Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e...

28
Elementos de Matem´ atica Roteiro no.1 para as atividades did´ aticas de 2007 Vers˜ ao compilada no dia 27 de Abril de 2007. Departamento de Matem´ atica - UEL Prof. Ulysses Sodr´ e E-mail: [email protected] Matem´ atica Essencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/ Resumo: Notas de aulas constru´ ıdas com materiais utilizados em nossas aulas na Universidade Estadual de Londrina. Desejo que elas sejam um roteiro para as aulas e n˜ ao espero que estas no- tas venham a substituir qualquer livro sobre o assunto. Alguns conceitos foram obtidos em livros citados na Bibliografia, mas os assuntos foram bastante modificados. Em portuguˆ es, h´ a pouco material de dom´ ınio p´ ublico, mas em inglˆ es existem diversos ma- teriais que podem ser obtidos na Rede Internet. Sugerimos que o leitor fa¸ ca pesquisas para obter materiais gratuitos para os seus estudos. Mensagem: ‘Ora, a f´ e o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que n˜ ao se vˆ eem. Porque por ela os antigos alcan¸ caram bom testemunho. Pela f´ e entendemos que os mundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o vis´ ıvel ao foi feito daquilo que se vˆ e.’ A B´ ıblia Sagrada, Hebreus 11:1-3

Transcript of Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e...

Page 1: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

Elementos de MatematicaRoteiro no.1 para as atividades didaticas de 2007

Versao compilada no dia 27 de Abril de 2007.

Departamento de Matematica - UEL

Prof. Ulysses SodreE-mail: [email protected]

Matematica Essencial: http://www.mat.uel.br/matessencial/

Resumo: Notas de aulas construıdas com materiais utilizados emnossas aulas na Universidade Estadual de Londrina. Desejo queelas sejam um roteiro para as aulas e nao espero que estas no-tas venham a substituir qualquer livro sobre o assunto. Algunsconceitos foram obtidos em livros citados na Bibliografia, mas osassuntos foram bastante modificados. Em portugues, ha poucomaterial de domınio publico, mas em ingles existem diversos ma-teriais que podem ser obtidos na Rede Internet. Sugerimos queo leitor faca pesquisas para obter materiais gratuitos para os seusestudos.

Mensagem: ‘Ora, a fe e o firme fundamento das coisas que seesperam e a prova das coisas que nao se veem. Porque por ela osantigos alcancaram bom testemunho. Pela fe entendemos que osmundos foram criados pela palavra de Deus; de modo que o visıvelnao foi feito daquilo que se ve.’A Bıblia Sagrada, Hebreus 11:1-3

Page 2: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

Conteudo

1 Para quem estuda Matematica 1

1.1 Conversa com o aluno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1

2 Elementos de Logica e Conjuntos 2

2.1 Proposicoes (ou Sentencas) logicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2.2 Tautologias e Equivalencia Logica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7

2.3 Conjuntos definidos por proposicoes logicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

2.4 Operacoes com conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

2.5 Quantificadores Logicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

2.6 Negacao de proposicoes com quantificadores . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2.7 Exercıcios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

2.8 Maior quantidade de conjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

2.9 Proposicoes com valores logicos numericos . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

2.10 Trabalhos que serao construıdos pelos alunos . . . . . . . . . . . . . . . . . 25

Bibliografia 26

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 3: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

Capıtulo 1

Para quem estuda Matematica

1.1 Conversa com o aluno

O Prof. Geraldo Avila [3] mostra uma estrategia para estudar Matematica:

Ninguem aprende Matematica ouvindo o professor em sala de aula,por mais organizadas e claras que sejam as suas prelecoes, por maisque se entenda tudo o que ele explica. Isso ajuda muito, mas epreciso estudar por conta propria logo apos as aulas, antes que obenefıcio delas desapareca com o tempo. Portanto, voce, leitor, naovai aprender Matematica porque assiste aulas, mas por que estuda.E esse estudo exige muita disciplina e concentracao: estuda-se sen-tado a mesa, com lapis e papel a mao, prontos para o seu uso atodo momento. Voce tem de interromper a leitura com frequencia,para ensaiar a sua parte: fazer um grafico ou diagrama, escrever al-guma coisa ou simplesmente rabiscar uma figura que ajude a seguir oraciocınio do livro, sugerir ou testar uma ideia; escrever uma formula,resolver uma equacao ou fazer um calculo que verifique se algumaafirmacao do livro esta mesma correta. Por isso mesmo, nao espereque o livro seja completo, sem lacunas a serem preenchidas peloleitor; do contrario, esse leitor sera induzido a uma situacao pas-siva, quando o mais importante e desenvolver as habilidades parao trabalho independente, despertando a capacidade de iniciativa in-dividual e a criatividade. Voce estara fazendo progresso realmentesignificativo quando sentir que esta conseguindo aprender sozinho,sem ajuda do professor; quando sentir que esta realmente ‘apren-dendo a aprender...’.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 4: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

Capıtulo 2

Elementos de Logica e Conjuntos

‘Tu, porem, permanece naquilo que aprendeste, e de que fosteinteirado, sabendo de quem o tens aprendido, e que desde ainfancia sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sabio paraa salvacao, pela que ha em Cristo Jesus. Toda Escritura e divi-namente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,para corrigir, para instruir em justica; para que o homem deDeus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boaobra.’ A Bıblia Sagrada, II Timoteo 3:14-17

2.1 Proposicoes (ou Sentencas) logicas

Nesta secao, nos tratamos sobre proposicoes (ou sentencas) logicas, suas val-idades e falsidades, alem do modo de combinar ou ligar proposicoes paraproduzir novas proposicoes. Primeiro, vamos apresentar uma definicao deproposicao logica.

Definicao 1 (Proposicao). Uma proposicao (ou sentenca ou frase) e um con-junto de palavras ou sımbolos que exprimem uma afirmacao de modo com-pleto.

Definicao 2 (Proposicao logica). Uma proposicao (ou sentenca ou frase)logica e uma expressao que e verdadeira ou falsa.

A Logica Matematica (bivalente) esta apoiada em dois princıpios:

1. Princıpio da nao contradicao: Uma proposicao nao pode ser ao mesmotempo, verdadeira e falsa.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 5: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.1. PROPOSICOES (OU SENTENCAS) LOGICAS 3

2. Princıpio do terceiro excluıdo: Toda proposicao, ou e verdadeira ou efalsa, mas nao pode ser uma terceira situacao.

Observacao 1. Jan Lukasiewicz (1920) estudou a Logica trivalente, ad-mitindo a existencia de tres situacoes: Verdadeiro , falso ou e possıvel .Detalhes sobre isto podem ser encontrados na pagina 92 do livro “Introducaoa Logica Matematica” de Benedito Castrucci, GEEM, Sao Paulo, 1973. Oparanaense Newton C. A. Costa tambem estudou o assunto.

