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MEDIDAS DE ENERGIA NO ENSAIO SPT
EDGAR ODEBRECHT
Porto Alegre
Novembro, 2003
EDGAR ODEBRECHT
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MEDIDAS DE ENERGIA NO ENSAIO SPT
Tese apresentada ao Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para obteno do ttulo de Doutor em Engenharia
Porto Alegre
Novembro, 2003
EDGAR ODEBRECHT
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O23m Odebrecht, Edgar
Medidas de energia no ensaio do SPT / Edgar Odebrecht; orientador, Fernando Schnaid, Marcelo Maia Rocha; co-orientador, George de Paula Bernardes. Porto Alegre, 2003.
Tese de Doutorado. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Escola de Engenharia. Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil.
1. Geotcnia Ensaios. 2. Fundaes Ensaios I.
Schnaid, Fernando, orient. II. Rocha, Marcelo Maia, orient. Bernardes, George de Paula, co-orient. III. Ttulo.
CDU-624.1
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MEDIDAS DE ENERGIA NO ENSAIO SPT
Esta tese de doutorado foi julgada adequada para a obteno do ttulo de DOUTOR EM
ENGENHARIA e aprovada em sua forma final pelo professor orientador e pelo Programa de
Ps-graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, 28 de novembro de 2003.
Prof. Fernando Schnaid Ph.D. Oxford University, UK
Orientador
Prof. Marcelo Maia Rocha Dr. Tecn. Universitt Innsbruck
Orientador Prof. George de Paula Bernardes
Dr. Norwegian Institute of Tecnology, NOR Co-orientador
Prof. Amrico Campos Filho Coordenado do PPGEC/UFRGS
BANCA EXAMINADORA
Prof. Nelson Aoki (USP) D.Sc. Escola de Eng. de So Carlos
USP, BR
Prof. Fernando Artur B. Danziger (COPPE)
D.Sc. Universidade Federal do Rio de Janeiro COPPE / UFRJ, BR
Prof. Jarbas Milititsky (UFRGS) Ph.D. University of Surrey, UK
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A Constanza, Carolina e a memria de
Juliana, esposa e filhas.
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AGRADECIMENTOS
Ao Professor Fernando Schnaid por sua firme orientao, dedicao e ateno indispensveis
para a elaborao deste trabalho.
Ao Professor Marcelo Maia Rocha pela orientao e indiscutvel dedicao sem a qual este
trabalho no teria alcanado sues objetivos.
Ao Professor George de Paula Bernardes que sempre esteve presente nos momentos de
incertezas ocorridos ao longo do trabalho.
Ao colega Edson Fajardo Nunes da Silva que sempre apoiou o desenvolvimento do trabalho e
em muito colaborou nas dvidas e discusses ocorridas ao longo do desenvolvimento.
Ao Professor Antnio Belincanta pela sua colaborao no desenvolvimento deste trabalho e
pelo sei incentivo.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao Programa de Ps-graduao, aos docentes e
em especial ao Porfessor Gasto que sempre apoiou o trabalho, no podendo esquecer das
funcionrias Liliani, Carmem, Rita, Bernadete, Eldia, Raquel e Elea que me acolheram com
muito carinho.
Universidade do Estado de Santa Catarina, em especial ao Professor Anselmo Fbio de
Mores que sempre esteve ao meu lado dando suporte s necessidades para a realizao do
trabalho.
CAPES pelo auxlio proporcionado com a bolsa de estudos que possibilitou minha total
dedicao aos estudos.
Ao CNPq pelos recursos fornecidos para viabilizar a compra de equipamentos obtidos atravs
de um projeto de pesquisa.
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Georforma Engenharia Ltda que no poupou esforos e recursos para viabilizar a execuo
dos ensaios e desenvolvimento de equipamentos.
Aos colegas de Ps-graduao da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em especial
Fernando Maria Mntaras, entre outros.
minha me e a memria do meu pai dos quais aprendi o compromisso de lutar por aquilo
que cremos e a minha irm que sempre juntos estiveram.
A todos que de alguma forma participaram na realizao deste trabalho.
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RESUMO
ODEBRECHT, E. Medidas de Energia no Ensaio do SPT. (Doutorado em Engenharia)
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre.
O presente trabalho apresenta um estudo detalhado da monitorao de energia durante a
cravao do amostrador no ensaio SPT, bem como da identificao dos fatores que
influenciam estas medidas. Para tanto foi desenvolvido um equipamento para a aquisio dos
sinais de fora e de acelerao que consta de uma clula de carga, amplificadores e
condicionadores de sinais de fora e acelerao, sistema de aquisio de sinal e tratamento
numrico dos registros. Paralelamente foi implementado um programa embasado na tcnica
de diferenas finitas que simula numericamente o ensaio, inclusive o balano das distintas
energias ao longo do processo. De posse dessas ferramentas e tecnologia efetuou-se uma
extensa campanha de ensaios totalmente controlados. Os resultados da campanha
experimental, associados aos fundamentados e princpios bsicos da fsica, permitiram o
entendimento do processo de cravao do amostrador no solo com a determinao das perdas
(eficincias) ocorridas ao longo do processo e a proposio de uma nova abordagem de
interpretao fundamentada no trabalho efetivamente consumido na cravao do amostrador
no solo. O conhecimento deste trabalho abre uma gama de alternativas para a estimativa de
propriedades de comportamento de solos com base em resultados de medidas de SPT.
Exemplos da aplicao destas alternativas so apresentados.
Ao longo do trabalho verificou-se que: O intervalo de integrao utilizado na apropriao da
energia deve ser tal que leva em considerao os golpes subseqentes mesmo em se tratando
de hastes longas; A energia assim determinada dependente da resistncia do solo; Existem
perdas de energia ao longo das hastes; Estas perdas so diretamente proporcionais ao
comprimento das hastes; O ensaio um fenmeno de grandes deslocamentos e, portanto, deve
ser interpretado com a adoo de um referencial fixo e fora do sistema; A variao da energia
potencial das hastes deve ser considerada no computo da energia consumida na cravao do
amostrador no solo e esta variao da energia diretamente proporcional massa das hastes.
Palavras-chaves: geotecnia, fundaes, investigao geotcnica, sondagem.
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ABSTRACT
ODEBRECHT, E. Medidas de Energia no Ensaio do SPT. (Doutorado em Engenharia)
Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre.
O presente trabalho apresenta um estudo detalhado da monitorao de energia durante a
cravao do amostrador no ensaio SPT, bem como da identificao dos fatores que
influenciam estas medidas. Para tanto foi desenvolvido um equipamento para a aquisio dos
sinais de fora e de acelerao objetivando a correta determinao da energia efetivamente
transferida s hastes. Este equipamento consta do desenvolvimento da clula de carga,
amplificadores e condicionadores de sinais de fora e acelerao, sistema de aquisio de
sinal e tratamento numrico dos registros. a primeira experincia brasileira de
desenvolvimento de tecnologia nesta rea, combinando aquisio de sinais de fora e
acelerao com interpretao de registros atravs de software aberto. Assim o estudo
compreende o desenvolvimento de um programa embasado na tcnica de diferenas finitas
que simula numericamente o ensaio, inclusive a mecnica de transferncia de energia s
hastes. De posse dessas ferramentas e tecnologia efetuou-se uma extensa campanha de ensaios
totalmente controlados em cmara de calibrao. Os resultados da campanha experimental,
associados aos fundamentados e princpios bsicos da fsica e dinmica, permitiram uma
anlise racional do ensaio e a proposio de uma nova abordagem de interpretao. Os valores
das eficincias inerentes ao ensaio nesta nova abordagem so determinados e apresentados.
Esta nova abordagem de interpretao do ensaio no visa somente determinao da energia
contida na onda que percorre a haste gerada pela ao do golpe, mas a determinao da
energia efetivamente entregue ao solo e com isso o conhecimento do valor da fora resultante
de reao do solo que atua contra o amostrador. O conhecimento desta fora abre uma gama
de alternativas para a estimativa de propriedades de comportamento de solos com base em
resultados de medidas de SPT. Exemplos da aplicao prtica da engenharia so
apresentados.
Key-words: geotecnia, foundations, site investigation, in-situ testing.
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SUMRIO LISTA DE FIGURAS .................................................................................. p.14
LISTA DE TABELAS ................................................................................. p.19
LISTA DE FOTOS ..................................................................................... p.20
LISTA DE SMBOLOS ............................................................................... p.21
1 INTRODUO .................................................................................... p.25
1.1 - DEFINIES ...................................................................................... p.27
1.1.1 Golpe, Impacto e Pulso .................................................................... p.27
1.1.2 Ondas de Compresso Incidentes .................................................... p.27
1.2 ORGANIZAO DA TESE .............................................................. p.29
2 REVISO BIBLIOGRFICA ........................................................... p.30
2.1 INTRODUO .................................................................................. p.30
2.1.1 - Histria do SPT ................................................................................ p.30
2.1.2 - Histria do SPT no Brasil ................................................................. p.34
2.1.3 - Histria da Padronizao .................................................................. p.36
2.2 - EQUIPAMENTOS .............................................................................. p.38
2.2.1 - Tipos de martelos ............................................................................ p.38
2.2.2 - Sistemas de elevao do martelo ...................................................... p.39
2.2.3 - Tipos de Hastes ................................................................................. p.42
2.2.4 - Tipos de Amostradores ..................................................................... p.43
2.2.5 - Sistemas de liberao do Martelo ..................................................... p.43
2.3 PADRONIZAO ............................................................................. p.44
2.3.1 Equipamentos e Mtodos de Perfurao .......................................... p.44
2.3.2 Procedimento do Ensaio .................................................................. p.47
2.3.3 Apresentao dos Resultados ........................................................... p.48
2.4 MEDIDAS DE ENERGIA ................................................................. p.51
2.4.1 Introduo ........................................................................................ p.51
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2.4.2 - Instrumentao para determinar a energia cintica do martelo, no
instante do impacto ......................................................................................
