Edição nov/dez
-
Upload
rodrigo-goes -
Category
Documents
-
view
249 -
download
10
description
Transcript of Edição nov/dez
Distribuição gratuitaAno 8 . Nº 87Nov/Dez de 2010
O seu condomínio em revista
Especial percorre vários condomínios e aborda riquíssimo conteúdo com histórias de síndicos e suas façanhas
Pufe, pequenoe útil
Biro Biro e a língua comprida
Só quero saber doque pode dar certo
DECORAÇÃO
CRÔNICA
3Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
Reconhecimento e RespeitoEntrevistar mais de 10 profissionais liga-
dos à área condominial, discutir e entender os atuais e constantes problemas, procurar e anal-isar possíveis soluções de situações corriqueiras que só mudam o endereço, mas não a sua for-ma, entender a pessoa que está por trás de um dos cargos – podemos dizer assim – mais ingra-tos que envolvem a coletividade, o síndico.
Durante mais de 30 dias, percorremos os quatro cantos da cidade de Jundiaí em busca de histórias vividas pelos síndicos, aquele pro-fissional que está de frente com o problema, muitas vezes sem a real necessidade de ser chamado. Justiça seja feita, o síndico também é um ser humano e possui vida por trás do in-terfone. E o resultado dessa pesquisa são os ca-sos analisados em condomínios e loteamentos residenciais da cidade (abrimos até um espaço para um condomínio industrial de Itupeva, nesta edição), em uma reportagem completa, detalhada, e que servirá de exemplo para a melhor convivência e discussão na sua próxima reunião de condomínio, seja ela amanhã ou du-rante o ano de 2011.
Para quem folhear as oito páginas da re-portagem de capa poderá chegar à conclusão que, realmente no dia 30 de novembro – Dia do Síndico, haverá de esquecer todos os ran-cores e ‘arranca-rabos’ e dar os parabéns para o seu síndico ou o seu presidente da associação de moradores. Isso não justifica que o mérito é exclusivamente dele por to-das as benfeitorias em seu condomínio, mas em casos analisados pela nossa reportagem,
Redação: Rua Bela Vista, 650 - Bela Vista
CEP.13207-780 - Jundiaí / - Tel: 4522-2142
A revista é um produto da io! comunica
CNPJ: 06.539.018/0001-42
www.iocomunica.com.br
Jornalista Responsável: Rodrigo Góes. MTB: 41.654
Designer Gráfico: Paloma Cremonesi
Arte Final: Paloma Cremonesi
Reportagens: Rodrigo Góes
Atendimento e Logística: Sérgio Porcari Filho
Colaboradores: Márcio Lestingi e Talita Rocca
Tiragem: 7.000 exemplares.
Entrega: Mala direta e direto em caixa de correio,
Atenção síndico e administra-dor. Mantenha o cadastro do seu condomínio atualizado.Entre em contato com nosso canal direto exclusivo para você: [email protected]
mediante protocolo para moradores de condomí-
nios constantes em cadastro do Portal dos Condo-
mínios. Caso ainda não receba e queira o exemplar
em seu condomínio, ligue para 11. 4522-2142.
Site: www.condominioemrevista.com.br
Twitter: @pcondominios
Blog: http://portaldoscondominios.wordpress.com
Os artigos assinados são de inteira responsabili-
dade do autor e não representam o pensamento
do jornal.
EXPEDIENTE
NA WEB
pudemos comprovar que dificilmente a pessoa escolhe ser síndico, porém a par-tir do momento em que assume o posto, se dedica em busca do bem-estar condo-minial. O mérito também não é exclusivo ao síndico quando se tem a contribuição de conselheiros, sub-síndico e todos os envolvi-dos em uma administração de condomínio.
Parabéns síndico pelo seu dia e esperamos que 2011 seja um ano repleto de ações plane-jadas e transparentes em seu mandato para, quem sabe, tentar a releição!!!
*Em 2010 o Portal dos Condomínios trouxe
uma revolução para o mercado editorial dirigido em Jundiaí. Após sete anos trabalhando em forma-to jornal, em maio houve a migração para a revista e um melhor aprofundamento do seu conteúdo.
A revista iniciou com um projeto – se é que devemos chamar assim, visto que a mídia Portal dos Condomínios existe desde 2003 – de 16 pági-nas, sem poluição visual. A cada edição, um pro-gresso. Esta última de 2010 está com 32 páginas, mas mantendo o padrão gráfico proposto desde o início. A evolução se deu tão somente por você, leitor, que nos acompanha, e você, anunciante, que investe a sua marca em uma revista que respira credibilidade.
Toda nossa equipe só tem o que agradecer por este ano e que em 2011 novas frentes se abrirão, e melhores e maiores oportunidades estarão à nossa disposição para que o Portal dos Condomínios possa continuar com esse respeito que devemos a vocês. Ótima leitura.
EDITORIAL ÍNDICE
CADASTRO
*A utilidade dos pufes
*A atribuição dos síndicos
*Capa - Especial síndico
*As frutas de Jundiaí
*Não vire estatística
*ABC do condomínio
* A família para seu filho
* Jardim vertical
*UD - Lixeiras
*Biro Biro
PARA ANUNCIAR11 4522.214211 4521.3670
4
6
8
20
22
23
24
26
28
30
4 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
DECORAÇÃO & DESIGN
Pequeno Emilia usa e abusa dos pufes na decoração e utilidade para sua casa
Por Talita Rocca
Quando o assunto é praticidade,
o pufe é uma excelente opção para
casas com espaços pequenos e
para quem recebe visitas. Mesa,
bancada, cadeira e apoio para
pés são algumas das funciona-
lidades desse objeto que ofere-
ce muito conforto para o dia a
dia.
Além de aconchegante,
o pufe pode complementar a
decoração basta enfeitar a peça
com um tecido colorido ou es-
tampado. “Esse objeto não tem
mais o conceito de quebra-galho.
Hoje em dia temos pufes com luz,
imagens e até sons”, conta Fernanda
Torricelli, design de interiores.
Fernando Tardini, comerciante, aposta na ver-
satilidade. “Alguns traduzem design
e outros conforto, mas seu maior
diferencial é realmente a possibilida-
de de suprir várias necessidades em
diversos momentos”, afirma.
Fernanda afirma que o item com-
bina com os quatro cantos da casa.
“Os pufes podem ser colocados na co-
zinha, no quarto, na sala, no closet, no
banheiro e até mesmo na varanda. Só é
preciso tomar cuidado para o tecido estar
adequado com o ambiente”, dá a dica.
Tardini ressalta que cada ambiente merece
estudo individual de espaço e necessidade do in-
divíduo que vai utilizá-lo. “A versatilidade do pufe
normalmente permite seu ingresso na maioria
dos cômodos. Além de decorativo é um item bas-
tante funcional”
Para Carla Lima, arquiteta, o pufe é muito
útil. “Além de ser confortável, não ocupa muito
espaço”, relata.
Já para Emília Santos, o objeto tem outra uti-
lidade. “A proposta era de ter alguns pequenos
pufes espalhados, para as visitas apoiarem seus
pertences. O pufe é uma peça prática e coringa,
deixa a casa mais informal”, afirma a estudante
de gastronomia.
Mãe de quatro filhos, Emília conta que para
receber tantos amigos, o segredo é espalhar pu-
fes por todos os cômodos da residência. “Minha
casa é decorada com vários sofás, mas o que
mais atrai as pessoas são os pufes”, conta.
Dentre tantas opções, o pufe é utilizado tam-
bém como brinquedoteca de criança. A estudante
lembra que quando chegam filhos de seus ami-
gos em sua casa, o objeto vira pista de corrida.
O pufe se tornou tão importante que acaba
Foto
s: T
alita
Roc
ca
5Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
objeto, grande utilidadesendo peça chave no desenvolvimento de proje-
tos para residências. “Utilizamos pufes com fina-
lidades diferentes nos nossos últimos projetos”,
conta Carla.
Quem preza pela ecologia pode decorar sua
residência com pufes feitos até de garrafas pet.
CustosA variação de preços entre os modelos de
pufes é bastante elástica. É necessário levar em
consideração matéria-prima, formatos, acaba-
mentos, designers envolvidos que possam assinar
essa peça e também revestimentos. Normalmente
a opção pelo pufe é mais econômica que a do es-
tofado ou a cadeira, porém não são concorrentes
de um mesmo espaço, e sim um complemento
do outro.
