EM TEMPO - 3 de março de 2013

32
MÁX.: 30 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS ANO XXV – N.º 7.930 – DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. Mesmo passando por nova ses- são de quimioterapia para tratar um câncer, o presidente da Vene- zuela (foto) não desanimou, ga- rante família. Última Hora A2 Chávez está ‘animado’, diz família VENEZUELA O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ELENCO Fiscais da prefeitura lacraram quatro casas noturnas por não te- rem cumprido os prazos de regula- rização. Última Hora A2 Prefeitura lacra 4 boates irregulares REINCIDENTES Vale vaga na final da Taça Guanabara Pódio E5 Clássico marca 100 anos de rivalidade Pódio E4 Manausprev tem rombo de R$ 300 milhões Manausprev tem uma dívida de R$ 300 milhões acumulada de gestões passadas. A infor- mação faz parte do relatório das contas da administração anterior, entregue pelo secretário municipal de Finanças, Ulisses Tapajós, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). O mais grave é que o Manausprev fez investimento de risco no banco privado BVA, no valor de R$ 33 milhões e, pelo andar da carruagem, deve perder tudo definitivamente. Política A5 FOTOS: DHAVID NORMANDO/AE DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO MANOBRA NA ACADEMIA DE LETRAS Polêmica na Academia Amazonense de Letras envolve a escolha do próximo ocupante da cadeira de número 21, deixada pelo poeta Luiz Bacellar. Alguns membros da AAL confirmam que, para favorecer alguns candidatos à “imortalidade”, a inscrição foi antecipada, contrariando o que estava previsto no comunicado oficial interno da entidade. Plateia D1 SAÚDE ILUSTRÍSSIMA Aveia melhora o funcionamen- to intestinal, diminui a absorção do colesterol total e controla a pressão arterial. Saúde F2 Dificuldade em acessar in- ternet em Cuba não impede entrada de informações via ce- lulares. Ilustríssima G4 e G5 No ano do (polêmico) centenário das agremiações vêm à tona o resga- te e a reafirmação da trajetória dos bumbás. Dia a dia C1, C2 e C3 Um século de história na ilha PARINTINS Depois de um hiato de 10 anos na carreira, cantor e compositor prepara novo CD para este ano. Plateia D3 Chico da Silva volta ao estúdio MÚSICA DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO Falsos cartazes Ulisses Tapajós e Arthur Neto entregaram ao TCE relatório da administração passada REPRODUÇÃO RICARDO OLIVEIRA Ao contrário dos pichadores, grafiteiros expressam suas ideias sem depredar o patrimônio histórico. Dia a dia C4 FLAMENGO X BOTAFOGO SANTOS X CORINTHIANS A primeira reunião de cardeais preparatória do conclave que vai eleger o sucessor de Bento 16 será amanhã. Falsos cartazes pedindo votos para o cardeal Peter Turkson, de Gana, estão sendo vistos em Roma. Última Hora A2 A desem- bargadora Graça Figueiredo (foto) diz que sua escalada na magistra- tura requer dedicação e cuidado. Elenco 16

description

EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

Transcript of EM TEMPO - 3 de março de 2013

Page 1: EM TEMPO - 3 de março de 2013

MÁX.: 30 MÍN.: 24TEMPO EM MANAUS

ANO XXV – N.º 7.930 – DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

Mesmo passando por nova ses-são de quimioterapia para tratar um câncer, o presidente da Vene-zuela (foto) não desanimou, ga-rante família. Última Hora A2

Chávez está ‘animado’, diz família

VENEZUELA

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

ELENCO

Fiscais da prefeitura lacraram quatro casas noturnas por não te-rem cumprido os prazos de regula-rização. Última Hora A2

Prefeituralacra 4 boates irregulares

REINCIDENTES

Vale vaga na fi nal da Taça Guanabara

Pódio E5

Clássico marca 100 anos de rivalidade

Pódio E4

Manausprevtem rombo de R$ 300 milhões

Manausprev tem uma dívida de R$ 300 milhões acumulada de gestões passadas. A infor-mação faz parte do relatório das contas da administração anterior, entregue pelo secretário municipal de Finanças, Ulisses Tapajós, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE). O mais grave é que o Manausprev fez investimento de risco no banco privado BVA, no valor de R$ 33 milhões e, pelo andar da carruagem, deve perder tudo defi nitivamente. Política A5

FOTO

S: D

HA

VID

NO

RM

AN

DO

/AE

DIV

ULG

ÃO

DIV

ULG

ÃO

MANOBRA NA ACADEMIA DE LETRASPolêmica na Academia Amazonense de Letras envolve a escolha do próximo ocupante da cadeira de número 21, deixada pelo poeta Luiz Bacellar. Alguns membros da AAL confi rmam

que, para favorecer alguns candidatos à “imortalidade”, a inscrição foi antecipada, contrariando o que estava previsto no comunicado ofi cial interno da entidade. Plateia D1

SAÚDE

ILUSTRÍSSIMA

Aveia melhora o funcionamen-to intestinal, diminui a absorção do colesterol total e controla a pressão arterial. Saúde F2

Difi culdade em acessar in-ternet em Cuba não impede entrada de informações via ce-lulares. Ilustríssima G4 e G5

No ano do (polêmico) centenário das agremiações vêm à tona o resga-te e a reafi rmação da trajetória dos bumbás. Dia a dia C1, C2 e C3

Um séculode história na ilha

PARINTINS

Depois de um hiato de 10 anos na carreira, cantor e compositor prepara novo CD para este ano. Plateia D3

Chico da Silva volta ao estúdio

MÚSICA

DIV

ULG

ÃO

DIV

ULG

ÃO

Falsos cartazes

Ulisses Tapajós e Arthur Neto entregaram ao TCE relatório da administração passada

RE

PR

OD

ÃO

RIC

AR

DO

OL

IVE

IRA

Ao contrário dos pichadores, grafi teiros expressam suas ideias sem depredar o patrimônio histórico. Dia a dia C4

FLAMENGO X BOTAFOGO

SANTOS X CORINTHIANS

A primeira reunião de cardeais preparatória do conclave que vai eleger o sucessor de Bento 16 será amanhã. Falsos cartazes pedindo votos para o cardeal Peter Turkson, de Gana, estão sendo vistos em Roma. Última Hora A2

A desem-bargadora Graça Figueiredo (foto) diz que sua escalada na magistra-tura requer dedicação e cuidado. Elenco 16

DOMINGO 3_3.indd 3 2/3/2013 13:13:34

Page 2: EM TEMPO - 3 de março de 2013

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Quatro casas noturnas novamente interditadas Eleven, Musique, Rêmulos e Aquarelas não haviam assinado termo de ajuste de conduta, apesar de terem iniciado regularização

Após fiscalização na noi-te de sábado em cinco casas noturnas, que es-tavam com pendências

junto aos órgãos municipais de fiscalização, a Prefeitura de Manaus interditou quatro desses estabelecimentos por não terem cumprido os prazos de regularização e não terem assinado os termos de ajus-tamento de conduta junto aos órgãos responsáveis.

Eleven Bar (rua Pau-Rosa, Dom Pedro), Musique Nuit (avenida Mário Ypiranga, 1.010), boate Rêmulos (rua Lobo D’Almada, Centro), e Aquarelas (rua Ta-mandaré, Centro) além de in-terditadas foram multadas. Na Rêmulos e Aquarelas os equipa-mentos de som também foram apreendidos pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semmas). No caso da Rêmu-los, pela reincidência, as multas foram dobradas e chegaram a R$ 15 mil. Todas as casas não as-sinaram o termo de ajustamento de conduta e, apesar de já terem iniciado o processo de regulari-zação, não deram continuidade aos procedimentos.

Participaram da operação, que começou por volta das 21h de sábado, aproximadamente 30 agentes do Gabinete Mi-litar, Secretaria Municipal de

Meio Ambiente (Semmas), Se-cretraria Municipal de Finanças (Semef), Instituto Municipal de Ordem Social e Planejamento Urbano (Implurb), DVisa (Depar-tamento de Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saú-de) e Corpo de Bombeiros.

O primeiro estabelecimento visitado foi o All Night, localizada na Ephigênio Sales, que estava

fechado. Os responsáveis infor-maram que estão dando prosse-guimento aos procedimentos de regularização solicitados pela prefeitura e, na sexta-feira, solicitaram o laudo do Corpo de Bombeiros para verificar se as mudanças realizadas para atender às normas de segurança estão adequadas.

As quatro casas fechadas on-tem se preparavam para funcio-

nar, mesmo com pendências da primeira fiscalização realizada pela prefeitura. Porém, quando a equipe verificou a documenta-ção foi percebido que todas ain-da estavam irregulares junto ao Implurb, duas junto à Semmas e outras duas na Semef.

O subsecretário do Gabi-nete Militar, major Alexandre Morais, completou que as operações de fiscalização às casas noturnas serão rotina a partir de agora, cumprindo uma determinação do prefeito Arthur Virgílio Neto.

TragédiaAs ações de fiscalização in-

tensas nas casas noturnas de Manaus iniciaram no dia seguin-te à tragédia na boate Kiss, em Santa Maria (RS), que ocorreu no dia 28 de janeiro, quando mais de 200 jovens morreram em um incêndio. Na ocasião, os estabelecimentos foram autu-ados, multados e interditados pelas equipes.

Durante a operação foram encontradas irregularidades como falta de documentação, ausência de licença ambiental e falhas na segurança dos locais. Durante três dias de fiscali-zação foram interditadas 52 casas noturnas em todas as zonas da cidade de Manaus.

REINCIDÊNCIANo caso da boate Rêmulos, na Lobo D’Almada, que é rein-cidente, a multa foi dobrada e deve chegar a R$ 15 mil, segundo informaram os órgãos de fiscalização da Pre-feitura de Manaus

Fiscalização comandada pela prefeitura, ontem, identificou irregularidades nos estabelecimentos

Defesa aposta em uma confissão O goleiro Bruno Fernandes

de Souza poderá confessar, pela primeira vez, que sabia da morte de Eliza Samudio. Deverá alegar, porém, que seu ex-assessor Luiz Henrique Romão, o Macarrão, planejou todo o crime sozinho.

É essa a estratégia que seu principal advogado, Lú-cio Adolfo da Silva, indica que deverá adotar no julga-mento que terá início nesta segunda-feira.

Ele não dá como certa a uti-lização da tese. Garante que vai manter a versão de que Bruno não é o mandante.

O trabalho para defender Bruno se complicou desde novembro quando Macarrão confessou o assassinato de Eliza e apontou seu ex-patrão como o mentor do crime.

Para o Ministério Público, a confissão de Macarrão, em-bora parcial (não quis entre-gar o assassino), só reforçou a tese sustentada desde o começo de que Bruno é o

mentor do crime. Assim, a promotoria vê a condenação como certa.

Para advogados envolvidos no caso, essa delação é o principal indício contra Bruno. Até então, o que mais pesava contra Bruno era o fato de ele ter mentido publicamente, após um treino do Flamengo, de que fazia dois ou três me-ses que não via Eliza.

O defensor do goleiro fa-lou dessa tese quando, a pedido da “Folha”, explicou como argumentaria que Bruno não tem responsa-bilidade na morte, mesmo, eventualmente, sabendo do crime. “Eu, você e mais um amigo entramos no seu car-ro e você dirige até o banco. Chega lá, eu desço, roubo o banco e mato alguém. Que crime você cometeu? Dirigir carro não é crime. Mas como você contribuiu para o crime, você responde pelo crime”.

E continua: “Entretanto, tem que ver se a sua participa-

ção é de menor importância, se é diferenciada. Então, esse é um caminho. Dizer: ele é culpado? Sim. Mas a partici-pação dele é diferenciada? Se os jurados disserem que sim, autorizam a Justiça a diminuir a pena”, disse.

Embora faça mistério sobre toda a sua tese, ele diz que não pode “negar a realidade”: a existência do testemunho do Macarrão e sua condena-ção a 15 anos de prisão pela morte de Eliza.

Advogados ouvidos pela “Folha” afirmam que, embora a defesa esteja em situação “desfavorável”, não é possível dar como certa a condenação de Bruno. “A tática, com cer-teza, será a desconstrução do interrogatório do Macarrão. Dizer que ele mentiu para ter benefício de pena”, disse Luiz Flávio Gomes.

Para o advogado Roberto Garcia Soares, “não é inco-mum ter imputação cruzada. Um dizer que foi o outro”.

JULGAMENTO

O goleiro Bruno Fernandes pode assumir perante os jurados que sabia da morte de Eliza

ALEXANDRE GUZANSHE/AE Reunião preparatória de cardeais acontece amanhã

A primeira reunião de car-deais preparatória do concla-ve que vai eleger o sucessor de Bento 16 será realizada na segunda-feira, 4, anunciou o arcebispo de Nápoles, car-deal Crescenzio Sepe. O reli-gioso fez o anúncio durante a celebração eucarística na catedral de Nápoles, promo-vida para a despedida a Bento 16, que deixou oficialmente de ser papa às 20h (16h de Brasília) de anteontem.

O decano dos cardeais, Angelo Sodano, vai começar na sexta-feira a chamar os cardeais, para organizarem o conclave. A partir da primeira reunião de cardeais, já se pode anunciar a data do conclave, explicou o porta-voz do Vati-cano, Federico Lombardi.

Em 25 de fevereiro, o papa autorizou os cardeais a ante-ciparem o próximo conclave, através de um “motu próprio” [por iniciativa própria]. A nor-ma do Vaticano estipula que o

conclave deve começar entre 15 e 20 dias depois do início da sede vacante (expressão que designa que o lugar do papa está vago), para permitir aos cardeais chegarem a Roma.

Mas como muitos cardeais já estão em Roma, para onde viajaram para acompanhar Bento 16 nos últimos dias do seu pontificado.

Campanha falsificadaFalsos cartazes eleitorais

pedindo votos para o cardeal Peter Turkson, de Gana, na sucessão do papa Bento 16 foram colocados nesta sex-ta-feira no centro de Roma por um grupo de artistas. “No conclave vote por Peter Kodwo Appiah Turkson!” -, pediam os cartazes com a foto do prelado africano olhando para o céu. Os cartazes são uma clara paródia da propaganda elei-toral utilizada nas legislativas italianas disputadas domingo e na segunda-feira.

NOVO PAPA

Falsos cartazes do cardeal Peter Turkson pedindo votos

Venezuela reza pelo presidente

O presidente venezuelano-Hugo Chávez foi submetido a uma quimioterapia como parte dos “tratamentos complementares” necessá-rios após ser operado pela quarta vez de um câncer, em dezembro passado.

A informação foi dada pelo vice-presidente, Nico-lás Maduro, nesta sexta-fei-ra (1º), em uma missa pela saúde de Chávez, durante a inauguração da capela do Hospital Militar de Caracas, onde o líder venezuelano está internado.

O vice-presidente da Ve-nezuela, Nicolás Maduro, disse em entrevista coleti-va nesta sexta-feira (1º) que Hugo Chávez se descuidou da saúde e ficou doente por dedicar a vida à pátria e aos pobres.

Na ocasião, Maduro disse ainda, a jornalistas, que Chá-vez está “muito animado”, e criticou os rumores difundi-dos nas redes sociais sobre o estado clínico de Chávez, culpando opositores que têm acusado o governo de mentir sobre o assunto. O governo passou o dia negando rumo-res sobre a saúde de Chávez. “Ele tem muita força interior e se encontra muito anima-do”, resumiu Maduro.

Segundo Maduro, no final de janeiro, Chávez passou a receber tra-tamentos complemen-tares, “que são quimio-terapias aplicadas a pacientes com câncer após a operação”. Ainda de acordo com Maduro, Chávez iniciou um ciclo de quimioterapia após sua última operação.

CHÁVEZ

DIVULGAÇÃO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

A02 - ÚLTIMA HORA.indd 2 2/3/2013 12:59:43

Page 3: EM TEMPO - 3 de março de 2013

MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 A3Opinião

O grande erro é se pensar que as instituições não podem ser atingidas pelos erros dos seus constituintes. As pessoas se confundem com as instituições e, na maioria das vezes, usam-nas como escudos. Esta é a fundamentação do corporativismo que atinge os aparelhos do Estado, em suas três principais instâncias: Executivo, Legislativo e Judiciário. E se funciona assim “lá em cima”, por que não “aqui embaixo”?.

Esse protecionismo desonesto patrocina o descrédito nas instituições públicas, mais princi-palmente em seus agentes. Se um juiz erra, prevarica, não quer dizer que o Judiciário seja o habitat da corrupção. Mas o será, se acobertar o malfeito. A fi gura do Judiciário estará limpa se houver a decência de punir quem desafi nou no coro. O Conselho Nacional de Justiça, nos últimos anos, deu um exemplo de que os ideais republicanos podem, sim, ser consagrados no século 21 (o que se inventou depois deles?). Puniu juízes de saíram do trilho.

O Supremo Tribunal Federal acordou de longa modorra e encarou o processo do men-salão de maneira que o país surpreendeu-se: há juízes no Brasil. Não é agradável cortar na própria carne. Mas é necessário, para a sobrevivência da instituição. O Comando da Polícia Militar do Amazonas deu um exemplo desse tipo ao expor soldados, cabo e ofi ciais (nove deles) que estão comprometidos com o tráfi co de drogas, entre outros crimes. Se a polícia existe para combater o crime, nada mais correto do que enfrentá-lo dentro de casa. Como acreditar em uma polícia que seja conivente com criminosos? Valeu a lição.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a recuperação da estrada de Novo Airão, AM-352. Há algum tem-po, transitar na rodovia significa uma verdadeira corrida com obstáculos, tamanho é o número de crateras.

RECUPERAÇÃO DA AM-352

APLAUSOS VAIAS

Ninho goianoFalando em Arthur, o prefei-

to participa nesta segunda do fórum estadual do PSDB em Goiás. Ele fará a palestra “O PSDB e seu papel no desen-volvimento brasileiro”.

PeregrinaçãoDe Goiânia Arthur vai para

Brasília, onde tem agenda em seis ministérios, fazendo uma peregrinação para apresen-tar projetos de captação de recursos para obras e proje-tos em Manaus.

Tráfi co de pessoasVanessa Grazziotin (PCdoB)

será recebida nesta segunda (4), às 19h, no Palácio do Pla-nalto, pela ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoff mann.

A senadora vai entregar uma cópia do relatório fi nal da CPI do Tráfi co de Pessoas, do Senado.

Tráfi co de pessoas 2Grazziotin, que presidiu a

CPI, quer o apoio do governo nas articulações para a apro-vação dos projetos propostos pela comissão que modifi cam a atual legislação.

O principal deles tipifi ca o crime como hediondo e para fi ns de trabalho escravo e remoção de órgãos.

Tráfi co de pessoas 3Atualmente, a lei brasilei-

ra só considera tráfi co de pessoas quando para fi ns de exploração sexual.

— Como signatário do Proto-colo de Parlemo, o Brasil precisa atualizar suas leis nessa área-,

disse a senadora.

Lacre na noiteEngana-se quem pensa que

a fi scalização da prefeitura diminuiria com a saída, da tragédia de Santa Maria (RS), da mídia.

Ontem os fi scais interdi-taram, novamente, a Eleven, Musique, Rêmulos e Aquare-las. Todas foram multadas.

RêmulosNo caso da Rêmulos, a pu-

nição foi maior.Pela reincidência, as multas

contra a casa noturna foram dobradas e chegaram a R$ 15 mil.

Feira da AmazôniaPor ocasião das comemo-

rações do 46º aniversário da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Sufra-ma), a autarquia anunciou ofi cialmente a realização da VII Feira Internacional da Amazônia (Fiam).

O evento ocorrerá entre os dias 27 e 30 de novembro deste ano.

FuturistaA edição de 2013 da Fiam

tem como mote o slogan “Passe para o futuro”, uma referência à Copa do Mundo da Fifa que será realizada no Brasil no ano que vem e tem na capital amazonense uma das cidades-sede.

Seu ouvidoSemmas e Polícia Militar

fecharam um acordo sobre a fi scalização da poluição

sonora em Manaus. Em casas de shows e even-

tos o excesso de volume de som será fi scalizado pelo ór-gão municipal.

Chame a PMNos casos de som alto em

residências, quem deve ser acionada é a PM.

A ideia é resolver rapida-mente as discussões e aplicar multas pesadas na poluição sonora causada com fi ns co-merciais.

Santo de casaO compositor Júnior Rodri-

gues, que mantém em sua casa o espaço cultural Quintal do Samba, onde só compa-recem bambas, compôs um samba em que fala em todos o santos da Igreja Católica, revelando suas curas mila-grosas pela fé.

Santo de casa 2Júnior Rodrigues não es-

queceu santo Expedito, são Sebastião, são Judas Tadeu, são Jorge, santa Luzia, são Francisco, Nossa Senhora Aparecida, santa Bárbara…

O samba é enorme e, no dia de seu lançamento, Júnior desfi ou seu talento e suas rimas. No fi nal, cansado de tanto falar em santo, recebeu os aplausos que merecia.

Mas quando a plateia silen-ciou, uma velhinha lá atrás ergue a mão e gritou:

— Esqueceu santa Tere-zinha!

À assessora de imprensa do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE), que difi culta o acesso dos profi ssionais às in-formações do órgão publico. A última, é que alguns jornalistas estão impossibilitados até de entrar nas dependências do órgão.

ASSESSORIA DO MPE

Durante inauguração de uma creche no bairro da Fazendinha, Zona Norte, ontem, o pre-feito Arthur Neto se emocionou.

Em seu discurso, disse que tem a missão de fazer uma gestão diferente.— Manaus está sendo refundada em bases irreversíveis. Se fosse para fazer igual aos

outros, uma gestão qualquer, preferia ter perdido a eleição. Esse é o meu ritmo e minha missão –, declarou ele.

‘Meu ritmo, minha missão’

REPRODUÇÃO DIVULGAÇÃO

[email protected]

O acerto da Polícia Militar

Boas referências, pessoas, atos ou ideias nas quais a sociedade reconhece valores caros não necessariamente têm de se transformar em candidaturas à Presidência da República. Compreende-se o “disse me disse”, o entusiasmo, quando não a fi rme crença, em alguns setores e ocasiões, na hipótese de que o presidente do Supremo Tribunal Fe-deral, Joaquim Barbosa, venha – ou pelo menos almeje – a disputar o posto de chefe da nação.

Em boa parte dos países, se não na maioria, o presidente é a fi gura máxima. Se por aqui boa parte da população, se não a maioria, achou o máximo a atuação de Barbosa como relator do processo do mensalão, natural que faça uma conexão entre uma coisa e outra. Em especial diante da carência de exemplos reconhecidos como me-recedores de respeito. Ao estruturar uma narrativa inescapável da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, o relator do processo levou o país à compreensão do que foi o es-quema de desvios, fraudes e escambo de vantagens indevidas em troca de apoio político devido.

Foi acompanhado pelo tribunal na quase totalidade dos votos. O colegia-do, com sua decisão, elevou o grau de confi abilidade do Judiciário, mas nem por isso se lançaram os nomes de ou-tros ministros no fogaréu de vaidades do ambiente das disputas eleitorais no molde em que se dão. Muito bem, Joaquim Barbosa virou um símbolo. Para alguns, parcial, arbitrário e, como se diz agora, midiático. Para muitos, um emblema de justiça e de intolerância com a ilegalidade para a qual defende tratamento igualitário entre poderosos e não poderosos.

Mas, daí a dizer que tal atributo seja um trampolim para a Presidência da República são outros 500 quilômetros a serem percorridos. O presidente do STF tem a favor de si o crédito junto a substancial parcela de população.

Em compensação, para sermos re-

alistas, tem contra si diversos fatores. A começar pela suposição de que o que o move é a ambição política. Isso diminui a fi gura do juiz, não deixa de ser uma maneira, ainda que involuntária, de reduzir suas atitudes e opiniões a uma mera ânsia por notoriedade com aquele poder conferido pelo Diário Ofi cial.

Além disso, Joaquim Barbosa não é do ramo. Há quem aponte nisso uma vantagem. Mas, sem comparações de forma e conteúdo, de exemplos de que o repúdio à atividade política por si só não credencia alguém a exercê-la de modo a fazer de fato a diferença, a História está cheia. Temos ainda o temperamento do presidente do Supremo a contar como desvantagem numa atividade em que a vocação para a diplomacia é essencial. Ao menos quando se pretende exercê-la na regra do jogo sem a ajuda do vale-tudo.

O ministro não tem um partido e, a não ser que pretenda criar um ou alo-jar-se em algum apenas para ter uma legenda sem maior presença no cenário político (o que poderia causar péssima impressão), não se vislumbram espaços disponíveis. A fi la nos partidos obedece a uma lógica e nenhum deles parece disposto por enquanto a subvertê-la.

Isso tudo sem falar na possibilidade de uma empreitada malsucedida, que tiraria Joaquim Barbosa do Supremo Tri-bunal Federal e o levaria a lugar nenhum. Por que o ministro não pode servir ao País exatamente onde está, exercendo o papel a que vem se propondo? Figuras respeitadas não necessariamente pre-cisam chegar à Presidência para, com seu êxito, satisfazerem demandas por condutas tidas como exemplares.

São Tomé. Antes de se acreditar na ameaça do PMDB de não apoiar a ree-leição de Dilma Rousseff caso o PT não retire a candidatura própria ao governo do Rio, é preciso ver para crer se o partido trocará a vice-presidência e ministérios por um palanque regional. Em 2014, se Dilma estiver com dianteira segura isso só ocorrerá no dia de São Nunca.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

O êxito que satisfaz

[email protected]

Charge

Compreende-se o ‘disse me disse’, o entusiasmo, quando não a fi rme crença, em alguns se-tores e ocasi-ões, na hipó-tese de que o presidente do Supremo Tri-bunal Federal, Joaquim Bar-bosa, venha – ou pelo menos almeje – a disputar o posto de che-fe da nação”

A03 - OPINIÃO.indd 3 2/3/2013 13:22:55

Page 4: EM TEMPO - 3 de março de 2013

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Avançaram as conversas de Eduardo Campos (PSB) com a dupla Duda Mendonça e Antonio La-vareda, sócios na empresa de publicidade e planejamento estratégico DM/Blackninja. Se o acordo vingar, Duda dará o tom do programa de TV do partido, em abril, sem aparecer. Lavareda já está em campo com pesquisas sobre a viabilidade da postulação presidencial do governador. A parceria é piloto para 2014, mas Campos hesita em fechar com o marqueteiro, absolvido no mensalão.