p.53
2.4.2.1- Instrumentao utilizada por Kovacs ................................................................. p.53
2.4.2.2 - Filmadora de alta velocidade ............................................................................. p.53
2.4.2.3 Sistema utilizado por Matsumoto et al (1992) .................................................. p.53
2.4.2.4 Sistema utilizado pela PDI ............................................................................... p.54
2.4.3 - Instrumentao utilizada para a determinao da energia na haste .. p.55
2.4.3.1 - Instrumentao utilizada por Kovacs ............................................................... p.55
2.4.3.2 - Instrumentao utilizada por Schmertmann e Placios ...................................... p.56
2.4.3.3 - Instrumentao utilizada pela Binary instuments .......................................... p.57
2.4.3.4 - Instrumentao utilizada no IPT ...................................................................... p.57
2.4.3.4.1 - Instrumentao utilizada antes de 1982 ......................................................... p.57
2.4.3.4.2 - Instrumentao utilizada posterior a 1982 .................................................... p.58
2.4.3.4.3 - Instrumentao utilizada posterior a 1982 com instrumentao importada
e de fabricao no IPT ................................................................................... p.60
2.4.3.4.4 - Sistema Porttil desenvolvido no IPT ............................................................ p.60
2.4.3.5 - Instrumentao utilizada pela universidade Estadual Paulista Ilha solteira ... p.62
2.4.3.6 Sistema utilizado por Matsumoto et al. (1992) ................................................ p.63
2.4.3.7 Instrumentao utilizada por Cavalcante (2002) e comercializado pela PDI . p.64
2.4.4 Comentrios finais ........................................................................... p.65
3 TEORIA DA ONDA UNIDIMENSIONAL ....................................... p.66
3.1 INTRODUO .................................................................................. p.66
3.2 - DEDUO DA EQUAO DA ONDA ........................................... p.66
3.3 - INFLUNCIAS DAS CONDIES DE CONTORNO .................... p.72
3.3.1 Extremidade da haste ....................................................................... p.72
3.3.1.1 Extremidade da Haste Livre ............................................................................. p.73
3.3.1.2 Extremidade da Haste Engastada ..................................................................... p.73
3.3.1.3 - Haste com Extremidade Semi-Engastada ......................................................... p.75
3.3.2 - Atrito lateral na Haste ...................................................................... p.75
3.3.2 Mudana de Impedncia na Haste ................................................... p.77
-
3.4 - IMPACTO DO MARTELO SOBRE O CONJUNTO DE HASTES .. p.80
3.4.1 Impacto do Martelo Rgido Sobre o Conjunto de Haste .................. p.80
3.4.2 Impacto do Martelo Elstico Sobre o Conjunto de Haste ................ p.82
3.4.3 Impacto do Martelo Rgido com Coxim Elstico Sobre o Conjunto
de Haste ...........................................................................................
p.91
3.4.3.1 Coxim Macio em que 2 > 2 e k < 4Zh2/Mp .................................................... p.92 3.4.3.2 Coxim Macio em que 2 < 2 e k > 4Zh2/Mp .................................................... p.94 3.5 - ENERGIA DE UMA ONDA LONGITUDINAL DE
COMPRESSO ................................................................................... p.96 3.5.1 - Determinao de K1 .......................................................................... p.100
3.5.1.1 - Coeficiente de Correo K1 conforme a Referncia Internacional do SPT ...... p.100
3.5.1.2 - Coeficiente de Correo K1 conforme Schmertmann e Palacios (1979) .......... p.101
3.5.2 Determinao de K2 ......................................................................... p.104
3.5.2.1 - Coeficiente de Correo K2 conforme a Referncia Internacional do SPT ...... p.104
3.5.2.2 - Coeficiente de Correo K2 conforme Schmertmann e Palacios (1979) .......... p.105
3.5.3 - Determinao de Kc .......................................................................... p.105
3.6 PENETRAO DO AMOSTRADOR NO SOLO ............................ p.106
4 DESENVOLVIMENTO DE EQUIPAMENTO ................................ p.108
4.1 INTRODUO .................................................................................. p.108
4.2 CLULA DE CARGA ....................................................................... p.108
4.2.1 Material da Clula de carga ............................................................. p.109
4.3 EXTENSMETROS .......................................................................... p.111
4.4 ACELERMETROS .......................................................................... p.111
4.4.1 Fixao dos Acelermetros .............................................................. p.111
4.5 CIRCUITO ELTRICO UTILIZADO NA CLULA DE CARGA .. p.113
4.6 AMPLIFICADOR E CONDICIONADOR DE SINAL ..................... p.114
4.6.1 Da Clula de Carga ........................................................................... p.114
4.6.2 Dos Acelermetros ........................................................................... p.115
-
4.7 PLACA CONVERSORA ANALGICA DIGITAL ......................... p.116
4.8 OSCILOSCPIO ................................................................................ p.117
4.9 PROGRAMA DE AQUISIO DE SINAL ..................................... p.118
4.10 CALIBRAO DA CLULA DE CARGA E DOS
ACELERMETROS ........................................................................
p.120
4.11 TRATAMENTO DOS SINAIS ........................................................ p.120
5 IMPLEMENTAO NUMRICA ................................................... p.125
5.1 DESENVOLVIMENTO TERICO .................................................. p.125
5.2 DISCRETIZAO ............................................................................ p.126
5.3 MODELO CONSTITUTIVO DO SEGMENTO DAS HASTES ...... p.129
5.4 CONDIO DE CONTORNO NO CONTATO DO CHOQUE
ENTRE O MARTELO E A HASTE ..................................................
p.129
5.5 MODELO DE SMITH ....................................................................... p.130
5.6 CONTROLE DE ENERGIA NO MTODO DE INTEGRAO
EXPLICITA ........................................................................................
p.130
6 ANLISE TERICA .......................................................................... p.134
6.1 INTRODUO .................................................................................. p.134
6.2 ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL DO SISTEMA ........ p.136
6.2.1 Energia Contida no Martelo e na Haste ao longo do tempo devido
aplicao de um golpe ...................................................................
p.142
6.3 TRABALHO EXERCIDO SOBRE O SOLO .................................... p.146
6.4 ANLISES COMPLEMENTARES .................................................. p.148
6.4.1 Influncia da Variao da Seo da Haste no Valor da Energia
Entregue ao Solo ..............................................................................
p.148
6.4.2 Anlise da Rigidez do Martelo ........................................................ p.149
6.5 ANLISE DA EQUAO DE ENERGIA ....................................... p.150
-
6.5.1 Anlise da velocidade da partcula .................................................. p.151
6.5.2 Anlise do valor da energia obtido com o auxlio da
instrumentao ................................................................................
p.153
6.5.3 Correo do valor da energia quando a leitura inicial da clula de
carga foi zerada ................................................................................
p.158
6.6 COMENTRIOS FINAIS .................................................................. p.159
7 ANLISE EXPERIMENTAL ............................................................ p.161
7.1 INTRODUO .................................................................................. P.161
7.2 METODOLOGIA ............................................................................... p.161
7.2.1 Montagem do Equipamento ............................................................. p.161
7.2.2 Equipamento .................................................................................... p.162
7.2.3 Solo .................................................................................................. p.165
7.2.4 Ensaios ............................................................................................. p.166
7.3- Resultados ............................................................................................. p.169
7.3.1 Sinais de Fora e Velocidade ........................................................... p.169
7.4 ANLISE DOS RESULTADO .......................................................... p.181
7.4.1 Instrumentao Posicionada Junto a Cabea de Bater ..................... p.181
7.4.1.1 Instrumentao Posicionada Junto a Cabea de Bater Re-
anlise dos Resultados de Cavalcante(2002) ................................
p.187
7.4.2 Instrumentao Posicionada Junto ao Amostrador .......................... p.190
7.4.2.1 Instrumentao Posicionada Junto ao Amostrador Re-anlise
dos Resultados de Cavalcanti (2002) ............................................
p.196
7.5 COMENTRIOS FINAIS.................................................................. p.199
8 APLICAES PRTICA DE ENGENHARIA............................ p.201
8.1 INTRODUO .................................................................................. p.201
8.2 EXEMPLOS EM ARGILA ................................................................ p.201
-
8.2.1 Argilas Moles de Porto Alegre Aeroporto Salgado Filho ............. p.205
8.2.2 Argilas Moles de Recife Clube Internacional do Recife .............. p.208
8.2.3 Aterro Experimental de Sarapu ...................................................... p.210
8.3 EXEMPLO EM AREIAS ................................................................... p.213
8.4 COMENTRIOS FINAIS .................................................................. p.218
9 CONCLUSES E SUGESTES ....................................................... p.219
9.1 CONCLUSES .................................................................................. p.219
9.1.1 - Instrumentao ................................................................................. p.219
9.1.2 - Tratamento do sinal .......................................................................... p.219
9.1.3 - Interpretao de sinais ...................................................................... p.220
9.2 SUGESTO PARA FUTURAS PESQUISAS .................................. p.222
9.2.1 Quanto ao equipamento ................................................................... p.222
9.2.2 Quanto ao programa de simulao numrica ................................... p.223
9.2.3 Quanto continuidade do programa experimental .......................... p.223
9.3 QUANTO A NBR 6484 DE 2001 ...................................................... p.224
10 - BIBLIOGRAFIA ................................................................................ p.225
-
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.1 - Simulao numrica de golpe de martelo sobre uma haste ........................... p.29
Figura 2.1 - Tipos de martelo usados no SPT (denominaes na Tabela 2.1) .................. p.40
Figura 2.2 - Esquema de levantamento do martelo com cathead (Kovacs e Salomone,
1982) ................................................................................................................