Higienização do pufeA limpeza está relacionada com o tipo de
material que reveste o pufe. Cada material mere-
ce atenção diferente do outro, chenilles e suedes,
couros e couros sintéticos.
De uma forma geral, a higie-
nização dos estofados é feita
por empresas especializadas,
porém a manutenção diária
pode ser feita com aspi-
rador de cerdas macias
e produtos neutros que
não agridam a superfície
do estofado.
IMPORTANTE
Nunca aplique pro-
dutos químicos que não
sejam próprios ou reco-
mendados na peça, como
álcool.
A impermeabilização do
revestimento é outra forma inte-
ressante. Essa aplicação não permite
que no caso de um acidente com água, o
líquido penetre na espuma.
Carla e Fernanda apostam nos pufes para incluir em seus
projetos
6 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
A dura atribuição de ser síndico e suas responsabilidades
VIVER EM CONDOMÍNIO
No dia 30 de novembro é comemorado o dia do síndico. Sabemos que a figura do
síndico é muito importante para a vida do condomínio. Podemos afirmar sem perigo
de errar que as consideráveis atribuições outorgadas ao síndico, seja por força de lei
ou pela convenção de condomínio/estatuto, adicionadas à complexidade das rela-
ções civis, trabalhistas e negociais que envolvem o condomínio ou associação de
moradores acarretam, no mais das vezes, a impossibilidade e o risco de desem-
penhar sozinho sua função. Administrar um condomínio hoje demanda tempo
disponível e conhecimento técnico, nem sempre o síndico dispõe de ambos.
Segundo o Jornal Estado de São Paulo “nos últimos três anos, o número de
síndicos que são empresários passou de 23% para 27%. Em segundo lugar no
ranking atual estão os administradores de empresas que, na lista de 2006,
ficavam em 5º posição. Advogados também sobem no pódio deste ano -
no último balanço ostentavam o 6ª degrau. Já os aposentados, que eram
9,8%, passaram para 8,7%. Mesmo declínio para as donas de casa, que
caíram de 10,5% para 7,1%.”
Como os condomínios cresceram, ou seja, aumentou o número
de condomínios com amplos espaços de lazer, houve uma neces-
sidade para a profissionalização do síndico, sendo que os próprios
condôminos passaram a ser mais exigentes com relação a estes.
O síndico durante a sua administração de buscar observar os di-
reitos e deveres de cada um dos condôminos, bem como zelar
pelas regras que regulamentam a vida em condomínio. Para
tanto, o síndico deve sempre buscar a orientação em três
documentos básicos: o Código Civil, a Convenção do Con-
domínio (uma espécie de “constituição”) e o Regulamento
Interno, estes dois últimos específicos para cada prédio.
Devemos lembrar que o cargo de síndico é “executivo” e
não “legislativo”, ou seja, as normas de convivência legal-
mente válidas são aquelas previstas na convenção e no
regulamento interno, aprovadas pelos condôminos. Para
criar novas regras é preciso alterar estes documentos em
assembleia, com aprovação de 2/3 dos titulares das frações
ideais do condomínio no caso da convenção e maioria sim-
ples no caso do regulamento interno.
As funções do síndico estão definidas no artigo 1348 do Có-
digo Civil, tendo o síndico responsabilidade civil e criminal.
A responsabilidade civil do síndico ocorrerá quanto este não
cumprir suas atribuições adequadamente de forma que
ocasione prejuízos ao condomínio, condôminos ou a
terceiros.
A responsabilidade criminal do síndico ocorrerá
quando este não cumprir suas atribuições
adequadamente agindo de forma omis-
siva, bem como aja de maneira que
pode ser disciplinada como crimi-
nosa.
Lembramos que o síndico
não atua sozinho, de-
vendo ser assessorado
pelo subsíndico e pelo
conselho consul-
tivo/fiscal. Sendo que esse conjunto de pessoas permite alguns benefícios. Por
exemplo: na ausência do síndico, quem assume o papel é o subsíndico, que
responde oficialmente pelas funções específicas do síndico, e o conselho fiscal
atua fiscalizando a gestão do síndico. É bom esclarecer que é muito importante a
existência desse conselho, para fiscalizar a atuação do síndico. Com isso, o síndico
estará resguardado da sua própria imagem, pois as despesas do condomínio são
acompanhadas por um conselho que preza, antes de tudo, pelos reais interesses dos
condôminos.
Atualmente a missão do síndico se sustenta em quatro pilares fundamentais para uma
boa administração condominial: 1ª) síndico preparado, ou seja, deve ser uma pessoa
interessada nos problemas administrativos da coletividade agindo com transparência,
divulgação dos trabalhos da administração, comunicação de todas as informações con-
dominiais, busca da qualidade nos prestadores de serviços, realizar investimentos em ob-
ras e manutenções de forma perfeita e, por fim, a utilização do bom senso; 2ª) bons com-
panheiros, ou seja, subsíndicos e conselheiros participativos e que busquem ajudar o síndico
nas decisões garantindo transparência e participação de todos os envolvidos na administração
condominial; 3ª) administradora de qualidade, as quais deverão exercer as funções burocráticas
dando suporte aos síndicos através de seus departamentos diversos; e 4ª) corpo jurídico próprio, a
contratação de advogado (seja para prestar serviços habitualmente, seja para uma demanda espe-
cífica) é competência do síndico; e isso faz sentido: muitos condôminos podem não concordar com
a contratação de um advogado, alegando aumento dos custos, contudo, este tipo de profissional é
quase que indispensável para um condomínio, ademais, contratar um advogado para cada causa pode
sair mais oneroso do que fechar um contrato de prestação de serviços em caráter ‘global’.
Por fim, gostaríamos de dizer a todos os síndicos que nos lêem que é com muita satisfação que os
parabenizamos por todo o empenho e dedicação demonstradas, pois sabemos que a sua função é
árdua e por mais que você faça pelo seu condomínio, ainda, às vezes é incompreendido. Parabéns a
todos os síndicos pelo seu dia !!!!
Se o leitor ainda tiver dúvidas ou desejar sugerir novos assuntos para abordagem
desta coluna, poderá encaminhar “e-mail” para o endereço especialmente criado para esta finalidade:
*Newton Nery Feodrippe de Sousa Neto,
advogado especializado em direito condominial e de vizi-
nhança, assessor especial da presidência da 33ª Subsecção da OAB de Jun-
diaí, presidente da Comissão Cultural da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí gestão
2007/2009, Síndico de Condomínio, pós-graduando em Direito Civil e Processo Civil, co-
laborador do programa Viver em Condomínio da Rádio Difusora Jundiaí.
* Carlos Eduardo Quadratti, advogado especializado em direito condominial e
de vizinhança, diretor tesoureiro da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí, mem-
bro da Comissão Cultural da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí gestão
2007/2009, membro associado da ProEmpi (Associação das Empresas
e Profissionais do Setor Imobiliário de Jundiaí e Região), repre-
sentante da 33ª Subsecção da OAB de Jundiaí no Conselho
Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural de Jundiaí
2008/2009, colaborador do programa Viver em Con-
domínio da Rádio Difusora Jundiaí, possui ainda
formação técnica em administração de em-
presas.
7Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
8 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
Bem-estar condominialTarefa do síndico, dever de todos os moradores
Por Márcio Lestingi
Se fizermos o ranking das pessoas mais
polêmicas e controversas que viemos a co-
nhecer ao longo de toda a nossa vida, quais
seriam as citadas em uma enquete definitiva
No Tereza Cristina, Pedro Garcia construiu a por-taria com doações dos moradores e agora concilia
o seu trabalho de corretor com o de presidente da Associação, graças a colaboração dos moradores.
com a memória de nossos melhores fios de
cabelos? A primeira imagem que nos viria à
cabeça é a da professora de redação ou a do
treinador da escolinha de futebol? É a do árbi-
tro que não deu ao seu time o pênalti mais es-
candaloso da história? É a da diretora da esco-
la ou a do primeiro chefe? Sem falar no
examinador da prova de habilita-
ção para veículos automo-
tores e na dona Maria
– aquela vizinha
de esquina que
e n t r e g a v a
aos nos-
sos pais todas as traquinagens não permitidas.
