EFEITOS DA PREDAÇÃO DE SEMENTES SOBRE O RECRUTAMENTO DE PLÂNTULAS DA PALMEIRA URICURI (Attalea...
-
Upload
victor-carlos -
Category
Documents
-
view
222 -
download
0
description
Transcript of EFEITOS DA PREDAÇÃO DE SEMENTES SOBRE O RECRUTAMENTO DE PLÂNTULAS DA PALMEIRA URICURI (Attalea...
-
XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
EFEITOS DA PREDAO DE SEMENTES SOBRE ORECRUTAMENTO DE PLNTULAS DA PALMEIRA URICURI(Attalea phalerata) EM FLORESTA SECUNDRIA E PRIMRIANO LESTE DO ACRE.
Victor Carlos Domingos Neto Universidade Federal de Santa Maria-UFSM.
E-mail: [email protected]
Evandro Jos Linhares Ferreira INPA-ACRE/Herbrio do Parque Zoobotnico da UFAC
Adriano Santos da Silva INPA-ACRE/Herbrio do Parque Zoobotnico da UFAC
Romrio de Mesquita Pinheiro INPA-ACRE/Herbrio do Parque Zoobotnico da UFAC
Adriane Rech Frozza Uninorte/INPA-ACRE/Herbrio do Parque Zoobotnico da UFAC
INTRODUO
Os frutos das palmeiras so um dos recursos alimentares mais abundantes nas regies tropicais (Henderson 2002) emuito importantes para a alimentao da fauna silvestre na amaznia (Scariot, 1998). Como as partes dos frutosmais buscadas pela fauna so o endosperma e o mesocarpo, considera-se que a predao um destino maisprovvel do que a germinao (Henderson, 2002). A predao de sementes, mais intensa antes e depois dadisperso dos frutos, importante na regulao da composio e estrutura de comunidades vegetais e um dosprincipais contribuintes para a mortalidade das plantas (Janzen, 1971). Alm diminuir o recrutamento de plntulas,um importante mecanismo de controle da regenerao florestal (Alves e Metzger, 2006), a predao tambmfunciona como um agente de seleo natural (Klips et al. 2005).
A maioria das palmeiras possui disperso de frutos e sementes mediada por animais (Zona e Henderson, 1989), equando a taxa de predao por esses dispersores baixa ou ausente verifica-se um aumento na predao porbesouros nas sementes que se acumulam embaixo das plantas-mes, que afeta a regenerao e o recrutamento dasplntulas (Wright e Duber, 2001; Wright et al., 2000).
Attalea phalerata Mart. ex Spreng, conhecida popularmente como uricuri no Acre, uma palmeira de mdio agrande porte que ocorre em florestas primrias, secundrias e reas alteradas, especialmente pastagens. Seus frutoscomestveis so comercializados em mercados e importantes na dieta da fauna silvestre local (Lorenzi et al., 2010;Ferreira, 2005).
OBJETIVOS
Avaliar a predao de sementes de Attalea phalerata em um fragmento florestal primrio e um fragmentosecundrio e relacionar os padres de predao com o recrutamento de plntulas.
MATERIAIS E MTODOS
O trabalho foi desenvolvido no fragmento florestal secundrio do Parque Zoobotnico da Universidade Federal do
1
mmTypewriter
mmTypewriter
mmTypewriter
Edited by Foxit ReaderCopyright(C) by Foxit Corporation,2005-2010For Evaluation Only.
-
XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
Acre-UFAC, com rea de 167 hectares adjacentes ao campus da UFAC em Rio Branco, Acre (957'26''S;6752'25''W) e em uma rea de floresta primria do fragmento florestal da Reserva Florestal Humait (94519S;674018W), que possui rea superior a 2 mil hectares. Para estimar a densidade dos indivduos e o recrutamentodas plntulas foram instaladas 15 parcelas de 20 m x 10 m na rea secundria e 15 na primria (6.000 m). Osindivduos encontrados nas parcelas foram classificados nas classes etrias plntulas, jovens e adultos. A proporode plntulas em relao ao total de indivduos amostrados foi usada como um ndice de regenerao. As diferenasentre o recrutamento de plntulas em cada fragmento foi analisado pelo teste de Kruskal-Wallis e a diferena entreas duas reas comparadas pelo teste de Mann-Whitney. Para determinar a predao foram colhidos endocarpos emum raio de 2 m da base de 15 indivduos de A. phalerata em cada fragmento, segundo os procedimentos adotadospor Andreazzi et al. (2007). Os endocarpos foram classificados como predados e no predados em funo dasmarcas/aberturas deixadas por insetos, roedores ou ambos. As diferenas em cada fragmento em relao scategorias de predao foram analisadas atravs do teste de Kruskal-Wallis e a comparao entre os doisfragmentos em relao ao nmero de frutos por indivduo e a predao foi realizada atravs do teste de Mann-Whitney.
