DIRETRIZES PARA ORIENTAR A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS ...
Transcript of DIRETRIZES PARA ORIENTAR A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS ...
Carlos Alberto Sapata Carubelli
DIRETRIZES PARA ORIENTAR A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
PAUTADAS NA METODOLOGIA DE DESENVOLVIMENTO LOCAL
SUSTENTÁVEL ADOTADA PELA UNIVERSIDAD AGRARIA DE LA HABANA
Exemplar de defesa de dissertação de mestrado
apresentado ao Curso de Pós-graduação em
Administração do Centro de Ciências da Administração
e Socioeconômicas da Universidade do Estado de Santa
Catarina, como requisito parcial para a obtenção do
título de Mestre em Administração.
Orientador(a): Dra. Clerilei Aparecida Bier
Florianópolis
2017
C329d
Carubelli, Carlos Alberto Sapata
Diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas pautadas na metodologia de desenvolvimento local sustentável adotada pela Universidad Agraria de La Habana / Carlos Alberto Sapata Carubelli. - 2017.
162 p. il.; 29 cm
Orientador: Clerilei Aparecida Bier Bibliografia: p. 94-101 Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado de Santa Catarina,
Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas, Programa de Pós-Graduação em Administração, Florianópolis, 2017.
1. Políticas Públicas. 2. Desenvolvimento sustentável. 3. Estado. I. Bier,
Clerilei Aparecida. II. Universidade do Estado de Santa Catarina. Programa de Pós-Graduação em Administração. III. Título.
CDD: 350.847 – 20.ed.
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UDESC
Dedico o presente trabalho à Maria
Ester Sapata pelo papel de mãe e pai que
exerceu em minha vida e pelo amor
incondicional que me foi dado.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à minha família, em especial às minhas irmãs Andreza e Amanda, e aos meus
cunhados Luiz e Fernando, que sempre incentivaram o meu crescimento profissional, além de
compartilharem comigo ótimas discussões sobre política e o futuro de nosso país, fazendo
com que não perdesse a esperança de viver em um país melhor.
À minha orientadora Clerilei, um agradecimento carinhoso, por todo conhecimento
transmitido e também por todos os momentos de paciência e compreensão. Saliento também o
apoio incondicional que me foi dado durante a construção desse trabalho, suas críticas
construtivas e reflexões foram determinantes e fundamentais ao longo de todo o processo.
Aos grandes amigos que a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) me deu,
Gisiela, Tarsilla, Rógerio, Priscilla e Isa, sem vocês esse trabalho não existiria. Foi com apoio
de vocês que foi possível concluir esse longo processo. Agradeço por terem caminhado ao
meu lado e por terem me auxiliado em minhas limitações.
Aos integrantes do grupo de pesquisa SAPIENTIA que colaboraram ativamente neste trabalho
e nunca me negaram ajuda quando precisei.
Ao meu grande amigo Lell, que mesmo morando no Chile, se faz presente nos principais
momentos de minha vida e me faz lembrar que amizade também se faz com amor
incondicional.
Aos meus amigos do Estado de São Paulo, Alex, André, Fiico, Audrey, Pedro e Regiane,
pelos momentos vividos juntos e, mesmo com a distância, estão sempre presentes
virtualmente e que de alguma maneira contribuíram para que este percurso pudesse ser
concluído.
Aos meus amigos Cláudio e Tatiana, que além de terem sido meus melhores vizinhos, foram
também grandes companheiros em aventuras gastronômicas e também cobaias em meus
momentos de inspiração na cozinha.
Aos servidores e professores do Programa de Pós-Graduação em Administração da UDESC,
especialmente à Tati e à Carol, que sempre foram solícitas e presentes quando necessitei.
Aos meus colegas de trabalho da Fazenda Experimental da Ressacada (UFSC), em especial
João Luiz e Jairo, por terem me apoiado durante estes dois longos anos, nos quais, apesar de
desanimar em alguns momentos, estiveram sempre me confortando com palavras amigas.
À equipe de funcionários e professores da Universidad Agraria de La Habana que nos
recebeu com muito amor, mostrando-se sempre solícitos e interessados em nossa pesquisa.
Por fim, agradeço à equipe por ter fornecido todos os dados necessários para a conclusão
desta dissertação.
RESUMO
A presente dissertação teve como objetivo propor diretrizes para orientar a formulação de
políticas públicas pautadas na metodologia de desenvolvimento local sustentável (DLS)
adotada pela Universidad Agraria de La Habana, através da ação integrada entre o Estado,
Universidade e Comunidade. A pesquisa foi desenvolvida sob uma abordagem qualitativa, e
tendo como método a análise categorial e análise interpretativa dos dados coletados. As
técnicas de coleta de dados empregadas são análise documental, entrevistas semiestruturadas
e observação não participante. Os dados coletados foram analisados e interpretados por meio
dos temas norteadores da pesquisa – papel do Estado, da Universidade e Comunidade no
processo de DLS. Evidenciou-se que o Estado quanto mais próximo dos cidadãos, mais eficaz
se torna a solução de problemas locais, confirmando, desta forma, que a esfera local está
diretamente vinculada à consolidação da democracia. Além disso, foi possível afirmar que a
Universidade pode ser um instrumento da Comunidade para o desenvolvimento de suas
capacidades e que os problemas da localidade são melhores resolvidos quando há o
engajamento de todos os atores sociais. Como resultado da pesquisa foi possível identificar
três diretrizes (políticas públicas descentralizadas através do fortalecimento do poder local;
universidade no processo de desenvolvimento de capacidades; e fortalecimento da
participação cidadã) para orientar a formulação de políticas públicas com foco em DLS, além
de expor em cada diretriz apresentada três recomendações.
Palavras-chave: Desenvolvimento Local Sustentável. Estado. Universidade. Comunidade.
ABSTRACT
The purpose of this dissertation was to propose guidelines to guide the formulation of public
policies based on the methodology of Local Sustainable Development (LSD) adopted by the
Universidad Agraria de La Habana through integrated action between the State, University
and Community. The research was developed under a qualitative approach, using as a method
the categorical analysis and interpretative analysis of the collected data. The data collection
techniques used are documental analysis, semi-structured interviews and non-participant
observation. The collected data were analyzed and interpreted through the research guiding
themes - role of the State, University and Community in the LSD process. It has been shown
that the State closer to the citizens, the more effective it becomes the solution of local
problems, thus confirming that the local sphere is directly linked to the consolidation of
democracy. In addition, it has been possible to affirm that the University can be an instrument
of the Community for the development of its capacities and that the problems of the locality
are better solved when there is the engagement of all the social actors. As a result of the
research, it was possible to identify three directives (decentralized public policies through the
strengthening of local power, university in the capacity development process, and
strengthening citizen participation) to guide the formulation of public policies focused on
LSD, each guideline presented three recommendations.
Keywords: Sustainable Local Development. State. University. Community.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Detalhamento das fases da pesquisa ....................................................................... 49
Figura 2 – Formulação das diretrizes ....................................................................................... 55
Figura 3 – Objetivos da metodologia da UNAH ...................................................................... 63
Figura 4 – Município x Desenvolvimento Local ...................................................................... 64
Figura 5 – Projeto de desenvolvimento para a melhoria de culturas (costumes) ..................... 66
Figura 6 – Fases da investigação – UNAH .............................................................................. 67
Figura 7 – Relação UNAH e CUM San Nicolas ...................................................................... 69
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 – Políticas de desenvolvimento ................................................................................ 30
Quadro 2 – Abordagens do processo de desenvolvimento rural .............................................. 34
Quadro 4 – Síntese dos procedimentos metodológicos ............................................................ 49
Quadro 5 – Procedimentos Revisão Bibliográfica Sistemática ................................................ 51
Quadro 6 – Seleção inicial dos artigos ..................................................................................... 51
Quadro 7 – Grupo de entrevistados .......................................................................................... 52
Quadro 8 – Documentos coletados em Cuba............................................................................ 54
Quadro 9 – Exposição de temas para a análise ......................................................................... 55
Quadro 10 – Procedimentos para os objetivos específicos ...................................................... 57
Quadro 11 – Estrutura da dissertação ....................................................................................... 58
Quadro 3 – Grupos de pesquisas e áreas de atuação e conhecimento – UNAH ....................... 61
Quadro 12 – Estratégia CAP para a participação cidadã .......................................................... 68
Quadro 13 – Objetivos do SIL para o ano de 2016 .................................................................. 71
Quadro 14 – Apresentação de objetivos e resultados esperados no projeto “Del azúcar al
humedal Playa Caimito - Ruta Turística” ................................................................................ 72
Quadro 15 – Relação atores com seus papeis e funções “Del azúcar al humedal Playa
Caimito - Ruta Turística” ......................................................................................................... 73
Quadro 16 – Apresentação de objetivos e resultados esperados do projeto “Estrategia de
capacitación popular, el arte de crear arte” ............................................................................ 74
Quadro 17 – Relação atores com seus papeis e funções do projeto “Estrategia de capacitación
popular, el arte de crear arte”.................................................................................................. 75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANAP Asociación Nacional de Agricultores Pequeños
CCS Cooperativas de Crédito y Servicios
CDR Comitê de Defesa da Revolução
CMMAD Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento
CEDAR Centro de Desarollo Agrario y Rural
CEESA Centro de estúdios de la educación superior agropecuária
CUM Centro Universitário Municipal
DEL Desenvolvimento Econômico Local
DL Desenvolvimento Local
DLIS Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável
DLS Desenvolvimento Local Sustentável
DR Desenvolvimento Rural
DTS Desenvolvimento Territorial Sustentável
DU Desenvolvimento Urbano
FORGEC Programa de Fortalecimiento de capacidades de gestión en entidades cubanas
ONG Organização não governamental
SIG Sistema de Informação Geográfica
SIL Sistema Innovativo Local
UEB Unidad Empresarial de Base – Unidades empresariais autorizadas pelo
Governo Central
UNAH Universidad Agraria de La Habana
UPBC Unidades de Producción Básicas de Cooperativas
URSS União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
SUMÁRIO
1 Introdução.......................................................................................................................... 19
1.1 Objetivo Geral ............................................................................................................ 23
1.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 23
1.3 Justificativa ................................................................................................................ 23
2 Desenvolvimento Local e Territorial ................................................................................ 26
2.1 Desenvolvimento Local/ Territorial e Sustentabilidade ............................................ 34
2.2 Desenvolvimento Local Sustentável e Participação Cidadã ...................................... 41
2.3 Políticas Públicas para o Desenvolvimento Local Sustentável e o Papel da
Universidade ......................................................................................................................... 44
3 Procedimentos Metodológicos .......................................................................................... 48
3.1 Abordagem, Caracterização e Detalhamento das Fases de Pesquisa ......................... 48
3.2 Primeira Fase: Revisão bibliográfica sistemática, seleção dos atores sociais e
elaboração das entrevistas ..................................................................................................... 50
3.3 Segunda Fase: Coleta de dados em Cuba - entrevistas semiestruturadas, documentos
coletados e observação não participante ............................................................................... 52
3.4 Terceira Fase: Agrupamento de depoimentos em temas ........................................... 55
3.5 Quarta Fase: Reunião de informações, análise de conteúdo e triangulação dos dados
56
3.6 Quinta Fase: Exposição de diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas
e discussão e compreensão sobre a realidade apresentada.................................................... 57
4 Descrição e Análise dos Dados Coletados e Resultados ................................................... 59
4.1 Diagnóstico da situação problema ............................................................................. 59
4.1.1 Contexto da pesquisa .......................................................................................... 59
4.1.2 Contextualização da UNAH ............................................................................... 60
4.2 Apresentação dos Dados Coletados ........................................................................... 61
4.2.1 Caracterização da metodologia de desenvolvimento local sustentável adotada
pela UNAH ........................................................................................................................ 62
4.2.2 Percepção dos atores entrevistados em relação aos temas da pesquisa .............. 75
4.3 Resultados e Análises ................................................................................................ 80
4.3.1 A metodologia e o papel do Estado .................................................................... 80
4.3.2 A metodologia e o papel da Universidade .......................................................... 81
4.3.3 A metodologia e o papel da Comunidade ........................................................... 82
5 Diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas pautadas na metodologia de
DLS adotada pela UNAH ......................................................................................................... 84
5.1 Políticas públicas descentralizadas através do fortalecimento do poder local .......... 84
5.2 Universidade no processo DE desenvolvimento de capacidades .............................. 86
5.3 Fortalecimento da participação cidadã ...................................................................... 87
6 Considerações finais ......................................................................................................... 89
Referências ............................................................................................................................... 94
APÊNDICE A – Transcrição das Entrevistas ........................................................................ 102
19
1 INTRODUÇÃO
Até a década de 1960, o conceito de desenvolvimento era associado ao crescimento
econômico. Após esse período, o que se evidenciou foi que países em desenvolvimento, assim
como o Brasil, não estavam transferindo esse crescimento em qualidade de vida para sua
população. Hoje o que se vê é uma dificuldade na medição do grau de desenvolvimento de um
determinado país, pois muitos itens como o grau de liberdade não são mensuráveis (VEIGA,
2010).
Mesmo o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) não compreende o
desenvolvimento em sua totalidade e também em sua subjetividade. Para Sen (2010),
liberdade e justiça são essenciais para o desenvolvimento de uma localidade. O
desenvolvimento, para o autor, está relacionado à igualdade e expansão de capacitações, nas
quais o foco é a vida das pessoas.
É nesse contexto de mudança de paradigma de desenvolvimento, no qual apenas o
crescimento econômico não é a força motriz de uma nação, que se incorpora, a partir da
década de 1970, outros conceitos no processo de desenvolvimento, como por exemplo, a
importância da localidade e também da sustentabilidade em diversas dimensões.
Nesta nova perspectiva, o conceito de desenvolvimento passa a englobar, além da
prosperidade econômica, a inclusão social, a preocupação ambiental e também a governança
entre os stakeholders, das organizações ao governo (SACHS, 2015).
John Friedmann enfatiza a importância de um formato de desenvolvimento alternativo
que pudesse ser formulado a partir de demandas locais, desenvolvimento este que seria guiado
por princípios como a democracia participativa e a aprendizagem social. Para ele, estaria em
jogo a transformação social através da emancipação (FRIEDMANN, 1992).
Como foco desta pesquisa, o Desenvolvimento Local Sustentável (DLS) acrescenta o
poder local como fomentador e articulador do processo de desenvolvimento. Para Fischer
(1993), o conceito de “local” não está apenas restrito a uma questão meramente geográfica,
mas sim ao “conjunto de redes sociais” que se interagem por meio da cooperação e também
do conflito em busca de interesses ao seu entorno. Desta forma, “[...] o local seria a base da
reflexão tornada prática, o espaço da decisão colocado em vigor, o momento das lutas
pormenorizadas ganharem destaque, ou seja, é o acontecimento configurando o que é local”
(SILVA, 2014, p. 41).
Para Dowbor (1994), o poder local está se tornando algo essencial para o
desenvolvimento de uma sociedade, que também envolve a descentralização,
20
desburocratização e a participação. Este novo paradigma, na qual o poder local é o
protagonista do desenvolvimento de uma sociedade, envolve a criação de uma agenda
participativa, meios de comunicação mais ágeis, mecanismos financeiros flexíveis e
sustentáveis, maior importância das prefeituras e institucionalização de redes horizontais entre
as localidades (DOWBOR, 2003).
Outro aspecto importante que Dowbor (1999) ressalta é o aspecto renovador para se
pensar em espaço local. Para o autor, o eixo renovador é dividido em duas frentes: novo
caminho de parcerias entre setor estatal, setor privado e terceiro setor e o desenvolvimento
local.
O papel das universidades no fortalecimento de políticas de DLS é essencial, pois, de
acordo com Santos (2011), as universidades têm papel importante na construção da coesão
social, aprofundamento da democracia e também no combate à exclusão social e na
deterioração do meio ambiente. Pelo fato das Universidades serem instituições sociais, cabe a
elas a participação nos processos sociais, econômicos e culturais de uma localidade
(BERNHEIM; CHAUÍ, 2008).
Neste diapasão, esta pesquisa propõe um estudo da metodologia adotada pela
Universidad Agraria de La Habana (UNAH) para promoção do desenvolvimento local
sustentável na província de Mayabeque, em Cuba, e propor diretrizes para orientar a
formulação de políticas públicas com foco no DLS.
Com o fim da Guerra Fria e com a queda da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), Cuba teve que repensar seu setor agrícola. No final da década de 80 e
durante a década de 90, o país foi obrigado a repensar sua economia e principalmente sua
agricultura. A importação caiu de U$$ 8.1 milhões em 1989 para U$$ 1.7 milhões em 1993,
uma redução de 80%. Os restritos recursos no período acabaram sendo utilizados para a
importação de alimentos e combustíveis, desta forma, limitando a importação de insumos
agrícolas (FUNES-MONZOTE, 2001). A crise gerou insegurança alimentar na ilha,
obrigando, desta forma, o governo a encontrar uma solução. As grandes fazendas coletivas
estatais e mecanizadas não tinham como ser mantidas sem a tecnologia soviética e sem as
importações de insumos químicos.
De 1950 a 1980, a agricultura cubana era moderna e tinha o foco na exportação de
monoculturas. Essa produção era dependente de subsídios e matérias-primas importadas,
principalmente proveniente da URSS, o que acarretava mais dependência e volatilidade de sua
economia agrária.
21
Neste período, Funes (2001) afirma que este modelo adotado causou implicações
econômicas, sociais e também ambientais. O modelo agrícola da época era caracterizado pela
alta especialização, monocultura, grande dependência de insumos importados, o que
ocasionou o desmatamento, a erosão e a infertilidade dos solos.
O intervalo entre os anos 1990 e 2005 foi conhecido por “Período Especial em Tempo
de Paz”, expressão utilizada pelo governo cubano para caracterizar o processo de transição em
sua base econômica, que antes da queda da URSS era caracterizada pela exportação de
materiais primários ao bloco soviéticos e importação de materiais industrializados. Neste
período, o governo realizou reformas e buscou a abertura de sua economia, entretanto evitou
as experiências russas e da Europa oriental, optando por uma estratégia gradual, na qual
houve forte participação do Estado (SANTORO, 2010).
A alternativa, ou melhor, a única opção para solucionar a crise, foi desenvolver a
agricultura sustentável, liberando espaços públicos para plantações e antigas fazendas estatais.
Para superar a falta de insumos agrícolas e tecnologia, o país desenvolveu técnicas autônomas
como, por exemplo, a adoção da metodologia “de Camponês a Camponês”, na qual os
agricultores são os promotores do conhecimento e trocam experiências entre eles.
Neste contexto, o papel da UNAH na mudança de paradigma foi e continua sendo
fundamental para o desenvolvimento local sustentável da província de Mayabeque, em Cuba.
A UNAH, localizada em San José de las Lajas, província de Mayabeque, juntamente com o
Centro Universitário Municipal (CUM) de San Nicolas e Conselho Popular de San Antonio
(distrito de San Nicolas), trabalham na implantação da metodologia de desenvolvimento
local/territorial sustentável elaborada pela própria UNAH, na qual o Estado, a Universidade e
a Comunidade trabalham em sintonia.
Com o suporte do governo municipal, o Conselho Popular, a UNAH e o CUM (ambos
dando suporte na formação de capacidades) buscam a realização de um mapeamento diverso
das limitações e potencialidades da localidade, com o objetivo de estabelecer estratégias para
um desenvolvimento local sustentável. A união entre Estado, Universidade e Comunidade
possibilita uma análise dos interesses dos diferentes atores sociais e estimula a participação
em nível local.
A participação dos cidadãos é fundamental para o processo de DLS, pois favorece a
identificação de um propósito em comum, além da comunidade poder compartilhar
informações e estipular prioridades. O envolvimento das pessoas com seu entorno faz com
que todos se comprometam com a tomada de decisões e que possam trabalhar em conjunto
22
para atingir seu objetivo como comunidade, com isso contribuindo para seu desenvolvimento
(RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014).
A UNAH, que está inserida nesta localidade, tem como papel a formação e o
desenvolvimento de capacidades e competências que podem ser institucionais ou
comunitárias, por meio do Centro Universitário Municipal, elo entre a UNAH e a formação
comunitária. Nesta realidade, a UNAH tem como dever a promoção do desenvolvimento, da
prosperidade e da sustentabilidade. Dentro desta perspectiva, o modelo de desenvolvimento
local sustentável deve ser participativo, endógeno e estimular a interação social.
A participação da sociedade civil, Estado e Universidade no planejamento e
construção de políticas públicas são essenciais para o processo de DLS. Para Souza (2003),
uma política pública tem como objetivo propor programas e ações que reproduzirão mudanças
na realidade através de ações governamentais. A autora expõe que outros segmentos que não
sejam governamentais também podem ser formuladores de políticas públicas, entretanto, a
participação do Estado é fundamental, mesmo neste contexto de globalização, na qual se
discute o tamanho do Estado e sua abrangência.
No caso cubano, a formulação das políticas públicas parte do Estado e são financiadas
por ele. A visão de política pública é estado-centrista, ao contrário de outras nações que
adotam a visão multicêntrica de políticas públicas, na qual há a participação de ONGs,
empresas e movimentos sociais.
Neste contexto, encontra-se o papel da UNAH, que é pública e financiada por recursos
estatais, na elaboração e implantação de políticas públicas, com o objetivo de desenvolver sua
localidade e seu entorno. Neste caso, além da forte participação estatal, a Comunidade
também tem seu espaço. Nesta pesquisa, foi descrita e analisada o papel do Conselho Popular
de San Antonio (distrito de San Nicolas) e também sua contribuição na implantação da
metodologia de desenvolvimento local/territorial sustentável elaborada pela própria UNAH,
na qual o Estado, a Universidade e a Comunidade trabalham em sintonia.
Ao iniciar o estudo da metodologia desenvolvida e aplicada no contexto cubano, e
apesar de a priori, constatar que as experiências em desenvolvimento local sustentável foram
elaboradas em uma distinta realidade com fatores políticos, econômicos e culturais
discrepantes, surge para o pesquisador o interesse em propor diretrizes (políticas públicas
descentralizadas através do fortalecimento do poder local; universidade no processo de
desenvolvimento de capacidades; e fortalecimento da participação cidadã) para orientar a
formulação de políticas públicas pautadas na metodologia de DLS adotada pela UNAH.
Assim surgiu a presente pergunta de pesquisa que orientou o estudo proposto:
23
Quais referenciais da metodologia adotada pela Universidade Agraria de La
Habana possibilitam a formulação de diretrizes para orientar as políticas públicas
voltadas para o DLS?
1.1 OBJETIVO GERAL
Propor diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas pautadas na
metodologia de Desenvolvimento Local Sustentável adotada pela Universidad Agraria de La
Habana, através da ação integrada entre o Estado, Universidade e Comunidade.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Caracterizar a metodologia de DLS da UNAH;
- Descrever projetos e experiências de DLS implementadas nas comunidades do
entorno da UNAH; e
- Identificar, na percepção dos atores pesquisados e documentos coletados, a
relevância do uso dos referenciais da metodologia de DSL utilizado pela UNAH.
1.3 JUSTIFICATIVA
O que se tem notado atualmente é que há uma crise de legitimidade na esfera política,
a qual por consequência tem levado os cidadãos a um distanciamento deste espaço que é dele
por direito (CASTELL, 2001). Além desta crise de representação, há também um
esgotamento no atual modelo econômico, que tem causado danos ao ecossistema, prejuízo a
comunidades e à população em geral. Segundo Furtado (2004),
[...] o crescimento econômico, tal qual o conhecemos, vem se fundando na
preservação dos privilégios das elites que satisfazem seu afã de modernização; já o
desenvolvimento se caracteriza pelo seu projeto social subjacente. Dispor de recursos
para investir está longe de ser condição suficiente para preparar um melhor futuro
para a massa da população. Mas quando o projeto social prioriza a efetiva melhoria
das condições de vida dessa população, o crescimento se metamorfoseia em
desenvolvimento (p. 484).
Esse modelo de desenvolvimento que proporciona a maximização dos lucros por parte
das elites, a concentração de renda e a desigualdade social, tem ocasionado o aumento das
diferenças socioeconômicas, a insatisfação da maioria da população, o esgotamento de
24
recursos naturais, poluição dos espaços naturais e deterioração das condições de vida, gerando
tensões sociais que revelam profundas necessidades de mudanças.
Os autores William D. Nordhaus e James Tobin já questionavam em 1972, o atual
modelo de desenvolvimento no estudo “Is growth obsolete?”, que foi publicado na Economic
Research: Retrospect and Prospect, do National Bureau of Economic Research, dos Estados
Unidos.
Para Sachs (2002), pensar no desenvolvimento na Era do Meio Ambiente é pensá-lo
além da visão de crescimento econômico e mercadológica. No livro “Caminhos para o
Desenvolvimento Sustentável”, Sachs (2002) afirma que o objetivo do desenvolvimento “[...]
deveria ser o do estabelecimento de um aproveitamento racional e ecologicamente sustentável
da natureza em benefício das populações locais” (p. 53).
A própria natureza dá sinais que está próxima ao seu esgotamento, face a finitude dos
recursos naturais e das ações predatórias do homem, demonstrando que, se este modelo
continuar, a própria sobrevivência da humanidade estará em perigo. Desta forma, diversas
alternativas têm sido discutidas, levando em consideração a importância da localidade, do
território e dos processos sustentáveis. Filimon, Nemeş e Filimon (2014, p. 135) indicam que
[...] a busca de alternativas aos modelos de desenvolvimento já existentes tem
desencadeado a elaboração de estratégias de desenvolvimento diferenciadas em
função do potencial territorial, particularmente com base nos fatores que podem
desempenhar um papel importante na realização dos objetivos de crescimento
econômico e desenvolvimento territorial. A identidade territorial é cada vez mais
reveladora como um dos principais fatores que redimensionam o desenvolvimento
futuro de um território [...] (Tradução nossa)
Dentro desta perspectiva de desenvolvimento sustentável não se deve desprezar a
participação da comunidade local. É neste cenário que o conceito de sustentabilidade ganha
força, partindo do conflito entre global x local, no qual cabe ao poder local ser o propulsor de
políticas que garantem e impulsionem a participação dos cidadãos, através da cooperação
entre os agentes econômicos, sociais, ecológicos e culturais. Sendo assim
[...] o local é um dos principais fundamentos de qualquer democracia, é o direito dos
cidadãos a participarem na gestão dos assuntos públicos, que parte dos princípios
democráticos comuns a todos os Estados-Membros do Conselho e este direito pode
ser exercido mais diretamente ao nível local pelas autoridades locais empoderadas
da existência real de responsabilidades, podendo prover eficiência administrativa e
proximidade com os cidadãos (BERCU, 2015, p. 145) (Tradução nossa)
Nesse sentido, o desenvolvimento local sustentável vem ganhando espaço tanto nas
discussões acadêmicas, como também em importância no planejamento estratégico territorial
de estados e cidades. Para Buarque (2008), o desenvolvimento local sustentável é um
25
“processo endógeno” que se restringe a uma localidade e grupo de pessoas tendo como
objetivo o desenvolvimento econômico e também a qualidade de vida, que é alcançada por
meio de oportunidades sociais, aumento de renda e também com a conservação dos recursos
naturais.
Inserida neste contexto, Cuba tem experiências de desenvolvimento local sustentável
que podem ser compartilhadas e adaptadas a outros contextos. Cuba, que no período de 1950
a 1980, vivenciou o apogeu da agricultura mecanizada e “desenvolvida”, modelo que causou
erosões e desmatamento de suas florestas, hoje ressurge como referência em uma agricultura
focada no agricultor e na sustentabilidade.
Esse modelo de desenvolvimento local/territorial sustentável adotado em Mayabeque,
Cuba, surgiu de um planejamento estratégico de política pública estatal em parceria com a
Universidade e a Comunidade. Essas experiências de desenvolvimento local/territorial
sustentável, tanto na agricultura urbana quanto na agricultura rural, surgiram como alternativa
para superar o desabastecimento alimentar e a falência do modelo agrícola adotado até os
anos 90.
A participação de vários atores sociais no processo de DLS, entre eles, Estado,
Universidade e Comunidade, é um desafio para o sucesso de qualquer programa a ser
implementado. A participação da comunidade é a base para entender e executar as políticas
públicas referentes à gestão integrada e sustentável do território (MIGUEL, 2010). Sendo
assim, é de extrema importância a participação de comunidades locais na busca por soluções
de problemas comuns (MOREIRA; CRESPO, 2011, p. 42). Estes autores ainda destacam que
[...] o desenvolvimento local destaca a importância da participação, embora atribua
grande importância aos conceitos de território e comunidade, distinguindo-se, assim,
do desenvolvimento participativo, em que as últimas duas dimensões não aparecem
como referência. O pilar decisivo do desenvolvimento participativo é o
envolvimento das pessoas.
Constata-se que participação cidadã e a interlocução entre atores sociais (Estado,
Universidade e Comunidade) podem reduzir a crise de legitimidade na esfera política
(CASTELL, 2001). Assim, levando em conta esta experiência cubana na adoção do modelo
de desenvolvimento local sustentável, propõe-se como objetivo para a presente pesquisa a
descrição da metodologia adotada pela UNAH para o DSL e a proposta de diretrizes para
orientar a formulação de políticas públicas pautadas nesta experiência.
26
2 DESENVOLVIMENTO LOCAL E TERRITORIAL
A temática do Desenvolvimento Local (DL) ganhou importância a partir da década de
1980 devido a inúmeras combinações econômicas, dentre elas: desemprego, crise da indústria,
descentralização e a integração europeia (KISMAN; VENTEL, 2015). Silveira (2005)
acrescenta também que a questão do Desenvolvimento Local (DL) foi uma resposta ao
contexto de globalização, à restruturação produtiva e à crise do padrão do desenvolvimento.
Entretanto, deve-se frisar que inicialmente os estudos da temática resgataram o conceito,
proposto por Silva (1963), de desenvolvimento comunitário, para embasar seu arcabouço
teórico e a definição do que seria o desenvolvimento local.
A partir da década de 1980, o modelo de desenvolvimento se transforma, partindo do
modelo estado-centrista, no qual visa apenas o crescimento econômico, para o modelo
sustentável, que foca tanto no território, que é a base do desenvolvimento local, quanto na
participação cidadã, na qual a sociedade civil está no centro do processo de desenvolvimento
(ANDION, 2003).
Foi em 1985, através da Carta Europeia – “Exercer o poder local autônomo” – que foi
reconhecida em Estrasburgo, França, a importância do “local” como fonte impulsionadora do
desenvolvimento. Neste documento, os signatários julgaram a importância do “local” como
sendo um dos fundamentos para a consolidação da democracia e fortalecimento dos direitos
dos cidadãos, através do empoderamento dos atores locais, na participação dos assuntos de
esfera pública (BERCU, 2015).
Na América Latina, a discussão sobre DL, segundo Navarro (2001), surge a partir da
multiplicação das organizações não governamentais, que se voltavam à realidade local e do
processo de descentralização dos Estados. No Brasil, a partir da década de 1990, a ideia de
DL ganhou força e, a partir de então, vem ganhando espaço nas discussões tanto entre atores
institucionais, quanto fora das instâncias governamentais (SILVEIRA, 2005).
A discussão por muito tempo ficou em torno da relação entre as escalas nacionais x
internacionais, com projetos que poderiam ser nacionalistas ou internacionalistas (VAINER,
2001). No caso brasileiro, a escala nacional ganhou força e o “local”, por muito tempo, foi
entendido como meio de poder para elites locais e também regionais, garantindo a elas o
poder e o aparelhamento do Estado, destituindo, desta forma, a participação dos setores
populares (DOMBROWSKI, 2008).
Já no final do século e início dos anos 2000, o que se viu foi o debate entre o local x
global, deixando como coadjuvante a visão nacional e também regional. A globalização, ápice
27
do sistema capitalista, tem acelerado a interação entre Estados-nações, muitas vezes estes se
associando e criando blocos, como por exemplo, a União Europeia. Por muito tempo se
acreditou que o avanço da globalização causaria o fim de muitas culturas locais e o mundo
seria regido simplesmente pela cultura ocidental. Enganou-se quem apostou no fim dos
poderes locais, estes se fortaleceram na busca por mais participação (VAINER, 2001).
Cavallaro e Dansero (1998, p. 36)(Tradução nossa) apresentam quatro perspectivas
sobre a relação entre o “local” e “global”
1) A primeira perspectiva é a global e tende a negar autonomia conceitual ao local, o
que é entendido simplesmente como uma fonte circunscrita de pressões ambientais.
2) A segunda perspectiva, de tipo analítico-operacional, dedica mais atenção ao
local.
3) Uma terceira perspectiva exige a consideração, se não a predominância real, da
forma local de um ponto de vista normativo-prático.
4) A última perspectiva considerada é epistemológica: o local, entendido não
(somente) como uma entidade geográfica, mas como um nível intermediário (entre o
sistema global e o ator individual) com capacidades de auto-organização e
identidade (por mais vagas). (Tradução nossa)
Não se pode generalizar a globalização, pois boa parte de nossas ações do dia-a-dia,
como trabalho, relações entre a comunidade, eventos sociais, a família, etc., referem-se ao
âmbito local, e não à esfera global. É no âmbito local que se constroem as identidades e
também o processo de desenvolvimento (DOWBOR, 2003; CABRAL; SANTOS; GOMES,
2015; CARPI, 2008). Embora a interconexão entre as sociedades em âmbito global seja
inevitável, é igualmente importante entender que se faz também necessário o agir em nível
local (PETERSON, 1988; PEREDO; CHRISMAN, 2006; DOWBOR, 2002). Carpi (2008, p.
91) acrescenta que
[...] o local é o espaço de vida, trabalho, socialização e convivência dos indivíduos e,
desta forma, um excelente ambiente de aprendizagem e participação na vida pública.
É, portanto, um lugar privilegiado para a aprendizagem de consciência e bom espaço
de prática para o envolvimento na resolução de problemas e participação em ações
coletivas, ecológicas e sociais. E, como os problemas exigem mudanças radicais na
percepção e avaliação deles e envolvimento dos cidadãos, é lógico que corresponde
ao nível local um papel estratégico no processo de conscientização e aprendizado
coletivo que implica necessariamente o desenvolvimento sustentável. É preciso
pensar e aprender localmente para que a maioria da população possa entender e agir
perspectiva global. (Tradução nossa)
Vieira (1997) complementa que a globalização ou internalização modificou as relações
de tempo e espaço e, neste sentido, “o global e o local se interpenetram e se tornam
inseparáveis. O global investe o local, e o local impregna o global” (p. 71). Para o autor, os
dois enfoques, global e local, não são autônomos, eles se entrelaçam e se complementam.
28
Nesta análise entre o “local” e o “global”, Ferrarini (2012, p. 236) complementa que
“[...] é preciso pensar o local como se não houvesse o global para que o olhar afirmativo e de
dentro para fora permita a emergência de experiências singulares”. Entretanto, para Santos
(2001), as ações globais já ocorrem em nível local, da mesma forma que o “local”, contra
hegemônico, também deve agir globalmente, como maneira de expor as lutas que naquele
espaço ocorre.
De acordo com Tânia Fischer, a noção de “local” tem duas ideias que podem ser
complementares e também antagônicas. Se o “local” se refere a um âmbito espacial
delimitado e pode ser identificado como base, território, microrregião e outras designações
que sugerem constância a uma certa inércia, contém igualmente o sentido de espaço abstrato
de relações sociais que se quer privilegiar e, portanto, indica movimento e interação de grupos
sociais que se articulam e se opõem em torno de interesses comuns (FISCHER, 1993).
Neste sentido, Barros e Bloch (2000, p. 572) definem que
a noção de ‘local’ refere-se a um espaço delimitado, mas também o significado de
um espaço abstrato de relações sociais que se deseja privilegiar, indicando
movimento e interação de grupos sociais que se articulam e se opõem em torno de
interesses comuns. Assim, envia-nos ao estudo do poder como uma relação de
forças, através do qual as alianças e confrontações entre atores sociais são
processadas, bem como ao conceito de espaço delimitado e à criação de identidades
específicas e prática política. (Tradução nossa)
No entanto, esse “localismo” não deve ser encarado como uma característica
isolacionista (FERRARINI, 2012; SILVEIRA, 2005). Trata-se da criação de espaços de
sociabilidade de pequena escala, comunitários e orientados por lógicas cooperativas e
participativas (FERRARINI, 2012). Para complementar a ideia do “local” e sua abrangência,
Silveira (2005, p. 7) informa que
não se trata aqui do local na ótica do ‘localismo’, dos atores aprisionados em seus
cantos e fronteiras espaciais. O local como necessário e insubstituível não quer
dizer, seguramente, o local como suficiente. Maior acesso ao fluxo de bens, serviços
e informações significa também estar conectado com espaços mais amplos. O
endógeno não se desenvolve dissociado do exógeno: o fortalecimento dos locais - a
potencialização do endógeno - supõe ao mesmo tempo a sua desfragmentação e sua
conexão com o extra-local.
Neste sentido, Moás (2002) afirma que o local não deve ser interpretado apenas como
territorialidade, mas também na perspectiva social e conjuntos de redes. Para a autora, “[...] o
espaço se confunde com a própria ordem social, de modo que, sem entender a sociedade com
suas redes de relações sociais e valores, não se pode saber como o espaço é concebido” (p.
31).
29
Para Andion (2003), a ênfase no “local” não exclui a importância de outros níveis.
Aliás, a interação entre o local e o global fortalece as “estratégias de adaptação”,
demandando, desta forma, “solidariedade local” e a massiva participação de todos os
stakeholders.
Em relação ao conceito de território, ele transpassa a perspectiva agrícola e a discussão
em torno do entendimento de desenvolvimento e crescimento econômico e se torna um
“capital social”, agregando o conhecimento coletivo, no qual é necessário amplo
conhecimento de seus atores locais em busca de um objetivo que os unem (ABRAMOVAY,
2007; VILLELA; COSTA; CANÇADO, 2014).
Para Filimon, Filimon e Nemes (2014, p. 135), o território é influenciado pelas
manifestações dos membros da comunidade que ali se situam. Essa comunidade apresenta sua
própria identidade e encara aquele espaço com sentimento de pertença e de filiação. Os
autores complementam que
[...] a identidade regional e local pode ser parcialmente analisada através de
representações coletivas, respectivamente através de sua impressão no território. As
representações coletivas são necessárias à análise da identidade local, representando
assim o aspecto mais importante (Tradução nossa).
Contribuindo com o entendimento de níveis locais e regionais, Carpi (2008) afirma
que o papel desses níveis é essencial na discussão sobre o desenvolvimento e integração de
áreas que foram historicamente marginalizadas pelo modelo tradicional. Até meados da
década de 1970, as políticas de desenvolvimento estavam focadas em grandes programas e
eram padronizados, a partir de então, novas políticas surgiram baseadas na descentralização,
no localismo e na articulação de vários atores sociais (setor privado, setor público e a
sociedade cível organizada) (GRANITO et al., 2007).
Para exemplificar o modelo de desenvolvimento tradicional e o proposto pelo DL,
Barquero (2005) apresenta as principais diferenças entre as políticas de desenvolvimento
(Quadro 1).
30
Quadro 1 – Políticas de desenvolvimento
Política tradicional Política de desenvolvimento endógeno
Estratégia
dominante
Visão funcional;
Desenvolvimento polarizado.
Visão territorial;
Desenvolvimento difuso.
Objetivos Crescimento quantitativo;
Grandes projetos.
Inovação e melhora do conhecimento;
Empreendedorismo;
Numerosos projetos.
Mecanismos Mobilidade de capital e trabalho;
Redistribuição funcional da renda.
Mobilização do potencial endógeno;
Utilização dos recursos locais para o
desenvolvimento.
Organização
Gestão centralizada;
Financiamento de empresas;
Administração pública dos recursos;
Hierarquia administrativa;
Coordenação administrativa.
Gestão local do desenvolvimento;
Prestação de serviços às empresas;
Administração através de organizações
intermediárias;
Associação entre os atores locais;
Coordenação estratégica dos atores locais.
Fonte: Barquero (2005, p. 13).
Silveira (2005, p. 7) acrescenta que
[...] o contexto de reestruturação e crise de padrão de desenvolvimento, ao mesmo
tempo em que desvincula, fragmenta e exclui, gera novas possibilidades de
construção endógena. A ideia de desenvolvimento local ganha substância quando
associada à construção de padrões alternativos, associação que supõe que as
dinâmicas geradoras de desigualdade e exclusão não podem ser desconstruídas pelo
alto, ou substituídas por outros sistemas de fluxos apartados dos lugares. Terreno de
reconstrução de identidades e vínculos, de reconfigurações socioprodutivas e
gestação de novas esferas públicas, o local se configuraria como um campo de
resposta necessário e insubstituível.
Neste diapasão, pode-se dizer que
[...] o conceito de desenvolvimento local pressupõe a incorporação da questão
territorial e a ideia de que é no território que ocorre a vida cotidiana, onde está a
essência dos seres que habitam o lugar e onde se constroem e reafirmam as
identidades e o processo de desenvolvimento, em vários segmentos (CABRAL;
SANTOS; GOMES, 2015, p. 96).
Para Alonso (2013), o desenvolvimento é um processo e o cidadão é o demandante
deste processo em nível local. O desenvolvimento é impulsionado por forças endógenas e
suas iniciativas propulsionam a identificação dos cidadãos sobre o processo.
Por muito tempo, o processo de desenvolvimento foi encarado como sinônimo de
crescimento e ganhos meramente econômicos. Entretanto, o desenvolvimento transcende a
racionalidade econômica e deve ser encarado como um processo qualitativo (VEIGA, 2010;
ALONSO, 2013). Nesta perspectiva, e dentro do contexto de DL, Schmitt e Moretto Neto
(2011, p. 326) afirmam que “[...]o esforço central consiste em intermediar as relações entre
indivíduos e espaço, com organizações e tecnologias que permitam sinergias coletivas”.
A noção do “local” se refere ao recorte de um processo de desenvolvimento que é
mais amplo e global. Neste caso, a localização geográfica tem importância para o
31
desenvolvimento de uma comunidade, entretanto, nem sempre esse processo é regido pelo
“determinismo geográfico”, haja vista que a história da localidade, a disponibilidade dos
recursos naturais, a concentração de riquezas e poder e a capacidade de adaptação também são
fatores determinantes para o desenvolvimento. O que se deve deixar claro é que o DL objetiva
colocar os interesses dos seres humanos no ponto central dessa discussão (ALONSO, 2013).
O DL, a partir da visão endógena, foca nos fatores internos de uma localidade e, com
isso, delega ao Estado e à sociedade civil um novo papel, no qual as políticas se voltam para
as soluções de problemas locais, focando nas potencialidades e habilidades dos membros
locais da sociedade civil (GRANITO et al., 2007).
Moreira e Crespo (2011), em análise de diversos autores da temática, como Pecqueur,
Vachon e Houeé, define o DL como
[...] um processo de mudança de base comunitária, que tem normalmente como
ponto de partida a existência de necessidades que atingem o coletivo e às quais se
procura responder com recurso prioritário às capacidades locais. Com efeito, o
desenvolvimento local fundamenta-se no paradigma territorialista da economia
regional e das ciências do território, o qual destaca a ideia de que a diversidade de
territórios de âmbito infranacional exige uma concepção do desenvolvimento que
atenda aos recursos disponíveis, às necessidades locais, que seja diferenciado e
multiforme e que parta do potencial endógeno em recursos e capacidades. O novo
paradigma do desenvolvimento no território constitui, portanto, uma forma de
desenvolvimento a partir de espaços mais restritos (p. 41).
Ao mesmo tempo em que o DL é um processo de transformação social, ele também é
um projeto político-estratégico, que exige mudanças na estrutura e também articulação da
governança local para que todas as regras sejam bem definidas (BERCU, 2015; MILANI,
2007). O DL pode ser visto sob uma perspectiva analítica, na qual se encontram suas
consequências, dilemas, conflitos, etc., e também ele pode ser visto sob a perspectiva
normativa, que está no campo das normas do projeto, de como realizar (MILANI, 2007).
As estratégias de DL devem focar nas características locais, suas possibilidades e
também nas possíveis mudanças no ambiente externo que podem interferir esse espaço e, se
possível, criar alternativas para lidar com os fatores de interferência exógena. A criação de
estratégias é uma das fases mais importantes no processo de desenvolvimento local e regional
(BERCU, 2015).
Nesta perspectiva, o processo de DL não deve ser encarado como uma receita
aplicável a todas as situações e a qualquer escopo. Exigem-se estudos sobre a complexidade
de cada localidade e de seus atores (GARCÉS; HURTADO, 2015). O DL é uma alternativa
para a superação da pobreza e aumento de renda das famílias, desde que seja combinado com
32
taxação de grandes fortunas, redistribuição de renda, políticas públicas, etc. (CATTANI;
FERRARINI, 2010). Para Silva (2001, p. 46), o enfoque do DL
[...] pressupõe que haja um mínimo de organização social para que os diferentes
sujeitos sociais possam ser os reais protagonistas dos processos de transformação de
seus lugares. Mas essa organização nem sempre existe em nível local; e quando
existe, está restrita àqueles “velhos” atores sociais responsáveis, em última instância,
pelo próprio subdesenvolvimento do local. Nesse sentido podemos dizer que o
desenvolvimento local sustentável precisa ser também entendido como
desenvolvimento político no sentido de permitir uma melhor representação dos
diversos atores, especialmente daqueles segmentos majoritários e que quase sempre
são excluídos do processo pelas elites locais.
Toda estratégia de DL parte de uma visão de longo prazo sobre os objetivos que a
comunidade quer alcançar. A visão da comunidade sobre seu espaço e seu futuro deve ser
compartilhada com todos os stakehoders e, desta forma, seu desejo deve ser transformados em
objetivos concretos e, posteriormente, em ações (BERCU, 2015; JEKABSONE; SLOKA,
2015). A estratégia para o DL deve ser inclusiva e também levar em consideração a relação
entre participação privada e pública e a participação cidadã (JEKABSONE; SLOKA, 2015).
Bercu (2015, p. 148, tradução nossa) complementa que
a estratégia de desenvolvimento local representa uma ampla gama de atividades
planejadas e subseqüentemente implementadas para atingir os objetivos
estabelecidos a médio e longo prazo. Visa orientar os esforços organizados para o
êxito da consecução das metas. Nesse sentido, ajuda a planejar os recursos
necessários na programação de atividades e ações, na distribuição de
responsabilidades no estabelecimento do marco legal que transporta aquelas
atividades que levarão à realização. Os esforços e ações de planejamento são
dedicados à solução de problemas imediatos, desastres que podem ocorrer na
comunidade ou uma oportunidade de operar uma vantagem econômica. O início do
processo de planejamento resultou na formação da equipe de trabalho, que deve ser
composta por representantes de grupos de interesse na respectiva área do governo
local e consultores especializados.
Oliveira (2001) apresenta três contrastes entre o DL esperado e o desenvolvimento que
se tem. O primeiro se refere à sua relação com a cidadania, que para o autor não se restringe
apenas à qualidade de vida dos cidadãos ou a seus direitos, mas sim à emancipação de cada
indivíduo, contrariando a posição do “indivíduo-massa”. O segundo contraste que o autor
expõe é a relação entre desenvolvimento local e a tendência à concentração, na qual o
desenvolvimento local deveria combater. E, por último, a relação entre o local e o global, que
na visão do autor
[...] o desenvolvimento local entendido como tendência contrária aos processos
dominantes, também terá seus momentos de desformalização e desregulamentação,
ao mesmo tempo em que necessita inventar uma nova forma que não possa ser
assimilada pelo adversário global, concentrador e antidemocrático (OLIVEIRA,
2001, p. 19).
33
Em relação à dimensão e ao espaço da temática de DL, ela pode ser dividida em rural
e urbana. Desta forma, o DL pode ser encarado como forma de desenvolvimento urbano ou
rural. Em relação ao desenvolvimento urbano, Sepe e Trapani (2010) apontam que é
essencial, em um projeto de DL, “[...] o envolvimento e a integração da comunidade local em
todos os níveis, e reforçar e consolidar a identidade do lugar” (p. 225, tradução nossa). Os
autores acrescentam que
[...] as chamadas cidades criativas giram em torno do projeto, promoção e ativação
de áreas urbanas estabelecidas devido às suas características locais particulares. Tais
áreas se tornam clusters criativos como resultado de inovações econômicas e
estruturais, relacionadas à realização de projetos inovadores alcançados com a ajuda
de estratégias de desenvolvimento local baseadas nas economias de excelência,
cultura e qualidade territorial (SEPE; TRAPANI, 2010, p. 214) (Tradução nossa).
