Empreendedor 167

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ANO 14 N o 167 SETEMBRO 2008 R$ 9,90 www.empreendedor.com.br DESCUBRA QUANDO E COMO TRANSFORMAR SUA PEQUENA EMPRESA EM REDE DE FRANQUIAS o ISSN 1414-0152 O bit é pop Inclusão digital da classe C revoluciona os mercados de informática e internet César Aymoré, diretor de Marketing da Positivo Informática CRÉDITO: RECURSOS PARA INOVAR VALOR: GESTÃO AMBIENTAL É BOM NEGÓCIO AN AN AN N N N N AN N AN AN AN O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O O 1 14 14 4 14 4 4 1 4 1 1 14 1 14 14 1 14 14 1 14 1 14 14 4 14 4 4 4 1 1 1 4 4 4 4 1 14 4 4 4 1 1 1 14 4 4 14 14 14 14 14 14 4 14 1 14 14 4 1 14 14 14 1 1 1 4 1 1 1 4 4 4 4 4 14 4 4 4 4 4 4 4 4 1 4 4 4 N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N N o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o o 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 67 67 67 67 6 6 6 6 67 67 6 67 67 67 67 67 67 6 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NEGÓCIO

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Edição n. 167 da revista Empreendedor, de setembro de 2008

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ANO 14 No 167 SE TEMBRO 2008 R$ 9,90

www.empreendedor.com.br

DESCUBRA QUANDO E COMO TRANSFORMAR SUA PEQUENA EMPRESA EM REDE DE FRANQUIAS

EMPREENDEDOR – O BIT É POP – ANO 14 N o 167 SETEM

BRO 2008

ISSN

141

4-01

52

O bit épop

Inclusão digital da classe C revoluciona os mercados de

informática e internet

César Aymoré, diretor de Marketing da Positivo Informática

CRÉDITO: RECURSOS PARA INOVAR VALOR: GESTÃO AMBIENTAL É BOM NEGÓCIO

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CRÉDITO: RECURSOS PARA INOVAR VALOR: GESTÃO AMBIENTAL É BOM NEGÓCIO

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26 | MEIO AMBIENTECor naturalArtesãs do Paraná e de Minas Gerais substi-tuem tintas industrializadas por corantes na-turais. O processo de coloração não requer produtos químicos, não faz mal à saúde, nem ao meio ambiente, e ainda gera ocupação e renda para mulheres da região.

34 | CRÉDITOCapital inovadorPequenas e grandes empresas podem recor-rer a diferentes programas na hora de bus-car recursos para inovação tecnológica. Se as maiores se enquadram na Lei do Bem, as menores podem recorrer aos programas da Finep, como o Juro Zero.

38 | MEMÓRIAGrata naturezaA Empreendedor faz uma releitura de ma-téria publicada em abril de 1997, na edição nº 30, analisando a importância dos cuida-dos com o meio ambiente, e verifi ca se os ganhadores do Prêmio Ecoempreendedor ainda fazem por merecer.

52 | TITesouro digitalPara evitar dores de cabeça, é preciso plane-jar muito bem a segurança dos dados arma-zenados por sua empresa – seja grande, seja pequena – e investir numa estrutura adequa-da de data center, própria ou terceirizada.

58 | FRANQUIAExpansão seguraNa hora de expandir os negócios de uma pequena empresa, o sistema de franchise pode ser a solução mais rápida e menos onerosa. Consultores recomendam para quem a saída é indicada, e quais os passos e cuidados devem ser tomados.

N E S T A E D I Ç Ã O

O mercado popular de informática brasileiro é um dos que apresentam maior crescimento nesta década em todo o mundo. No ano passado, pela primeira vez na história do País, foram vendidos mais computadores do que televisores. E um terço da população a partir de 10 anos acessa a internet. Mais desktops, laptops e internautas de baixa renda significam uma maior demanda por treinamento, acesso à rede e outros produtos e serviços de baixo custo.

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42 | PERFILVictor MartinezO paraguaio teve que superar muitos desafi os antes de con-seguir um emprego com carteira assinada no Brasil. Mas o maior deles estava por vir justamente da empresa que acre-ditou no seu potencial: reerguer a Thomas International Brasil, que beirava a falência.

Primeiro ele quis aprender a empreender, em uma peque-na empresa, para depois, com muita visão para identifi car oportunidades e perspicácia para sair das difi culdades, criar seu próprio negócio: a Impacta Tecnologia, hoje um dos maiores grupos de treinamento de TI do País.

L E I A T A M B É M

48A VOZ DA EXPERIÊNCIA

Célio Antunes de Souza

10 | ENTREVISTAAndré AlfayaMuitos atingem o sucesso no mundo dos negócios, mas não conseguem a mesma satisfação com a vida pessoal, ou pior, não se sentem realizados com o que fazem. O consultor da Robert Wong diz o que fazer agora para não chegar ao lugar errado.

LEITURA ANÁLISE ECONÔMICAAGENDA E-EMPREENDEDOR

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EMPREENDEDORESNÃO DURMA NO PONTOPEQUENAS NOTÁVEISNEGÓCIO CERTOPRODUTOS E SERVIÇOS

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uma peque-ra identifi car difi culdades,gia, hoje umPaís.

30 | TRIBUTOSDinheiro queimadoDizem que queimar dinheiro é coisa de louco. Mas tem muito exportador brasileiro que vai fi car maluco da vida ao saber que paga impostos desnecessários por desconhecer um programa de redução e isenção – o SGP – oferecido por 11 países.

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E D I T O R I A L

A revista Empreendedor é uma publicaçãoda Editora Empreendedor Diretor-Editor: Acari Amorim [[email protected]]

Diretor de Comercialização e Marketing:Geraldo Nilson de Azevedo[[email protected]]

Redação Editor-Executivo: Alexsandro Vanin [[email protected]] – Repórteres: Andréa da Luz, Andréia Seganfredo, Cléia Schmitz e Francis França – Edição de Arte: Gustavo Cabral Vaz – Projeto Gráfico: Oscar Rivas – Fotografia: Arquivo Empreendedor, Casa da Photo, Eliana Vieira e PurestockX – Foto da capa: Divulgação – Revisão: Lu Coelho

Sedes

São Paulo Gerente Comercial: Fernando Sant’Anna Borba – Executivos de Contas: Ana Carolina Canton de Lima e Osmar Escada Jr – Rua Sabará, 566 – 9º andar – conjunto 92 – Higienópolis – 01239-010 – São Paulo – SP – Fone: (11) 3214-1020 [[email protected]]

Florianópolis Executivos de Contas: Nelson Rosa [[email protected]] – Executiva de Atendimento: Kerlly Corrêa [[email protected]] – Av. Osmar Cunha, 183 – Ed. Ceisa Center – bloco C – 9º andar – 88015-900 – Centro – Florianópolis – SC – Fone: (48) 2106-8666

Escritórios Regionais

Rio de Janeiro Triunvirato Desenvolvimento Empresarial Ltda – Milla de Souza [[email protected]] – Rua São José, 40 – sala 31 – 3º andar – Centro – 20010-020 – Rio de Janeiro – RJ – Fone: (21) 3231-9017

Brasília Ulysses C. B. Cava [[email protected]] – Fone: (61) 3963-7732/9975-6660 – CLSW 301 – Bloco C – Loja 62 – Sudoeste – 70673-603 – Brasília – Distrito Federal

Paraná Merconeti Representação de Veículos de Comunicação Ltda – Ricardo Takiguti [[email protected]] – Rua Dep. Atílio Almeida Barbosa, 76 – conjunto 1 – Boa Vista – 82560-460 – Curitiba – PR – Fone: (41) 3079-4666

Rio Grande do Sul Alberto Gomes Camargo [[email protected]] – Rua Arnaldo Balvê, 210 – Jardim Itu – 91380-010 – Porto Alegre – RS – Fone: (51) 3340-9116

Pernambuco HM Consultoria em Varejo Ltda – Hamilton Marcondes [[email protected]] – Rua Ribeiro de Brito, 1111 – conjunto 605 – Boa Viagem – 51021-310 – Recife – PE – Fone: (81) 3327-3384

Minas Gerais SBF Representações – Sérgio Bernardes de Faria [[email protected]] – Av. Getúlio Vargas, 1300 – 17º andar – conjunto 1704 – 30112-021 – Belo Horizonte – MG – Fone: (31) 2125-2900

Assinaturas Serviço de Atendimento ao Assinante – Diretor: Ronaldo Cesar Pacheco – Fone: 0800-9797979 – [[email protected]] – O valor da assinatura anual (12 edições mensais) é de R$ 118,80. Aproveite a promoção especial e receba um desconto de 20%, pagando somente R$ 95,04. Estamos à sua disposição de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 18h.

Produção Gráfica Impressão e Acabamento: Coan Gráfi ca Editora CTP – Distribuição: Distribuidora Magazine Ex-press de Publicações Ltda – São Paulo

Empreendedor.com http://www.empreendedor.com.br

Primeiro, as classes de baixa renda entraram na mira do comércio tra-dicional, em busca de bens, servi-ços e produtos de consumo antes possíveis apenas em sonhos. Re-

sultado do aumento de seu poder de com-pra, puxado pelo crescimento do emprego no País e da oferta de crédito, e também por programas sociais. Agora, elas partem para a economia digital, munidas de com-putadores adquiridos nessa onda inicial, favorecidas ainda pela baixa do dólar e por programas públicos de incentivos aos fabri-cantes de equipamentos de informática.

Uma em cada quatro casas no Brasil já possui computador, e um terço da popula-ção a partir de 10 anos acessa a internet. Em 2007, entre desktops e notebooks, fo-ram comercializadas 10,7 milhões de uni-dades. O maior avanço se deu justamente em domicílios com renda entre três e cinco salários mínimos, nos quais a penetração passou de 23% para 40%. É também da clas-se C a maior parte dos 3,5 milhões de novos consumidores que passaram a comprar pela internet no primeiro semestre deste ano.

Os fabricantes de computadores e su-primentos de informática não são os únicos que lucram com a inclusão digital. Eles são apenas a ponta inicial de uma longa cadeia de produtos e serviços de baixo custo.

Acesso discado à internet, por exemplo, é um negócio que se mantém vivo e forte, pois a banda larga, além de financeiramente inacessível para este público, chega a ape-nas um terço dos municípios brasileiros. E se apenas 17% dos domicílios brasileiros contam com conexão à internet, as lan hou-ses espalham-se pelas periferias e suprem a demanda, respondendo por metade dos acessos individuais. Tanta gente nova na rede forma um público em potencial para o comércio eletrônico, que precisa se ajustar para atender este perfil diferenciado.

A repórter Francis França apurou esta trans-formação bit a bit e levantou alguns bons exem-plos de negócios desta era digital popular que apenas se inicia. Em 2008, a venda de computa-dores deve chegar a 13 milhões de unidades, e até o fi nal do ano metade da população brasilei-ra terá acesso à internet. É preciso estar atento às oportunidades que surgem, como esteve Célio Antunes de Souza (personagem de A Voz da Experiência desta edição) no fi nal da década de 1980, quando percebeu que, com a popula-rização do uso de computadores nas empresas, seria preciso treinar pessoas para montar as máquinas, operá-las e consertá-las.

(No alto da página, a capa desta edição e duas outras descartadas.)

Alexsandro Vanin

CEDOCO Centro de Documentação (Cedoc) da Editora Empreendedor disponibiliza aos interessados fotos

e ilustrações que compõem o nosso banco de dados. Para mais informações, favor entrar em contato pelo telefone (48) 2106-8666 ou pelo e-mail [email protected]

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Ferramenta útilQuero parabenizá-los pela

publicação do curso “Negócio Certo: como criar e administrar bem sua empresa”, dividido em etapas, na Revista Empreendedor, com início na edição do mês de maio passado. Sou bibliotecária do Sebrae Amazonas, e esta nova ferramenta está sendo bastante utilizada pelos futuros candidatos a empresários que procuram a entidade, principalmente no que diz respeito aos primeiros passos na abertura de uma empresa. Muito bom. Mais uma vez, parabéns pelo conteúdo.

Tereza Cristina Mota Maia, do Centro de Documentação e Informação do Sebrae-AM

Carta do Mês

C A R T A S

Homem de visãoJesse de Andrade é um empreendedor

nato, um homem de visão, um agente trans-formador, que aprendeu na prática a identi-fi car as oportunidades. Esta matéria (“Olhar atento”, por Cléia Schmitz, edição de junho) é fantástica!

Ana Paula Pereira da Silva

Esta reportagem veio dar mais impulso no meu negócio, sou empreendedor todos os dias. Se não acontecer algo de novo todos os dias, a semana não fecha legal para mim. Parabéns Jesse, e você tem razão: Deus é o meu sócio também, e o que devolvo a ele é muito pouco pelo que conquisto. E que Deus nos abençoe.

Davi Corrêa

ERRATANa matéria “De olho no Brasil”, publicada na edição de agos-to (166), o nome correto da diretora de expansão da Salad Creations é Cecília Gonçalves, e o telefone de contato da franquia é (11) 3823-2399.

Sistema sustentávelGostaria muito de fazer o curso

sobre o sistema Mandalla (“Círculos de fartura”, por Andréa da Luz, edi-ção de julho). No meu estado (Pará) ainda não vi esta tecnologia. Não te-mos muito problema com água, mas a falta de tecnologia faz com que pe-quenos produtores de áreas férteis produzam pouco e com pouca qua-lidade, ocasionando a “abertura” de novas áreas de plantio, e isso causa desmatamento desnecessário.

Alessandra Rocha Marvão

Boa perguntaJá tentei várias vezes obter um

empréstimo, mas a burocracia é muito grande. Se a empresa estiver com algum tributo atrasado, nem pensar. Não entendo como grandes empresas devedoras ao Fisco conse-guem empréstimos do BNDES, Pro-ger e outros. Qual é o segredo?

Joaquina Moreira Botana

Atitude sábiaO ocorrido na Bretzke (“Espírito

de fênix”, por Francis França, edição de junho) evidencia a frase que es-cutei hoje: “Trabalhar sem ter lucro é o mesmo que tomar sopa de gar-fo”. Significa que às vezes é melhor reduzir as atividades, vendas, clien-tes e conseguir assim uma melhor posição financeira.

Georgenes

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E M P R E E N D E D O R E SE M P R E E N D E D O R E S

Jayr Sanzone Júnior e Jácomo Sanzone

NAS ONDAS DO RÁDIO

Determinação e empreendedorismo fizeram com que dois jovens irmãos, Jayr Sanzone Júnior e Jácomo Sanzone, recu-perassem a Rádio Metropolitana, alcançan-do os primeiros lugares de audiência na programação jovem na Grande São Paulo. Filhos de Jayr Sanzone, empresário de rá-dio falecido em 1993 e detentor da maior rede própria do Brasil em FM, assumiram a direção da empresa três anos após a morte do pai. Além de dívidas acumuladas tiveram que lidar com uma situação difícil: um raio atingiu a antena da emissora fazendo com que ficasse fora do ar por 28 dias. A ameaça

de perder a concessão era iminente, pois a legislação permite a cassação após 30 dias de interrupção contínua do sinal.

Decidido a retomar a trajetória de suces-so da família, Jayr colocou a rádio no ar por 50 horas consecutivas, dormindo em um es-túdio improvisado por ele. Sem funcionários nem equipamentos, trouxe aparelhos de casa e comprou dois CDs numa galeria próxima à emissora. Em 1999, o irmão Jácomo, com 17 anos, entrou na empreitada e assumiu a parte comercial da rádio. Em processo contínuo de expansão, a rádio tem hoje mais de 80 funcio-nários. www.metropolitanafm.com.br

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Marcelo Pereira Lopes

ESPETÁCULO DE CAFÉ

O desejo de saborear um café de alta qualidade e bem elaborado fez o mineiro Marcelo Pereira Lopes desistir da faculdade de Medicina e sair de casa aos 20 anos para criar a Cafézim – cafeteria paulista eleita a melhor da cidade pela revista Veja em 2004. Aten-to à profi ssionalização do setor, Marcelo passou uma temporada na Noruega aprendendo sobre a bebida e, quando voltou, transformou a cafeteria em um centro de treinamento de baristas. O investimento em capa-citação profi ssional deu certo e atraiu clientes dispos-tos a pagar mais por drinques sofi sticados, elaborados com os melhores grãos do País.

Com o sucesso do negócio, uma unidade foi aberta no Rio de Janeiro, batizada com o nome Blends. Marcelo apostou na diversifi cação de grãos e contratou um espe-cialista para elaborar três misturas exclusivas para a casa, além de investir pesado na compra de cafés gourmets – cerca de 300% mais caros que café comum. “Paguei cerca de US$ 2 mil por uma saca em um leilão para elaborar um dos blends, mas o preço do produto é acessível ao con-sumidor fi nal”, conta. Hoje, são cinco unidades da Blends em solo carioca, onde o cliente pode moer o grão que vai beber e assiste a espetáculos durante o preparo da bebi-da, como o latte art – técnica italiana que cria desenhos com a espuma do leite vaporizado. www.blends.com.br

A Newcolor Etiquetas completa 20 anos com lucro de até 35% ao ano e aposta na responsabilidade socioambiental. Com cerca de 70% de sua produção voltada para o segmento de jeanswear e clientes presentes em 13 estados, a empresa utiliza materiais ecologicamente corretos nos seus produtos e estabelece parcerias com entidades sociais, que passam a colaborar no processo de criação, matéria-prima e produção. Na com-posição das tags e etiquetas da Newcolor entram copos descartáveis, casca de arroz e de cebola, caixas de leite e câmaras de pneus.

A preocupação da marca com o reaproveitamento de materiais começou há cerca de cinco anos quando Rosa Maria Rosso do Canto assumiu a direção da empresa, após o falecimento do marido. Antes disso, Rosa já tinha uma preocupação social e ambiental como cidadã e aproveitou para agregar suas características pessoais em um novo conceito e posicionamento de mercado. Hoje, o processo de produção é basicamente artesanal, pois conta com a colaboração de designers que criam modelos e depois encaminham para a fábrica. www.newcoloretiquetas.com.br

Rosa Maria Rosso do Canto

ETIQUETA RESPONSÁVEL

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E N T R E V I S T A

André Alfaya

PLANO DE VIDA

por Cléia [email protected]

Você sabe aonde realmente quer chegar? Para o consultor André Alfaya, a pergunta é fun-damental na vida de qualquer pessoa, e empre-endedores e executivos de empresas não devem fugir à regra. Headhunter da Robert Wong Con-sultoria, comandada por Wong, um dos maiores ‘descobridores’ de executivos do Brasil, Alfaya conta que já presenciou muitos executivos de sucesso infelizes com o rumo que deram às suas

carreiras. São profissionais aclamados no mundo dos negócios, mas insatisfeitos com a vida pes-soal. Muitos não acompanharam o crescimento de seus filhos e chegaram ao ponto de perder suas companheiras ou companheiros por não sa-ber conciliar vida profissional e familiar. Outros têm tudo isso, mas simplesmente não se sentem realizados no trabalho.

Numa analogia com o próprio mundo dos negócios, Alfaya propõe que executivos e empre-endedores façam uma ‘viagem’ chamada autoco-nhecimento e descubram qual é sua missão, sua

visão e seus valores pessoais. Para o consultor, antes de planejar um negócio é preciso planejar a própria vida. Alfaya diz que ter certeza do que se quer faz toda a diferença na hora de comandar um negócio. É a senha para conquistar e envolver pessoas, uma atitude imprescindível aos grandes líderes. Na entrevista a seguir, o consultor pro-põe que os executivos se tornem protagonistas de suas próprias vidas em vez de se deixar levar pela corrente. Só assim terão uma vida equili-brada e feliz. Porque sem felicidade não há quem produza bons resultados.

Atingir o sucesso pode não signifi car realização pessoal caso ele não esteja ajustado

à missão, à visão e aos valores próprios

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Uma das premissas da filosofia Wong diz que “a felicidade traz resultados”. Presume-se que uma pessoa feliz tem uma boa vida profissional e pes-soal. Como um empreendedor ou um executivo pode conciliar esses dois lados?

Alfaya – A gente acredita muito numa coisa chamada autoconhecimento. É uma viagem indelegável. Cada um de nós tem de fazer a sua. Basicamente, o que a gente precisa para ter uma vida equilibrada é se autoconhecer. O autoconhecimento gera na pessoa a coisa mais importante para que ela seja vitoriosa: a autoconfiança. Quando você tem autoconhecimento e autoconfian-ça, você atinge todos os objetivos.

Por que isso é tão importante?Alfaya – O que acontece? Independente

de vida profissional ou pessoal, as pessoas precisam ter a sua missão – cada vez mais a gente vem observando isso. Identificar sua missão, sua visão, seus valores, para achar a razão da sua vida, entender o significado daquilo que ela está fazendo. Se ela não faz isso, muitas vezes ela é guiada por fatores externos. São valores externos impostos pela sociedade onde ela vive que acabam julgando se ela teve sucesso ou não, se vai ser feliz ou não. Esses valores externos, se forem levados em conta pelo profissional, podem levá-lo para o caminho errado.

Isso significa que é preciso dar um peso maior à vida pessoal?

Alfaya – Isso significa, basicamen-te, que o profissional gasta horas e horas planejando – principalmente empreende-dores – para tornar a empresa a melhor possível, e acaba se negligenciando. Cadê o autoconhecimento? Cadê o planejamen-to da vida deles? Cadê a identificação de uma vida equilibrada, dos valores próprios e não dos valores externos, mas os valores internos das pessoas? Fica um antagonismo muito engraçado, porque as pessoas inves-tem muito na área profissional e pouco na área pessoal, do autoconhecimento. Se fi-zesse o oposto, com toda certeza esse pro-fissional conseguiria uma vida equilibrada, porque constrói a sua empresa dentro da-quilo que acredita que são os seus valores, que é a sua missão, consegue contagiar as pessoas que estão do lado, inclusive seus familiares, e dessa forma consegue uma vida mais equilibrada.

Quanto mais cedo as pessoas descobrirem a sua missão, a sua visão, o que elas querem deixar como legado, melhor. Porque cerca de 80% das pessoas que atingem o

sucesso sentem um vazio

E como chegar ao autoconhecimento?Alfaya – O autoconhecimento é uma

viagem própria. Existem várias formas de fazer isso, inclusive uma das ferramentas que a gente utiliza na Robert Wong Consul-toria é o life coaching, onde um profissio-nal de fora ajuda esse executivo ou esse em-preendedor nessa viagem. O que seria isso? Refl exão, meditação, perguntas. Obviamente a gente já tem uma estrutura para essa via-gem, de forma que a pessoa identifi que seus valores. Um exemplo de como você pode identifi car um valor: pensar em alguma coisa que o irrita profundamente quando fazem com você. Quando alguém faz isso você tem um valor que é importante. Você pontuar os principais valores – aquilo que o irrita e aquilo que lhe agrada – é muito importante. Você já começa a ter um autoconhecimento de saber o que é importante para você. Coi-sas que talvez você tenha que incorporar na sua empresa, no seu dia-a-dia e ter isso de forma mais consciente.

É preciso refletir sobre si mesmo?Alfaya – Existem muitas maneiras de

fazer essa viagem, mas uma delas é a re-flexão, colocar no papel todos esses valo-

res. Uma declaração de missão e de visão é fundamental, até fazendo esse paralelo com empresas mesmo. É o planejamento, a viagem que você faz quando elabora um business plan, quando você busca os dife-renciais que a sua empresa precisa ter, qual vai ser a missão da sua empresa, a visão, a cultura que você gostaria que a empresa tivesse. É a mesma coisa quando se está fa-lando de um indivíduo. O que eu preciso para isso? Qual é a minha missão? Qual é a minha visão? Quais são meus valores? É uma investigação pessoal. Muitas vezes as pessoas procuram profissionais para ajudar nessa investigação.

Trata-se de um tipo de reflexão que requer ajuda profissional?

Alfaya – Não necessariamente, mas exis-tem pessoas que já nascem sabendo o que querem, para quem é mais fácil. Se você pegar os artistas, eles acabam descobrindo a missão deles talvez de uma forma até mais natural. “Puxa, acho que quero ser cantor.” Ele já tem aquele talento, ele já descobre com facilidade, nem precisa de alguém para ajudá-lo nesse processo. Podem precisar até de alguém para ajudá-los a desabrochar mais rápido, mas não necessariamente para descobrir o que eles querem. Outros não.

Quais são os reflexos do autoconhecimento nas atitudes de um executivo?

Alfaya – Acho que um exemplo bem cla-ro de missão e de visão são os atores. Eles querem morrer no palco, não fazer aquilo por um período, do tipo “vou trabalhar nisso por um tempo até me aposentar e aí sim vou fazer o que eu quero”. O cara faz aquilo por-que ele gosta, faz pela razão certa. Ele fala: “Puxa, com 80 anos eu quero estar no palco”. Isso faz toda a diferença. Ele contagia quem está do lado dele, consegue a colaboração dos outros. A partir do autoconhecimento, o executivo passa a envolver as pessoas que estão ao redor dele, seja fi lho ou amigo. Ele compartilha de uma forma tão natural e tão contagiosa que essas pessoas acabam contri-buindo, compreendendo por que a pessoa não pode participar de determinado evento familiar, por exemplo.

Profissionais com esse perfil estão sendo mais requisitados pelas empresas?

Alfaya – Hoje, tanto no Brasil como no

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um executivo bem-sucedido que, numa des-sas sessões, começou a identifi car que estava indo para o caminho errado. É até uma res-ponsabilidade nossa nesse sentido, porque a gente pode ajudar as pessoas a correrem ain-da mais para o caminho errado. Por isso eu insisto na questão da viagem. A pessoa pre-cisa identifi car muito bem aonde não quer chegar. Não adianta nada você correr mais se estiver correndo na direção errada. E muitas vezes o profi ssional faz isso. “Puxa, eu preci-so fazer um MBA, seguir por esse caminho para chegar ao meu objetivo mais rápido.” Só que esse objetivo não foi planejado, não foi pensado, foi levado por fatores externos. Quando ele alcança, diz: “Nossa, corri para o lado errado”. Então ele tem que voltar e dizer: “Onde eu quero estar é lá”. Por isso eu brinco com a questão da viagem, mas é mui-to sério você defi nir o que você quer fazer da sua vida.

