Disciplina: Eletrônica de Potência (ENGC48) Tema ... · DEE 2/80 Sumário Principais dispositivos...
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DEE
Disciplina: Eletrônica de Potência (ENGC48)
Tema: Dispositivos para Eletrônica de Potência
Prof.: Eduardo Simas
Aula 8
Universidade Federal da Bahia Escola Politécnica Departamento de Engenharia Elétrica
DEE
2/80
Sumário
Principais dispositivos para Eletrônica de Potência
Diodos
Transistores
Tiristores
Aplicações
DEE
3/80
1. Dispositivos Semicondutores
DEE
4/80
Principais Dispositivos Semicondutores
Diodo de Potência:
Transistor Bipolar
de Potência:
MOSFET de Potência:
IGBT: (Insulated Gate
Bipolar Transistor)
Tiristor (SCR):
TRIAC:
GTO (Gate Turn
Off Thyristor):
MCT (MOS controlled
Thyristor)
DEE Tratamento Térmico e Termoquímico dos Aços 5/80
Principais Dispositivos Semicondutores
Os dispositivos são
escolhidos considerando a
potência máxima e a
frequência de chaveamento
necessárias para a
aplicação
DEE
6/80
2.Diodos de Potência
DEE 7/80
Diodos de Potência
Os diodos de potência são provavelmente o dispositivo semicondutor mais
simples utilizado em aplicações da Eletrônica de Potência.
Simbologia Curva Característica Encapsulamentos
A -> Anodo K -> Catodo
Quando: VA > VK (VAK > 0) -> polarização direta -> condução VA < VK (VAK < 0) -> polarização reversa -> bloqueio
DEE 8/80
Diodos de Potência
Estrutura interna básica de um diodo semicondutor (junção P-N):
Região de
depleção
DEE 9/80
Diodos de Potência
Estrutura interna:
- O lado N é dividido em dois, com
diferente intensidade da dopagem.
- A região N- tem menor intensidade de
impurezas dopantes e permite ao
componente suportar tensões mais
elevadas pois diminui o campo elétrico
na região de transição.
- As regiões externas são fortemente
dopadas gerando contatos com
características ohmicas (e não
semicondutoras).
DEE 10/80
Diodos de Potência
Características estáticas:
Vo -> Tensão de condução
IR -> Corrente reversa
VRR -> Tensão de ruptura reversa
r -> Resistência interna para pol. direta
r=∂V
∂ I
DEE 11/80
Diodos de Potência
Características dinâmicas:
Diodos de potência
apresentam um tempo
finito (não-nulo) para passar
do estado desligado (pol.
reversa) para o estado
ligado (polarização direta) e
vice-versa.
Sobre-tensão durante o
ligamento (VFP)!
Pico de corrente reversa no
desligamento (Irr) !
IF -> Corrente de pol. direta
VON -> Tensão de condução
VR-> Tensão de pol. reversa
Qrr -> Carga acumulada
DEE 12/80
Diodos de Potência
Características dinâmicas – Transitório p/ condução:
Portadores são injetados na região de depleção diminuindo
a barreira de potencial.
O excesso de portadores produz aumento na corrente (t1).
O pico de tensão direta (VFP) é produzido devido a
características internas ao diodo como:
capacitância produzida na região de depleção quando
polarizada reversamente;
resistência equivalente da região N-;
indutância da pastilha de silício
VFP pode chegar a algumas dezenas de volts
DEE 13/80
Diodos de Potência
Carac. dinâmicas – Transitório p/ bloqueio:
Durante t3 o excesso de portadores na junção é
gradualmente reduzido.
O intervalo trr = t4 + t5 é chamado tempo de recuperação
reversa.
I rr=diR
dtt4=
diRdt
t rr
S+ 1sendo: S=
t 5
t 4
Qrr≈1
2I rr t rr
Do gráfico temos:
então: Qrr=diRdt
t rr2
2 (S+ 1 )
dtdi
)+(S=t
R
rrrr
/
12Q
Substituindo chega-se a:
1
/2Q
+S
dtdi=I Rrr
rr
DEE 14/80
Diodos de Potência
Transitório para bloqueio com diferentes fatores de atenuação:
Recuperação suave Recuperação abrupta
Observação: ta=t4 e tb=t5
DEE
Perdas em Diodos de Potência
Perdas:
Perdas no estado ligado:
Perdas no estado desligado:
Perdas no chaveamento:
Total:
PLigado= V F IF
tON
T
PComutação
=V
F (max)× IF (max )× t
Comutação
6× f
S
Perdas= PLigado+ PDesligado+ PComutação
PDesligado= V R IR
tOFF
T
Sendo: VF = tensão direta IF = corrente direta VR = tensão reversa IR = corrente de fuga fs = frequência de chaveamento
15/80
DEE 16/80
Diodos de Potência
Exemplo:
Considerando que o fabricante de um diodo informou os valores a seguir:
Taxa de queda da corrente = 20 A/μs
Tempo de recuperação reversa = 5 μs
Encontre a corrente de pico reversa sabendo que t4 >> t5 (recuperação abrupta).
