EPIDEMIOLOGIA MEDIDAS DE SAÚDE COLETIVA MÔNICA FONSECA 20014.
Epidemiologia e Saúde na Empresa
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Epidemiologia Epidemiologia e Saúde na e Saúde na EmpresaEmpresa
Epidemiologia Epidemiologia e Saúde na e Saúde na EmpresaEmpresa
Prof. Armando Pimenta, MD, Ph.DProf. Armando Pimenta, MD, Ph.DFaculdade de Medicina – Universidade Federal do Rio de JaneiroFaculdade de Medicina – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Conselheiro Técnico Científico da ABMTConselheiro Técnico Científico da ABMT
Prof. Armando Pimenta, MD, Ph.DProf. Armando Pimenta, MD, Ph.DFaculdade de Medicina – Universidade Federal do Rio de JaneiroFaculdade de Medicina – Universidade Federal do Rio de Janeiro
Conselheiro Técnico Científico da ABMTConselheiro Técnico Científico da ABMT
Como usar a epidemiologia na gestão da saúde do trabalhador e o caso do NTEP
11
O que é Epidemiologia O que é Epidemiologia ??O que é Epidemiologia O que é Epidemiologia ??
– “– “Estudo dos fatores que determinam a Estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas”. doenças nas coletividades humanas”.
Associação Internacional de EpidemiologiaAssociação Internacional de Epidemiologia
- - Enquanto a clínica dedica-se ao da Enquanto a clínica dedica-se ao da doença no indivíduo, caso a caso, a doença no indivíduo, caso a caso, a Epidemiologia debruça-se sobre a Epidemiologia debruça-se sobre a saúde coletiva.saúde coletiva.
– “– “Estudo dos fatores que determinam a Estudo dos fatores que determinam a frequência e a distribuição das frequência e a distribuição das doenças nas coletividades humanas”. doenças nas coletividades humanas”.
Associação Internacional de EpidemiologiaAssociação Internacional de Epidemiologia
- - Enquanto a clínica dedica-se ao da Enquanto a clínica dedica-se ao da doença no indivíduo, caso a caso, a doença no indivíduo, caso a caso, a Epidemiologia debruça-se sobre a Epidemiologia debruça-se sobre a saúde coletiva.saúde coletiva.
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Clínica eClínica eDesenhos de EstudosDesenhos de Estudos
ClínicaClínica HistóriaHistória Exame FísicoExame Físico Exames ComplementaresExames Complementares HipótesesHipóteses TratamentoTratamento PrognósticoPrognóstico DesfechoDesfecho
EpidemiologiaEpidemiologia Série de CasosSérie de Casos Corte Transversal Corte Transversal
(Seccional)(Seccional) Caso ControleCaso Controle CoorteCoorte
ProspectivaProspectiva RetrospectivaRetrospectiva
Ensaio ClínicoEnsaio Clínico RandomizadoRandomizado Não RandomizadoNão Randomizado
33
Vigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância EpidemiológicaVigilância Epidemiológica
- Conjunto de atividades com o Conjunto de atividades com o propósito fornecer orientação técnica propósito fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de permanente para os profissionais de saúde;saúde;
- Orienta decisões sobre a execução de Orienta decisões sobre a execução de ações de controle de doenças e ações de controle de doenças e agravos, bem como dos fatores que os agravos, bem como dos fatores que os condicionam, numa área geográfica ou condicionam, numa área geográfica ou população definida.população definida.
- Conjunto de atividades com o Conjunto de atividades com o propósito fornecer orientação técnica propósito fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de permanente para os profissionais de saúde;saúde;
- Orienta decisões sobre a execução de Orienta decisões sobre a execução de ações de controle de doenças e ações de controle de doenças e agravos, bem como dos fatores que os agravos, bem como dos fatores que os condicionam, numa área geográfica ou condicionam, numa área geográfica ou população definida.população definida.
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Informações Epidemiológicas Informações Epidemiológicas no Trabalhono Trabalho
Um dado significativo para avaliação é a Um dado significativo para avaliação é a presença ou ausência de efeitos locais, presença ou ausência de efeitos locais, caracterizados por sintomas, sinais ou doenças caracterizados por sintomas, sinais ou doenças nos colegas de trabalho que nos colegas de trabalho que compartilham compartilham essencialmente do mesmo ambiente de trabalhoessencialmente do mesmo ambiente de trabalho que o paciente em causa.que o paciente em causa.
Norwood et al – Guia para diagnóstico de Doença Profissional - JAMA 196 Norwood et al – Guia para diagnóstico de Doença Profissional - JAMA 196 (3): 297-298 18 de abril de 1966.(3): 297-298 18 de abril de 1966.
66
Epidemiologia DescritivaEpidemiologia Descritiva
Dados de estatística descritiva mostram Dados de estatística descritiva mostram coeficientes de medidas de freqüência de coeficientes de medidas de freqüência de doenças.doenças.
Procuram definir tanto os casos novos Procuram definir tanto os casos novos quanto os antigos na população.quanto os antigos na população.
Mais especificamente, podem vir Mais especificamente, podem vir estratificados por sexo, faixa etária ou estratificados por sexo, faixa etária ou ocupação.ocupação.
77
Avaliando a Carga da DoençaAvaliando a Carga da Doença
IncidênciaIncidência
PrevalênciaPrevalência
D A L Y (Disability-Adjusted Life Year)D A L Y (Disability-Adjusted Life Year)
88
IncidênciaIncidência
Corresponde ao número de “casos Corresponde ao número de “casos iniciados” em um período definido, dividido iniciados” em um período definido, dividido pela população em geral ou sob algum pela população em geral ou sob algum risco em particular.risco em particular.
Tipos especiais são as taxas de Tipos especiais são as taxas de mortalidade, morbidade, letalidade ou de mortalidade, morbidade, letalidade ou de ataque.ataque.