Independentemente dos fortes competidores
que disputariam os melhores espaços no hall
da fama dos neurônios das lembranças, a-
certou quem apostou no síndico como o tema
principal dessa reportagem.
Nas grandes cidades, cada vez mais amea-
çadas pela falta de segurança e de espaço, a
figura do síndico, como o harmonizador dos
espaços de vivência e convivência, aparece i-
negavelmente em destaque, entre as cartas de
valor no baralho dos moradores condominiza-
dos, mesmo entre aqueles que nem sequer sa-
bem o seu nome. Cabe ao síndico - em alguns
casos por decisões próprias, em outros, por de-
cisões legitimadas pelas assembleias condomi-
niais – gerenciar toda a carteira de prestadores
de serviços terceirizados que conservam e reno-
vam cada molécula de ar das áreas comuns e
das áreas privativas. É o síndico quem contrata
o fornecedor, quem supervisiona e aprova o
serviço efetuado, e quem ordena os pagamen-
tos das empresas parceiras, mas, parem o e-
levador!
Indo direto ao que interessa, quais são as
boas práticas e as boas ideias que resultaram
em redução da taxa condominial, aumento da
receita e melhoria no ambiente de moradia
dos condomínios de Jundiaí e região? Quais
os atores principais dessa peça? O que faz a
gestão de um síndico uma história de sucesso?
Antes, contaremos as histórias de alguns
“malucos” que chegaram ao posto de síndico
Capa
Fotos: Márcio Lestingi
9Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
em seus respectivos residenciais.
Syndicu et poderiumDe acordo com o dicionário Aurélio, síndi-
co vem do grego sýndikos e significa advoga-
do, defensor. Mais tarde passou para o latim
como syndicu e veio a designar o antigo procu-
rador de uma comunidade, o indivíduo escolhi-
do para zelar ou defender os interesses de uma
associação ou de uma classe. Pode ser também
o administrador de uma massa falida.
No Brasil, o síndico é a pessoa indicada
pelos condôminos para tratar dos interesses e
da administração do imóvel – o interessante é
notar que a palavra síndico não faz parte do
léxico de nenhum outro idioma, em nenhum
outro país, já que em Portugal se usa o termo
administrador de condomínio.
Mais assertivamente, a enciclopédia virtual
wikipedia define o síndico como “aquele que
faz tudo aquilo que todos deveriam fazer pelo
condomínio, e não o fazem por falta de tempo
ou disponibilidade,
comodismo ou
omissão”. Como
a ocupação de
síndico não é
uma profissão
r e g u l a m e n -
tada, as opin-
iões sobre o
perfil ideal
do escolhido
para admi-
nistrar um
condomínio são
muito diversas
umas das outras.
Independente-
mente do modelo
adotado – as opções
disponíveis variam, desde
aquele com o síndico mora-
dor e voluntário, até o marcado
pela contratação de um profissional estra-
nho ao condomínio. O ocupante deve pautar
sua gestão por valores como transparência
na prestação de contas, fácil e rápida aces-
sibilidade a todos os moradores, preocupação
constante em reduzir a taxa condominial, e
muito jogo de cintura para lidar com os quei-
xumes e reivindicações dos condôminos.
Aberta a sindicânciaA primeira regulamentação do papel de
um síndico veio com a lei federal 4591/64 –
conhecida como lei dos condomínios – ainda
em vigor, mas que teve vários de seus disposi-
tivos revogados e substituídos pela lei federal
10406/02, do novo Código Civil. Nesse novo
regimento, em seu artigo 1348, foram reesta-
belecidas as dez prerrogativas do síndico e suas
ferramentas obrigatórias de trabalho, que são
o próprio Código Civil, a Convenção Condomi-
nial, o Regulamento Interno e todas as atas de
assembleia já realizadas, assim como os orça-
mentos anuais de despesa e de receita e o se-
guro das edificações.
O mandato na função de comandante ger-
al das tropas sindicais dura dois anos, e pode
ser renovado uma vez. Concomitantemente à
eleição do síndico, também são escolhidos o
subsíndico, os três conselheiros titulares e os
três suplentes, que se unem ao zelador e aos
ajudantes de serviços gerais na batalha pela
conservação das instala-
ções e bem-estar nas
relações humanas. Es-
clarecidos os aspectos
legais, como e por que
um morador se candidata
ao posto mais importante
de seu condomínio?
A primeira eleição,
geralmente, é involun-
tária. “Eu não queria
ser síndico”, começa
a nos relatar José
Luis Rodrigues Sam-
paio, do Cond. Res.
Ricardo Albiero, na
Vila Hortolândia, an-
tes de demonstrar um
imenso carinho e gosto
para resolver as mazelas
da função. “No começo
é diferente, dá um pou-
co de receio que se dis-
sipa com a colaboração do
conselho e dos amigos”,
continua Elza Souza Villar,
do edifício Ilhas Gregas,
enquanto explica que os
próprios condôminos lan-
çaram sua candidatura e a
José Luiz reduziu a inadimplência de 40% para 10% , no Ricardo Albiero. Agora o desafio é fazer a cobertura das garagens.
Elza usa um ótimo rela-cionamento com os mo-radores para integrar todos os condôminos no Ilhas Gregas.
10 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
convenceram a
assumir o pos-
to, em função de
suas habilidades no
trato com as pessoas.
Como conse-lho aos marin-
heiros de primeira viagem, Wagner
Carpi, ex-síndico do Chácara das Flores II, re-
comenda ao candidato à função que faça uma
avaliação fiscal completa do edifício, antes de
se assumir qualquer compromisso.Essa análise
inclui saber quais os protestos contra o con-
domínio, quais os processos trabalhistas e se
o CNPJ está limpo. “O número de inadimplen-
tes pode assustar”, completa. Como comple-
mento, o advogado condominial Newton Nery
Feodrippe de Sousa Neto explica que os con-
domínios não têm personalidade jurídica, con-
tudo podem ter inscrição no CNPJ, contas em
instituições bancárias, formalizar contratos e
contratar empregados.
Antes do pente fino, entretanto, vem a
candidatura. Fabíola Martho, presidente do
conselho e síndica do condomínio residencial
Bosque dos Jatobás, no Engordadouro, conta
que, logo nos primeiros dias do condomínio,
também recebeu um pedido dos moradores
para exercer a função, pois viram na advogada,
muita segurança, capacidade administrativa
e disponibilidade de tempo para monitorar a
execução das primeiras obras. “Como eu tinha
um filho pequeno, precisava estar próxima e,
ao receber o convite dos moradores, formalizei
a proposta para trabalhar todos os dias pela
manhã. Logo obtive autorização da assembleia
para iniciar o meu mandato”. Aliás, segundo
José Marco Ferreira da Silva, sócio-proprietário
da imobiliária e administradora de condomínios
Móbile, possuidora de uma carteira de clientes
com mais de 100 condomínios - as mulheres
são melhores síndicas. “Elas exercem melhor
a função que os homens. São mais sensíveis,
enxergam coisas que os homens não enxergam
porque administram as próprias casas”, explica
logo em seguida.
O síndico e sua obraNo loteamento fechado Tereza Cristina,
localizado no Medeiros, a obra do corretor
de imóveis Pedro Garcia é tão extensa, que os
moradores não querem vê-lo sair do cargo de
presidente do conselho fiscal e de síndico.
Há dez anos na função, Pedro já revolu-
cionou a
vida de seu
condomínio. Re-
cuperou o lago, fez o
passeio ao seu redor, a ilu-
minação noturna, e conseguiu
a doação dos casais de cisnes e de
marrecos que o habitam. Arborizou todas
as ruas de seu interior, fez a pavimentação, a
sinalização e a colocação de placas. Coordenou
a criação do pomar e o plantio de mais de 400
mudas de árvores frutíferas como manga, jabu-
ticaba, pitanga, carambola e poncã, entre out-
ras.