Esse é um trabalho que leva tempo?Alfaya – No caso de um life coaching, o

mínimo são dez sessões, o que signifi ca três meses. Mas não é algo que tenha um come-ço, meio e fi m. O nosso processo de ajuda, sim. São sessões que duram no mínimo três meses para ajudar a pessoa a encontrar o seu caminho. E veja: nós vamos ajudá-la a encon-trar o seu caminho, não vamos direcionar algo do tipo “você tem que fazer isso, iden-tifi quei uma habilidade com comunicação”. Não. Nós vamos dar um empurrão para que você encontre seu próprio caminho.

Que recado você daria aos empreendedores?Alfaya – Em relação aos empreendedo-

res eu gostaria de frisar o quanto esses profi s-sionais gastam investindo no planejamento de suas empresas e, em contrapartida, tão pouco consigo mesmo. E muitas vezes é o mesmo processo. Essa viagem, como eu estou cha-mando, é muitas vezes o planejamento que ele faz com a empresa e é o planejamento que ele deve pensar para si mesmo.

André Alfaya

LINHA DIRETA

André Alfaya: (11) 4508-2833

A pessoa precisa identificar muito bem aonde não

quer chegar. Não adianta nada você correr mais se

estiver correndo na direção errada. E muitas vezes o

profissional faz isso

mundo todo, existe toda a sorte de empresas e de profi ssionais. Falar de tendências é um pouco perigoso, mas as gerações mais novas estão buscando um signifi cado. Hoje o jovem está querendo viver na plenitude, viver seus valores. E se ele não encontra aquilo na em-presa, ele está muito mais corajoso no sen-tido de procurar novos lugares. Mas não dá para afi rmar que as empresas mais agressivas não terão mais espaço no mercado, porque vai existir o jovem que será mais agressivo e que vai se identifi car com aquela empresa. Talvez vá dar uma equilibrada, porque antes era uma coisa muito mais fria e hoje as em-presas estão mais humanas. Mas estilos sem-pre vão existir, dos mais variados.

O que querem os executivos que buscam a consul-toria de vocês? Mais qualidade de vida?

Alfaya – Ou estão buscando melhor a performance, procurando desenvolver no-vas habilidades, ou estão procurando fazer sua viagem interior, achar sua missão, sua visão. E digo mais: muitas vezes quando ele já alcançou o que achava que era o sucesso. Daí a importância de essa viagem ser feita o quanto antes. Quanto mais cedo as pessoas descobrirem a sua missão, a sua visão, o que elas querem deixar como legado, melhor. Porque cerca de 80% das pessoas que atin-gem o sucesso sentem um vazio. “Mas, poxa, ele já conseguiu tudo o que queria.” Ele con-seguiu tudo o que ele almejava como suces-so e hoje descobriu que isso não é nada. Por quê? Porque ele foi guiado por valores exter-nos, por aquilo que não era realmente um valor para ele, e hoje sente um grande vazio. Então somos procurados por profi ssionais para identifi car o que realmente é impor-tante na vida dele, o que ele está buscando. Hoje eles têm uma série de coisas, situação fi nanceira, status, mas não têm, por exem-plo, os fi lhos. Ele perdeu os fi lhos, perdeu a esposa e começa a fazer essa refl exão do que é importante para ele. O que vai fazer com a vida dele daqui para a frente.

E tem gente que nessa “viagem” acaba mudando o rumo completamente?

Alfaya – Sim, completamente. A gente tem aqui o caso de um executivo que largou tudo e foi seguir a sua vocação e virou ator da Globo, abandonou a vida de executivo,

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fosse. E que bastasse apertar um botão para que tudo se processasse com regularidade para que, ao fi nal da operação, todos os custos fossem ressarcidos e resultasse um retorno sobre os investimentos, também conhecido como lucro. Tudo isso com total previsibilidade. Seria fácil, mas também pou-co desafi ador e nada divertido. Aos líderes dos novos tempos estão reservados desafi os mais complexos e instigantes.

Negócios são pessoas!

Negócios são pessoas! Negócios são rela-cionamentos! Se aceitarmos essa verdade, ve-remos que tanto nos negócios como na ciência da administração não existe estabilidade. E que a busca por estabilidade é condenar o próprio negócio ao naufrágio ou a permanecer eterna-mente à deriva. O sucesso do líder está em co-nhecer a natureza humana e saber lidar com os altos e baixos dos relacionamentos. Deve, isto sim, abandonar a busca da estabilidade onde ela não existe, ainda que se insista em obtê-la por meio de algum tipo de métrica.

Negócios são pessoas que compram, vendem, planejam, elaboram, entregam, consomem, se comprometem, se fidelizam,

etc. Negócios são relações entre investido-res, financiadores, fornecedores, funcioná-rios, clientes, consumidores. Administrar essa teia de relações é o estado da arte na nova liderança.

Um líder que compreende o negócio como essa teia de relações administra sua

N Ã O D U R M A N O P O N T O

Relacionamentos! Eis um dos maiores desa-fios da empresa que se pretende progressista, preparada para os novos tempos. Cuidar dos relacionamentos é, sem dúvida, um movimen-to completo. Com um nível de dificuldade que ao mesmo tempo que assusta, também pode ser um grande estímulo. E muito gratificante. Muitos líderes preferem escapar desse tema tanto errático quanto controverso, refugiando-se em programas um pouco mais amenos, com algum tipo de regularidade. Querem navegar em águas tranqüilas, onde possam fazer suas habituais estimativas numéricas, não tão com-plicadas como a análise das oscilações típicas dos comportamentos humanos.

Sim! Pode-se regulamentar, padronizar, normatizar e pavimentar os processos por in-termédio dos quais se elabora o trabalho, re-sultando nos produtos e serviços de uma em-presa. Esse exercício é útil e necessário, mas não é essencial e determinante. Os processos e arranjos organizacionais sempre serão reali-zados por pessoas e, portanto, têm a ver com a relação entre elas. Então, não há saída: por mais que tentem, os líderes não conseguirão se livrar do difícil desafi o de administrar os re-lacionamentos nos negócios. E de, apesar de-

les (como se ressentem alguns), conseguir re-sultados em mares turbulentos e bravios. Isso inclui saber lidar com comunicação, confl itos, consenso, motivações e muito mais do que o sistema técnico jamais será capaz de prover.

Há quem pense a administração como uma ciência exata e gostaria que ela assim

VÁ DIRETO AO PONTO CERTOempresa de maneira muito diferente daque-le que considera o negócio como um sistema técnico feito de inputs e outputs. Reconhece que as percepções das pessoas revelam mais informação do que os gráfi cos e os números são capazes de traduzir. Reconhece que os resultados decorrem mais da qualidade dos relacionamentos entre as pessoas do que de aspectos técnicos dos produtos e serviços.

Quando se prioriza o sistema técnico, as pessoas sempre serão submissas a ele. Não haverá, portanto, espaço para seus desejos pessoais, suas reais motivações, sua criativida-de e seus melhores talentos. Difi cilmente se obtém o compromisso emocional dos funcio-nários que abrem mão disso tudo. Da mesma forma, é praticamente impossível obter o com-promisso emocional dos clientes atendidos por pessoas que abriram mão do seu melhor. Ora! O líder para quem negócios são pessoas também já descobriu que a nova equação do lucro está na interação de uma equipe com-prometida com clientes fi delizados. Compro-misso emocional de ambos, portanto!

O diálogo em equipe

Um líder convencido de que o sistema hu-mano deve prevalecer sobre o sistema técnico vai substituir algumas práticas tradicionais por iniciativas inéditas. A começar por arranjar tempo e espaço para o diálogo.

No frenesi diário, quase não existe oportunidade para a conversa produtiva e nutritiva. Não se trata, aqui, de reuniões ligeiras destinadas a resolver problemas pontuais. Trata-se de reduzir o ritmo para incluir encontros mais consistentes e isso contraria os modelos tradicionais voltados à produtividade reduzida a números.

Será preciso arranjar tempo para a troca de percepções entre as pessoas. Isso implica participação e equilíbrio, na fala e na escuta. Isso exige apaziguamento interior e um tipo de meditação coletiva, predispondo os parti-cipantes a ouvir com atenção e interesse. Este é o pressuposto para a real compreensão das percepções alheias e próprias.

O sucesso do líder está em conhecer a natureza humana e saber lidar com os altos

e baixos dos relacionamentos

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As percepções que as pessoas desenvol-vem sobre seus trabalhos são mais determi-nantes para seus desempenhos do que qual-quer conjunto de informações e dados que constem nos relatórios da empresa. Talvez seja por isso que as informações gerenciais, de maneira geral, são tão subutilizadas.

Ouvir é uma mágica transformadora das relações e dos ambientes. Quando alguém é ouvido com atenção e interesse, sai do seu isolamento, porque se sente acolhido. Isso é, para aquela pessoa, mais motivador do que qualquer outro sistema de recompensa. Além de ser um exercício de aprendizado e de criatividade.

A qualidade do diálogo, do qual o exer-cício de ouvir é parte integrante, é a porta de entrada para construir uma empresa mais humana. Esta característica, ainda muito rara, aumentará as chances de sucesso, no cada vez mais complexo contexto atual dos mercados e os negócios.

O diálogo com o mercado

Só aprende a conversar com o cliente quem aprendeu, antes, a conversar com os seus pares. Isso quer dizer, é óbvio, que a qua-lidade de diálogo com o mercado tem relação direta com a qualidade do diálogo interno. Se negócios são pessoas, os mesmos mecanis-mos adotados internamente servem também para o cliente.

Assim como acontece com a equipe, será necessário diminuir o ritmo para ouvir o cliente com atenção, interesse e curiosidade. O cliente também deseja ser ouvido com o mesmo acolhimento. Vão se repetir, ainda, como se observa na equipe, os momentos de confusão e divergências, preocupações e

medos. Mas nada que não se possa resolver com aceitação, compreensão e empatia. Nes-se sentido, quando superados, os impasses representam grandes oportunidades de es-treitamento de relações.

O líder do futuro

Desenvolver a qualidade de diálogo, eis o principal desafi o da liderança. O segredo para trilhar esse caminho com sucesso é começar reconhecendo que uma empresa é muito mais do que um sistema técnico. Para isso, é preciso reconhecer que negócios são pessoas e, sobretudo, relacionamentos. Um líder ca-paz de introduzir a qualidade de diálogo em

sua equipe de trabalho e entre essa equipe e o conjunto de clientes estará, sem dúvida, muito bem preparado para lidar com os novos tempos. Expandirá suas possibilidades de su-cesso, usufruindo, de quebra, dos benefícios interiores que só uma conversa de excelente qualidade é capaz de gerar!

por Roberto Adami TranjanEducador da Cempre

Conhecimento & Educação Empresarial(11) 3873-1953/www.cempre.net

[email protected]

A nova equação do lucro está na interação de uma equipe comprometida

com clientes fidelizados

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Chegada da classe C revoluciona os mercados de informática e internet Fabian e Gustavo Franco: sucesso da

LocalX é resultado da combinação de incentivos fiscais, redução do mercado

informal e queda no valor do dólar

ELIANA VIEIRA

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por Francis Franç[email protected]

A corrida pela inclusão digital vem con-quistando marcas inéditas. A mais emblemá-tica, talvez, seja a notícia de que, pela primei-ra vez na história, os brasileiros compraram mais computadores do que aparelhos de televisão. Esse é o resultado de um esforço para levar a tecnologia a uma parcela cada vez maior da população, e governo, empresas e entidades do terceiro setor podem come-morar: fi nalmente, a quantidade de pessoas que já usaram um computador é superior à daquelas que nunca tiveram a oportunidade de dar um clique. Um em cada quatro lares brasileiros tem um micro. Os números são do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), que divulgou em março a pesquisa mais recente sobre o uso de tecno-logias da informação, a TIC Domicílios 2007. A taxa supera o ano anterior em quatro pon-tos percentuais e revela um fenômeno que vai mudar serviços, produtos e conceitos do que se conhece sobre o mercado de infor-mática e internet. Isso porque o crescimento mais expressivo se deu em domicílios com renda entre três e cinco salários mínimos, nos quais a penetração passou de 23% para 40%, transformando a classe C no maior pú-blico consumidor da geração digital.

Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), em 2007 foram vendidos 10,7 milhões de computadores no País – contra 10 milhões de TVs. A estimativa para este ano é alcan-çar 13 milhões de unidades. A maior expan-são será na venda de notebooks, que deve atingir 5,5 milhões de unidades, com alta de 186%. O crescimento é fruto de um conjunto de incentivos fi scais oferecidos pelo gover-no federal a empresas que fabricarem com-putadores a preços mais baixos. O programa Computador para Todos prevê isenção de PIS e Cofi ns para desktops com valor máxi-mo de R$ 1,4 mil e notebooks de R$ 1,8 mil, e a Lei do Bem amplia esse benefício a equi-pamentos que custem até R$ 4 mil.

O desempenho em 2007 é o melhor des-de a década de 1990, início da era digital, quando o mercado crescia a taxas superio-res a 100%. De acordo com Mariana Balbo-ni, gerente do CETIC.br – braço do NIC.br que realiza a pesquisa sobre a evolução da internet no Brasil –, os programas de inclu-

são digital potencializam um processo de expansão vegetativo. “De qualquer maneira, temos um crescimento contínuo de usuários em qualquer lugar do mundo por causa dos jovens, que já crescem familiarizados com essas ferramentas. O papel das políticas pú-blicas é acelerar essa participação, facilitan-do a entrada dos PCs na rotina das pessoas”, diz. Segundo a pesquisa do NIC.br, 2007 foi o primeiro ano em que mais da metade da po-pulação (53%) com idade superior a 10 anos informou já ter usado um computador.

O incentivo à popularização dos compu-tadores também desencadeou uma revolução pacífi ca contra a pirataria. De acordo com o professor Antonio Cabral, do Centro de Tec-nologia e Sociedade da Faculdade de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV ), na década de 1990 cerca de 90% dos computadores ven-didos no Brasil eram da linha cinza (contra-bando) e 10% da linha branca (original). Hoje, a porcentagem se inverteu. “Naquela época, um computador da linha cinza custava R$ 1,7 mil e o original R$ 3 mil, por exemplo. Hoje, o original custa R$ 2 mil. Isso prova que di-minuindo tributos e aliviando os custos pode-mos viabilizar a formalidade”, afi rma.

O combate à pirataria deu oportunidade a empresas que trabalhavam de acordo com a lei, como a LocalX, de São José (SC), fabri-cante e distribuidora de equipamentos de informática que nasceu em 2002 para entrar em um mercado antes dominado por ven-dedores ilegais. “O governo apertou o cerco contra o contrabando e toda a demanda que era atendida pelos equipamentos piratas se voltou para o mercado formal, então tivemos

a chance de prosperar”, conta Fabian Franco, que fundou a empresa junto com o irmão, Gustavo Franco.

Antes de montar o próprio negócio, am-bos trabalhavam em uma distribuidora de in-formática que acabou fechando as portas. De-pois de quatro meses desempregados, Fabian investiu os R$ 20 mil que tinha na poupança, Gustavo vendeu seu carro, e eles abriram a LocalX, que começou como revenda de pro-dutos de informática. Em 2003, o faturamen-to foi de R$ 1,6 milhão. No ano seguinte, o crescimento foi de 230%, e, de lá para cá, a empresa já cresceu sete vezes, atingindo no ano passado R$ 77 milhões de faturamento, com 130 colaboradores. Segundo Fabian, o sucesso da empresa é resultado da combina-ção de incentivos fi scais, redução do mercado informal e queda no valor do dólar.

Marca própria

A empresa é representante de marcas conhecidas, como Philips, Intelbras, Asus e Intel, mas o programa Computador para Todos estimulou os sócios a investirem tam-bém em uma marca própria de acessórios e microcomputadores básicos, a Duex, para atender o público de menor poder aquisiti-vo. Os microcomputadores Duex são fabri-cados por empresas terceirizadas no Brasil, que oferecem vantagem competitiva em relação aos importados, mas os acessórios são produzidos na China e trazidos já com a marca brasileira. “Eles vêm com o nosso selo, nós fazemos testes e garantimos a qualidade dos produtos. Trabalhamos como a Nike, por

40% da população usa computadores

24% dos domicílios possuem computador

34% da população acessa a internet

17% dos domicílios contam com internet

40% dos domicílios com renda entre 3 e 5 salários mínimos possuem computador

24% dos domicílios com renda entre 2 e 3 salários mínimos possuem computador

10,7 milhões de computadores foram vendidos no País em 2007

13 milhões de computadores devem ser vendidos no País em 2008

Fontes: NIC.br e Abinee (2007)

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es: NIC.br e Abinee (2007)

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exemplo, que produz tênis na China, com a garantia da sua marca”, explica.

A LocalX não vende diretamente ao con-sumidor. Seu público-alvo são revendedo-res especializados e redes de varejo. Dentro da empresa existem duas unidades específi-cas: uma para atender os grandes varejistas, cuja vantagem é a possibilidade de oferecer financiamentos em longo prazo; e outra para as lojas de informática, mais focada na venda de componentes, que demanda atendimento especializado. Ainda neste mês deve ser aberto um canal de comércio eletrônico, oferecendo opções de financia-mento aos revendedores.

Mas o frisson da inclusão digital não afe-tou apenas as pequenas e jovens empresas. A chegada da classe C transformou a Positivo In-formática, criada em 1989 e com receita bruta de R$ 2,1 bilhões em 2007. “De 100 mil com-

putadores fabricados em 2004 saltamos para um recorde com quase 1,4 milhão de máqui-nas em 2007”, conta César Aymoré, diretor de Marketing. Segundo ele, a Positivo percebeu o potencial de consumo desse público já em 2004, e aproveitou os incentivos fi scais e facili-dade de crédito para tornar o computador um bem acessível. Hoje, a classe C responde por 59% das vendas da Positivo, seguida da classe B (22%), A (11%) e D/E (8%).

Segundo pesquisa do Data Popular, 83% dos computadores são compartilhados pela família, o que fez a Positivo lançar produtos direcionados a esse perfi l. A empresa oferece, por exemplo, um manual que ensina passo a passo como ligar o computador e fazer as conexões dos periféricos. O lançamento mais recente focado nesse público é o Positivo PC da Família, que oferece aplicativos como pai-nel de recados, lista de compras e controle de

despesas. De acordo com dados da empresa, o PC da Família, lançado em maio, represen-tou 52,2% dos desktops vendidos no varejo no segundo trimestre deste ano.

Por causa do consumo emergente da clas-se C, até quem não atuava no mercado de in-formática se apresentou. A Intelbras, especiali-zada em equipamentos de telefonia, percebeu a movimentação do mercado e adquiriu, em 2007, uma fábrica de computadores no Para-ná. “A convergência das tecnologias mostrava que o caminho era inevitável. Isso, associado à explosão na venda dos computadores, foi de-cisivo para entrarmos no segmento”, diz Amíl-car Scheffer, gerente de produto da unidade de networking da empresa.

O crescimento da Intelbras no mercado de informática foi de 81% entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano. Além do fatu-ramento, cresceu também o número de fun-

César Aymoré: Positivo percebeu o potencial de consumo do público de baixa renda e aproveitou incentivos fiscais e facilidade de crédito para tornar o computador um bem acessível

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cionários, que saltou de 950 para 1.550 para atender à demanda. A estratégia da empresa é investir em um portfólio voltado para o con-sumidor brasileiro, com o slogan “produtos que falam a nossa língua”, para competir com os equipamentos importados.

E-commerce

Junto com o acesso ao computador, cres-ceu também o número de usuários conec-tados à internet no Brasil. De acordo com a TIC Domicílios 2007, já somos 45 milhões de internautas, que representam cerca de 34% da população a partir de 10 anos. Bom para quem faz negócios na rede. O aumento do público e as facilidades para se comprar pela internet contribuíram para que o comércio eletrônico atingisse faturamento de R$ 3,8 bilhões no primeiro semestre deste ano, segundo o 18º Relatório WebShoppers, publicado em agosto pelo E-bit. O número de consumidores cres-ceu 42% em relação a 2007.

Dos 3,5 milhões de novos consumidores que passaram a comprar pela internet neste ano, a maior parte vem da classe C. “São pes-soas que até então movimentavam o merca-do local, próximo às suas casas, e que agora se tornam consumidores de um mercado mais amplo”, afi rma Antonio Cabral, da FGV. Segundo o relatório, em 2008 a participação no comércio eletrônico de consumidores com renda entre R$ 1 mil e R$ 3 mil foi de 38%. A expectativa até o fi nal deste ano, no entanto, é de um leve desaquecimento em virtude da taxa de juros promovida pelo Ban-co Central para controlar a infl ação. Se a pre-visão se confi rmar, o segmento deve fechar o ano com faturamento de R$ 8,5 bilhões.

A participação cada vez mais expressiva da classe C traz para o mundo virtual gran-des varejistas que ainda não vendiam pela web, como as Casas Bahia, por exemplo, que se preparam para entrar no comércio eletrônico ainda este ano. “O empresário é pragmático. Algumas empresas que aten-dem a classe C não operavam na internet porque seu público não estava lá, mas agora é questão de meses”, diz André Torretta, di-retor da Ponte Estratégia, consultoria espe-cializada na classe C.

Internet no B rasi l

R$ 3,8 bilhões foi o faturamento do comércio eletrônico no primeiro semestre de 2008

R$ 8,5 bilhões é o faturamento previsto para o ano

42% de crescimento no número de consumidores virtuais

em relação ao primeiro semestre de 2007

38% dos consumidores virtuais possuem renda entre R$ 1 mil e R$ 3 mil

Fontes: E-bit (2007)

MEIOS DE ACESSO

ARMAZÉM DIGITAL

A Intelbras percebeu a movimentação do mercado e

adquiriu, em 2007, uma fábrica de computadores no Paraná

50% acessam por banda larga 42% da população acessa por conexão discada 8% não souberam responder

Fontes: NIC.br (2007)

8%42%

50%

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Ele adverte que as empresas interessadas em vender para a classe C precisam pensar o marketing de forma específi ca para falar com esse público. “É uma população que tem me-nos escolaridade, você tem que fazer um tipo de texto mais acessível, por exemplo”, explica. Torretta também chama atenção para a conexão utilizada, que na maioria dos casos não é banda larga. Nesses casos, páginas muito pesadas po-dem atrapalhar a relação com os clientes. Mas o maior erro que uma empresa pode cometer, segundo ele, é achar que todos os consumido-res são iguais. “O executivo não pode achar que todo mundo sonha ir para Nova York ou com-prar um carro esporte. Tem gente que sonha colocar o fi lho na faculdade. Nós somos muito diferentes, e não compreender isso pode dar problema”, alerta.

Quando a banda larga se popularizou no Brasil, os comerciais anunciavam entusiasma-dos o fi m da conexão discada e daquele ruído irritante do modem. Pois os anos passaram e a internet discada continua viva. A demanda estimada é de aproximadamente 8 milhões de usuários, e 2007 foi o primeiro ano em que ela cresceu, desde a chegada da banda larga. A evolução é de apenas 5% ao ano, projetada para os próximos três anos, mas, para uma tecnologia considerada obsoleta, é uma mé-dia relevante. Quem sustenta esse crescimen-to? A classe C.

Segundo o NIC.br, 42% da população bra-sileira acessa a internet por conexão discada – ultrapassada no ano passado pela banda larga, que fi cou com 50%. No entanto, apesar de estar em declínio, o acesso dial up estará sempre presente para atender a uma deman-da específi ca. São usuários que não podem pagar os custos mensais de uma banda larga, ou não têm disponibilidade técnica em sua re-gião, ou mesmo por opção, porque o acesso

doméstico é eventual. O fato é que a conexão discada é o meio mais popular de acesso, pois está presente em todas as cidades do País.

Para o IG, oferecer o acesso de forma gra-tuita compensa pela audiência que os usuários trazem ao portal, que ganha com publicidade. Outra vantagem é atrair os usuários, para ven-der serviços quando eles passarem a se inte-ressar por acesso pago e outros serviços. O IG conecta mensalmente 4 milhões de usuários em mais de 3,1 mil municípios.

“Já esperávamos que o acesso dial fi casse estável, pois ao mesmo tempo em que hou-vesse a migração para a banda larga, teríamos novos clientes entrando. Só que entraram muito mais usuários do que todo mundo es-

perava”, diz Edson Brandi, diretor de Produtos e Serviços do IG. Segundo ele, a redução nos custos de telefonia e planos de acesso discado com tarifa fi xa eliminaram o maior problema, que era não poder prever a despesa.

Depois da conexão discada com acesso gratuito, a empresa Orolix foi além e elabo-rou um plano de negócios curioso. Ela remu-nera os internautas que usam seu provedor. “Em vez de gastar com propaganda na mí-dia, optamos pelo marketing direto”, explica Carlos Eduardo Sedeh, gerente de Negócios da empresa. A receita da Orolix vem das em-presas de telecomunicação, e parte desse di-nheiro é repassada ao usuário – até R$ 0,32 por hora ao usuário. Para Sedeh, o modelo é uma forma de ajudar os internautas a paga-rem a conta telefônica e atrai novos usuários para os serviços da internet. “Conseguimos manter uma base de clientes muito fi éis. Te-nho inclusive clientes que têm banda larga em casa e utilizam a Orolix para ajudar a pa-gar a conta”, diz.

Aonde não chega banda larga nem cone-xão discada, quem provê o acesso à rede são as lan houses. Elas são a principal fonte de acesso à internet no Brasil, de acordo com o NIC.br. Em 2007, as lan houses foram res-ponsáveis por 49% dos acessos à rede, supe-rando o uso em casa (40%). Além do mais, a internet está presente em apenas 17% dos domicílios. “Isso mostra que a iniciativa pri-vada pode contribuir para amenizar o pro-blema da exclusão digital no País”, destaca Mariana Balboni, do CETIC.br.

