Domínio E: EXPANSÃO E MUDANÇA NOS SÉCULOS XV E XVI · consciência dos seus problemas:...
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Domínio E: EXPANSÃO E
MUDANÇA NOS SÉCULOS XV
E XVI
E.1. O Expansionismo Europeu
Mª Alice Guimarães
A Europa nas vésperas da expansão
A CRISE DO SÉCULO XIV
A escassez de matérias-primas e de mão de obra incentivou a expansão territorial da Europa.
O século XIV
Fomes
Pestes
Guerras
Originam
Quebra demográficaConflitos sociais
Problemas económicos
Onde e quando aconteceu?
1348Peste Negra
na Europa
1315Fomes na Europa
1301 1400Século XIV
Peste Negra
Guerra dos Cem anos 1337-1453 (Inglaterra e França)
1383-1385Revolução Portuguesa
1358Revoltas dos camponeses
em França
1349Leis do Trabalho na Inglaterra e Portugal
1350
Maus anos agrícolas
Guerras
Fomes e epidemias
Quais foram as principais causas da crise económica do século XIV?
Julga-se que o popular conto dos irmãos Grimm“Hänsel und Gretel”, onde uma bruxa se prepara paracomer os jovens, reportava-se ao período de grandesfomes que se abateu na Europa do século XIV, queconduziu muitas famílias sem condições desubsistência ao abandono das crianças, e em casosmais graves à prática do canibalismo.
Joana D’Arc foi uma chefe militar dos exércitos franceses durante a Guerra dos Cem anos. Foicapturada e executada na fogueira pelos ingleses e seus aliados que a consideravam umabruxa. Já no século XX seria canonizada pelo Papa e considerada Santa Padroeira da França.
Caçadores na neve, Pieter Bruegel, 1565, Museu de Arte Histórica, Viena
Iluminura da Batalha de Crécy , Chronicles, Jean Froissart, séc. XV, Biblioteca Nacional, Paris.
Estátua equestre de Joana D’Arc, Paris
Peste negra em Tournai, iluminura séc. XIV.
Maus anos agrícolas
Guerras
Fomes e epidemias
O resultado mais evidente destes fenómenos foi oaumento da taxa de mortalidade que conduziu auma forte quebra demográfica. A falta de víveres ede gente para trabalhar agravou a situação levando àinflação dos preços. Para combater a crise e financiaras guerras, os monarcas cunharam mais moeda oque levou à desvalorização monetária e àpersistência da grave crise económica.
Moeda de prata de D. Fernando
A CRISE DO SÉCULO XIV
A recessão económica e a agitação social em Portugal
No século XIV, Portugal viveu um período de grave crise social, económica e política, à semelhança do que aconteceu no resto da Europa, que provocou o descontentamento da população.
A Recuperação da Europa
A partir de meados do século XV
• A produção agrícola cresceu
• A população aumentou
• O comércio reanimou-se
Homem do Leme
“A história de um país é a história da
sua geografia”.
Napoleão
Ilustração do Livro das Maravilhas, de
Marco Polo
Mapa –mundo de um geográfo árabe,
Idrisi, século XII
O conhecimento que os europeus tinham do
mundo era muito limitado.
Relatos que se confundiam lendas e histórias
fantasiosas com relatos reais.
Mar tenebroso – mar desconhecido, escuro,
associado ao mar para além do Cabo Bojador.
Monstros e seres
imaginários
O mundo conhecido nos inícios do século XV
No início do século XV, a Europa estava a tentar
recuperar de uma situação de crise e a tomar
consciência dos seus problemas:
Faltava-lhe
ouro
prata
Mão-de-obra
cereais
Como resolver este problema?
Conquistando
e
descobrindo novas
terras
Condições
geográficas:
longa faixa
marítima
Bons portos naturais
Povo habituado à pesca.
Durante a idade Média, a base da economia
portuguesa foi a agricultura e a pesca.
Condições políticas
Vivia-se um período de estabilidade e paz
Os apoiantes D. João I estavam disponíveis
para assegurar novos projetos.
Caravela com vela latina
que permitia bolinar
Condições técnicas
Conhecimento das técnicas de marear:
- Navegação por cabotagem (ao longo da costa)
- Conhecimento de instrumentos de orientação:
bússola; astrolábio; quadrante; balestilha
- Cartas de marear e portulanos
- Navegação astronómica
Interesses da Coroa e dos grupos
Sociais na expansão portuguesa
•Melhorar as suas condições de vida Povo
Burguesia
•Expandir a fé cristã;
•Aumentar os seus rendimentos.Clero
•Participar nas conquistas para obter novos cargos e
mais terras e mais mão de obra.Nobreza
•Resolver os problemas económicos do país;
•Aumentar o seu prestígio no estrangeiro.