Graças às doações dos condôminos, con-
seguiu construir a portaria de seu residencial ao
custo zero e, além de tudo, consegue fazer a
conservação das áreas comuns dos 260 lotes à
taxa fixa mensal de R$ 190,00. “Os serviços e
recursos que não conseguimos com a prefeitu-
ra, conseguimos com a participação dos mora-
dores”, explica Pedro, afirmando que a prefei-
tura faz toda a coleta de lixo, o recapeamento
e a limpeza das bordas do lago, de modo que,
sobra a seu único jardineiro, fazer as podas,
cortes e limpezas complementares. Porém,
esclarece o motivo pelo qual não se recandi-
datará ao cargo, nas eleições de dezembro de
2010: “Os moradores são todos meus amigos
e, mesmo assim, nas assembleias e reuniões,
dão dores de cabeça intermináveis, pois as pes-
Fabíola acaba de implan-tar um site para melhorar a comunicação com os condôminos e planeja um sistema de distribuição de correspondências dentro
do Bosque dos Jatobás.
No Tour de Versailles, Milaré optou pela segurança com portaria própria e agora pre-tende refazer a fachada.
11Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
soas transferem ao síndico a responsabilidade
por mediar todos os conflitos”.
Em conclusão, afirma que, apesar de não
receber remuneração alguma pelos dias de
síndico, procura todos os dias antecipar as me-
lhorias que podem ser feitas e agradar aos mo-
radores.
No condomínio Tour de Versailles, na rua
do Retiro, o síndico Sebastião Eduardo Mi-
laré está em sua terceira gestão nos 13 anos
de existência do condomínio. Entre as realiza-
ções que reduziram os gastos do condomínio,
destaca a substituição do combustível da cal-
deira que gera o aquecimento da água - de
GLP para gás natural, o que gerou economia
aproximada de 20% ao mês na conta gasosa
– a alternação das lâmpadas que iluminam a
garagem, que gerou outros 15% e a divisão da
caixa d´água em duas metades independen-
tes, com impacto ao redor de 10% a menos no
consumo. Já no Villa Giuseppe, segundo a atu-
al administradora do condomínio, Móbile, ela e
a ex-síndica organizaram um mutirão para de-
tectar os vazamentos de cada apartamento. A
redução do consumo de água chegou a quase
40%, ao fim dos reparos e manutenções. No
Cond. Morada da Serra, fizeram a individualiza-
ção dos hidrômetros.
José Luis Rodrigues Sampaio, do Cond. Res.
Ricardo Albiero, está em sua segunda gestão,
e uma de suas ações mais comemoradas é
a redução do consumo de energia em cerca
de 30% por desativação da bomba d´água
que abastecia seu reservatório. José Luis, que
também é técnico mecânico, reparou que a
pressão da água da rua era suficiente para
encher a caixa d´água elevada de seu prédio,
diretamente, sem necessidade de encher a cis-
terna para depois gastar com energia de bom-
beamento – no entanto, quando há raciona-
mento ou rodízio de água da rede, a bomba é
novamente ligada.
Outra ação implantada foi a troca da em-
presa que fazia a vigilância e o
controle da portaria. “Ganhamos
na rapidez e na qualidade do aten-
dimento, além da redução mensal
de dois mil Reais nos custos com
a operação de segurança”.
Apesar dos avanços, o
mesmo síndico faz uma
ressalva: “Traba-lhar
para os condomínios
é muito des-
gastante. En-
contramos mais
reclamações que
elogios”.
Em alguns
locais, a redução
da taxa condominial vem da administração
rigorosa dos contratos com os terceiros e da
supervisão da qualidade e do andamento dos
serviços prestados. A síndica Andréia Corozola,
do Chácara das Flores I, pede descontos e res-
sarcimentos, quando constata que o serviço
contratado não lhe atendeu a contento. Caso
o baixo nível de serviço continue, ela promove
rapidamente a troca do fornecedor. Em sua
primeira gestão, Andréia, que tem como bra-
ço direito a subsíndica Zenaide Augusto, faz
questão de dividir com a mesma, todas as de-
No Chácara das Flores I, Andréia e Zenaide
modernizaram a administração e estão revitalizando todas as
áreas comuns do condomínio.
12 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
cisões tomadas. Porém, para manter a saúde
financeira e a harmonia em seu condomínio
revela: “Não existe mágica. Tem que cobrar os
inadimplentes, acabar com os favores, facili-
dades e dívidas que impactam no resultado fi-
nanceiro”.
Dessa maneira, em cerca de um ano e
meio, a incansável dupla conseguiu elevar o
saldo em caixa de R$ 115 mil para R$ 160
mil, mesmo com os cerca de R$ 100 mil
gastos na reforma da portaria, nos conser-
tos do telhado, do para-raios e na substitu-
ição dos bloquetes do estacionamento, além
da implantação das câmeras de segurança.
Outra boa prática utilizada por Andréia foi
ter aprovado, em assembleia, quais obras
os moradores julgavam prioritárias em seu
mandato. “Das dez obras apontadas, oito
já foram concluí-
das e a pintura
do salão de
festas já está
na fase de
a p r o v a ç ã o
dos orça-
mentos”.
N o
M a i s o n
C l a s s i c ,
o síndico
João Ro-
berto Far-
ia, a fim
de resolver
o incômodo
o c a s i o n a d o
pelas constantes
quedas de ener-
gia - não resolvido
pela concessionária de
energia elétrica até
o fechamento dessa ed-
ição - aprovou em assembleia,
ainda em 2010, a compra de um
gerador de energia por aproximados
R$ 60 mil. Parte desse custo foi cobe-
rto com o aumento provisório da taxa
condominial. João afirma que mel-
horou o conforto no prédio, e que o
gerador entra em funcionamento dois
segundos após a ocorrência de queda
de energia nos elevadores. Ressalta
também que as medidas de redução
do consumo de energia devem ser
perseguidas diariamente, e que o
uso consciente do elevador – em seu
prédio, os elevadores só aceitam um
comando por vez – tem auxiliado na
consecução desse objetivo.
Outra boa ação já difundida em
Jundiaí é a coleta do óleo de cozinha usa-
do. Separado, o mesmo é enviado para a
saponificação e é devolvido ao condomínio
que, assim, não gasta com esse produto de
limpeza. O Morada dos Deuses e o Bosque
dos Jatobás, por exemplo, são adeptos
dessa prática. Em complemento, é impor-
tante dizer que a coleta seletiva de papel,
papelão, plásticos e metais para a recicla-
gem é utilíssima para diminuir a quantidade
de lixo despejada, diariamente nos aterros
da cidade, além de permitir o emprego e a
inclusão social dos trabalhadores das coop-
erativas de catadores de sucatas. Sua venda,
entretanto, quando praticada, tem servido
apenas para custear o café da manhã dos
funcionários do condomínio, conforme es-
clarece José Marcos, da Móbile.
Voltando à Fabíola Martho, a condutora
jatobense lembra que o primeiro síndico, em
geral, implanta todo o sistema de seguran-
ça. Observadora e ciente da intensa movi-
mentação que se iniciaria nas obras de seu
condomínio, Fabíola estabeleceu o sistema
biométrico para
o controle de
entrada dos
moradores, de
crachás para
visitantes e
de cartões de
ponto para os
terceiros. “Des-
sa maneira,
consigo saber
em tempo real
quais as pessoas
presentes inter-
namente”, arre-
mata a síndica.
Outro ponto por
ela lembrado
é que, no iní-
cio, a cobrança
de taxa condominial é irrisória, depois sobe
para a construção da portaria e ou-tras ob-
“O síndico não é empregado do condomínio”, afirma Celso
Coelho, sócio-diretor da Imobiliária
Mediterrâneo e presidente do
ACIJUN
João Faria, do Maison Classic, foi o primeiro da região da Chácara Urbana a usar gerador e agora a meta é se adequar às exigências do AVCB.
13Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
14 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
ras necessárias. Por fim, tende a estabilizar
num patamar que permite a boa conserva-
ção das instalações e a manutenção do fun-
do de reserva para fins específicos, como a
cobertura das garagens.
O que dizem os sindicatos, as imobi-
liárias, as associações, os advogados e as
demais entidades classistas sobre o papel do
síndico
“O síndico não é empregado do con-
domínio”, afirma Celso Coelho, sócio-diretor
da Imobiliária Mediterrâneo e presidente
do ACIJUN – Associação dos Corretores de
Imóveis de Jundiaí e Região - abrindo o in-
ventário das declarações sobre o tema.