DEE 17/80
Diodos de Potência
Exemplo:
Considerando que o fabricante de um diodo informou os valores a seguir:
Taxa de queda da corrente = 20 A/μs
Tempo de recuperação reversa = 5 μs
Encontre a corrente de pico reversa sabendo que t4 >> t5 (recuperação abrupta).
Resolução:
Como t4 >> t5 , então S → 0, assim: μC=)(μsA=t
dt
di=Q rrR
rr 505μμ/202/12
22
A=μCμs
A=dtdi=I Rrrrr 72,4450220/2Q
DEE 18/80
Diodos Schottky
O diodo Schottky é formado pela junção de um filme fino de metal com um semicondutor (que normalmente é do tipo n).
DEE 19/80
Diodos Schottky
As características de retificação i-v são semelhantes às de um diodo de potência formado por uma junção p-n.
Entretanto apresenta características particulares se comparado a um diodo de junção p-n como:
Tensão de condução mais baixa (0,3 a 0,4 V)
Maior corrente de fuga reversa
Tensão de bloqueio entre 100 e 200 V
Maior velocidade na mudança de estados
Menor pico de tensão durante o ligamento
DEE 20/80
Diodos de Potência
Circuitos “snubber” para diodos de potência:
No processo de recuperação reversa podem
aparecer picos de tensão em diodos de potência.
Estes picos podem danificar o dispositivo.
Os circuitos amaciadores (snubbers) são utilizados
para proteção dos diodos de potência.
Capacitor -> estabiliza a tensão:
Resistor -> dissipa energia
DEE
21/80
3. Transistores Bipolares de Potência
DEE 22/80
TBJ de Potência
Os TBJs de potência têm sido tradicionalmente utilizados em diversas
aplicações onde é necessário o chaveamento de potência em altas e baixas
frequencias.
Recentemente, com o avanço da tecnologia de fabricação de semicondutores,
os transistores de efeito de campo metal-óxido (MOSFET) e os transistores
bipolares de porta isolada (IGBT) vêm gradualmente substituindo os TBJ em
algumas aplicações.
DEE 23/80
TBJ de Potência
Estrutura orientada na
vertical maximiza a área da
seção transversal.
As resistências elétrica e
térmica são minimizadas.
Os níveis de dopagem e as
larguras das camadas
influenciam nas
características do dispositivo.
Estrutura interna
Simbologia
DEE 24/80
TBJ de Potência
O coletor tem dois níveis de dopagem distintos (de modo semelhante ao diodo de
potência).
A largura das camadas do coletor determina o nível de tensão de ruptura do
dispositivo.
Pode ser dos tipos NPN ou PNP:
DEE 25/80
TBJ de Potência
Princípio de operação (tipo NPN):
Há uma junção PN entre a base e o emissor e outra entre a
base e o coletor.
Quando a junção B-E está diretamente polarizada (VBE > 0), um fluxo de portadores
de carga (elétrons e lacunas) é estabelecido entre a base e o emissor.
Como a região da base é fina, os portadores acabam sendo atraídos para a junção
coletor emissor que está inversamente polarizada (VBC > 0) e enfraquecendo a
região de depleção.
Desse modo é estabelecido um fluxo de portadores entre o coletor e o emissor.
DEE 26/80
TBJ de Potência
Princípio de operação:
A corrente de emissor é dada por:
A corrente de coletor é uma fração da corrente de emissor:
Como iE = iC+iB :
sendo: VT=KT/q e η é o coeficiente de emissão
DEE 27/80
TBJ de Potência
Curvas de operação
(emissor-comum): Em aplicações de chaveamento o TBJ opera entre as regiões de corte (corrente IC nula para qualquer valor de VCE) e de saturação (alta corrente IC para baixos valores de VCE).