Guru Eduardo Campos não tomará nenhuma decisão so-bre o marketing do PSB e de sua eventual campanha que contrarie o argentino Diego Brandy, responsável pela es-tratégia política do governador desde 2005.

Círculo Brandy trabalhou na Argentina com João Santana, marqueteiro de Dilma que, por sua vez, já foi sócio de Duda Mendonça.

Ensaio O briefi ng discutido em reunião da cúpula do PSB na semana passada, no Recife, é que o programa de TV do partido seja centrado na eco-nomia, para lapidar o discurso com que Campos pretende se lançar: apontando falhas do governo, mas sem soar como oposicionista.

Termômetro Diante da es-tratégia de Campos de ter o Nordeste como base de lança-mento de sua eventual campa-nha, a equipe de João Santana comanda uma pesquisa eleitoral específi ca na região, com foco sobre as mulheres.

Afago Em seminário ama-nhã em Goiânia (GO), Aécio

Neves (PSDB) vai listar todos os programas sociais federais que tiveram início no governo de Fernando Henrique Cardoso. Fará uma homenagem a José Serra, opositor de sua candida-tura à Presidência.

Garoa Será no dia 25 o evento de Aécio em São Paulo, etapa considerada crucial para o mi-neiro se consolidar como can-didato. FHC e Geraldo Alckmin confi rmaram presença; Serra, ainda não.

Vale a pena... Advogados do mensalão acusam Joaquim Bar-bosa de ignorar a hipótese de novos pedidos de vista na fase de embargos, ao prever a prisão dos condenados até julho. Entendem que ministros do STF, sobretudo Teori Zavascki, que substituiu Cezar Peluso, têm direito de se valer do recurso.

...ver de novo? Marco Aurélio Mello admite a possibilidade, mas a trata com ironia: “Depois de cinco meses julgando o caso, alguém vai pedir vista? Se hou-ver, poderemos dizer que terão perdido de vista o processo”.

Cronologia Além disso, advo-gados criticam a prioridade da

publicação do acórdão do julga-mento em detrimento de outros que o precedem em antiguidade. “Furar a fi la não tem respaldo na legalidade’’, diz Luiz Pacheco, defensor de José Genoino.

Modelo... O governo federal vai compartilhar em meio vir-tual as informações sobre seus programas sociais, sobretudo os de combate à desigualdade, com o bloco Sul-Sul, que agrega países em desenvolvimento. O carro-chefe será o “Brasil sem Miséria”, recém-turbinado por Dilma Rousseff .

...exportação A ministra Te-reza Campello (Desenvolvimen-to Social) assinará na terça-feira o acordo de implantação da “Iniciativa de Conhecimento e Inovação para a Redução da Pobreza”, rede de políticas pú-blicas consideradas bem-suce-didas pelo Banco Mundial.

B.O. virtual O governo de São Paulo permitirá que víti-mas façam o registro de ocor-rências de roubo pela internet. Até agora, o procedimento on-line só é possível para casos de furto, ameaça, acidentes de trânsito sem vítimas e desaparecimentos.

Dudu & Duda

Contraponto

Em reunião da Comissão de Infraestrutura do Senado, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) criticava a demora do governo em encaminhar o Código de Mineração ao Congresso.

O tucano disse que o atraso é responsabilidade do ministro Edison Lobão (Minas e Energia).Integrante da comissão, o senador Lobão Filho (PMDB-MA) correu para defender o pai-mi-

nistro.- Eu quero dizer que o ministro Edison Lobão, que eu conheço de vista, já encaminhou o Có-

digo de Mineração há muito tempo para a Casa Civil -, respondeu o peemedebista, arrancando gargalhadas dos colegas...

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Meu garoto

Tiroteio

DO LÍDER DO PPS NA CÂMARA, RUBENS BUENO (PR), ao comentar declaração do ex-presidente sobre o americano, retratado em fi lme que levou duas estatuetas.

Ao tentar se comparar a Abraham Lincoln, Lula vira sério candidato a ganhar o Oscar. Pena que não existe a categoria baboseira.

Se não me trai a memória, a última vez em que um papa re-nunciou foi lá pelos idos de mil quatrocentos e qualquer coisa, ou seja, no século 15, aquele que se autodenominou Gregório 12, que já tinha passado dos 90 anos e usou a renúncia para aplacar as forças confrontantes do chamado Grande Cisma.

A sucessão de um papa, mes-mo quando acontece pelo modo absolutamente mais frequente, isto é, pela morte do titular vi-talício, é sempre carreadora de consequências, uma vez que o sucessor trará para o seu pontifi -cado as marcas indeléveis da sua própria personalidade e das ma-neiras como vivencia e encara o papel da Igreja. E daí transbordam muitas consequências e efeitos naturais porque, afi nal, mesmo que proliferem mais e mais seitas autointituladas cristãs, é no ca-tolicismo, na sua unidade, na sua maior tradição, no seu maior peso histórico e na autoridade central e única do Bispo de Roma, que o cristianismo encontra sua maior força doutrinária e teológica.

Um papa é um sacerdote, um ministro, um chefe de Estado e, sobretudo, o grande responsá-vel pela íntegra preservação de uma doutrina que está em suas mãos há milênios e que traz em seu conteúdo o que pretende ser resposta às grandes questões da Moral e da Teologia.

A esse acervo, mantido e pre-servado com o maior empenho, muitas vezes à custa de embates desgastantes com as chama-das concepções modernosas, é que podemos designar como Cristianismo, enquanto Teoria e Práxis.

Na longa história da Igreja Católica centenas de papas se sucederam, a grande maioria

constituída de homens sábios e santos, mas, aqui e ali, pontifi-caram verdadeiros malfeitores, aproveitadores da boa fé do rebanho, mas nem assim ca-pazes de demolir a integridade da instituição.

As gerações atuais puderam viver o fenômeno da sucessão papal por diversas vezes, desde Pio 12, o papa do período da 2ª Guerra Mundial, até Bento 16, que ora renuncia.

Três personalidades, acredito, marcaram profundamente a Igre-ja nestes mais recentes tempos, cada uma realizando um minis-tério próprio.

Em primeiro lugar, cronologi-camente, surge a figura de João 23, o papa do Concílio Vaticano 2º, essencialmente renovador, na busca de levar a Igreja ao encontro do seu povo. Depois dele a Igreja viveu novos tem-pos, sem se afastar uma linha da doutrina original.

João Paulo 2º, o papa peregrino, o são Paulo dos nossos tempos, que foi a praticamente todos os povos do planeta, para confi rmar-se como o pastor de todas as ovelhas, em qualquer lugar e em qualquer situação em que estives-sem, mesmo quando assumiam crenças heterodoxas.

Bento 16 assumiu a missão do teólogo, do guardião da doutrina e dos dogmas, no preciso mo-mento em que mais aumentava a pressão de grupos, dentro e fora da Igreja, a tentar alterar o magistério no âmbito da Teologia e, sobretudo, da Moral.

Aí, muito valeu o peso do inte-lectual Ratzinger. Nas relações políticas do mundo, onde o papa tem sido fi gura fundamental, confi gura-se a necessidade e a esperança de um sucessor que dignifi que esta linhagem.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

Na longa história da Igreja Católi-ca centenas de papas se sucederam, a grande maioria constituída de homens sábios e santos, mas, aqui e ali, pontifi caram verdadeiros malfeitores, aproveitado-res da boa fé do rebanho, nem assim capazes de demolir a in-tegridade da instituição”.

Inusitada renúncia de um papa

Olho da [email protected]

Só não falta água na cabeça de quem mora no São Jorge porque chove e vai conti-nuar chovendo até, pelo menos, junho, quando meia cidade viaja para o festival de Parintins. Como depende da água da torneira, o comércio do bairro fecha as portas e espera melhorar a estação.

Nosso sistema penal é muito frouxo. É um sistema totalmente pró-réu, pró-criminalidade. (...) E, por

outro lado, esse sistema frouxo tem vários mecanis-mos de contagem de prazo para prescrição que são uma vergonha. São quase um faz de conta. Tornam

o sistema penal num verdadeiro faz de conta

Joaquim Barbosa, presidente do STF, avalia que as penas dos 25 condenados no julgamento do mensalão devem começar a ser cumpridas até 1º julho deste ano, mas por causa de um sistema penal “frouxo” boa parte

deles deverá fi car na cadeia pouco mais que 2 anos.

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

Os artigos assinados nesta página são de responsabilidade de seus autores e não refl etem necessariamente a opinião do jornal.

DO GRUPO FOLHA DE SÃO PAULO

CENTRAL DE RELACIONAMENTOAtendimento ao leitor e assinante

ASSINATURA e

[email protected]

CLASSIFICADOS

3211-3700classifi [email protected]

www.emtempo.com.br @emtempo_online /amazonasemtempo /tvemtempo/

[email protected]

REDAÇÃO

3090-1010

[email protected]

CIRCULAÇÃO

3090-1001

Presidente: Otávio Raman NevesDiretor-Executivo: João Bosco Araújo

Diretor de RedaçãoMário [email protected]

Editores-ChefesAldisio Filgueiras — MTB [email protected] Náis Campos — MTB [email protected] Cabral — MTB [email protected]

Chefe de ReportagemMichele Gouvêa — MTB [email protected]

Diretor AdministrativoLeandro [email protected]

Gerente ComercialGibson Araú[email protected]

Gerente de MarketingClodoaldo [email protected]

EM Tempo OnlineYndira Assayag — MTB [email protected]

A04 - OPINIÃO.indd 4 2/3/2013 12:13:05

Page 5: EM TEMPO - 3 de março de 2013

MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 A5Política

Manausprev corre para reaver ativos milionáriosÓrgão possui R$ 33 milhões presos em fundos de investimentos arriscados no banco BVA e dívida antiga de R$ 300 milhões

O imbróglio financeiro envolvendo o Fundo Único de Previdên-cia do Município de

Manaus (Manausprev) ganhou mais um capítulo nesta se-mana, após o secretário mu-nicipal de Finanças, Ulisses Tapajós, entregar o relatório das contas da administração anterior ao Tribunal de Con-tas do Estado (TCE). Tapajós deu o clímax da história e adiantou que o Manausprev tem uma dívida de R$ 300 milhões acumuladas de ges-tões passadas.

Além da dívida, um outro capítulo promete debates mais acirrados, o que trata do investimento arriscado que o Manausprev fez no Banco privado BVA, no valor de R$ 33 milhões, e que corre o risco de perdê-los definitivamente. Esse montante foi bloqueado após o Banco Central realizar intervenção em fundos com ativos do BVA, justamente onde o órgão realizou os in-vestimentos.

Os planos para que se te-nha um final feliz começam a ser buscados neste mês de março. Ulisses Tapajós adiantou que, acompanhado do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), vai a Brasília no próximo dia 6 para tentar parcelar a dívida recorrente dos R$ 300 milhões junto ao Ministério da Previdência Social. “Estamos concluindo a elaboração de uma proposta que será levada ao ministro da Previdência Social, Gari-baldi Alves. A maior dificul-dade são as taxas de juros que são muito altas. Estamos discutindo com os técnicos da Previdência a melhor maneira de quitar essa dívida em 20 anos”, explicou Tapajós.

Um dos pontos críticos des-ta narrativa, que está longe de ser ficcional, é que Manaus pode perder o Certificado de Regularidade Previdenciária, acarretando assim a suspen-são de financiamentos por parte do governo federal, segundo informações do se-cretário. Tapajós deixou claro que essa dívida chegou a este montante porque a prefeitu-ra deixou de pagar sua cota patronal desde que o órgão foi criado, e realizou a se-gregação de massa quanto ao pagamento adicional dos colaboradores que foram ad-mitidos antes de dezembro de 2012, somando assim um

déficit muito grande. Procurada pela reportagem,

a ex-presidente da Manaus-prev, a advogada Daniele Lei-te, contestou as afirmações sobre a dívida de R$ 300 mi-lhões da instituição e alegou que a dívida da Previdência não existe. “Está havendo um equívoco. Quando o Manaus-prev foi criado já tinha uma folha de aposentados e não houve repasse suficiente para pagá-los. Não tem como ser do órgão, pois não foi efetivada a segregação de massa, então quem teria que ser obrigado a recolher a previdência era Manaus. Então, enquanto não se optou pelo plano de custeio, não pode existir a dívida para o Manausprev”, explicou a ex-dirigente, acrescentando que o Ministério da Previdência veio a Manaus para fazer a

audiência, mas não voltou para discutir a segregação de massa.

BloqueioSobre o bloqueio dos R$

33 milhões no banco BVA, Daniele informou que quando fez a aplicação nos fundos com ativos o BC avaliou o BVA afirmando que ele era correto, sólido e com baixo risco de perdas. “Prova disso é que estão entre seus cotistas mais de 600 pessoas físicas e jurídicas, grandes empresas privadas, os maiores fundos de pensão de empresas esta-tais e mais de 50 fundos de previdência de servidores de Estados e municípios”, afir-mou a ex-presidente.

Ela disse que quando assu-miu o Manausprev, havia R$ 248 milhões em caixa. “Para a administração de Arthur foi repassado R$ 635 milhões, um acréscimo de quase 156%. Estão avaliando a situação do banco e se houve intervenção, não vamos perder todo esses R$ 33 milhões. Se houver liqui-dação, será avaliado e dividido proporcionalmente”.

NATHANE DOVALEEquipe EM TEMPO

Sob intervenção do Banco Central e avaliado desde o dia 20 de outubro do ano passado, o banco BVA teve sua auditoria liderada pelo banco de in-vestimentos BR Partners, que concluiu que o déficit do banco é de aproximada-mente R$ 1,5 bilhão.

Nesta semana, a revista “Época” informou que o pro-prietário do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira, fez uma proposta ao Fun-do Garantidor de Crédi-tos (FGC) para adquirir o banco BVA. O empresário demonstrou interesse em comprar com um desconto de 65% o R$ 1,5 bilhão que o Fundo aportou da instituição e negociou por alguns meses, mas as par-tes ainda não chegaram a um acordo.

Segundo a reportagem, ainda não houve um acerto

de propostas até o mo-mento, e essa é uma das condições que precisam ser cumpridas para evitar a liquidação. A outra é a aprovação pelo BC. Andra-

de é empresário do ramo automotivo e um dos maio-res credores individuais do BVA, com R$ 500 milhões depositados em dinheiro e R$ 100 milhões em parti-cipação acionária.

Banco BVA pode ser vendido

AUDITORIAO banco BVA sofreu intervenção do Ban-co Central em 20 de outubro do ano pas-sado. Suas contas sofreram auditoria liderada pelo banco de investimentos BR Partners

O atual diretor-admi-nistrativo do Manausprev, Jânio Guimarães, informou que dois fundos do BVA tiveram investimentos do órgão: no Fundo FIDC Mas-ter, onde foram investidos R$ 15 milhões no dia 16 de abril de 2010; e no FIDC Master II foram investidos R$ 10 milhões, sendo R$ 5 milhões em 6 de agosto de 2010 e R$ 5 milhões em 24 de janeiro de 2011. “Ainda confiamos em uma solução para a situação do banco. É fato que teremos perdas, mas a venda do BVA reduziria os prejuízos do Manausprev. Quanto a intervenção, não há nada que possamos fazer. Quan-to aos fundos (Fundos FIDC Master e FIDC Master II), estamos tratando com ou-tros institutos e fundações e definindo as providências que tomaremos em conjun-

to”, disse Jânio. Os servidores inativos,

segundo Jânio, não serão os perdedores desta história. “Aposentados e pensionis-tas, principalmente no que se refere ao pagamento dos benefícios, não terão pre-juízos, visto que os valores arrecadados mensalmente dos ativos e inativos e do município são suficientes para fazer frente a esse compromisso”, disse.

DiagnósticoOs planos do Manaus-

prev é contratar uma nova empresa para realizar um diagnóstico da atual cartei-ra de investimento e outra especializada em análise de risco de investimento. Além disso, o órgão vai restringir os investimentos a instituições financeiras reconhecidas pelo merca-do como sólidas.

‘Ainda confiamos na solução’

Nesta semana, o secretário de Finanças, Ulisses Tapajós (à esq.) e o prefeito Arthur Neto (PSDB) falaram sobre a ManausPrev

Está havendo um equícovo. Quando o Manausprev foi

criado já tinha uma folha de aposentados e não houve repasse

para pagá-los

Daniele Leite,ex-gestora do ManausPrev

ARLESSON SICSÚ/SEMCOM

A05 - POLÍTICA.indd 5 2/3/2013 11:50:44

Page 6: EM TEMPO - 3 de março de 2013

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Clésio é cotado para Trans-portes |pelo PMDB-MG

Presidente da Confedera-ção Nacional do Transporte, o senador Clésio de Andrade tem sido cotado como uma terceira alternativa ao Minis-tério dos Transportes caso a presidenta Dilma ofereça a pasta ao PMDB de Minas. Também estão no páreo os deputados Antônio Andrade e Leonardo Quintão, que abriu mão de disputar a prefeito de Belo Horizonte, a pedido do Planalto, para apoiar o petista Patrus Ananias.

Pode agradarAliados de Clésio de Andra-

de alegam que ele teria o “per-fi l técnico” que a presidente Dilma faz tanta questão, na área dos transportes.

Cristão-novoPesa contra o senador Clé-

sio o fato de ser recém-che-gado no partido. Ele deixou o PR pelo PMDB em março do ano passado.

InterlocutorO ministro Fernando Pi-

mentel (Desenvolvimento) foi incumbido pelo Pla-nalto de tocar as nego-ciações entre governo e o PMDB mineiro.

Quase láO PMDB já dá como certa a

cadeira nos Transportes, mas a vaga não está garantida. O PR luta com unhas e dentes para reaver a pasta.

PT deve ‘honra ao mé-rito’ a ex-secretário de droga

O PT deve homenagear o militante Pedro Abramovay, ex-secretário Antidrogas de-mitido por Dilma pela defe-sa da descriminalização do “pequeno trafi cante”. Ele é responsável por um site de abaixo-assinado, espécie de

pelotão de fuzilamento virtu-al, que mirou no presidente do Senado, Renan Calheiros, e fez o país esquecer meliantes mensaleiros condenados até à prisão, e que ainda exercem mandatos de deputado.

NegociaçõesA presidente Dilma com-

binou com o PMDB de dis-cutir sobre a disputa ao governo do Rio. O petista Lindbergh Farias ameaça sair candidato.

Muy amigosDurante jantar do PMDB,

Dilma cochichou no ouvido de Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB ao governo do Rio. Ele abriu sorrisão.

O céuSe pudesse ser papa, Lula

estaria no céu: poderia viajar o mundo no Aero Papa, usar o Papa Móvel e tomar vinho do Vaticano o dia inteiro.

Subiu no telhadoA provável nomeação de

Gabriel Chalita para o car-go de ministro de Ciência e Tecnologia foi anuncia-da aqui em primeira mão, assim como o risco de vir a ser “queimado” pelo mi-nistro Aloizio Mercadante (Educação). De fato, o em-prego de Chalita subiu (e ficou) no telhado.

Disputa internaMembro da tendência Men-

sagem ao Partido, o ministro Eduardo Cardozo (Justiça) de-fende a candidatura de Paulo Teixeira (SP) a presidente do PT contra Rui Falcão, que in-tegra a facção majoritária.

MonitoramentoO Ministério do Turismo

criou um sistema que per-mite acompanhar Contratos de Repasse para estados e

municípios brasileiros. Mais de 7 mil projetos poderão ser monitorados.

TratamentoPresidente da Frente Par-

lamentar da Agropecuária, Homero Pereira (PSD-MT) se licenciou por 30 dias para iniciar quimioterapia contra câncer de estômago. Assu-me o deputado Luiz Carlos Heinze (PP-RS).

Diversifi caçãoDono da agência de ma-

rketing político Lua Branca, que fez as últimas campa-nhas de tucanos como José Serra e Geraldo Alckmin, Luiz Gonzáles resolveu en-trar no ramo de assessorias de comunicação.

IrregularidadesO número de ocupações

irregulares no DF mais que dobrou em 2012. Levan-tamento da Secretaria da Ordem Pública mostra que ano passado houve mais remoções que nos últimos cinco anos.

Sentença se cumpreSe o presidente da Câma-

ra, Henrique Alves (PMDB-RN), quer respeitar a Justiça, como declarou, deve cumprir a decisão da Suprema Corte nas condenações do men-salão, afi rma o jurista Erick Wilson Pereira.

Grande mãe Dilma viveu momento ex-

URSS, anunciando “safra recorde” de grãos, mas não explicou como armazenar, escoar e quanto importará de pesticidas e insumos. Se tivesse anunciado safra re-corde de aviões...

Pensando bem...... está na hora de alguém

escrever o livro: “2005, o ano que não existiu para o PT”.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

No fi nal, entre mortos e feridos, todos serão salvos”

EX-PRESIDENTE LULA, garantindo negociação com Eduardo Campos (PSB) em 2014

PODER SEM PUDOR

Adesão coincidenteNem no governo do PT o DEM (ex-PFL)

suporta a ideia de fi car na oposição. Em uma reunião da executiva do partido em 2002, o então prefei-to do Rio, César Maia, fez um discurso imaginando maneiras de aderir ao novo governo. “Se o PT aderir às ideias pefelistas, nós poderemos aderir ao governo Lula”, disse. Na terceira vez que o prefeito maluquinho usou a palavra “aderir”, ACM corrigiu:

-- Não diga aderir, diga coincidir. A gargalhada foi geral.

Nova regra de doação na pautaUm novo modelo para fi -

nanciamento de campanha deve ser discutido pelos in-tegrantes da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) na próxima terça-feira. Na pauta da comissão está o projeto que cria o Fundo Re-publicano de Campanha, que muda as regras de doações e contribuições de pessoas físicas e jurídicas a campa-nhas eleitorais. De autoria do senador Cristovam Buar-que (PDT-DF), o Projeto de Lei do Senado 140/2012

altera a Lei das Eleições (lei 9.504/1997), acrescentando a ela novos artigos discipli-nando as doações.

Pelo texto original, as do-ações e contribuições de pessoas físicas e jurídicas aos candidatos serão divi-didas em três partes iguais: um terço vai para a conta de campanha do candidato; um terço é enviado para as contas do partido político a que ele pertence e o terço restante é enviado ao Fun-do, para custeio da campa-

nha de todos os candidatos registrados nas eleições.

A proposta prevê ainda que o fundo será constituído por um terço das doações e contribuições às campa-nhas dos candidatos, par-tidos e coligações; das do-ações de pessoas físicas e jurídicas diretamente a ele e de dotações orçamentárias. Os recursos do Fundo serão repassados aos candidatos na forma de pagamento, por parte da administração do fundo.

CAMPANHAS

Grupo foi instituído pelo presidente do Supremo, ministro Joaquim Barbosa, que terá 90 dias para elaborar anteprojeto

Comissão estudará novoEstatuto da Magistratura

O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, quer revisar o Estatuto da Magistratura

O presidente do Su-premo Tribunal Fe-deral (STF), ministro Joaquim Barbosa,

instituiu a Comissão de Estu-do e Redação de Anteprojeto de Lei Complementar sobre o Estatuto da Magistratura. A comissão foi instituida por meio da portaria 47, de 18 de fevereiro de 2013.

De acordo com o artigo 93 da Constituição Federal, compete ao Supremo a iniciativa de lei complementar neste sentido. A comissão será presidida pelo ministro Gilmar Mendes e composta ainda pelos minis-tros Ricardo Lewandowski e Luiz Fux, e deverá apresentar, em 90 dias, minuta de ante-projeto da lei complementar do novo estatuto.

DefasagemAo criar a comissão, o mi-

nistro Joaquim Barbosa con-siderou o lapso temporal de-corrido desde a promulgação da Constituição, em 1988, e a necessidade de consoli-dação e sistematização dos vários esforços para análise

do tema e para a elaboração de anteprojeto e de projeto de lei para regulamentação da matéria. Destacou também a defasagem e os litígios decorrentes do exame da re-cepção da atual lei que rege a magistratura nacional, a Lei Complementar 35/1979.

Entre as competências da comissão estão recuperar a memória dos trabalhos com o mesmo propósito re-alizados por comissões ou individualmente por minis-tros do Supremo Tribunal Federal e consolidar, atua-lizar e propor adaptações à minuta do anteprojeto de lei complementar sobre o Esta-tuto da Magistratura. Com informações da assessoria de imprensa do Supremo.

VALT

ER C

AMPA

NAT

O/A

BR

PROPOSTAA comissão criada pelo Supremo será presidi-da pelo ministro Gilmar Mendes e composta ainda pelos ministros Ricardo Lewandowski e Luiz Fux e deverá apresentar, em 90 dias, um anteprojeto

A06 - POLÍTICA.indd 6 2/3/2013 12:19:41

Page 7: EM TEMPO - 3 de março de 2013

MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 A7Com a palavra

Às vésperas do processo eleitoral para a esco-lha do novo reitor da Universidade Federal do

Amazonas (Ufam), o EM TEMPO inicia uma série e entrevistas com os candidatos que irão dis-putar a eleição para administrar o maior centro de ensino público federal no Estado do Amazonas nos próximos 4 anos.

O primeiro candidato é o profes-sor da instituição há 15 anos, Syl-vio Puga, que já foi coordenador do Centro de Ciências Econômicas e pró-reitor de extensão, e agora disputa pela segunda vez o cargo de reitor. Como candidato a vice em sua chapa disputa o também professor universitário Waltair Machado, que possui 35 anos de experiência na Ufam.