A pesquisa mostra que quanto menor a renda, maior é a utilização das lan houses. Elas atendem 78% dos internautas que ganham até um salário mínimo, e 42% daqueles com ren-da entre três e cinco salários. De acordo com Antonio Cabral, da FGV, as lan houses têm pa-

Mariana: iniciativa privada pode contribuir para amenizar o problema da exclusão digital no País

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49% dos acessos individuais à rede são feitos em lan houses

78% ganham até 1 salário mínimo

42% têm renda entre 3 e 5 salários

Fontes: NIC.br (2007)

pel peculiar porque movimentam a economia nos locais onde se instalam, e atendem à ne-cessidade de acesso nas regiões mais pobres. “O movimento foi espontâneo e informal para atender à demanda. Em algumas comunida-des as lan houses são a única forma de acesso disponível. Só na favela da Rocinha, por exem-plo, existem cerca de 100 delas.”

Acesso barato

As lan houses chegaram ao Brasil em 1999 e tiveram um boom em 2002, com a mania dos jogos em rede, principalmente para adoles-centes de classe média. No fi nal de 2005, hou-ve uma segunda onda de crescimento, dessa vez voltada a atender o público das classes C, D e E, oferecendo acesso às ferramentas da internet de maneira geral. “Em 2003 tivemos um movimento de grandes proporções, mas o que assistimos agora é algo sem preceden-tes, porque está ocupando um vácuo de ne-cessidade social”, afi rma Ioram Cejkinski, da Lanhousing Consultoria e Suporte, empresa especializada em lan houses.

Ele explica que o público que acessa esse tipo de lan house não tem condições de arcar com uma despesa mensal para ter acesso à in-ternet. “Já aquela hora que custa R$ 1,50 cabe no bolso”, diz. A Lanhousing trabalha desde 2002 dando assessoria para quem quer abrir a própria lan. A empresa faz implantação de rede, capacitação, confi guração de softwares, além de prestar serviços como simulação de investimentos, conselhos sobre fi nanciamen-tos, fornecedores, etc.

Apesar de se instalarem como centros de inclusão digital, as lan houses crescem dentro de um cenário informal. Para Cabral, isso já era esperado, e não há outra forma de elas existi-rem. “A grande maioria dessas lan houses só

tes de inclusão digital, a Lanhousing, em parceria com a ONG Ação Israelita para o desenvolvimento humano, lançou o proje-to “Monte sua Lan House com R$ 500” em comunidades carentes. Ao interessado cabe providenciar local, móveis e cabeamento. Todo o resto é doado, incluindo nove com-putadores e um servidor, monitores 15 po-legadas, teclados, mouses, instalação, treina-mento e suporte técnico.

Qualquer pessoa, física ou jurídica, pode participar do projeto. O responsável precisa se comprometer a cobrar tarifa de R$ 1,50 por hora, oferecer cursos gratuitos doados pelo iPed e ser um posto de retirada de documen-tos públicos para os cidadãos. As lan houses do projeto não podem oferecer jogos, apenas acesso à internet e Offi ce. Além disso, devem realizar uma vez por mês a “Semana da Inclu-são Digital”, em que a comunidade terá duas horas por dia de acesso gratuito. O projeto pode ser levado a todo o País. Os interessados precisam fazer o treinamento em São Paulo, que dura dois dias, e se responsabilizar pelo transporte das máquinas até sua cidade.

Os resultados da corrida pela inclusão digi-tal nos últimos anos têm impressionado, mas, para atingir os 66% da população que ainda não têm acesso à internet, o Brasil precisará fazer muito mais do que oferecer conexão, seja ban-da larga, seja discada, seja pública. “Para incluí-los você tem que resolver um problema não só de ter computador ou capacitação. Incluir essa parcela da população signifi ca oferecer comida, renda, trabalho, educação, e tudo aquilo que esse universo de despossuídos ain-da não tem”, diz Mariana Balboni. A pesquisa do NIC.br prova que os excluídos digitais são os excluídos de sempre, e que o acesso às tec-nologias da informação caminha lado a lado com o acesso à cidadania.

pode ter um modelo de negócio sustentável porque opera informalmente. Como estão em comunidades carentes, não utilizam softwares licenciados, não são registradas na prefeitura, não pagam impostos.” O professor da FGV explica que o problema da informalidade não está vinculado ao tipo de negócio, mas princi-palmente ao local onde se instalam, já que boa parte dos negócios desenvolvidos na periferia é informal. “Mas essa situação serve para repen-sarmos a formalidade tradicional, que é inviável para esse tipo de situação. Talvez devêssemos criar um modelo mais fl exível para essas reali-dades econômicas mais pobres”, defende.

Enquanto o governo não encontra uma solução para trazer à formalidade seus agen-

Segunda onda de crescimento do mercado das lan houses, no final de 2005, foi impulsionada pela demanda das classes C, D e E

Torretta: maior erro que a empresa pode cometer é achar que todos os consumidores são iguais

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VIDA CURTACom a troca de equipamentos a cada três anos, um milhão de computadores são descartados anualmente no Brasil

Os 13 milhões de computadores no-vinhos que devem entrar no mercado em 2008 um dia vão ficar velhos, e não precisa de muito tempo para isso acontecer. Com a velocidade das atualizações tecnológicas, a maior parte dos usuários troca de equipa-mento a cada três anos. Assim, o que sobra lá na ponta da evolução tecnológica é suca-ta. Segundo dados do Comitê para Demo-cratização da Informática (CDI), os resídu-os eletrônicos são os que mais crescem no mundo: 40 milhões de toneladas por ano.

Só no Brasil, cerca de um milhão de computadores são jogados fora todos os anos e vão parar no meio ambiente. Primei-ro porque o País não tem leis que regulem o reaproveitamento e reciclagem dessas máquinas. Depois, porque, segundo o CDI, 42% da população não sabe o que é lixo tec-nológico, e 58% desconhecem seus perigos. Mesmo nas empresas, 63% das pessoas não

3 anos é a média da primeira vida de um computador42% da população não sabe o que é lixo tecnológico58% desconhecem seus perigos63% das pessoas não recebem orientação de suas empresas para o descarte correto

Fonte: CDI

O destino dos computadores70% ficam jogados em garagens ou depósitos15% vão para aterros sanitários11% são reciclados3% doados1% outros/não sabem

Fonte: Senac/SC

recebem orientação para o descarte.Os componentes de informática não são

lá muito amigos da natureza. Os monitores antigos, por exemplo, contêm grandes quan-tidades de chumbo e substâncias tóxicas. “Os metais pesados contidos nesses equipa-mentos penetram no solo e contaminam a água, o que acaba trazendo riscos à saúde”, adverte Antonio Póvoas, presidente do CDI em Santa Catarina. Sem contar que, segundo estudo feito pela ONU, cerca de 1,8 tonelada de matéria-prima é consumida para fabricar um único computador – são pelo menos 240 quilos de combustíveis, 22 quilos de produ-tos químicos e 1,5 mil litros de água.

Nos países desenvolvidos, a legislação está cada vez mais rígida em relação aos re-síduos. É consenso que toda a cadeia, de fabricantes a consumidores, torna-se res-ponsável pela destinação correta, o que fez surgir indústrias complexas de recondicio-

namento e reciclagem. No Brasil a legisla-ção caminha devagar, mas já existem inicia-tivas que dão bons resultados.

O CDI mantém escolas de informática e cidadania em comunidades de baixa renda, que recebem doação de equipamentos usa-dos e oferecem cursos de informática, mon-tagem e manutenção de computadores para jovens carentes. De acordo com Póvoas, além da questão cultural, temos problema em ad-ministrar nosso lixo tecnológico por falta de infra-estrutura para receber os equipamentos. “Acaba sendo mais fácil e barato deixar na frente de casa e torcer para que alguém leve embora, ou deixar eternamente guardado em um canto de casa”, diz. Segundo pesquisa do Senac Social (SC), 70% dos computadores dis-pensados fi cam jogados em garagens ou de-pósitos, 15% vão para aterros sanitários, 11% são reciclados e apenas 3% doados.

De acordo com Rodrigo Assumpção, secretário-adjunto da Secretaria de Logís-tica e Tecnologia da Informação do Minis-tério do Planejamento, o ideal é que o lixo tecnológico tenha pelo menos três vidas. Depois do uso tradicional, deve ser recon-dicionado em programas de inclusão digi-tal. Na terceira vida, os componentes ainda podem ser aproveitados para produção de objetos, como bijuterias e artesanato. “Só

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LINHA DIRETA

Amílcar Scheffer (Intelbras): (48) 3281-9500André Torretta (Ponte Estratégia): (11) 3045-2999Antonio Cabral (FGV): (21) 2559-6065Antônio Povoas (CDI-SC): (48) 3322-2020Carlos Eduardo Sedeh (Orolix): (11) 5187-5233César Aymoré (Positivo): 0800 644 7500Edson Brandi (IG): (11) 3065-9971Fabian Franco (LocalX): (48) 3035-9800Ioram Cejkinski (Lanhousing): (11) 3826-0007Mariana Balboni (CETIC.br): [email protected] Assumpção (PCI): (61) 3313-1400

então, depois de muitos anos, esse equipa-mento deve ser efetivamente reciclado, que é quando separam os materiais – plástico, metal, etc. –, e a matéria-prima vai para um novo ciclo de uso”, explica.

Doação

O ministério mantém o Programa Compu-tadores para Inclusão, que recebe máquinas doadas por instituições públicas e privadas. Elas vão para Centros de Recondicionamento e Reciclagem de Computadores (CRCs), onde são reformadas e enviadas para telecentros comunitários, bibliotecas e escolas públicas. Existem atualmente quatro unidades implan-tadas – em Porto Alegre, Brasília, Guarulhos (SP) e Belo Horizonte. Uma em Niterói (RJ) está em fase de implantação, e outra em arti-culação em Recife. A meta é abrir três novos centros por ano. Para criar um CRC é ne-cessário que haja uma ONG envolvida, para receber os recursos do governo. Na página do projeto na internet (www.computadores-parainclusao.gov.br) é possível doar equipa-mentos ou solicitar doação.

As entidades que montam os CRCs tra-balham com jovens carentes, que recebem qualificação em montagem e manutenção de computadores. Em todo o País, 410 jovens

estão em formação e 684 já se formaram. Desde o início do projeto, foram recebidos quase 20 mil computadores usados, e mais de 6 mil doados. Os componentes que não puderem ser reciclados vão para cooperati-vas de catadores e empresas certificadas em descarte de resíduos eletrônicos. Até agora, o projeto já beneficiou 501 telecentros, bi-bliotecas e escolas públicas.

Segundo Póvoas, o custo da reciclagem ainda é oneroso, o que acaba limitando o alcance das iniciativas. “Quando falamos em reciclagem total, reduzimos os equi-pamentos a seus componentes básicos. A reciclagem de vidro, chumbo e todos os demais elementos, inclusive o gás contido nos tubos de imagem, é feita por poucas empresas no mundo”, explica.

Para Rodrigo Assumpção, as empresas brasileiras que começarem a desenvolver projetos para gerenciar seu lixo tecnológico terão a oportunidade de se antecipar à le-gislação e ganhar vantagem competitiva. “É fundamental que as empresas se preparem para essa tendência mundial de responsabi-lização pelo descarte. As empresas podem criar parcerias com logística reversa, o que vai colocá-las em uma posição muito mais confortável quando o processo se tornar obrigatório por força de lei.”

Em todo o País, 410 jovens estão em formação e 684 já se formaram nos

Centros de Recondicionamento e Reciclagem de Computadores

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naturezaUnião de tecelagem e corantes naturais resulta em peças artesanais de apelo comercial ecológico

Cores da

por Andréa da [email protected]

Reunidas em associações, mulheres para-naenses e mineiras aprendem a transformar em negócio o que faziam sozinhas por neces-sidade ou apenas por prazer. Elas uniram as tradicionais artes de fi ar e tecer a técnicas de tingimento com corantes naturais extraídos da casca de cebola, sucatas de ferro, folhas de árvores e serragens de madeira. O resultado são peças artesanais, exclusivas e ecológicas, cujo apelo comercial resulta em pólos de pro-dução organizados nessas regiões.

M E I O A M B I E N T E

No Vale do Urucuia, noroeste de Minas Gerais, almofadas, cortinas, colchas, mantas para sofá, xales e sacolas são tingidos em até 14 tonalidades exclusivas em um processo ecológico que envolve desde o plantio do algodão até a comercialização dos produ-tos. O projeto Pólo Veredas ajuda a compor a renda de 200 mulheres que vivem na área rural e é uma ação da ONG Central ArteSol de artesanato solidário para resgatar tradi-ções. De acordo com a gerente de campo da ONG, Luciana Vale, que acompanha o projeto desde o início, em 2002, as atividades de fi ar e tecer eram comuns há 20 anos, mas com o desenvolvimento de grandes centros, como Brasília, as mulheres deixaram de produzir e tingir seus próprios tecidos. “Agora elas es-tão voltando às atividades tradicionais e, com apoio do Sebrae, recebem capacitação, ajuda na formação das associações e no estabeleci-mento de preço dos artigos produzidos pelas comunidades”, afi rma.

O Pólo Veredas é formado por cinco nú-

cleos reunidos em associações, responsáveis pela compra do algodão, já que as mulheres não plantavam mais. “A matéria-prima era ad-quirida de grandes produtores porque não podíamos esperar que cada uma voltasse a plantar para começar o projeto, mas hoje elas estão voltando a essa atividade também”, ex-plica Luciana. Os núcleos reúnem fi andeiras e tecelãs. As primeiras produzem linhas de algodão cru em diferentes espessuras (fi na, média ou grossa), vendidas para várias tecela-gens. Outra parte da produção vai para o nú-cleo do município de Uruana (MG), onde há uma estrutura com capacidade para tingir até 100 quilos de fi o por dia. Após o tingimento, os fi os retornam aos outros quatro núcleos, onde são tecidos em teares manuais.

A extração dos corantes é feita por cozi-mento em tachos de cobre ou alumínio e a água utilizada no processo passa por fossa ecológica antes de chegar ao lençol freáti-co. Como tudo é natural, não há estoque de corantes. As folhas são coletadas na hora do

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tecelãs tece de quatro a cinco horas por dia e são as que recebem melhor remuneração, pois têm o compromisso de cumprir prazos e entregar o produto”, explica Luciana.

A produção é vendida para tecelagens de Uberlândia (MG), para uma cooperativa no Rio Grande do Sul, para artesãs individuais e também enviada à ONG, que faz a revenda. No ano passado, as tecelãs fi zeram 500 mochilas para um congresso de biodiversidade realiza-do em Minas e mais 2 mil jogos americanos. “Essas mulheres nunca tiveram meta de fi ação; elas fi avam para elas mesmas, então foi nosso primeiro grande teste para avaliar a capacida-de de produção”, conta a gerente. O esforço para atender aos pedidos foi recompensado. “Elas adoraram porque com a renda pude-ram comprar geladeiras, celular, colocaram piso na casa e teve até quem comprasse ca-valo.” Agora, a meta é defi nir a capacidade produtiva e determinar o tempo necessário para as entregas. “Estamos trabalhando nos protótipos de sacolas ecológicas para aten-der a um pedido de 30 mil unidades feito por uma empresa norte-americana, mas ain-da não sabemos em quanto tempo será pos-sível concluir o pedido”, diz. Em agosto, o grupo participa de uma rodada de negócios do Sebrae em Uberaba (MG). “Vamos testar o mercado para a bolsa ecológica nesta feira que atrai lojistas e consumidores.”

No interior do Paraná, o trabalho com co-rantes naturais é feito pela Associação dos Arte-sãos de Cidade Gaúcha (Arteciga) desde 2003. Com apoio do Sebrae, a professora de Artes

tingimento, trituradas ou maceradas e fervi-das. Mas é difícil manter a capacidade total de produção, pois muitas vezes o preparo do ma-terial para tintura leva até três dias (passar os fi os de novelos para as rocas, por exemplo). O grupo está abandonando alguns procedimen-tos mais demorados como a extração da tin-ta azul, obtida de uma árvore conhecida por anileira. “O processo leva até seis dias, gera um cheiro desagradável, e é preciso colher as folhas no orvalho da manhã”, conta Luciana. A casca de barbatimão, o açafrão e o urucum também estão sendo deixados de lado por não ser possível garantir a sustentabilidade ambiental ou a segurança da cor.

As parcerias ajudam a sustentar o negócio. Uma empresa de transporte local leva a pro-dução das fi andeiras para o centro de tingi-mento em Uruana, sem cobrar frete. As cascas de cebola são fruto de doações realizadas por um agricultor e pequenas e médias marcena-rias doam serragens de madeira, já separadas por tipo de planta e armazenadas em sacos recolhidos posteriormente pelas associações. Os núcleos mantêm plantações de manga e eucalipto em seus quintais e o ferro-velho é doado pela população. A ArteSol ajuda a pa-dronizar as espessuras e medidas de fi os para garantir a comercialização e todo o trabalho obedece aos princípios do Comércio Justo: as mulheres participam de toda a cadeia produti-va e da formação de preço e são remuneradas de acordo com a produção individual. “As fi an-deiras costumam trabalhar na roça, por isso fi am nas horas vagas, enquanto a maioria das

As atividades de fiar e tecer eram comuns há 20 anos, mas, com o desenvolvimento de grandes centros, as mulheres deixaram de produzir e tingir seus próprios tecidos. O projeto Pólo Veredas é uma ação para resgatar tradições

Projeto ajuda a compor a renda de 200 mulheres que vivem na área rural no Vale do Urucuia (MG)

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LINHA DIRETA

Arteciga: (44) 3675-1560Pólo Veredas (Uruana – MG):(38) 3678-1182

No ano passado, os tecidos da Arteciga foram expostos em feiras de Milão e da Romênia e amostras foram enviadas para estilistas de Paris

Tecidos da Arteciga, do norte do Paraná: meta é garantir pelo menos um salário mínimo para cada associada

Serragem utilizada para fabricação de corantes

aposentada Cleide Ferreira Mattos orienta 22 mulheres nas atividades de colheita das plan-tas, preparo de corantes e tecidos, tingimento, costura, embalagem e expedição dos artigos. “Atuamos nos segmentos de moda, acessórios e decoração e lançamos a marca Arteciga de vestuário artesanal”, afi rma a artista plástica. As peças conquistaram clientes até na alta-costura italiana. No ano passado, os tecidos foram expostos em feiras de Milão e da Romênia e amostras foram enviadas para estilistas de Pa-ris. “Ainda não temos um comércio regular, por isso buscamos parcerias para melhorar nossa infra-estrutura”, revela Cleide.

A idéia é comprar máquinas maiores e construir um minilaboratório para produção dos corantes. Com clientes fi xos nos merca-dos interno e externo, a associação espera remunerar melhor as artesãs. “Como se trata

de gerar renda para essas mulheres, quere-mos garantir pelo menos um salário mínimo para cada associada”, diz Cleide. Uma das estratégias para estabelecer novas parcerias é a participação em feiras regionais e estadu-ais e em eventos de moda, como o Dragão Fashion, realizado em Fortaleza em abril des-te ano, e o Paraná Collection Business, em julho. “Estamos negociando com a Associa-ção Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) para participar de uma feira na França e a meta é conquistar o selo de qualidade para nossos produtos”, afi rma Cleide.

O processo de tingimento natural da Arte-ciga nasceu há mais de 20 anos, quando Clei-de ainda lecionava na Escola Estadual Artur Bernardes (atualmente Paulo Freire). Naquela época, ela orientou um grupo de alunos com um trabalho de feira de ciências que emprega-va alguns corantes feitos de folhas de árvores para substituir o uso de lápis de cor, giz de cera e aquarela. O estudo fi cou em segundo lugar no projeto Ciranda da Ciência daquele ano e, a partir daí, ganhou projeção nacional. “Viajei 18 estados levando esse trabalho como alternativa educacional e vencemos as feiras estaduais do Paraná por três anos consecuti-vos”, conta Cleide. Em 2003, já aposentada, a professora fez um curso de desenvolvimento sustentável na Universidade Estadual de Ma-ringá, no qual era preciso promover um even-to sobre o tema. “Eu e uma amiga realizamos o evento aqui na cidade, e paralelamente uma

mostra de artesanato”, relembra. Foi o come-ço da Arteciga, associação que o Sebrae local ajudou a regulamentar.

As cores também surgiram aos poucos. O corante azul, extraído da anileira, levou 15 anos para ser descoberto. “É uma espécie nativa aqui da região e que também se re-produz por sementes, mas eu não conhecia a árvore”, diz a artista. O vermelho vem do urucum, do tagetes (cravo-de-defunto) e de serragens de pau-brasil compradas de em-presas que fabricam violinos em São Paulo. “Aqui na região também há pau-brasil, mas não abatemos as plantas e ainda não temos licença para plantar”, revela. Semente e fo-lhas de abacate, cascas de cebola e erva-mate vêm de plantações feitas pela Arteciga em lo-cais cedidos por pessoas da região. O proces-so de extração, o tingimento, a tecelagem e a confecção de peças do vestuário são realiza-dos na sede da associação. A comercialização é feita em uma loja no centro da cidade, des-de dezembro de 2006, e o valor do aluguel é dividido com outro comerciante que fi ca no mesmo imóvel.

M E I O A M B I E N T E

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mente, segundo pesquisa da Amcham. Entre os produtos brasileiros que pagaram impos-tos por não estarem inscritos no programa, destacam-se autopeças e artigos em madeira (US$ 320 milhões e US$ 200 milhões, res-pectivamente, em vendas com recolhimento destes tributos). São recursos que poderiam ser reinvestidos na própria produção para am-pliar ainda mais o comércio internacional.

O índice de adesão ao SGP norte-ameri-cano em 2007 é maior do que nos dois anos anteriores – 80% em 2005 e 81% em 2006 –, mas Eduardo Fonseca, gerente de Relações Governamentais da Amcham, ainda o consi-dera significativo. “Uma isenção de imposto de importação muitas vezes é a ferramen-ta que se precisa para conseguir exportar e competir no mercado internacional.” O SGP foi criado pelos países desenvolvidos com o objetivo de favorecer as exportações de nações em desenvolvimento com a re-dução ou isenção de taxas e tributos de im-portação. Cada país outorgante define quais produtos e nações farão parte do seu SGP, e por quanto tempo. O Brasil é beneficiado

por Cléia [email protected]

O custo com pagamento de tributos é uma reclamação constante de empresários, mas há exportadores brasileiros pagando ta-xas desnecessárias no comércio internacional por desconhecerem programas de isenção concedidos por países ricos. O Sistema Geral de Preferências (SGP) norte-americano é um exemplo. Em vigor desde o início da década de 1970, atualmente concede isenção total de tributos para mais de 3,4 mil produtos de diferentes segmentos da economia brasi-leira. São mercadorias que deixam de pagar impostos de importação que variam de 0,2% a 30%. Levantamento feito pela Câmara Ame-ricana de Comércio (Amcham) mostra que o índice de utilização do benefício no ano pas-sado foi de 85,56%.

O percentual de empresas que não usam o sistema pode parecer pequeno, mas repre-senta muito em termos de valores. Em 2007, foram US$ 35 milhões em taxas de importação recolhidos aos Estados Unidos desnecessaria-

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foraDinheiro jogado

Exportadores brasileiros pagam taxas desnecessárias por desconhecerum programa de redução e isenção oferecido por 11 países

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ainda está por vir: a aprovação dos senado-res. “O processo de renovação no Senado é mais complicado. Nas missões que fizemos aos Estados Unidos, não encontramos ne-nhuma resistência da Câmara. No mês de junho, aconteceu uma audiência pública no Senado para tratar de benefícios como o SGP e nenhum dos ouvidos foi claramente favorável à prorrogação do benefício.” A ex-pectativa é que o tema entre em votação em setembro, mas não há nada marcado.

A última renovação do SGP americano foi defi nida em dezembro de 2006. Por pou-

Sai b a m ai s so b re o SGP

O QUE É Sistema Geral de Preferências: programa unilateral de redução ou isenção de tarifas de importação a produtos preestabelecidos concedido por países desenvolvidos a países emergentes.

CRIAÇÃO Em 1968, durante a Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

OBJETIVO Favorecer a exportação e promover a industrialização de países em desenvolvimento, facilitando o acesso de seus produtos a grandes mercados.

PAÍSES OUTORGANTES Estados Unidos, Canadá, Comunidade Européia, Turquia, Suíça, Noruega, Japão, Nova Zelândia, Rússia, Bielo-Rússia e Austrália (não concedeao Brasil).

co o Brasil não fi cou de fora. A ameaça vol-tou à tona este ano. “Retirar o Brasil do SGP comprometeria diretamente o emprego e o desenvolvimento do País. A não-renovação afetaria cerca de 400 mil postos de trabalho”, afi rma Mário Marconini, diretor de Negocia-ções Internacionais da Fiesp. A entidade in-vestiu em uma série de ações para sensibilizar congressistas norte-americanos sobre as van-tagens da renovação para os Estados Unidos. Um estudo feito pela Fiesp indica que 30% a 40% das exportações brasileiras incluídas no SGP são feitas por subsidiárias de multinacio-nais norte-americanas. O dado traz embutido um forte argumento: a retirada do Brasil não benefi ciaria nações menos desenvolvidas, mas sim a China, o que só aumentaria o défi cit co-mercial dos Estados Unidos com os chineses. “O SGP é uma via de mão dupla”, afi rma.

Antes da aprovação do SGP pela Câmara dos Deputados, o que se percebia era um claro pessimismo dos envolvidos na ques-tão. “O quadro que se apresenta é o pior possível. Se em 2006 já foi difícil conseguir a renovação, este ano está ainda mais com-

PURESTOCKX

por 11 sistemas, com destaque para os pro-gramas oferecidos pelos Estados Unidos, Comunidade Européia, Japão e Rússia.

