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Empreendedorismo e Sustentabilidade: responsividade às emergentes demandas
socioambientais
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Empreendedorismo e
Sustentabilidade:
responsividade às emergentes
demandas socioambientais
Marcelo Pereira Marujo
Primeira Edição
São Paulo
2013
Empreendedorismo e Sustentabilidade: responsividade às emergentes demandas
socioambientais
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Índices para catálogo sistemático:
1. Empreendedorismo : Desenvolvimento
Sustentável : Brasil : Economia : 338.040981
Marujo, Marcelo Pereira
Empreendedorismo e sustentabilidade :
responsividade às emergentes demandas
socioambientais. Marcelo Pereira Marujo. - -
São Paulo : PerSe, 2013.
ISBN: 978 – 85 – 8196 – 494 – 2
1. Desenvolvimento sustentável
2. Empreendedorismo 3. Negócios I. Título.
13 – 12887 CCD 338 - 04981
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Dedico este trabalho a todos, que como eu,
não desistem nunca e também acreditam
que juntos podemos sempre mais...
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SUMÁRIO
PREFÁCIO
APRESENTAÇÃO
CAPÍTULO 1 - O EMPREENDEDOR SUSTENTÁVEL 13
CAPÍTULO 2 – FORMAÇÃO RESPONSIVA DO
EMPREENDEDOR ÀS DEMANDAS DO MERCADO GLOBAL
20
CAPÍTULO 3 – EMPREENDER NA PERSPECTIVA DA
SUSTENTABILIDADE COMO CONDIÇÃO PROVEDORA DE
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
35
CAPÍTULO 4 – GLOBALIZAÇÃO: EMPREENDEDORISMO
E NEGOCIAÇÃO
77
CAPÍTULO 5 – PROJETOS SUSTENTÁVEIS: METODOLOGIA
ALIADA À NECESSÁRIA INTERDEPENDÊNCIA TEORIA E
PRÁTICA
88
CAPÍTULO 6 – EMPREENDIMENTO DE PROJETO BÁSICO
DE LOGÍSTICA
109
CAPÍTULO 7 – EMPREENDERORISMO E
SUSTENTABILIDADE: ORIENTAÇÃO À GOVERNANÇA
LOCAL
129
CAPÍTULO 8 – RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL:
NECESSÁRIA RESPONSIVIDADE DO EMPREENDEDOR
SUSTENTÁVEL
148
CONSIDERAÇÕES FINAIS 157
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Baruch Espinosa (1632 - 1677)
Deus é o mecanismo imanente da natureza... é a única substância
(o que é em si e se concebe por si – apreensível através de seus
atributos, em número infinito), infinita e eterna, inclusive,”tudo
está em Deus” e procede de sua essência.
São Vicente de Paulo (1581 - 1660)
São Vicente, que tanto vos compadecestes dos pobres, eu vos peço,
olhai para mim! Sou Pobre, mas tenho fé! Há gente mais pobre do
que eu: são aqueles que não têm fé; porque esses têm a alma
vazia. São Vicente, conservai minha riqueza, que é a fé; mas eu vos
peço, aliviai também minha pobreza. Ajudai-me a adquirir ao
menos o necessário para me alimentar bem, para me vestir
honestamente e comprar os remédios que me conservam a saúde e
as forças necessárias para fazer os meus trabalhos e cumprir as
minhas obrigações e assim poder ser útil à minha família e a todos
os que precisarem de minha ajuda.
Antonio Frederico Ozanan (1813 - 1853)
A questão que hoje agita o mundo não é uma questão de pessoas
nem uma questão de formas políticas, senão que é uma questão
social; é a luta dos que não tem nada e dos que tem em demasia, é o
choque violento da pobreza e da opulência que faz tremer a terra
sob nossos pés. É nosso dever, dos cristãos, de intervir entre estes
inimigos irreconciliáveis, e conseguir que reine a igualdade
enquanto seja possível entre humanos.
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AGRADECIMENTOS
O presente livro é proveniente de uma incansável busca norteada pela
necessária interdependência - academia e mercado -, condição que possibilita
um maior estreitamento à organicidade e dinamismo: teoria e prática. Ainda
representa uma composição de determinação, esforço e reflexão coletiva, não
obstante demande responsabilidade, comprometimento, dedicação e superação.