p.41
Figura 2.3 - Gatilhos Manuais. (A) Sistema Argentino (Ireland, 1966); (B) Sistema
Japones (Clayton, 1993); (C) Sistema de Furnas (Belincanta, 1998) .............
p.44
Figura 2.4 - Amostrador padro segundo Referncia Internacional (IRTR / ISSMFE,
1988) ................................................................................................................
p.45
Figura 2.5 Exemplo de resultado de um ensaio tpico ...................................................... p.50
Figura 2.6 - Sistema de medida de velocidade de queda de martelo por Matsumoto et al
(1992) ...............................................................................................................
p.54
Figura 2.7 - Sistema de radar para determinar a velocidade de queda do martelo da PDI p.55
Figura 2.8 - Esquema da instrumentao (Palacios, 1977) ............................................... p.56
Figura 2.9 - Esquema da instrumentao utilizada no IPT antes de 1982. (Belincanta,
1985) ................................................................................................................
p.58
Figura 2.10 - Esquema de instrumentao utilizada em trabalhos no IPT, quando do uso
de instrumentao importada. (Belincanta, 1985) ...........................................
p.59
Figura 2.11 - Esquema de instrumentao utilizada em trabalhos no IPT, quando do uso
de instrumentao importada e clula de carga IPT. (Belincanta, 1985) ........
p.60
Figura 2.12 - Sistema porttil de aquisio de dados do tipo IPT. (Belincanta, 1998) ....... p.61
Figura 2.13 - Esquema dos dispositivos de medio e funcionamento do sensor de
deslocamento (Menezes & Sobrinho, 1994) ....................................................
p.63
Figura 3.1 - Formao da Onda Longitudinal de Tenso .................................................. p.67
Figura 3.2 - Representao esquemtica da propagao de uma onda de tenso em uma
haste de sondagem. ..........................................................................................
p.69
Figura 3.3 - Comportamento das ondas no instante t (Gonalves et. Al. , 2000) ............. p.71
Figura 3.4 - Comportamento das ondas no instante t+dt. (Gonalves et. Al., 2000) ........ p.71
Figura 3.5 - Condio de contorno na ponta da haste. (Gonalves et. al., 2000) .............. p.73
Figura 3.6 - Reflexo das ondas de fora e Velocidade na ponta da haste. (Gonalves
et. al., 2000) .....................................................................................................
p.74
Figura 3.7 - Onda gerada num ponto intermedirio da haste Atrito Lateral (Gonalves
-
et. al., 2000) ..................................................................................................... p.76
Figura 3.8 - Propagao da onda de tenso em um ponto de descontinuidade.
(Bernardes, 1989) .............................................................................................
p.77
Figura 3.9 - Onda de impacto para um martelo rgido e um conjunto de hastes elsticas.
(Bernardes, 1989) .............................................................................................
p.80
Figura 3.10 - Esquema do impacto do martelo no conjunto de hastes. ............................... p.83
Figura 3.11 - Esquema de gerao de impulsos de tenso. ................................................. p.85
Figura 3.12 - Esquema do mecanismo de propagao de ondas longitudinais de tenso
no interior da haste. (Schmertmann ePalacios, 1979) ......................................
p.90
Figura 3.13 - Sistema martelo, coxim e haste. (Bernardes, 1989) ...................................... p.91
Figura 3.14 - Influncia da rigidez do coxim na onda de fora. ......................................... p.95
Figura 3.15 - Clculo da energia de deformao ................................................................ p.96
Figura 3.16 - Coeficiente de Correo K1 (IRTP / ISSMFE, 1988) .................................... p.100
Figura 3.17 - Comparao entre uma curva real de fora e uma terica ao longo do
tempo. (Schmertmann e Palacios, 1979) .........................................................
p.101
Figura 3.18 - Coeficiente de correo K2 (IRTP / ISSMFE 1988) ..................................... p.105
Figura 3.19 - Curva Fora, Pulsos e Penetrao do Amostrador no Solo (Schmertmenn e
Palacios 1979) ..................................................................................................
p.107
Figura 4.1 - Projeto Geomtrico da Clula de Carga ........................................................ p.109
Figura 4.2 - Grfico de revenimento ................................................................................. p.110
Figura 4.3 - Detalhe da Fixao dos Acelermetros ......................................................... p.112
Figura 4.4 - Detalhe da Ponte de Wheastone .................................................................... p.113
Figura 4.5 - Detalhe das ligaes dos strain gages ....................................................... p.114
Figura 4.6 - Tela do Programa de aquisio de Sinal ........................................................ p.119
Figura 4.7 - Sinal de fora e acelerao visualizado no campo Haste 35 metros .......... p.120
Figura 4.8 - Curva de calibrao da clula de carga ......................................................... p.121
Figura 4.9 - Sinal de acelerao com necessidade de correo. (eliminao dos picos
indesejveis) .....................................................................................................
p.122
Figura 4.10 - Sinal de acelerao com necessidade de correo (Rebatimento do sinal
atravs da subtrao de uma reta) ....................................................................
p.123
Figura 4.11 - Sinal de acelerao plotado em freqncia ................................................... p.124
Figura 5.1 - A) Discretizao da haste e do Martelo; B) Modelo de Smith ...................... p.127
Figura 5.2 - Exemplo de simulao numrica de haste com impedncia constante ......... p.132
-
Figura 5.3 - Exemplo de simulao numrica de haste com impedncia varivel devido
presena de luvas e do amostrador ................................................................
p.133
Figura 6.1 - Simulao numrica de um Golpe em haste de 12,6m. ................................. p.135
Figura 6.2 - Definies para o clculo das energias potenciais gravitacionais do martelo
e da haste ..........................................................................................................
p.136
Figura 6.3 - Fairhurst (1961) Sistema bsico de percusso empregado para desmonte
de rocha ............................................................................................................
p.138
Figura 6.4 - Dados do Exemplo ........................................................................................ p.143
Figura 6.5 - Grfico de energia do martelo. A) Energia potencial gravitacional e
energia cintica; B) Energia elstica e energia de amortecimento dinmico ..
p.144
Figura 6.6 - Grfico de energia de haste. A) Energia potencial gravitacional e energia
cintica; B) Energia elstica e energia de amortecimento dinmico ...............
p.145
Figura 6.7 - Energia entregue para o solo ao longo do tempo .......................................... p.146
Figura 6.8 - Grfico de velocidade V e V ................................. .c= tuu ii += + /)( 133 p.152 Figura 6.9 - Velocidade de corpo rgido de uma haste ...................................................... p.153
Figura 6.10 - Sinal de fora e de F=VZh junto a cabea de bater ...................................... p.156
Figura 6.11 - Evoluo do valor de energia ao longo do tempo obtido para as trs
posies ............................................................................................................
p.157
Figura 6.12 - Evoluo da penetrao ao longo do tempo obtido para as trs posies ..... p.157
Figura 6.13 - Esquema das foras atuantes em um ponto qualquer de uma haste .............. p.158
Figura 7.1 - Esquema de montagem dos ensaios .............................................................. p.163
Figura 7.2 - Composio de haste utilizada nos ensaios com haste de 5,80 metros ......... p.164
Figura 7.3 - Composio de haste utilizada nos ensaios com haste de 11,80 metros ....... p.164
Figura 7.4 - Composio de haste utilizada nos ensaios com haste de 18,80 metros ....... p.165
Figura 7.5 - Composio de haste utilizada nos ensaios com haste de 35,80 metros ....... p.167
Figura 7.6 - Sinais com instrumentao instalada junto cabea de bater haste de
5,8m .................................................................................................................
p.170
Figura 7.7 - Sinais com instrumentao instalada junto ao amostrador Haste de 5,8m . p.171
Figura 7.8 - Sinais com instrumentao instalada junto cabea de bater Haste de
11,8m ...............................................................................................................
p.172
Figura 7.9 - Sinais com instrumentao instalada no centro da haste Haste de 11,8m .. p.173
Figura 7.10 - Sinais com instrumentao instalada junto ao amostrador Haste de 11,8m p.174
Figura 7.11 - Sinais com instrumentao instalada junto cabea de bater Haste de
-
18,8m ............................................................................................................... p.175
Figura 7.12 - Sinais com instrumentao instalada no centro da haste Haste de 18,8m .. p.176
Figura 7.13 - Sinais com instrumentao instalada junto ao amostrador Haste de 18,8m p.177
Figura 7.14 - Sinais com instrumentao instalada junto cabea de bater Haste de
35,8m ...............................................................................................................
p.178
Figura 7.15 - Sinais com instrumentao instalada no centro da haste Haste de 35,8m .. p.179
Figura 7.16 - Sinais com instrumentao instalada junto ao amostrador Haste de 35,8m p.180
Figura 7.17 - Resultados para haste de 5,8m ....................................................................... p.183
Figura 7.18 - Resultados para haste de 11,8m ..................................................................... p.183
Figura 7.19 - Resultados para haste de 18,8m ..................................................................... p.184
Figura 7.20 - Resultados para haste de 35,8m ..................................................................... p.185
Figura 7.21 - Energias versus penetrao ............................................................................ p.186
Figura 7.22 - Eficincia em funo do comprimento da haste ...................................... 1 p.187 Figura 7.23 - Energias versus penetrao Dados de Cavalcante (2002) .......................... p.189
Figura 7.24 - Eficincia em funo do comprimento da haste. Cavalcante (2002) ....... 1 p.190 Figura 7.25 - Energia versus penetrao Haste de 5,80m ................................................ p.192
Figura 7.26 - Energia versus penetrao Haste de 11,80m .............................................. p.192
Figura 7.27 - Energia versus penetrao Haste de 18,80m .............................................. p.193
Figura 7.28 - Energia versus penetrao Haste de 35,80m .............................................. p.193
Figura 7.29 - Erro na estimativa da energia entregue ao solo versus comprimento da
haste e penetrao ............................................................................................