Em 1988, a música “Go Back” dos Titãs
atingia o topo das paradas de sucesso, nas
rádios e no extinto programa Globo de Ouro,
com o contagiante refrão “Só quero saber
do que pode dar certo. Não tenho tempo
a perder”. Parece uma mensagem talhada
“A solução não é mudar a empresa, é mudar o funcionário” , Gustavo Giarolla, síndico profis-
sional contratado pelo Bracaiúva e pelo Ciprel
“O mais difícil é administrar o dinheiro do pessoal” , responde o síndico José Luis, do Ricardo Albiero, quando
perguntado sobre os desafios da função de síndico
“Difícil é convencer os condôminos que a co-brança da taxa condominial é necessária” , emenda
Celso Coelho – sócio diretor da Mediterrâneo e presidente do ACIJUN
“O síndico pode gerar inimizade com vizinhos, dentro dos condomínios. Sendo profissional, ele tende a harmonizar melhor as relações que o síndico morador. Vai pesquisar, estabelecer regra, apresentar projeto e estabelecer como será”, vaticina José do Amaral Nogueira Jr., presidente do Sindisíndicos
“O importante é ter um contrato de manuten-ção com todos os serviços prestados às áreas comuns”, João Roberto Faria, síndico do Maison Classic
“O condômino deve trazer também sugestões e não só reclamações”, Andréia Corozola, síndica do Chácara das
Flores I, ao pedir uma mudança na postura dos moradores
“É importante não bater de frente com o reclamante” , ensina a dupla Andréia Corozola
e Zenaide Augusto, respectivamente síndica e subsíndica do Chácara das
Flores I
“O síndico profissional, na cidade de Jundiaí, ainda é uma situação muito verde, e também um pouco polêmica” – de Marcel Piacentini, da imobiliária e
administradora de condomínio Piacentini, apresentando a razão dos con-
domínios em Jundiaí pouco contratarem o sindico profissional. “Hoje administrar condomínio não é só emitir boleto e rodar relatório financeiro”, completa Marcel ao escla-
recer o papel das administradoras
“Antes era algo frio, não tinha nem confrater-nização de fim de ano”, informa a síndica Elza Souza Villar, do
Ilhas Gregas, ao explicar o que mudou em sua gestão, e ainda arremata: “O síndico quer unir as pessoas”, para concluir sua opinião
sobre o papel do síndico
“Difícil é lidar com as pessoas”, esclarece o
síndico profissional Wagner Carpi, sobre a mesma pergunta, e ainda emenda:
“Como síndico, trate igualmente os condôminos, sem diferenciá-lo por ser seu amigo ou vizinho”
“Quando você mora no condomínio, realmente sabe o que é”, explica Fabíola Martho, síndica do residencial Bosque
dos Jatobás, ao relatar como reconhece e prioriza os problemas relatados
pelos moradores
“Só quero saber do que pode dar certo”
para uso e abuso dos síndicos ouvidos nessa
reportagem que, em sua maioria, foram guia-
dos pelos seus vizinhos, à posição de “o escol-
hido” para administração de seus condomínios,
sem que isso inicialmente fizesse parte de seus
planos. Diante desse quadro, a solução adota-
da foi a de pensar positivamente, com foco
e disciplina, como ensinam os autores do
best-seller “O Segredo”. Dessa maneira, cos-
turando os depoimentos de todos os entre-
vistados, os 11 segredos dos síndicos, nas pa-
lavras deles mesmos são os seguintes:
15Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
“Existem 85 mil síndicos só no estado de
São Paulo”, contextualiza José do Amaral
Nogueira Jr., presidente do Sindsin - Sindi-
cato dos síndicos de condomínios residen-
ciais, comerciais e mistos de shopping cen-
ters, incorporações, loteamentos e flats de
São Paulo.
Amaral, que fundou o sindicato em
2008, é defensor da profissionalização e
da regulamentação do ofício de síndico –
que já dispõe de registro no CBO, cadastro
brasileiro de ocupações, desde 2002 – para
atender à crescente demanda por especia-
lização e assessoria nos condomínios. “A
contratação de
um síndico pro-
fissional, prática
que se espalha
pela cidade de
São Paulo, ajudará
a evitar os pro-
blemas causados
pelo despreparo
dos atuais síndi-
cos, que se can-
didatam e se ele-
gem por causa da
isenção da taxa
condominial ou
pela remunera-
ção. Muitas vezes,
nem sabem que
responderão civil
e criminalmente
pelas conseqüên-
cias de seus atos”, continua. “O síndico é
um colaborador”, aponta, de maneira mais
conservadora Marcel Piacentini, diretor co-
mercial da Piacentini, imobiliária que tam-
bém administra dezenas de condomínios
na região. “Como colaborador, ele não tem
conhecimento total dos direitos e deveres
determinados na lei”, completa Marcel, ex-
plicando que é de fundamental importância
a escolha da administradora que
dará suporte ao trabalho do
síndico, auxiliando-o nas de-
cisões mais intangíveis, com
amparo legal, administra-
tivo e contábil.
Wagner Carpi, que
também é síndico profis-
sional, relata que a ter-
ceirização dos serviços
administrativos libera o
escolhido dos moradores
para fazer benfeitorias,
cabendo à administradora
o pagamento
dos prestado-
res de serviços, a
emissão de boletos
e a cobrança dos ina-
dimplentes. “A grande
maioria dos síndicos tem a
sua profissão e exerce a fun-
ção de administrador do con-
domínio nas horas livres”,
completa, sem esquecer de
dizer que o síndico não pre-
cisa estar presente em todas
as emergências do dia a dia,
mas tem de estar comunicável
às 24 horas.
Nas rotinas diárias, Marcel
destaca como principais fer-
ramentas de gestão dos co-
legas do saudoso Tim Maia,
por exemplo, a assembleia
condominial e o suporte dado pelas admi-
nistradoras. “A assembleia é o instrumento
legal que vai dar condições ao síndico para
desenvolver sua gestão e para aprovar as
contas das gestões anteriores”. Já a ad-
ministradora, frisa Marcel, deve ser muito
bem escolhida, para ser o braço direito do
síndico. “Nós vemos muitas vontades dos
síndicos sendo inibidas por preceitos legais
ou por cláusulas da convenção condominial,
após consultas às administradoras”, ao que
prontamente emenda: “Depois, os síndicos
vêm nos agradecer”.
José Marco, da Móbile, nota que o papel
do síndico é gerir as relações entre o con-
domínio e os terceirizados de manutenção
predial e funcionários, e dar tratativa ime-
diata aos problemas, em observância às nor-
mas do residencial, cabendo aos administra-
dores auxiliar no recolhimento de impostos,
pagamento de fornecedores e aplicação das
penalidades.
Outro trabalho feito pelas empresas de
Marcel e José Marco é a organização de pa-
lestras e workshops exclusivos sobre temas
como reciclagem, bullying, ECA - Estatuto
da Criança e do Adolescente, e atitudes
responsáveis no consumo de água e energia,
além de ações educativas como a escolha
do síndico-mirim (neste momento, Marcel
mostra com orgulho recente ata condomi-
Síndicos profis-sionais - salários
que podem variar de um mil e
quinhentos reais a R$ 5 mil, depen-
dendo do tamanho do prédio e tam-bém do número de apartamentos
existentes
Marcel, da Pia-centini, defende o fortalecimento das relações de síndico e admi-nistradora na prevenção dos problemas.
16 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
17Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
18 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
nial feita em assembléia mirim).
Síndico: Morador ou Profissional?
O síndico profissional é aquele prepara-
do para fazer a gestão de qualquer tipo de
condomínio, em toda a sua complexidade.
Com a expansão do mercado de imóveis nos
grandes centros urbanos, a construção de
enormes prédios, com várias torres, gera a
cada dia, muitas oportunidades de trabalho
para síndicos profissionais, com salários
que podem variar de um mil e quinhentos
reais a R$ 5 mil, dependendo do tamanho
do prédio e também do número de aparta-
mentos existentes. De acordo com o Secovi-
SP – Sindicato da Habitação de São Paulo
- alguns destes novos prédios chegam a ter
mais de trinta torres, o que torna o trabalho
de um síndico uma missão realmente com-
plexa.
