para meu conforto, guarde isso em um lugar longe da minha visão, numa caixa, por exemplo, não gosto nada de ver você sorridente ao lado desse cara; mesmo que esteja parecendo oura pessoa._Tudo bem se isso te conforta eu farei; pra mim é indiferente. _Ana pegou os portas retratos os quais estava com Humberto nas fotos e os levou par ao quarto._Depois você pega os portas retratos e coloca foto minha e sua. Vai ficar bem na sua estante. _Yan disse isso em quanto ela saia para o quarto, ela gritou já no quarto:_Vai ficar bem mais minha cara._Vou toma agua. _Disse Yan._Fica a vontade, já disse.

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_Yan abriu a porta da geladeira e viu varias garrafas de vinho. Abriu o armário para pegar um copo e tinha mais garrafas de vinho. Ele voltou para a sala._Você gosta mesmo de vinho né? _ Sim vinho é vida. Agora vá tomar seu banho. _disse ela.

Quando Yan voltou do banho Ana já estava dormindo. Ele puxou o cobertor para se cobrir e viu que ela estava vestida num pijama de moletom com mangas compridas. De fato não estava na intenção de provoca-lhe desejo. “Como se precisasse de qualquer forma ela é lida”. Pensou ele. Ele beijou os lábios dela bem suavemente para não acorda-la, deitou-se ao lado abraçando-a e adormeceu.

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Capitulo XIII

O Gaspar, a Cida e o casal de Judeus já estavam trabalhando No Lafaia restaurante. Diminuiu bastante a correia.Amanda estava radiante com a presença do namorado. Amanda estava trocando as toalhas das mesas com a ajuda de Gaspar. Ana vinha chegando Amanda disse:_Que bom, que a hora certa chegou; finalmente você e meu irmão se acertaram.

_É, Amanda, agora toda a peça vão serão encontradas._E depois disso você vai virar uma moça normal? _disse Amanda em tom de brincadeira. _Nunca serei normal; não aqui. _E em outro lugar sim? _Perguntou Amanda espantada._Em outro lugar sim. _Isso quer dizer que você está fingindo ser outra pessoa? _Amanda começou a ficar mais curiosa e preocupada._Nunca fingir nada; vocês são quem não compreendem o que digo._ Ana saiu e Amanda ficou pensativa: _Ou essa garota é doida ou... As palavras dela foram interrompidas ao ver que os longos cabelos de Ana soltaram da toca e correm pelas costas até os quadris tão escorregadios como uma seda. Amanda nunca tinha percebido que Ana tinha cabelos tão lindos, brilhantes, lisos e tão negros que pareciam irreais. Amanda voltou a falar para o Gaspar:_ como pode ser tão linda e tão louca? Vai se acostumando Gaspar ela é muito estanha

Gaspar nada disse.

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Otávio estava usando o computador do escritório do Restaurante Lafaia, para fazer uma pesquisa de sobre Terceira guerra judaico-romana.

. Depis de varios site pesquisados; ele achou outro que falava mais do final do império romano, e deparou com um retrato em pintura de uma moça. Ele ficou olhando para a imagem, impressionado com a semelhança que tinha com Ana.

Otávio imprimiu a imagem, salvou o site e fechou a janela. Foi ao caixa onde Ana estava, olhou fixamente para ela e disse:_Ana você é..._Eu sou o que Seu Otavio?_Nada não Ana, só ia perguntar se você sabe se o Yan vai demorar._Ele já está na cozinha seu Otavio.Tudo bem era só isso. _Otávio saiu e voltou à pesquisa.

Yan saiu da cozinha logo que Otavio entrou no escritório._Seu pai estava te procurando Yan. _ disse Ana._Há eu ia mesmo falar com ele. Vou lá falar com ele, mas, antes me dar um beijo.

Yan deu duas batidas na porta do escritório e depois rodou o trinco e percebeu que a porta estava trancada. Ficou surpreso pôs o pai nunca fechava a porta a chaves.Otávio demorou um pouco e veio abrir. _Sua benção pai, não o vi hoje.

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_D´us te abençoe meu filho. _Pai por que fechou a porta à chave?_Filho você gosta mesmo daquela moça? _ Da Ana? _Naturalmente que é dela que falo._E como poderia não gostar? _Otavio ficou calado só observando o filho.

Não me vai dizer que é por causa dela que agora fecha a porta do escritório?_Otávio ficou procurando uma resposta para dar ao filho pôs de certa forma era sim por causa dela. E por fim ele respondeu:_Ouça filho, antes só trabalhava gente da família aqui, era natural que o escritório ficasse livre para qualquer um ter acesso, mas agora temos cinco pessoas estranhas aqui._Hum! Agora judeus é estanho para o senhor também? _Yan não esperou ouvir mais nada e saiu.