Entre as plataformas de pro-jetos da chapa 1, “Uma nova Ufam vai nascer”, está fazer uma administração ágil fortalecendo os três tripés: ensino, pesquisa e extensão. “Temos sido uma escola de terceiro grau, e não uma local de pesquisa e extensão. Temos muita competência sendo des-perdiçada”, disparou Puga.

EM TEMPO – A chapa de vocês alia experiência e ino-vação. Como foi formada essa composição para a disputa?

Sylvio Puga – Conheço o pro-fessor Waltair desde a época que eu era estudante da universidade e fui representante discente no Conselho Universitário. Ele sem-pre foi uma pessoa honesta e clara, que buscava resolver os problemas na pasta que adminis-trava. E essa é uma característica comum em mim também, não gosto de deixar nada por baixo dos tapetes. Por isso, quando fui buscar uma pessoa para formar nossa chapa esse perfil semelhan-te foi fundamental.

EM TEMPO – Quais as princi-pais propostas da chapa “Uma nova Ufam vai nascer”?

Waltair Machado – A prin-cipal meta será levar a univer-sidade para fora dos muros da Ufam. Passamos por um período de muita introspecção dentro da universidade, e ainda não se alertou para isso. Hoje a Ufam vive muito para si. Isso tem acontecido por ineficiência das administrações. Ser pesquisador na universidade e levar esse co-nhecimento para fora do campus tem sido uma tarefa muito ingló-

ria. Queremos trazer os projetos de pesquisas para dentro da Ufam. Além de fortalecer o tripé pesquisa, ensino e extensão de forma bem distribuída.

EM TEMPO – Se vencedores, qual será o primeiro ato de vocês na reitoria?

SP – Vamos apresentar uma proposta de ampla reforma ad-ministrativa e encaminhar esse relatório ao Conselho Universitá-rio, onde iremos discutir com toda a universidade essa questão. Na última década a Ufam cresceu na capital e no interior, o problema é que a estrutura não acompanhou, e vivenciamos na atualidade uma série de problemas. Enquanto a estrutura não for mudada, va-mos permanecer com os mesmo problemas. Ainda fazemos coisas, como aproveitamento de estudo, da mesma maneira que há 20 anos. Vamos modernizar de ime-diato a Ufam.

EM TEMPO – Antigamente

um professor universitário era visto em um alto patamar. Hoje, a profissão é vista em decadência. Como a chapa irá resgatar essa imagem?

WM – Anteriormente as pes-soas tinham pouco acesso ao conhecimento, e aqueles que estudavam mais eram visto de forma destacada. Agora, muitas portas se abriram e houve uma popularização da universidade. Hoje, se demanda de um pro-fessor muito mais do que se demandava antes. Não dá para ser professor se ele não estiver uma formação de mestrado ou doutorado. Vamos buscar apoio financeiro, logístico e de qua-lificação para reverter isso e demonstrar que a Ufam existe.

EM TEMPO – Qual o principal problema que a Ufam enfrenta hoje?

WM – Falta criação de par-cerias externas. Nosso Departa-mento de Relações Internacio-nais precisa ser mais ativo, tem que ir buscar convênios, e não esperar que venham entregar em nossas mãos.

SP – Isso é a raiz do proble-ma. Muitas vezes essas parce-rias externas necessitam apenas de um convite. Falta mobilidade estudantil e de professores in-traestadual e até mesmo com o exterior. Falta um modelo de gestão que desburocratize a insti-tuição e dê ferramentas para que a comunidade possa interagir com a administração superior dentro

de um plano organizando.

EM TEMPO – Na última déca-da, as universidades brasilei-ras entraram num processo de sucateamento. Quais os proje-tos da chapa para revitalizar a Ufam?

WM – É fácil culpar o governo por uma série de problemas, mas é fato que os recursos enviados pelo governo federal nunca serão suficientes. Sempre vamos estar carecendo neste quesito. Mas, temos alternativas. As parcerias devem acontecer. Vivemos em um local onde a demanda por qualificação é grande e ao in-vés de propormos as parcerias, ficamos sentados esperando. Eu mesmo já fui buscar projetos por conta própria, e quando consegui enfrentei um verdadeiro calvário dentro da Ufam para conseguir colocá-lo em prática.

EM TEMPO – Se na capital a situação é de alerta. O interior deve estar em condições muito piores. Quais os projetos da chapa 1 para melhorar o ensino superior nos municípios?

SP – A descentralização dos serviços será o maior avanço. Hoje, se uma lâmpada queima no município de Benjamin Constant o problema precisa ser resolvido aqui na capital. No modelo atual de gestão é assim que funciona. Queremos medidas administra-tivas mais simplificativas. Des-centralizar o setor administrativo orçamentário é a saída que vemos para esses problemas.

EM TEMPO – Qual é o orça-mento deste ano da Ufam?

SP – O orçamento anual apro-vado pelo Congresso Nacional e está em torno de R$ 500 milhões, que vai para pagamento de pes-soal ativo e inativo e custeio da máquina. Outros recursos vêm através de projetos e das agências de fomento e pesquisa.

EM TEMPO – Quem são os principais apoiadores da cam-panha de vocês

SP – Sozinho não se vence batalhas. Estamos contando com o apoio do ex-reitor da Uni-versidade Federal do Amazonas, Nelson Fraiji, e dos professores Ozail Medeiros, Renan Freitas Pinto, Sérgio Freire, Andréa Belém, Eduardo Nagão, Lucia Makarem, Nabor Pio, Adalberto Bonfim, Robson Negreiros, Eurico Azevedo, Claudio Chaves, David Lopes, além dos companheiros de Parintins, Coari e Itacoatiara.

Sylvio PUGA EWaltair MACHADO

‘Vamos MODERNIZAR A Ufam’

A principal meta será levar a universidade para fora dos mu-ros da Ufam. Passamos por um período de muita introspecção dentro da universidade e ainda não se alertou para isso. Hoje, a Ufam vive muito para si. Isso tem acontecido por ineficiência das administrações”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

PAULO LIEBERT/AE

É fácil culpar o governo por uma série de problemas, mas é fato que os recur-sos enviados pelo governo federal nunca serão sufi-cientes. Sem-pre vamos estar care-cendo neste quesito”

Falta criação de parcerias externas. Nosso De-partamento de Relações Internacio-nais precisa ser mais ativo, tem que ir buscar convênios, e não esperar que venham entregar em nossas mãos”

FOTO

S:AL

BER

TO C

ÉSAR

ARA

ÚJO

A07 - POLITICA.indd 5 2/3/2013 11:55:55

Page 8: EM TEMPO - 3 de março de 2013

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Presidentes de partidos se ‘perpetuam’ no poderMuitos estão há bastante tempo à frente das siglas. Outros as tratam como verdadeiros “feudos” para seus interesses

HUDSON FONSECADIVULGAÇÃO

Os partidos políticos no Amazonas assim como em todo o Bra-sil são dominados pe-

las mesmas pessoas ou grupos há bastante tempo. É o exemplo do Partido Socialista dos Tra-balhadores Unificado (PSTU), presidido pelo servidor dos Cor-reios, Herbert Amazonas há 12 anos, desde 2001 e do Par-tido Republicano Progressista (PRP), fundado em 1991, que tem Jackson Chagas Saldanha como presidente desde 2007 e conta com um período de fim de vigência indeterminado à frente da sigla, segundo con-sulta feita no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Não é apenas o domínio da presidência dos partidos polí-ticos no Estado do Amazonas que predomina, muitos políti-cos tratam as siglas como ver-dadeiros feudos ‘amazônicos’, devendo seus filiados lealdade absoluta às siglas, segundo análise do antropólogo e co-ordenador do Núcleo de Polí-tica e Cultura da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos. “Os partidos brasileiros são realmente feu-

dos, por meio deles os eleitores se tornam apenas objetos de manobras”, disse.

Outra curiosidade é do Par-tido Pátria Livre (PPL) que migrou para o Amazonas em 2009 e desde então Lenival-do da Silva Ribeiro preside a sigla com gestão prevista pelo partido até o ano de

2014, quando, segundo a di-reção estadual do partido, ocorrerá eleição para quem quiser se candidatar.

No PSTU, o vice-presidente da sigla, Gilberto Vasconcelos, disse que a permanência de Herbert neste período todo se deve a uma ratificação de todos os dirigentes da legenda em favor da manutenção de Ama-zonas na direção do partido.

SARA MATOSEspecial EM TEMPO

ELEIÇÕESNos próximos 2 anos, pelo menos cinco siglas deverão ter eleições internas para eleger ou ratificar suas respecti-vas direções: PSDB, em abril; PT e PSTU, em novembro; PSB e PPL, em 2014

Siglas como o PMDB, PSDB, DEM, PTB e PT pos-suem lideranças estaduais com destaques no cenário nacional, a exemplo do pre-sidente regional do PMDB, senador Eduardo Braga. Lí-der do governo Dilma desde o ano passado, Braga ascen-deu à liderança máxima da legenda em nível estadual

após a morte do ex-sena-dor Gilberto Mestrinho, em 2009. E lá deverá ficar até 2014, segundo informações do site do TSE. Outro que deve ficar à frente da direção estadual de seu partido por tempo indeterminado é o deputado federal licenciado, Pauderney Avelino (DEM), hoje secretário municipal

de Educação.Já o deputado federal Sa-

bino Castelo Branco domina desde 2009 o PTB e ficará até 2015. Antes, o partido tinha como líder o ex-pre-feito de Manaus, Amazonino Mendes, que – após brigas internas pela liderança - que deixou a sigla em 2011 para se filiar ao PDT.

Siglas de ‘estrelas’ e caciques

A maioria dos partidos, segundo consulta feita pela reportagem ao TSE, tem um período para novas eleições dos presidentes, que não é o mesmo período para todos. Uns realizam a eleição a cada 2 anos; outros a cada 3 anos.

Mas as reeleições são indefinidas, ou seja, o pre-sidente pode se reeleger quantas vezes conseguir. As

eleições são realizadas em congressos e conferências nacionais.

Siglas como o PMDB, o PSDB e o PSTU têm vota-ções a cada 2 anos. Mas, no PSTU, por exemplo, o encontro periódico é um momento para reafirmar a permanência de Herbert Amazonas como presidente estadual do partido.

O presidente estadual do

PT, João Pedro, mesmo es-tando à frente do partido há apenas 6 anos, desde 2009, declarou sua vontade de se reeleger para um novo man-dato, no final do ano quando terá a eleição interna para o próximo triênio. Já em ou-tros partidos, não há regras para reeleição, a exemplo do PMN, segundo declarou o presidente da sigla, Jerô-nimo Maranhão.

Reeleições se tornaram comuns

O antropólogo Ade-mir Ramos lembrou a urgência de se colocar na pauta do Congresso Nacional a reforma po-lítica em todo o Brasil, pois de acordo com ele os partidos têm direito privado, mas muitos deles recebem verbas públicas e que a ques-tão da ficha limpa é um avanço que precisa ser expandido às direções dos partidos.

“Partido político é de direito privado e mesmo assim muitas vezes eles recebem verbas públi-cas e o avanço da ficha limpa ainda é uma ques-tão que está apenas em torno do candidato. Ela deve responsabilizar os partidos. Ou seja, tam-bém devem ser crimina-lizados”, encerrou.

Reforma política se faz urgente

O presidente regional do PT, ex-senador João Pedro, não descarta disputar a reeleição Herbert Amazonas, figura folclórica da política amazonense, está à frente do PSTU há 12 anos

Extras milionárias na CâmaraA Câmara dos Deputados

produziu um levantamento mostrando que, de 2008 a 2012, o órgão fez despesas de R$ 269,9 milhões com horas extras e sessões noturnas. O levantamento confirma aque-le feito pelo site Congresso em Foco, ao apontar eleva-ções de gastos nos períodos de 2009 e 2011, quando hou-ve eleições da mesa diretora, em relação aos anos imedia-

tamente anteriores.Apesar disso, os dados da

casa são superiores aos le-vantados pelo site. O portal tentou esclarecer essa dife-rença com a assessoria de imprensa da Câmara na noite da última quinta-feira, quan-do recebeu os números, mas não localizou os assessores. Apesar disso, o site apurou que o motivo foi a metodolo-gia usada pela Câmara.

Os dois levantamentos tiveram origem no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Entretanto, o site utilizou os valores efe-tivamente pagos informados pelo sistema. Já a Câmara usou os valores “liquidados”, que, grosso modo, significam os gastos feitos dentro de um ano, mas não necessariamen-te pagos naquele período.

Durante o mês de janeiro, o

Congresso Nacional funcio-na em ritmo mais lento. Não ocorrem sessões no plenário nem reunião das comissões permamentes e temporá-rias. Muitos funcionários en-tram em recesso. Gabinetes trabalham em esquema de revezamento. Os próprios parlamentares aproveitam o mês para tirar férias. A cada 2 anos, no entanto, as despesas aumentam.

R$ 270 MILHÕES

Eleição da mesa diretora custou hora extra ao parlamento

ANTÔNIO CRUZ/ABR

A08 - POLÍTICA.indd 6 2/3/2013 11:48:46

Page 9: EM TEMPO - 3 de março de 2013

EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Comer fora de casa custa caro em Manaus

IONE MORENO

Os ponteiros da evo-lução do segmento relojoeiro no Amazo-nas avançam rapida-

mente. Ao encerrar 2012 com um faturamento de US$ 617 milhões, o setor cresceu 130,7% nos últimos seis anos, de acordo com os indicadores da superin-tendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Atualmente, o segmento representa 1,6% dos ganhos totais do Polo Industrial de Ma-naus (PIM), um crescimento de 0,6 pontos percentuais em re-lação à participação de 2007, ano em que a autarquia iniciou o acompanhamento dos dados. Pode parecer pouco, mais a fatia representa um acrésci-mo de aproximados US$ 300 milhões no faturamento fi nal do parque fabril.

Durante a primeira reunião do Conselho Administrativo da Suframa (CAS), nesta semana, o superintendente da autarquia, Thomaz Nogueira, havia des-tacado a importância do setor que começa a ocupar uma faixa entre os principais segmentos que compõem o bolo do fatu-ramento do modelo.

Em outra ocasião, ele havia ressaltado que o avanço é re-fl exo da alteração da imagem do produto no mercado. “Ape-sar de todos os equipamentos modernos informarem as ho-ras, o relógio não perdeu sua capacidade de aceitação no mercado. É o único produto do polo que passou da cate-goria de commodities para joia e ganhou muito com a transformação”, aponta.

Na avaliação do presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria do Estado do Ama-zonas (Cieam), o empresário Maurício Loureiro, o setor volta a ocupar o seu lugar no mer-

cado, após passar por alguns momentos de sufoco. “Temos apenas sete indústrias instala-das e chegamos a contabilizar 17 fabricantes. Passamos por muitos problemas com a pira-taria e com a concorrência dos produtos subfaturados trazidos principalmente dos países asi-áticos”, explica.

O vice-presidente da Federa-ção das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e presidente do Sindicato das Indústrias de Relojoaria e Ourivesaria de Ma-naus (Sirom), Nelson Azevedo detalha que há seis anos, o preço para se produzir um relógio em Manaus era de US$ 8 dólares (quase R$ 16) contra um produ-to que custava em média US$ 2 (R$ 4) por unidade para ser importado. “Não tenho como detalhar o custo hoje, mas posso garantir que a discrepância é bem menor”, afi rma.

Os dois dirigentes concor-dam que a imagem de aces-sório incorporada ao produto auxiliou na retomada do cres-cimento. Nos últimos três anos, considerado o período de re-cuperação o avanço do fatura-mento foi de 21,8%, passando de US$ 506,4 milhões para os atuais US$ 617 milhões.

BalançoO ano de 2012 foi considerado

bom pelo empresariado embo-ra os indicadores da Suframa tenham anotado um recuo de 4,22% no faturamento frente ao ano anterior quando a fa-bricação de relógios acumulou ganhos de US$ 644,2 milhões.

O impacto foi considerado dentro da normalidade, confor-me Nelson Azevedo. Segundo o dirigente, o ano passado foi ruim para a economia brasileira, em geral, em função dos impactos na economia mundial. “Apesar de o segmento estar saudável, não foi possível eliminar todos os efeitos”, ressalta.

JULIANA GERALDOEspecial EM TEMPO

Indústria relojoeira amplia faturamentoNos últimos seis anos, o crescimento do setor foi de 130,7%, desempenho

que elevou a participação das fabricantes de relógios nos lucros do PIM

Em 2013, a expectativa do setor é crescer 5% sobre o faturamento, enquanto que produção deve chegar a 12,5 milhões de relógios

Mesmo com mais de 90% da produção destinada ao mercado interno, a venda de relógios para o exterior tem apresentado incrementos a passos largos. Um dos in-dicativos dos avanços das fabricantes do acessório está nas exportações do setor, que cresceram 332% no ano pas-sado em relação a 2011.

Na comparação com 2007,

quando foram vendidos ape-nas 5,6 mil relógios, a dife-rença chega a 1.000%. “A exportação tem um papel importante e promissor no segmento, que tem os países da América do Sul como prin-cipais compradores”, afi rma o presidente do Sindicato das Indústrias de Relojoaria e Ou-rivesaria de Manaus (Sirom), Nelson Azevedo.

EmpregosO número de postos de

trabalho, que dobrou no in-tervalo de seis anos, é ou-tro indicativo de melhora no segmento. De acordo com os indicadores da Suframa, o setor fi nalizou o ano pas-sado com geração de 2,5 mil vagas contra 1,3 mil tra-balhadores empregados em 2007, acréscimo de 48%. Já

no comparativo com 2011, quando 2,4 mil postos foram criados, o crescimento foi da ordem de 10,3%.

Hoje, sete empresas com-põem o Polo Relojoeiro, entre elas a Technos, a Seculus e a Dumont Saab. Juntas elas produzem em média um milhão de unidades por mês, com um preço médio de ven-da de R$ 100 por relógio.

Exportações do setor aumentaram 332%

DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

B01 - ECONOMIA.indd 1 1/3/2013 23:05:45

Page 10: EM TEMPO - 3 de março de 2013

B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

A medida provisória que trata do enfrentamento do gargalo logístico em vigor foi chamada apropriadamente de segunda abertura dos portos no Brasil, por sua relevância e emergência. Um fato que atinge diretamente esta região cortada por mais de vinte mil léguas fl uviais e de descaso. Para a Amazônia, a existência e o funcionamento dos portos representam historicamente um fator essencial de comunicação, negócios e compreensão da cul-tura de toda sua memória e socioeconomia. Talvez por isso, um dos mais importantes íco-nes de representação regional, localizado na cidade de Manaus, é Monumento de Abertura dos Portos, construído no epicentro do Largo de São Sebastião, com-pondo, com a Igreja do Santo que lhe empresta o nome e o Teatro Amazonas que os contem-pla, a síntese afetiva de nossa identidade cultural amazônica. Rodeado de árvores, como o

fator humano que insiste e re-siste na fl oresta, o monumento foi erguido em homenagem ao ícone dos portos e sua abertura, na Amazônia, para o comércio internacional, liberada apenas seis décadas após a abertura dos portos do Brasil às nações amigas, decretada pela família real portuguesa em nome de sua integridade e sobrevivência, em 1808. Os detalhes do Monumen-to são impressionantes e estão todos aos pés de uma guerreira amazona, ou seja, da própria Amazônia, cortejada por Her-mes, deus grego dos negócios, a autorizar quatro caravanas que apontam em direções libertárias, batizadas com os nomes dos continentes. E tudo isso, sobre um piso que rodeia toda a praça com linhas ondulares em preto e branco que remetem ao Encontro das Águas, um padrão que ins-pirou mais tarde o calçadão da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, e que ilustra o banzeiro

de uma impaciência atávica. Pressionado pelo gargalo logís-

tico que, entre outras precarie-dades de infraestrutura vigente, detona a competitividade da indústria, do agronegócio e da economia nacional e, no caso do polo industrial de Manaus, repre-senta o começo do esvaziamento ou o fi m do modelo, o governo se apressa em recuperar o tem-po perdido, sua omissão crônica e conivência perversa com as anomalias fi nanceiras em que se transformou a atividade por-tuária no país para, por exemplo, a lavagem de fi nanças marotas. Diante dos fatos e riscos, e das tragédias anunciadas por conta da omissão, não restou ao país senão reconhecer que carga tri-butária elevada, infraestrutura capenga e apadrinhamento de empresários e trabalhadores – a política do favor - estão na raiz da incompetência nacional de fazer o país crescer. É hora, pois, de o governo trabalhar

e fazer sua parte. A propósito, a abertura dos portos do país para investimentos privados, o cerne da medida provisória 595, é o começo de uma virada que precisa acontecer. Num modo de produção capitalista não há mais lugar para o regime feudal, confi -gurado nas reservas de mercado, destinada aos privilegiados da Corte, a expensas do custo Brasil e do culto à inefi ciência logística no escoamento da produção e fl orescimento de negócios.

Completados 46 anos, a des-peito do otimismo dos números da Suframa, suas previsões ca-balísticas, que remete ao pa-radigma avestruz de enfrenta-mento de obstáculos, o modelo Zona Franca de Manaus dá sinais claros de esgotamento, justamente pela fragilidade de sua infraestrutura, que retira a competitividade dos produtos da indústria local, obrigando o incremento viciado da distribui-ção – frequentemente irônica

- de benefícios fi scais que in-centiva empreendedores, mas pune o cidadão mais humilde atingindo-o com a ampliação da carga tributária nos itens da cesta básica. O mesmo governo que promove a oxigenação e saneamento dos descaminhos portuários, e ensaia mudanças para os vícios do país cartorial, é o mesmo que tem zombado dos interesses locais, vítimas de gargalos rentáveis e intocá-veis. São atitudes incoerentes, que impedem a modernização portuária da economia cabocla, exatamente como aconteceu no passado, em nome da guar-da de interesses inconfessos e amorais. Uma história que se repete como farsa e que é preciso, urgentemente, superar e equacionar, para autorizar o alcance e o sentido libertário da abertura dos portos, como sugere emblemático e profético o tal monumento.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

São atitudes incoerentes, que impe-dem a mo-dernização portuária da economia cabloca, extatamen-te como aconteceu no passado em nome de interesses inconfessos

A abertura dos portos

Um ano bom para investir em novos negócios no AMConforme previsão do Sebrae/AM, 2013 é o momento ideal para os empresários criarem empreendimentos no Estado

Para quem planeja abrir o próprio negó-cio em 2013, é hora de tirar os projetos

do papel e colocá-los em prática. De acordo com a pre-visão do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Amazonas (Sebrae-AM), o empreendedorismo será uma das atividades que es-tará em alta este ano no Amazonas. “Estamos otimis-tas. Nossa expectativa é de que 2013 promete alavancar os negócios de micro e pe-quenas empresas no Esta-do”, avalia o diretor-supe-rintendente do Sebrae-AM,Vicente Schettini.

De acordo com dados do Sebrae-AM, o Índice de Con-fi ança dos Pequenos Negó-cios deverá fechar em torno de 53% no primeiro trimestre do ano. As políticas do go-verno federal e os grandes eventos esportivos que se avizinham como a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016 serão os principais motivadores para os empresários que estão no mercado e para os novos empreendedores.

Conforme Vicente Schetin-ni, serviços e a construção civil são os setores que de-vem atrair novos empreendi-mentos. “O aquecimento na construção civil está rela-cionado às várias frentes de obras em infraestrutura e ao setor imobiliário. Já o setor de serviços será benefi ciado devido à facilidade para en-trar no mercado, uma vez que é menor a exigência de capi-tal do que, por exemplo, na indústria, que requer capital fi xo e de giro para o desen-volvimento das atividades”, enfatiza o diretor.

Atenta a esta tendência, a empresária Jéssica do Valle buscou a ajuda do Sebrae

para abrir uma nova empresa do grupo Casa do Eletricista, a AF do Valle, uma vez que encontrou alguns contratem-pos para levar o empreendi-mento adiante. Segundo ela, a parceria com o Sebrae-AM fortaleceu o negócio. “Por não estar preparada para entrar no mercado, busquei socorro com a entidade, pois precisava entender onde estava errando para tentar reverter a situação imedia-tamente”, lembra.

PlanejamentoO empreendedor que quer

investir deve seguir alguns passos antes de abrir o pró-prio negócio. Conforme di-

cas do Sebrae/AM, é preciso fazer um levantamento das atividades em que deseja ingressar para elaborar um plano de negócios com todas as informações colhidas.

O primeiro passo deve ser observar consideravelmente o que acontece e como funcio-na um segmento já existente igual ou similar àquele que deseja montar. Esse zelo inclui fazer perguntas aos possíveis clientes e empresários que estão na ativa, além daqueles que não obtiveram êxito no mercado. “Fazer um registro de tudo que averiguou é im-portante para a elaboração do plano de negócios que irá di-recionar o futuro empresário”, explica o diretor do Sebrae-AM, Vicente Schetinni.

ESTIMATIVAO sonho de ter o pró-prio negócio pode ser realizado com investi-mento inicial inferior a R$ 1 mil, conforme o Sebrae-AM. A entida-de possui mecanismos para ajudar quem quer “alçar voo” sozinho

CAROL CASTROEquipe EM TEMPO

B02 - ECONOMIA.indd 2 2/3/2013 00:00:12

Page 11: EM TEMPO - 3 de março de 2013

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Autônomos aderem a tecnologias para lucrarConhecidos pelo trabalho porta a porta, vendedores independentes recorrem à modernidade para conquistar clientes

Autônomos que uti-lizam a tradicional venda porta a porta em Manaus sucumbi-

ram às tentações dos tempos modernos e aderiram às novas tecnologias na hora de comer-cializar seus produtos. O uso da internet para acessar as redes sociais ou de máquinas de cartão de crédito se tornou comum entre alguns desses vendedores, que viram seus negócios alavancarem em até 50%. “Soube pela inter-net que uma nova tendência de colares estava surgindo no eixo Rio-São Paulo. Comecei a elaborar as peças em casa e vender para minhas amigas e alunas. Quando decidi montar uma página em redes sociais o volume de pedidos aumen-tou em 50%. Tive que passar madrugadas em claro para dar conta dos pedidos. Mas não me arrependi”, revela a professora universitária Eliza Luchini.

