Efeitos da rega e do regime hídrico em olival super ... et al... · Analisa-se o regime hídrico...
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206 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
R E S U M O
O presente estudo caracteriza os efeitos de uma conduccedilatildeo tiacutepica de rega em olival superintensivo (135 x 375 m) na
regiatildeo de Eacutevora (Alentejo) e em solo Cambissolo Ecircutrico Analisa-se o regime hiacutedrico praticado em dois tratamentos
ȱǰȱȱǻǼȱȱęcurrenȱǻǼǰȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱȱȱȱsup3umlǰȱȱȱȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱbrvbarȱęagraveȱȱȱȱhiacutedrico da cultura Analisam-se os resultados de transpiraccedilatildeo potencial do olival obtidos com o modelo de condutacircncia
estomaacutetica global da copa de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱȱȱȱǻǰȱŗşşŘǼǯȱȬse tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo do olival com os valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI estimados
de assinaturas espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota atraveacutes dos sensores instalados nos sateacutelites Landsat
Thematic Mapper e Terra
ȱsup3umlȱȱ ȱCcedilȱȱ ȱȱ ǻǼǰȱ ȱ ȱCcedilȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ ȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱǯȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱȱȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ȱȱmodelos de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȃȱȄȱȱȬȱȱȱȱpoundȱȱumlȱȱȱȱprever a transpiraccedilatildeo potencial do olival super-intensivo no Alentejo A baixa correlaccedilatildeo entre a transpiraccedilatildeo e os valores
do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI durante o periacuteodo de rega inviabiliza a possibilidade de se prever a transpiraccedilatildeo do olival
middotȱȱsup3umlȱȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱǯȱ
Palavras-chaveDZȱǰȱOlea europaea Rega Regime hiacutedrico relaccedilotildees hiacutedricas
Efeitos da rega e do regime hiacutedrico em olival super intensivo no AlentejoEffects of irrigation and water regime in super-intensive olive orchard in Alentejo
Francisco Luacutecio Santos1 Maria Manuela Correia1 Renato Ruas Coelho1 Adeacutelia Sousa1 Teresa Afonso do Paccedilo2 e Luiacutes Santos Pereira2
1 Instituto de Ciecircncias Agraacuterias e Ambientais Mediterracircnicas [ICAAM] Universidade de Eacutevora Portugal E-mail icircVXHYRUDSWDXWKRUIRUcorrespondence
2 ampHQWURGH(QJHQKDULDGRVLRVVLVWHPDVLRVVWHPV(QJLQHHULQJgtamp((58QLYHUVLGDGH7laquoFQLFDGHLVERDQVWLWXWR6XSHULRUGH$JURQRPLDLisboa Portugal
RecebidoReceived 20110908AceitaccedilatildeoAccepted 20130201
A B S T R A C T
ȱcentȱpoundȱȱěȱȱȱcentȱȱȱȱȱȱȱęȱȱȱȱȱhedgerow olive orchard (1 35 x 375 m) in the region of Eacutevora Southern Portugal on a Eutric Cambisol soil (FAO 1998)
ȱ ȱȱȱȱȱěȱȱȱǰȱȱ ȱȱȱȱȱȱ ȱǰȱa physiological parameter indicator of plant water stress are analysed
ȱęȱȱȱȱȱȱȱǰȱȱ ȱȱȱȱȱȱȱȱȱtree transpiration stem and leaf water potential and soil water content predominantly towards the end August and
September For the normal irrigation treatment (FI) transpiration values slightly declined for the months of July and
ǰȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱ ȱȱȃȱȄȱȱȱȬȱ(Jones 1992) and bulk canopy conductance model of Orgaz et al (2007) indicate that once validated they can be used to
predict the transpiration of non-stressed hedgerow olive orchards in Alentejo Predicting transpiration with the remotely
ȱȱiexclȱȱȱĜȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱ ȱǯȱ
KeywordsDZȱǰȱǰȱOlea europaea Water Regime Water Relations
207Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
Introduccedilatildeo
A importacircncia e modernizaccedilatildeo da olivicultura no ȱCcedilȱsup1ȱȱȱȱȱȱlongo dos uacuteltimos anos sendo cada vez maiores as
aacutereas de olival intensivo e super-intensivo plantadas
sobretudo no Alentejo A modernizaccedilatildeo tem-se prin-
cipalmente traduzido na plantaccedilatildeo de novos olivais em sebe regime super-intensivo com espaccedilamentos
muito apertados e na introduccedilatildeo da rega localizada e
mecanizaccedilatildeo das diferentes operaccedilotildees culturais so-
bretudo na poda e na apanha Devido a economias
de escala os custos por unidade de produccedilatildeo satildeo ȱ iexclȱ ȱ ȱ Ȭǰȱ ȱ ȱ iexcl-ȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3ȱȱem regime intensivo e com rega em detrimento do
modo de conduccedilatildeo tradicional com compassos mais
ȱ ȱ ȱ currenȱ ȱ ȱ ȱ ǻȱet al 2007) A oliveira eacute uma cultura estrateacutegica da bacia do mediterracircneo bem adaptada agrave seca e com
sup3aumlȱcurrenȱȱȱumlȱǯȱȱentanto a rega tem provado ser um importante fa-
ȱȱsup3umlǰȱȱȱȱȱȱȱdos frutos (Fernaacutendez 2006 Ramos e Santos 2010) Daiacute ser necessaacuterio mais conhecimento e melhorias na
gestatildeo da rega do olival principalmente no Alentejo regiatildeo de Portugal com escassos recursos hiacutedricos e
com clima acentuadamente mediterracircnico onde os
aumlȱȱȱǰȱȱȱsup3umlȱ Ccedilȱȱmiddotęȱȱumlȱȱȱȱǰȱaumlȱȱ-sidade da rega Face aos aumentos consideraacuteveis de aacuterea regada essencialmente de olival e vinha (INE
2009) uma gestatildeo cuidada das dotaccedilotildees aplicadas
e dos tempos de rega eacute tambeacutem importante para a maximizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis Essa
gestatildeo cautelosa eacute tambeacutem necessaacuteria para (Lavee et al 2007) garantir a sustentabilidade do regadio na re-
umlǰȱȱȱęsup1ȱȱȱȱȱaacutegua (Santos et alǰȱŘŖŖŝǼǯȱcurrenȱȱȱęcurrenȱe a sua otimizaccedilatildeo podem ajudar a maximizar essa ęsup1ȱȱȱȱȱȱȱ-
tos e benefiacutecios econoacutemicos das exploraccedilotildees agriacutecolas
(Goldhamer et al 1994 Fereres e Soriano 2007) Sabe-ȱǻȱȱĴǰȱŗşŝŝDzȱȱet alǯǰȱŗşşŞǼȱȱȱsup3umlȱȱȱȱumlȱȱǰȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱconhecimento das necessidades hiacutedricas da cultura
traduzindo-se no conhecimento da evapotranspira-sup3umlȱȱǻǼȱȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱ ęagraveȱ ǯȱ ȱ ȱȱ ȱ iexclȱ brvbarȱ ȱ ȱ ȱȱ ǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ yenȱmodelaccedilatildeo com modelos fiacutesicos ou empiacutericos para calcular a evapotranspiraccedilatildeo (ou transpiraccedilatildeo T) das
plantas (Jones 1992 Testi et al 2006 Allen et al 1998 Hamdy 2007) ou para a prever a partir de detecccedilatildeo
remota de assinaturas espectrais das culturas ava-liadas ao longo do ciclo produtivo e convertidas em
iacutendices de vegetaccedilatildeo (Glenn et al 2008 Huete 2004)
ȱȱȬȱȱȱȃȱȄȱȱȬMonteith (Jones 1992) para caracterizar a transpi-
raccedilatildeo potencial do olival em situaccedilatildeo de conforto CcedilǯȱȱȱȱȱȱĚiexclȱȱȱlatente relacionado com a transpiraccedilatildeo e incorpora
currenȱȬagraveȱȱęagraveȱǻǰȱ1992) O coberto vegetal eacute representado por uma ęȱȱȱǻȱȱȱȱȱȃȱȄǼǰȱ poundȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenȱ ȱ yenȱ sup3umlǯȱ Ȭȱ ȱo conjunto das condutacircncias estomaacuteticas e aerodi-
brvbarȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ȱuacutenica condutacircncia do coberto g
c determinada neste
estudo com o modelo de Orgaz et al (2007) em vez
da tradicional praacutetica de considerar uma condutacircn-
cia meacutedia das folhas e o iacutendice de aacuterea foliar (Jones 1992 Anderson et al 2000) O modelo proposto por
Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼǰȱęȱȱȱ-lidado para o olival regado (Testi et al 2006) ba-
Ȭȱȱsup3umlȱȱȱȱȱęsup1ȱȱuso da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa incidente ȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱ-de de plantaccedilatildeo do olival sugerindo o seu uso para o olival super-intensivo Caracterizam-se tambeacutem
os efeitos de uma conduccedilatildeo tiacutepica de rega pratica-
da pelo agricultor em olival super-intensivo (135 x 375 m) na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo) e em solo
Cambissolo Ecircutrico (FAO 1998) referida como rega normal (FI) e compara-se com uma conduccedilatildeo de
ȱęcurrenȱǻǼȱǰȱȱȱȱdo caroccedilo das azeitonas apenas se reduz o caudal dos gotejadores de 23 lh para 16 lh mantendo-se
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱcom a rega normal FI Analisam-se os efeitos destes
dois tratamentos de rega sobre a transpiraccedilatildeo a hu-
midade do solo e o potencial hiacutedrico um paracircmetro ęagraveȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱcultura Avaliam-se tambeacutem os resultados poten-ciais de transpiraccedilatildeo a obter com regas em regime
de conforto hiacutedrico valores esses resultantes do mo-
delo de condutacircncia estomaacutetica global da copa de Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼȱ ȱ ȱȱ ȃȱ Ȅȱde Penman Monteith (Monteith 1973 Jones 1992)
O mais usado iacutendice de vegetaccedilatildeo (VI) baseado na
detecccedilatildeo remota das assinaturas espectrais de cul-
turas herbaacuteceas e lenhosas tem sido o Normalized
ěȱ ȱ iexclȱ ǻǼǰȱ ȱ ȱ ȱvez eacute largamente usado na previsatildeo da transpira-
208 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ccedilatildeo das culturas herbaacuteceas e lenhosas (Nagler et al 2005a) Os meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo
ȱȱCcedilȱȱsup3umlȱǻǼȱumlȱęsup3aumlȱȱmiddotȱȱęȱȱǻȱȱĴǰȱ ŗşŝŝDzȱȱ et al 1998) para estimar as ne-
cessidades hiacutedricas e o uso da aacutegua pelas culturas regadas Baseiam-se na correlaccedilatildeo de seacuteries tempo-
rais de mediccedilotildees de VI com seacuteries de mediccedilotildees in loco de ETc ou T para desenvolver uma curva VI-
ETc (VI-Kc) Uma vez calibradas e validadas para
o local essas curvas podem produzir estimativas ȱęȱȱsup3umlȱǻȱ-raccedilatildeo) das culturas (Nagler et al 2005a b Huete 2004 Glenn et al 2008) Neste estudo analisa-se
tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo
do olival super-intensivo com valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI estimados atraveacutes de assinaturas
espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota a partir dos sensores Landsat e MODIS instalados nos sateacutelites Landsat Thematic Mapper e EOS-1 Terra
Finalmente avalia-se o efeito dos dois tratamentos
de rega na produccedilatildeo de azeitonas
Material e Meacutetodos
Local do ensaio
O presente estudo foi realizado na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo Portugal) e na Herdade da Zambujeira
num olival super-intensivo de 1976 aacutervores (Olea eu-ropaeaȱǯȱǯȱȁȂǼȱȱȱŘŖŖŜȱȱȱȱaacutervores dispostas no sentido Norte-Sul e num com-
passo de 135 m na linha por 375 m na entrelinha Pertencente agrave empresa Olivais do Sul (38ordm24rsquo4703rsquorsquo
N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) o olival foi submetido de 1 de
maio a 14 de outubro de 2011 a dois regimes de rega ȱȱǻǼǰȱȱȱȱȱcurrenȱȱȱao olival atraveacutes de gotejadores de 23 l h-1 e espaccedila-dos de 075 metros com dotaccedilotildees (calendarizaccedilatildeo e
tempos de rega) sob a responsabilidade da empresa
ǻǼȱȱȱǰȱęcurrenȱǻǼǰȱȱǰȱa partir do endurecimento do caroccedilo dos frutos a
ŗŚȱȱȱȱȱřȱęȱȱcurrenǰȱȱCcedilȱas rampas de rega com gotejadores de 23 l h-1 por
rampas debitando 16 l h-1 mantendo-se os tempos
ȱsup1ȱȱȱȱȱȱȱȱregando-se deste modo ateacute agrave colheita em outubro
Transpiraccedilatildeo e variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas
Para avaliar a transpiraccedilatildeo do olival em cada trata-
mento de rega selecionaram-se 4 aacutervores representa-tivas do olival em cujos troncos foi instalado um sen-
ȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenǯȱȱȱȱĚiexclȱde seiva foram obtidos em intervalos consecutivos de