Em relação ao Desenvolvimento Rural (DR), que também é foco desta pesquisa,
Normann e Vasström (2012, p. 943), reafirmam o papel dos cidadãos locais como os
principais atores no processo, sendo que é seu direito disporem da tomada de decisão e
implementarem projetos a partir de seus conhecimentos sobre a localidade, além de serem os
maiores interessados. Além disso, os autores informam que foi a partir dos anos 1970 que
os planejadores reconheceram gradualmente que as comunidades locais se
beneficiam de uma abordagem territorial que atravessa setores tradicionais. Isso
pode ser interpretado como uma mudança no foco do desenvolvimento de um modo
reducionista para um modo mais sistêmico de entender o desenvolvimento local”
(Tradução nossa).
Até o início da década de 70, o processo de DR focou principalmente na transição de
economias rurais para economias com foco na industrialização. Em muitos casos, o DR foi
encarado como desenvolvimento agrícola. Foi apenas na década de 1980 que começaram a
surgir metas para o crescimento endógeno e, em 1992, a Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento atrelou estas metas de DR aos objetivos de
desenvolvimento sustentável (POKORNY, 2015).
Em relação à dicotomia entre rural e urbano, Normann e Vasström (2012) lembram
que esta distinção já não deve ser encarada de forma fixa e rígida, já que o “novo paradigma
rural" quebra com a rigidez na compreensão de processos de desenvolvimento, como
apresenta no Quadro 2, com informações da Organização de Cooperação e de
Desenvolvimento Econômico (OCDE) e adaptação pelos autores, no qual se pode observar a
diferença entre a velha e nova abordagem de paradigma rural.
34
Quadro 2 – Abordagens do processo de desenvolvimento rural
Velha abordagem Nova abordagem
Objetivos Rendimento agrícola e
competitividade agrícola
Competitividade das zonas rurais,
valorização dos ativos locais e exploração
dos recursos não utilizados
Setor-Alvo Agricultura
Vários setores das economias rurais (por
exemplo, turismo rural, indústria
transformadora, indústria das TIC, etc.)
Principais Instrumentos Subsídios Investimentos
Atores-Chave Governos nacionais e
agricultores
Todos os níveis de governo (supranacional,
nacional, regional e local), vários públicos
locais (públicos, privados e ONGs)
Fonte: Normann e Vasström (2012, p. 943) (Tradução nossa).
A União Europeia já tem o entendimento de que a temática do desenvolvimento rural é
importante para o desenvolvimento de comunidades locais e que ele deve ser encarado de
forma bottom-up, isto é, democrático, participativo, integrado e que possa envolver todos os
interessados no processo (KORF; OUGHTON, 2006). Sendo assim, para se alcançar o
sucesso de tal processo é necessário alto nível de confiança e engajamento, normas comuns e
uma relação de reciprocidade entre a comunidade local e as lideranças governamentais
(LARSSON, 2012).
Neste sentido, as áreas rurais devem lidar com as questões complexas, seus processos
e o poder de sua comunidade e as práticas municipais e a governança existente sofrem
influências dos processos endógenos (NORMANN; VASSTRÖM, 2012). Korf e Oughton
(2006, p. 283, tradução nossa) complementam que
[...] promover o desenvolvimento comunitário e as chamadas abordagens bottom-up
baseia-se na presunção de que a promoção da ação coletiva na esfera comunitária
também pode ampliar os espaços de capacitação para as famílias rurais. (Tradução
nossa)
Neste diapasão, tanto a temática do desenvolvimento urbano quanto a rural se
encontram dentro do processo de DL e sofrem a influência da integração mundial e do
processo de globalização, que antagonicamente, fortalecem também as ações do poder local
(VIDAL; FARIA; MOREIRA, 2010). Além da sinergia entre local e global apresentado nesta
etapa, o processo de DL também deve estar associado à temática de sustentabilidade, em
especial ao Desenvolvimento Sustentável. Este, por sua vez, também poderá garantir e
orientar a melhoria do espaço local (ALONSO, 2013).
2.1 DESENVOLVIMENTO LOCAL/ TERRITORIAL E SUSTENTABILIDADE
35
No final do século XX, a “problemática da sustentabilidade” assumiu um lugar central
em relação ao desenvolvimento com o objetivo de buscar a igualdade e harmonizar as
relações entre o global e o local. Neste contexto, o poder local vem ganhando cada vem mais
espaço não só entre os stakeholders, mas também entre as políticas (JACOBI, 1999).
Nos últimos duzentos anos, a capacidade de invenção do ser humano foi destinada à
produção técnica, que almejava a eficiência e eficácia da ação e também a racionalidade
instrumental. Desta forma, o conceito de desenvolvimento de uma nação foi estritamente
associado à ideia de crescimento econômico, correlação esta que durou até a década de 1960.
Entretanto, o processo de desenvolvimento de uma sociedade não deveria ser pautado apenas
em sua racionalidade instrumental, mas também em sua subjetividade, na qual se encontra a
ética e os valores. Apesar de crescimento ser essencial para o desenvolvimento de um país,
desenvolvimento e crescimento não são sinônimos. Crescimento é a transformação
quantitativa, geralmente medida através do PIB, já o desenvolvimento é a transformação
qualitativa de uma nação (VEIGA, 2010).
No início da década de 70, um novo enfoque foi atribuído ao DL, o conceito de
ecodesenvolvimento ganhou força e a questão ambiental passou a ser incorporada no campo
do desenvolvimento.
Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano, em
Estocolmo, foi exposto pela primeira vez em dimensão de agenda internacional a questão do
meio ambiente (SACHS, 2002). Entretanto, apenas em 1983 foi criada a Comissão Mundial
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), sendo a partir de então que surgiu o
conceito de Desenvolvimento Sustentável, apesar de outros nomes já terem sido utilizados
anteriormente para tratar sobre o tema.
O Secretário-geral da Estocolmo-72, Maurice Strong, foi o primeiro a utilizar a
expressão “ecodesenvolvimento” em 1973, para se referir ao desenvolvimento
ecologicamente sustentável. Mas os princípios básicos do “ecodesenvolvimento” foram
elaborados por Ignacy Sachs, somente anos depois (LEIS, 1999).
Esse novo formato de desenvolvimento trata-se de um esforço endógeno, orientado
pelas necessidades humanas e não do mercado, em conexão harmoniosa com a natureza. O
processo de desenvolvimento sustentável tem como objetivo a harmonização entre os
parâmetros sociais, ambientais e econômicos, além de atingir um novo patamar de
desenvolvimento, no qual seja pautado pela sustentabilidade, demandando a quebra dos
paradigmas vigentes de comportamentos, que são fortemente amparados em questões
instrumentais (SACHS, 2002; SCHMITT; MORETTO NETO, 2011).
36
A CMMAD foi presidida por Gro Brundtland e levou aproximadamente quatro anos
para ser finalizada e ficou mundialmente conhecida como Relatório Brundtland, intitulado
como Nosso Futuro Comum (Our Common Future). A grande importância deste relatório foi
o esforço de conciliar algo que antes seria impossível, os interesses dos stakeholders, ligados
ao mercado, e os interesses dos ambientalistas. Desta forma, os impasses e contradições em
relação ao conceito de desenvolvimento sustentável são apresentados em múltiplas formas de
acordo como papel do Estado, da sociedade civil e do mercado (LEIS, 1999).
A Rio-92 pode ser considerável o primeiro grande encontro global de países com o
objetivo de discutir o meio ambiente. O clima político era favorável, já que a Guerra Fria
acabara em 1991. Entretanto, poucos resultados práticos foram retirados das grandes
conferências da década de 90. O sucesso da Rio-92 se refere à oportunidade de abertura de um
espaço global para debater o assunto, não refletindo esse sucesso em assinatura de acordos
globais com compromissos que deveriam ser buscados (LEIS, 1999).
Na Rio-92 foi aprovada a Agenda 21, que estipulava, como desafios do próximo
século, a compreensão dos problemas atuais e preparava o mundo para uma nova etapa, na
qual o meio ambiente e o desenvolvimento pudesse andar em conjunto, afastando-se tanto da
visão tradicional de desenvolvimento (predatório) como da visão dos ambientalistas
tradicionais (BARBIERI, 2009).
Para a Agenda 21 Brasileira, o conceito de desenvolvimento sustentável está em
constante construção, respeitando o compromisso firmado na Rio-92, na qual buscava o
equilíbrio entre a necessidade de crescimento e a diminuição da pobreza e a questão ambiental
(VEIGA, 2010).
Para Veiga (2010), em um curto prazo, é difícil de ocorrer a conciliação entre
crescimento econômico e preservação da natureza. Desta forma, o autor alerta para a
banalidade da utilização da palavra “sustentabilidade” para ações isoladas. Além disso, afirma
que, em 1987, o presidente da CMMAD, Gro Harlem Brundtland, conceituou o
desenvolvimento sustentável como um “conceito político”.
O conceito de desenvolvimento sustentável, segundo o Relatório de Brundtland, “[...]
é aquele capaz de atender às necessidades do presente sem comprometer a capacidade das
gerações futuras de atenderem às suas próprias necessidades” (BRUNDTLAND, 1987) e de
acordo com a Agenda 21 (MMA, 2016) deve compartilhar a preservação do meio ambiente, a
justiça social, o crescimento econômico e a participação e controle da sociedade como
elementos para democratizar o direito a qualidade de vida.
37
As questões ambientais envolvem a inter-relação entre diferentes atores, que implicam
tomar decisões em contextos problemáticos e antagônicos. Desta forma, destaca-se a
importância das ciências sociais e políticas para responder aos problemas ambientais da
atualidade. Na visão ambientalista, talvez a pior herança da Idade Moderna foi a de que o
homem consegue superar qualquer obstáculo através da tecnologia e sua força de trabalho.
Todos os pensadores da época perpetuaram a visão antropocêntrica e marginalizaram a visão
biocêntrica (LEIS, 2004). “A conclusão mais importante a tirar da crítica à modernidade,
contida na Dialética do Iluminismo (e plenamente convergente com a perspectiva do
ambientalismo), reside na necessidade de recuperar o passado para pensar o presente” (LEIS,
2004, p. 139).
Em muitos casos, os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são
utilizados como se fossem sinônimos. Entretanto, sustentabilidade pode ser considerada como
o objetivo fim, já o desenvolvimento sustentável, o meio. Desta forma, “[...] a reflexão sobre a
união de discursos ambientalistas e econômicos tornou-se um consenso dialético nos
conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável: objetivos distintos com
interesses comuns” (SILVA; MENDES, 2005, p. 13).
O desenvolvimento deveria ter como objetivo o “[...] aproveitamento racional e
ecologicamente sustentável da natureza em benefício das populações locais, levando-as a
incorporar a preocupação com a conservação da biodiversidade aos seus próprios interesses”
(SACHS, 2002, p. 53). Além disso, o autor afirma que o desenvolvimento sustentável é um
desafio global.
De acordo com Camargo (2003), o objetivo do desenvolvimento sustentável seria
promover a harmonia entre o homem e a natureza em direção a um desenvolvimento que
englobasse os parâmetros econômicos e sociais, respeitando os recursos naturais e
combatendo a destruição ambiental. O autor acrescenta ainda que, para atingir os objetivos
acima, há a necessidade de alianças em âmbito global, nas quais seria levada em consideração
a diversidade das sociedades em geral, respeitando as peculiaridades de cada localidade.
Além de se pensar a sustentabilidade no processo de desenvolvimento, Sen (2010)
acrescenta que o conceito de liberdade e justiça é essencial para se abordar o desenvolvimento
de uma localidade. O desenvolvimento, para a autora, está relacionado à igualdade e expansão
de capacitações, nas quais o foco é a vida das pessoas. O tradicional modelo de
desenvolvimento, que gera a desigualdade tem que dar lugar a novas formas sustentáveis de
desenvolvimento, no qual seja centrado na cooperação (CARPI, 2008). Neste sentido, os
arranjos produtivos baseados na cooperação, noção de mercado justo, fortalecimento da
38
economia solidária e redes locais sinalizam uma alternativa ao atual sistema econômico
neoliberal (VIDAL; FARIA; MOREIRA, 2010).
Para Veiga (2010), o conceito de desenvolvimento sustentável busca unir a perspectiva
econômica com a temática ambiental, na qual relacionam-se três esferas:
a) o dos comportamentos humanos, econômicos e sociais, que são objeto da teoria
econômica e das demais ciências sociais;
b) o da evolução da natureza, que é objeto das ciências biológicas, físicas e
químicas;
c) o da configuração social do território, que é objeto da geografia humana, das
ciências regionais e da organização do espaço (p. 187 e 188).
Dentro desta perspectiva de desenvolvimento e estudo sobre a localidade, podem-se
esboçar dois modelos distintintos: um mais convencial e voltado para a recuperação,
denominado Desenvolvimento Econômico Local (DEL); e outro, que se refere a uma
“estratégia verde” ou “nova economia”, denominado Desenvolvimento Local Sustentável
(DLS) (SEYFANG, 2001).
Para Piontek e Piontek (2014), a noção de DL para o desenvolvimento sustentável foca
na aplicação da competência local e também na busca por alternativas de crescimento de
desenvolvimento através da participação dos atores sociais envolvidos. Neste diapasão, “[...] o
caminho para a sustentabilidade ambiental reside na criação de economias locais, autônomas e
comunitárias” (CURTIS, 2003, p. 84, tradução nossa). Nesta pesquisa, escolheu-se utilizar a
denominação de DLS, por acreditar no peso da sustentabilidade no estudo sobre a localidade.
Nesse sentido, o DLS vem ganhando espaço tanto nas discussões acadêmicas, como
também em importância no planejamento estratégico territorial de estados e cidades. Para
Buarque (2008), o DLS é um “processo endógeno” que se restringe a uma localidade e grupo
de pessoas tendo como objetivo o desenvolvimento econômico e também a qualidade de vida,
que é alcançada através das oportunidades sociais, aumento de renda e também com a
conservação dos recursos naturais. O DLS deve ser entendido como consequência do processo
de desenvolvimento social, econômico e da preservação ambiental (CABRAL; SANTOS;
GOMES, 2015; ALONSO, 2013). Para Andion (2003, p. 1047),
[...] a promoção do desenvolvimento local sustentável vai muito além do
crescimento econômico e pressupõe a mobilização local dos recursos e das
competências e o reforço das solidariedades locais. Isso implica o fortalecimento das
redes entre as diferentes esferas sociais que compõem a economia.
Em relação à lógica econômica do processo de desenvolvimento, o modelo de DLS,
além de estar posto em um contexto de diversidade e em um cenário de características
39
próprias, deve ultrapassar as limitações da racionalidade econômica e incentivar novas
estruturas desenvolvimento para fortalecer o papel da localidade (BRISTOW; WELLS, 2005).
Em relação ao Desenvolvimento Territorial Sustentável (DTS), Menezes, Ronconi e
Serva (2016) afirmam que ele tem como objetivo o enfoque no planejamento e na gestão,
tendo como contexto e ponto de partida a problemática do meio ambiente e sua interface com
o processo de desenvolvimento. Os autores destacam dois aspectos importantes da definição
de DTS: a) contribuição para a abordagem territorial, sistemas produtivos e arranjos
produtivos locais, clusters, entre outros; e b) contribuição para as discussões sobre
sustentabilidade e gestão. Além disso, os autores acrescentam à temática a importância da
governança, que na visão territorial deve ser entendida como cooperação entre a esfera
governamental, instituições associadas e a ação coletiva.
No processo de desenvolvimento, a integração é um ponto importante entre os atores
sociais e ações, podendo estas serem governamentais ou não governamentais (BARROS;
BLOCH, 2000). Desta forma, os autores definem o Desenvolvimento Local Integrado e
Sustentável (DLIS):
[...] como uma nova maneira de promover o desenvolvimento, que permite o
surgimento de comunidades mais sustentáveis, capazes de atender às suas
necessidades imediatas; descobrindo ou utilizando suas vocações locais e
desenvolvendo suas potencialidades específicas; e promovendo o intercâmbio
externo, aproveitando duas vantagens locais (p. 572, tradução nossa).
Santiago (2002) acrescenta que ainda há uma constante incerteza sobre o
entendimento sobre o DLIS, pois
[...] sob denominações genéricas e, por vezes, confusas, têm sido utilizadas as
seguintes denominações: desenvolvimento local, integrado e sustentável;
desenvolvimento solidário; desenvolvimento empresarial local; ação local integrada;
agenda 21 local e até mesmo a tradicional expressão municipalismo (p. 119).
Para Santiago (2002), o DLIS representa
[...] a criação e o fortalecimento de pequenos empreendimentos econômicos, através
do microcrédito, da capacitação empreendedora e articulação de cadeias produtivas;
a integração das diversas políticas públicas e o efetivo protagonismo dos atores
locais no seu processo de implementação (p. 119).
Em relação ao papel das agendas 21 locais no processo de DLS, Silveira (2005, p. 6)
afirma que elas
definem-se como processos participativos de construção de um programa estratégico
para o desenvolvimento local sustentável, integrando as dimensões socioeconômica,
político-institucional, cultural e ambiental. Pretende-se, através das Agendas 21
locais, aglutinar a diversidade dos atores e grupos sociais presentes em cada
40
município, inclusive os que não têm tradicionalmente voz. Desde 1996 e 1997, vêm
sendo desencadeados processos neste sentido ainda em poucos municípios de médio
e grande porte, em diferentes regiões, mas principalmente no Sudeste. Na sua maior
parte, encontram-se em fase de sensibilização, capacitação de gestores locais e
institucionalização.
Curtis (2003) introduz, na temática do desenvolvimento local e desenvolvimento
sustentável, o conceito de eco-localismo. Para o autor, o eco-localismo é a criação de
economias locais, comunitárias e autônomas voltadas à temática de sustentabilidade, nas quais
se tem como exemplo as microempresas, a moeda local, cooperativas de alimentos,
permacultura, compartilhamento de carro, sistema de troca, coabitação, aldeias ecológicas,
bancos comunitários, etc. (CURTIS, 2003).
O estudo de Parnwell (2006) aponta que há espaço para o eco-localismo como um
paradigma de desenvolvimento alternativo, entretanto suas duas bases, que são o “local” e a
“comunidade”, são tanto uma fonte de fraqueza como também um ponto forte. O que se
mostra imprescindível neste estudo é que a apresentação do “local” deve estar em um
contexto mais amplo para que se garanta a sustentabilidade futura em um “paradigma realista
alternativo” (PARNWELL, 2006).
O eco-localismo procura respostas aos desafios da localidade, levando em
consideração os fatores sociais, históricos e culturais e também o ecossistema local. Neste
sistema, a economia social local deve criar mecanismos para proteger e melhorar os recursos e
ambientes locais (CURTIS, 2003; PARNWELL, 2006).
Para Curtis (2003), a crítica dos eco-localistas não apenas se restringe aos tratados
comerciais ou organismos globalistas, mas também se baseia na crítica da produção e do
consumismo. Para os eco-localistas, os efeitos positivos da globalização no meio ambiente
são pequenos e as instituições econômicas globais deveriam sofrer reformas com o objetivo
de atender índices sustentáveis da economia, tendo como foco o espaço local. Entretanto, para
Parnwell (2006), há certo romantismo na visão de Curtis (2003) em torno da construção do
eco-localismo, pelo fato da realidade apresentar um contexto de consumo exacerbado,
individualismo competitivo e alto poder corporativo, dificultando, desta forma, o avanço ideal
de sociedades locais embasadas na visão comunitária e autônoma.
Apesar das diversas nomenclaturas – Desenvolvimento Local Sustentável (DLS),
Desenvolvimento Local, Integrado e Sustentável (DLIS), Eco-localismo, e entre outras – este
estudo, por questões conceituais e também de maior conhecimento no meio acadêmico,
utilizará apenas o conceito de DLS.
41
2.2 DESENVOLVIMENTO LOCAL SUSTENTÁVEL E PARTICIPAÇÃO CIDADÃ
O papel da participação cidadã no processo de desenvolvimento tem ganhado destaque
desde a década de 1950, além de estar constatado que ela está associada à qualidade da
democracia (MIGUEL, 2010). O Estado, sendo o grande condutor do processo democrático e
também o espaço no qual se discute as tomadas de decisões, tem como objetivo potencializar
competências e incentivar uma efetiva participação cidadã (VILLELA; COSTA; CANÇADO,
2014). E nesse sentido, quanto mais voltada às ações comunitárias uma sociedade se encontra,
mais direitos ela exigirá em relação a melhor qualidade de vida e a ações sustentáveis
(PEREDO; CHRISMAN, 2006).
Na elaboração e execução de políticas públicas, a participação cidadã é um dos pilares
para o sucesso de qualquer processo que envolve a gestão integrada e a sustentabilidade do
território (MIGUEL, 2010). Sendo assim, a participação se torna impreterível para o
desenvolvimento de uma sociedade e também para o fortalecimento da democracia. A
participação cidadã deve ser encarada como fonte de legitimação das ações aplicadas e da
própria democracia, sendo que a qualidade da participação está atrelada à qualidade de
democracia adotada por tal espaço. Desta forma, Miguel (2010) complementa que “[...] o
sucesso do projeto envolvendo cidadãos, órgãos privados e públicos na ordenação sustentável
do território, depende da boa governança desse ecossistema” (p. 51, tradução nossa).
Variadas disciplinas, entre elas algumas ligadas às ciências políticas e sociais e
estudos da psicologia, tendem a trabalhar com o conceito de participação cidadã em diversas
abordagens (ARSLAN, 2015). Sherry Arnstein, uma das principais pesquisadoras da temática,
em seu principal estudo sobre a temática, “A ladder of citizen participation”, define em forma
de categorias uma “escada de participação”, com oito níveis de participação e seis graus de
poder de decisão (ARNSTEIN, 1969). Após este estudo, outros sobre a participação foram
realizados, além de muitos também utilizarem a metodologia da pesquisadora.
No caso brasileiro, a participação cidadã aflora na agenda pública a partir da
Constituição Federal de 1988, no qual reconheceu o papel importante dos cidadãos na gestão
das Políticas Públicas, através da descentralização e a gestão social via conselhos setoriais
(VILLELA; COSTA; CANÇADO, 2014).
A associação entre os atores sociais e a participação da sociedade civil são fatores
essenciais para o processo de sustentabilidade da localidade (BACHMANN; DELGADO;
MARÍN, 2007; SCHMITT; MORETTO NETO, 2011). Uma cidade se torna inclusiva a partir
do momento no qual ela promove a equidade e o crescimento através da liberdade dos
42
cidadãos para participar plenamente nos assuntos locais, tanto nos que se referem à política,
quanto nos assuntos socais e econômicos (REDDY, 2014). Além disso, “[...] a promoção da
noção de inclusão não só garante uma governança local socialmente justa, mas também é
importante para facilitar o crescimento e, mais importante, o desenvolvimento sustentável”
(REDDY, 2014, p. 3, tradução nossa).
Neste diapasão, Jacobi (1999) afirma que é tarefa do poder local estimular ações que
conduzam os cidadãos à participação, com o objetivo de estimular o discernimento em relação
a questões econômicas, sociais, ecológicas e também culturais. Nesse sentido, a parceria entre
os cidadãos “[...] deve preservar a pluralidade de comportamentos que guiam as dinâmicas
sociais, integrando os segmentos sociais até então não inseridos” (SCHMITT; MORETTO
NETO, 2011, p. 326).
Com a finalidade de alcançar a participação efetiva das comunidades locais, é
necessário que sejam estabelecidos
[...] procedimentos formais de informação, consulta, interação e feedback entre os
tomadores de decisão e as comunidades a nível municipal, incluindo um processo
formal, transparente e periódico de revisão e atualização dos processos de
desenvolvimento (MOLINET et al., 2014, p. 27, tradução nossa).
Além disso, “[...] a fim de gerar uma participação efetiva, os cidadãos têm de ser
informados de tal forma que possam concentrar as suas reivindicações para os tomadores de
decisões” (BACHMANN; DELGADO; MARÍN, 2007, p. 252).
Para o processo de DLS, não se deve abster das capacidades da comunidade, pois é a
comunidade que possui o conhecimento sobre as necessidades do local e pode tomar as
melhores decisões (GARCÉS; HURTADO, 2015). Frente a esta discussão de participação
cidadã e o processo de DLS, Garcés e Hurtado (2015, p. 230) afirmam que
[...] a promoção da participação em todo o processo é relevante para a promoção do
desenvolvimento local, porém é preciso considerar a comunidade como a qualidade
e o sentido da ligação entre os atores locais participantes, independentemente da sua
posição no sistema e suas tarefas específicas.
Ao incorporar a participação cidadã, o DLS compactua com uma visão global e
integrada sobre o contexto do problema e também garante o direito de atuação de diversos
atores sociais (MOREIRA; CRESPO, 2011). Neste sentido, Moreira e Crespo (2011, p. 42)
acrescentam que
[...] o desenvolvimento local destaca a importância da participação, embora atribua
grande importância aos conceitos de território e comunidade, distinguindo-se, assim,
do desenvolvimento participativo, em que as últimas duas dimensões não aparecem
43
como referência. O pilar decisivo do desenvolvimento participativo é o
envolvimento das pessoas.
Para os autores, “[...] é sublinhada a importância da participação das comunidades
locais na resolução dos seus problemas e na valorização dos recursos locais” (MOREIRA;
CRESPO, 2011, p. 42).
Bachmann, Delgado e Marín (2007), em síntese de diversos estudos, esclarecem que a
atuação dos atores sociais locais nas etapas de planejamento e tomada de decisão é primordial
para o planejamento ambiental, sendo imprescindível que todos os atores sociais sejam bem
orientados, informados e instruídos de forma que possam participar democraticamente em
todas etapas de tomada de decisões.
Meessen et al. (2015), em sua pesquisa sobre o DLS em regiões montanhosas da
Sérvia, apontam que ações integradoras e participativas da comunidade no gerenciamento de
unidades de preservação dessas regiões tem se mostrado mais eficazes do que ações
tradicionais de gerenciamento.
Fletcher (2003), em seu estudo na costa inglesa sobre sustentabilidade, representação e
parcerias, encontrou disfunções significativas relacionadas à participação. Tanto o referido
autor quanto Barker (2005) expõem que os principais problemas encontrados no Reino Unido,
em especial na utilização da metodologia para a promoção do desenvolvimento local
sustentável – Integrated Coastal Zone Management (ICZM) – é o baixo suporte público,
indeterminação nas estruturas de representação e a falta de critério para o envolvimento dos
atores sociais.
Apesar da metodologia ICZM ter sido implantada através de fóruns regionais entre os
atores sociais, nos quais abordam as temáticas de desenvolvimento e sustentabilidade, a
participação da comunidade foi limitada. Um dos principais pontos críticos à participação é o
modelo top-down, no qual limita o envolvimento da sociedade (BARKER, 2005).
Em relação a projetos aplicados para a fomentação da participação local, Fleury et al.
(2006), baseado na sociology of translation de Collon publicada em 1986, apresenta quatro
etapas utilizadas na região dos Alpes (França, Suíça, Áustria e Itália), tendo como foco a
agricultura sustentável e o desenvolvimento rural:
a) Problematização – Qual é o problema? Quais são os atores relevantes? – nesta etapa
é recorrente a “re-problematização” e inserir novos parceiros durante o processo;
b) Interesse – Como fomentar parceiros? – Deve-se encontrar atores interessados e
negociar os termos de seu envolvimento;
44
c) Recrutamento – Nesta etapa, o importante é estabelecer e coordenar os papéis dos
atores; e
d) Mobilização de aliados – Designação e representatividade dos porta-vozes. O sucesso
está na capacidade de buscar novos atores sociais e manter os atores iniciais.
A promoção da participação em todo o processo é relevante para a promoção do DLS.
Quando a comunidade local está envolvida no processo, os objetivos estratégicos do DLS são
mais fáceis de serem alcançados. Ademais, a ação local deve estar conectada com uma
comunicação eficiente entre os governos locais e atores sociais (TONKOVIĆ; ZLATAR,
2014; GARCÉS; HURTADO, 2015).
As redes envolvendo o poder público e privado e os atores sociais são primordiais para
o DLS, pois
[...] constituem um ‘espaço relacional’ para as ações coletivas, a partir do qual é
possível o aparecimento de conhecimento tácito – vínculo do capital social com a
geração de processos de inovação territorial – e também de atmosfera de
competição, proporcionando um ambiente propício ao empreendedorismo
socioeconômico (BRAVO, 2014, p. 5, tradução nossa).
A comunidade, organizada em redes, pode garantir o sucesso dos programas de DLS,
aumentar a formação e capacitação da população, garantir e assumir as responsabilidades e
atrair recursos para desenvolver o potencial local (GARCÉS; HURTADO, 2015).
2.3 POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O DESENVOLVIMENTO LOCAL
SUSTENTÁVEL E O PAPEL DA UNIVERSIDADE
Políticas públicas têm como objetivo propor programas e ações que realizam
mudanças na realidade de uma comunidade, através de ações governamentais e também
podendo ser formuladas por outros segmentos não estatais da sociedade. Entretanto, o papel
do Estado é fundamental, mesmo em um contexto de globalização (SOUZA, 2003).
Há duas visões sobre a elaboração e implantação de uma política pública. A visão
estadocêntrica delega toda a obrigação ao ator estatal, cabendo ao Estado ser o protagonista da
formulação de uma política pública. Por outro lado, há a visão multicêntrica, na qual outros
atores podem participar neste processo (SECCHI, 2010).
Para a construção de uma agenda de políticas públicas, a participação da comunidade é
essencial. O engajamento de um grupo ou comunidade em muitos casos acaba sendo mais
importante que a própria detenção de recursos financeiros. Nesta perspectiva, faz-se
45
necessário que os agentes governamentais estejam atentos às demandas locais para poder
atuar em uma agenda pública (COBB; ROSS; ROSS, 1976).
Para Peters e Hogwood (1985) a atenção dada aos problemas públicos geralmente
acaba sendo detectada tardiamente, em vez de serem detectados previamente. Desta forma,
apontam que há uma relação entre as atividades organizacionais e a própria opinião pública,
as primeiras pautando as prioridades e as últimas respondendo aos eventos externos na busca
de uma solução que atenda à demanda popular.
Nesta perspectiva de construção de agendas em busca de soluções aos problemas,
Cohen, March e Olsen (1972) afirmam que a tomada de decisão não deve ser apenas para
encontrar uma solução, mas também harmonizar a relação entre os decision-makers e também
os anseios dos participantes, que, em alguns casos, podem escolher por soluções mais
convenientes.
A escolha e a delimitação de um problema são essenciais para a formulação de uma
política pública, por isso, para Kingdon (1984) é fundamental analisar as condições
envolvidas através de feedbacks e indicadores e ciclos de atenção. Outro fator que interfere
negativamente neste processo é a politics, na qual o peso dos grupos de interesses pode ser
discrepante.
Em relação à implantação de políticas públicas, Sabatier (1986) afirma que existem
duas formas: top-down e bottom-up. A primeira, defendida pelo autor, refere-se a uma tomada
de decisão centralizada, que, para atingir o êxito, são necessárias algumas condições, como:
objetivos claros, teoria causal adequada, processo estruturado a partir da visão de grupos-alvo,
comprometimento e a eficiência dos trabalhadores e suporte aos interessados e aos
implementadores. Já o bottom-up parte da simbiose entre os grupos de interesse a os policy-
makers e leva em consideração algumas variáveis, como: análise da política, os atores sociais
que definem o problema e o envolvimento de todos os stakeholders.
O ideal para a construção de uma agenda é fugir do modelo top-down, no qual todo o
processo decisório é realizado de cima para baixo, e escolher um modelo mais integrativo, em
que os envolvidos (governo, população, etc.) pudessem contribuir e participar
equitativamente.
Gustafsson (1983) explica a importância dos decision-makers em buscarem um
consenso e equilibrarem a relação de forças dentro da relação de poder, com o objetivo de
encontrar “what is best for society”. Essa mudança se faz necessária para qualidade da
democracia e sua eficiência. O autor propõe novos estilos de tomada de decisão, nos quais são
embasados na divisão de poder e responsabilidade consciente. Desta forma, os grupos de
46
interesses e setores governamentais solucionariam os conflitos, barrando a possibilidade que
os mesmos problemas se tornem agenda novamente.
A cooperação entre os atores estratégicos é fundamental para a construção de uma
política pública (RESENDE, 2002; PRESSMAN; WILDAVSKY, 1973). Pressman e
Wildavsky (1973) afirmam que há uma grande dificuldade em mensurar previamente o êxito
de um programa.
De acordo com Silva e Souza-Lima (2010), para obtenção de sucesso em uma política
pública é necessária a realização de um planejamento estratégico que possa compreender toda
a complexidade do processo. Os autores complementam que cada vez mais há uma demanda
por diversos setores da sociedade em relação à sustentabilidade, sendo que o termo
“sustentável” dentro da perspectiva do desenvolvimento deve ser um trabalho coeso entre os
setores público e privado. Para o autor, políticas públicas envolvem todos os setores de uma
sociedade, desde o poder público, a sociedade civil, o setor privado, até, em muitos casos, os
organismos internacionais.
Neste sentido, o papel da Universidade se torna primordial na discussão de políticas
públicas e DLS. Estando em um ambiente de constantes mudanças, as Universidades devem
reforçar seu caráter inovador e garantir seu espaço fundamental e central na criação,
transmissão e disseminação do conhecimento, e, desta forma, reforçando seu papel estratégico
(GOERGEN, 1998; BERNHEIM; CHAUÍ, 2008). E nesse espaço de constantes mudanças, o
papel da Universidade deve ser encarado como um bem público e estar atrelado ao projeto de
país, no qual seja levado em consideração seu caráter solidário e cooperativo (SANTOS,
2011).
Neste diapasão de papel de construção do processo de conhecimento, a Universidade
acaba por garantir a formação do cidadão, a promoção da cidadania e também a garantia das
liberdades (ALMEIDA, 2015), contribuindo para a transformação da realidade social e
também promovendo o desenvolvimento humano e social (PINTO, 2008; MEDEIROS
JÚNIOR, 2004). A tríade ensino, pesquisa e extensão busca, através da interação
Universidade e Comunidade, propor e solucionar problemas através do processo de
aprendizagem e construções de ideias, no qual possa se promover o capital humano através do
desenvolvimento sustentável da sociedade (BOLAN; MOTTA, 2008).
Segundo Silva (2002), o ensino foi a primeira função essencial das universidades,
posteriormente vieram a pesquisa e, por fim, a extensão, que buscou a conexão entre a
Universidade e seu entorno. Para Frantz e Silva (2002, p. 105), “[...] a extensão foi sempre um
47
conceito ligado à ideia de função social da universidade e forma pela qual poderia intervir
junto a setores sociais em sua volta”.
Assim, o atual papel da Universidade se torna encorajador. Estando inserida em um
espaço no qual o processo de transformação é constante, ela também deve se conectar com as
comunidades ao seu entorno e garantir ou proporcionar desenvolvimento inclusivo e
participativo. Neste sentido, esta pesquisa buscou descrever a relação do Estado, Universidade
e Comunidade durante o processo de implantação de políticas públicas voltadas ao DLS no
contexto da província de Mayabeque, Cuba. O que se relatou durante o estudo foi que a
participação da comunidade é ponto chave para as pautas dos policy-makers (UNAH e
Estado), assim como afirma Peters e Hogwood (1985). Desta forma, a pesquisa buscou
apontar diretrizes que possam contribuir para o contexto brasileiro, e também analisar o papel
da população na construção de agendas (participação).
48
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Nesta etapa, foram abordados os procedimentos metodológicos que foram aplicados
na pesquisa. Foram apresentadas as fases para a construção da pesquisa, partindo de sua
abordagem e caracterização, detalhamento de suas fases, as técnicas de coleta, tratamento e
análise de dados até o processo de triangulação dos dados coletados.
Em cada uma dessas fases, o pesquisador justificou suas escolhas para a construção de
seu método científico. A adoção de um método científico é importante para todas as áreas e
saberes por se caracterizar como uma etapa do processo de conhecimento (RICHARDSON,
1999) e por não haver ciência sem a adoção desses métodos (LAKATOS; MARCONI, 1999).
3.1 ABORDAGEM, CARACTERIZAÇÃO E DETALHAMENTO DAS FASES DE
PESQUISA
A pesquisa teve como forma de abordagem o estudo qualitativo, pois buscou
entender e analisar um fenômeno social (RICHARDSON, 1999), o que no caso da presente
pesquisa foi a proposta de diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas pautadas
na metodologia de DLS adotada pela UNAH. Richardson (1999) acrescenta que a pesquisa
qualitativa é representada pela percepção de um fenômeno social através de entrevistas,
técnica utilizada nesta pesquisa, e “[...] análises qualitativas da consciência articulada dos
atores envolvidos no fenômeno” (p. 102).
Bryman (2004) acrescenta que o foco da pesquisa qualitativa são os indivíduos e que
não pode ser ignorada a perspectiva do pesquisador. A interpretação dos fenômenos e a
atribuição de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa, não requerendo o
uso de métodos e técnicas estatísticas.
De acordo com Godoy (1995) e Bryman (2004), o pesquisador é o instrumento
fundamental para a pesquisa qualitativa, e o ambiente natural a fonte direta de dados. Desta
forma, buscou o investigador iniciar in loco a análise da metodologia de DLS adotada pela
UNAH. Durante todo o período de coleta de dados em Cuba, buscou-se observar e não
interferir no ambiente natural, durante a realização das entrevistas e documentação da
realidade em que se inseriu (através de fotografias e filmagens).
A pesquisa se caracterizou ainda como descritiva, o que de acordo com Gil (2002),
apresenta certo recorte da realidade, com o interesse de descobrir e observar fenômenos, a fim
de descrevê-los, classificá-los e interpretá-los, relacionando-os com suas variáveis.
49
Neste sentido se objetivou na presente pesquisa realizar uma análise da metodologia
adotada pela UNAH, relacionando os aspectos sociais, econômicos, políticos a percepções de
diferentes grupos e comunidades envolvidas. Ainda para Barros e Lehfeld (2007), a pesquisa
descritiva leva em consideração seu estudo, a análise e sua interpretação, e neste sentido se
propõe a analisar e interpretar os diferentes elementos da metodologia (papel do Estado, da
Universidade e da Comunidade) estudada em ordem a relacioná-los com uma possível
inserção em futuras políticas públicas. Para melhor compreensão, esta dissertação terá os
procedimentos metodológicos apresentados no Quadro 3.
Quadro 3 – Síntese dos procedimentos metodológicos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Abordagem Propósito Técnicas de coleta de dados Técnicas de análise
Qualitativa Descritivo
Entrevista
Pesquisa bibliográfica e documental
Observação não participante
Análise de conteúdo
Análise interpretativa
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Para a construção desta pesquisa, o autor delimitou o passo-a-passo do processo de
desenvolvimento através dos procedimentos adotados pelos autores Carvalho e Vergara
(2002) e, posteriormente, foi adaptado ao contexto desta pesquisa (Figura 1).
Figura 1 – Detalhamento das fases da pesquisa
Fonte: Elaborado pelo autor (2017) baseado em Carvalho e Vergara (2002).
Primeira Fase
• (1) Revisão bibliográfica;
• (2) Seleção dos atores sociais pertinentes à pesquisa;
• (3) Elaboração do roteiro de entrevistas semiestruturadas, nos quais será possível explorar o papel de cada ator no processo e o significado da experiência social;
Segunda Fase
• (4) Coleta de dados em Cuba, através de entrevistas semiestruturas com atores sociais participantes do fenômeno estudado, documentos e observação;
Terceira Fase
• (5) Agrupamento de depoimentos em temas – Estado, Universidade e Comunidade na construção do processo de DLS;
Quarta Fase
• (6) Reunião de informações para a construção da descrição geral do fenômeno estudado;
• (7) Análise de conteúdo dos depoimentos segundo os temas;
• (8) Triangulação dos dados;
Quinta Fase
• (9) Exposição das diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas pautadas na metodologia de DLS adotada pela UNAH;
• (10) Discussão de como a análise possibilitou uma melhor compreensão de como a realidade é apresentada.
50
3.2 PRIMEIRA FASE: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMÁTICA, SELEÇÃO DOS
ATORES SOCIAIS E ELABORAÇÃO DAS ENTREVISTAS
A primeira fase foi dividida em três etapas: revisão bibliográfica sistemática, seleção
dos atores sociais pertinentes à pesquisa e elaboração de questionários (semiestruturados), nos
quais foi possível explorar o papel de cada ator no processo e o significado da experiência
social. Seguem detalhamentos das três etapas utilizadas pelo pesquisador durante a primeira
fase do processo de pesquisa.
A revisão bibliográfica foi dividida em duas etapas. A primeira etapa foi a revisão
narrativa e a segunda a revisão sistemática.
a) Revisão Bibliográfica Narrativa: Esta etapa consistiu pela seleção de livros e
textos clássicos que abordam o tema de desenvolvimento sustentável, participação
cidadã, políticas públicas e o papel da universidade. As escolhas dos livros e
textos foram realizadas pelo pesquisador e sua orientadora dentre as obras mais
conhecidas e relevantes na comunidade acadêmica;
b) Revisão Bibliográfica Sistemática: Durante esta etapa, foi realizada em conjunto
com integrantes do grupo de pesquisa SAPIENTIA a revisão bibliográfica
sistemática nas bases de dados da WEB OF SCIENCE (ISI), SCOPUS, EBSCO
Host, SCIELO e SPELL, todas sendo acessadas via rede da UDESC e UFSC. A
consulta foi realizada até o ano de 2016 e não houve restrição temporal. As
palavras-chave pesquisadas foram: “sustainable local developmet” OR
(“sustainable development” AND “local development”). A pesquisa foi realizada
no dia 06 de dezembro de 2016. Todas as publicações encontradas, foram
posteriormente exportadas ao software EndNote para auxiliar no gerenciamento
dos arquivos. Os resultados encontrados e os procedimentos utilizados em cada
base de dado podem ser verificados no Quadro 4.
51
Quadro 4 – Procedimentos Revisão Bibliográfica Sistemática
Bases de dados Procedimentos
WEB OF SCIENCE (ISI) As palavras-chave foram buscadas no campo tópicos dos artigos da base. Artigos
encontrados: 221.
SCOPUS
As palavras-chave foram buscadas nos campos title, abstracts e keywords da base
de dados.
Artigos encontrados: 331.
EBSCO Host As palavras-chave foram buscadas em resumos dos artigos da base.
Artigos encontrados: 171.
SCIELO As palavras-chave foram buscadas em resumos dos artigos da base.
Artigos encontrados: 30.
SPELL As palavras-chave foram buscadas em resumos dos artigos da base.
Artigos encontrados: 116.
Fonte: elaborado pelo pesquisador a partir dos dados do Grupo de Pesquisa Sapientia (2017)
Todos os documentos foram revisados com o objetivo de excluir os artigos duplicados
e selecionar apenas os artigos em inglês, português e espanhol. Do total de 849 artigos
encontrados, 269 foram excluídos, conforme Quadro 5.
Quadro 5 – Seleção inicial dos artigos
Bases de dados Artigos
encontrados
WEB OF SCIENCE 221
SCOPUS 311
EBSCOHost 171
SCIELO 30
SPELL 116
Total 849
Artigos duplicados e/ou que não estivessem escritos em inglês, espanhol ou português. 269
Resultado Final 580
Fonte: Grupo de Pesquisa Sapientia – ESAG/UDESC (2016).
Após a seleção dos 580 artigos, os documentos foram divididos entre os membros do
grupo de pesquisa Sapientia para leitura técnica dos resumos para analisar a pertinência dos
artigos com a pesquisa desenvolvida pela equipe. Após análise, 90 artigos foram considerados
pertinentes e foram fichados. Estes artigos serviram de base para a construção da
fundamentação teórica sobre DLS.
Para a compreensão de todo o processo de DLS, foi necessário realizar a seleção dos
atores sociais pertinentes a esta pesquisa. Desta forma, o pesquisador e sua orientadora
julgaram necessária a participação de membros que representassem os setores envolvidos na
metodologia de DLS: Universidade e Estado (UNAH e Centro Universitário Municipal de
San Nicolas), com a escolha de professores e responsáveis pela aplicabilidade,
acompanhamento e avaliação da metodologia de DLS, e a Comunidade, com a escolha de um
52
agricultor e também de um representante do conselho popular da localidade pesquisada. A
identificação dos entrevistados no texto foi feita por códigos para a preservação do sigilo dos
participantes, conforme apresentados no Quadro 6.
Quadro 6 – Grupo de entrevistados
Nº Código Grupo de entrevistados Local de entrevista
01 A001 Professor – UNAH UNAH
02 A002 Professor – UNAH UNAH
03 A003 Professor – UNAH UNAH
04 B001
Chefe de Departamento de Desenvolvimento
Comunitário do Centro Universitário
Municipal de San Nicolas
San Nicolas – Província de
Mayabeque - Cuba
05 C001 Agricultor
Propriedade agrícola do referido
agricultor em San Nicolas –
Província de Mayabeque – Cuba
06 D001 Presidente do Conselho Popular
Local de reuniões do Conselho no
distrito de San Antonio – distrito de
San Nicolas – Província de
Mayabeque – Cuba
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Com os atores sociais já escolhidos, a etapa de elaboração do roteiro de entrevistas
focou em identificar o papel de cada setor envolvido (Universidade, Estado e Comunidade) no
processo de DLS da localidade pesquisada. Desta forma, foi possível identificar e caracterizar
a referida metodologia de DLS e, posteriormente, estabelecer diretrizes que possam orientar a
formulação de políticas públicas com foco em DLS. O roteiro de entrevistas (em conjunto
com as transcrições das entrevistas) está exposto no Apêndice A.
Para melhor explorar o fato pesquisado e ter maior flexibilidade durante a coleta de
dados através de entrevistas, o pesquisador decidiu por utilizar em todas as situações a
entrevista semiestruturada. De acordo com Gray (2012), este formato de entrevista permite o
pesquisador seguir um roteiro, entretanto, podendo variar de acordo com o indivíduo a ser
investigado.
3.3 SEGUNDA FASE: COLETA DE DADOS EM CUBA - ENTREVISTAS
SEMIESTRUTURADAS, DOCUMENTOS COLETADOS E OBSERVAÇÃO NÃO
PARTICIPANTE
Após a revisão bibliográfica realizada, atores sociais e roteiros de entrevistas
definidos, deu-se início à fase da coleta dos dados necessária para a elaboração da pesquisa.
53
Neste contexto, após vários contatos entres as duas instituições (UNAH e UDESC), no
dia 22 de setembro de 2016, tanto o pesquisador quanto sua orientadora e outros membros do
grupo de pesquisa, viajaram para Cuba para se reunir com membros da UNAH. Durante esta
visita, que durou aproximadamente dez dias, foram realizadas reuniões com professores,
mestres e doutores dos grupos de pesquisa CEDAR, CEESA e FORGET, todos com foco,
direta ou indiretamente, no estudo em DLS.
Assim, durante esse período, a equipe que esteve em Cuba teve contato com a
metodologia adotada pela UNAH e também visitou projetos e experiências que foram
compartilhados neste estudo, além de ter acesso a todos os arquivos (documentos) necessários
para a análise documental desta pesquisa. Além disso, foram realizadas entrevistas com os
professores da UNAH, Chefe de Departamento de Desenvolvimento Comunitário do Centro
Universitário Municipal de San Nicolas, agricultor e Presidente do Conselho Popular de San
Antonio, distrito de San Nicolas. O processo de coleta de dados (entrevistas, documentos e
observação) foi concluído no dia 01 de outubro de 2016. A seguir são apresentadas as etapas
da coleta de dados.