No final do Dia, Ana procurou Yan, mas não o encontrou._Amanda você viu o Yan? _Perguntou Ana. _ Ele estava do outro lado da rua agora a pouco. Amanda disse sem saber que Paula estava lá com ele.

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_ Yan eu só queria mais uma chance, Disse Paula._Nunca tivemos nada Paula, você sabia que aquilo era só passa tempo; nunca te enganei você mesmo me disse aquele dia. _Eu sei, mas agora eu descobrir que te amo! Yan eu quero mudar; sabe toda a galera da nossa época estão com alguém, só eu continuo sozinha. Até o Humberto vai se casar. _Fico feliz que você queira mudar Paula, Mas eu amo a Ana.

_Nesse momento, Ana estava atravessando a rua; Yan estava de costa e não a viu se aproximar. Ela não ouviu o conteúdo da conversa. Paula ao vê-la puxou Yan e o beijou. Ana ficou paralisada onde estava por alguns segundos; depois saiu rápido rumo ao estacionamento do Lafaia Restaurante. Entrou no carro, sentou se no banco e debruçou-se no volante. Ficou assim por alguns minutos. Depois levantou a cabeça lentamente e fitou seu rosto no espelho do carro. Colocou uma musica e finalmente deu partida.

Parecia que o equilíbrio á abandonava. Experimentando sentimentos que para ela, eram novidades como a vaidade no dia em que desfilou na Rua do Lafaia restaurante o êxtase que sentiu no cortejo dos motos clubs e agora estava com ciúmes. Sua expressão estava fechada tinha um misto de melancolia e raiva no olhar, mas não verteu uma lágrima se quer.Sé alguém a visse nesse momento acabaria com a lenda a qual reza que Ana Miranda não demostrava qualquer tipo de sentimento.

_O que você está fazendo? _Disse Yan. Em seguida largou Paula lá sozinha; ela ficou gritando seu nome, mas Yan saiu correndo desesperado sem olhar pra traz. Yan entrou no Lafaia restaurante, a procura de Ana como se pressentisse algo._Cadê a Ana Amanda. _Ela estava te procurando; você não a viu? Eu disse a ela que você estava lá do outro lado da rua, e ela foi até lá.

_Ao ouvir isso, ele entendeu tudo e ficou muito nervoso.O Lafaia restaurante já estava fechado e todos se preparavam para ir embora._ O que aconteceu Yan? _ Perguntou Lilian ao ver o desespero do filho.

_Mãe, eu não vou agora vou atrás de Ana preciso esclarecer um mau intendido._Está bem meu filho mas tome cuidado!

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Ana chegou em casa sua expressão ainda continuava fechada. Guardou o carro na garagem e foi Direto para o banho. Ficou ali no chuveiro por um bom tempo. Sua face agora, demostrava mais melancólica. Do que raivaMinutos depois ela saiu do banho. Parrou em frente ao espelho. Ao ver sua imagem no espelho ela suavizou a face passando de uma expressão de tristeza e ira para uma cara de quem acabou de ter uma ideia. O que teria pensado ela a se ver no espelho? Será que pensou “sou linda de mias pra ficar se lamentando”? Ou “vou me vingar do Yan?...”.Foi ao armário e escolheu um vestido vermelho, decotado e longo, mas abria uma fenda que subia até o troco da coxa. Colocou um sapato de salto bem alto, se produziu toda e saiu.

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Yan já havia ligado varias vezes no celular de Ana pôs ela não tinha telefone fixo, dizia que não precisava por que morava sozinha e só ficava em casa a noite depois das onze. Ana havia desligado propositalmente o celular, sabia que ele ligaria.

Ana foi a uma boate, a qual só abria nas segundas feiras. Era uma boate diferente; não era qualquer pessoa que poderia frequenta-la. Os membros eram muito bem escolhidos. O lugar era secreto; e pra ser um deles tinha que ter conhecimento e domínio do se.

Lá eles se divertiam quase como em qualquer outra casa de shows. Dançavam, namoravam, mas cada um tinha seu parceiro certo, não eram permitidos atos sexuais lá dento. Não faziam uso de bebidas alcóolicas exceto o vinho. O cigarro também não era permitido, assim como qualquer tipo de entorpecentes. Todas essas regras e outros costumes tinham que ser compridos tanto dentro do local como no cotidiano dos frequentadores.A maioria na casa era jovem, mas também tinha algumas crianças e idosos, entre eles Maria. Ela sabia muito sobre Ana.As musicas que tocavam lá eram: Celtas, Metal sinfônico, gotimetal, doometal, new age, musica erudita, e gregoriana.