Muitas organizações e pessoas contribuíram para que esta obra chegasse a bom
termo. A todas elas registro minha imensa gratidão.
Inicialmente, meus agradecimentos a Deus, todo poderoso e
onipresente, por ter me proporcionado saúde e sabedoria suficiente para
empreender essa árdua jornada, e à sociedade que acredita no impossível e que
não desiste nunca.
Aos meus maravilhosos pais (Reynaldo e Dilma), a minha irmã
(Simone), ao meu Tio Lino e sobrinhos (Vanessa, Thiago, Gabriel e
Guilherme).
À minha queridíssima família - Lidiane (esposa e amiga), Marcel e
Lídia (filhos e amigos) - por saber e entenderem conviver, durante longo
período, com minhas constantes inquietações e ausências, apesar de estar em
muitos momentos, partilhando o mesmo e adorável ambiente familiar. Pois,
muitas vezes foram meus confidentes e também convidados a discutirem sobre
minhas viagens reflexivas e se posicionarem sobre a pertinência das variadas
questões socioambientais.
Ao estimado Prof. Dr. Isauro Beltrán Núñez, irmão e amigo, o meu
eterno orientador. Profissional que reconheço sua expressiva competência e
comprometimento às pesquisas. Ainda, foi quem norteou a minha trajetória
como pesquisador, portanto o meu muito obrigado por tudo.
Aos amigos do cotidiano social e profissional que tanto dignificam a
minha condição de ser e estar no mundo e para o mundo: Fernando e Nice, Juan
Meirino, Juliano Ferreira de Souza, João e Dayse, Edenir e Claudia, Robertinho
e Garrido.
Minha gratidão aos amigos (Daniel e Wallace) do Instituto de
Administração do Rio de Janeiro (IARJ) e reverencio os relevantes momentos
de intensa reflexão-crítica, ainda, há anos com Daniel Roedel; do Conselho
Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA-RJ) o meu carinho especial
à Comissão de Desenvolvimento Sustentável; da Conferência Vicentina de
Santo Antônio (Santa Rosa – Niterói - RJ) que vem me fazendo enxergar
melhor o sentido da vida em Cristo e da Universidade Federal Fluminense (UFF
- GRUPEGI), especialmente, ao estimado amigo Prof. Dr. Jader Janer Moreira
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Lopes - pela generosidade de suas iminentes propostas às reflexões e da
apresentação, sempre, de novos desafios.
Finalmente, a todos que indiretamente contribuíram para minha
inquietação/reflexão e que acreditam que juntos podemos construir um mundo
melhor e mais justo às gerações presente e futuras.
Carinhosamente
Marcelo Pereira Marujo
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PREFÁCIO
Recebo com honraria, orgulho e deferência inexcedíveis a escolha de
meu nome para prefaciar mais um livro, entre outros tantos já lançados pelo
autor em apreço, habitualmente consagrados, face a manifesta
contemporaneidade e contextualidade que os envolve.
O significado do ato em questão cresce em importância e
responsabilidade, particularmente para o meio acadêmico e corporativo, à
medida que ao prefaciador cabe apresentar, introduzir e anunciar à sociedade o
nascimento da nova obra e desejar-lhe longa vida e sedimentada contribuição ao
estudo da temática a que se propõe que, certamente, alcançará, posto que, o
leitor é presenteado com uma estrutura de pensamentos muito bem construída
por Marujo, que reflete o seu saber amplo e a sua experiência profunda.
Destaque-se, ainda, que raras são as ocasiões em que a reflexão encontra a
experiência de maneira tão harmoniosa, quanto nesta obra, que o autor nos
brinda aqui com sua sensibilidade e olhar aguçados do observador pensante.
Empreendedorismo e Sustentabilidade, a obra em questão, surge de
intensas experiências vivenciadas reflexivamente, em especial sobre
sustentabilidade e suas conexões mais significativas, de par com uma
incansável busca orientada pela necessária interdependência academia e
mercado e, como decorrência, propõe a complementaridade empreendedorismo-
sustentabilidade - responsabilidade socioambiental, de modo: (i) alcançar-se
níveis significativos e crescentes de desenvoltura profissional e organizacional
, sempre norteada pela perspectiva de sustentabilidade e, por essa via, atender
responsivamente às demandas de um mercado globalizado cada vez mais
competitivo; (ii) tornar mais orgânico e dinâmico o processo de previsão e
provisionamento de gestão organizacional sustentável, como circunstância
capaz de redimensionar a responsabilidade socioambiental; (iii) possibilitar um
estreitamento maior à relação pesquisa-ação , teoria e prática.