Todas as entrevistas respeitaram as questões éticas, não expondo os candidatos a
qualquer tipo de constrangimento, garantindo em todo o momento a transparência e os
objetivos da pesquisa. As entrevistas foram realizadas in loco e ocorreram entre os dias 23 de
setembro a 28 de setembro de 2016, em Cuba. No país, as entrevistas foram estruturadas em
quatro fases:
a) Entrevista com professores e pesquisadores da Universidad Agrária de La
Habana. Neste momento, o investigador, juntamente com sua orientadora,
conduziu as entrevistas com o objetivo de encontrar a relação entre a UNAH e as
crescentes experiências de DLS no país. As entrevistas foram norteadas para
responder questões acerca das experiências de agricultura cubana, capacitação de
agricultores através da Universidade, políticas públicas com foco agrário, relatos
de experiências positivas e negativas e metodologias implementadas, como por
exemplo, a própria metodologia implementada pela UNAH. Foram entrevistados
três professores e as entrevistas estão disponíveis no Apêndice A.
b) Chefe de Departamento de Desenvolvimento Comunitário do Centro
Universitário Municipal de San Nicolas: O investigador realizou a entrevista no
Centro Universitário Municipal de San Nicolas com o objetivo de conhecer o
papel dessa unidade na comunidade na qual está inserida. Além disso, a entrevista
54
foi conduzida para expor a relação da UNAH com o CUM e os projetos que são
desenvolvidos. A entrevista está disponível no Apêndice A.
c) Entrevista com agricultor: O investigador entrevistou um agricultor, que também
é ligado à UNAH. A entrevista foi conduzida com o objetivo de captar as
percepções de quem vive o dia-a-dia do DLS. Foram investigadas também suas
experiências, frustrações e também perspectiva de futuro. A entrevista está
disponível no Apêndice A.
d) Entrevista com Presidente do Conselho Popular de San Antonio, distrito de San
Nicolas: Nesta etapa, o pesquisador entrevistou o Presidente do Conselho Popular
para investigar o papel do Conselho Popular e da população no processo de
desenvolvimento local sustentável. A entrevista está disponível no Apêndice A.
No período em que o pesquisador esteve em Cuba, foram realizadas também pesquisas
documentais na UNAH (projetos de extensão, pesquisas, programas, metodologias, slides de
apresentações, manuais, etc.), no Centro Universitário Municipal de San Nicolas (projetos,
manuais, programas, slides de apresentações, etc.) e no Conselho Popular de San Antonio
(cronograma de atividades, leis que regulamenta o Conselho, atestados, projetos, etc.). Para
Gray (2012), há diversas formas de arquivos, que podem ser material escrito, gravação de som
e imagem, fotografia e etc., e o pesquisador, neste caso, explorou o máximo possível da
análise documental para dar maior pluralidade à pesquisa em questão. Desta forma, para a
composição desta pesquisa, foram utilizados os documentos apresentados no Quadro 7.
Quadro 7 – Documentos coletados em Cuba
Fonte Síntese
A Lei nº 91 de 13 de julho de 2000, aprovada pela
Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba.
Lei regulamenta e estabelece atribuições aos
Conselhos Populares de Cuba
Projeto de DLS: “Del azúcar al humedal Playa Caimito -
Ruta Turística”.
Projeto implantado pelo Centro Universitário
Municipal (CUM) de San Nicolás. Documento
foi coletado em visita ao local.
Projeto de DLS: “Estrategia de capacitación popular, el arte
de crear arte”,
Projeto implantado pelo Centro Universitário
Municipal (CUM) de San Nicolás. Documento
foi coletado em visita ao local.
Slides – Metodologia para o Desenvolvimento Local
Sustentável.
Ao todo são quatro apresentações em Slides, nas
quais foram utilizadas pelos professores da
UNAH para apresentar a metodologia de DLS.
Panfletos e informativos sobre a metodologia de DLS.
Durante a apresentação da referida metodologia
foram entregues panfletos e informativos sobre
ela.
Artigo de Alejandro Emilio Ramos Rodriguez e Rafael
Ojeda Suárez – “La participación ciudadana para el
desarrollo local en municipios inteligentes”.
Artigo foi escrito por um dos idealizadores da
metodologia estudada.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
55
Durante a viagem a Cuba, que ocorreu entre os dias 22 de setembro a 01 de outubro, o
pesquisador realizou visitas a projetos vinculados à UNAH, na província de Mayabeque. Para
Somekh e Jones (2015), a observação permite ao pesquisador analisar comportamentos a
partir de uma visão sistemática, além de agregar à pesquisa um olhar etnográfico. As
observações foram abertas (as pessoas estavam cientes que foram observadas) em todas as
visitas realizadas.
3.4 TERCEIRA FASE: AGRUPAMENTO DE DEPOIMENTOS EM TEMAS
Após ter todos os dados coletados (descrição das entrevistas no Apêndice A, análise
documental e observação não participante expostos nos itens 4.3.2 e 4.3.3, respectivamente),
foi possível realizar o agrupamento de depoimentos em temas. Desta forma, para atingir o
objetivo geral desta pesquisa, fez-se necessária a análise dos dados através de temas acerca do
Estado, da Universidade e Comunidade, conforme discutido no referencial teórico (Figura 2).
Assim, o quadro 9 apresenta os temas elencados.
Figura 2 – Formulação das diretrizes
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Quadro 8 – Exposição de temas para a análise
OBJETIVO GERAL: Proposta de diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas pautadas na
metodologia de desenvolvimento local sustentável adotada pela UNAH
Tema 1 O papel do Estado no processo de DLS
Tema 2 O papel da Universidade no processo de DLS
Tema 3 O papel da Comunidade no processo de DLS
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
Estado
Universidade
Comunidade
Política pública para o DLS
Formulação de diretrizes
56
3.5 QUARTA FASE: REUNIÃO DE INFORMAÇÕES, ANÁLISE DE CONTEÚDO E
TRIANGULAÇÃO DOS DADOS
Com os depoimentos agrupados, foi possível reunir as informações em torno dos
temas que foram investigados. Para a análise de dados, utilizou-se da análise de categorial
adaptada aos temas de pesquisa: Estado, Universidade e Comunidade em conjunto com a
análise interpretativa. A análise de conteúdo é utilizada em pesquisas qualitativas, nas quais
requerem uma leitura inicial para a organização das ideias e posteriormente analisar os
elementos relacionados aos temas (RICHARDSON, 1999).
Após a análise dos depoimentos, foi realizada a análise interpretativa dos temas, na
qual foram realizadas as críticas e julgamentos em relação ao conteúdo coletado. Para
Severino (2002), a tomada de posição, a partir da concepção de um juízo crítico, deve
respeitar critérios que devem ser “[...] delimitados pela própria natureza do texto lido” (p. 57).
Para compor a análise de dados foram utilizados os documentos coletados, os
depoimentos dos atores locais, artigos da revisão sistemática e também a observação não
participante. Desta forma, foi possível realizar a triangulação das informações obtidas, através
dos temas de pesquisa.
A análise dos dados foi condicionada a uma pré-análise do material coletado, com uma
posterior exploração do material, tratamento dos dados e, por fim, a triangulação desses
dados. Todas as etapas da análise se condicionaram aos temas escolhidos pela pesquisa.
A partir da análise de conteúdo e interpretativa foi possível alcançar os objetivos
específicos da pesquisa, conforme procedimento exposto no Quadro 9.
57
Quadro 9 – Procedimentos para os objetivos específicos
Objetivos específicos Técnicas de coleta d
e dados Resultados esperados Análise dos dados
Caracterizar a metodologia de
DLS da UNAH. Análise documental
Apontar o papel do
Estado, Universidade e
Sociedade na
metodologia e apontar
sua aplicabilidade na
realidade do entorno da
UNAH.
Descrição dos
documentos coletados
Descrever projetos e
experiências de DLS
implementadas nas
comunidades do entorno da
UNAH
Análise documental
Apresentar os projetos
aplicados e também o
papel do Estado,
Universidade e
Sociedade durante o
processo.
Descrição dos
documentos coletados
Identificar na percepção dos
atores pesquisados a relevância
do uso dos referenciais da
metodologia de DSL utilizado
pela UNAH.
Análise das entrevistas
semiestruturadas com os
atores identificados e
observação não
participante.
Identificar a percepção
dos entrevistados sobre
o processo de DLS e seu
papel no
desenvolvimento dos
projetos implantados.
Descrição das
entrevistas realizadas.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
3.6 QUINTA FASE: EXPOSIÇÃO DE DIRETRIZES PARA ORIENTAR A
FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E DISCUSSÃO E COMPREENSÃO
SOBRE A REALIDADE APRESENTADA
Na última fase da pesquisa, após a descrição e análise dos dados coletados, foi
possível, por meio da análise interpretativa, propor três diretrizes para orientar a formulação
de políticas públicas pautadas na metodologia de DLS adotada pela UNAH. A formulação das
diretrizes respeitou a divisão temática – Estado, Universidade e Comunidade – proposta pela
pesquisa. Além da proposta de diretrizes que se restringiram à escolha dos temas de pesquisa,
foi elaborado também recomendações.
Por fim, nas considerações finais, foram apresentados os principais resultados da
pesquisa, uma breve discussão sobre o contexto brasileiro, fatores limitantes da pesquisa e
também recomendações e futuros estudos. No Quadro 10 é apresentada a estrutura da
dissertação e os procedimentos utilizados em cada parte da pesquisa.
58
Quadro 10 – Estrutura da dissertação
Estrutura da dissertação Procedimentos
Parte I
- Introdução;
- Exposição do
problema de pesquisa;
- Objetivos; e
- Justificativa
Nesta etapa, foi apresentado o contexto cubano, a situação problema,
os objetivos e a justificativa da pesquisa.
Parte II
- Referencial Teórico
- Diagnóstico da
situação problema
Essa etapa foi construída após a revisão da literatura e teve como
objetivo a definição de conceitos como Desenvolvimento Local,
Desenvolvimento Sustentável e Políticas Públicas. Além disso,
também foi apresentado o papel da participação cidadã e da
Universidade no processo de promoção do DLS.
Além disso, foi elaborada nesta parte o diagnóstico da situação
problema, no qual foi relatado o contexto da pesquisa e também a
contextualização da UNAH
Material utilizado: livros e artigos clássicos e artigos obtidos através de
pesquisa sistemática nas bases de dados selecionadas pela pesquisa. E
para a contextualização da UNAH foram utilizados documentos que
foram coletado in loco.
Parte III - Procedimentos
Metodológicos
Nesta etapa, foram apresentados todos os procedimentos
metodológicos da pesquisa. Foi detalhada a metodologia, o método
utilizado na pesquisa, as ferramentas de coletas de dados e também a
estruturação da análise de dados (triangulação).
Material utilizado: livros de metodologia indicados pela orientadora.
Parte IV
- Resultados e análise
dos dados coletados; e
- Exposição das
diretrizes para orientar
a formulação de
políticas públicas.
Nesta fase, foi apresentada e descrita a metodologia de DLS adotada
pela UNAH e, após a análise dos dados coletados foi possível a
apresentação das diretrizes para orientar a formulação de políticas
públicas. Foi através de processo de triangulação entre a pesquisa
bibliográfica, buscando relatos de experiências e práticas através de
artigos científicos, livros, revistas e jornais; a pesquisa documental que
foi realizada na UNAH, Centro Universitário Municipal de San
Nicolas e Conselho Popular de San Antonio; as entrevistas com os
professores e pesquisadores da Universidad Agrária de la Habana,
chefe de Departamento de Desenvolvimento Comunitário do Centro
Universitário Municipal (CUM) de San Nicolas, presidente do
Conselho Popular de San Antonio, distrito de San Nicolas, e entrevista
com o agricultor que utilizava a agricultura como fonte de renda; e
também a observação que foi realizada pelo pesquisador.
Material utilizado: documentos coletados in loco, informações
coletadas através de entrevistas, que estão expostas no Apêndice A, e
também observação durante visita.
Parte V
- Fatores limitantes da
pesquisa;
- Sugestão para novos
estudos; e
- Conclusão
Por fim, foram apresentados os fatores limitantes da pesquisa e
também sugestão para novos estudos, com isso, foi possível concluir o
processo de pesquisa.
Fonte: Elaborado pelo autor (2017).
59
4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS COLETADOS E RESULTADOS
Nesta etapa, iniciou-se com o diagnóstico da situação problema e a caracterização da
metodologia de DLS da UNAH, apresentando os principais projetos implantados por aquela
Universidade e também a exposição do papel do Estado, da Universidade e da Comunidade
no desenvolvimento da referida metodologia. A seguir apresentou-se a análise dos dados que
foram coletados, através da triangulação de entrevistas, documentos e observação não
participante e também utilização da revisão bibliográfica sistemática.
4.1 DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO PROBLEMA
Nesta etapa, foram expostos o contexto no qual se ocorreu o processo de pesquisa e também a
contextualização da Universidad Agraria de La Habana (UNAH).
4.1.1 Contexto da pesquisa
Antes da realização desta pesquisa, o investigador ingressou no mês de maio de 2016
no grupo de pesquisa SAPIENTIA (Grupo de Estudos das Transformações Sociais: Relações
de Trabalho e Sociedade) da Universidade do Estado de Santa Catarina. O grupo SAPIENTIA
é liderado pela orientadora do pesquisador, Clerilei Aparecida Bier, e atualmente tem como
projeto de pesquisa o “Levantamento de metodologias de promoção do desenvolvimento local
sustentável: um estudo comparativo das iniciativas do poder público brasileiro e da União
Europeia”, no qual todos os alunos de Mestrado Acadêmico e Professional e Doutorado fazem
parte e contribuem para o mesmo. Dentro desta linha, optou-se pelo estudo de outra
metodologia, que poderia enriquecer e contribuir para o projeto do grupo.
Desta forma, conhecendo a experiência e estudos relacionados na área e também
conhecendo acadêmicos tanto da Universidade do Estado de Santa Catarina e Universidade
Federal de Santa Catarina que poderiam ser facilitadores no processo de contato, decidiu-se
por escolher a experiência da UNAH. A UNAH, localizada na província de Mayabeque,
Cuba, tem trabalhado com uma metodologia que envolve o Estado, a Universidade e a
Comunidade, para construção de cidades inteligentes e DLS.
O estudo da metodologia desenvolvida e aplicada no contexto cubano despertou no
pesquisador o interesse em propor diretrizes para orientar a formulação de políticas públicas
pautadas na metodologia de DLS adotada pela UNAH, uma vez que o mesmo entende que a
60
participação da sociedade civil, Estado e Universidade no planejamento e construção de
políticas públicas são essenciais para o processo de DLS.
O DLS vem ganhando espaço tanto nas discussões acadêmicas, como também em
importância no planejamento estratégico territorial de estados e cidades. A participação de
vários atores sociais no processo de DLS, entre eles, Estado, Universidade e Comunidade, é
um desafio para o sucesso de qualquer programa a ser implementado. O desenvolvimento
participativo e a interlocução entre atores sociais podem reduzir a crise de legitimidade na
esfera política, e tornar-se um pilar decisivo na adoção do modelo de DLS.
Neste sentido é que o presente trabalho, através da caracterização da metodologia de DLS
utilizado pela UNAH, da descrição de seus projetos e experiência, bem como da identificação
da percepção dos atores envolvidos no processo, pretende corroborar a relevância da referida
metodologia na discussão de políticas públicas e DLS.
4.1.2 Contextualização da UNAH
A Universidad Agraria de La Habana “Fructuoso Rodríguez Pérez” – UNAH – está
localizada no município de San José de Las Lajas, província de Mayabeque, Cuba. Suas raízes
estão na Universidad de La Habana e atualmente se organiza de forma independente e possui
diversos cursos, nos quais se destacam: Medicina Veterinária e Zootecnia, Engenharia
Agronômica, Engenharia Agrícola, Engenharia de Informática, Contabilidade e Finanças,
Engenharia Industrial, Estudos Socioculturais, Direito, Comunicação Social, Psicologia,
Pedagogia e Cultura Física (vertente da Educação Física).
A UNAH mantém vínculo de cooperação acadêmica com 23 países e 131 convênios
com diversas universidades, além disso, desenvolve projetos em conjunto com as
Organizações das Nações Unidas (ONU) em relação à gestão sustentável e o desenvolvimento
local.
A Universidade tem como missão contribuir para o desenvolvimento sustentável do
país através de treinamento abrangente e melhoria contínua de profissionais, pesquisa
científica e extensão universitária, e tem como visão:
a) Lealdade à Revolução e defesa de seus princípios;
b) Posicionar-se entre as cinco melhores universidades do país;
c) Liderança no ensino superior e integração com o setor agrícola
d) Integração entre as ciências sociais, pedagógicas e agrícolas; e
e) Internacionalização de programas credenciados de graduação e pós-graduação.
61
Dentro da UNAH, encontram-se os grupos de pesquisa que realizam a implantação da
metodologia de DLS em comunidades nos arredores. São três grupos que trabalham em
conjunto, são eles: Centro de Desarollo Agrario y Rural (CEDAR), Programa de
Fortalecimiento de Capacidades de Gestión en Entidades Cubanas (FORGEC) e Centro de
Estúdios de La Educación Superior Agropecuária (CEESA). O Erro! Fonte de referência não
encontrada. apresenta as áreas de atuação e de conhecimento de cada grupo de pesquisa.
Quadro 11 – Grupos de pesquisas e áreas de atuação e conhecimento – UNAH
Grupos de
pesquisa Áreas de atuação
Áreas de
conhecimento
CEDAR
Estudos na área de Desenvolvimento Local Sustentável, promoção
da participação ativa de diversos atores sociais, construção coletiva
de novos conhecimentos, gestão de sistemas de informação
geográfica que permitem a transformação do território no âmbito
social, ambiental, econômico e cultural.
Desenvolvimento
FORGEC
Desenvolvimento de estratégias de gestão dirigidas à criação de
capacidades, na medida em que professores, gestores universitários
e atores sociais possam melhorar suas capacidades para
desempenhar suas funções e alcançar resultado com maior
eficiência, eficácia e de maneira sustentável.
Gestão
CEESA
Estudo da problemática do ensino superior, com o objetivo de
aumentar a qualidade da formação dos profissionais, melhorar a
gestão dos processos universitários e o desenvolver programas de
formação acadêmica.
Educação
Fonte: Elaborado pelo autor com informações dadas pelos professores integrantes dos grupos (2016).
4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS COLETADOS
Esta fase se dividiu em dois momentos, primeiro a caracterização da metodologia de
DLS da UNAH através dos documentos coletados e também a exposição de dois projetos
adotados pela UNAH. Neste momento, houve a reunião de informações para a construção da
descrição geral do fenômeno estudado em Cuba, através de pesquisas documentais na
Universidad Agraria de La Habana, Centro Universitário Municipal de San Nicolas, e no
Conselho Popular de San Antonio, conforme exposto nos procedimentos metodológicos.
No segundo momento, foi identificada na percepção dos atores pesquisados a
relevância do uso dos referenciais da metodologia de DSL utilizada pela UNAH. Através da
percepção dos atores entrevistados, foram apresentados os papeis do Estado, da Universidade
e da Comunidade no processo de DLS e desenvolvimento dos projetos implantados.
62
4.2.1 Caracterização da metodologia de desenvolvimento local sustentável adotada pela
UNAH
Em um primeiro momento da investigação, acreditava-se que a referida Universidade
pudesse utilizar também a metodologia de “Camponês a Camponês” da Asociación Nacional
de Agricultores Pequeños (ANAP) para o desenvolvimento da localidade. Entretanto, foi
apontado por todos os entrevistados que esta metodologia não era utilizada e que a
metodologia utilizada era a que foi descrita nesta etapa.
A metodologia de Camponês a Camponês é um movimento que há trinta anos se
esforça no trabalho com pequenos agricultores e em princípios agroecológicos, solidários e
inovadores. O Movimento opõe-se ao atual sistema de agricultura que degrada o meio
ambiente e o bem-estar social, e garante os direitos dos pequenos agricultores a uma vida
mais justa e sustentável para o desenvolvimento agrícola (HOLT-GÍMENEZ, 2008).
Entretanto, o entrevistado C0001 relatou que a “Camponês a Camponês” se refere a
um procedimento passado e que a troca de conhecimento via camponeses (pequenos
agricultores) foi importante num devido momento, em particular no “Período Especial em
Tempo de Paz”, e que agora o papel da Universidade se torna essencial para o processo de
conhecimento e aprendizagem da comunidade.
Em palestras de apresentação da metodologia adotada pela UNAH, seu idealizador,
Alejandro Emilio Ramos Rodriguez, apresentou-a como Metodologia da Tríplice Hélice
Social para o DLS, na qual os principais atores são o Estado, a Universidade e a Comunidade.
A metodologia é orientada ao desenvolvimento humano e à participação cidadã,
enfatizando os pontos fortes e potenciais da comunidade, tendo como ferramenta o
desenvolvimento de capacidades, no qual tem o apoio da Universidade. Para Rodriguez e
Suárez (2014, p. 2) (Tradução nossa)
A ausência ou a escassez de oportunidades de participação dificulta a formação e
desenvolvimento de habilidades e auto direções, que influenciam a competência
objetiva e percebida na capacidade de relacionamento.
O desenvolvimento participativo da comunidade é chave primordial para o sucesso de
projetos que focam no DLS e
a participação se torna um objetivo do desenvolvimento humano, enquanto é um
meio de progredir. Mas a promoção do desenvolvimento humano requer governança
com participação da comunidade na forma como no conteúdo da participação cidadã
(RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014, p. 3) (Tradução nossa).
63
Na metodologia, a participação é a base para legitimar as ações de políticas públicas
implantadas tanto pelo governo quanto pela Universidade. Miguel (2010, p. 52) (Tradução
nossa) confirma esta afirmação informando que
O papel da participação dos cidadãos na concepção de políticas públicas tem
recebido atenção desde os anos 50. Há uma realidade sociológica, cultural e política
em que os pilares da qualidade democrática do sistema decisional estão
fundamentadas na participação, e cujo reconhecimento tende a um estilo de governo
mais ágil, inclusivo e eficiente.
Neste sentido, para buscar uma forma de governo mais ágil e inclusiva, a metodologia
aplicada pela UNAH traz como pontos fortes o enforque na importância do local e também na
participação cidadã. Ela tem como objetivo reconhecer os elementos teóricos e metodológicos
básicos como base do processo de investigação e mudança social através das potencialidades
locais, tendo como foco a solução de problemas de seu entorno, de acordo com o exposto na
figura 3.
Figura 3 – Objetivos da metodologia da UNAH
Fonte: Adaptado de apresentações em slides sobre a metodologia (2016).
De acordo com slides de apresentações durante a visita da equipe em Cuba, o foco no
desenvolvimento local garante ao município um papel de protagonista na busca por soluções
de seus problemas, devendo as municipalidades abandonar a visão mercadológica e focar na
visão desenvolvimentista para o progresso local.
Necessidades humanas que buscam respostas aos problemas
da vida
Investigação científica – UNAH
Busca por soluções inovadoras e criativas
Método científico e aplicação de metodologia
64
O município deve incentivar o trabalho comunitário focado no DLS, que se caracteriza
na promoção e cooperação entre os diferentes agentes comprometidos com o território local,
“[...] gerando uma rede de relações inclusivas voltadas para a criação e fortalecimento de
conexões positivas na comunidade” (RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014, p. 4) (Tradução nossa).
Os autores complementam também que a estratégia de uma gestão comunitária de um devido
território deve envolver quatro aspectos:
a) integração de interlocutores (cidadãos, governo, especialistas, empresários, etc.);
b) abertura para a complexidade global e social;
c) atitudes e comportamentos de confiança, respeito mútuo e reconhecimento das
possibilidades e limitações dos interlocutores; e
d) sinergia criada através do diálogo, alianças e troca de experiências e competências
(p. 4, tradução nossa).
Desta forma, os municípios devem ser geridos através da participação comunitária,
governabilidade, busca pela qualidade de vida, respeito ao meio ambiente e utilização de
tecnologias. A Figura 4 representa o formato de município inteligente.
Figura 4 – Município x Desenvolvimento Local
Fonte: Adaptado de apresentações em slides sobre a metodologia (2016).
Para o idealizador da metodologia, um município para ser inteligente deve garantir um
padrão de vida adequado e também garantir o desenvolvimento das capacidades de sua
comunidade (RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014). Além disso, o Município Inteligente deve
Município Inteligente
Tecnologia
Participação Comunitária
Desenvolvimento Sustentável
Meio Ambiente
Qualidade de vida
Governabilidade
65
garantir a governabilidade, o desenvolvimento sustentável e também a inovação tecnológica.
Rodriguez e Suárez (2014) acrescentam à temática o conceito de “inteligência municipal”,
que é a informação e o conhecimento dos atores sociais do município que garantem a sua
transformação nos diferentes eixos temáticos de desenvolvimento. Os autores complementam
que a “inteligência municipal” é também “a participação todos os cidadãos na transformação
do meio ambiente levando em consideração os problemas e conflitos do município e com o
que é contado para sua solução e bem-estar” (p. 3) (Tradução nossa).
Dentro da lógica de um Município Inteligente, incorpora-se tanto o conceito de
desenvolvimento local quanto desenvolvimento sustentável. E, se tratando de DLS, Buarque e
Bezerra (1994) apud Buarque (2008, p. 31) descreve o processo como um
[...] o processo de mudança social e elevação das oportunidades da sociedade,
compatibilizando, no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência econômicos, a
conservação ambiental, a qualidade de vida e a equidade social, partindo de um claro
compromisso com o futuro e a solidariedade entre gerações.
De acordo com o que foi apresentado pela UNAH, o processo de DLS deve ser
norteado (direção estratégica) pelo Desenvolvimento Humano, e deve garantir segurança
alimentar da comunidade, qualidade ambiental, e a solução de problemas éticos e também de
perspectivas de gênero. E, para alcançar a referida direção estratégica, o desenvolvimento e a
consolidação da gestão do conhecimento são promovidos através de um sistema de
informação e conhecimento para o DLS (objeto problemático do estudo) a partir da criação de
um sistema de informação e conhecimento para a tomada de decisões (Plataforma
Tecnológica do Sistema de Informação Geográfica – SIG – caracterizada por sistemas de
indicadores ambientais e de sustentabilidade).
A metodologia trabalha na mudança social da localidade, tendo a Universidade como
fonte de conhecimento e capacitação da comunidade. A UNAH através de seus pesquisadores,
tanto de mestrado quanto de doutorado, identifica uma realidade que deve ser modificada, e
através de seu capital humano elabora o projeto de melhoria e exposição de situação desejada,
e como resultado deve-se encontrar soluções para os problemas locais.
Neste caso, o método proposto, compatível com a visão de Municípios Inteligentes e
utilizado pela Universidade é o da “reflexão-ação-reflexão”, no qual se reflete sobre o
problema, age para modificar a realidade e depois reflete novamente sobre os resultados. Este
método, que garante o desenvolvimento interno e é sustentado através de capacidades
pessoais, é um “[...] processo de pesquisa-ação participativa com o objetivo de criar e
fortalecer processos de autogestão em longo prazo de questões que afetam o cotidiano”
66
(RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014, p. 4) (Tradução nossa). Desta forma, garante-se um trabalho
circular,
[...] com indivíduos, grupos e organizações para identificar suas necessidades e
promover ações cooperativas para sua transformação (necessidades de feltro
coletivo), e criando e fortalecendo mecanismos para canalizar eficazmente essas
demandas, influenciar no desenho, monitoramento e avaliação de políticas e
programas sociais (p. 4) (tradução nossa).
A Figura 5 representa o processo de identificação do problema e proposta para
intervenção.
Figura 5 – Projeto de desenvolvimento para a melhoria de culturas (costumes)
Fonte: Adaptado de apresentações em slides sobre a metodologia (2016).
De acordo com as apresentações, o processo de pesquisa e estudo sobre o fator social é
dividido em quatro fases, e foi adaptado da versão original de Castaño (2001), de acordo com
demonstração na Figura 6. A fase filosófica se refere à concepção do problema de pesquisa,
problema que deve estar ligado a uma necessidade da comunidade do entorno da UNAH. A
segunda fase é a fase científica, na qual o problema de pesquisa deve ser encaixado em marco
teórico e metodológico. A terceira fase é a tecnológica e se refere à apresentação dos
resultados finais. E, por fim, a fase da prática social, fase na qual há a aplicação dos resultados
na prática e a transformação social. Esta última fase é o diferencial da metodologia adotada
Realidade modificada: participação de diversos setores da comunidade (agricultores)
METAS
META 1: Elaborar um projeto de desenvolvimento para melhoria da realidade
META 2: Exposição da situação desejada
IDENTIFICAÇÃO
Situação atual: realidade da comunidade de deve ser modificada
67
pela UNAH, é nesta fase que se consolida as implantações de projetos de desenvolvimento
local sustentável nas comunidades.
Figura 6 – Fases da investigação – UNAH
Fonte: Adaptado de apresentações em slides sobre a metodologia (2016).
Na fase de prática social, cabe ao investigador estreitar seus laços com a comunidade
foco da intervenção proposta por ele. Cabe a ele a responsabilidade de socializar os resultados
e aplicá-los. Em relato dos professores do grupo de pesquisa CEDAR, ficou constatado que
em todas as pesquisas realizadas pela Universidade tem que haver a relevância social. Tanto
os projetos de mestrado quanto de doutorado devem ser submetidos a uma comissão na qual
ela analisará sua relevância perante a comunidade e também sua aplicabilidade, sendo assim,
o resultado das pesquisas devem servir para a mudança da realidade social.
Nesta fase, além do apoio acadêmico, os projetos angariam apoio de instituições locais
e também de líderes da comunidade. O que se constata é que
a participação pode fortalecer as instituições locais em sua capacidade
administrativa, autogestão, confiança, transparência, responsabilidade e acesso aos
recursos. Esta maior capacidade de angariar instituições e parceiros é o que, por sua
vez, fornece ao projeto uma maior estabilidade. Através da avaliação participativa as
pessoas percebem se os benefícios e o alcance do projeto são dados de forma
equitativa e permite que eles tomem medidas corretivas quando necessário. Com
isso, as ideias de justiça e compromisso em relação a um projeto se reforçam
mutuamente. A participação aumenta a credibilidade da avaliação, pois as pessoas
confiam nas informações que geram (RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014, p. 5)
(Tradução nossa).
FASES DE INVESTIGAÇÃO
FASE 1: FILOSÓFICA
Concepção
FASE 2: CIENTÍFICA
Marco teórico e desenho de pesquisa
FASE 3: TECNOLÓGICA
Resultados finais
FASE 4: PRÁTICA SOCIAL
Aplicação dos resultados na prática
68
Um dos pontos centrais da metodologia de DLS adotado pela UNAH é o
Desenvolvimento de Capacidades, Capacitação e a Análise (CAP). De acordo com a definição
da equipe do CEDAR exposta em slides coletados, “capacidade (competência) é a
combinação dos conhecimentos, atitudes e práticas (CAP) na organização de acordo com
padrões sociais”.
O documento também informa que o desenvolvimento de capacidades é “o processo
em que pessoas, organizações e sociedade aumentam seus CAPs nas áreas técnico-produtivas
e sócio-organizacionais para responder a contradições internas e externas e se manterem ao
longo do tempo”. Para entender a problemática social e incentivar o caráter participativo, a
equipe da UNAH utiliza o método “Análise CAP” – Conhecimento, Atitude e Prática – no
qual parte do conhecimento de tal informação ou situação para a atitude, que significa os
meios para mudar a realidade, e finalmente a prática, que é a ação/mudança de fato. O Quadro
12 expõe estratégia para incentivar a participação cidadã.
Quadro 12 – Estratégia CAP para a participação cidadã
Comportamento desejado PROBLEMA: Os atores sociais não tomam decisão de caráter participativo
Estratégia CAP Meios Estratégicos
Realizar de forma
sistemática a tomada de
decisões com caráter
participativo
Conhecimento - Capacitar
Cursos, entretenimentos, autopreparação,
jogos pedagógicos, folhetos e
informativos.
Atitude - Sensibilizar Diálogos, persuasão, memórias e relatos,
vídeos e reuniões.
Práticas - Experimentar
Socializar referências, práticas
demonstrativas, intercâmbio de
experiências, excursões e exposições.
Fonte: Adaptado de apresentações em slides sobre a metodologia (2016).
A UNAH com sua rede de pesquisadores e professores capacita os profissionais dos
Centros Universitários Municipais (CUM). Em informação compartilhada pelos professores
do CEDAR, eles afirmaram que todos os municípios cubanos possuem um Centro
Universitário Municipal (CUM), que são vinculados a uma Universidade. Os CUMs servem
de ligação entre a Universidade e a Comunidade, é neste espaço que ocorrem as reuniões com
a comunidade na qual o pesquisador quer investigar e intervir (Figura 7). Nesta pesquisa foi
analisado o caso do Centro Universitário de San Nicolas, que está ligado à UNAH.
69
Figura 7 – Relação UNAH e CUM San Nicolas
Fonte: Adaptado de apresentações em slides sobre a metodologia (2016).
O papel do CUM é fundamental para o estreitamento da relação entre Universidade e
Comunidade. Os alunos pesquisadores se utilizam do CUM para aplicar seus projetos e
também capacitar as pessoas que ali trabalham e a própria população. Tanto a UNAH quanto
o CUM tem como objetivo em conjunto o empoderamento comunitário, utilizando três
estratégias participativas
a) criar e fortalecer redes de relacionamentos inclusivos; b) gerar um compromisso
coletivo em torno de necessidades sentidas, através de coordenação interinstitucional
e interdisciplinar e c) promover e organizar processos de participação
descentralizada através da tomada de decisões ascendentes (governança ascendente)
(RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014, p. 4) (Tradução nossa).
Em relação à participação cidadã e ao empoderamento comunitário, em Cuba, foi
instalada uma forma de governo, a nível local (bairros e povoados), na qual diversos setores
da localidade participam (instituições, representantes do povo, entre outros) e tem como
função solucionar os problemas de seu território. Este novo espaço é denominado Conselho
Popular e tem um caráter estatal e popular.
A Lei nº 91, de 13 de julho de 2000, aprovada pela Assembleia Nacional do Poder
Popular de Cuba, regulamenta a organização e as atribuições dos Conselhos Populares. De
acordo com o art. 2º da referida lei
O Conselho Popular é um órgão do Poder Popular, local, de caráter representativo,
investido de autoridade para o desempenho de suas funções. Compreende uma
determinada demarcação territorial, apoia a Assembleia Municipal do Poder Popular
no exercício de seus poderes e facilita o melhor conhecimento e atenção das
necessidades e interesses dos habitantes de sua área de atuação (CUBA, 2000).
No art. 8° da mesma lei está previsto a eleição dos delegados, que são escolhidos pelos
habitantes das circuncisões que abrange cada conselho e nos conselhos populares podem
participar organizações de massa, instituições e as entidades mais importantes de cada
demarcação. De acordo com o art. 12, a cada mandato das Assembleias Municipais, os
conselhos são reorganizados, conferindo ao Presidente das Assembleias a coordenação do
processo necessário para a reorganização dos conselhos.
UNAH CUM Comunidade Capacitação Implementação de
Projetos de DLS
70
De acordo com o art. 21, o Conselho Popular, no âmbito da sua competência, possui,
entre outras, as seguintes funções:
a) cumprir e exigir o cumprimento da Constituição e outras leis do país, a política
delineada pelos órgãos superiores do Estado e os mandatos expressamente
concedidos por eles, no âmbito da sua competência; b) contribuir para o
fortalecimento da coesão entre os delegados que compõem o Conselho Popular, para
apoiar seu trabalho e apoiá-los; c) trabalhar ativamente para atender às necessidades
sociais, econômicas, educacionais, culturais e sociais da população e na busca de
soluções para os problemas levantados; d) exigir eficiência no desenvolvimento de
atividades de produção e serviço às entidades localizadas em sua área de atuação e
apoio, na medida do possível; e) coordenar, quando necessário, as ações das
entidades existentes em sua área de atuação e promover a cooperação entre elas; f)
controlar e supervisionar as atividades das entidades na demarcação,
independentemente do seu nível de subordinação; g) promover a participação da
população, instituições e entidades da demarcação para desenvolver iniciativas que
contribuam para alcançar o maior progresso nas tarefas propostas, bem como a
coesão do esforço de todos; h) para auxiliar na sua demarcação, o melhor
desenvolvimento das tarefas da defesa; i) contribuem para o fortalecimento da
legalidade socialista e da ordem interna, para o qual realiza as análises necessárias e
orienta as soluções correspondentes; j) apoiar o trabalho de prevenção e assistência
social; k) incentivar os moradores, trabalhadores, estudantes, soldados, instituições e
entidades que se destacaram no cumprimento das suas responsabilidades sociais, em
contribuir para resolver os problemas da comunidade, ou para atingir outros méritos;
l) tomar decisões sobre o que é a sua responsabilidade; e m) os outros que a lei lhe
atribui (CUBA, 2000).
Nas reuniões do Conselho Comunitário de San Antônio, município de San Nicolas,
Mayabeque, o presidente da Assembleia Municipal do Município e o Presidente do Conselho
Popular emitem uma declaração para que todos os representantes do Comitê de Defesa da
Revolução (CDR) possam se ausentar dos trabalhos e poder participar das reuniões, nas quais
são decididas as necessidades de cada localidade. As CDRs são representantes de “bairros”
que trabalham na busca de soluções para problemas de se entorno. Para Rodriguez e Suárez
(2014), esses processos de caráter participativos são uma oportunidade para garantir a
inovação e a aprendizagem social, gerando o compromisso com as mudanças sociais.
Primeiro os cidadãos se identificam com um propósito em comum, depois compartilham
informações e conhecimento e, por fim, percebem que cada um deles, individual ou
coletivamente, podem contribuir para um resultado coletivo.
Nessas reuniões do Conselho Popular, os membros são capacitados para buscar
informações de seus “bairros” para que problemas possam ser resolvidos. A UNAH em
conjunto com o Centro Universitário de San Nicolas participa também das reuniões e através
do Sistema Innovativo Local (SIL), capacitam os representantes das CDRs a buscarem
informações de suas comunidades, que podem ser desde informações demográficas
(moradores por casa, idosos por casa, idade de moradores) até informações de renda, nível de
escolaridade, situação das moradias e infraestrutura de acesso dentro de cada comunidade. O
71
SIL funciona como um censo local. O Quadro 13 apresenta os objetivos do grupo gestor do
SIL para o ano de 2016.
Quadro 13 – Objetivos do SIL para o ano de 2016
Objetivos Ações Tarefas
1
Formar o grupo
coordenador
municipal e local
Realizar a formação do
grupo e escolha de
membros da comunidade.
Formação do grupo
Escolha de membros da comunidade
Valoração de indicadores para o diagnóstico inicial
Valoração de indicadores para o mapeamento dos atores
Escolha de possível software para a exportação de dados
ao Sistema de Información Geográfica
2
Discutir com a
comunidade sobre o
SIL
Transmitir à comunidade a
importância do SIL
Apresentação de perspectivas do SIL
Apresentação dos instrumentos para o mapeamento dos
atores
3
Capacitar os atores
locais para
realizarem o
mapeamento dos
atores
Instruir os atores que
devem realizar o
mapeamento da
comunidade
Demonstração dos procedimentos para a aplicação do
mapeamento e a tabulação
Aplicação do mapeamento de atores
Tabulação do mapeamento de atores
Demonstrar a aplicação do
SIL à comunidade por
setores
Apresentação do SIL por CDR, empresas estatais e
privadas (grupo de discussão)
Análise dos critérios da comunidade por grupo gestor,
para as capacitações, atitudes e práticas (CAP)
Planejamento da continuidade do SIL
Fonte: Grupo Gestor do SIL (2015).
Com as informações coletadas pelo SIL, todos os atores envolvidos (Universidade,
Centro Universitário de San Nicolas, Comunidade) participam da elaboração do plano de ação
para a mudança da realidade.
Por fim, conclui-se que a participação cidadã é uma oportunidade para a aprendizagem
social e inovação no processo de desenvolvimento local, favorecendo o compromisso com as
mudanças sociais (RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014). Em seu trabalho, Rodriguez e Suárez
(2014) concluem que a participação é essencial para o desenvolvimento sustentável, pois se as
pessoas se comprometem na tomada de decisões é mais provável que as alternativas para a
solução sejam exitosas.
4.2.1.1 Principais projetos adotados pela UNAH e CUM
Nesta etapa, por questões de delimitação da pesquisa, foram descritos dois projetos
que estão sendo desenvolvidos pela UNAH e o CUM de San Nicolas a partir do ano de 2016,
são eles: “Del azúcar al humedal Playa Caimito - Ruta Turística” e “Estrategia de
capacitación popular, el arte de crear arte”. Os dois projetos foram escolhidos, por relatarem
72
um caráter de objetivo transformador e exporem a participação do cidadão como principal
fonte do sucesso.
De acordo com o idealizador do projeto “Del azúcar al humedal Playa Caimito - Ruta
Turística”, o ex-diretor do CUM e aluno de mestrado pela UNAH, Artemio Martínez Rosa, a
província de Mayabeque tem como principal fonte de renda a agricultura e um grande
pontecial para o desenvolvimento econômico e turístico. Desta forma, os municípios de San
Nicolás, Güines e Madruga possuem áreas inexporadas e que poderiam fomentar renda na
região, através de trabalhos com o artesão, utilização de plantas nativas e área para o
desenvolvimento para o cultivo de camarão e lagosta e também para o turismo. O projeto
propõe realizar a integração do patrimônio cultural açucareiro com a biodiversidade da Praia
Caimito, que possui rica fauna, flora e abundância de rios.
De acordo com informações expostas no projeto, ele faz parte do programa de
desenvolvimento local e territorial do município de San Nicolas e tem duração prevista de 10
anos. O projeto tem como objetivo promover o Patrimônio Cultural do Açucar da Província
de Mayabeque e o Patrimônio Natural da Praia Caimito. Os beneficiários da implantação do
projeto são: trabalhadores das UEBs, trabalhadores ligados à cultura, funcionários da Empresa
Azucarera Mayabeque (principal empresa açucareira da região) e as comunidades das cidades
de San Nicolás, Güines e Madruga e Praia Caimito. O Quadro 14 apresenta o objetivo geral e
específico e também os resultados esperados.
Quadro 14 – Apresentação de objetivos e resultados esperados no projeto “Del azúcar al
humedal Playa Caimito - Ruta Turística”
Objetivo geral Objetivo específico Resultados esperados
Promover o Patrimônio
Cultural do Açúcar e Natural
da Província de Mayabeque
nos municípios de Madruga,
Güines e San Nicolás.
Alcançar transformações nas
comunidades açucareiras de
Madruga, Güines e San Nicolás
e na comunidade da Praia
Caimito.
Que os diversos setores da comunidade
açucareira protejam e cuidem do seu
patrimônio cultural açucareiro de tal forma
que mais de 95% das peças, arquivos e
objetos do museu possam ser exibidos aos
visitantes.
Que a rota turística promova
transformações na vida da comunidade da
praia de Caimito e na população de
Madruga, Güines e San Nicolás em um
sentido geral.
Que a comunidade da Praia de Caimito
assimile o projeto de tal maneira que
aceite, cuide e conserve, bem como a
comunidade açucareira de Madruga,
Güines e San Nicolás.
Que todos os atores sociais envolvidos no
projeto sejam treinados de acordo com
suas funções ou tarefas específicas.
Fonte: Projeto “Del azúcar al humedal Playa Caimito - Ruta Turística” (2016).
73
O referido projeto faz parte do trabalho de extensão da UNAH e é promovido pelo
CUM de San Nicolás e tem como parceiros a Assembléia Municipal do Poder Popular de San
Nicolás, Unidad Empresarial de Base (UEB) Héctor Molina Riaño, UEB Comércio,
Artesanato UEB, Departamento Municipal de Saúde, Direção Municipal de Cultura, Direção
Municipal de Esporte, autônomos, entre outros. As referidas UEBs são unidades que realizam
atividades econômicas. O Quadro 15 apresenta a relação dos principais atores com seus
papeis e funções.
Quadro 15 – Relação atores com seus papeis e funções “Del azúcar al humedal Playa
Caimito - Ruta Turística”
Atores Papeis e funções Responsável
UEB Boris Luis
Santa Coloma –
Usina açucareira
Apresentação da estrutura da referida UEB da província de
Mayabeque e suas principais características.
Diretor da UEB Boris
Luis Santa Coloma.
Sala Etnográfica
Rigoberto
Rodríguez
Apresentar a herança coletada dos produtores de açúcar em
Mayabeque e realizar bailes e danças típicas das diferentes
tribos que viveram em Mayabeque.
Diretor da Sala
Etnográfica.
Monumento
Nacional La
Alejandría
Mostrar os restos do Engenho movido pela força da água e
fornecer informações sobre as características deste
Engenho que pertenceu a Francisco Arango e Carreño.
Diretor de Cultura.
Empresa Açucarera
Mayabeque
Expor as peças regatadas que representam a história da
região e o patrimônio cultural açucareiro e realizar visitas.
Especialista
determinado pela
empresa.
UEB Héctor
Molina
Garantir o estado de conservação de peças que representam
a história da produção açucareira e vender itens da referida
UEB.
Diretor da UEB Héctor
Molina.
Direção Municipal
de Cultura.
Garantir o estado de conservação das peças do Museu
Municipal e expor as riquezas históricas aos visitantes.
Diretor Municipal de
Cultura.
UEB Comércio Impulsionar a gastronômica local. Diretor da UEB
Comércio.
Direção Municipal
de Saúde Pública.
Garantir a qualidade da saúde pública para o atendimento
aos turistas (serviços primários e de emergência) e
promover o turismo
de saúde através da terapia da lama.
Diretora de Saúde
Pública.
Direção Municipal
de Esporte
Assegurar lazer nas praias (atividades físicas e passeios de
barco) e priorizar a segurança do local dos locais turíscos,
através se fiscalização dos barcos e presença de salva-
vidas.
Diretor de Esportes.
UEB Artesanal
Garantir a presença do artesanato na área turística e
elaborar projetos para inserção de novos trabalhadores na
área artensanal.
Diretor UEB Artesanal
Líderes da
comunidade
Interagir com a comunidade local para alcançar a
identificação de sua população com o projeto, para que
todos possam defender, identificar-se e querê-lo.
Delegado do Conselho
Popular e demais
líderes.
Fonte: Projeto “Del azúcar al humedal Playa Caimito - Ruta Turística” (2016).
74
Como principal desafio para a execução deste projeto, a infraestrutura é crucial para o
sucesso do mesmo e depende de vultosos recursos financeiros. Entretanto, o sucesso traria
ganhos significativos para a comunidade de San Nicolás, Madruga e Güines e as UEBs
envolvidas.
O projeto “Estrategia de capacitación popular, el arte de crear arte”, idealizado pelas
alunas de mestrado do CEDAR - UNAH, Odalis Torres Tarife, Alina Llano Hernández,
Caridad Betancourt Pastrana e Nieves Perdigón Castro, consiste no desenvolvimento da
população Guanamón, que se encontra distante do centro da cidade de San Nicolas. Após o
Período Especial (crise cubana após final da União Soviética), a comunidade começou a ter os
serviços públicos afetados e a comunidade se isolou. Desta forma, este projeto tem como
proposta aproximar a comunidade junto ao centro da cidade e difundir oficinas de artes que
possam garantir renda à população, principalmente às mulheres da localidade.
O projeto tem como meta o resgate ao emprego, através da capacitação da comunidade
em relação ao artesanato feito com matéria-prima cubana. A proposta do projeto consiste na
capacitação de quarenta mulheres e transformar as oficinas de capacitação em cooperativas de
trabalho. Este projeto está inserido na estratégia de desenvolvimento local do município de
San Nicolas. O Quadro 16 apresenta o objetivo geral, o objetivo específico e os resultados
esperados.
Quadro 16 – Apresentação de objetivos e resultados esperados do projeto “Estrategia de
capacitación popular, el arte de crear arte”
Objetivo geral Objetivo específico Resultados esperados
Promover fontes de emprego
da comunidade de Guanamón
e elevar o nível de qualidade
de vida da comunidade,
especialmente o público
feminino.
- Capacitar membros da
comunidade de Guanamón com
o apoio da UBE Artesanía e a
comunidade Universitaria; e
- Aumentar o rendimento da
família através das
contribuições que as mulheres
têm com estas novas formas de
emprego.
Mulheres capacitadas a exercer uma nova
fonte de renda e seu empoderamento.
Transformação das oficinas em
cooperativas de trabalho.
Fonte: Projeto “Estrategia de capacitación popular, el arte de crear arte” (2016).
Criar condições para permitir outras opções de emprego e proporcionar o trabalho
independente, usando matérias-primas naturais e abundantes na área, com o apoio de órgãos
governamentais, universidade e a sociedade civil mobilizada através dos conselhos
comunitários, proporciona um processo endógeno de desenvolvimento e garante renda para os
cidadãos. No Quadro 17 estão expostos os principais parceiros do projeto.
75
Quadro 17 – Relação atores com seus papeis e funções do projeto “Estrategia de
capacitación popular, el arte de crear arte”
Atores Papeis e funções Responsáveis
CUM
Adquirir conhecimento sobre a realização de objetos
artesanais e desenvolver atividades de capacitação com as
mulheres da comunidade.