30 min durante todo o periacuteodo das regas Para o caacutel-culo da transpiraccedilatildeo diaacuteria T do olival em l d-1 usou-
-se o meacutetodo de impulso de calor (CHP) descrito em
Fernaacutendez et al (1996) e Green et alǯȱǻŘŖŖřǼǰȱȱȱȱȱmiddotȱȱĚiexclȱȱȱumlȱȱȱtempo num total de 48 mediccedilotildees por dia A evapo-sup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱcalculada com o meacutetodo da FAO-Penman-Monteith
com os procedimentos descritos em Allen et al (1998) Os dados micro-meteoroloacutegicos bem como a preci-pitaccedilatildeo foram obtidos por uma estaccedilatildeo meteoroloacute-gica automaacutetica situada nas proximidades do local
do ensaio Valores meacutedios horaacuterios dos paracircmetros
meteoroloacutegicos velocidade do vento temperatura
do ar radiaccedilatildeo solar precipitaccedilatildeo e humidade rela-
tiva foram medidos e avaliados Valores meacutedios de sup3umlȱCcedilȱȱȱȱřŖȱȱȱum sensor colocado no topo das aacutervores (NrLite net
radiometer Kipp amp Konen Holland) e ligado a um
ȱȱsup3umlȱȱȱǻȱȱȱŗŖǰȱȱęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱ
Humidade e caracteriacutesticas do solo
Para avaliar a humidade do solo na zona molhada dos gotejadores e ao longo da linha e na entrelinha das
aacutervores nos dois tratamentos instalou-se perpendi-cularmente agrave linha das aacutervores dois conjuntos de 4 tu-
bos de acesso agrave sonda TDR (TDR-Trime Imko GmbH
Germany) ateacute 07 m de profundidade e espaccedilados de 020 m 050 m 10 m e 19 m da linha dos gotejadores
O Quadro 1 apresenta as principais caracteriacutesticas fiacute-ǰȱCcedilȱȱbrvbarȱȱȱǰȱagraveȱumlȱoslashǰȱȱǰȱȱĵȱȱȱęȱǻǰȱŗşŝŚǼȱȱǰȱȱsup1-trico (FAO 1998) do local do ensaio obtidas de amos-
ȱȱȱȱȱȱŘȱęȱȱȱlocal (P186 e P187 respectivamente) Mediccedilotildees labora-
ȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotȱȱcurrenȱȱȱǻΌǼǰȱȱȱȱȱȱǰȱ
m de 001 MPa (capacidade de campo) era de
0390 m3 m-3 entre 0 e 1820 cm de profundidade e de 0332 m3 m-3 entre 1820 e 3035 cm de profundidade
ȱȱȱȱΌȱȱm
igual a -15 MPa (ponto
de emurchecimento permanente) de 0122 e 0114 m3 m-3 respectivamente
Radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa (PAR) e potencial hiacutedrico da folha e ramo
Para avaliar a intercepccedilatildeo da luz fotossinteticamen-te ativa (PAR) paracircmetro indispensaacutevel para a mo-
209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-
ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e
assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores
respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-
co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell
ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por
saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas
mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-
mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)
Assinaturas espectrais
Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -
reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS
MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-
pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4
do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ
(1)
ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho
proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho
ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)
sup3umlȱęȱȱ
Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a
25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores
em cada um dos tratamentos incluindo as providas
Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D
210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de
varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ
Modelo de Orgaz et al (2007)
O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g
c com base na assimilaccedilatildeo de car-
ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-
mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo
da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-
sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa
gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a
seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g
s a representar a condutivida-
de estomaacutetica das folhas
(2)
ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-
ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g
c sem
contudo o modelar para o olival
(3)
ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC
p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ
ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a
pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-
middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ
a
(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a
condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-
dutacircncia global da copa
Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo
usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-
maacutetica global da copa proposto para o olival inten-
sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo
ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica
das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado
ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade
de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g
cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ
(4)
ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T
d (ordmC)
a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp
(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte
ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-
ǰȱȱȱȱsup3umlǯ
(5)
Resultados
brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar
ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro
ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total
ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura
curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com
as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em
maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1
nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-
ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio
ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-
res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o
T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s
)
T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c
)
g c = C p
QR s p D
f (T d )
211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro
Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute
ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A
combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-
ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores
ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-
currenȱȱȱȱȱȱǯ
Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico
A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do
solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da
aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo
ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-
lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais
elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os
tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores
ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo
disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo
ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o
enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-
ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-
drico do ramo e folha com os valores do potencial a
acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-
res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-
ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com
os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de
stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel
e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o
stress hiacutedrico das plantas
Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada
ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de
ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega
ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de
362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm
ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em
relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente
a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo
e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440
mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo
das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior
capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o
Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo
212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no
regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de
aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua
aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das
currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta
a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de
22 de julho a 15 de Setembro
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -
Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores
horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa
gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ
os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o
olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como
maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-
ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada
na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm
de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega
normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no
ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-
Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega
Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=
213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T
ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-
ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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219Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
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ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of
unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898
207Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
Introduccedilatildeo
A importacircncia e modernizaccedilatildeo da olivicultura no ȱCcedilȱsup1ȱȱȱȱȱȱlongo dos uacuteltimos anos sendo cada vez maiores as
aacutereas de olival intensivo e super-intensivo plantadas
sobretudo no Alentejo A modernizaccedilatildeo tem-se prin-
cipalmente traduzido na plantaccedilatildeo de novos olivais em sebe regime super-intensivo com espaccedilamentos
muito apertados e na introduccedilatildeo da rega localizada e
mecanizaccedilatildeo das diferentes operaccedilotildees culturais so-
bretudo na poda e na apanha Devido a economias
de escala os custos por unidade de produccedilatildeo satildeo ȱ iexclȱ ȱ ȱ Ȭǰȱ ȱ ȱ iexcl-ȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3ȱȱem regime intensivo e com rega em detrimento do
modo de conduccedilatildeo tradicional com compassos mais
ȱ ȱ ȱ currenȱ ȱ ȱ ȱ ǻȱet al 2007) A oliveira eacute uma cultura estrateacutegica da bacia do mediterracircneo bem adaptada agrave seca e com
sup3aumlȱcurrenȱȱȱumlȱǯȱȱentanto a rega tem provado ser um importante fa-
ȱȱsup3umlǰȱȱȱȱȱȱȱdos frutos (Fernaacutendez 2006 Ramos e Santos 2010) Daiacute ser necessaacuterio mais conhecimento e melhorias na
gestatildeo da rega do olival principalmente no Alentejo regiatildeo de Portugal com escassos recursos hiacutedricos e
com clima acentuadamente mediterracircnico onde os