O SGP americano é certamente o mais importante para os exportadores brasileiros. Dados divulgados pela Federação das Indús-trias do Estado de São Paulo (Fiesp) mos-tram que as exportações feitas por meio do SGP representam 14% das vendas brasileiras aos Estados Unidos e 1,6% das importações americanas. De acordo com a Amcham, fo-ram US$ 3,4 bilhões em 2007. No mesmo pe-ríodo, os importadores americanos deixaram de pagar US$ 137,5 milhões de tarifas de im-portação por conta das isenções defi nidas no programa, prova de que o SGP também traz vantagens para o país que lhe concede. Esse, aliás, é um dos argumentos dos defensores desse benefício que, periodicamente, passa por uma revisão dos países outorgantes.

No dia 31 de julho passado, exportado-res brasileiros comemoraram a decisão da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos em renovar o SGP com o Brasil. Mas, segun-do Eduardo Fonseca, a batalha mais difícil

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Em 2007, foram recolhidos desnecessariamente US$ 35 milhões em taxas de importação aos Estados Unidos

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Amcham trabalha para aumentar o nível de adesão ao sistema. “O SGP americano é mui-to simples, a adesão é fácil e as regras de ori-gem não são complicadas.” A entidade pres-ta consultoria exclusiva aos associados, mas quem tiver dúvidas também pode recorrer ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que está se organizan-do para incentivar a adesão dos empresários, inclusive com a publicação de manuais espe-cífi cos para os principais SGPs. Há poucos anos, encontrar a lista de produtos benefi -ciados era difícil. Hoje, ela está disponível no site do ministério e também do órgão ameri-cano responsável pelo sistema. Empresários e consultores acreditam que quanto maior for a adesão dos exportadores, mais difícil será a exclusão do Brasil. “É mais gente pres-sionando”, afi rma Paulo Amanthéa.

LINHA DIRETA

Abipa: (11) 5589-6152Amcham: (11) 3675-5444 Fiesp: (11) 3549-4499Paulo Amanthéa: (11) 4028-9090

T R I B U T O S

P ro d uto s b ene ficia dos

Cada país estabelece uma lista de produtos que recebem a redução ou isenção de tarifas. A lista das mercadorias incluídas no SGP norte-americano está no link http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1212425005.pdf

A relação dos produtos de outros SGPs e demais informações sobre o programa podem ser obtidas no Departamento de Negociações Internacionais (Deint), vinculado ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior: www.mdic.gov.br e (61) 2109-7000

Marconini: não-renovação afetaria cerca de 400 mil

postos de trabalho

plicado”, diz Paulo Amanthéa, consultor in-ternacional da Eucatex, uma das empresas brasileiras que se benefi cia com o SGP norte-americano. Atualmente, 10% da produção da Eucatex é vendida para o mercado externo, a maior parte painéis de fi bras de madeira im-portados pelos Estados Unidos. A empresa inaugura no primeiro semestre de 2009 uma nova fábrica, que deve dobrar sua produção. “Para a Eucatex, o fi m do incentivo seria um tiro na cabeça”, afi rma Amanthéa.

Todo o segmento ainda está em alerta, esperando a decisão dos senadores ame-ricanos. Metade da produção brasileira de painéis de madeira é exportada e o merca-do interno não tem potencial para absorver esse volume. “Se o programa for cancelado, teremos que pagar uma tarifa alfandegária de 10%. Perder um benefício como esse é mui-to ruim para o setor, principalmente porque o Brasil não tem muitos acordos bilaterais”, afi rma Rosane Donati, superintendente-exe-cutiva da Associação Brasileira da Indústria de Painéis de Madeira (Abipa). Segundo a dirigente, o México, por exemplo, seria um mercado atrativo para os exportadores do segmento, mas o acesso é restrito por conta de altíssimas tarifas de importação. Enquanto

isso, acordos bilaterais entre Estados Unidos e a União Européia, por exemplo, continu-ariam facilitando a importação do produto pelos norte-americanos.

Obstáculos Uma série de fatores é apontada como

complicador para a renovação do SGP norte-americano. Um deles é o fato recente de duas agências de risco terem elevado o grau de investimento do Brasil. “Já não somos mais vistos como países que precisam de ajuda”, afi rma Fonseca, da Amcham. O sentimento entre os congressistas norte-americanos de que o Brasil é um dos culpados pelo fracas-so da chamada Rodada de Doha seria mais um ponto negativo. A inefi cácia do Brasil no combate à pirataria também esteve na pauta das discussões há dois anos. Há ainda ou-tra grande polêmica, a principal na visão da Fiesp: o acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a Colômbia. “Tememos que o impasse entre os republicanos e democra-tas sobre o acordo prejudique a negociação e possa contaminar o processo de renovação do SGP”, diz Mário Marconini, da Fiesp.

Mesmo antes da decisão do Senado, a

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inovadorCapital

C R É D I T O

Pequenas e grandes empresas podem recorrer a diferentes programas na hora de buscar recursos para pesquisa tecnológica

por Francis Franç[email protected]

Quem se dedica à inovação não tem es-colha a não ser correr riscos. A esse tipo de empresa, para quem inovar faz parte da essên-cia do negócio, resta pagar o preço do desafi o para não se tornar obsoleta. E o investimento não é barato, seja ela grande, seja pequena. Os recursos para inovação com freqüência es-tão vinculados a empreitadas sofi sticadas, que demandam tecnologia e conhecimento. Para encorajar os empresários, entidades como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) fa-zem o que está ao seu alcance: dão crédito às boas idéias. “O que fazemos é dividir o risco, e a melhor forma de fazermos isso é oferecer linhas de fi nanciamento baratas. Com isso, mostramos ao empreendedor que há uma compensação para o risco que ele pretende assumir”, diz Alexandre Armentano, chefe do Departamento de Financiamento da Finep.

Depois de uma edição piloto, a Finep lan-çou a segunda chamada para o Programa Juro Zero, dirigido a empresas inovadoras com fa-turamento anual de até R$ 10,5 milhões. Os fi nanciamentos variam de R$ 100 mil a R$ 900 mil e podem ser pagos em até 100 parcelas, sem juros reais – os valores são corrigidos apenas pelo índice da infl ação (IPCA). Podem ser fi nanciados itens relativos a novos inves-timentos previstos no plano de negócios da empresa, desde que estejam vinculados às ati-vidades de inovação tecnológica.

A segunda edição do Programa Juro Zero recebeu propostas em agosto, e o resultados devem ser divulgados até 30 de setembro. A chamada contemplou instituições públicas ou privadas interessadas em se tornar parceiras regionais da Finep para gerenciar a oferta de crédito e pré-selecionar os projetos. Cada par-ceiro terá à disposição R$ 10 milhões para ofe-recer às empresas de sua região. Caso os re-cursos sejam distribuídos em até 18 meses, há possibilidade de a Finep liberar R$ 10 milhões adicionais, havendo recursos disponíveis.

Na primeira edição, o programa contem-plou Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Para-ná e Santa Catarina. A meta é levar o Juro Zero a todo o País. “É uma ação que depende do interesse das entidades estaduais. Dependen-do da quantidade de parceiros que qualifi car-mos, pode ser que já tenhamos condições de atender todos os estados”, afi rma Armentano. Os recursos vêm do Fundo de Amparo ao Tra-balhador (FAT).

Além da isenção de juros, o programa tam-bém não exige garantias reais. A Finep criou uma composição alternativa para avalizar o fi -nanciamento. Segundo as normas do progra-ma, os sócios da empresa devem afi ançar 20% do total. Além disso, em cada empréstimo ha-verá um desconto antecipado de 3% para criar um fundo de reserva correspondente a 30% do total de fi nanciamentos. Após a quitação do empréstimo – caso não haja inadimplência –, o dinheiro é devolvido corrigido às empre-sas. Os 50% restantes serão assegurados por

Specto recebeu R$ 611 mil para

desenvolver gestor de filas

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um Fundo de Garantia de Crédito que precisa ser criado pelos parceiros locais.

Segundo Armentano, por enquanto a taxa de inadimplência é zero. “É um resultado muito bom, apesar de o programa funcionar há pouco tempo, mas todos os projetos vêm cumprindo as metas conforme o esperado”, avalia. Ainda não há previsão do montante que será disponi-bilizado para a próxima edição, já que o volume de recursos será proporcional ao número de parceiros. Até o momento, 59 projetos já foram fi nanciados, em um total de R$ 33 milhões.

Uma fatia desse bolo foi para o Grupo Specto, instalado em São José (SC). A em-presa conseguiu fi nanciamento de R$ 611 mil para desenvolver um software de gestão de fi las. Acostumado a se autofi nanciar, o dire-tor Leônidas Vieira Júnior diz que o recurso da Finep deu fôlego para investir em outros departamentos. “Não temos só tecnologia, há outros setores que também são importantes. Quando conseguimos captar esse recurso, pu-demos dar um pouco mais de atenção a outras áreas, como estoque, infra-estrutura, vendas e assistência técnica, por exemplo.”

Com o apoio dos recursos para inovação, o grupo espera crescer 40% em relação ao ano passado, com faturamento estimado em R$ 6,5 milhões. “Fazemos planejamento para 10 anos, e com o programa Juro Zero, pude-

mos adiantar os planos em pelo menos dois anos”, estima. A empresa começou a exportar para o Banco del Pacifi co, no Equador, e está em fase fi nal de negociações com o setor de telecomunicações em Angola.

Para Vieira Júnior, o apoio de programas como o encabeçado pela Finep permite que micro e pequenas empresas (MPE) de tec-nologia possam contratar mais, substituir importações e trazer vantagens competitivas para o País. “Nós temos que investir de qual-quer jeito, senão, em seis meses, perdemos mercado. É uma rotina, mas é caro contratar engenheiros, especialistas, importar com-ponentes. Se não tivermos um dinheiro um pouco mais barato, acabamos limitando nos-so trabalho”, diz.

Grandes desafios

Arcar com os riscos e o ônus da inovação não é uma tarefa difícil apenas para peque-nas empresas. As MPEs têm a limitação dos recursos, mas compensam com vantagens importantes, como agilidade e capacidade de adaptação. Já para uma gigante centená-ria como a Whirlpool, fabricante das marcas Brastemp e Consul, o drama é colocar em movimento um projeto de inovação sincro-nizado que envolva 80 mil funcionários e 73

fábricas e centros de pesquisa.Imagine a situação de uma empresa que

fatura mundialmente US$ 20 bilhões por ano e vê seus resultados caindo durante quase uma década, até que o presidente dá a seus di-retores uma ordem emergencial: inovar. Essa foi a missão de Nancy Snyder, vice-presidente Corporativa de Liderança e Competências Whirlpool Corporation (EUA). O desempenho da Whirlpool entre 1992 e 1999 era de -2,3%, e Nancy conseguiu transformar o prejuí zo em um dos maiores exemplos de inovação empresarial. “Nosso drama era: como trazer inovação para uma empresa de 100 anos? Co-meçamos a fazer pesquisas sobre o que outras companhias faziam, principalmente no Vale do Silício”, afi rma.

A ordem era investir em qualquer idéia. O orçamento inicial para a empreitada foi de mais de US$ 30 milhões, e o lema era que a inovação poderia vir de qualquer um, e de qualquer lugar na companhia. O trabalho co-meçou com uma equipe no Brasil, outra nos Estados Unidos e outra na Europa, cada uma com 25 pessoas, que largaram seus postos de trabalho tradicionais e passaram a fazer par-te da equipe de inovação. No ano passado, o time de voluntários, também chamados de “mentores de inovação”, passava de 10 mil pessoas. “Abandonamos o que chamávamos

Leônidas Jr.: “Fazemos planejamento para 10 anos, e com o programa Juro Zero, pudemos adiantar os planos em pelo menos dois anos”

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em caso de patente concedida, além de amor-tização e depreciação acelerada na compra de equipamentos. As empresas benefi ciárias da lei também contam com redução de 50% na alíquota do IPI, e isenção de IRPJ e CSLL para a contratação de MPEs e institutos de pesquisa. Marques destaca que pesquisador, para efeito da lei, é qualquer funcionário registrado com dedicação exclusiva para inovação, inclusive de nível técnico.

“Inovadores não são necessariamente dou tores. Quando só os grandes executivos têm acesso às informações, o processo é ani-quilado. A inovação permite que você sonhe, não importa que posto você ocupa na empre-sa”, observa Nancy. Ela diz que a maior difi -culdade para as empresas, independente do porte, é compartilhar o conhecimento com os colaboradores, e recomenda que os em-presários aprendam a controlar os sistemas e confi ar nas pessoas, para reduzir os riscos e ampliar o potencial de inovação.

C R É D I T O

LINHA DIRETA

Alexandre Armentano (Finep): (21) 2555-0664Leônidas Vieira Jr. (Specto): (48) 3334-8064Marcos Marques: (41) 3329-6641Nancy Snyder (Whirlpool): [email protected]

de ‘mar branco’, que eram caixas brancas que faziam absolutamente a mesma coisa, não im-porta de que marca fossem”, explica Nancy. A Whirlpool passou a investir em produtos com qualidade superior para fi delizar os clientes. A média de preços aumentou, junto com as receitas para inovação e as margens de lucro.

Nancy explica que, para grandes empre-sas, as mudanças nesse campo não têm im-pacto imediato. A idéia surgiu em 1998, foi implementada em 2000, em 2003 passou a ser mensurada e só agora, em 2008, mostra-se como a área em que os resultados mais crescem. “Foram anos de investimento sem retorno aparente, além de vários erros. E as inovações só começaram efetivamente em 2003, porque até então não sabíamos como colocar em prática”, diz.

Lei do Bem

Se as micro e pequenas empresas têm iniciativas como o Programa Juro Zero, as grandes podem contar com incentivos como os previstos na Lei do Bem (nº 11.196/2005) para estimular a inovação. A lei oferece dedu-ção total das despesas de inovação, além de incentivos adicionais com redução fi scal de IRPJ, CSLL, IPI e IRRF. Para ter acesso aos be-nefícios, a empresa precisa operar no sistema de lucro real, o que é mais comum entre as companhias de grande porte – por isso a Lei do Bem é conhecida como incentivo à inova-ção em grandes empresas.

De acordo com o consultor Marcos Mar-ques, especializado em incentivos fi scais, a maioria das empresas desconhece os benefí-cios oferecidos, o que acaba enfraquecendo a própria legislação. “É preciso transformar o conhecimento em nota fi scal de faturamento”, diz. Segundo ele, o País tem poucos pesquisa-dores envolvidos na iniciativa privada, e a Lei do Bem justamente incentiva essa interação.

A adesão aos incentivos previstos na lei é automática, não há processo de qualifi cação. Marques recomenda que, a partir do momento em que a empresa entende estar apta a gozar os incentivos, deve selecionar os projetos de inovação, discriminar separadamente as despe-sas de cada um deles e encaminhar os dados ao departamento contábil. As empresas precisam prestar contas ao Ministério da Ciência e Tecno-logia uma vez por ano e, caso as despesas apon-tadas não estejam de acordo com o previsto, a empresa é obrigada a pagar os impostos que deixou de recolher com juros e multa. Marques destaca que há ressalvas sobre os conceitos de inovação que precisam ser levadas em conta na hora de aderir à lei. Está excluída, por exem-plo, a inovação que envolve apenas a compra de equipamentos, ou alterações menores no processo produtivo.

Além de dedução total de despesas com inovação, a empresa ainda pode ter dedução fi scal adicional de 70%, caso amplie o quadro de pesquisadores em 5%. Se ultrapassar esse percentual, a redução chega a 80%. A lei tam-bém garante os outros 20 pontos percentuais

Nancy Snyder, da Whirlpool – fabricante das marcas Consul e Brastemp –, conseguiu transformar o prejuí zo em um dos maiores exemplos de inovação empresarial

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Investir em gestão ambiental traz economia de recursos e de matéria-prima e benefícios para a imagem

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era lixo industrial está se transformando em matéria-prima. Em Santa Catarina, cerâmicas e têxteis investem para dar novos destinos aos re-jeitos. Um exemplo é o lodo proveniente do tra-tamento de efl uentes líquidos. O resíduo, que ainda é um dos maiores problemas ambientais da indústria têxtil, é usado por muitas empresas como adubo ou até mesmo gerador de energia, destinos bem mais nobres do que formar mon-tanhas inúteis nos aterros sanitários.

A Malwee Malhas, de Jaraguá do Sul (SC), está desenvolvendo um projeto de secagem do lodo industrial com um sistema baseado no uso de energia solar. De acordo com Cas-siano Minatti, analista ambiental da empresa, a tendência é alcançar uma redução de volume na ordem de 75% e uma redução de peso de 60%. “Isto traz grandes vantagens, pois otimi-za o espaço disponível em nosso aterro indus-trial. Futuramente, desejamos converter este material em energia, diminuindo este passivo ambiental em grande escala.”

A Malwee tem um aterro sanitário próprio com capacidade para cerca de 62 mil metros cúbicos de resíduos. A área é revestida com uma manta de polietileno de alta densidade para evitar que a água do lodo penetre no solo e contamine os mananciais da região. A água é drenada para a estação de efl uentes onde é tratada novamente. O aterro está localizado dentro do Parque Malwee, área de preserva-ção criada pela empresa em 1978. Na última década, com um novo sistema de tratamento,

por Cléia [email protected]

A indústria sempre foi vista como o grande vilão da devastação ambiental. Mas é preciso reconhecer que, nos últimos anos, muitos em-presários têm se empenhado em reverter a má fama. Há 13 anos, por exemplo, ainda nem exis-tia a certifi cação ISO 14001. Em 1998, apenas 100 empresas brasileiras haviam conquistado o selo que defi ne os requisitos para operação de um sistema de gestão ambiental. Hoje são mais de 2,5 mil empresas certifi cadas.

“O que aconteceu é que os empresários perceberam que investir em gestão ambien-tal era necessário não apenas para cumprir a legislação, mas também para economizar re-cursos como água e energia”, afi rma o biólo-go Emerilson Gil Emerim, diretor da Ambiens Consultoria, empresa especializada no desen-volvimento de projetos ambientais. Ou seja, o chamado desenvolvimento sustentável aca-bou se transformando em um bom negócio.

Assim, com a ajuda da tecnologia, o que

o Tecnobio, a empresa conseguiu reduzir de 15 para 5 toneladas diárias de resíduos.

A água contaminada nos processos de tingimento e lavação de tecidos e estampas é devolvida ao rio praticamente com o mesmo grau de pureza com que foi captada. Com um sistema de fi ltração, 45% da água é reutilizada no processo de produção. “As reduções de consumo de água, energia e insumos não só diminuem a extração de recursos naturais do planeta como ajudam a reduzir sensivelmente os nossos custos”, afi rma Cassiano Minatti.

Na Karsten, uma das mais tradicionais indústrias têxteis do Vale do Itajaí (SC), não é diferente. A empresa acredita que sem um

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A água contaminada nos processos industriais da Malwee é devolvida ao rio praticamente com o mesmo grau de pureza com que foi captada

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Há 11 anos...

Na 30ª edição da Revista Empreendedor, em abril de 1997, foi publicada a reportagem “Mudança de hábito”, escrita pela jornalista Imara Stallbaum. Agora, 11 anos depois, a repórter Cléia Schmitz retoma o tema e confe-re se as empresas vencedoras do Prêmio Ecoempreen-dedor ainda mantêm a mesma postura responsável.

Na época, a matéria apontava a forte tendência de investimento em processos e tecnologias menos poluidores e em tratamento e reaproveitamento de efluentes e rejeitos. Menos de 100 empresas brasilei-ras detinham a certificação recém-lançada ISO 14001. Hoje, além de cumprir uma obrigação legal e de mer-

cado, a gestão ambiental é uma forma de economizar matéria-prima e recursos. Mais de 2,5 mil companhias do Brasil possuem o selo.

Mas a responsabilidade ambiental, apesar de não ser mais exceção, ainda não é regra, como a repór-ter pôde observar. Uma das empresas premiadas teve seu potencial de crescimento afetado por mudanças na estrutura geoeconômica da indústria calçadista e, principalmente, pela falta de vontade – para não dizer de consciência – destes industriais em colabo-rar com a iniciativa de dar um destino aos resíduos jogados no meio ambiente.

programa de reutilização de água estaria con-sumindo 20 metros cúbicos a mais por hora. “Queremos reduzir ainda mais esse volume através de melhorias de processos e reapro-veitamento de água”, afi rma Alvin Rauh Neto, diretor industrial da Karsten.

A empresa foi a primeira entre as têxteis catarinenses a instalar uma estação de tra-tamento com sistema biológico, em 1988. “Devolvemos a água ao rio mais limpa do que captamos, mas isso é uma coisa básica, é inadmissível fazer diferente”, diz Rauh Neto. A Karsten também faz secagem do lodo indus-trial, reduzindo de 270 para 60 toneladas por mês o volume de rejeitos levados ao aterro in-

dustrial. Para o diretor industrial, o treinamen-to constante dos colaboradores é fundamen-tal para que os recursos de gestão ambiental sejam bem utilizados.

Retorno à produção

No Sul de Santa Catarina, a indústria ce-râmica também investe no reaproveitamento de recursos. A Eliane Revestimentos Cerâmi-cos espera, ainda em 2008, utilizar 100% dos efl uentes tratados no complexo industrial de Cocal do Sul (SC), onde fi cam a matriz admi-nistrativa da empresa e quatro unidades in-dustriais. É praticamente uma obrigação para

um segmento que necessita de grande quanti-dade de água no seu processo produtivo.

Atualmente, 70% da água captada retorna para o processo produtivo. O restante é des-cartado para o Rio Tigre. A gestão dos recursos hídricos, uma das áreas em que a gestão am-biental da Eliane mais evoluiu, é resultado de grandes investimentos: US$ 5 milhões foram aplicados em equipamentos para tratamento de efl uentes líquidos nos últimos dez anos.

Na unidade Eliane Porcellanato, em Crici-úma (SC), a empresa já recicla 98% da água utilizada no processo de polimento das peças. Para chegar a esse nível, a Eliane investiu US$ 1 milhão em equipamentos para a área am-

Parque Malwee

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plantado há 12 anos, a Eliane registra o reco-lhimento de 3,8 milhões de toneladas de pa-pel, 927 mil toneladas de plástico e 2 milhões de toneladas de metal. Outra meta da Eliane é implantar até 2010 a ISO 14001 em todas as unidades industriais.

Expectativa frustrada

Apesar dos avanços, ainda há muito por fazer no gerenciamento de recursos sólidos. No início da década de 90, o empresário Di-mas Pedroso Machado percebeu nas sobras e aparas de EVA (etileno-acetato de vinila), utilizado em solados e palmilhas de sapato, a oportunidade para criar um novo produ-to. Machado começou a fazer experimentos juntando restos de borracha com areia e ci-mento. Depois de 22 meses de pesquisas e investimento de US$ 80 mil, criou um isolante acústico para a construção civil.

A história começou quando ele foi visitar um amigo numa fábrica de calçados em Novo Hamburgo (RS) e se deparou com uma mon-tanha de rejeitos de borracha. “Eu pergun-tei: o que vocês vão fazer com isso? Ele me respondeu: jogar no mato.” O que parecia ser a solução para uma parte dos rejeitos da indústria de calçados acabou em frustração. A empresa – Maison Indústria e Comércio

biental na época da implantação da fábrica, em 1996. A iniciativa lhe rendeu, no ano seguinte, o prêmio Ecoempreendedor, concedido pela Editora Empreendedor em parceria com a En-vironmental Resources Management.

Tanto rigor se justifi ca: o porcelanato con-some 400 metros cúbicos de água por hora, enquanto o processo tradicional utiliza 15 metros cúbicos por hora. É água sufi ciente para abastecer cerca de 1,6 mil pessoas por dia. De acordo com o engenheiro Wladimir Nunes, profi ssional do Departamento de En-genharia Ambiental da Eliane, reaproveitar todos os efl uentes gerados pelas unidades de produção é uma das metas da empresa. “Tam-bém queremos diminuir o consumo de água e a quantidade de resíduo gerado por metro quadrado de revestimento produzido.”

A Eliane também faz reaproveitamento de resíduos sólidos. Todo o lodo retirado da estação de tratamento do parque industrial de Cocal do Sul, cerca de 840 toneladas por mês, é usado como matéria-prima: 500 tone-ladas são reaproveitadas na massa dos revesti-mentos e o restante é enviado para olarias da região, onde é aplicado na produção de cerâ-mica vermelha. A área de gestão ambiental da empresa trabalha para aumentar o consumo de matérias-primas recicladas na massa.

No programa de coleta seletiva de lixo, im-

A Eliane Revestimentos Cerâmicos investiu US$ 5 milhões no sistema para tratamento de efluentes líquidos (acima) nos últimos dez anos, e também reaproveita 840 toneladas de resíduos sólidos por mês

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bientais de nossos frigorífi cos são quase inter-nacionais, mas os pequenos produtores, que fornecem os suínos e os frangos, detêm gran-de responsabilidade pela poluição nas regiões onde atuam”, afi rma.

Segundo o biólogo, outro setor que pre-cisa melhorar a gestão ambiental para reduzir o impacto de suas atividades é a construção civil. Para ele, o problema é a falta de organiza-ção do segmento. Emerilson sugere a criação de centrais de triagem dos resíduos gerados nas obras. O material poderia ser usado em parceria com o poder público para ajudar na construção de casas populares. O retorno não poderia ser mais positivo: além de reduzir o custo do descarte do material, muitas vezes jogado em aterros clandestinos, o empresá-rio poderia ser visto mais como um parceiro da comunidade e menos como um algoz do meio ambiente.

de Artefatos de Cimento – existe até hoje, mas a expectativa de aumento da produção não se concretizou por dois motivos: transfe-rência de muitas indústrias calçadistas para o Nordeste e falta de interesse em repassar as aparas e sobras de borracha.