Exemplo 1. Proposicoes.

1. A proposicao 2+2=4 e verdadeira.

2. A proposicao π e um numero racional e falsa.

Nao e funcao da Logica decidir se uma particular proposicao e verdadeira oufalsa, pois existem proposicoes cuja validade ou falsidade ainda nao tenha sidoestabelecida ate hoje, como:

Teorema 1 (Conjectura de Goldbach). Todo numero par maior do que 2 e asoma de dois numeros primos.

Existe um defeito em nossa definicao, pois nem sempre e facil determinar seuma sentenca e uma sentenca logica ou nao.

Por exemplo, considere a sentenca Eu estou mentindo, nao estou? . O quevoce pensa desta sentenca?

Existem sentencas que sao proposicoes logicas, do ponto de vista da nossadefinicao.

Definicao 3 (Conectivos). Conectivos sao palavras ou grupos de palavrasusadas para juntar duas sentencas.

Conectivo Significado

Conjuncao e

Disjuncao ou

Negacao nao

Condicional se ... entao

Bicondicional se, e somente se,

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 6: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.1. PROPOSICOES (OU SENTENCAS) LOGICAS 4

Na sequencia, iremos discutir modos de ligar proposicoes logicas com conec-tivos para formar novas proposicoes logicas.

Definicao 4 (Novas proposicoes logicas). Se p e q sao proposicoes logicas,definiremos cinco novas proposicoes logicas:

Nome da nova proposicao Notacao em Logica Significado

Conjuncao de p e q p ∧ q p e q

Disjuncao de p e q p ∨ q p ou q

Negacao de p ¬p nao p

Condicional entre p e q p→ q p implica q

Bicondicional entre p e q p←→ q p equivale a q

Definicao 5 (Validade da Conjuncao). A conjuncao entre p e q, denotadapor p ∧ q (le-se: p e q) e verdadeira se as duas proposicoes p e q sao ambasverdadeiras e e falsa nas outras situacoes.

Exemplo 2. Conjuncao.

1. A proposicao 2+2=4 e 2+3=5 e verdadeira.

2. A proposicao 2+2=4 e π e um numero racional e falsa.

Observacao 2 (Tabela-Verdade da Conjuncao). Reunimos em uma tabela,todas as informacoes relacionando afirmacoes Verdadeiras e Falsas sobre aconjuncao:

p q p ∧ q

V V V

V F F

F V F

F F F

Definicao 6 (Validade da Disjuncao). A disjuncao entre p e q, denotada porp ∨ q (le-se: p ou q) e verdadeira se pelo menos uma das proposicoes p ou q

e verdadeira, e e falsa nos outros casos.

Exemplo 3. Disjuncao.

1. A proposicao 2+2=2 ou 1+3=5 e falsa.

2. A proposicao 2+2=4 ou π e um numero racional e verdadeira.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 7: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.1. PROPOSICOES (OU SENTENCAS) LOGICAS 5

Observacao 3 (Tabela-Verdade da Disjuncao). Reunimos em uma tabela,todas as informacoes relacionando afirmacoes Verdadeiras e Falsas sobre adisjuncao:

p q p ∨ q

V V V

V F V

F V V

F F F

Observacao 4 (Demonstrar uma disjuncao). Para demonstrar que uma proposicaop ∨ q e verdadeira, vamos assumir que a proposicao p e falsa e usar este fatopara deduzir que a proposicao q e verdadeira. Se a proposicao p e verdadeira,o nosso argumento ja esta correto, nao importa se a proposicao q e verdadeiraou falsa.

Definicao 7 (Validade da Negacao). A negacao de p, denotada por ¬p (le-se:nao p) e verdadeira se a proposicao p e falsa, e e falsa se a proposicao p everdadeira.

Exemplo 4. Negacao.

1. A negacao da proposicao 2+2=4 e a proposicao 2 + 2 6= 4 .

2. A negacao da proposicao π e um racional e a proposicao π e um irracional .

Observacao 5 (Tabela-Verdade da Negacao). Reunimos em uma tabela,todas as informacoes relacionando afirmacoes Verdadeiras e Falsas sobre anegacao:

p ¬p

V F

F V

Definicao 8 (Validade da Condicional). A condicional entre p e q, denotadapor p → q (le-se: se p, entao q) e verdadeira se a proposicao p e falsa ou sea proposicao q e verdadeira ou ambas, e e falsa nas outras situacoes.

Observacao 6 (Tabela-Verdade da Condicional). Reunimos em uma tabela,todas as informacoes relacionando afirmacoes Verdadeiras e Falsas sobre a

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 8: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.1. PROPOSICOES (OU SENTENCAS) LOGICAS 6

condicional:p q p→ q

V V V

V F F

F V V

F F V

Observacao 7 (Sentenca falsa). Uma proposicao p→ q e falsa se a proposicaop e verdadeira e a proposicao q e falsa. Isto significa que construindo umaconclusao falsa de uma hipotese verdadeira, o nosso argumento sera falso. Poroutro lado, se a nossa hipotese e falsa ou se a nossa conclusao e verdadeira,entao o nosso argumento ainda pode ser aceito.

Exemplo 5. Sentencas falsas.

1. A proposicao Se 2+2=4, entao π e um numero racional e falsa.

2. A proposicao Se 2+2=2, entao 1+3=5 e verdadeira, pois a proposicao

2+2=2 e falsa.

3. A proposicao Se π e um numero racional, entao 2+2=4 e verdadeira.

Definicao 9 (Validade da Bicondicional). A bicondicional entre p e q, deno-tada por p←→ q (le-se: p se e somente se q) e verdadeira se as proposicoesp e q sao ambas verdadeiras ou ambas sao falsas, e e falsa nos outros casos.

Exemplo 6. Bicondicionais.

