Disciplina de Desenvolvimento Curricular Educação Básica – 2º Ano – Turma 1 Andreia...
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Disciplina de Desenvolvimento Curricular
Educação Básica – 2º Ano – Turma 1
Andreia Carvalho; Joana Ventura; Paula Gomes
O Currículo Escolar: da O Currículo Escolar: da uniformidade à contextualização – uniformidade à contextualização –
campos e nível de decisão campos e nível de decisão curricularcurricular
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No âmbito da disciplina de Desenvolvimento Curricular, do curso de
Educação Básica, desenvolvemos um trabalho de análise acerca de um artigo
da Revista de Educação, cujo tema é “O Currículo: da uniformidade à
contextualização – campos e níveis de decisão curricular”.
O Sistema Educativo tem vindo a sofrer alterações na última década
do século XX visando essencialmente algumas transformações da escola:
A natureza da escola enquanto instituição;
A crescente inadequação da resposta institucional da escola às necessidades
e à natureza do seu público;
O questionamento da função da escola face ao crescimento, complexificação
e acessibilidade da informação e dos saberes.
Por tal razão é importante abordarmos, neste contexto, o currículo e
a sua política enquanto meio poderoso para o desenvolvimento e gestão
escolar.
IntroduçãoIntrodução……
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A Instituição A Instituição Escola…Escola…
A necessidade de assegurar a passagem articulada e sistematizada de
um certo número de saberes reconhecidos como necessários ao
desempenho social
Falar da natureza da escola enquanto instituição pressupõe o
equacionamento da especificidade e dinâmica da função da escola e do
papel dos professores, enquanto resultantes de uma construção social e
histórica.
A especificidade da sua função deriva de determinado tipo de
necessidades de um ou vários grupos.
Nascimento da escola
(escola da época moderna)
EnsinarGarantir a aquisição de determinadas
aprendizagens
o Revolução Industrial
o Necessidade de alfabetização
básica
Saberes restritos
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A par da educação inicialmente alfabetizadora e relacionada
com o aprendizado das profissões, pratica-se outro tipo de educação
correspondente a classes sociais mais poderosas, que mantêm um
ensino personalizado e doméstico para os seus filhos, recorrendo aos
mestres e preceptores.
Progressivamente com o aproximar destas duas vias, a escola
instituição pública ganha lugar nas sociedades burguesas do século XIX
e inícios do XX.
Destinam-se cada vez
mais a toda a
população
Posições sociais de
maior prestigio e
poder
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A escola enquanto instituição social possui algumas
características definidoras da sua especificidade.
Esta pode definir-se socialmente como uma instituição curricular
sendo que a sua existência se deve:
o A uma finalidade curricular – garantir uma passagem/apropriação de
saberes tidos como necessários para certo tipo de competências numa
dada época e contexto;
o Especificidade metodológica da sua actuação no desenvolvimento
curricular dessa finalidade – escolha e estruturação de modos de fazer
aprender (métodos e organização), aquilo que socialmente se considera
que deve ser aprendido.A acção da escola é a de assegurar que a aprendizagem A acção da escola é a de assegurar que a aprendizagem
visada se verifique, escolhendo os processos e a visada se verifique, escolhendo os processos e a
organização que considera corresponder a essa organização que considera corresponder a essa
finalidade. finalidade.
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A escola é uma instituição cujo corpus definidor é o currículo
entendido, num sentido geral, como:
Conjunto de saberes/aprendizagens que se considera necessário
fazer passar/adquirir numa dada sociedade para a inserção dos indivíduos
nessa sociedade e para o desenvolvimento/equilíbrio da própria sociedade
(em termos de sobrevivência/manutenção/ desenvolvimento/crescimento).
Estas aprendizagens e saberes que constituem o corpus curricular
alteram-se mediante:
o O que se valoriza em cada situação (conhecimentos científicos,
competências processuais, técnicas funcionais, saberes sociais, valores
morais);
o A concepção filosófica, ideológica e politica que se assuma face a essas
mesmas necessidades.
Em suma, a especificidade que distingue a escola Em suma, a especificidade que distingue a escola
como instituição é de natureza curricular.como instituição é de natureza curricular.
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Uma escola idêntica face a públicos Uma escola idêntica face a públicos diversos…diversos… - A Escola é entendida como instituição curricular;
- O insucesso e a indisciplina são actualmente temas recorrentes do
discurso político e da vivência das escolas e professores, que desfaz a ideia
entre a instituição e a sua função social;
- Têm se vindo a verificar múltiplos aspectos da permanência de um
funcionamento e organização que se se revelam crescentemente
inadequados, como:
A uniformidade curricular corporizada em programas prescritivos;
A dominância de metodologias apresentativas/enunciativas nas práticas
escolares, assentes no discurso de um (o professor ou o manual escolar)
para um grupo de alunos diferentes como se fossem idênticos na sua
apropriação (a turma)–-» continuam a basear-se no “dar” matéria numa
lógica distributiva e com relativa secundarização da apropriação pelo outro;
A conformidade com o manual –-» para os alunos ou para os professores?;
A organização dos grupos, dos saberes, dos espaços e dos tempos.