p.197
Figura 7.30 - Energia versus penetrao Comprimento de haste varivel Dados de
Cavalcante (2002) ............................................................................................
p.198
Figura 7.31 - Erro na estimativa da energia entregue ao solo versus comprimento da
haste e penetrao, dados de Cavalcante (2002) ..............................................
p.199
Figura 8.1 - Relao entre o coeficiente de adeso para estacas cravadas e a resistncia
no drenada das argilas, segundo Tomilson (1969). ( a partir de Simons &
Menzies, 1981) .................................................................................................
p.204
Figura 8.2 - Relao entre o coeficiente de adeso para estacas cravadas e a resistncia
no drenada das argilas, segundo Flaate (1968). ( a partir de Simons &
Menzies, 1981) .................................................................................................
p.205
Figura 8.3 - Perfil de sondagem SPT Aeroporto Salgado Filho (adaptado do livro
Aeroporto) ........................................................................................................
p.206
-
Figura 8.4 - Compilao de resultados de Su obtidos por ensaios UU e CPTU e a partir
da presente proposta .........................................................................................
p.207
Figura 8.5 - Perfil de sondagem SPT Clube Internacional do Recife (adaptado de
Coutinho et al., 2000) ......................................................................................
p.208
Figura 8.6 - Compilao de resultados de Su obtidos por ensaios UU e Vane e a partir
da presente proposta .........................................................................................
p.209
Figura 8.7 - Perfil de sondagem SPT Aterro experimental de Sarapu, (Ortigo, 1980) p.210
Figura 8.8 - Compilao de resultados de Su obtidos por ensaios de vane e a partir da
presente proposta .............................................................................................
p.211
Figura 8.9 - ngulo de atrito versus Nspt, (de Mello, 1971) ............................................. p.214
Figura 8.10 - Resultado para Areias Finas com coeso igual a zero ................................... p.217
Figura 8.11 - Resultado para Areias (Conjunto) com coeso de 24 kPa ............................. p.217
-
LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Resultados dos estudos de Casagrande & Casagrade (Kovacs et al.,
1977) .........................................................................................................
p.33
Tabela 2.2 - Caractersticas dos martelos apresentados na Figura (2.2) ..................... p.38
Tabela 2.3 - Comparativo da variao da energia ERr par sistemas cathead
(Kovacs e Salomone, 1982) ......................................................................
p.41
Tabela 2.4 - Caractersticas das hastes de sondagem .................................................. p.46
Tabela 2.5 - Frmulas para o clculo da eficincia ..................................................... p.52
Tabela 3.1 - Ondas Refletidas pela descontinuidade da haste. (Bernardes, 1989) ...... p.79
Tabela 6.1 - Relao de energia EPGm+h / E para haste no submersa .................... p.140 Tabela 6.2 - Relao de energia EPGm+h / E para haste submersa ........................... p.141 Tabela 7.1 - Resumo dos resultados da instrumentao posicionada junto cabea
de bater ......................................................................................................
p.182
Tabela 7.2 - Dados experimentais de Cavalcante (2002) instrumentao
posicionada junto cabea de bater ..........................................................
p.188
Tabela 7.3 - Resumo dos resultados da instrumentao posicionada junto ao
amostrador ................................................................................................
p.191
Tabela 7.4 - Dados experimentais de Cavalcante (2002) instrumentao
posicionada junto ao amostrador ...............................................................
p.198
Tabela 8.1 - Fatores de incremento de carga. (Hermansson e Grvare, 1978; citados
por Bernardes et al 2000) ..........................................................................
p.202
Tabela 8.2 - Clculo de Su a partir do SPTAeroporto Salgado FilhoPorto Alegre p.207
Tabela 8.3 - Clculo de Su a partir do SPT Clube Internacional do Recife ............. p.209
Tabela 8.4 - Clculo de Su a partir do SPT Aterro experimental de Sarapu S1 .. p.211
Tabela 8.5 - Clculo de Su a partir do SPT Aterro experimental de Sarapu S2 .. p.212
Tabela 8.6 - Clculo de Su a partir do SPT Aterro experimental de Sarapu S3 .. p.212
Tabela 8.7 - Fatores de capacidade de carga Nc e N segundo Vesic. (fonte Velloso
& Lopes, 2002) ..........................................................................................
p.216
-
LISTA DE FOTOS Foto 2.1 - a)Segmento de 1 m de haste instrumentada com strain-gauges,
mostrando os locais para fixao de acelermetros; b) conjunto de
acelermetros e unidade de aquisio de dados, SPT Analyzer.
(Cavalcante et. Al - 2002) ......................................................................
p.64
Foto 4.1 - Detalhe de fixao dos acelermetros .................................................. p.112
Foto 4.2 - Detalhe da clula de carga .................................................................... p.114
Foto 4.3 - Amplificador e Condicionador de Sinal ............................................... p.116
Foto 4.4 - Clula de carga, acelermetros, amplificador, osciloscpio e micro
computador .............................................................................................
p.117
Foto 4.5 - Tela do osciloscpio ............................................................................. p.118
Foto 7.1 - Prdios utilizados na campanha experimental ..................................... p.161
Foto 7.2 - Seqncia de montagem da cmara de areia ........................................ p.168
-
LISTA DE SMBOLOS - Coeficiente de adeso; - Peso especfico do solo; 1 - Eficincia devido ao golpe do martelo; 2 - Eficincia devido ao comprimento da haste; 3 - - Massa especfica do ao ( = 7810 kg/m3) - Tenso; - Energia; l - Distncia entre a cabea de bater e a instrumentao; - Penetrao do amostrador no solo;
sistemahmEPG + - Variao da Energia do sistema;
A - rea da seo transversal da haste;
Ap - rea da seo transversal do martelo;
Ab - rea da base do amostrador;
As - rea lateral do amostrador;
ac - Acelerao da partcula;
c - Velocidade de propagao da onda (no caso de hastes metlicas c = 5120
m/s);
c - Coeficiente de amortecimento dinmico;
D - Dimetro do amostrador;
E - Energia;
E - Mdulo de elasticidade do ao (E = 210 Gpa);
-
E* - Energia potencial gravitacional de referncia, segundo procedimento internacional;
E - Energia potencial gravitacional terica segundo NBR 6484
EPG - Energia potencial gravitacional;
EPE - Energia potencial gravitacional elstica;
EC - Energia cintica;
ED - Energia dissipada pelo critrio de amortecimento;
ES - Energia entregue ao solo;
ETOT - Energia total;
Ehi - Energia cintica do martelo no instante do impacto estimada atravs de Vhi;
Er - energia transferida haste referente primeira onda de compresso incidente;
ERhi - Eficincia da energia cintica disponvel no martelo no instante do impacto;
ERi - Eficincia da energia cintica transferida haste na primeira onda
longitudinal de compresso incidente
ERr - Eficincia de energia transferida haste referente primeira onda
longitudinal de compresso incidente;
ERv - Eficincia da energia cintica do martelo no instante do impacto;
Ev - Energia cintica do martelo no instante do impacto;
F - Fora ;
Fhn - N ensimo impulso de Fora transferida haste ;
fI(t) - Fora inercial da massa;
fD(t) - Fora de amortecimento dinmico;
fS(t) - Fora elstica;
g - Acelerao da gravidade (g = 980,6 cm/s2);
h - Altura de queda do martelo;
k - Constante de rigidez do coxim do martelo;
K1 - Coeficiente de correo que leva em considerao a posio da
instrumentao;
K2 - Coeficiente de correo terico que leva em considerao o comprimento da
haste;
-
Kc - Coeficiente de correo que leva em considerao velocidade de propagao
da onda no ao;
L - Altura do martelo;
Lo - Comprimento Equivalente da Haste;
l - Comprimento da haste;
Mh - Massa da Haste;
Mp = Mm - Massa do Martelo;
m - Massa do n;
Nc - Coeficiente de capacidade de carga;
Nq - Coeficiente de capacidade de carga;
N - Coeficiente de capacidade de carga;
n - Nmero de pulsos transferidos para a haste;
nl - Eficincia de energias;
r - Razo de impedncias;
Rp - Resistncia na ponta da haste;
Su - Resistncia no drenada da argila;
t - Tempo;
u - Deslocamento;
u - Velocidade da partcula;
u - Acelerao da partcula;
V - Velocidade da partcula animada durante a passagem da onda;
Vhi - Velocidade de queda do martelo imediatamente antes do impacto, estimada
atravs da fora de impacto;
V - Velocidade de queda do martelo imediatamente antes do impacto;
Vo - Velocidade inicial do martelo;
Vp - Velocidade da onda na ponta da haste;
Wp - Massa do martelo;
W - Atrito Lateral na haste;
y - Deslocamento do martelo;
y - Acelerao do martelo;
Z - Impedncia;
-
Zh - Impedncia da haste;
Zp - Impedncia do Martelo;
f - Representao da funo qualquer de uma onda longitudinal descendente; f - Representao da funo qualquer de uma onda longitudinal ascendente; V - Velocidade da partcula no sentido descendente; V - Velocidade da partcula no sentido ascendente; F - Fora de compresso no sentido descendente; F - Fora de compresso no sentido ascendente; -F - Fora de trao no sentido descendente; -F - Fora de trao no sentido ascendente; Fp - Fora no martelo devido propagao da onda de tenso;
Fh - Fora na haste devido a propagao da onda de tenso;
Wnc - Trabalho efetuado por foras no conservativas;
-
Captulo 1 Introduo 25
CAPTULO 1
INTRODUO
O SPT (Standart Penetration Test) sem dvida o sistema de investigao mais utilizado no
Brasil e no mundo pela engenharia geotcnica e pela engenharia de fundaes. A sua
simplicidade e robustez, aliadas ao baixo custo do equipamento e a experincia emprica
acumulada na execuo do ensaio e sua interpretao fazem desta sondagem uma ferramenta
indispensvel prtica de engenharia.
