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inventa-te nº6 dezembro2012/janeiro2013

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A e_MAGAZINE é um projeto da epi_ que pretende revelar o património cultural e social da escola através de trabalhos de alunos, ex-alunos e professores, assim como desenvolver temas da actualidade relacionados com criatividade e tecnologia.

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Desde o início da e_Magazine temos vindo a apelar a valores que ficaram esquecidos algures no passado.Se na primeira edição pedimos para te descobrires, desta vez pedimos que te inventes. Porquê? Porque neste mun-do tão saturado de clichés e imitações, a inovação e a originalidade tornam-se verdadeiras relíquias.Fala-se tanto em evolução hoje em dia mas a verdade é que esta só existe a nível tecnológico. Tudo o resto se man-tém inalterável há séculos. A política, a economia, a sociedade em si vivem agarradas a conceitos e pensamentos antigos encarando a mudança como uma ofensa.Porém ao contrário da tecnologia in-ventada e reinventada, o pensamento permanece imutável. Reinventemos então o nosso pensamento e esqueça-mos o que resultava há alguns anos.Se nos foi dada a liberdade de pensar-mos, usemos e abusemos da mesma. Temos de levantar questões e pôr em causa o que nos é dito como sendo “a verdade”. Ao recusarmos ”alternati-vas únicas” poderemos vir a encontrar outras respostas e pontos de vista. Só assim o mundo avança pois surgirão novos pensamentos.Não nos limitemos então a ser meros peões neste tabuleiro de xadrez a que chamamos sociedade. A vida é mu-dança. E cada um de nós responsável por mudar a sua. A invenção leva à evolução. A evolução à mudança. Não fiques fora deste ciclo.Inventa-te.

Daniela Ascensão VI10Imagem retirada do google

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4 Fora da escolaJoão barrigana

8 EntrevistaSusana Bronze

14 Fotografia

15 Crítica de cinema

18 Crítica livros

20 Crítica discos

22 Ex-AlunaÁgata ascensão

28 quem sou eu

30 fotografia

32 EntrevistaLito Pereira

38 Área técnicaDossier de produção

42 área socioculturalana clemente

44 Área socioculturalDiário

50 Final click

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Fora da Escola

João BarriganaJ

oão Barrigana é aluno do 2º ano de Design Gráfico e fora da escola pratica uma arte marcial milenar, o Jiu Jitsu. é um faixa azul, graduado em Jiu Jitsu Brasileiro, por Reinaldo Ribeiro, uma lenda desta arte suave.

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Tendo começado a praticar Jiu Jitsu em 2010 e a competir a partir de 2011, João desde então já somou um palmarés de vitórias significativas. Enquanto júnior na modalidade de Grappling, conquistou o título Unlimited Grappler I e passou também pelo circuito nacional de MMA, onde alcançou dois primeiros lugares. No Jiu Jitsu, já como adulto, conquistou no Abu Dhabi World Pro Portugal Trials o título de campeão na sua categoria

de peso e sagrou-se ainda vice-campeão absoluto. É o actual Campeão Português e Campeão Ibérico .

Como surgiu o Jiu Jitsu? Sempre tive curiosidade pelo universo das artes marciais e um primo meu, uma referên-cia para mim pois sempre o vi como o irmão mais velho que nunca tive, prati-cava artes marciais. Primeiro comecei no Muay Thai, por-que na altura fascinava-me muito mais a parte da trocação de golpes e achava o Jiu Jitsu um luta muito amarrada. Mas depois apercebi-me de que não me identificava muito com aquela filo-sofia, e como o meu primo e os seus amigos praticavam mais Jiu Jitsu, co-mecei a treinar com eles. Entretanto ia também praticando e competindo em Grappling e MMA – Mi-xed Martial Arts.

Há quanto tempo praticas Jiu Jitsu? Pratico há cerca de dois anos. Desde que comecei a interessar-me mais pelo Jiu Jitsu com kimono, que é uma luta considerada por muitos mais técnica do que o Jiu Jitsu praticado sem kimono. Quantas horas lhe dedicas por dia? Ao Jiu Jitsu, em si, cerca de 1h30, 2h, fora o treino de preparação física, o que dá mais 1h.

“Jiu Jitsu, na nossa língua ocidental, significa “arte suave”. E as técnicas inovadoras, trazidas pela família Gracie no século passado, revolucionaram a modalidade e deram verdadeiro sentido à expresão “arte suave”.

Esta vertente do Jiu Jitsu Brasileiro priveligia a técnica em detrimento da força pura, e movimentos como por exemplo o de alavanca possibilitam aS pessoas mais pequenas e mais fracas poderem jogar com isso a seu favor frente a adversários maiores e mais fortes. É também chamado por vezes o jogo de «xadrez humano», por ser uma arte que requer bastante inteligência: a espera, a leitura de jogo, e, essencialmente, o ceder para vencer.

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Para além do Jiu Jitsu praticas mais algum desporto? Faço o meu treino de preparação física com TRX, um equipa-mento inovador que permite fazer um treino de suspensão. Também a corrida e a natação são utilizadas por vezes para complementar o treino.

Quem é para ti uma referência na área? Referências na área são várias. Em primeiro lugar, o meu primo João Naré, que eu sempre admirei e que me incen-tivou a experimentar a modalidade.Depois quando comecei a conhecer e a interessar-me mais por Jiu Jitsu, pas-sei a ter um Mestre desta arte. O meu Mestre é o Reinaldo Ribeiro, faixa preta 4º grau, considerado uma lenda do Jiu Jitsu Brasileiro e detentor de um palmarés impressionante. Ele, a meu ver, revela a verdadeira es-sência do Jiu Jitsu.

Como está Portugal na área em termos internacionais? O Jiu Jitsu tem cres-cido cada vez mais entre nós e a ten-dência é para se continuar a expandir. Há mais campeonatos do que havia em gerações passadas e todas as épocas podemos contar com competições de grande prestígio, mesmo em termos internacionais, como o Nacional Open, o Portugal Grand Slam, o Campeonato Português, ou as eliminatórias para o Abu Dhabi World Pro. E a realização entre nós de provas como o European Open e o Campeonato Ibérico são

também de extrema importância.Com a Federação Internacional - Inter-national Brazilian Jiu Jitsu Federation, vieram também mais protocolos e um nível superior de organização. Há mais regulamentação, organiza-ções profissionais e de nível interna-

cional, e as provas já têm prize money de valores consideráveis. A criação de um ranking internacional foi também decisiva. Já há muita gente que con-segue viver disto a tempo inteiro, se bem que ainda apenas no Brasil, nos Estados Unidos e nos países nórdicos, salvo raras exceções. Espero que con-sigamos saltar para essa carruagem...

Descreve um dia em que tenhas de conci-liar a escola com o Jiu Jitsu. O meu dia implica acordar um pouco mais cedo para fazer o meu treino de prepara-ção física, o meu jogging matinal e um pouco de TRX.Tenho aulas das 9h às 18h, pratica-mente todos os dias e depois treino ao final da tarde. Depois é a rotina habi-tual: regresso a casa, janto, estudo e faço os trabalhos escolares. E é mais um dia.

É difícil conciliar a escola com os trei-nos? Não, julgo que não é difícil. Di-ria que é mais difícil conciliar os es-tudos com um desporto dito de alta competição, numa perspectiva mais profissional.

O que é que o desporto representa para ti? O Jiu Jitsu já me deu várias coi-sas boas. Principalmente a uma pes-soa como eu que sempre foi muito extrovertida, irrequieta e traquinas. Este desporto dá para libertar todas essas energias acu-muladas, transformando-as em ener-gias positivas e produtivas. E, acima

“a essência do Bushido, que nos é transmitida nas artes marciais - a disciplina, a lealdade, o compromisso e o respeito pelo

próximo, são valores que uma pessoa acaba por levar consigo para o resto da sua vida.