99
Mortalidade por Ac. Trab. Mortalidade por Ac. Trab. 20072007
Unidade da Federação Óbitos por 100.000
Mato Grosso 32,4
Mato Grosso do Sul 17,3
Rondônia 17,2
Acre 16,5
Pará 16
Minas Gerais 15,9
Maranhão 14,6
Roraima 13,6
20 - São Paulo 8,4
26 - Rio de Janeiro 7
Brasil 9,7
1111
Proporção de óbitos (%) - BrasilProporção de óbitos (%) - BrasilGrupo de Causas Período:Grupo de Causas Período: 2006 2006
Grupo de Causas Proporção de Óbitos
Doenças do Aparelho Circulatório 32,01
Neoplasias 16,47
Causas Externas 13,57
Doenças do Ap. Respiratório 10,87
Doenças Infecciosas /Parasitárias 4,92
Afecções do Período Perinatal 2,99
Demais Causas Definidas 19,18
Total 100
Fonte: Ministério da Saúde/SVSSistema de Informações sobre Mortalidade - SIM
1212
Taxa de IncidênciaTaxa de IncidênciaDoenças Ocupacionais –2007Doenças Ocupacionais –2007Estado TIDO (por 10000)
Brasil 7,17
Amazonas 21,48
Rio de Janeiro 11,44
Sergipe 11,35
Tocantins 11,29
Rio Grande do Sul 8,7
Rio Grande do Norte 8,11
Rondônia 7,97
Alagoas 7,77
São Paulo 7,36
Santa Catarina 6,95
Piauí (o menor) 0,931414
Taxa de Incidência Taxa de Incidência Acid. Trab. Típicos - 2007Acid. Trab. Típicos - 2007
Estado Incidência por 10001 - Pernambuco 24,812 - Mato Grosso do Sul 17,593 - Rio Grande do Sul 16,954 – Paraná 16,925 - São Paulo 16,746 - Amazonas 16,667 - Mato Grosso 16,448 - Minas Gerais 15,99 - Pará 15,6416 - Rio de Janeiro 10,71Brasil 14,31
1515
PrevalênciaPrevalência
Contabiliza todos os casos existentes na Contabiliza todos os casos existentes na população num determinado período, população num determinado período, divididos pela número de indivíduos na divididos pela número de indivíduos na população considerada. Exemplos: população considerada. Exemplos: diabetes, hipertensão, hipercolesterolemiadiabetes, hipertensão, hipercolesterolemia
Bases diagnósticas na clínica são mais Bases diagnósticas na clínica são mais consistentes quando aplicamos consistentes quando aplicamos corretamente os conhecimentos sobre corretamente os conhecimentos sobre prevalência de eventos. Exemplo: prevalência de eventos. Exemplo: Rastreamento por exames. Rastreamento por exames.
1616
QuestãoQuestão
Em uma população de 1000 indivídu-Em uma população de 1000 indivídu-os submetidos a um exame de ras-os submetidos a um exame de ras-treamento para determinada doença, treamento para determinada doença, quantos apresentarão resultado quantos apresentarão resultado positivo, sabendo-se que a doença positivo, sabendo-se que a doença tem tem prevalência de 0,1 %prevalência de 0,1 % e que o e que o exame tem sensibilidade de 100% e exame tem sensibilidade de 100% e especificidade de 95% ?especificidade de 95% ?
1717
RespostaResposta
PositivoPositivo Negativo Negativo
Com doençaCom doença 1 1 0 0
Sem doençaSem doença 50 50 949 949
TotaisTotais 51 51 949 949
1818
Coeficientes de incidência estimados para 2008* para os tipos de câncer mais freqüentes (exceto pele não-melanoma) em mulheres,
Brasil e regiões geográficas. INCA
Coeficientes de incidência estimados para 2008* para os tipos de câncer mais freqüentes (exceto pele não-melanoma) em mulheres,
Brasil e regiões geográficas. INCA
* por 100.000 habitantes . Mama = 0,0507%
BrasilRegião Norte
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Região Sudeste
Região Sul
1ºMama feminina
(50,7)Colo do Útero
(22,2)Mama feminina
(28,4)Mama feminina
(38,2)Mama feminina
(68,1)Mama feminina
(67,1)
2ºColo do Útero
(19,2)Mama feminina
(15,6)Colo do Útero
(17,6)Colo do Útero
(19,4)Cólon e Reto
(21,1)Colo do Útero
(24,4)
3ºCólon e Reto
(14,9)Estômago
(5,4)Cólon e Reto
(5,8)Cólon e Reto
(10,9)Colo do Útero
(17,8)Cólon e Reto
(21,9)
4ºPulmão
(9,7)Pulmão
(5,0)Estômago
(5,5)Pulmão
(8,8)Pulmão
(11,4)Pulmão
(16,2)
5ºEstômago
(7,9)Cólon e Reto
(3,8)Pulmão
(5,3)Estômago
(6,0)Estômago
(9,5)Estômago
(10,4)
1919
Coeficientes de incidência estimados para 2008* para os tipos de câncer mais freqüentes (exceto pele não-melanoma) em homens,
Brasil e regiões geográficas.
Coeficientes de incidência estimados para 2008* para os tipos de câncer mais freqüentes (exceto pele não-melanoma) em homens,
Brasil e regiões geográficas.
*por 100.000 habitantes Próstata = 0,0524 %
BrasilRegião Norte
Região Nordeste
Região Centro-Oeste
Região Sudeste
Região Sul
1ºPróstata
(52,4)Próstata
(22,0)Próstata
(38,0)Próstata
(46,7)Próstata
(63,2)Próstata
(68,7)
2ºPulmão
(18,9)Estômago
(9,9)Estômago
(9,2)Pulmão
(15,7)Pulmão
(22,5)Pulmão
(35,6)
3ºEstômago
(14,9)Pulmão
(8,0)Pulmão
(8,6)Estômago
(12,2)Cólon e Reto
(19,0)Estômago
(20,9)
4ºCólon e Reto
(13,2)Leucemias
(3,7)Cavidade Oral
(5,9)Cólon e Reto
(10,0)Estômago
(18,0)Cólon e Reto
(20,6)
5ºCavidade Oral
(11,0)Cavidade Oral
(3,2)Cólon e Reto
(4,4)Cavidade Oral
(7,7)Cavidade Oral
(15,2)Esôfago
(16,6)
2020
D A L Y D A L Y (Disability-Adjusted Life Year)(Disability-Adjusted Life Year)
Um DALY significa um ano de vida Um DALY significa um ano de vida saudável perdido, comparando com a saudável perdido, comparando com a expectativa de vida ao nascer.expectativa de vida ao nascer.
Corresponde a soma dos anos perdidos Corresponde a soma dos anos perdidos por mortalidade precoce com aqueles por mortalidade precoce com aqueles devidos a alguma incapacidade.devidos a alguma incapacidade.