Quem visse a festa deles a principio, não notaria a diferença de outra festa qualquer, mas para eles, além de se divertirem era um culto, e tinha muito mais coisas além do que um simples visitante pudesse imaginar. Por isso a escolha da segunda feira, era um dia com menos olhos curiosos e intrusos. Lá eles se sentiam bem, livres da incompreensão de pessoas que se julgam normais e acha que festa e diversão é sexo sem limites, drogas, álcool, e tantas outras atrocidades Sem saberem o abismo que estão levando a suas almas.

Quando Ana chegou à porta da boate todos olharam para ela paralisados. Os seguranças da boate abriram caminho pra Ana passar. A multidão a seguia com os olhos fixos e desnublados. Ela olhou para os DJs estalou os dedos, eles tocaram uma musica. Parecia que eles sabiam o que ela queria só pelo olhar e um simples estalar de dedos. Ana começou dançar e tanto homens como mulheres a observavam maravilhados, mas ninguém ousava touca-la, parecia que tinha o comandando sobre eles. Depois de certo tempo, começaram a dançar também em volta dela.

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Yan foi até a casa de Ana, já eram três e meia da manhã. Ele tocou a campanha varias vezes e nada. Decidiu escalar a janela do quarto de Ana. Quando conseguiu subir, percebeu que estava aberto. Ele entrou. A o quarto estava vazio e nela o indicio de que ela teria se produzido, pôs o cheiro do perfume ainda estava no quarto. Por vias das duvidas ele ainda a procurou pela casa inteira. Sem sucesso, Yan voltou para o quarto, sentou-se na cama e chorou. Percebeu que por mais que ele achasse que conhecia a mulher por quem estava perdidamente apaixonado; nada sabia sobre ela. Não

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sabia quem ela era, nem de onde veio. Nunca se preocupou em saber, achava que ama-la, e ter ela nos braços era o bastante. Ele. Mas uma vez pensou que todos aqueles sonhos não passassem de vestígios das drogas que consumia; e a impressão de que a conhecia, era excesso de amor._Eu á amo demais... Ana... _Yan gritou soluçando em prantos. O medo de perdê-la era insuportável; ele não queria, não poderia suportar. Ele resolveu ir pra casa; mas de manhã voltaria antes que ela fosse trabalhar. Queria conversar com ela sem ninguém por perto.

Yan levantou primeiro que todos da casa. Não havia conseguido dormir eram 006: h00min da manhã.

A campainha tocou, Ana foi atender sonolenta, olhou pela brecha e viu o Yan. Ela abriu a porta, estava vestindo uma camisola preta, curta e todo rendada. Yan correu seus olhos pelo corpo de Ana; o ciúme e que ele sentia, nesse momento quiseram da passagem para o desejo ardente de fazer amor com ela. Mas ele foi forte e controlou-se.

_Dormi de mais? Que horas são? _Perguntou Ana._Não você não dormiu de mais, eu é quem dormi de menos; ainda são seis e meia da manhã. _Yan disse isso consultando o relógio de pulso. _Preciso falar com você, te liguei a noite toda, mas só dava caixa postal. _ desliguei o celular. _Por quê?_Por que ouvi o primeiro toque e vi que era você, então desliguei._Por que não queria falar comigo? _Yan é melhor você ir embora, não posso ficar aqui estou com frio. _ E eu não posso entrar? _acho melhor não._Para com isso Ana, eu vou entrar sim! _Yan disse isso e pegou a nos braços empurrou a porta com um ponta pé, para que fechasse. Levou Ana até a cama, pegou o cobertor e a cobriu._Pronto! Agora frio não será mais desculpas. Eu vim ontem aqui sabia? Por que não abriu a porta? _Ele perguntou só para ver se ela mentiria, mas, ou ela era bastante esperta para deduzir que Yan seria bem capaz de ter escalado a janela; ou seria ela muito sincera para confessar a verdade._Eu havia saído. _E onde você foi? _Fui a uma boate. _Mas, na segunda feira? Que espécie de boate abre nas segundas?_Um lugar onde... Pessoas elevadas frequentam. _Pessoa elevadas... O quer é isso?_Yan algum dia você também ponderar ir lá. _Ana pelo amor de Deus! Não complica as coisas; pare com esses seus enigmas. Acho que esta mais que na hora de eu saber quem é “Ana Miranda”._Ou “quem não é Ana Miranda” _Para! _Yan já estava perdendo a calma. Ele se aproximou dela fazendo um enorme esforço para recuperar a sensatez. _por favor! _Então me conte os seus sonhos. _Não! É confusão da minha cabeça; eu usava drogas, bebia muito; não devo ser sã da cabeça. Você sempre sai à noite? _Não até onde eu sei... Essa foi à primeira vez; exceto o encontro de moto Club que fomos juntos._Mas... Você saia com seu ex-namorado! _mas depois do coma não sai mais.