Ciente desta realidade, a autônoma Sulamita Nunes afirma que já solicitou uma máquina de cartão de créditos para usá-la nas vendas de seus produtos. Ela salienta que fez o pedido por motivos de

segurança e evitar possíveis calotes dos clientes. “Costumo ir às escolas abordar profes-sores e funcionários públicos. As vendas são certas. Porém, já levei alguns tombos porque alguns professores mudam de escola sem deixar rastros, o que me abriga a assumir a dívida com os meus fornece-dores”, conta.

O economista Ailson Rezen-de aponta que os vendedores autônomos devem computar seus ganhos e custos, pois des-ta forma conseguem planejar melhor suas ações e investi-mentos. “Cada despesa deverá ser anotada. Muitas vezes o vendedor autônomo não sabe estimar o que é lucro e o que é capital de giro porque mexe no dinheiro aleatoriamente. Quando chega o final do mês, ficam sem saber quanto as des-pesas lhe custaram” explica.

De acordo com o especia-lista, as vendas on-line não conseguiram quebrar o ritmo das vendas de porta em por-ta. “Há uma resistência nas compras via internet porque as pessoas temem que suas in-formações sejam roubadas na internet. Portanto, enquanto as vendas pela internet não tive-rem claras, a abordagem direta prevalecerá”, acrescenta.

Apesar dos avanços tecnológicos, a autô-noma Heleny Menezes Marinho, que tem 15 anos de experiência, ainda resiste em ade-rir às novas ferramen-tas dos tempos atuais. Ela afirma que já pen-sou em adquirir uma máquina de cartão de crédito. “É uma opção a mais de venda, uma vez que meu público é muito eclético, pois trabalho com produtos para homens, mulheres e crianças”, opina.

Mesmo assim, Leny, como é conhecida pela clientela, garante que seus negócios vão de “vento em popa”. Se-gundo ela, a comer-cialização continua boa, apesar de manter o jeito tradicional de vendas porta a porta.

Método tradicional é mantido

A utilização de máquinas de cartão de crédito tem aumentado entre os vendedores autônomos

ELAINE THOMPSON/AE

BRUNO MARZZOEspecial EM TEMPO

B03 - ECONOMIA.indd 3 1/3/2013 23:19:41

Page 12: EM TEMPO - 3 de março de 2013

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 B5

Comer fora sai caro em ManausNúmeros do IBGE mostram que gastos com refeições em estabelecimentos que vendem alimentos representam 35,9% do orçamento das famílias na capital amazonense

IONE MORENO

A praticidade de comer fora de casa pode sair “salgado” no final do mês, uma vez que esse

hábito dos tempos moder-nos compromete hoje 35,9% do orçamento doméstico da família manauense. O índice local chega a ser maior do que a média nacional.

Conforme o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística no Amazonas (IBGE-AM), comer fora de casa representa um terço do total de gastos das famílias brasileiras com alimen-tos. Para o funcionário público federal Agenor Noronha, a ali-mentação fora de casa tem um impacto de 20,8% no cômputo geral do orçamento mensal.

Segundo ele, o valor do self service em muitos restaurantes chega a ser por vezes proibitivo para um “pai de família” que não tiver incluído vale-alimentação entre os benefícios que rece-be da empresa onde trabalha. “Eu, que sou vegetariano, te-nho gastos médios diários de R$ 23, o que representa uma despesa média de R$ 500 por mês com comida pronta. Como

perderia muito tempo no trajeto até minha casa, acabo ficando refém do preço praticado pelos restaurantes”, explica.

Por sua vez, o ajudante de carpinteiro Elias Meiriño, que re-cebe vale-refeição, não esconde sua insatisfação com o valor e a qualidade do prato feito. Segundo ele, as despesas diá-rias obrigatórias com alimento pronto é de R$ 12, o que equivale a incluir no orçamento R$ 288 por mês. “Não posso comer além do que permite o valor dos tíquetes. Se eu quiser comer mais terei de despender mais um vale, o que comprometeria o orçamento. Mas além de ser muito cara, falta diversificar à comida popular aqui em Ma-naus. É tudo muito repetitivo e de baixa qualidade”, salienta.

Centro De acordo com a Câmara dos

Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), a média do valor dos vales-refeições dos traba-lhadores no Centro é de R$ 8. “Esse valor representa 20% do salário mensal de um funcioná-rio do comércio. O pagamen-to do benefício é obrigatório, conforme convenção coletiva”, explicou o presidente da CDL-

Manaus, Ralph Assayag.

Comparação De acordo com informações

do IBGE, em valores nominais, as famílias amazonenses de maior renda gastam com ali-mentação fora de casa um valor aproximado de quase seis vezes mais que as famílias que rece-bem até R$ 830 mensais.

As famílias manauenses de maior renda gastam R$ 1.198,14 em média com o item, ao passo que as de me-nores rendimentos destinam R$ 207,15 em média para os gastos com alimentação fora do lar. Dentro do item, o pes-cado e as carnes lideram com folga os gastos, pois 21,9% das despesas com alimenta-ção são destinadas a compra desses produtos. “A diferença em relação a Belém é que a capital amazonense quase nada produz de alimentos. É praticamente uma metrópole consumidora, já que importa mais de 90% daquilo que con-some. Então, o impacto sobre o bolso das famílias é muito maior que em outras regiões industriais”, explica o dissemi-nador de informações do IBGE, Adjalma Nogueira.

HENRIQUE XAVIEREquipe EM TEMPO Online

A correria dos tempos modernos obriga as pessoas a comerem na rua, o que onera o bolso

IONE MORENO

Na opinião do econo-mista Salomão Neves, apesar de a alimentação estar entre as atividades imprescindíveis, existem meios de reduzir os gastos com o item no fim do mês. Para o especialista, alguns pontos podem representar um grande diferencial no balanço final das contas.

Entre as dicas impor-tantes, ele sugere que a pessoa procure cozinhar em casa, fuja de progra-mas alimentares caros, ao invés de ir à pizzaria todo fim de semana, chame os amigos em casa para um programa mais barato, use marmita quando não puder voltar para casa, compare preços e qualida-de do alimento oferecido. O local onde a comida está sendo comercializa-da também precisa ser levado em conta.

Se a pessoa for só pelo impulso de pegar o que gosta, corre o risco de amontoar o prato com comida já nas primeiras bandejas, não deixando es-paço para alimentos que estão no final. Na hora de

escolher, não se entregue somente ao desejo ime-diato. Procure dar ordem e balanço ao que vai comer. Tente servir-se de pelo menos três bases de ali-mentos: legumes, verduras e fibras; os carboidratos (grãos, massas, farinhas); e as proteínas (carnes, gor-duras, laticínios).

Salomão Neves explica que reduzir as despesas e economizar nem sempre são vistas como atitudes louváveis, principalmente pelas pessoas que serão diretamente envolvidas com essas decisões, mas desconhecem as razões para essas alterações no orçamento familiar. “A imagem do ‘pão-duro’ aparece quando você não tem um projeto financeiro em família. É preciso ter diálogo, ou seja, expor suas intenções antes de reduzir os gastos. Alimentação é imprescindível, mas se o objetivo é fazer o dinheiro render mais, sempre há maneiras de economizar nas refeições fora de casa”, enfatiza o especia-lista em finanças.

A receita para economizar

B04 e B05 - ECONOMIA.indd 4-5 1/3/2013 23:21:15

Page 13: EM TEMPO - 3 de março de 2013

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 B5

Comer fora sai caro em ManausNúmeros do IBGE mostram que gastos com refeições em estabelecimentos que vendem alimentos representam 35,9% do orçamento das famílias na capital amazonense

IONE MORENO

A praticidade de comer fora de casa pode sair “salgado” no final do mês, uma vez que esse

hábito dos tempos moder-nos compromete hoje 35,9% do orçamento doméstico da família manauense. O índice local chega a ser maior do que a média nacional.

Conforme o Instituto Brasi-leiro de Geografia e Estatística no Amazonas (IBGE-AM), comer fora de casa representa um terço do total de gastos das famílias brasileiras com alimen-tos. Para o funcionário público federal Agenor Noronha, a ali-mentação fora de casa tem um impacto de 20,8% no cômputo geral do orçamento mensal.

Segundo ele, o valor do self service em muitos restaurantes chega a ser por vezes proibitivo para um “pai de família” que não tiver incluído vale-alimentação entre os benefícios que rece-be da empresa onde trabalha. “Eu, que sou vegetariano, te-nho gastos médios diários de R$ 23, o que representa uma despesa média de R$ 500 por mês com comida pronta. Como

perderia muito tempo no trajeto até minha casa, acabo ficando refém do preço praticado pelos restaurantes”, explica.

Por sua vez, o ajudante de carpinteiro Elias Meiriño, que re-cebe vale-refeição, não esconde sua insatisfação com o valor e a qualidade do prato feito. Segundo ele, as despesas diá-rias obrigatórias com alimento pronto é de R$ 12, o que equivale a incluir no orçamento R$ 288 por mês. “Não posso comer além do que permite o valor dos tíquetes. Se eu quiser comer mais terei de despender mais um vale, o que comprometeria o orçamento. Mas além de ser muito cara, falta diversificar à comida popular aqui em Ma-naus. É tudo muito repetitivo e de baixa qualidade”, salienta.

Centro De acordo com a Câmara dos

Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), a média do valor dos vales-refeições dos traba-lhadores no Centro é de R$ 8. “Esse valor representa 20% do salário mensal de um funcioná-rio do comércio. O pagamen-to do benefício é obrigatório, conforme convenção coletiva”, explicou o presidente da CDL-

Manaus, Ralph Assayag.

Comparação De acordo com informações

do IBGE, em valores nominais, as famílias amazonenses de maior renda gastam com ali-mentação fora de casa um valor aproximado de quase seis vezes mais que as famílias que rece-bem até R$ 830 mensais.

As famílias manauenses de maior renda gastam R$ 1.198,14 em média com o item, ao passo que as de me-nores rendimentos destinam R$ 207,15 em média para os gastos com alimentação fora do lar. Dentro do item, o pes-cado e as carnes lideram com folga os gastos, pois 21,9% das despesas com alimenta-ção são destinadas a compra desses produtos. “A diferença em relação a Belém é que a capital amazonense quase nada produz de alimentos. É praticamente uma metrópole consumidora, já que importa mais de 90% daquilo que con-some. Então, o impacto sobre o bolso das famílias é muito maior que em outras regiões industriais”, explica o dissemi-nador de informações do IBGE, Adjalma Nogueira.

HENRIQUE XAVIEREquipe EM TEMPO Online

A correria dos tempos modernos obriga as pessoas a comerem na rua, o que onera o bolso

IONE MORENO

Na opinião do econo-mista Salomão Neves, apesar de a alimentação estar entre as atividades imprescindíveis, existem meios de reduzir os gastos com o item no fim do mês. Para o especialista, alguns pontos podem representar um grande diferencial no balanço final das contas.

Entre as dicas impor-tantes, ele sugere que a pessoa procure cozinhar em casa, fuja de progra-mas alimentares caros, ao invés de ir à pizzaria todo fim de semana, chame os amigos em casa para um programa mais barato, use marmita quando não puder voltar para casa, compare preços e qualida-de do alimento oferecido. O local onde a comida está sendo comercializa-da também precisa ser levado em conta.

Se a pessoa for só pelo impulso de pegar o que gosta, corre o risco de amontoar o prato com comida já nas primeiras bandejas, não deixando es-paço para alimentos que estão no final. Na hora de

escolher, não se entregue somente ao desejo ime-diato. Procure dar ordem e balanço ao que vai comer. Tente servir-se de pelo menos três bases de ali-mentos: legumes, verduras e fibras; os carboidratos (grãos, massas, farinhas); e as proteínas (carnes, gor-duras, laticínios).

Salomão Neves explica que reduzir as despesas e economizar nem sempre são vistas como atitudes louváveis, principalmente pelas pessoas que serão diretamente envolvidas com essas decisões, mas desconhecem as razões para essas alterações no orçamento familiar. “A imagem do ‘pão-duro’ aparece quando você não tem um projeto financeiro em família. É preciso ter diálogo, ou seja, expor suas intenções antes de reduzir os gastos. Alimentação é imprescindível, mas se o objetivo é fazer o dinheiro render mais, sempre há maneiras de economizar nas refeições fora de casa”, enfatiza o especia-lista em finanças.

A receita para economizar

B04 e B05 - ECONOMIA.indd 4-5 1/3/2013 23:21:15

Page 14: EM TEMPO - 3 de março de 2013

B6 País MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

A avaliação é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, que apontou como extensa a agenda do Brasil

Crescimento da economiadepende de investimentos

Desequilíbrio climático provocou perdas significativas na renda do produtor e na cadeia produtiva

A melhora na econo-mia em 2013, que teve um crescimento de 0,9% em 2012 e

desempenho negativo na in-dústria com queda de 0,8% no mesmo período, depende de expansão dos investimen-tos e do aumento da compe-titividade. A avaliação é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.

Andrade disse que a agen-da do investimento no Bra-sil é extensa e deve incluir incentivos à poupança in-terna, em consonância com os instrumentos de política cambial, monetária e fiscal. “O país precisa elevar os investimentos públicos e ga-rantir o êxito dos programas de concessão e das parcerias público-privadas nas obras de infraestrutura”, disse.

No entender do presidente da CNI, o fraco desempenho da economia em 2012 se ca-racterizou pelo descompasso entre a expansão do consu-mo das famílias, que cresceu 3,1%, e dos investimentos, que caíram 4%. Com isso, a parti-cipação dos investimentos no Produto Interno Bruto (PIB) baixou de 19,3% para 18,1%, comparado a 2011, no mesmo patamar de 2009.

Essa participação é a menor taxa de investimento entre os países em desenvolvimento e entre os principais emergen-tes. Na China, esses índices representam 47,8% do PIB; na Índia, 36%; na Rússia, 23,5%; e na África do Sul, 21%. Um dos fatores que explicam a taxa de investimento no Brasil é a poupança interna, cuja participação no PIB foi apenas 14,8% em 2012, o mesmo ní-vel de 2002, e com poupança baixa, faltam recursos para investimentos.

A presidente da Confedera-ção da Agricultura e Pecuá-ria do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu (PDS-TO), disse que o recuo de 2,3% no de-sempenho da agropecuária reflete os efeitos da seca no período de desenvolvimento das culturas e do excesso de chuva na época da colheita.

O desequilíbrio climático, segundo Kátia Abreu, provo-

cou perdas significativas na renda do produtor e na cadeia produtiva, o que reforça a ne-cessidade de se aperfeiçoar os instrumentos de gestão de risco no agronegócio brasi-leiro; em especial do seguro rural. “É a única maneira de manter a renda estabilizada e o nível de investimentos, minimizando os reflexos do setor”, disse.

Kátia Abreu disse que o agronegócio caiu 1,89% no ano passado. Ela está otimista, porém, quanto à possibilidade do setor re-tomar o dinamismo neste ano, em função da estima-tiva de uma safra recorde, avaliada em 184 milhões de toneladas de grãos e de 596 milhões de toneladas de cana-de-açúcar.

Recuo reflete na agropecuária

REPR

OD

UÇÃ

O

Governo brasileiro reduz exigências de idiomas

SEM FRONTEIRAS

O governo brasileiro dimi-nuiu a exigência de conhe-cimento de alemão, francês, inglês e italiano para seleção de bolsistas do programa Ci-ência Sem Fronteiras (CsF) que pretendem estudar em universidades na Alemanha, França, Austrália, Canadá, EUA e Itália. Com a medi-da, universitários com baixo nível ou até nenhum conhe-cimento nesses idiomas po-derão ser selecionados para o intercâmbio - antes era exigido nível intermediário ou avançado da língua.

Com a flexibilização, o governo quer preencher um maior número de vagas do programa - a falta de conhe-cimento no idioma é um dos principais obstáculos para os brasileiros. O programa, que tem foco na área tecnológica, atingiu, até janeiro deste ano,

apenas 22% da meta de enviar 101 mil bolsistas até 2015.

Os bolsistas que forem para o exterior com baixo conheci-mento da língua estrangeira terão de participar de um cur-so intensivo para melhorar a proficiência. O curso também será bancado pelo governo federal, e o aluno terá de fa-zer uma prova para ingressar na universidade. Especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, alertam que mes-mo com o curso de imersão os estudantes poderão não alcançar um nível adequado para acompanhar as aulas em outro idioma. Isso porque, no caso dos bolsistas dos Estados Unidos e da França, de acordo com os editais, a duração pre-vista para o curso é de apenas dois meses, tempo considera-do insuficiente para melhoria das habilidade linguísticas.

Presidente da Embratur cria ONG para prevenção

ERRO MÉDICO

Depois de um ano cobran-do punição para evolvidos na morte de seu filho Marcelo, o presidente da Embratur, Flávio Dino, decidiu criar uma orga-nização não governamental para debater e prevenir erro médico. “Se eu, advogado de formação, com todas as con-dições possíveis, tenho difi-culdade de ver a Justiça feita, imagine pessoas em situações menos privilegiadas, sem tem-po ou recursos para buscar seus direitos”, afirma.

A entidade, batizada de Centro Brasileiro sobre Cri-mes para Saúde, deverá iniciar sua atuação neste mês. Com sede em Brasília, a ONG deverá manter um site com orien-tações para vítimas de erro médico. Além desse serviço, a entidade deverá promover debate sobre as causas es-truturais que levam às falhas

e monitorar a aplicação de recursos públicos na área de saúde. “Temos organizações ambientais, de defesa do con-sumidor. Mas nada para defen-der o paciente dos abusos que são cometidos”, afirma.

Marcelo, na ocasião com 13 anos, morreu em fevereiro do ano passado, menos de 24 horas depois de ser internado na Unidade de Tratamento In-tensivo (UTI) de um hospital de Brasília, com uma crise de asma. Dino conta que pouco antes de receber alta, o jo-vem recebeu uma medicação e passou mal. A médica de plantão não estava na sala, pois ajudava um colega a fazer um parto. Ele sustenta que o medicamento foi aplicado de maneira inadequada, o socorro demorou e a médica estava nitidamente atordoada, por vir de uma jornada de 23h.

B06 - PAÍS.indd 6 1/3/2013 23:24:12

Page 15: EM TEMPO - 3 de março de 2013

B7MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 País

Áreas de pesquisas terão investimento de R$ 300 miCom a medida, a Intel vai aplicar os recursos para investir e financiar pesquisas em universidades brasileiras

A área de pesquisa e desenvolvimento em tecnologias da infor-mação e comunicação

(TICs) no país vai receber um investimento de R$ 300 mi-lhões nos próximos cinco anos. A iniciativa faz parte de acordo assinado na última semana en-tre a Intel Brasil, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Ministério da Edu-cação (MEC).

Com a medida, a Intel vai aplicar os recursos de R$ 300 milhões para investir e finan-ciar pesquisas em universida-des brasileiras e, em contra-partida, o governo federal vai oferecer bolsas a estudantes e pesquisadores, por meio de edital que será lançado ainda este semestre. Os setores de educação, energia e transporte serão os focos da pesquisa. A medida deve envolver 300 pesquisadores, entre colabo-radores, pesquisadores de uni-versidades e bolsistas.

O ministro Marco Antonio Raupp, do MCTI, destacou a necessidade de estabelecer parcerias de cooperação pú-blico-privada na área de ciência e tecnologia. “É fundamental esse esforço que o Brasil faz para entrar no desenvolvimen-to sustentável. (…) Fiquei felicís-

simo, pois tenho apoiado essa direção, de buscar a partici-pação das empresas privadas. Aqui estamos praticando isso. A presidenta Dilma Rousseff foi claríssima em dizer que é a receita a ser executada mesmo”, disse Raupp.

Soluções de sostwaresNos setores envolvidos, o

foco será o desenvolvimento de soluções de sostwares, como ferramentas de visualização e simulação para extração de petróleo na camada do pré-sal, sostwares educacionais, com-putação de alto desempenho, tecnologias para emplacamen-to eletrônico de carros e solu-ções baseadas em tecnologia de ponta para aumentar a efi-ciência na gestão de trânsito de passageiros e carga.

Segundo o presidente da Intel na América Latina, Ste-ve Long, a empresa pretende “acelerar a penetração da tecnologia”, transferindo co-nhecimento ao país.

De acordo com o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgílio Almeida, o setor de tecnologia da informação no Brasil faturou R$ 123 bi-lhões em 2012 e representa atualmente a sétima posição no mercado global.

FAB

IO R

OD

RIG

UES

PO

ZZEB

OM

/AB

R

O ministro Marco Antônio Raupp, do MCTI, destacou a necessidade de estabelecer parcerias de cooperação público-privada

Alunos que hostilizaram feministas são processados

A USP São Carlos (a 232 km de São Paulo) vai abrir um processo administrativo contra alunos que hostiliza-ram um grupo de feministas que protestava contra um trote na universidade.

Em reação ao ato feminis-ta, alguns veteranos ficaram nus, simularam se masturbar e atiraram objetos contra as manifestantes.

O “Miss Bixete”, desfile or-ganizado por membros do inti-tulado GAP (Grupo de Apoio à Putaria), formado por vetera-nos, aconteceu no campus na recepção dos novatos.

Eles convidaram calouras a subirem ao palco e a exibir o corpo no desfile - muitas foram estimuladas a erguer a blusa e ouviram gritos de “pei-tão”, “bundão” de resposta.

Em nota, a USP disse que a atividade não faz “parte da Semana de Recepção dos Calouros” e que “é veemen-temente contra qualquer ação

que cause constrangimento”.O evento ocorreu na última terça. Ao menos 50 mani-festantes do grupo feminista, que teve o apoio de homens, erguiam faixas e entoavam músicas contra o desfile.

Segundo uma estudante de 20 anos, membro da Frente Feminista de São Carlos e que pediu o anonimato, pelo menos seis veteranos se irrita-ram com o ato e começaram a hostilizar os manifestantes.

“Chegaram ao ponto de jo-gar cerveja e bombinha nas manifestantes”, disse. “Ras-garam nossa faixa e simu-laram sexo com uma boneca inflável na nossa frente. Até tentaram se aproveitar de algumas das manifestantes, tentaram agarrá-las”.

Pelo menos desde 2005, integrantes do centro acadê-mico participam de protestos contra o evento. Neste ano, a Frente Feminista participou pela primeira vez.

USP

Hospital com leitos para dependentes de crack

O Hospital Municipal Evan-dro Freire, na Ilha do Governa-dor, na Zona Norte da capital fluminense, foi inaugurado na sexta-feira pela presidente Dilma Rousseff. A unidade tem 120 leitos, capacidade para 6 mil atendimentos mensais e irá beneficiar 900 mil pessoas da região.“Eu acho que aqui vocês recebem um presente histórico”, disse Dilma, desta-cando que o hospital tem leitos destinados ao tratamento de dependentes químicos, prin-cipalmente de crack. A presi-denta ressaltou a consciência que cada brasileiro tem que ter para combater e vencer o crack, “droga que destrói principalmente os jovens e as suas vidas”.

Presente à solenidade, o mi-nistro da Saúde, Alexandre Padilha, assinou portaria que libera para a prefeitura do Rio de Janeiro recursos do minis-

tério, no montante de R$ 30 milhões, que ajudarão a fazer a manutenção do hospital. “O Ministério da Saúde vai ajudar com pouco mais da metade dos recursos para a manuten-ção desse hospital [prevista em R$ 55 milhões] que ajuda muito o ministério, o estado e o município a enfrentar o que nós chamamos Programa SOS Emergência, para me-lhorarmos o atendimento nos maiores prontos-socorros do país”, disse Padilha.

Ao falar sobre a disponibili-dades de leitos especializados para pacientes com depen-dência química, sobretudo de crack. O ministro declarou que o novo hospital vai ajudar a resolver esse problema grave que afeta muitas famílias no país, dando atendimento no momento mais crítico, para evitar que a pessoa corra risco de morrer.

INAUGURADO

Dependentes de crack terão leitos específicos em hospital

MAR

CELO

CAM

ARG

O/A

BR

B07 - PAÍS.indd 7 1/3/2013 23:27:23

Page 16: EM TEMPO - 3 de março de 2013

B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Declaração é do novo secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel. De acordo com ele, a incerteza, com possibilidade de cortes, põe em risco todas as missões

Corte orçamentário vai afetar ações do Pentágono

Hagel disse, em sua primeira entrevista coletiva no cargo, que a Marinha terá de desativar, gradualmente, quatro unidades aéreas

O novo secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, disse na sexta-feira que a

incerteza orçamentária - com a possibilidade de novos cortes de 46 bilhões de dólares nas verbas da Defesa-põe em risco o cumprimento de todas as missões do Pentágono.

Na sua primeira entrevista coletiva desde que tomou posse no cargo, na última quarta-feira (27), Hagel disse que, por causa dos cortes, a Marinha terá de gradualmente desativar quatro unidades aéreas, a Força Aérea terá de cortar imediatamente as horas de voo, e o Exército irá re-duzir treinamentos. “Deixe-me deixar claro que essa incerteza põe em risco nossa capacidade de cumprir efetivamente todas as nossas missões”, disse Hagel, acrescentando que, enquanto os cortes continuarem em vigor, “seremos forçados a assumir mais riscos, com medidas que

irão progressivamente ter efei-tos abrangentes”.

ModeradoHagel, no entanto, adotou um

tom mais moderado que outras autoridades de defesa, segundo as quais os cortes orçamen-tários seriam devastadores e poderiam transformar as For-ças Armadas dos EUA em um poderio de segunda categoria.

O novo secretário disse que os EUA “têm a melhor força de combate, a mais capacitada for-ça de combate, a mais poderosa força de combate do mundo”, e garantiu que “a gestão dessa instituição, a começar com o Estado-Maior, não vai permitir a erosão de tal capacidade”.

“Vamos gerir essas questões. Há ajustes. Antecipamos esse tipo de realidade, e vamos fazer o que precisamos para assegu-rar as capacidades das nossas forças”, acrescentou Hagel.