DEE 28/80
TBJ de Potência
Curvas de operação :
TBJ de potência vertical
A região de quase-saturação
só existe nos diodos de
potência devido à região de
baixa dopagem no coletor.
BVSUS: tensão de ruptura com IC > 0
BVCEO: tensão de ruptura com IB = 0
BVCBO: tensão de ruptura com IB < 0
DEE 29/80
TBJ de Potência
ConexãoDarlington:
Devido à suas características construtivas os TBJ de potência em geral apresentam baixo ganho de corrente (5 a 10 vezes).
Quanto um maior ganho é necessário pode-se utilizar um par Darlington:
= 1x 2 + 1 + 2
DEE 30/80
TBJ de Potência
Região de Operação Segura (Safety Operation Area – SOA)
Indica os valores de tensão e corrente que podem ser aplicados ao dispositivo:
Polarização direta
Polarização reversa
DEE 31/80
TBJ de Potência
Características
dinâmicas: Carga
Resistiva
Sendo:
ton = td + tn : tempo de ativação
toff = ts + tf : tempo de desativação
td : tempo de atraso devido ao efeito capacitivo da junção B-E
tn : tempo de subida de Ic
tS : tempo necessário p/ neutralizar os portadores da junção C-B
tf : tempo de descida de Ic
DEE 32/80
TBJ de Potência
Características dinâmicas: Carga Indutiva
Com cargas indutivas a corrente apresenta um
atraso em relação à tensão aplicada na base.
É produzida uma corrente de base negativa
durante o desligamento do dispositivo.
DEE 33/80
TBJ de Potência
Perdas:
As perdas podem acontecer no
chaveamento, durante a
condução e no estado desligado
Quando a frequencia de chaveamento é baixa as perdas na condução são mais
significativas:
As perdas no chaveamento aumentam com
a frequencia de comutação: VCC : tensão de polarização do coletor
IC(max) : máxima corrente IC
: duração do transitório de chaveamento (=ton ou =toff)
fS : freq. de chaveamento
SCCE(SAT) ftIVP LigadoLigado
S
C(MAX)CCfτ
IVP
6comutação
SC(Fuga)CC ftIVP DesligadoDesligado
DEE 34/80
TBJ de Potência
DEE 35/80
TBJ de Potência
Circuitos de acionamento da base:
Exemplo
1
Um pulso positivo em 1 leva T1 à condução, carregando o capacitor com a tensão do diodo zener e produzindo uma corrente positiva na base do TP .
Um pulso negativo em 1 leva T2 à condução (e T1 ao corte ), criando um caminho para a descarga do capacitor, que gera um pulso de corrente negativa na base do TP, acelerando seu desligamento
DEE 36/80
TBJ de Potência
Exemplo: Considerando que no circuito a seguir VCC=200V, RC=20Ω e
VCE(sat)=0,9V, encontre as perdas no TBJ para:
a)fs=120Hz, ton=1μs e toff=1,5μs
b)fs=5kHz, ton=1μs e toff=1,5μs
Considere a corrente de fuga no estado bloqueado
aproximadamente igual a zero e um ciclo de trabalho d=0,8.
DEE 37/80
TBJ de Potência
Exemplo: Considerando que no circuito a seguir VCC=200 V, RC=20 Ω e
VCE(sat)=0,9V, encontre as perdas no TBJ para:
Resolução:
a)fs=120Hz, ton=1μs e toff=1,5μs
1/fs = Ts = TLigado + TDesligado + Tcomut sendo Ts o período entre os
chaveamentos assim: Ts= 8,3333 ms → d = TLigado /(Ts - Tcomut)
TLigado = (8,3333 – 0,0025) x 0,8 = 6,6646 ms
Perdas = PLigado + Pcomut :
SCCE(SAT) ftIVP LigadoLigado S
C(MAX)CCfτ
IVP
6comutação
DEE 38/80
TBJ de Potência
Exemplo:
>> Perdas no estado ligado:
>> Perdas na comutação:
SCCE(SAT) ftIVP LigadoLigado
S
C(MAX)CCfτ
IVP
6comutação
A==R
VV=I
C
CE(SAT)CC
C 9,95520
0,9200
então:
WP 7,17120106,66469,9550,9 3
Ligado
A==R
V=I
C
CC)C( 10
20
200MAX
então:
sendo:
W=P 0,1120102,56
10200 6
comutação
como:
DEE 39/80
TBJ de Potência
Exemplo: Total de perdas:
>> Repetindo o problema para o item b) fs=5kHz, ton=1μs e toff=1,5μs chega-se a:
Ts= 20 μs → TLigado =(20– 2,5) x 0,8 = 14 µs
Perdas= PLigado+ PComutação= 7,17+ 0,10= 7,27W
WP 0,627500010149,9550,9 6
Ligado
W=P 4,1675000102,56
10200 6
comutação
W=+=P+P= 4,7944,1670,627Perdas ComutaçãoLigado
DEE 40/80
TBJ de Potência
Aplicações:
Acionamento de um
motor de corrente
contínua:
DEE
41/80
4. Transistores de Efeito de Campo de Potência
DEE 42/80
MOSFET de Potência
Com os avanços na tecnologia de fabricação de semicondutores, MOSFETs com
considerável capacidade de condução de corrente no estado ligado e bloqueio de
tensão no estado desligado começaram a ser produzidos em larga escala a partir
da década de 1980.