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_Yan refletiu sobre o que ela disse. _ Olha Ana, eu sei por que você fez isso; mas o que você pensa ter visto...

_Eu sei! Ela te agarrou e te beijou por que me viu. É uma Garota muito estupida que vai precisar de varias vidas pra aprender. Pessoas que não se importa com o sentimento alheio são difíceis._Então se você sabia que não tive culpa por que agiu assim?_Por que quando a vi te beijando, lembrei que você já a beijou por livre e espontânea vontade, por muitas vezes, e não só ela; mas muitas outras mulheres, nessa e em todas as suas outras vidas!_Yan parecia não entender metade do que Ela estava tentando dizer, é como ela disse em outra ocasião para Amanda “Eles é quem não compreendia, mas em momento algum ela fingiu ser quem não era”._Ana meu amor, em toda minha vida eu te esperei, não sei por que, mas, sabia que era você tudo que me faltava e te procurava... _ Ela o interrompeu:_ Onde você me procurava você me perdia; bastava procurar dentro de você.

Yan olhou para ela com os seus belos olhos azuis faiscando de desejo. Em um movimento brusco pegou no seu rosto e a beijou loucamente, arrancou- lhe sua camisola e fizeram amor pela primeira vez.

Enquanto faziam amor, Yan teve uma lembrança que ele tinha certeza que era real, não era imaginação, sonho nem muito menos paranoia da sua cabeça. Ele conhecia aquele corpo. Uma lembrança deles fazendo amor num bosque. Não compreendia como poderia ser possível, mas era real.

Mas o amor que fizeram foi tão intenso que quando terminou nem um teve qualquer reação com exceção que adormeceram extasiados e abraçados.

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Capitulo XIV

Todos á mesa na casa dos Lafaias. Otávio consultou a hora e perguntou:_Yan não vai descer? _ Acho que ele não deve ter voltado pra casa ainda. _ Disse Lilian. _ E onde ele estar?_Ontem ele teve um desentendimento com Ana; ela saiu sem se despedir e ele foi atrás dela, a fim de fazer as pazes. _ Hum! E devem ter feito às pazes e ouras coisas. _ Disse Amanda maliciosa. _Que disparate é esse, Amanda! _ralhou Otavio com a filha. Lilian tentou conter o riso. _É o que dar, onde já se viu? _ Otávio ficou resmungando sem saber ao certo o que dizer._Hora papai. _ está pegando no pé do Yan muito mais do que quando ele era drogado e alcoólatra! _Otavio fez menção de retrucar, mas ficou pensativo em seguida levantou da mesa e chamou Lilian até o quarto.

Querida, não é que eu esteja implicando com Yan ou com a moça; não é questão de nós sermos judeus... É que... Até mesmo por que eu não sei mais até que ponto D´us ou diabo se manifesta nas nossas vidas!

_Querido agora eu é quem te pergunto “Que disparate é esse?”.Otavio tirou a imagem de dentro do paletó e mostrou para Lilian:

_Veja isso! _ela olhou e perguntou intrigada:_O que você faz com a fotografia da Ana? _ele sorriu com certa loucura:_Não é a Ana! Achei essa isso em um site; é copia de uma pintura do século XV._Não pode ser! É o mesmo rosto, os cabelos... Seria ela um fantasma?_Fantasmas não existem Lilian... Ou existem? Eu não sei mais... Não sei..._Mas o que um fantasma de mais de seiscentos anos quer com nós?_Ou com nosso filho? Venha Lilian ligue para Maria diga que não abriremos o Lafaias restaurante e que ela avise para os demais funcionários. Avise para Amanda também tente localizar o Yan e essa... Sei lá o que, diga que tirem um dia de folga e mande-os vim pra cá imediatamente. Vamos investigar isso. Creio que tenha mais coisa nesse site, iremos desvendar esse mistério, e dependendo do que seja; iremos atrás deles, pode ser que Yan corra perigo. Que D`us nos ajude.

Lilian desceu e avisou para Amanda. Ela quis saber o porquê Lilian teve que contar._Eu bem que desconfiava que aquela garota não pudesse ser humana! _ Disse Amanda amedrontada.