http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/http://www.who.int/healthinfo/global_burden_disease/estimates_country/en/index.htmlestimates_country/en/index.html
2121
DALY Brasil (por 100000) DALY Brasil (por 100000)
Causa DALY 2004
Todas as causas 20112
Infecciosas, maternas e perinatais 3864 (AIDS 260, diarréias 532)
Cardiovascular 2649 (Coronária 951, AVC 836)
Neoplasias 1379 (Mama 177, Próstata 104)
Neuropsiquiátricas 4083 (Depressão 1396, Álcool 627)
Respiratórias 1251
Acidentes 1397 (Trânsito 656)
Violência 1256
2323
Estudos ObservacionaisEstudos Observacionais
Série de CasosSérie de Casos
Seccional (Transversal)Seccional (Transversal)
Caso ControleCaso Controle
CoorteCoorte2424
Séries - RamazziniSéries - Ramazzini
Doenças dos trabalhadores em minas:Doenças dos trabalhadores em minas:– AsmaAsma– HemoptiseHemoptise– CaquexiaCaquexia– Úlceras gengivaisÚlceras gengivais– Pés inchadosPés inchados– Dores ArticularesDores Articulares
- Acidentes por picadas de aranhas- Acidentes por picadas de aranhas
2525
Séries - RamazziniSéries - Ramazzini
Doenças dos trabalhadores com tabacoDoenças dos trabalhadores com tabaco– Dores de cabeçaDores de cabeça– Náuseas e vertigensNáuseas e vertigens– Secreção nasal e tosseSecreção nasal e tosse– Sangramento hemorroidário após sentar-se Sangramento hemorroidário após sentar-se
em rolos de tabacoem rolos de tabaco
2626
Séries – Ramazzini Séries – Ramazzini Anos 1700 - 1713Anos 1700 - 1713
Doenças dos que trabalham de pé Doenças dos que trabalham de pé (carpinteiros, aplanadores, escultores, (carpinteiros, aplanadores, escultores, ferreiros, serradores, pedreiros)ferreiros, serradores, pedreiros)– Pulsos radiais de menor amplitudePulsos radiais de menor amplitude– Varizes e úlceras de membros inferioresVarizes e úlceras de membros inferiores
2727
Séries - RamazziniSéries - Ramazzini
Doenças dos trabalhadores sedentários Doenças dos trabalhadores sedentários (sapateiros, alfaiates, costureiras)(sapateiros, alfaiates, costureiras)– Cifose dorsalCifose dorsal– Dormências nas pernasDormências nas pernas– Pele pálida e de “aspecto sarnento”,crostasPele pálida e de “aspecto sarnento”,crostas
2828
Séries RamazziniSéries Ramazzini
Doenças dos JudeusDoenças dos Judeus– Presbiopia e miopia.Presbiopia e miopia.– Em mulheres, dores de cabeça, dentes, Em mulheres, dores de cabeça, dentes,
faringe e ouvidos (ambientes confinados).faringe e ouvidos (ambientes confinados).– Em homens, tosse e dispnéia por limpeza de Em homens, tosse e dispnéia por limpeza de
peças de lã.peças de lã.– ““Judeus são diferentes de todas as outras Judeus são diferentes de todas as outras
pessoas. São simultaneamente indolentes e pessoas. São simultaneamente indolentes e diligentes” (apenas opinião pessoal de diligentes” (apenas opinião pessoal de Ramazzini – nexo presumido...)Ramazzini – nexo presumido...)
2929
Séries RamazziniSéries Ramazzini
Doenças dos Homens CultosDoenças dos Homens Cultos
– Indigestão, Considerável Flatulência;Indigestão, Considerável Flatulência;
– PalidezPalidez
– Encurvamento do CorpoEncurvamento do Corpo
– ““Tornam-se melancólicos porque a parte Tornam-se melancólicos porque a parte espirituosa do sangue é consumida pelo trabalho espirituosa do sangue é consumida pelo trabalho intelectual”.intelectual”.
– Outras razões estão ligadas à astronomia e Outras razões estão ligadas à astronomia e filosofia. “O alto grau de dissipação de espíritos filosofia. “O alto grau de dissipação de espíritos vitais leva ao escurecimento do sangue.”vitais leva ao escurecimento do sangue.”
3030
Estudos Transversais Estudos Transversais (Seccionais)(Seccionais)
Observam uma população definida em um Observam uma população definida em um ponto único no tempo ou intervalo de ponto único no tempo ou intervalo de tempo.tempo.
A exposição e o desfecho são A exposição e o desfecho são determinados simultaneamente.determinados simultaneamente.
3131
Estudos SeccionaisEstudos Seccionais
O que está acontecendo?O que está acontecendo?
IndivíduosSelecionados para o estudo
Tempo do estudo
Indivíduos comdesfecho
Indivíduos semdesfecho
3232
Estudos SeccionaisEstudos Seccionais
Avaliam simultaneamente indivíduos de Avaliam simultaneamente indivíduos de população bem definida em período população bem definida em período específico, com amostra representativa da específico, com amostra representativa da população se toda ela não pode ser população se toda ela não pode ser estudada.estudada.
Baixo custo em tempo, dinheiro e Baixo custo em tempo, dinheiro e pessoas, avaliam bem prevalênciaspessoas, avaliam bem prevalências
Podem estudar vários efeitos clínicosPodem estudar vários efeitos clínicos
3333
Estudos SeccionaisEstudos Seccionais
Desvantagens:Desvantagens:– Não provam relação causalNão provam relação causal– Não demonstram taxas de incidência ou de riscoNão demonstram taxas de incidência ou de risco– Não estabelecem sequência de eventos, Não estabelecem sequência de eventos,
resultados e exposição são concomitantes no resultados e exposição são concomitantes no momento do estudo.momento do estudo.
– Não permitem avaliar gradiente dose – respostaNão permitem avaliar gradiente dose – resposta– Dificuldade de padronizar casos elegíveis.Dificuldade de padronizar casos elegíveis.– Impossível comparar grupos.Impossível comparar grupos.
3636
SeccionaisSeccionais
Tipos de dados:Tipos de dados:– demográficosdemográficos– ambientaisambientais– sócio-econômicossócio-econômicos– dados de morbidadedados de morbidade
notificação de casos/surtosnotificação de casos/surtos
– dados de mortalidadedados de mortalidade
3737
Estudo SeccionalEstudo Seccional
FARIA, Neice Müller Xavier; FACCHINI, FARIA, Neice Müller Xavier; FACCHINI, Luiz Augusto; FASSA, Anaclaudia Gastal Luiz Augusto; FASSA, Anaclaudia Gastal e TOMASI, Elaine. e TOMASI, Elaine. Agrotóxicos e Agrotóxicos e sintomas respiratórios entre sintomas respiratórios entre agricultoresagricultores.. Rev. Saúde Pública Rev. Saúde Pública [online]. [online]. 2005, vol.39, n.6, pp. 973-981.2005, vol.39, n.6, pp. 973-981.
http://www.scielo.brhttp://www.scielo.br
3838
Agrotóxicos e Sintomas Agrotóxicos e Sintomas RespiratóriosRespiratórios
1.379 agricultores de dois municípios da 1.379 agricultores de dois municípios da Serra Gaúcha, Brasil, em 1996. Serra Gaúcha, Brasil, em 1996.
Foram medidas a frequência e as formas Foram medidas a frequência e as formas de exposição química aos agrotóxicos, de exposição química aos agrotóxicos, além das intoxicações agudas para ambos além das intoxicações agudas para ambos os sexos. os sexos.
Foram entrevistados todos os indivíduos Foram entrevistados todos os indivíduos com 15 anos de idade ou mais, com no com 15 anos de idade ou mais, com no mínimo 15 horas semanais de atividade.mínimo 15 horas semanais de atividade.
3939
Agrotóxicos e Sint. Resp.Agrotóxicos e Sint. Resp.