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- A confusão entre disciplina cientifica e disciplina curricular:
A dominância da lógica disciplinar tem sido assim frequentemente
confundida com a questão epistemológica
disciplinariedade/interdisciplinariedade dos saberes científicos.
- A organização do trabalho:
A organização do trabalho docente assenta na produção individual,
na legitimação das decisões pela via da disciplina curricular a que o
professor se associa e não pela via da aprendizagem que lhe cabe promover.
Daí a obvia dificuldade de instituir espaços e tempos de trabalho, ou o
insucesso das intermináveis tentativas de coordenação entre as disciplinas
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A Escola e o A Escola e o Saber…Saber…
Um aspecto muito importante no debate curricular actual é o
crescimento e a complexificação dos saberes, devido a acessibilidade
que a revolução comunicacional proporcionou e à mudança radical no
que respeita a todos terem possibilidade de aceder à informação.
A primeira mudança diz respeito à natureza do currículo da
escola:
Antigamente associava-se as disciplinas curriculares aos saberes
essenciais;
Actualmente estão direccionados para a necessidade de decidir que
saberes são objecto de uma passagem curricular intencional e
sistemática que vá ao encontro das finalidades da escola.
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A função estruturante / sistematizadora do
currículo
A escola continua a ser o único espaço comum de
fornecimento de quadros sistematizadores do saber disponível e
requer que a todos seja ensinado um conjunto de saberes
estruturantes que possibilite descodificação e expressividade.
Desta forma, cabe à escola garantir essa base de saber
sistematizado comum que permita a cada um construir o seu
próprio conhecimento.
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Os instrumentos de acesso ao
saber
A massa de informação crescentemente disponível
contém em si o potencial agravamento de novas e fortíssimas
modalidades de discriminação e exclusão social, corporizadas no
acesso ou não acesso efectivo à transformação da informação
em saber utilizável.
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Flexibilização curricular porquê? Flexibilização curricular porquê? Gestão curricular para quê?Gestão curricular para quê?
Flexibilizar o currículo
significa deslocar e
diversificar os centros de
decisão curricular.
Mudança estrutural do paradigma curricular
Sinais de ruptura
Plano teórico -
conceptual
Apropriação de conceitos no discurso dos
professores
Plano das politicas
educativas
Flexibilização Curricular
Gestão Curricular
Gestão Flexível do Currículo (DEB, 1996)
Designa o trabalho desenvolvido no sentido da mudança de lógicas curriculares do sistema e das escolas
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Antes…
Cabia aos professores e às escolas apenas a sua execução ou
implementação.
A possibilidade e a necessidade de flexibilizar e contextualizar o
currículo vem criar novos campos de decisão às escolas e professores.
Depois…
Escolas e professores passaram a apropriar-se de responsabilidades e
competências de gestão e decisão curricular.
Concepção e gestão do
currículo
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A ruptura do paradigma uniformista
O surgimento do conceito de flexibilização veio romper com o
sistema curricular de natureza uniformista criado para um outro contexto
social que já não corresponde à realidade.
O alargamento da escolaridade a todos, vai originar uma situação
em que se verifica uma acentuada diversidade e complexidade social, que
torna visível a inadequação do sistema à situação devido a fenómenos
persistentes de insucesso, abandono e mal-estar na vida escolar.
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Situação actual da escola
o Subsiste e reforça-se devido à necessidade de
apropriação das aprendizagens curriculares, por
todos, numa sociedade que exige cada vez mais
competências e saberes, a par da capacidade
para actualizar e reformular o conhecimento ao
longo da vida.
o Ineficaz na pratica curricular descrita como
uniforme e descontextualizada nos tipos de
apresentação do conhecimento e nos modos
curriculares de operar (ou não) a sua passagem
pelos sujeitos.
Segundo Alain Michel (1996), trata-se de “reconhecer que o
problema fundamental da escola, que é, no fundo, unificar sem
uniformizar e diversificar sem discriminar, está longe de estar
resolvido”.