_meu amor ligue para o Yan e diga o que não abriremos o Lafaias restaurante hoje, diga para vim pra casa o mais rápido o possível._ Estou com medo mamãe! _Não tenha medo, pode não ser tão ruim assim. _Disse Lilian._depois venha par o escritório.Antes que Lilian ligasse para Maria o telefone tocou:_Lilian? _Oi Maria, ia mesmo te ligar. _ O que aconteceu? Já são 11h00min da manhã, e vocês não chegaram até agora. Já está um alvoroço. A Cida e Gaspar não vão da conta do serviço, não são tão rápidos como Amanda e Ana Alias, Gaspar está no caixa. Já mandei o Judeu para servir as mesas e a esposa dele ficou aqui para me ajudar. Mesmo assim não daremos conta. _Então Yan e a Ana não chegaram? _Não! _Guarde toda a comida Maria, dispense os clientes, invente uma desculpa qualquer libere os funcionários por hoje e feche o Láfaias restaurante. Depois eu te explico o por que.

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_Receio saber o motivo e posso ajuda-los é sobre Ana, não é? _como sabe Maria?_eu sei Lilian, sempre soube. _ Então venha correndo para cá.

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Yan acordou e olhou aquela bela mulher adormecida ao seu lado, ele ficou ali parado sem se mexer para não acorda-la.“Ela é tão linda, essa pele tão branca. Será que ela é real? Esse cabelo tão neg...”. Foi então que ele se lembrou da mulher que aparecia nos seus sonhos. “O cabelo negro”.

Ele levantou lentamente para não acorda-la. E saiu.

Ele não foi pra casa, lá não ia encontrar respostas para suas perguntas. Procurou um lugar tranquilo e distante da casa de Ana, o qual pudesse refletir sobre o que estava acontecendo.Estacionou a moto num canto afastado da cidade em direção à estrada e ficou lá pensando. Fechou os olhos:

Lembranças ocultas na mente de Yan começam a surgir:Ele lembrou-se que passeava num bosque de mãos dadas com Ana, felizes, de vejo em quando trocavam beijos e caricias.Ela usava um vestido cor de vinho, tinha os cabelos longos e presos numa trança, que descia ate a cintura. Seu nome não era “Yan”. Era “Calisto”. Ela era “Beatrice.”.

Um homem surgiu por de traz dos arbustos. _Você é minha Beatrice e vem comigo_ Dizia o homem, que se chamava Edgar._Não! Eu não o amo Edgar, quero ficar com Calisto._ Edgar a garrou e a segurou pelos os braços. _Você vem comigo. _Calisto a tomou dos braços dele.Edgar desembainhou a espada e lançou a direção a Calisto; Beatrice se apressou e correu e ficou na frente de Calisto e a espada a atingiu o seu coração.

Edgar se assustou e deu um pulo pra traz gritando e fugiu. Calisto segurou nos braços sua amada sangrando. Calisto chorando e tentando falar com ela que não respondia com palavras, só com suspiros e com o olhar distante Naquele momento ela morreu.

Yan se lembrou de parte da sua vida passada; mas ainda tinha varias duvidas. “Ana então é Beatrice, eu sou Calisto”. E a Mulher que me salvou do acidente?... Também é ela? Mas... Como? Seria Ana um fantasma? Ele subiu na moto, pegou a estrada e foi até o local donde ele sofrerá o acidente, na expectativa de esclarecer esse mistério.

No local, ele começou a lembrar:

As trevas e a luz brigassem por sua alma.Ele viu à mulher. Ela usava um vestido azul celeste, dum tecido leve, era longo e com mangas cumpridas largas nos braços.

Ela era lindíssima. Com a pele clara e brilhante, cabelos longos e escuros. O rosto angelical.Ele reconheceu; era verdadeiramente a Beatrice... Ou Ana? As duvidas continuavam.

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Ela olhou para as criaturas das trevas, uma espécie estranha com aparência horripilante, mas, assemelhava-se á humanos. As roupas pareciam farrapos e eram sujas. Os dentes todos estragados e pretos. os cabelos extremamente sujos, duros, e despenteados.

No meio deles havia apenas um que era belo. Era o líder. Estava todo vestido de preto. Tinha apenas o rosto descoberto. Os olhos eram amarelados, e a pele branca. Os traços do rosto eram tão perfeitos que pareciam esculpidos. As unhas cumpridas em formato de punhal.

A mulher e esse demônio se olham por alguns instantes e caminham em direção um do outro se sem desviar o olhar. O Demônio transformou-se numa serpente gigantesca em tamanho jamais visto, tinha quilômetros de comprimento e apenas a cabeça era como se fosse humana.O demônio chamava-se Azazel que é quase tão poderoso quanto Lúcifer.Os anjos surgiram para ajuda-la armados com suas espadas magicas.

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Começou o combate entre os anjos, e as criaturas. De Azazel a serpente que eram um só. Cada vez que Uma criatura era atingida pelos anjos; se convertiam numa espécie de nuvem negra e desapareciam sem deixar vestígio. Azazel e a mulher apenas observavam a batalha.

Quando os anjos aniquilaram todas as criaturas, a serpente Azazel e a Mulher partiram par ao combate.

