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    LNGUA PORTUGUESA - ENEM 2001/200401. O poema abaixo pertence poesia concreta brasileira. O termo latino de seu ttulo significa epitalmio, poema oucanto em homenagem aos que se casam.

    EPITHALAMIUM II

    he = ele S = serpens& = e h = homoShe = ela e = eva

    (Pedro Xisto)

    Considerando que smbolos e sinais so utilizados geralmente para demonstraes objetivas, ao serem incorporados nopoema Epithalamium - II,

    (A) adquirem novo potencial de significao.(B) eliminam a subjetividade do poema.(C) opem-se ao tema principal do poema.

    (D) invertem seu sentido original.(E) tornam-se confusos e equivocados.

    02. A conversa entre Mafalda e seus amigos

    (A) revela a real dificuldade de entendimento entre posies que pareciam convergir.(B) desvaloriza a diversidade social e cultural e a capacidade de entendimento e respeito entre as pessoas.(C) expressa o predomnio de uma forma de pensar e a possibilidade de entendimento entre posies divergentes.(D) ilustra a possibilidade de entendimento e de respeito entre as pessoas a partir do debate poltico de idias.(E) mostra a preponderncia do ponto de vista masculino nas discusses polticas para superar divergncias.

    As questes 03 e 04 referem-se ao poema abaixo.Brasil

    O Z Pereira chegou de caravelaE preguntou pro guarani da mata virgem

    Sois cristo? No. Sou bravo, sou forte, sou filho da MorteTeter tet Quiz Quiz Quec!L longe a ona resmungava Uu! ua! uu!O negro zonzo sado da fornalhaTomou a palavra e respondeu Sim pela graa de DeusCanhem Bab Canhem Bab Cum Cum!E fizeram o Carnaval

    (Oswald de Andrade)

    03. Este texto apresenta uma verso humorstica da formao do Brasil, mostrando-a como uma juno de elementosdiferentes. Considerando-se esse aspecto, correto afirmar que a viso apresentada pelo texto

    (A) ambgua, pois tanto aponta o carter desconjuntado da formao nacional, quanto parece sugerir que esse processo,apesar de tudo, acaba bem.

    (B) inovadora, pois mostra que as trs raas formadoras portugueses, negros e ndios pouco contriburam para aformao da identidade brasileira.

    (C) moralizante, na medida em que aponta a precariedade da formao crist do Brasil como causa da predominncia deelementos primitivos e pagos.

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    (D) preconceituosa, pois critica tanto ndios quanto negros, representando de modo positivo apenas o elemento europeu,vindo com as caravelas.

    (E) negativa, pois retrata a formao do Brasil como incoerente e defeituosa, resultando em anarquia e falta deseriedade.

    04. A polifonia, variedade de vozes, presente no poema resulta da manifestao do

    (A) poeta e do colonizador apenas. (B) colonizador e do negro apenas. (C) negro e do ndio apenas.

    (D) colonizador, do poeta e do negro apenas. (E) poeta, do colonizador, do ndio e do negro.

    05. O jivaroUm Sr. Matter, que fez uma viagem de explorao Amrica do Sul, conta a um jornal sua conversa com um ndiojivaro, desses que sabem reduzir a cabea de um morto at ela ficar bem pequenina. Queria assistir a uma dessasoperaes, e o ndio lhe disse que exatamente ele tinha contas a acertar com um inimigo.O Sr. Matter: No, no! Um homem, no. Faa isso com a cabea de um macaco.E o ndio: Por que um macaco? Ele no me fez nenhum mal!

    (Rubem Braga)

    O assunto de uma crnica pode ser uma experincia pessoal do cronista, uma informao obtida por ele ou um casoimaginrio. O modo de apresentar o assunto tambm varia: pode ser uma descrio objetiva, uma exposioargumentativa ou uma narrativa sugestiva. Quanto finalidade pretendida, pode-se promover uma reflexo, definir umsentimento ou to-somente provocar o riso.Na crnica O jivaro, escrita a partir da reportagem de um jornal, Rubem Braga se vale dos seguintes elementos:

    Assunto Modo de apresentar Finalidade

    (A) caso imaginrio descrio objetiva provocar o riso

    (B) informao colhida narrativa sugestiva promover reflexo

    (C) informao colhida descrio objetiva definir um sentimento

    (D) experincia pessoal narrativa sugestiva provocar o riso

    (E) experincia pessoal exposio argumentativa promover reflexo

    06. Cndido Portinari (1903-1962), em seu livro Retalhos de Minha Vida de Infncia, descreve os ps dos trabalhadores.

    Ps disformes. Ps que podem contar uma histria. Confundiam-se com as pedras e os espinhos. Ps semelhantes aos mapas: com montes e vales,

    vincos como rios. (...) Ps sofridos com muitos e muitos quilmetros de marcha. Ps que s os santos tm. Sobre a terra, difcil era distingui-los.