As declarações do secretário

foram feitas num dia em que a Casa Branca e o Congresso não conseguiram um acordo que impeça o chamado “seques-tro” de 85 bilhões de dólares do orçamento governamental,

que começa a vigorar à meia-noite, conforme prevê uma lei de 2011 que resolveu uma crise fiscal anterior.Se realmente não houver acordo até o final da sexta-feira, o presidente Ba-rack Obama deverá notificar o

Congresso sobre o sequestro orçamentário, que inclui um corte de US$ 46 bilhões em gastos do Pentágono até 30 de setembro. Hagel disse que uma prioridade do Pentágono será proteger as verbas para a guerra do Afeganistão.

“O Exército vai restringir os treinamentos para todas as unidades, exceto as mobiliza-das no Afeganistão, afetando adversamente quase 80% de todas as unidades operacionais do Exército”, disse ele.

Hagel afirmou ainda que nes-te mês o Pentágono deverá notificar preliminarmente mi-lhares de funcionários civis so-bre a concessão de uma licença não-remunerada. Autoridades dizem que a maioria dos 800 mil funcionários civis do De-partamento de Defesa deve ser afetada, provavelmente tendo de tirar um dia de folga por semana durante 22 semanas, a partir de abril.

REPR

OD

UÇÃ

O

LICENÇAAinda neste mês, segun-do Hagel, o Pentágono deverá notificar prelimi-narmente milhares de funcionários civis sobre a concessão de uma licença não remunerada. Maioria dos funcioná-rios será afetada

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, deter-minou na tarde de sexta-feira, que o diálogo com o setor cafeeiro seja inter-rompido até que as rodovias do país sejam desbloque-adas pelos produtores de café. Mobilizados desde a última segunda-feira (25), os cafeicultores bloqueiam as principais vias colombia-nas, reivindicando ajuda do governo para superar a crise que afeta o setor.

Os produtores colombia-nos acumulam dívidas de-vido à queda da produção, ao preço da logística de transporte e à valorização do peso colombiano ante o dólar. O presidente Juan Ma-nuel Santos tomou a decisão depois de uma reunião com ministros do governo.

Segundo a imprensa lo-cal colombiana, Santos suspendeu o diálogo por começarem a faltar me-dicamentos, combustível e outros produtos em algu-mas regiões do país devido ao bloqueio das rodovias.

O governo anunciou um pacote na semana passada para ajudar aos cafeiculto-res. A proposta foi aceita pela Federação Nacional dos Cafeicultores do país (FNC), mas há grupos de produtores dissidentes que consideram as medidas insuficientes

para resolver a crise.Os cafeicultores que es-

tão protestando garantem que o preço pago pela ar-roba de café produzido, U$ 32,10, não é suficiente para cobrir os gastos. Segundo eles o valor mínimo deveria ser U$ 36,06.

Diálogo com setor cafeeiroé interrompido na Colômbia

RODOVIAS

DÍVIDASOs produtores colom-bianos acumulam dívi-das devido à queda da produção, ao preço da logística de transpor-te e à valorização do peso colombiano ante ao dólar. Decisão foi tomada após reunião

Presidente Juan Santos anunciou ajuda a cafeicultores

REPR

OD

UÇÃ

O

B08 - MUNDO.indd 8 1/3/2013 23:32:12

Page 17: EM TEMPO - 3 de março de 2013

Dia a diaCade

rno

C

[email protected], DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1041

Grafi teiros rejeitam pichações

Dia a dia C4

DIVULGAÇÃO

Em busca do centenárioO ano de 2013 é aclamado por Caprichoso e Garantido como o marco dos 100 anos de cada bumbá. Dos dois lados, histórias não faltam para revelar quando realmente começou a história dos bois rivais mais famosos da Região Norte

No ano em que é come-morado o (possível) centenário dos bois Garantido e Capri-

choso, também acontece uma busca do resgate e reafi rmação da trajetória dos bumbás, seja por meio da oralidade (depoi-mento) de pessoas que foram contemporâneas dos fundado-res ou tenham alguma ligação com eles e a apresentação de documentos, que se não com-provam que existe uma data de “nascimento”, mostram que a história quando procurada sempre pode ser encontrada.

Do lado do bumbá vermelho, Cleumara Monteverde, a neta do fundador do Garantido, Lindolfo Monteverde, realiza pesquisas há seis anos e afi rma que antes de ser o boi da pro-messa, o boi vermelho nasceu de uma brincadeira de criança. Cleumara começou a fazer as pesquisas dentro do projeto “Garantindo a tradição cultural de Lindolfo Monteverde” para o curso de pedagogia da Univer-sidade Federal do Amazonas (Ufam). Ela conta que via a necessidade de a família ter mais dados concretos sobre Lindolfo e, consequentemente, sobre o surgimento do Garan-tido. Num primeiro momento, foram realizadas entrevistas com antigos brincantes do boi da Baixa, e numa segunda eta-pa, foi realizada uma ofi cina de leitura e escrita transmitindo a história do seu avô.

Para Cleumara, que fundou

a Associação Regional Lindol-fo Monteverde, existe uma grande difi culdade para en-contrar algo concreto sobre a data de fundação dos bois. Para fundamentar sua busca, procurou os “arquivos vivos”: seus tios e contemporâneos do avô, que relataram fatos que vivenciaram. “As pessoas nunca imaginaram que eles chegariam ao que representam hoje, então é difícil ter alguma documentação que comprove datas específi cas”, avalia.

Entretanto, com o sobreno-me Monteverde, para ela não foi difícil conseguir os tais “arquivos vivos”. Foi atrás da velha guarda do Garantido, onde estavam incluídos seus tios mais velhos, Reinaldo e Raimunda Monteverde, que fa-leceram durante o período da pesquisa, e Maria do Carmo, ainda viva. Entre as primeiras confi rmações está o fato de que Lindolfo, diferente de co-gitações, nasceu em Parintins em 2 de janeiro de 1902.

Entre os fatos mais im-portantes dentro de toda a pesquisa, Cleumara aponta a confi rmação de o Garan-tido ter nascido a partir de uma brincadeira de criança. Nas lembranças de seus tios, descobriu que a criança Lin-dolfo ouvia história de seus avós, que não está claro se eram originários de alguma parte do Nordeste ou mes-mo da África. “Contam que ele ouvia as histórias de um boi que dançava para divertir adultos e crianças. Ele criou o boi para manter a brincadeira que seu avô lhe contava. Seu primeiro boi foi feito de curuatá (o invólucro de uma planta chamada ina-já) que colocava nas costas e saía brincando”, explica. Para ela, algumas pessoas fi cam incrédulas ao ouvir que uma criança fez isso, mas avalia – como peda-goga - que é perfeitamente normal a imaginação das crianças fl uir a partir de ob-jetos inusitados. Ainda den-tro do que confi rmou com os parentes e contemporâneos do avô, Cleumara afi rma que a mãe de Lindolfo, dona Ale-xandrina, conhecida como Xanda, foi a maior incenti-vadora da brincadeira. “Ela sempre fez ele acreditar que quando fosse maior teria o seu boi, igual aos bois

das histórias de seu avô, ou seja, um boi grande, o que hoje denominamos boi de pano, pois o seu era de curuatá”, diz.

Ela refuta a ideia de que o Garantido nasceu de uma promessa a São João Batista. Segundo ela, o Garantido já existia, como boi de pano, quando Lindolfo, ao fi car do-ente (mais ou menos com 17 anos) prometeu que se

fi casse bom, haveria uma ladainha (missa cantada) e o boi sairia às ruas. Alguns apontam que a primeira la-dainha da promessa aconte-ceu em 24 de junho de 1917. Para Lindolfo, brincar de boi estava ligado à religiosidade popular. Para sair pelos ter-reiros ele angariava recursos com os comerciantes.

Brincadeira de criança

GÊNESECleumara Monte-verde refuta a ideia de que o Garanti-do nasceu de uma promessa. Segundo ela, o boi já existia quando Lindolfo adoeceu aos 17 anos de idade

Cleumara Monteverde pesquisa a história do boi há seis anos

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

As pessoas nunca imaginaram que

eles chegariam ao que representam

hoje, então é difícil ter alguma docu-mentação certa

Cleumara Monteverde, pesquisadora

Maria do Carmo Montever-de com a imagem e a foto do pai, Lindolfo Montever-de, criador do Garantido: brincadeiras que vieram da infância do pai

CONTINUA NA C2/C3

FOTOS:DIVULGAÇÃO

C01 - DIA A DIA.indd 1 1/3/2013 21:30:52

Page 18: EM TEMPO - 3 de março de 2013

C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

História e muitos sentidosPesquisas resgatam fatos até pouco conhecidos de quem é torcedor dos dois bois de Parintins e deixam margem para interpretações individuais sobre a verdadeira data de origem de cada uma das associações folclóricas da Ilha

Segundo o filho de Lin-dolfo, Reinaldo Mon-teverde, numa das inú-meras entrevistas para

Cleumara Monteverde, o nome Garantido é no sentido de ele se garantir mesmo. O amor àquele boi de pano era tão grande, que quando Lindolfo foi servir o Exército em 1920, deixou seu brinquedo nas mãos dos irmãos e primos.

A filha de Lindolfo, Maria do Carmo Monteverde, além das lembranças de muitas passagens da vida de seu pai, também guarda (e ninguém a faz mostrar) fotos, toadas da fundação e várias relíquias. En-tre elas, a certidão de batismo do fundador do boi da Baixa, que está registrada no livro da Cúria de Parintins.

Maria do Carmo relata que o pai contava que brincou com o boi de curuatá até por volta de 12 anos. A partir daí, surge o boi de pano que saía pelas ruas da ilha. Ela lembra que o patriarca teve um derrame em 1966 e durante 13 anos sofreu por não poder acompanhar as brincadeiras de sua criação. “Ele não tinha mais movimentos do lado direito e não falava mais. Sofria muito e essa dor só aumentava em junho quando ouvia os fogos e não podia acompanhar”, recorda, comple-

tando que ele ficava deitado em sua rede, chorando.

Sobre o relato de Odineia Andrade, pesquisadora do Ca-prichoso que defende a tese de que Lindolfo brincava no Caprichoso e, após ter “tirado uma gracinha” com a esposa do seu Emídio, foi expulso e prometeu criar outro boi, dona Maria do Carmo é de uma sin-ceridade cortante. “Quero ver essa senhora vir aqui e dizer uma besteira (sic) dessa aqui na minha frente”, revolta-se.

Dona Maria recorda que o pai mantinha uma plantação de juta, e a maior parte do que era vendido servia para dar suporte ao boi. “Apesar de ele receber alguma ajuda, era nossa família mesmo que mantinha a brincadeira. Já lavei e cortei muita juta para colocar o Garantido para brincar. E agora aparece muito dono do boi por aí”, lamenta.

NEGAÇÃOSobre o relato de Odi-neia Andrade, pesqui-sadora do Caprichoso que defende a tese de que Lindolfo brincava no azul e branco, dona Maria do Carmo disse que se trata de “uma besteira”

Da parte do Caprichoso, o Instituto Memorial de Pa-rintins (Inpim), juntamente com a professora Odineia Andrade, que realiza uma intensa pesquisa há 13 anos, tentam provar - ba-seados em documentos e narrativas - que o bumbá da estrela também é oriun-do de uma promessa, mas diferente do rival, foi criado por um grupo de amigos que gostavam de festas.

À frente do Inpim, Irian Butel esclarece que a ins-tituição foi procurada pela Associação Folclórica Boi-Bumbá Caprichoso para fazer o resgate, juntamente

com a professora Odineia Andrade, da história do “touro negro”, trajetória que estava perdida, entre vários nomes de fundadores e lo-cais de criação. Como toda pesquisa séria precisa de um norte, o instituto partiu das investigações realizadas por Odineia Andrade, que são ricas em narrativas e mos-traram, pela primeira vez um nome: Roque Cid, que seria o fundador do boi Caprichoso. “Com esse nome, tivemos que responder pergunta crucial: ele existiu, afinal? Como pesquisadores, temos que procurar fontes e fatos”, recorda Irian.

Uma origem com diversão

A resposta estava em documentos encontrados com o nome Roque Cid, na Câmara Municipal de Parintins, entre os anos de 1909 a 1911. Foram encontradas três porta-rias com esse nome. Num documento de 1909, An-tonio Cid, irmão de Ro-que, foi convidado a fa-zer reparos no Mercado Municipal de Parintins. A residência dele também foi encontrada: rua Go-mes de Castro. Em outro documento de 1902, na Cúria Diocesana, Roque Cid batiza alguém com o nome Felisberto.

Próximo passoPronto, Roque Cid exis-

tiu. O próximo passo foi buscar a ligação com o boi Caprichoso. Partiu-se então em busca de fon-tes que pudessem relatar fatos e datas. De acordo

com Irian, a provável data que os irmãos Roque (pes-cador), Pedro (pedreiro, que participa da constru-ção do mercado municipal de Parintins) e Antonio Cid chegam à ilha foi em meados de 1897, vindos de Crato, no Ceará, em busca do Eldorado, ou dos seringais, porém se es-tabilizaram em Parintins. “Eles fizeram amizades, faziam festas, se reuniam para beber e falar de mu-lher, eram uns pândegos. Além disso, tinham feito uma promessa: se tudo desse certo, fundariam um boi, semelhante ao que tinha no Nordeste”, afirma Odineia, lembran-do que o principal local desses festejos era a tra-vessa Sá Peixoto, conheci-do como beco do Esconde, lugar onde foi criado o Caprichoso, segundo a pesquisadora.

E assim tudo começou

Baseados em narra-tivas, os pesquisadores chegaram à conclusão de que a criação do Caprichoso tem data definida: 20 de outubro de 1913, quando, numa reunião, tiveram a ideia de fundar o boi. Entre-tanto, Odinéia destaca que ele somente saiu às ruas no ano seguin-te. “Ele foi gerado em 1913, mas apareceu em 1914”, resume. Nesta data, segundo ela, tudo foi decidido, inclusive a cor negra do boi. “O Ca-prichoso não nasceu de um curuatá, já nasceu como um boi de pano, mas com estrutura de estopa e samambaia, que foi usada nos pri-meiros bois”, alfineta.

A criação e a primeira apresentação

Acinelson Vieira, um dos donos do Caprichoso por um bom tempo: bumbá teria nascido a partir de uma brincadeira de amigos

FOTOS: DIVULGAÇÃO

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

Odineia Andrade pesquisa a história do Caprichoso, descobrindo mais fatos de suas origens

C02 - DIA A DIA.indd 2 1/3/2013 21:30:22

Page 19: EM TEMPO - 3 de março de 2013

C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

E o centenário vai para...Pesquisadores afirmam que intenção não é desmentir as histórias sobre a fundação dos bumbás e sim evidenciar as origens do que hoje é uma das maiores manifestações folclóricas do Brasil, conhecida em inúmeros países

Independente de datas que possam ou não ser definidas, os dois lados são unânimes em afir-

mar que ambos são frutos de pessoas simples que fizeram uma festa popular se tornar algo grandioso. Irian Butel adianta que a intenção com a pesquisa não é negar nada, mas, como pesquisadora, pro-mover fatos e fontes. “Nossa principal proposta foi confir-mar a trajetória e existência do fundador do Caprichoso. Independente do que se con-firmar dos dois lados, não tira a importância de Garantido e Caprichoso”, afirma.

Cleumara segue na mesma linha de pensamento e afirma que o centenário é simbólico, sendo o mais importante a manutenção da brincadei-ra. “Não tem como negar a importância dos dois, mas também não há como afirmar a data da fundação real de ambos”, avalia.

Perguntada porque o Ga-rantido seguiu uma trajetória linear, com um fundador reco-nhecido, Cleumara é enfática. “Com certeza foi a força de nossa família que não deixou a história de meu avô ser apagada. Quando o boi trans-formou-se em associação, nos tiraram de tudo, mas sempre brigamos para não sermos

apagados da história. Acho que as famílias do contrário não tiveram tanta força e aos poucos a história se perdeu, mas agora está sendo resga-tada”, pondera. Para resgatar a vida de Lindolfo, Cleumara, por meio da fundação, criou uma réplica da casa de Lin-dolfo que está localizada no “curralzinho da Baixa”, onde morava Lindolfo e hoje moram seus descendentes.

CríticasSobre o fato das críticas

aos inúmeros donos e cur-rais, a pesquisadora Odineia Andrade vê pelo lado positivo. “As pessoas têm essa mania de, quando estão à frente de algo, esquecerem os que vie-ram atrás, e o Caprichoso teve vários donos e, com isso, fez história por onde andou. Co-meçou com Roque Cid, a seguir por Emídio Vieira, passou por Antonio Boboim, Pedro Cid, Nascimento Cid, Luiz Gonzaga, Nilo Gama, Ervino Leocádio e Luiz Pereira. A seguir, saiu do boi da lamparina, da quinta das fogueiras e passou para ser gerido pelos presidentes com um tempo determinado. Por tudo isso, é o boi de Parin-tins”, conclui, lembrando que no começo, o boi tinha um padrinho, que ajudava em tudo que fosse necessário, e, além disso, as amizades que Roque Cid tinha com os políticos fazia a brincadeira acontecer.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

Dançarina do Caprichoso dança, tendo ao fundo a ima-gem do rival Garantido: in-dependentemente de origens, uma festa de grande alcance

DIEGO JANATÃ

C03 - DIA A DIA.indd 3 1/3/2013 21:29:14

Page 20: EM TEMPO - 3 de março de 2013

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 C5Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Do vandalismo se fez arteEnquanto pichações não são tratadas como verdadeiros crimes, grafiteiros mostram que expressar ideias passa longe de ações depredadoras que afetam o patrimônio histórico de Manaus. Pelo contrário, usa-se o método para outros fins

Não diferente de ou-tras capitais, Ma-naus possui diversos ambientes assina-

dos por muitos tipos de ex-pressões, seja por críticas ao sistema político, por figuras ou mesmo assinaturas que expressem a particularidade dessas pessoas.

Porém, a pichação é um de-lito e de acordo com o Código Penal é crime de dano simples e de dano qualificado com pena prevista de três meses a 1 ano de reclusão. A lei estabelece que qualquer ato sem autorização de natureza danosa a edificações, patri-mônio público, monumento histórico ou desfiguração do valor artístico das mesmas, enquadra o infrator nas leis de crimes ambientais, prin-cipalmente por relacionar a coletividade, porém depen-dendo da gravidade do ato, o pichador pode ser liberado após pagamento de multa ou termo circunstanciado de ocorrência (TCO).

Uma dessas assinaturas tor-nou-se um verdadeiro mis-tério na cidade: a expressão “E o RAP” passou a estam-par diversos locais na capital amazonense. No anonimato, a frase é constantemente utili-zada em pichações de prédios e muros, mas há duas semanas um trio que pichava com essa “assinatura” a fachada de uma empresa de transporte coleti-vo, na Zona Oeste, foi preso por policiais militares.

Na ação, André Rodrigues Simões, 19, Randerson Fi-gueiredo Moda, 24, e Ildelmar Souza Rosa, 25, tentaram fu-gir em um Palio de placa JWT 5704, mas não conseguiram

e, capturados, foram encami-nhados a um distrito policial e apresentados por crime ambiental. Após assinarem o TCO foram liberados.

Nesse caso, não há recursos que provem que os três rapa-zes são os criadores da expres-são difundida na cidade, pois a banalização dessa “marca registrada” tomou proporções imensas, deixando claro que a crítica passou a ser compreen-dida por diversos movimentos. Ilegal ou não, foi a forma de chamar a atenção das autori-dades e mídia para esse caso tão recorrente.

Segundo o tenente-coro-nel do Batalhão Ambiental, Ricardo Gomes, a prática já alcançou momentos alarman-tes na cidade. “O Batalhão Ambiental, assim como qual-

quer outro tipo de guarnição militar, está habilitado para esse tipo de ação, pois é um crime que pode ser consi-derado pequeno. Houve um tempo em que a pichação era um grande problema na cidade, porém com diversos programas de incentivos do governo, esse tipo de prática passou a ser transformada em inserção social, principal-mente com a utilização do grafite como arte, e isso é muito benéfico”, falou.

LUCIANO LIMAEspecial EM TEMPO

Turenko Beça é visto hoje como referência para movimentos de profissionalização do grafite

Rogério Arab é um dos artistas conhecidos em Manaus pelo uso do grafite de maneira nobre, exemplo a ser seguido no processo de mudança dos atos de vandalismo em arte pura

MUDANÇASegundo o tenente-coronel do Batalhão Ambiental, Ricardo Gomes, a prática da pichação atingiu níveis alarmantes, mas hoje a ação começa a ser transformada em in-serção social

Caracterizado pelo uso de desenhos e ins-crições em paredes, o grafite é uma forma de expressão que des-de o Império Romano marca com diferentes maneiras o cotidiano, a crítica e a vontade de transcender a ima-ginação. Polêmica, es-sas expressões muitas vezes são assinaturas opinativas, marcas, ou versos que ilustram es-ses “retratos da vida” até os dias de hoje.

O grafite ou “street art” ganhou uma di-mensão maior na dé-cada de 1960 com a popularização de uma comunicação simbó-lica partindo entre movimentos contra-culturais. Na década de 1970, algumas gangues de Nova York comunicavam-se de maneira clandestina com o uso de mono-gramas ou imagens em muros, metrôs e prédios, muitas vezes com uma linguagem complexa o suficiente para confundir qual-quer cidadão comum e ser considerada uma forma violenta aos olhos sensíveis de uma sociedade movida ao teor puritano e con-servador.

Um poucode históriadesde Roma

Na década de 1980, al-guns artistas já traçavam seu grafites em Manaus. Um deles é o artista plástico Aníbal Turenko Beça, que nesse período oitentista ex-pôs a sua arte urbana e até hoje é visto como referência para muitos movimentos que dia a dia surgem em prol da liberdade de expres-são artística.

“Em Manaus há muitos meninos bons fazendo arte, e os eventos de grafite es-tão crescendo cada vez mais, e de uma maneira profissional. Muitos desses jovens estão saindo da mar-ginalidade, fazendo grafites que chamam a atenção e muito deles sendo levados para fora, para concorrer

em bienais e exposições”, falou Turenko.

De acordo com o artista, esse fomento, partindo do governo e instituições pri-vadas, levam oportunidades a pessoas que fazem dessa expressão uma forma de vi-ver. “Em Manaus há empre-sas que apoiam bastante o movimento, e sempre estão dando força com eventos de artes integradas, de hip hop, RAP, danças de rua e grafite. Para a comunidade, é muito bacana, pois chama a atenção e é uma forma de descriminalizar e desmargi-nalizar”, explicou.

A arte transcende, colore e salva vidas. “É uma res-posta do ser humano em não querer ser um padrão,

fazendo com que essas pes-soas busquem a manifesta-ção na parede. O grafite não tem idade, a arte não tem idade e a melhor forma de combater a pichação (polui-ção visual) é com o grafite”, finalizou Turenko.

Rogério Arab é outro ar-tista conhecido em Manaus, com traços exclusivamen-te regionais ele conquista pela beleza e harmonia traduzidas com inspiração na fauna, flora e costumes amazônicos em seus gra-fites. “Como artista, meu trabalho hoje em dia é mais conceitual, é o que chama-mos de iconografia, minha inspiração é a regionalida-de, principalmente a cultura marajoara”, detalhou.

Forma de liberdade de expressão

FOTO

S: D

IVU

LGAÇ

ÃO

Ponta Negra é liberada após os estudos técnicosCondições do rio Negro serão favoráveis à utilização do balneário a partir do dia 15, com praia disponível de 78 metros

No próximo dia 15, data provável em que a praia da Ponta Negra, Zona

Oeste, será entregue aos ba-nhistas, o nível do rio Negro será de aproximadamente 26,11 metros de profundi-dade, com largura de praia disponível de 78 metros. Tais condições são favoráveis à população e atendem aos critérios de segurança es-tabelecidos pela Prefeitura Municipal de Manaus com base em estudos técnicos solicitados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (Seminfh). O Insti-tuto Municipal de Ordem So-cial e Planejamento Urbano (Implurb) será o responsável pelo gerenciamento do espa-ço de lazer.

O projeto total, que compre-ende praia perene e rio, é de 242,75 metros. Com a chega-da da vazante, em meados de junho, a linha de água estará estimada em 17 metros, com largura de praia disponível de aproximadamente 185 me-tros. Os dados atualizados constam no relatório exigido pela Seminfh e foram apre-sentados na última reunião da Comissão Especial do Ministério Público do Estado

(MPE-AM), realizada na se-mana passada.

As exigências para a libera-ção da praia atendem aos cri-térios estabelecidos por todos os órgãos envolvidos: MPE-AM, Seminfh, secretarias mu-nicipais de Saúde (Semsa), Meio Ambiente e Sustenta-bilidade (Semmas), Produção e Abastecimento (Sempab), Superintendência do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Corpo de Bombeiros e Capita-nia dos Portos, Polícia Militar e Implurb. Vale ressaltar que, além das condições físicas apropriadas, é necessário que os equipamentos de seguran-ça estejam no local.

Termo de ajustamentoA praia perene da Ponta

Negra foi entregue à popula-ção de Manaus em junho de 2012, com investimento de R$ 12 milhões, na gestão do ex-prefeito Amazonino Mendes. Após mortes de banhistas, o local foi interditado, tempo-rariamente liberado e, em se-guida, interditado novamente por quase três meses, a pedido do MPE-AM, com base em um laudo técnico do CPRM que identificou desníveis em trechos do balneário perene.

No próximo dia 11, um ter-

mo de ajustamento de con-duta (TAC), estabelecido pelo MPE-AM, será firmado entre as instituições do governo do Estado e da Prefeitura de Manaus com normas para ga-rantir melhor segurança aos frequentadores.

De acordo com a minu-ta, caberá ao Implurb, além do gerenciamento, sinalizar com placas e isolar áreas proibidas ao uso de banhis-tas, usando os mesmos pro-cedimentos quando as águas estiveram impróprias à bal-neabilidade, que será medi-da por laudo apontando os níveis de poluição, expedido mensalmente pela Semmas; e formalizar e fiscalizar a comercialização de bebidas alcoólicas na Ponta Negra, que só poderá ser feita em pontos fixos (quiosques), con-forme a lei, sendo proibida a venda por ambulantes.