Cada vez que a serpente azazel era atingida; soltava parte do corpo que ganhavam vida e tornava-se uma arma contra os anjos. O demônio soltava fogo e Fumaça negra pela boca para atacar. Contorcendo-se todo e rangendo, Soltava uivos horripilantes. A serpente tinha um ponto fraco, e a Mulher sabia qual. Então ela se aproximou para mais perto da serpente, e quando o inimigo pulou para ataca-la; ela enfiou-lhe a espada no canto logo abaixo da cabeça e foi fatal. O demônio se contorceu de dor e deu um esturro. A mulher deu um pulo e lançou a espada no pescoço da serpente arrancando lhe a cabeça. Depois esmagou a cabeça da serpente com uma pedra batendo diversas vezes. O corpo da serpente se converteu também em uma nuvem negra e desapareceu.

A mulher correu para junto de Yan que permanecia imóvel; abaixou-se e pegou na sua mão olhando nos seus olhos:_Yan... Acorda, sai daqui! Ainda não é sua hora; Não pode ser!

Ele olhou aquele rosto e teve a nitidez.Yan lembrou. Que apagou nesse momento e só acordou no hospital.

“agora tudo está esclarecendo: eu tive outra vida com Ana; ela morreu pra me salvar.Eu renasci como Yan, mas e ela? Só pode ser um anjo; não é humana”.

Yan seguiu de volta na estrada para a casa de Ana somente ela poderia esclarecer esse mistério.

Yan tocou a campainha e no mesma instante Ana abriu a porta como se já estivesse esperando. Ela estar vestida numa camisola cumprida e azul celeste. Ele a olhou, e pensou: “Agora ela está mais parecida com o anjo do que com a Beatrice”.

_ Eu sabia que voltaria Calisto._ Me explica isso tudo, estou ainda muito confuso!_ Entra Calisto, eu vou te contar tudo _Ele suspirou._É o que mais quero Beatrice... Anjo ou seria Ana?

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_ Ana eu não sou!_ como não?_ Entre que vou te explicar tudo!

Já sentados ela começou:Era final do império romano, no ano 1476, século XV. Eu era filha única de

um soldado. Meus pais tinham uma vida financeira difícil. Pôs era Godos, um povo Germânicos que evadiram Roma. Eles foram considerados bárbaros e perseguidos por ter costumes diferentes. Já te falei sobre eles. Lembra a primeira vez que conversamos? _É mesmo, eu me lembro._Meus pais com muito esforço me deram uma vida razoável.

Diziam que não queria que eu sofresse como eles. Por isso deram minha mão em casamento pra o filho dum romano, mas naquela atura, Roma já estava perdendo o combate e com isso poucos soldados romanos restavam. Não tinha outra saída para os romanos se não agregarem forasteiros. Em troca de servi as tropas romanas. Assim acolheram meus pais dando lhes terras.

Diziam que seria bom pra me casa-se com Edgar Eu aceitei de bom grado. Era uma filha obediente e a aquela época mulher não tinha escolha. Eu já conhecia Edgar, Era um rapaz franzino mais era de certa forma bonito. Achei que se me casasse com ele o amor viria com o tempo Pôs era comum nessa era.

Mas no dia da festa do meu noivado, eu dançava alegremente quando meus olhos.

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pousaram em um belo rapaz de olhos azuis; ele não parava de me olhar. Você era tão belo tanto como agora.

_Ela olhou para Yan, fitando o brilho dos seus olhos atendo a cada palavra. Ela continuou:

Edgar percebeu a troca de olhares. Passando a festa eu não parava de pensar em você. Certa manhã eu caminhava no bosque para respirar o ar puro. Você surgiu, conversamos e nos beijamos. Meus pais nem desconfiavam, mas Edgar sim.

Eu nunca havia beijado Edgar alias, nem outro homem; e a você me entreguei de corpo e alma. Sabíamos que não poderíamos ficar juntos; eu já estava prometida, eu não ia me guardar para um homem que não amava e por isso nem pensei, e fiz amor com você naquele bosque.

Certo dia, Edgar nós seguiu... Quando o vi com a espada apontada pra você, eu cair em desespero, não ia suportar te perder; mas também não queria morrer! A espada me atingiu.

Quando cheguei ao segundo plano, fiquei perdida, não entendia nada; o que eu estava fazendo ali?Eu queria você, mas me vi nos seus braços banhada de sangue, você chorando, Edgar fugindo...

Era estranho mais eu tinha varias percepções ao mesmo tempo. Eu andava entre trevas, meus pés não se firmavam no chão. Hora eu flutuava, horas afundava.Não havia gravidade naquele lugar. Não tinha sol, mas havia uma senda de luz bem distante de onde eu estava, Eu não estava no inferno, mas também, não era o céu.