A prevalência de sintomas de asma foi de 12% e A prevalência de sintomas de asma foi de 12% e 22% foram considerados como portadores de 22% foram considerados como portadores de doença respiratória crônica.doença respiratória crônica.
CONCLUSÕES: CONCLUSÕES: Apesar das limitações de Apesar das limitações de causalidade,causalidade, os resultados evidenciaram que o os resultados evidenciaram que o trabalho agrícola envolvendo agrotóxicos está trabalho agrícola envolvendo agrotóxicos está associado com a elevação da prevalência de associado com a elevação da prevalência de sintomas respiratórios, especialmente quando a sintomas respiratórios, especialmente quando a exposição é superior a dois dias por mês.exposição é superior a dois dias por mês.
4040
John Snow e Cólera John Snow e Cólera
Mortes por cólera em Broad Street, Mortes por cólera em Broad Street, Golden Square e arredores, Londres, 19/8 Golden Square e arredores, Londres, 19/8 a 30/9/1854.a 30/9/1854.
Eliminação do conceito de transmissão Eliminação do conceito de transmissão aérea da doença.aérea da doença.
Elegante demonstração de transmissão Elegante demonstração de transmissão pela água.pela água.
4141
Epidemiologia AnalíticaEpidemiologia Analítica
Para confirmar hipóteses de estudos Para confirmar hipóteses de estudos descritivos, é preciso estabelecer descritivos, é preciso estabelecer comparação entre dois grupos comparação entre dois grupos selecionados.selecionados.
Ao compor tais grupos deve-se evitar Ao compor tais grupos deve-se evitar viéses e fatores de confusão.viéses e fatores de confusão.
Achados ao acaso devem ser Achados ao acaso devem ser reconhecidos através de testes reconhecidos através de testes estatísticos de significância.estatísticos de significância.
4343
Análise de Risco PopulacionalAnálise de Risco Populacional
Devem ser delineados trabalhos Devem ser delineados trabalhos utilizando métodos de:utilizando métodos de:
–Caso – Controle Caso – Controle
–CoorteCoorte
4444
Estudo Caso ControleEstudo Caso Controle
Envolve pacientes que tenham o Envolve pacientes que tenham o desfecho de interesse (casos), desfecho de interesse (casos), pacientes sem o desfecho pacientes sem o desfecho (controles) e investigação para (controles) e investigação para ver se tiveram a exposição de ver se tiveram a exposição de interesse.interesse.
Parte-se do desfecho!Parte-se do desfecho!4545
Estudos de Caso – ControleEstudos de Caso – Controle
–Baixo custo e pouco tempo de Baixo custo e pouco tempo de estudo. estudo.
–Limita-se a apenas um efeito Limita-se a apenas um efeito clínico.clínico.
–Faz-se pareamento entre os dois Faz-se pareamento entre os dois grupos considerando idade, sexo, grupos considerando idade, sexo, nível sócio-econômico entre outros.nível sócio-econômico entre outros.
4646
Estudos Caso-controleEstudos Caso-controle
Causas? Fatores de risco?Causas? Fatores de risco?
E
NE
E
NE
Casos
Controles
4747
Estudo Caso Controle Estudo Caso Controle ClássicoClássico
Doll & Hill 1950.Doll & Hill 1950. Análise de casos conhecidos de câncer de Análise de casos conhecidos de câncer de
pulmão (casos), em 20 hospitais londrinos, com pulmão (casos), em 20 hospitais londrinos, com pacientes com outras patologias, avaliando pacientes com outras patologias, avaliando exposição a tabagismo.exposição a tabagismo.
Calculou-se probabilidade de se vir a ter câncer Calculou-se probabilidade de se vir a ter câncer de pulmão quando se é tabagista.de pulmão quando se é tabagista.
Richard Doll and A. Bradford HillRichard Doll and A. Bradford HillSmoking and Carcinoma of the LungSmoking and Carcinoma of the LungBr Med J Sep Br Med J Sep 19501950; 2: 739 - 748;; 2: 739 - 748;
4848
Caso ControleCaso ControleAsbesto e MesoteliomaAsbesto e Mesotelioma
Muriel L. Newhouse, Hilda ThompsonMuriel L. Newhouse, Hilda Thompson British Journal of Industrial MedicineBritish Journal of Industrial Medicine
1965;1965;2222:261-269; :261-269; MESOTHELIOMA OF PLEURA AND MESOTHELIOMA OF PLEURA AND
PERITONEUM FOLLOWING EXPOSURE PERITONEUM FOLLOWING EXPOSURE TO ASBESTOS IN THE LONDON AREATO ASBESTOS IN THE LONDON AREA
5252
Asbesto Asbesto Três Grupos de ControleTrês Grupos de Controle
Pacientes internados no hospital no verão Pacientes internados no hospital no verão de 1964, pareados por sexo e intervalo de de 1964, pareados por sexo e intervalo de nascimento de 5 anos com os casos de nascimento de 5 anos com os casos de mesotelioma.mesotelioma.
Casos de suposto mesotelioma rejeitados Casos de suposto mesotelioma rejeitados por exame histopatológico.por exame histopatológico.
Pacientes internados no London Hospital Pacientes internados no London Hospital durante período de 47 anos, pareados por durante período de 47 anos, pareados por sexo, idade e data de admissão hospitalar.sexo, idade e data de admissão hospitalar.
5454
Nexo Epidemiológico:Nexo Epidemiológico:Caso Controle ClássicoCaso Controle Clássico
Condado de Oswego, NYCondado de Oswego, NY19401940
Dr. A. M. RubinDr. A. M. Rubin
http://www.docstoc.com/docs/472735/Investigating-an-Outbreak-Part-II
5656
Histórico Oswego IHistórico Oswego I
Em 18 de abril de 1940, uma igreja em Oswego Em 18 de abril de 1940, uma igreja em Oswego promoveu um jantar beneficiente.promoveu um jantar beneficiente.
O evento iniciou-se às 18 horas e prolongou-se até O evento iniciou-se às 18 horas e prolongou-se até 23 horas.23 horas.
Diversos alimentos foram servidos, dispostos em Diversos alimentos foram servidos, dispostos em mesa para self-service, durante o período.mesa para self-service, durante o período.
No dia seguinte, o serviço de vigilância sanitária No dia seguinte, o serviço de vigilância sanitária acusa mais de 40 casos de gastroenterite, todos em acusa mais de 40 casos de gastroenterite, todos em frequentadores da reunião.frequentadores da reunião.
5757
Histórico Oswego IIHistórico Oswego II
Dr. A. M. Rubin, epidemiologista, é Dr. A. M. Rubin, epidemiologista, é designado para investigar o fato.designado para investigar o fato.
Familiares dos doentes não foram Familiares dos doentes não foram contaminados. Decidiu concentrar-se nos contaminados. Decidiu concentrar-se nos alimentos servidos no jantar. alimentos servidos no jantar.