Presidente do CUM-
Mulher
UEB Comercio Garantia logística. Diretor da UEB
Comercio.
Direção Municipal de
Esporte Garantir a recreação entre os membros da comunidade. Diretor de Esportes
UEB Artesanía Assegurar às mulheres a capacitação necessária para a
geração de renda.
Diretor da UEB
Artesanía
Líderes da Comunidade
Sensibilizar a comunidade em relação à importância do
projeto, identificar as mulheres interessadas em participar
das oficinais e garantir que a comunidade se identifique e
defenda o projeto.
Delegado do
Conselho Popular e
outros líderes.
Comunidade Participar da capacitação e alcançar a transformação da
comunidade. Toda a comunidade.
Fonte: Projeto “Estrategia de capacitación popular, el arte de crear arte” (2016).
O que foi possível perceber na descrição desses dois projetos é que ambos contam com
amplo apoio tanto de órgãos governamentais, quanto de unidades empresarias (UEB),
universidade e a comunidade organizada. A união de vários stakeholders em torno de um
projeto garante mais sustentabilidade e aceitação de seus objetivos. A participação da
sociedade civil, Estado e Universidade no planejamento e construção de políticas públicas são
essenciais para o processo de DLS.
De acordo com Garcés e Hurtado (2015), no processo de DLS, a comunidade que
possui o conhecimento sobre as necessidades do local pode tomar as melhores decisões,
corroborando, desta forma, com os dois exemplos apresentados neste capítulo, nos quais
ambas as comunidades são atuantes e participam do processo de elaboração e também de
aplicabilidade do projeto.
4.2.2 Percepção dos atores entrevistados em relação aos temas da pesquisa
Neste momento, foi identificada e descrita a percepção dos atores entrevistados em
relação ao uso dos referenciais da metodologia de DSL utilizado pela UNAH. Foram
divididas em três partes, as percepções dos atores na relação da metodologia estudada e o
papel do Estado, da Universidade e da Comunidade.
76
4.2.2.1 Metodologia e o papel do Estado
A UNAH, que está localizada na província de Mayabeque, criada em 2010 com o fim
da província de La Habana, tem trabalhado em conjunto com o poder central cubano no
processo de descentralização do Estado e também na implantação de projetos de
desenvolvimento local. (A003, 2016) A003 complementa que
[...] nós, como uma universidade, estamos dentro da complexa divisão de poderes.
Todas as instâncias de poder têm que alcançar a base, que é a comunidade. E é lá
que o processo de desenvolvimento deve atingir. A Universidade em conjunto com o
Estado deve proporcional o desenvolvimento local através de políticas públicas com
a participação de todos (A003, 2016) (Tradução nossa).
Antes da Revolução Cubana, todo o sistema agrário era privatizado. E desde o Período
Especial (após o fim da ex-URSS), aos poucos o Estado tem se organizado para delegar
poderes aos cidadãos. As estruturas políticas têm sofrido mudanças no sentido de
descentralização e desconcentração do poder. Desta forma, os cidadãos podem se auto-
organizar em cooperativas (A003, 2016). De acordo com A003, as leis atuais cubanas estão
possibilitando as transferências de terras para as pessoas que solicitam e que estejam aptas a
trabalharem naquele espaço.
A província de Mayabeque possui onze munícipios e a partir de sua formação em 2010
foi delegada à UNAH o papel de desenvolver capacidades e competências nas comunidades
locais, a partir da descentralização e empoderamento dos municípios. Tanto o governo central
delegou suas funções para os municípios, quanta a própria UNAH também se obrigou a
descentralizar suas políticas de desenvolvimento para os CUMs. Desta forma, tanto os
municípios quantos os CUMs obtiveram mais autonomia para a realização de políticas de DL
com suas comunidades (A001, 2016).
Para A003, o Estado cubano tem agido de forma transversal, tanto em questões
sociais, políticas, econômicas, cultural e também ambiental. Para o(a) entrevistado(a) só há
política pública efetiva quando a política ambiental está inclusa. A economia também deve ser
regida por uma ordem ambiental, na qual todos têm que cumprir as leis, regulações e normas,
tanto em nível nacional quanto internacional. Para A001, além de o Estado englobar todas as
questões acima, ele tem trabalhado na garantia do desenvolvimento humano, no qual ele possa
desenvolver as capacidades de seus cidadãos.
A metodologia de DLS proposta pela UNAH é baseada na tríplice hélice social, na
qual o Estado interage com a Universidade e com a Comunidade, ao contrário da tríplice
77
hélice econômica na qual se descarta o papel dos cidadãos em prol do poder econômico
(A001, 2016).
O processo de embargo econômico que Cuba sofre acaba dificultado as ações do
Estado, principalmente nas questões de financiamento de pesquisas e também de acesso à
tecnologia. Desta forma, possibilitou, como consequência, a busca por soluções locais e
tradicionais, tanto para lidar com a agricultura quanto para problemas que envolvem uma
cidade. Para A003, o processo de bloqueio econômico que Cuba sofre atualmente é um dos
maiores problemas para o processo de desenvolvimento do país (A003, 2016).
O Estado cubano tem proporcionado que todos os municípios da província se auto-
organizem e que possam encontrar soluções para seus problemas locais, através do
conhecimento da comunidade e também do conhecimento gerado pela Universidade e
disseminado pelos CUMs (A001, 2016). Após visita do pesquisador ao CUM de San Nicolás
e à reunião do Conselho Comunitário, o(a) entrevistado(a) A001 relatou que
Como vimos ontem no Sistema Inovativo Local – SIL (reunião do Conselho
Comunitário), a comunidade que decide seu destino e o que se torna prioridade,
todos se conhecem. O CUM é visto como uma extensão da Universidade nas
questões do município (A001, 2016) (Tradução nossa).
De acordo com A002, o Estado cubano “se concentrou no âmbito local, mas local
desde o berço, desde o ensino infantil, as crianças já participam de processos que têm a ver
com a agricultura, pois a província de Mayabeque é agrária” (A002, 2016) (Tradução nossa).
4.2.2.2 Metodologia e o papel da Universidade
A Universidade tem cumprido e seguido todas as regras estabelecidas em nível
nacional em relação ao DLS (A003, 2016). A interação entre a Universidade, a Comunidade e
o Estado foi criada para a construção do conhecimento coletivo e para o desenvolvimento
local e desenvolvimento das capacidades da comunidade. O novo papel da Universidade nesse
contexto da tríplice hélice social é garantir a construção do conhecimento e que ele possa
gerar o desenvolvimento das localidades (A001, 2016).
Em relação à aplicabilidade da metodologia, ela não é introduzida na comunidade
através de uma visão top-down, mas sim a partir das demandas e anseios da sociedade civil. O
papel da Universidade na aplicação não induz a uma hierarquia de imposição da metodologia,
mas sim de integração de forças endógenas da própria localidade (A0001, 2016). A001
complementa que
78
temos que estar claros sobre como cada município é construído, precisamos que
cada município desenvolva as capacidades de sua comunidade para que eles se
desenvolvam o mais rápido possível, ou seja, não impomos a ninguém qualquer
obrigação. Nós não obrigamos ninguém a nada, não os oferecemos (em referência a
uma metodologia que seja padrão), eles têm que fazer isso, eles são aqueles que
sabem o que precisa ser feito, é claro, tem que haver uma política de
governo/universidade onde a universidade tem que oferecer o conhecimento e
capacitar a comunidade (A001, 2016) (Tradução nossa).
O conhecimento gerado pela Universidade é disseminado para agricultores e
comunidade, e se espera que esse conhecimento se multiplique para outras localidades. Na
metodologia a Universidade é vista como geradora do conhecimento e também disseminadora
e multiplicadora dos saberes (A003, 2016). Para A001, o novo papel da Universidade dentro
da metodologia da tríplice hélice social é a construção do conhecimento em conjunto com a
comunidade estudada/pesquisada e onde será realizada a transformação social.
A figura dos CUMs é essencial para o sucesso da metodologia da UNAH, pois estes
centros universitários são as pontes entre a Universidade e a Comunidade (A002, 2016). A002
complementa que “ter um CUM é um ponto forte de Cuba, ter um centro universitário em
cada município deste país permite que a relação entre Estado, Universidade e Comunidade
seja direta” (A002, 2016) (Tradução nossa).
Para A002, o CUM em conjunto com os governos locais tem que resolver os
problemas das comunidades locais. Para o sucesso nos processos de DLS, “[...] o CUM deve
trabalhar diretamente com os governos locais para a solução das demandas da comunidade.
As capacidades para gerir e administrar essas demandas saem do CUM, através de seu corpo
técnico e acadêmico” (A002, 2016, tradução nossa). Para o representante do CUM de San
Nicolas, B001,
[...] dentro das funções do CUM está o trabalho com a comunidade. Ou seja, a
orientação, o treinamento da comunidade, o desenvolvimento da própria
comunidade e o link que temos com a universidade. Nós mantemos um contato
direto com o CEDAR (centro de estudos da UNAH), é o centro da universidade que
tem a ver com o que é a extensão do trabalho comunitário. Procuramos a formação
de um município inteligente (B001, 2016) (Tradução nossa).
Além disso, B001 acrescenta que
[...] através do CUM, conferimos diplomas, tanto aos diferentes tomadores de
decisão quanto aos líderes e pessoas que se interessam voluntariamente. Nosso
princípio é se basear na voluntariedade, os líderes em cada comunidade são
procurados e são então aconselhados e orientados através de oficinas e cursos.
Desenvolvemos 2 cursos de desenvolvimento local, onde a primeira avaliação teve
25 colegas de turma e na segunda classe houve uma graduação de 14 alunos (B001,
2016) (Tradução nossa).
79
Quando questionados sobre o papel da Universidade na aplicação da metodologia,
todos os entrevistados informaram que o principal papel da Universidade é a geração e a
construção do conhecimento e também a formação e o desenvolvimento de capacidades da
comunidade. Além disso, todos acreditam que a figura do CUM é essencial para a relação
entre Universidade e Comunidade e também um condutor do processo de Desenvolvimento
Local.
4.2.2.3 Metodologia e o papel da Comunidade
A comunidade, que no caso desta pesquisa se refere à Cidade de San Nicolas, está
inserida em uma devida localidade e cada circunscrição possui um Conselho Popular, no qual
é presidido pela figura delegado. (A001, 2016) O Conselho Popular tem como objetivo buscar
uma solução coletiva de problemas locais, de acordo com A001,
um problema que seja de ordem econômica ou social deve ser solucionado com
todos os atores que são atingidos direta ou indiretamente. De acordo com a tríplice
hélice social, Universidade, Estado e Comunidade devem trabalhar em conjunto, a
Universidade gerando conhecimento, o Estado com as instituições públicas e a
Comunidade com toda a sociedade civil (A001, 2016) (Tradução nossa).
Todas as necessidades partem das demandas da comunidade. O governo é responsável
por resolver esta necessidade através da administração local e a Universidade deve fornecer
ferramentas de conhecimento a esses grupos de pessoas, para que possam desenvolver-se em
cada território (A002, 2016).
Para A003, o ambiente comunitário deve ser encarado de maneira transversal no
processo de desenvolvimento local e os atores sociais que conhecem sua história e sua
identidade atingirão os objetivos comunitários com mais facilidade. Entretanto, antes de
qualquer solução, o mapeamento dos atores sociais é a primeira fase do processo. Com o
apoio de órgãos governamentais e também da própria Universidade os atores são identificados
(representantes das CDRs, líderes religiosos, empresariais, etc.) e posteriormente fazem parte
do Conselho Popular e, então, inicia-se o processo de elencar problemas locais e possíveis
soluções que envolva a comunidade (A001, 2016).
Como foi exposto anteriormente, o CUM é a extensão da Universidade nas
comunidades e, de acordo com o representando do CUM de San Nicolas, B001, o trabalho
comunitário do CUM é gerido por um chefe de trabalho comunitário e três professores que
que atendem a comunidade local através de suas pesquisas e também projetos de extensão.
80
Para o Presidente do Conselho Popular de San Nicolas, D001, é muito positiva a presença da
Universidade, através dos CUMs, nas comunidades locais.
Em relação ao papel do Conselho Popular de San Nicolas, D001 informa que ele
agrega representantes da comunidade local e que faz o elo com as assembleias municipais
(governo local). Desta forma, as deliberações que são realizadas nas reuniões do conselho são
levadas para o âmbito governamental. D001 acrescenta que
A função de presidente do conselho popular tem sido exercida a cada 2 anos e meio,
fui eleito aqui pela minha comunidade. Desta forma, eu faço parte das assembleias
municipais quando já estão constituídas, quando os conselhos populares já estão
organizados, e os delegados já eleitos. Eles têm a possibilidade de escolher o
presidente que querem (D001, 2016) (Tradução nossa).
O conselho se reúne mensalmente e todos os participantes são liberados de suas
funções laborais. D001 define a participação dos membros da comunidade como sendo um
“ato social”, no qual cabe ao cidadão relatar problemas e também propor soluções.
Todos os entrevistados afirmam que os problemas da localidade são melhores
resolvidos quando há o engajamento de todos os atores sociais, tanto no mapeamento inicial,
quanto na formulação, aplicação e avaliação das políticas públicas de Desenvolvimento Local
Sustentável.
4.3 RESULTADOS E ANÁLISES
Nesta etapa, foram realizadas a análise de conteúdo e a análise interpretativa dos
documentos e depoimentos coletados, além do apoio da literatura sobre o assunto. A análise
dos dados é referente aos temas que foram definidos nos procedimentos metodológicos: o
papel do Estado, da Universidade e da Comunidade na metodologia de DLS da UNAH. Desta
forma, esta etapa foi dividida em três partes (temas).
4.3.1 A metodologia e o papel do Estado
Todos os entrevistados em Cuba (A001, A002, A003, B001, C001 e D001) relataram
o esforço do Estado no processo de descentralização de suas funções, delegando mais poderes
aos municípios da província de Mayabeque. Nos documentos coletados, principalmente os
slides disponibilizados pela UNAH, essa informação também está apresentada, informando
que os municípios devem ser geridos através da participação comunitária, governabilidade,
81
busca pela qualidade de vida, respeito ao meio ambiente e utilização de tecnologias. Em
resumo, a metodologia tem como circunscrição o poder local.
Tanto os slides coletados quanto o artigo de Rodriguez e Suárez (2014) enfatizam que
o município deve incentivar o trabalho comunitário e também promover a cooperação entre
diferentes forças locais. Para diversos autores, é no contexto local que se constroem as
identidades e também o processo de desenvolvimento (DOWBOR, 2002; CABRAL;
SANTOS; GOMES, 2015; CARPI, 2008). Sendo assim, é de extrema importância
compreender que se faz também necessário o agir em nível local (PETERSON, 1988;
PEREDO; CHRISMAN, 2006; DOWBOR, 2002).
Neste diapasão, foi constatado nas entrevistas que as alternativas para a busca de
soluções para problemas locais devem vir a partir de esforços de forças endógenas e que as
forças políticas locais devem criar mecanismos para garantir a participação da comunidade
nos processos de tomada de decisão. Neste aspecto, os slides coletados e o artigo de
Rodriguez e Suárez (2014) confirmam as informações relatadas pelos entrevistados e, além
disso, apresentam que são os atores sociais de um município ou localidade que devem garantir
a transformação da realidade.
Desta forma, a ação local deve estar conectada com uma comunicação eficiente entre
os governos locais e atores sociais (TONKOVIĆ; ZLATAR, 2014; GARCÉS; HURTADO,
2015). Conforme o(a) entrevistado(a) A001, esta relação entre governos locais e atores sociais
não deve ser firmada a partir de uma visão top-down, na qual o governo local ou a própria
Universidade determina e a comunidade cumpre e executa. Para A001 a relação entre governo
local e comunidade deve partir da visão bottom-up, que, para Sabatier (1986), representa a
simbiose entre os grupos de interesses e os policy-makers, na qual os atores sociais definem o
problema e a forma de solução.
4.3.2 A metodologia e o papel da Universidade
Quando questionados sobre o papel da Universidade na metodologia de DLS, todos os
entrevistados (A001, A002, A003, B001, C001 e D001) informaram que o principal papel da
Universidade está na geração e na construção do conhecimento e também na formação e no
desenvolvimento de capacidades da comunidade. Nesta perspectiva, Goergen (1998) e
Bernheim e Chauí (2008) acrescentam que as universidades além de terem o dever de reforçar
seu caráter inovador, elas devem garantir seu espaço fundamental na criação, transmissão e
disseminação do conhecimento.
82
Nos documentos coletados, o papel da UNAH parte da identificação da realidade que
deve ser modificada para a elaboração de projetos de pesquisa e/ou extensão com propostas
de melhorias para, por fim, apresentar o resultado e soluções para os problemas locais, sem
descartar a participão cidadã em nenhuma destas etapas. Para Rodriguez e Suárez (2014), a
Universidade deve seguir o método de “reflexão-ação-reflexão”, no qual se reflete sobre o
problema, age para modificar a realidade e depois reflete novamente sobre os resultados.
Desta forma, contribui-se para o papel primordial da Universidade na sociedade
contemporânea, que é a transformação da realidade social e também promoção do
desenvolvimento humano e social (PINTO, 2008; MEDEIROS JÚNIOR, 2004).
Além de ser indiscutível o papel da UNAH no processo de DLS nas localidades da
província de Mayabeque, todos os entrevistados (A001, A002, A003, B001, C001 e D001)
acreditam que a figura do CUM é essencial para a relação entre Universidade e Comunidade e
também um condutor do processo de Desenvolvimento Local. Em informações contidas nos
documentos coletados, o CUM é representado como um órgão de caráter comunitário, ligação
entre a Universidade e a Comunidade e também local onde são aplicados os projetos de
extensão. O CUM cumpre os requisitos básicos da extensão universitária, que é o “[...]
conceito ligado à ideia de função social da universidade e forma pela qual poderia intervir
junto a setores sociais em sua volta” (FRANTZ; SILVA, 2002, p. 105).
4.3.3 A metodologia e o papel da Comunidade
Todos os entrevistados (A001, A002, A003, B001, C001 e D001) afirmaram que os
problemas da localidade são melhores resolvidos quando há o engajamento de todos os atores
sociais, tanto no mapeamento inicial, quanto na formulação, aplicação e avaliação das
políticas públicas de Desenvolvimento Local Sustentável. Neste ponto, diversos autores
apontam que a combinação entre sociedade civil organizada e sua respectiva participação em
assuntos locais é fundamental para o desenvolvimento local e sustentável (BACHMANN;
DELGADO; MARÍN, 2007; SCHMITT; MORETTO NETO, 2011).
Miguel (2010) complementa que a participação cidadã é um dos pilares para o sucesso
de qualquer processo que envolve a gestão integrada e a sustentabilidade do território. E em
relação à metodologia da UNAH, os documentos coletados apontam que a participação é a
base para legitimar as ações de políticas públicas implantadas tanto pelo governo quanto pela
Universidade.
83
De acordo com os documentos coletados, a metodologia analisada é regida tanto pela
busca pelo desenvolvimento humano quanto pela consolidação da participação cidadã,
enfatizando os pontos fortes e potenciais da comunidade, tendo como ferramenta o
desenvolvimento de capacidades, no qual tem o apoio da Universidade. Para Rodriguez e
Suárez (2014), “[...] a ausência ou a escassez de oportunidades de participação dificulta a
formação e desenvolvimento de habilidades e auto direções, que influenciam a competência
objetiva e percebida na capacidade de relacionamento” (RODRIGUEZ; SUÁREZ, 2014, p. 2,
tradução nossa).
Para fomentar a participação cidadão em espaços locais, no dia 13 de julho de 2000, a
Lei nº 91 foi aprovada pela Assembleia Nacional do Poder Popular de Cuba, garantindo o
empoderamento comunitário através da constituição de Conselhos Populares. A referida lei
estimula os cidadãos à participação e garante que diversos setores possam participar na busca
por soluções de problemas locais. Corroborando com esse contexto cubano, Jacobi (1999)
informa que é objetivo do poder local estimular ações que levem os cidadãos à participação,
tendo como objetivo estimular a participação cidadã em questões econômicas, sociais,
ecológicas e também culturais.
Desta forma, nos relatos dos entrevistados e também nas informações dos documentos
coletados, ficou claro que a participação cidadã é essencial para a promoção do
desenvolvimento local e que quando a comunidade local participa e é capaz de tomar decisões
de cunho coletivo, os objetivos estratégicos definidos por uma determinada localidade são
mais fáceis de serem alcançados.
84
5 DIRETRIZES PARA ORIENTAR A FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS PAUTADAS NA METODOLOGIA DE DLS ADOTADA PELA UNAH
Após a descrição dos dados coletados em Cuba e posteriormente sua análise, foi
possível elaborar três diretrizes que podem orientar a formulação de políticas públicas em
DLS. A dissertação foi pautada na divisão temática do papel do Estado, da Universidade e da
Comunidade na metodologia de DLS da UNAH, desta forma, a formulação dessas diretrizes
também foi dividida por cada temática. Cada tema de pesquisa possuirá uma diretriz
norteadora de políticas públicas em DLS.
Com a elaboração dessas diretrizes, não se espera que elas possam ser utilizadas de
forma padronizada em todas as políticas públicas de DLS. Entende-se, nesse estudo, que cada
localidade tem sua particularidade e sua relação de poder entre os atores sociais locais. Desta
forma, essas diretrizes são uma ferramenta para orientar a formulação de políticas públicas
com foco no DLS e também servirão para futuras discussões sobre a temática.
Além da exposição das seguintes diretrizes, o pesquisador, a partir da análise
interpretativa dos dados e também com o apoio da literatura, propôs também recomendações
para orientar políticas públicas com foco no DLS. Sendo assim, estão expostas abaixo as
diretrizes com suas respectivas recomendações.
5.1 POLÍTICAS PÚBLICAS DESCENTRALIZADAS ATRAVÉS DO
FORTALECIMENTO DO PODER LOCAL
O presente estudo demostrou, tanto com a exposição da literatura sobre a temática
quanto pela descrição e análise dos dados, a importância da presença de forças locais para a
formulação, aplicação e também avaliação de políticas públicas com foco no DLS.
Políticas públicas têm como objetivo realizar mudanças na realidade de uma
comunidade, através do papel do Estado (SOUZA, 2003). E dentro desta perspectiva, deve-se
entender que está na esfera local a construção das identidades e também o processo de
desenvolvimento (DOWBOR, 2002; CABRAL; SANTOS; GOMES, 2015; CARPI, 2008).
Desta forma, entende-se que as políticas públicas devem atender às demandas dos atores
locais, que são aqueles que vivenciam a localidade e suas problemáticas.
Não se pode pensar em soluções de problemas locais através de políticas públicas
padronizadas. Cada localidade possui problemas distintos e que as soluções, por meio de
85
políticas públicas, também devem ser tratadas de forma distinta, através do apoio das forças
locais e também da relação de poder que há em cada circunscrição.
Neste diapasão, deve-se compreender também que a importância do “local” não está
apenas associada à questão espacial/territorial, mas também à consolidação da democracia e
também fortalecimento dos direitos dos cidadãos, através do empoderamento dos atores locais
na participação dos assuntos de caráter público (BERCU, 2015).
Desta forma, cabem aos governos locais e às forças endógenas a condução e liderança
do processo de formulação, aplicação e avaliação de políticas públicas com foco no DLS.
Cobb, Ross e Ross (1976) sustentam essa afirmação no sentido de que os agentes
governamentais estejam atentos às demandas locais para poder atuar em uma agenda pública.
E para a construção dessa agenda pública, a participação das forças locais se torna essencial.
Para os referidos autores, o engajamento em torno de uma causa se torna em muitos casos
mais importante que o próprio recurso financeiro.
Após toda a reflexão sobre o assunto, surgem recomendações que sevem para ilustrar
melhor o que foi apresentado até o momento. Seguem recomendações em relação à primeira
diretriz:
a) Transferência de responsabilidades para governos locais – entende-se que quanto
mais próximo o Estado está de seus cidadãos, mais ele compreenderá seus
problemas e poderá solucioná-los. Os governos locais vivenciam o dia-a-dia de
seus cidadãos e sabem o que eles demandam;
b) Formulação de políticas públicas descentralizadas – Cada localidade possui suas
peculiaridades, seus dilemas internos e seus pontos fortes a serem explorados e
fraquezas que devem ser trabalhadas com a participação de seus cidadãos. Desta
forma, não há uma fórmula para elaboração de políticas públicas que possa
atender a várias localidades. A política pública com foco no DLS deve ser
elaborada, executada e avaliada por forças endógenas;
c) Fortalecimento de forças endógenas – forças locais (grupos representativos,
lideranças políticas, associações locais, etc.) devem estar organizadas e cientes
dos problemas e o que deve ser realizado para resolvê-los. As forças endógenas
devem sensibilizar a comunidade local sobre os rumos e alternativas que devem
ser tomadas e também atrair os interessados em torno dos objetivos estabelecidos.
86
5.2 UNIVERSIDADE NO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE
CAPACIDADES
Assim como foi demonstrado anteriormente através da descrição e análise dos dados e
também pela própria literatura sobre o assunto, o papel das Universidades se torna primordial
na discussão de políticas públicas e DLS. Neste sentido, a Universidade pode contribuir com
o processo de construção e transferência do conhecimento e, com isso, agindo para a
transformação da realidade. Corroborando com isso, Almeida (2005) afirma que além de
garantir a formação do cidadão, a Universidade tem como papel a promoção da cidadania e
também a garantia das liberdades.
As Universidades têm um grande potencial para agir na transformação social, através
delas podem estudar os fenômenos que ocorrem na sociedade e também propor soluções.
Entretanto, em muitos casos, há um descolamento do papel da Universidade e o que as
comunidades esperam delas. Por questões de delimitação da pesquisa, este estudo não foi
capaz de investigar as causas desse descolamento entre Universidade e Comunidade, desta
forma, não cabe neste momento criar suposições.
O que se pode afirmar é que as Universidades através da tríade ensino, pesquisa e
extensão, podem contribuir muito para a comunidade de modo geral. De acordo com
Medeiros Junior (2004) e Pinto (2008), as Universidades podem contribuir para a
transformação social e também promover o desenvolvimento humano e social da localidade
onde ela está inserida.
Desta forma, assim como o CUM de San Nicolas se tornou uma extensão da UNAH
para agir junto à Comunidade, as Universidades devem encontram mecanismos para se
reconectar com a comunidade de seu entorno. Sendo assim, após a reflexão que foi feita nesta
pesquisa sobre o papel da Universidade no processo de DLS, seguem recomendações em
relação à segunda diretriz:
a) Universidade e a construção do conhecimento – O processo de construção do
conhecimento é essencial para o sucesso de políticas públicas com foco no DLS.
As Universidades têm o dever de agregar a comunidade no processo de
construção do conhecimento. Conforme foi exposto nesta pesquisa, a UNAH e o
CUM de San Nicolas utilizam sua estrutura para capacitar os cidadãos e também
encaram o processo de construção do conhecimento como um instrumento para a
transformação social;
87
b) Universidade e a transmissão do conhecimento – Além de construir, as
Universidades deve universalizar esse conhecimento para que os cidadãos possam
ter acesso e utilizar esse conhecimento para o processo de transformação social e
local;
c) Universidade e a transformação social – Cabe também à Universidade a atuação
no processo de transformação social, ela deve trabalhar em conjunto com a
comunidade em busca de soluções de problemas locais. As Universidades devem
ser pensadas como instrumento da sociedade para atingir o desenvolvimento ideal.
5.3 FORTALECIMENTO DA PARTICIPAÇÃO CIDADÃ
Como foi demonstrada durante o processo de pesquisa, a participação cidadã é um dos
pilares para o sucesso de políticas públicas com foco na sustentabilidade e também no
território. Na metodologia analisada, a participação é a base para legitimar as ações de
políticas públicas e, de acordo com Miguel (2010), o nível de participação cidadã deve ser
encarado como um fator determinante para o sucesso de qualquer projeto.
A participação cidadã deve também ser encarada como uma fonte de legitimação das
ações de DLS e também para o fortalecimento da democracia. Garcés e Hurtado (2015)
confirma essa informação afirmando que “[...] a promoção da participação em todo o processo
é relevante para a promoção do desenvolvimento local” (p. 230).
Sendo assim, entende-se que as instituições locais devem garantir que seus cidadãos
participem e que possam tomar as melhores decisões. Além disso, deve-se garantir também
que haja espaços políticos para a atuação cidadã, podendo ser através de comitês, conselhos
comunitários, etc. Neste diapasão, Jacobi (1999) confirma a informação acima afirmando que
é tarefa do poder local estimular ações que conduzam os cidadãos à participação.
Após a reflexão sobre o papel da comunidade no processo de DLS, seguem
recomendações sobre a terceira e última diretriz:
a) Empoderamento do cidadão – Uma comunidade, onde seus cidadãos estão cientes
de seus pontos fortes e deficiências, participam ativamente e lideram os processos
de tomada de decisão, encontrará com mais facilidade as soluções para seus
problemas. Instituições locais devem garantir e incentivar a participação da
comunidade tanto no processo de elaboração quanto implantação e avaliação de
suas políticas públicas. Ninguém sabe mais sobre os problemas locais do que os
próprios cidadãos, desta forma, cabem a eles serem os tomadores de decisão;
88
b) Criação de órgãos de representação local – A configuração dos Conselhos
Populares cubanos e a experiência e convívio que o pesquisador teve em uma das
reuniões do Conselho Popular de San Nicolas, levam esse estudo a acreditar que
órgãos como este podem auxiliar no processo de participação cidadã. O atual
formato de democracia representativa tem levado ao distanciamento dos cidadãos
da vida política. A configuração de órgãos de representação local pode garantir a
retomada dos cidadãos à vida política, fato importante para a consolidação da
democracia;
c) Capacitar para participar – O ato de participar vai além de estar presente nas
oficinais ou reuniões comunitárias. Participar envolve o processo de
conhecimento sobre os instrumentos a serem utilizados para a transformação
social e também conhecimento sobre a realidade a ser transformada. Diante disto,
nem todos estão preparados para o ato da participação. Cabe às instituições locais
(universidades, governos locais, etc.) e às lideranças locais o processo de
capacitação das comunidades locais.
89
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou encontrar referenciais da metodologia adotada pela
Universidade Agraria de La Habana (UNAH) para o Desenvolvimento Local Sustentável
(DLS) que possam propiciar a formulação de diretrizes para orientar políticas públicas. Desta
forma, foi possível, após a análise de conteúdo e a análise interpretativa dos documentos e
depoimentos coletados, e com o apoio da literatura, formular diretrizes e também
recomendações, tendo como base o papel do Estado, da Universidade e da Comunidade.
A dissertação foi elaborada a partir do estudo destas três dimensões - Estado,
Universidade e Comunidade – em relação à metodologia de DLS da UNAH. Para atender o
objetivo geral da pesquisa e com o amparo dos dados coletados em Cuba e posteriormente sua
análise, foi viável elaborar três diretrizes (políticas públicas descentralizadas através do
fortalecimento do poder local; universidade no processo de desenvolvimento de capacidades;
e fortalecimento da participação cidadã) que possibilitam orientar a formulação de políticas
públicas em DLS.
Desta forma, a formulação das diretrizes também foi elencada de acordo com as
dimensões citadas acima. Em resumo, cada tema de pesquisa possui uma diretriz norteadora
de políticas públicas em DLS, e em cada diretriz exposta foi possível propor também
recomendações, que foram realizadas a partir da análise interpretativa dos dados e também
com o apoio da literatura.
Para possibilitar a caracterização da metodologia estudada e a descrição de dois
projetos adotados pela UNAH, foram utilizados documentos coletados em Cuba e
posteriormente, com a análise desses documentos, foi possível construir o detalhamento da
metodologia. E, para o enriquecimento do detalhamento da metodologia, foi exposta também
a percepção dos atores entrevistados sobre os referenciais da metodologia de DLS utilizada
pela UNAH. A exposição da percepção dos atores entrevistados foi de acordo com os temas
da pesquisa: os papeis do Estado, Universidade e Comunidade no processo de DLS.
Em relação ao papel do “Estado”, constata-se que seu papel é fundamental na
construção de agendas e implementação das políticas públicas que devem responder aos
eventos externos buscando a soluções aos problemas da comunidade e suas demandas. Porém,
não se pode esquecer que a participação da comunidade é essencial neste processo pautando
as suas prioridades. Assim, quanto mais próximo o Estado está de seu cidadão, mais eficaz se
tornam as políticas públicas, o fortalecimento da esfera local está diretamente vinculada à
consolidação da democracia.
90
Cabe, portanto, aos governos locais e às forças endógenas (grupos representativos,
lideranças políticas, associações locais, etc.) a condução e liderança do processo de
formulação, aplicação e avaliação de políticas públicas com foco no DLS.
Neste sentido, o presente estudo demostrou a importância da presença de forças locais
para a formulação, aplicação e também avaliação de políticas públicas com foco no DLS. Para
buscar uma forma de governo mais ágil e inclusiva, a metodologia aplicada pela UNAH traz
como pontos fortes o enforque na importância do local e também na participação cidadã. Ela
tem como objetivo reconhecer os elementos teóricos e metodológicos básicos como base do
processo de investigação e mudança social através das potencialidades locais, tendo como
foco a solução de problemas de seu entorno.
No caso cubano, o Estado tem descentralizado suas funções para que governos locais
possam trabalhar diretamente com seus cidadãos e, desta forma, este estudo também
recomenda que haja um empoderamento de forças endógenas para que as localidades possam
se desenvolver.
Acredita-se que um estudo mais amplo sobre o Estado cubano possa enriquecer a
temática sobre a descentralização naquele contexto. Entretanto, por falta de fontes (sites
institucionais e também documentos) não foi possível uma pesquisa mais detalhada sobre o
funcionamento de toda a estrutura estatal cubana. A falta desses dados não comprometeu a
elaboração das diretrizes e suas respectivas recomendações, já que foram coletadas entrevistas
sobre a temática e também complementadas com a literatura.
Quanto ao papel da “Universidade”, constata-se que as mesmas têm um grande
potencial para agir na transformação social e promover o desenvolvimento humano e social da
localidade onde ela está inserida através da tríade ensino, pesquisa e extensão. Podem
contribuir ativamente na construção do conhecimento e também na formação e no
desenvolvimento de capacidades da comunidade, através do estudo dos fenômenos que
ocorrem na sociedade e com a proposição de soluções.
As Universidades devem ser pensadas como instrumento da sociedade para atingir o
desenvolvimento ideal, universalizando o conhecimento gerado através de instrumentos que a
façam cumprir sua função social, tal qual as atividades de extensão, que buscam a conexão
entre a Universidade e seu entorno, de forma que a mesma possa intervir junto a setores
sociais a sua volta.
No caso cubano, evidenciou-se o papel do CUM, órgão vinculado à UNAH que
conecta a Universidade com a Comunidade e também serve como um condutor do processo
de Desenvolvimento Local.
91
O papel do CUM é fundamental para o estreitamento da relação entre Universidade e
Comunidade. Os alunos pesquisadores se utilizam do CUM para aplicar seus projetos e
também capacitar as pessoas que ali trabalham e a própria população. Tanto a UNAH quanto
o CUM tem como objetivo em conjunto o empoderamento comunitário. Assim como foi
demonstrado anteriormente através da descrição e análise dos dados e também pela própria
literatura sobre o assunto, o papel das Universidades se torna primordial na discussão de
políticas públicas e DLS.
Em um contexto brasileiro, não há em nossa realidade uma estrutura estatal na qual a
Universidade possa chegar a todos os municípios brasileiros, como o exemplo exposto da
realidade cubana, na qual todos os municípios possuem um CUM para a capacitação da
comunidade e também trabalhos com foco no DLS. O que se evidencia na realidade brasileira
é que, em muitos casos, há certo distanciamento entre a Universidade e a Comunidade.
Aprofundar o papel das universidades brasileiras e conectá-las com as comunidades é uma
necessidade na formação dos acadêmicos que vai além da construção do conhecimento.
Em relação à temática “Comunidade”, constatou-se na pesquisa que a participação
cidadã é um dos pilares para o sucesso de políticas públicas e também fonte de legitimação de
ações voltadas ao DLS. Todos os estudos corroboram o entendimento que os problemas da
localidade são melhores resolvidos quando há o engajamento de todos os atores sociais nas
diversas etapas de elaboração de políticas públicas, seja no mapeamento inicial, na sua
formulação, aplicação e avaliação. Diversos autores apontam que a combinação entre
sociedade civil organizada e sua respectiva participação em assuntos locais é fundamental
para o desenvolvimento local e sustentável além de garantir o fortalecimento do conceito de
democracia.
O estimulo do poder local a ações que levem os cidadãos à participação em questões
econômicas, sociais, ecológicas e também culturais, é essencial para a promoção do
desenvolvimento local, e quando a comunidade local participa, se torna capaz de tomar
decisões de cunho coletivo atingindo mais facilmente os objetivos estratégicos definidos por
uma determinada localidade.
Em relação à participação cidadã e ao empoderamento comunitário, em Cuba, foi
instalada uma forma de governo, a nível local (bairros e povoados), na qual diversos setores
da localidade participam (instituições, representantes do povo, entre outros) e tem como
função solucionar os problemas de seu território. Este novo espaço é denominado Conselho
Popular, local onde os atores sociais relatam os problemas vivenciados e também trabalham
em suas respectivas soluções, e tem um caráter estatal e popular.
92
Entretanto, esse engajamento relatado no contexto cubano, no qual todas as cidades
são organizadas através de Conselhos Populares, que são aparados pela Lei nº 91 de 13 de
julho de 2000, não se evidencia em um contexto brasileiro, no qual historicamente a classe
política local age em diversas frentes para evitar a organização social e a participação cidadã.
O desprezo da classe política brasileira pela participação cidadã foi evidenciado através da
derrubada pela Câmara dos Deputados do decreto que instituía a Política Nacional de
Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação (SNPS). Esse decreto,
instituído pela ex-presidente Dilma Rousseff em 2014, estabelecia que órgãos da
administração pública, direta e indireta, deveriam ouvir instâncias da sociedade civil para a
formulação de políticas públicas, porém, com o discurso de ser um decreto “bolivarianista” a
Câmara dos Deputados barrou essa iniciativa.
Apesar de esta etapa trazer algumas reflexões sobre os resultados encontrados e
também uma breve elucidação sobre o contexto brasileiro, não coube a esta pesquisa um
estudo comparativo entre as duas realidades. Mesmo se tratando de contextos distintos, as
diretrizes para orientação de políticas públicas com foco no DLS e suas respectivas
recomendações possuem um contexto universal, e estão aparadas a partir da análise de
conteúdo e análise interpretativa dos dados coletados e também pela literatura que
confirmaram os resultados encontrados.
O que ficou constatado durante o processo de pesquisa foi que a metodologia adotada
pela UNAH tem como o enfoque a mudança social da localidade, tendo a Universidade como
fonte de conhecimento e capacitação da comunidade. A UNAH, por meio de seus
pesquisadores, trabalha na identificação da realidade que deve ser modificada e, através de
seu capital humano, encontra-se soluções para os problemas locais.
Desta forma, acredita-se que o presente estudo possa possibilitar futuras reflexões
sobre o processo de DLS no Brasil e mais especificamento no Estado de Santa Catarina, além
de poder fomentar discussões dentro do projeto de pesquisa do Grupo Sapientia
“Levantamento de metodologias de promoção do desenvolvimento local sustentável: um
estudo comparativo das iniciativas do poder público brasileiro e da União Europeia”, que tem
como objetivo a formulação e aplicação de uma metodologia de DLS que atenda a realidade
local catarinense.
Após exposição dos fatores limitantes da pesquisa, nos quais estão em torno da falta
de informações sobre a estrutura estatal cubana e sobre a dificuldade de comparação entre
ambos os países sobre os referenciais apresentados nesta pesquisa, recomenda-se que esse
estudo possa ser continuado para sanar as lacunas que foram apontadas nesta etapa. Um
93
estudo mais aprofundado sobre o Estado cubano e também um estudo comparativo, no qual
fosse viável a comparação da realidade de ambos os países, talvez possa trazer contribuições
mais assertivas.
94
REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, Ricardo. Para uma teoria dos estudos territoriais. In, ORTEGA, AC FILHO,
NA (org.). Desenvolvimento Territorial, Segurança Alimentar e Economia Solidária.
Alínea editora. Campinas, 2007.
ALMEIDA, Luciane Pinho. A extensão universitária no Brasil: processos de aprendizagem a
partir da experiência e do sentido. DIRE-Diversité Recherches et terrains, n. 7, 2015.
ALONSO, G. J. Revisión del concepto de desarrollo local desde una perspectiva territorial.
Review of concept of local development from a territorial view, v. 23, p. 9-27, 2013.
ANDION, Carolina. Análise de redes e desenvolvimento local sustentável. Revista de
Administração Pública, v. 37, n. 5, p. 1033-1054, 2003.
ARNSTEIN, Sherry R. A ladder of citizen participation. Journal of the American Institute
of planners, v. 35, n. 4, p. 216-224, 1969.
ARSLAN, Tulin Vural. The Role of Local Retailers’ Association in the Sustainable
Development of a Historical Commercial District. Procedia - Social And Behavioral
Sciences, [s.l.], v. 168, n. , p.87-96, jan. 2015. Elsevier BV.
BACHMANN, Pamela L.; DELGADO, Luisa E.; MARÍN, Víctor H. Analysis of the citizen's
participation concept used by local decision makers: the case of the Aysen watershed in
southern Chile. International Journal of Sustainable Development, v. 10, n. 3, p. 251-266,
2007.
BARBIERI, J. C. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudança da Agenda
21. 11. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
BARKER, Adam. Capacity building for sustainability: towards community development in
coastal Scotland. Journal of Environmental Management, v. 75, n. 1, p. 11-19, 2005.
BARQUERO, Antonio Vázquez. Las nuevas fuerzas del desarrollo. Antoni Bosch editor,
2005.
BARROS, Aidil Jesus da Silveira; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de
metodologia científica. São Paulo, v. 2, 2007.
BARROS, MA Nunes; BLOCH, R. Arruda. The challenges of a government strategy of
training of local leaderships. WIT Transactions on Ecology and the Environment, v. 39,
2000.
BERCU, Ana-maria. The Sustainable Local Development in Romania - Key Issues for
Heritage Sector. Procedia - Social And Behavioral Sciences, [s.l.], v. 188, p.144-150, maio
2015. Elsevier BV.
BERNHEIM, Carlos Tünnermann; CHAUÍ, Marilena. Desafios da universidade na
sociedade do conhecimento: cinco anos depois da conferência mundial sobre educação
superior. Brasília : UNESCO, 2008.
95
BOLAN, Valmor; MOTTA, Márcia Vieira da. Responsabilidade social no ensino superior.
Responsabilidade Social, v.3, n.3, p.11-20, 2008.
BRAVO, O.; GONZALEZ, F. M. Modelo de desarrollo local para los municipios. Cuadernos
del Cendes, n. 86, p. 1-26, 2014.
BRISTOW, Gillian; WELLS, Peter. Innovative discourse for sustainable local development: a
critical analysis of eco-industrialism. International Journal of Innovation and Sustainable
Development, v. 1, n. 1-2, p. 168-179, 2005.
BRUNDTLAND, Gro Harlem (Org.). Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: FGV, 1987.
BRYMAN, A. Quantity and quality in social research. 2. ed. London: Routledge, 2004.
BUARQUE, Sérgio Cristóvam. Construindo o desenvolvimento local sustentável:
Metodologia de planejamento. 4 ed. Rio de Janeiro: Garamond, 2008.
CABRAL, Eugênia; SANTOS, Alessandra; GOMES, Sérgio. Responsabilidade Social e
Ambiental e Desenvolvimento local Sustentável: O Caso do Projeto de Educação Ambiental e
Patrimonial - PEAP. Revista de Gestão Ambiental e Sustentabilidade, [s.l.], v. 4, n. 1, p.91-
107, 1 abr. 2015. University Nove de Julho.
CAMARGO, Ana Luiza de Brasil. Desenvolvimento Sustentável: Dimensões e Desafios. 5.
ed. Campinas: Papirus, 2003. 160 p.
CARPI, Juan Antonio Tomás et al. El desarrollo local sostenible en clave estratégica.
CIRIEC-España, revista de economía pública, social y cooperativa, n. 61, p. 73-101,
2008.
CARVALHO, J. L. F.; VERGARA, S., C. A fenomenología e a pesquisa dos espaços de
serviços. Revista de Administração de Empresas – RAE, v. 42, n.3, jul./set./. 2002.
CASTELL, M. A Galáxia da Internet. Reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade.
Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
CATTANI, Antonio David; FERRARINI, Adriane Vieira. Participação, desenvolvimento
local e política pública: estratégias articuladas para a superação da pobreza. Revista
Katálysis, v. 13, n. 2, p. 164-172,2010.
CAVALLARO, Valter; DANSERO, Egidio. Sustainable development: global or local?.
GeoJournal, v. 45, n. 1, p. 33-40, 1998.
COBB, Roger, ROSS Jennie-Kieth, ROSS, Marc Howard. Agenda building as a comparative
political process. The American Political Science Review, vol. 70, n. 1 (Mar. 1976), pp.
126-138.
COHEN, Michael D., MARCH, James G., OLSEN, Johan P. A Garbage Can Model of
Organizational Choice. Administrative Science Quarterly, vol. 17, n. 1, 1972, pp. 01-25.
CUBA, Lei nº 91, de 13 de julho de 2000.
CURTIS, F. 2003. Eco-localism and sustainability. Ecological Economics 46: 83–102.
96
DOMBROWSKI, Osmir. Poder local, hegemonia e disputa. Revista de Sociologia e Política,
v. 16, n. 30, p. 269, 2008.
DOWBOR, Ladislau. A reprodução social. Editora Vozes, 2003.
DOWBOR, Ladislau. O que é poder local. 1994.
DOWBOR, Ladislau. Tendências da gestão social. Saúde e sociedade, v. 8, n. 1, p. 3-16,
1999.
FERRARINI, Adriane Vieira. Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável: uma
metodologia para políticas e programas de superação da pobreza. Interações, Campo Grande,
v. 13, n. 2, p.233-241, 2012. Semestral.
FILIMON, Luminita; NEMES, Valentin; FILIMON, Claudiu. Local Development Model
Based on Territorial Identity and Heritage.: The case of Romanian ”tara”/lands ". Romanian
Review On Political Geography / Revista Româna Geografie Politica,Oradea, v. 16, n. 2,
p.134-146, nov. 2014.
FISCHER, Tania. Poder local: governo e cidadania. Rio de Janeiro: Fundação Getulio
Vargas 1993.
Fletcher, S., 2003. Stakeholder representation and the democratic basis of coastal partnerships
in the UK. Marine Policy 27, 229–240.
FLEURY, Philippe et al. Participative approaches and extension practices towards sustainable
agriculture: A methodological approach based on sociology of translation. Changing
European farming systems for a better future New visions for rural areas, p. 314, 2006.
FRANTZ, Walter; SILVA, Enio Waldir da. As funções sociais da universidade: O Papel da
Extensão e a Questão das Comunitárias. Ijuí: Unijuí, 2002. 248 p.
FRIEDMANN, J. Empowerment: the politics of alternative development. Cambridge,
Massachusetts: Blackwell Pub, 1992.
FUNES, Fernando. El movimiento cubano de agricultura orgánica. FUNES, F.; GARCÍA,
L.; BOURQUE, M, p. 15-38, 2001.
FUNES-MONZOTE, Fernando. La agricultura cubana en camino a la sostenibilidad. Leisa, v.
7, p. 21-23, 2001.
FURTADO, Celso. Os desafios da nova geração. Revista de Economia Política, v. 24, n. 4,
2004.
GARCÉS, Roberto González; HURTADO, Anabel Díaz. ¿El lugar o el vínculo entre actores
sociales? Lo comunitario en la gestión del desarrollo local. Centro de Estudios de Dirección
Empresarial Territorial de La Universidad de Camagüey Ignacio Agramonte Loynaz, [s.
L.], v. 9, n. 1, p.218-238, jun. 2015.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisas. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
97
GODOY, Arllda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de
Administração de Empresas. São Paulo, v. 35, n. 2, p.57-63, abr. 1995.
GOERGEN, Pedro. Ciência, sociedade e universidade. Educação e sociedade, v. 19, n. 63, p.
53-79, 1998.
GRANITO, Roberta Aparecida Neves et al. Regional development and new paradigms:
initiatives of promotion to regional development in the Mangueira community. Cadernos
EBAPE. BR, v. 5, n. 2, p. 01-14, 2007.
