Edição e viés ideológico
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jornalismo impresso Professor mestre Artur Araujo
Edição e viés ideológico (gatekeepers da informação)
Acesse o site: http://docentes.puc-campinas.edu.br/clc/arturaraujo/
Acesse o FTP: ftp://ftp-acd.puc-campinas.edu.br/pub/professores/clc/artur.araujo/
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Tema do exercício de argumentação da próxima quarta• Vamos fazer na próxima quarta-
feira um exercício de argumentação. O tema do exercício será o diploma para jornalistas.
• Vou inserir algum material no site, mas façam vocês mesmos pesquisas a esse respeito.
• No dia sortearemossortearemos quem fará a defesa e quem fará a crítica do diploma. Como será aleatória, preparem-se preparem-se para os dois viesespara os dois vieses.
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Jornalismo, espelho da realidade?
![Page 5: Edição e viés ideológico](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022062706/55722915d8b42a211f8b4af8/html5/thumbnails/5.jpg)
Jornalismo, espelho da realidade?• Os meios de comunicação
coletiva, através dos quais as mensagens jornalísticas penetram na sociedade, bem como os demais meios de reprodução simbólica, são “aparatos ideológicos”.
José Marques de M
elo (*1943)
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Aparelhos ideológicos do Estado• O filósofo marxista francês Louis
Althusser (1918 - 1990) definiu em sua principal obra “Aparelhos ideológicos do Estado” que grandes instituições como a família,o aparato político, as artes, a imprensa etc são aparelhos ideológicos do Estado.
Louis Althusser (1918–1990)
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Uma breve definição• “Designamos pelo nome de aparelhos
ideológicos do Estado (AIE) um certo número de realidades que apresentam-se ao observador imediato sob a forma de instituições distintas e especializadas...Os AIE funcionam através da ideologia”
Louis Althusser (1918–1990)
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Jornalismo, indústria da consciência
• A imprensa é um conjunto de veículos que se movem na direção que lhes é dada pelas forças sociais que os controlam e que refletem também as contradições inerentes às estruturas societárias em que existem.
José Marques de M
elo (*1943)
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Um “cabo de guerra” de interesses
• A imprensa é um conjunto de veículos que se movem na direção que lhes é dada pelas forças sociais que os controlam e que refletem também as contradições inerentes às estruturas societárias em que existem.
José Marques de M
elo (*1943)
![Page 10: Edição e viés ideológico](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022062706/55722915d8b42a211f8b4af8/html5/thumbnails/10.jpg)
Jornalismo, um modelo sobtensão contínua
• A essência do jornalismo tem sido historicamente a informação, aí compreendido o relato dos fatos, sua apreciação, seu julgamento racional. E o espaço da autonomia jornalística é o da liberdade, concebida como possibilidade de convivência e de confronto permanente entre diferentes modos de aprender e de relatar o real.
José Marques de M
elo (*1943)
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Um conflito latente na produção de sentido• O controle do sentido jornalístico
está também atravessado pelas contradições que marcam a fisionomia das empresas jornalísticas brasileiras, onde as relações capitalistas de produção nutrem um conflito latente entre os jornalistas assalariados e seus empregadores e respectivos mediadores (editores/gerentes).
José Marques de M
elo (*1943)
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A pauta sinaliza o modo como a empresa jornalística “vê” o mundo• A seleção da informação a ser
divulgada através dos veículos jornalísticos é o principal instrumento de que dispõe a instituição (empresa) para expressar a sua opinião. É através da seleção que se aplica na prática a linha editorial. A seleção significa, portanto, a ótica através da qual a empresa jornalística vê o mundo.
José Marques de M
elo (*1943)
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Uma relação mediada entre patrões (padrões) e empregados• Indagando aos jornalistas
pesquisados como eles descreviam uma determinada notícia (que envolvia greve de trabalhadores) e que orientação assumiria o texto final a ser publicado - se a ótica da empresa ou a ótica do próprio jornalista - ele constatou que a versão final seria produto de uma negociação implícita entre as partes.
José Marques de M
elo (*1943)
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Como os patrões controlam o sistema• Os proprietários naturalmente
exercem vigilância sobre o andamento das atividades jornalísticas controlando diariamente o produto final. Quem militar nos meios jornalísticos sabe que de períodos em períodos as empresas efetuam reformulações nos seus quadros redacionais, e “expurgam” aqueles que insistem em desafiar a orientação oficial.
José Marques de M
elo (*1943)
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Como os patrões controlam o sistema
• Mas os jornalistas sempre dispõem de artifícios para burlar a linha editorial. Isso nem sempre ocorre no plano da seleção fundamental, ou seja, informações ou opiniões que destoam abertamente da orientação empresarial.