As cláusulas do TAC serão definidas em uma reunião, agendada para a próxima terça-feira, dia 5. Para ga-rantir aos banhistas que a praia perene será entregue atendendo às normas de segurança, uma simulação de possíveis acidentes no balneário será realizada na sexta-feira (8). Ilustrações mostram as condições da praia da Ponta Negra a partir do dia 15 de março

DIVULGAÇÃO

C04 E 05 - DIA A DIA.indd 4-5 1/3/2013 21:28:08

Page 21: EM TEMPO - 3 de março de 2013

C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 C5Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Do vandalismo se fez arteEnquanto pichações não são tratadas como verdadeiros crimes, grafiteiros mostram que expressar ideias passa longe de ações depredadoras que afetam o patrimônio histórico de Manaus. Pelo contrário, usa-se o método para outros fins

Não diferente de ou-tras capitais, Ma-naus possui diversos ambientes assina-

dos por muitos tipos de ex-pressões, seja por críticas ao sistema político, por figuras ou mesmo assinaturas que expressem a particularidade dessas pessoas.

Porém, a pichação é um de-lito e de acordo com o Código Penal é crime de dano simples e de dano qualificado com pena prevista de três meses a 1 ano de reclusão. A lei estabelece que qualquer ato sem autorização de natureza danosa a edificações, patri-mônio público, monumento histórico ou desfiguração do valor artístico das mesmas, enquadra o infrator nas leis de crimes ambientais, prin-cipalmente por relacionar a coletividade, porém depen-dendo da gravidade do ato, o pichador pode ser liberado após pagamento de multa ou termo circunstanciado de ocorrência (TCO).

Uma dessas assinaturas tor-nou-se um verdadeiro mis-tério na cidade: a expressão “E o RAP” passou a estam-par diversos locais na capital amazonense. No anonimato, a frase é constantemente utili-zada em pichações de prédios e muros, mas há duas semanas um trio que pichava com essa “assinatura” a fachada de uma empresa de transporte coleti-vo, na Zona Oeste, foi preso por policiais militares.

Na ação, André Rodrigues Simões, 19, Randerson Fi-gueiredo Moda, 24, e Ildelmar Souza Rosa, 25, tentaram fu-gir em um Palio de placa JWT 5704, mas não conseguiram

e, capturados, foram encami-nhados a um distrito policial e apresentados por crime ambiental. Após assinarem o TCO foram liberados.

Nesse caso, não há recursos que provem que os três rapa-zes são os criadores da expres-são difundida na cidade, pois a banalização dessa “marca registrada” tomou proporções imensas, deixando claro que a crítica passou a ser compreen-dida por diversos movimentos. Ilegal ou não, foi a forma de chamar a atenção das autori-dades e mídia para esse caso tão recorrente.

Segundo o tenente-coro-nel do Batalhão Ambiental, Ricardo Gomes, a prática já alcançou momentos alarman-tes na cidade. “O Batalhão Ambiental, assim como qual-

quer outro tipo de guarnição militar, está habilitado para esse tipo de ação, pois é um crime que pode ser consi-derado pequeno. Houve um tempo em que a pichação era um grande problema na cidade, porém com diversos programas de incentivos do governo, esse tipo de prática passou a ser transformada em inserção social, principal-mente com a utilização do grafite como arte, e isso é muito benéfico”, falou.

LUCIANO LIMAEspecial EM TEMPO

Turenko Beça é visto hoje como referência para movimentos de profissionalização do grafite

Rogério Arab é um dos artistas conhecidos em Manaus pelo uso do grafite de maneira nobre, exemplo a ser seguido no processo de mudança dos atos de vandalismo em arte pura

MUDANÇASegundo o tenente-coronel do Batalhão Ambiental, Ricardo Gomes, a prática da pichação atingiu níveis alarmantes, mas hoje a ação começa a ser transformada em in-serção social

Caracterizado pelo uso de desenhos e ins-crições em paredes, o grafite é uma forma de expressão que des-de o Império Romano marca com diferentes maneiras o cotidiano, a crítica e a vontade de transcender a ima-ginação. Polêmica, es-sas expressões muitas vezes são assinaturas opinativas, marcas, ou versos que ilustram es-ses “retratos da vida” até os dias de hoje.

O grafite ou “street art” ganhou uma di-mensão maior na dé-cada de 1960 com a popularização de uma comunicação simbó-lica partindo entre movimentos contra-culturais. Na década de 1970, algumas gangues de Nova York comunicavam-se de maneira clandestina com o uso de mono-gramas ou imagens em muros, metrôs e prédios, muitas vezes com uma linguagem complexa o suficiente para confundir qual-quer cidadão comum e ser considerada uma forma violenta aos olhos sensíveis de uma sociedade movida ao teor puritano e con-servador.

Um poucode históriadesde Roma

Na década de 1980, al-guns artistas já traçavam seu grafites em Manaus. Um deles é o artista plástico Aníbal Turenko Beça, que nesse período oitentista ex-pôs a sua arte urbana e até hoje é visto como referência para muitos movimentos que dia a dia surgem em prol da liberdade de expres-são artística.

“Em Manaus há muitos meninos bons fazendo arte, e os eventos de grafite es-tão crescendo cada vez mais, e de uma maneira profissional. Muitos desses jovens estão saindo da mar-ginalidade, fazendo grafites que chamam a atenção e muito deles sendo levados para fora, para concorrer

em bienais e exposições”, falou Turenko.

De acordo com o artista, esse fomento, partindo do governo e instituições pri-vadas, levam oportunidades a pessoas que fazem dessa expressão uma forma de vi-ver. “Em Manaus há empre-sas que apoiam bastante o movimento, e sempre estão dando força com eventos de artes integradas, de hip hop, RAP, danças de rua e grafite. Para a comunidade, é muito bacana, pois chama a atenção e é uma forma de descriminalizar e desmargi-nalizar”, explicou.

A arte transcende, colore e salva vidas. “É uma res-posta do ser humano em não querer ser um padrão,

fazendo com que essas pes-soas busquem a manifesta-ção na parede. O grafite não tem idade, a arte não tem idade e a melhor forma de combater a pichação (polui-ção visual) é com o grafite”, finalizou Turenko.

Rogério Arab é outro ar-tista conhecido em Manaus, com traços exclusivamen-te regionais ele conquista pela beleza e harmonia traduzidas com inspiração na fauna, flora e costumes amazônicos em seus gra-fites. “Como artista, meu trabalho hoje em dia é mais conceitual, é o que chama-mos de iconografia, minha inspiração é a regionalida-de, principalmente a cultura marajoara”, detalhou.

Forma de liberdade de expressão

FOTO

S: D

IVU

LGAÇ

ÃO

Ponta Negra é liberada após os estudos técnicosCondições do rio Negro serão favoráveis à utilização do balneário a partir do dia 15, com praia disponível de 78 metros

No próximo dia 15, data provável em que a praia da Ponta Negra, Zona

Oeste, será entregue aos ba-nhistas, o nível do rio Negro será de aproximadamente 26,11 metros de profundi-dade, com largura de praia disponível de 78 metros. Tais condições são favoráveis à população e atendem aos critérios de segurança es-tabelecidos pela Prefeitura Municipal de Manaus com base em estudos técnicos solicitados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (Seminfh). O Insti-tuto Municipal de Ordem So-cial e Planejamento Urbano (Implurb) será o responsável pelo gerenciamento do espa-ço de lazer.

O projeto total, que compre-ende praia perene e rio, é de 242,75 metros. Com a chega-da da vazante, em meados de junho, a linha de água estará estimada em 17 metros, com largura de praia disponível de aproximadamente 185 me-tros. Os dados atualizados constam no relatório exigido pela Seminfh e foram apre-sentados na última reunião da Comissão Especial do Ministério Público do Estado

(MPE-AM), realizada na se-mana passada.

As exigências para a libera-ção da praia atendem aos cri-térios estabelecidos por todos os órgãos envolvidos: MPE-AM, Seminfh, secretarias mu-nicipais de Saúde (Semsa), Meio Ambiente e Sustenta-bilidade (Semmas), Produção e Abastecimento (Sempab), Superintendência do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Corpo de Bombeiros e Capita-nia dos Portos, Polícia Militar e Implurb. Vale ressaltar que, além das condições físicas apropriadas, é necessário que os equipamentos de seguran-ça estejam no local.

Termo de ajustamentoA praia perene da Ponta

Negra foi entregue à popula-ção de Manaus em junho de 2012, com investimento de R$ 12 milhões, na gestão do ex-prefeito Amazonino Mendes. Após mortes de banhistas, o local foi interditado, tempo-rariamente liberado e, em se-guida, interditado novamente por quase três meses, a pedido do MPE-AM, com base em um laudo técnico do CPRM que identificou desníveis em trechos do balneário perene.

No próximo dia 11, um ter-

mo de ajustamento de con-duta (TAC), estabelecido pelo MPE-AM, será firmado entre as instituições do governo do Estado e da Prefeitura de Manaus com normas para ga-rantir melhor segurança aos frequentadores.

De acordo com a minu-ta, caberá ao Implurb, além do gerenciamento, sinalizar com placas e isolar áreas proibidas ao uso de banhis-tas, usando os mesmos pro-cedimentos quando as águas estiveram impróprias à bal-neabilidade, que será medi-da por laudo apontando os níveis de poluição, expedido mensalmente pela Semmas; e formalizar e fiscalizar a comercialização de bebidas alcoólicas na Ponta Negra, que só poderá ser feita em pontos fixos (quiosques), con-forme a lei, sendo proibida a venda por ambulantes.

As cláusulas do TAC serão definidas em uma reunião, agendada para a próxima terça-feira, dia 5. Para ga-rantir aos banhistas que a praia perene será entregue atendendo às normas de segurança, uma simulação de possíveis acidentes no balneário será realizada na sexta-feira (8). Ilustrações mostram as condições da praia da Ponta Negra a partir do dia 15 de março

DIVULGAÇÃO

C04 E 05 - DIA A DIA.indd 4-5 1/3/2013 21:28:08

Page 22: EM TEMPO - 3 de março de 2013

C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Castanha, cedro rosa, angelim, ipê e andiro-ba. Espécies surrupia-das da fl oresta devi-

do ao valor agregado voltam agora à terra pelas mãos do próprio “algoz”. Mil produto-res rurais de municípios que lideram o ranking de desma-tamento no sul do Amazonas aprendem que em um mesmo hectare há espaço sufi ciente para a conservação da fl oresta e a geração de renda. O projeto de refl orestamento que está na fase fi nal – custou R$ 20 milhões aos cofres públicos - é gerido pela Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimen-to Sustentável (SDS) e conta com o fi nanciamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Fundo Amazônia.

Uma área correspondente a 1,5 mil campos de futebol distribuída em mil proprieda-des nos municípios de Boca do Acre, Apuí, Lábrea e Novo Aripuanã receberá em outu-bro 1,4 milhão de mudas de espécies nativas. O projeto de refl orestamento iniciou em 2010 e também conta com a participação do Instituto de Desenvolvimento Agropecuá-rio do Amazonas (Idam).

De acordo com a secretária executiva adjunta de Gestão Ambiental, Alessandra Bian-chini, o sul do Estado foi es-colhido para implantação do projeto por ser alvo de uma maior pressão de desmata-mento, fato originado com o tipo de política expansionista adotada pelo governo federal na tentativa de abrir frontei-ras. “Esse passivo ambiental (áreas desmatadas) detecta-do hoje nas áreas federais ocorreu em consequência des-sa política de assentamento do governo federal. No caso de Boca do Acre e Lábrea, por exemplo, temos a abertura de novas fronteiras, pesso-

as vindo de Rondônia ocupar a região para trabalhar. Aí começam com a exploração fl orestal, depois tem a ques-tão do gado e em seguida passa para a agricultura como tentativa de sobrevivência na área. É um ciclo. Mas agora a política ambiental é mais rigorosa”, aponta.

Além de recuperar a área e tentar diminuir os danos dei-xados em anos de colonização por meio do refl orestamen-to, o projeto também bus-

ca oferecer aos agricultores oportunidade de gerar renda. “Por esse motivo foi escolhi-do o sistema agrofl orestal, que oportuniza o consórcio de espécies fl orestais, agrícolas e criação de animais, de ma-neira que no ano inteiro possa ter produção e renda, além de recuperar a área. Isso é motivador”, afi rma.

Desse modo, as proprieda-des receberão as mudas de espécies nativas como cacau, açaí, cupuaçu, guaraná, ba-nana e cedrinho, bem como de leguminosas, já conhecidas pelos agricultores. “Nada im-pede que entre o plantio das espécies ele possa introduzir novas culturas como o milho e a mandioca. As legumino-sas são importantes porque enriquecem o solo com nu-trientes”, lembra.

O projeto também irá pos-sibilitar a emissão de 800 títulos fundiários, sendo 400 em Boca do Acre e 400 em Novo Aripuanã.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

PLANEJAMENTOUma área correspon-dente a 1,5 mil campos de futebol distribuída em mil propriedades em Boca do Acre, Apuí, Lábrea e Novo Aripua-nã receberá em outubro 1,4 milhão de mudas de espécies nativas

Os recursos necessários para a execução do projeto foram liberados pelo gover-no em 17 de novembro de 2010. Em 2011, equipes da secretaria trabalharam no planejamento de execução do projeto e nas licitações de contratação de serviços.

No ano passado, foi reali-zada a seleção dos produto-res e oportunizada a regu-larização ambiental através do Cadastro Ambiental Rural (CAR). Também iniciou-se a mecanização das áreas de passivo ambiental, locais com vegetação morta que deve ser removida para dar espaço ao plantio.

Agora estão sendo prepa-radas as mudas. Para isso, já foi instalado um viveiro em Apuí e outro em Boca

do Acre, onde as mudas já começam a brotar para se-rem distribuídas aos agri-cultores em outubro deste ano. Também estão sendo preparadas 1.026 toneladas de insumo a serem entre-gues em maio.

Enquanto isso, iniciam-se também os cursos de capa-citação dos mil produtores envolvidos para que possam continuar a manter as áreas. Serão oferecidos os cursos de educação ambiental vol-tada para agricultura fami-liar; agroecologia; CAR; co-leta de sementes; sistemas agrofl orestais; integração, lavoura, pecuária e fl oresta e pastejo rotacionado.

Segundo a SDS, quando receberem as mudas, em ou-tubro, os produtores também

terão assistência técnica ru-ral de profi ssionais do Idam.

FinanciamentoAlém de receberem a

limpeza do solo, as mudas e cursos capacitantes, os produtores também terão acesso a linhas de crédito fornecidas pela Agência de Fomento do Estado do Ama-zonas (Afeam), para manter a produção e prosseguir com a recuperação ambiental.

“A Afeam vai apresentar a eles o projeto ‘Plantar o futuro’. O produtor precisa ter dinheiro para continuar a dar sustentabilidade ao pro-jeto. Vamos identifi car quais as linhas de fi nanciamento que eles precisariam para dar esse suporte”, informa Nádia Ferreira.

Projeto foi iniciado em 2010

Local de replantio em Apuí: sul do Estado foi escolhido pelo alto nível de desmatamento

A secretária da SDS, Nádia Ferreira, salien-ta que o projeto é um desafi o por oportunizar uma mudança de foco empreendedor, com renda a curto médio e longo prazo. “Parte das pessoas trabalham com pecuária e vão passar a trabalhar com agricultu-ra. Elas terão oportuni-dade de conhecer outras alternativas de geração de renda muito mais ren-táveis. Em quatro anos, os produtores começam ter renda superior à pe-cuária, só com plantio, porque as culturas cur-tas como o cupuaçu, a banana e o guaraná já vão dando renda e é o tempo das outras cres-cerem”, destaca.

Ferreira aponta que o programa não visa su-cumbir a atividade da pecuária no Estado, e sim frear o crescimento vertiginoso das áreas de pastagens, bem como recuperar as áreas de-gradadas. “Não temos nenhum problema quan-to à atividade produtiva da pecuária, o que nós tentamos mostrar aos pecuaristas é que hoje é inconcebível você ter uma cabeça de gado por um hectare. Temos que levar tecnologia para nossas pastagens. O que falta é as pessoas terem a dis-posição de mudar as prá-ticas de produção e isso a gente espera contagiar com essa nova forma de produzir”, aponta.

Mudança de foco em longo prazo

RICARDO OLIVEIRA

A mão que destrói agora Projeto de refl orestamento ao custo de R$ 20 milhões visa a recuperação das áreas desmatadas no sul do Amazonas

SDS/DIVULGAÇÃO

é a mesma que recupera

C06 - DIA A DIA.indd 6 1/3/2013 21:24:14

Page 23: EM TEMPO - 3 de março de 2013

C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Estudo mostra crescimento de internações por diarreiaTrata Brasil aponta Manaus na terceira posição entre as capitais da Região Norte, atrás de Belém (PA) e Boa Vista

Um estudo do ins-tituto Trata Brasil aponta que a pre-cariedade do siste-

ma de tratamento de esgoto afeta diretamente a saúde da população – sobretudo das crianças. Manaus ficou com o terceiro lugar entre as ca-pitais da Região Norte com o maior número de internações por diarreia, com uma taxa de 128,9 pessoas afetadas pela doença para cada 100 mil habitantes.

Ao analisar os índices de atendimento de coleta de esgoto em 2010, com base nos dados do Sistema Na-cional de Informações sobre Saneamento (SNIS), o estudo apontou que em 60 das 100 cidades avaliadas os baixos índices de coleta de esgoto resultaram em altas taxas de internação por diarreia.

Na região, a capital ama-zonense perdeu apenas para Belém (PA) e Boa Vista (RR) com taxas de 354,8 e 151,3 pessoas infectadas por 100 mil habitantes, respectiva-mente. Após as três capitais, aparece Porto Velho (RO) em quarta posição, Macapá (AP)

e Rio Branco (AC), na quinta e sexta colocação do ranking da Região Norte. Palmas (TO) não foi avaliada.

Édison Carlos, presidente executivo do Trata Brasil, comentou sobre o estudo. “Embora seja certo que há vá-rios fatores que influenciam na ocorrência das diarreias,

tais como a disponibilidade de água potável, intoxica-ção alimentar, higiene ina-dequada, limpeza das caixas d’água e outros, os resultados do estudo mostram que há uma forte relação entre a abrangência do serviço de esgotamento sanitário e o número de internações por

diarreia”, comentou.Com a má avaliação, Ma-

naus ficou à frente de cidades como São Paulo e Rio de Janeiro no número de casos registrados da doença. As duas capitais tiveram taxas de 32,1 e 11,5 respectiva-mente. Os dados divulgados pelo estudo são referentes a 2011 e apontam que 96% da população da capital é abas-tecida com água potável.

CustoO estudo apontou também

o grande gasto causado por internações hospitalares causadas por diarreia por 100 mil habitantes. Em Manaus, são gastos R$ 51,6 mil com esses atendimentos, o que poderia ser evitado apenas com prevenção.

“Infelizmente, o atendi-mento em saneamento bá-sico ainda divide o Brasil. Cidades bem atendidas em água e esgotos economizam recursos com saúde e seus cidadãos são mais saudáveis, sobretudo as crianças. En-quanto isso, outras cidades gastam muito em interna-ções e condenam seus cida-dãos a conviver com mais doenças da água poluída”, criticou Carlos.

WILLIAM GASPAREquipe EM TEMPO

Infelizmente o aten-dimento em sanea-mento básico ainda divide o Brasil, onde cidades bem atendi-das com esgoto eco-

nomizam recursos

Édison Carlos, presidente do Trata Brasil

Uma taxa de 71,1 crian-ças internadas com a doença para cada 100 mil habitantes também foi apontada pela pesquisa do instituto. “Os resultados reforçam que as crianças são mesmo a parce-la mais vulnerável quando a cidade não avança em sanea-mento básico, principalmente

sofrendo com as diarreias. As carências em água potável e esgotos prejudicam o país agora e deixam sequelas para o futuro”, avaliou o presiden-te. O instituto divulgou que 6,6% da população de Ma-naus não possui banheiros.

A empresa responsável pelo abastecimento de água

na capital, a Manaus Am-biental, e a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) fo-ram questionadas sobre as ações de melhoria no sistema de esgotos na cidade e os trabalhos de prevenção da diarreia, porém até o fecha-mento desta edição nenhuma atendeu as solicitações.

Crianças são mais vulneráveis

A falta de sistema eficiente de esgoto é apontada como causa para a ocorrência de diarreia

DIE

GO

JAN

ATÃ

C07 - DIA A DIA.indd 7 1/3/2013 21:18:56

Page 24: EM TEMPO - 3 de março de 2013

C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

C08 - PUBLICIDADE.indd 8 1/3/2013 21:22:06

Page 25: EM TEMPO - 3 de março de 2013

PlateiaCa

dern

o D

[email protected], DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013 (92) 3090-1042 Plateia 3

Chico da Silvade volta aos estúdios

Impasse entreos imortaisMembros da Academia Amazonense de Letras (AAL) questionam o encerramento antecipado das inscrições para novo imortal e afi rmam que essa foi uma estratégia para favorecer um dos candidatos

A direção da Academia Amazonense de Le-tras (AAL) está, no mínimo, em estado de

observação na visão de alguns de seus próprios membros vi-talícios. O motivo envolve a escolha do próximo ocupante da cadeira de número 21, cuja vaga foi deixada pelo poeta Luiz Bacellar, falecido em 9 de setembro de 2012. Algumas das celebridades literárias confi rmam que o período para a inscrição dos interessados em conquistar a “imortali-dade” teria sido antecipado, contrariando o que havia sido previsto em comunicado ofi -cial interno da entidade. Há suspeitas, inclusive, de favo-recimento de candidatos.

O mais descontente com o assunto é o escritor Zemaria Pinto, que ocupa o assento 27, cujo patrono é Tavares Bastos. O imortal chegou a se manifestar abertamente, no blog dele (“Palavra do fi n-gidor”). Segundo ele, no início deste ano, foi comunicado aos membros da AAL, por meio de um boletim, que o período de inscrição seria entre os dias 8 de março e 8 de abril. “No

dia 21 de fevereiro, entretan-to, soube que as inscrições se encerrariam quatro dias depois (25/02)”, menciona. Zemaria Pinto conta que a alteração chegou a provocar mal-estar entre os presentes à reunião. “O esclarecimen-to foi singelo: uma decisão da diretoria, que é soberana nesses assuntos. Mas deveria também ser transparente e não o foi”, declara no docu-mento informal.

Em conversa com o EM TEM-PO, o escritor – que pertence à AAL desde 2004 – questiona os interesses da entidade por trás dessa mudança de datas para as inscrições. Segundo ele, o fato poderia ser ex-plicado como uma possível intenção de favorecimento à candidatura da reitora da Universidade Federal do Ama-zonas (Ufam), Márcia Perales. “Nada tenho contra a fi gura dela. Apenas questiono o po-sicionamento da direção da Academia”, diz. Zemaria chega a repetir o dito na carta aberta publicada na sua página na internet. “Até mesmo no dia do enterro de Bacellar, repetia-se que a vaga deixada por ele já seria da professora Márcia Perales”, comenta.

Conforme nota encaminha-

da ao EM TEMPO, o presidente da AAL, Arlindo Porto, afi r-ma que a instituição elabora um calendário provisório de atividades da academia para o ano e o encaminha aos membros em caráter informa-tivo, enfatizando que o mes-mo pode sofrer alterações. “Com o objetivo de abreviar o preenchimento do quadro de

acadêmicos, (...) a presidência expediu edital de inscrição no dia 25 de janeiro de 2013. O estatuto estabelece que as inscrições para eleição de membro efetivo devem ser abertas no prazo máximo de 180 dias após a vacância. Neste caso, as inscrições fo-ram abertas após 138 dias,

rigorosamente dentro do pra-zo estatutário, não havendo nisso nenhum favorecimento a qualquer pessoa”, dispõe a resposta ofi cial.

Arlindo Porto garante que o período foi o sufi ciente para que houvesse, inclusive, quatro candidatos à vaga: a professora Márcia Perales, o padre João Mendonça Filho, o poeta Cláudio Fonseca e o memorialista Mário Diogo de Melo, “que disputarão a cadei-ra em condições de igualda-de”. Mas a versão é contestada por Zemaria, que afi rma que só houve outras candidaturas porque ele e outros colegas, assim que souberam da alte-ração das datas, convidaram os outros possíveis nomes para o pleito. A informação é chancelada pela escritora Carmen Nóvoa e Silva, que ocupa a cadeira 33 da AAL. “Fiquei surpresa com a ante-cipação. Na hora que soube, eu mesma liguei para um dos candidatos que já havia ma-nifestado interesse a mim em concorrer assim que abrissem as inscrições”, conta.

O poeta, escritor e ex-pre-sidente da AAL, Elson Farias, admite ter sido um incidente confuso para a entidade. “É um fato curioso, um equívoco

que deve ser reparado pela academia. Não pode mais se repetir”, limita-se.

Zemaria Pinto sustenta a ideia de que havia intenção em deixar apenas um can-didato à vaga. “O estatuto prevê a divulgação do período de abertura de inscrições no Diário Ofi cial do Estado e na imprensa comum. Mas, infe-lizmente a AAL publica essa informação apenas em um jornal de pouca circulação, além do DOE, e quase nin-guém fi ca sabendo”, afi rma. O escritor explica que o critério mais importante para efetuar a candidatura é que o interes-sado tenha pelo menos uma obra publicada, independente de conteúdo e estilo. Para ele, o requisito de relevância para a sociedade fi ca em segundo plano e o ingresso na AAL dá sinais de conveniência políti-ca, apenas. O último imortal a tomar posse na academia foi o advogado e jornalista Júlio Antônio Lopes, em de-zembro de 2012, assumindo a cadeira 23, cujo patrono é Cruz e Souza, ocupada pela última vez pelo poeta Alencar e Silva.