“Eles preferem continuar jogando no mato, é mais fácil”, acusa Machado. De acordo

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Alvin Rauh Neto (Karsten): (47) 3331-4000 Cassiano Minatti (Malwee): (47) 3372-7200Dimas Pedroso Machado (Maison): (51) 3561-5069Emerilson Emerim (Ambiens): (48) 3028-5971Wladimir Nunes (Eliane): (48) 3447-7777

com o empresário, a Maison não tem como pagar pelo rejeito, uma condição que inviabi-lizaria a produção e comercialização do pro-duto. “O problema é que a construção civil também não quer pagar mais”, justifi ca. Por outro lado, a maioria das indústrias calçadistas só aceita comercializar o rejeito. “O que eles não percebem é que estou ajudando a resol-ver um problema deles.”

Machado chegou a ter 60 fornecedores de rejeitos de EVA – hoje são apenas oito. Se-gundo o empresário, 10 mil obras no Brasil já utilizaram o isolante acústico da Maison. “Eu achei que deveria fazer alguma coisa por uma montanha de retalhos de borracha.” Ele con-ta que na época havia uma expectativa muito boa de crescimento. A Maison foi a vencedora do prêmio Ecoempreendedor na categoria Pequena Empresa. “A mídia deu destaque ao meu produto e eu me iludi. Achei que ele te-ria longa vida”, afi rma o empresário. Persisten-te, ele não pensa em desistir. “Enquanto tiver matéria-prima eu vou continuar.”

De acordo com o biólogo Emerilson, é raro encontrar grandes empresas sem um sis-tema de gestão ambiental defi nido, mas não impossível. O problema é que a maioria ainda não cobra e nem estimula a mesma postura de seus parceiros comerciais. O caso é bem comum na agroindústria. “Os padrões am-

Emerim: maioria das empresas não cobra nem estimula a postura ambiental dos parceiros

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Tino para os negócios e muito desejo de vencer fizeram Martinez superar diversos obstáculos, inclusive reerguer uma empresa à beira da falência

campeãoForça de

por Andréia [email protected]

O espírito aventureiro da adolescência e a paixão pelo esporte são ainda presentes na vida de Victor Martinez, presidente da Tho-mas International Brasil e vice da Thomas La-tin America. Paraguaio radicado há quase 20 anos no País, conduziu a empresa, especia-lizada em consultoria de gestão de pessoas, a um crescimento de 1.000% nos últimos 10 anos, após um período de turbulência que quase a levou à falência em 1996. “Aprendi que se você quer se superar e ser o melhor não é fácil. Fazer bem é uma coisa, mas para subir no pódio é difícil. Essa força eu aprendi no esporte”, conta.

Campeão nacional de natação, arremesso e basquete, Martinez teve a sorte de estudar num dos melhores colégios do seu país de origem. “O que tive de muito bom foi a educa-ção, que meus pais sempre acreditaram. Éra-mos uma família de classe média, sem muitos

P E R F I L Victor Martinez

luxos, mas nunca passamos fome”, diz. Ele lembra que enquanto os colegas de aula viaja-vam para a Disney nas férias, entrou em avião pela primeira vez aos 27 anos. No entanto, co-nheceu paí ses de fronteira, como Argentina e Brasil, em viagens com a família.

O interesse pela língua portuguesa e a vinda para estudar no Brasil foram, como ele costuma dizer, “coisas de adolescente”. Marti-nez começou a freqüentar curso de português para acompanhar um amigo, interessado em vir para cá. No Centro Cultural Brasileiro de As-sunção, onde eram ministradas as aulas, havia a divulgação de um programa de intercâmbio. Eram 200 candidatos e uma única vaga para Engenharia de Produção. Classifi cado em 21º lugar, Martinez não tinha à sua frente quem houvesse pleiteado o mesmo curso e logo começou a arrumar as malas para estudar na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em São Paulo. Era dezembro de 1988 e o Pa-raguai atravessava uma situação política difícil,

que culminaria com o golpe de Estado contra Alfredo Stroes sner no ano seguinte.

No início de 1989, Martinez chegou ao Brasil. Deixou para trás a família, faculdade e amigos – incluindo o companheiro das aulas de português que optou por não se candi-datar às vagas do intercâmbio e mora lá até hoje. “Eu não gostava do curso de Engenha-ria de Informática, nem imaginava fazer isso ou viver no Paraguai pelo resto da vida”, diz. A falta de afi nidade com números fez com que optasse pela Engenharia de Produção, qualifi cação que jamais exerceu e também era pouco compreendida pela família. “Meu pai perguntava: produção de quê? De man-teiga?”, conta aos risos. Apesar disso, Marti-nez sempre teve o apoio dos familiares para deixar o país, que só acreditaram na realiza-ção do sonho do fi lho quando ele entrou no ônibus e partiu.

A vida no Brasil seria um cenário de desa-fi os e oportunidades para mostrar sua garra e visão de empreendedor. Tão logo chegou à universidade, encontrou um grupo de estu-dantes interessados em jogar rugby – espor-te que também tinha praticado no Paraguai. Diante da falta de noção dos brasileiros sobre o jogo, Martinez aproveitou uma viagem de férias à casa dos pais para gravar fi tas de ví-deo com partidas que passavam por lá. Che-gou a contatar a União Paraguaia de Rugby e levou todo o material para São Carlos. No entanto, as fi tas gravadas não eram compatí-veis com os aparelhos daqui. “Procurei por toda a cidade e havia apenas um videocasse-te que servia. Toda vez tínhamos que pedir

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“Aprendi que se você quer se superar e ser o melhor não é fácil. Fazer bem é uma coisa, mas para subir no pódio é difícil. Essa força eu aprendi no esporte”

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Idade: 40 anosLocal de nascimento: Assunção (Paraguai)Formação: Engenharia de ProduçãoEmpresa: Thomas International Brasil Ramo de atuação: Consultoria de gestão de pessoasCidade-sede: São PauloFuncionários: 30

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emprestado para a namorada de um amigo meu”, lembra Martinez.

Com alunos da UFSCar e da USP, o time entrou em campo. Martinez incentivava os colegas mostrando as fi tas de vídeo: “Estão vendo o que passa na televisão? É assim que temos que fazer”, dizia. O placar contou pontos a seu favor e a equipe começou a ganhar projeção. Virou time municipal, com patrocínio da prefeitura, e participou do campeonato brasileiro e do paulista, no qual obteve o quarto lugar. Depois de quatro anos fi cou difícil manter a equipe completa, pois muitos integrantes haviam saído ao concluir a graduação. Ainda assim, o projeto de Marti-nez havia vingado e ele já começava a pensar na sua próxima jogada: criar o uniforme es-portivo da universidade.

A modalidade escolhida foi o pólo aquáti-co. Martinez viu um colega vendendo sungas na beira da piscina e foi investigar o sucesso do negócio. Ficou espantado quando soube que, devido ao desgaste ocasionado pelo cloro, os clientes chegavam a comprar três unidades ao ano. Quando se deu conta que a universidade não tinha uniforme, propôs uma sociedade ao amigo. Eles viajaram a São Paulo para encomendar os agasalhos, mas ao chegarem a São Carlos outra pessoa ha-via tido a mesma idéia. “Pensamos em como podíamos nos diferenciar do concorrente e resolvemos arriscar”, conta.

Martinez e seu sócio convenceram os fornecedores a vender uniformes com paga-mento previsto para uma semana. Enquanto a concorrência oferecia apenas modelos sob encomenda, eles tinham estoque para venda imediata. “A gente trabalhava com cheque pré-datado e fazia qualquer negócio. Imagi-ne a credibilidade de um empreendimento tendo à frente um paraguaio e um carioca”,

brinca. O negócio prosperou, e o atual di-retor da Thomas International começava a ganhar experiência em empreender projetos antes mesmo de sair da faculdade.

Vendo sempre o passado e os obstá-culos enfrentados de maneira otimista e bem-humorada, ele não se ressente dos problemas que teve devido à condição de estrangeiro: o preconceito e a dificulda-de para ingressar no mercado de trabalho – uma ironia para quem hoje dirige uma das maiores consultorias de gestão de pes-soas no País. “No começo, aquelas piadas de que paraguaio era falsificado me feriam um pouco, mas depois percebi que naquela época havia intenso comércio de fronteira e muitas coisas que chegavam aqui realmente eram fajutas”, conta Martinez.

Nas viagens de férias, aproveitava para trazer mercadorias do Paraguai e vender para os colegas de faculdade. Eram fi tas, vi-deocassetes, artigos de informática, óculos e relógios, comprados com o dinheiro de um mês de mesada dada pelo pai. “Quando ele conseguia me dar o equivalente a dois me-ses, eu pegava uma parte do dinheiro para comprar esses produtos”, lembra. Assim, ele conseguia uma renda extra para gastar com roupas e diversão. Depois de um tempo, Martinez começou também a levar camisetas do Brasil para vender no Paraguai. “Comecei a ganhar nos dois sentidos da viagem.”

No entanto, a pior barreira a ser enfren-tada pelo jovem paraguaio seria a obtenção da carteira de trabalho. Graduado em 1995, após seis anos e meio de estudo, Martinez começou a procurar emprego no Brasil, mas portava ainda o visto de estudante, que não permitia o exercício de atividade remunera-da. Quando se formou na metade do ano, convenceu o pai a continuar enviando me-sada até que encontrasse algum serviço. O trato estabelecido foi o seguinte: se não esti-vesse empregado até o seu aniversário – dia 15 de novembro –, voltaria para casa. Já apai-xonado pela sua atual esposa, Martinez es-tava decidido a fi car aqui e não desistiu fácil.

Primeiro, inscreveu-se em vários progra-mas de trainee. “Era a receita de procurar em-prego para todo engenheiro recém-formado na época”, lembra. Chegou às etapas fi nais de processos seletivos do antigo Banco Na-cional, da Sudameris, Souza Cruz e do Banco

Votorantim, mas na hora da contratação via seu sonho cada vez mais distante: sem cartei-ra de trabalho ninguém queria empregá-lo. “No Banco Votorantim, acho que gostaram um pouco mais de mim e chegaram a me entrevistar duas vezes para saber se eu valia ou não valia a pena. E não teve jeito”, con-ta. “Esse tipo de investimento é difícil num programa de trainee. Certamente tinha mais gente na fi la, que seria mais fácil contratar.”

Maratona

Martinez começou então a procurar em-prego pelo jornal. “Comecei a apontar um pouco mais embaixo. Meu negócio era ter um trabalho para poder me sustentar aqui.” Res-pondeu a um anúncio e foi até uma empresa, onde preencheu um questionário. Participou novamente da maratona de entrevistas, dinâ-micas de grupo e descobriu que havia sido se-lecionado para vender cursos da Escola Pana-mericana de Arte. Quando foi chamado para trabalhar, soube que deveria passar por uma semana de treinamento. Até então, a carteira de trabalho não havia sido solicitada.

No fi nal do terceiro dia do treinamento de vendas, a responsável pelo departamen-to de Recursos Humanos solicitou os docu-mentos para contratação. Martinez expôs o seu problema e, depois de o presidente da empresa ter sido consultado, a resposta foi negativa. “Eles admitiram o erro de não ter me pedido a carteira antes, e me deixaram terminar o curso”, lembra. Era uma quarta-feira à tarde, e na próxima seria dia 15 de novembro. “Naquela hora pensei: acabou de novo! Saí, tomei um porre e faltei na quinta-feira de manhã”, conta Martinez. Quando se recuperou, voltou ao curso, no período da tarde, interessado apenas em acrescentar mais uma formação ao currículo.

Ao chegar, o treinador repreendeu Marti-nez, que contou sua história e teve como res-posta: “Fique tranqüilo, mas vá até o fi nal”. Ele não sabia, mas estava diante do então presidente da Thomas International Brasil. Na sexta-feira, quando acabou o curso, re-cebeu um convite para trabalhar com ele. “Não sei se você não escutou direito a mi-nha história, mas não tenho carteira de tra-balho”, disse ao treinador. Mas, ao contrário das vezes anteriores, alguém estava disposto

“O fundamental para o meu sucesso foi acreditar no que eu fazia, no produto, e gostar do que eu estava fazendo”

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Hoje, a filial brasileira é a segunda no mundo que mais avalia pessoas e possui o quarto maior faturamento. Os resultados alcançados por Martinez renderam um con-vite do antigo treinador, em 2005, para que assumisse a vice-presidência da Thomas Latin America, e também são um estímulo para novas idéias. Com disposição de atleta, Martinez está transformando uma divisão da Thomas em empresa própria e começando outra, de coaching. Negocia também a vin-da de uma academia de vendas dos Estados Unidos e possui um projeto próprio, o Fu-tebol Fantasia – jogo virtual pela internet.

Nessa trajetória, esportes, família e ami-gos sempre o acompanharam. “Acredito que cabe tudo, se bem organizado”, diz. Martinez competiu no Mundial Master de natação em Munique, em 2000, e fez esportes de aventu-ra até o nascimento da fi lha, em 2005. Ainda pratica corrida, spinning e musculação, mas acredita que a melhor recompensa está fora do ambiente competitivo do esporte. “É ver as pessoas que estão comigo, que começa-ram trabalhando junto, também evoluírem”, conclui. Como um capitão à frente do time, Victor Martinez aprendeu a liderar e a traba-lhar em equipe. Os resultados são comparti-lhados por todos.

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Nasce em Assunção, capital do Paraguai, Victor MartinezSelecionado para programa de intercâmbio de estudosChega ao Brasil para estudar na UFSCarGraduação em Engenharia de ProduçãoÉ sorteado para treinamento da Thomas na Inglaterra Classifica-se como o segundo melhor vendedor no mundo da Thomas International Assume a presidência da Thomas International BrasilParticipa do Masters de natação de MuniqueAssume a vice-presidência da Thomas Latin America

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Victor MartinezThomas International Brasil

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a investir nele. “Ele me disse que isso não era problema e que tinha advogados para dar um jeito”, conta. Na segunda-feira, dia 13 de novembro de 1995, Victor Martinez tornava-se o mais novo funcionário da Thomas.

No começo, Martinez tinha um pouco de preconceito sobre o trabalho. “Imagine o que signifi ca você estudar engenharia e ser vendedor de consultoria? E ainda contar isso para o seu pai?” Com o tempo, desco-briu que tinha talento para falar, vender e se expressar. Após três anos na empresa, foi o segundo melhor vendedor do mundo de consultoria e junto com um colega brasilei-ro, o primeiro colocado mundial, detinha quase 80% do faturamento da Thomas no Brasil. “O fundamental para o meu sucesso foi acreditar no que eu fazia, no produto, e gostar do que eu estava fazendo”, avalia.

Depois de quatro anos na Thomas, foi convidado a assumir a presidência, num período de extrema instabilidade financeira da empresa. Devido ao atraso dos salários, o antigo presidente decidiu abrir o capital, transformando os dois consultores em só-cios, e nomeou Martinez para o seu cargo. Na época, era o funcionário mais jovem e com menos experiência do escritório, mas aprendeu a se comportar como chefe dian-te dos colegas. “Entender que a empresa não dependia somente de mim, mas de uma equipe, foi outro diferencial para o meu sucesso. Tive a preocupação de ensi-nar mais gente a fazer tão bem quanto eu, em reproduzir meu talento”, conta.

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Salto de

qualidadeSebrae destina até R$ 12 milhões para incubadoras já consolidadas suprirem deficiências das empresas incubadas

por Giovana Perfeitoda Agência Sebrae de Notícias

Em outubro o Sebrae Nacional vai di-vulgar os projetos selecionados pelo Edi-tal 06/2008, lançado pela instituição para apoiar incubadoras de empresas. Serão disponibilizados até R$ 12 milhões para o desenvolvimento de projetos que deverão contemplar o atendimento a empresas in-

cubadas em questões de gestão empresa-rial, acesso a mercados, inovação, tecnolo-gia e acesso a serviços financeiros.

O prazo para envio das propostas ter-minou no dia 29 de agosto e puderam concorrer a esse apoio incubadoras de em-presas em funcionamento há, no mínimo, quatro anos, que apresentassem seis em-presas incubadas e já tivessem graduado duas empresas. Para participar do proces-

so de competição, as entidades gestoras de incubadoras tiveram que se articular diretamente com as unidades estaduais do Sebrae.

“Essa ação está inserida no esforço do Sebrae de aumentar o número de micro e pequenas empresas inovadoras no País. Com esse edital, pretendemos dar um sal-to no movimento de incubadoras brasilei-ras. Ao conferirmos apoio a incubadoras

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www.sebrae.com.br

brae Nacional, Paulo Alvim, esse apoio é muito importante para o desenvolvimento das incubadoras. “Estamos apoiando proje-tos que atenderam ao desafio de aumentar o número de empresas incubadas no País. Esse esforço vai contribuir significativamen-te para o aumento de micro e pequenas em-presas inovadoras”, diz.

Por meio da Unidade de Acesso à Inova-ção e Tecnologia do Sebrae Nacional, serão disponibilizados para os projetos até R$ 3,6 milhões. Cada projeto poderá ter recursos de até R$ 120 mil para um período de exe-cução de dois anos, sendo que o valor do Sebrae deve representar no máximo 60%.

Os projetos apoiados contemplam o atendimento a novas empresas incubadas, no que diz respeito a questões de desenvol-vimento empresarial, melhoria de gestão, acesso a mercado, a tecnologia e inovação, além de acesso a serviços financeiros. A lis-ta completa dos selecionados está no site do Sebrae (www.sebrae.com.br), no menu Chamadas Públicas (edital 01/08).

em estágio mais maduro, que já ultrapas-saram a fase de consolidação, consegui-mos partir para um salto de qualidade”, explica o gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Sebrae Nacio-nal, Paulo Alvim.

Segundo o gerente, o apoio pretende auxiliar no sucesso dos negócios. “Um dos indicadores que utilizamos para me-dir isso é o incremento significativo do fa-turamento das empresas em um período de 36 meses. Essa indução está presente no edital porque é um indicador que per-mite geração de renda, impostos e postos de trabalho”, diz Alvim.

As entidades gestoras de incubadoras vão receber apoio para atividades como aceleração do desenvolvimento das em-presas beneficiadas pelo projeto, apoio técnico e gerencial para as empresas por meio de capacitações e consultorias, di-vulgação das empresas e aumento da interação entre o setor empresarial e as instituições tecnológicas.

Um dos critérios previstos no edital é que cada entidade interessada poderia apresentar projeto para beneficiar no mí-nimo três empresas e no máximo 15 em-presas incubadas, cujo faturamento (re-ceita operacional líquida) anual em 2007

situe-se entre R$ 100 mil e R$ 1,8 milhão. Até 50 incubadoras de empresas poderão ser apoiadas pelos recursos do edital.

Apoio contínuo

Este ano o Sebrae já lançou outros edi-tais para incentivar a inovação nos empre-endimentos de micro e pequeno portes. Um deles é o Edital Projeto de Promoção de Empreendimentos Inovadores ou Cha-mada 01/2008.

Por meio deste edital, o Sebrae sele-cionou propostas destinadas a apoiar in-cubadoras das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. Das 55 propostas enviadas, 40 foram selecionadas.

O Estado do Ceará, que enviou oito pro-jetos, teve sete propostas aprovadas. Na se-qüência, vem Mato Grosso do Sul com cin-co propostas. Empatados em terceiro lugar estão os estados do Mato Grosso, Alagoas e Pernambuco, todos com quatro propostas selecionadas. Segue o ranking o Estado do Tocantins com três propostas. Bahia, Pará, Distrito Federal e Goiás tiveram duas pro-postas aprovadas, e Rio Grande do Norte, Sergipe e Rondônia, uma.

De acordo com o gerente da Unidade de Acesso à Inovação e Tecnologia do Se-

RICARDO LIMA RONALDO GUIMARÃES

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aprendizPrimeiro ele aprendeu a empreender, em uma pequena empresa, para depois criar um dos maiores grupos brasileiros de treinamento em TI

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Local de nascimento: São Roque (SP)Formação: Engenharia Eletrônica e MBA em AdministraçãoEmpresa: Grupo ImpactaRamo de atuação: Treinamentos em TI e DesignAno de fundação: 1988Cidade-sede: São PauloNúmero de funcionários: 160 funcionários e 300 colaboradores nas unidades de ensino

Célio Antunes de Souza

por Andréa da [email protected]

O empresário Célio Antunes de Souza aprendeu cedo a valorizar o dinheiro e a desenvolver um espírito empreendedor. Quando criança, o fundador do grupo educacional Impacta Tecnologia e vice-presidente da Associação Brasileira das Empresas de TI (Assespro/SP) era remunerado por pequenos trabalhos prestados ao pai, como engraxar sapatos ou juntar as bolinhas durante jogos de tênis. “Cada pequeno serviço que eu fazia, ganhava um certo valor, não havia mesada gratuita”, conta. Hoje, Souza deixa transparecer um ar de satisfação e tranqüilidade ao falar de sua trajetória no mundo dos negócios. E com razão: construiu um empreendimento sólido e impressionante. A Impacta, criada em 1988, tornou-se uma das maiores empresas de treinamento em tecnologia no Brasil, ocupando oito andares de um edifício na Avenida Paulista, no coração de São Paulo. Atualmente, o grupo está dividido em três unidades: Educação Continuada, Educação Aca-dêmica (composta pela Faculdade e Colégio Impacta Tecnologia) e Itacorp Consultoria Estratégica de TI & Gestão. Oferece uma linha completa de treinamento profi ssional em áreas como internet, intranet, redes, e-commerce, banco de dados, CAD, desktop publishing, metodologias de desenvolvimento, multimídia, vídeo digital, web design e telecomunicações, entre outros.

Formado em Engenharia Eletrônica pela Universi-dade Mackenzie e pós-graduado em Administração de Empresas pela FGV/SP, Souza preferiu tornar-se empre-endedor por vias menos comuns do que a maioria das pessoas. Ao terminar a faculdade, buscou uma empresa bem pequena e com pessoas de alta formação para tra-balhar. “Enquanto meus colegas foram para a IBM e outras grandes corporações, escolhi a menor empre-sa possível com bom potencial de crescimento e boas cabeças porque queria aprender a empreender.” A estratégia deu certo. Ele começou em uma minúscula fábrica de computadores em uma sala de 25 metros quadrados em Diadema (SP) que, anos depois, se tor-nou a maior indústria de computadores do Brasil – a Microtec. “O negócio pertencia a um ex-professor e os sócios eram um ph.D. em microeletrônica e outro ph.D. em software, e o diretor administrativo-fi nan-ceiro vinha da indústria automobilística e sabia tudo de administração”, afi rma Souza.

Foram oito anos de aprendizado, passando por quase todos os setores técnicos e administrativos, mas sempre com a idéia de ser dono de sua própria empre-sa. Durante esse tempo, fez o MBA em Administração e pensou em um nome que pudesse representar uma marca forte para seu negócio. “Eu nem sabia que tipo de empresa queria ter, mas sabia que precisava de uma marca forte”, revela. Foram cerca de dez idas e vindas ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi)

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para tentar o registro de marca. “Todas já exis-tiam. Então, um dia dei um soco na mesa e pensei: preciso de um nome para impactar o mercado. Daí surgiu o nome Impacta”, con-ta. Ele foi correndo ao Inpi e descobriu que só existia uma metalúrgica com esse nome. “Rapidinho tratei de abrir minha empresa, re-gistrando-a em várias classes porque não sabia ainda o que fazer: educação, fabricação, assis-tência técnica.” O passo seguinte foi criar o lo-gotipo, o que levou um ano e meio. “No MBA fi z estudo de marcas, conversei com várias pessoas da área de marketing e até místicos, e percebi que as marcas de sucesso tinham um nome forte e uma fi gura em primeiro plano”,

Célio Antunes de SouzaA V O Z D A E X P E R I Ê N C I A

meses para conseguir tirar uma nota fiscal, por exemplo”, afirma. “Enquanto isso, elas já estão gastando com aluguel, IPTU e ou-tros custos e acabam morrendo na praia”, acrescenta. Comprou também bancadas, osciloscópio, solda, documentação de har-dware e software e deixou tudo no aparta-mento. “Tinha tudo que era preciso para montar um laboratório completo que servi-ria tanto para manutenção quanto para con-sultoria.” Com a casa cheia, percebeu que já era possível montar uma assistência técnica para conserto de placas e circuitos, mesmo sem sair da Microtec. “Eu já sabia que não era um negócio de muito futuro porque o

diz. Com esses conceitos em mente, criou o logo da Impacta, que permanece o mesmo nesses 20 anos.

Primeiros passos

Ainda sem saber que caminho seguir, Souza comprou um armário de aço, levou para o apartamento e foi montando toda a parte burocrática da empresa (contrato social, documentos de registro da marca, etc.). “Aqui no Brasil ninguém se prepa-ra para isso. As pessoas pegam o FGTS e abrem qualquer negócio, não se dão conta de que esse processo é moroso, leva seis

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biblioteca especializada, mas faltavam equi-pamentos. “Comprei mesas e cadeiras usa-das com cheques pré-datados e fui ao almo-xarifado da Microtec para ver se me davam alguns equipamentos que não funcionavam mais. Enchi a perua até a boca com umas 400 CPUs, teclados e monitores, comprei prate-leiras e enchi a sala com tudo aquilo para as pessoas verem que tinha alguma coisa lá, mas nenhuma máquina funcionava”, reve-la. “Quem olhava aquilo se impressionava”, acrescenta. O resultado veio rápido. Com as primeiras matrículas, ele comprou 12 com-putadores e as aulas fi nalmente começaram.