1. A proposicao 2+2=4 se, e somente se, π e um numero irracional e ver-dadeira.

2. A proposicao 2+2=4 se, e somente se, π e um numero racional e falsa.

Observacao 8 (Tabela-Verdade da Bicondicional). Reunimos em uma tabela,todas as informacoes relacionando afirmacoes Verdadeiras e Falsas sobre abicondicional:

p q p←→ q

V V V

V F F

F V F

F F V

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 9: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.2. TAUTOLOGIAS E EQUIVALENCIA LOGICA 7

Observacao 9 (Tabela-Verdade das cinco novas proposicoes). Reunimos emuma tabela, as afirmacoes Verdadeiras e Falsas sobre as cinco novas proposicoeslogicas, usando a letra V para a palavra Verdadeiro e a letra F para a palavraFalso.

p q p ∧ q p ∨ q ¬p p→ q p←→ q

V V V V F V V

V F F V F F F

F V F V V V F

F F F F V V V

Observacao 10 (Sobre a palavra ou). Em Logica, a palavra ou pode serentendida como uma coisa, ou outra coisa ou ambas as coisas. Se voceperguntar a alguma pessoa se ela gosta de chocolate ou de cafe, nao sesurpreenda com a resposta pois ela pode gostar dos dois!

2.2 Tautologias e Equivalencia Logica

Definicao 10 (Tautologia). Uma tautologia e uma proposicao cujo valorlogico e sempre verdadeiro.

Observacao 11 (Sobre tautologia). Com o conceito de tautologia, podemosgeneralizar as definicoes de conjuncao ou disjuncao para proposicoes com maisdo que duas proposicoes, e assim podemos escrever, p∧ q∧ r ou p∨ q∨ r semnos preocuparmos com os parenteses.

Observacao 12 (Setas duplas). Usamos a seta dupla u ⇐⇒ v para indicarque uma condicional da forma u←→ v e uma Tautologia. Como exemplo:

1. (p ∧ q) ∧ r ⇐⇒ p ∧ (q ∧ r).

2. (p ∨ q) ∨ r ⇐⇒ p ∨ (q ∨ r).

3. (p←→ q)⇐⇒ (p→ q) ∧ (q → p)

Definicao 11 (Contradicao). Uma contradicao e uma proposicao cujo valorlogico e sempre falso.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 10: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.2. TAUTOLOGIAS E EQUIVALENCIA LOGICA 8

Exemplo 7 (Tabela-Verdade de uma proposicao composta). Construiremosa Tabela-Verdade de uma proposicao composta como (p ∨ q) ∧ ¬(p ∧ q),utilizando novas variaveis u, v e w, para simplificar esta proposicao a formau ∧ w, onde:

u : (p ∨ q) v : (p ∧ q) w : ¬v

1. Tabela-Verdade de u: (p ∨ q),

p q u : p ∨ q

V V V

V F V

F V V

F F F

2. Tabela-Verdade de v: (p ∧ q),

p q v : p ∧ q

V V V

V F F

F V F

F F F

3. Tabela-Verdade de w: ¬v.

v w : ¬v

V F

F V

F V

F V

4. Tabela-Verdade de u ∧ w:

u w u ∧ w

V F F

V V V

V V V

F V F

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 11: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.2. TAUTOLOGIAS E EQUIVALENCIA LOGICA 9

Como temos uma grande quantidade de informacoes, e comum reunir a Tabela-Verdade final de u ∧ w com todas as operacoes, tomando a forma:

p q p ∨ q p ∧ q ¬(p ∧ q) (p ∨ q) ∧ ¬(p ∧ q)

V V V V F F

V F V F V V

F V V F V V

F F F F V F

Exemplo 8 (Algumas condicionais). Implicacoes.

1. Se p e verdadeira e q e verdadeira, entao p ∧ q e verdadeira.

2. Se p e verdadeira ou q e verdadeira, entao p ∨ q e verdadeira.

3. Se p e verdadeira e p→ q e verdadeira, entao q e verdadeira.

4. Se ¬p e verdadeira e p ∨ q e verdadeira, entao q e verdadeira.

5. Se ¬q e verdadeira e p→ q e verdadeira, entao ¬p e verdadeira.

6. Se p ∨ q e verdadeira e p→ r e verdadeira e q → r e verdadeira, entaor e verdadeira.

7. Se p→ q e verdadeira e q → r e verdadeira, entao p→ r e verdadeira.

8. Se p e verdadeira, p → q e verdadeira e q → r e verdadeira, entao r everdadeira.

Exemplo 9 (Algumas bicondicionais). Tautologias:

1. (p ∧ (q ∧ r))⇐⇒ ((p ∧ q) ∧ r).

2. (p ∧ q)⇐⇒ (q ∧ p).

3. (p ∨ (q ∨ r))⇐⇒ ((p ∨ q) ∨ r).

4. (p ∨ q)⇐⇒ (q ∨ p).

5. p ∨ ¬p.

6. (p→ q)⇐⇒ (¬q → ¬p).

7. (p→ q)⇐⇒ (¬p ∨ q).

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 12: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.2. TAUTOLOGIAS E EQUIVALENCIA LOGICA 10

8. ¬(p←→ q)⇐⇒ ((p ∨ q) ∧ ¬(p ∧ q).

Teorema 2 (Leis distributivas). Se p, q e r sao proposicoes logicas, asseguintes proposicoes sao tautologias muito usadas em Matematica.

1. (p ∧ (q ∨ r))⇐⇒ ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r))

2. (p ∨ (q ∧ r))⇐⇒ ((p ∨ q) ∧ (p ∨ r))

Demonstracao da Primeira Lei distributiva. Vamos supor que a proposicao(p ∧ (q ∨ r)) seja verdadeira. Entao, as duas proposicoes p e q ∨ r saoverdadeiras. Como q ∨ r e verdadeira, pelo menos uma das proposicoes, q our deve ser verdadeira. Se a verdadeira for q, entao segue que p e q sao ver-dadeiras e assim segue que p∧ q e verdadeira, logo p∧ q ou p∧ r e verdadeira,assim ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r)) e verdadeira.

Reciprocamente, vamos supor que ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r)) e uma proposicao ver-dadeira. Assim, pelo menos uma das proposicoes p ∧ q ou p ∧ r e verdadeira.Se a verdadeira for p ∧ q, entao as duas proposicoes p e q sao verdadeiras,logo Q e verdadeira e segue que q ∨ r e verdadeira e temos que p ∧ (q ∨ r) everdadeira.

Agora consideremos que as duas proposicoes ((p∧q)∨(p∧r)) e p∧(q∨r) saoambas verdadeiras ou ambas falsas, pois a verdade de uma implica a verdadeda outra. Segue que a bicondicional (p ∧ (q ∨ r)) ←→ ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r)) euma tautologia.