GRAY, D. E. Pesquisa no mundo real. 2. Ed. Porto Alegre: Penso, 2012.
GUSTAFSSON, Gunnel. Symbolic and pseudo policies as responses to diffusion of power.
Policy sciences v. 15, n. 3, 1983, pp. 269-287.
HOLT-GÍMENEZ, Eric. Campesino a campesino: Voces de latinoamerica: Movimiento
campesino a campesino para la agricultura sustentable. Simas, 2008.
JACOBI, Pedro. Poder local, políticas sociais e sustentabilidade. Saúde e Sociedade, v. 8, n.
1, p. 31-48, 1999.
JEKABSONE, Inga; SLOKA, Biruta. Sustainable Local Development from perspective of
citizens: Salaspils municipality (latvia) case. European Integration Studies, [s.l.], v. , n. 9,
p.100-112, 5 nov. 2015. Publishing House Technologija.
KINGDON, J. W. Agendas, alternatives, and public policies. Boston: Little, Brown, 1984.
KISMAN, Zulfukar Aytac; VENTEL, Annemarie. Development policies in European Union.
Emerging Markets Queries In Finance And Business, Amsterdã, v. 32, n. 0, p.878-883,
2015.
KORF, Benedikt; OUGHTON, Elizabeth. Rethinking the European countryside—can we
learn from the South?. Journal of Rural Studies, v. 22, n. 3, p. 278-289, 2006.
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia
Científica. 6. ed. São Paulo: Atlas S.a., 2009.
LARSSON, Markus. Environmental Entrepreneurship in Organic Agriculture in Järna,
Sweden. Journal of Sustainable Agriculture, [s.l.], v. 36, n. 2, p.153-179, fev. 2012.
LEIS, Hector. A modernidade insustentável: as críticas do ambientalismo à sociedade
contemporânea. Petrópolis: Vozes; Florianópolis: Ed. da UFSC, 1999.
MEDEIROS JÚNIOR, Geraldo José. Universidade e responsabilidade social. 2004.
MEESSEN, H.; SVAJDA, J.; KOHLER, T.; FABRICIUSOVA, V.; GALVANEK, D.;
BURAL, M.; KACEROVA, M.; KADLECIK, J., Protected Areas in the Slovak Carpathians
as a Contested Resource. Between Metropolitan and Mountain Stakeholders On the Road to
Local Participation, Revue De Geographie Alpine-Journal of Alpine Research, v. 103, n.3, 17,
2015
98
MENEZES, E. C. O.; RONCONI, L. F. A.; SERVA, M. R. Governança dos Recursos de Uso
Comum e Desenvolvimento Territorial Sustentável: análise dos Arranjos Institucionais da
Pesca na Grande Florianópolis. Revista de Gestao Social e Ambiental. v. 10, n.1, 22-40,
2016.
MIGUEL, Fernando Manero. La participación ciudadana en la ordenación del territorio:
posibilidades y limitaciones. Cuadernos Geográficos, Granada, v. 47, n. 1, p.47-71, 2010.
MILANI, Carlos Roberto Sanchez. Nem cola, nem lubrificante sociológico, mas campo
eletromagnético: as metáforas do Capital Social no campo do desenvolvimento local. Redes,
v. 12, n. 1, p. 195-224, 2007.
MMA – Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21 Brasileira. Disponível em:
http://www.mma.gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21/agenda-21-global.
Acesso em 17 de nov. de 2016ª.
MOÁS, Luciane da Costa. Cidadania e poder local. Editora Lumen Juris, 2002.
MOLINET, Carlos et al. Challenges for coastal zoning and sustainable development in the
northern Patagonian fjords (Aysén, Chile). Latin American Journal Of Aquatic Research,
[s. L.], v. 42, n. 1, p.18-29, jan. 2014.
MOREIRA, Sandrina Berthault; CRESPO, Nuno. Economia do Desenvolvimento: das
abordagens tradicionais aos novos conceitos de desenvolvimento. Revista de Economia, [s.
L.], v. 38, n. 2, p.25-50, 2011.
NAVARRO, Z. Desenvolvimento rural no Brasil: os limites do passado e os caminhos do
futuro. Revista Estudos Avançados, São Paulo, v. 15, n. 43, p. 83-100, set./dez. 2001.
NORMANN, Roger Henning; VASSTRÖM, Mikaela. Municipalities as Governance Network
Actors in Rural Communities. European Planning Studies, [s.l.], v. 20, n. 6, p.941-960, jun.
2012.
OLIVEIRA, Francisco. Aproximações ao enigma: o que quer dizer desenvolvimento local.
Pólis, 2001.
PARNWELL, M. J. G. Eco‐localism and the shaping of sustainable social and natural
environments in North‐East Thailand. Land Degradation & Development, v. 17, n. 2, p.
183-195, 2006
PEREDO, Ana Maria; CHRISMAN, James J. Toward a theory of community-based
enterprise. Academy of Management Review, v. 31, n. 2, p. 309-328, 2006.
PETERS, B. Guy, HOGWOOD, Brian W. In search of the issue-attention cycle. The Journal
of Politics, vol. 47, n. 1, (Fev. 1985), pp. 238-253.
PETERSON, R. Understanding and encouraging entrepreneurship internationally. Journal of
Small Business Management, 26(2): 1– 8, 1988.
PINTO, Maira Meira. Responsabilidade Social Universitária como Indicador de Qualidade
para o Ensino Superior? Apresentado no CONGRESSO NACIONAL DE EDUCAÇÃO DA
PUCPR (EDUCERE) - EDIÇÃO INTERNACIONAL, 8., 2008, Curitiba. Formação de
99
professores. Curitiba: Champagnat, 2008. 000 p. Disponível em:
<http://www.pucpr.br/eventos/educere/educere2008/anais/trabalhos2.html>. Acesso em: 17
abr. 2017.
PIONTEK, Franciszek; PIONTEK, Barbara. The contemporary concepts of development in
terms of the diversifying criteria.Problemy Ekorozwoju, [s. L.], v. 1, n. 9, p.47-62, jan.
2014.
POKORNY, B.; De Jong, W Smallholders and forest landscape transitions: locally devised
development strategies of the tropical Americas. International Forestry Review. v. 17, 1-19,
2015
PRESSMAN, J. L.; WILDAVSKY, A. B. Implementation: how great expectations in
Washington are dashed in Oakland or, why it’s amazing that federal programs work at all,
this being a saga of the Economic Development Administration as told by two sympathetic
observers who seek to build morals on a foundation of ruined hopes, Berkeley: University of
California Press, 1973.
REDDY, P. S. Local government capacity development, local economic development (LED)
and inclusiveness: A critique of the South African experience. Journal of African & Asian
Local Government Studies, v. 3, n. 2, 2014.
RESENDE, Flávio da Cunha. Por que reformas administrativas falham? Revista Brasileira
de Ciências Sociais, v. 17, n 50, Outubro de 2002.
RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3. ed. São Paulo: Atlas
S.a., 1999.
RODRIGUEZ, Alejandro Emilio Ramos; SUÁREZ, Rafael Ojeda. La participación ciudadana
para el desarrollo local en municipios inteligentes. Revista de Gestión del Conocimiento y
El Desarrollo Local, Mayabeque, v. 1, n. 1, p.2-6, jan. 2014.
SABATIER, Paul A. Top-down and bottom-up approaches to implementation research: a
critical analysis and suggested synthesis. Journal of Public Policy, vol. 6, n. 1, 1986, pp. 21-
48.
SACHS, Ignacy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 2. ed. Rio de Janeiro:
Garamond, 2002.
SACHS, Jeffrey David. The age of sustainable development. Nova Iorque: Columbia
University Press, 2015.
SANTIAGO, E. G. Tipologia para análise do desenvolvimento local, integrado e sustentável –
DLIS. Revista Ciências Administrativas. v. 8, n. 2, p. 119-124, 2002.
SANTORO, Maurício. Cuba após a Guerra Fria: mudanças econômicas, nova agenda
diplomática e o limitado diálogo com os EUA. Revista Brasileira de Política Internacional,
v. 53, n. 1, p. 130-140, 2010.
SANTOS, Boaventura de Sousa. A Universidade no Século XXI: Para uma reforma
democrática e emancipatória da Universidade. 3. ed. São Paulo: Cortez, 2011. Disponível em:
100
<https://extensao.milharal.org/files/2013/03/BOAVENTURA-DE-SOUZA-SANTOS-A-
UNIVERSIDADE-NO-SEC-XXI.pdf>. Acesso em: 07 mar. 2017.
SANTOS, Boaventura de Sousa. Dilemas do Nosso Tempo: globalização, multiculturalismo e
conhecimento. Educação & Realidade, v. 26, n. 1, 2001.
SCHMITT, Valentina Gomes Haensel; MORETTO NETO, Luis. Associativismo, Comércio
Justo e o Desenvolvimento Territorial Sustentável: a experiência da Toca Tapetes. Rege, São
Paulo, v. 18, n. 3, p.323-338, 2011.
SECCHI, Leonardo. Políticas públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. São
Paulo: Cengage Learning, v. 133, 2010.
SEN, Amartya. Desenvolvimento como Liberdade. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
SEPE, Marichela; TRAPANI, Giovanni Di. Cultural tourism and creative regeneration: two
case studies. International Journal of Culture, Tourism and Hospitality Research, [s.l.],
v. 4, n. 3, p.214-227, 10 ago. 2010.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Cientifico. 22a ed. São Paulo: Cortez, 2002.
SEYFANG, Gill. Community currencies: small change for a green economy. Environment
and planning A, v. 33, n. 6, p. 975-996, 2001.
SILVA, Christian Luiz da; MENDES, Judas Tadeu Grassi (Org.). Reflexões sobre o
Desenvolvimento Sustentável: Agentes e interações sob a ótica
multidisciplinar. Petrópolis: Vozes, 2005. 196 p.
SILVA, Christian Luiz da; SOUZA-LIMA, José Edmilson de (Org.). Políticas Públicas e
indicadores para o Desenvolvimento Sustentável. São Paulo: Saraiva, 2010.
SILVA, Enio Waldir da. O papel da extensão no cumprimento da função social da
universidade. In: FRANTZ, Walter; SILVA, Enio Waldir da. O papel da extensão e a
questão das comunitárias. Ijuí: Unijuí, 2002.
SILVA, José Graziano da. Velhos e novos mitos do rural brasileiro. Estudos avançados, v.
15, n. 43, p. 37-50, 2001.
SILVA, Márcia. Poder local, Ideologia e Representações Sociais. Mercator, Fortaleza, v. 13,
n. 2, p.39-51, 2014. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=273632165004>.
Acesso em: 19 jul. 2016.
SILVA, Maria Manuela. Fases de um processo de Desenvolvimento Comunitário. Análise
Social, p. 538-558, 1963.
SILVEIRA, M. C. Iniciativas de promoção de desenvolvimento local no município do Rio de
Janeiro: características e dilemas. 2005.
SOMEKH, B.; JONES, L. Observação. In: SOMEKH, B.; LEWIN, C. (orgs.). Teoria e
métodos de pesquisa social. Petrópolis: Vozes, 2015, p. 183 – 191.
101
SOUZA, Celina. POLÍTICAS PÚBLICAS: questões temáticas e de pesquisa. Caderno
Crh, Salvador, v. 1, n. 39, p.11-24, dez. 2003.
TONKOVIć, Željka; ZLATAR, Jelena. Sustainable Development in Island Communities: The
Case Study of Postira. European Countryside, [s.l.], v. 6, n. 3, p.254-269, 1 jan. 2014.
Walter de Gruyter GmbH.
VAINER, Carlos Bernado. As escalas do poder e poder das escalas: o que pode o poder
local?. Anais: Encontros Nacionais da ANPUR, v. 9, 2001.
VEIGA, José Eli da. Desenvolvimento Sustentável: O desafio do século XXI. Rio de
Janeiro: Garamond, 2010. 220 p.
VIDAL, Francisco AB; FARIA, Iracema Q.; MOREIRA, Maria Vilma C. Empreendedorismo
social promovendo a inserção cidadâ de famílias de baixa renda: o caso da fundesol/ce-
agência de desenvolvimento local e socioeconomia solidária. Revista Gestão & Tecnologia,
v. 5, n. 2, 2010.
VIEIRA, Liszt. Cidadania e Globalização. Rio de Janeiro: Record, 1997.
VILLELA, Lamounier Erthal; COSTA, Eduardo Gusmão da; CANÇADO, Airton Cardoso.
Perspectivas da agropecuária do município de Itaguaí face a megaprojetos em implementação
no local. Organizações Rurais & Agroindustriais, [s. L.], v. 16, n. 2, p.208-219, jan. 2014.
102
APÊNDICE A – TRANSCRIÇÃO DAS ENTREVISTAS
Entrevistado(a) – Professor UNAH - A001
Professor (a), eu gostaria que o senhor explicasse o que é o CEDAR. Conte um pouco da
história do CEDAR e qual é a função do senhor(a) aqui neste centro.
CEDAR, como centro de estudios de la Universidad Agraria de La Habana, surge en 26 de
junio del año 2003, por una resolución que quería crear, que aprueba ese tipo de centro de
estudio, para crear un centro de estudios hay que lograr en una etapa antes de su estado
científico, el resultado de su operación, etc. Que van (inaudível) de cómo tal, como parte del
centro de, de estudios… (PAUSA)
Bueno, decía que el centro de estudios nuestro fue aprobado en 26 de junio de 2003, por una
resolución del Ministerio de Educación Superior, que es el que a partir de un grupo de
resultados que va alcanzando, un grupo de investigación o una línea de investigación, se le
proponen la creación de los centro de estudios. Ya en ese momento había transitado por la, los
grupos de investigación de que tienen que ver con sobretodo el desarrollo agropecuario, un
grupo del que tiene que ver con todo relacionado al desarrollo, se presentó al Ministerio la
fundamentación de todo un grupo de elementos, y nos aprobamos el centro de estudios. Este
centro de estudios ya dirigido un poco a todas las experiencias, todos los resultados, se optó
por llamarle Centro de Estudios de Desarrollo Agrario y Rural Sostenible. Y cuando
hablamos de desarrollo, uno dice “bueno desarrollo rural no tiene que ver con el desarrollo
local” es lo mismo, el desarrollo es uno solo. En ese momento como que íbamos a hacer
financiar un proyecto, que lo que buscaba era el desarrollo rural propriamente, desarrollo de
todo lo rural, entonces le pusimos Centro de Estudios de Desarrollo Agrario y Rural
Sostenible, pero a partir de ahí hemos hecho investigaciones tanto de lo rural, como en el
medio local, ya sea urbano, rural, etc. Y la responsabilidad que ocupo, o sea, tengo el honor
de ser fundador de este centro de estudios, pero no fundador como director, sino, cofundador
inicialmente como investigador, como profesor del centro de estudios allá por el 2003, porque
antes de lo aprobado, si ya yo trabajaba con los profesores, o sea, con el coordinador de toda
esta investigación, el proyecto, etc. El centro no era este, estábamos en otro lugar empezamos
por un local pequeño, y ya logramos tener todo esto. Y a partir ahí mayormente, yo
coordinaba grupos de desarrollo humano local, este grupo de desarrollo humano local en un
primero momento, no tanto el grupo de desarrollo humano local, sino, la parte de deporte
comunitario por el desarrollo humano. Y ahí fui después abriendo la concepción está de
desarrollo, y entonces pasó a coordinar el grupo de desarrollo humano, y a partir de ahi y
despues con el tiempo fue también subdirector, o sea subdirector del centro de estudios, y ya
cuando se jubila el director de acá, paso a ser, hace prácticamente más de un año y medio,
director del centro de estudio. Nuestra línea fundamental van dirigidas a la gestión de los
conocimientos para el desarrollo local, y tenemos 4 sub líneas fundamentales. Una que tiene
que ver con la seguridad alimentaria, por todo de todas las cuestiones que tiene que ver, y que
es algo que era un problema para nuestro país. Una segunda línea que es el cómo tal la
103
informática aplicada a la gestión, porque todo los proyectos nuestros nos han aprobado sobre
la base de las tecnologías de las informaciones y las comunicaciones, por eso tenemos este
grupo por acá. El tercer grupo era de los recursos naturales, o sea, medio ambiente es recurso
natural ¿Que tiene que ver? Bueno el medio ambiente lo es todo, a veces pensamos que el
medio ambiente el natural, pero el medio ambiente lo es todo, es todo y todas interacciones
sociales, culturales, entonces fue una forma parte del medio ambiente y el grupo de desarrollo
humano, que es el que posteriormente yo coordine. Entonces son los 4 líneas fundamentales
de investigación, teniendo en cuenta que esa investigación es nuestra esta así que hacemos, va
dirigida a una gestión de desarrollo y que la gestión de desarrollo generalmente es social, o
generalmente no, la gestion de desarrollo social. Porque la, el desarrollo social esté entre los
diferentes actores de la interacción, de los diferentes actores. Ya ahí es bueno, así es como
surge el CEDAR, a pesar de tener 13 años tiene mucho reconocimiento, a veces mucho
reconocimiento, que a veces a uno es bueno que se le reconozca pero no solo a los de adentro,
sino, a los de afuera, los que (inaudível) hablar del CEDAR y una buena, una, porque eso
genera credibilidad y creo que es bueno, porque a veces hay más reconocimiento fuera que
adentro, propiamente. A veces aquí vienen, aquí, nosotros tuvimos en el año 2010, 11, 12,
creo, vino el director que atiende desarrollo rural de la FAO, este, Roma, oficinca está en
Roma y vino a Cuba a otras cuestiones que tenían que ver con el suelo y esas cuestiones. Y él
le planteó a representante de la FAO ese momento brasileño, Marcio Porto, le planteó que él
antes de irse de Cuba quería conocer el CEDAR, no a la universidad sino al CEDAR. Y
entonces y bueno y seguía llamando al Ministerio de Relaciones Exteriores, el Ministerio de
Relaciones Exteriores me llamo a mi, ya es porque para tener una visita tienes que estar
autorizado por la por la gestoría, porque es inclusive un diplomático ¿no? Bueno todo eso se
resolvió en es 2 horas y vino aquí, pero llegó aquí el no podía irse, lo vio irse, vino con Irarí
un apellido un poco extraño ahora no recuerdo bien. Y vino aquí, contactó, intercambió con
nosotros y muy igual a esto porque él ya tenía conocimientos del CEDAR, lo que hacia el
CEDAR, ya el había visto la obra de Franchi, esta de (inaudível) de agua, allí a la entrada de
la (inaudível). Y entonces todo eso le llamo la atención y dijo “no, yo vine aquí a propósito
pero si quiero venir”. Y así por acá han pasado varias universidades, de la (inaudível),
universidades de diferentes países, de Brasil, Brasil tiene tremendas relaciones con nuestro
centros de estudios, muchas universidades de Brasil, sobretodo la universidades ¿Como era?
¿Las federales, no? Las federales que han venido aquí, en el último, en febrero hubo un grupo
de 30, que vinieron aquí, y no venían a esta universidad, veníeron a la universidad de
Artemisia y pidieron que nosotros les diéramos una conferencia acá. Y entonces vinieron y
aquello fue bueno, buenisimo, terminamos en casa de Franchi tambien, simpre nosotros
terminamos allá. Y así con muchas universidades que ven el trabajo, porque aquí nosotros no
forzamos nada, nosotros trabajamos, nosotros creamos a nuestra medida, los modelos, los
modelos de desarrollo, etc. Lo hemos ido investigando, los que hemos escrito acá salía,
entonces las personas vienen acá y ¿Esto como es? Vienen. Ya hacen sus relaciones y además,
y eso no tenemos problema. Y institucionalmente tenemos nuestras mayores relaciones están
con los centros universitarios municipales, con los gobiernos, pero también, con algunas
organizaciones, que era una de las entidades que íbamos a conocer la presidenta de la ESTAF,
la ESTAF era asociación de cubanas, de trabajadores agrícolas y forestal, una viene siendo
una organización que viene siendo ONG y no ONG. Porque ella es independiente, pero, la
104
presidenta de esa organización, la presidente de esa organización es de estudiante nuestra en
la maestría, y entonces yo quería que usted intercambiara con ella, porque como ella
aprovecha todo los conocimientos y capacidades que desarrolla aquí, para su propia labor que
es un principio nuestro, o sea, aquí se investiga a partir del puesto de trabajo, que yo
desempeño ya en una maestría, todo el que pasa en una maestría o doctorado tiene un puesto
de trabajo, y no es venir yo a una maestría de desarrollo rural y trabajo no se en que cosa, que
es lo que estoy investigando no tiene que ver con aquello, sino, buscar que le de solución a
una problemática de su puesto de trabajo. Esa idea, eso es lo que nos ha hecho transitar
durante 13 años, al inicio nosotros, hoy generalmente de los que estamos aquí toda esa
juventud que ves por acá, generalmente no fuimos los que iniciamos esto, los que iniciamos
esto fue (inaudível) los demás eran personas, de doctores con experiencia, experiencia sobre
todo en lugar de conocimiento, pero después fueron desarrollando capacidades en el
desarrollo, pero bueno, les fue llegando la hora de su jubilación y se fueron, este y este. Nos
fuimos nutriendo de estudiantes graduados en las proprias maestrías nuestras, aunque todavía
no son doctores están en camino de eso, pero que ya tienen un conocimiento y una capacidad
de lo que es desarrollo, y tienen como aquí hay que cambiar mucho la forma de actuar y
pensar, cuanto más joven es menos hay que cambiar ¿no? Ya se va eso ycreo que no marcha
bien, a pesar de un grupo de limitaciones que hay lo tiene todo el mundo, uno lo tiene más
otros menos, pero bueno, siempre hay la persistencia, y la voluntad, y sobretodo es una cosa
que es importante, que es gustarle lo que uno hace. Cuando uno hace lo que le gusta, aunque
no tenga nada, aunque pase trabajo, pero le gusta hacer. Y realmente yo he estado en esta área
del desarrollo, al igual yo trabajaba más específicamente en la cultura física, me he ido
enamorando, yo me divierto, yo me, estos días han sido días intensos de trabajo, pero me he
sentido muy bien con ustedes aquí, en poder decirle a ustedes todo lo que hacemos nosotros, y
conocer todo lo que hacen ustedes.
Qual o papel desta universidade na promoção do desarrollo local sostenible?
Bueno como... ya ¿La primera pregunta quedó respondida? ¿No quedó nada que decir? ¿No?
Porque a lo mejor si te queda algo nos volvemos y puede volver a preguntar. Pero el papel de
la universidad en el desarrollo sostenible, la universidad tiene un una responsabilidad social
muy bien clara en la sociedad y es simplemente el desarrollo de capacidades, o sea de
conocimientos, habilidades, valores y prácticas, de ustedes como verán, lo he repetido nestes
días, ya están cansados de oír la palabra esa ¿no? y esos conocimientos instituidos a practicar
la responsabilidad social que tienen la universidad, porque la universidad lo que produce es
conocimiento, y lo produce hoy en la actualidad no transfiriendo el conocimiento, sino,
construyendo el conocimiento. A partir de la formación de la propia comunidad, del propio
municipio, esa información que surge ahí que la dan los actores. Interacción universidad,
comunidad, gobierno, se va creando, se va construyendo el conocimiento, que permite ese
desarrollo. Ahora, el papel de la universidad o vale, creemos que la universidad hoy más que
nunca, se debe ese papel y yo tambien como soy de la universidad, lo digo con mucha fuerza
pero yo siempre digo que el conocimiento, aunque todo mundo vea que el conocimiento es
algo, no se produce. Las personas dicen “no, la universidad lo que tiene es conocimiento y el
conocimiento que hay” es pero verdaderamente el conocimiento es que logra o permite esos
105
modelos educativos, ese conocimiento que se construye, es lo que permite el desarrollo
sostenible, o el desarrollo local sostenible. Puesto que en modelos anteriores, el referente
fundamental de desarrollo era el crecimiento económico y no es que el crecimiento
económico no sea parte del desarrollo, o sea, un referente como se dice, una dimensión, pero
no es, no es el único, ni el fundamental, sino, el desarrollo tiene un grupo de dimensiones que
tienen que integrarse, para producir desarrollo. Y para que sea sostenible, tiene que estar muy
armónicamente eso, cada uno fortalecido o integrado políticamente que produzcan esto. Pero
eso se logra, entonces se habla que el referente fundamental hoy o el referente no, sino, el
paradigma en vez de un referente económico como hasta ahora todo el mundo decía, y
sobretodo hasta los años a partir de los años 50, se habla entonces del referente del desarrollo
humano, o sea que, para lograr el desarrollo sostenible hace falta el desarrollo humano. El
referente o el paradigma es desarrollo humano, y aunque se comience a hablar a partir de la
segunda guerra mundial, no es hasta la década de 90 que comienzan a darse los primeros
pasos donde realmente se pone el papel del desarrollo humano, como el que posibilita el
desarrollo. Inclusive a nosotros nos fue mucha satisfacción, porque siempre hablamos eso
pero, vemos que es mucho lo hablan también pero siguen colocando el referente económico,
pero sin embargo el lema que tuvo este año 2016, el congreso mundial de universidad, 2016 o
sea, el congreso de la educación superior cubana, que participan muchos países, el lema era
prácticamente eso ¿no? Una universidad innovadora por un desarrollo humano sostenible,
donde este sea su referente para el desarrollo o sea su paradigma para el desarrollo, y no
seguir viendo como que el paradigma es ¿Cómo se llama? Que el referente económico es
fundamental. Nosotros decimos que si, lo económico es importante, pero, lo económico no
necesita de desarrollo de los hombres, de las mujeres. el desarrollo humano del las
capacidades. esos conocimientos actitudes y prácticas, de esa actualización para poder lograr
la transformación del modelo económico que queremos. O sea, si no hay conocimiento, si los
conocimientos que tenemos están desactualizados, no vamos poder mejorar eso, Y yo creo
que ese es el papel de la universidad hoy y no eeee... o sea, verlo autoestimarlo y que todo el
mundo en esa triple hélice social pal desarrollo que yo hablo también, vea en esa interacción
gobierno/universidad, gobierno/comunidad, gobierno vea cómo la universidad tiene que llevar
las herramientas, llevar las capacidades para poder transformar, o sea, comprender, esas
cualidad municipal y poderla transformarla. Ahí yo creo que está el papel fundamental de la
universidad y ahí es donde yo lo veo el valor, o sea, colocó el conocimiento adelante, el
conocimiento tira el desarrollo, y por lo tanto el desarrollo es el que tira de la sostenibilidad.
Cuando hay desarrollo sostenible ahí todas las dimensiones están fortalecidas en esa
interacción, o sea, lo económico, lo social, lo político, lo cultural, eses que el grupo de ustedes
¿Cuánto diverso es? Hay quien es de la cultura, hay quien es de la comunicación, hay quien es
esta en la parte de la educación, estudias propriamente lo que es desarrollo local sostenible.
Porque el desarrollo es eso, es la interacción, es la diversidad del conocimiento buscando esta
problemática. Porque uno solo en su área de conocimiento, no lograr, de desa forma logra
usar en lo tuyo pero al final tiene que necesitar de los demás, y no hay cultura, no hay
capacidad para integrarnos con los demás. Creo que ese es el papel de la universidad, y por
eso a partir de que use el centro de estudios, entonces se comienza a gestar un modelo de
desarrollo local sostenible, que es el modelo (inaudível) que es un municipio inteligente por
un desarrollo local sostenible. Y surge es por eso, porque es la universidad, es a través de las
106
capacidades de conocimiento que podemos lograr eso. Y hay quien pueda pensar bueno no, si
yo primero tengo eh, ya, uno necesita de la economía, necesita del dinero, necesita de las
finanzas para poder llevar la agricultura, pero yo puedo tener el dinero, puedo tener finanza
excessiva, puedo tener proyectos que den mucho si no tengo conocimiento, si no tengo
capacidades, no se lo bien o mal que voy emplear eso. Entonces el conocimiento es necesario
para poder después, poder ejecutar a veces muchos (inaudível), sobretodo cuando son de
desarrollo.
Eu gostaria que o senhor(a) explicasse esse modelo da triple hélice, que foi bem
explorado durante a nossa estadia aqui, gobierno, universidad y comunidad. Quem são
os atores dessa tríplice hélice? Como essa tríplice hélice social chega ao desenvolvimento
local sustentável? Como que eu consigo desenvolver localmente e sustentavelmente a
partir dessa triple hélice?
Aaa ¿Como logro el desarrollo sustentable? ¿A partir de esa triple hélice? Bueno, eso no es
difícil comentarlo, no es difícil, porque tiene fundamento, como te decía ahorita, la
universidad como gestora del conocimiento, como la que produce conocimiento, siempre se
ha visto en modelos anteriores, que la universidad de donde están, se considera que está las
personas que más saben, y que esas personas tienen un gran conocimiento en cada una de las
tres conocimiento inicial y también conocimiento para traer a la comunidad, lo, la comunidad
cuando digo, la comunidad estoy diciendo las empresas, y las diferentes empresas, el
gobierno, etc. Lo tome y lo empiece a desarrollar eso. A veces, le tiro conocimiento en los que
tampoco logro como ellos buscar un desarrollo de ellos, de esas capacidades, en el proceso de
aprendizaje pero ahí esto y si yo no se, como voy aplicar algo. Pero eso no es así como
nosotros vemos esa gestión de conocimiento, que como decía, ya no se trata de transferir sino
de construir, construir los saberes científicos, los saberes académicos que surgen de la
universidad, que se crean en la universidad con aquellos saberes locales, a partir de la cultura
que tiene la comunidad, a partir de las capacidades que tiene la comunidad, a partir del propio
desarrollo con que ya tiene esa propia comunidad. Entonces a partir de ahí se hablaba en el en
el mundo, que de la triple hélice económica, que esa triple hélice económica no era más que el
estado o sea la universidad, el estado y la empresa, o sea todo lo que daba (trecho inaudível),
dirigido a un aspecto económico se ahí la parte económica y se ponía de manifiesto pero, se
veía una relación que se establecía entre el gobierno, el estado o sea, el la universidad, el
estado y las empresas. Como que nosotros cuando empezamos a estudiar el desarrollo vemos
desde otra concepción de desarrollo, no la concepción de paradigma de desarrollo humano,
donde se desarrollen capacidades. Entonces nosotros buscábamos una mutación de esa triple
hélice económica, en una triple hélice social, a la que llamamos triple hélice social para el
desarrollo ¿no? ¿Porque? Porque ya aquí, no, el referente único no es la, no es como se llama
el referente económico, sino el referente el desarrollo con sus diferentes dimensiones y esos se
gesta, ese desarrollo se gesta como un proceso de gestión social y se gesta entonces con la
comunidad, y en la comunidad están todos los actores, sean actores de comunitarios, sean los
actores del gobierno, o sean los actores instituciones y empresas inclusive, por lo tanto cuando
yo pongo en esa parte de la comunidad, estoy absorbiendo todos los sectores de esta parte.
Ahora para lograr que entonces esto evolucione y no que como universidad, yo vaya directo a
107
la empresa, a proponer, a ofertar a la empresa que es lo que deben hacer en la empresa, o que
deben hacer los productores en su finca, o que debe hacer la comunidad, porque yo soy el que
tengo el conocimiento, lo que se trata el de gestionar un conocimiento, con una comunicación
participativa de en forma de diálogo, y entonces por eso nosotros decimos que hay que buscar
esa integración universidad, gobierno, comunidad. Como lo vimos ayer en el SIL - Sistema
Innovativo Local, primero lo vimos a nivel de la universidad estuvimos en el CUM, pero
CUM visto más a lo municipal, después lo vimos más propriamente en el SIL un sistema
innovativo local, pero ya en una propria comunidad, en una comunidad que tendrá 800, mil
personas, actores que viven ahi, que es mucho más se ve como ellos hay más familiaridad,
todos se conocen o al menos intercambian. Y entonces fíjense que ahí estaba que creo que
importaba, sino reunimos todos los que somos los académicos, terminamos haciendo debates
científicos y terminamos, y vamos terminando no entendiendo, porque al final cada cual
quiere que aparte de su vida se vea, o sea, como no podemos hablar aquí de las diferentes
áreas todos los científicos tratan de defender lo suyo, en vez del ingeniero, del agrónomo,
papa y todo el mundo. Si, entonces debate académico y nosotros comenzamos a pensar
entonces, que como haríamos para llevar el producir, producir más alimento, haríamos que
haríamos para que la comunidad cambie tal estilo de conducta, empezamos a pensar por los
demás y entonces ¿Qué derecho tengo yo de pensar por los demás? no se, si a suponer un
problema que tenga la comunidad, sea de producción, sea de cuestiones sociales, o problemas
sociales, tiene que involucrar a todos los actores que tiene que ver con eso, o sea, que cuando
nosotros hablamos la triple hélice gobierno o sea universidad, gobierno, comunidad, donde
entra el gobierno entran todas las instituciones públicas, todo lo que es la administración
pública, todo esos elementos, en la comunidad está todo lo que es la sociedad civil, todas las
organizaciones que existen, inclusive religiosas, no religiosas, todo el mundo es parte de esas
sociedad. Cuando involucramos todo mundo, bueno vamo ahora tratar de aprovechar, vamos
hacer algo que un sistema innovativo local ¿Quienes son los actores que conforman un
sistema innovativo local? En la comunidad San Antonio, allá en San Nicolás, entonces uno
empieza a hacer un levantamiento primero quienes son todos los que deben estar, pero no sólo
los que quieren estar, porque sean las personas que más avanzan, no, cualquiera puede ser
parte o debe participar en eso, sea un alguien que favorezca el proyecto o alguien que esté
contra el proyecto, pero dar su argumento porque uno tiene que contar con los que están y con
los que no están, para también oír su opinión. Y entonces cuando nosotros llegamos al sistema
este innovativo local, buscábamos es que levantamos ¿Cuales son los actores que están?
Bueno, en un sistema de estos debe estar el gobierno ¿Cuál es el gobierno? La comunidad está
inmersa en una circunscripción, tiene un delegado, pero esa circunscripción forma parte de un
consejo popular, que tiene un presidente del consejo popular, que aquí coincidia, porque el
delegado, el barrio del delegado uno de ellos representa el consejo popular, es el presidente y
este que estaba ayer ahí es presidente de las circunscripciones que conforman este consejo
popular, ahí está el gobierno, están la instituciones, que ya sea organizaciones de masa pero
también, especializadas como pueden ser la UEPC, la esta la la CPA, en la CCS, o la empresa
cañera esta central, todo los que estén dentro de la comunidad pero que sean de la parte
institucional, empresarial, etc y está la comunidad. Y entonces ahí si vamos a construir equis
cosas, no se, si es algo que tiene que ver con la producción de alimentos ,o para la estabilidad
alimentaria, o para la nutrición, o para la actividad física, todo esos actores se identifican y
108
empiezan entre todos desde la visión del gobierno, la visión de la comunidad y la visión de la
universidad, que en este caso el CUM, que está ahí en San Nicolás y la unidad docente, que
está (trecho inaudível) esos comienza con la primera etapa esta de mapeo de actores, un grupo
de elementos, pero que se van, cada paso que se da, que permite construyendo un resultado, o
construyendo algo, que puede ser una estrategia, un programa, o algo para transformar esa
comunidad de aquí o de San Antonio, va a permitir que cada paso que se de, cada algo que se
aprueba, sea con el consenso de todos los actores presentes, sea el gobierno, las instituciones,
o sea la unviersidad, el gobierno con sus instituciones, la universidad y la comunidad, no es
que entonces el gobierno dice “no, esto va a ser así” o la unviersidad diga “no, eso está
técnicamente, tiene que ser así” o que la comunidad diga “no, nosotros lo hacemos si es así”.
Si no es el consenso entre los tres grandes hélices que tiene essa triple hélice ¿no? para el
desarrollo y ahí se va consensuando se va y se logra hacer mucho porque la comunidad va
trabajar para resolver sus problemas, que hasta ahora generalmente muy pocos lugares alguien
pueda ir ahí a cambiar o a transformar tu entorno, o a veces el que va lleva intereses, y a lo
mejor los intereses son más caros que tu propriamente transformar el entorno. Entonces creo
que claro, esto como dice mi gran amiga la profesora, esto es algo difícil nosotros estamos
siempre y es algo difícil ¿Porque? No porque no se pueda hacerles, algo difícil porque nunca
lo hemos hecho, estamos acostumbrados hacerlo de la otra manera, yo lo he hecho siempre de
la otra manera, todo el mundo lo ha hecho de la otra manera, porque eso es lo que hemos
visto, lo que como se resuelve, como hemos visto la ciencia, la academia, como lo hemos
visto todo. Pero ya hoy cuando decimos “vamos a trabajar integrados” es integrar ¿No? Así
cuando yo digo vamo “vamos hablar de desarrollo” estoy piense que yo pongo el (trecho
inaudível), el Forret y yo, pero no es que yo digo yo vengo cuando quiera, no,
permanentemente a cada, lo que buscábamos es esta integración, es que cada cosa tiene que
tener, cuando se va hacer un programa tiene que tener en el caso de nosotros aquí, la visión de
Forret en la gestión, la de la del CEDAR en el desarrollo y sus teorías, y la del (trecho
inaudível) como educación, para ese desarrollo. Ahí la triple hélice igual tiene que tener la
visión del gobierno, porque hay una política allá en cuestiones normadas, pero después
cuando llega a las instituciones, la visión de la institución, a veces la institución quiere que
sea muy técnico “no, esto tiene que ser así, porque siempre se ha hecho así” “no, siempre se
han hecho así” y hay una teoria pero tambien, vale también la forma de pensar de la
comunidad. Entonces ahí se construye y puede llegar, si lo que yo construyo a partir de esa
interacción, lo hago sin esa interacción, lo hecho como hasta ahora, a lo mejor es más fácil,
pero no hay sostenibilidad, cuando tu no participas no es sostenible, a lo mejor da la
casualidad que algo, que un programa que se haga tu encuentres tu interés ahí en ese
programa que tú no participaste, y tu eres parte y te integras a el, pero a lo mejor hay muchas
coisas que no participaste, que tu no ve, que la mayoría no ve, que la mayoría de las personas
no ve, que es lógico y entonces esos son los proyectos que nunca nadie los conoce, nunca
llegan a al futuro, que se quedaron en su diseño, se ejecutó el proyecto pero después no se
implementó como planeado. Entonces es donde yo digo que, la triple hélice para el desarrollo
es parte, o es como un principio, para ese modelo de desarrollo municipio inteligente, por un
desarrollo local sostenible, o sea, son cuestiones de principios como hay otros que yo les
decía, siempre aquí hay muchas cosas, ah después que yo tengo eso y les decía hoy en la
mañana, los amigos nuestros de aquí que decían cualquier cosa que tu quieras, tu tien que ver
109
la imagen del modelo de desarrollo municipio inteligente, y a partir de ahí montar los demás
porque ese modelo lleva una gestión y lleva una educación, pero para llevar una gestión y una
educación tiene que haber una comunicación ¿Que puede con esa educación?” Si yo estaba
hablando de la educación para el desarrollo, y te estoy hablando de una gestión del
conocimiento, entre el la universidad, la comunidad y el gobierno, donde se va construir en un
diálogo. Entonces yo tengo que tener una comunicación que no sea una comunicación como
es general en los modelos antiguos, que hacía (trecho inaudível) totalmente vertical, esto es
así y para allá y lo que se hoy es lo que dice el emisor, el receptor recibe nada más pero no
emite, y aquí se trata de construir en la doble vida, yo creo que ahí hay, es una de las cosas
que hay que innovar, que hay que ser creativo, que hay ser imaginativo ¿En el cómo? no hay
receta, aquí no hay como esto mira ahora cuando llegue a tu municipio tu hace esto, esto, esto,
esto y tuviera y cuando hace el primer papel, el cubano me marcó el segundo, hay cosas que
son invariables, lo mismo para Cuba que para ti, que para Brasil, que son invariables, que son
cosas que hay que hacer, o sea, a través de un diagnóstico, talvez una construcción de
conocimiento con las personas para lograr el desarrollo sostenible, porque si no lo logro con
las personas, no hay sustentabilidad. Eso es invariable, un principio, eso es parte de la teoría.
Ahora y ¿Cómo hacerlo? Entonces ya ahí vienen herramientas, instrumento y eso, que es lo
que me permite a mi, poder construir todo eso, a la forma que quiere el brasileño, que quiere
el cubano, que del otro, que quiere cualquier comunidad, porque en Cuba en todas las
comunidades no se construía de la misma forma. Pero si hay cosas que son invariantes y cosas
que hay que llevarlas de acuerdo al estudio que yo haga, previo, estudio sociológico,
psicológico, de capacidades que yo haga de esa comunidad que voy a (trecho inaudível).
E com essa experiência de vocês, quais são as principais dificuldades para conseguir a
interação entre governo, universidade com o CUM e o centro docente e a comunidade?
Quais as dificuldades que o(a) senhor(a) aponta nessa interação para se atingir o
desenvolvimento local sustentável? Quais as principais dificuldades para interagir e
conseguir o desarrollo local sostenible?
Ya, yo creo, visto así ¿no? sin pensar mucho porque no tenemos mucho tiempo para pensar,
pero sin pensar mucho yo pienso que las principales dificultades está en que tenemos que
tener también una triada, que nosotros tenemos siempre presente, que es aprender,
desaprender y reaprender. O sea que para yo poder caminar hacia lo que yo quiero y poder
lograr esa integración universidad, gobierno, comunidad, que no existe, o que no existía, o
que y a existe un poquito, no aún 100% pero por lo menos ya empezamos nosotros a
investigar, a lo mejor, lo hemos logrado en las comunidades, en los municipios donde yo he
trabajado algun 20% de su excelente. Pero una de las cosas de esto primero el desaprender, no
querer seguir haciendo lo mismo, buscando un desarrollo sostenible, pero seguir cada cual
por lo suyo, hace falta la integración, entonces esa integración es lo que permite esa triple
hélice. Otra cuestión es que se da, que ha sido algo es que, también necesitamos en el
diagnóstico que se hace todo esto, diagnosticar cuáles son los conocimientos, actitudes,
prácticas, valores o sea las capacidades de competencia que tienen, tanto el gobierno, que
tiene el CUM, la universidad del territorio y que tiene la instituciones, para poder lograr y
integrarse a esto ¿no? que ¿Cómo puede integrarlo? ¿Cómo poder llevarlo? Y o sea te
110
hablaba, te hable ahora aquí de los conocimientos y capacidades que deben tener, te hable de
lo primero que te dije fue en cuanto a el primer elemento que te dije algo, primero no, o sea,
que tenía que haber un poco con la forma de gestión y la forma tradicional de ver las cosas, es
otro elemento el conocimiento, las capacidades, otro elemento y otro elemento que tiene que
ver mucho con eso y que a veces, aunque las personas logren un conocimiento, pero también
después viene como una ficción, un choque o un obstáculo, y ahí yo logre capacidades de
aquí, en la universidad para poder buscar integración integral, también hay algunas cosas que
tienen que desaparecer, pero que estaban muy arraigados, que era la centralización. Muchas
cosas que viene verticalmente, cuando usted quiere hacer buscar la integración universidad,
gobierno o sea el CUM, el gobierno y la comunidad. Entonces es eso que estamos haciendo,
esa integración que estamos logrando comienza a chocar con los que vienen de arriba, que no
tienen porque ser, porque se entiende que primero debe una articulación o una integración
entre esta universidad, que es la universidad de la provincia de Mayabeque con el gobierno y
las instituciones provinciales de Mayabeque. Y después darse esa misma, integrar triple hélice
a nivel de municipio entre el CUM, el gobierno municipal, pero quiere decir que quando los
que baja están en línea con lo que está ahí abajo, o sae, todo fluye de forma horizontal y de
forma vertical, pero hay armonía, tanto a nivel provincial, como a nivel municipal, porque el
nivel municipal es los que tienen, lo que se desprende, lo que se adecua a nivel municipal, eso
estamos buscando a veces hay personas que quiere hacer muchas cosas, otros no, otros es
preferible seguir a lo antiguo, porque hay menos, menos ¿Cómo decir? Menos complejidad y
menos, hasta menos trabajo ¿no? Que cuando uno se pone a buscar interacción, a buscar el
consenso, o sea, que para tomar algo, para hacer algo, haya que hacer un consenso entre todos
los actores,, ¿Te imaginas eso? es complejo y trabajoso, más cuando no tenemos
conocimientos para hacerlo, ni tenemos imaginacion de como hacerlo. Entonces es mejor
seguir por el método tradicional y todas esas cosas comienzan a….(PAUSA)
Então professor(a), voltando ao que nós estávamos conversando, conte-nos sobre as
dificuldades dessa integração.
Dije 2 o 3 y me quede creo que en la centralización, o sea, que toda esta integración que
buscábamos en todo este desarrollo sostenible que queremos construir la palabra integración
es importante, no sólo integración, cuando hablo de integración hablo en la diferenciarlo
generalmente universidades o bien instituciones, pero estoy hablando cuando yo hablo de la
universidad, estoy hablando de la universidad con su centro universitario a nivel de
municipio, cuando hablo del gobierno estoy hablando del gobierno con todos, lo que es el
consejo la administración y lo que es la asamblea, o sea, con todas las instituciones que
conforman, la que conforman el municipio o que puede ser también el gobierno puede ser
empresas, puede ser una institución, o sea todos esos actores y también cuando hablo con la
comunidad, hablar de la comunidad hablo de todos las localizadas en todo esto que (trecho
inaudível) acá sin esa integración no existe, si no logramos esta integración para la cual es
normal que hoy esa integración no existe y no quiere decir que estamos mal, esa integración
no existe hoy porque si es algo nuevo tenemos que lograr también capacidades,
conocimientos, capacidades y competencias para lograr eso que se quiere para la integración.
Pero si no logramos en una gran medida esa integración, también sería un sueño irrealizable
111
hablar de desarrollo sostenible, porque es ¿Como hay sustentabilidad, si todo el mundo va
está buscando un desarrollo individual, parcelario, no? Que cada cual tenga su parcela,
cuando el desarrollo debe ser integrado. Yo por lo tanto, yo creo, que sea una de las o sea son
de las barreras que hoy existe, que son barreras normales que existan no es que nadie tiene
esos problemas porque quiera tenerlos, sino es porque primero hace falta conocimiento, hace
falta capacidade, hace falta competencia, para que entonces se descentralice, para que
entonces haja una mejor integración, para que cualquier situación que se vaya a resolverse de
la lectura del desarrollo multidivisional, o sea, si yo tengo que producir más tengo que tener
en esa producción en (trecho inaudível) contiguo que lleva la empresa tiene que ver no sólo la
dimensión económica de la producción, sino también tiene que ver lo social ¿Que representa
pa lo social ese aumento de la producción? ¿Que se representa del punto de vista ambiental?
Porque yo no puedo producir nada porque tiene el ambiente ¿Que puede representar
socialmente? pero ¿Que puede se representar también culturalmente? Porque a veces también
vamos en detrimento de la cultura que tenga un lugar o sea para lograr el desarrollo y tenemos
también que ver lo institucional, lo político, etc. O sea, que es lo que las los obstáculos que
hay para el desarrollo sostenible para la triple hélice todo eso son los males que existe, porque
no estamos preparados, no tenemos las capacidades para lograr ese desarrollo sostenible, pero
que todo eso se puede lograr, si logramos entonces darnos cuenta que tenemos que cambiar la
forma de hacer, de o sea de pensar y actuar donde tenemos que desaprender y reaprender. Yo
creo que esto o sea ese mundo que hace muchos años decía, hoy decía, yo en frases inclusive
que se decían por todo el mundo, sería no decir un mundo mejor es posible sino decir un
desarrollo sostenible es posible, si logramos vencer esos obstáculos con mayor cantidades de
capacidades (trecho inaudível).
Qual seria o modelo ideal para um município inteligente?