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de tudo, a essência do Bushido, que nos é transmitida nas artes marciais - a disciplina, a lealdade, o compromisso e o respeito pelo próximo, são valores que uma pessoa acaba por levar con-sigo para o resto da sua vida. Depois, há aqueles desafios, como por exem-plo «Se eu consigo fazer isto com o Jiu Jitsu, por que é que não hei de con-seguir com os estudos ou com ou-tra coisa qualquer?».

Podemos, portanto, dizer que o Jiu Jitsu te melhorou? Sim, toda aquela tranqui-lidade, auto-controlo, a essência do Bushido que te é transmitida através desta arte, de uma forma tão natural, são ensinamentos que nos ajudam a enfrentar os desafios que se nos colo-cam no dia a dia.

Que tipo de apoios tens? Os apoios que eu tenho acabam por ser os da mi-nha equipa, a Reinaldo Ribeiro Team Lisboa, e essencialmente cobrem as despesas com as inscrições nos cam-peonatos, que, regra geral, atingem valores altíssimos.Mas, no fundo, os melhores sponsors acabam por ser sempre os pais, não é? Nem que seja com a comidinha feita e a roupinha lavada.

Projectos e ambições para o futuro? Pretendo continuar a estudar na área do Design, que é a minha grande pai-xão, mas se pudesse continuar a con-

ciliar as duas coisas, o Jiu Jitsu e o Design, seria perfeito.

Que mensagem é que deixarias a alguém que esteja a pensar começar ou que es-teja a dar os primeiros passos no Jiu Jitsu? O mais difícil mesmo é começar. Costuma dizer-se que um faixa preta é um faixa branca que nunca desistiu. É uma questão de determinação e al-guma persistência. Não são muitos os que ficam, é verdade, porque se qui-seres levar isto de uma forma mais sé-

ria, em termos de competição e tudo o mais, tens de fazer alguns sacrifícios e colocar algumas coisas de parte. Mas, claro, são coisas que se fazem quando se corre por gosto. E afinal de contas, quem corre por gosto não se cansa!

Entrevista por Daniel Sales Gomes, Multi-média ‘11Fotografias por Patrícia Faria, Fotografia ‘10Pós-Produção por João Barrigana,Design Gráfico ‘11

“Pretendo continuar a estudar na área do design, que é a minha grande paixão, mas se pudesse continuar a conciliar as duas coisas, o Jiu Jitsu e o design, seria perfeito.

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Susana Bronze

Foi este o primeiro passo para alcançarmos tantos outros. Desde então, temos participado em prpjectos “Leonardo Da Vinci Mobilidade” para pro-fissionais da educação, promovendo o intercâmbio de professores e trocas de experiências com outras escolas europeias, projetos de “Parcerias Leo-

nardo da Vinci”, fomentando a cooperação e discussão de temas de interesse mútuo entre instituições que funcionam no campo do ensino e formação pro-fissional, projetos “Leonardo Da Vinci Transferência de Inovação”, que visam

Entrevista

Para quem não sabe, a ETIC e a EPI estão envolvidas nalguns projetos de âmbito internacional. Será que nos poderia falar um pouco sobre os mais importantes?

A informação contida nesta publicação (comunicação) vincula exclusivamente o autor, não sendo a Comissão responsável pela utilização que dela possa ser feita.

sobretudo melhorar a qualidade e as características atrativas do sistema EFP europeu através da adaptação e da integração de conteúdos inovadores. E

ste ano, e pela primeira vez, somos parceiros de um projeto “Comenius - Parcerias entre Escolas”- que visa a promoção da dimensão europeia da educação, apoiando o desenvolvimento de atividades de cooperação entre várias escolas, oferecendo aos alunos e professores dos diferentes

países europeus a oportunidade de trabalharem em conjunto. Todos estes projetos, além dos alunos já referidos, e que tiveram a possibilidade de es-tagiar num outro país europeu, participaram cerca de outros 35 alunos e 45 professores, que puderam colaborar com parceiros estrangeiros. De referir que estes projetos têm, igualmente, dado a conhecer o projeto educativo da escola e os nossos projetos às várias entidades que nos têm vindo visitar e permitido reconhecer a elevada competência dos nossos alunos quando en-volvidos nestes projetos, sinal demonstrativo que a escola está a cumprir os seus objetivos de formação.

A participação da ETIC e EPI em projetos de âmbito europeu iniciou em 2000, com a aprovação do nosso primeiro projeto “Leonardo da Vinci MO-BILIDADE”, que tem como alvo o apoio da mobilidade transnacional de alunos diplomados, a fim de frequentarem um período de formação em

contexto de trabalho no estrangeiro. É mais um objetivo que a escola coloca: proporcionar aos melhores alunos a possibilidade de terem uma experiência internacional. Passados 13 anos, já possibilitámos a cerca de 250 alunos a realização de um estágio profissionalizante na sua área de formação e por um período de três meses, graças à apresentação de candidaturas anuais bem sucedidas apresentadas à Agência Nacional PROALV (Program de apresiza-fem ao Longo da Vida), entidade responsável em Portugal, peloa gestão do Programa PALV.

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Que balanço faz dessa participação?13 anos depois, mais de 20 projetos desenvolvidos com a participação de cerca de 350 pessoas da comunidade e par-ceiros ETIC , podemos afirmar que o balanço não podia ser mais positivo, uma vez que os objetivos gerais de todos es-tes projetos têm sido claramente alcançados. A participação de alunos, professores e outros colaborado-res da ETIC neste tipo de projetos tem permitido a troca de experiências; o conhecimento de pessoas e culturas dife-rentes, que juntas fazem o cidadão europeu; uma experiên-cia profissional e pessoal que os transformou enquanto indi-víduos presentes numa sociedade em constante mudança, incentivando a aprendizagem de línguas estrangeiras e re-forçando a sua identidade europeia. Por outro lado, tem sido uma mais valia para a escola, que tem adaptado algumas das boas práticas verificadas em es-colas parceiras, incrementando sempre a procura da evo-lução qualitativa do nosso projeto educativo, com os frutos que todos conhecemos.

“Em 2011, e pela primeira vez, quisemos dar a oportunidade a ex-alunos de participarem neste projeto e lançámos o desafio “Candidata-te a um estágio na Europa” e todos os finalistas com formação concluída entre

2009 e 2011 puderam candidatar-se a este projeto, mediante a apresentação de um projeto em formato livre e que contasse a história da participação da ETIC em projetos de mobilidade de alunos “Leonardo da Vinci”.Em novembro, lançámos novo desafio a todos os que terminaram a sua formação na ETIC ou na EPI entre 2010 e 2012, por isso sugiro que os interessados consultem o regulamento e criem um projeto criativo e com qualidade que abra a porta à sua participação.

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Em relação ao Projeto Leonardo, como é feita a seleção dos alunos que nele participam? Desde cedo adotámos alguns critérios para a seleção dos participantes, critérios estes que se baseiam e integram nos objetivos que a ETIC pretende atingir com a sua formação, dando objetividade prática ao seu Projeto Educativo, valori-zando os aspetos de atitude, comportamento e desempenho do aluno ao nível pessoal, pedagógico e técnico, servindo também como elemento motivador para os restantes alunos, que verificam que o seu bom desempenho será reconhecido pela Escola. Começa por ser um convite.Em 2011, e pela primeira vez, quisemos dar a oportunidade a ex-alunos de participarem neste projeto e lançámos o de-safio “Candidata-te a um estágio na Europa” e todos os fina-listas com formação concluída entre 2009 e 2011 puderam candidatar-se a este projeto, mediante a apresentação de um projeto em formato livre e que contasse a história da participação da ETIC em projetos de mobilidade de alunos “Leonardo da Vinci”. Em novembro, lançámos novo desafio a todos os que terminaram a sua formação na ETIC ou na EPI entre 2010 e 2012, por isso sugiro que os interessados consultem o regulamento e criem um projeto criativo e com qualidade que abra a porta à sua participação. Há alguns resultados que ache interessante destacar? Creio que em todas as participações há resultados a desta-car. Experiências boas ou menos boas fazem parte de uma aprendizagem fundamental a todos os participantes.Nos projetos de mobilidade de alunos que temos desenvol-vido, devemos destacar o frequente convite das empresas e entidades em que realizam o seu estágio para continuar; a permanência de vários alunos no país que os acolheu du-rante o seu estágio “Leonardo Da Vinci”, após a sua conclu-são; o estágio realizado em Lodz, na Polónia, pelos nossos ex-alunos Nuno Arezes (Câmara), Ivan Oliveira (Vídeo, Áu-dio, Produção e Pós-Produção) e Nuno Santos (Animação), que fizeram parte da equipa da curta metragem de Anima

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“Houve também intercâmbio de professores da ETIC e EPI com escolas do estrangeiro...

como o SDE College na Dinamarca, PowerHouse na Suécia, o Grafisch Lyceum na Holanda, o ITES em Espanha, o L´Idem em França, entre muitos outros.