RESULTADOS
Foram colhidos 1769 endocarpos, sendo 786 no fragmento florestal secundrio (mdia=52,6/planta) e 983 nofragmento florestal primrio (mdia=65,5/planta). O nmero de endocarpos encontrados por indivduo no diferiuestatisticamente entre as duas reas pelo teste de Mann-Whitney ao nvel de 5% de probabilidade (U=78,50, Ukrit5%=64,00, p-valor>0,05). Em relao predao, no houve diferenas estatsticas entre as mdias de predao por animais, insetos e no predados em nenhuma das reas. A comparao entre as reas tambm no reveloudiferenas estatsticas significativas nos tipos de predao.
O ndice de regenerao no fragmento florestal primrio foi 29,58% e no fragmento secundrio foi de 51,42%.Apesar de significativa, essa diferena no ndice de regenerao inconclusiva tendo em vista que a quantidade deendocarpos encontrados sob os indivduos nas duas reas no diferiu estatisticamente. Nas duas reas as mdiasentre plntulas, jovens e adultos, diferiram estatisticamente entre si pelo teste de Kruskal-Wallis, sendo que nofragmento primrio foram identificados mais indivduos da classe jovem. O nmero de plntulas diferiuestatisticamente entre as duas reas ao nvel de 5% de probabilidade (U=53,50; Ukrit 5%=64,00; p-valor
-
XII CONGRESSO DE ECOLOGIA DO BRASIL
sementes nesta tipologia florestal.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ALVES, L. F.; METZGER, J. P. 2006. A regenerao florestal em reas de floresta secundria na Reserva Florestaldo Morro Grande, Cotia, SP. Biota Neotropica, 6: 1-26.
ANDREAZZI, C. S.; PIMENTA, C. S.; PIRES A. S.; FERNANDEZ, F. A. S. 2007. Predao de sementes deAttalea humilis Mart. ex Spreng. (Arecaceae) em fragmentos de Mata Atlntica (RJ) de diferentes tamanhos. In:Congresso de Ecologia do Brasil, 8., Caxamb-MG. Anais eletrnicos... Caxambu: Sociedade de Ecologia doBrasil-SEB.
FERREIRA, E. J. L. 2005. Manual das Palmeiras do Acre, Brasil. In Daly, D. C.; Silveira, M.; Ferreira, E. J. L.(Eds). Florstica e Botnica Econmica do Acre, Brasil. New York: The New York Botanical Garden. Disponvelem: . Acesso em: 05 mai. 2015.
JANZEN, D. H. 1971. Seed predation by animals. Annual Review of Ecology and Systematic, 2: 465-492.
KLIPS, R. A.; SWEENEY, P. M.; BAUMAN, E. K. F.; SNOW, A. A. 2005. Temporal and geographic variation inpredispersal seed predation on Hibiscus moscheutos L. (Malvaceae) in Ohio and Maryland, USA. The AmericanMidland Naturalist, 154(2): 286-295.
HENDERSON, A. 2002. Evolution and ecology of palms. The New York Botanical Garden Press, New York,198p.
LORENZI, H.; NOBLICK, L. R.; KAHN, F.; FERREIRA, E. 2010. Flora brasileira Arecaceae (Palmeiras).Nova Odessa: Plantarum, 384p.
SCARIOT, A. 1998. Consequences of forest fragmentation on palm communities in Central Amazonia. SrieTcnica IPEF, 12: 71-86
WRIGHT, S. J.; DUBER, H. C. 2001. Poachers and forest fragmentation alter seed dispersal, seed survival, andseedling recruitment in the palm Attalea butyracea, with implications for tropical tree diversity. Biotropica, 33:583-595.
WRIGHT, J. S.; ZEBALLOS, H.; DOMINGUEZ, I.; GALLARDO, M. M.; MORENO, M. C.; IBAEZ, R. 2000.Poachers alter mammal abundance, seed dispersal, and seed predation in a tropical forest. Conservation Biology,14: 227-239.
ZONA, S.; HENDERSON, A. 1989. A review of animal-mediated seed dispersal of palms. Selbyana, 11: 621.
3