Demonstracao da Segunda Lei distributiva. Exercıcio para casa.

Todas estas tautologias podem ser demonstradas atraves de suas Tabelas-Verdade. Sugiro que use esta metodologia para as proximas demonstracoes.

Teorema 3 (Leis de Augustus de Morgan). Se p e q sao proposicoes logicas,as seguintes proposicoes sao tautologias:

1. ¬(p ∧ q)←→ (¬p ∨ ¬q).

2. ¬(p ∨ q)←→ (¬p ∧ ¬q).

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 13: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.2. TAUTOLOGIAS E EQUIVALENCIA LOGICA 11

Teorema 4 (Leis de inferencia). Se p, q e r sao proposicoes logicas, asseguintes proposicoes sao tautologias:

1. Modus Ponens: (p ∧ (p→ q))→ q.

2. Modus Tollens: ((p→ q) ∧ ¬q)→ ¬p.

3. Lei de silogismo: ((p→ q) ∧ (q → r))→ (p→ r).

Definicao 12 (Sentencas equivalentes). Diz-se que duas proposicoes p e q

sao logicamente equivalentes se a proposicao p←→ q e uma tautologia. Istosignifica que as duas sentencas logicas representam o mesmo objeto do pontode vista da Logica.

Exemplo 10. Sentencas equivalentes.

1. As proposicoes (p → q) e (¬q → ¬p) sao logicamente equivalentes,sendo que a proposicao (¬q → ¬p) recebe o nome de contrapositivada proposicao (p→ q).

2. As proposicoes p→ q e q → p nao sao logicamente equivalentes, sendoque a proposicao (q → p) e denominada a recıproca da proposicao(p→ q).

Exemplo 11. Quatro importantes equivalencias logicas. Usando as tabelas-verdade, mostrar que as quatro proposicoes logicas abaixo sao equivalentes:

1. p→ q

2. (¬q)→ (¬p)

3. (¬q) ∧ p⇒ F ( Afirmacao absurda)

4. (¬p) ∨ q ⇒ V ( Afirmacao verdadeira)

Exercıcio: Demonstrar que

1. Idempotencia da conjuncao: p ∨ p⇐⇒ p

2. Idempotencia da disjuncao: p ∧ p⇐⇒ p

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 14: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.2. TAUTOLOGIAS E EQUIVALENCIA LOGICA 12

3. Associatividade da conjuncao: (p ∧ q) ∧ r ⇐⇒ p ∧ (q ∧ r)

4. Associatividade da disjuncao: (p ∨ q) ∨ r ⇐⇒ p ∨ (q ∨ r)

5. Identidade da conjuncao com a verdade: p ∧ V ⇐⇒ p

6. Identidade da conjuncao com a falsidade: p ∧ F ⇐⇒ F

7. Identidade da disjuncao com a verdade: p ∨ V ⇐⇒ V

8. Identidade da disjuncao com a falsidade: p ∨ F ⇐⇒ p

9. Complementar com a conjuncao: p ∧ ¬p⇐⇒ F

10. Complementar com a disjuncao: p ∨ ¬p⇐⇒ V

11. Complementar da verdade: ¬V ⇐⇒ F

12. Complementar da falsidade: ¬F ⇐⇒ V

13. Negacao da negacao: ¬(¬p)⇐⇒ p

Observacao 13 (Setas simples e duplas). Algumas vezes usamos setas simplescomo←→ em bicondicionais, mas usamos setas duplas⇐⇒ para mostrar quea proposicao da esquerda e logocamente equivalente a proposicao da direita.

Exemplo 12. Algumas equivalencias logicas.

1. p ∨ [q ∧ (¬q)]⇐⇒ p

Significando que “p ∨ [q ∧ (¬q)]” equivale a “p”

2. p ∧ [q ∨ (¬q)]⇐⇒ p

3. p→ q ⇐⇒ (¬p) ∨ q

4. ¬(p→ q)⇐⇒ p ∧ (¬q)

5. (p↔ q)⇐⇒ (p→ q) ∧ (q → p)Significando que “p↔ q” equivale a “(p→ q) ∧ (q → p)”

6. (p↔ q)⇐⇒ (p ∧ q) ∨ [(¬p) ∧ (¬q)]

7. p→ (q → r)⇐⇒ (p ∧ q)→ r

8. p→ q ⇐⇒ (¬q)→ (¬p)

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 15: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.3. CONJUNTOS DEFINIDOS POR PROPOSICOES LOGICAS 13

2.3 Conjuntos definidos por proposicoes logicas

Comumente surgem proposicoes como x e par com uma ou mais variaveis,que sao denominadas funcoes sentenciais ou funcoes proposicionais ou sim-plesmente proposicoes logicas.

Vamos nos fixar no exemplo: x e par . Esta proposicao e verdadeira paraalguns valores de x e falsa para outros. Varias perguntas aparecem:

1. Quais sao os valores permitidos para x?

2. A proposicao e verdadeira para todos estes valores de x citados?

3. A proposicao e verdadeira para alguns valores de x citados?

Para responder a primeira pergunta, nos necessitamos conhecer o universo Uem que estamos trabalhando, mas para trabalhar com este conceito, necessi-tamos entender qual e o significado da palavra conjunto.

Entendemos a palavra conjunto como uma palavra cujo sentido e conhecidopor todos. Algumas vezes, nos usamos a palavra sinonima classe ou colecao.No entanto, tais palavras aparecem nos livros, tendo significados diferentes.

Pelo que se ve, conjunto e um conceito abstrato que deve ser aceito por todoscomo algo comum do seu cotidiano. O importante sobre um conjunto nao eo que e um conjunto mas e o que o conjunto contem, ou seja,quais sao os seus elementos? Sera que existe algum elemento?

Se P e um conjunto e x e um elemento de P, nos escrevemos x ∈ P paraentender que x pertence ao conjunto P . O sımbolo ∈ e um sımbolo depertinencia.

Um conjunto e usualmente descrito em uma das seguintes formas. Por:

1. enumeracao: {1, 2, 3} denota o conjunto com os numeros 1, 2 e 3 e nadamais.

2. descricao ou propriedade com uma proposicao p(x): Aqui usamos umconjunto universo U que contem todos os elementos x do conjunto.Assim, Nos escrevemos P = {x : x ∈ U e p(x) e verdadeira} ou sim-plesmente P = {x : p(x)}.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 16: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.4. OPERACOES COM CONJUNTOS 14

O conjunto que nao tem elementos e o conjunto vazio, denotado por ∅.