É, de outra parte, sumamente importante enfatizar, que a prevalência dos
valores éticos é uma vigência pessoal, profissional e social inarredável na vida
do autor, que sua obra reverbera, e assume uma atitude permanente de vigília
contra a tentação da certeza, a reconhecer que nossas certezas não são provas da
verdades. Tendemos a viver num mundo de certezas, de solidez perceptiva não
contestada, em que nossas convicções provam que as coisas são somente como
as vemos e não existe alternativa para aquilo que nos parece certo. Essa é a
nova situação cotidiana, nossa condição cultural, nosso modo habitual de ser
humanos.
Posto isto, este livro pode ser visto como um convite à suspensão de
nosso hábito de cair na tentação da certeza. Isso é duplamente necessário;
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porque se o leitor não suspender suas certezas, o livro não poderá comunicar
aqui nada que fique incorporado à sua experiência como uma compreensão
efetiva do tema em estudo.
O autor dá também uma contribuição relevante à compreensão daquilo
que talvez seja o maior problema epistemológico de nossa cultura: a extrema
dificuldade que temos de lidar com tudo aquilo que é subjetivo e qualitativo,
conforme bem o diz a pesquisa desenvolvida sobre crenças de graduandos de
administração sobre a sustentabilidade (Capitulo 3). Parece incrível mas muitas
pessoas imaginam que o trabalho cientifico deve afastar de suas preocupações a
subjetividade e a dimensão qualitativa como se a ciência não fôsse um trabalho
feito por seres humanos. A subjetividade (tanto quanto a objetividade) e a
qualidade (tanto quanto a quantidade) são na verdade indispensáveis ao
conhecimento e, portanto, à ciência.
De notar, que os seres vivos e o mundo estão interligados, de modo que
não podem ser compreendidos separados. Por decorrência, o conhecimento não
é passivo - e sim construído pelo ser vivo em suas interações com o mundo - a
postura de só levar em conta o que é observado deixar de ter sentido. A
transacionalidade entre o observador e aquilo que este observa, além de mostrar
que um não é separado do outro, torna indispensável a consideração a
subjetividade do primeiro, isto é, a compreensão de como ele experiencia o que
observa.
É certo, todavia, que a avaliação e critica que ora se faz é,
evidentemente, muito restritiva em relação à obra de Marujo; no entanto, não
poderia deixar de assinalar que a educação – e nela a formação do
administrador – cidadão –, associada a valores éticos e sociais, tem absoluta
centralidade no processo empreendedorismo – sustentabilidade –
responsabilidade socioambiental proposto pelo autor.
O profissional de administração não poderá estar alheio à ideia de
solidariedade. Demasiados influenciados pela eficiência econômica muitas
vezes esquecem que têm que buscar a igualdade social em suas gestões, tem
também que fortalecer a cidadania. O processo de sua formação transcendente
aos aspectos voltados diretamente ao suprimento do mercado de trabalho. Deve,
pois, fazer uso das problemáticas relacionadas às questões sociais e ambientais
como conteúdo de saber, com o propósito de garantir a formação de
administradores competentes sócio-tecnicamente, conscientes de seu papel
enquanto cidadãos críticos e capazes social e politicamente aptos a gerar uma
sociedade mais justa e humana.
Registre-se, ademais, que a CEPAL reconhece que a cidadania é, ao
lado da transformação produtiva, uma das colunas mestras do desenvolvimento,
vale dizer, o desenvolvimento humano sustentado está plantado sobre dois
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eixos essenciais: cidadania e competitividade, mediadas pela educação de
qualidade. Disso depreende-se a percepção cada vez mais clara da importância
da cidadania para o desenvolvimento, principalmente como barreira às ditas leis
de mercado.