Embora de uso corrente, o ensaio tem sido objeto freqente de crticas da comunidade
acadmica, que abrangem aspectos relacionados disperso de resultados, dependncia do
operador e diversidade de equipamentos e procedimentos. Estas limitaes motivaram o
desenvolvimento de estudos a partir da dcada de 70 de medio de energia visando a
padronizao do ensaio, sendo inmeras as contribuies nesta rea (e.g. Schmertmann &
Palcios, 1979; Belincanta, 1985,1998; Kovacs, 1979,1980,1981; Cavalcante, 2002). Estes
estudos procuraram identificar a influncia na medida de penetrao Nspt de fatores associados
s divergncias encontradas nas especificaes geomtricas dos componentes mecnicos
utilizados nos ensaios bem como nos sistemas de elevao e liberao do martelo. Estas
divergncias implicam em distintas energias transferidas s hastes e conseqentemente
utilizadas na cravao do amostrador, levando a resultados distintos. A uniformizao dos
resultados tem sido direcionada correo do valor do Nspt para um valor nico de energia,
sendo o valor de energia de referncia adotado segundo o consenso internacional de 60% da
energia terica produzida pela queda do martelo (IRTP/ISSMFE (1988); Skempton, 1986).
Para a determinao da energia transferida s hastes recomenda-se uma instrumentao
composta por uma clula de carga e um par de acelermetros (e.g Farrar, 1988; Butler et al,
1998). Esta instrumentao registra a passagem da onda longitudinal de compresso gerada
pela ao de um golpe do martelo e atravs da integrao do produto da fora e velocidade ao
longo do tempo determina-se a energia contida nessa onda. A energia contida na onda
longitudinal de compresso, decorrente do golpe do martelo, utilizada na correo do valor
do Nspt para o valor de energia de referncia internacional (N60), Skempton (1986).
-
Captulo 1 Introduo 26
O presente trabalho apresenta um estudo detalhado da monitorao de energia durante a
cravao do amostrador no ensaio SPT, bem como da identificao dos fatores que
influenciam estas medidas. Para tanto foi desenvolvido o equipamento para a aquisio dos
sinais de fora e de acelerao objetivando a correta determinao da energia efetivamente
transferida s hastes. Este equipamento consta do desenvolvimento da clula de carga,
amplificadores e condicionadores de sinais de fora e acelerao, sistema de aquisio de
sinal e tratamento numrico dos registros. Esta uma experincia brasileira de
desenvolvimento de tecnologia nesta rea, combinando aquisio de sinais com interpretao
de registros atravs de software aberto. Assim o estudo compreende o desenvolvimento de um
programa embasado na tcnica de diferenas finitas que simula numericamente o ensaio,
inclusive a mecnica de transferncia de energia s hastes. De posse dessa ferramenta e
tecnologia efetuou-se uma extensa campanha de ensaios totalmente controlados em um tanque
de areia com densidade relativa constante. Os resultados da campanha experimental,
associado aos fundamentos e princpios bsicos da fsica, permitiram uma anlise racional do
ensaio e a proposio de uma nova abordagem de interpretao.
Esta nova abordagem de interpretao do ensaio no visa somente determinao da energia
contida na onda que percorre a haste gerada pela ao do golpe, mas a determinao da
energia efetivamente entregue ao solo e com isso o conhecimento do valor da fora resultante
de reao do solo que atua contra o amostrador. O conhecimento desta fora abre uma gama
de alternativas para a estimativa de propriedades de comportamento de solos com base em
resultados de medidas de SPT.
importante ressaltar que todos os resultados desta pesquisa, bem como as abordagens de
interpretao propostas, se referem a ensaios realizados rigorosamente de acordo com as
recomendaes da Norma Brasileira e das especificaes e procedimentos descritos no padro
internacional (IRTP/ISSMFE, 1988). Os mtodos distintos queles normatizados, que
coexistem na prtica, e suas possveis influncias nas medidas de penetrao no so objeto
deste estudo.
A seguir so apresentadas algumas definies importantes para a correta interpretao do
trabalho.
-
Captulo 1 Introduo 27
1.1 - DEFINIES
1.1.1 - Golpe, Impacto e Pulso.
Quando o martelo entra em contato com a haste, surgem imediatamente duas ondas
longitudinais de tenso que se propagam em sentidos opostos: uma onda ascendente no
martelo, e outra descendente na haste com velocidade de propagao c. No tempo t = L/c,
onde L igual ao comprimento do martelo, a onda de tenso gerada no instante do impacto do
martelo com a haste refletida na parte superior do martelo atingindo novamente o ponto de
contato do martelo com a haste no tempo t = 2L/c. Como houve uma desacelerao no
martelo e a velocidade das partculas da haste ainda mesma h um desequilbrio de
velocidades. Este equilbrio restabelecido com a introduo de um novo pulso de tenso na
haste, este de menor intensidade, gerando um novo pulso ascendente no martelo e um pulso
descendente na haste. Este processo repetido sucessivamente at o amortecimento final do
martelo ou a chegada da onda longitudinal de tenso refletida na extremidade inferior da
haste, separando momentaneamente o martelo da composio de hastes. Esse processo
retomado quando do novo impacto do martelo sobre a haste.
Portanto, um golpe de martelo formado por vrios impactos e cada impacto formado por
vrios pulsos. A durao de cada pulso funo da altura do martelo (t = 2L/c). A durao do
impacto funo do comprimento da haste (t = 2l/c). O tempo de durao entre cada impacto
funo do tipo de solo, ou seja, quanto menor a resistncia do solo maior a penetrao e
maior o tempo entre impactos. A quantidade de impactos em um mesmo golpe funo do
solo e do comprimento da haste. Um golpe em hastes curtas formado por vrios impactos
representativos, j em hastes longas um golpe pode ser formado por um nico impacto
representativo.
1.1.2 - Ondas de Compresso Incidentes
A Figura 1.1 apresenta o resultado de uma simulao numrica de um golpe de martelo. Esta
figura interessante, na medida em que fornece uma ilustrao da transferncia de energia s
-
Captulo 1 Introduo 28
hastes incluindo as diversas ondas que percorrem a composio e a sua influncia na
penetrao do amostrador devido aplicao de um golpe do martelo.
O exemplo refere-se a um golpe de um martelo de 65kg com 75cm de altura de queda inicial
caindo sobre uma haste de 12,6 metros (ver Figura 6.4). Os parmetros adotados neste
exemplo procuram simular o mais prximo possvel um golpe de martelo e, portanto, todos os
parmetros esto rigorosamente em acordo com a NBR 6484.
Nas curvas que representam as trajetrias da base inferior do martelo e do topo da cabea de
bater possvel identificar os diversos impactos; na figura, os intervalos entre os pontos 1 e 2
correspondem ao primeiro impacto; 3 e 4 ao segundo impacto; 5 e 6 ao terceiro impacto; 7 e 8
ao quarto impacto. No sinal de fora e velocidade possvel verificar tambm os pontos do
impacto, ou seja, de A a B; de E a G; de K a L representa-se respectivamente o primeiro,
segundo, terceiro impacto. O primeiro impacto introduz na haste a primeira onda de
compresso incidente, do ponto A at B. A onda refletida na parte superior da haste retorna
em direo do amostardor dando incio a segunda onda de compresso incidente, referente
ainda ao primeiro impacto, do ponto B at C. Do ponto C a D tem-se a terceira onda de
compresso incidente. A quarta onda de compresso, referente ao primeiro impacto que vai do
ponto D a F, perturbada pelo segundo impacto. A partir desse instante tem-se a onda gerada
pelo primeiro e segundo impacto. Os impactos subseqentes geram novas ondas que vo se
sobrepondo tornando a interpretao do sinal cada vez mais complexa.
A penetrao do amostrador no solo devido aplicao de um golpe s se inicia aps a
chegada da primeira onda de compresso incidente (ponto a) que ocorre a um tempo t = /c do
instante incio do primeiro impacto. A chegada da segunda e terceira onda de compresso
percebida na cravao do amostrador nos pontos b e c respectivamente. visvel nesse
grfico (Figura 1.1) que a segunda e terceira onda de compresso tem uma contribuio
significativa na cravao do amostrador. Esse fato tambm percebido quando da chegada do
segundo impacto, ponto que sem dvida contribui na cravao do amostrador. J os demais
impactos no so to significativos no que diz respeito cravao do amostrador no solo.
A importncia das ondas de compresso incidentes, subseqentes ao primeiro impacto, na
cravao do amostrador funo da resistncia do solo e do comprimento da haste. Sua
-
Captulo 1 Introduo 29
importncia na interpretao do ensaio discutida neste trabalho, indicando-se a influncia do
comprimento da composio de hastes na energia efetivamente transferida ao amostrador.