Na confusão dos meus sentidos era difícil entender onde eu estava. Eu só queria voltar e ficar com você.

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Uma guia espiritual veio ao meu encontro; era um homem jovem e forte. Ele flutuava... Ele disse:_vem comigo..._ você me ajuda a voltar?_ Você não vai voltar._ por que... Eu estou morta?_ não você não estar morta._ Então, porque não posso voltar?_ você não pertence mais a terra._vê, eu só quero voltar e ficar com Calisto._ seu ato rompeu o equilíbrio natural, ou seja, o curso natural da vida; o que vocês humanos chamam de destino. Muitas coisas terríveis aconteceram por isso._Então me deixe voltar para que não aconteça mais nada de errado; não faz mais que uma hora que estou aqui. Não deve ter acontecido nada ainda!_ faz seis meses que você atravessou a passagem que separa os cinco mundos. _Eu me desesperei ao ouvir isso gritei:_Não é possível!_ venha comigo. _ Disse o guia.

Ele me Levou a para um lugar cheio de flores. Eu olhei tudo em volta era lido. Sentei-me num canteiro de rosas e pedir que ele contasse-me tudo, ele me contou:_ quando você partiu, seus pais e Calisto ficaram desesperados; queriam se vingar de Edgar. Seu pai chegou primeiro e o matou.depois o pai de Edgar ficou furioso. Foi até a casa dos seus pais a noite entrou na casa de vagar; e matou seu pai junto com sua mãe. Na cama. _Eu gritei horrorizada. Ao ouvir isso:_ o meu Deus que horror! O que eu fiz?

_ Seu ato foi nobre, você provou seu amor incondicional por Calisto, e vai será

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recompensada por isso. Mas mesmo quando os humanos fazem algo, achando que é para o bem; interferem no equilíbrio. O que você não sabia era que Calisto não ia morrer. Horas! Ele era um jovem ágio e forte, ia conseguir desviar da espada. Derrubaria Edgar ali com apenas uma pancada na cabeça deixando o desacordado e fugiria para outro país com você. Esse era o plano dele; e isso era o que estava destinado a vocês.

Mas agora você ficará aqui, para ajudar as pessoas na passagem dos mundos; assim como eu; e ajudarem a aprender a lição até terem o direito de encarnar novamente.

_Mas e a Calisto? Você não me disse o que lhe aconteceu?_ Calisto matou o país de Edgar e fugiu para a França. Carregou a culpa da sua morte. Nunca quis outra mulher. Tornou se poeta e escritor de romances. Entregou-se aos vícios. Tornando difícil assim sua elevação espiritual, e apresando sua passagem.Essas pessoas que vivem assim são verdadeiros torturadores das suas almas que vão se matando aos poucos._E assim Calisto eu me tornei um anjo, ajudando outras pessoas a atravessar as passagens.

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Capitulo XV

Final

Todos reunidos na sala. Otavio abriu o site e achou Toda a tragédia que teria acontecido a Ana há quase seis séculos. Mais o que mais surpreendeu a todos foi em outra pagina do site ao deparar se com a fotografia de Calisto que era o próprio Yan.

Todos ficaram espantados sem saber o que dizer. Olhando uns para os outros esperando que alguém quebrasse o silêncio... Em fim Maria fez isso:_Quando aquela moça chegou ao Láfaias restaurante, eu sentir que ela não era desse mundo. Eu nunca disse pra vocês por que temos crenças e religiões diferentes, tive medo de não me aceitarem, e como gosto de mais da família não quis arriscar em perder vocês e meu emprego por conflitos religiosos. Mas eu sou espirita, estudo o espiritismo a fundo e o sigo a risca. Des dê muito pequena já sabia que os espíritos voltam em outros corpos. Quando criança via coisas que não vem ao caso falar agora. Fui ficando cada vez mais ligada ao sobre natural ao ponto de sentir qualquer energia boa ou ruim que nós cercam. É o que chamamos de intuição, sexto sentido, sensibilidade, entre ouros nomes dado a isso.

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Aos poucos fui descobrindo quem aquela moça era, sabia que não era má; só tinha vindo atrás do que já a pertencia, e não era bem material.Eu não poderia interferir, por que quem deu autoridade para que ela vinhetes até nós foi o próprio Deus.Mas. Ela é um espirito? E o Yan também? _Perguntou Otávio atordoado._O Calisto reencarnou no Yan, mas ele já havia reencarnado quatro vezes, uma em cada século. Enquanto a Ana nunca havia encarnado por que ela era mais evoluída. Não sei como dizer... Se não acreditavam em reencarnação passe a creditar agora. Ela dá-se de varias formas.