ção “Pedro e o Lobo”, premiada com o óscar de «Melhor Curta-Metragem de Animação», em 2008; e mais recente-mente o estágio do ex-aluno de Produção e criação musical, André Barros, na Islândia, no Sundlaugin Studio, estúdio onde os Sigur Rós gravam os seus discos e que goza tam-bém da fama de ser um dos mais requisitados do país e de contar com a colaboração do produtor Flood (que colaborou com Nick Cave, U2, Depeche Mode, etc); vários exemplos de alunos que continuam a trabalhar em vários países eu-ropeus, com parceiros com que contactaram durante o seu estágio. Desenvolveu-se, claramente, o espírito empreen-dedor dos nossos alunos. Nos projetos de mobilidade de professores, destaco a troca de experiências que tem permitido ajustar e adaptar algumas das boas práticas de outras escolas à realidade da ETIC; o desenvolvimento de projetos entre alunos de diferentes escolas europeias fora do âmbito dos projetos europeus; a possibilidade de conhecer e dar a conhecer outras realida-des a nível de formação, de cultura, etc. Na generalidade, todos os projetos têm permitido conhecer as oportunidades que existem noutros países europeus, viver novas e diferen-tes experiências, conhecer pessoas tão diferentes de nós mas com princípios e valores tão idênticos, dar a conhecer o clima e cultura ETIC(ianos) e, como não podia deixar de ser, fomentar o espírito e a identidade europeias. Já houve casos de projetos que foram implementados em Portugal depois da experiência de um aluno no Projeto “Le-onardo da Vinci”? Quais se destacaram? Além dos vários contactos que diversos alunos desenvolve-ram e que têm permitido continuarem a desenvolver traba-lhos conjuntos, podemos realçar, a título de exemplo, que a visita que um aluno de Organização de Eventos realizou ao sul de França, no âmbito de um projeto de parcerias “Leo-nardo da Vinci”, deu origem ao seu trabalho de prova de ap-tidão profissional e que depois de adaptado foi apresentado às entidades e está a ser implementado.

Infografia referente à experiência do aluno Pedro Moleiro em Barcelona,no âmbito do Projecto Leonardo Da Vinci

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Como tem sido a prestação dos alunos estrangeiros que têm vindo estagiar na EPI/ETIC? Qual o feedback deles em relação a essa experiência? Uma das vantagens da nossa participação em projetos eu-ropeus tem passado pelo conhecimento pessoal e mais pro-fundo de outras escolas distribuídas pela Europa e que, tal como nós, também desenvolvem, entre outros, projetos de mobilidade “Leonardo da Vinci” e que visam a participação de alunos, através de estágios profissionalizantes, e pro-fessores, possibilitando o intercâmbio e conhecimento de outras realidades ao nível da formação profissional.Ao longo deste últimos anos, temos recebido na ETIC e na EPI alunos e professores de diferentes nacionalidades que procuram uma experiência pessoal e profissional em Portugal. E porque sabemos que Lisboa é, cada vez mais, um destino apelativo para tantos, o Observatório e Integra-ção Profissional (OIP), departamento responsável também pela organização e gestão de projetos europeus, criou um novo departamento de acolhimento de profissionais e alu-nos estrangeiros, o ETIC Incoming. Este departamento dis-ponibiliza serviços de gestão de alojamento e transporte, integração profissional, visitas técnicas, aulas de português e organização de atividades socioculturais, e surge com a possibilidade de qualquer aluno estrangeiro ou profissional do meio educativo viver, em pleno, a realidade portuguesa a nível cultural e profissional.Aos que chegam, é dado todo o apoio para que tirem o me-lhor partido da sua experiência e, no regresso a casa, levam a saudade e Lisboa para sempre nos seus corações.

Linkhttp://ecampus.etic.pt/blog/diariodebordo2012.html

Entrevista por Gonçalo BarreirosFotografias cedidas por alunosInfografia e Pós-Produção por João Barrigana, Design Gráfico ‘11

(aluno Bruno Valente - “Projeto SPOT”). Houve também in-tercâmbio de professores da ETIC e EPI com escolas do estrangeiro.

Houve também intercâmbio de professores da ETIC e EPI com escolas do estrangeiro. Qual foi o principal retorno ou mais valia para as nossas escolas?Os projetos que temos desenvolvido neste âmbito têm pos-sibilitado a visita de professores da ETIC e da EPI a outras escolas europeias, como o SDE College na Dinamarca, Po-werHouse na Suécia, o Grafisch Lyceum na Holanda, o ITES em Espanha, o L´Idem em França, entre muitos outros.São exemplos de escolas com formação muito idêntica à nossa e os objetivos desta participação têm-se centrado na criação de novas metodologias na relação Escola-Empresa e a troca de ideias e experiências, no sentido de melhor orien-tar o processo de ensino-aprendizagem. Com estes projetos possibilitámos a vários professores um alargado conheci-mento das diversas metodologias utilizadas pelas entidades parceiras e que podemos considerar de boas práticas, já que apresentam resultados muito positivos, e, a partir desta análise, propusemos alterações ao modelo de formação em contexto de trabalho por nós praticado, nomeadamente no que diz respeito à sua organização, à sua interligação com o plano de estudos, ao seu acompanhamento e avaliação (por parte da escola e por parte da empresa). De salientar o en-riquecimento e aquisição de um espírito mais consentâneo para o desenvolvimento do mercado de trabalho a nível eu-ropeu: o contacto direto com outras realidades, a tomada de conhecimento de outras experiências, a avaliação conjunta de cumprimento de objetivos e a perceção sobre as exigên-cias do mundo profissional e sobre a capacidade de res-posta da escola. Com estas participações, temos melhorado a qualidade da formação ministrada e contribuído para que os jovens que concluem um curso na ETIC e na EPI elevem o seu desempenho profissional, facilitando a sua integração no mercado de trabalho, também a nível europeu.

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(1927)

“Aurora” é uma das obras-primas cinematográficas mais admiradas e influentes de todos os tempos. O cineasta John Ford considerou “Aurora” como "o maior filme jamais produzido", François Truffaut disse que era o "filme mais belo do mundo", João César Monteiro, cineasta português, aclamou que entre os dez filmes da sua vida “Aurora” ocupa todas as posições e Martin Scorsese, classifica “Aurora” como um "poema visual”.“Aurora” aparenta um enredo de um casal de campo que é perturbado por uma vampe vinda da ci-dade. George O´Brien ao planear o assassínio da sua esposa (Janet Gaynor) é atormentado por um sentimen-to de culpa e logo quando as suas intenções se tornam obvias a reação da sua mulher é como seria de esperar de terror. Numa viagem de barco, durante o qual o crime deveria ter tido lugar, O´Brien debate-se consigo mesmo, quando tenta concretizar os seus pensamentos monstruosos e não con-segue por um sentimento de tristeza e de amor à sua esposa.Margaret Livingston, a sedutora citadina é a vários níveis o equivalente feminino à personagem Count Orlok devido à maneira como ela segue a sua presa (O´Brien) de forma implacável.De salientar que o trabalho de câ-mara é dos aspetos mais impres-sionantes de “Aurora”. Em parce-ria com os diretores de fotografia Charles Rosher e Karl Struss, Mur-nau recorre à sua experiência do movimento expressionista alemão e inspirou-se nos retratos pasto-rais dos mestres holandeses, em particular de Johannes Vermeer.Murnau consegue ainda tirar partido graças a um conjunto de técnicas cinematográficas ino-vadoras como o uso de efeitos sonoros.