Os MOSFETs passaram a ser amplamente utilizados em substituição aos TBJs
principalmente em aplicações onde é requerida alta frequência de chaveamento.
Diferente do BJT, o MOSFET pertence a uma classe de dispositivos UNIPOLARES,
pois utilizam apenas os portadores majoritários para condução.
São intrinsecamente mais rápidos que os TBJs pois não apresentam excesso de
portadores minoritários a serem removidos durante os transitórios de ligamento e
desligamento, as únicas cargas a serem removidas são das capacitâncias internas.
DEE 43/80
MOSFET de Potência
Características:
O MOSFET de potência utiliza uma estrutura de canal
vertical para aumentar a capacidade de potência.
Estrutura interna de um MOSFET canal-n
Simbologia
Canal-n
Canal-p
O gate está isolado do corpo pelo SiO2.
n+ : 1019 cm-3 (alta dopagem) n- : 1014 cm-3 (baixa dopagem) p : 1016 cm-3 (média dopagem)
DEE 44/80
MOSFET de Potência
Curvas de
Operação:
DEE 45/80
MOSFET de Potência
Funcionamento:
Bloqueio
Duas junções p-n, não há passagem de corrente qualquer que seja a polarização.
DEE 46/80
MOSFET de Potência
Funcionamento:
Efeito de
campo.
Um capacitor
de alta
qualidade é
formado.
DEE 47/80
MOSFET de Potência
Funcionamento:
Condução
A corrente de dreno é controlada a partir da tensão aplicada na porta !
DEE 48/80
MOSFET de Potência
Transitórios de chaveamento:
Circuito utilizado para analisar os
transitórios de chaveamento:
Acionamento de uma carga
indutiva.
DEE 49/80
MOSFET de Potência
Transitórios de chaveamento:
Desligado – Ligado:
Não há pico de corrente nem
atraso de resposta como no TBJ.
DEE 50/80
Perdas no MOSFET de Potência
Perdas:
Perdas no estado ligado:
Perdas no estado desligado:
Perdas no chaveamento:
Total:
Comparando com o TBJ, o MOSFET apresenta menor perda durante o chaveamento,
porém maior perda no estado ligado.
PLigado= I D2 R DS (ON )
tON
T
PComutação
=V
DS (max )× I
D× t
Comutação
6× f
S
Perdas= PLigado+ PDesligado+ PComutação
PDesligado= V DS ( MAX ) I DSS
tOFF
T
DEE 51/80
MOSFET de Potência
Exemplo: Considerando que um MOSFET tem os seguintes parâmetros: RDS(ON)=0,3 Ω, ciclo
de trabalho 50%, ID=6 A, VDS=100V, t(off-on)=100 ns e t(on-off)=200 ns e que a frequência de
chaveamento é 40 kHZ, calcule as perdas no estado ligado e no chaveamento.
DEE 52/80
MOSFET de Potência
Exemplo: Considerando que um MOSFET tem os seguintes parâmetros: RDS(ON)=0,3 Ω, ciclo
de trabalho 50%, ID=6 A, VDS=100V, t(off-on)=100 ns e t(on-off)=200 ns e que a frequência de
chaveamento é 40 kHZ, calcule as perdas no estado ligado e no chaveamento.