    Agarrados ao solo, eram como alicerces, muitas vezes suportavam apenas um corpo franzino e doente. (Cndido Portinari, Retrospectiva,Catlogo MASP)

    As fantasias sobre o Novo Mundo, a diversidade da natureza e do homem americano e a crtica social foram temas que inspirarammuitos artistas ao longo de nossa Histria. Dentre estas imagens, a que melhor caracteriza a crtica social contida no texto de Portinari

    (A) (B) (C)

    (D) (E)

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    (D) A ausncia um estar em mim. / E sinto-a, branca, to pegada, aconchegada nos meus braos, / que rio e dano einvento exclamaes alegres.

    (E) Penetra surdamente no reino das palavras. / L esto os poemas que esperam ser escritos.

    11. O mundo grande

    O mundo grande e cabeNesta janela sobre o mar.O mar grande e cabeNa cama e no colcho de amar.O amor grande e cabeNo breve espao de beijar.

    ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983.

    Neste poema, o poeta realizou uma opo estilstica: a reiterao de determinadas construes e expresses lingsticas,como o uso da mesma conjuno para estabelecer a relao entre as frases. Essa conjuno estabelece, entre as idiasrelacionadas, um sentido de

    (A)oposio. ( B) comparao. (C) concluso. (D) alternncia. (E) finalidade.

    ..................................................................................................................................................................................................12. ... Um operrio desenrola o arame, o outro o endireita, um terceiro corta, um quarto o afia nas pontas para acolocao da cabea do alfinete; para fazer a cabea do alfinete requerem-se 3 ou 4 operaes diferentes; ...

    SMITH, Adam.A Riqueza das Naes. Investigao sobre a sua Natureza e suas Causas. Vol. I. So Paulo: Nova

    Cultural, 1985.

    Jornal do Brasil, 19 de fevereiro de1997.A respeito do texto e do quadrinho so feitas as seguintes afirmaes:I. Ambos retratam a intensa diviso do trabalho, qual so submetidos os operrios.II. O texto refere-se produo informatizada e o quadrinho, produo artesanal.III. Ambos contm a idia de que o produto da atividade industrial no depende do conhecimento de todo o processo por

    parte do operrio.

    Dentre essas afirmaes, apenas

    (A) I est correta. (B) II est correta. (C) III est correta. (D) I e II esto corretas. (E) I e IIIesto corretas.

    ...............................................................................................................................................................................................13. Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:

    A terra mui graciosa,To frtil eu nunca vi.A gente vai passear,No cho espeta um canio,No dia seguinte nasceBengala de casto de oiro.Tem goiabas, melancias,Banana que nem chuchu.Quanto aos bichos, tem-nos muito,De plumagens mui vistosas.

    Tem macaco at demais

    Diamantes tem vontadeEsmeralda para os trouxas.Reforai, Senhor, a arca,Cruzados no faltaro,Vossa perna encanareis,Salvo o devido respeito.Ficarei muito saudosoSe for embora daqui.

    MENDES, Murilo. Murilo Mendes poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

    Arcasmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:

    (A)A terra mui graciosa / Tem macaco at demais(B)Salvo o devido respeito / Reforai, Senhor, a arca(C)A gente vai passear / Ficarei muito saudoso

    (D)De plumagens mui vistosas / Bengala de casto de oiro(E)No cho espeta um canio / Diamantes tem vontade

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    14. Oxmoro (ou paradoxo) uma construo textual que agrupa significados que se excluem mutuamente. ParaGarfield, a frase de saudao de Jon (tirinha abaixo) expressa o maior de todos os oxmoros.

    Folha de S. Paulo. 31 de julho de 2000.Nas alternativas abaixo, esto transcritos versos retirados do poema O operrio em construo. Pode-se afirmar queocorre um oxmoro em(A)"Era ele que erguia casas

    Onde antes s havia cho."

    (B)"... a casa que ele faziaSendo a sua liberdadeEra a sua escravido."

    (C)"Naquela casa vaziaQue ele mesmo levantaraUm mundo novo nascia

    De que se quer suspeitava

    (D)"... o operrio faz a coisaE a coisa faz o operrio."

    (E) Ele, um humilde operrioUm operrio que sabiaExercer a profisso."

    MORAES, Vincius de.Antologia Potica. So Paulo: Companhia dasLetras, 1992.