Entrevistou 75 pessoas, das quais 46 Entrevistou 75 pessoas, das quais 46 apresentaram gastroenterite no período apresentaram gastroenterite no período de até 72 horas após a festa.de até 72 horas após a festa.
5858
Alimentos ServidosAlimentos Servidos
Principais:Principais:– Presunto assadoPresunto assado– EspinafreEspinafre– Purê de batatasPurê de batatas– RepolhoRepolho– Salada de frutasSalada de frutas
Bebidas:Bebidas:– Café, leite ou água.Café, leite ou água.
5959
Alimentos ServidosAlimentos Servidos
AcompanhamentosAcompanhamentos– GelatinaGelatina– Pão francêsPão francês– Pão integralPão integral
SobremesasSobremesas– Sorvete de chocolateSorvete de chocolate– Sorvete de baunilhaSorvete de baunilha– BoloBolo
6060
Qual alimento é culpado?Qual alimento é culpado?
Casos (doentes) – todas as pessoas com Casos (doentes) – todas as pessoas com gastroenterite até 72 horas após a festa.gastroenterite até 72 horas após a festa.
Controles (não doentes) – todos os que Controles (não doentes) – todos os que foram à festa e não ficaram doentes.foram à festa e não ficaram doentes.
Expostos – quem ingeriu determinado Expostos – quem ingeriu determinado alimento.alimento.
Não expostos – quem não ingeriu o Não expostos – quem não ingeriu o mesmo alimento.mesmo alimento.
6161
Cálculo da Razão de Cálculo da Razão de ChancesChances
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos A B A + B
Não Expostos C D C + D
Totais A+C (46)
B + D (29) 75
6262
ÁguaÁgua
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 13 11 24
Não Expostos 33 18 51
Totais 46 29 75
Razão de Chances = (13 x 18) / (11x 33)RC = 0,64
6363
Sorvete ChocolateSorvete Chocolate
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 25 22 47
Não Expostos 21 7 28
Totais 46 29 75
Razão de Chances = (25 x 7) / (22x 21)RC = 0,45
6464
EspinafreEspinafre
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 26 17 43
Não Expostos 20 12 32
Totais 46 29 75
Razão de Chances = (26 x 12) / (20 x 17)RC = 0,92
6565
Purê de BatatasPurê de Batatas
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 23 14 37
Não Expostos 23 14 37
Totais 46 28 74
Razão de Chances = (23 x 14) / (14x 23)RC = 1
Obs: Um entrevistado (no. 19) não soube informar se ingeriu este alimento.
6666
RepolhoRepolho
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 18 10 28
Não Expostos 28 19 47
Totais 46 29 75
Razão de Chances = (18 x 19) / (28 x 17)RC = 1,22
6767
GelatinaGelatina
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 16 7 23
Não Expostos 30 22 52
Totais 46 29 75
Razão de Chances = (16 x 22) / (7 x 30)RC = 1,68
6868
BoloBolo
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 27 13 40
Não Expostos 19 16 35
Totais 46 29 75
Razão de Chances = (27 x 16) / (13x 19)RC = 1,75
6969
Sem Nexo EpidemiológicoSem Nexo Epidemiológico
Alimento Razão de Chances
Sorvete de Chocolate 0,45
Leite 0,61
Água 0,64
Pão Francês 0,68
Espinafre 0,92
Café 0,997
Purê de batatas 1
7070
Com Nexo Epidemiológico Com Nexo Epidemiológico Previdenciário ;-))Previdenciário ;-))
Alimento Razão de ChancesBolo 1,75 Gelatina 1,68 Salada de Frutas 1,28 Repolho 1,22 Presunto 1,20 Pão Integral 1,13
7171
Sorvete Baunilha Nexo RealSorvete Baunilha Nexo Real
Doentes Não Doentes
Totais
Expostos 43 11 54
Não Expostos 3 18 21
Totais 46 29 75
Razão de Chances = (43 x 18) / (11x 3)RC = 23,45
7272
Fatores de ConfusãoFatores de Confusão
São alheios à perguntaSão alheios à pergunta São determinantes do desfechoSão determinantes do desfecho Estão desigualmente distribuídos entre Estão desigualmente distribuídos entre
expostos e não expostosexpostos e não expostos Exemplos: tabagismo, doenças Exemplos: tabagismo, doenças
degenerativas, somatização, condições degenerativas, somatização, condições sócio econômicas desfavoráveis.sócio econômicas desfavoráveis.
7373
ViesesVieses
Correspondem a resultados que fogem Correspondem a resultados que fogem sistematicamente de valores reais.sistematicamente de valores reais.
Procedimentos subjetivos podem Procedimentos subjetivos podem preponderar sobre os lógicos.preponderar sobre os lógicos.
Confecção de peças íntimas causa Confecção de peças íntimas causa tuberculose? Ou transtorno bipolar?tuberculose? Ou transtorno bipolar?
Duas principais categorias:Duas principais categorias:– Vieses de seleçãoVieses de seleção– Vieses de aferiçãoVieses de aferição
7474
Vieses de SeleçãoVieses de Seleção
Para seleção de casos para avaliar risco de AVC Para seleção de casos para avaliar risco de AVC é mais fácil recrutar os já existentes na é mais fácil recrutar os já existentes na população; mas isto gera viés de seleção por população; mas isto gera viés de seleção por não incluir casos mais graves, com sobrevida não incluir casos mais graves, com sobrevida curta.curta.
Para seleção de controles deve-se ter cuidado Para seleção de controles deve-se ter cuidado de parear por idade e sexo pelo menos. de parear por idade e sexo pelo menos. Também há amostras viciadas em que os Também há amostras viciadas em que os indivíduos não vêm da mesma população dos indivíduos não vêm da mesma população dos casos.casos.
7575
Vieses de AferiçãoVieses de Aferição
De recordação – presença do efeito clínico gera De recordação – presença do efeito clínico gera maiores lembranças sobre uma exposição.maiores lembranças sobre uma exposição.
De entrevista – efeito clínico gera maior De entrevista – efeito clínico gera maior investigação de exposição prévia. Ex: investigação de exposição prévia. Ex: questionar mais exposição a ruído em perdas questionar mais exposição a ruído em perdas neurosensoriais.neurosensoriais.
De suspeita – efeito influencia a exposição nos De suspeita – efeito influencia a exposição nos casos de causas conhecidas e difundidas. casos de causas conhecidas e difundidas. Procura-se o fator de risco a partir da doença, e Procura-se o fator de risco a partir da doença, e não a doença a partir do fator de risco. não a doença a partir do fator de risco. Somatizações.Somatizações.
7676
Estudos de CoorteEstudos de Coorte
Causas? Incidência? História Natural? Causas? Incidência? História Natural? Prognóstico?Prognóstico?