Em Jundiaí, até o fechamento desta e-
dição, três síndicos profissionais foram en-
contrados. Wagner Carpi – que se apresen-
tou ao mercado como síndico profissional,
ao final de 2009, e já mencionado anterior-
mente nesta reportagem – informou ter seis
propostas de trabalho em análise, na região.
Wagner explica que três modelos de
gestão de condomínios são comumente en-
contrados. O primeiro, a autogestão, é o
do síndico morador que faz tudo e é mais
aplicado a condomínios pequenos, com até
dez apartamentos. O segundo, o mais co-
mum é o da cogestão, em que o síndico-
morador terceiriza boa parte das funções
de escritório - como o pagamento de for-
necedores e a emissão de boletos - à ad-
ministradora de condomínios. O terceiro
modelo é o da contratação de um síndico
profissional, que pode administrar con-
domínios residenciais, comerciais ou indus-
triais, como o faz Gustavo Giarolla, respon-
sável pelo Bracaiúva e pelo Ciprel.
Gustavo é engenheiro elétrico de for-
mação, mas assumiu a administração do
Bracaiúva temporariamente, através de
uma indicação. “O dono do condomínio e
as 23 empresas que dele participam busca-
vam uma pessoa de confiança para apagar
as más lembranças das experiências anteri-
ores”, explica o jundiaiense. No final do ano
seguinte, Gustavo procurou uma especializa-
ção no Secovi e, apesar do tempo escasso,
busca atualmente o terceiro condomínio
para compor sua carteira de clientes.
Na sua gestão, Giarolla vivencia algumas
particularidades. “Não há contrato com uma
administradora, mas os serviços de portaria
e vigilância são terceirizados. A inadimplên-
cia é zero e não há reunião de condomínio.
Faço reuniões separadas, em cada empresa,
com as duas pessoas responsáveis pelas
decisões”, afirma Gustavo, explicando que
dessa maneira agiliza e legitima as decisões.
“Para ser síndico profissional, tem que ter
paciência, tem que saber conversar”, com-
pleta o engenheiro, antes de ressaltar que
outra característica da sua administração
é o uso de profissionais recém contratados
nas empresas terceirizadas, para poder “for-
má-los”, sem vícios adquiridos em outras
empresas.
No mercado existem cursos
preparatórios para a função,
desde pequenos work-
shops de um dia até
cursos de gradu-
ação como
o de gestão de condomínios oferecido pelo
UDF – Centro Universitário do Distrito Feder-
al – ou o de Gerenciamento de Fa-cilidades,
oferecido pela USP, passando por outros que
são verdadeiras especializações, com seis
meses de duração. Boas opções de formação
podem ser encontradas também no Seco-
vi-SP, na Assosindicos, no Sindi-sindicos,
através do site Sindico.net e em consulto-
rias como a Tecnoponta.
Gustavo, do Con-domínio Industrial
Bracaiúva, em Itupeva-SP, está construindo um refeitório e
planeja terceirizar parte da adminis-tração para sobrar tempo para outras
benfeitorias.
19Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
Colchão Basic One Side Bambu c/ base Sweet
Colchão Synphony c/ Base Sweet
Conjunto Box Black Tie
Colchão Mont Blanc c/ Base Sweet
Molas Bonnel
Tecido Bambu
- Tecnologia Suíça
À vista R$ 646,80 R$ 899,90
R$ 53,90 R$ 74,9912X sem juros
Solteiro 0,88 Casal 1,38
À vista R$ 1.079,88 R$ 1.378,80
R$ 89,99 R$ 114,9012X sem juros
Casal 1,38 Queen 1,58
À vista R$ 1.330,80 R$ 1.678,80
R$ 110,90 R$ 139,9012X sem juros
Casal 1,38 Queen 1,58
À vista R$ 1.452,00 R$ 1.789,20
R$ 121,00 R$ 149,1012X sem juros
Casal 1,38 Queen 1,58
Molas Pocket
Tecido Bambu
Molas Poket
Tecido Bambu
Colchão Double Confort c/ Base Camurça - LANÇAMENTO
42cm
- Duplo Molejo,molas LFK commini molas Pocket
À vista R$ 2.998,80 R$ 3.699,00
R$ 249,90 R$ 308,2512X sem juros
Queen 1,58 King 1,93
Colchão Bambu Memosense c/ Base Sweet
À vista R$ 2.799,00 R$ 3.568,80
R$ 233,25 R$ 297,4012X sem juros
Queen 1,58 King 1,93
36cm
Jundiaí: Av. 9 de Julho, 2.050 - Anhangabaú - Fone: (11) 2709-4317
Rua do Rosário, 239 - Centro - Fone: (11) 2449-0216
Texto Legal: Plano 12X no cartão de crédito (Visa, MasterCard, Hipercard). Cartão Sorocred e American Express em até 10X ou em 10X c/ entrada no cheque. Preço em 12X sem juros. Crédito sujeito à aprovação. Nos conjuntos Box 1,38 a base é inteiriça. Garantimos 10 peças de cada produto. Texto Legal Geral: Promoções válidas de 10/11/10 a 20/12/10. Fotos Ilustrativas. Reservamo-nos o direito de erros gráfi cos. Consulte a disponibilidade dos produtos em cada loja.
ww
w.c
om
unic
pub
licid
ade.
com
.br
- 5 Zonas de Adaptação- Terço Central Reforçado
Tecido Bambu
EspumaViscoelástica
Molas Pocket
EspumaViscoelástica
Tecido MalhaEucalipto
EspumaViscoelástica
Molas Pocket
TecidoMalha
Bambu
20 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
QUATRO CANTOS
Por Talita RoccaJundiaí é conhecida como a “terra
da uva”, mas será que realmente podemos considerá-la apenas
como da uva? Segundo o secre-tário de agricultura, Jorge Ya-
tim, a região se transformou na maior produtora de uvas
de mesa no Brasil. “Jundiaí possui cerca de 25 mil-
hões de pés de uva da variedade Niágara ro-
sada, o que significa 95% da produção lo-
cal”, contabiliza.O município
apresenta uma agricultura di-
v e r s i f i c a d a , o destaque
é para a f r u t i -
c u l -
tura. Além da uva, a cidade está em evi-dência por conta da plantação de outras frutas. “Caqui, poncã, pêssego, laranja e banana também são bastante comuns na cidade”, afirma o secretário.
Com a chegada do verão, para manter o corpo hidratado e saudável, o consumo de frutas aumenta. Ricardo Strabello, pro-prietário do Frutas Rondon, conta que nos dias mais quentes a venda de outros produtos também cresce. “Além dos sucos, os consumidores optam pela salada de fru-tas e alguns até trocam a refeição diária pela salada”, comemora.
Exemplo disso é Edvaldo Cordeiro de Lima, motorista, que consome o produto natural como forma de cuidar da saúde. “Em dias quentes, água e suco de frutas fazem parte da minha dieta diária”, conta.
Yatim ressalta ainda que para que o consumo de frutas seja realmente saudáv-el, é necessário tomar alguns cuidados básicos no seu armazenamento. “Ao con-trário dos produtos de origem animal, as frutas, após a colheita, mantém ativos
todos os processos biológicos vitais. Por conta disso e também pelo alto teor
de água em sua composição química, as frutas são alta-
mente perecíveis”, ex-
Acessíveis,Em sua barraca de frutas Ricardo tem até salada de frutas com açai
Talit
a Ro
cca
21Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
saborosas e nutritivasplica.
As frutas maduras devem ser con-servadas em ambiente refrigerado. Caso ainda estejam verdes, necessitam ser mantidas em temperatura ambien-te até atingir o amadurecimento de-sejado e só depois colocadas no re-frigerador. É importante guardá-las inteiras para evitar perdas do valor nutritivo.
Para acelerar o amadurecimento de algumas frutas, siga algumas di-cas:
Mamão: faça riscos com uma faca em volta da fruta, no sentido do com-primento.
Caqui: pingue uma gota de vi-nagre ou álcool no local onde estava o cabo e o embrulhe em um jornal.
Banana: Coloque um tomate na fruteira junto com os cachos.
Dicas para ter um consumo saudável:
- Dê preferência às frutas da época, pois são mais saborosas e baratas;
- Prefira frutas da região, pois sofrem poucos danos com o manuseio e transporte;
- Antes de comer uma fruta, lave-a bem com água corrente; - O ideal é ingerir ao natural ou levemente refrigerada;
- Ao descascar uma fruta, retire o mínimo possível de casca para evitar perda de
substâncias nutritivas;- Para preparar saladas de frutas e
sucos naturais, corte-as apenas momentos antes de serem
consumidas.