Mira, un modelo ideal de municipio inteligente no, no quiere decir que el modelo que hoy
digamos aquí, modelo inteligente, modelo de desarrollo del municipio inteligente, o sea,
modelo municipio inteligente para el desarrollo local sostenible, no quiere decir que sea el
modelo que tiene que todo el mundo implementar si quiere llegar al desarrollo sostenible. Los
modelos no pueden ser recetas, desde el punto de vista del contenido que lleva adentro ese
modelo. El modelo si puede tener pautas que puedan servir a todos los municipios, porque
cuando hablábamos de municipio inteligente antes de llegar a lo que es la parte del modelo
que sustenta teórico metodológicamente ese municipio inteligente, vimos que existe una hoja
junto en el municipio inteligente y que essa hoja junto del municipio inteligente tiene
diferentes momentos por donde se va transitando. Cuando decimos la primer momento es
cuando el municipio con todos sus actores y con esa interacción universidad, gobierno,
comunidad, esta virando la visión de futuro que tiene ese municipio. Pero eso se puede dar en
cualquier municipio, cualquier municipio, cualquiera que quiera ser inteligente que nosotros
no obligamos a nadie a ser inteligente y a ser un municipio inteligente, pero cualquiera que
quiera hacer lo mismo en Cuba, que Brasil, que en el continente que sea tiene que empezar
diciendo “yo quiero mi visión de futuro pa mi comunidad, pa mi consejo popular, para mi
municipio es este, estes y este” pero para esto tiene que tener conocimiento, tiene que tener
capacidades a lo que va por dentro de cual es como yo veo el futuro de mi comunidad o de mi
112
municipio sea en Brasil o en Cuba, eso es lo que cambia, la forma de ver y la forma de ver
también cambiará en función de las capacidades y competencias que tenga cada municipio,
cada país. Pero en si la visión de futuro tendrá que tenerla todo el mundo, quiere decir que, la
estructura esta que vemos en un municipio inteligente y el sustento metodológico, pueden ser
válidos para cualquiera que quiera crear un municipio inteligente para un desarrollo local
sostenible. Porque el sustento teórico y metodológico es el que permite que esse municipio, o
sea, se desarrolle sosteniblemente y esa pauta que sigue es lo que le da la inteligencia, por
donde pueda el mapeo de actores, bueno el mapeo de actores levantar todo lo con lo que
cuenta el municipio, es un momento del municipio inteligente todo lo que cuenta para poder
comprender y transformar el municipio, pero todo lo que cuenta es lo material, pero también
en las capacidades, las competencias, los conocimientos, por eso hay que hacer un gran
levantamiento. Ah, también el mapeo de actores lo lleva a todo mundo en la estructura del
municipio inteligente hay que hacer el mapeo de actores pero ¿Como hace mapeo de actores?
¿Que cosas es lo que va mapear o diferenciar un municipio de otro? Porque por ejemplo, otro
municipio no vá, como explicó la profesora ¿Cómo se llama? Aimara, ayer ella incluyo otras
cosas con la comunidades, en conjunto con las comunidades ¿Por que? Porque eran diferentes
a lo que habíamos planteado 4 años antes en Nueva Paz. Entonces quiere decir que, que no es
que se copie, se corte y se pegue, municipio inteligente como se hace en la informática cortar
y pegar no pasa, y esto es lo que tiene que hacer todo mundo, no, cuando es un municipio
inteligente a lo mejor le llaman no sé qué, pero al final debe seguir una duda, tú tiene que
tener una visión de futuro, tiene que tener un mapeo de actores, tiene que tener una línea base
de puntos de partida para poder comparar cómo avanza o no avanza, tiene que tener una
análisis estratégico, tiene que tener una relación entre todos los sectores, o sea, transectorial
toda esa visión estratégica que va a tener y todo eso tiene que llevarse a vías de programas,
proyectos, que en una primer instancia tiene que ir a cerrar esas capacidades para lograr lo que
se quiere, ahí si puede esa estructura, si la puede tener todo lo que es el contenido escoger
cada município es lo que va a diferir, y las forma inclusive de hacerlo, hoy yo empleo este
método o no exploró esto, o sea, que no hay, no hay una camisa puede tener adecuaciones,
puede tener algunas cosas de acuerdo el lugar que sea, etc.
Eu queria que o Sr.(a) falasse da metodologia para a promoção do DLS, do passo a
passo. E também a sua opinião sobre essa metodologia, que está sempre em construção,
e também os pontos fortes e as dificuldades também dessa metodologia.
Mira, la metodología, o sea el modelo y su metodología para el desarrollo local sostenible, se
va creando a partir o se comienza a estudiar, a partir de estudiar las el diseño o sea la las
teorías del desarrollo que existen diferentes teorías en Europa, en América, diferentes
estudiosos y ves que fundamentalmente descansa en las teorías de desarrollo económico, un
grupo de elementos de esto ¿No? Y lo otro empezamos a estudiar todas estas cuestiones, pero
todo esto ha llevado siempre a lo nuestro, o sea ha llevado a nuestro país y nosotros cuando
decidimos, bueno este modelo o esta metodología va tener 3 etapas, la 1 etapa es donde entra
toda la información al modelo o sea entra todo lo que se tiene para poder llevar esta, aparte
del modelo, pero a partir de ahí se necesita un sustento metodológico, o sea, el modelo
necesita la teoría ¿Qué teorías? Aquí mismo en el modelo, bueno si yo asumo, si yo tengo un
113
modelo, te estoy hablando algún modelo participativo, porque un modelo pal desarrollo
sostenible tiene que ser participativo, etc, etc, sin un modelo que es inclusive para un sistema
futuro social, un futuro como dice Cuba que construye su socialismo, tiene que ser un modelo
diferente del modelo que teníamos o que estábamos, entonces tiene que tener un sustento
metodológico ¿Cómo se haría un modelo, un modelo que se transfiere? o ¿Un modelo que se
construye? o ¿Un modelo que se sigue? y ya está y seguimos todo mundo va seguir este
modelo o un modelo que se construye entre todos, es un modelo que es universal o sea que es
modelo que se utiliza para toda el continente o para el mundo o es un modelo contextual,
hecho para los municipios ¿Qué tipo de enfoque vamos seguir? ¿Un enfoque mecanicista, un
enfoque donde todo está fragmentado o un enfoque holístico? O sea, vamo buscando un
enfoque holístico, donde se integra, lo hablamos ahorita de las dimensiones, que al principio
sigue el modelo, bueno sí un principio de lo participativo para nosotros es importante, sigue
un principio que es la interacción o sea la construcción de conocimiento a partir de la
interacción, sigue un principio que es la sostenibilidad y tiene un principio con los dos ahí, o
sea ¿Tengo yo qué conocimientos, tenemos nosotros para poder transformar a Cuba y a
Brasil? ¿Qué conocimientos tiene este grupo que está aquí? Porque tenemos que también ser
críticos en eso, no es decir “no, yo quiero hacer ya, yo soy doctor, yo soy capaz de
transformar alla, a tu municipio y transformar el mío ¿No?” ¿Qué tiene ese municipio? Pero
¿Con qué cuento yo con conocimiento y competencia para poder transformar? Pero
transformarlo con las herramientas nuevas, con las herramientas que demanda este modelo de
desarrollo sostenible, o sea, sobre esa metodología la investigación, la forma de investigar
cambia generalmente investigamos a partir de qué investigamos, porque investigamos a partir
de investigaciones totalmente de un corte positivista, donde lo que vale es número y un grupo
eso es valido, esa información la necesitamos también, pero nosotros tenemos que despues
comprender, o sea, interpretar esa información para poder comprender ese lugar y poderlo
transformar. Y para allá transformarlo hay que construir el conocimiento de otra forma, como
se construyó aquí, ya utilizó experimentos, ya los utilizó sus talleres, ya no es el hombre con
los sujetos, sino que es el sujeto con el sujeto, o sea, es hombre a hombre. Porque la cuestión
de desarrollo ahí es eso, es un poco todavía que es la única forma de construir desarrollo
sostenible, es la única forma de construir socialismo, pero sin embargo, los científicos todavía
patinan en esa situación, todavía pensamos que “no, que si no hay mucho numero, cantidad de
tablas, de análisis y eso es con tu analisis y hay comparación, etc, no hay ciencia.” y eso es
ciencia, pero también, la otra parte de cómo transformarla a partir de ese numero, o de esa
información también es ciencia. Entonces creo que ahora te he hablado tanto que... iah!
Hablaba del modelo y todas estas cosas, a veces ese modelo esa entrada nosotros entramos
por donde, Cuba tiene una hay una política normada en Cuba para el desarrollo sostenible, o
una lineamiento político que van a permitir construir el modelo de desarrollo de Cuba. Ese
modelo por supuesto cuando nosotros lo tomamos como base, no quiere decir que lo otro no
tiene na que ver, voy desde el modelo nacional contextualizar a nivel municipal, es cuando
trabajamos con un municipio inteligente. Pero después de esas políticas nacionales que
aprueba el partido y que lo aprueba el estado, viene las políticas que crean los ministerios a
partir de la, de los, de los lineamientos que tiene aquella política, digo bueno este deporte un
ejemplo tiene dos lineamientos, bueno esto ¿Cómo yo voy a crear? ¿Cuáles van a ser las
políticas del ministerio de deportes para esta para dar solución a estos lineamientos políticos?
114
Pero después de eso cuando llega al nivel de municipio se contextualiza, o sea, a nivel de
municipio no es la copia de lo que el ministerio diga esto, esto, esto, sino tu descentraliza y yo
como municipio digo “vamos hacer, vamos a... como se llama... hacer estos proyectos, esto
poryectos” o sea contextualizar y a lo mejor yo tengo 10 proyectos diferentes en escala
actividad, y a lo mejor no cumplo con todos, lo que tu me dices, pero cumplo a partir de con
lo que tengo, lo que tengo esto, esto, esto y cuento con esto y creo que lo puedo hacer, pero es
una cosa real, es analizar contextualmente y después para eso ¿Qué necesito? De esa real
capacidades y competencias. Y esto me a va llevarme a mi al desarrollo humano, que es
diferente del modelo de desarrollo de (trecho inaudível) y después bueno, vino la segunda
etapa, a lo mejor de esto fue esto que era la análisis de la diversidad, era analises con todos los
grupos de elementos que son los que permiten, entonces ese modelo sustentable
teóricamente/metodológicamente comienza a funcionar armónicamente con la relación
intersectorial ¿Entiendes? Con la generación nosotros hablamos de interdisciplinario,
multidisciplinario y últimamente transdisciplinario, porque no es solo en la universidad en el
modelo de la triple hélice, la universidad, el gobierno ¿Cómo trasciende de la universidad, de
las instituciones? ¿Cómo trasciende las comunidades? Porque las comunidades también no
participan construyendo, no, por lo tanto esta parte es valida tambien. Entonces esas son las
cuestiones que nosotros vamos haciendo y que permiten que ese modelo, y después ya el
modelo cuando yo tengo ese, ese segunda etapa viene una tercera etapa, que es cuando ya
comienza ¿Cuáles son las herramientas? ¿Cuáles son los resultados? ¿Cuáles son los
impactos? ¿Cuáles son todos los elementos que me permiten a mí hacer todo esto? ¿Este o
este? Y ahí, entonces si yo logro todo esto yo logro construir un municipio inteligente sobre
una base teórico/metodológica que es la que me lleva a mi a un desarrollo sostenible, si yo no
logro en un gran porciento cumplir todos estos elementos y sigo haciendo lo mismo de
cuando no buscaba un modelo sostenible, nunca voy a llegar a la sostenibilidad. Que si me
pregunta, o me preguntaste, que si con esto ya yo logro lograr llegar que el municipio sea
sostenible, yo te puedo decir que si, sí se logra todo esto yo puedo lograr que el municipio sea
sostenible y que el municipio logre, pero tiene que cumplir con cada una de los aspectos que
estructuran el modelo y la metodología, las etapas de la metodología. Porque de lo contrario,
si no se desarrollan las capacidades para el municipio inteligente, si no se desarrollan las
capacidades para lograr el modelo este, difícilmente nosotros podremos llegar al desarrollo
sostenible. Que algunos municipios lleguen primero y otros después y algunos demoren más
años, es también posible, porque esto los construye cada municipio. Por lo tanto, tenemos que
estar claro de cómo construye cada municipio, nosotros necesitamos que cada municipio
desarrolle las capacidades de competencias para que lo hagan lo más rápido posible, o sea
nosotros no le imponemos a nadie el municipio inteligente, nosotros no lo imponemos a nadie
capacidades de competencia, nosotros no imponemos a nadie nada, nosotros no les ofertamos
tienen que hacer esto, ellos son los que tienen que demandar a nosotros que quieren hacerlo,
claro tiene que haber una política gobierno/universidad donde la universidad ustedes con los
que les toca sacando las capacidades, nosotros como universidad materialmente no tenemos
que dar nada, o sea, yo no tengo que decirte “mira, como decía toma 50 millones de dólares
para que construyas lo que quieras, no.” otro es llegar “toma capacidades de conocimientos
actitudes y prácticas” y ayudame con políticas que tenga el municipio para lograr este
desarrollo sostenibles ¿Cómo vamos hacer esto? Porque esto si, eso tiene que haber
115
empoderamiento del gobierno, de la universidad y de las instituciones y de la comunidad,
porque si no hay... (PAUSA)
Sí el gobierno no hace los estudios esto, sí las instituciones no hacen estudios esto, ni las
comunidades no hacen estudios estos, no podrá haber o sea no hay desarrollo porque si el
municipio... el gobierno dice “no, la universidad desarrolla capacidades en todo que se caiga
deste vial se da el desarrollo” pero ellos no se dan cuenta de que tienen que legislar las
políticas de cómo lograr el desarrollo sostenible, eso tiene que ver con la política del gobierno
y se esas políticas como sean implementadas, a partir de desarrollo de capacidades que le da
la universidad no vamos llegar tampoco, o sea, que no es sino esta la integración de la triple
hélice no se va lograr y por lo tanto seremos soñadores toda una vida y mira este como habla,
como habla y a veces relaxa con el pasto es tan lento que si uno no lo percibe ¿No? No lo
percibe, a lo mejor tuviera de afuera y lo percibe porque a lo mejor el no, en donde tu estas no
se hace nada, se hace menos pero para nosotros a veces es imperceptible el movimiento, pero
para esto tiene que todos actuar como un pero están (trecho inaudível) que está de (trecho
inaudível) se moverse a la otra, así tiene que moverse.
E na sua opinião, para implantação desse modelo, qual seria a maior dificuldade na
comunidade daqui, qual que seria talvez algo que poderia dificultar a implantação desse
modelo?
Las principales dificultades para poder instaurar este modelo, yo creo ahora mirando y
acabando te de hablar, con las palabras que te dije lograr, ya te lo decía que un obstáculo
(trecho inaudível), ahora te digo otro es trabajar esa interacción armónicamente entre
gobierno, la universidad y la comunidad, o la universidad, el gobierno y la comunidad, no te
vas ¿No me va esperar?
(PAUSA)
Bueno, entonces ¿Cómo voy a lograr esto armónicamente? Porque sino lo hacemos
armónicamente se queda asi entonces, por ejemplo, si todo el mundo el modelo ese no lo
siente suyo entonces dice “no, pero esta parte de las capacidades con esto solo la universidad,
a mi lo que me toca hacer es una partesita” pero si yo no me doy cuenta de la partesita que me
toca, la parte que le toca a cada uno depende de lo que haga yo y aquele depende lo que hace
aquel y aquel depende de que para lograr llegar al centro, todos tiene que ir con la mano
dadas, no lo logramos, entonces no es todo la integración sino un funcionamiento armónico de
desa integración, a veces cuales son problemas para el nivel de municipio, a veces los
mandatos en los municipios de lo que lleva parte a la asamblea. Un gobierno tiene una parte
que concede la administración y tiene una parte que es la asamblea, la cosa de la
administración es que tiene el presupuesto financiamiento para llevarla adelante en cambio, o
sea, para llevarla adelante todos los proyectos o los proyectos que se pueden llevar a partir de
pressupostos que ten, pero la asamblea es la que legisla la que dice bueno los proyectos hay
20 proyectos lo que se va llevar adelante y se aprueba por la asamblea con esto, esto y esto.
Porque son lo más necesario, son los primarios o un grupo de esto, esa parte debe funcionar
116
(trecho inaudível) y después empezar ese desarrollo de capacidades armónicamente, pero todo
o sea cada gente tiene que de institución del gobierno, inclusive de las comunidades tienen
que darse las manos. Porque siempre van haber comunidades más favorecidas otras menos
favorecidas, algunas que son desfavorecidas llegaran a un punto donde están…. a ellos no se
puede comparar las comunidade donde vive Aimara allá donde estuvimos ayer, a una
comunidad donde ha venido gente toda una vida, donde ustedes viven ahora en Verao y no es
que al final tu quieras lograr en Santo Antônio como en Verao, sino que hay una vida
próspera y sostenible allí mismo pero que las cosas sean mejores, que las necesidades y los
problemas que tenga se puedan mejorarlo a partir del concreto, a partir de lo que tienen, que a
lo mejor puedan hacer esto, puedan tomar decisiones, pueda resolver los problemas de su
circunscripción, pero a la medida de lo que ellos necesitan, no a la medida de lo que Verao.
Llega una gente de Verao lo tiene 3 días ahí en San Antonio ese posiblemente al cuarto día
pero en (trecho inaudível), supongo que no soporta. Pero uno va a la punta mais que allá en
loma y que no ven a veces ningún transporte y viven felices. Entonces todo depende, lo que
hay que buscar es esa armonía, pero que como lo único que todo el mundo daba la mano y
tratando de que todo mundo prospere ¿No? Sosteniblemente, en este campo pero ahí está la
base, o sea fijate que el obstáculo siempre mucho depende, pero una cosa que nosotros a
veces nos choca, creo que cabe aquí en esta pregunta que tu me hacias y que tu me decias,
buenos cuáles son los obstáculos y ahora te decía, cual, es que te hable de varios, de habla de
armonía y a veces está en el cómo funciona, porque está todo esto pero está en el cómo
funciona. Tiene que haber muy armónicamente una política del gobierno de Mayabeque, que
es la provincia que tiene 11 municipios, muy concatenada a esa política de desarrollo con lo
que le debe dar la universidad en capacidad y competencia y lo que necesita, lo que llega a
todo el, todo lo que es territorio los 11 municipios. Pero después eso tiene que venir así, o sea
esta la provincia eso mismo esa política de (trecho inaudível) tiene que tener en cuenta los
municipios, tiene que después dar, descentralizar esa política a los municipios entonces las
universidad descentralizar su política para que cada municipio con su autonomía, con su
universidad, o sea con su CUM, con su comunidad y su gobierno, que resuelva los problemas,
pero no diferente a esto pero a veces que sucede, a veces un CUM no a la relación con
gobierno y convenio, cuando van hacer algo encuentran en el freno en la provincia. Porque
esto es el gobierno y no porque son asi, eso tiene que ser con gobierno, el estado y la nación,
entonces les da la universidad no es eso, ese camino la universidad es un poco en vez de ser el
que satisfasa las necesidades de capacidades y de competencias en el gobierno, y cuando digo
el gobierno digo tambien el las empresas las comunidades, también a veces la universidad un
poco hace lo…. (PAUSA)
Es que a veces las relaciones que se buscan entre, o sea, entonces no hay una armonía en la
integración entre las políticas de gobierno, las políticas universitarias y las políticas de las
instituciones, en territorial con lo que después descentralice para que esas políticas
descentralizadas no tengan, no sean contravenciones o sea algo diferente a lo que debe hacer
el municipio hoy en día, sí eso es lo que más es normal, nosotros desarrollamos capacidades a
veces en los actores de los municipio, que vienen aquí para hacer diplomado de desarrollo
local de administración pública, esto, les damos herramientas les damos un grupo de cosas,
algunos los asumen otros no. Porque el conocimiento fijate que lo construye cada cual, a lo
117
mejor a mi no interesa lo que estan hablando y yo me quedo a nivel de la información, pero
yo no si lo mío estaba aquí yo voy de aquí pa algun lado. Bueno hay días que los construyeron
y cuando llegan con deseo de trabajar en un municipio, entonces se encuentra la, el choque
con los que vienen, con el choque con la política provincial que tiene que existir, con esto
porque tiene que ser tiene que alguna descentralización y a veces lo es porque es tanto lo
tenemos descentralización metida en la cabeza y de mando, yo soy el que te mando, porque
yo soy el que estoy más arriba, y eso no es fácil esto a veces entorpece el modelo de
desarrollo sostenible desenvolvido, porque todo y además de la forma que sea (trecho
inaudível) y por lo tanto seguimos haciendo lo que hacíamos, porque hay que, el problema es
la forma que se hacía, no puede llegar a resolver los problemas, muchos problemas que se
tiene que resolver a nivel de comunidad y no puede el gobierno central y el gobierno
provincial, no puede estar en la comunidad metido, inclusive el gobierno del municipio no
puede meterse en eso y yo veía ¿Cuántos municipios tienen ustedes? ¿Ustedes tienen como
Cuba tiene? Cuba tiene 167 municipios, yo creo que ustedes tienen tres mil e pico.
118
Entrevistado(a) – Professor UNAH – A002
Primeiramente eu queria conhecer um pouco a sua percepção do CEDAR. A sua função.
Qual a área que você atua aqui no CEDAR? Aula? Qual projeto que você atua? qual a
abrangência do seu projeto?
Soy profesora del centro - CEDAR. El centro de estudio es, un centro de desarrollo agrario
rural sostenible. Donde capacita esa es su función, es capacitar la formación de capacidades
de los profesionales al interior de la universidad, de los profesionales del territorio, pero
también a los gobernantes y a la comunidad. De forma directa y de forma indirecta ¿Porque?
Porque nosotros respondemos y tenemos la filosofía de que, debe existir una relación directa
entre comunidad, universidad y gobierno. Porque las necesidades todas parten de la
comunidad, el gobierno es responsable de resolver essa necesidad y la universidad está para
dar herramientas de conocimiento a estos grupos de personas, para que puedan desarrollarse
al interior de cada territorio. Tenemos una relación directa con los CUM - Centro
Universitario Municipal. Qué son los que se capacitan, para luego, capacitar al territorio, para
resolver esa necesidad. Por lo tanto, el papel del centro dentro de la universidad
conjuntamente con cada uno de sus área es imprescindible, es quien potencia, de capacidad
para desarrollarse en cada una de las capacidades. Ahí está la importancia de que el
conocimiento de la mano, del desarrollo, del territorio, por eso el papel de la universidad es
imprescindible, y creo que Cuba ha puesto en práctica a través de este modelo una
herramienta para alcanzar ese desarrollo lo más rápido posible. Pero además que sea
sostenible ¿Porque? Porque nosotros los que estamos comprometidos, involucrado, con los
territorios se potencia para lograr ese desarrollo ¿Que pasa con el centro? El centro de dedica
además de capacitar y posgraduar también tiene alumnos vinculados al pregrado, que es decir
que el futuro profesional ya se está formando con las herramientas de conocimiento, para que
tenga un compromiso con su comunidad. Cuales laboratorios nuestros de todos nuestros
estudiantes, en barrio, cada estudiante que se forma aquí, se le exige que va resolver en su
tesis de pregrado o posgrado un problema de su puesto de trabajo, donde ellos trabajan en el
territorio y de la comunidad donde vive. Estas haciendo que tenga un compromiso con ese
espacio local. No va investigar una fábrica en una ciudad, ni va a ir pa otra provincia. Él va
estudiar en su área. Ese es su laboratorio, por eso, es tan importante que el CEDAR se integre
con cada una de las áreas de conocimiento. Ahora mi papel: yo soy la dirigencia de la
dirección de posgrado y capacitación. Es decir, que todo que se hace aquí pasa por mis mano.
Porque yo coordino este proceso al interior de la universidad, y con los centros universitarios
municipales. Además de gestionar esa necesidad en el territorio es decir, hay una demanda de
conocimiento logo se preparan aquí los facilitadores que no somo s nosotros. Nosotros
formamos a los básicos. Viene una persona de la industria, de las empresas, de los gobiernos,
de las comunidades, nosotros formamos esta persona y estas personas son las que forman la
base. Por lo tanto somos el eslabón que va lanzando cada una de cada universidad con los
municipios y los municipio con sus empresas. Esa, pero si los rectoramos y seguimos este
entrenamiento y somos parte del proceso en la basis.
119
Como é esse processo de capacitação do CUM ? É mensalmente? Como que é o seu
contato com o CUM e com os profissionais que estão lá?
A ver, los CUM se capacitan aquí en la universidad ¿Cuál es el lazo con nosotros? Nosotros
tenemos un consejo, un comité, que se llama del desarrollo local, que está formado por todos
los directos de los CUM, que respondem a nosotros, y vienen con una frecuencia mensual a
debatir las problemas de cada territorio, para resolver a través del diplomado de desarrollo
local. Este diplomado nosotros lo (trecho inaudível), de punto de vista estructural tenemos un
seguimiento y va graduando a cada cuatro, cinco o seis meses, una vez al año, depende del
oficio que tengan los actores locales de la base, y personas de la comunidad. Porque
empezamos con el gobierno, luego con los gobiernos de las comunidades, y ya estamos
incorporando amas de casa, representantes de empresas, independientemente que se un
diplomado para el que no sea universitario, son cursos de formación de líderes locales. Dando
se les herramientas para desarrollar el territorio, mensualmente ellos responden nosotros los
capacitamos metodológicamente, pero, entre todo resolvemos los problemas administrativos,
de frecuencia, de locales, de cómo modificar los programas, porque los programas hay una
línea general pero cada territorio hace su programa a partir de sus características locales, si
hay un tema que no les interesa, o que no tiene que ver con su territorio lo elimina e incorpora
uno que sale en los diagnósticos. Esa es una herramienta fundamental. Yo estudio y trabajo a
partir de la metodologia CAP, que es conocimiento, actitud y práctica. Pienso que es así en
todos los territorios, lo primero es diagnosticar ¿Qué problemas tengo? Pero, tengo que
diagnosticar con los talentos humanos con que cuento en el territorio. Porque después que son
movibles, tengo que contar con la actitud que cuenta en mi territorio, yo sé mucho sobre tierra
y ciencia pero mi municipio no, en la capital eso es una actitud negativa. Entonces tenemos
que saber ¿Cuánta disposición tiene un territorio? ¿Cuántos recursos? ¿Cuánto
económicamente? Pero también ¿Cuántos talentos humanos? En este territorio y a partir de
ahí ir comparándolo con las problemáticas locales nosotros decimos que podemos hacer como
una fortaleza ante esta debilidad y ahí se crear estrategias para absorber el conocimiento.
Entonces esta relación CUM - CEDAR es mensual. Vienen estas personas pero también otras
personas que se llaman subdirector de desarrollo local. Esa persona la atendemos también
directamente a través de nuestros cursos, y ellos conforman un claustro de profesores,
profesores de la universidad con grado o profesionales del territorio que se incorporan en esta
actividad, entonces esta es mi función de coordinadora de los procesos de capacitación y
posgrado, me enlazo con todas las áreas de la universidad, me lanzo con todas las facultades,
me lanzo con todo los territorios, incluso hasta los gobiernos locales las comunidades.
Entonces tenemos ordenada una red de investigación que como le explicaba Emilio, está
formado por los estudiantes de pregrado en eses laboratorios que hay en el barrio, por los
estudiantes de posgrado que es en la parte de la maestría, y tenemos un doctorado que ya
funciona una parte de grado ocho doctorandos, y que está en adecuación del plan
contextualizando el momento actual de Cuba, para entonces reinsertar de nuevo. Todas esas
personas lo que estudian en su fábrica, su empresa, su barrio, no es la de la capital, la de otra
provincia, otro lugar, acá cada cual tiene que estudiar lo suyo. Porque se yo convivo aqui, mi
problema esta aquí, entonces lo voy a solucionar mejor cuando ese espacio local que
120
investigo, por ejemplo, yo soy graduada en cultura física, mi laboratorio de investigación y de
maestría los 4 años fue el barrio donde yo vivía, los procesos de la cultura física de mi barrio.
Una comunidad rural que se llamava (trecho inaudível), que había una industria azucarera
desmontada con una emigración inmensa de personas a trabajar que se quedaran despobladas,
y que había un conflicto de culturas, eran inmigrantes de un barrio pero le gustaba un tipo de
deporte, vivían en otro que gustaban de otro tipo, y había un conflicto entre familias, “no me
gusta” “si me gusta” “esto no” “esto sí” entonces ahí sale un consenso si yo no investigara mi
barrio, yo no conociera los problemas, pero hay un dicho que dice ahí “Mi barrio es más
importante, porque es mi industria, estoy en mi empresa, estoy en mi pueblo estoy, pero
despues el resto el tiempo, donde voy estar, en mi barrio, me sirva no vivir en mi barrio” y yo
creo que esa era una de las preguntas que usted hacía que tenía que ver con ese compromiso
como si es lo tuyo te duele tu casa la resuelves tú. Entonces creo que el papel de este centro
para el territorio y pasa ese desarrollo local es primordial, siempre cuando existan las tres
cosas, conocimientos para debater nosotros, actitud de todos y las prácticas que tengamos este
espacio para practicar. Y el espacio lo practica son pregrado y posgrado, ellos son los más
importantes, las personas que se vinculan a nosotros porque tienen una necesidad y que
vienen en busca de los conocimientos para, eso es lo más importante, lo que se forme aquí es
lo que va desarrollar. El territorio no es nosotros, no es una institución, es las personas de la
comunidad y eso es lo que hay que tratar de que la gente sienta su espacio local como para
transformar, sino, nunca, nunca, nunca, va a hacer nada. Yo creo que es lo más importante
¿Algo más?
Sobre o perfil de agricultura. Gostaria que você falasse um pouco a sua percepção da
agricultura cubana desde o passado, pegando antes da revolução, durante a revolução,
como que foi esse perfil da agricultura cubana, até chegar nos dias de hoje.
Como en todos los lugares tiene un antes y un después. La revolución cubana marca un antes
y un después, y esta última revolución que hay agroecológica marca un antes y un después.
Porque te digo, a ver, Cuba es un país que tiene riquísima tierra para la producción, pero que
estuvo mal distribuido, no estaban ni los conocimientos, ni las actitudes, ni las prácticas.
Mucha riqueza ancestral de las personas que han trabajado toda la tierra, pero que estaban en
pequeños sectores y eso fue setor son sectores pobres. A principio ese tierro está la agricultura
capitalista que tenían buena producción, porque tenían recursos pero es se extrae, es decir, que
al de Cuba no le quedaba prácticamente nada. Después que hubo la revolución, la revolución
se hace antes de llegar la revolución. Cuando se habla por primera vez de que la tierra es del
pueblo, y que el que la produce es el dueño de la tierra, porque hay quien la defienda. Yo
cuido a lo mío, lo de otro hmm. Entonces cuando llega esta revolución agraria a Cuba con las
leyes que se aprueban después en primero de enero, se da la posibilidad de que esa tierra del
obrero, que era explotado para trabajar un pedazo de tierra, era dueño por primera vez en
historia, una persona pobre humilde fuera dueña de un pedaço de tierra y la pudiera poner a
producir. Los primeros años la gente no sabía la riqueza que tenía en la mano. ¿Porque?
Porque habían otras formas de vida, que eran más cómodas que el campo. Estudio para todos
y quien quisiera ser universitario. No había prácticamente quien trabajase y los robaban todo.
Encima estábamos muy asociados al campo socialista, y del campo socialista entramos todo
121
se importaba. “Compren que hay dinero” ¿Ve? Entonces se abandona un poco el campo
incluso los campesinos devuelven la tierra y vienen a vivir para la ciudad, se le dan
apartamento en los pueblos y las tierras se quedaron ociosas. Cuando llega el periodo espacial
nos quedamos como huérfanos sin mamá y sin papa. Y hubo que regresar al campo. Entonces
llegamos al campo con una actitud muy grande, porque teníamos que mantener a la familia.
Pero los conocimientos se habían perdido. Las formas de gestión no eran idóneas, no
teníamos capacidad para enfrentar una ideología y la otra en la cultura del cubano el campo,
no es denigrante pero las personas piensan “si yo soy universitario ¿Que yo hago en el
campo?” El campo es para el que no tiene, cuando tu revisaba en Cuba todo el mundo tenía 12
grados o era universitario. Entonces decía ¿Que hago? Hubo muchos años de desenlace,
cuando viene la crise grande. Entonces se regresan al campo y hoy en Cuba el campesino
gana casi más que profesionales, de hecho, mucho más que profesional, un campesino puede
vivir mucho mejor. Porque la tierra la, la tierra la se incrementa el turismo, se incrementa un
grupo de (trecho inaudível) y se requiere de producir para el interior del país. Luego viene un
grupo de estructuraciones, donde se organiza el proceso. Y estamos en esa parte. Porque se
empieza a organizar por necesidad, pero el nivel de gestión de las personas no era adecuado
de hecho. Hoy todavía no sabemos administrar, yo creo que eso es una debilidad general, en
todos los procesos en Cuba y en muchos lugares. La gestión, para gestionar hay que saber,
para hacer economía hay que saber de economía, para hacer distribución, para hacer cualquier
proceso hay que conocer. Entonces no es llegar a una tierra y pensar que va a dar de todo,
tienes que tener conocimiento ancestral pero tienes que llevar la ciencia de la mano. Por eso el
papel de la universidad, es capacitar en gestión para diferentes procesos. Porque la cultura
agraria existe, todo campesino sabe cuando, cuando la luna, cuando llueve, sabe todo pero
gestionar es un proceso mayor. Entonces esta época donde, además de que la agricultura es
una necesidad y un problema que resuelve el problema de Cuba tú no tienes que importar
tampoco, no hay un gasto. Se combina con el lo que estábamos hablando hoy, que es el
mantener el producto fácil, químicos, an, an, an, an. Entonces está la otra parte, que defiende
una agricultura saludable, una agricultura sana, una agricultura limpia, entonces, está ese
conflicto. Entonces se crea este no se, si se veen en Brasil, en Venezuela si yo se lo veía. Esta
emulación, de resaltar y poner a la luz pública las personas que se dedican a la agricultura
limpia. Entonces que se haga por todo espacio, lo entrevistan, le hacen de todo tipo, para que
se comunique al resto de las personas ¿Como se puede lograr buenos resultados y agarrar y
llevar de la mano el cuidado de la tierra de las personas? y si cuidar del medio ambiente que
es imprescindible. Otro aspecto importante que les comentaba hoy, Cuba se ha centrado en el
local, pero local desde la cuna. El niño desde la escuela participa de procesos que tienen que
ver con la agricultura, sobretodo Mayabeque porque somos agrarios. La agricultura, huertas
escolares con los niños tienen que siembras lo que va a ir a la cocina de la escuela ¿Ve? Por
ejemplo, las plantas aromatizantes, pero es lo que están en no se como se dice en el círculo
infantil, de que son 3 anos 4 anos, ahi estan con una seño que los cuida, pero esa seño los
enseña a cuidar, a regar, a desyerbar, a escoger la planta, que sirve a recoger fruto. Entonces
eso luego conforman en las escuelas areas laborales. Que la cultura de las personas esta, -
gracias- desde un principio en la formación. Es, es una política del país, de que el cubano sea
culto. Para una agricultura que sea sana, pero que sea próspera y sostenibles, eso es lo más
122
importante, es actitud. Es llamativo el conocimiento, lo ponemos nosotros y a practicar todo
lo que pueda.
Sobre a revolução agroecológica. Qual foi o papel do agricultor durante as etapas da
evolução do país?
Campesino ok. Recapitulando um pouco, los momentos esos antes de la revolución un
campesino con una vida deprimida, explotada totalmente. Donde el dueño de la tierra era el
capitalista, que tenía dinero, cómo funciona en muchos países de América Latina actualmente.
Después de la revolución se le entregaba tierra a los campesinos la revolución agraria, las
leyes agrarias, que trae la revolución pero faltaba el conocimiento ¿verdad? Ya tenían la
actitud y tenían el poder de la tierra, pero faltaba el conocimiento. Y las políticas del estado
estaban dirigidas a sostener a las personas ¿Porque? Porque había una depresión en muchas
áreas del país. Por lo tanto, el país se dedicó a resolver los problemas directamente. Por lo
tanto, tampoco veían una necesidad de que ese trabajo fuera lo que los sostuviera de forma
individual, los hijos estudiaban en escuelas gratis, la medicina era gratis, todo los problemas
sociales se resolvían por el estado, ese era su (trecho inaudível). Por lo tanto, no se veía una
necesidad de vivir realmente de la tierra, tenían la tierra pero no sabían aprovechar, hacer la
gestión, no sabían. Luego viene el periodo especial y el campesino se ve deprimido
nuevamente. No estaba aprovechando la tierra que tenía, por lo tanto, se había perdido la
tradición de sacarle a la tierra su mejor provecho. Por lo tanto el país cae en una crisis total, y
las personas tienen que regresar a la tierra como vial de sustento para la familia. Entonces
vuelven a incorporarse pero, también les faltaban los conocimientos, habían desligado esa
tradición de estar vinculado de la tierra y tuvieron que recomenzar desde el principio con
mucha actitud, con mucho deseo, con esa tierra. Pero buscando los conocimientos por
cualquier dia, aumentar la producción del país, entonces se empieza incorporar todas esas
técnicas que al final dañan al hombre y dañan el suelo ¿Porque? Porque se le ponía muchos
productos químicos a este producto, para que generala al producto rápido. Comienza a
proliferar también el turismo una demanda, la demanda de la comunidad, ya no se importaba
todo el alimento en Cuba, y entonces comienza estos jóvenes y estas familias volver al campo
a producir. La necesidad hace y la inteligencia de, de nuestro gobierno de parar un poco ese
proceso productivo desorganizado y comienza esta última etapa, donde Raúl el presidente de
este paise, declara que la alimentación del país era problema de soberanía nacional, era lo más
importante era alimentar al pueblo, y que eso generaría otras capacidades. Es decir, era una
cosa imprescindible lo más importante en Cuba era alimentación del pueblo y la alimentación
sana. Entonces comienza políticas dirigidas a mejorar el proceso de gestión para la
producción de alimento, para mejorar el proceso de vida y de desenvolvimento, de ese
agricultor y su familia y que regresen al campo con una vida vigorosa, con una vida cómoda.
Entonces comienzan políticas como primeras reorganización de la gestión agropecuaria o
agrícola de forma general, con leyes que están encadenadas a que las personas que no tienen
tierra y quieren tener una tierra facilitarles a partir de leyes por usufructo, es decir, cómo
alquilar un pedazo de tierra, y que una parte es para ellos y una parte al estado. Empiezan
leyes vinculadas a todas las cadenas de procesos que van hasta la mesa del vendedor ¿no? La/
Los (trecho inaudível), los alimentos, los contratos, la abrir en el banco cuentas, para hacer
123
préstamos, para poder comprar lo que necesita para la tierra. Es decir, que empiezan a facilitar
el proceso para direccionar, y lo otro abrir comunidades agrícolas, hacer viviendas en los
campos donde las personas tengan la posibilidad de vivir, y que no tenga que (trecho
inaudível). En esas áreas hay escuelas, hay centros médicos, hay centros sociales, recreativos
y se agrupan un grupo de familias para producir en cooperativa o de forma individual. Es
decir, que va de hace unos años para acá al rededor de 10 años, comenzó a generar políticas
para que el campesino viva bien, que pueda producir y que la demanda nacional sea cubierta
incluso pensando en exportación, junto con todas estas leyes comienza el movimiento
agroecológico. Personas que defienden la posibilidad de que haya alimento, porque haja
alimento sano y con calidad, entonces estos movimientos se asientan en áreas específicas, por
ejemplo, las áreas urbanas y las áreas de la ciudad, en la ciudad comienzan a poder público.
Empiezan entonces a la par la cultura de la que te hablaba ayer, por todas las vías posibles
incorporar el hábito de alimentos sano, verduras, frutas. ¿Porque? Porque el cubano come
arroz, frijoles, fiambre y carne. Y entonces incorporar las frutas y las verduras es más
complejo, es un proceso de cultura alimentaria. Se comienza los programas en las escuelas, en
los círculos infantiles, en la alimentación de las embarazadas, que sean sobre la base de las
frutas, las verduras, la variedad, las legumbres, los pescados, en Cuba tenemos playas
cercanas, rodeada completa por playas, así que, no hay cultura del cubano de consumir
pescado. Entonces comienzan otra política vinculada también a la pesca ¿no? se abre la
abertura de la pesca y se ponen muchos en cada lugar. Todo eso está vinculado también a ese
lo que hablamos de integración, no puede ser problema de la agricultura, tiene q ser problema
de la escuela que es la que educa, tiene que ser problema de salud pública, tiene q ser
problema de la gama de comercio, es decir, todo lo que se comercializa tiene que ser
problema de esa agricultura. Es decir, todo el mundo tiene que involucrarse en el proceso
todavía que persisten las dificultades, las capacidades no son necesarias están en formación y
esa es nuestra responsabilidad, darles la capacidad a todos los sectores, para que gestionen el
proceso agropecuario completo. Desde la demanda, hasta lo que es come, a lo que come cada
ciudadano en la mesa, que incluía ese productor y todo lo que les rodea, ese es nuestro papel.
Y bueno, en respecto de las instituciones a la par, por gestionantes de su punto de vista, salud
pública la parte de esa salud hacerles saber a cada paciente que tienen un problema
determinado de salud diabetes, hipertensión, cardiopatía de formación, gastrointestinales.
¿Porque? Porque su cultura alimentaria es muy inadecuada. En la escuela encaminar una
formación de las pequeñas generaciones, que sepan cómo manipular el alimento, eso se
enseña en Cuba como manipular una ensalada, como se prepara, como se prepara un cocktail
de frutas ¿Porque un cocktail de frutas es mejor que un refresco? Es decir, todo eso son áreas
que han ido entrando a la escuela para asegurar, ayer lo veíamos. ¿Porque la gente no cambia
si sabe que esta forma es mejor? Porque no lo tiene en sangre, no aprendí a hacerlo así,
entonces cuesta mucho cambiar cuando tiene 20, 30, 40, 50 años. Si lo hago desde un
principio entonces toda esta metodologias de formas de educar que generen que las personas
reflexionen, que entiendan el porqué de las cosas, llegan a que se construya no sólo el qué,
sino que tu aprendas a cómo hacerlo mejor, entonces ahí estamos encaminados. Porque nos
dábamos cuenta que queremos hacer tuyo ese construye metodología en espacio determinados
pero que nos prenden, no son sostenibles. Entonces nos vamos damos cuenta aunque el
tiempo sea mayor, tenemos que empezar de atrás, empezar desde los niños. Y lo otro es seguir
124
insistiendo, las personas cambian cuando tienen una necesidad, hasta que no lo necesiten el
productor, hasta que no lo necesite la comunidad, hasta que tu lo necesite, comenzar no va
exigirle al vendedor que yo este producto no te lo compro, porque este producto está
contaminado y voy a comprarme donde me venda un producto que esté alto para yo vivir y
vivir mejor. Entonces todas esas cosas tienen que engranar, pero si todos no somos parte de.
Es decir, no hay una participación consciente una necesidad de consumidor ahí es donde nos
toca trabajar.
(PAUSA)
Imprescindible ayer les decía, nosotros formamos algunos actores clave que dicen “miren y
socialicen en la base”. Pero, tener un CUM es una fortaleza de Cuba, tener una universidad en
cada municipio de este país permite que sea directo universidad comunidad, gobierno y
comunidad. Porque desde acá una universidade central es imposible (trecho inaudível).
Entonces el papel del CUM en esa extensión, va directo al empresario, al productor, porque
eso hablábamos los empresarios no solo son las grandes empresas, y que nosotros formamos o
es nuestra responsabilidad formar hasta ese camarero que tiene una caravana particular es la
responsabilidad del CUM haber de la universidad, sino, de la universidad en el territorio,
porque desde aca no llega. Desde acá solamente la gestión, la organización del proceso, y en
la base donde realmente se permite, por las condiciones que tiene Cuba si se puede. Que falta
mucha intención, mucha conciencia, mucha necesidad. Y lo otro, realmente ir a los programa
que le interesa a la gente.
Como que vocês da UNAH se articulam com os representantes do CUM, como é a
construção desse caminho?
Primero estamos integrados en todos los processo, ellos son partes de todas las comisiones, de
todos los comités investigativos, de posgrado, esos miembros activos todos los directores del
CUM son miembros de todo lo que se realiza en la universidad. Ellos son los rectores en el
municipio, por lo tanto, participan de todos los escenarios, tienen sus directores para áreas
específicas. Por ejemplo, nosotros tenemos de la mano el director de desarrollo local
sostenible, ese director dentro de su función es gestionar los proceso de capacitación posgrado
y extensión, de todos los procesos que tenga que ver con la cuestión local.
(PAUSA)
Más que el pregrado. ¿Porque? Porque está el área de pregrado que se encarga de la
formación del futuro profesional. Pero ese director de desarrollo sostenible, se encarga de la
capacitación de la comunidad, de las empresas y de las instituciones, y hacer extensión
vinculado lo que es ese estudiante de pregrado, vinculando ese estudiante de posgrado. Les
decía ayer “el laboratorio para todas esas investigaciones es el territorio local”, es donde vive
y donde trabaja, no se permite a no ser por principio, llegar con algo un tema que te
enamoraste o que te gusta ino!. Es ¿En tu puesto de trabajo que función tu desarrollas? ¿Cómo
125
puedes contribuir desde tu puesto de trabajo, una solución científica que genere desarrollo
local? ¿Quien lo tiene que hacer? Nosotros decidimos, el presidente del gobierno, del, el jefe
del gobierno municipal tiene que aprobar el tema de la persona que viene de un municipio
determinado, a investigar al centro de posgrado de la universidad. Tiene que ser conocimiento
y el seguimiento de ese maestrante, de ese doctorante, ese estudiante de posgrado, tiene q ser
por parte del municipio pero de las dos personas. El CUM y el gobierno, no puede haber un
presidente gobierno ajeno a un tema que se investigue en su municipio. Porque tiene que salir
de la cantera de problemas del gobierno, no solo de la iniciativa del investigador. Es
imposible. Tiene que resolver los problemas locales. Desde tu puesto de trabajo y desde tu
comunidad, por eso tiene que involucrarlo, tiene que verse como una necesidad.
Sobre o movimento agroecológico de campesino a campesino. Você teve algum contato
com esse movimento? Com essa metodologia? O que você pensa sobre esse movimento
que começou na década de 90 e dura até hoje, qual a sua opinião? Qual sua opinião
sobre este assunto?
Este movimiento de gestión parte de las políticas del país, es decir, que (trecho inaudível) este
movimiento suburbano y urbano, que está encaminado con el tratamiento ecológico de todos
los procesos agrícolas. Este movimiento se adentra los municipios y a través del gobierno.
Pero también, tiene la actuación directa con los CUM con esos investigadores y atiende
directamente aquellos productores que están interesados en estos movimientos, los convocan,
pero a partir de ellos promueven o siembran como dice el cubano el bichito al resto de los
productores ¿Porque? Porque estas convocatorias de, de ayudar o de capacitar, porque al final
tiene una capacitación de las personas, para el manejo ecológico de la tierra y de los
productos. Ellos lo brindan pero a través de la ANAP que es su organización de base, pero
también, entran por todas las vías convocatorias a nivel de televisión, encuentro de
campesinos, hay dias que hay fiesta, en comunidades determinadas, entonces vá el
envolvimiento y el pone sus experiencia. Es decir, que esto es una estrategia para socializar lo
que hace y que las personas se interesen para ella. Y entonces es donde empieza esta
angulación, donde en Cuba se premia a los patios, la parcela, las fincas, con categorías que
lleguen hasta excelencia según el manejo agroecológico que tengan de sus tierras. Entonces
son reflejo o espejo para el resto de los productores en el campo, después que ya están
vinculados son un actor importante porque están encargados de socializar con el resto de las
fincas que colinda, de los patios que colinda, 3,4 productores que colindan en un mismo lugar
son vecinos de parcela, este hace movimiento agroecológico y empieza a socializar con el
resto, y empieza a sumarlo, y se forman estas cooperativas agroecológicas con personas que
viven cerca. Entonces cada vez que se hace una actividad de esta organización de la ANAP,
que siempre son festivas la ANAP es muy festiva, se hace en los patios o en las parcelas de
esas personas, para que todo el que venga se lleva la idea y la imagen. Entonces tú salen en
programas televisivos se ve muchísimo, nosotros tenemos un canal que se llama canal
educativo que se socializa toda estas experiencias de productores, lo mismo en la agricultura
de, es decir, en la producción de alimento animal, que con la producción de alimento vegetal.