Diogo Pereira VI10

Sunrise

Sunrise, 1927

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(1998)

THE THIN RED LINE

Depois de realizar Os Noivos Sangrentos (1973) e Dias do Paraiso (1978), obras altamente aclama-das, Terence Malick 20 anos depois fez algo em The Thin Red Line que nunca se viu outro realizador fazer. Malick com um realização soberba, com a exce-lente banda sonora de Hans Zimmer, com um dos melhores trabalhos de sempre a nível da fotografia por John Toll e com uma edição que até para os atores e equipa foi estranha quase conseguiu criar uma guerra bonita.Passado na 2ª Guerra Mundial durante o conflito de Guadalcanal con-ta-nos a história de uma companhia de soldados que chega à ilha de Guadalcanal para render os fuzileiros do assalto inicial. A ilha tem uma impor-tante posição estratégica para o avanço japonês no Pacífico e o esforço americano para os deter vai ser dramático. A Companhia "C", que integra solda-dos muito jovens, vai ser sacrificada pelo coronel Gordon Tall (Nick Nolte), fascinado pelo combate e pelas suas possibilidades de glória pessoal, na conquista de uma posição ferozmente defendida pelos japoneses que será um massacre.Em Barreira Invisível Malick não resiste em passar a câmara pela vida selvagem colorida com imagens soberbas e nem se esquece captar a luz que passa entre as folhas e árvores gigantescas. O filme é uma verdadeira guerra poética do inicio ao fim.

Diogo Pereira VI10

The Thin Red Line, 1998

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“O Quarto Mandamento”, produzido, escrito e re-alizado por “ORSON WELLES’ em 1942, foi a sua segunda longa-metragem depois do magistral “O Mundo a seus pés”. Mas ao contrário do que acontecera com o seu primeiro filme Orson Welles desta vez não teve total controlo na criação da sua obra onde várias sequências filmadas por Welles fo-ram cortadas e a parte final alterada contra a sua vontade.Passado nos finais do século XIX “O Quarto Man-damento” é a história de George Ambersons (Tim Holt) que pertence a uma família aristocrata que vai sofrer uma lenta decadência com a viragem do século e enquanto a família Ambersons morre lentamente e a sua fortuna vai acabando os per-sonagens estão envolvidos num círculo amoroso que vai causar estragos.Se em “O Mundo a Seus Pés” Orson Welles dei-xou um marco para sempre na história do cinema com “uma realização do outro mundo” e a inovadora foto-grafia de Gregg Toland, “O Quarto Mandamento” não fica nada trás da sua primeira obra e o longo plano-sequência numa sala de baile é exemplo disso, com a câmara a rodopiar entre os dança-rinos, apanhando diálogos entre George e a sua tia Fanny que trocam confissões entre Eugene e Isabel.

Diogo Pereira VI10

THE MAGNIFICENT AMBERSONS

The magnificent Ambersons, 1998

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Henry Charles Bukowski Jr. nasceu Heinrich Karl Bu-kowski na Alemanha a 16 de agosto de 1920 e três anos depois já estava a viver nos Estados Unidos. O seu pai era bastante autoritário e demasiado frustrado, problemas que Bukowski sentiu na pele, por ser nele que eram desconta-dos os problemas do pai. Aliado ao abuso que sofria em casa, Bukowski sofreu na cara, enquanto adolescente, in-úmeras infeções que precisavam de ser tratadas no hospi-tal, e que deixavam marcas demasiado feias que o enver-gonhavam. Na escola, não tinha muitos amigos e não sendo o último a ser escolhido para a equipa, era o penúltimo.Tornou-se escritor demasiado tarde, aos 49 anos quan-do o seu agente lhe ofereceu um cheque mensal de 100 dólares para que este se despedisse do trabalho nos correios dos E.U.A e se dedicasse totalmente à escrita.É na vida que levou enquanto carteiro que baseou a história de Correios, contando o dia a dia do carteiro Henry “Hank” Chinaski, personagem que aparece em outros romances do escritor, como Ham on Rye, ou Factotum. Hank não se preo-cupa com nada que não possa “lutar com”, beber ou levar para a cama. E é ao longo de 200 páginas que o vemos a levantar todos os dias de ressaca em direção ao trabalho, andando pela cidade enquanto entrega cartas, enquanto bebe, conhece mulheres e aposta em corridas de cava-los, sempre com um patrão ligeiramente sádico a vigiá-lo.A escrita de Bukowski nunca foi das melhores, mas isso não interessa nele, é direta ao assunto, sem floreados, tal como a personagem principal – Hank Chinaski. Quan-do pegamos em Bukowski queremos ver o Chinaski a be-ber muito, a arranjar problemas, a engatar mulheres e a tentar perceber se existe algo de puro na humanidade.

Este clássico de 1971 é a introdução perfeita para um mundo muito próprio do escritor, poeta e “Dirty old man” Charles Bukowski e o seu alter-ego Hank Chinaski.

Bukowski, o Velho Safado

João Teixeira, Jornalismo e crítica musical

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Crítica Livro”

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Orgulho e Preconceito é uma das obras mais aclamadas de Jane Austen, tanto por leitores como por críticos, e foi já alvo de várias adap-tações para cinema, televisão e teatro. Publicada pela primeira vez em 1813, esta obra descreve a situação social e económica de uma família inglesa aristocrática, e chega a fazer pouco da sociedade do século XIX. Não tendo uma grande descrição do espaço, a autora dá preferência ao desenvolvimento dos conflitos entre as personagens, sendo possível, ao longo da obra, assistir ao desenvolvimento psicológico de cada uma de-las.Elizabeth Bennet - Lizzy a protagonista principal - a segunda de cinco filhas, é apresentada como uma mulher à frente do seu tempo, pois teima em querer ter um papel maior ao que era dado às mulheres neste tem-po. É inteligente, determinada e bastante rebelde. Julga quem conhece baseando-se apenas na primeira impressão (aliás, “First Impressions” foi o titulo primeiramente pensado para a obra). As suas irmãs têm person-alidades que vão desde insolente e fútil a calma e submissa. A sua mãe, pessoa frívola e pouco inteligente, vive com o intuito de casar as suas filhas, para assegurar o futuro da família. Mr. Bennet, o pai, não participa nas ideias da sua mulher. Tem uma certa preferência por Lizzie e a sua irmã mais velha, Jane, e vive satisfeito com o que tem. O protagonista masculino, Fitz william Darcy, vem de uma família rica e é um pouco snob; para ele, a hierarquia social deve ser respeitada, criando um obstáculo tanto à sua relação com Lizzie, tal como ao seu amigo Bingley e Jane. No entanto, e daqui provém o título do livro, ao enfrentarem o orgulho e pre-conceito que sentem um pelo outro, Lizzy e Mr. Darcy irão superar todos os problemas que a sua relação enfrenta, mesmo quando uma das irmãs de Lizzy foge com um oficial.A escrita simples mas um pouco clássica, resultou num romance rec-heado de sarcasmo e ironia, sendo assim transmitida a opinião da autora sobre os problemas sociais que atormentam as personagens: casamento, o papel da mulher na sociedade, a arte, entre outros. O sentido de hu-mor da autora, já previamente demonstrado nas suas outras obras, ganha vida nesta, produzindo um texto incrível, que merece ser lido e relido. Se não pela engenhosidade de Lizzy, se não pela crítica à sociedade do século XIX, então pelos ataques de tremores e palpitaçõe de Mrs. Bennet. Vale a pena!