aumlȱȱȱǰȱȱȱsup3umlȱ Ccedilȱȱmiddotęȱȱumlȱȱȱȱǰȱaumlȱȱ-sidade da rega Face aos aumentos consideraacuteveis de aacuterea regada essencialmente de olival e vinha (INE
2009) uma gestatildeo cuidada das dotaccedilotildees aplicadas
e dos tempos de rega eacute tambeacutem importante para a maximizaccedilatildeo dos recursos hiacutedricos disponiacuteveis Essa
gestatildeo cautelosa eacute tambeacutem necessaacuteria para (Lavee et al 2007) garantir a sustentabilidade do regadio na re-
umlǰȱȱȱęsup1ȱȱȱȱȱaacutegua (Santos et alǰȱŘŖŖŝǼǯȱcurrenȱȱȱęcurrenȱe a sua otimizaccedilatildeo podem ajudar a maximizar essa ęsup1ȱȱȱȱȱȱȱ-
tos e benefiacutecios econoacutemicos das exploraccedilotildees agriacutecolas
(Goldhamer et al 1994 Fereres e Soriano 2007) Sabe-ȱǻȱȱĴǰȱŗşŝŝDzȱȱet alǯǰȱŗşşŞǼȱȱȱsup3umlȱȱȱȱumlȱȱǰȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱconhecimento das necessidades hiacutedricas da cultura
traduzindo-se no conhecimento da evapotranspira-sup3umlȱȱǻǼȱȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱ ęagraveȱ ǯȱ ȱ ȱȱ ȱ iexclȱ brvbarȱ ȱ ȱ ȱȱ ǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ yenȱmodelaccedilatildeo com modelos fiacutesicos ou empiacutericos para calcular a evapotranspiraccedilatildeo (ou transpiraccedilatildeo T) das
plantas (Jones 1992 Testi et al 2006 Allen et al 1998 Hamdy 2007) ou para a prever a partir de detecccedilatildeo
remota de assinaturas espectrais das culturas ava-liadas ao longo do ciclo produtivo e convertidas em
iacutendices de vegetaccedilatildeo (Glenn et al 2008 Huete 2004)
ȱȱȬȱȱȱȃȱȄȱȱȬMonteith (Jones 1992) para caracterizar a transpi-
raccedilatildeo potencial do olival em situaccedilatildeo de conforto CcedilǯȱȱȱȱȱȱĚiexclȱȱȱlatente relacionado com a transpiraccedilatildeo e incorpora
currenȱȬagraveȱȱęagraveȱǻǰȱ1992) O coberto vegetal eacute representado por uma ęȱȱȱǻȱȱȱȱȱȃȱȄǼǰȱ poundȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱȱȱȱ ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenȱ ȱ yenȱ sup3umlǯȱ Ȭȱ ȱo conjunto das condutacircncias estomaacuteticas e aerodi-
brvbarȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ȱuacutenica condutacircncia do coberto g
c determinada neste
estudo com o modelo de Orgaz et al (2007) em vez
da tradicional praacutetica de considerar uma condutacircn-
cia meacutedia das folhas e o iacutendice de aacuterea foliar (Jones 1992 Anderson et al 2000) O modelo proposto por
Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼǰȱęȱȱȱ-lidado para o olival regado (Testi et al 2006) ba-
Ȭȱȱsup3umlȱȱȱȱȱęsup1ȱȱuso da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa incidente ȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱ-de de plantaccedilatildeo do olival sugerindo o seu uso para o olival super-intensivo Caracterizam-se tambeacutem
os efeitos de uma conduccedilatildeo tiacutepica de rega pratica-
da pelo agricultor em olival super-intensivo (135 x 375 m) na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo) e em solo
Cambissolo Ecircutrico (FAO 1998) referida como rega normal (FI) e compara-se com uma conduccedilatildeo de
ȱęcurrenȱǻǼȱǰȱȱȱȱdo caroccedilo das azeitonas apenas se reduz o caudal dos gotejadores de 23 lh para 16 lh mantendo-se
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱcom a rega normal FI Analisam-se os efeitos destes
dois tratamentos de rega sobre a transpiraccedilatildeo a hu-
midade do solo e o potencial hiacutedrico um paracircmetro ęagraveȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱcultura Avaliam-se tambeacutem os resultados poten-ciais de transpiraccedilatildeo a obter com regas em regime
de conforto hiacutedrico valores esses resultantes do mo-
delo de condutacircncia estomaacutetica global da copa de Orgaz et alǯȱ ǻŘŖŖŝǼȱ ȱ ȱȱ ȃȱ Ȅȱde Penman Monteith (Monteith 1973 Jones 1992)
O mais usado iacutendice de vegetaccedilatildeo (VI) baseado na
detecccedilatildeo remota das assinaturas espectrais de cul-
turas herbaacuteceas e lenhosas tem sido o Normalized
ěȱ ȱ iexclȱ ǻǼǰȱ ȱ ȱ ȱvez eacute largamente usado na previsatildeo da transpira-
208 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ccedilatildeo das culturas herbaacuteceas e lenhosas (Nagler et al 2005a) Os meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo
ȱȱCcedilȱȱsup3umlȱǻǼȱumlȱęsup3aumlȱȱmiddotȱȱęȱȱǻȱȱĴǰȱ ŗşŝŝDzȱȱ et al 1998) para estimar as ne-
cessidades hiacutedricas e o uso da aacutegua pelas culturas regadas Baseiam-se na correlaccedilatildeo de seacuteries tempo-
rais de mediccedilotildees de VI com seacuteries de mediccedilotildees in loco de ETc ou T para desenvolver uma curva VI-
ETc (VI-Kc) Uma vez calibradas e validadas para
o local essas curvas podem produzir estimativas ȱęȱȱsup3umlȱǻȱ-raccedilatildeo) das culturas (Nagler et al 2005a b Huete 2004 Glenn et al 2008) Neste estudo analisa-se
tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo
do olival super-intensivo com valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI estimados atraveacutes de assinaturas
espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota a partir dos sensores Landsat e MODIS instalados nos sateacutelites Landsat Thematic Mapper e EOS-1 Terra
Finalmente avalia-se o efeito dos dois tratamentos
de rega na produccedilatildeo de azeitonas
Material e Meacutetodos
Local do ensaio
O presente estudo foi realizado na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo Portugal) e na Herdade da Zambujeira
num olival super-intensivo de 1976 aacutervores (Olea eu-ropaeaȱǯȱǯȱȁȂǼȱȱȱŘŖŖŜȱȱȱȱaacutervores dispostas no sentido Norte-Sul e num com-
passo de 135 m na linha por 375 m na entrelinha Pertencente agrave empresa Olivais do Sul (38ordm24rsquo4703rsquorsquo
N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) o olival foi submetido de 1 de
maio a 14 de outubro de 2011 a dois regimes de rega ȱȱǻǼǰȱȱȱȱȱcurrenȱȱȱao olival atraveacutes de gotejadores de 23 l h-1 e espaccedila-dos de 075 metros com dotaccedilotildees (calendarizaccedilatildeo e
tempos de rega) sob a responsabilidade da empresa
ǻǼȱȱȱǰȱęcurrenȱǻǼǰȱȱǰȱa partir do endurecimento do caroccedilo dos frutos a
ŗŚȱȱȱȱȱřȱęȱȱcurrenǰȱȱCcedilȱas rampas de rega com gotejadores de 23 l h-1 por
rampas debitando 16 l h-1 mantendo-se os tempos
ȱsup1ȱȱȱȱȱȱȱȱregando-se deste modo ateacute agrave colheita em outubro
Transpiraccedilatildeo e variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas
Para avaliar a transpiraccedilatildeo do olival em cada trata-
mento de rega selecionaram-se 4 aacutervores representa-tivas do olival em cujos troncos foi instalado um sen-
ȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenǯȱȱȱȱĚiexclȱde seiva foram obtidos em intervalos consecutivos de
30 min durante todo o periacuteodo das regas Para o caacutel-culo da transpiraccedilatildeo diaacuteria T do olival em l d-1 usou-
-se o meacutetodo de impulso de calor (CHP) descrito em
Fernaacutendez et al (1996) e Green et alǯȱǻŘŖŖřǼǰȱȱȱȱȱmiddotȱȱĚiexclȱȱȱumlȱȱȱtempo num total de 48 mediccedilotildees por dia A evapo-sup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱcalculada com o meacutetodo da FAO-Penman-Monteith
com os procedimentos descritos em Allen et al (1998) Os dados micro-meteoroloacutegicos bem como a preci-pitaccedilatildeo foram obtidos por uma estaccedilatildeo meteoroloacute-gica automaacutetica situada nas proximidades do local
do ensaio Valores meacutedios horaacuterios dos paracircmetros
meteoroloacutegicos velocidade do vento temperatura
do ar radiaccedilatildeo solar precipitaccedilatildeo e humidade rela-
tiva foram medidos e avaliados Valores meacutedios de sup3umlȱCcedilȱȱȱȱřŖȱȱȱum sensor colocado no topo das aacutervores (NrLite net
radiometer Kipp amp Konen Holland) e ligado a um
ȱȱsup3umlȱȱȱǻȱȱȱŗŖǰȱȱęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱ
Humidade e caracteriacutesticas do solo
Para avaliar a humidade do solo na zona molhada dos gotejadores e ao longo da linha e na entrelinha das
aacutervores nos dois tratamentos instalou-se perpendi-cularmente agrave linha das aacutervores dois conjuntos de 4 tu-
bos de acesso agrave sonda TDR (TDR-Trime Imko GmbH
Germany) ateacute 07 m de profundidade e espaccedilados de 020 m 050 m 10 m e 19 m da linha dos gotejadores
O Quadro 1 apresenta as principais caracteriacutesticas fiacute-ǰȱCcedilȱȱbrvbarȱȱȱǰȱagraveȱumlȱoslashǰȱȱǰȱȱĵȱȱȱęȱǻǰȱŗşŝŚǼȱȱǰȱȱsup1-trico (FAO 1998) do local do ensaio obtidas de amos-
ȱȱȱȱȱȱŘȱęȱȱȱlocal (P186 e P187 respectivamente) Mediccedilotildees labora-
ȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotȱȱcurrenȱȱȱǻΌǼǰȱȱȱȱȱȱǰȱ
m de 001 MPa (capacidade de campo) era de
0390 m3 m-3 entre 0 e 1820 cm de profundidade e de 0332 m3 m-3 entre 1820 e 3035 cm de profundidade
ȱȱȱȱΌȱȱm
igual a -15 MPa (ponto
de emurchecimento permanente) de 0122 e 0114 m3 m-3 respectivamente
Radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa (PAR) e potencial hiacutedrico da folha e ramo
Para avaliar a intercepccedilatildeo da luz fotossinteticamen-te ativa (PAR) paracircmetro indispensaacutevel para a mo-
209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-
ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e
assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores
respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-
co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell
ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por
saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas
mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-
mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)
Assinaturas espectrais
Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -
reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS
MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-
pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4
do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ
(1)
ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho
proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho
ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)
sup3umlȱęȱȱ
Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a
25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores
em cada um dos tratamentos incluindo as providas
Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D
210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de
varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ
Modelo de Orgaz et al (2007)
O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g
c com base na assimilaccedilatildeo de car-
ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-
mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo
da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-
sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa
gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a
seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g
s a representar a condutivida-
de estomaacutetica das folhas
(2)
ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-
ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g
c sem
contudo o modelar para o olival
(3)
ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC
p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ
ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a
pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-
middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ
a
(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a
condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-
dutacircncia global da copa
Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo
usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-
maacutetica global da copa proposto para o olival inten-
sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo
ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica
das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado
ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade
de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g
cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ
(4)
ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T
d (ordmC)
a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp
(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte
ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-
ǰȱȱȱȱsup3umlǯ
(5)
Resultados
brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar
ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro
ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total
ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura
curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com
as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em
maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1
nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-
ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio
ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-
res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o
T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s
)
T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c
)
g c = C p
QR s p D
f (T d )
211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro
Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute
ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A
combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-
ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores
ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-
currenȱȱȱȱȱȱǯ
Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico
A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do
solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da
aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo
ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-
lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais
elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os
tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores
ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo
disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo
ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o
enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-
ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-
drico do ramo e folha com os valores do potencial a
acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-
res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-
ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com
os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de
stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel
e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o
stress hiacutedrico das plantas
Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada
ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de
ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega
ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de
362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm
ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em
relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente
a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo
e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440
mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo
das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior
capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o
Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo
212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no
regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de
aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua
aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das
currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta
a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de
22 de julho a 15 de Setembro
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -
Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores
horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa
gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ
os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o
olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como
maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-
ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada
na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm
de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega
normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no
ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-
Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega
Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=
213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T
ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-
ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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ǰȱ ȱ ȱ Ĝȱ ȱ ȱ(cv Cordovil) grown in orchards in Southern
Portugal Biosystems Engineering 102 321-333Ramos AF e Santos FL (2010) - Yield and olive
oil characteristics of a low-density orchard (cv
Ǽȱ ȱ ȱ ěȱ ȱ -mes Agricultural Water Management 97 363-373
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219Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
Testi L Villalobos FJ Orgaz F e Fereres E (2006) ȬȱȱȱȱȱDZȱ ȱ-
lation of daily evapotranspiration for scenario analysis Irrigation Science 24 69-76
ĴǰȱǯǰȱȂǰȱǯǰȱǰȱǯȱ ȱȱǰȱǯȱǻŘŖŖśǼȱȬȱȱěȱȱęȱȱȱȱ
variations of plant water use in Olea europaea L Plant Soil 273 139ndash155
ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of
unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898
208 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ccedilatildeo das culturas herbaacuteceas e lenhosas (Nagler et al 2005a) Os meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo
ȱȱCcedilȱȱsup3umlȱǻǼȱumlȱęsup3aumlȱȱmiddotȱȱęȱȱǻȱȱĴǰȱ ŗşŝŝDzȱȱ et al 1998) para estimar as ne-
cessidades hiacutedricas e o uso da aacutegua pelas culturas regadas Baseiam-se na correlaccedilatildeo de seacuteries tempo-
rais de mediccedilotildees de VI com seacuteries de mediccedilotildees in loco de ETc ou T para desenvolver uma curva VI-
ETc (VI-Kc) Uma vez calibradas e validadas para
o local essas curvas podem produzir estimativas ȱęȱȱsup3umlȱǻȱ-raccedilatildeo) das culturas (Nagler et al 2005a b Huete 2004 Glenn et al 2008) Neste estudo analisa-se
tambeacutem a possibilidade de prever a transpiraccedilatildeo
do olival super-intensivo com valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI estimados atraveacutes de assinaturas
espectrais do olival obtidos por detecccedilatildeo remota a partir dos sensores Landsat e MODIS instalados nos sateacutelites Landsat Thematic Mapper e EOS-1 Terra
Finalmente avalia-se o efeito dos dois tratamentos
de rega na produccedilatildeo de azeitonas
Material e Meacutetodos
Local do ensaio
O presente estudo foi realizado na regiatildeo de Eacutevora (Alentejo Portugal) e na Herdade da Zambujeira
num olival super-intensivo de 1976 aacutervores (Olea eu-ropaeaȱǯȱǯȱȁȂǼȱȱȱŘŖŖŜȱȱȱȱaacutervores dispostas no sentido Norte-Sul e num com-
passo de 135 m na linha por 375 m na entrelinha Pertencente agrave empresa Olivais do Sul (38ordm24rsquo4703rsquorsquo
N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) o olival foi submetido de 1 de
maio a 14 de outubro de 2011 a dois regimes de rega ȱȱǻǼǰȱȱȱȱȱcurrenȱȱȱao olival atraveacutes de gotejadores de 23 l h-1 e espaccedila-dos de 075 metros com dotaccedilotildees (calendarizaccedilatildeo e
tempos de rega) sob a responsabilidade da empresa
ǻǼȱȱȱǰȱęcurrenȱǻǼǰȱȱǰȱa partir do endurecimento do caroccedilo dos frutos a
ŗŚȱȱȱȱȱřȱęȱȱcurrenǰȱȱCcedilȱas rampas de rega com gotejadores de 23 l h-1 por
rampas debitando 16 l h-1 mantendo-se os tempos
ȱsup1ȱȱȱȱȱȱȱȱregando-se deste modo ateacute agrave colheita em outubro
Transpiraccedilatildeo e variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas
Para avaliar a transpiraccedilatildeo do olival em cada trata-
mento de rega selecionaram-se 4 aacutervores representa-tivas do olival em cujos troncos foi instalado um sen-
ȱȱĚiexclȱȱȱȱcurrenǯȱȱȱȱĚiexclȱde seiva foram obtidos em intervalos consecutivos de
30 min durante todo o periacuteodo das regas Para o caacutel-culo da transpiraccedilatildeo diaacuteria T do olival em l d-1 usou-
-se o meacutetodo de impulso de calor (CHP) descrito em
Fernaacutendez et al (1996) e Green et alǯȱǻŘŖŖřǼǰȱȱȱȱȱmiddotȱȱĚiexclȱȱȱumlȱȱȱtempo num total de 48 mediccedilotildees por dia A evapo-sup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱȱȱȱȱcalculada com o meacutetodo da FAO-Penman-Monteith
com os procedimentos descritos em Allen et al (1998) Os dados micro-meteoroloacutegicos bem como a preci-pitaccedilatildeo foram obtidos por uma estaccedilatildeo meteoroloacute-gica automaacutetica situada nas proximidades do local
do ensaio Valores meacutedios horaacuterios dos paracircmetros
meteoroloacutegicos velocidade do vento temperatura
do ar radiaccedilatildeo solar precipitaccedilatildeo e humidade rela-
tiva foram medidos e avaliados Valores meacutedios de sup3umlȱCcedilȱȱȱȱřŖȱȱȱum sensor colocado no topo das aacutervores (NrLite net
radiometer Kipp amp Konen Holland) e ligado a um
ȱȱsup3umlȱȱȱǻȱȱȱŗŖǰȱȱęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱ
Humidade e caracteriacutesticas do solo
Para avaliar a humidade do solo na zona molhada dos gotejadores e ao longo da linha e na entrelinha das
aacutervores nos dois tratamentos instalou-se perpendi-cularmente agrave linha das aacutervores dois conjuntos de 4 tu-
bos de acesso agrave sonda TDR (TDR-Trime Imko GmbH
Germany) ateacute 07 m de profundidade e espaccedilados de 020 m 050 m 10 m e 19 m da linha dos gotejadores
O Quadro 1 apresenta as principais caracteriacutesticas fiacute-ǰȱCcedilȱȱbrvbarȱȱȱǰȱagraveȱumlȱoslashǰȱȱǰȱȱĵȱȱȱęȱǻǰȱŗşŝŚǼȱȱǰȱȱsup1-trico (FAO 1998) do local do ensaio obtidas de amos-
ȱȱȱȱȱȱŘȱęȱȱȱlocal (P186 e P187 respectivamente) Mediccedilotildees labora-
ȱȱȱȱȱmiddotȱmiddotȱȱcurrenȱȱȱǻΌǼǰȱȱȱȱȱȱǰȱ
m de 001 MPa (capacidade de campo) era de
0390 m3 m-3 entre 0 e 1820 cm de profundidade e de 0332 m3 m-3 entre 1820 e 3035 cm de profundidade
ȱȱȱȱΌȱȱm
igual a -15 MPa (ponto
de emurchecimento permanente) de 0122 e 0114 m3 m-3 respectivamente
Radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa (PAR) e potencial hiacutedrico da folha e ramo
Para avaliar a intercepccedilatildeo da luz fotossinteticamen-te ativa (PAR) paracircmetro indispensaacutevel para a mo-
209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-
ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e
assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores
respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-
co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell
ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por
saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas
mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-
mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)
Assinaturas espectrais
Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -
reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS
MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-
pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4
do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ
(1)
ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho
proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho
ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)
sup3umlȱęȱȱ
Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a
25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores
em cada um dos tratamentos incluindo as providas
Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D
210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de
varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ
Modelo de Orgaz et al (2007)
O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g
c com base na assimilaccedilatildeo de car-
ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-
mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo
da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-
sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa
gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a
seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g
s a representar a condutivida-
de estomaacutetica das folhas
(2)
ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-
ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g
c sem
contudo o modelar para o olival
(3)
ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC
p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ
ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a
pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-
middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ
a
(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a
condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-
dutacircncia global da copa
Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo
usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-
maacutetica global da copa proposto para o olival inten-
sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo
ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica
das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado
ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade
de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g
cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ
(4)
ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T
d (ordmC)
a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp
(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte
ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-
ǰȱȱȱȱsup3umlǯ
(5)
Resultados
brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar
ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro
ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total
ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura
curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com
as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em
maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1
nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-
ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio
ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-
res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o
T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s
)
T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c
)
g c = C p
QR s p D
f (T d )
211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro
Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute
ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A
combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-
ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores
ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-
currenȱȱȱȱȱȱǯ
Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico
A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do
solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da
aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo
ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-
lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais
elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os
tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores
ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo
disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo
ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o
enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-
ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-
drico do ramo e folha com os valores do potencial a
acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-
res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-
ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com
os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de
stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel
e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o
stress hiacutedrico das plantas
Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada
ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de
ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega
ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de
362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm
ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em
relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente
a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo
e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440
mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo
das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior
capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o
Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo
212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no
regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de
aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua
aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das
currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta
a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de
22 de julho a 15 de Setembro
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -
Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores
horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa
gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ
os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o
olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como
maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-
ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada
na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm
de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega
normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no
ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-
Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega
Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=
213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T
ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-
ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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ȱǰȱǯǯȱǻŗşŞŖǼȱȬȱȱȱȱ-tion for predicting the hydraulic conductivity of
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209Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
delaccedilatildeo da transpiraccedilatildeo pelo meacutetodo de Orgaz et al (2007) usou-se um conjunto de 8 sensores (Quantum ȬŖŘǰȱpoundĚǰȱǰȱǼȱCcedilȱyenȱpoundȱna banda do visiacutevel (400 ndash 700 nm) Para avaliar a luz incidente colocou-se um sensor QPAR-02 a 4 0 m de altura acima do topo das aacutervores Os restantes des-
ȱȱȱȱȱȱ poundȱ ȱ-sorvida pela copa foram colocados ao niacutevel do solo e
assim distribuiacutedos dois sensores na linha dos goteja-dores a 020 e 0675 m do tronco e 2 conjuntos de ou-tros 3 sensores perpendiculares agrave linha das aacutervores
respectivamente nas direccedilotildees este e oeste e espaccedilados de 020 10 e 188 m do sensor mais proacuteximo do tron-
co Os valores de PAR (μmol m-2 s-1) obtidos foram ȱȱpoundȱȱȱȱsup3umlȱde dados (data logger Campbell CR1000 Campbell
ęǰȱǰȱǰȱǼǯȱȱcurrenȱȱȱȱȱ ȱȱrega mediu-se o potencial hiacutedrico do ramo (Y MPa) ȱȱȱȱȱȱȱpoundȱȱenvolvidos nas duas horas anteriores agraves leituras por
saco de plaacutestico revestido com papel de alumiacutenio (Goldhamer et al 2001) Foram tambeacutem efectuadas
mediccedilotildees de potencial hiacutedrico da folha em folhas de ramos terminais expostos ao sol e agrave sombra As leitu-ras foram ao meio dia solar com o auxiacutelio de uma cacirc-
mara de pressatildeo (PMS Instruments Corvallis USA)
Assinaturas espectrais
Obteve-se as assinaturas espectrais da superfiacute-
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ Ěbrvbarȱ ȱ -
reccedilatildeo atmosfeacuterica atraveacutes dos produtos MODIS
MOD09GQ e MYD09GQ fornecidos pelos senso-ȱ ȱ ȱ middotȱ ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦlpdaacusgsgovaboutciting_lp_daac_and_data) e ȱ ȱ ȱ ǻĴDZȦȦǯǯȦǛȦFind_DataProducts_and_Data_AvailableTM) res-
pectivamente As bandas MODIS 1 (620-670 nm) e MODIS 2 (841-876 nm) bem como as bandas 3 e 4
do Landsat TM foram posteriormente usadas para avaliar o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI (Normalized ěȱȱ iexclǼǰȱȱ ȱ ȱȱ -ȱsup3umlDZ
(1)
ȱȱȱmiddotȱȱȱȱȱagraveiexclȱȱȱmiddotȱȱȱȱǯȱȱȱȱȬȱȱǯȱŗȱȱvalores das bandas do vermelho e infravermelho
proacuteximos produzindo valores de NDVI pertencen-tes ao intervalo [ndash1 1] com os mais proacuteximos de 1 a indicarem maior absorccedilatildeo na regiatildeo do vermelho
ȱȱęȱȱȱȱȱȱ-ȱĚȱȱumlȱȱȱagraveiexclǰȱdevido agrave estrutura celular e agrave distribuiccedilatildeo angular ȱǰȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱĚbrvbarȱȱǻȱet al 2008)
sup3umlȱęȱȱ
Para avaliar o efeito dos dois regimes hiacutedricos a
25 de outubro de 2011 escolheram-se oito aacutervores
em cada um dos tratamentos incluindo as providas
Quadro 1 ndash Df]bW]dU]gWUfUWhYfgh]WUgZg]WUgYeia]WUgXcgc`cdYfAtilde`D
210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de
varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ
Modelo de Orgaz et al (2007)
O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g
c com base na assimilaccedilatildeo de car-
ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-
mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo
da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-
sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa
gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a
seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g
s a representar a condutivida-
de estomaacutetica das folhas
(2)
ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-
ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g
c sem
contudo o modelar para o olival
(3)
ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC
p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ
ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a
pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-
middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ
a
(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a
condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-
dutacircncia global da copa
Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo
usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-
maacutetica global da copa proposto para o olival inten-
sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo
ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica
das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado
ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade
de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g
cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ
(4)
ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T
d (ordmC)
a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp
(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte
ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-
ǰȱȱȱȱsup3umlǯ
(5)
Resultados
brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar
ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro
ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total
ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura
curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com
as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em
maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1
nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-
ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio
ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-
res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o
T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s
)
T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c
)
g c = C p
QR s p D
f (T d )
211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro
Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute
ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A
combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-
ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores
ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-
currenȱȱȱȱȱȱǯ
Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico
A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do
solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da
aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo
ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-
lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais
elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os
tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores
ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo
disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo
ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o
enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-
ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-
drico do ramo e folha com os valores do potencial a
acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-
res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-
ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com
os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de
stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel
e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o
stress hiacutedrico das plantas
Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada
ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de
ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega
ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de
362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm
ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em
relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente
a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo
e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440
mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo
das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior
capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o
Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo
212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no
regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de
aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua
aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das
currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta
a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de
22 de julho a 15 de Setembro
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -
Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores
horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa
gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ
os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o
olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como
maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-
ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada
na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm
de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega
normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no
ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-
Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega
Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=
213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T
ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-
ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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210 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȬȱȱ-lheita manual dos frutos pelo meacutetodo tradicional de
varejamento Posteriormente avaliou-se a produccedilatildeo ęȱȱȱoslashȱȱagraveȱȱpoundȱǯ
Modelo de Orgaz et al (2007)
O modelo permite o caacutelculo da condutacircncia esto-maacutetica da copa g
c com base na assimilaccedilatildeo de car-
ȱȱȱȱęȱȱsup3umlȱ-
mente ativa e aplica os valores de gc na obtenccedilatildeo
da transpiraccedilatildeo potencial do olival em conforto hiacutedrico (Testi et al 2006 Orgaz et al 2007) atraveacutes ȱȱȃȱȄȱȱȬȱǻǰȱ1992 Monteith 1981)
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-
sinteticamente ativa (PAR) bem como a radiaccedilatildeo liacute-ȱȱȱCcedilȱȱȱǰȱȬȱȱvalores horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica da copa
gc e a transpiraccedilatildeo potencial do olival T usando a
seguinte expressatildeo de Penman-Monteith com a con-dutacircncia estomaacutetica g
s a representar a condutivida-
de estomaacutetica das folhas
(2)
ȱȱęȱȱȱǻǰȱ1992 Allen et al 1998) para modelar a transpira-
ccedilatildeo global da copa por substituiccedilatildeo de gs por g
c sem
contudo o modelar para o olival
(3)
ȱȱȱǻȱ-2 d-1Ǽȱmiddotȱȱsup3umlȱCcedilȱȱ-umlȱǰȱȱǻȦŘȦǼȱȱĚiexclȱȱȱȱǰȱC
p ǻȦȦķǼȱȱȱCcedilęȱȱumlȱȱ
ǻŗǰŖŗřiexclŗŖDŽȬřǼǰȱΕa (kgm3) a massa voluacutemica do ar a
pressatildeo constante b (kPaordmC) a constante psicro-
middotȱ ǻŖǰŖŜŝǼǰȱΏȱ ǻȦǼȱȱ ȱ ȱȱ-poundsup3umlǰȱ ȱ ǻȦķǼȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱumlȱȱǰȱ
a
(md) a condutacircncia aerodinacircmica do ar gs (md) a
condutacircncia estomaacutetica das folhas e gc (md) a con-
dutacircncia global da copa
Para o caacutelculo de gc para o olival super-intensivo
usou-se o modelo de caacutelculo da condutacircncia esto-
maacutetica global da copa proposto para o olival inten-
sivo por Orgaz et al (2007) Sendo a taxa de assimi-laccedilatildeo de carbono a incoacutegnita principal do modelo
ȱȱȱȱcurrenȱȱȱę-dos e do conhecimento da atividade fotossinteacutetica
das oliveiras Orgaz et al (2007) utilizam com suces-so um modelo de assimilaccedilatildeo de carbono baseado
ȱęsup1ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱǰȱȱȱȱȱiexclsup3umlȱȱfolhas para a copa e ainda ter em conta a densidade
de plantaccedilatildeo do olival Calcularam-se entatildeo os valo-res de g
cȱȱȱȱȱȱȱȱsup3umlǰ
(4)
ȱȱȱmiddotȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱȱativa incidente (PAR) interceptada pela copa T
d (ordmC)
a temperatura meacutedia durante o dia solar (Rngt0) Rsp
(W m-2Ǽȱȱsup3umlȱȱǰȱȱǻǼȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor durante o dia solar parameteri-zada e validada experimentalmente por Orgaz et al (2007) e (Testi et al 2006) com a formulaccedilatildeo seguinte
ȱȱȱȱΕǰȱǰȱȱpȱȱCcedilȱȱę-
ǰȱȱȱȱsup3umlǯ
(5)
Resultados
brvbarȱcurrenǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor do ar
ȱsup3umlȱmiddotȱȱȱsup1ȱȱǰȱȱȱȱȱȱCcedilȱȱȱȱsup1ǰȱȱȱŜřǰŘȱmm diminuindo progressivamente ateacute setembro
ȱ sup3umlȱ ȱ sup1ȱ ȱ ǰȱ ȱ sup3umlȱem junho foi de 144 mm sendo de 318 e 432 mm em setembro e outubro respectivamente O total
ȱsup3umlȱ ȱ ȱȱȱ sup1ȱ-ȱȱȱsup1ǰȱȱřŖǰŜȱȱȱȱȱe os restantes 12 mm nos seguintes A temperatura
curreniexclȱȱȱȱsup1ȱȱȱȱȱŘŚȱķǰȱȱas de junho julho e agosto superiores a 30ordmC com
as miacutenimas entre 11 e 16 ordmC A evapotranspiraccedilatildeo ȱsup1ȱmiddotȱcurrenȱȱȱȱŚǰŘȱȱ-1 em
maio e de respectivamente 62 70 55 e 38 mm d-1
nos seguintes meses A Figura 1 apresenta os valo-
ȱcurrenȱȱsup3umlȱ Ccedilȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor de ar (D) para o local do ensaio
ȱ sup3umlȱ CcedilȱȬȱ ǰȱ ȱ-
res sempre proacuteximos de 400 W m-2 durante todo o
T = D ( R n -G ) + r a c p (D ) g aD + g (1 + g a g s
)
T = (R n G ) + a c p ( D )g a + $ (1 + g a g c
)
g c = C p
QR s p D
f (T d )
211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro
Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute
ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A
combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-
ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores
ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-
currenȱȱȱȱȱȱǯ
Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico
A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do
solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da
aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo
ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-
lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais
elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os
tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores
ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo
disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo
ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o
enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-
ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-
drico do ramo e folha com os valores do potencial a
acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-
res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-
ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com
os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de
stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel
e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o
stress hiacutedrico das plantas
Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada
ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de
ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega
ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de
362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm
ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em
relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente
a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo
e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440
mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo
das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior
capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o
Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo
212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no
regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de
aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua
aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das
currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta
a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de
22 de julho a 15 de Setembro
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -
Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores
horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa
gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ
os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o
olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como
maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-
ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada
na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm
de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega
normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no
ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-
Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega
Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=
213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T
ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-
ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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211Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
periacuteodo de rega de maio a agosto e com ligeiro
Ccedilȱ ȱȱȱsup1ȱȱ ǯȱȱmiddotęȱȱpressatildeo de vapor manteve-se abaixo de 10 kPa ateacute
ȱsup1ȱȱǰȱȱȱmiddotȱjulho e agosto com valores proacuteximos de 3 kPa A
combinaccedilatildeo de baixa precipitaccedilatildeo e elevados valo-
ȱȱȱȱǰȱsup3umlȱCcedilȱȱmiddotęȱde pressatildeo de vapor explicam os elevados valores
ȱsup3umlȱȱsup1ȱǻǼȱȱpara os meses de veratildeo tornando a rega indispen-
currenȱȱȱȱȱȱǯ
Evoluccedilatildeo da humidade do solo e do potencial hiacutedrico
A Figura 2 apresenta a evoluccedilatildeo da humidade do
solo no tratamento de rega normal (FI) e ao longo do periacuteodo de rega A humidade eacute elevada (07 a 08 da
aacutegua disponiacutevel total) durante os meses de marccedilo a maio resultante do armazenamento de aacutegua no solo
ocasionado pelas chuvas de inverno e outono dimi-nuindo para os meses de junho a setembro com va-
lores entre 05 e 06 Como previsiacutevel os valores mais
elevados de aacutegua disponiacutevel observam-se para os
tubos 1 e 2 mais proacuteximos da linha de gotejadores
ȱȱȱȱ ȱ yenȱȱȱ ȱafasta dessa linha Os valores de humidade do solo
disponiacuteveis em setembro acompanham a evoluccedilatildeo
ȱȱȱȱumlǰȱĚiexclȱȱȱsup1-
ȱȱȱȱsup1ȱȱȱbrvbarȱȱȱǰȱȱȱȱȱęagraveȱ-ȱȱȱȱǰȱȱȱȱmiddotȱiexclȱȱatividade e cuja precipitaccedilatildeo eacute importante para o
enchimento e preparaccedilatildeo dos frutos para a colhei-
ǯȱȱsup1ȱȱȱsup3umlȱdo armazenamento de aacutegua no solo registou-se um ȱmiddotęȱ ȱ ȱ Ccedilȱȱ ǰȱ -sentado na Figura 3 pelos valores de potencial hiacute-
drico do ramo e folha com os valores do potencial a
acompanharem essa diminuiccedilatildeo caindo para valo-
res proacuteximos de 3 MPa nos meses de julho a setem-
ǰȱȱȱȱȱȱęcurren-ȱǻǼǯȱȱȱȱȱȱpoundȱȱȱvalores mais negativos de potencial hiacutedrico (Sofo et al 2008 Fernandez et al 1997) e recuperar com
os primeiros meses de chuva (Moriana et al 2007) valores abaixo de 3 MPa satildeo considerados como de
stress hiacutedrico (Fernandez et al 1997) com possiacuteveis sup1ȱȱȱsup3umlȱȱ ǯȱȱFigura 4 apresenta a relaccedilatildeo entre a aacutegua utilizaacutevel
e o potencial hiacutedrico da cultura para o tratamento ȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱȱǰȱiexclȱde 05 da aacutegua disponiacutevel total o potencial hiacutedrico ȱ ǰȱ ȱȱȱȱa aacutegua no solo sempre acima de 06 para evitar o
stress hiacutedrico das plantas
Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo transpiraccedilatildeo potencial e rega aplicada
ȱȱ Ccedilȱȱęȱȱȱȱŗȱȱȱȱŝȱde outubro de 2011 e tendo-se iniciado o regime de
ȱęcurrenȱǻǼȱȱŗŚȱȱǰȱȬȱȱCcedil-odo um total de 305 mm de aacutegua no regime de rega
ȱǻǼȱȱŘśśȱȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱtranspiraccedilatildeo das aacutervores durante o periacuteodo foi de
362 mm para o regime de rega normal (FI) 57 mm
ȱȱȱȱ ȱȱ ȱǰȱȱȱȱȱȱȱęcurrenȱǻǼȱȱȱŘśşȱǰȱcom menos 103 mm em relaccedilatildeo agrave transpiraccedilatildeo do regime FI mas com apenas 4 mm de diferenccedila em
relaccedilatildeo agrave aacutegua aplicada com as regas Globalmente
a transpiraccedilatildeo total observada entre 23 de marccedilo
e 7 de outubro foi de 437 mm para a rega FI e 440
mm para a rega DI fruto da mobilizaccedilatildeo de aacutegua das chuvas armazenada no solo para a transpiraccedilatildeo
das aacutervores nos meses de abril e de maio e da maior
capacidade de uso dessa aacutegua pelas aacutervores sob o
Figura 1 ndash 8AtildeWYXYdfYgg~cXYjUdcfhfUWY^UXcYfUX]U~c`ei]XUWY]cbc`cWU`XcYbgU]cXifUbhYcgaYgYgXYaUfcUoutubro de 2011 na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) Monte do Trigo Alentejo
212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no
regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de
aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua
aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das
currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta
a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de
22 de julho a 15 de Setembro
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -
Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores
horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa
gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ
os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o
olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como
maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-
ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada
na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm
de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega
normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no
ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-
Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega
Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=
213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T
ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-
ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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212 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱ ŘŘȱȱ ȱ ȱ ŗśȱde setembro com a aplicaccedilatildeo de 176 mm de rega no
regime FI a sua transpiraccedilatildeo foi de 171 mm com 165 mm para o regime DI e aplicaccedilatildeo de 141 mm de
aacutegua de rega Os 24 mm de diferenccedila entre a aacutegua
aplicada com as regas e a usada na transpiraccedilatildeo das
currenȱ ȱ ȱȱ Ȭȱ ȱ ęȱ ȱ ȱaacutegua das chuvas ocorrida e armazenada no solo nos 3 primeiros dias de Setembro A Figura 5 apresenta
a evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo registada no periacuteodo de
22 de julho a 15 de Setembro
Com as variaacuteveis micro-meteoroloacutegicas locais a
temperatura do ar e os valores de radiaccedilatildeo fotos-ȱ ȱ ǻǼȱ ȱ sup3umlȱ Ccedilǰȱ -
Ȭȱȱȱǯȱśȱȱpoundȱet al (2007) os valores
horaacuterios de condutacircncia estomaacutetica global da copa
gcȱ ȱ ȱ ȱ ǯȱ řȱ ȱ Ȭȱ Ȭȱ
os valores da transpiraccedilatildeo potencial T_PM para o
olival em condiccedilotildees de conforto hiacutedrico tidos como
maacuteximos para satisfaccedilatildeo das solicitaccedilotildees atmosfeacute-
ricas vigentes A evoluccedilatildeo de T_PM eacute apresentada
na Figura 5 O valor acumulado de 174 mm para o periacuteodo em causa eacute muito proacuteximo do de 171 mm
de transpiraccedilatildeo observado para o regime de rega
normal (FI) diferindo de 9 mm para o registado no
ȱȱȱęcurrenȱǻǼǯȱȱȱȱřŗȱȱȱȱȱȱȱmiddotęȱȱȱǰȱlevando a uma boa recuperaccedilatildeo das aacutervores do re-
Figura 2 ndash Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-Humidade do solo avaliada para o regime hiacutedrico de rega normal (FI) e para os quatro tubos de acesso t1 a t4 dis-tanciado da linha das aacutervores em direccedilatildeo agrave entrelinha Em colunas os valores da precipitaccedilatildeo e da rega
Figura 3 ndash a) potencial hiacutedrico da folha ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega b) potencial hiacutedrico do ramo ao longo do periacuteodo vegetativo incluindo o periacuteodo de rega Colunas agrave esquerda indicam valores de potencial hiacutedrico cVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UbcfaU`=YUgXUX]fY]hU]bX]WUacgcVgYfjUXcgbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=
213Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
ȱȱȱęcurrenȱȱȱCcedilȱȱȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ęagraveȱ agraveȱo longo descanso estival (Fereres e Soriano 2007)
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ poundȱ ȱ -raccedilatildeo e a atividade fotossinteacutetica (Ramos e Santos 2009 Dias-Espejo et al 2007) Na Figura 6 apresenta-se a evoluccedilatildeo da relaccedilatildeo T
ETo para os dois regimes de rega e para o modelo de Orgaz e Penman-Monteith Para os dois trata-
ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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ǰȱȱsup3umlȱȦǰȱcurrenȱȱęȱcultural basal Kcb de Allen et al (1998) e Paccedilo et al ǻŘŖŖŜǼǰȱȱȱ ȱȱȱsup1ȱde junho e ateacute setembro com um valor meacutedio de
0270 para o regime FI e de 0258 para o regime DI
ȱȱȱȱȱCcedilǰȱȱcom a aplicaccedilatildeo do modelo satildeo mais estaacuteveis sem ȱȱȱȱȱȱȱȱȱcom um valor meacutedio de 0342 para o periacuteodo No
Quadro 2 apresentam-se os valores de ETo trans-
piraccedilatildeo e relaccedilatildeo TETo obtidos com o modelo e no
Quadro 3 apresentam-se os valores acumulados de transpiraccedilatildeo e de regas praticadas nos periacuteodos aci-
ma referidos A radiaccedilatildeo PAR meacutedia absorvida pe-
las aacutervores foi de 0462 e com um padratildeo evolutivo
temporal muito semelhante ao dos valores de TETo
observados com a aplicaccedilatildeo do modelo
Evoluccedilatildeo das assinaturas espectrais NDVI e relaccedilatildeo com a transpiraccedilatildeo
Apresentam-se na Figura 7 os valores do iacutendice de
vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-in-tensivo do ensaio No periacuteodo das regas de maio a
outubro os valores permanecem relativamente cons-
tantes entre 04 e 05 sendo superiores para os meses de outubro a marccedilo normalmente chuvosos e sem
ǯȱȬȱ ȱȱęȱ ȱ ȱ Ccedil-ȱȱȱȱȱȱȱ ǰȱȱsatildeo superiores a 06 nos meses de outubro a marccedilo
e apresentam uma progressiva e acentuada reduccedilatildeo nos meses de rega de junho a setembro para miacuteni-
mos abaixo de 035 Na Figura 8 apresenta-se a evo-
luccedilatildeo temporal da transpiraccedilatildeo do olival em regime
de rega normal (FI) e dos correspondentes iacutendices
NDVI De observar a constacircncia dos valores de NDVI durante o periacuteodo em contraste com as oscilaccedilotildees
nos valores de transpiraccedilatildeo indiciando uma fraca
correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros
Figura 4 ndash FY`U~cYbhfYcdchYbW]U`Xf]WcXcfUacbchfUhUaYbhcXYfY[UXYAtildeW]hzf]c8=YUfYgdYh]jUia]XUXYXcgc`c
Figura 5 ndash Transpiraccedilatildeo (ET_PM) obtida com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007) e com o meacutetodo XcAumlilcXYgY]jUbcc`]jU`gidYf]bhYbg]jcXUltYfXUXYXUNUaVi^Y]fUC`]jU]gXcGi` CGdUfUcghfUhUaYbhcgXYfY[UbcfaU`CGS=YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$
214 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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sup3umlȱę
Ȭȱ ȱȱ Śȱ ȱ sup3umlȱmiddotȱ ę-nal de frutos resultante da amostragem de oito
aacutervores nos dois tratamento de rega indicando
sup3ȱ ęȱ ȱ ȱ sup3aumlȱmiddot-dias (plt005) Extrapolando-a para o olival (1976
currenǼȱ Ȭȱ ȱ sup3umlȱ ęȱ ȱ ȱ ȱ18700 plusmn 2528 kg de azeitonas para o regime de
rega normal FI e de 14000 plusmn 2042 kg para o regime
ęcurrenȱǯȱ
Discussatildeo
ȱ ȱ ȱ ȱ ȱ ǻřǼǰȱ sup3ȱ ȱ -
ccedilatildeo das plantas seratildeo atribuiacuteveis a diferenccedilas nos ȱ Ȭagraveǰȱ sup3umlȱ CcedilȱǻǼǰȱĚiexclȱȱȱȱȱǻǼȱȱmiddotęȱȱ-umlȱȱȱǻǼȱȱȱȱȱumlȱǰȱȱyenȱsup3umlȱȱȱȱȱȱyenȱȃęsup1Ȅȱȱȱȱȱ sup3umlǯȱȱȱ sup3aumlȱmicro-meteoroloacutegicas semelhantes para os dois ȱ ȱ ȱ ȱ ǰȱ Ȭȱ ȱ
Figura 6 ndash HfUbgd]fU~cfY`Uh]jUH9HccVh]XUWcacacXY`ccedilV][`YUZsup1XYDYbaUbAcbhY]hCGSDAYWcacahcXcXcAumlilcde seiva no olival super intensivo da Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) para os tratamentos de rega normal (OS_FI) YXYAtildeW]hzf]cCGS8=XifUbhYcdYfcXcXYfY[UXYampampXY^i`cU)XYgYhYaVfcXYamp$=bW`iXccgjU`cfYgXYfUX]U~cZchcg-sinteticamente ativa incidente e absorvida pela copa (fPAR) no periacuteodo considerado
Quadro 2 ndash Valores meacutedios mensais de evapotranspiraccedilatildeo potencial (ETo) e de transpiraccedilatildeo relativa (TETo) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