Hoje, a empresa forma cerca de 3 mil alunos mensalmente, em 128 laboratórios de aula. “Nunca quis ser apenas uma escolinha de informática. Quando aluguei aquela sali-nha na Paulista já pensava em me tornar uma universidade.” Por isso, depois de 15 anos no mercado, Souza resolveu inovar mais uma vez e criar a Faculdade Impacta (FIT). “Eu queria a melhor de todas, então a consultoria que contratei me disse que eu precisaria contra-tar os melhores cérebros do Brasil”, explica. “Fui procurar na Engenharia de Computação da Poli, na USP, e o coordenador me ajudou a prospectar o corpo docente adequado”, diz. Na Poli, Souza conheceu o professor Valdéres Pinheiro, que desenvolvia uma tese de douto-rado sobre um projeto de escola virtual nos moldes que ele queria para a Impacta, e aca-bou se tornando o coordenador da FIT. Foram quatro anos para achar o prédio adequado, contratar professores, desenvolver os cursos e colocar o projeto em funcionamento. Os 1,8 mil alunos têm tudo disponível na web. Embo-ra as aulas sejam presenciais, é possível baixar o conteúdo em iPod ou acessá-lo na CDteca da faculdade. Souza também criou certifi ca-ção, metodologia e materiais próprios, redu-zindo os custos de pagamentos de royalties a empresas estrangeiras que chegavam a R$ 200 mil mensais. “O mercado de TI está entrando em colapso porque há uma grande carência de mão-de-obra técnica com alta formação, e foi exatamente nesse nicho que a Impacta se posicionou”, afi rma Souza, com a visão e pers-picácia de sempre.

LINHA DIRETA

Célio Antunes de Souza: (11) 3254-2200 www.impacta.com.br

O Q U E N Ã O FA Z E RNão assinar contratos sem ler

Nunca prometer o que não pode entregar

Procurar oferecer a melhor qualidade, mesmo que num primeiro momento você perca

Não prejudicar ninguém, pois o troco sempre vem de forma muito rápida

BÚSSOLA EMPRESARIAL

O Q U E FA Z E RNão demorar muito para abrir uma empresa (quanto mais velho menor a vontade de correr riscos)

Pensar grande, mas com os pés no chão

Só arriscar se tiver certeza (pesquisar e planejar)

Trabalhar com cautela

Tratar todos de forma igual

tamanho dos circuitos tendia a diminuir e as pessoas em breve começariam a descartar as placas em vez de consertá-las”, relembra. Mesmo assim, alugou uma sala de 6 metros quadrados no bairro paulistano Vila Olímpia e começou a prestar serviço para outras em-presas de assistência técnica maiores. “Esse negócio me deu uma dor de cabeça enorme porque a mão-de-obra era escassa, meus funcionários tinham outros empregos e só vinham à noite – quando apareciam –, e eu não conseguia entregar os serviços”, conta.

A solução foi mudar de rumo. Por suges-tão de um ex-colega de trabalho, abriu uma escola de treinamento para formar técnicos

em TI. Animado, mas cauteloso, Souza resol-veu testar o mercado primeiro. “Aluguei uma sala na Avenida Paulista, com mesa, cadeira e fax e desenvolvi folhetos para divulgar o cur-so da minha escola. Encomendei 120 mil fo-lhetos na gráfi ca para pagar em 90 dias e fui distribuir na saída da 1ª Fenasoft”, diz. “Vá-rias pessoas ligaram, interessadas, até que apareceu um cara lá na sala querendo saber onde seriam as aulas e a moça que contratei disse ‘o curso é aqui’, mas não tinha nenhum equipamento lá e ele foi embora assustado, achando que era um golpe.” Para resolver o problema, o empreendedor alugou uma pe-rua e levou tudo que tinha, incluindo uma

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Terceirizado ou próprio, data center é essencial para manter os dados de pequenas a grandes empresas em segurança

A SETE CHAVESpor Cléia Schmitz

[email protected]

Você já pensou no que aconteceria com a sua empresa se todos os dados armaze-nados eletronicamente fossem perdidos? Melhor nem pensar? Pelo contrário. Para evitar dores de cabeça, é preciso planejar muito bem a segurança das informações e investir numa estrutura adequada de data center, seja ela própria ou terceirizada. A contratação de empresas especializadas já é

uma tendência consolidada no mer-cado brasileiro e vem apresentando crescimento anual de 15%. Na medi-da em que a gestão de infra-estrutu-

ra de Tecnologia de Informação (TI) se torna mais necessária para atingir os objetivos do negócio, aumenta o número de empresas que buscam data centers especiali-zados para proteger seus dados.

De acordo com especialistas des-se mercado, a decisão em manter uma

infra-estrutura própria ou transferir o serviço para uma empresa especializada depende basicamente do nível de inde-

pendência da tecnologia. “Se for alta, reco-mendamos a contratação de um data center onde é possível ter um ambiente com alta segurança, acessibilidade e escalabilidade”, afi rma Marco Américo, vice-presidente-exe-cutivo de Data Center da Diveo. Por escalabi-lidade, entenda-se a capacidade que o forne-cedor de infra-estrutura de processamento e armazenamento de dados tem de crescer junto com o negócio do contratante, ofere-cendo novos patamares em serviços.

Segundo Marco Américo, essas caracte-rísticas fazem a diferença tanto para grandes como para pequenas empresas. Companhias do porte de uma Petrobras, por exemplo, que têm data centers próprios, também usam estruturas de terceiros para dar conta de sua demanda pelo serviço. Para os empre-endedores menores, a vantagem é conseguir usufruir de uma estrutura tecnológica so-fi sticada, que certamente não conseguiriam manter sozinhos. “O ganho de escala permi-te às pequenas empresas utilizar o mesmo recurso que uma empresa 100 vezes maior”, compara o executivo da Diveo. A empre-

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sa conta com dois data centers localizados em São Paulo, que atendem mais de 1,2 mil clientes, entre eles Carrefour, Visa Vale, Li-vrarias Saraiva e ABN Amro Bank.

Para Ronei Silva, sócio-diretor da TGT Consult, consultoria especializada na área de TI, a difi culdade em acompanhar as cons-tantes inovações foi um dos fatores que mo-tivou as empresas a abandonar estruturas próprias nos últimos anos. A contratação de um bom data center pode ser o caminho mais fácil para ter acesso ao que há de mais sofi sticado no mercado e não fi car refém de tecnologias obsoletas e pouco seguras. Outro fator importante é a tendência das empresas focarem em seu core business, ou seja, exercerem apenas as atividades fi ns do negócio e entregar a terceiros o que não é sua especialidade.

Outro fator que estimulou muitos empre-sários a levarem suas estruturas para fora da empresa foi a oportunidade de reduzir custos. No entanto, de acordo com Silva, essa expec-tativa acabou não se concretizando na maioria dos casos. “Em 20 anos atuando na área, eu nunca vi uma empresa dizer que economizou com a contratação de um data center.” Mas, segundo o próprio consultor, se por um lado o empresário continua tendo os mesmos cus-tos de um data center próprio, por outro, ten-de a reduzir riscos com ganhos na qualidade.

Para Silva, não há como fazer milagre: “Tecno-logias de última geração têm um custo alto e por isso a equação de data center terceirizado mais barato nunca fechou”.

Para Thiago Charnet, diretor de Soluções de Outsourcing de TI da DHC Outsourcing, não há mesmo como comparar a maioria dos data centers próprios com estruturas de em-presas especializadas. “É claro que um clien-te com um servidor embaixo da mesa vai ter um custo muito menor do que se contratar um data center. Mas eu tenho certeza que construir um data center de 10 metros qua-drados sai mais caro do que contratar esses mesmos 10 metros quadrados em uma em-presa terceirizada. O nível de serviço é bem superior”, afi rma Charnet. Criada há oito anos, a DHC tem dois data centers e atua em ambientes de missão crítica, aqueles que não podem parar em hipótese alguma como, por exemplo, sites de comércio eletrônico e sis-temas de controle de estoques.

Questão de segurança

Pior do que enfrentar blecautes tempo-rários só mesmo a perda defi nitiva de dados. Por isso, segurança é outro fator determinante na escolha de um data center. Charnet conta que recentemente duas empresas procuraram a DHC depois de terem seus equipamentos

roubados. Em uma delas foram levados 67 servidores. “O mais importante é o cliente se sentir seguro. Estamos conversando com alguns supermercados que perceberam que a loja não é o local mais apropriado para manter servidores”, afi rma Charnet. Segundo o exe-cutivo, até 2003 a DHC tinha muita difi culda-de em trazer servidores para seu data center. “Hoje o que menos se encontra é servidor na casa do cliente porque a infra-estrutura de data center virou meio que uma commodity.”

Na opinião de Charnet, o mercado bra-sileiro amadureceu muito nessa área nos úl-timos anos. Ele diz que no início da década, quando a DHC foi criada, era preciso antes vender o conceito de data center para de-pois comercializar o serviço oferecido pela empresa. “Hoje a conversa com o cliente é muito mais simples”, afi rma o executivo. Pro-va disso é o crescimento da DHC, um índice de 40% nos últimos três anos, bem acima da média de 15% do mercado de outsourcing.

O crescimento desse mercado também surpreendeu a Locaweb. Especializada em hospedagem de sites, a empresa inaugurou seu primeiro centro de processamento de da-dos em 2006 e já alcançou mais de 1 mil clien-tes, meta estabelecida para 2010. A maioria dos clientes são empreendimentos de peque-no e médio portes. “Os três últimos semestres foram muito bons. Com o crescimento eleva-

Américo: “Ganho de escala permite às pequenas utilizar o mesmo recurso que empresas 100 vezes maiores” Charnet: data center virou commodity

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nar com o fornecedor (veja quadro). Há ainda outro erro comum dos empre-

endedores que leva ao descontentamento com o serviço de data center. Segundo Silva, ao terceirizar a infra-estrutura muitas empre-sas ignoram a necessidade de manter uma gestão interna de TI. “O empresário acha que só porque terceirizou não precisa ter nenhu-ma governança interna para cuidar da gestão do serviço”, comenta. Mais do que qualquer outro parceiro, o fornecedor de data center deve apresentar relatórios de resultados para que o cliente possa fazer o acompanhamen-to de perto. Afi nal, geralmente os contratos são de longo prazo, cinco anos no mínimo, e nada pior do que fi car refém de um serviço ruim. Principalmente quando o que está em jogo são os dados da sua empresa.

CONTRATE CERTO

Especializada em consultoria de TI, a TGT Con-sult fez um passo-a-passo para a contratação de serviços de tecnologia. Acompanhe algumas dicas importantes:

PROPOSTACrie um formulário de avaliação para o fornece-dor responder sobre a qualificação dos serviços. Isso facilita a análise das propostas, nivelando os fornecedores. Geralmente, as propostas são grandes e detalhadas, por isso, quanto mais pa-dronizadas, mais fácil será a análise.

OBJETIVO DA CONTRATAÇÃODescreva objetivamente as razões pelas quais os serviços serão terceirizados ou os fornecedores substituídos. Estime a redução de custos e a melhoria de qualidade do serviço. Seja bastante específico para que o fornecedor entenda a atual situação e a intenção da contratação.

DEFINIÇÃO DO SERVIÇODescreva as características do serviço e o que deve ser executado pela empresa contratada. Fique atento principalmente aos serviços que serão prestados por longo espaço de tempo, já que a tecnologia pode ser alterada rapidamente. Evite descrições do tipo: “serviço de instalação de Windows XP em máquinas Intel”. Prefira des-crições mais resistentes ao tempo como, por exemplo, “serviço de instalação de software padrão em máquinas cliente”.

MINUTA DO CONTRATOApresente ao fornecedor um modelo de contrato com cláusulas de cunho legal e de serviços. No âmbito legal, o contrato deve abordar assuntos como garantia, padrões legais do cliente, nor-mas, rescisão, entre outros. Nas cláusulas re-ferentes ao serviço devem constar as condições para implantação dos serviços e a obrigatorie-

dade de apoio na saída, além dos temas como penalidades, continuidade e subcontratação.Evite recorrer ao fornecedor para estruturar o contrato. Se for necessário auxílio externo, pre-fira uma empresa independente.

FORMA DE APURAÇÃO DO PREÇOA forma de pagamento do serviço deve ser defini-da antecipadamente. Programe valor fixo mensal, preço por uso, preço por recurso, fatura centrali-zada, fatura por filial, etc. Uma opção é vender os ativos ao fornecedor e, assim, obter recursos para investir em outras prioridades de TI.

ACORDO DE NÍVEL DE SERVIÇO (SLA – SERVICE LEVEL AGREEMENT)Defina o nível de serviço mínimo aceitável (SLA) da empresa e dos usuários. SLA baixo não sig-nifica serviço ruim. Leve em consideração que quanto mais alto o SLA, mais caro o serviço.

LINHA DIRETA

TGT Consult: (11) 3071-4456Diveo : 0800 160066DHC Outsourcing: (11) 3848-7799Locaweb: (11) 3544-0400

T I Tecnologia da Informação

do da banda larga, percebemos que o merca-do de pequenas e médias empresas começou a se adequar à terceirização, ou seja, agora que as empresas conseguem ter estrutura de banda larga, podem mantê-la no data center e se preocupar só com o seu negócio”, afi rma Fernando Zangrande, diretor de Operações e Qualidade da Locaweb.

A empresa já planeja construir um novo data center e deve esse crescimento ao foco em pequenos empreendimentos. Zangrande explica que a divisão de data center é uma evolução da hospedagem compartilhada de sites. “Quando nossos clientes passaram a ter-ceirizar suas estruturas, já estávamos prepara-dos para atendê-los.” Ao contrário da maioria de seus concorrentes, a Locaweb começou pela base da pirâmide e hoje atende também grandes empresas. Para Zangrande, subir a pi-râmide é mais fácil do que descê-la.

Fuja de frustrações

Segundo o consultor Ronei Silva, apesar do serviço de data center terceirizado ser considerado pelo mercado como uma oferta madura, ainda há muitos casos de frustra-ções. A maioria é originada por problemas de contrato. Por isso, Silva aconselha os ges-

tores de TI a darem uma atenção especial ao momento de contratação para evitar quebra de expectativas depois. “É preciso deixar bem claras questões como a responsabilida-de do data center, os níveis de serviço, o que será terceirizado e como será terceirizado”, afi rma Ronei. A TGT fez um guia para orien-tar empresários a agirem certo antes de assi-

Ronei: atenção especial ao momento de contratação para evitar quebra de expectativas

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Relatório de web

Controle de importação A Bysoft, empresa especializada no

desenvolvimento de soluções completas para comércio exterior, lançou o i-Import – Módulos, específico para a gestão dos processos de um importador. A ferramenta, totalmente web, contempla os módulos de pedido de importação e pré-custo do pedi-do de importação, gestão de embarques,

conta corrente com despachante, follow up, custo final da importação, controle de câm-bio, geração de documentos e relatórios, e como opcional a emissão de notas fiscais. Além disso, com ele é possível a integração com os sistemas DD Gip-Lite/DD Broker/ I-Broker Import (Desembaraço de Importa-ção). (11) 3585-6000/www.bysoft.com.br

A Secure Computing, empresa líder em segurança de gateway corporativo, está co-mercializando uma nova solução para acom-panhamento em tempo real de atividades da web. O Secure Web Reporter fornece às em-presas ferramentas necessárias para entender mais rapidamente o tráfego atual na rede mun-dial de computadores. Disponível nas versões Básica e Premium, a solução permite que as empresas identifi quem tendências com mais facilidade, investiguem problemas potenciais, analisem as ameaças à segurança, e usem es-tas informações para modifi car e reforçar suas políticas de segurança. “Empresas precisam de relatórios compreensíveis e escaláveis para

PDA CorporativoA LWS está comercializando o

PDA Corporativo N3, compatível com qualquer operadora GSM e ideal para vendas e serviços em campo. A Claro é uma das operadoras de tele-fonia móvel a homologar o produto. Um dos diferenciais do novo PDA é o tamanho da tela, de 3,2 polegadas, superior aos demais no mercado; o processador com velocidade de 416 MHz; e o GPS integrado. A memó-ria é de 128 MB para documentos e mais 64 MB SDRAM. O lançamento conta ainda com as funções wi-fi , bluetooth compatível com conexões de dados e fone de ouvido sem fi o. O PDA vem com Windows Mobile 6.0 e a bateria é de 150 horas em stand by e duas horas em ligação. Todo o sistema operacional e o material es-tão em português. O preço sugerido do N3 é de R$ 2.399. Ele pode ser encontrado no www.virtualzap.com.br (venda no varejo) e diretamente na LWS para venda em grandes quan-tidades ou projetos. (11) 3142-9254 www.lws.com.br

entender o tráfego da web e as ameaças que este tráfego apresenta”, diz David Macey, vice-presidente e gerente-geral de Gateway de Web para a Secure Computing. O Secure Web Reporter Premium é vendido por assinatura. Oferece mais características e funcionalidades que a versão básica do Secure Web Reporter. www.securecomputing.com

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Atualização constante A Accept, empresa de soluções corpo-

rativas em TI participante do Intel® Chan-nel Partner Program, está oferecendo um produto diferenciado para as necessidades tecnológicas das empresas de diferentes portes, com faixa de faturamento anual de R$ 5 milhões a R$ 100 milhões: o Outsour-cing para Desktop e Impressão. A solução

garante a atualização tecnológica do atual parque de informática do cliente, permitin-do terceirizar toda a administração, o contro-le e o suporte técnico da empresa a partir de R$ 36 mensais. A vantagem é maior controle dos ativos e, conseqüentemente, uma análise real dos custos com TI, já que não é necessá-rio se preocupar com a atualização de com-

putadores e eventuais despesas. Além disso, o Outsourcing apresenta vantagens fi scais e fi nanceiras por meio da dedução do imposto de renda, maior efi ciência e qualidade no am-biente composto de produção e impressão, e atendimento “on-site” (controle de chama-dos/help desk), entre outros benefícios. (11) 2102-9420/www.accept.com.br

Localização certa

Sua empresa precisa de agilidade na localização de endereços? O uso de navega-dores GPS pode ser uma solução para evitar que motoristas se percam por ruas e bairros desconhecidos. A MGI está comercializando o iPAQ 318 Travel Companion, o novo nave-gador GPS da HP que vem com tela de toque de 4,3 polegadas, orientação falada e sistema de atendimento viva-voz para atender o ce-lular. Os mapas podem ser vistos em 3D e deslizam na tela com um toque de dedo. O

zoom permite que o motorista amplie sua visão de 3 mil metros de distância, propor-cionado pelo satélite, para uma visão ao ní-vel da rua. O sistema sonoro informa as dire-ções curva a curva. A memória ROM fl ash de 2 GB é sufi cien-te para armazenar mapas e transferir conteúdo de PC ou notebook de forma

rápida e fácil com o conector mini-USB. O iPAQ 318 Travel Companion já vem com os mapas do Brasil, produzidos pela belga Tele Atlas, uma das maiores do mundo em infor-

mações geográfi cas. O preço su-gerido é de R$ 1.499, valor que inclui kit veicular com carregador e suporte do pára-brisa, além de capa de couro para transportar o equipamento. (11) 4746-7700/www.mgi.com.br

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F R A N Q U I A S

Especialistas indicam a hora certa e os passos para expandir os negócios via sistema de franchise

por Andréa da [email protected]

Crescer de forma mais rápida e com me-nos custos – quando comparado à abertura de fi liais, por exemplo – é o grande atrativo do sistema de franquias. No entanto, a idéia de que franchising requer pouco capital ini-cial é falsa. De acordo com o consultor Mar-cus Rizzo, da Rizzo Franchise, o ideal é que se tenha uma reserva fi nanceira para esse perío-do de investimentos. “Há muitos gastos rea-lizados antes do recebimento dos primeiros honorários sobre as vendas. A implantação da loja piloto, o desenvolvimento do pacote de serviços, a confecção dos manuais, o pessoal empregado na manutenção dos serviços, bem como no recrutamento e treinamento dos franqueados são itens que devem ser levados em conta”, alerta. O lado bom é que transfor-mar um pequeno negócio em um sistema de franquias permite reforçar a imagem da em-presa no plano institucional e estabelecer uma perfeita identidade entre o produto e o ponto-de-venda. Além disso, administrar uma rede franqueada é uma tarefa relativa-mente fácil e requer uma estrutura enxuta, com poucas pessoas, já que os problemas do dia-a-dia tendem a ser absorvidos pelos fran-queados. Dessa forma, o franqueador pode focar o gerenciamento na produção e no desenvolvimento de produtos ou serviços.

“É por isso que muitas empresas nos moldes convencionais vêm convertendo suas lojas para franchising, descentralizando o pro-cesso administrativo e melhorando a perfor-mance dos pontos-de-venda”, afi rma Rizzo.

Para trilhar esse caminho de expansão com tranqüilidade e segurança, é necessário seguir uma série de etapas que permitirão gerenciar um negócio sólido e atrativo para outras pessoas investirem. A especialista em formatação jurídica de franquias e sócia do Grupo Machado, Patrícia Barreto Gavronski, explica que o pequeno negócio já deve ter se tornado competitivo, com capacidade de gerar e fi delizar clientes, ter resultados fi nan-ceiros comprovados, identidade própria e marca registrada antes de iniciar o processo. Segundo ela, para crescer através do sistema de franchising é recomendável ter no mínimo três unidades próprias, que posteriormente serão chamadas de unidades piloto. A opera-ção dessas unidades faz com que o franque-ador consolide sua experiência no conceito de negócio, defi na métodos de trabalho e in-troduza novos produtos ou serviços, testando sua efi cácia antes da multiplicação da rede. “Nessa fase, todos os acertos são registrados e os erros excluídos”, diz Patrícia. O dono do pequeno empreendimento precisa começar a pensar como grande empresa, estruturando a equipe, as estratégias, a administração e ges-tão de suas unidades.

O passo seguinte, conforme Patrícia, é fazer um estudo de viabilidade econômica da marca a ser franqueada. O objetivo é mi-nimizar possíveis falhas, com ênfase nas áreas fi nanceira e tributária – responsáveis pela aná-lise de custo dos produtos, margens, ponto de equilíbrio de uma unidade, retorno do capital investido e potencial de lucratividade para os parceiros. Terminado o estudo, é o momento da elaboração dos instrumentos jurídicos a serem utilizados na rede de franquias. “Esses documentos são fundamentais para a segu-rança do negócio, pois todos os segredos e regras de atuação devem estar protegidos em contrato, e esta proteção se estende também ao franqueado”, afi rma. Entre eles, a Circular de Oferta de Franquia (COF), pré-contrato e contrato. A COF deve ser entregue ao futuro franqueado pelo menos dez dias antes de ele assinar o pré-contrato, pois contém todas as informações essenciais e relevantes sobre o empreendimento. No documento fi nal é pre-ciso especifi car o período do contrato, as con-dições para a renovação e para rescisão.

Defi nido o sistema e feito o recrutamen-to dos primeiros franqueados, é hora de aju-dá-los a estabelecer seu negócio. Para cada selecionado, é preciso oferecer treinamento prático através da unidade piloto; ajudar na localização e instalações adequadas; indicar o projeto, layout das lojas e decoração de vitrines; e assistir na abertura do negócio,

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LINHA DIRETA

Rizzo Franchise: (11) 4022-7345Machado Advogados: (11) 3284-2303

ajudando no lançamento e apoiando-o com equipe especializada durante as primeiras semanas. O franqueador deverá ainda des-tacar uma equipe para visitar regularmente os franqueados, monitorá-los e ajudá-los a resolver problemas. “É natural que no início, por falta de experiência, os franqueados soli-citem muitas vezes o apoio do franqueador, o que pode ser evitado com a elaboração de um bom manual com informações precisas sobre a operação”, lembra Marcus Rizzo.

Comunicação

Outro fator muito importante ligado ao sucesso do desenvolvimento da rede é a comunicação com os parceiros, o estabeleci-mento de um espírito de equipe e lealdade no relacionamento. Por isso, é necessário manter os franqueados informados sobre o desen-volvimento de novos produtos e de progra-mas de treinamentos; acompanhamento do mercado e alterações na legislação governa-mental. O planejamento e a organização são imprescindíveis para que as visitas periódicas aos franqueados, correspondências, confe-rências, reuniões, seminários de treinamento e encontros regionais ou nacionais aconteçam de forma satisfatória. “A falta de comunicação gera descrença no sistema, provocando a for-mação de associações de franqueados para cobrarem dos franqueadores um contato mais

OBRIGAÇÕES

COMO CHEGAR LÁ

Devem constar do contrato:

F RA NQU E A DORUso da marcaTreinamento na elaboração dos produtos ou serviços e na operação do negócioApoio no início da operaçãoFornecimento dos manuais de operaçõesDefinição de sistemas financeirosAssistência na solução de problemas localizadosMarketing e publicidade

F RA NQU E A DOO que pode e o que não pode ser vendidoPreservação do sigilo que envolve o processo e a fórmulaPadrões de desempenho Utilização integral do sistema de negócios do franqueadorUtilização de publicidade, propaganda, promoções e outros esforçosUtilização de equipamentos e instalações padronizadasPagamento de royalties pela utilização da fórmula e metodologia de trabalho do franqueador.

Tenha unidades próprias que servirão como piloto para testar a rede;Faça um estudo de viabilidade econômica e financeira; Monte uma estrutura de apoio aos franqueados para que tenham sucesso;Elabore os documentos jurídicos necessários (COF, pré-contrato e contrato);Tenha em mente as condições fundamentais para o desenvolvimento de uma rede bem-sucedida: dedicação, conhecimento técnico, pesquisa, investimento, uma equipe de profissionais habilitados, suporte jurídico especializado e total seriedade na condução do negócio.

freqüente”, observa Rizzo. “Quando bem rea-lizada, a comunicação pode contribuir muito com o desenvolvimento do negócio, a partir do retorno de idéias que podem ser utilizadas com sucesso”, acrescenta.

É evidente que a expansão através do sistema de franchising também apresenta riscos, como qualquer outro negócio. A cada unidade fechada, principalmente no início da expansão, há um enfraquecimento da marca e, conseqüentemente, uma queda no grau de confi ança de investidores e consumi-dores. “É possível voltar ao modelo anterior e continuar com as lojas próprias, mas pos-sivelmente os danos causados à marca terão que ser sanados através de novos investi-mentos”, afi rma Patrícia Gavronski. Outro cuidado é evitar o canibalismo entre as lojas franqueadas e próprias, o que pode ser feito com estudos de geomarketing, por exemplo. “Quanto mais ferramentas forem utilizadas nesse estudo, maior a possibilidade de im-plantar unidades em praças e pontos que realmente tenham potencial para se trans-formar em lucro”, aconselha Patrícia.