Es decir, es una forma de socializar, entonces nosotros es decir, dentro de la formación de los
otros, por ejemplo, el caso de la universidad como casi toda es agronomía, es decir, está
126
dentro de las ciencias agronómicas las asignaturas de plan de estudios de pregrado y de
posgrado incluyen medio ambiente y desarrollo, sostenibilidad y desarrollo, agroecología. Es
decir, que es una obligación como responsabilidad social de nosotros, de que los profesionales
ya sean con un pregrado o con posgrado, lleven incorporada las teorías de un desarrollo
sostenible a través de la parte agroecológica. ¿Porque? porque van a ser los ingenieros, van a
ser los técnicos, es decir, que se incorporó en el plan de estudios, que es otra de las vías de
modo vincular. Y así el movimiento funciona por diferentes vías, y se incorpora igualito a los
procesos educativos, se visitan la escuela, hacen intercambios con grupos de jóvenes de la
juventud, en playas, es decir, que se ponen sea festivales de platos agroecológicos, de platos
limpios, de cosas se hacen millones de iniciativas. Y es para eso para sembrar, porque es
difícil que las persona que tiene una mente mercantilista, deje de producir grandes cantidades
de algo rápido o cambiar para productos limpios. Porque les genera, y entonces las personas
por una necesidad o por una cultura economicista, siempre buscan tener mayor ganancia. Y
entonces hay que ser muy consciente de la necesidad de producto sano y del beneficio que
trae para toda su vida, y se puede. Vieron el pátio de Franchi, se puede tener de todo sin tener
que usar ningún producto químico. Hay muchísimas parcelas aquí en Cuba que tienen un gran
movimiento decumulativo que les genera al resto de las personas querer ser como ellos,
porque son referencia eso es innegable, yo te digo y nosotros (trecho inaudível) todo los temas
en que se genere posgrado y en el posgrado tienen están encaminados a sembrarle al futuro
profesional, esa cultura agroecológica y la necesidad de los productos limpios para la mesa
del cubano.
E há uma conexão entre universidade, Ministério da Agricultura e a ANAP ? Há uma
interação de projetos, algo do tipo? Ou não?
Si, si, si. Hay muchos proyectos, es decir, los proyectos de investigación se hacen incluso
desde los centros, no se si conoces, APA y ATAP. Están vinculados uno a la parte forestal,
son eeee no gubernamental , es decir, están amparados oficial los proyectos con el gobierno,
pero trabajan directamente con el con los ministerios de agricultura, y trabajan directamente
también con la ANAP, con la asociación de campesinos. Es decir, uno animal y el otro
vegetal, de la parte forestal a la parte de animales, de la producción animal para el consumo.
Y dentro de los principios del proyecto, tiene que estar la parte agroecológica. Es decir, la
producción de alimentos sanos para el pueblo, y son lugares de referencia que se vinculan, y
ahí se generan un sin número de investigacion y de proyectos investigativos, es decir, que casi
todas las personas que investiga desde la universidad se hacen alianza con esas instituciones,
que tienen como principio la participación la igualdad de géneros, eeeee, la educación para el
desarrollo, el respeto al medio ambiente, la parte agroecológica. Es decir, que son principios
de cada una de esas instituciones, si no pudieran hacer un proyecto donde la idea de generar
muchos procesos químicos para tener mayor cantidad de alimentos, un principio por respecto,
es más, lo exigen al proyecto, tiene que ser así. Igual en el caso de nosotros, como vimos está
la universidad en el centro ¿No han ido al INKA? y ¿Al... no fueron al CEISA? ¿Al INKA?
Que es un polo investigativo, ahi tambien se hacen investigaciones que el peso no es lo
agroecológico, pero si tiene una tendencia a ser agroecológico. Es decir, los últimos años a
partir de las políticas, porque realmente ahí se hacen investigaciones de punto de vista
127
experimental, quizás producir algún tipo de suplemento o nutriente para la tierra, pero siempre
buscando que sea lo menos perjudicial posible. Porque el centro en los últimos años ha sido el
respecto del suelo, sobretodo respeto al productor, la metodología para capacitar al productor,
es decir, todas esas coasa vienen entrando paulatinamente porque realmente lo que se
demuestra que tienen un resultado, a ver, beneficioso ¿No? Tanto para el productor, como
para el suelo y las personas que consumen porque al final el productor se debe al consumidor,
y es a quien debo por sobre todo respetar y cubrir todas las encuestas básicas, por eso hay esa
vinculación entre todas las instituciones. La universidad dentro del ministerio tiene alianza
con el resto de los ministerios, y hay convenios firmados es decir, todo lo que pasa por la
universidad del punto de vista de un perfil determinado responde a este ministerio, es decir,
no se (trecho inaudível) es realmente para que responda el ministerio. Y esas investigaciones
luego aterrizan en el territorio, es la idea. Se dice que hay una vinculación por convenio, eso
está firmado. Todo lo que haga la universidad agraria con relación a la agricultura, tiene que
llegar al ministerio y el ministerio socializa o generaliza, se dice acá, en los territorios de las
investigaciones. Ahí está.
Lo que más me cuesta de entender, es la cuestión, tú tienes la universidad está vinculada
con el gobierno y hacen el intercambio de políticas y todo, y desta universidad central
para la facultad y la comunidad también hay ese vínculo? Por ejemplo, tu dijiste cuando
los alumnos quieren hacer la maestría, el doctorado, hay unas persona que va a decir la
un director o un has usado una expresión que no me acuerdo el nombre agora, que le va
decir en que va trabajar, porque es la necesidad que él tiene que cumplir, no lo que le
guste, o lo que le apetece. Quien es esa persona allá en la comunidad? O qué órgano? O
que consejo que va a decidir qué temas los alumnos tienen que desarrollar la maestría
allá en la facultad, en la comunidad.
Voy, voy a ver como sale de la universidad. Es decir, la universidad lanza la convocatoria es
lo primero ¿A quien llega? A todos los sectores, instituciones, pero también al gobierno local,
entonces esa convocatoria tiene las líneas de investigación, los sectores interesados
seleccionan dentro de esos grupos de profesionales, quien es la persona que está interesada en
superarse, porque es una necesidad de la institución, ya. Esta es una parte, hay otras personas
individuales que se acercan a la universidad, yo soy la que me encargo de eso y me dice “yo
estudio …” “yo trabajo tal cosa” “ami me gustan tal cosas” “soy profesional…” y si usted cre
yo cojo estos dados y son personajes individuale y luego me lanzó la convocatoria. Ahora
¿Qué pasa cuando llega al municipio la convocatorio? El CUM es el responsable y así
tenemos la política de todas las personas que vienen a la maestría o al doctorado. ¿Que es
CUM? Primero porque es la universidad del territoria, segunda porque tiene que
obligatoriamente ceder un seguimiento los años de maestría o de doctorado, ahí tiene que
haber un tutor del lugar y otro tutor que puede ser de la comisión del comité académico de la
universidad que responde a esa maestría o a ese doctorado. Esa persona es responsable de
acompañar en el proceso pero además también de controlar, de seguir, de orientar. ¿Qué pasa
con el CUM? Es decir ¿Porque el CUM nos busca también? Porque el CUM está
directamente relacionado con el gobierno en las demandas, recuerda que el las capacidades
para gestionar del gobierno salen a través del CUM por lo tanto dentro de eso diplomados, lo
128
primero que se levanta son las necesidades, esto era diagnostico, diagnostico de necesidades.
Entonces ¿Porque se hace? Chocar, cruzar, esto del (trecho inaudível) ¿Cuáles son mis
problemáticas? Pero ¿Cuáles son mis fortalezas? ¿Mis debilidades? ¿Mis necesidades?
Entonces dicen “este profesional de esta entidad determinada puede resolver tal problema
banco de problema del gobierno” es decir, que ya directamente va resolver un problema de
territorio, eso es parte del proceso y eso es normal. ¿Después que hacemos? Empezamos
desde hace 2 años, a vincular al gobierno, algo que creo que ustedes hablaron un poco, y que
se dio también creo que (trecho inaudível). Ya hemos expuesto tesis de maestría en el
gobierno o en la universidad, para que todas las personas además de saber lo que se está
haciendo, reciban el resultado de que fueron partícipes. ¿Porque? Porque mucha de estas
investigaciones son de los gobiernos locales, y a usted lo paran le hacen una entrevista, una
encuesta, le aplican una técnica o otra técnica, y después te quedas ¿Para qué sirvió? ¿Qué
generó? O también algún disgusto. Entonces devuelve, pero a los están capacitando esa
devolución de una tesis capacita. ¿Porque? Porque las personas escuchan lo que sea por esta
vía un grupo de teoría. Es decir, están devolviendo, están contribuindo el problema, están
resolviendo el problema. Entonces lo que estamos buscando en esa teoría de ganar/ganar, que
no sean las partes que te estoy cumpliendo, que te estoy ayudando, sino, que realmente yo voy
a resolver un problema de mi función, el CUM tiene la suya, el gobierno la suya, la
comunidad la suya con una investigación. Yo creo que eso es una de las formas de realmente
impactar en el territorio. Y yo creo que hay muchísimo otros espacio, hasta en la comunidad
se puede poner una tesis, un comunidad que sirva de laboratorio para una investigación, yo
creo que seria muy rico ¿no? que los vecinos escuchen como lo que hicieron ellos, generó un
resultado científico a nivel nacional. Yo creo que eso es impresionante, o por lo menos se da
como un ejercicio, donde tu puedas también a un que no sea el acto de defensa, devolverle a
la comunidad todo lo que se generó a partir de su participación. Ahora si uno realmente se
siente parte no hay compromiso, y lo otro se me está resolviendo un problema mio laboral
también, entonces tener el gobierno del lado de acá y tener al CUM involucrado como
responsable, yo soy parte del comité de diplomanza local, y yo le tengo que pedir cuentas
como van los estudiantes en las maestrías, que yo atiendo. Yo no soy la coordinadora, es
Emilio, pero con infusiones de posgrado y capacitación, yo acompaño el proceso. Yo tengo
que rendir cuentas, quién no ha debatido, quién no falte a ese taller, porque faltó, quién no
fue, quién se ausentó, quién es ese tutor que no me está respondiendo, porque no vino al taller
de tesis, entonces todas esas cosas te crean un compromiso, es decir, con ese municipio no
solo que tu sabe que están investigando una maestría, no, no, no, tiene que ser parte, tiene que
ser el responsable por ese municipio.
(PAUSA)
Se forma un claustro formado, es decir, ellos son plantillas de la universidad. Ese director, hay
un jefe de capelas (pregrado), hay un director de desarrollo local, porque es otra de las
funciones. Es decir, son tres personas claves, y hay profesores a diario completo, depende del
tamaño del municipio, tienen uno o otros profesores hay secretarios docentes hay un grupo de
profesores, depende del municipio tienen claustro de profesores más amplios o más pequeños,
entonces, el resto de los profesores son profesionales del territorio, todos universitarios que
129
tienen que venir a la universidad hacer un ejercicio que los haga competente para dar clase en
la universidad, si no tienen ese ejercicio que tienen diferentes categorías, por ejemplo,
adjunto, investigador, asistente, auxiliar, que hay internacional y titular, si no tienen esas
categorías no pueden ejercer pero a los 5 años también tienen que revalidar esa categoría o
superar la categoría, o dejan de ser profesor que serían en este caso, por ejemplo, cuando tiene
la universidad del municipio la carrera de ciencias médicas, serán médicos, doctores en
medicina general, que hacen un especialidade, que vienen a la universidad hacen su ejercicio,
reciben una capacitación en el CUM. El CUM los forma, el ejercicio los hace la universidad,
le dan un título de profesor adjunto a la universidad, con una X(equis) categoría y dan clase, y
que eso saldría contactado, son profesionales del territorio. Si no tenemos un buen diagnóstico
de los talentos humanos del territorio, no sabemos a quién buscar. Entonces se lanzan
convocatorias en el territorio, para entonces captar a los profesores para diversas asignaturas
de las carreras que se están iniciando. Hay municipios que ejercen no solo la carrera de
pregrado, pero que tienen 5, 6, 7, depende del municipio ¿Porque? Porque está la totalidad de
municipios del país, ahora las personajes claves son ese director que es el que gestiona todos
los procesos, los subdirectores de carrera, cada una a las carreras tienen su director y el
director de desarrollo que es para la parte de gestión de desarrollo local, que tiene que ver con
la capacitación más con la formación directa. Y entonces esta persona que también atiende
posgrado, es decir, que hay un clavo otro formado entre 4, 7 o 10 depende el municipio.
(PAUSA)
A ver cuando asumen a la universidad el año 2004, por ejemplo, el municipio que yo estaba
que creo que fue uno de los primeros y todos los municipios lo que tienen, no es una personas
que designa la universidad, sino, de los talentos locales del municipio como son parte de la
universidad, nosotros siempre hemos sido parte de la universidad, porque dábamos clase en la
universidad, de ahy es que se sugiere, se convoca o hay propuestas locales. Y entonces la
univesidad central la procesa, y entonces se determina quién es esa persona que está a cargo,
luego la continuidad en caso de que ese no siga, o esta coumpliendo alguna mision, la del
municipio una propuesta. Pero sale la propuesta del municipio, siempre van a ser personas del
municipio, no es migren a una ciudad a ser director de un municipio, todos van a ver hoy que
todos viven acá, son talentos locales, eso garantiza la sostenibilidad del grupo.
Todos los profesores de la facultad de aqui, del municipio, son de la localidad?
Son de aqui. De aquí, todos, todos del municipio.
Y los de la universidad que vienen, que es el director de desarrollo? Viene pero va y
viene, hace el enlace?
En el municipio, todos son de ca, todos, el de desarrollo, el de las carreras, todos.
Y se quedan aca?
130
Si, vive aqui, vive aqui mismo.
Entonces por ejemplo, tú vives aquí? Tú vives en el municipio?
Melena del sur, soy profesora contratada en mi municipio.
Y como? En... pero tienes que venir a la universidad central para esos acciones con el
CEDAR?
Si claro.
Como que se da tu trabajo? En los dos sitios entonces?
Si a ver, yo alla soy contratada me forma mi CUM, no tiene nada que ver. Si fuera directivo
yo viniera a la universidad en la misma transportación de la universidad, a capacitarme, a
formarme, las reuniones, las partes adminsitrativa, metodológicas, todos eso van a la
universidad con certa frecuencia, y la universidad viene a ca. La universidad viene acá don 2
funciones, viene con la función de formar pero en el territorio y las funcion tambien de
controlar, la universidad controla los processo, hay evaluaciones, hay visitas, hay un grupo de
procesos que son para poder ir evaluando, cómo va el desempeño municipal. Entonces están
las dos vías, ellos van a formarse o a rendir, y la universidad viene al territorio hacer visitas de
control. Entonces es haci, es bilateral, lo que si se busca es eso, que las personas que trabajan
con el municipio, vivan en el municipio, se garantizan muchas cosas, hasta la permanencia.
Quien esta la na universidad no es, é isto que no estou conseguindo entender. Porque por
ejemplo, si hay esa troca, ese cambio, entre los profesores que están en el municipio que
permanezcan en el municipio, y hay un grupo de gestores en la universidad, grupos de
investigación, profesores, directores. Como que eses profesores del los municipios
trabajan algun dia en la universidad? O en alguna función que va y vuelve?
Los directivos, los directivos si van y residen, reciben capacitación, control, alimentación y
ellos forman los de la base, al resto del claustro de profesores. Profesores nada más, los
directivos si hay reuniones de directores de desarrollo, hay reuniones de jefes de carrera, hay
reunión de directores, hay …..
Podem ser hechas dentro de la universidad o en la facultad del municipio? Es esto?
En cualquiera de los dos lugares. O van en un municipio se juntan todos, o van a estar todos
en Güines. Vamos a ver una experiencia en Güines. Nos vamos para San Nicolás, vamos a ver
una experiencia en San Nicolás, y van todos los directores o profesores invitados, depende del
trabajo metodológico que se va hacer. Porque siempre se trata de combinar la parte control
con la parte metodológica, todas las reuniones administrativas termina con un taller
metodológico porque no se puede perder espacio de formación eso es lo primario de todo. Y
131
lo otro es, trabajarle en directamente en el terreno, a través de esta metodología de educación
pal desarrollo que viene de su base de la educación popular, que no sea, lo importante es que,
no sea tanto conferencias o clases dictadas, y buscar más lanzar un problemática determinada
y que la gente genere, eso es yo creo que es uno de las cosas que nos caracteriza, es decir, la
educación actual sobretodo en la universidad agraria y en muchas áreas. Y nosotros somo
pioneros en esa historia de no impartir, sino, que afloren a partir de una premisa o algo, una
situación, en que entre todos podamos resolverla, a partir, de cada cual, del contexto de cada
cual. Entonces eso lo hacemos en las clases también, las clases se vuelven problematizadoras,
es decir, esa problemática actual o tú tras un ejemplo de tu municipio, entonces a partir de ahí
soluciones que se resuelvan en el colectivo, todo eso ayudó muchísimo.
E esses projetos que são desenvolvidos, há um controle dele pra alguma forma de
avaliação? Se, para analisar a eficácia ou se tem algum problema. Como que é feito esse
controle dos projetos? Para ver se ta dando certo ou se ta tendo algum problema. Vocês
fazem esse controle para aperfeiçoar? Como que é feito?
Ahí está diplomado, cursos, igual primera yo te digo, tienen un controlador lo ayuda pero
controla, que es el CUM, el CUM es el que se encarga de acompañar al investigador en el
proceso de investigación en la base, es decir, no puede estar al lado de ellos, es parte del
proceso ¿Porque? Porque no es un investigador, esa es otra cosa que nosotros tenemos, es una
pirámide investigativa, es decir, maestrante que está en maestría no es investiga solo la
comunidad, investiga con los profesores del CUM, investiga con los alumnos de pregrado, y
investiga con otros grupos de alumnos de posgrado que tienen la misma investigación.
Entonces es más difícil inventar una investigación cuando tu tienes un equipo de trabajo que
responde a ella, y tienes al profesor del CUM que te esta cobrando, acompañando, pero
también, controlando, porque es la función del CUM. Y lo otro es si te vinculan también al
gobierno porque una de las actividades alguien del gobierno, por ejemplo, a nivel local el
delegado - acá está el CUM- el delegado de la ciscrucnsricion donde tu estas investigando,
esa persona tiene que estar a tanto, no puede estar ajena. Entonces son actores locales, que
además de acompañarte te está controlando y dando veracidad a la investigación, porque tú no
investiga sola nunca, tienes que estudiar con un grupo, estudiar cómo es investigar con un
grupo de estudiantes y con los actores locales de ese lugar, ya sean directivos, o sean
empresas, o sean representantes del gobierno, o sea en una comunidad, no puede estar aislado.
Imposible que tú investigues una comunidad, una problemática social y que el delegado del
gobierno no lo sepa, porque esa es su área, y de hecho es parte de la investigación. Porque
como nosotros hablamos de gestión para el desarrollo, el es el agente clave para ese
desarrollo. Entonces así se verifica, hay un enlace entre los dos elementos.
132
Entrevistado(a) – Professor UNAH - A003
Eu queria que você falasse um pouco do CEDAR? A sua função? E a estrutura do
CEDAR.
Asi mira, eh, la estructura del CEDAR su función como en lo (trecho inaudível) es en torno al
desarrollo y lo contextualizamos al desarrollo local puntualmente. Esto no quiere decir que si
aparece alguna otra investigación que van más allá de lo local también intervenimos teniendo
en cuenta, eh, lo (trecho inaudível) y teniendo en cuenta el enfoque de desarrollo. El enfoque
de desarrollo de nuestro centro de estudios. En este sentido como grupo puntualmente de
medio ambiente, nos determinamos de estudiar el medio ambiente en todos entorno, y
teniendo en cuenta que para que haya desarrollo tenemos que tener un medio ambiente
adecuado, un medio ambiente sano, hay entroncamos con, eh, el centro de estudio a partir de
todas sus concesiones de trabajo participativo del interacción a partir de las capacidades y los
conocimientos, de ver en equilibrio todos los órdenes tanto sociales, el políticos, el
economicos, el cultural, el ambiental que es a mi modo de ver es el transversal a todos los
ejes. Porque no puede haber política si no existe un punto para la política ambiental. Cuando
hablamos de cultura, tiene que haber una cultura ambiental para que realmente yo pueda
disfrutar una pintura, yo pueda leerme un libro, yo pueda sentarme en un cuarto, yo pueda
mirar la televisión, etc. No puede de haber una economía si no hay un orden ambiental, que
todo esto cumpla con las leyes, con las regulaciones, con las normas, que se dan a nivel
internacional pero que (trecho inaudível) también forma parte de estas leyes, y que bueno lo
adapta a las potencialidades, al contexto nacional de manera general. Por eso yo veo al
ambiente de manera transversal en los procesos de desarrollo local, porque este es
imprescindible que se tenga en cuenta, así como, los talentos humanos de cada sociedad.
Porque si ese talento humano no está preparado para poder determinar si un lugar está
contaminado si no está contaminado, tiene que tener conocimiento tiene que tener capacidad y
entonces tiene que tener conocimiento de su historia, de su identidad, de cómo ha sido a lo
largo del tiempo ese entorno en donde vive, ese hábitat por donde vive, en el cual ha
trascendido al cual llegó, eh, a una edad determinada. Y entonces es por eso que yo veo el
tema ambiental muy puntual, en este minuto con la incisión mia aca en el CEDAR como yo
también trabajo en la parte patrimonial también le estamos dando un toque una relevancia al
elemento patrimonial dentro de todo el contexto dentro del grupo como tal del CEDAR. Lo
que el patrimonio dentro de, eh, el desarrollo también es esencial y más hoy que Cuba está
como a las puertas de nuevos cambios, y si no cuidamos de ese patrimonio, y si no lo sabemos
gestionar, y si no sabemos ponerlo en valor adecuadamente para el desarrollo que se quiere a
medida corto o largo plazo evidentemente, eh, el desarrollo no va estar bien enfocado. Y
entonces es por esto que dentro de este medio ambiente no podemos olvidar este patrimonio
tanto natural como cultural, tanto tangible como intangible. Porque no se puede (trecho
inaudível) desmembrados unos con otros, porque cuando está emplazado uno está en un
ambiente, y ese ambiente es natural, pero también hay personas y tienen leyendas, tienen
133
conocimiento, y todo esto puede contribuir para el desarrollo local que se quiere por que
medidas.
Eu queria que você me falasse sobre o perfil da agricultura e do desenvolvimento local
sustentável antes da revolução, durante o período revolucionário, o período especial e
até hoje. E como que era, como que foi dado, como era o perfil do agricultor, como que
era o campesino durante esse período? Como que era estruturada a comunidade
durante esses períodos?
La agricultura antes de (trecho inaudível) la revolución, era privatizada, una vez (trecho
inaudível) la revolución ya pasa a mano de los campesinos a partir de las cooperativas, a partir
de las entregas de las tierras, y entonces ya hoy todo esto siguió en todos los primeros años de
la revolución con su transformación, pero bueno siempre fue a nivel estatal fundamentalmente
y las cooperativas que sí fueron siempre pequeñas fincas que tenían, en este sentido ya con el
periodo especial va surgiendo transformaciones teniendo en cuenta de que, como decirte, que
en la, las estructuras ya van cambiando entonces hemos llegado hasta la actualidad lo que es
hoy con las CCS que son las cooperativas de crédito y servicios. Las UEPC que son unidades
de producción básicas de cooperativas.
E como que funcionam essas cooperativas?
Haber. Las CCS es una entidad que tiene varios miembros particulares en ellas, pero que al
final todos deben producir y deben le el tributo al estado. La UEPC si es estatal y entonces
tiene mano obrero calificada, pero todos los productos igual van a formar parte de esa
producción de ese capital que tiene la población lo estatal para distribuirselo al país, a los
municipios, a nivel de los municipios, a nivel de provincia, a nivel de estado. Existen leyes
que, la ley de un usufructo que con todos estos cambios con los lineamientos ya se le ha ido
entregando tierra a todos, a las personas que lo han solicitado, y tierras que teníamos ya desde
el periodo especial que estaban cubiertas de hierbas que estaban de acceso difícil para el
sembrado han sido rescatadas paulatinamente con aquellas personas que han sentido
motivación o incentivo por las tierras y han ido allá. Pero sucedió una cosa importante, a lo
mejor yo no se explicarte bien pero, el (trecho inaudível) ocurre de que a veces las personas
que trabajas en la tierra necessariamente que tiene la tierra que tienen el poder que tienen la
propiedad, no son necesariamente los que trabajan, por eso cuando nos vamos hacer las
investigaciones tenemos que tener un mucho cuidado porque si yo voy entrevistar al
propietario de la tierra a lo mejor no tiene tanta experiencia no tiene tanta capacidad ni tanto
conocimiento de esa tierra. Que la persona que tiene la propiedad de la tierra a veces no está
en el campo directamente, él como que organiza todo y tiene otra persona que lo trabaja.
Entonces a la hora de buscar estándares de vida, a la hora de buscar conocimiento, a la hora
de buscar maneras de semblar, de producción, no necesariamente eso está en esa persona que
tiene la propiedad de la tierra. En ocasiones si, porque a lo mejor trabajó toda su vida en la
tierra pero en este momento ya se siente cansado, no quiere ir a trabajar en la tierra y tiene
posibilidades monetarias para que otro lo trabaja y le de un porciento o dividen por la mitad, y
134
bueno, todo queda ahí ¿Tú entiendes lo que te digo de está parte, más o menos? A lo mejor,
eh, no debería ser así a mi modo de ver pero sucede así, porque con ese cambio que hay de lo
rural a lo urbano, o del urbano a lo rural que también se está dando, ocurre en todos estos
movimientos y ocurren todos estos cambios. Lo ideal sería que esa personas que trabaja en el
campo, estuviese ahí, viviera de todos eso y bueno las producciones para todo el mundo a
nivel local, a nivel provincia, a nivel nacional, pero eso sería lo ideal a mi modo de ver, sin
embargo no sucede así.
O perfil e a qualidade de vida do campesino durante esses períodos, o empoderamento
dele, como se deu? A qualidade de vida e o empoderamento que ele recebeu da
comunidade durante todos esses períodos históricos
A ver, yo creo que evidentemente antes de triunfar la revolución fue muy privado y bueno el
campesino era campesino en la tierra y poder no tenía ninguno, en el momento que le pagaban
vivía. Después de triunfar la revolución si tiene poder, siempre respetando el poder como
cuando yo le digo poder me refiero a que a lo mejor las decisiones que son compartidas para
el momento de decidir los embrado, de valorar las sus experiencias como vivió en el campo,
de como quizás pudiera hacer las producciones donde sembrar mejor donde no. En la
actualidad yo veo que también tienen mucho poder, a pesar de las leyes que existen ¿Porque
ellos deben de respetar que deben detener un porciento para el estado y eso se cumple por lo
general? Porque si no es fiscalizado, si no la ley o el banco creo que tienen sus mecanismos
pero deben, a no ser que ocurra un evento climático o una plaga determinada, pero deben
cumplir los contratos con el estado. Pero aun así siempre hay un para las satisfacciones de la
vivienda como tal de su casa de su familia y tienen decisiones de qué es lo que van a sembrar
arroz o cebolla, si tienen que sembrar caña porque hay lugares que son determinados de caña,
o determinados de arroz, o de cultivos varios cuando ellos sienten esa pequeña porción de
essa caña, de esse arroz, lo otro lo siembran de lo que desean de malanga, de papa, de papa
no, de cebolla de otros cultivos ya sean vegetales, frutales, maderables. Existe una acción que
con la parte de la agricultura que es florestal que también siembran áreas forestales, y si estos
sembrados forestales se dan en esas tierras particulares o ya sean estatales, en UEPC también
se dan. Una vez que esten asi porque esta es una política del país la tienen que mantener y esa
entidad le pagan por tener esos sembrados forestales, ya sean de árboles frutales o de árboles
maderables.
Na sua visão, quais os impactos do embargo americano na agricultura aqui de Cuba e do
perfil do agricultor? Quais os impactos que você entende que teve na agricultura e na
vida do agricultor?
A ver, a mi modo de ver lo primero que es cuando vemos la agricultura de manera general
tanto estatal como privada, es que desde esas buenas producciones evidentemente no podemos
exportarlas a los países que queramos, por estas limitantes con nuestras sanciones bancarias y
con la monopolización, si se quiere ver, de todas esas grandes empresarios a nivel mundial
que quizá quisieran en algún momento no se intentar bien con nosotros. No se digamos el
135
tabaco o el café o especies adecuadas de caña que hay, es un burocratismo muy grande que
todo esto lo trae. El proceso de desbloqueo para con nuestro con nuestro país
independientemente de eso, creo que todo esto trae consigo las tecnologías las innovaciones el
intercambio de prácticas adecuadas más allá que nosotros contamos con centros
internacionales reconocidos, en los estudios de la agronomía como lo es este mismo centro de
estudios, que está inmerso en un complejo que tiene el instituto nacional de ciencias agrícolas
acá al lado, que es de gran prestigio internacional que hacen estudios diversos en diferentes
ciencias disciplinas de la agricultura con sus aportaciones tanto de fertilizantes como en
procesos naturales, orgánicos para las mejoras de esa agricultura, pero sin embargo, quizás a
lo mejor por muy relevantes que sean a lo mejor no tienen la lucha realmente, deben tener a
nivel internacional porque este proceso de desbloqueo a lo mejor no tenemos, a lo mejor no,
no tenemos acceso quizás a grandes incentivos internacionales en cuanto innovación,
enquanto processo, por la compra de esos mecanismos y entonces eso es lo que quizás yo
digo no nos han hecho pensar y repensar porque a lo mejor se rompe, se desaparece, se
desgasta, no existe una pieza determinada un producto determinado y entonces ahí donde nos
vamos a la inventiva. Con otra pieza, con otro producto, con otra manera. Yo a lo mejor no te
puedo hablar específicamente de productos de piezas de innovaciones. Porque no manejo bien
ese campo de la investigación de eso exacto. Estudios e investigaciones que han hecho, que sí
sé que se han hecho, pero en la página web del Inca, ahí lo puedes encontrar y en la rev ista de
ellos que es una revista muy buena, tambien puedes encontrar esas referencias, las puedes
tener seño ahi si hay internet. Pero si se han hecho, y de freno es ese cómo puede llegar quizás
de manera científica por medio de un de una lectura pero igual las bases de datos y quizás los
grandes poderes o las grandes bases de datos con gran credibilidad, y cuando vamos a los
grupos de primer grado donde están esas bases de datos, quienes tienen el poder de determinar
eso o pertenecen a Estados Unidos o a organismos universidades, instituciones que son
representadas por ellos, y entonces ahí hay problemas.
Qual o papel da universidade agrária na promoção do desenvolvimento local
sustentável? Qual o papel dela na comunidade aqui pra promoção desse
desenvolvimento local sustentável?
A ver, la univesidad de manera general va cumpliendo con las normas que se establecen a
nivel nacional. Como ayer les explicábamos bajo todas estas transformaciones que está
teniendo Cuba, hoy en la actualidad se estuvo viendo desde 2011 por los lineamientos, por la
política de los lineamientos establecidos en el orden social y económico. Una política de
lineamiento que iba al hombre social, al hombre innovador, al turismo, habla en todos los
sectores. Estos lineamientos han sido organizados y se han ido implementando a nivel de país,
pero con el congreso que acaba de determinar ahora, en el 2016, se trazó como una pauta para
la cual el plazo sea 20130. Y para el 2021 se crearon unos ejes unas estrategias que van
enfocadas a perfilar esos lineamientos de 2011, y con eso se está trabajando, y a mi modo de
ver no por ser parcial pero, el eje que va caminando desde los lineamientos desde el (trecho
inaudível), y desde ese trabajo a corto plazo que es hasta 2011 es el desarrollo desde lo local.
Porque se quiere que, se trabaje desde la descentralización y ejemplo de estos son las dos
provincias que están en experimento que es Artemisa y Mayabeque. Nosotros como
136
universidad estamos enclavados en ellos, con la división de poderes si se quiere ver, desde la
asamblea y la administración de los municipios con las instituciones para que cada quien
tenga poder hasta si llegar a la base que es la comunidad. Y es ahí donde tanto se desarrolla,
entonces evidentemente si existe todo ese andame a nivel estatal nosotros como universidad
estamos inmersos a esto. Y una de las políticas entonces a nivel de universidad es el
desarrollo local. En este sentido nosotros como centro somos también beneficiados porque si
el corte de nosotros el desarrollo local y la política del país está generando desarrollo local
para mayor participación, para que las personas tengan mayor sentido de pertenencia, sientan
identidad, puedan decidir más, conozcan las potencialidades que tienen en sus territorios, mira
creo que la universidad está enfocada por ese perfil, por ese, por esa visión de futuro, o que
sea.
Sobre o movimento agroecológico de campesino a campesino. Você teve alguma
experiência com esse movimento? Com, alguma relação com a ANAP ,também que você
gostaria de fala?
A ver, puntualmente no tengo así gran conocimiento de esa interacción agroecológica me
decias. De esa interacción agroecológica sí sé que existen programas que lo trabajan, y
nosotros aquí tenemos un productor que forma parte de nuestros talentos humanos, Franchi y
dos o tres productores más pero bueno siempre mencionamos al Franchi porque creo que ha
sido uno de los puntales que hemos tenido. Y que sus innovaciones han sido fabulosas con
respecto al logro de la canela, al logro del laurel que se ha ido extendiendo ya por todos los
lados del país en pequeñas porciones pero se ha ido extendiendo, y entonces esa cultura
agroecológica se desea. Porque evidentemente los cultivos de esta manera son mejores para la
salud, que eso es lo principal. Y vamos también estos son ambientes si son agroecológicos
evidentemente no hay presencia de fertilizantes y esto es una cosa fabulosa que se llegue asi
pero lamentablemente no estamos en esa fase, lamentablemente no estamo en esa fase porque
por otros medios, era lo que lo explicaba la profesora, que se utiliza fertilizantes aun y eso va
contra la salud contra el proceso de bloque, le da más dinero al otro y evidentemente es
negativo.
Eu queria saber a conexão aqui do CEDAR o da UNAH com o camponês. Ele tem um
espaço aqui? Vocês recebem e qualificam-no? Dão treinamento pra ele? Qual é a
conexão daqui do CEDAR com o campesino mesmo?
A ver mira. Por el CEDAR se dan diplomados, se dan cursos, se dan posgrados que van
encaminados a crear nuevas capacidades, que van encaminados a ofertar nuevos
conocimientos no solamente de cómo digamos, de nivel académico sino para conocimientos
de esos productores, para el conocimiento de esos habitantes de hasta dónde pueden decidir en
la compra de un producto, hasta donde puede, que le puede aportar el utilizar o no fertilizantes
por medio de los contenidos que los ofrecemos en esas asignaturas. Que ellos lo tomen o no
en n la práctica mira, ya quizás se nos lave las manos, pero el conocimiento si se transmite, se
habla de las nuevas tecnologías que existen de las superposición de un cultivo con otro, del
momento oportuno para sembrar, se le habla de la importancia del cambio climático porque
137
nosotro aquí en Cuba quizás decimos “no, no tenemos cambio climático” pero si tenemos
cambio climático, cambio climático está a nivel internacional y a veces nosotros como
tenemos este clima cálido de tropical, de vivir en una isla y como tenemos marcadamente dos
estaciones del año y nada mas, verano y invierno, a lo mejor no lo vemos así tan
evidentemente ese cambio climático, pero si esta porque calores intensos prácticamente casi
todo el año, pero la sequías están ahí y cómo actuaron ante la sequía cuando hay necesidad de
sembrar arroz que lleva tanta agua, o en qué momento oportuno sembrar esa cebolla o ese ajo
que es tan importante para la cocina del cubano, bajo todas esas condiciones de cambio
climático ¿De qué manera sembrarla mejor? ¿Porque es importante la siembra está de tapado
para tener, para que los microorganismos, los insectos, no entren a esos cultivos? Más allá que
esto necesita de financiamiento para realmente tener esa casa de tapado, pero bueno, en
lugares que existe se explica la necesidad de conservarlo, de mantenerlo, porque es una
manera de que estén protegidos desde este modo. Y se da a todos los niveles, se convoca
felizmente hoy tenemos el correo, o ya quizás más comunicación a nivel de telefono, a nivel
de celular, y siempre se comunica por las reuniones que se dan a nivel de universidad que
encierran las entidades, que encierran que participan los dirigentes de las fábricas de los
sectores de la agricultura de la industria de la forestal, independiente de las áreas en que
trabajan por ejemplo, la agricultura se trabaja con la agricultura, con la nada, en ciencias
sociales con la dirección de cultura en nosotros como centro de estudios trabajamos con todos
indistintamente. Existe un diplomado a nivel de municipio que es diplomado de desarrollo
local que ahí hay una serie de asignaturas que es ambiente, que es gestión empresarial, que es
análisis de la población com el tema demográfico, y todo y toda la complejidad que
detenemos nosotros aquí en Cuba con el envejecimiento poblacional, que son cada día más los
ancianos ¿Y de qué manera entonces trabajar con esos ancianos? Ahí entra la alimentación
otra vez, necesariamente. Ya son ancianos, ya son personas de la 3 edad, y si comen esas
comidas también, estos alimentos que han sido contaminados, para decirlo de de esta manera
con este tipo de fertilizante, bueno quizas tengan mas enfermedad pero no solamente ellos y
los niños que necesitan tanto las frutas y los vegetales, por eso se le trata de incidir en esa
cultura ambiental en esa cultural de cultivar sanamente. Y es por todos estos canales, por esse
diplomado de desarrollo local, por los curso, por los posgrados, se convoca a productores,
hay productores que han asistido con nosotros, pero bueno al final puede ser que asistan 3, 4,
5 productores de diferente municipios, pero evidentemente eso se va transmitiendo de uno a
otro.
E qual é o grau de escolaridade dos agricultores em geral?
Eso varía, porque te puedes encontrar hoy un productor que es arquitecto, o un productor que
es médico, porque o porque lo decidieron o porque sus papás, o porque ellos aún tienen
propriedades de tierra, y en ese momento y no hay nadie que produzca tierra y el
sencillamente decide por las condiciones económicas, o por sentido de pertenencia que va a
dejar su oficio su licenciatura x y que se va a poner a producir. Como te vas a encontrar una
persona que tiene 6º grado, analfabeto no te voy a decir porque anlfabetos no tenemos
felizmente pero que tiene 6º grado y que cultiva la tierra, y que tiene conocimientos
magníficos de la tierra que te puede decir hay que sembrarlo en luna llena, o hay que cortar la
138
madera en cuarto menguante. Y o personas que hoy estan tambien te lo digo porque me pasa,
en mi casa mi papa nosotros tenemos un pequeño pedacito de tierra que no lo cultivamos
realmente y eso sucede porque está muy distante de lo desarrolo donde vivimos, en el campo
campo campo campo. Es todo una anécdota para ti, pero igual te la llevas, vivíamos en el
campo campo y cuando nos mudamos para ca, nos mudamos pero tenemos esa propiedad de
tierra q somos los (trecho inaudível), mi papa tiene 74 años y eso está muy distante no tiene
quien ir, no hay un tractor, no hay un caballo, no hay nada, y o nosotros decidimos yo y mi
hermana, que no, que no trabajara y con el niño chiquito que tenemos hoy es mi hijo bueno,
hay que mantenerlo de otra manera y no va a cultivarlo, pero mi papá tiene mucho
conocimiento porque siempre ha trabajado en la tierra por el sector estatais, sea en las
cooperativas de una manera o otra y siempre hay trabajado en la tierra y hoy por hoy a mi
papá lo vienen a buscar. Por qué cómo o se ha entregado todas esta tierras y es para toda esa
área, y el tiene conocimientos de cómo el agua escurre, cuales son los principales canales, de
que si la tierra está buena ya para empezar a cultivar el arroz, para muchas experiencias que
eso no logra ninguna universidad de manera general esa práctica se adquiere allí en el terreno
y lo van a buscar para que le indique esa manera de que tengan, de que existan producciones
más eficaces para esa particular, para esa empresa, etc. Y entonces por eso te digo que, el
conocimiento que tenemos hoy en ese sector productivo es muy diverso. Que yo les digo que
en esa diversidad está quizás la riqueza. Está la riqueza, pero también quizás esta el pensar
muy rápido, como decimos nosotros los cubanos, porque a lo mejor se toma una decisión mal
tomada. Pero está y en esa diversidad que podemos encontrar la mismo en una persona de 60
años que un licenciado, que un master, que un doctor, a ver no hemo lo visto pero si existen
personas que estan hay personas que están dedicadas a la academia pero que tiene sus
experiencias, su tierra que la cultivan también, que son especialistas, que tienen fincas como
de referencia. Como ya tienen así com el de francia si lo que necesariamente, no hay quienes
se especializan en la parte final del río, o en ciudad de Habana, que son licenciados pero que,
tiene su pequenos jardín, su pequeña casa, especie han cultivado se han dedicado por ejemplo
a los anexos, a las orquídeas, y son licenciados pero licenciados, master, etc. Son
universitarios, pero son dedicando a eso y eso lo transmiten, porque en esos espacios se hacen
talleres se hacen talleres comunitarios y se va transmitiendo, y a lo mejor no hay un ganado
sencillamente el intercambio es una planta nueva entre una persona y otra.
Eu queria que você falasse sobre a conexão da UNAH com o centro universitário San
Nicolas e com o conselho popular.
San Nicolás es el municipio. San Nicolás es municipio, entonces como se como llegamos
hasta ahí. Llegamos hasta ahí por la sencilla razón de que primeramente existe o hace, hace un
año se da un diplomado aca, de de forget, con la unión europea para fortalecimiento de
capacidades en cuadros empresarial administrativo y dentro de las acciones que ellos debían
de continuar realizando a lo largo del año, que creo que va estar ese proyecto era transmitir
esos conocimientos que le habían dado a esos profesionales que eran de nivel provincial de las
universidades y de otras empresas de la provincia. Que habían yo creo que en el curso en el
diplomado creo que existian, yo no estuve, pero existian yo creo como 2 productores también
139
ahí. Cuando se retiran ellos, las personas que se quedan al cargo de ese de forget, o del
cabimiento mantenologico de forget cuando ellos van a estar a interactuar con el resto de la
universidad, se percatan que en la universidad evidentemente ya existían centros de estudios y
líneas de investigación que trabajaban la innovación, que trabajaban el desarrollo, que
trabajaban el desarrollo, que trabajaban en por medios de los DIAAPE accion, investigacion,
participación, que trabajaban de cierta manera la gestión también y dentro de esos grupos que
ellos se percatan de que realmente ya estaban trabajando este tema a nivel provincial,
municipal, etc. Estábamos nosotros como el CEDAR. Estaba el CEDAR que se encarga a
manera general de desarrollo, se encuentra esa que se encarga de ocupación, y bueno aparecen
ellos que de manera general hablan de la gestión. Entonces todo eso encierra como una triada
a mi modo de ver que vamos enfocados en una manera de ver y de valorar en la actualidad el
CEDAR a esa educación para el desarrollo. Y entonces se trazan alianzas entre los tres, para
no trabajar aisladamente uno con otro, sino trabajar mancomunadamente en beneficio de la
universidad, en beneficio de la provincia y evidentemente del país. En este sentido cuando se
analiza y se hace el trabajo de mesa se van a los últimos resultados que se habían tenido en la
provincia. Y se ve que, cuando vamos a la sum o sea a las sedes universitarias una de las
sedes universitarias que había tenido un trabajo más sostenido en estos últimos años era San
Nicolás. Entonces para poder crear el SIL en San Nicolás bueno ¿Qué comunidad es la más
pertinente para crear este SIL . Este sistema innovativo local hacía adonde vamos, hacía la
playa, hacía la costa de Guanamon, hacía el centro urbano de San Nicolás, hacía la parte norte
¿Donde? y entonces empezamos a buscar y a valorar lugares y finalmente determinamos que
fuera San Antonio. San Antonio por las potencialidades que tenía, que alli tenia enclavado
una de las redes, una de nuestros tentáculos como si se pudiera decidir a nivel de universidad
que es una unidad docente, una unidad docente que pertenece puntualmente a la facultad de
agronomía, y entonces vemos aquí como ya aparece otra sección dentro de la universidad que
es una facultad. Y dentro de los ángulos de accionares de la universidad evidentemente se
encuentra el trabajo extensionista. Extensionista no solamente para sectores, no solamente
para introducciones, sino, extensionista también a la comunidad, fuera de los muros
universitarios y la unidad docente también tiene ese eso tiene un nombre, en la universidad se
llama processo substantivos. Dentros de todos los procesos sustantivos también está el
extensionismo la extensión universitaria y esa extensión universitaria también se hace a nivel
comunitario, y evidentemente si la unidad docente estaba ahí, está ahí, tiene tantas relaciones
desde años con la comunidad, también valoramos que esa comunidad tiene una UEPC,
también valoramos que esa comunidad posee productores que están asociados a dos CECS, y
bueno lo otro que le queda a la comunidad, es lo que por general tiene todo todas las
comunidades de Cuba consultoría médico, una bodega, una área deportiva, un círculo social,
una pública, ya pues, ducto, electricidad, calles pavimentadas no son de calidad, pero calles
pavimentadas, ya te hable de la salud pública, tienen esa característica y entonces fue ahí que
decidimos que se iba a realizar el SIL/SIG ahí. El SIL/SIG para crear a partir de los talentos
humanos, que tiene esa comunidad nueva capacidades, nuevos conocimientos, a partir de esa
descentralización que se quiere, a partir de lo que está estimulando hoy el país que es ese
poder local de manera general. Pero ese poder local como todo, como hemos trabajado tantos
años de manera centralizada, es difícil crearlo por eso siempre, o casi siempre, hay como un
llevarte de la mano más allá que las decisiones se van se toman allí, en la comunidad.
140
Entonces una vez convocados, estos centros se pasa a trabajar, o se le comunica a la sede
universitaria del interés que se tenía para formar este SIL/SIG. Y por la sede universitaria y la
asamblea que también participa un representante de la asamblea se decide que sí que se va
trabajar ahí, se va a la comunidad y ahí en esa unidad docente se convoca allá delegados, y a
los líderes naturales que existían allí y se le da el conocimiento de qué cosa era lo que
queríamos allí. Que no era un proyecto como otros proyectos, que a esto no se le iba llevar
promedios, sino sistemas innovativos local y que este sistema innovativo local tenía su
objetivo, que era, crear capacidades, nuevas actitudes, conocimientos para poder tener un
desarrollo más sostenible. Porque evidentemente los conocimientos no nos los quita nadie,
esto se queda con es cada uno de las personas y es ahí donde creo que debe estar el éxito de
este SIL/SIG. Se trazó entonces en este momento un plan de acciones, un plan de acciones a
corto plazo. Porque le llamamos un plan de acciones a corto plazo, le damos un plan de acción
a corto plazo porque está organizado el cronograma de diciembre a diciembre, de diciembre
2015 a diciembre 2016, ya casi estamos terminando este corto plazo ¿Y cuales fueran las
acciones acima puntuales que se han realizado en estas acciones a corto plazo? Es el
intercambio con la comunidad, la selección de otros líderes que ya están alla, hemos tenidos
grupos de discusión, hemos analizados todos estos grupos de discusión ya en la mesa bajo
metodología IAP y estamos realizando el mapeo de actores sociales bajo la metodología del
CEDAR puntualmente que esta si es propia de CEDAR efectuar desde 2011, que tiene su
mano hasta instruccions y todas estas cosas donde los comunitarios que están inmersos en esta
en este mapeo de actores, fueran capacitados. Se les dio toda una explicación, se les explico
punto a punto, parete por parte para el éxito, y la credibilidad de este mapeo que es a mi modo
de ver una de las cosas más importantes de este primer de esta primera parte del SIL/SIG.
Porque de la excelencia de este mapeo de actores va a partir el proceso mediano y a largo
plazo. Porque de estos resultados que después se van a estar en un base de datos, en el
SIL/SIG más sistema de información geoespacial del mapeo de actores sociales así es como
se llama esa herramienta, van a salir todos los resultados de la comunidad todas las
potencialidades y las debilidades, los deseos, las frustraciones, que va a tener que tienen en la
actualidad esa comunidad.
Qual é a interação dos papéis da universidade, do CUM e do conselho popular? Como
que é feito essa interação desses atores?
Es que es una interacción que los mismos.
A UNAH capacita os docentes ?