Resposta:
Ts = 1/fs = 25 µ s d = TLigado /(Ts - Tcomut)
Como o ciclo de trabalho d=0,5 -> tLigado = 0,5 x (25 – 0,1 – 0,2) = 12,35 µ s
P
ON=
62× 0,3× 12 ,35× 10
− 6
25× 10− 6= 5,33W P
OFF=
100× 2× 10− 3
× 12 ,35× 10− 6
25× 10− 6= 0,099W
PCOMUTAÇÃO=100× 6× 300× 10
− 9
6× 40× 103= 1,2W PTOTAL= 5,33+ 0 .099+ 1,2= 6,629W
DEE
53/80
5. Transistores Bipolares de Gate Isolado (IGBT)
DEE 54/80
IGBT (Insulated Gate Bipolar Transistor)
Mescla características de baixa queda de tensão no estado ligado (do TBJ) com o
excelentes características de chaveamento (do MOSFET).
Os IGBTs vem substituindo os MOSFET em aplicações de alta tensão onde as
perdas de condução precisam ser mantidas em valores baixos.
Embora a velocidade de chaveamento dos IGBT seja maior que a dos TBJ, são
inferiores à alcançada pelos MOSFET.
O IGBT é acionado por tensão (assim como o MOSFET) e apresenta baixa
resistência no estado ligado (como o TBJ).
DEE 55/80
IGBT
Simbologia
Estrutura interna
Modelo equivalente
DEE 56/80
IGBT
Características estáticas:
DEE 57/80
IGBT
Perdas:
Perdas no estado ligado:
Perdas no chaveamento:
Perdas no estado desligado:
Total:
PLigado= VCE ( sat )× IC(avg )× TLigado× f S
S
C(MAX))CE(fτ
IVP
6
max
Comutação
Perdas= PLigado+ PComutação+ PDesligado
SDesligadoC(Fuga)CC fTIVP Comutação
DEE
58/80
6. Tiristores
DEE
59/80
Tiristores
Tiristor é o nome dado a uma família de
semicondutores que apresenta uma
estrutura com 4 camadas (pnpn);
Operam em regime chaveado
(controlado pelo terminal de gate);
São capazes de suportar altos valores
de tensão e corrente (entre os terminais
de anodo e catodo).
+
VAK
-
IA
IG
Simbologia Estrutura
interna
DEE
60/80
Tiristores
O tiristor mais difundido é o SCR (Retificador Controlado de Silício – Silicon
Controlled Rectifier);
Outros tiristores:
TRIAC (tiristor triodo bidirecional);
DIAC
GTO (tiristor comutado pela porta);
LASCR (SCR ativado pela luz).
DEE
61/80
Funcionamento Básico
Corrente majoritária: A-K;
Bloqueio para tensão reversa (VAK<0 J1 e J3 reversamente polarizadas e J2
diretamente polarizada);
A condução para tensão direta (VAK>0 J1 e J3 diretamente polarizadas e J2
reversamente polarizada) está condicionada à existência de uma corrente
positiva no gate (IG>0 diminuição da barreira de J2 , permitindo a passagem
da corrente, que se mantém mesmo na ausência de IG).
Dispositivos Semicondutores – Eduardo Simas
Sentido de
condução
DEE
62/80
Modelo Equivalente com 2 Transistores
VAK<0 não há condução pois as junções dos dois
transistores estão reversamente polarizadas.
VAK>0 é necessário que VG>0 para iniciar a
condução.
Uma vez que a corrente IA começa a circular, VG não
é mais necessária para manter a condução
Modelo equivalente
com dois transistores
DEE
63/80
Modos de Disparo de um Tiristor
Corrente positiva no gate: modo mais usual de disparo. A barreira J2 é
atenuada pela corrente de gate, o que leva à condução se VAK>0.
Tensão: em polarização positiva, a alta taxa de variação (dV/dt) pode levar o
tiristor à condução. Em alguns casos, a tensão direta pode iniciar (na
ausência da corrente de gate) um processo de avalanche que leva à
condução.
Temperatura: altas temperaturas levam ao aumento da corrente de fuga
numa junção pn reversamente polarizada (J2).
Energia Radiante: energia radiante incidindo e penetrando no cristal pode
elevar o número de portadores livre (elétrons e lacunas) levando à
condução. Este é o princípio utilizado no LASCR.
DEE
64/80
Curva Característica Tensão-Corrente
Vbr – Tensão de ruptura reversa;
Vbo – Tensão de ruptura direta;
IL – Corrente mínima de disparo;
Von – Tensão de condução.