A reportagem tentou contato com a professora Márcia Pera-les, mas não obteve sucesso.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Nada tenho contra a fi gura dela (Már-cia Perales). Apenas questiono o posicio-namento da direção da Academia Ama-zonense de Letras

Zemaria Pinto, escritor e membro da AAL

Da eleição de mem-bro efetivo:

O processo de elei-ção para membro efetivo obedecerá às seguintes normas:

- até 180 dias após a vacância será aber-ta inscrição, pelo pra-zo de 30 dias, para preenchimento da vaga, mediante edital publicado uma vez no Diário Oficial do Es-tado e duas vezes na imprensa comum;

- o pedido de ins-crição será instruído com o curriculum vitae do candidato, devida-mente documentado, inclusive com exem-plares de suas obras publicadas;

- vencido o prazo do edital, sem qual-quer pedido de inscri-ção, a vaga poderá ser preenchida mediante proposta subscrita por cinco sócios efetivos, que deverá ser apre-sentada nos 30 dias se-guintes ao vencimento do prazo do edital.

- considerar-se-á eleito o candidato su-fragado pela maioria absoluta dos membros efetivos presentes à reunião, ou repre-sentados, desde que alcance o mínimo de 13 votos, não sendo computados os votos em branco;

- se nenhum candida-to alcançar a votação mínima prevista na alí-nea anterior, a Mesa providenciará, de ime-diato, a realização de nova votação, a que concorrerão os dois mais votados, manti-da, para a eleição, o número mínimo de 13 votos.

O que diz o estatuto da AAL

Carmen Nóvoa foi surpreendida com a antecipação do fi m das incrições que, para Zemaria Pinto, é uma estratégia para favorecer Márcia Perales (à direita).

FOTO

S: A

RQU

IVO

EM

TEM

PO

RICARDO OLIVEIRA

D01 - PLATEIA.indd 1 1/3/2013 23:43:25

Page 26: EM TEMPO - 3 de março de 2013

D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. A presidente da As-sociação Brasileira das Mulheres de Carreira Ju-rídica, Maria José Neves Duarte, está convidan-do para a solenidade de posse da nova presi-dente da entidade.

. Assumirá o posto, a desembargadora Liana Mendonça de Souza, no dia 13 de março, no auditório do Tribunal Superior Elei-toral- TSE. No mesmo momento, a ministra Eliana Calmon será homenageada, em sessão solene.

>> Posse

. Após uma coleção de Verão que encheu os olhos pela rique-za de detalhes e qualidade das peças, a H.Stern traz criações inspiradas na obra de Roberto Burle Marx.

. Para os menos informa-dos, ele foi um dos maio-res arquiteto-paisagistas do país, com criações espalhadas tanto pelo território nacional quanto pela Europa e EUA.

. “Roberto Burle Marx por H.Stern” traz o traçado de criações feitas por ele em desenhos de mais de 2 mil peças com giz colorido sobre papel-cartão preto. A coleção virá dividida por temas: Ca-minhos, Grafi smo, Jardim de Pedras, Pedra do Fogo e Luz e Sombra.

>> Objeto de desejo

. Os chefs de cozinha Natacha Fink (radicada no Rio de Janeiro) e Wiliam Katô (radicado em São Paulo), além do apresentador do programa nacional “A Confeitaria”, do Ca-nal Bem Simples, Lucas Corazza, estarão em Manaus para participar como jurado do primeiro concurso de receitas da Arena Show Gastronômica.

. O evento será realizado de 7 a 9 de março, a partir das 9h, no supermercado Nova Era, localizado na avenida Torquato Tapajós. Como participar? as inscrições estão sendo realizadas no site www.fi nkpordentro.com.br.

>> Gourmet

. A Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o governo do Estado do Amazonas, por meio da Secretaria de Articulação de Políticas Públicas aos Movimentos Sociais e Populares (Searp), realiza na próxima terça-feira, a Consulta Nacional Pós-2015 para estipular novas metas para os Obje-tivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM). O evento conta também com o apoio do Movimento Nacional pela Cidadania e Solidariedade, através do núcleo Nós Podemos Amazonas.

. O encontro será com a sociedade civil organizada e demais

cidadãos interessados em participar e acontecerá das 9h às 16h, no auditório Senador João Bosco da Assembleia Legislativa do Amazonas. Para participar, deve-se fazer o credenciamento às 8h30 no dia e local do evento.

. Segundo o coordenador Nacional da Consulta Pós-2015, Flávio Ribeiro, a pesquisa é feita através da internet, porém, nos locais onde os núcleos dos ODM são mais ativos, a con-sulta também será realizada presencialmente. No Brasil, por enquanto, apenas seis cidades fazem parte do calendário dos encontros presenciais: Manaus, Belo Horizonte, João Pessoa, Goiânia, Curitiba e Rio de Janeiro.

>> Desenvolvimento do Milênio

. A nova edição da badalada revista RG apresenta em seu novo número uma lista especialís-sima com os gringos mais infl uentes do eixo Rio-SP.

. A revista vem com dois itens interes-santíssimos, além dos loucos desejos consumistas da cantora paraense Gabi Amarantos, a garota-propaganda da Chanel, a inglesa-brasileira Alice Dellal (FOTO) estampa a capa da edição de março da RG. Famosa pelo estilo ro-queiro e pelos cabelos raspados de um lado só, Alice é fi lha de Andrea Dellal, jet setter e supermodelo brasileira casada com o megainvestidor Guy Dellal. A moça tem opinião forte: “O que me interessa no trabalho de modelo é o processo, não quero ser apenas um cabide”, divide a jovem modelo, que já teve nomes do calibre de Karl Lagerfeld, Mario Testino e Juergen Teller com suas lentes a seu favor. Para Dudi Machado, a modelo conta tudo sobre sua vida, agora mais carioca do que o habitual. E revela seus projetos musicais.

>> Novo número

A top Alice Dellal

Gilce e Haroldo Jatahy circulando na cena social da cidade

Gisele e Efrem

Maranhão em tarde

de almoço que reuniu

famosos locais no

Ephigênio Salles

D02 - PLATEIA.indd 2 1/3/2013 23:46:05

Page 27: EM TEMPO - 3 de março de 2013

D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Grupo local no festival de CuritibaO Estado do Amazonas

será representado no Fes-tival de Teatro de Curitiba pelo Grupo Baião de Dois, que se apresentará no “Frin-ge”, mostra que faz parte da programação do principal evento brasileiro dedicado às artes cênicas. O grupo irá encenar a peça “Se essa rua fosse minha”, em que uma palhaça divide seu cômico cotidiano com a plateia.

O Festival de Teatro de Curitiba chega em 2013 à sua 22ª edição consolidado como

um dos grandes eventos do calendário cultural brasileiro e o mais importante aconteci-mento de teatro do país. Entre os dias 26 de março e 7 de abril, a capital paranaense se transformará num vibrante palco espalhado por todos os cantos da cidade, promoven-do o encontro entre as artes cênicas e o entretenimento. Artistas dos diversos cantos do Brasil e de outros países terão ali uma vitrine de re-percussão nacional para seus espetáculos e criações.

Desde sua primeira edição, em 1992, o Festival de Curitiba vem crescendo a cada ano, reunindo centenas de produ-ções que refletem o vibrante cenário das artes cênicas no Brasil. Esse ano, serão 32 espetáculos na Mostra 2013 e 370 no Fringe, aos quais ainda se somam as progra-mações dos eventos Risora-ma, Mish Mash, Guritiba e Gastronomix. A mostra 2013 traz oito estreias nacionais, uma apresentação especial de processo criativo de um espe-

táculo inédito, além de três montagens internacionais.

O Fringe está presente no Festival de Curitiba desde sua 7ª edição, em 1998. É um espaço aberto, democrá-tico, no qual os participantes têm a oportunidade de expor seus trabalhos ao público, à crítica especializada e a “olheiros” que sempre fazem questão de acompanhar o evento. Os ingressos para o Festival de Curitiba estão à venda no site www.festi-valdecuritiba.com.br.

TEATRO

O Baião de Dois vai representar o Amazonas no evento

DIVULGAÇÃO

Chico da Silva volta ao estúdio após uma décadaSamba e futebol são os principais temas do novo disco, ainda sem título definido, que será gravado no Rio de Janeiro

Ele tem uma história de amor com o sam-ba que dura mais de três décadas. Em seu

acervo, traz letras interpre-tadas por nomes como Al-cione e Fafá de Belém, sem contar que chegou a atuar ao lado de Martinho da Vila. Do Amazonas para o mundo, o cantor e compositor pa-rintinense Francisco Ferreira da Silva, popularmente co-nhecido como Chico da Silva, fala ao EM TEMPO sobre o seu retorno à mídia com a gravação do novo CD, ainda sem nome definido. O projeto será produzido e lançado na cidade do Rio de Janeiro até o mês de junho.

“Tenho sido procurado por pessoas que acompanham minha carreira, mesmo como compositor. Recebo e-mails em que os fãs perguntam por onde ando. Isso me transmite confiança”, conta Silva. Para o cantor, o carinho e interesse dos fãs era o que faltava para que tomasse a decisão de voltar aos estúdios. O cantor relata que há mais de 10 anos foi acometido por uma doença que afetou suas habilidades

vocais, a partir de então, deu uma pausa nas composições. Mesmo assim, Silva afirma que sua produção não foi com-prometida por ter um acervo composto por mais de 150 músicas gravadas.

Rio de JaneiroSegundo o cantor, a decisão

de retornar à cidade carioca, local onde sua vida artística ganhou expressão, foi moti-vada pela ligação existente entre o Rio de Janeiro versus samba. “No Brasil quando se fala em samba o povo lembra do Rio. Esse ritmo faz parte da cultura local, assim como em Parintins existem as to-adas”, justifica. Silva explica que seu objetivo é fazer um “auto lançamento” de seu tra-balho e voltar a ser conhecido pelos brasileiros, agora como cantor e não somente como compositor. Suas letras foram conhecidas na década de 70 e 80 por meio de sucessos como “Pandeiro é meu nome” e “Sufoco”, gravadas pela ma-ranhense Alcione. “Nesta épo-ca, tive uma passagem rápida pela mídia televisiva nacional. Cheguei a programas como o Fantástico e o Globo de Ouro. Tive canções transmitidas em novelas e filmes”, relembra.

PRISCILA CALDASEquipe EM TEMPO

• CD Chico da Silva - Série A Popularidade (2008)• CD Chico da Silva - A Toada Amazônica (1996)• LP Missão de cantar (1988)• LP Samba na hora H (1984) • LP (1983) Sambaterapia (1983)• LP Samba na casa nossa (1982)• LP Os afazeres (1981)• LP Sonhos de menino (1980)• LP Tudo mudou (1979)• LP Samba também é vida (1978)• LP Samba: Quem sabe diz... (1977)

Discografia do cantor

Chico parou de cantar devido a um problema na voz

O cantor informa que o novo projeto vem fazer um link entre o futebol e o samba. Os planos para a finalização dos trabalhos ainda no primeiro semestre deste ano estão ligados a dois eventos esportivos: a Copa das Confederações 2013 e a Copa do Mundo de 2014. “Acredito que nesta época o samba vai ter mais expressão do nunca, por ter força junto a essa prática esportiva”, cita.

Apesar de ser produzido e gravado no Rio de Janeiro, o álbum terá conversações brasileiras ligadas às ca-racterísticas de Chico da Silva. O compositor adian-ta que ainda não definiu que nome vai dar ao mais novo “filho”, mas afirma que pensa na possibilidade de usar o título “Um Brasi-leiro”. “As músicas falam das ações diárias do nosso povo. Há uma canção que tem esse tema e trato os brasileiros como lutadores que driblam barreiras como

o salário mínimo e a miséria a cada dia”, informa.

A quantidade de faixas também está em fase de determinação. O CD terá entre dez e 12 composi-ções, oito delas autorais e inéditas, as demais de ou-tros artistas amazonenses. Silva comenta que sempre costuma fazer essa divi-são ao produzir um álbum. “Com certeza, o que não pode faltar é o prestígio às toadas. Teremos duas composições do nosso rit-mo”, cita.

O cantor viaja para o Rio de Janeiro este mês. O repertório também será feito junto aos cariocas. Ele disse que o retorno às gravações e aos palcos lhe transmite uma sen-sação ímpar. “São coi-sas distintas. Sinto que preciso ter mais respon-sabilidade do que antes, porque o público espera um projeto diferente e inovador, com uma base concreta”, conclui.

Novo CD poderá ter 12 faixas

O cantor e compositor parintinense, que tem músicas gravadas por vários artistas nacionais, entre eles Alcione, irá gravar seu novo disco no Rio de Janeiro, a partir deste mês

FOTOS: RICARDO OLIVEIRA

D03 - PLATEIA.indd 3 1/3/2013 23:54:24

Page 28: EM TEMPO - 3 de março de 2013

D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Vencedor do Oscar, fi lme baseado na obra de Victor Hugo é um musical longo, mas que prende o espectador

A premiação de Anne Hathaway como me-lhor atriz coadjuvan-te por sua atuação

em “Os Miseráveis”, musical baseado na famosa obra de Victor Hugo, deve motivar boa parte do público a compare-cer às salas de cinema para assistir ao fi lme. Hathaway perdeu mais de 12 quilos para interpretar Fantine e rouba a cena enquanto luta por sua vida e pela sobrevivência da fi lha Cosette.

Eu tive o prazer de assistir ao fi lme na semana passada e confesso que adorei, mas faço ressalvas a quem não aprecia musicais – se é esse o seu caso, ou prepare-se para torcer o nariz em boa parte do espetá-culo, ou sente-se calmamente e saboreie lentamente a obra que realmente vale a pena pela preciosidade com que foi realizado. E quando digo para saborear lentamente é por-que o fi lme é longo e tive a oportunidade de perceber que algumas pessoas acabam se retirando da sala antes do fi l-me acabar. O que é uma pena. O fi lme vale a pena ver até o fi nal, que me emocionou.

Nem poderia ser diferente. A obra-prima de Victor Hugo continua arrebatando multi-dões nos cinemas e emocio-nando pela sensibilidade com que ele tratou um dos temas mais sensíveis da história da humanidade: o fl agelo dos oprimidos, pobres e esque-cidos da sorte, assim como Jean Valjean, um ex-conde-nado que tenta se redimir na tumultuada França da metade do século 19 e enfrenta seu maior adversário, o chefe de polícia da cidade e persegui-dor implacável Javert, que faz

questão de ir até o fi m para cumprir a lei.

O elenco inclui atores con-sagrados como Hugh Jack-man, Russel Crowe e Anne Hathaway, que, aliás, comove a plateia em pouco mais de 20 minutos de participação na película, refl etindo a dor e o embaraço de quem viu todos os seus sonhos desper-diçados em uma existência tão breve.

Assim como o livro, pu-blicado em abril de 1862, o musical foi criado na França, mas virou su-cesso mundial nos pal-cos da Broadway. Em mais de 20 anos a produção já foi vista por 60 milhões de

pessoas em 42 países.Embora eu não seja exata-

mente fã de musicais, abro espaço para alguns muito bem produzidos pela eterna fábrica de sonhos, Hollywood. Entre esses que são bem-vin-dos, como “Chicago”, incluo agora “Os Miseráveis”. Se eu disser que prefi ro o fi lme nesse estilo estarei mentin-do, mas ainda assim sou obri-gada a admitir que gostei do trabalho realizado.

Tive a oportunidade de as-sistir a versões anteriores, sendo a última protagonizada pelo excelente Gerard Depar-dieu e sempre me emocionei

com a história de Victor Hugo e a perse-verança de Jean Valjean. A história revela a eterna luta entre o bem e o mal, a reden-ção e a luta pela liberdade, tudo isso em um momento histórico importante e vital para a França.

Abro espaço para mencio-nar um casal encantador que também se destaca no filme: Thénardier e sua esposa, dois trambiqueiros interpretados por Sacha Baron Cohen e He-lena Bonham Carter e Gavro-che, o menino de rua interpre-tado por Daniel Huttlestone. São personagens densos que exibem as próprias misérias, mas encantam pela sutile-za do humor e sensibilidade que apresentam.

Uma coisa é certa, o roman-ce de Victor Hugo foi ridiculari-zado em sua época em razão do excesso de sentimentalismo que carregava; a versão mu-sical de “Os Miseráveis” pode desagradar uma boa parcela do público menos avisado.

Eu fui conferir e posso asse-gurar que vale a pena assistir. Vive la France!

VERA LIMAEquipe EM TEMPO

questão de ir até o fi m para

O elenco inclui atores con-sagrados como Hugh Jack-man, Russel Crowe e Anne Hathaway, que, aliás, comove a plateia em pouco mais de 20 minutos de participação na película, refl etindo a dor e o embaraço de quem viu todos os seus sonhos desper-diçados em uma existência

mais de 20 anos a produção já foi vista por 60 milhões de

com a história de

Resenha

‘Os Miseráveis’: PARA SABOREAR lentamente

verança de Jean Valjean. A história revela a eterna luta

ção e a luta pela liberdade, tudo isso em um momento histórico importante e vital

nar um casal encantador que também se destaca no filme: Thénardier e sua esposa, dois trambiqueiros interpretados

PARA lentamente

SENSIBILIDADEA obra de Victor Hugo arrebata multidões nos cinemas e emociona pela sensibilidade com que trata um dos te-mas mais sensíveis da humanidade: o fl agelo dos oprimidos, pobres e esquecidos da sorte

O fi lme rendeu a Anne Hathaway o Oscar de melhor atriz coadju-vante

“Hitchcock” mostra a vida pessoal e os sets de gravação do diretor

FOTOS: DIVULGAÇÃO

DIVULGAÇÃO

ESTREIA

Bastidores de ‘Psicose’ em fi lmeHá uma diferença que sal-

ta a vista entre o fi lme de Sacha Gervasi e o livro em que se inspira. No livro de Stephen Rebello (“Hitchcock - Os Bastidores da Filmagem de Psicose”), a mulher de Hi-tchcock, Alma, é mencionada uma ou duas vezes, e de ma-neira superfi cial. No fi lme, ela ganha dimensão de coautora do trabalho do marido. In-terpretada por Helen Mirren,

Alma Reville é muito supe-rior àquele clichê

segundo o qual p o r t r á s

de um grande homem está sempre uma grande mulher. Ela, sempre segundo a ver-são cinematográfi ca, está ao lado do genial marido e, pelo menos em algumas ocasiões, à sua frente. Claro, este é um fi lme de corte feminis-ta, bastante adequado ao momento presente.

No mais, é um interessante mergulho nos bastidores de realização de um clássico, talvez o mais conhecido tra-balho de Hitchcock, mas que ganhou fama em meio a um generalizado ceticismo dos estúdios. Aos 60 anos, Hitch já era, havia muito, um cineasta rico e consagrado. Morava em mansão e mandava trazer a comida do Maxim’s, de Paris, por via aérea. Era daqueles que, conforme o jargão em voga, “não tinha nada a pro-var a ninguém”. Bobagem. Os seres humanos, mesmo os mais geniais (e talvez estes mais que os outros), estão sempre tentando provar al-

guma coisa aos outros. O reconhecimento do próximo é o calcanhar de aquiles da humanidade e o motor de toda a inventividade. E tam-bém de muita confusão e crueldade, mas esta já é uma outra história.

De qualquer modo, Hitch, que se tornara famoso não apenas por seus fi lmes, mas, acima de tudo, por seu ul-tra popular programa de TV, sentia-se desgastado. Expe-rimentava necessidade de se reinventar. E encontrou no livro de Robert Bloch, Psycho, material interessante para esse renascimento. Não que o romance fosse uma mara-vilha, mas relatava, de forma fi ccional, os crimes verdadei-ros praticados em 1957 por um certo Ed Gein, serial killer do Estado de Wisconsin.

“Hitchcock”, de Sacha Ger-vasi, não é exatamente uma cinebiografi a do mestre do suspense, mas o registro (também fi ccional) de um

momento decisivo de sua vida e carreira. Hitch é vivi-do por um Anthony Hopkins intenso, contido, talvez pre-ocupado em não transformar o seu personagem em cari-catura, o que é um desafi o adicional. Hitch tinha um tipo físico peculiar, um modo de falar todo seu, um senso de humor constante e cortante. Era um tipo e tanto. Enfi m, presta-se muito bem para clichês, assim como se pres-tava, entre nós, uma fi gura igualmente marcante como Nelson Rodrigues.

A cena mais importante de “Psicose”, a morte no chuvei-ro, também é abordada pelo fi lme, mas não com a riqueza de detalhes que encontramos no livro. É que apesar de ser um fi lme sobre o cinema, o Hitchcock de Gervasi não de-seja ser técnico em excesso. Enfi m, conciso como deve ser um fi lme de público, Hitchcock não entra em grandes deta-lhes de “Psicose”.

D04 - PLATEIA.indd 4 2/3/2013 00:03:49

Page 29: EM TEMPO - 3 de março de 2013

D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoEdição especial Neste domingo, às 22

horas, o Sportv abre série inédita do programa “Spor-tv Repórter”, com uma edi-ção especial sobre o caso Oscar Pistorius, atleta acu-sado de assassinato.

Direto da África do Sul, o re-pórter Felipe Brisolla mostra como foi a vida de Pistorius, um ídolo no país que saiu do pódio para o tribunal.

Pensando longe O “Sob Medida”, formato

criado e registrado pela Rede TV!, foi desenvolvido por uma equipe já de olho no mercado externo. Levar para outros países é um dos objetivos da direção, tanto é que o progra-ma está sendo fi nalizado de uma forma diferente, a fi m de proporcionar eventuais alte-rações ao comprador local.

Ainda não se sabe, porém, em qual feira o “Sob Medida” será lançado.

Time em campo Uma das mais saudáveis

atitudes da direção da Ban-deirantes foi fazer voltar os seus narradores e comenta-ristas aos campos de futebol. Uma economia que existia com base na porcaria.

Agora, segundo essa nova ordem, a exceção será a transmissão do estúdio quan-do o estádio em questão não

oferecer condições, especial-mente de segurança.

Tratativas O SBT solicitou junto à Pre-

feitura de São Paulo, a cessão de um vestiário do Pacaembu, para realizar a coletiva de lan-çamento do reality “Menino de Ouro”.

Em meio à burocracia de sempre, ainda não veio uma resposta.

Que medo A Bandeirantes tem realiza-

do mudanças nos cenários dos seus programas e, de acordo com a ordem das coisas, “CQC” e “Agora é Tarde” virão cer-cados de madeira por todos os lados.

É a chamada volta ao

passado. Não vale No SBT existem reclamações

sobre o tempo de gravação do “Cante se Puder”, apresentado por Patrícia Abravanel e Márcio Ballas. Pessoal da plateia não sabe mais o que fazer.

Um pela demora das mon-tagens das provas e outra pelos erros ou “refações” da Patrícia.

Liberado O SBT não criou problemas

para atender pedido da Bandei-rantes e liberar Celso Portiolli para o “Agora é Tarde”, do Danilo Gentili.

A intenção é fazer um dos primeiros programas da nova temporada com ele.

Banco de espera A equipe do “Jornal da Band”

vive a expectativa do anúncio de mudanças nesse que é considerado o principal infor-mativo da casa, porque a sua audiência continua patinando perigosamente.

Mudanças no formato, que fi que bem claro, e não de horário.

Banco de espera 2 Ainda em relação ao “Jor-

nal da Band”, os seus profi s-sionais têm interesse de saber para quem, hoje, o telejornal está falando. É importante esse retorno.

Bate-rebate• Márcio Rosário também en-

tra em “Flor do Caribe”, como um dos capangas de Dom Rafael.

• Dom Rafael, vale lembrar, é o personagem do ator uruguaio César Troncoso, uma das apos-tas da dupla Walther Negrão e Jayme Monjardim.

• Amaury Junior será o entre-vistado do Danilo Gentili na volta do “Agora é Tarde”, da Band.

• Cleo Pires é a convidada do “Marília Gabriela Entrevista”, neste domingo 10 da noite, no GNT.

• Ainda do GNT, Flávia Alessan-dra será o destaque do “Mulheres Possíveis”, da Ingrid Guimarães, nesta segunda, 22h30.

• Para poupar a garganta e evitar nova cirurgia, José Luiz Datena pensa em parar com o seu programa na rádio Ban-deirantes.

• A presença do ex-goleiro Ronaldo no “Band E.C.” está se tornando desnecessária.

• Dá pra contar, nos dedos de uma mão só, o quanto ele é chamado a falar.

Lado diferenteO reconhecimento dos companheiros

de cena e também de toda a equipe nos bastidores pegou Ingrid Guimarães de surpresa nas gravações “Sangue Bom”, substituta de “Guerra dos Sexos”, na Globo. Após uma sequência, ela foi aplaudida por todos e se emocionou. Esse termômetro indica que sua per-sonagem será um dos destaques da história de Maria Adelaide Amaral e Vincent Villari, num papel bem diferente de todos que ela apresentou até aqui. É quase um desafi o.

DIV

ULG

AÇÃ

O

Além do novo grupo de participantes, o “Saia Justa” também voltará ao ar com um cenário bem diferente, que vai dar ao ambiente um clima de maior informali-dade.A estreia desta nova temporada no GNT será nesta quarta-feira, dia 6.

C’est fi ni

Até porque, se fi ze-ram ou se existe tal pesquisa, com o cha-mado público-alvo, a maioria desconhece os seus resultados.

Fabiana Frota em humorístico

Quem estava acostumado a ver o apresentador Raul Gil elo-giar a sua assistente de palco, Fabiana Frota, 30, sentirá falta da morena na atração. É que ela deixa amanhã o “Programa Raul Gil’’ (SBT) para se dedicar ao quadro “Batman e Robin’’, do humorístico “A Praça É Nossa’’ (SBT), ao lado do marido e ator, Alexandre Frota.