    15. Nas conversas dirias, utiliza-se freqentemente a palavra prprio e ela se ajusta a vrias situaes. Leia osexemplos de dilogos:

    I - A Vera se veste diferente!- mesmo, que ela tem um estilo prprio.

    II - A Lena j viu esse filme uma dezena de vezes! Euno consigo ver o

    que ele tem de to maravilhoso assim.- que ele prprio para adolescente.

    III - Dora, o que eu fao? Ando to preocupada com oFabinho! Meu filho

    est impossvel!- Relaxa, Tnia! prprio da idade. Com o tempo,ele se acomoda.

    Nas ocorrncias I, II e III, prprio sinnimo de,respectivamente,

    (A)adequado, particular, tpico.

    (B)peculiar, adequado, caracterstico.

    (C)conveniente, adequado, particular.

    (D)adequado, exclusivo, conveniente.(E)peculiar, exclusivo, caracterstico.

    16. O trecho a seguir parte do poema Mocidade e morte, do poeta romntico Castro Alves:

    Oh! eu quero viver, beber perfumes

    Na flor silvestre, que embalsama os ares;Ver minh'alma adejar pelo infinito,Qual branca vela n'amplido dos mares.No seio da mulher h tanto aroma...Nos seus beijos de fogo h tanta vida...

    rabe errante, vou dormir tarde sombra fresca da palmeira erguida.

    Mas uma voz responde-me sombria:Ters o sono sob a ljea fria.

    ALVES, Castro. Os melhores poemas deCastro Alves. Seleo de Ldo Ivo. So Paulo:Global, 1983.

    Esse poema, como o prprio ttulo sugere, aborda oinconformismo do poeta com a anteviso da morte

    prematura, ainda na juventude.A imagem da morte aparece na palavra

    (A)embalsama. (B) infinito. (C)amplido.

    (D) dormir. (E) sono.

    17.

    Folha de S. Paulo. 06 de outubro de 1992.

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    O problema enfrentado pelo migrante e o sentido da expresso sustana expressos nos quadrinhos, podem ser,respectivamente, relacionados a

    (A)rejeio / alimentos bsicos.(B)discriminao / fora de trabalho.(C)falta de compreenso / matrias-primas.

    (D)preconceito / vesturio.(E)legitimidade / sobrevivncia.

    18. No trecho abaixo, o narrador, ao descrever a personagem, critica sutilmente um outro estilo de poca: o romantismo.

    Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos; era talvez a mais atrevida criatura da nossa raa, e, com

    certeza, a mais voluntariosa. No digo que j lhe coubesse a primazia da beleza, entre as mocinhas do tempo, porque

    isto no romance, em que o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos s sardas e espinhas; mas tambm no

    digo que lhe maculasse o rosto nenhuma sarda ou espinha, no. Era bonita, fresca, saa das mos da natureza, cheia

    daquele feitio, precrio e eterno, que o indivduo passa a outro indivduo, para os fins secretos da criao.

    ASSIS, Machado de. Memrias Pstumas de Brs Cubas. Rio de Janeiro: Jackson,1957.

    A frase do texto em que se percebe a crtica do narrador ao romantismo est transcrita na alternativa:

    (A) ... o autor sobredoura a realidade e fecha os olhos s sardas e espinhas ...

    (B) ... era talvez a mais atrevida criatura da nossa raa ...

    (C) Era bonita, fresca, saa das mos da natureza, cheia daquele feitio, precrio e eterno, ...

    (D) Naquele tempo contava apenas uns quinze ou dezesseis anos ...

    (E) ... o indivduo passa a outro indivduo, para os fins secretos da criao.

    19.Os provrbios constituem um produto da sabedoria popular e, em geral, pretendem transmitir um ensinamento. Aalternativa em que os dois provrbios remetem a ensinamentos semelhantes :

    (A)Quem diz o que quer, ouve o que no quer e Quem ama o feio, bonito lhe parece.

    (B)Devagar se vai ao longe e De gro em gro, a galinha enche o papo.

    (C)Mais vale um pssaro na mo do que dois voando e No se deve atirar prolas aos porcos.

    (D)Quem casa quer casa e Santo de casa no faz milagre.

    (E) Quem com ferro fere, com ferro ser ferido e Casa de ferreiro, espeto de pau.

    20.

    Famlia de retirantes (Cndido Portinari, 1944) Uma famlia (Botero, 1989)

    Os dois quadros focalizam a famlia. Neles um dos objetivos representar a

    (A) misria. (B) obesidade. (C) gula. (D) condio social.