Imagem ilustrativa
22 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
Não vire estatística no Final de AnoDúvida! É o que prevalece sempre que tenho
que escrever uma matéria. A dificuldade é sobre
o que escrever e como escrever será que as pes-
soas vão ler, será uma informação útil? Escrever é
sempre uma responsabilidade muito grande, ainda
mais para mim, que, como escritor, sou ótimo fi-
sioterapeuta.
Meu nome é Neto Aiello, sou fisioterapeuta
formado desde 2002, fiz pós-graduação em Acu-
puntura e “O Aparelho Locomotor no Esporte”,
pela Escola Paulista de Medicina. Esta é a primeira
vez (de muitas, espero) que escrevo para uma re-
vista deste porte e vou falar sobre o Final de Ano.
Estamos entrando na reta final de 2010, e com
ela estão chegando as famosas comemorações,
confraternizações e compromissos. São diversas de-
las: Natal, Reveillon, férias escolares, praia, “comi-
lança”, bebedeira, 13º, o “adorável” Amigo Secreto
da Empresa; sem se esquecer do nascimento do
menino Jesus. Juntamente com tanta alegria, vem
os inconvenientes, trânsito, fechamento de metas
no trabalho, compras de natal e do peru, frequen-
tar o “inferno” chamado shopping, criança ociosa
em casa, enfim uma loucura. Com tantos compro-
missos, não se espante se nas próximas semanas
você estiver irritado e cansado, querendo ver logo
o fim de tudo isso. Nessa época do ano o nível
de estresse do brasileiro aumenta 75%, segundo
a ISMA BR (Internacional Stress Management As-
sociation - Brasil), associação voltada para o estudo
do estresse.
O estresse pode se manifestar com sintomas
físicos (dores de cabeça e no corpo, alterações
gastrointestinais e aumento da pressão arterial),
emocionais (ansiedade, angústia e preocupação) e
comportamentais (uso excessivo de drogas, álcool,
tabaco e ataques a geladeira).
Há diversas maneiras, todas muito simples,
para fugir dessa estatística, sem precisar recorrer
aos remédios, que além de terem efeitos colaterais,
agem nas dores, mas não trata as causas das mes-
mas. Hábitos saudáveis são muito eficazes, como
a pratica de atividades físicas, dietas leves, boa
hidratação e procurar atividades relaxantes, que
acalmem e distraia a mente.
Outra ótima alternativa é a acupuntura. O
tratamento para o estresse e suas manifestações
sistêmicas e psicológicas tem apresentado resul-
tados bastante satisfatórios, pois não há efeitos
colaterais relevantes que sejam conhecidos. Em
geral, recomenda-se de uma a duas aplicações por
semana.
A quiropraxia, tem mostrado bom desem-
penho no combate ao estresse, pois ela atua
ARTIGO
Neto Aiello Fisioterapeuta, especia-lista em Acupuntura e Pós-Graduado em “O Aparelho Locomotor no Esporte”[email protected]
diretamente na mobilidade da coluna vertebral,
melhorando qualquer dor ou tensão relacionada,
presente nesta região.
A fitoterapia é outra boa alternativa. O trata-
mento é feito com o uso de plantas medicinais, a
matéria-prima utilizada são folhas, caule, flores,
raízes ou frutos é uma técnica 100% natural.
Poderia estender este artigo com uma in-
finidade de técnicas e tratamentos que previnem,
diminuem ou tratem os efeitos do estresse causado
pela “loucura” do final de ano, mas com certeza
ninguém teria paciência para ler meu artigo até
o fim. O mais importante para o combate do
estresse é procurar uma alternativa que a pessoa
se identifique, escolher profissionais qualificados
e preparados para desenvolver um bom trabalho
com resultados satisfatórios e eficientes. Que venha
2011! Bom Natal e Boas Festas para todos!
23Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
FIQUE POR DENTRO
Assembleia – é a reunião na qual os moradores to-
mam decisões a respeito do condomínio. Tais decisões,
desde que não contrariem as leis em vigor, tornam-se
as regras do condomínio obrigando os moradores e
visitantes e só podem ser anuladas judicialmente ou
por deliberação em outra assembleia. Existem três tipos
delas para deliberações sobre a edificação:
Assembleia Geral Extraordinária - É realizada
sempre que os interesses do condomínio exigirem, con-
vocada pelo síndico ou por no mínimo ¼ dos condômi-
nos. Geralmente, as deliberações são aprovadas pela
maioria dos presentes, com direito a voto.
Assembleia Geral Ordinária - É realizada uma vez
por ano. Tem como principal finalidade a aprovação de
verbas para as despesas de condomínio do próximo
exercício, bem como aprovar e apresentar a prestação
de contas do exercício que se encerrou.
Assembleia Geral Especial - É realizada em casos
especiais definidos em lei, como nas situações abaixo:
- ocorrência de sinistro total ou que destrua mais
de 2/3 da edificação;
- para decisão sobre demolição e reconstrução
da edificação ou ainda sobre a alienação do imóvel,
quer por motivos urbanísticos, arquitetônicos, quer em
decorrência de condenação da edificação em virtude de
insegurança ou insalubridade.
Procuração - É um documento, por meio do
qual uma pessoa recebe poderes de outra para, em
seu nome, praticar atos ou administrar interesses. Nor-
malmente é escrita, podendo ser feita por instrumento
público (tabelião) ou particular. É com esse instrumento
que o locatário pode participar das assembleias em
nome do locador. Caso o proprietário do imóvel não
compareça às assembleias, o inquilino, mesmo sem
procuração, poderá votar questões envolvendo despe-
sas ordinárias de condomínio.
Quórum - É o número legal mínimo de condômi-
nos que devem estar presentes para a realização das
assembleias, para que tenham validade. Os principais
quóruns são:
- para deliberação das assembleias gerais or-
dinárias: normalmente maioria simples dos presentes
com direito a voto, salvo estipulação diversa em con-
venção;
- para aprovação da convenção: votos dos pro-
prietários que representem, no mínimo, 2/3 das frações
ideais que compõem o condomínio;
- para alteração da convenção: votos de condômi-
nos que representem no mínimo 2/3 do total das fra-
ções ideais, salvo a estipulação diversa em convenção;
- para deliberação sobre reconstrução ou venda do
terreno ou materiais, em virtude de sinistro total ou que
destruiu mais de 2/3 da edificação: mínimo de votos
que representem a metade mais um das frações ideais
de terreno (Art. 14 da Lei 4.591/64);
- para deliberação sobre demolição e reconstrução
do prédio ou alienação em virtude de insegurança,
insalubridade, motivos urbanísticos ou arquitetônicos:
condôminos que representem pelo menos 2/3 do total
de unidades isoladas e frações ideais corresponden-
tes a 80% do terreno e coisas comuns (Art. 17 da Lei
4.591/64);
- para convocação de assembleia geral ex-
traordinária: 1/4, no mínimo, dos condôminos;
- para destituição do síndico: é necessário o voto
da maioria absoluta dos membros presentes em assem-
bléia especialmente convocada;
- para os casos de alienação, concessão a terceiros
de parte de uso comum, alteração do destino de parte
do terreno ou coisa de uso comum: totalidade de votos
representativos do condomínio.
Alienação: transferir o imóvel para outra pessoa.
Concessão: permitir que outra pessoa use o imóvel.
Fonte: Secovi
ABC DOCONDOMÍNIO
ASSEMBLEIAS E QUÓRUNS
24 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
EDUCAÇÃO
Maria Isabel Gut
Psicóloga e Orientadora Educacional
Colégio Divino Salvador
Vários estudiosos escrevem sobre a im-
portância do papel da família na vida do filho
– alunos. Queremos falar da prática: daquilo
que assistimos no dia a dia de um grande
colégio. O aluno vai passando por diferente
etapas e necessidades no seu desenvolvimento,
porém, em todos os momentos, nas diferentes
faixas etárias, nos diferentes cursos, é inegável
o grande reflexo e a grande diferença entre
aqueles que são bem “assistidos” e aqueles
que são “abandonados”. Esse “abandono” não
acontece só porque trabalhamos muito para ga-
rantir a sobrevivência. Vivemos numa sociedade
exigente, que cada vez mais nos cobra o “ser” e
o “ter”. Consequentemente, essas necessidades
atingem em cheio a vida de nossos filhos.