_ Mas, como você poderia está lá no dia do meu acidente se reencarnou como Ana? Como pode ser duas ao mesmo tempo? _ Quis saber Yan._Era sua ultima chance de alcançar a elevação, porque você reencarnou cinco séculos seguidos, mas em todos eles você desenvolveu a postura adquirida na sua primeira encarnação como Calisto. Uma vida desenfreada que aproximam os dias da partida dessa vida; é o que chamamos de suicídio involuntário.

Quando você sofreu aquele acidente, seria a hora que você antecipou, iria para as trevas. Por isso eles estavam lá. Mas eu não ia deixar eles te levarem. Fiquei em desespero quase humano. O “ser Supremo,” usou a sua benevolência, e deu ordem aos anjos que fossem comigo para resgatar sua alma; por que se não seria perdida pra sempre. E como você já sabe, houve a batalha e ganhamos.

_ É eu vi você destruiu o demônio._ Não só a serpente, por que aquele é Azazel, um anjo decaído que tem dado bastante trabalho por bilhões de anos. Ele só perdeu a batalha, não morreu._Ana era ele aquele dia no ponto de ônibus?_Era ele achou que poderia ter chance por que eu não poderia te contar nada; você que teria que se lembrar sozinho.

Então você teve mais essa chance. O supremo Deus é tão bondoso que me enviou para ter ajudar a alcançar o equilíbrio. Ele sabe todas as coisas, sabia que somente eu, sou capaz de te salvar; por que em todas as suas vidas você sentia minha falta. Inconscientemente você Sabia que algo te faltava, mas não sabia o que; por isso tentava achar saída nos vícios se arriscando nas estradas, procurando mulheres que precisarão de muitas vidas pra aprender; ou ficar com suas almas presa por séculos no submundo. Ana era uma jovem desequilibrada, não só ela a família inteira, eles precisavam passar algum tempo na escola espiritual para só então regressar... Por isso, se foram.Eu não poderia regressar no corpo de um bebê, até ele crescer você se perderia.

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Quando Ana abandonou aquele corpo, eu ocupei aproveitando as características físicas que se assemelhavam as minhas.

De maneira alguma eu sou Ana. Eu sou Beatrice aqui; e anjo do outro lado. Ana morreu no acidente, aquele corpo em coma já era meu espirito se preparando pra regressar e finalmente ficar com você, Calisto. Quando regressei no corpo de Ana a principio, fiquei perdia fui agindo automaticamente. Só quando vi você pela primeira vez no Lafaias restaurante e que compreendi Tudo.- Eles se abraçam.

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_Me explica isso Maria! _ Pediu Otavio._Ana morreu no acidente e Beatrice entrou no corpo dela. Acontece, quando uma pessoa está na hora da morte outro espirito encarna no seu corpo. Por isso é comum pessoas que “escaparam da morte” Mudarem de comportamento. Muitas vezes já não é mais o mesmo espirito que habitava aquele corpo. _ Explicou Maria._Por isso ela se vestia daquela forma, viveu no final do império romano. _ Disse Otávio._Essa era a ligação que meu coração dizia que ela tinha com nós. E Por isso quis trabalhar no Lafaias restaurante, sendo tão eficiente, o salário dela era o Yan. _Disse LilianO que vamos fazer? Perguntou Amanda._Não há o que fazer só aceitar. _disse Maria._Eu também frequento um lugar ode só pessoas evoluídas espiritualmente podem ir lá. Mas não há ninguém que se iguale a Ana.

Dois dias depois

Yan pediu férias no Lafaias restaurante. Ana já não precisava trabalhar lá._ Posso saber por que quer férias? _Perguntou Lilian._ Quero fazer uma viagem com minha namorada _ Ela viu um brilho no olhar do filho inexplicável.

A família Lafaias estava toda no quintal da residência aproveitando um dia de folga. Com eles também estava Gaspar. Yan apareceu com uma roupa da época do império romano._Otavio ainda brincou com o filho:_Vai alguma festa a fantasia? _Todos riram.

Beatrice surgiu lindíssima num vestido cor de vinho e os cabelos presos numa trança. Eles deram as mãos e olhando se nos olhos Beatrice perguntou:

_ vamos Calisto está pronto.Equilíbrio

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_ claro minha Beatrice. Lembra-se? Você não partirá pra lugar algum sem mim._E eu jamais partiria sem você.

Eles entraram num bosque seguiram Um caminho estreito cujo não se via seu fim e de mãos dadas caminharam até desaparecerem.

Uma voz de um mensageiro espiritual ecoou no ar:“uma palavra ou ato na hora certa ou errada; é fatal para o equilíbrio ou desequilibro dum ser em evolução espiritual em todos os mundos”.

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Fim

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