Exemplo 13. Alguns conjuntos importantes.

1. N = {1, 2, 3, 4, 5, ..., n, n + 1, ...} e o conjunto dos numeros naturais.

2. Z = {...,−2,−1, 0, 1, 2, ...} e o conjunto dos numeros inteiros.

3. {x : x ∈ N e − 2 < x < 2} = {1}.

4. {x : x ∈ Z e − 2 < x < 2} = {−1, 0, 1}.

5. {x : x ∈ N e − 1 < x < 1} = ∅.

2.4 Operacoes com conjuntos

Se P e um conjunto descrito pela proposicao p = p(x), isto e, P = {x : p(x)}e Q e um conjunto descrito pela proposicao q = q(x), isto e Q = {x : q(x)},sendo P e Q conjuntos relativos a um certo universo U , definimos novosconjuntos:

Intersecao P ∩Q = {x : p(x) ∧ q(x)}Reuniao P ∪Q = {x : p(x) ∨ q(x)}

Complementar P c = {x : ¬p(x)}Diferenca P −Q = {x : p(x) ∧ ¬q(x)}

Com as definicoes acima, nao e difıcil mostrar que

1. P ∩Q = {x : x ∈ P e x ∈ Q},

2. P ∪Q = {x : x ∈ P ou x ∈ Q},

3. P c = {x : x /∈ P},

4. P −Q = {x : x ∈ P e x /∈ Q}.

Definicao 13 (Subconjunto). Um conjunto P e um subconjunto do conjuntoQ, denotado por P ⊆ Q ou por Q ⊇ P , se todo elemento de P tambem eum elemento de Q.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 17: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.4. OPERACOES COM CONJUNTOS 15

Observacao 14. Se P = {x : p(x)} e Q = {x : q(x)} em um universo U ,entao P ⊆ Q se, e somente se, a proposicao logica p(x)→ q(x) e verdadeirapara todo x ∈ U .

Definicao 14 (Conjuntos iguais). Dois conjuntos P e Q sao iguais, denotadopor P = Q, se eles contem os mesmos elementos, isto e, se cada conjunto eum subconjunto do outro conjunto, isto e, se P ⊆ Q e Q ⊆ P .

Definicao 15 (Conjuntos disjuntos). Dois conjuntos A e B sao disjuntos se,A ∩B = ∅.

Definicao 16 (Subconjunto proprio). Dizemos que P e um subconjuntoproprio de Q, denotado por P ⊂ Q ou por Q ⊃ P , se P ⊆ Q mas P 6= Q.

Os resultados sobre Conjuntos sao demonstrados a partir de seus analogos emLogica.

Teorema 5 (Leis distributivas). Se P , Q e R sao conjuntos, entao

1. P ∩ (Q ∪R) = (P ∩Q) ∪ (P ∩R),

2. P ∪ (Q ∩R) = (P ∪Q) ∩ (P ∪R).

Demonstracao da Primeira lei distributiva para conjuntos. Faremos uso da Primeiralei Distributiva para proposicoes logicas.

Se as proposicoes p = p(x), q = q(x) e r = r(x) estao respectivamenterelacionadas aos conjuntos P , Q e R com respeito a um dado universo U ,entao P = {x : p(x)}, Q = {x : q(x)} e R = {x : r(x)}. Assim, temos doisconjuntos

P ∩ (Q ∪R) = {x : p(x) ∧ (q(x) ∨ r(x))}(P ∩Q) ∪ (P ∩R) = {x : (p(x) ∧ q(x)) ∨ (p(x) ∧ r(x))}

Se x ∈ P ∩ (Q ∪ R), entao p(x) ∧ (q(x) ∨ r(x)) e verdadeira. Pela primeiralei distributiva para funcoes sentenciais, a equivalencia logica

(p(x) ∧ (q(x) ∨ r(x)))←→ ((p(x) ∧ q(x)) ∨ (p(x) ∧ r(x)))

e uma tautologia.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 18: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.4. OPERACOES COM CONJUNTOS 16

Assim, (p(x)∧q(x))∨(p(x)∧r(x)) e verdadeira, tal que x ∈ (P∩Q)∪(P∩R).Isto da

P ∩ (Q ∪R) ⊂ (P ∩Q) ∪ (P ∩R) (2.1)

Se x ∈ (P ∩Q)∪ (P ∩R). Entao (p(x)∧ q(x))∨ (p(x)∧ r(x)) e verdadeira.Segue da primeira lei distributiva para funcoes sentenciais que p(x) ∧ (q(x) ∨r(x)) e verdadeira, tal que x ∈ P ∩ (Q ∪R). E segue outro um resultado:

(P ∩Q) ∪ (P ∩R) ⊂ P ∩ (Q ∩R) (2.2)

A demonstracao segue das duas inclusoes (2.1) e (2.2).

Teorema 6 (Leis de De Morgan). Se P e Q sao conjuntos em um universoU , entao

1. (P ∩Q)c = P c ∪Qc,

2. (P ∪Q)c = P c ∩Qc.

Teorema 7. Quaisquer que sejam os conjuntos A e B, valem as seguintespropriedades

1. ∅ ⊂ A

2. A ⊂ U

3. A ∩B ⊂ A ⊂ A ∪B

4. A ∩B ⊂ B ⊂ A ∪B

Teorema 8. Se A e B sao conjuntos, demonstre que sao equivalentes asafirmacoes:

1. A ⊂ B

2. A = A ∩B

3. B = A ∪B

Teorema 9. Se S ⊂ U , entao U − S = U ∩ Sc.

Teorema 10 (Propriedades da reuniao e da intersecao). Quaisquer que sejamos conjuntos A, B e C, valem as seguintes propriedades:

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 19: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.5. QUANTIFICADORES LOGICOS 17

1. A ∪ ∅ = A

2. A ∪ U = U

3. A ∪ A = A

4. A ∪B = B ∪ A

5. (A ∪B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C)

6. A ∩ ∅ = ∅

7. A ∩ U = A

8. A ∩ A = A

9. A ∩B = B ∩ A

10. (A ∩B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C)

Exercıcio: Definir a reuniao, a intersecao e as leis de De Morgan para tresconjuntos.