Patrícia: pequeno negócio deve ser competitivo, com capacidade de gerar e fidelizar clientes

Rizzo: a falta de comunicação entre franqueadore franqueado gera descrença no sistema

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Ginástica para o cérebro

Cyber ofi cinaEnquanto você espera seu carro

ser consertado, que tal um cafezinho, uma olhada nos e-mails ou uma leitura agradável? Foi pensando em oferecer esse conforto aos seus clientes que a Ofi cina Brasil resolveu montar peque-nas bibliotecas e cyber cafés em unida-des da rede. Sete das 50 franquias já possuem o serviço, que é gratuito. A idéia partiu do fundador e presidente Carlos Coimbra, que estreou a novida-de na loja própria da rede, com alguns dos títulos mais vendidos nas livrarias. O resultado, segundo ele, é muito positivo, pois os clientes não sentem o tempo passar. “Apesar dos serviços serem realizados, em média, em uma hora, levar o carro a uma ofi cina me-cânica é ter um problema para resol-ver e nada melhor do que promover entretenimento de qualidade”, explica Coimbra. A meta é implantar o concei-to nas unidades de todo o País. www.redeoficinabrasil.com.br

Hora da expansãoA FastFrame/Moldura na Hora abre sua primeira loja na Vila Mada-

lena, em São Paulo, em um espaço de 50 metros quadrados. A empresa proporciona suporte e infra-estrutura em molduras rápidas (uma hora) para pôsteres, quadros e objetos, de forma personalizada e exclusiva. Segundo o diretor da Master Franqueada, Fernando Guimarães, a nova unidade faz parte do projeto de expansão da rede. “Apenas no primeiro semestre batemos a nossa meta do ano, que são 10 novos contratos assinados, com as respectivas lojas operando até dezembro de 2008”, afi rma. O objetivo é ingressar em locais onde o segmento ainda é pri-mário e desenvolver um serviço diferenciado. www.fastframe.com.br

A Método Supera é a primeira rede de franquias de escolas de “ginástica para o cé-rebro”. Com 15 unidades no País, oferece um curso para aguçar o raciocínio lógico, a criatividade, concentração, foco, segurança, auto-estima, perseverança, disciplina e coor-denação motora em todas as idades. Sediada em São José dos Campos (SP), a franquia foi fundada pelo engenheiro aeronáutico Antonio Carlos Guarini Perpétuo em 2005, que desen-volveu metodologia própria com apostilas e o

uso do ábaco – instrumento milenar chinês. “É a primeira escola de curso livre da América Latina com a proposta de desenvolver o cére-bro”, afi rma Perpétuo. A escola em São José dos Campos tem cerca de 300 alunos. Outras unidades funcionam nos estados de São Pau-lo, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Rondônia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Goiás e no Distrito Federal. A meta é abrir mais 20 franquias até o fi m do ano. www.metodosupera.com.br

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Centro de treinamentoA rede de franquias de equipamentos

para fi tness, com 25 pontos-de-venda no Brasil, acaba de inaugurar a FIT4 Univer-sity – o mais novo centro de treinamento da franqueadora. A unidade fi ca no Bairro Itaim, em São Paulo, e sediará treinamentos

e capacitação de franqueados e funcionários da rede. O espaço tem vários ambientes que simulam uma loja montada, com todos os equipamentos, e área de treinamento para a assistência técnica, vendas, treinamento teórico e diversos departamentos da em-

presa franqueadora. A meta de expansão da empresa para os próximos anos é bastante ousada: serão 98 lojas instaladas no Brasil e 30 em outros países da América do Sul, tota-lizando 128 unidades. www.reebokfitness.com.br

Mulheres sofi sticadasA marca de moda feminina que veste mu-

lheres contemporâneas, sofi sticadas e com estilo amplia o número de lojas no Brasil e es-colhe Florianópolis para abrigar a primeira loja no Estado de Santa Catarina como parte do seu projeto de expansão. A unidade com 75 metros quadrados fi ca no Floripa Shopping e é coman-dada pelas empresárias Gabrielly e Solange Lanski. Com essa inauguração, a Folic soma 23 franquias em todo o Brasil. A meta é abrir mais três lojas nas cidades de Juiz de Fora (MG), Porto Alegre e Porto Velho. A empresa atua há 24 anos no mercado e conta com 54 lojas nos melhores shoppings brasileiros. A unidade na Ilha de Santa Catarina funciona de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feria-dos, das 14h às 20h. www.folic.com.br

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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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PA- PROJETO ARQUITETÔNICO, PM- PROJETO MERCADOLÓGICO, MP- MATERIAL PROMOCIONAL, PP- PROPAGANDA E PUBLICIDADE, PO- PROJETO DE OPERAÇÃO, OM- ORIENTAÇÃO SOBRE MÉTODOS DE TRABALHO, TR- TREINAMENTO, PF- PROJETO FINANCEIRO, FI- FINANCIAMENTO, EI- ESCOLHA DE EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES, PN- PROJETO ORGANIZACIONAL DA NOVA UNIDADE, SP- SOLUÇÃO DE PONTO

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A seguir, você terá orientações passo a passo. É importante que você leia tudo com muita atenção.

AVANÇOS DA LEI GERAL

A Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei Complementar nº 123 de 14 de dezembro de 2006) trouxe grandes avanços no que concerne à desburocratização no registro de aber-tura, alterações e fechamento para as pequenas e médias empresas.

Conceito de micro e pequenas empresas

Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a socie-dade empresária, a sociedade simples e o empresário individual devidamen-te registrado na Junta Comercial do Estado ou no Cartório de Registro das Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que:

I – Microempresas: obtenha recei-ta bruta igual ou inferior a R$ 240 mil, por ano calendário;

II – Empresas de pequeno porte: obtenha receita bruta superior a R$ 240 mil e igual ou inferior a R$ 2,4 mi-lhões, por ano calendário.

Cadastro sincronizadoDe acordo com a Lei Geral, as três

Formalizando o negócio

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Manual Etapa 3/Parte 2

Bem-vindo!É um prazer ter você participando

da Etapa 3 do Programa de Auto-Aten-dimento Negócio Certo, concebido pelo Sebrae e editado pela Revista Empre-endedor com o objetivo de ajudá-lo a formalizar seu negócio!

Se você está nesta etapa, isso sig-nifi ca que pretende registrar seu negó-cio. Então leia com atenção este ma-nual, pois nele você encontrará todas as orientações que vão lhe auxiliar na escolha da forma jurídica adequada para realizar a abertura da sua empre-sa, além de fornecer o passo-a-passo de como registrá-la nas esferas muni-cipal, estadual e federal.

Para isso você poderá contar, tam-bém, com o apoio da agência Sebrae mais próxima de sua casa. Em alguns estados, como Santa Catarina, por exemplo, o Sebrae se coloca como um agente facilitador do processo de re-gistro, repassando-o para contadores, segundo convênio mantido com o Con-selho Regional de Contabilidade, os quais farão todo o encaminhamento e acompanhamento das solicitações de registro dos clientes.

Porém, você mesmo pode realizar o processo de registro, caso opte por não recorrer aos serviços intermedia-dos pelo Sebrae. Para isso, siga as instruções publicadas na Revista Em-preendedor de agosto e de setembro.

esferas de governo (municipal, esta-dual e federal) deverão considerar a unicidade para registrar a empresa. Isto permitirá (na regulamentação) a sincronização de cadastro, ou seja, o empreendedor dá entrada dos pa-péis em um único órgão, e os papéis correm para outros órgãos e entida-des nas três esferas, fi cando o em-preendedor dispensado de ir a diver-sos lugares e apresentar os mesmos documentos. Integra e compatibiliza procedimentos, evita duplicidade de exigências e garante a linearidade do processo. Destaca-se ainda que os ór-

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A abertura de uma empresa não requer apenas técnica e capital. Há todo um trâmite legal a ser seguido. Ele se refere à parte burocrática, necessária para a abertura formal do empreendimento.Você necessitará do acompanhamento de um contador para lhe orientar e providenciar a documentação necessária. Procure a agência do Sebrae mais próxima de sua casa para agendar gratuitamente uma consulta com um contador.

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gãos vão manter várias informações na internet, facilitando pesquisas e consultas dos empreendedores antes da abertura do negócio.

As pesquisas e consultas prévias para a constituição da sua empresa deverão bastar para que o usuário seja informado pelos órgãos e entidades competentes:1 – da descrição ofi cial do endereço

de seu interesse e da possibilida-de de exercício da atividade dese-jada no local escolhido (Consulta de Viabilidade);

2 – de todos os requisitos a serem cum-

pridos para obtenção de licenças de autorização de funcionamento, segundo a atividade pretendida, o porte, o grau de risco e a localiza-ção (Licença de Funcionamento);

3 – da possibilidade de uso do nome empresarial de seu interesse (Bus-ca de Nome).

Alvará provisórioUm grande avanço da Lei Geral foi

que tão logo o estabelecimento consi-ga o registro, imediatamente os muni-cípios fornecerão um alvará de funcio-namento provisório para dar início às

atividades das MEs (microempresas) ou EPPs (empresas de pequeno porte), e, de novo, termina a atual difi culdade que o empresariado encontra em abrir o negócio, assumir todos os custos para a manutenção do empreendimen-to e, durante vários meses, aguardar a obtenção da última licença, fi cando, até então, impedido de iniciar suas atividades. Pelas novas regras, se o negócio representar baixo grau de ris-co poderá ser aberto, vender, comprar, servir, produzir e durante os seus seis primeiros meses será vistoriado, sem necessidade de vistoria prévia.

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LEGALIZAÇÃO PASSO A PASSO

Bem, de agora em diante vamos fi -nalmente listar um passo-a-passo com todos os órgãos a serem percorridos para a legalização de empresas.

Passo 1 – Orientação empresarialLocal: Escritório Sebrae

O primeiro passo é ir à agência do Sebrae mais próxima de sua casa. Na agência você receberá informa-ções sobre os princípios básicos para quem pretende montar uma empresa e receberá orientações quanto aos órgãos envolvidos no processo de le-galização dela, bem como tributos e benefícios tributários. No site do Se-brae de seu estado você pode desco-brir a unidade mais próxima.

Passo 2 – Consulta prévia do localLocal: Prefeitura Municipal

Vá até a prefeitura do município onde você pretende estabelecer a sua empresa, e verifi que a possibilidade dela funcionar no endereço pretendido. Para conhecer a legislação local, bem como os formulários exigidos, consulte a prefeitura ou busque orientação na agência do Sebrae mais próxima.

Passo 3 – Busca préviado nome da empresa

Dependendo do tipo de atividade da empresa, o registro será feito na:

Junta Comercial do Estado (Em-presário e Sociedade Empresá-ria), ou no

Cartório de Registro Civil das Pes-soas Jurídicas – RCPJ (Sociedade Simples).

Nesta etapa você verifi ca a exis-tência de nome idêntico ao escolhido para o registro da empresa. Se o nome já existe, você terá de escolher outro.

Sendo registro de Empresário, o nome é do próprio titular, acompanha-do da especifi cação da atividade. É aconselhável realizar a Busca Prévia no caso de pessoas que tenham a possibilidade de nome idêntico ao de outras. A Junta Comercial normalmen-te disponibiliza a solicitação desta pesquisa pela internet no seu site. O solicitante poderá receber o resultado da pesquisa via internet, pelo correio ou retirá-la no balcão da entidade.

Passo 4 – Cadastro Sincronizado Nacional

Registro do Contrato Social/Decla-ração de Empresário, CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica), Inscri-ção Estadual e Inscrição Municipal.

Dependendo do tipo de atividade da empresa, o registro será feito na:

Junta Comercial do Estado de San-ta Catarina – Jucesc (Empresário e Sociedade Empresária), ou no

Cartório de Registro Civil das Pes-soas Jurídicas – RCPJ (Sociedade Simples).

Com o cadastro sincronizado pre-visto na Lei Geral das Micro e Peque-nas Empresas, em um único passo você terá quatro resultados a seguir.

Registro do Contrato Social ou Declaração de Empresário

O Contrato Social ou Declaração de Empresário, em linhas gerais, estabelece o regime jurídico, as re-gras para o funcionamento e a liqui-dação da empresa.

Inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ)

O CNPJ é o cadastro administrado pela Receita Federal que registra as informações cadastrais das pessoas jurídicas e de algumas entidades não caracterizadas como tais.

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Inscrição EstadualA empresa que tem atividade de

Circulação de Mercadorias deve solici-tar sua inclusão no Cadastro de Con-tribuintes do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ob-tendo, assim, sua Inscrição Estadual.

Inscrição Municipal e Alvará de licença para estabelecimento

O Alvará é uma licença concedida pela prefeitura, permitindo a localiza-ção e o funcionamento de estabele-cimentos comerciais, industriais, agrí-colas, prestadores de serviços, bem como de sociedades, instituições, e associações de qualquer natureza, vin-culadas a pessoas físicas ou jurídicas.

Os prestadores de serviços estão obrigados a efetuar a inscrição no cadastro de contribuintes do muni-cípio, obtendo sua Inscrição Muni-cipal. A Inscrição Municipal é feita automaticamente junto com a obten-ção do Alvará.

Importante: As prefeituras poderão conceder um alvará de funcionamento provisório para a empresa dar início às atividades, antes da obtenção de uma Licença de Funcionamento (Passo 5).

Para iniciar suas atividades, será necessário solicitar, através de uma gráfica ou do seu contador, a impressão de notas fiscais ou autorização para utilização do cupom fiscal.As empresas de prestação de serviços recebem a autorização da prefeitura local.As que se dedicam às atividades de indústria e comércio recebem a autorização da Secretaria de Estado da Fazenda.

GERÊNCIA DA SOCIEDADE

A partir da vigência do novo Código Civil, o sócio-gerente deixou de ser o principal responsável pelos atos da empresa. Em seu lugar assume a fi gura do administrador, que pode ser tanto um sócio quanto um terceiro nomeado em contrato social ou instrumento em separado. No silêncio do contrato social, a administração da sociedade compete separadamente a cada um dos sócios.

Fonte: Viagem ao mundo do empreendedorismo, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA)

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Passo 1Orientação empresarial Sebrae

Passo 2Consulta prévia do local

Prefeitura Municipal

Passo 3Busca prévia do

nome da empresaJunta Comercial

Cartório de Registro de Pessoas Jurídicas

Passo 4Cadastro Sincronizado Nacional

Junta ComercialCartório de Registro de

Pessoas Jurídicas

Passo 5Licenças de funcionamento

Importante:Além dos procedimentos básicos

para constituição da empresa, de-pendendo do seu ramo de atividade, pode surgir a necessidade de serem cumpridos alguns procedimentos es-pecífi cos, tais como a obrigação de providenciar outros alvarás, licenças, registros, inspeções, livros ou docu-mentos em diversos órgãos como secretarias, departamentos, delega-cias, institutos, etc.

Para que não haja prejuízos ou pro-

blemas deve-se, antes de alugar ou comprar um imóvel ou realizar qual-quer registro de documento de uma nova empresa, verifi car na prefeitura se não existe alguma restrição para o exercício da atividade no imóvel ou na localidade onde será instala-da a empresa. Na documentação de direito ao uso do local, promessa de compra e venda ou escritura, deverá, também, constar a autenticação do Registro Geral de Imóveis (RGI).

É aconselhável fazer uma consul-

Passo 5 – Licenças de Funcionamento

Dependendo da atividade da em-presa e o grau de risco, elas deverão atender aos requisitos de segurança sanitária, metrologia, controle ambien-tal e prevenção contra incêndios. São exemplos:

Empresas em geral necessitam da licença do corpo de bombeiros;Uma padaria ou mercearia tem que obter o alvará sanitário;Uma lavanderia ou lavação de veí-culos tem que obter licença am-biental junto ao órgão ambiental responsável;Comércio atacadista de medica-mentos ou perfumaria necessita da autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Veja, no esquema a seguir, todo o caminho que você deve percorrer!

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008Para tirar suas dúvidas

referentes a este Programa entre em contato

conosco pelo telefone 0800 643 0401 ou pelo e-mail: negociocerto@

sc.sebrae.com.br

REFERÊNCIAS

BRASIL. Código Civil: Lei n.º 10.406, de 10 de janeiro de 2002. 54. Ed. São Paulo: Saraiva, 2003. 2032 p. (Legislação Brasileira)

BRASIL. Código Civil: Lei nº 3.071, de 1º de janeiro de 1916. 53. Ed. São Paulo: Saraiva, 2002. 1994 p. (Legislação Brasileira)

LEGISLAÇÃO BÁSICA DO REGISTRO DE EMPRESAS MERCANTIS. Disponível em: <http://www.jucesc.sc.gov.br/servicos.html> Acesso em: 10 de setembro de 2004.

ORIENTAÇÕES E MODELOS. Disponível em: <http://www.dnrc.gov.br/> Acesso em: 9 de setembro de 2004.

LEI nº 6.015/73 – Lei dos Registros Públicos. Disponível em:<http://www.sef.sc.gov.br> Acesso em: 9 de setembro de 2004.

Para obter orientações sobre o processo de registro, você poderá ligar para a tutoria via 0800 643 0401 ou por e-mail [email protected], caso sua dúvida seja relacionada à dificuldade de entender o que está escrito neste manual, ou solicitar orientações de contadores credenciados no Sebrae, para retirar dúvidas relacionadas à formalização da empresa.

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CONTRATO SOCIAL

As sociedades são regidas pelas disposições contidas no seu contrato so-cial, que contempla os rumos e caminhos a serem tomados no desenrolar de suas atividades. É importante ainda que no contrato social estejam previstas as condições para a saída de um ou mais sócios.Para que seja válido, de acordo com o novo Código Civil, o contrato social deverá ser sempre escrito e pode ser elaborado por instrumento público ou particular – este dispensa a lavra em cartório, o primeiro não. Quando há in-tegralização do capital social em bens imóveis, é obrigatória a constituição por instrumento público.Fonte: Viagem ao mundo do empreendedorismo, organizado pelo Instituto de Estudos Avançados (IEA)

ta à Secretaria da Receita Federal sobre o CPF dos sócios para verifi-car a existência de impedimentos em função de pendências na Recei-ta Federal, acarretando a não-ins-crição no CNPJ, paralisando, assim, a legalização.

O Sebrae e a Revista Empreen-dedor desejam que você tenha mui-to sucesso com sua nova empresa. Para ajudá-lo nesta missão, nos pró-ximos meses mostraremos como ad-ministrar bem uma empresa.

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P R O D U T O S E S E R V I Ç O S

Paredes transparentesDesenvolvido na Hungria pela empresa LiTraCon, o con-

creto translúcido foi uma das novidades apresentadas duran-te a Concrete Show South America 2008, realizada entre 27 e 29 de agosto, em São Paulo. O produto, que permite enxergar através da parede, é composto de uma mistura de 5% de fi -bras óticas e 95% de concreto que favorecem a transparência de luz sem perder a resistência. O concreto translúcido é mais maleável e impermeável. O material é cerca de dez vezes mais resistente que o tradicional, suporta cerca de 4 mil quilos por centímetro quadrado. A resistência e a impermeabilidade di-fi cultam as chances de rachaduras e infi ltrações. O tempo de cura é outra vantagem – é mais rápido que concreto conven-cional. O preço ainda é bem salgado: em torno de 1 mil euros o metro quadrado. O produto ainda não chegou ao Brasil. De acordo com a promotora da Concrete Show, a Sienna Inter-link, a comercialização depende do interesse de empresários brasileiros em representá-lo. www.litracon.hu

Fornada das boasA Líder Equipamentos para Panifi ca-

ção traz ao mercado brasileiro e latino-americano o Forno Ciclotérmico Stone. Com quatro câmaras sobrepostas e capa-cidade para 16 assadeiras de 60 x 80 cm, o forno produz 672 pães por fornada. O Stone tem ótimo isolamento, vaporização independente por câmara, temporizador individual com sinalização sonora e por-ta bipartida para evitar a perda de calor. O equipamento ainda tem consumo efi -ciente de energia e é disponibilizado nas versões a gás, elétrica e a óleo. A frente é feita em aço inoxidável e a parte externa leva pintura epóxi. De acordo com Flávio Moura, diretor da Líder, o produto chega ao mercado após cinco meses de estu-dos focados em atender às necessidades do segmento de panifi cação. (41) 3556-4000/www.i-lider.com.br Para levar no bolso

A FRT Automação está comercializando um identifi cador portátil de notas e documen-tos falsos. Do tamanho de um pen drive e com menos de 500 gramas, o equipamento pode ser pendurado no pescoço dos operadores de caixa. Ao mesmo tempo, permite maior discrição do comerciante no controle de cé-dulas falsas, evitando situações de constrangi-mento aos clientes. Outra vantagem do apa-relho é o abastecimento com pilhas comuns. A identifi cação de notas falsas é feita por tarja magnética e fi bras luminescentes. Lançado em

2008 no mercado, o equipamento superou a marca de 30 mil peças vendidas no primeiro semestre. A meta do criador do equipamento, Fabio Roberto Teodoro, é comercializar 60 mil peças por mês a partir de setembro. O preço é bastante atrativo: R$ 59. “Deixando de receber uma única nota falsa o comerciante já pode pagar o equipamento”, diz Teodoro. Além de cédulas, o equipamento identifi ca cartões de crédito, ingressos para eventos, documentos de identidade, entre outros. (43) 3532-1674/www.frtautomacao.com.br

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L E I T U R A

Riqueza superior

Você está em busca de que tipo de ri-queza? Simplesmente acumular bens e di-nheiro, independente do desfavorecimento de clientes, funcionários, fornecedores, outros parceiros e a comunidade, quando não do empobrecimento da própria vida? “Acredite! Existe um outro jeito de enrique-cer, diferente desse que consome os nossos dias entre a árdua labuta e o entediante usu-fruto”, afirma o economista, administrador e consultor Roberto Adami Tranjan – autor da coluna “Não durma no ponto” da Revista Empreendedor. “O dinheiro é gerador de riqueza quando adquirimos o máximo de qualidade de vida sem gerar escassez para nós e para os outros.” É o que ele chama de metarriqueza, ou seja, a riqueza em todas as suas esferas: material, social, psicológica e espiritual.

Inovador em modelos de gestão, Tran-jan aponta em Rico de verdade alguns caminhos para tornar as empresas éticas, humanas e, acima de tudo, prósperas. A base está em colocar o ser humano em pri-meiro lugar – tanto a si mesmo quanto a todos aqueles que têm algum interesse no destino da empresa e de seu sucesso. De outra forma, temos o que o autor classifica como “fórmula infalível de afastar a riqueza: mãos-de-obra produzindo bens e serviços para pares-de-bolso”. Negócios, sob este ponto de vista, são relacionamentos, o que exige confiança para serem bem-sucedidos. Para confiar em alguém, é preciso aceitá-lo e compreendê-lo. E confiança se conquista com integridade, atenção e entrega, as vir-tudes da metarriqueza.

Um dos requisitos básicos é o autoco-nhecimento. “Muitos se enganam a respei-to de si mesmos, construindo uma imagem

Autor questiona a visão estritamente financeira dos negócios e aponta caminhos para ser bem-sucedido na vida pessoal e empresarial

Rico de verdadeRoberto Adami TranjanEditora Gente – R$ 29,90

diferente da real”, diz o autor. Esse auto-engano, nem sempre consciente, conduz a muitos equívocos nas decisões. “Reagimos não ao mundo, mas às nossas miragens do mundo.” Não é possível viver propósitos que não sejam próprios. Esse espaço precisa ser preenchido com o melhor de si: os valores virtuosos. Parte da riqueza que habita as pes-soas manifesta-se por meio das competên-cias e, principalmente, da vocação. Mas para colocá-las em ação é preciso atitude, ou seja, intenção de colocá-las em prática.

Isso ajuda a corrigir o foco. É miopia concentrar-se nas ameaças, pois a mente é tomada por pensamentos de preservação e autodefesa. O tempo desperdiçado nesta missão poderia ser canalizado para a cor-reção de rumo, como ampliar conhecimen-tos e habilidades. “Lutar pela sobrevivên-cia é fazer tudo para combater a escassez, o que é muito diferente de trabalhar para construir riquezas”, alerta Tranjan. Já quem enxerga oportunidades coloca-se diante de desafios, estímulo perfeito para acionar a imaginação e a criatividade. “O resultado é a inovação, a única forma de fazer frente às ameaças e romper um ciclo vicioso de baixos resultados.” Também é falta de visão, segundo o autor, despender um grandioso trabalho de investigação para saber tudo sobre o concorrente, em vez de dirigir essa poderosa energia para descobrir do que os clientes necessitam.

No livro, o escritor primeiro alerta o leitor para os comportamentos sabotadores da riqueza: desatenção, desalinhamento e desesperança. “Beba da água boa, mas antes esvazie o copo das impurezas”, recomenda Tranjan. Na segunda parte, ele apresenta as virtudes que constroem e geram a verdadei-ra riqueza e propõe uma série de exercícios para desenvolvê-las plenamente. “Disciplina implica prática persistente e perseverante.” Não se trata de um manual cheio de fórmu-las para enriquecer, fazer fortunas, como adverte o autor. É um convite à reflexão, um guia para quem deseja dar o melhor de si e melhorar a própria vida e a dos outros. “Quais pegadas você quer deixar com o seu trabalho ou com sua empresa? Que marcas você pretende esculpir como inspiração do presente para a posteridade?”

Falsas verdadesRiqueza se obtém defendendo-se das ameaçasRiqueza se obtém na luta pela sobrevivênciaRiqueza se obtém por meio da competiçãoRiqueza se obtém com muita ocupaçãoRiqueza se assegura por meio de controlesRiqueza é sinônimo de dinheiroRiqueza é algo que acontece no futuro

Metarriqueza: virtudes e disciplinasAtenção: concentração e superaçãoIntegridade: coerência e consistênciaEntrega: contribuição e retribuição

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FRASES

“Quando fazemos muitas coisas ao mesmo tempo, não colocamos paixão em nenhuma delas.”