0.000 0.010 0.020 0.030 0.040 0.050 0.060
Tempo (seg)
-50-40-30-20-100102030405060708090100110120130140150
For
a (k
N)
12.50512.51012.51512.52012.52512.53012.53512.54012.54512.55012.55512.56012.56512.57012.57512.58012.58512.59012.59512.60012.605
Des
loca
men
to (m
)
-0.050
-0.045
-0.040
-0.035
-0.030
-0.025
-0.020
-0.015
-0.010
-0.005
0.000Pe
netra
o
(m)
Trajetria da base do martelo
Trajetria da cabea de bater
Penetrao do amostrador
ForaF = V Zh
AB
C
DEF G
H I JK LO P
a
b
cd e
1
2
34 5 6 7 8
f
Figura 1.1 Simulao numrica de golpe de martelo sobre uma haste.
1.2 - ORGANIZAO DA TESE
O presente trabalho est basicamente divido em 3 partes distintas. A primeira composta pelos
Captulos 2 e 3 refere-se a uma reviso bibliogrfica da histria do SPT, destacando-se os
estudos que levaram padronizao do ensaio, tipos de equipamentos utilizados na
sondagem, equipamentos utilizados nas medidas de energia e sua evoluo (Captulo 2), alm
de uma completa reviso na teoria matemtica contida no s interpretao da equao da
onda, mas tambm nas distintas propostas de correo dos valores de energia obtidos
(Captulo 3). A segunda parte se refere s ferramentas desenvolvidas no presente trabalho,
sistema de aquisio do sinal gerado pela passagem da onda longitudinal de tenso por um
ponto da haste (Captulo 4) e o desenvolvimento de um programa de simulao numrica para
a interpretao do ensaio (Captulo 5). A terceira parte deste trabalho composta por uma
anlise terica (Captulo 6), anlise experimental (Captulo 7) e uma tentativa de aplicao
prtica da nova proposta de interpretao do ensaio (Captulo 8). Acrescido a estes captulos
apresentado o Captulo 9 de concluses e sugestes para futuras pesquisas.
-
Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 30
CAPTULO 2
REVISO BIBLIOGRFICA
2.1 - INTRODUO
A histria do ensaio SPT (Standart Penetration Test) tem sido relatada tanto na literatura
internacional (Fletcher, 1965; Kovacs et al, 1981; Broms e Flodin, 1988; entre outros) como
nacional (Vargas, 1989; Teixeira, 1993 e Belincanta, 1994). A sondagem SPT, segundo os
autores citados, data do incio do sculo, passando por uma fase de grande desenvolvimento
at o final da dcada de 50, quando houve a primeira tentativa de normalizao. Na dcada de
60, verifica-se um perodo de descrdito do SPT, aps a publicao do trabalho de
Casagrande e Casagrande (1968). Entretanto, na dcada de 70 inicia-se uma nova fase, na
qual reconhecida a importncia da energia existente no martelo no instante do impacto, bem
como sua transferncia haste e desta ao amostrador com os trabalhos de Kovacs (1977,
1979, 1981), Palacios (1977), Schmertmann e Palacios (1979), Belincanta (1985). Estes
trabalhos demonstraram que o valor de Nspt est diretamente associado s caractersticas do
equipamento utilizado, principalmente no que diz respeito forma de liberao do martelo, e
levaram Seed et al. (1985) e Skempton (1986) a propor um fator de correo no valor do Nspt
que leva em considerao a energia efetivamente transferida haste. A importncia desta
correo hoje reconhecida e tem sido gradativamente incorporada prtica de engenharia
(e.g. Clayton 1993)
Este captulo apresenta uma breve reviso histrica do ensaio SPT, uma descrio dos
equipamentos utilizados na prtica da execuo do ensaio, cita as recomendaes de
padronizao e apresenta alguns equipamentos e metodologias utilizadas ao longo da histria
no que diz respeito a medidas de energia. Esta reviso baseada nos trabalhos de Belincanta
(1985) e Belincanta (1998).
2.1.1 - Histria do SPT
-
Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 31
O primeiro relato do ensaio do SPT data de 1902, quando o Colonel Charles R. Gow
desenvolveu um amostrator de 25 mm de dimetro, cravado dinamicamente com auxlio de
um peso de 50 kg de massa, no fundo do furo de sondagem. Com este amostrador foi
possvel a obteno de amostras chamadas de Dry Sample, que permitiam uma melhor
descrio do tipo do solo e de suas propriedades do que s obtidas anteriormente extradas da
gua de circulao utilizada na perfurao do furo de sondagem.
Em 1927, Harry A. Mohr gerente da The Gow Company, subsidiria da Raymond Concrete
Pile Company e G.F.A Fletcher, desenvolveram o amostrador composto de trs partes
(cabea, corpo e sapata biselada) com 51mm de dimetro externo, denominado amostrador
tipo Raymond. Nesta poca um amostrador semelhante foi desenvolvido pela empresa
Sprague & Henwood de Screnton.
Em 1930 Mohr e Fletcher apresentaram as primeiras especificaes da sondagem, passando a
ser interpretada como um ensaio, onde o resultado era o nmero de golpes necessrios para
cravar o amostrador, em um segmento de 305 mm, dentro do solo, com auxilio de um martelo
de 63,5 kg, caindo de uma altura de 762 mm. A massa do martelo de 63,5 kg foi adotada por
Mohr, a partir da mdia das massas dos martelos utilizados para cravar o amostrador usado na
regio de Boston, na dcada de 20, sendo estes passveis de levantamento manual com auxlio
de uma corda, passando por uma roldana, por dois auxiliares de sondagem. A geometria do
martelo, inicialmente de concreto, era de forma prismtica, contendo um coxim de madeira
dura e um pino-guia, similar ao utilizado at hoje no Brasil. A este martelo dado o nome de
pin guided hammer.
Com o intenso uso da sondagem/ensaio nas investigaes geotcnicas, e com a sua crescente
mecanizao, verificou-se que as hastes usadas de 25,4 mm de dimetro nominal interno,
pesando 3,2 kg/m, eram frgeis e por volta de 1945 passaram a ser substitudas por haste de
maior rigidez, como as do tipo A usadas em de sondagem rotativa.
Terzaghi e Peck em 1948 publicam, em seu livro, o procedimento de execuo da sondagem
com perfurao por circulao de gua, utilizando um revestimento de 63,5 mm de dimetro,
hastes de 25,4 mm e amostrador do tipo Raymond de 51 mm e 35 mm de dimetro externo e
interno respectivamente. Neste livro, os autores, ressaltam que uma maneira simples de se
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 32
estimar o grau de compacidade in situ do solo seria o de contar o nmero de golpes
necessrios para cravar o amostrador 305mm, aps um assentamento inicial de 152mm. A
este procedimento foi dado o nome de Standart Penetration Test (SPT). Como o procedimento
inicial utilizava o amostrador Raymond o mesmo passou a ser tambm conhecido como
amostrador tipo Terzaghi & Peck.
Apesar da publicao de Terzaghi e Peck, no final da dcada de quarenta, Hvorslev (1949)
ressaltou a falta de padronizao como a principal restrio ao ensaio SPT. Na regio da Nova
Inglaterra e mesmo na Gow Division da prpria Raymond Concrete Pile Company
usavam-se amostradores de 25,4mm de dimetro interno e revestimento de 51mm de dimetro
nominal, ao invs do amostrador Raymond. Outro problema de normalizao era referente a
contagem do nmero de golpes, que iniciava a partir do ponto de apoio do amostrador e no a
partir de cravao de 152mm iniciais.
Em 1954, Parson prope o registro do nmero de golpes para cada um dos trs intervalos de
152 mm de penetrao do amostrador, sendo a resistncia penetrao dada pela soma
mnima dos golpes de dois intervalos. Sua inteno era a de minimizar as perturbaes no
valor de Nspt provenientes principalmente da presena de pedregulhos. Segundo Kovacs et al.
(1981), com base na proposta de Parson e no incio da fase de normalizao do ensaio, fica
estabelecido, em meados da dcada de 50, a definio da resistncia penetrao como sendo
o nmero de golpes necessrios para cravar 305 mm do amostrador aps seu assentamento
inicial de 152 mm.
Em 1958 publicada a primeira norma D1586-58T da ASTM (Americam Society for Testing
and Materials). Esta norma especifica a cravao do amostrador com o assentamento inicial
de 152 mm, mas no define claramente o que a resistncia penetrao; determina somente
que se registre os golpes necessrios cravao dos segundo e terceiro segmentos 152 mm. J
a norma D1586-63 T, que sucede a de 1958, define com clareza a resistncia penetrao,
como sendo a soma dos nmeros de golpes para cravao dos segundo e terceiro 152 mm. Em
1967 a D1586-67 passa a ter status de norma definitiva.
Fletcher (1965) publica o trabalho intitulado Standart Penetration Test: Its uses and Abuses.
Neste trabalho o autor lista uma srie de fatores intervenientes no SPT, que complementada
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 33
por Mohr em 1966. Nesta poca surgem perguntas tais como: O SPT suficientemente
confivel? As experincias anteriores seriam consideradas suficientes para a garantia do uso
presente e futuro do SPT? Somada a essas dvidas, surgem os primeiros martelos automticos
como o pilcon, do qual no se tinha conhecimento de desempenho, dividindo as opinies
quanto a seu uso.
Em 1968, Casagrande e Casagrande convidaram duas empresas tradicionais atuantes no ramo
de sondagem, a Raymond e a Sprague-Henwood, para realizarem uma campanha de furos de
sondagem em uma rea relativamente pequena, em um mesmo depsito de areia. Nesta
campanha foram utilizados procedimentos e equipamentos comuns poca sendo os
resultados apresentados na Tabela 2.1. No h maiores detalhes quanto localizao no nvel
dgua, porm sabe-se que a sondagem do tipo original da Raymond foi executada com
circulao de gua e com acionamento manual do martelo. As discrepncias nos resultados
corroboram ao descrdito do SPT.