2.5 Quantificadores Logicos

Vamos voltar ao exemplo x e par tratado no inıcio da Secao 2.3, e restringira nossa atencao aos valores de x pertencentes ao conjunto Z de todos osnumeros inteiros. Assim:

1. A proposicao x e par e verdadeira apenas para alguns valores de x ∈ Z.

2. A proposicao Alguns elementos x em Z sao pares e verdadeira.

3. A proposicao Todos os elementos x em Z sao pares e falsa.

Em geral, usamos uma funcao proposicional da forma p = p(x), em que avariavel x esta em algum conjunto X muito bem estabelecido.

Definicao 17 (Quantificadores). Os sımbolos ∀ (para todo) e ∃ (existe um)sao, respectivamente, denominados quantificadores universal e existencial.

Observacao 15 (Sobre quantificadores). Os sımbolos ∀ (para todo) e ∃ (ex-iste um) devem ser usados sempre antes da afirmacao logica! Caso necessiteusar apos a afirmacao, use palavras nos lugares dos sımbolos.

Assim, podemos considerar as duas proposicoes abaixo, escritas nas suas re-spectivas formas simplificadas:

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 20: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.6. NEGACAO DE PROPOSICOES COM QUANTIFICADORES 18

1. Qualquer que seja x ∈ X, p = p(x) e verdadeira, denotada em sımbolospor:

∀x ∈ X : p(x)

2. Existe um x ∈ X tal que p = p(x) e verdadeira, denotada em sımbolospor:

∃x ∈ X : p(x)

Observacao 16 (Variavel muda). A variavel x na proposicao ∀x : p(x) euma variavel muda, significando que a letra x pode ser trocada por qualqueroutra letra. Assim, nao ha diferenca logica entre a proposicao ∀x : p(x) e aproposicao ∀y : p(y) ou a proposicao ∀z : p(z).

Exemplo 14. Algumas frases e as suas respectivas simplificacoes:

Para cada x real, x2 e nao negativo ∀x ∈ R, x2 ≥ 0

Existe um numero real tal que x2 = 4 ∃x ∈ R : x2 = 4

Para cada x real, existe y real tal quex + y = 0

∀x ∈ R,∃y ∈ R : x + y = 0

Para quaisquer numeros reais x e a,vale a identidade (produto notavel)x2 − a2 ≡ (x− a)(x + a)

∀x, a ∈ R : x2−a2 ≡ (x−a)(x+a)

Para cada ε > 0, existe δ > 0 tal quese |x−a| < δ entao |f(x)−f(a)| < ε

∀ε > 0,∃δ > 0 : |x − a| < δ ⇒|f(x)− f(a)| < ε

(Lagrange): Todo numero natural ea soma dos quadrados de quatro in-teiros

∀n ∈ N, ∃a, b, c, d ∈ Z : n = a2 +b2 + c2 + d2

(Goldbach): Todo numero par natu-ral maior do que 2 e a soma de doisnumeros primos

∀n ∈ N − {1},∃p, q primos : 2n =p + q

Nao se sabe ate o momento se a conjectura de Goldbach e verdadeira ou falsa.Este e um problema ainda sem solucao na Matematica.

2.6 Negacao de proposicoes com quantificadores

Desenvolveremos uma regra para negar proposicoes com quantificadores. Aoafirmarmos que: Todos os alunos sao feios , talvez voce nao goste. Parece

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 21: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.6. NEGACAO DE PROPOSICOES COM QUANTIFICADORES 19

que negar uma proposicao ∀x : p(x) e afirmar que ∃x : ¬p(x), isto e, existealguem que nao e feio!

Existe um outro modo de entender isto. Seja U o universo e todos os valoresde x para os quais vale a proposicao logica p = p(x), assim definimos oconjunto P = {x : p(x)}.

Se a proposicao ∀x : p(x) e verdadeira, entao P = U , assim P c = U c = ∅,mas como P c = {x : ¬p(x)}, assim, se a proposicao ∃x : ¬p(x) fosseverdadeira seguiria que P c 6= ∅, logo, (P c)c 6= U c = ∅, garantindo que P 6= ∅,o que seria uma contradicao.

Por outro lado, se a proposicao ∀x : p(x) e falsa, entao P 6= U , logo P c 6= ∅e segue que a proposicao ∃x : ¬p(x) e verdadeira.

Vamos acalmar o pessoal: Nem todos os alunos sao feios . Voce ainda recla-mara, pois talvez nenhum de voces seja feio. Entao, e natural suspeitar que anegacao de uma proposicao ∃x : p(x) seja a proposicao ∀x : p(x).

Para resumir a forma de negar uma proposicao, nos devemos simplesmente:

mudar o quantificador para o outro tipo e negar proposicao

p = p(x).

Suponhamos que exista uma proposicao bem complicada. Vamos aplicar pontoa ponto a nossa simples regra. Por exemplo:

¬[∀x, ∃y, ∀z, ∀w : p(x, y, z, w)]

e equivalente a∃x : ¬[∃y, ∀z, ∀w : p(x, y, z, w)]

que e equivalente a

∃x, ∀y : ¬[∀z, ∀w : p(x, y, z, w)]

que equivale a∃x, ∀y, ∃z : ¬[∀w : p(x, y, z, w)]

que tambem e equivalente a

∃x, ∀y, ∃z, ∃w : ¬p(x, y, z, w)

A regra criada e a seguinte. Devemos:

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 22: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.7. EXERCıCIOS 20

1. Manter as variaveis em sua ordem original,

2. Trocar os quantificadores e

3. Negar a proposicao.

Exemplo: A negacao da conjectura de Goldbach pode ser escrita como

∃n ∈ N − {1},∀p, q numeros primos : 2n 6= p + q

significando que existe um numero natural par maior do que 2 que nao e asoma de dois numeros primos. Para mostrar que a conjectura de Goldbach naofunciona, basta apresentar um contraexemplo, isto e, os objetos satisfazendoaos conjuntos mas nao atendendo a conclusao.