• Aumentar o seu poderRei
• Aumentar os seus lucros
• Procurar novos mercados para o comércio.
CONDIÇÕES FAVORÁVEIS À EXPANSÃO PORTUGUESA
TÉCNICO-
CIENTÍFICAS
Domínio de técnicas de
navegação (navegação à
bolina, navegação
astronómica...)
Domínio de técnicas de
orientação (bússola,
quadrante, astrolábio,
portulanos...)
SOCIAIS
Interesse de todos os
grupos sociais na
expansão marítima
Grande apoio da Coroa
Localização geográfica
de Portugal
Bons portos naturais
GEOGRÁFICAS
POLÍTICAS
Estabilidade
ECONÓMICAS
Necessidade de
recuperar da crise do séc
XIV
Em Síntese:
A acção do Infante D. Henrique
Grande impulsionador e
coordenador da expansão
marítima portuguesa
A Conquista de Ceuta
A expansão portuguesa iniciou com a
conquista de Ceuta, em 1415.
Esta cidade situa-se no litoral do norte de
África, próxima do Estreito de Gibraltar.
Preparação dos navios para Ceuta nos estaleiros de
Miragaia, segundo Fernão Lopes , o mais importante do
país.
(Arquivo Histórico Municipal do Porto)
Monumento evocativo do esforço tripeiro
para a conquista de Ceuta
Partida da Armada do Infante D. Henrique para a Conquista de Ceuta – Câmara Municipal do Porto
Azulejos na Estação de São Bento: Infante D. Henrique na conquista de Ceuta.
Razões que levaram os portugueses
à conquista de Ceuta
• Entreposto comercial onde afluíam
mercadorias do Oriente, ouro,
especiarias e produtos de luxo trazidas
pelos muçulmanos;
• Fertilidade dos solos – rica em cereais;
-
• Posição estratégica de Ceuta -
Controlava a navegação entre o
Mediterrâneo e o Atlântico;
Clero – queria expandir a fé
cristã e aumentar as suas
rendas
• Expansão da fé cristã;
• Combate à pirataria
muçulmana;
• A conquista de outras cidades do Norte
de África;
A conquista de Ceuta, liderada pelo próprio rei D. João
I, foi um êxito militar, mas o domínio da cidade
acabou por ser um fracasso económico:
Os muçulmanos desviaram as suas rotas comerciais para
outras cidades do Norte de África;
A situação de guerra em redor da cidade e a morte de
soldados portugueses era constante;
Os campos de cultivo de cereais eram continuamente
atacados e destruídos;
Ceuta passou a ser uma cidade cristã isolada, mantida com
grande esforço financeiro e militar.
MENCIONA AS RAZÕES EVENTUALMENTE
APRESENTADAS PELOS ” INFANTES E O CONDE
DE BARCELOS” AO REI D. JOÃO, PARA O
CONVENCER CONQUISTA DE CEUTA.
Nobreza Burguesia e população em geral
Conquistas Colonização e descobertas
Norte de
África
Arquipélagos
atlânticos
Costa ocidental
de África
A DESCOBERTA DOS ARQUIPÉLAGOS ATLÂNTICOS
Data: 1419 - descobertaoficial do Arquipélago daMadeira.
João Gonçalves ZarcoTristão Vaz TeixeiraBartolomeu Perestrelo
MADEIRA:
A DESCOBERTA DOS ARQUIPÉLAGOS ATLÂNTICOS
Data: 1427 - descoberta dealgumas ilhas doArquipélago dos Açores:grupos oriental e central –Diogo de Silves
1452 – Diogo de Teive –descobre grupo ocidental.
AÇORES:
Povoamento dos arquipélagos atlânticos:
Sistema de capitanias-donatarias, administradas por capitães
donatários.
Os capitães donatários tinham como funções defender,
povoar e explorar os recursos naturais das suas capitanias.
Capitanias donatarias:
arquipélago da Madeira
MADEIRA: - população originária do Algarve e
do Minho;
- mas também Flamengos, Genoveses e Ingleses.
Povoamento dos arquipélagos atlânticos:
AÇORES: - população originária do Algarve e
do Alentejo;
- mas também houve colonos estrangeiros (da Flandres, uma região a norte da Bélgica; da Bretanha, uma região a noroeste de França; e de outras regiões da Europa).
MADEIRA:
- Aproveitaram-se os recursos naturais, madeira e plantas tintureiras e introduziram-se novas culturas: trigo e cana de açúcar;
- Desenvolveu-se a pesca e a criação de gado.
Economia dos arquipélagos atlânticos:
AÇORES:
- Na exploração agrícolacultivavam-se cereais, eplantas tintureiras (pastele urzela);
- outra actividade muitoimportante para aeconomia das ilhas foi acriação de gado.