Tabela 2.1 Resultados dos estudos de Casagrande & Casagrande (Kovacs et al.1977).
Tipo de
equipamento
Original
Raymond
Flyght Auger
Raymond
Rotary
Equipment
Sprague-
Henwwod
Hollow Stem
Flyght Auger
Acionamento do
martelo
Manual Corda com
tambor (cathead)
Guincho com
cabo de ao
Corda com
tambor (cathead)
Numero de
golpes/305mm
(N)
10
15
45
10
Em 1971 Victor de Mello apresenta no 4o Congresso Panamericano de Mecnica dos Solos e
Engenharia de Fundaes, em Porto Rico, o State of the Art: Standard Penetration Test.
Neste trabalho Victor de Mello d um enfoque de ensaio ao SPT e defende a utilizao de
correlaes entre o Nspt e o ngulo de atrito interno das areias. Neste trabalho tambm
apresentado um estudo da energia transferida s hastes com base na teoria newtoniana.
Na segunda metade da dcada de 70, e incio da dcada de 80 surgem os primeiros trabalhos
de determinao da energia transferida ao amostrador. Dentre os trabalho destacam-se
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 34
Palacios (1977), Schertmann e Palacios (1979), Kovacs et al. (1977, 1981,1982), Kovacs
(1979). Estes estudos demonstram que diferenas considerveis no valor do Nspt podem ser
atribuidas ao tipo do equipamento, estado de conservao, forma de utilizao, tipo do
martelo, forma de liberao do martelo, geometria do amostrador, o uso do liner, etc..
As medidas de energia de cravao do amostrador SPT parecem explicar as disperses
normalmente atribudas aos resultados de ensaios. Segue-se a partir destes estudos a
normalizao do ensaio em relao a uma medida de energia de referncia, possibilitando
assim a transposio de experincias regionais.
Os estudos de determinao da transferncia de energia, para os equipamentos utilizados nos
Estados Unidos, apontam como energia mdia transferida haste o valor de 55% em
comparao com a energia nominal (massa do martelo 63,5 kg caindo de uma altura de queda
de 762 mm). Segundo Seed et al. (1985), o valor de 60% mais adequado visto que a maioria
dos martelos em utilizao nos Estados Unidos o Safety Hammer, que transfere uma
energia mdia em relao a nominal de 60%. Alm disto, a energia mdia transferida haste
com martelos utilizados em outras regies do mundo tambm de 60% da energia terica.
Com base nesta observao sugere-se a correo do valor medido de Nspt em um valor de
referncia N60. Esta recomendao adotada e apresentada no clssico trabalho de Skeptonn
(1986), a partir do qual a correo de N para N60 passa a ser recomendada prtica da
engenharia geotcnica mundial.
Aps 1986 so apresentados vrios trabalhos enfocando a necessidade da medida de energia
no SPT, equipamentos de medida utilizados, evoluo das medidas de energia com utilizao
de acelermetros, similares aos utilizados em ensaios de carga dinmica em estacas.
Reconhecendo-se que nem os equipamentos nem os procedimentos de execuo so
completamente padronizados (e. g. Ireland et al., 1970; Clayton, 1993) o controle de energia
durante a cravao passa a constituir-se em elemento indispensvel correta interpretao do
resultado do ensaio.
2.1.2 - Histria do SPT no Brasil O incio da sondagem no Brasil data da dcada de 30, juntamente com a criao da Seo de
Estruturas e Fundaes do IPT e da volta do Eng. Odair Grillo da visita de estudos realizada
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 35
Universidade de Harvard, em 1936. sem duvida, o Eng. Grillo o idealizador e iniciador da
medida de resistncia penetrao no Brasil. At esta data as caractersticas do solo eram
determinadas apenas por exame tctil-visual. Em 1943 iniciam-se as medidas de penetrao,
inicialmente de forma experimental, e em 1944 de forma sistemtica. O dimetro do tubo de
revestimento utilizado era de 51 mm e o amostrador foi confeccionado com um tubo,
compatvel ao dimetro do revestimento, disponvel na poca (Segunda Guerra Mundial). Este
amostrador, denominado amostrador tipo IPT possui 38 mm e 46 mm de dimetro interno e
externo, respectivamente.
Outros detalhes do sistema de sondagem utilizado pelo IPT so: a) hastes de
aproximadamente 3,2 kg/m; b) utilizao de cabea de bater; d) martelo cilndrico vazado,
acionado manualmente atravs de corda de sisal e roldana fixa; e) freqncia mdia de 15
golpes por minuto; f) perfurao a trado at o nvel dgua e por circulao de gua abaixo do
mesmo.
Em 1944, a Geotcnica comea a utilizar um amostrador trazido pelo engenheiro Mohr
quando da sua visita ao Brasil. Este amostrador, denominado de amostrador Mohr-
Geotcnica, tinha dimenses de 41,2mm e 25mm de dimetro externo e interno,
respectivamente. Em 1947 a Geotcnica adotou o amostrador Raymond nas suas sondagens
passando o revestimento a ter um dimetro de 63,5 mm.
Em 1956, o professor Costa Nunes chama a ateno falta de normalizao das sondagens
percusso no Brasil. Teixeira (1977) relata que na dcada de 70 a sondagem era realizada de
forma artesanal com uso de diversos procedimentos e equipamentos distintos. Gerger (1974)
discute que para se interpretar os resultados de uma sondagem havia necessidade de se
conhecer a empresa executora.
Todos estes fatores levaram, em 1974, no 5o Congresso Brasileiro de Mecnica dos Solos, a
ser apresentada uma proposta de Mtodo de Execuo de Sondagem de Simples
Reconhecimento dos Solos. Este assunto apresentado com maior detalhe no item
padronizao e normalizao da sondagem no Brasil.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 36
No incio da dcada de 80 iniciam-se as medidas de energia no SPT, sendo pioneiro o trabalho
desenvolvido no IPT. Em 1985 este trabalho concretizado na dissertao de mestrado
entitulada Energia Dinmica no SPT Resultados de uma Investigao Terico
Experimental de autoria de Antnio Belincanta (1985). Este autor, em 1998, dando
continuidade ao seu trabalho efetua uma abrangente pesquisa nos fatores intervenientes no
ndice de resistncia penetrao do SPT.
Em 2002 resultados de estudos recentes na determinao da energia no ensaio SPT so
publicado na tese de doutorado de autoria de Erinaldo Hilrio Cavalcante, entitulada
Investigao Terico-Experimental sobre o SPT, Cavalcante (2002). Em seu trabalho,
Cavalcante apresenta os resultados de uma anlise terico experimental de vrios aspectos
associados transferncia de energia no SPT, dando nfase ao comprimento da composio
das hastes e conclui que a energia transferida ao topo da composio das hastes independe do
seu comprimento e da resistncia do solo. Adicionalmente observou que h diferena entre a
energia medida no topo das hastes e a que atinge o amostrador.
2.1.3 Histria da Padronizao
A normalizao e padronizao da sondagem teve sua evoluo histrica iniciada no IV
Congresso Internacional da ISSMFE (International Society for Soil Mechanics and
Foundation Engineering), realizada em Londres, em 1957, onde foi formado um subcomit
tcnico com o objetivo de estudar os ensaios penetromtricos, estticos e dinmicos, com
vistas normalizao.
A primeira tentativa de norma foi norte americana, D1586-58T, em 1958, da ASTM
(Americam Society for Testing and Materials), sendo sua publicao definitiva datada de
1967, com a numerao D1586-67.
O sub-comit criado no congresso de Londres foi dissolvido, e decidindo-se pela criao de
dois grupos de trabalhos, um americano e outro europeu. Apesar de avanos nos estudos no
houve um comeo entre os grupos que tambm foram dissolvidos. Entretanto, mesmo com a
dissoluo, o grupo europeu continuou trabalhando e em 1977 apresentou normas regionais
sobre o ensaio, para o Comit Executivo da ISSMFE, que foram aprovadas. Em 1982 foi
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 37
criado um comit novamente a nvel internacional que apresentou, na primeira conferncia
ISOPT I, realizada em Orlando, 1988, as primeiras propostas de referncia de ensaios. Em
1989, no Congresso Internacional do Rio de Janeiro, foi publicado, em carter oficial, o
Reference Test Procedure.
No Brasil, o engenheiro Alberto Henrique Teixeira apresentou no V Congresso Brasileiro de
Mecnica dos Solos e Engenharia de Fundaes, realizado em So Paulo, 1974, a proposta de
normalizao do Mtodo de Execuo de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos.
Esta proposta de norma, aps discutida em eventos tcnicos e por vrios usurios e
pesquisadores, foi enviado em 1977 ABNT, para discusso e aprovao, tornando-se
oficialmente a primeira norma brasileira de sondagem SPT, em 1979, denominada Execuo
de Sondagens de Simples Reconhecimento dos Solos, MB 1211/79, com mudana posterior
na numerao para NBR 6484/80.
Muitos pases, tais como Venezuela, Itlia, Mxico, entre outros, adotam a norma dos Estados
Unidos ASTM D1586-67 como padro, j o Brasil, Austrlia, Canada, Japo, entre outros,
possuem norma prpria. Entretanto, consenso mundial a necessidade de seguir a referncia
internacional Reference Test Procedure.