D
ND
D
ND
E
NE
Coorte Selecionada
7777
Estudos de CoorteEstudos de Coorte
Úteis para avaliar a incidência ou história natural Úteis para avaliar a incidência ou história natural de alguma condição, e fatores preditivos dos de alguma condição, e fatores preditivos dos efeitos clínicos.efeitos clínicos.
Longo espaço de tempo e alto custo.Longo espaço de tempo e alto custo. Atenção especial à seleção da amostra: o Atenção especial à seleção da amostra: o
exame inicial deve comprovar serem todos exame inicial deve comprovar serem todos saudáveis ou não terem o efeito clínico a ser saudáveis ou não terem o efeito clínico a ser estudado na coorte.estudado na coorte.
Como não se conhece o desfecho, calcula-se Como não se conhece o desfecho, calcula-se risco relativo e não razão de chances.risco relativo e não razão de chances.
7878
Coorte ProspectivaCoorte Prospectiva
Um grupo de pessoas saudáveis é Um grupo de pessoas saudáveis é acompanhado por determinado tempo acompanhado por determinado tempo para verificar o aparecimento de para verificar o aparecimento de determinada doença e procura-se determinada doença e procura-se estabelecer variação de incidência ou estabelecer variação de incidência ou diferenças apenas quanto a intensidade diferenças apenas quanto a intensidade do fator de risco em estudo.do fator de risco em estudo.
Estudo clássico : Framingham para Estudo clássico : Framingham para fatores de risco cardiovascular.fatores de risco cardiovascular.
7979
Coorte RetrospectivaCoorte Retrospectiva
São estudos que identificam exposição e São estudos que identificam exposição e efeitos já ocorridos, com informações efeitos já ocorridos, com informações sobre exposição já lançadas em sobre exposição já lançadas em prontuários médicos até o surgimento da prontuários médicos até o surgimento da doença.doença.
Tipo de coorte em que a observação das Tipo de coorte em que a observação das pessoas expostas foi iniciado em algum pessoas expostas foi iniciado em algum momento do passadomomento do passado
8383
Coorte Absenteísmo ShellCoorte Absenteísmo Shell
8484
J. Occup Env Med • Volume 47, Number 8, August 2005
Ensaios ClínicosEnsaios Clínicos
Qual o melhor procedimento ou Qual o melhor procedimento ou tratamento?tratamento?
Padrão-ouro?Padrão-ouro?D
ND
D
NDRandomização Intervenção
IndivíduosIncluídosno ensaio
8686
Critérios de Bradford Hill 1Critérios de Bradford Hill 1
Força da Correlação entre as variáveis;Força da Correlação entre as variáveis; Consistência em várias circunstâncias e Consistência em várias circunstâncias e
locais;locais; Especificidade da situação e de variáveisEspecificidade da situação e de variáveis Relação temporal – exposição precedeu Relação temporal – exposição precedeu
resultados?resultados? Gradiente Biológico (dose – resposta); Gradiente Biológico (dose – resposta);
8787
Austin Bradford Hill, “The Environment and Disease: Association or Causation?”Proceedings of the Royal Society of
Medicine, 58 (1965), 295-300.
Critérios de Bradford Hill 2Critérios de Bradford Hill 2
Plausibilidade – faz sentido biológico?Plausibilidade – faz sentido biológico? Coerência – A interpretação de causa – efeito Coerência – A interpretação de causa – efeito
não deve ser conflitante com fatos conhecidos não deve ser conflitante com fatos conhecidos da história natural e biologia da doença.da história natural e biologia da doença.
Evidências Experimentais – por uma ação Evidências Experimentais – por uma ação observada propõe-se medidas preventivas. observada propõe-se medidas preventivas. Funcionam?Funcionam?
Analogias – A experiência com efeitos da Analogias – A experiência com efeitos da talidomida e rubéola na gestação nos alerta talidomida e rubéola na gestação nos alerta sobre outros medicamentos e infecções virais.sobre outros medicamentos e infecções virais.
8888
PRINCIPAIS PASSOS
1 - 1 - Definir a Pergunta da Investigação;Definir a Pergunta da Investigação;
2 - 2 - Seleção da População em Estudo;Seleção da População em Estudo;
3 - 3 - Mensuração da Exposição;Mensuração da Exposição;
4 – 4 – Seguimento;Seguimento;
5 - 5 - Determinação dos Desfechos;Determinação dos Desfechos;
6 - 6 - Análise dos Dados;Análise dos Dados;
7 – 7 – Interpretação.Interpretação.
Avaliação de Qualidade de Avaliação de Qualidade de Estudos EpidemiológicosEstudos Epidemiológicos
9090
Qual Alimento é Culpado?Qual Alimento é Culpado?
Casos (doentes) – todas as pessoas com Casos (doentes) – todas as pessoas com gastroenterite até 72 horas após a festa.gastroenterite até 72 horas após a festa.
Controles (não doentes) – todos os que Controles (não doentes) – todos os que foram à festa e não ficaram doentes.foram à festa e não ficaram doentes.
Expostos – quem ingeriu determinado Expostos – quem ingeriu determinado alimento.alimento.
Não expostos – quem não ingeriu o Não expostos – quem não ingeriu o mesmo alimento.mesmo alimento.
9292
Visão Geral - NTEPVisão Geral - NTEP
O Nexo Técnico Epidemiológico O Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário afirma que, se determinada Previdenciário afirma que, se determinada doença é mais freqüente em determinada doença é mais freqüente em determinada atividade econômica, todo caso nela atividade econômica, todo caso nela identificado deve ser considerado como identificado deve ser considerado como doença ocupacional.doença ocupacional.
Pressupõe dano ocupacional pela simples Pressupõe dano ocupacional pela simples associação, de forma incorreta, entre duas associação, de forma incorreta, entre duas variáveis inespecíficas.variáveis inespecíficas.
Questões Previdenciárias:
Pertencer a um determinado grupo dePertencer a um determinado grupo de
atividade econômica (CNAE) constituiatividade econômica (CNAE) constitui
fator de risco para o adoecer (CID)?fator de risco para o adoecer (CID)?
Qual a dimensão desse risco?Qual a dimensão desse risco?
Razão de ChancesRazão de ChancesProduto dos “casos certos” (a x d) dividido pelo produto
dos “casos errados” (b x c)
Razão de Chances – Razão de Chances – Resolução 1269Resolução 1269
““Para RC>1, tem-se que, entre os Para RC>1, tem-se que, entre os trabalhadores expostos, há mais trabalhadores expostos, há mais probabilidade de adoecer do que entre os probabilidade de adoecer do que entre os não expostos. não expostos. Diz-se que há excesso de Diz-se que há excesso de risco.risco. Por exemplo: para RC = 1,65, ter- Por exemplo: para RC = 1,65, ter-se-ia 65% de excesso para o grupo de se-ia 65% de excesso para o grupo de expostos.”expostos.”