DEE
65/80
Parâmetros Básicos de Tiristores
• Máxima corrente de anodo (Iamax);
• Máxima temperatura de operação (Tjmax);
• Resistência térmica (Rth);
• Máxima taxa de crescimento da tensão direta Vak (dv/dt);
• Máxima taxa de crescimento da corrente de anodo (di/dt);
• Corrente de manutenção de condução (IH);
• Corrente de disparo (IL);
• Tempo de disparo (ton);
• Tempo de desligamento (toff);
• Corrente de recombinação reversa (Irqm).
DEE
66/80
Associação de Tiristores
Embora os tiristores possam atingir altos valores de tensão e corrente
(~ 5kV / 4kA), em alguns casos é preciso utilizar mais de um dispositivo
para elevar a capacidade de trabalho.
Associação em paralelo: aumenta a capacidade de condução de corrente
do conjunto.
Associação em série: aumenta o valor da tensão máxima que pode ser
aplicada ao conjunto.
DEE
67/80
Circuitos de Acionamento (Disparo)
O terminal de gate tem limites de dissipação de potência muito menores
que os de anodo e catodo.
Para o acionamento podem ser utilizados circuitos de desacoplamento:
Ou circuitos micro-processados (por exemplo para acionamentos por PWM)
DEE
68/80
Retificador Controlado de Silício (SCR)
É um dos tipos mais comuns de tiristor (em alguns casos os termos SCR
e tiristor são usados como sinônimos).
Encapsulamentos
DEE
69/80
Tiristor Comutado pelo gate (GTO)
Estrutura de 4 camadas típica dos tiristores.
Funcionamento semelhante ao do SCR, porém pode ser levado ao estado de
bloqueio (desligado) pela aplicação de uma corrente negativa na porta (gate).
Condução Desligamento
DEE
70/80
Tiristor Comutado pelo gate (GTO)
Embora criado desda a década de 1960, não era muito utilizado devido ao
baixo desempenho.
Com a evolução nos processos de fabricação de dispositivos
semicondutores :
Maiores valores nominais de tensão e corrente
Aumento na utilização do GTO .
Desvantagens do GTO:
Podem não apresentar adequado bloqueio de tensão reversa.
Para não haver chaveamento indesejado é conveniente manter as
correntes de gate (positiva condução ou negativa bloqueio).
DEE
71/80
Tiristor Triodo Bidirecional (TRIAC)
É capaz de conduzir nos dois
sentidos;
O disparo é condicionado à
aplicação de tensão no gate;
O pulso de chaveamento deve
ter a mesma polaridade da
polarização do dispositivo.
É limitado a frequências de
operação mais baixas. Simbologia Estrutura
interna
DEE
72/80
Tiristor Triodo Bidirecional (TRIAC)
Característica V-I: Condução nos dois
sentidos.
Modelo equivalente: dois SCRs conectados
em anti-paralelo.
Curva Característica
DEE
73/80
Tiristor Diodo Bidirecional (DIAC)
O único modo de levar o DIAC ao estado ligado é
exceder a tensão de disparo.
Pode ser ligado com tensões positivas ou negativas.
Os DIACs são utilizados em circuitos de disparo de SCRs
ou TRIACs.
Curva Característica
Simbologia
Ânodo 1 Ânodo 2
Estrutura
interna
DEE
74/80
Aplicações (SCR)
Retificadores Controlados:
Utilizados na conversão AC-DC com controle de potência:
Retificador monofásico de
meia onda controlado Sendo o ângulo de disparo
DEE
75/80
Aplicações (Transistores / GTO)
Conversão DC-DC:
Conversor Abaixador
(Step-down ou Buck)
DEE
76/80
Aplicações (Transistores / GTO)
Inversores (conversão DC-AC):
Inversor de fonte de tensão (VSI) monofásico em meia ponte
DEE
77/80
Aplicações (SCR + Transistores / GTO)
Controle de Motores AC:
Sistema de controle de velocidade de motor de indução
DEE
78/80
Aplicações (DIAC e TRIAC)
Controle de Iluminação:
Circuito simples para controle da iluminação (dimmer)
DEE
79/80
Exercícios de Fixação (parte 1 de 2):
1. Compare os diversos semicondutores de potência considerando a potência máxima e a frequência de chaveamento.
2. Comente a respeito da estrutura interna de um diodo de potência e dos seus efeitos nas características dinâmicas do dispositivo.