Chama-se ateno que, apesar da Referncia Internacional, alguns pases, regies e empresas
no a adotam na sua ntegra, e cuidados so necessrios quando da extrapolao de
experincias. Por exemplo, no oeste do Paran a sondagem efetuada com a penetrao
contnua do amostrador (Belincata 1998), no Uruguai no usual a execuo de sondagens do
tipo SPT, na Argentina, alm da adoo de norma americana, o padro local o uso do
amostrador de Moreto (Moreto, 1963).
Recentemente, houve mais um avano no sentido de melhorar a qualidade do servio de
sondagem com o lanamento do Manual de Especificaes da Associao Brasileira de
Empresas de Fundao e Geotcnica (ABEF, 1999), onde alm da obedincia a NBR 6484,
so especificados procedimentos quanto ao aspecto trabalhista, bem estar do funcionrio,
freqncia e procedimentos a serem obedecidos na aferio dos equipamentos, padronizao
dos processos, especificao das caractersticas da equipe de sondagem e do supervisor.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 38
Em 2000 a Norma Brasileira NBR 6484 revisada e publicada, tem apresentadas poucas
modificaes em relao da norma de 1980, entretanto clara no sentido de que empresas que
possuem equipamentos fora das especificaes da norma deve apresentar o valor mdio da
energia transferida haste quando da aplicao do golpe do martelo. Esta especificao
mostra a importncia da correo do valor do nmero de golpes do ensaio SPT.
fundamental para boa prtica da engenharia, no que se refere execuo de sondagem SPT,
a adoo das recomendaes da Norma Brasileira e da Referncia Internacional.
2.2 EQUIPAMENTOS
A seguir so apresentados os equipamentos utilizados no ensaio SPT, mais precisamente os
tipos de martelo, sistema de elevao do martelo, tipos de haste, tipos de amostradores e
sistemas de liberao do martelo.
2.2.1 Tipos de martelos. Encontra-se na literatura uma srie de diferentes tipos de martelos utilizados para a cravao
do amostrador. A Figura 2.1 apresenta alguns destes martelos e a Tabela 2.2 cita as suas
caractersticas.
Tabela 2.2 Caractersticas dos martelos apresentados na Figura 2.1. Figura Nome Pas Massa
(kg) Massa do conjunto
(kg)
Massa da cabea de bater (kg)
Fabricante Elevao do Martelo
Liberao do Martelo
Coxim de Madeira
A Com Pino Guia
Brasil 65,0 - 3.8 - Manual Manual Sim
B Martelo Cilindro Vazado
Brasil 65,0 - 3.8 - Manual Manual Sim
C Donut Hammer
USA / outros
63,5 - - Mecanizada Manual / Cathead
No
D Safe T-Driver
USA / outros
63,5 - Mecanizada Manual / Cathead
No
E Safety Hammer
USA / outros
- Mecanizada Manual / Cathead
No
F Booros Co. Ltda
darp Hammer
USA / outros
63,5 Booroe Co. Ltda
Drap Hammer
Mecanizada Gatilho Mecnico
No
G Pilcon Trip
Monkey
USA / outros
63,5 Pilcon Mecanizada Gatilho Mecnico
No
H Ingraterra 63,5 114,70 32.2 Mecanizada Gatilho Mecnico
No
I Japo 63,5 Mecanizada Gatilho Mecnico
No
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 39
2.2.2 Sistemas de elevao do Martelo
Os sistemas de elevao do martelo podem ser divididos basicamente em dois grupos: o
manual e o mecanizado. O manual o sistema mais freqentemente utilizado na prtica
brasileira, onde dois auxiliares de sondagem levantam o peso, com auxlio de uma corda, que
passa por uma roldana fixa posicionada na parte superior do trip de sondagem. O sistema
mecanizado geralmente utiliza uma polia (tambor) que gira continuamente, a uma
determinada velocidade, na qual enrolado o cabo, que aps passar pela roldana fixa na parte
superior do trip, est conectada ao martelo. O operador ao puxar a corda, enrolada na polia,
aumenta o atrito da corda com a polia, e com isso eleva o martelo; ao soltar a corda o atrito
reduzido e o martelo cai. fcil de compreender que h um atrito significativo entre a corda e
a polia (tambor), mesmo aps a liberao da corda pelo operador, o que impede que o martelo
caia em queda livre. A velocidade de rotao da polia (tambor), o seu dimetro, o sentido da
rotao (horrio ou anti-horrio), o estado de conservao da corda, dimetro da corda e
principalmente o nmero de voltas da corda em redor da polia so fatores que afetam
diretamente a energia cintica do martelo no instante do impacto com a cabea de bater. No
se pode esquecer que a forma de liberao outro fator determinante na energia cintica
contida no martelo, no instante do impacto com a cabea de bater, sendo este sistema
altamente dependente do operador. A Figura 2.2 apresenta um croqu de um sistema de
elevao do martelo com auxlio de um tambor giratrio (cathead). Na Tabela 2.3 so
apresentados resultados dos valores de energia obtidos para composies distintas, nas quais
h variaes no tipo da corda, velocidade de rotao do tambor, estado da corda e nmero de
voltas da corda no tambor.
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 40
AB
CD
E
FG
HI
Figura 2.1 Tipos de martelo usados no SPT (denominaes na Tabela 2.1).
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Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 41
45 cm (PENETRAO)
FURO DE SONDAGEM
AMOSTRADOR
PINO GUIA
HASTE
CLULA DE CARGA
CABEA DE BATER
SENSOR DE RAIOS LUMINOSOS
762 mm
EQUIPAMENTO DE MEDIDA
MARTELO TIPO DONUT - COM FAIXAS PRETAS E BRANCAS
TAMBOR
CABO DE SISAL 25,4mm
ROLDANA
Figura 2.2 Esquema de levantamento do martelo com cathead (Kovacs e Salomone,
1982).
Tabela 2.3 Comparativo da variao da energia para o sistema cathead. (Kovacs e
Salomone, 1982). Fabricante
do Equipamento
Srie do
ensaio
Nmero de dados
por ensaio
Numero de voltas do cabo no tambor
Mdia da altura de
queda (polegadas)
Velocidade de rotao do tambor (ps/min)
Dimetro da corda e
estado (polegadas)
Tipo de martelo
Sentido de rotao do
tambor
Energia ERr (%)
CNE-55 2 10 1 30,48 540 usada Safety Horrio 80,5 3 10 2 30,40 540 usada Safety Horrio 69,2 4 10 3 29,15 540 usada Safety Horrio 49,7 10 10 1 29,94 468 1 nova Safety Horrio 78,5 11 11 2 30,59 468 1 nova Safety Horrio 75,7 12 10 3 29,69 468 1 nova Safety Horrio 64,6
CNE-55 28 31 2 31,15 180 usada Donut Horrio 61,7 29 3 3 32,23 180 usada Donut Horrio 37,1 30 6 1 31,93 180 usada Donut Horrio 68,6 31 5 2 31,20 180 usada Donut Horrio 58,9
-
Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 42
A anlise dos dados da Tabela 2.3 identifica claramente a influncia de vrios fatores no valor
da energia transmitida ao amostrador, o que afeta diretamente o nmero de golpes do SPT. A
energia transmitida atravs do sistema manual de elevao, produz nveis de variabilidade de
medidas com disperses similares da Tabela 2.3.
Os martelos levantados com auxlio do tambor giratrio (cathead), mas providos de sistema
de gatilho para liberar o martelo em queda livre so menos influenciados pelos fatores acima
citados. Entretanto, a velocidade de aplicao dos golpes imposta pelo operador pode tambm
afetar a energia cintica do martelo no instante do impacto com a cabea de bater. Foi
observado por Kovacs (1981) que, para freqncias de golpes maiores que 15 golpes por
minutos, o martelo possui uma energia cintica ascendente, no instante de liberao, que
provoca uma sobre elevao da altura de queda em relao a padro.
Belincanta (1998) ressalta que essa sobre elevao, na altura de queda padro, tambm ocorre
no sistema manual, utilizando o martelo do tipo com pino guia, onde o operador s libera o
martelo em queda livre aps o aparecimento da marca no pino que indica a altura de queda de
75 centmetros. Nesse instante o operador ainda no liberou a corda e como o martelo possui
uma determinada energia cintica ascendente, sempre ocorre um pequena sobre elevao em
relao a altura de queda padro.
2.2.3 Tipos de Hastes
A norma brasileira clara e rigorosa quanto ao tipo de haste a ser utilizada na sondagem
SPT. A haste deve ser um tubo de ao de uma polegada de dimetro nominal com uma massa
de 3,23 Kg/m. J nos Estados Unidos, as hastes devem possuir rigidez maior ou igual haste
do tipo A (41,2mm) ou AW com 43,6 mm de dimetro. Segundo Muromachi et al (1974), as
hastes no Japo devem ter dimetros entre 40,5 e 42,0 mm. Hastes pouco rgidas ou muito
longas produzem Nspt baixos devido s perdas de energia decorrentes do efeito de flambagem
das hastes (Clayton 1993). Estudos efetuados por Matsumoto e Matsubara (1982) indicam que
no h diferenas significativas entre os valores de Nspt quando so usadas hastes com
dimetros variando entre 40 e 60 mm e massa entre 4,34 e 9,14 kg/m, e comprimentos de at
47 metros no que diz respeito a flambagem da composio.
-
Captulo 2 Reviso Bibliogrfica 43
2.2.4 Tipos de Amostradores
A geometria dos amostradores varia de um pas para outro. Nos Estados Unidos os
amostradores possuem um dimetro interno ligeiramente maior que o dimetro interno da
sapata cortante. Este aumento no dimetro interno tem como objetivo a colocao de um
liner para facilitar a coleta e manuseio da amostra. O dimetro interno maior facilita a
entrada da amostra, diminuindo o nmero de golpes necessrios para cravar o amostrador,
ent