Orgulho e Preconceito

Sofia Martins, Jornalismo e crítica musical

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Crítica Livro”

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les, entre vibratos e falsetes, ainda que pos-sam tornar a sua voz pouco distinta dos(as) demais. Bat intitula-se de 'Esperança'. "Es-tou pronta para voar, ouçam-me a fugir, nin-guém sabe o que está certo", canta numa versão-salvação, num chill out incrustado com pontas de Florence Welch e sintetiza-dores. Uma Roisin Murphy aparece quase a fechar em «Rest Your Head» com um trip-hop numa música de descanso, para logo

gulhar ainda mais” e ganha uma nova forma na faixa homónima do disco. Chama-lhe fantasma e conta que não conseguia dor-mir porque estava a tentar esquece-lo. As deixas de um amor mal resolvido parecem demasiado evidentes ou então a personifi-cação de outra coisa envolvente, perdidos numa percussão a combinar. O dream pop e a folktrónica de Bat estão melhor espelhados em «Marilyn» ou numa «Oh Yeah», como quem canta para espal-har os males, como quem já se libertou de-

A Natasha continua assombrada. No bolso, ainda traz o bruxo («Wizard») de Fur and Gold (2006) e agora tem às costas o peso de outras assombrações. Literalmente. The Haunted Man marca o regresso da britânica Bat For Lashes, volvidos três anos depois do 'Daniel', que a atirou para esta coisa do music business, mais a sério. Con-quistou o prémio de Melhor Artista Alterna-tivo pelos UK Asian Music Awards e aquele hit foi considerado como a Melhor Música Contemporânea pelos Ivor Novello Awards. E parece que a efervescência de tamanha notoriedade assustou Natasha. Aos 30 e de-pois de findo o rebuliço à volta de Two Suns, Bat sentia-se sufocada pela própria necessi-dade de fazer música. A falta de ar levou-a a procurar Thom Yorke, o líder dos Radiohead. "O que fazes quando sentes que vais mor-rer porque não consegues escrever nada?", perguntou-lhe Bat. Thom aconselhou-a a desenhar e ela ingressou num curso de ilus-tração para crianças. 'Lilies' e 'Horses of the Sun' são o resultado disso ou a forma de dizer que, afinal, está tudo bem: "Deitada na cama, mergulhava os meus olhos e procurava aqueles céus distantes/Graças a Deus, estou viva” ou 'E todos os jardins brotavam uma flor por cada dia em que estive ausente. Agora estou sal-va”. O dramatismo e o recurso à morte con-tinua em «Winter Fields» com Bat a chamar pela mãe: "Oh mãe, tenho medo de fechar os meus olhos. Alguns sonhos de Inverno vão fazer-me mergulhar e mergulhar e mer-

depois terminar numa Kate Bush em «Deep Sea Diver», onde a Bat perdida dá lugar a uma Bat em paz: "Desta vez não estou as-sustada/Porque o meu coração está no lu-gar".O bullying racista que sofrera em criança pela sua descendência paquistanesa, por parte do pai, pode ser a razão de ser da postura defensiva. Na altura, fora ainda sus-pensa das aulas por mau comportamento e tornou-se arrumadora de carros de uma fábrica, enquanto ouvia as suas próprias músicas nos auscultadores. A franja simétrica que hoje lhe cobre a testa mostra uma Bat mais mulher, mais decidida. O fim do cabelo longo em Two Suns deixou para trás a imagem de uma adolescência tardia ou de um plano transcendente, fac-tos que também se percebem pelo vestido elegante, esguio, preto e branco, que en-verga no videoclip «All Your Gold». Esta é uma música sobre alguém que conhecera no passado e que hoje Bat (ou a Natasha) não consegue esquecer (talvez o mesmo da faixa «The Haunted Man»). Ela diz que ele lhe tirou todo o ouro ("Deixei que ele me levasse todo o ouro, e que me magoasse tanto”), mas não se nota. «Laura» é o sin-gle de apresentação do terceiro álbum da artista britânica e é daqueles que foi mesmo bem escolhido para a promoção de tudo isto. De interpretação teatral, a magia de Bat continua lá e agora ainda mais angelical. E tudo isto é quase mais valioso do que ouro.

Joana Tavares, Jornalismo e crítica musical

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Crítica Disco”

B at For Lashes

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O sexto álbum dos Muse mostra de cer-ta forma a adesão das bandas à nova tecnologia e às “modas” musicais. 2ND Law mostra-se difer-ente numa das maiores bandas rock da actuali-dade. As responsabilidades eram mais que muitas, porém, o disco ficou (presumo eu) muito aquém das expectativas. De certa forma esta “perda” de identidade a que os Muse nos habituaram fez-me lembrar o álbum The Age Of Adz, de Surfjan Stevens. Depois do lançamento do álbum, Surfjan Stevens mudou o seu estilo mu-sical rendendo-se à electrónica. Os Muse optaram por trazer as novas tendências musicais como o dubstep e diminuíram a quanti-dade de Rock e de riffs cantáveis e melódicos a que Matt Bellamy nos habituou.

“Será que daqui em diante vão ser “estes” os Muse? Este disco será uma experiência para agra-dar a um público mais abrangente, mais jovem?

O facto de os Muse terem ex-perimentado novos conceitos, um conceito que achei pecu-liar, num disco dos autores de Black Holes and Revelations foi: uma constante “orquestra” que me perseguia durante todas as faixas de 2ND Law. Foi, a meu

ver, uma experiência que não agrada ao fãs dos “Muse, banda de rock”. Se falarmos em rock neste disco, vem-nos à memória aquele conceito de Symphony Rock.O disco abre da melhor maneira possível: Com rock progressivo («Supremacy»). Na faixa «Follow me», o espírito do rock ganha for-ma e faz-nos pensar nos álbuns anteriores a este 2ND Law. Em «Animals» emergem os tais riffs de guitarra que tanto o público procurava. Com «Big Freeze»,

“as influências dos U2 reparam-se, visto que me fez lembrar o estilo da banda de Bono”.

«Explorers» é talvez a música mais calma do álbum. «Mad-ness» é o single que invade as rádios portuguesas e para mim “esforça” esta mudança para uma “cena” que mistura pop/rock

com electrónica. «Panic Station» é, para mim, “uma carta fora do baralho”, visto que vinca um cariz mais pop/funk num álbum tão novo. Ainda houve espaço para o baixista Chris Wolstenhol-me cantar «Save me» e «Liquied State». As últimas faixas («Un-sustainable», «Isolated System») vêm suportar a ideia de que os Muse mudaram : orquestras, sin-fonias, dubstep, electrónica… As novas tendências e o experi-mentalismo ganharam aos Muse. Contudo “

“acho que o disco revela um bom som, actual, re-nascido. Importa dizer que Matt Bellamy encanta de novo com a sua voz neste álbum”.

Não mais que duas palavras têm os títulos das músicas do recente 2ND Law. Esperemos pelo re-gresso às origens e às suas “gui-tarradas”, Matt Bellamy!

Tiago Amaral, Jornalismo e crítica musical ETIC

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áGATAe x - a l u n a

Asce

nsão

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Como é que surgiu a ideia de tirar um curso profissional de vídeo?Surgiu através de um acumular de indecisões sobre o que fazer após o 9ºano. Não sabia ao

certo aquilo que queria, mas tinha a certeza do que não queria (o que já é uma ajuda): não queria continuar no ensino oficial. Considero o ensino oficial um pouco castrador e limitador, limita

a criatividade e a iniciativa. O ensino profissional pareceu-me uma boa alternativa pois estimula a originalidade, a pró-atividade e amadurece os jovens iniciando-os na vida profissional, envolvendo-

os em projetos “à séria”. A escolha pela área do vídeo foi fácil pois sempre me interessei pela área da comunicação, tanto pela sua vertente mais artística - como o cinema - como pela sua vertente mais

social como o jornalismo.