Afirmação falsa. Afirmação falsa. RC mede “força” da RC mede “força” da associação, não excesso de risco real.associação, não excesso de risco real.
E Se ...E Se ...CNAE Doentes
F-40 a F-48
Sem doença Total
6421 21.580.976,6 88.084,4 21.699.061
Outro 42.002,4 966,6 42.969
Total 21.622.979 89051 21712030
RC = 5,63 - A Mesma!
Razão de chances não representa excesso de risco!
Hipótese Razão de Chances > 1Hipótese Razão de Chances > 1
Doentes Não Doentes
Total
CNAE 1234 52 (a) 48 (b) 100
Outras 48 (c) 52 (d) 100
Total 100 100 200
Razão de Chances (ad/bc)
1,17361
118118
Bradford Hill - Possível Bradford Hill - Possível Nexo CausalNexo Causal
A exposição precedeu o surgimento dos A exposição precedeu o surgimento dos resultados? resultados?
Há gradiente dose – resposta?Há gradiente dose – resposta? A associação é consistente de estudo A associação é consistente de estudo
para estudo?para estudo? Faz sentido biologicamente?Faz sentido biologicamente?
Conclusões CONFEConclusões CONFE
A metodologia do indicador Razão de Chances A metodologia do indicador Razão de Chances apresenta graves impropriedades, tanto no apresenta graves impropriedades, tanto no aspecto conceitual quanto no aspecto da aspecto conceitual quanto no aspecto da aplicação. aplicação.
Primeiramente é um indicador pouco rigoroso Primeiramente é um indicador pouco rigoroso para acenar com relação causal, especialmente para acenar com relação causal, especialmente quando as quando as populaçõespopulações expostas e não expostas e não expostas são expostas são absolutamente heterogêneas absolutamente heterogêneas em relação as variáveis relevantes, que, aliás, em relação as variáveis relevantes, que, aliás, no caso especifico no caso especifico não são conhecidas. não são conhecidas.
Associação X Causalidade
A A associaçãoassociação de A com B de A com B não provanão prova que A que A causoucausou B. B.
Uma correlação pode existir, mas a Uma correlação pode existir, mas a causalidade só pode ser determinada por causalidade só pode ser determinada por modelos de avaliação mais complexos.modelos de avaliação mais complexos.
Dados epidemiológicos não podem ser Dados epidemiológicos não podem ser aplicados em cada caso individualmente. aplicados em cada caso individualmente. Determinam probabilidade, não evento.Determinam probabilidade, não evento.
Apendicites OcupacionaisApendicites Ocupacionais
CNAE Descrição
0810 Extração de ardósia
1011, 1012, 1013 Abate de bovinos, aves, suínos
1071 Fabricação de açúcar bruto
1411, 1412 Roupas íntimas e outros vestuários
1531 Fabricação de calçados de couro
1610 Serrarias
1621 Fabricação de madeira laminada
1732, 1733 Embalagens de papel ou cartolina
2451 Fundição de ferro e aço
Tuberculoses OcupacionaisTuberculoses Ocupacionais
CNAE Descrição
1091 Fabricação de bolos industrializados
1411 Confecção de anáguas, calcinhas, camisolas
3011 Construção de embarcações
4120 Construção de edifícios
4713 Lojas de departamentos, de variedades, freeshops
4321 Instalação de alarmes, antenas coletivas, interfones, eletricista doméstico
Diabetes OcupacionaisDiabetes Ocupacionais
CNAE Descrição
1091 Fabricação de bolos industrializados
4120 Construção de Edifícios
4319 Bombeamento, drenagem, rebaixamento de lençóis d’água, preparação de minas,obras de valas, regos e fossas
4923 Mototáxi, motoboy, táxi, aluguel de veículos com motorista
8122 Dedetização, descupinização, desratização
9420 Associações e sindicatos de trabalhadores
124124
Extração de Ardósia Extração de Ardósia CNAE 0810CNAE 0810
CID Descrição
A15 – A19 Tuberculose
G 40 Epilepsia
G 45 Acidente Vascular Cerebral Isquêmico
H 53 – H 54 Distúrbios Visuais
J 40 – J 47 Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
K 35 – K 38 Apendicite e Outras Doenças do Apêndice
Subnotificação ou Subnotificação ou Hipernotificação?Hipernotificação?
INSS tenta corrigir um suposto erro com INSS tenta corrigir um suposto erro com outro, mas amplifica a margem de outro, mas amplifica a margem de imprecisão com sérias conseqüências imprecisão com sérias conseqüências sociais.sociais.
Para evitar a suposta subnotificação, Para evitar a suposta subnotificação, hipernotifica-se tudo com o NTEP.hipernotifica-se tudo com o NTEP.
HipernotificaçãoHipernotificaçãoRegra do INSS pode gerar passivo trabalhistaRegra do INSS pode gerar passivo trabalhista
Jornal Valor Econômico -26/09/2007Jornal Valor Econômico -26/09/2007
““Todeschini diz que a expansão na concessão de Todeschini diz que a expansão na concessão de benefícios por moléstias do trabalho foi bastante benefícios por moléstias do trabalho foi bastante significativa em casos que antes eram tratados como significativa em casos que antes eram tratados como moléstias comuns. É o caso da moléstias comuns. É o caso da dor lombar baixa, que dor lombar baixa, que registrou média mensal de 113 benefícios registrou média mensal de 113 benefícios concedidos por doença ocupacional de janeiro a concedidos por doença ocupacional de janeiro a março de 2007. Depois do nexo, a média mensal, março de 2007. Depois do nexo, a média mensal, medida de abril a julho, foi para 1.630 casos.medida de abril a julho, foi para 1.630 casos.””
http://www3.dataprev.gov.br/conadem/http://www3.dataprev.gov.br/conadem/ConsultaAuxDoenca.aspConsultaAuxDoenca.asp
134134
Maior Incentivo a Maior Incentivo a Longos AfastamentosLongos Afastamentos
A manutenção do contrato de trabalho e A manutenção do contrato de trabalho e contagem de tempo de serviço para fins contagem de tempo de serviço para fins de aposentadoria, associadas ao de aposentadoria, associadas ao pagamento do FGTS incentivam a pagamento do FGTS incentivam a permanência em auxílio-doença.permanência em auxílio-doença.
““Tiro no pé” da própria previdência. Tiro no pé” da própria previdência. Podemos esperar maior procura para Podemos esperar maior procura para obter auxílios – doença e licenças mais obter auxílios – doença e licenças mais longas. Círculo vicioso.longas. Círculo vicioso.
Heresia JurídicaHeresia Jurídica
Diante de tantas falhas metodológicas, a Diante de tantas falhas metodológicas, a imensa maioria das correlações apontadas imensa maioria das correlações apontadas pelo NTEP não corresponde a um nexo pelo NTEP não corresponde a um nexo causal verdadeiro.causal verdadeiro.