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Pode abreviar-se a mudança de paradigma curricular que se vive em todos
os sistemas em tornos dos eixos seguintes:
o a tendência das políticas curriculares orienta-se para a definição de um
binómio curricular que articule a garantia de aprendizagens curriculares
essenciais comuns (core curriculum) com a diversidade de projectos
curriculares correspondentes a contextos e situações diferenciadas;
o em países de tradição curricular descentralizada, em que as escolas
dependem das autoridades e comunidades locais, a prática deste binómio
implicou a introdução de um core curriculum nacional comum;
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o em países de estrutura centralizada a ruptura processa-se pela atribuição
de maior autonomia curricular às escolas. Trata-se de um currículo nacional
mais amplo no plano das finalidades e competências pretendidas e menos
normativo e prescritivo a nível da operacionalização programática.
o em ambas as situações é necessário regular sempre o equilíbrio entre os
dois ramos do binómio de modo a assegurar a extensão da consecução das
aprendizagens comuns e a adequação da diferenciação dos currículos de
cada escola aos fins pretendidos e à melhoria efectiva dos nível de
aprendizagem dos alunos.
o esta regulação implica mecanismos de monitorização do sistema, de uma
cultura auto-avaliativa e de prestação de contas por parte de todos os níveis
de decisão curricular, das escolas à administração central.
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Flexibilizar
Poder introduzir no currículo uma construção flexível, moldável,
adaptável às vias mais adequadas à consecução da aprendizagem,
requerendo uma articulação que se opera e regula entre o nível do
prescritivo nacional (em termos mais latos e periodicamente renegociado) e
o nível do significativo contextual (em termos mais operativos e
permanentemente avaliado e ajustado).
Flexibilizar para encontrar as vias mais promissoras para aprender,
é ajustar para melhorar a qualidade da educação que a rigidez e
uniformidade vêm impedindo face aos públicos escolares diversos
correspondentes a sociedades multiculturais e diferenciadas.
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A gestão como instrumento estratégico do A gestão como instrumento estratégico do currículo…currículo…
Quem gere o currículo?
Gerir - Estruturar, fundamentar e avaliar processos de tomada de
decisões face a finalidades que se pretendem alcançar.
Currículo – Entendido como o corpo de aprendizagens que à
escola cabe assegurar a todos.
É a mudança da ruptura do paradigma uniformista que traz à
discussão a problemática da gestão curricular, ou seja, da tomada
de decisão sobre o currículo.
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Outro aspecto importante da gestão curricular passa pela
necessidade de garantia, por parte da escola, de apropriação de um corpo
de conhecimentos e competências que todos os jovens necessitam antes
de entrar na vida adulta e a necessidade de preparar as mentes dos
jovens para uma constante adaptação a novas condições na sua vida
adulta.
A mudança do locus das decisões curriculares constitui-se numa
mudança de paradigma do currículo e das práticas curriculares das escolas
e da administração, com inevitáveis implicações em todas as vertentes de
um processo que é, por natureza, sistemático.
Assume particular significado neste processo o reforço da componente da
profissionalidade dos professores confrontados com desafios sociais e
institucionais que exigem um desempenho de profissional com níveis de
autonomia cada vez mais marcados.
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A nível da escola como instituição educativa e curricular, a construção
efectiva da sua autonomia requer um conjunto de transformações que se
podem agrupar em quatro categorias:
o Transformação política – tornando-se uma escola na unidade de gestão
do sistema;
o Transformação cultural – que requer a passagem da lógica da
“autonomia individual” para as lógicas de “autonomia colectiva”;
o Transformação dos modos de gestão – pela instituição de
mecanismos de participação, regulação e liderança;
o Transformação da organização e das praticas pedagógicas –
consubstanciam o essencial da ruptura de paradigma curricular que
estamos a viver.
“Autonomia significa substituir o principio da homogeneidade (…)
pelo principio da diversidade, o que permite transformar a heterogeneidade
dos alunos de problema em recurso”. (Barroso, 1999, p. 141)
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ConcluindoConcluindo……
As teses que derivam da ruptura, hoje reflectida na maioria dos
sistemas de ensino ocidentais, de lógicas curriculares uniformistas em
favor de lógicas contextuais, centram-se fundamentalmente em dois
domínios específicos: a reconceptualização da natureza da escola
enquanto organização curricular crescentemente independente e a
consequente transformação da forma de estar e actuar dos profissionais
docentes.
Por tal razão, torna-se importante analisar as tendências teóricas
actuais na área do currículo e no panorama de políticas internacionais, e
tendo em conta algumas experiências já desenvolvidas em alguns
sistemas, as implicações que tal mudança traz para as escolas, e
principalmente para os professores, ao nível dos campos e níveis de
gestão e deliberação curricular.
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Bibliografia…Bibliografia…
ROLDÃO, Maria do Céu. (2000). O Currículo Escolar: da uniformidade à
contextualização - campos e níveis de decisão curricular. Revista de
Educação, vol. IX, n.º 1, Departamento de Educação Básica da F.C. da
U.L.
Imagem retirada a 2 de Abril, 2009, de http://www.petra.art.br
FIM