Como é que surgiu a ideia de tirar um curso profissional de vídeo?Conheci a escola através do Hugo, um ex-colega de escola, mais velho que eu,

que frequentava o curso de fotografia. Ele mostrou-me fotografias do primeiro Rock in Rio Lisboa e disse-me “fui eu que fotografei! Participei na cobertura do Rock

in Rio Lisboa através da EPI”. Fiquei impressionada pois até à data não conhecia nenhuma escola que se envolvesse em eventos tão mediáticos. Quando estive na

escola pela primeira vez para me candidatar, reparei de imediato que se tratava de uma escola diferente, com personalidade, com uma cultura própria.

Não ter receio de experimentar. Descobri que gosto e sou capaz de desempenhar diversas funções para as quais anteriormente me consideraria incapaz. Por exemplo, após concluir o curso na EPI, aceitei estagiar na atual Plural, à data intitulada de NBP Produções. Pensei que não conseguiria gostar do estágio uma vez que as produções eram telenovelas, um tipo de ficção com o qual não me identifico tanto. Ainda assim, foi uma ótima experiência, conheci pessoas da área e aprofundei conhecimentos a nível da ficção televisiva.

Qual acha que deve ser a melhor atitude de quem se lança no mercado de trabalho?

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“basta ter

vontade e agir

com fim a um

objetivo”

Até que ponto é que as relações que criou na escola com alunos/professores foram importantes para a sua carreira?Atualmente sou recém-licenciada, irei agora iniciar uma carreira. Ainda assim, penso que as relações que estabeleci podem ser vantajosas num futuro próximo.

Há alguma mensagem que gostasse de deixar aos nossos alunos?Que sejam sempre persistentes para atingir os seus objetivos. Que aproveitem tudo aquilo que a escola vos pode oferecer pois, por vezes devido à adolescência, não aproveitamos a 100% as potencialidades que uma escola como esta nos pode oferecer, pois não as vemos nem as compreendemos de imediato. Penso que a EPI é um vasto mundo de oportunidades, aproveitem-nas.

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A seguir à EPI foi tirar um curso superior em comunicação social. Como é que foi essa passagem em termos de exigência e abordagem do ensino profissional para o ensino superior?A maioria das pessoas criou preconceitos acerca dos cursos profissionais, acreditando que estes são destinados a alunos com menos sucesso escolar ou que se esforçam pouco. Não é verdade, de todo! Enquanto fui aluna da EPI sempre senti exigência por parte dos professores, da coordenadora de ensino profissional e do coordenador do curso. Embora seja um ensino mais livre e criativo, tem regras, avaliações, prazos, em suma, sempre considerei que nos impunham disciplina para que nos tornássemos responsáveis. Na passagem para o ensino superior reparei que essa responsabilidade, digamos, “profissional” me ajudou imenso. Muitos colegas de faculdade vinham do secundário (ensino oficial) habituados à benevolência por parte dos professores, em termos de prazos de entregas de trabalhos, e muitos deles demonstravam pouca iniciativa. Notei que lhes faltava aquela maturidade que os projetos profissionais nos dão: lidar com chefe de redação, com um chefe de produção, clientes, etc.

Que planos/ambições tem para o futuro?Criar uma espécie de “Fundo Monetário”, através de capitais privados e apoios para apoiar mais o cinema e as artes em Portugal. Acredito que um país sem cultura é um país sem identidade.

O que é para si o sucesso?Gostar daquilo que faço. Acordar todos os dias sabendo que vou trabalhar e me vou divertir, porque gosto. Só assim damos o nosso melhor e atingimos o sucesso. Nunca seremos os melhores trabalhando em algo com o qual não nos identificamos.

“estimula a originalidade”

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Numa altura em que se fala tanto do abandono a que o cinema português tem sido votado em termos de apoios estatais e dada a sua experiência em produção de curtas metragens, qual considera ser a melhor a atitude dos realizadores e produtores portugueses no contexto atual?Os apoios estatais são poucos é certo. Contudo acredito que o Estado somos todos nós e por vezes tendemos a esperar que as coisas aconteçam, mas é preciso “fazer acontecer” e para isso todos podemos contribuir, basta ter vontade e agir com fim a um objetivo. Apenas produzi curtas-metragens em âmbito escolar. Ainda assim, penso que os produtores devem reinventar o seu trabalhar, pensar em novos métodos criativos de obter financiamento e acima de tudo, pensar sobre formas de cativar o público, demonstrar que existem boas produções nacionais. É preciso divulgar mais os trabalhos dos jovens nacionais. Quando se fala de cinema português os nomes são sempre os do costume. Precisamos de olhar para nós próprios de outro modo.

O que mais me marcou foi participar em curtas-metragens e tenho pena de não me ter envolvido ainda mais na sua produção, infelizmente a faculdade ocupa muito do meu tempo e não participei tanto como gostaria. Refiro-me às curtas realizadas por ex-colegas da EPI, a mais conhecida intitulada de Papá Wrestling. Todos os meus colegas envolvidos são muito talentosos e têm uma grande cultura cinematográfica, daí ter sido muito bom aprender com eles.

Qual ou quais os momentos que a tenham marcado em particular no seu percurso profissional?“um país sem

cultura é um país sem identidade”

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O que faz no seu tempo livre?Desde o início da faculdade que sou trabalhadora-estudante, o que significa que nos tempos livres estou a trabalhar, e consequentemente deixo de ter tempos livres. Mas gosto de me sentir ocupada todo o dia.

O que foi para si mais importante na sua formação escolar aqui na escola?Os professores. Penso que há uma preocupação por parte da escola em escolher os melhores pro-fissionais de cada área para lecionar os diferentes módulos.

“sejam sempre persistentes”

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Há tantas personalidades como

corpos neste mundo. Melhor ou pior, cada

um é como sabe e pode ser. A maneira

de ser de cada pessoa é influenciada por

muitos fatores externos. Diariamente, so-

mos bombardeados com ideias vindas de

toda a parte que tentam manipular o nosso

modo de pensar e agir.

A experiência de viver é também

parte importante na construção do eu inte-

rior. Pensando sobre isto, quem sou eu?

Uma infância atribulada e solitá-

ria, com o divórcio dos meus pais aos dois

anos, assistindo ao desgaste físico e psi-

cológico da minha mãe por trabalhar 18

horas por dia para eu poder ter comida na

mesa todas as noites, obrigou-me a cres-

cer um bocadinho mais depressa do que a

generalidade das crianças.

Num crescimento com um pai

ausente, a figura paterna é assumida pelo

avô e tios paternos, que em 2005 e 2007,

respetivamente, faleceram por motivo de

cancro.

Com apenas dez anos, tinha a au-

tonomia e as capacidades que muitas pes-

soas com a minha idade atual, mais oito

anos, ainda não conseguiram atingir.

Entre tantas frases cheias de cer-

tezas incertas, quem sou eu? Eu sou eu,

porque mais ninguém poderia ser eu, se-

não eu.

Daniela Ascensão

este mundo, que é de todos e não

é de ninguém, tão cheio de pessoas dife-

rentes e todas iguais, vivendo isoladas e

juntas, numa solidão acompanhada neste

espaço tão cheio de nada. No meio de

tudo isto, quem sou eu?

A resposta mais óbvia a esta per-

gunta seria o meu nome, mas o que diz o

meu nome sobre mim? Fará alguma dife-

rença chamar-me Rita ou Maria? O nome é

apenas a forma mais fácil de identificar e

distinguir as pessoas, mas não acrescenta

grande coisa sobre elas. Mas se é assim

tão importante: Daniela.

A verdadeira distinção entre as

pessoas começa pelo exterior, sem gran-

des pensamentos, e apenas com o olhar,

percebem-se as diferenças: uns altos, ou-

tros baixos; uns magros, outros gordos;

uns morenos, outros loiros; uns novos, ou-

tros velhos. Com tanta diversidade, como

sou eu?