Fabiana entrou no progra-ma de sábado em maio do ano passado para substituir a então assistente Simone Sam-paio, que deixou a atração para integrar o elenco do reality “A Fazenda 5’’ (Record, 2012). Sua estreia foi como a dançarina mascarada do quadro “Quem Sabe Canta, Quem Não Sabe Dança’’. “A atração já estava no fi nal, mas gerou um certo mistério. Depois que revelaram minha identidade, o Raulzinho me convidou para permane-cer’’, conta, referindo-se ao diretor da atração.

Bailarina de formação, Fa-biana conta que viveu momen-tos inesquecíveis ao lado de “Raulzão e Raulzinho’’, como carinhosamente se refere ao apresentador e seu fi lho, que o dirige. Além disso, teve a oportunidade de conhecer di-versos artistas, como a can-tora Ivete Sangalo, de quem é fã. “Ela é minha paixão. Sempre que possível vou aos shows’’, conta.

Da experiência na atração, ela também destaca o lado emotivo. Com os concursos de calouros, as provas e o carinho das crianças que participam do programa, Fabiana revela que sempre fi cou envolvida com os concorrentes. “É mui-ta emoção naquele palco. Eu chorava sempre”, disse.

SBT

Novos apresentadores na MTVCom a ida dos humoris-

tas Marcelo Adnet e Tatá Werneck para a Globo, e de Dani Calabresa para a Band, a MTV correu atrás de no-vos talentos para agitar sua programação com mudanças que vão ao ar a partir de segunda. Entre as novidades, as apostas da vez serão os humoristas Daniel Furlan, 32, e Juliano Enrico, 28.

Os dois são fundadores do grupo de humor Quase, for-mado em Vitória (ES), e tam-bém do canal homônimo, no YouTube. Eles comandarão atrações distintas na emis-sora musical. Furlan subs-tituirá Dani Calabresa no novo “Furo MTV’’, ao lado de Bento Ribeiro. O progra-ma volta ao ar reformulado e com novos integrantes, como Paulinho Serra, PC Siqueira e Bruno Sutter. “Eles me receberam muito bem e ganhei liberdade para criar. Não penso que estou substituindo a Dani, estou tranquilo. As pessoas é que fazem esse alarde’’, diz.

Considerado o mais tímido do grupo -mas não menos engraçado-, o humorista conta que a MTV fez parte de sua adolescência. “O humor do “Hermes e Renato’ está nas minhas referências. Por isso, penso que estar nes-sa emissora é confortável, faz parte do meu universo’’, comenta Furlan, referindo-se ao grupo que voltará à programação do canal em abril para uma temporada com 12 novos episódios.

Juliano Enrico deve co-mandar sozinho o “Acesso MTV’’, ao vivo. “Venho me preparando para essa ma-

ratona. E ter feito parte de um grupo de humor me ajudou muito a desenvolver bem diante da câmera’’, re-vela o humorista, que deve comandar novos quadros dentro do programa.

O VJ conta que não está deslumbrado com o fato de estrear na TV, por conta da rotina de trabalho. E que está confi ante com a nova fase de sua carreira no humor. “As possibilidades de cresci-mento na emissora são bem

concretas. Cometi algumas gafes quando entrei aqui e que não conto nunca. Mas sinto que o trabalho está sendo feito com cuidado’’, diz, fazendo mistério sobre as tais gafes. “Não vou fazer um personagem. Serei eu mesmo, com meu sotaque e meu estilo’’, conta Enrico.

Segundo o diretor de programação da MTV, Zico Goes, as novas apostas da emissora seguem a fi losofi a do canal: lançar artistas pou-co conhecidos e com gran-de potencial. “Ninguém na emissora é insubstituível e sabemos que eles são os futuros contratados das ou-tras emissoras”disse.

TV

MUDANÇAS Entre as novidades do canal está Daniel Fur-lan como subistituto de Dani Calabresa no novo “Furo MTV’’, ao lado de Bento Ribeiro. Juliano Enrico deve comandar sozinho o “Acesso MTV’’, ao vivo

A nova aposta da casa, Juliano Enrico, será o novo apresentador do “Acesso MTV”

DIVULGAÇÃO

D05 - PLATEIA.indd 7 2/3/2013 00:06:35

Page 30: EM TEMPO - 3 de março de 2013

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

BAND

Programação da TV

6:00 Arnold

6:30 Pesca Alternativa

7:30 Brasil Caminhoneiro

8:00 Aventura Selvagem

8:30 Vrum

9:00 Amazonas da Sorte

10:00 Domingo Legal

14:00 Eliana

18:00 Vamos Brincar de Forca

18:45 Sorteio da Telesena

19:00 Programa Sílvio Santos

23:00 De Frente com Gabi

0:00 Série

1:00 Série

2:00 Série

3:00 Igreja Universal

SBT GLOBO REDE TV

4:45 Santa Missa

5:45 Sagrado

6:25 Pequenas Empresas, Grandes

Negócios

7:00 Globo Rural

7:55 Auto Esporte

8:30 Esporte Espetacular

11:30 Esquenta!

12:50 Temperatura Máxima

15:00 Futebol 2013 – Campeonato

Brasileiro

17:00 Domingão do Faustão

19:45 Fantástico

22:05 Big Brother Brasil

22:50 Domingo Maior

0:25 Flash – Big Brother Brasil

0:30 Sessão de Gala

2:15 Corujão

3:40 Série Americana

4:25 Festival de Desenhos

4:45 Bíblia em Foco

5:00 Nosso Tempo

5:30 Desenhos Bíblicos

9:00 Amazonas da Sorte

10:00 Record Kids

12:00 Tudo a Ver

14:00 Programa do Gugu

18:00 Domingo Espetacular

21:15 Tela Máxima

23:15 Câmera Record

0:15 Programação IURD

5:00 Igreja Mundial

5:50 Popcorn TV

6:30 Santa Missa no Seu Lar

7:30 Fé na Verdade

8:30 Desenho

9:00 Expressão Esportes

9:30 Mackenzie em Movimento

9:45 Infomercial

10:45 Verdade & Vida

11:30 Band Esporte Clube

14:00 Gol, O Grande Momento do

Futebol

14:30 Futebol 2013

16:50 Terceiro Tempo

19:00 Um Tio da Pesada

19:30 Família Dinossauro

20:00 Os Simpsons

21:00 Pânico na Band

0:00 Canal Livre

1:35 Show Business

3:00 Igreja Mundial

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça7:30 Igreja Internacional da Graça8:30 TV Kids9:00 TV Shopping Manaus10:00 Super Oferta10:30 TV Kids11:00 Igreja Internacional da Graça12:00 Fique Ligado13:00 Esporte Performance14:00 Encircuito15:30 TV Kids17:00 Ritmo Brasil17:30 Star Trek18:30 O Último Passageiro19:45 Operação de Risco20:30 Tá Gravado21:00 TV Shopping Manaus22:00 WWE Smackdown23:00 Dr. Hollywood0:00 É Notícia1:00 Bola na Rede1:45 Igreja Internacional da Graça“Esquenta” é uma das princia-

pais audiências do domingo

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Um dia para dedicar ao que preenche seu gosto pessoal. Os amores ocultos surgem bem diante de você. Isto vale não somente para pessoas, mas por coisas ou situações.

TOURO - 20/4 a 20/5 Um grande sentimento está para se formar e hoje você pode conhecer alguns prenún-cios dele. Uma doce expectativa está no ar, mesmo que por hoje seja somente um instante.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 As operações em conjunto estão favoravel-mente estimuladas. Maior aproximação a pessoas queridas no trabalho ou ligadas a alguma atividade produtiva e prática.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Você se encanta por coisas em seu trabalho que estão terminando ou por terminar seu ciclo. Mesmo assim, pode ser cativante en-volver-se com elas. Divirta-se e aproveite.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Um dia especial para se encantar com al-guns pensamentos e formulações mentais. Sua percepção é atraída por aquilo que lhe agrada esteticamente.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Os mistérios do relacionamento íntimo lhe fascinam de modo especial. Mesmo que tudo esteja para mudar, é um bom dia para mergulhar junto com a pessoa amada.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Partilhar as atividades de rotina com a pes-soa amada pode ser hoje bastante divertido. De todo modo, procure trazer as pessoas queridas para perto de seus afazeres.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 No último momento disponível, uma atração especial pode estar surgindo, seja nas rela-ções afetivas ou mesmo nas de trabalho. Vá em frente, tudo pode ganhar nova forma.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Aproveite os bons momentos deste dia. Eles podem ser bem divertidos e brilhantes, mes-mo que de curta duração. Não se preocupe com duração ou estabilidade deles.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Dê sua contribuição para alegrar e satisfazer os lugares e as pessoas à sua volta. Procure tornar mais harmoniosos e agradáveis os ambientes em que você está.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 As negociações e os contatos humanos vão bem, na medida em que sejam feitos de modo espontâneo e seguindo as afi nidades que se formam no correr do dia.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Aprenda a gostar do que é seu, mesmo que o que seja seu não lhe satisfaça inteiramente, a princípio. Vá gostando aos poucos, como quem não carrega tanta expectativa.

REPRODUÇÃO

CruzadinhasCinema

O Reino Gelado – Livre: Cinemark 4 – 14h30, 16h30, 18h30 (3D, dub/ex-ceto domingo), 20h30 (dub/diariamente), Playarte 1 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (dub/diariamente), 23h30 (dub/so-mente sexta-feira e sábado), Playarte 1 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (3D/dub/diariamente), 23h30 (dub/somen-te sexta-feira e sábado).

Duro de Matar: Um bom dia para

morrer – 12 anos: Cinemark 2 – 17h40, 20h, 22h20 (dub/diariamente), Cinemark 7 – 12h (dub/somente sábado e domingo), 14h20, 16h40, 19h, 21h20 (dub/diaria-mente), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 15h, 17h10, 19h20 e 21h40 (dub/diariamente); Ci-nemais Plaza – 14h10, 16h20, 18h30 e 20h50 (dub/diariamente).

Cirque Du Soleil: Outros Mundos – Livre:

Cinemark 4 – 12h30 (exceto sábado).

Inatividade Paranormal – 16 anos: Cinemark 3 – 12h50, 17h20, 22h10 (dub/dia-riamente), Playarte 3 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (leg/diariamente) e 23h (leg/somente sexta e sábado), Playarte 6 – 14h, 16h, 18h, 20h (dub/diariamente) e 22h (dub/somente sexta e sábado); Cinemais Plaza – 14h40, 16h50, 19h15 e 21h10 (dub/diariamente).

Os Penetras – 14 anos: Playarte 2

– 14h20, 16h20, 18h20, 20h20 (diariamente) e 22h20 (somente sexta e sábado).

A Viagem – 16 anos: Playarte 4 – 17h20,

20h40 (leg/diariamente) e 23h59 (leg/so-mente sexta e sábado).

O Mar Não Está Pra Peixe 2 – Livre:

Playarte 4 – 13h20 e 15h20 (dub/dia-riamente).

Fogo Contra Fogo – 16 anos: Playar-te 5 – 14h30, 16h30, 18h30, 20h30 (leg/diariamente) e 22h30 (leg/somente sexta-feira e sábado).

A Sombra do Inimigo – 14 anos:

Playarte 8 – 13h25, 15h30, 17h35 e 19h40 (dub/diariamente).

O Homem Mais Procurado do Mundo

– 14 anos: Playarte 8 – 21h45 (diariamente) e 23h50 (somente sexta-feira e sábado).

O Resgate – 14 anos: Playarte 9 – 14h10,

16h10, 18h10 (dub/diariamente), Playarte 9 – 20h10 (leg/diariamente), 22h10 (leg/so-mente sexta-feira e sábado).

João e Maria – Caçadores de Bruxas

– 14 anos: Cinemark 4 – 22h30 (3D/dub/diariamente), Cinemark 8 – 17h10, 19h30, 21h50 (dub/diariamente), 0h (dub/somente

sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza 15h10, 17h20, 19h30 e 21h50 (dub/diariamente).

Tainá 3 – A Origem – Livre: Cinemark

8 – 13h, 15h (diariamente); Cinemais Plaza – 14h30 e 16h40 (diariamente).

De Pernas Pro Ar 2 – 12 anos: Cinemark

2 – 13h10 e 15h20 (diariamente). O Voo – 14 anos: Cinemark 3 – 18h e

21h (leg/diariamente); Cinemais Millennium 5 – 14h10 e 19h (leg/diariamente).

Royal Opera House: Carmen – 12 anos:

Cinemark 4 – 11h (somente sábado), 16h (somente domingo).

Meu Namorado É Um Zumbi – 14

anos: Cinemark 3 – 14h50, 19h40 (dub/diariamente); Cinemais Plaza – 19h10 e 21h20 (dub/diariamente).

REPRODUÇÃOESTREIAS

REPRODUÇÃO

Dezesseis Luas – EUA. 12 anos.Ethan Wate (Alden Ehrenreich), é um estudante de colegial que fi ca enfeitiçado

por Lena Duchannes (Alice Englert), aluna nova, de 16 anos, que acaba de chegar de outro Estado - e com quem ele estranhamente tinha pesadelos há meses. Os dois se unem para enfrentar uma maldição sobrenatural que persegue a família dela há gerações: sempre que uma Duchannes completa 16 anos, ela deve escolher se será para a vida toda uma feiticeira do Bem ou do Mal. Cinemark 1 – 13h30, 16h10, 19h10, 22h (dub/diariamente), Cinemark 6 – 12h20, 15h10, 18h10, 21h (dub/diaria-mente), 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 14h, 16h30, 19h e 21h30 (dub/diariamente).

CONTINUAÇÕES

Amanhecer Violento – EUA. 12 anos. Uma invasão de soldados soviéticos e cubanos toma conta de uma cidade. À

mediada que ela é invadida pelas forças militares, oito jovens escapam para as montanhas. Adotando o nome da sua equipe de futebol, os Wolverines, eles formam uma guerrilha armada em defesa dos seus pais, amigos e do próprio país. Cinemark 5 – 11h40 (dub/somente sábado e domingo), 14h, 16h20, 18h50, 21h10 (dub/dia-riamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 5 – 13h40, 15h40, 17h40, 19h40, 21h40 (leg/diariamente), 23h40 (somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 14h50, 17h, 19h50 e 22h (dub/diariamente).

Amor. FRA. 14 anos.Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de

aposentados, que costumavam dar aulas de música. Eles têm uma fi lha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um derrame e fi ca com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obs-táculos, que colocarão o seu amor em teste. Playarte 7 – 14h, 16h30, 19h, 21h30 (leg/diariamente), 23h59 (leg/somente sexta-feira e sábado).

D06 - PLATEIA.indd 6 2/3/2013 00:08:34

Page 31: EM TEMPO - 3 de março de 2013

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

::::: Conscientização::::: ConscientizaçãoSuperaplaudida, a primeira Ca-

ravana de Prevenção às Drogas, realizada pela administração Aziz, com atendimento ambula-torial às famílias que sofrem com dependência química, no bairro Co-lônia Antônio Aleixo. Esta é uma das bandeiras levantadas pela primeira-dama Nej-mi Jomaa Aziz, grande in-centivadora do projeto que atende às determi-nações do go-vernador Omar Aziz

A sempre simpática Denize Santana desfi lando alto astral nos domínios do Village

::::: Representante Uma das exposições mais

movimentadas do mundo, a Artexpo, que acontece de 21 a 24 de março, em Manhat-tan, contará com a participa-ção de Arnaldo Garcez. O ar-tista plástico vai representar o Amazonas pela sexta vez. Garcez produziu 10 obras inéditas para expor no salão americano e utilizou tintas criadas por ele mesmo, a partir de pigmentações de minerais da região amazô-nica, como a argila, comum na região do rio Negro.

::::: Capital anfi triã

A jovem e compe-tente secretária Ales-sandra Campelo não descansa. No período de 22 a 24 de março, Manaus será a capi-tal brasileira dos es-portes paralímpicos – pela primeira vez – e receberá o Circuito Loterias Caixa – Fase Regional Norte-Nor-deste de Atletismo, Natação e Halterofi -lismo. A competição é uma realização do Comitê Paralímpico Brasileiro, com o in-condicional apoio do governo do Amazo-nas, via Sejel.

::::: Choque de quilatesA empresária Jaqueline Chagas

está na Feninjer, em Sampa, par-ticipando da mais cobiçada feira de preciosidades da temporada. Aos desavisados: a Feninjer é a maior e principal feira do setor joalheiro na América Latina. Jack foi garimpar novidades para sua joalheria do Manauara Shopping que serão lançadas, em breve, com coquetel e muito champanhe para a ala fina de plantão.

Daniela As-sayag, dona Rita

Calderaro, Dora Paula, Liberman Mo-

reno, Maurício Car-valho, Ricardo Azêdo,

Socorro Siqueira, Lu-ciane Novaes e Tiphaine

Bustinza estão trocando de idade hoje. Amanhã é a vez de parabenizar a linda Gio-vanna Figliuolo Vieira. Os cumprimentos da coluna.

Lucilene Castro, Cinara Nery, Fá-tima Silva e Márcia Siqueira apre-sentam uma nova edição do show “Elas Cantam de Samba”. O evento acontecerá, no próximo dia 8, Dia Internacional da Mulher, que será celebrado com muita música no bar Zero Grau, a partir das 22h30.

O prefeito Arthur Virgílio Neto foi protagonista da boa notícia. A partir deste mês, as institui-ções fi lantrópicas de Manaus

que atendem crianças serão cadastradas no programa mu-nicipal ‘Leite do Meu Filho’. Além disso, a PMM vai fi rmar con-vênios com as entidades para projetos nas áreas de saúde, educação e assistência social.

O prazo para as inscrições para a 2ª edição do curso de Discote-cagem do Sesc, com o DJ Marcos Tubarão, encerra no próximo dia 11. Os interessados devem ter

mais de 14 anos e estar com a carteira do Sesc atualizada. A inscrição custa R$ 200 e pode ser feita na Central de Atendimento da Henrique Martins.

A Ágape convida para confe-rir, na loja do centro de compras Jacira Reis, no Kyssia, desfi le de lançamento com champanhe e muitas bossas. Quando? No próximo dia 7, às 19h, e contará com a presença do aimeudeus

Yuri Fernandes, ex-BBB.

Amanhã, Keula Thaise Souza Roberto – a queridinha da coluna – sem muitas comemorações, es-tará aniversariando.

A Paradise informa que, a partir do próximo dia 16, a Azul Linhas Aéreas estará co-mandando o novo voo 4242 direto para a Terra de Todos Santos, Salvador.

::::: MegafoneO deputado Francisco

Souza (PSC) chamou a aten-ção, durante seu pronun-ciamento na Aleam, sobre a precariedade da BR-317, que liga Boca do Acre a Rio Branco, sudoeste do Ama-zonas. Na semana passada, ele percorreu a estrada de carro. A viagem que poderia ser de apenas uma hora e meia, durou quase quatro horas. A obra já é dada como concluída pelo Dnit, segun-do Souza, e custou cerca de R$ 78 milhões.

simpática Denize Santana desfi lando alto astral nos domínios do Village

com coquetel e muito champanhe para a ala fina de plantão.

Daniela As-sayag, dona Rita

Calderaro, Dora Paula, Liberman Mo-

reno, Maurício Car-valho, Ricardo Azêdo,

Socorro Siqueira, Lu-ciane Novaes e Tiphaine

Bustinza estão trocando de idade hoje. Amanhã é a vez de parabenizar a linda Gio-vanna Figliuolo Vieira. Os cumprimentos da coluna.::::

: Sal

a de

Esp

era

Ontem, Dacy Venâncio ganhou sessão parabéns con-corrida com direito a champa-nhe e comidinhas chiques no famoso D&A, no Vieiralves

D07 - PLATEIA.indd 7 2/3/2013 00:10:10

Page 32: EM TEMPO - 3 de março de 2013

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 3 DE MARÇO DE 2013

receberá nova atualização

Ditadura que causa ‘Ausências’ O projeto percorreu as re-

giões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste para reunir as fotografi as das 12 famílias que estão representadas na exposição que está em cartaz em São Paulo.

O trabalho foi idealizado pela organização não gover-namental (ONG) Agência Livre para Informação, Cidadania e Educação (Alice) com base em um trabalho feito pelo fotógrafo argentino Gustavo Germano com famílias argen-tinas, a maioria de sua cidade natal: Entre Ríos. O fotógrafo perdeu um irmão para a re-pressão na Argentina.

As famílias brasileiras fo-ram escolhidas após pesquisa no livro Direito à Memória e à Verdade, editado pela Se-cretaria de Direitos Huma-nos da Presidência (SDH), que também fi nanciou o proje-to fotográfi co, via edital. O coordenador do projeto na ONG, Luciano Piccoli, conta que foi difícil reunir material que preenchesse os requisitos

para o projeto.A primeira difi culdade foi en-

contrar fotos de família onde apenas a vítima da ditadura não estivesse mais viva. Com o aumento da perseguição aos opositores do regime, os militantes passaram a evitar

registros que os vinculassem a pessoas queridas. “A partir de 68, com o extremo cui-dado que eles tinham com os parentes, eles passaram a evitar o envio de fotos e cartas, qualquer referência”, ressalta Piccoli.

A transformação das ci-dades ao longo do tempo também limitou as fotogra-fi as que pudessem ser se-lecionadas. “Um lugar que antes era uma praça pública tinha sido demolido e ago-ra é um prédio”, exemplifi ca Piccoli. Por isso, algumas fotos escolhidas para serem remontadas são em igrejas, espaços poucos propensos a mudanças radicais.

O resultado é um conjunto de fotos com força educativa e apelo emocional, na opinião do coordenador do Projeto Direito à Memória e à Verda-de da SDH, Gilney Viana. “As fotos têm uma carga afetiva brutal. Então, desindividualiza aquele sofrimento, torna uma coisa coletiva”, disse.

Além disso, as fotos são mais uma forma de homena-gear as pessoas que se opuse-ram à ditadura militar e, por isso, foram assassinados ou desapareceram. “Diz respeito à memória daqueles que se sacrifi caram democracia”.

EXPOSIÇÃO

SELEÇÃOAs famílias brasilei-ras foram escolhidas após pesquisa no livro “Direito à Memória e à Verdade”, editado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidên-cia (SDH), que também fi nanciou o projeto

Gustavo Germano (à esquerda), que perdeu um irmão, é o realizador das fotografi as

REPRODUÇÃO

receberá nova atualizaçãoLançado no ano passado, serviço virtual da Secretaria de Estado daCultura disponibiliza 100 mil títulos de livros, entre outras atividades culturais

culturalAplicativo

Lançado a menos de um ano, na Bienal do Livro Amazonas, o apli-cativo digital da Se-

cretaria de Estado de Cultura (SEC) está prestes a receber sua primeira atualização. O nome do aplicativo é cultura-am – escrito tudo junto. Entre as novidades do projeto estão a ampliação do acervo de li-vros e periódicos dos atuais cem para mil publicações e a abertura do programa às novas plataformas como iPho-ne e smartphone. Atualmente está disponível apenas para iPads e tablets.

A meta dos técnicos da se-cretaria é que a nova versão esteja na rede para download na Apple Store e nos ende-reços que utilizam o sistema Android (que variam de acordo com a marca e preferência de cada usuários) até o fi nal do primeiro semestre, dobrando seu número de usuários.

“É o aperfeiçoamento de uma ferramenta única no Bra-sil, desenvolvida no governo Omar Aziz e que coloca nas

mãos dos usuários, a qual-quer hora do dia ou da noite, toda a estrutura cultural, de bibliotecas, museus e teatros a cinemas, mapas com a lo-calização e a agenda de even-tos semanais”, acrescentou o secretário Robério Braga, ao destacar que o aplicativo já foi utilizado como modelo para outras importantes institui-ções artísticas, culturais e tu-rísticas do país como o Parque Lage, no Rio de Janeiro.

Além do arquivo de livros e periódicos que conta com obras clássicas e totalmen-te digitalizadas da literatura brasileira e amazonense, entre elas “O Batalhão dos Atirado-res Baianos” (1917), de Ruy Barbosa e Albuquerque Libó-rio, “Pela Glória de Ajuricaba” (1930, Álvaro Maia), e “A Cilada Sangrenta”, há compilação de artigos, textos e investigações sobre o assassinato do jorna-lista local Otello Mavignier em 1932, o aplicativo conta com um grande acervo de imagens e informações divididas em oito sessões de fácil navegação.

GuiaUm exemplo é o item “Fes-

tivais e Eventos”, no qual o usuário poderá conferir o histórico e demais informa-ções sobre os grandes acon-tecimentos promovidos pela SEC todos os anos e também acessar um vasto acervo de imagens, dos festivais Folcló-rico de Parintins e de Cirandas de Manacapuru ao Concerto de Natal, Carnaval e Bienal do Livro.“Nesta atualização, novas fotos também serão adicionadas em todas as ses-sões do aplicativo para torna-lo mais completo”, disse o secretário Robério Braga.

Além das imagens e infor-mações gerais, em todas as páginas dos museus, teatros, bibliotecas e demais espaços culturais mantidos pela secre-taria, assim como dos corpos artísticos, são encontrados os horários de funcionamento, endereço, telefone de contato e o responsável pelo setor.

Sucesso principalmente entre turistas nacionais e estrangeiros que visitam a

cidade, o “Mapa da Cultura” mostra a localização exata dos espaços sob coordena-ção da secretaria e ainda de outras atrações da cidade, como o zoológico, aeroporto, parques e praças.

“Esse aplicativo é o meu grande companheiro de via-gem em Manaus. Além de mostrar o que tem para ver e fazer na cidade, também é um guia turístico confi-ável diante da ausência quase total de informações oficiais na internet”, ava-liou a turista catarinense, Ludmila Panza.

Para auxiliar ainda mais visitantes e moradores da cidade, está em fase final de testes uma nova sessão “Agenda Cultural”, com mais interatividade e a possibili-dade de conferir dia a dia, os shows, espetáculos, sessões de cinema, oficinas de arte e demais eventos realizados semanalmente pelo governo do Amazonas, com direito ainda ao horário dos eventos e resumo dos espetáculos.

FOTOS: M. ROCHA/DIVULGAÇÃO

O aplicativo conta com mapas de localização dos eventos

D08 - PLATEIA.indd 8 2/3/2013 00:12:21