Como remate, cabe-me saudar a significativa contribuição que o livro de
Marcelo Pereira Marujo, professor e pensador emérito, entre outras expertises,
traz à academia e às empresas, e que muito me orgulha tê-lo como amigo,
companheiro de trabalho, lida e vida. O sumário do livro diz bem da
abrangência intelectual de sua obra gerada de intensas experiências vivenciadas
reflexivamente, em especial, sobre a sustentabilidade e suas expressivas
dimensões. O currículo que abre para a leitura apresenta-o e informa sobre a sua
longa e árdua caminhada profissional e institucional e me faz reavivar o
conceito de indivíduo - trajetória, que diante da problemática da sociedade
contemporânea precisa reconstruir permanentemente sua identidade pessoal e
profissional.
Estou também em boa companhia quando me valho das festejadas
palavras do celebrado bardo espanhol Antônio Machado, (metaforicamente à
senda pessoal profissional e intelectual do autor):
“Caminhante, são teus passos
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
faz-se o caminho ao andar.
Ao andar faz-se o caminho
e, ao olhar-se para trás,
vê-se a senda que jamais
tornar-se à a pisar.
Caminhante, não há caminho
Senão sulcos sobre o mar.”
Boa leitura e longa vida à obra do autor.
Wallace de Souza Vieira
Diretor-Presidente
Instituto de Administração do Rio de Janeiro - IARJ
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APRESENTAÇÃO
Um ponto importante da sabedoria de vida consiste na proporção
correta com a qual dedicamos a nossa atenção em parte ao presente,
em parte ao futuro, para que um não estrague o outro. Muitos
vivem em demasia no presente: são os levianos; outros vivem em
demasia no futuro: são os medrosos e os preocupados.
(SCHOPENHAUER)
Este livro surge de intensas experiências vivenciadas reflexivamente, em
especial, sobre a sustentabilidade e suas expressivas dimensões – política –
social – econômica – ambiental - cultural - com as mais variadas áreas de
conhecimento da sociedade contemporânea.
Espera-se que a contemporaneidade seja compreendida como uma
episteme, uma maneira de adquirir mais informações e conhecimentos, um
meio e também um fim/meio de conhecer a realidade e suas especificidades que
tanto propulsionam nosso modus vivendi a empreender estratégias diferenciadas
diante das emergências socioambientais.
Apresentam-se como condição necessária e interdependente as
emergentes temáticas - empreendedorismo e sustentabilidade – e outras
importantes áreas da gestão. Com esta inter-relação progressiva busca-se a
constante desenvoltura profissional, sempre orientada pela perspectiva da
sustentabilidade, a fim de atender responsivamente às demandas de um mercado
globalizado cada vez mais competitivo.
Evidencio neste momento que o – socioambiental - nesta obra deve ser
compreendido como a unidade integrada e sinérgica do global e do local como
condição, tempestivamente, providencial de todas as proposições apresentadas.
Considera-se tal proposição imprescindível para tornar mais orgânico e
dinâmico o processo de previsão e provisionamento de gestão organizacional
sustentável como circunstância capaz de redimensionar a responsabilidade
socioambiental.
Norteado por estas proposições acredita-se na possibilidade de poder
promover uma sempre refutável reflexão, diante da emergência das temáticas
em questão -, em especial, de maneira criativa, crítica e reflexiva a fim de
manter-se mais consonante com as novidades advindas da era da informação
sustentável (MARUJO, 2013).
O livro está estruturado em capítulos que se complementam e
retroalimentam com a intenção de propiciar a necessária interdependência dos
estudos/investigações que compõe toda estratégica de composição da obra.
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O capítulo 1 apresenta uma orientação para o empreendedor sustentável.
Onde espera-se que o empreendedor compreenda que ações sustentáveis são
desenvolvidas a partir de um pensar, uma condição de ser e estar no mundo,
nessa perspectiva.
O capítulo 2 sinaliza a importância do processo formativo do
empreendedor, numa dimensão sustentável, propiciar uma indispensável
responsividade às variadas e constantes demandas do mercado global/local.
O capítulo 3 mostra uma investigação que é a orientadora de todo esse
processo onde se busca ações mais sustentáveis e, especialmente, novas
alternativas para associar áreas da administração à sustentabilidade.
O capítulo 4 compreende o empreendedorismo e a negociação como
condição orgânica para favorecer toda a previsibilidade e o consequente
provisionamento dos negócios num mercado iminentemente globalizado.