José Marques de M
elo (*1943)
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Os gatekeepers• Na década de 1950, o pesquisador norte-
americano David Manning White desenvolveu a “teoria do porteiro” (teoria do gatekeeper), cuja função seria controlar o fluxo de informações (censura) para a opinião pública.
• As teses de José Marques de Melo são desdobramentos da teoria do gatekeeper.
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Demissões e negociações
• Quando acontecem as quebras de hierarquia, são inevitáveis as soluções cirúrgicas (demissões punições), além do rápido acionamento de mecanismo de retificação. Mas existe muito campo para a intervenção sutil dos profissionais naquelas questões que não constituem "pontos de honra” da empresa.
José Marques de M
elo (*1943)
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Duas finalidades para a quebra...
• 1) quebrar o monolitismo informativo, abrindo brechas para determinadas informações que correspondem a expectativas de segmentos minoritários do público receptor e reforçam os interesses mercadológicos da empresa;
José Marques de M
elo (*1943)
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Duas finalidades para a quebra...• 2) criar um clima de cordialidade
entre patrões e empregados, reduzindo as tensões que caracterizam a relação assalariada. Essas intervenções dos profissionais na seleção de informações ocorrem geralmente de forma coletiva, tratando-se de uma ação colegiada que resulta do "espírito de corpo" bem presente na categoria jornalística.
José Marques de M
elo (*1943)
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Filtros: pauta, cobertura, fontes e copidesque • Outros mecanismos intervenientes
no processo de seleção das unidades informativas são: a pauta, a cobertura, as fontes e o copidesque.
José Marques de M
elo (*1943)
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A pauta• A pauta não é apenas um elenco de
temas ou assuntos a serem observados pelos jornalistas, mas uma indicação dos ângulos através dos quais os acontecimentos devem ser observados e relatados.
• A importância da pauta no Brasil tem um fundamento na relação profissional.
José Marques de M
elo (*1943)
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A cobertura• O papel de peneira
informativo/ideológica desempenhado pela pauta completa-se com o acionamento do sistema da cobertura, através do qual o jornal ou revista espalha suas antenas para detectar os fatos a serem noticiados.
José Marques de M
elo (*1943)
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A cobertura• Uma constatação é a de que os
grandes jornais e outros veículos jornalísticos geralmente estruturam sua cobertura no sentido de legitimar os núcleos de poder. Dá-se cobertura à Presidência da República, ao Congresso Nacional e às Câmaras Estaduais e Municipais; aos Ministérios às Secretarias de Estado; aos Tribunais e instâncias judiciárias; às associações das classes produtoras, etc.
José Marques de M
elo (*1943)
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As fontes• De um modo geral, as instituições
jornalísticas recorrem a três tipos de fontes: próprias, contratadas e voluntárias.
José Marques de M
elo (*1943)
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As fontes próprias• De um modo geral, as instituições
jornalísticas recorrem a três tipos de fontes: próprias, contratadas e voluntárias.
José Marques de M
elo (*1943)
![Page 26: Edição e viés ideológico](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022062706/55722915d8b42a211f8b4af8/html5/thumbnails/26.jpg)
As fontes próprias• As fontes próprias correspondem
ao serviço noticioso mantido pela empresa: correspondentes, sucursais, reportagem local. Quanto maior a possibilidade que tem a organização de manter suas próprias fontes, mais controle ela possui no processo de seleção.
José Marques de M
elo (*1943)
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As fontes contratadas• Fontes contratadas são as agências
informativas que especializam na cobertura de fatos nacionais ou internacionais. Essas organizações geralmente são focos de poder político, porque controlam o que se publica ou deixa de ser divulgado.
José Marques de M
elo (*1943)
![Page 28: Edição e viés ideológico](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022062706/55722915d8b42a211f8b4af8/html5/thumbnails/28.jpg)
As fontes voluntárias• Mais sutil que a interferência das
fontes contratadas é o acionamento das fontes voluntárias. Estas funcionam a partir dos serviços de relações públicas, montadas por empresas estatais, corporações privadas, órgãos governamentais e até mesmo pelos movimentos sociais. Todas atuam para lograr a divulgação de acontecimentos do seu interesse.
José Marques de M
elo (*1943)
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O copidesque• Complementarmente à filtragem
que ocorre no processo de previsão e seleção das informações, as empresas jornalísticas contam com dispositivo eficiente durante a fase de elaboração das unidades redacionais que preencherão o espaço ou o tempo das edições / emissões noticiosas. Trata-se do copidesque.
José Marques de M
elo (*1943)
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O copidesque• Nas redações contemporâneas, o
papel de copidesque é assumido pelo editor.
• Ele é o filtro da instituição para notícias.
José Marques de M
elo (*1943)