“A pressa é a melhor amiga da desatenção. E juntas costumam fazer bons estragos.”

“Nada que façamos, por menos ou mais insignificante que nos pareça, é isento de conseqüências.”

“O criador escolhe o mundo em que quer viver. Constrói seu futuro e se responsabiliza por ele.”

“Desenvolvem-se competências que têm como propósito superar os outros, em vez de competências que tornariam o cliente mais satisfeito e fidelizado.”

“Todo negócio é um mistode transação mercantil e relações humanas.”

“Vocação é aquilo que fazemos por vontade própria, com desenvoltura, e que nos faz sentir muito bem.”

“Transforme-se num virtuose da atenção, oferecendo ternura e cuidado a todos que o cercam e a tudo que faz, como quem embala uma criança na paz de seu sono.”

“Transforme-se num virtuose da integridade, oferecendo os seus valores e praticando as suas virtudes sem subterfúgios, sem máscaras, assim mesmo, com as suas qualidades e defeitos.”

“Transforme-se num virtuose da entrega e ofereça-se por inteiro, sem se amesquinhar e sem se economizar, de braços abertos, como quem vive a vida ao ar livre.”

Segredos do fechamento de vendasRoy Alexander e Charles B. RothEditora M.Books – R$ 69

Ilustrado com casos reais, traz exemplos

práticos e comprovados para um aprendizado das técnicas utilizadas pelos melhores vende-dores no fechamento de vendas. Os autores acreditam que o grande obstáculo dos vende-dores não tão bem-sucedidos está no treina-mento que enfatiza somente o conhecimento e a apresentação do produto ou serviço. O fechamento, a assinatura do pedido, a forma-lização da venda são relegados a um segun-do plano. Por isso, o livro pretende ensinar os segredos e as dicas para o fechamento de vendas e técnicas para improvisar e lidar com objeções de clientes.

O desafio da liderança – Aprendendo com o desastre no Monte EverestD. Christopher KayesEditora Novo Conceito – R$ 39,90

Leitura obrigatória para quem está in-teressado em conhecer os efeitos positivos do estabelecimento de metas e evitar conse-qüências indesejadas. Faz uma abordagem interdisciplinar da liderança recorrendo às melhores pesquisas em questões organiza-cionais, educação de adultos, psicologia e sociologia, para explicar a origem dos pro-blemas nas organizações. A publicação mos-tra a experiência pessoal do autor após dez anos de pesquisa e entrevistas com cente-nas de líderes no mundo todo, mostrando o desafio da liderança.

Citizen marketers – Clientes armados e organizados. Ameaça ou oportunidade? Ben McConnell e Jackie HubaEditora M.Books – R$ 59

Como clientes bem assistidos tornam-se poderosos alia-

dos para seu produto e sua marca? Neste trabalho, os auto-res exploram as ramifi cações da mídia social. Mostram como pessoas comuns estão criando conteúdo em nome de em-presas, marcas ou produtos – com os quais não têm ligação ofi cial – e colocando a mídia de cabeça para baixo. São os chamados citizen marketers, que estão democratizando as noções tradicionais de comunicação e marketing, e mesmo modelos inteiros de negócio. São clientes bem organizados e conectados, que podem ser uma ameaça ou uma oportu-nidade, dependendo da maneira como a empresa vai intera-gir com eles. O livro pretende revelar como transformá-los em uma força voluntária para seu produto ou sua marca.

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I N F O R M A Ç Ã O E C R É D I T O

Ferramenta permite aumentar a recuperação de crédito,reduzir as perdas e minimizar atritos com bons pagadores

Em um ambiente de expansão dos negócios e aumento da concessão de crédito, as organi-zações estão investindo cada vez mais em fer-ramentas para aprimorar os processos de co-brança, minimizar riscos e custos e aumentar os índices de recuperação.

Uma das melhorias que garantem mais efi -cácia no processo de cobrança é a segmentação dos diferentes perfi s de clientes com dívidas em atraso em relação à probabilidade de pagamento. Pensando nisso, a Serasa, uma empresa do grupo Experian, desenvolveu o Collection Scoring, ferra-menta que compõe a Solução Integral de Cobran-ça, por meio da qual as empresas podem aumen-tar a recuperação de crédito, reduzir as perdas e diminuir os custos com clientes cuja propensão ao pagamento da dívida seja muito baixa, além de minimizar atritos com bons pagadores.

“Ao dar condições para que a empresa possa defi nir estratégias mais adequadas de cobran-ça interna e externa, baseadas nos perfi s dos clientes em atraso, o Collection Scoring permite maximizar os resultados de recuperação de cré-dito, estabelecer diferentes políticas de acordos e descontos, reduzir custos operacionais e pro-blemas de relacionamento com bons clientes no processo de recuperação”, enumera Ricardo Loureiro, presidente da Unidade de Negócios de Serviços de Informação de Crédito Pessoa Física da Serasa.

A solução pode ser utilizada em qualquer fase do ciclo de cobrança, aplicando-se às dí-vidas recentes ou antigas. Permite ao credor escolher qual devedor vai cobrar e quais polí-

ticas vai aplicar, e dessa forma reduz os custos de recuperação.

Recuperação eficiente

A Solução Serasa Integral de Cobrança foi desenvolvida para auxiliar as áreas de cobran-ça das empresas a potencializar a recuperação e reduzir custos, proporcionando bons retor-nos com pequeno investimento. Essa solução oferece abrangentes e atualizadas informações, tratadas por sofi sticados modelos de scoring e administradas por efi caz sistema de gestão da carteira de cobrança.

Essas ferramentas contribuem signifi cati-vamente para aumentar o êxito das ações de recuperação, permitindo antecipar ações, esta-belecer melhores e mais adequadas estratégias aos diferentes perfi s de risco dos consumidores e minimizar custos, tanto os de renegociação de dívidas quanto os custos operacionais.

O Credit Bureau de Cobrança, uma das ferra-mentas da Solução Integral, é a mais abrangente e completa base de informações sobre consumi-dores do País, contém informações autorizadas pelos consumidores, atualizadas real time pelo mercado, e referentes a informações cadastrais, anotações negativas, comportamentais e outras.

Outra ferramenta da Solução é a Análise da Carteira de Cobrança. A partir dela, as empresas podem avaliar posição de mercado de cada de-vedor, como a existência de dívidas com outros credores, anotações de novas inadimplências e indicação de reabilitação junto ao mercado.

Grande retorno com pequeno investimento

Presidente da Unidade de Negócios de Serviços de Informação de Crédito Pessoa Física da Serasa, Ricardo Loureiro

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I nadimplência avança 6,9% até julhoNo acumulado de janeiro a julho de 2008, o

Indicador Serasa de Inadimplência de Pessoa Fí-sica apontou alta de 6,9% na inadimplência dos consumidores, na comparação com o mesmo pe-ríodo de 2007.

O aumento também foi verificado na relação entre julho de 2008 e julho de 2007, com 11,6% de elevação na inadimplência das pessoas físicas.

Já na comparação entre julho de 2008 e junho úl-timo, o indicador da Serasa mostrou crescimento de 6,7% na inadimplência dos consumidores.

Segundo análise da Serasa, a inadimplência dos consumidores segue em alta devido ao maior endivi-damento, aos efeitos da inflação sobre o orçamento doméstico e à elevação dos juros, lembrando que as dívidas mais caras, a exemplo do cheque especial,

apresentam relevante crescimento. Mesmo com um ritmo menor que a evolução do

crédito (que até junho acumula no ano 13,7% e, em 12 meses, 32,4%, segundo o BC), a inadimplência está subindo de forma consistente. Nos primeiros sete meses de 2007, a inadimplência acumulada registrava uma queda de 1,7% contra os atuais 6,9% de crescimento em igual período deste ano.

Na medida certa “É relevante que o credor tenha a visão da sua

carteira de cobrança em relação às outras institui-ções do mercado. E a Solução permite ajustar os esforços e ações de cobrança às diferentes faixas de situação de credores ativos no mercado, me-lhor potencializando os resultados”, afi rma Ricar-do Loureiro.

A efi cácia de recuperação pode também ser obtida pela segmentação das probabilidades de pagamentos dos clientes em atraso. Para isso, os modelos de scoring servem para se aferir a pro-pensão à recuperação em função de característi-cas do histórico de crédito do consumidor. Essa funcionalidade também compõe a Solução Inte-gral de Cobrança, com o Collection Scoring Sera-sa, por meio do qual as empresas podem reduzir perdas e custos com clientes cuja probabilidade de pagamento da dívida seja muito baixa.

O Gerencie Carteira de Cobrança Pessoa Físi-ca é uma ferramenta que completa a Solução, pro-porcionando o envio diário de avisos de eventos ocorridos com os consumidores. Com isso, per-mite melhor acompanhamento da carteira, como avisos de novas negativações e reabilitações, alterações de telefone e endereços, registros de consultas a crédito e mudanças signifi cativas nas faixas de scoring.

A área de cobrança tem vivido um momento de desafi o imposto pelo aumento do volume de negócios, decorrente da expansão do crédito e do crescente apelo de consumo, analisa Loureiro. “O modo convencional de fazer cobrança já não aten-de mais às expectativas de efi ciência e efi cácia do mercado. E esse é o desafi o. Mas a boa notícia é que as novas tecnologias aliadas à inteligência têm resultado em soluções de informações promissoras de bons resultados”, avalia o executivo da Serasa.

CAROL CARQUEJEIRO

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há nada de errado com este modelo, mas é realmente necessário mudar o atual?

Qualquer mudança de regra no meio do jogo pode ser bem traumática. Vale lembrar que estão em andamento enormes somas de investimentos de empresas privadas nas áreas já leiloadas do pré-sal. Estes investimentos são de longo prazo e precisam de regras claras e um modelo transparente. O atual modelo de concessões é muito elogiado por especialistas do setor. O regulador é a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e torna o ambiente competiti-vo e transparente para os investimentos. Ape-sar de o governo já ter dado declarações de que as áreas já licitadas serão exploradas de acordo com o modelo atual, há ainda dúvidas se ele manterá mesmo estas áreas. Neste caso, a empresa que mais seria afetada é a Petrobras, que possui participações majoritárias nos blo-

cos atuais. A Petrobras, apesar do controle es-tatal, tem, na sua maioria, acionistas privados. Ela é a principal empresa da Bovespa. É a que possui maior liquidez entre todas as empresas listadas. Portanto, quando a Petrobras vai mal, ela tende a puxar o índice Ibovespa para bai-xo. Penalizar os atuais acionistas minoritários da Petrobras é penalizar o mercado de capitais

Nas últimas semanas, não há um dia em que abro o jornal e não vejo pelo menos uma notícia a respeito da possível mudança no marco regulatório da exploração do petróleo pretendida pelo governo. Primeiramente, para situar o leitor, o pré-sal é a área ultra-profunda do oceano onde, no fi m no último ano, a Petrobras encontrou enormes reser-vas de petróleo. As reservas do pré-sal são de grande importância para o desenvolvimento do País. Podem, por exemplo, tornar nosso saldo comercial positivo quase que perma-nente e gerar recursos nunca antes imagina-dos para o País. No momento da descober-ta, o governo já havia sinalizado que viriam mudanças no setor pela frente. Nas últimas semanas então, a pedido do presidente, foi criada uma comissão interministerial para debater o atual marco regulatório e propor

um novo com base em modelos existentes em outros países. Foi então que surgiu a polêmica. Segundo os principais jornais do País, o modelo que mais agrada aos minis-tros e ao próprio presidente Lula até agora é o de partilha da produção. Neste modelo se-ria criada também uma nova empresa 100% estatal para gerenciar as áreas do pré-sal. Não

A N Á L I S E E C O N Ô M I C A

Pré-sal: mudar o modelo atual?

como um todo. Nos últimos anos este mer-cado foi um motor importante do desenvol-vimento econômico, impulsionando a taxa de investimento e diminuindo o custo de capital das empresas.

No modelo atual do setor de petróleo, regido pela Lei 9.478, as empresas fi cam com o produto fi nal e pagam sobre ele impostos, royalties, participações especiais e o aluguel da área. A Petrobras é a empresa mais prepara-da do mundo para explorar petróleo em águas ultraprofundas. Isto é resultado de anos de in-vestimento em pesquisa e desenvolvimento. Além do mais, é a empresa mais preparada para captações fi nanceiras em parceria com outras petrolíferas junto a investidores para fazer frente aos elevados investimentos que a área do pré-sal demandará. Se o governo quiser fazer o mesmo através de uma nova estatal, terá que aumentar o endividamen-to público que já é bem alto. Além do mais, terá que passar pelo legislativo para conseguir aprovar um novo modelo. Isto dependerá do ambiente político, que poderá não estar tão favorável no momento da votação. Só este já é um grande incentivo a manter o modelo atual de concessão. O que o governo pode fazer é aumentar as participações especiais do pré-sal, já que para isso pode ser usado apenas um decreto presidencial. Manter a atual lei do pe-tróleo do jeito que está parece ser o caminho mais fácil e mais promissor para a exploração dessas grandes riquezas abaixo do mar.

Investimentos são de longo prazo e precisam de regras claras e de um modelo transparente e estável

Qualquer mudança de regra no meio do jogo pode ser bem traumática. Vale lembrar que estão em andamento enormes somas de investimentos de

empresas privadas nas áreas já leiloadas do pré-sal

por Januário Hostin JúniorAnalista da Leme Investimentos

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Carteira Teórica Ibovespa

ALL Amér Lat UNT N2 1,90 -11,40 -19,4Ambev PN 1,06 8,00 -19,4Aracruz PNB 0,80 -17,60 -28,5B2W Global ON 1,44 -7,20 -22,7Bradesco PN 3,89 -10,40 -19,6Bradespar PN 1,13 -12,20 -33,5Brasil T Par ON 0,37 2,00 16,2Brasil T Par PN 0,52 -14,7 -15,5Brasil Telec PN 0,55 -9,50 -1,5Brasil ON 2,39 -8,8 -23,1Braskem PNA 0,99 -14,50 -14,5CCR Rodovias ON 0,92 -5,30 11,8Celesc PNB 0,22 -6,50 6,5Cemig PN 2,35 -4,40 17,2Cesp PNB 2,02 -6,40 -37,2Comgás PNA 0,21 -2,80 18,5Copel PNB 1,04 -11,40 10,3Cosan ON 1,26 -12,30 29,8CPFL Energia ON 0,70 -2,50 9,5Cyre Com-ccp ON 0,12 -10,70 -17,9Cyrela Realty ON 1,22 -9,60 -14,7Duratex PN 0,78 -4,30 -36,8Eletrobrás ON 1,35 -2,00 26,6Eletrobrás PNB 1,38 -6 14Eletropaulo PNB 1,00 -15,90 -11,2Embraer ON 0,66 10,20 -33,1Gafi sa ON 0,88 -15,90 -31,2Gerdau Met PN 0,95 -16,30 12,2Gerdau PN 2,99 -15,00 13,5Gol PN 0,93 -10,40 -67,1Itaúbanco PN 3,21 -8,30 -13,8Itaúsa PN 2,63 -8,50 -9,1JBS ON 0,66 -20,20 11,8Klabin S/A PN 0,45 -9,10 -24,2Light S/A ON 0,33 -10,50 -18,6Lojas Americ PN 1,30 -17,10 -36,4Lojas Renner ON 0,99 -7,60 -17,8Natura ON 1,01 4,80 19,8Net PN 1,54 -9,60 -19,1Nossa Caixa ON 0,83 -7,30 66,4P. Açúcar-CBD PN 0,82 -6,50 -1,8Perdigão S/A ON 1,17 -7,70 -9,5Petrobras ON 2,61 -5,20 -20,2Petrobras PN 13,72 -5,80 -23Rossi Resid ON 0,45 -18,80 -54,7Sabesp ON 0,60 0,20 -5Sadia S/A PN 1,08 -8,50 6,5Sid Nacional ON 2,68 -12,50 4,5Souza Cruz ON 0,59 -1,00 -6,4TAM S/A PN 1,15 1,90 -22,5Telemar N L PNA 0,30 -8,30 27,2Telemar ON 0,58 2,20 -28,2Telemar PN 1,67 1,50 11Telemig Part PN 0,11 -8,2 -10,8Telesp PN 0,32 2,50 8,1Tim Part S/A ON 0,28 7,20 -30,6Tim Part S/A PN 0,82 -16,30 -41,9Tran Paulist PN 0,49 -13,80 30,8Ultrapar PN 0,54 5,20 -1,4Unibanco UnN1 2,77 -9,60 -21,1Usiminas ON 0,48 -20,50 -3,1Usiminas PNA 2,90 -18,70 4,3V C P PN 0,59 -11,00 -37,4Vale R Doce ON 2,70 -10,90 -28,4Vale R Doce PNA 10,91 -9,10 -26,2Vivo PN 0,69 -11,10 -14,8

Infl ação (%)

Índice Julho Ano

IGP-M 1,76 8,70IGP-DI 1,12 8,36IPCA 0,53 4,20IPC - Fipe 0,45 4,27

Juros/Aplicação (%)

Julho Ano

CDI 1,06 6,51Selic 1,07 6,56Poupança 0,69 4,22Ouro BM&F -1,06 -3,93

Indicadores Imobiliários (%)

Julho Ano

Juros/Crédito (%)

26/Agosto 25/Agosto

Desconto 2,11 2,11Factoring 4,10 4,11Hot Money 3,59 3,59Giro Pré (taxa mês) 2,31 2,31

Câmbio

Mercados Futuros

Cotação

Dólar Comercial Ptax R$ 1,6375 Euro US$ 1,4641 Iene US$ 0,0100

Dólar R$ 1,632 R$ 1,645 R$ 1,659Juros DI 12,86% 13,25% 13,43%

Contratos mais líquidos 25/08/2008Ibovespa Futuro 55.350

Nome Ação Tipo Ação Participação Bovespa Junho Variação % Ano

Até 25/08

Até 26/08

CUB SP 0,61 6,53TR 0,19 0,80

Setembro Outubro Novembro

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Até 15/09/2008Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2008Inscrições: pela internet ou nos pontos de atendimento do Sebrae em todo o Brasil(61) 2107-9362/www.mulherdenegocios.sebrae.com.br

De 11 a 14/09/2008Expopetro 2008Centro de Convenções do Hotel Serrano – Gramado – RS(51) 3228-7433/www.influence.com.br

A G E N D A

DESTAQUE

Para mais informações sobre feiras e outros eventos comerciais, acesse a seção Agenda do site Empreendedor:

www.empreendedor.com.br

24 e 25/09/200813° Congresso Brasileiro de Embalagem AbreCentro Fecomércio de Eventos – São Paulo – SPwww.abre.org.br

O principal evento do setor de embalagens no Brasil é realizado a cada dois anos. Nesta edição, o tema será “Embalagem: até onde vai a imaginação”. O evento reúne especialis-tas do cenário internacional, presidentes de companhias brasileiras, executivos de empre-sas convertedoras e usuárias de embalagem, fornecedoras de insumos, matérias-primas e acessórios, fabricantes de máquinas e equipa-mentos, redes de varejo, agências de design e consultores. O objetivo é discutir e disseminar as grandes tendências dos mercados de bens de consumo, varejo e consumidor. Grandes empresas apresentarão inovações e tendên-cias em termos de criatividade e tecnologia de embalagem no Brasil e no mundo, no Espaço de Inovação e Networking. O congresso fun-ciona das 8h às 18h.

Até 26/09/2008Prêmio von Martius de Sustentabilidade 2008 (11) 5187-5126/www.premiovonmartius.com.br Estão abertas as inscrições para o 9° Prêmio von Martius de Sustentabilidade, promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha. Dividido nas categorias Huma-nidade, Tecnologia e Natureza, o prêmio reconhece projetos de todo o Brasil – con-cluídos ou em realização – que promovam o desenvolvimento econômico, social e cultu-ral alinhado ao conceito de desenvolvimento sustentável. Podem concorrer iniciativas de empresas, instituições públicas ou privadas, indivíduos e organizações não-governamen-tais, associadas ou não à entidade promoto-ra. A cerimônia de entrega aos vencedores acontece dia 11 de novembro, em Curitiba (PR), e será carbon free. Em parceria com a BRTÜV, empresa especializada em certifi ca-ção e qualifi cação de produtos e serviços, será feito um levantamento de todas as emis-sões de gás carbônico relacionadas ao even-to, identifi cando a forma mais adequada para sua neutralização.

3/10/2008Curso de Localização de LojasInstalações providenciadas pela FIASão Paulo – SP(11) 3894-5007/www.provar.org

Este curso é destinado a diretores de expan-são ou de empresas de varejo e serviços, pro-prietários de negócios de varejo e serviços e responsáveis por logística e novos negócios. Serão apresentadas as principais técnicas de localização de pontos comerciais de forma simples e prática, levando em conta o mode-lo gravimétrico, área de infl uência, utilização de pesquisa de mercado e de sistemas de informação geográfi ca. A inscrição custa R$ 540 e o evento acontece das 9h às 18h. O material didático está incluso e haverá certi-fi cado emitido pelo Provar/FIA.

Empresárias têm até o dia 15 de setembro para participar da quinta edição deste prêmio, pro-movido pelo Sebrae, pela Fundação Nacional de Qualidade (FNQ), Federação das Associa-ções das Mulheres de Negócios e Profi ssionais do Brasil (BPW-Brasil) e a Secretaria Especial

de Políticas para as Mulheres. As candidatas devem contar sua história de vida e profi ssio-nal para concorrer a uma viagem internacional de 10 dias a um centro de empreendedoris-mo. Vinte fi nalistas participarão do prêmio em março de 2009 e duas sairão vencedoras.

O encontro reúne empresários brasileiros e sul-americanos para troca de informações sobre suas vivências no mercado. Também serão apresentadas as novidades para o setor de revendas de combustíveis no 12º Encon-

tro Nacional de Revendedores de Combus-tíveis e 11º Encontro de Revendedores de Combustíveis do Mercosul que acontecem durante o evento. Mais informações pelo e-mail [email protected]

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E – E M P R E E N D E D O R

Negócios virtuaisOs empresários inovadores estão saben-

do aproveitar o crescimento do e-commerce para construir seu canal de vendas direcio-nado a um consumidor que navega cada vez mais na internet. Os índices de aumento das vendas on-line nos últimos anos refl etem bem a força deste mercado em expansão.

Segundo o Ibope/NetRatings, que mede o mercado brasileiro de internet, o número de internautas no Brasil quadruplicou em sete anos, passando de 9,8 milhões em 2000 para 39 milhões em 2007. Destes números, o percentual de pessoas que utilizam a in-

ternet para realizar compras é de 24%. Isso significa um aumento de 35% no número de e-consumidores, passando de 7 milhões para 9,5 milhões os adeptos às compras pela rede.

Confi ra algumas lojas exclusivamente virtuais e saiba como montar o seu negócio on-line através de reportagem divulgada no site Empreendedor. Para ter acesso à repor-tagem, clique na opção “Reportagens”, no menu à esquerda do site, e selecione o título Perspectivas de crescimento do e-commerce impulsionam criação de lojas virtuais.

Confi ra os últimos comentários pos-tados no site durante o mês de agosto:

O comportamento humano ou o humor diário do colaborador em muito se deve à cultura organizacional da empresa. Ambientes de bons relacionamentos, com informações fl uindo e franqueza nas comunicações, são os ideais para que as chefi as analisem de perto cada comportamento, cada alteração de hu-mor dos funcionários e façam as obser-vações tête-à-tête. Com raras exceções, todo colaborador que é chamado, de maneira informal, a rever algum com-portamento, não fi cará constrangido ou se sentirá melindrado. Bons ambien-tes organizacionais permitem isso.Marco Albuquerque, sobre o artigo “Comunicação: o desafio no mundo corporativo”

Vejo como um ponto de extrema im-portância para diminuição da perda no varejo o incentivo aos funcionários através de remuneração variável. É importante inserir o quadro de fun-cionários nesse processo delicado das organizações. É grande a falta de envol-vimento e comprometimento dos fun-cionários no que tange a perdas, sendo estes os maiores responsáveis pelos altos índices. Outro fator é o monitoramento da chegada dos produtos no momento da conferência e entrada de nota no sis-tema da loja, além do armazenamento de produtos com altos índices de furtos. Victor Craveiro, sobre a reportagem “Perdas no varejo brasileiro chegam a 1,99% devido a problemas internos”

Excelente matéria. Com a aprovação desta medida, muitas empresas infor-mais passarão a existir de fato e a usu-fruir de alguns benefícios, como peque-nos empréstimos nos bancos.Márcio, sobre a reportagem “Senado pode agilizar votação de ajustes no Simples Nacional”

Interatividade

Marketing olímpico

Bom emprego

Os esperados jogos olímpicos de Pequim já terminaram, mas as vendas de produtos voltados ao assunto ainda devem prosseguir. Empresas de diferentes ramos apostaram no tema para imple-mentar ações de marketing com o propósito de incentivar maior visibilidade aos produtos e, con-seqüentemente, estimular a comercialização.

Na reportagem exclusiva do site Empreende-dor – Empresas investem em produtos inspira-dos nas Olimpíadas para aumentar vendas – o leitor pode conferir alguns exemplos de empresas que apostaram nas Olimpíadas para registrar cres-cimento nas vendas. A matéria também conta com a opinião de Pedro Pires, especialista em mar-keting esportivo. Ele explica que a oportunidade comercial que o evento esportivo proporciona pode ser observada em praticamente todos os se-tores, desde a construção civil até a alimentação. Para ter acesso à matéria, clique na opção “Repor-tagens”, no menu à esquerda do site.

A última enquete do site Empreendedor quis saber qual é a característica principal de um bom emprego. A opção mais votada foi: “Oferece oportunidade de crescimento”. Confi ra o percentual das respostas em um total de 463 votos:

Oferece oportunidade de crescimento .............79,41% Paga um ótimo salário .........................................11,44% Tem bom convívio entre funcionários ................ 9,15%

9% 11%

79%

A rede Happy Town criou roupas esportivas para seus bichos de pelúcia

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