O capítulo 5 mostra novas possibilidades de se pensar projetos mais
sustentáveis a partir de estratégias metodológicas includentes. Para tanto,
apresentam-se tais estratégias para que se consiga enxergar mais
detalhadamente o problema, assim tornando-o imprescindível à construção de
projetos sustentáveis.
O capítulo 6 compreende uma proposta de projeto básico de logística
que tenta mostrar alternativas para se pensar sua construção de forma
pedagógica, sempre à luz da práxis, assim evidenciando-se a necessária inter-
relação da teoria com a prática.
O capítulo 7 denota a importância da governança como eixo norteador
do desenvolvimento local, onde a busca pela dignidade da comunidade passa
por questões empreendedoras sustentáveis factíveis de promover maior
responsabilidade socioambiental.
O capítulo 8 propõe que a responsabilidade socioambiental passe a ser
uma propensão fundamental para o redimensionamento de ações mais
comprometidas com estratégias empreendedoras, sempre fundamentadas na
dimensão da sustentabilidade em prol das gerações e da sociedade.
As considerações apresentadas visam providenciar que tais temáticas se
convertam em objeto de tempestivas inquietações e imensuráveis estratégias,
para que a incessante exploração de informações e conhecimentos possa tornar
as situações práticas cotidianas cada vez mais significativas.
Espera-se poder contribuir para repensarmos de maneira criativa, crítica
e reflexiva novas alternativas capazes de fazerem com que o empreendedorismo
seja norteado pela sustentabilidade em todas as suas dimensões.
Marcelo Pereira Marujo
CRA-RJ: 20-41031-0
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CAPÍTULO 1 - O EMPREENDEDOR SUSTENTÁVEL
Marcelo Pereira Marujo
Não existe nenhuma possibilidade de existência separada e
autônoma (WHITEHEAD)
A essência na lógica é a essência da natureza e do homem, mas sem
a essência, sem a natureza e sem o homem... A vida e a verdade...
só são encontradas onde a essência está unida com a existência, o
pensamento com a percepção dos sentidos, a atividade com a
passividade e a seriedade... (HEGEL)
Inicialmente, pretende-se evidenciar para os leitores que o
empreendedor sustentável é aquele que deve ter o pensamento, as atitudes e as
consequentes ações estratégicas capazes de empreender e corresponder,
necessária e simultaneamente, sempre orientados pela sustentabilidade em suas
dimensões: política, social, econômica, ambiental e cultural.
Entende-se que somente tal condição de ser e estar no mundo
sustentavelmente proporcionará que o empreendimento, surgindo de um
embrião sustentável, conseguirá manter-se nessa trajetória perspectivando
diuturnamente atividades nessa mesma dimensão.
Empreendedorismo significa criar empresas ou produtos novos,
agregar valor, é saber identificar oportunidades e transformá-las em
um negócio lucrativo. (SCHUMPETER)
Há tempos, observa-se que o empreendedorismo se converte numa
exortação à inovação advinda, iminentemente, da era da informação. Esta
tempestiva condição inovadora deve integrar-se com a sustentabilidade a fim de
favorecer um desenvolvimento mais equilibrado e responsável.
O mercado, orientador da sociedade (condição preocupante), já
compreende a sustentabilidade como condição necessária para o seu
desenvolvimento, especialmente no concernente ao médio e longo prazo,
condicionante capaz de favorecer as gerações presente e futuras.
A presente propositura evidencia a efervescente simbiose –
empreendedorismo e sustentabilidade – propensa a favorecer o
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desenvolvimento de atividades profissionais e socioambientais das
organizações, assim, mantendo-as mais harmônicas para com as constantes
demandas globais.
Desde o início da obra, objetiva-se que o empreendedorismo e a
sustentabilidade não sejam variáveis distintas, mas, sim, uma “unidade”
(VIGOTSKI, 1999; 2010) capaz de providenciar um processo formativo onde o
empreendedor seja sustentável, porquanto entender que esta condição é
indispensável para orientar suas ações, da mesma forma, sustentáveis.