2.7 Exercıcios

1. Usando Tabelas-Verdade ou outro tipo de demonstracao, verificar quecada uma das seguintes proposicoes e uma tautologia:

(a) p→ (p ∨ q)

(b) p→ (q → p)

(c) (p→ q)←→ (¬q → ¬p)

(d) ((p ∧ ¬q)→ q)→ (p→ q)

(e) (p ∨ (p ∧ q))←→ p

2. Decidir (e justificar) se cada afirmacao e uma tautologia:

(a) (p ∨ q)→ (q → (p ∧ q))

(b) ((p ∨ q) ∧ r)←→ (p ∨ (q ∧ r))

(c) (p ∧ q)→ (p→ q)

(d) (p→¬(q →r))↔(¬(p→q)∨(p→¬r))

(e) p→ (q ∧ (r ∨ s))

(f) ¬[(p ∧ q) ∨ r]←→ ((¬p ∨ ¬q) ∧ ¬r)

(g) (p ∧ (q ∨ (r ∧ s)))←→ ((p ∧ q) ∨ (p ∧ r ∧ s))

(h) ((p→(q →r))→ ((p→q)→ (p→r))

(i) (p ∧ q ∧ r)←→ (s ∨ t)

(j) (¬[p→ q])←→ (¬p→ ¬q)

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 23: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.7. EXERCıCIOS 21

(k) ((r ∨ s)→ (p ∧ q))→ (p→ (q → (r ∨ s)))

(l) (¬[p→ q] ∧ (r ←→ s))→ (t→ u)

(m) (p→ q)→ (q → p)

3. Para cada afirmacao, decidir se ela e verdadeira ou falsa, justificando asua assercao:

(a) Se p e verdadeira e q e falsa, entao p ∧ q e verdadeira.

(b) Se p e verdadeira, q e falsa e r e falsa, entao p∨ (q∧r) e verdadeira.

(c) A proposicao (p←→ q)←→ (q ←→ p) e uma tautologia.

(d) As proposicoes p ∧ (q ∨ r) e (p ∨ q) ∧ (p ∨ r) sao logicamente equi-valentes.

4. Listar os elementos de cada um dos conjuntos:

(a) {x ∈ N : x < 45}(b) {x ∈ Z : x < 45}(c) {x ∈ R : x2 + 2x = 0}

(d) {x ∈ Q : x2 + 4 = 6}(e) {x ∈ Z : x4 = 1}(f) {x ∈ N : x4 = 1}

5. Qual e o numero de elementos de cada conjunto abaixo? Tais conjuntossao diferentes?

(a) ∅ (b) {∅} (c) {{∅}} (d) {∅, {∅}} (e) {∅, ∅}

6. Sejam U = {a, b, c, d}, P = {a, b} e Q = {a, c, d}. Escrever os seguinteconjuntos:

(a) P ∪Q (b) P ∩Q (c) P c (d) Qc

7. Sejam U = R, A = {x ∈ R : x > 0}, B = {x ∈ R : x > 1} eC = {x ∈ R : x < 2}. Obter cada um dos seguintes conjuntos:

(a) A∪B (b) A∪C (c) B∪C (d) A∩B (e) A∩C (f) B∩C

(g) A−B (h) B−C (i) A−C (j) Ac (k) Bc (l) Cc

8. Listar todos os subconjuntos do conjunto {1, 2, 3}. Quantos subconjun-tos existem?

9. Sejam A, B, C e D conjuntos tal que A∪B = C ∪D tal que A∩B =∅ = C ∩D.

(a) Usando exemplos, mostrar que A ∩ C e B ∩D podem ser vazios.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 24: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.7. EXERCıCIOS 22

(b) Mostrar que se C ⊂ A, entao B ⊂ D.

10. Suponha que P , Q e R sao subconjuntos do conjunto N dos numerosnaturais. Para cada ıtem, analise se e verdadeira ou falsa a afirmacao,justificando a sua assercao pelo estudo de proposicoes similares que ex-istem em Logica:

(a) P ∪ (Q ∩R) = (P ∪Q) ∩ (P ∪R).

(b) P ⊂ Q se, e somente se, Q ⊂ P .

(c) Se P ⊂ Q e Q ⊂ R, entao P ⊂ R.

11. Para cada proposicao, crie uma proposicao com palavras, faca a negacaoda proposicao criada e escreva se a proposicao ou a negacao da proposicaoe verdadeira:

(a) ∀z ∈ N : z2 ∈ N .

(b) ∀x ∈ Z,∀y ∈ Z,∃z ∈ z : z2 = x2 + y2.

(c) ∀x ∈ Z : (x > y)→ (x 6= y).

(d) ∀x, y, z ∈ R,∃w ∈ R : x2 + y2 + z2 = 8w.

12. Para cada proposicao abaixo, escrever uma proposicao logica correspon-dente e a negacao desta proposicao. Analisar se a proposicao que vocecriou ou a negacao desta proposicao e verdadeira.

(a) Dados quaisquer inteiros, existe uma maior inteiro.

(b) Existe um inteiro maior do que todos os outros inteiros.

(c) Todo numero par e a soma de dois numeros ımpares.

(d) Todo numero ımpar e a soma de dois numeros pares.

(e) A distancia entre quaisquer dois numeros complexos e positiva.

(f) Todo numero natural que e divisıvel por 2 e tambem por 3 e divisıvelpor 6. (Notacao: Escrever x|y se x divide y.)

(g) Todo numero inteiro e a soma dos quadrados e dois numeros inteiros.

(h) Nao existe um maior numero natural.

13. Seja p = p(x, y) uma funcao proposicional com as variaveis x e y. Dis-cutir se cada afirmacao e verdadeira do ponto de vista da Logica.

(a) (∃x, ∀y : p(x, y))→ (∀y, ∃x : p(x, y))

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 25: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.8. MAIOR QUANTIDADE DE CONJUNTOS 23

(b) (∀y, ∃x : p(x, y))→ (∃x, ∀y : p(x, y))

Observacao 17. Boa parte deste material recebeu a insercao de modulos denossas notas de aulas e foi adaptado de DISCRETE MATHEMATICS, WWLCHEN, 1982, 2003, onde se le: This chapter originates from material used bythe author at Imperial College, University of London, between 1981 and 1990.It is available free to all individuals, on the understanding that it is not to beused for financial gains, and may be downloaded and/or photocopied, withor without permission from the author. However, this document may not bekept on any information storage and retrieval system without permission fromthe author, unless such system is not accessible to any individuals other thanits owners.

2.8 Maior quantidade de conjuntos

Observacao 18 (Numero finito ou infinito de conjuntos). As propriedadesapresentadas para dois conjuntos tambem sao validas para um numero finitode conjuntos, mas nem sempre sao verdadeiras para um numero infinito deconjuntos.Seja a colecao de conjuntos {Ai}i∈M , onde M = {1, 2, 3, ...,m}. A reuniaodos conjuntos Ai e o conjunto dos elementos que pertencem a pelo menosum dos Ai:

m⋃i=1

Ai = {x : x ∈ Ai para algum i ∈M}

A intersecao dos conjuntos Ai e o conjunto dos elementos que pertencem atodos os Ai:

m⋂i=1

Ai = {x : x ∈ Ai para todo i ∈M}

Nas definicoes acima, se o conjunto M for substituıdo pelo conjunto N ={1, 2, 3, 4, ...} e a letra m for substituıda pelo sımbolo ∞, a reuniao e aintersecao serao indicadas por:

∞⋃i=1

Ai = {x : x ∈ Ai para algum i ∈ N}

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 26: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.9. PROPOSICOES COM VALORES LOGICOS NUMERICOS 24

∞⋂i=1

Ai = {x : x ∈ Ai para todo i ∈ N}

Exercıcio: Qual e a diferenca entre: identidade e igualdade?