Quadro 3 paraJU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]JU`cfYgUWiai`UXcgXYfY[UUd`]WUXUYWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXYhfUbgd]fU~cHbUfY[UbcfaU`=YXYAtildeW]-taacuteria (DI) do ensaio Inclui-se a evapotranspiraccedilatildeo de referecircncia (ETo) a precipitaccedilatildeo e a transpiraccedilatildeo (T_PM) obtidos com o modelo ldquobig leafrdquo de Penman-Monteith e Orgaz et al (2007)
215Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
as diferenccedilas de transpiraccedilatildeo registadas depen-
ǰȱ ȱ ȱ ȱ ǻśǼǰȱ ȱ brvbarȱ curren-
tica global da copa gc controlada principalmente
pela fraccedilatildeo da radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa
incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
ȱȱȱmiddotȱCcedilȱȱplanta reduzida com o fecho dos estomas e me-nor radiaccedilatildeo fotossinteticamente ativa intercetada
ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
Dias-Espejo et al 2007)
Olival Tratamento de rega
Produccedilatildeo meacutedia (kg frutos aacutervore)
Teor de oacuteleo na mateacuteria seca ()
Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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incidente (PAR) interceptada pela copa e das limi-taccedilotildees de aacutegua disponiacutevel no solo impostas pela
ȱ ȱȱ ȱ ȱ ǯȱmiddotęȱȱ currenȱȱsolo provocam o fecho dos estomas e a reduccedilatildeo nos
valores da condutacircncia estomaacutetica (Bacelar et al 2007) com diminuiccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do copado
Igualmente limitam a produccedilatildeo controlada princi-
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ȱȱ ǻĴȱ et alǯDzȱ ŘŖŖśǰȱĴȱ et al 2006
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Olival Tratamento de rega
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Super-intensivo (Arbequina)
Deficitaacuterio DI 713 plusmn 104 b 411
Normal FI 947 plusmn 128 a 420
Figura 7 ndash Valores do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI calculados para o olival super-intensivo do ensaio (1976 aacutervores) na Herdade da Zambujeira propriedade da empresa Olivais do Sul (NDVI OS) e para um olival intensivo (300 aacutervores) na Herdade Aacutelamo de Cima (38ordm24rsquo4703rsquorsquo N 7ordm43rsquo3836rsquorsquo O) pertencente agrave empresa Fundaccedilatildeo Eugeacutenio de Almeida (NDVI AC) e situada proacutexima do local do ensaio (38ordm 29acute4944acute N 7ordm 45acute883acute O) a partir de radiaccedilotildees espectrais na banda do infravermelho e do verme-lho obtidas do sensor MODIS instalado na plataforma dos sateacutelites Terra e Aqua
Figura 8 ndash Evoluccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo na Herdade da Zambujeira (Olivais do Sul OS) com o regime de fY[UbcfaU`= UjU`]UXcWcacggYbgcfYgXYAumlilcXYgY]jUYcgWcffYgdcbXYbhYgjU`cfYgXcbX]WYXYjY[YhU~cB8J=dUfUo periacuteodo do ensaio
Quadro 4 ndash DfcXi~caX]UXYZfihcYhYcfYa`YcbUaUhf]UgYWUbcgfY[]aYgXf]WcgXYfY[UXYAtildeW]hzf]cYbcfaU`Xcc`]jU`YaYghiXcb1YhfUgX]ZYfYbhYgbUaYgaUWc`ibU]bX]WUaUjYfX]ZYfYbUgg][b]AtildeWUh]jUgYbhfYaX]Ugd0$ $)
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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Agraacuterio 17 14-46Diaz-Espejo A Nicolaacutes E e Fernaacutendez JE (2007) -
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unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898
216 Revista de Ciecircncias Agraacuterias 2013 36(2) 206-219
Disponibilidade de aacutegua no solo e potencial e regime hiacutedrico dos olivais regados
A oliveira secularmente cultivada em Portugal sob
condiccedilotildees de secura prolongada no veratildeo desen-
ȱȱȱȱȱęagrave-gicos de toleracircncia ao stress hiacutedrico (Bacelar et al 2007) Sofo et al (2008) e Dias-Espejo et al (2007) in-ȱȱȱȱȱȱCcedilȱę-
citaacuterios diminuem o teor de aacutegua dos tecidos celula-
res constroem elevados gradientes de potencial hiacute-drico entre as folhas e as raiacutezes e progressivamente reduzem a sua atividade fotossinteacutetica e a transpi-sup3umlǯȱȱȱȱsup3umlȱȱȱȱsup3umlȱda intensidade da fotossiacutentese comeccedila muito cedo
e eacute imediatamente acompanhada de diminuiccedilatildeo da
sup3umlǰȱ ȱ ȱȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱmiddotęȱCcedil-drico em olivais wafete os mecanismos e processos CcedilǰȱȱȱȱcurrenȱȱȱǻȱȱǰȱŗşŞŜǼǰȱȱmiddotȱ-dual mas relevante para valores de potencial hiacutedrico
inferiores a 25 MPa A boa correlaccedilatildeo estatiacutestica obtida entre a aacutegua uti-
lizaacutevel no solo e o potencial hiacutedrico da folha (Figura 4) e os baixos valores de aacutegua utilizaacutevel no solo no
ęȱȱȱȱȱȱǰȱȱ-
ȱȱȱǻȱŘǼǰȱȱȱȱȱȱȱ ȱ ǻǼȱ ȱ ȱ middotęȱ Ccedilȱ ȱǰȱ ȱȱȱȱȱęcurrenȱ ǻǼȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱǰȱȱȱ-ginou as reduccedilotildees nos valores de transpiraccedilatildeo e de
produccedilatildeo observados
Evoluccedilatildeo e prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival com o iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI
As previsotildees dos modelos de Orgaz et al (2007) e ȃȱȄȱȱȬȱiexclpoundȱȱ-
res da transpiraccedilatildeo (Fig 5) esperados em olivais bem regados e em conforto hiacutedrico (rega plena) Assim
os valores da relaccedilatildeo TETo de cerca de 03 (Fig 6)
indicam esse potencial esperado e sugerem a possiacute-ȱiexclsup1ȱȱmiddotęȱCcedilȱȱsup3umlȱȱiexclȱȱtranspiraccedilatildeo nos dois tratamentos principalmente ȱȱȱ ȱȱ ȱęcurrenǯȱȱȱde T_PMETo acompanham o padratildeo temporal de
sup3umlȱȱȱȱȱȱǰȱȱȱumlȱ-tece com os valores de TETo do regime de rega de-
ęcurrenȱǻǼǰȱȱȱȱsup3umlȱȱsup3umlȱęȱȱȱoslashȱȱȱȱęsup1ȱȱsup3umlȱȱȱȱǰȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱǯOs meacutetodos de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo a partir de dados de deteccedilatildeo remota baseiam-se normalmente no
balanccedilo de energia da superfiacutecie ou no uso de iacutendices de vegetaccedilatildeo VI (Glenn et al 2008) Os primeiros tipi-
ȱȱȱĚiexclȱȱȱȱmiddotȱȱdiferenccedilas entre a temperatura do ar e da superfiacutecie
obtidas por deteccedilatildeo remota (Nagler et al 2005a b)
ȱȱsup3umlȱęȱȱȱsup3umlȱȱȱȱĚiexclȱȱȱȱȱȱȱȱdisponiacutevel no local do ensaio Os meacuteritos e limitaccedilotildees do meacutetodo satildeo apresentados em Glenn et al (2008)
entre outros Os segundos baseados nos VI satildeo em-
piacutericos por natureza e dependem da relaccedilatildeo entre a densidade das folhas e a transpiraccedilatildeo potencial T e tambeacutem das condiccedilotildees micro-meteoroloacutegicas (Huete 2004 Nagler et al 2005a b) vigentes Geralmente os
ȱȱĚbrvbarȱȱȱȱȱȱȱǰȱ ȱ ȱ ȱ ȱȱǰȱumlȱȱȱCcedilȱȱǻǯȱŗǼȱȱrelacionados com correspondentes mediccedilotildees de pa-racircmetros micro-meteoroloacutegicas e de transpiraccedilatildeo das aacutervores obtidas in loco por diversos meacutetodos (balanccedilo
ȱcurrenȱȱǰȱĚiexclȱȱǰȱmiddotȱȱĚ-ccedilotildees instantacircneas entre outros) Para o olival tradi-cional e intensivo o padratildeo temporal tiacutepico da curva
de NDVI apresenta a forma de U (Santos e Ramos 2011) com valores mais elevados de NDVI nos me-
ses de janeiro a abril e decrescentes daiacute ateacute agosto
ȱȱsup1ȱȱȱȱȱ-zembro Apresentando a transpiraccedilatildeo do olival uma
curva em U invertida (Fig 7) para o mesmo periacuteodo ȱȱȱȱsup3umlȱȱȱsup3umlȱȱȱiacutendice NDVI seja normalmente robusta podendo-se
Ccedilȱȱȱsup3umlȱCcedilȱȱȱȱparacircmetros capaz de ser usada para prever a trans-
piraccedilatildeo do olival conhecidos os valores de NDVI (Santos e Ramos 2011)
ȱȱȱȱȱȱȱȱȱNDVI do olival super-intensivo em consideraccedilatildeo ȱsup1ȱȱ ȱ ǻǯȱ ŝȱ ȱŞǼȱȱlongo dos meses de rega de maio a setembro natildeo apresentando o esperado padratildeo em U tiacutepico do ob-
tido para os olivais tradicionais e intensivos Com a
transpiraccedilatildeo a seguir o tradicional padratildeo em U in-vertido (tambeacutem observado para o olival tradicional
e intensivo) tal origina fraca correlaccedilatildeo estatiacutestica entre os dois paracircmetros inviabilizando a hipoacutetese
de prediccedilatildeo da transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo
com os valores de NDVI obtidos por deteccedilatildeo remota
Conclusotildees
Ȭȱȱsup3ȱęȱȱsup3umlȱdo olival com os dois regimes hiacutedricos de rega estu-dados A contiacutenua diminuiccedilatildeo de aacutegua disponiacutevel
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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unsaturated soils Soil Science Society of America Journal 44 892-898
217Santos et al Rega e regime hiacutedrico em olival super intensivo
no solo resultante da reduccedilatildeo de aacutegua aplicada ao ȱ ȱ ȱȱ ȱęcurrenȱ ǻǼȱ currenȱ ȱo principal factor condicionante da sua atividade fotossinteacutetica e limitante do crescimento do fruto
nas uacuteltimas fases do seu ciclo de desenvolvimen-
to A elevada correlaccedilatildeo entre o potencial hiacutedrico da planta e a aacutegua utilizaacutevel do solo indicia dever-
-se usar o potencial hiacutedrico como instrumento de sup3umlǰȱȱȱumlȱȱmiddotęȱȱcurrenȱȱsolo A constacircncia dos valores de NDVI durante o
ciclo de rega geralmente proacuteximos de 05 inviabi-liza a possibilidade de serem usados para modelar e prever a transpiraccedilatildeo do olival super-intensivo ȱȱumlȱcurrenȱȱȃęiexclȄȱȱumlȱde comportamento do iacutendice de vegetaccedilatildeo NDVI e
de com ele prever a transpiraccedilatildeo do olival super-
-intensivo O modelo de condutacircncia global da copa
de Orgaz et alȱǻŘŖŖŝǼȱȱȱȱȃȱȄȱde Penman-Monteith mostrou-se aplicaacutevel ao olival super-intensivo com os resultados da transpiraccedilatildeo
potencial daiacute obtidos a poderem ser usados uma
vez validados para avaliar o uso de aacutegua do olival em situaccedilatildeo de conforto hiacutedrico ou ainda para pro-
gramar as suas necessidades hiacutedricas Perante esses valores de transpiraccedilatildeo potencial e a produccedilatildeo obti-
da com o regime de rega normal FI recomenda-se
ȱȱ ȱȱ ȱęcurrenȱȱ ȱȱapenas em condiccedilotildees de limitaccedilatildeo de aacutegua dispo-
niacutevel para a rega ou em anos chuvosos com con-sideraacutevel precipitaccedilatildeo durante os meses de setem-
ȱȱǯȱȱȱęȱȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱȱȱȱȱȱsup3ȱȱȱmiddotȱęȱȱǰȱȱdaiacute a rega normal Igualmente perante os valores de sup3umlȱȱȱȱȱmiddotęȱCcedilȱȱȱȱȱȱǰȱęȱȱȱȱagrave-
ȱȱȱsup3umlȱęȱȱȱȱȱȱȱȱȱȱǯȱȱȱȱ-sup3ȱęȱȱȱmiddotȱȱagraveȱȱ-teacuteria seca a maior produccedilatildeo do regime de rega nor-
ȱȱȱȱęȱȱagraveȱȱyenȱȱȱcurrenȱȱsup3umlȱȱȱȱȱȱȱęcurrenǰȱ sup3ȱȱsup1ȱcurrenȱna adopccedilatildeo desta alternativa de rega para o olival super-intensivo
Agradecimentos
Satildeo devidos a Carlos Alexandre (Departamento de
sup1ȱȱ ǰȱȱȱ1Ǽȱ ȱ ǯȱCasimiro Martins Acircngela Prazeres Adeacutelia Varela
Tiago Ramos Sara Rodrigues Maria de Lurdes Cravo Ana Maria Neves Maria Clara Pegado e
Teresa Vales (UIARN-poacutelo de Oeiras Departamento ȱǼǰȱȱsup3umlȱȱęȱȱȱȱ-satildeo e execuccedilatildeo das determinaccedilotildees analiacuteticas efectu-adas no poacutelo de Oeiras da UIARN Satildeo ainda devi-
ȱȱęȱȱȱȱmiddotȱȱPrograma Operacional Factores de Competitividade ȮȱȱȱyenȱȱȮȱsup3umlȱȱȱsup1ȱȱȱTecnologia no acircmbito dos Projetos Estrateacutegicos PEst-CAGRUI01152011 e FCOMP-01-0124-FEDER-014137
refordf FCT PTDCAGR-PRO1117172009 e agrave empresa
Olivais do Sul pela disponibilizaccedilatildeo das instalaccedilotildees na Herdade da Zambujeira em Monte do Trigo Eacutevora e por demais apoios concedidos na instalaccedilatildeo e realizaccedilatildeo dos ensaios
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