A inversão do ônus da prova nestes casos A inversão do ônus da prova nestes casos parece-nos uma heresia jurídica.parece-nos uma heresia jurídica.
Esta é agravada pelo cerceamento de Esta é agravada pelo cerceamento de defesa, já que o INSS suspendeu defesa, já que o INSS suspendeu internamente o julgamento das contestações.internamente o julgamento das contestações.
• Trata-se de um número por empresa, compreendido entre 0,5 e 2, que multiplica as atuais alíquotas de 1%, 2% e 3% com base em indicador de desempenho calculado a partir das dimensões: freqüência, gravidade e custo;
Fator Acidentário de Prevenção – FAP
Índice de FrequênciaÍndice de FrequênciaPeso para o FAP = 0,35Peso para o FAP = 0,35
Inclusão de todas as CATs.Inclusão de todas as CATs. Inclusão de todos os acidentes de Inclusão de todos os acidentes de
trajeto.trajeto. Benefícios acidentários concedidos a
partir de abril /2007 sob a ótica dos nexos previdenciários reconhecidos pela perícia:– nexo técnico profissional ou do trabalho, listas nexo técnico profissional ou do trabalho, listas
A e BA e B– nexo técnico individualnexo técnico individual– NTEPNTEP
Índice de FrequênciaÍndice de Frequência
Número de acidentes registrados em Número de acidentes registrados em cada empresa, mais os benefícios cada empresa, mais os benefícios que entraram sem CAT vinculada, por que entraram sem CAT vinculada, por nexo técnico/número médio de nexo técnico/número médio de vínculos x 1.000 (mil).vínculos x 1.000 (mil).
140140
Índice de GravidadeÍndice de Gravidade
Número de benefícios auxílio doença por Número de benefícios auxílio doença por acidente (B91) x 0,1 + número de acidente (B91) x 0,1 + número de benefícios por invalidez (B92) x 0,3 + benefícios por invalidez (B92) x 0,3 + número de benefícios por morte (B93) x número de benefícios por morte (B93) x 0,5 + o número de benefícios auxílio-0,5 + o número de benefícios auxílio-acidente (B94) x 0,1)/número médio de acidente (B94) x 0,1)/número médio de vínculos x 1.000 (mil)vínculos x 1.000 (mil)
141141
Gravidade – Peso 0,5Gravidade – Peso 0,5 Decreto 6042Decreto 6042
– A somatória, expressa em dias, da duração do A somatória, expressa em dias, da duração do benefício incapacitante considerado nos termos do benefício incapacitante considerado nos termos do inciso I, tomada a expectativa de vida como inciso I, tomada a expectativa de vida como parâmetro para a definição da data de cessação de parâmetro para a definição da data de cessação de auxílio-acidente e pensão por morte acidentária.auxílio-acidente e pensão por morte acidentária.
Resolução 1308Resolução 1308– todos os casos de afastamento acidentário por mais todos os casos de afastamento acidentário por mais
de 15 dias, os casos de invalidez e morte de 15 dias, os casos de invalidez e morte acidentárias, de auxílio-doença acidentário e de acidentárias, de auxílio-doença acidentário e de auxílio-acidente. É atribuído peso diferente para cada auxílio-acidente. É atribuído peso diferente para cada tipo de afastamento em função da gravidade da tipo de afastamento em função da gravidade da ocorrência. Para morte o peso atribuído é de 0,50, ocorrência. Para morte o peso atribuído é de 0,50, para invalidez é 0,30, para auxílio-doença o peso é para invalidez é 0,30, para auxílio-doença o peso é de 0,10 e para auxílio-acidente o peso é 0,10 de 0,10 e para auxílio-acidente o peso é 0,10
Custo – Peso 0,15Custo – Peso 0,15 Resolução 1308Resolução 1308
– Valores pagos pela Previdência em rendas Valores pagos pela Previdência em rendas mensais de benefícios. mensais de benefícios.
– No caso do auxílio-doença (B91), o custo é No caso do auxílio-doença (B91), o custo é calculado pelo tempo de afastamento, em calculado pelo tempo de afastamento, em meses e fração de mês, do trabalhador. meses e fração de mês, do trabalhador.
– Nos casos de invalidez, parcial ou total, e Nos casos de invalidez, parcial ou total, e morte, os custos são calculados fazendo uma morte, os custos são calculados fazendo uma projeção da expectativa de sobrevida a partir projeção da expectativa de sobrevida a partir da tábua completa de mortalidade construída da tábua completa de mortalidade construída pela Fundação Instituto Brasileiro de pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, para toda a Geografia e Estatística - IBGE, para toda a população brasileira, considerando-se a população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os sexos média nacional única para ambos os sexos
Índice de CustoÍndice de Custo
Índice de custo = valor total de Índice de custo = valor total de benefícios/valor total de benefícios/valor total de remuneração paga pelo remuneração paga pelo estabelecimento aos segurados x estabelecimento aos segurados x 1.000 (mil).1.000 (mil).
144144
Geração do FAP por empresaGeração do FAP por empresa Após o cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são Após o cálculo dos índices de freqüência, de gravidade e de custo, são
atribuídos os percentis de ordem para as empresas por setor atribuídos os percentis de ordem para as empresas por setor (Subclasse da CNAE) para cada um desses índices.(Subclasse da CNAE) para cada um desses índices.
Desse modo, a empresa com menor índice de freqüência de acidentes Desse modo, a empresa com menor índice de freqüência de acidentes e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor e doenças do trabalho no setor, por exemplo, recebe o menor percentual e o estabelecimento com maior freqüência acidentária percentual e o estabelecimento com maior freqüência acidentária recebe 100%. O percentil é calculado com os dados ordenados de recebe 100%. O percentil é calculado com os dados ordenados de forma ascendente.forma ascendente.
O percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas O percentil de ordem para cada um desses índices para as empresas dessa Subclasse é dado pela fórmula abaixo:dessa Subclasse é dado pela fórmula abaixo:
Percentil = 100x (N ordem – 1)/(n – 1)Percentil = 100x (N ordem – 1)/(n – 1)
Onde: n = número de estabelecimentos na Subclasse;Onde: n = número de estabelecimentos na Subclasse;Nordem = posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.Nordem = posição do índice no ordenamento da empresa na Subclasse.
Simulação Cálculo FAPSimulação Cálculo FAP
Supondo-se o percentil de cada empresa, Supondo-se o percentil de cada empresa, podemos imaginar os impactos sobre o podemos imaginar os impactos sobre o FAP.FAP.
simulafap.xlssimulafap.xls
146146
Impacto Decreto 6957 SATImpacto Decreto 6957 SATAtividades Preponderantes e Graus de Atividades Preponderantes e Graus de
RiscoRisco
Fonte: Dr Paulo Reis - Sistema de Informação de Saúde http://www.sis.com.br/