2.9 Proposicoes com valores logicos numericos

Na sequencia, substituiremos os valores logicos F e V das proposicoes p e q

pelos valores numericos 0 e 1, para gerar novas proposicoes com o uso decomputadores.

Definicao 18 (Mınimo e Maximo entre dois numeros inteiros). Se p e q saonumeros inteiros, definimos o mınimo (respectivamente, maximo) entre p e q,denotado por min(p, q) (respectivamente max(p, q)), atraves de

min(p, q) =

{p se p ≤ q

q se q < pmax(p, q) =

{q se p ≤ q

p se q < p

Definicao 19 (Tabelas-verdade com valores numericos). Sejam p e q duasproposicoes logicas, que assumem o valor logico 0 se a proposicao e falsa eo valor logico 1 se a proposicao e verdadeira. A partir de tais valores logicosnumericos de p e q, podemos definir as proposicoes:

Nome da proposicao Notacao Definicao com valores numericos

Conjuncao de p e q p ∧ q min(p, q)

Disjuncao de p e q p ∨ q max(p, q)

Negacao de p ¬p 1− p

Condicional entre p e q p→ q max(1− p, q)

Bicondicional entre p e q p←→ q max(min(p, q), min(1− p, 1− q))

Exemplo 15 (Tabelas-verdade com valores numericos). Sejam as proposicoesp e q, que assumem valores logicos verdadeiros (1) ou falsos (0).

P1 P2 Conjuncao Disjuncao Negacao Implicacao Equivalencia

p q min(p,q) max(p,q) 1-p max(1-p,q) max(min(p,q),min(1-p,1-q))

1 1 1 1 0 1 1

1 0 0 1 0 0 0

0 1 0 1 1 1 0

0 0 0 0 1 1 1

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 27: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

2.10. TRABALHOS QUE SERAO CONSTRUıDOS PELOS ALUNOS 25

2.10 Trabalhos que serao construıdos pelos alunos

1. Exemplos praticos de proposicoes compostas.Apresentar situacoes com frases da vida e tambem da Matematica ondeaparecem tais proposicoes.

2. Uso da Logica para desenvolver o raciocınio logico.Identificar situacoes como as dos livros: “Alice no Paıs das Maravilhas”de Lewis Carrol ou “A Dama ou o Tigre?”, “Alice no Paıs dos Enigmas”,“O Enigma de Sherezade” de Raymond Smullyan, editadas no Brasilpor Jorge Zahar, para resolver problemas de raciocınio usando LogicaMatematica.

3. Tecnicas Dedutivas em geral.Estudar e apresentar situacoes em que sao necessarias as tecnicas dedu-tivas para demonstrar proposicoes logicas. Exibir aplicacoes das tecnicasdedutivas, em resultados simples da aritmetica dos numeros inteiros,racionais e irracionais e tambem em conteudos contidos neste programa.Estudar a equivalencia das tecnicas de demonstracoes (direta, contrapos-itiva e por absurdo) usando a tabela verdade

4. Demonstracao direta.Dar exemplos de situacoes com demonstracoes logicas diretas.

5. Demonstracao pela contrapositiva.Dar exemplos de situacoes que necessitam ser demonstradas pela contra-positiva.

6. Demonstracao por absurdo.Dar exemplos de situacoes que necessitam que as demonstracoes sejamrealizadas “por absurdo”.

7. Demonstracao por inducao matematica.Apresentar situacoes em que a inducao matematica nao e valida. Apre-sentar situacoes onde a inducao matematica e necessaria.

8. Para entender como a Logica e usada em jogos, estude quebra-cabecascomo: quadrado magico, Sudoku e Kakuro, jogos de tabuleiro como:Jogo de damas e Xadrez, e, jogos de computador como o Freecell.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007

Page 28: Elementos de Matem´atica - UEL Portal · Elementos de Matem´atica ... Elementos de Logica e Conjuntos ‘Tu, por´em, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste ... Jan Lukasiewicz

Bibliografia

[1] E. Alencar Filho. Iniciacao a Logica Matematica. Nobel. S.Paulo. 1969.

[2] M. Amoroso Costa. As ideias Fundamentais da Matematica e outrosensaios. Editora Convıvio e EDUSP. S.Paulo. 1981.

[3] G. Avila. Analise Matematica para Licenciatura. Edgard Blucher. SaoPaulo. 2001.

[4] F. Ayres Jr. Algebra Moderna. McGraw-Hill do Brasil. S. Paulo. 1971.

[5] R. M. Barbosa. Elementos de Logica aplicada ao ensino secundario.Livraria Nobel. S.Paulo. 1970.

[6] C. B. Boyer. Historia da Matematica. Edgard Blucher. S.Paulo. 1974.

[7] B. Castrucci. Introducao a Logica Matematica. Nobel. Sao Paulo. 1973.

[8] A. G. Kurosh. Curso de Algebra Superior. Editorial Mir. Moscu. 1968.

[9] L. H. Jacy Monteiro. Iniciacao as Estruturas Algebricas. Nobel. S.Paulo,1968.

[10] S. Lipschutz. Teoria dos Conjuntos. Ao Livro Tecnico. Rio. 1967.

[11] U. Sodre. Analise na reta (Notas de aulas), Dep. de Matematica, Univ.Estadual de Londrina, 1982, 1999, 2001, 2005, 2006.

[12] U. Sodre. LATEX Basico com o TeXnicCenter, Tutorial para construirtrabalhos de Matematica. Dep. de Matematica. UEL. Londrina-PR. 2005.

[13] P. Suppes e S. Hill. Introduccion a la logica matematica Editorial Reverte.Barcelona. 1963.

[14] Universidade Federal do Rio de Janeiro. Um Guia em Matematica.Rio. 1969.

Elementos de Matematica - No. 1 - Ulysses Sodre - Matematica - UEL - 2007