O abandono a que nos referimos é a solidão
a que muitas vezes o filho é submetido. Solidão
de palavras, de gestos, de interesse e de ter que
dar conta sozinho. Funcionamos, sim, como
fiscalizadores e não como acompanhantes-par-
O que representaa família na vidado seu filho ?
ceiros, não só da vida escolar, mas da vida deles
em geral. Ouvir os filhos dá trabalho, porque,
a partir da fala deles, temos que rever nossos
conceitos, nossa juventude, nossa função de
pais, e isso nem sempre é muito agradável.
Nossos filhos precisam de nós!
Interessarmo-nos pelos assuntos deles sig-
nifica pararmos outras coisas para ter escuta,
ouvirmos a opinião que eles conseguem ter,
entrarmos no mundo da idade deles, sem a-
charmos que o mundo gira em torno da nossa
verdade absoluta. A tendência natural é que
nós, pais, sejamos sempre movidos por boas
intenções, mas ao negar uma simples realidade,
uma pequena experiência de vida, damos ao
filho ou a impressão de que ele existe num
mundo incompreensível ou de que sua
capacidade é insuficiente.
O fi lho deve sentir-se
levado a sério, tendo
suas próprias opi-
niões e esco-
lhas. Tem o
d i re i to
d e
errar, de começar de novo, de investigar. E nós,
pais, precisamos cuidar dos nossos gestos, do
nosso olhar, da palavra mal pensada e dita,
pois podemos contribuir para atenuar ou ace-
lerar problemas mais sérios. Somos o adulto da
relação.
Nós, pais, somos referência para nossos
filhos, e se formos uma referência parada, que
não opina, que não se interessa, que deixa o
tempo correr para ver se lá na frente tem jeito,
estaremos seriamente sujeitos a ficar recolhendo
os cacos da nossa dificuldade em assumir a
missão que é nossa, e que ninguém poderá
substituir: a de sermos pais.
.
25Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
26 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
BEM-ESTAR
Um novo estilo
Por Talita RoccaFolhas e flores trazem ao ambiente harmonia,
calma e saúde. O aumento gradativo da popula-
ção de Jundiaí – hoje com 350 mil habitantes – faz
com que o número de casas e apartamentos cresça
e a metragem dos espaços externos dos imóveis di-
minua, tornando a falta do verde das plantas um
empecilho. Para quem sofre com esse problema há
uma solução: o jardim vertical.
O botânico francês Patrick Blanc, especialista
em plantas da floresta subtropical, após observar
os vegetais que vivem em penhascos e rochas,
percebeu que além da terra, água e luz são o su-
ficiente para uma planta sobreviver. Inspirados nos
trabalhos verticais do francês em prédios espalha-
dos por diversos lugares do mundo, paisagistas
tornaram essa técnica muito comum em São Pau-
Talit
a R
occa
lo. O jardim vertical chega a Jundiaí
com força total e segundo
especialistas, já é con-
siderado tendência
mundial.
S e g u n d o
Emerson Da
Pós, empre-
sário do ramo
de plantas
ornamentais,
essa jardina-
gem é simples
de manter. “As es-
pécies utilizadas são
epífetas, que requerem
poucos nutrientes e pequena
quantidade de água para se desenvolve-
rem, pois elas próprias retiram os nutrientes da at-
mosfera”, afirma.
O Engenheiro agrônomo André Camargo res-
salta que apesar de simples manutenção, o jardim
vertical exige alguns cuidados básicos. “É muito
importante verificar se os bicos de irrigação não
estão entupidos e fazer adubação a cada três me-
ses”, completa o engenheiro.
Para Emerson é necessária ajuda profissional
para escolher as plantas adequadas ao ambiente,
e depois é só utilizar a criatividade. “A única preo-
cupação que devemos ter é quais plantas podem
ser utilizadas na área externa e quais preferem luz
artificial” completa.
O jardim vertical é muito utilizado também
para cobrir paredes com má aparência ou pouco
de jardim
Materiais necessários: 1. Impermeabilize bem com produtos
apropriados a parede de qualquer tamanho
que queira revestir;
2. De acordo com o tamanho da pare-
de, escolha a forma de aplicação, que pode ser
painel de madeira ou grades de ferro fixados à
parede para não danificá-la;
3. Coloque placas ou estacas de fibra de
coco ou xaxim;
4. Coloque na parte inferior um coletor no
formato de calha para escoar a água;
5. Coloque terra, adubo e escolha plantas
de várias espécies para enfeitar.
Custos:Para montar a estrutura de um jardim ver-
tical com sistema de irrigação automatizado, o
custo varia de R$ 3.500,00 a R$ 4.000,00, já
para quem prefere um sistema não automati-
zado – sistema inteligente – o valor, em média
é de R$ 2.500,00.
utilizadas. Já para as cozinheiras, uma ótima opção
é o jardim vertical feito com temperos, como man-
jericão, salsinha e cebolinha.
As plantas mais utilizadas para o jardim ver-
tical são: Bromélias; Pilea Nummularifolia; orquí-
deas; chuva de ouro; rhypsalis; Maranta; Avenca;
Dendrobium miniatura; Peperômia; samambaias;
begônia, entre outras.
27Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
28 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
UTILIDADES DOMÉSTICAS
29Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
30 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
Desde o faleci-mento de seu pai, o
dono de um boteco na periferia da cidade,
que o prédio não foi mais o mesmo. Na parte que cabia
à Dona Ruth, veio o papagaio que ficava no bar de seu pai, o Famoso Biro Biro.
Criado no bar, Biro Biro conhecia todos os palavrões pos-síveis e imaginários aprendidos em vários anos de convivência no poleiro da entrada do estabelecimento comercial.
Assobiava o hino do Corinthians quase inteiro, quando ouvia o hino gritava: Timão ê o, Timão ê o ...Tudo isso en-quanto o hino tocava, sem parar e aos berros. Quando ouvia o hino do Palmeiras, lançava um rol de palavrões de tirar as crianças da sala. No do São Paulo, “bambi” era o xingamento mais infantil.
Voltado para a piscina não parava de gritar: Gostosa, casa comigo que te dou um tanquinho. Só respeitava o porteiro, que pelo uniforme, era chamado de capitão.
No começo Biro Biro era atração, todos os condôminos o achavam engraçado. Quando acordava pedia café, na hora do almoço queria Campari e no final da tarde queria ver o Datena.
Com o passar do tempo os vizinhos começaram a achar complicado, pois chamava uma vizinha de vaca, outro de corno, o mocinho que fazia balé, de São Paulino boiola, e assim por diante. Para cada vizinho lançava um apelido que, com toda certeza aprendera nos anos que passou pendurado no Bar de seu dono.
Porém as reclamações começaram a chegar ao síndico. Às vezes de forma oral, outras registradas no livro de ocorrência, até que Dona Ruth foi chamada para uma reunião com os demais condôminos, e o problema era o Biro Biro.
O que fazer com o Biro Biro? Reeducá –lo seria impossível pois já tinha certa idade, Era mandar calar a boca e já vinha um rosário de palavrões. Até que um dia Dona Ruth precisou viajar e teve que deixar o Biro Biro na casa de sua empregada e dai viria a solução. Deixar para sempre o papagaio aos cui-dados de sua auxiliar.
Porém, sua secretária para assuntos domésticos morava vizinha a uma creche municipal e o problema só mudou de endereço. No primeiro dia, Biro Biro xingou todas as profes-soras de “vaca”, o diretor de “viado”, o caseiro de “corno” e todas as crianças enriqueceram seus vocabulário com uma centena de palavrões.
No dia seguinte Biro Biro foi engaiolado e levado a uma instituição protetora de animais, ainda hoje grita que é inocente
pede para levá –lo ao bar mais próximo e implora ajuda para o Datena livrá – lo da prisão, que por sinal será bem longe do convívio social.
Por
Dr. José Miguel Simão Advogado e cronista
CRÔNICA
Biro Biro
31Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010
32 Portal dos Condomínios . Nov/Dez 2010