Não é a unidade da humanidade viva e ativa com as condições
naturais, inorgânicas, da sua troca metabólica com a natureza, e daí
a sua apropriação da natureza, que requer explicação ou é o
resultado de um processo histórico, mas a separação entre estas
condições inorgânicas de existência humana e esta existência ativa,
uma separação que só é completamente postulada na relação do
trabalho com o capital. (MARX)
Acredita-se que, inicial e necessariamente, tal condição precise passar
por uma mudança de pensamento, porquanto essa ótica ser factível de favorecer
todo o processo de formação pessoal, social e profissional.
A sociedade precisa, na verdade, de seres humanos melhores; logo,
compreende-se que tal imprescindibilidade proporcionará uma maior
socialização de conhecimentos (científicos/senso comum/técnicos/profissionais)
e sociabilidade, tanto no espaço formal quanto no não formal e informal e,
principalmente, um profissional mais propensos às necessidades demandadas
pela sociedade global.
O empreendedor entendendo a sustentabilidade como questão
orientadora de sua condição de ser e estar no e para o mundo, seja na academia
ou no mercado (sempre fomentando esta inter-relação como condição
interdependente), irá possivelmente promover ações/reações mais capazes de
contemplarem negócios de médio e longo prazo.
Entende-se que negócios mais consistentes, independentemente de suas
particularidades, carecem de vislumbrar sua prospecção presente e também
futura, assim promovendo maior responsabilização socioambiental.
Ações sempre propostas na perspectiva da sustentabilidade,
possivelmente, promoverão uma primordial melhoria nas organizações, no
mercado – tanto local quanto global -, consequentemente, na sociedade e no
planeta.
Nessa dimensão, entende-se que o grande desafio está em promover um
empreendedorismo, que de fato, seja sustentável. Para tanto, busca-se por
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intermédio da sensibilização e consequente conscientização sobre as
supracitadas temáticas construir um DNA sustentável para o empreendedor.
O DNA sustentável1 urge da necessidade do empreendedor estar mais
consonante com um mercado, que cada vez mais, entende que políticas
estratégicas sustentáveis vêm favorecendo o seu desenvolvimento e sua
capacidade contingencial de lidar com as constantes mudanças político-
econômicas globalizadas.
Não poderia deixar de registrar que o grande diferencial nessa
proposição é a evocação do modus vivendi como estratégia orientadora de todo
processo de prospecção, mas sempre aliado a intensa busca de inovações
capazes de promover com mais consistência o socioambiental
Além do mais, percebe-se que a educação corporativa aliada à
sustentabilidade torna-se condição propulsora para forjar o DNA do
empreendedor. Outrossim, a progressiva necessidade de manter este
profissional ativo na academia e no mercado (independente do nível) passa a
orientar a finalidade do estreitamento à consolidação da performance do
empreendedor.
Nessa perspectiva, a ontologia e a epistemologia sustentável, orientadora
desta proposta, evidenciam o seu DNA. Logo, resgata-se o ser humano como
“protagonista” do processo formativo, para depois pensar em compor o
pensamento e a consequente ação/formação do empreendedor sustentável.
Essa passa a ser uma imprescindibilidade diferencial para o
empreendedor que está adentrando num mercado muito competitivo, exigente e
de clientes/consumidores mais esclarecidos que buscam menor preço e mais
qualidade.
No concernente à qualidade observa-se que políticas na perspectiva da
sustentabilidade vêm orientando novos produtos e serviços, precipuamente pela
sua precoce obsolescência e descartabilidade, fator muito preocupante na
sociedade atual.
______ 1 DNA sustentável – Expressão e composição que surge de intensas reflexões críticas,
filosóficas e ideológicas, agradabilíssimas, realizadas na sede do Instituto de Administração do
Rio de Janeiro (IARJ), quando da realização de reuniões para se pensar a administração e a
sustentabilidade. Os protagonistas dessas reflexões - Marcelo, Daniel e Wallace – sempre
inquietos com os rumos do mercado e da sociedade buscam, na contracorrente de sua tendência,
encontrar a necessária responsividade às constantes ordens e desordens. Daí surge a expressão e
também o início de sua melhor composição, em momento sempre ímpar, proposta pelo Daniel
Roedel. Portanto, corrobora-se que a sua construção ainda está carecendo de maiores
considerações e reflexões mais tempestivas capazes de estreitar a relação teoria e prática.