O espelho diz que sou loira, de

olhos verdes e pele clara. A fita métrica

afirma que meço 1.62m e a balança as-

sume que peso 49 Kg. Características

invulgares para uma lisboeta de família

verdadeiramente portuguesa. Se agrado

ao olhar alheio é uma questão à qual não

sei responder, mas quem ler este texto terá

uma resposta certamente.

Contudo, a aparência das pesso-

as é apenas a forma, o embrulho, o que

torna visível a nossa verdadeira essência:

o nosso interior.

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fotografiapatrícia faria

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LitoPedreirabaterista dos Amor Electro

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Amor, sinceridade, entrega e álbum novo “na calha”Lito Pedreira cresceu no seio de uma família de artis-tas. Saiu aos seus e cedo descobriu que o seu lugar era no mundo da música. Começou a tocar bateria aos 14 anos, como autodidata. Teve formação na banda Filarmónica da União Mucifalense, na Musi-cland e teve aulas particulares com Vicky Marques e João Lencastre. Fez parte de projetos como Balla, Oioai, Avalanche, Micro Audio Waves e Fuzamiura. Atualmente é baterista dos Amor Electro, banda cujo álbum de estreia Cai o Carmo e a Trindade esteve no topo das tabelas de vendas durante mais de sete semanas.Encontrámo-nos na Adega das Caves, em Sintra, um pequeno café tradicional no centro da vila. A mesa do canto foi a escolhida e lá nos sentámos com dois cafés e uma imperial. Lito falou da sua família, do su-cesso dos Amor Electro, dos seus hobbies e mani-festou a sua opinião a respeito do ensino profissional.

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Desde pequeno que vives entre músicos. Como é ter uma família recheada de talentos?

É óptimo porque como cresci a ouvir os

meus irmãos a tocar, acabei por aprender

a tocar com eles. Foram eles que me in-

centivaram a explorar e a procurar novas

sonoridades. Tenho um pai músico, tio

músico e primos músicos, portanto natu-

ralmente quis ser músico desde pequeno.

O teu pai e o teu irmão participaram no pro-grama de televisão, “Familia Superstar”. Qual o balanço que fazes desta participação? Para o meu pai foi um divertimento, ele

gosta de cantar e foi uma boa experiên-

cia. Para o João abriu algumas portas,

mas tudo depende de como a pessoa en-

cara. Pode ser uma ilusão, para algumas

pessoas é, mas também pode vir a abrir

algumas portas e é sempre bom, foi uma

experiência importante para o meu irmão,

neste caso, que acabou por depois lançar

o seu disco a solo.

Como é que os Amor Electro apareceram na tua vida? Eu já conhecia o Tiago e o Ricardo de

outros projetos. Eu era o baterista e eles

o baixista e teclista, respectivamente. E

por vezes o Rex ia substituir o baixista e

conhecemo-nos dessa forma, tocando jun-

tos. Eles tinham um projeto base que eram

os Catwalk, os quatro. Entretanto houve

uma proposta da editora, as coisas fica-

ram mais sérias, havia material para gra-

vação, que o Tiago na altura me mostrou,

e eu fiquei logo interessado em participar.

Demos uns dois concertos quando a ban-

da ainda não tinha nome, antes até de ser

lançado o Cai o Carmo e a Trindade. E a

partir daí as coisas foram sempre a subir.

Esperavam ter um sucesso tremendo como este?Nada mesmo. Como eles dizem, cai o

carmo e a trindade. Tanto podia ser muito

bom, como podia ser muito mau. Arriscou-

-se um bocado ao nível da escolha de te-

mas.

Então a história por trás do nome do álbum é essa? Eu presenciei essa parte da história, mas

foi um caminho um bocado paralelo, eles

já tinham a ideia do projeto em si desde o

início, mas basicamente foi um risco muito

grande, umas versões muito difíceis que

tanto podiam ser muito boas como muito

más, as pessoas podiam não aceitar tão

bem, foi um risco.

Qual achas ser o “ingrediente” para o vosso sucesso? Para começar, eu acho que tem muito a

ver com o facto de ser música feita com

muito amor, sinceridade e entrega. Tanto

eles, como eu, numa fase mais posterior,

tivemos uma entrega sem olhar a valores

e ao retorno que iríamos ter em vendas de

álbuns e concertos. Somos pessoas mui-

to experientes, que já andam na música

há muitos anos e que temos uma química

muito grande enquanto banda.

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No álbum, além de originais têm também algu-mas versões de Ornatos Violeta, GNR e Sétima Legião. Porquê juntar originais e versões e qual o critério para a escolha das mesmas?

Isso foi um critério que não passou por

mim. Eu ajudei em alguns temas que fi-

caram na gaveta quando se gravou, mas

a escolha das versões passou mais pelo

produtor, que, neste caso, foi o Tiago. Mas

eu adoro as músicas que escolheram e

acho que o resultado foram versões muito

boas, criativas e diferentes.

Tiveram feedback quanto às vossas versões, por parte dos autores originais?Sim, pelo que a Mariza me disse, porque

ela é que teve mais contacto com os auto-

res das músicas, eles aprovaram todas as

versões e deram o seu consentimento. E

isso para nós foi muito bom, uma vez que

eles nos deram a força para arriscar.

Uma das vossas músicas entrou numa teleno-vela da SIC. Pensas que isso contribuiu muito para a vossa notoriedade?Sim, quer queiramos quer não, a televisão

é um instrumento muito importante no que

toca à divulgação. Depois a questão é se

as coisas têm pernas para andar sozinhas,

mas a televisão é, sem dúvida, óptima

para mostrar trabalho.

Fizeram também uma versão de uma música de Mamonas Assassinas para a RFM. Gostam deste tipo de desafios?Sim, eu acho que é isso mesmo que carac-

teriza os Amor Electro, os desafios é que

nos fazem mover. Ao longo deste período

tem-nos sido colocados vários desafios,

mesmo quando estamos em concertos e

com muito trabalho, esse dos Mamonas,

um para tocar uma versão completamente

diferente da «No teu poema» da Simone

de Oliveira e foi óptimo, a ponto de nós até

tocarmos essa música nos concertos. São

sempre desafios interessantes.

“tivemos uma entrega sem olhar a valores”

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Tiveste algum tipo de formação musical ou foi tudo muito intuitivo e autodidata?

No início fui muito autodidata, sempre

aprendi por mim, a pesquisar por bandas

e a ver dvds. Na altura cheguei a ter umas

10 bandas, tudo estilos de música diferen-

tes, rock, hip-hop, reggae, punk. Mas a

dada altura comecei a ter formação, claro.

Em relação ao ensino profissional na área da música, julgas ser uma mais-valia para alcançar o sucesso, a par do talento? Sim, a formação musical é um complemen-

to. Eu se tivesse tido oportunidade até te-

ria começado a ter aulas mais cedo. A for-

mação se for bem orientada, nem sempre

limita, aliás pode até vir a ser muito boa,

quando aliada a um sentido criativo.

O Grupo ETIC é um grupo que explora a

arte da imagem, comunicação e afins. Dali

saem todos os anos novos profissionais da

música, som , fotografia, entre outros.

O que, para ti, diferencia esta escola dos outros métodos de ensino “tradicionais”?Sim, eu acho que o ensino tradicional está

até um bocado desatualizado e por isso é

que temos também esse problema de fal-

ta de emprego e know-how porque temos

muitas pessoas que acabam o curso, têm

o canudo na mão, mas que no fundo não

sabem fazer muita coisa. É bom ter co-

nhecimento teórico, mas a prática é muito

importante. Acho que o ensino da ETIC é

muito bom, direcionado e uma pessoa sai

de lá já com bases para começar a fazer

alguma coisa na sua área, pelo menos é o

que ouço dizer de todas as pessoas que

lá andaram.

Que interesses e hobbies tens além da música?Gosto muito de surfar, apesar de ser sur-

fista de verão e, ultimamente, surfista da

banheira, porque não tenho tido tempo

com os Amor Electro. Também gosto muito

de desportos ao ar livre, de andar de bi-

cicleta, passear. De resto, é tudo música,

experimentar instrumentos novos, como

tocar viola.