3. Considerando um circuito com um diodo de potência em série com um resistor de 100 Ω sendo alimentado por uma fonte de tensão em onda quadrada (± 300V) de frequência igual a 1kHz e ciclo de trabalho 50%, sabendo que o tempo de recuperação reversa é de 2 µs, a taxa de subida de corrente é 40 A/micro s, a taxa de queda de corrente é 30 A/µs, calcule as perdas no dispositivo considerando que VF=1,1V e IR = 0,2 mA.
4. Compare o diodo Schottky com o diodo de potência de junção p-n.
5. Comente a respeito da estrutura interna de um transistor bipolar de potência e dos seus efeitos nas características dinâmicas do dispositivo.
6. Para o circuito da Figura 1, sabendo que VCC = 150 V, VCE (sat) = 0,9 V, VBE(sat) = 1,1 V, RC = 100 Ω e RB = 1 kΩ, sabendo que a tensão VB é uma onda quadrada simétrica, encontre o valor máximo necessário para produzir a configuração de polarização em saturação (conforme especificado).
7. Para o transistor da questão 06, encontre a perda no dispositivo se a frequência do sinal VB for 2 kHz e o ciclo de trabalho 60%. Considere que os tempos de ligamento e desligamento do dispositivo são respectivamente 0,5 µs e 0,9 µs e que a corrente de fuga é aproximadamente 0,1 mA.
8. Comente a respeito da estrutura interna de um MOSFET de potência e dos seus efeitos nas características dinâmicas do dispositivo.
9. Considerando que um MOSFET tem os seguintes parâmetros: RDS(ON)=0,4 Ω, ciclo de trabalho 80%, ID=7 A, VDS=170V, t(off-on)=130 ns e t(on-off)=150 ns e que a frequência de chaveamento é 30 kHZ, calcule as perdas no estado ligado e no chaveamento.
10. Repita a questão 09 para uma frequência de chaveamento igual a 300 Hz e compare os resultados obtidos.
11. Comente a respeito da estrutura interna de um IGBT e dos seus efeitos nas características dinâmicas do dispositivo.
12. No circuito da Figura 2, Vs = 220 V, RL = 10 Ω, fs = 1 kHz e d= 0,6. Considerando as características do IGBT: tON = 2,5 µs, tOFF = 1 µs e VCE (sat) = 2 V, determine:
a. A corrente média na carga. b. As perdas no dispositivo.
Figura 1
Figura 2
DEE
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Leitura indicada:
Rashid, Muhammad H. Power Electronics Handbook, Devices, Circuits and Applications, Segunda Edição, Elsevier, 2007.
Mohan, Undeland and Robins, Power Electronics, Converters, Applications and Design, Wiley
Pomilio, José Antenor. Eletrônica de Potência , Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação, UNICAMP, 1998, Revisado em 2002.
A. Ahmed. Eletrônica de Potência. Prentice Hall, 2006.
Exercícios de Fixação (parte 2 de 2):
13. Compare os transistores TBJ de potência, MOSFET de potência e IGBT em termos das perdas , dos tempos e transitórios de chaveamento.
14. Compare os diversos dispositivos tiristores estudados considerando a estrutura interna, o funcionamento, as curvas características, etc.
15. Um SCR tem os seguintes valores nominais: tensão ânodo-cátodo no estado ligado ≈ 1,5 V, tensão porta-cátodo no estado ligado 0,6 V. Considerando o circuito da Figura 3 e que a tensão VIN = 4 V, determine a perda de potência total no estado ligado.
16. A perda de potência durante o chaveamento num SCR pode ser estimada a partir de Pchav = (Vbloq x IDireta x tchav x fs)/6 . Considerando ainda o circuito da Figura 3, se uma fonte em onda quadrada (Vs) de ± 100 V e frequência 250 Hz é conectada ao resistor RL, estime as perdas de chaveamento sabendo que tON = 5 µs, tOFF = 25 µs e que o SCR é disparado uma vez a cada dois ciclos da tensão.
17. Esboce a forma de onda da tensão na carga do circuito da questão 16 sabendo que o SCR é disparado com um atraso de 0,5 ms em relação à subida da tensão de alimentação.
Figura 3
+ Vs -
Algumas figuras utilizadas nesta apresentação foram retiradas das referências citadas acima.