Estiveste em digressão com os Amor Electro recentemente, recordas-te de alguns momen-tos engraçados?Os momentos mais engraçados são as

partidas que pregarmos uns aos outros.

Por exemplo, numa das vezes o nosso

roadie substituiu as garrafas de água do

nosso teclista por vodka pura e a meio do

concerto ele fez uma daquelas caras como

se quase se fosse vomitar. Uma outra vez

desafinámos o baixo do Rex e fizemos um

teste de som com o baixo dele comple-

tamente desafinado e ele ficou comple-

tamente à toa. Comigo foram simpáticos,

quanto muito a Mariza colava uns papéis

nas costas a dizer “o Lito é gay” que aca-

bavam por aparecer nos ecrãs.

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Com que perspectiva olhas para o teu futuro, quer a nível dos Amor Electro, quer a nível dos teus outros projetos?

Em relação aos Amor Electro, agora vamos

gravar o segundo disco e espero que nos

continuemos a dar bem, que consigamos

ter a mesma energia e a mesma força para

fazer coisas novas e para trabalhar tam-

bém porque ultimamente as coisas não es-

tão fáceis no nosso país. Quanto a outros

projetos, para já tenho um meu que ainda

está a “marinar” e que só daqui a um ano

ou dois e que sairá cá para fora. É um pro-

jeto muito pessoal. De resto, estou comple-

tamente dedicado a Amor Electro. O disco

ainda está no segredo dos deuses, mas se

tudo correr bem estaremos aí um pouco

por todo o lado.

Rita Bernardo & Sara Coelho

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ÁREA TÉCNICA

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No contexto da sua PAP (Prova de Aptidão Profissional), o aluno Fran-cisco Azevedo Gomes do curso de Técnico de Organização de Even-tos (TOE) da EPI, concebeu uma exposição chamada “Modern Views” pretendendo criar uma ligação entre o mundo do Skate e o Design.

Através de uma visão moderna, dinâmica e participada pelo público, num ambiente onde o skate dá o mote a todas as atividades, a ex-posição “Modern Views” vem estabelecer uma ligação entre a marca Globe e o público aderente, dando a conhecer os seus produtos, inter-ligando design e skate, criando assim um ambiente atrativo e original.É importante destacar que este ex-aluno da EPI está agora a desen-volver esforços para tornar o seu projecto real, tendo já da parte da

marca Globe a indicação de que existe interesse em avançar.

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trabalho de portuguêsana clemente

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Na disciplina de Português, no contexto do Módulo 1 - Textos de carác-ter autobiográfico, uma aluna redigiu uma página fictícia de um diário.Para a semana de 15 a 22 de Outubro, antevia o horóscopo que seriam "reforçadas duas áreas que nem sempre são conciliáveis: o amor e o trabalho" e que seria possível encontrar ,um amigo ou familiar que não

se via há muito." Eis o que aconteceu:

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Segunda-feira, 15 de Outubro de 2012Bela maneira de começar a semana: 20 a Inglês.Não é propriamente uma surpresa mas fogo, graças a esta prenda dos deuses, a minha mãe vai-me dar as calças da Zara (aquelas que eu ando há séculos a espreitar através do vidro da montra). O que um 20 faz!Bem, de resto, o dia foi bom. Quer dizer, o Pedro faltou hoje, o que significa que estou há três dias consecutivos sem o ver.Que nervos!

Terça-feira, 16 de Outubro de 2012Calças na mão (ou melhor, nas pernas)! Ah Ah! Fui buscá-las à hora de almoço, com a Susana, ao Oei-ras Parque. E como se o meu dia já não estivesse a correr tão bem (pela primeira vez as minhas pontas não ficaram espigadas após o alisamento), o Pedro foi à escola e... tem um novo corte de cabelo. Está tão super giro!Mas ainda não acabou (eu sei, também me está a parecer um sonho): ele sorriu-me várias vezes, piscou-me o olho (não, não era um espasmo) e despediu-se com um beijo na testa.

"Estou na luaNão me chateeis que agora estou na lua!"

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Quinta-feira, 18 de Outubro de 2012A avó Luísa veio ver-nos! Apareceu ontem cá em casa, quase de pára-quedas. Ninguém fazia ideia. Já não a via há dois anos, o que resultou num esqueci-mento em relação à minha idade, típico da idade. Por-tanto, em contagem idosa, regressei aos onze anos.A avó vai ficar por cá mais duas noites e amanhã vai fazer o meu almoço favorito: lasanha! Ótimo in-centivo para o teste de Matemática, que vou fazer à tarde.

Sábado, 20 de Outubro de 2012Oh meu Deus! Credo, estou pasmada. Ainda.Fui jantar com o Pedro. Eu! E o teste de Matemá-tica correu-me tão bem! Esta é a melhor semana de sempre!

Domingo, 21 de Outubro de 2012Mensagem do Pedro: "Dorme bem, até amanhã. Já tenho saudades. Beijinhos."Cristo, que nervoso miudinho, culpado pelo sorriso idiota que tenho na cara.

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Final Click Entrega de Diplomas ao Ciclo 2009-2012

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No passado dia 17 de novembro realizou-se nas instalações da

ETIC - Espaço Atmosferas, a entrega de Diplomas aos alunos da

EPI que finalizaram o 12º Ano.

Os alunos e alunas dos Cursos profissionais de Vídeo, Produção

e Tecnologias da Música, Som, Organização de Eventos,

Interpretação, Multimédia, Design Gráfico e Design de Interiores

viram a sua evolução e aprendizagem ao longo de 3 anos cele-

brada por professores, família e amigos numa cerimónia que teve

como tema o conceito Epicentro.

A conceção e implementação do Evento foi, como habitualmente,

realizada por alunos da EPI que neste momento puderam aplicar

conhecimentos numa experiência real de produção.

Estiveram envolvidas as Turmas de Organização de Eventos 10 e

11, Design de Interiores 10 e 12, Multimedia 12, Design Gráfico

12, Som 10 e 11 e Fotografia 11 e 12.

Coordenada pelos professores Ana Calvet, Gil Costa, Cristina

Cavalinhos e Paula Lomelino a cerimónia contou com vários mo-

mentos de animação: -

Performances pela Turma de Interpretação 10, Dança pelo Grupo

Reticências, atuação do Grupo Musical NewBrisk e de um projec-

to de Covers, dois filmes com os melhores momentos dos alunos

diplomados e fogo de artifício oferecido pela empresa de dois

alunos EPI, a Várious Club.

O discurso do Director da EPI, José Pacífico e da Directora do

Grupo de Educação Manuela Carlos, lembraram que a EPI terá

sempre a porta aberta para continuar a apoiar os futuros profis-

sionais nos seus projectos e incluíram a entrega do Diploma de

Mérito à melhor aluna do Ciclo 09-11, Carolina Lemos do Curso

de Vídeo.

Rute Novais

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e_MAGAZINErevista mensal

DIREÇÃODr. José PacíficoGonçalo Barreiros

PROPRIEDADE ETIC escola técnica de imagem e comunicação

Rua D. Luís I, nº3 1200-151

LISBOA

EDIÇÃO Daniela AscensãoGonçalo Barreiros

FOTOGRAFIAPatrícia FariaAlexandra LopesRita Bernardo

REDAÇÃO E REVISÃODaniela AscensãoGonçalo BarreirosTelma SilvestreDiogo PereiraDaniel Sales GomesSofia MartinsJoana TavaresTiago AmaralSara Coelho

ficha técnicaDIREÇÃO CRIATIVARute Novais

DIREÇÃO DE ARTeAna AbrantesJoão Barrigana Mariana RodriguesDiogo SantosDaniela Sampaio

PRODUÇÃO EXECUTIVADaniela AscensãoGonçalo BarreirosPatrícia FariaRute NovaisTelma Silvestre

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