No, porque puede surgir que desde el mapeo de actores haya surgido una necesidad, como una
necesidad como de trabajar la madera. Y por ejemplo en esta universidad no hay especialistas
en el trabajo de madera, pero sin embargo, en la comunidad si tenemos un carpintero. Y que
más allá que los licenciados si saben de trabajar las maderas. Y aun que nosotros busquemos
un especialista, un estudioso de estos temas de carpintería que ya haya estudiado este oficio,
esa persona siempre va acompañar a esta otra. En ese proceso en acompañamiento de la
relacion teoria y practica, de ese oficio que quieran aprender los comunitarios. Porque no
141
podemo,s no se puede desechar este talento que está ahí, que más allá que no es estudiado,
que es autodidacta, está ahí, es fresco, produce, tiene ganancia, entonces no se puede
desechar. Y encontres va ir sucediendo así, lo mismo va suceder con la construcción cuando
tratemos de un tema ambiental, el ejemplo que le ponía la agricultura que en la comunidad
como hay tantas personas que saben de la agricultura, más allá que nosotros llevemos un
doctor en ciencias agrícolas, que los tenemos aquí en nuestro entorno. Evidentemente esas
experiencias, esos saberes que tienen las personas ahí, no se van a desechar, van a ser tenidos
en cuenta a partir evidentemente de las nuevas tecnologías, los nuevos conocimientos, que si
tiene en 2016 y como se pueden llevar allí a San Antonio. Porque a lo mejo existe un
productor que quiera sembrar uva, pero hay que hacerle entender, o hay que ver si realmente
los suelos, el clima, las temperaturas, las condiciones, si a la población les gusta la uva, de allí
de ese territorio, de esa finca, de ese UEPC, de esa CCS puede producir uva, o puede producir
una especie determinado ¿Y como se puede saber eso? Con un estudio minucioso ¿Y quienes
deben hacer ese estudio minucioso? Los especialistas vinculados a esos habitantes, y entonces
así. Y esa interacción que usted decía univerdidad, cede, unidad docente, comunidad, es una
interrelación que aunque con hoy esté entrelazado así de manera muy natural, a mi modo de
ver es natural y es en respaldada a nivel nacional por las leyes y los decretos que existe.
Porque la universidad pertenece al pueblo ¿Quiénes son los que vienen a la estudiar a la
universidad? ¿Cuál es el objeto social de la universidad? Ofrecer conocimiento, y el
conocimiento la universidad lo ofrece a todos los niveles, a nivel local, a nivel institucional, a
nivel empresarial y evidentemente todos estos son sectores, que tienen que ver con el radio
actuación de los que se forman en la universidad.
Então a relação da universidade com o CUM também é de capacitar os professores do
CUM ? Pra depois o CUM aplicar seus projetos na comunidade, correto?
Correcto. Así mismo la universidad, los trabajadores de la sede universitaria son recursos
humanos o talentos humanos como lo decimos nosotros acá en el CEDAR de la universidad,
están contratados en la universidad, los fijos, los que trabajan fijos aquí, hay otro grupo que
aquí en la universidad que es a tiempo parcial que trabajan en otras entidades y dan servicio a
la universidad.
Então os professores do CUM sao professores da universidad?
Lo que están fijos. Hay otros que son a tiempo parcial que son talentos los humanos de otras
entidades pero dan docencia, o otras acciones dentro de como la universidad que para
nosotros es lo mismo, lo que uno está en la sede central, y esa están a nivel municipal pero es
lo mismo.
Sim. Me fale um pouco da sua relação com o conselho popular. Como se dá às reuniões?
Com qual período é feito essas reuniões? Como você conduz esse seu projeto com o
conselho popular?
142
A ver, si existe este sitio, si se va a trabajar este sitio, y es para un sacrificio comunitario y se
va a trabajar desde CDR y van a estar todas las organizaciones locales trabajando a favor de
ellos en ese gran grupo que debe existir evidentemente el delegado tiene que hacer parte de
ese sitio. Porque una de las funciones es la participación, que una de las funciones del
delegado es coordinar esa organización en la base de lo local para de manera general poner
estáticas la leyes, los apuestos, la organización a ese nivel, a ese nivel de consejo popular, a
ese nivel de circuncisión, a ese nivel de CDR de zona, o que está dentro de los artigo, dentro
los principios de ese consejo popular. Que el 2000 se crea la ley para ello, que es la ley 91.
Con el artículo que le hablaba que es el 36, que nos habla del sentido de pertenencia, de
identidad, y todo o va encaminado a esto, y que pasa, que digo que a veces las leyes se
duermen, esto es mi modo de ver, no, que se despierten y se duermen, y que creo que el
cubano le falta mucho de cultura legislativa, de cultura así de aprender las leyes, de tener las
leyes ahí todos los días para revisarlas para saber cómo proceder, pero es que, el hecho que
existe el consejo popular que está ahí la ley y te voy a ofrecer para que veas si hay alguna
falta. Ya encamina todo este proceso comunitario, lo que van surgiendo de nuevas
alternativas, nuevas vías, nuevas formas y este SIL/SIG es una de las nuevas formas que
existe. Pero la participación ya hace rato nosotros deberíamos tener en Cuba con más fuerza,
con más precisión, porque el consejo popular está encargado de eso, desde la comunidad
desde la cual hasta lo nacional.
E ali existem as demandas né? O que eu consigo resolver localmente se resolve lá? Se
não vai a outro nível municipal? Na assembleia.
Exato. Cuando existen planteamientos, cuando existen dificultades a nivel local, si se puede
resolver a manera local por el continuador del CDR, por el delegado, se resuelve a nivel local,
no se, se abrió un hueco en la carretera o un salidero determinado y se podria no hay que
molestar a comunales a nivel municipal, se debe de resolver en la comunidad.
O conselho mesmo resolve?
Exacto. Si hay una actividad o se planifica una actividad, y hay que aportar alimentación o
recursos humanos, pueden ser talentos humanos para una fuerza determinada se trata de
convocar a las personas, o dentro del mismo UEPC, o dentro de la misma CCS, si hay
condiciones se ofrece la vianda, o no se, si hay una dulcería una también se hace la gestión
para que este tenga otra (trecho inaudível) y no haya que llegar a nivel estadal, para que se de
la actividad, para que se de el accionar, muestra de esto es lo sucedido ayer ¿me comprendes?
Por las alianzas, por las alianzas que se dan entre sectores, pero también que cada una de las
entidades también tiene un presupuesto determinado, o tiene un salto determinado de dinero,
de por supuesto, de objetos, de elemento que posibilitan que se de una actividad determinada
una vez que nos está pidiendo permiso ahí constantemente, porque si no entonces lo de abajo
no trabajan, y es por subir papeles, subir papeles y subir papeles. Y una cosa que se trata la
descentralización, es de esto, de que las personas sean más autónomas, de que las
comunidades sean más autónomas. Pero todavía tenemos que aprender mucho de eso, y asi a
eso que iba a decir, para tratar de prender un pequeño territorio de 203 casa y 600 y tanto
143
habitantes, de conocer las potencialidades que existen los talentos que tenemos, para tener una
economia mas solidaria, para poder poner en valor los recursos que se tienen. Ayer yo le
hablaba que si existe un barracón que era como la casa del hacendado del ingenio antes del
triunfo de la revolución y ese barracón hoy habitan personas pero si pudiéramos darles casa a
esas personas y hacer un trabajo arqueológico ahí ¿Cuántas cosas nos saldrían? y ¿Quien dice
que mañana o en el futuro a largo plazo, exista ese barracón e este en la rota turística o forme
parte de una dependencia del museo municipal? con un sitio arqueológico allí en la
comunidad, que nos puede hablar tanto de nuestra historia, nuestro pasado, de los procesos
que han encontrado alli.
Quais os ponto fortes e as dificuldades do trabalho do conselho popular?
Aver, la fortaleza que yo creo que tiene el consejo popular es la agricultura, la agricultura en
todos sus sentidos, la agricultura y también la ganadería ¿Porque no? Existen unos pequeños
productores que tienen puercos, que tienen vacas, que tienen diversos animales que se dedican
a eso hasta abejas, que es tan importante su consumo tanto para la farmacia, a nivel
farmacéutico, como para el consumo natural, y la agricultura yo creo que en las capacidades
que se deben formar que es en eso dos sectores sin desdeñar los otros talentos que sí
conocemos en la comunidad como de tejedora, como de culinaria, como peluquería, otros
oficios diversos que existen, construccion, etc. Y las debilidades más apremiantes yo creo que
tiene la comunidad yo lo decía ayer, que si terminaramos el mapeo de actores, nos dábamos
cuenta de que hay que ensalzar acá la cultura ambiental, que es transversal a todo lo demás.
La cultura ambiental le digo, porque si tuviéramos la cultura ambiental que realmente
debíamos tener que nos enseñan desde pequeños, que diariamente frente el televisor están, nos
están poniendo en el televisor y en las escuelas, en los centros universitarios nos están
poniendo elementos que van bien del medio ambiente, todavía no somos capaces de poner
estos conocimientos en práctica. Y si esto fuera así yo digo que no existiera salidero, que si mi
manguero a mi tubo se sale yo le cojo una liga aunque no tenga esa pieza y miro y la pongo,
porque eso da epidemias eso me da enfermedades y es complejo. Que nos estuvieran los
herbazales porque han insectos mosquitos que nos pican que dan (trecho inaudível) . Entonces
al final vamos a la comunidad a policlinicos ingerir medicamentos sin necesidad ninguna, yo
creo que lo ambiental por la cultura, las maneras de vestirnos, de ponernos la pieza adecuada,
de tener nuestros jardines limpios, nuestros patios limpios, de que exista una recogida
adecuada de la basura. Yo sueño con que podamos hacerlo en el futuro, a lo mejor estoy loca
de que poderles decir a todas las cuadras, en todos los CDR,que conozcan que un dia se saca
los papeles, que un dia se va recoger los plásticos, que un dia se va recoger los muebles viejos
que quieran botar y que esto exista, y que exista la persona que lo va recoger, la carreta, o
tractor, no sé, pero que exista esta cultura y si nosotros tenemos esta cultura nuestros
basureros van estar más limpios porque estos como plásticos ya no van ir a para al basurero
colectivo, sino que lo vamos a vender a materia prima. Y esto va a tener un resultado, porque,
si se venden materia prima vamos a tener dinero para hacer una fiesta a los niños, jardín a los
niños, o vamos a tener dinero para mejorar las fiestas de los CDR, o el fin de año, o un
cumpleano colectio que se quiera hacer a nivel de cuadra, si fue la que mas recogido como
plástico, o si queremos entregar vidrio, o si se hizo una tala en la comunidad, si se va a llevar
144
para un lugar (trecho inaudível), o para una área forestal, para un lugar donde se trabaje la
madera, si nosotros tenemos esto vamos a tener calles más limpias, vertederos más limpios,
vamos a tener una mejor higiene y eso es fundamental, porque existen otros problemas que
quizás se puedan trabajar en la comunidad, pero creo que es mas complicadito, no digo que no
se pueda, pero si con una gestión fuerte, si se puede lograr. Qué es lo que nos golpea
fuertemente a ver, yo digo quizas que sea el ambiental, porque estoy en este nivel
modestamente y veo que es lo ambiental. Pero cuando hablamos con la comunidad y en el
mapeo de actores las cosas más fuerte que sale es, el transporte y la carretera. Que el
transporte donde vivimos es muy cerca aproximadamente a dos o tres kilómetros lo que es le
centro urbano, la cabecera urbana del municipio, y ya cuando el transporte va saliendo somos
como la última parada, como el último punto de recogida y ya viene muy lleno y esto hace
evidentemente de que a veces lleguemos tarde o que no podamos coger el transporte, le
hablaba de las personas de la 3ª edad que quizás no puedan montarse en un camión, como me
monto yo, una carreta, en un transporte de tracción animal que existen y las personas se
trasladan en ellos. Entonces esto es complejo, y si a eso le sumamos la carretera que tiene
muchos valles y huecos, que no están en las mejores condiciones es un problema, ave, para
arreglar la carretera lo que hace falta es asfalto, y el asfalto a nivel estatal, es de una fábrica
ningún particular produce asfalto. Entonces esto es una planificación, que realmente si la
planificación fuera adecuada, a lo mejor existieran menos valles, porque tenemos fábricas de
asfalto en nuestra provincia. Que yo siempre digo que si en el año, tuviéramos acceso a
semanalmente a un camión de asfalto, cuando se terminara el año tuviéramos varios huecos
tomados o sea llenados o un pedazo de carretera arreglado en mejores condiciones pero no
existe ese tipo de planificación, si hay momentos en el año, o sea a lo largo del año, que
arreglan una carretera, tapan unos huecos pero como tal, no existe esto., y entonces yo pienso
que a largo plazo este poder de descentralización, a lo mejor, de algunas vías algunas
alternativas para poder decidir la necesidad, el momento, con que poder arreglar esta estas
calles, más allá de que la fábrica sea a nivel nacional, a nivel provincial, porque tenemos
fábricas en el territorio, y yo pregunto ¿Si tenemos que arreglar las calles principales del país?
que por cierto atraviesa nuestra provincia, que es las ocho vías, que es vía blanca, que es la
autopista Habana-Melena, que es la central, todo eso felizmente esta en nuestro territorio y
nos da una funcionalidad maravillosa en cuanto viales, pero si los viales están deteriorados
evidentemente, el transporte, la funcionalidad, el comercio, el intercambio de mercancías,
pero el intercambio de personas también es importante y esto evidentemente es fatal. Porque
está realmente en mal estado, entonces si la prioridad siempre va ser para esas calles de
primer orden para esos viales de primera orden, como hablan como se dice en ordenamiento
territorial ¿Cuando las comunidades vamos a ser atendidas? Si, porque hay un momento en
que se pone un poco de piedra, un poco de coco, pero esto es para el minuto, pero para
siempre para largo plazo para dar ese mantenimiento necesario entonces es es una cosa que
afecta mucho a la comunidad la pavimentación y el arreglo de las calles, que se va de las
manos de lo comunitario, se va de la mano a lo comunitario, lo otro es el transporte. El
transporte yo digo que el transporte es en varios en varios puntos ¿Por que te digo que en
varios puntos? Porque más allá de que a lo mejor la guagua el transporte público no sea el
más bonito el más confortable es el que tenemos y camina y es lo más importante, pero no es
suficiente. Tenemos una, dos, tres, cuatro, cinco, cinco viajes diarios urbanos cinco viagens
145
diarios 2 por la mañana uno al mediodía y dos por la tarde. Pero no es suficiente porque la
cantidad de población que se mueve diariamente es demasiado. Lo mismo trabajar a nivel
municipal, que a nivel provincial, que a nivel nacional. Es demasiado, demasiado, demasiado
y no daba. Y más allá que no esté otimo, que los asientos estén (trecho inaudível), pero bueno
eso no es importante lo importante es que está más o menos y pasa, pero no es suficiente. Y el
horario a mi modo de ver, tampoco es el adecuado. Es ahí donde yo digo que, sí se puede
gestionar a nivel de municipio, porque el horario lo podemos arreglar nosotros, el horario un
poco más amplio si pudiera hacer. Puntualmente este por la mañana que sea un poquito más
temprano. Porque si la primer transporte sale y llega al centro urbano a las 7 y tanto de la
mañana para dar el segundo viaje cuando retorna ya llega después de las 8 de la manana. Y a
las 8 de la manana ya el estudiante debe estar en la escuela, el trabajador debe estar en el
trabajo y las personas que van al policlínico, a la clínica estomatológica hacerse un análisis
esta que le diagnosticó el médico de la familia, debe estar muy temprano allí o sea que ese
segundo viaje a mi modo de ver no es tan efectivo. Quizás para el que va hacer otra gestiones
le da bien, pero para ese tipo de gestión a que es el principal, que se mueve la familia cubana
ya se llega tarde. El de medio dia yo lo veo bien, porque el medio dia ya alguien termino de
hacer algo, alguien terminó la escuela perfecto, este por la tarde sale a las 4 de la tarde y
todavía normalmente los centros de trabajo no han cerrado a las 4, ni las instituciones han
cerrado a las 4, por lo general es de 4 o 4:30. Entonces esto provoca indisciplina social, que el
muchacho se vaya temprano de la escuela, que la persona termine temprano el trabajo, eso
afecta la economia del pais. Fijense que es una cadena. Y entonces evidentemente todo esto es
un andamiaje de que normalmente el transporte urbano local debe confrontar con el transporte
que es a nivel intermunicipal, y con el que es a nivel interprovincial existe un transporte que
viene de los otros municipios, que llega un poco que llega después pasada las 6, entonces si
este transporte estos dos que salen para alla salen antes de las 6 porque uno a las 4 retorna y
sale a las 5 y pico estas otras personas que llegan y que trabajan fuera de la comunidad, fuera
del municipio, no es mi caso, no pueden tomarse este transporte. Entonces tienen, tenemos
que tomar la otra alternativa que es ya sabe ya la botella cubana coger botella. Tomar un
chance. Ya perfecto no hay problema. La botella cubana ya estoy guapa con su modo de vivir,
la botella cubana es con el pedido especial como había tan poco transporte, había muy mucha
dificultades con el transporte, las personas entre un trasporte y otro pedían botellas. No se
como le llaman...
146
Entrevistado(a) - Chefe de Departamento de Desenvolvimento Comunitário do Centro
Universitário Municipal de San Nicolas – B001
O que é o CUM e qual a relação do CUM com a universidade?
Bueno. Dentro del CUM, dentro de las funciones del CUM está el trabajo con la comunidad.
Es decir la orientación, la formaciona a la comunidad en estos aspectos de digamos, de darse
aspecto que digamos con la investigación, el desarrollo de la propia comunidad y ese vínculo
lo tenemos con la universidad, los pasamos diplomados, se pasan maestrías, mantenemos un
contacto directo con el CEDAR, el CEDAR es el centro de estudios, es el centro de la
universidad que tiene que ver con lo que es la extensión trabajo comunitario ¿Buscando que?
Buscando la formación de un municipio inteligente.
Sim, e qual que é a estrutura do CUM?
¿La estructura del CUM del punto de vista del trabajo comunitario? ESte trabajo comunitario
está conformado por un jefe de trabajo comunitario y tres profesores, que son a tiempo
completo que atienden digamos la extensión, uno atiende la extensión, otro profesor atiende la
investigación y otro profesor atiende en este caso todo lo que es la comunicación de las
relaciones que tiene el CUM con los organismos y con la comunidad local.
Usted hace esta función con la comunidad y a los organismos?
Esta función yo la dirijo. Y tengo dentro del departamento los compañeros que la realizan.
Ah vale, tienes un profesor que está a tiempo completo para eso?
Un profesor que está a tiempo completo para realizar esa actividad, además de que em parte
son docencias.
Vale, es como una otra?
Es otra actividad complementaria, que viene siendo en el CUM en este caso, en este momento
de dentro de las líneas sustanciales diríamos que la razón de ser prácticamente de los CUM,
viene siendo el trabajo comunitario.
E como se dá o processo de capacitação da própria comunidade e também dos
agricultores?
A través del CUM nosotros impartimos diplomados, a los diferentes tanto a los decisores,
como los líderes, las personas que voluntariamente. Porque es un principio que debe de ser a
partir de la voluntariedad se buscan los líderes en cada comunidad y a ellos entonces se les
asesora, se les orienta, se hace unos talleres, fundamentalmente a través de talleres. Hemos
147
desarrollado 2 diplomados de desarrollo local, donde la primera evaluación tuvo 25
compañeros y en esta segunda fueron una graduación de 14 estudiantes.
¿E todos eles vuelven a la comunidad?
Todos ellos vuelven a la comunidad.
Da para capacitarlos?
A la vez, a la vez, ellos son multiplicadores de esas actividades.
¿Y eles actúan directamente con los agricultores, con los campesinos?
Con los agricultores… visitamos la unidad de producción ahí es la base y en la base también
trabajamos con el campesino. ¿A partir de que? A partir de un diagnóstico que a que
realizamos de necessidades, digamos, no llevarle usted a un tema que a usted no le interesa,
sino, llevar a usted este tema y usted si hace un estudio de necesidad se hace un levantamiento
y a partir de ahí se dirige entonces la capacitación.
¿Y ese estudio es directamente con el campesino?
Con el campesino. Directamente con la comunidad.
¿Qué grado de instrucción de escolaridad tienen los campesinos aquí de la región en
general?
El campesino como regla nivel secundario, secundaria basica.
¿Pero tienen basica secundaria siempre?
Si, si, si. Tienen la secundaria básica, también te puedes encontrar campesinos que son
ingenieros, tecnicos, medicos.
¿Pero no encuentras ,por ejemplo, campesino que no tenga formación?
No, no, no, no.
¿Todos ellos no minimo secundaria?
En Cuba el campesino que menos el nivel escolaridad de menos nivel es de secundaria básica.
Puede existir alguna excepción, sobretodo aquellos campesino ya de mucha edad, de edad
avanzada, pero digamos una de las formas productivas que se ha adoptado ahora
recientemente es a través del decreto 259, donde se le entrega de tierra a persona en usufructo,
y entonces esa entrega de tierra se ha hecho a un ingeniero, se le puede hacer a una persona
148
que no tiene un nivel de escolaridad, que es un secundario, pero generalmente hay ingenieros,
hay técnicos, médicos, que suele elevar el nivel de escolaridad del campesino.Y decidieron
volver al campo para implementar ese programa de desarrollo de alimentacion.
Com relação ao movimento agroecológico de campesino a campesino. Qual que é a
relação daqui do CUM com esse movimento, metodologia e o que pensa também sobre o
assunto?
Bueno. Ha llegado una parte que es medular para mi, porque mi maestría yo trabajo en el
(trecho inaudível) de este directo de campesino a campesino y trabajo precisamente lo que es
la parte ecológica, he trabajado con la parte ecológica. Esto al inicio hubo un rechazo porque
el campesino dice “no, no, no. Estamos adaptados a lo que era la agricultura verde” ese
mundo de la agricultura verde que era a través de los químicos. Entonces el campesino
entendía que, si yo no le hecho un fertilizante, que si yo no le hecho un tipo determinado de
pesticida, yo no voy a tener producción, sin embargo, a través de los cursos, a través de los
talleres, a través de las visitas a campesinos líderes y generalizando sus experiencias, hemos
logrado que el campesinado vaya tomando consciencia primero de del daño ecológico, que se
hace tanto al suelo como al medio ambiente en general, hasta a la persona a consumir este
alimento. Y enn, diríamos que la agricultura ecológica está dando pasos, pasos, comenzó muy
lento pero hoy en dia usted va al mercado y muchas personas van buscando el producto
ecológico, eso ha estimulado que el campesino entonces este aplicando la producción
ecológica ¿Tú me entiendes? Y ese intercambio de experiencias de campesino a campesino, lo
hacemos a través de las bases campesinas donde está digamos ubicado la organización de
base que tiene el campesinado. Es generalizar la experiencia más positiva y entonces esa
experiencia se aplica al resto de los campesinos, es un proceso de convencimiento, un proceso
lento, no se puede violentar parte de la consciencia y también hay algo, al campesino se le
demuestra que económicamente les, la producción es más económico a través del método
ecológico, que a través del método de la famosa revolución verde de la agricultura, que era
todo a nivel de fertilizante, pesticida y que entonces se le encarecía más la producción. Al
hacer en este caso la producción ecológica más saludable para el pueblo, tiene mayor
adquisición, mayor demanda, al ser esto más económico, más rentable para el productor,
permite que los productos tengan en mercado un menor precio y de esta forma llegamos a la
comunidad una facilidad, se ayuda la comunidad así.
Este que el convencimiento de campesino a campesino, lógico es la base de esto, y que
esos campesinos te ayudan nessa difusión de estas técnicas, etc, la hacen parte de un
comité de campesinos de la municipalidad?
Si a ver, existe el comité aver, el comité científico, como se le llama el comité científico.
Donde está, tiene un nombre ¿Cuál es el nombre? Ese comité científico, está incluido por
campesinos de avanzada, es decir, se les llama el facilitador, se les llama... es un facilitador
donde espontáneamente….
¿Espontaneamente? ¿No es llamado? ¿Pedirle?
149
No, no, no. Espontáneamente estos se comunican la experiencia, también esta la forma de
comunicación de generacion a generacion, que es decir, lo que el campesino va generando y
le va dejando a la familia.
(PAUSA)
Le decía que si, a mí está la experiencia, el la comunicación, el intercambio que es de
generación en generación, es decir, el padre el hijo hereda y lleva los conocimientos del padre
¿Qué sucede con esto? Que ese conocimiento que el hijo va a heredar, el hijo va a tener un
nivel cultural generalmente y entonces se va modificando, hasta llegar entonces esas personas
a convertirse en un comunicador de agricultura. Entonces va bien.
Vale. Pero estes campesinos que van ser los comunicadores, que espontáneamente van
en impartir y a comunicar. Ellos hacen parte como de una asociación? Como que ellos
llegan a esa asociación, ellos se unen como en una cooperativa, que sucede?
Acá se llama… Hay una organización donde un actor campesinado cubano, con todos los
campesinos, que se llama la ANAP - Asociación Nacional de Agricultores Pequeños. Pero a
la vez, esto está subdividido en digamos en CCS, en Cooperativas de Crédito y Servicio, o
cooperativas CPA - Cooperativas de Producción Agropecuaria, la CPA. Las CPA son
organizaciones de base que tienen autonomía propia, tienen personalidad jurídica y reúnen en
ellas un grupo de campesinos, que pueden ser tenedores de tierra o no tenedores de tierra, si
usted puede tener tierra y aportar o puede no tener tierra, pero usted puede ser un trabajador
de CPA y tiene su derecho. Y esta la otra forma que es la CCS que son las Cooperativas de
Crédito y Servicios. Qué son las que se enteran nada más por aquellas personas que entregan
tierras, que poseen la tierra, no pierden el derecho de su tierra, no pierden su tierra, pero están
asociados a una organización de base.
(PAUSA)
Por ejemplo acá tenemos un proyecto en San Nicolás, ustedes quizás lo pueden ver (trecho
inaudível) no ustedes entran por el circuito tal, a la salida va encontrar, el se llama el Sistema
de Casa de Tapado. Ese sistema de casas de tapado que se está dando ¿A quien se les da? A
quien se les facilita, es un proyecto alemán que se está aplicando acá. Se le facilita aquellos
productores de avanzada entonces ¿Qué hace este productor? En esas casa de tapado por
ejemplo, hace la siembra y el cultivo de las posturas. Entonces a este producto lo que hace es,
que esta posturas que tienen un rigor de mayor envergadura, que es.. un.. son.. E..seleccionaba
y entonces las venden al resto de los productores ¿Generalizando que? ¿Qué interés se pueda
tener? Un sembrado de calidad, eso es parte de este trabajo que se hace de campesino a
campesino.
150
Vale. Entonces si entendí bien. La ANAP coordenada, tiene los centros o casas
cooperativas, quien quiere viene trabajar se puede o através de las nuevas normas que
es el usufructo, o atraves de trabajar la tierra de otro, otro. Y cuando desarrolla un
buen trabajo o desenvuelve con ayuda de vosotros,técnicas agropecuarias nuevas. ¿Él se
voluntaria para pasar a los demás campesinos?
A los demás campesinos se convierte en multiplicador.
Después. Después de hecho por ejemplo, que vais capacitais a los campesinos o
capacitais a los multiplicadores ¿Teneis alguna forma de acompañar como ellos están
desarrollando el trabajo que vosotros pasáis, las informações, las técnicas, las
metodología?
Si, estoy buscando el nombre, porque hay es un personaje que tengo el nombre perdido, el
nombre perdido, hmm…. no recuerdo ahora, pero bueno digamos, existe a nivel de municipio,
existe a nivel de municipio ehm... personas digamos que, no. No me acuerdo, no voy a
mentirte, no tengo el nombre claro para poder partir de que es el nombre, que es pero no es
decir solo, están en mi maestría, me matan si (trecho inaudível). Digamos se dan los talleres,
se da la capacitación y entonces al nivel de municipio, al nivel del municipio estas unidades
de ya sea la CCS, sea la CPA, tienen una persona.
¿Que es como un tutor?
Un, ah tiene una persona que se encarga de generalizar, entonces de chequear, de chequear el
impacto de esa capacitación el impacto, es decir, un seguimiento se das un seguimiento para
ver un impacto de la capacitación como tal. Se compara fincas por ejemplo, que tienen
aplicado el la producción agroecológica con fincas que no lo tienen, se comparan fincas que
se mantienen con el método Tradicional y con donde se ha practicado las nuevas inversiones,
las nuevas técnicas y entonces se compara del punto de vista no solamente de la producción,
que es lo que busca, que se busca sino el impacto social como tal. Digamos un campesino que
viva aislado, hoy está en una cooperativa, el vivía sin (trecho inaudível) eléctrica, vivía sin
corriente, el vivía sin agua, el vivía en condiciones un poco precarias, hoy está incorporado a
una CPA, una cooperativa donde tiene se le construye su vivienda, tiene un círculo social,
tiene es decir, se mejora la calidad de vida, de ese ser humano, se busca sobretodo eso, buscar
el ser humano mejoramiento de la vida del ser humano.
151
Entrevistado – Agricultor C001
Como e quando o senhor ha iniciado su vida en el campo? Toda la vida?
Bueno, por etapa. Yo nací en el campo y estuve en el campo hasta los doce años. Luego ya en
el triunfo de la revolución me colocaron otras tareas, las milicias, una escuela de genética
agrícola en la capital, y luego empecé a trabajar graja de genética agrícola, un grupo de año.
Después entré en las FARC, hice un ciclo de 6 años y medio en la FARC incluyendo 1 año y
medio peleando en Angola. Allá tengo todas medallas de la lucha en Angola, 16 combates. Y
después, me pusieron de jefe de recursos humanos de la empresa de construcción, y fui
transitando por la construcción y fui aprendiendo sobre la construcción. Hasta que me hice
jere de un grupo de ejecución en la construcción. Hay un momento ya en el ochenta y pico,
que el gobierno decide que yo venga para San José, hacer el movimiento de microviales, es
decir, hacer casas para la población, ciento y ciento de casas y edificios, así una serie de
cuestiones. Yo vivia aqui, es muy difícil, multifamiliar y nunca me gustó. Y logre con el
gobierno entregar aquella casa y hacer una de bajo costo aquí. Y esto era una bola de
escombros muy grande, con todo lo que sobró hacer una construcción muy grande deportiva,
lo pusieron aquí. Yo busque un mecanismo de que recogiera todo esto, rellene esto, lo subi
porque era una laguna y empecé a sembrar y dirigir la construcción. Pero hay un momento
que no podía, y deje la construción y me dediqué en el movimiento de la agricultura urbana. Y
hoy yo tengo todas categorías que dá Cuba en la categoría, es decir, parte exelencia ya no hay
más nadie que tenga quinta, estoy yo de cuarta y el la baja yo nada más, en Mayabeque. Y así
hemos ido buscando la agricultura, a estar buscarlo la agricultura este fue el primer invento
que yo saqué, me decían loco y todo. Que buscando un programador de riesgo que aquí
costaba 680 dólares, y esto lo que cuesta es, ir hasta el basurero y recoger lo que está botado y
hacer lo mismo. Con más viabilidad inclusive, con más tiempo. Porque si le cae un rayo
arriba no le pasa nada, una computadora si le cae un rayo se quema todo. Y entonces ¿Qué
hicimos? Lo primero, como esto se pide pa’ mi, inmediatamente lo fuimos reproduciendo y
dejando por Cuba y para llevarlo a Europa y que la Paula lo tuviera, tuvimos que hacer este
documento mi esposa y yo. Es decir, basados en principios martiano de solidaridad, no es dar
lo que te sobra, si no, es compartir lo poco que uno tiene. Decidimos que este programador de
riesgo, se use en un mundo que cada día tiene menos agua y (trecho inaudível) . Esto va mas
alla del certificado de invención por ese mecanismo. Después, como hacer los papeles de la
invención es más difícil que inventarlo. Salió un aparato para dejar los molinos de viento casi
sin (trecho inaudível). Ya lo tiene el SEMA, la universidad para que el que quiere la contrata,
y le hace los aparatos para el molino de viento que quiera, para la provincia o el país. Salió un
sistema para limpiar los techos de las casas de cultivo, es decir, una toalla grande de 14m, está
ahí. Y cuando, la que tiene nylon ¿si? se le pasa y en una hora limpia completa, desde el piso.
Una vez que estuviera ahí arriba. Ahora estoy buscando la solución de que ahí no se gaste 20
millones casi al año, al mes, entre canela y laurel, si no que se produzca en Cuba y se ahorra
estos 20 millones.
Quien trabaja con usted aquí? Solo sua esposa? Solo los dos?
152
Y el hijo mío que entro ahora, que me ayuda con la máquina chapear el, una que compre que
es muy eficiente de gasolina, una sierra para picar los palos, es decir, y la nieta que esta tiene
11 años, pero ayuda con todas las huevadas y todas esas cuestiones. Porque ella sale de la
escuela a las 4 de la tarde.
Y hablando en sobrevivencia usted vive de eso? Es tu fuente de renda?
Si, si, si, si.
Es la única fonte de renda?
Si, si, si, si. Ah.. pero, aquí se trabaja todos los días. Cuando yo salgo, me voy pa’ allá, me
voy a Colombia, me voy a (trecho inaudível) esa mujer no ha salido de San José, ella es de
aquí.
Pero no es propiedad de usted. Porque no hay propiedad, hay?
Si, es porque mira, es propiedad de aquí. Es decir, la casa, el patio de la casa, es mío y está
pago. El estado deja de la cerca para allá, ese pedazo, me lo dio en usufructo, sin cobrarme
nada, para que yo pusiera a producir. Mientras yo siga produciendo es mio, entonces...
Y que hay que pagar alguna renda?
No, nada, nada, nada, es usufructo.
Solo la producción.
¿Y qué hago yo? La producción la pongo siempre de apuesto más barata que la que vende el
otro. Otra cosa, la salud pública en Cuba no se cobra, a mi no me cobran ir a un hospital y que
me cambien el corazón. Entonces aquí hay plantas medicinales, hay rudas, hay esto, lo otro, lo
otro, lo otro. El gobierno viene hasta buscar plantas medicinales o para los niños, para esto,
para un catarro, para el dolor de estómago.
Pero básicamente usted vende para la comunidad del entorno?
Si, aquí. Y entonces cuando se le da lo que vinieron a buscar ¿Cuanto ha sido? nada. Si a mi
la salud pública y de mi familia la cobra nadie¿Como yo voy a cobrar la salud? No lo cobro la
salud, no cobro.
Y usted no hace parte de ninguna cooperativa, asociación, nada?
Si. Yo tuve que buscar una cooperativa, que me sirviera nada más para los trámites de los
cheques. Porque yo no tengo prioridad de cheque en el banco para vender, y entonces por esa
153
cooperativa yo me integra y la cooperativa por hacerme nada más el trámite de los cheques,
cobra el 10% de lo que yo vendo, es decir, ahora yo estoy con 9 mil pesos que me llegaron
hoy, y tengo que ir a buscarlos. Ya, yo no tengo 9 mil, tengo menos el 10% que son como 800
pesos.
900 pesos.
Entonces, eso se queda en la cooperativa.
Solo por el cheque.
Pero ese dinero es legal, esta por el mecanismo. El hijo mío, aquí hay una chapeadora de
gasolina, que yo la compre para esto, pero sobra tiempo. Entonces le dije “mirá, usela. Limpie
los patios de la gente, pero saca la patente de chapeador”. Es decir, cumple con la UNAC de
estar ejerciendo un trabajo remunerado pero legal.
Y eso también la cooperativa auxilia, para esto?
No, pará.
Para él no?
No, el no hace falta. Es teniendo la patente de la UNAC de que ele es chapeador y pagando
160 pesos mensuales, el chapea.
La UNAC es la cooperativa?
No. La UNAC es una asociación que hay donde todos los particulares tienen que inscribirse.
Si tu tienes una casa, vive hoy en una casa particular, ellos tienen que para la UNAC para
pagar un 1% por la distancia de usted en ese instante.
Los que tienen casa particular pagan la UNAC, por ejemplo.
A si tambien, es lo mismo tienen que.
Entonces para (trecho inaudível) solo los cubanos también tienen que pagar?
No, nada no, no, no, no, no. Es decir, aquí hay dificultades pero yo no cambio Cuba por
ningún lado. Yo he estado un mes en Canadá, he estado en Europa y en un 5 estrellas, un
edificio cinco estrellas en Canadá, y yo no cambio mi colchon y mi camita. Por eso es decir,
tu te vas de Cuba, y entonces bueno, aquí hay problemas como hay en todos lados, hay
ladrones (trecho inaudível) y ¿Que vamo hacer? Si siempre entre todos los familiares hay un
(trecho inaudível), existe, tú no puedes ser perfecto. Haga yo lo que tengo que adecuar en esta
casa ahora, con lo que me hicieron y ponerlo a producir ¿Entiendes?
154
Dime una cosa, usted es el unico aqui del entorno que hace plantos o los vecinos también
plantan??
No, no, no.
Son más residenciales aquí todos? Hay plantaciones? Hay otros agricultores??
Si, en otros lados, si en el municipio lo hay.
No, aquí alrededor vecinos hoy.
No, y esto lo hay en otros municipios. Produciendo mata de goiaba, mata de mango, mata de
(trecho inaudível). Si yo he logrado producir mata de todos los tipos por bajo.
Y esto por ejemplo, esto que usted inventaran las semillas que usted da. Todo esto
cuando usted repasa para que se repliquen en otras haciendas, en otros municipios.
Usted les cobra o no?
No.
Todo es gratuito?
Esto lo botan en el hospital y esto lo botan en la esquina y esto es un pedacito de plomo de los
que quitan a la gente de (trecho inaudível) y esto está hecho un diseño, para que lo sepa
cualquiera un indio en el Amazonas o un ingeniero, mira.
Lo sostenible es a través de o (trecho inaudível) mas nem isto. Yo quiero entender uma
coisa, nessa oportunidad si ele que influenció tu facultad o la facultad que lo influencia.
Ahí está el invento. No hay nada escondido, es decir, que lo puede escutar un indio en el
Amazonas o un ingeniero. No hay distinción de conocimiento para hacer eso, fijate y mas
nada. Entonces esos poemas que están de trás leelo y te lo llevas para Brasil, así y si quiere
llevarlo.
(PAUSA)
No. Mira, yo nací en el pueblo más productivo que hay de agricultura en Cuba, que se llama
Güira de Melena, está a 50km de aquí. Pero es, con grandes insumos químicos y sistema
altamente productivo con fumigación, y al triunfo de la revolución yo pase en un escuela de
tractorista, y me toco manejar un tractor donde atras habia una pipa de fumigación, y los que
íbamos con esto cuando el aire estaba (trecho inaudível) se tiraba a los ríos y me bañaba a mi,
a los 4 dias yo estaba envenenado. Y la vieja mía que era (trecho inaudível) roja se envenenó
155
también. Entonces a partir de ahí yo digo, que yo donde estan los esos insumos venenosos yo
ni paso. Y que no hace falta nada venenoso, porque aquí no se ha usado nunca, ahí está mi
mochila para mostrar, yo te la traigo vamo tomar agua en mi mochila. Ahí no puede haber
resto veneno de ningún tipo, porque no lo uso. Entonces, esto lo se eso origina mira ahí, hay
un saco de fórmula completa tapado ahí. Estoy esperando que venga un dueño que quería que
yo le sembrara una col y vinieron y dejaron un saco de fórmula completa, ahí está tapadito yo
no sembré la col, digo se tiene que llevar este saco de que aquí, yo no puedo usar químicos, ni
los voy a usar, yo con aquel viste que ahí hay 40 camiones de composto.
Pero usted cuando empezó aquí, ya empezó a desarrollar toda sin agrotocixoso.
Aquí no había ninguna matita, yo empecé por uno.
Usted siempre empezó sin nada?
Si, si, si. Porque hay en este pueblo hay un especialista, que está en Canadá hoy, que es doctor
de ciencia del Inca, Angele (trecho inaudível) , Doctor Angel (trecho inaudível) Brasil. Es
muy amigo mío y me dijo mira Franchi hay un mecanismo en el mundo que está saliendo
gratis que va triunfar al final que es la ecología, los productos sanos, los productos de calidad,
los productos por esto, y esto, y esto, y esto y si tu mantienes esto ecológico vas a ser amigo
mío toda la vida, y yo le dije “No hay problema, vamos ser amigos” y hemos compartido
mucho.
Enconteces.
Hemos salido juntos.
Desde usted no, de la universidad después que usted se junto a la universidad.
Después yo decidí aquí a tu mundo y perdía días de trabajo con todo mundo y hasta que hay
un que resistimo que era el jefe, de el Ojeda, que está en Ecuador ah ora que fue una
maravilla, mi amigo. Él tuvo un trauma familiar muy increíble, la hija preciosa de él, en un
accidente murió de 22 años, trabajaba de agricultura urbana y eso casi los mato y yo los fue
guiando. Y el tenía un hijo y le dije al hijo “busca de premiar a tu mujer” que paría, cuando
parió una nieta y enseguida parió otra nieta ya ellos dos con esas nietas taparon el hueco que
les quedó de la hija, es así es y el fue el que me guió, había gente que no me lo veía, me veía y
me decian “Franchi tu no” tú te vas al CEDAR y te voy a poner como jefe y para….
Y fue a partir de eso que usted se junto a la universidad.
Y ya llevamos 9 años como profesor de la universidad, no fue fácil la universidad. Cuando yo
entre, imaginate un Guajiro con sombrero entrar a la universidad, y yo entre con la ecología
aquí y yo entraba a la universidad desde que entra el primer pasillo este yo les decía “con
permiso” “oiga permiso” “hasta luego” ves si encontraba en esa universidad, no hay
156
ecologicos en esa universidad, no saludan, nos no hay, pero van entrando, entrando, entrando,
entonces ahí están mis evaluaciones, productor, investigador destacado 14, 2014, 2015 y
2016 el Guajiro. Pero tengo resultados y se laburar que significa al país 14 o 15 mil dólares
ahorrados cada año. Y yo no cobro, no por eso, pero son resultados de la universidad, eso se
trasmite me van ido ocurriendo y bueno, originó que hoy yo me retire oficialmente, me jubile
con 68 años. Y el mes que viene yo sigo de trabajador del CEDAR con un salario más lo que
yo me jubile hoy, y si, ya va entrando algunas cosas, lo demás a veces uno dice “bueno
¿Cuánto da las joyas que tenemos en casa?” vemos en casa Franchi una moto. No, aquí lo que
pasa es que a mi me ven mucha gente del mundo y ven lo que yo hago y me premian con
donaciones mira esa moto por todo 5.500 dólares, aquellos paneles allá costaron 8 mil dólares,
los que estan aca arriba costaron 7 mil, la chequeadora costo tal. Las clases mias hoy yo no lo
prepare, porque me avisaron ahorita y yo stava alla sino hubiera el hijo mío y pone un
televisor de 44 pulgadas con todo los videos de aquí, con todos y se da una clase con todas
tecnologías que hay en universidad.
Usted da classe para los universitarios aqui?
Aqui, aqui pero yo pongo un televisor que te voy a enseñar, es y lo ponemos aquí y damos las
clases y ahi estan los videos de como funciona esto, la explicación física y matemática que lo
tiene Emilio allá en la computadora, también de esto cómo funciona, física y matemática. Es
decir, he tratado de tener para dar una clase, pero ya cuando viene el no podía yo solo con el
televisor, no estaba el hijo mío no sabía nada y no pudimos montar esos todo.
Si, pero la universidad les remunera le paga um salário?
Si, si, un salario.
El profesor
Adjunto.
- Adjunto, vale.
Professor adjunto.
Solo preguntar una cosa. Usted, conoce esa metodología campesino a campesino que
hablan en la universidad? Teve algum contato?
Del campesino a campesino yo he participado de algunas, que por ejemplo por el Inka
hicimos una, en La Palma, Pinar del Río donde son eso es un municipio ecológico. Porque les
voy a decir ecológico, porque usted reparen una cera y si vienen 10 minitos todos se bajan de
la cera y dicen “permiso” para pasar, “buenos días”, “hasta luego”, es un municipio que yo
decía “si yo pudiera vivir en La Palma, yo me iba para La Palma” pero ahí había unas
delegación sueca, con una aboragene para unas donaciones, y hicieron unas exposiciones de
157
frijoles, 10 variedades o 20 juntas. Entonces ahí no hay un 5% de procesamiento, no hay, yo
les digo semilla pura hay, y al final les dijeron a los campesinos que nosotros que fuimos a
visitar nos cobraron 1 peso por ver el frijol, yo no pague. Y al final la re bonita “aaai que si
por aqui” y les dije al guajiro “¿Cuánto le hiciste a la visita que fuimos al frijol?” les digo
“Esto no da para la merienda, de tu nieta en las escuela” pero además ¿Dónde está el
presidente de la nada? Aquí? no ¿El gobierno de La Palma? no ¿El partido? no. ¿Ustedes
están controlando todo esto? Porque en la constitución de Cuba dice que la educación es
gratuita ¿Y ustedes están cobrando por enseñarme una pudrición de frijoles, que no sirve?
¿eh? y me enseñaron unos vincas que tienen una mata de aguacate con cáncer, como le
decimos antes una mata de cocos, una mata de sembrado, son vagos y ustedes no pueden vivir
de cobrar la educación, usted tiene que vivir de doblar el lomo y trabajar ¿Que ocurre? Al
final no me invitan más a sus eventos, no me invitan más.
Y eles usan esa metodología campesino a campesino?
iSi! Funciona. Y hay campesino que son celebros aquí mismo en San José. Hay uno que no se
(trecho inaudível), si es amigo de las que es de la chilera, que es donde saca su propia semilla,
tiene semilla certificada, es una eminencia es Role Muñoz, que es una finca que está en la
salida del pueblo es muy productivo. El usa algunos químicos, tiene que usarlo. Porque es
una grande cantidad tiene que usarlo pero es muy inteligente, el estuvo con nosotros en Italia
también, Role Muñoz. Y ese es un grupo de gente y yo me entre, entre ese grupo, pero es
decir, yo no soy el mejor productor del año 2016 en la provincia. Y entonces así va
caminando esto, pero yo no me detengo por la barrera que me ponga delante mio, no me
detengo, yo las brindo, me voy por el lado, por cima, y poco a poco y a veces me dicen “¿vos,
porque yo regalo las cosas?” Porque a las cosas y que yo les digo ustedes, hubieran ido a estos
países si ustedes vieran los niños muriendose de hambre, pidiendo comida. Si un trabajador
puede producir 3 veces más comida puedes comprarselo a ello ¿no? Lo regalas, se porque lo
haga y que aprenda y así va funcionando y ahí...
Entonces usted no sigue nada, usted tiene su propia metodología está campesino a
campesino no la sigues.
No quiere decir de que ...
Que no la aprovadas.
Que no esté certificado con ese proceso. Yo tengo 68 años y llevo 40 y pico año de militante
del partido, del partido comunista de Cuba y no me arrepiento de eso, y cumplo con mi nucleo
y complo con todo. Pero que yo ese en mi partido no quiere decir que yo otorgue y ni me
callé. Lo que está mal, está mal y lo que está bien, está bien, y asi llevo caminando y hasta
ahora me ha dado resultado. Entonces mira todo el que viene aquí, buscan aquí a que debe ser
tu y te da una opinión colectiva y tu coge ¿Y ve? Es también (trecho inaudível) lo pone, tá tá
tá. Lo que tiene si le falta el trabaja….
158
Entrevistado(a) - Presidente do Conselho Popular – D001
A ver, o que usted piensa a respeto de esta participación de la universidad del, CEDAR y
esta metodología y esa forma de trabajar que eles están tentando implementar aquí,
desde la perspectiva del estado. Usted cree que para vosotros que representan el estado
aquí las políticas del estado la participación de la universidad en esta aproximación con
la comunidad les ayuda? Les da sustentación? Es favorable, para lo que piensan ustedes
desde la representación del estado?
Somos muy favorable, y muy bueno porque existe mucho vínculo de la universidad con la
comunidad y como bien, en cómo ahora el contacto que tuvimos el encuentro se ve que la
unidad de la universidad está avanzada en transformar lo que le respecta al pensamiento de las
personas a la sociedad que estamos buscando, en el sentido de ser de con menos hacer más. Y
poder lograr que bueno vincular la los factores que es como está ligado ¿no? Para la
continuidad de este proceso revolucionario.
Su función y lo que es, lo que representa el consejo.
Bueno en el caso de el consejo popular, está integrado por 5 delegados. Es un concejo rural,
pequeño, es decir, tiene asentamientos pero en troia. Es de asentamiento no que le da vía rural
pero en troia. Y al año tal el asentamiento rural Guanamo y esta comunidad que estamos
demarcado hoy. Es un una ...¿ Le habló del consejo o que?
Como quieras habla de su consejo de su papel, lo que usted cre que es importante, que la
función del consejo aqui, la suya como consejero en la comunidad.
A bueno, en el caso de la este consejo está avanzado bueno en cada marca, en cada área del
consejo rural, existe un presidente del consejo rural. Que viene siendo el presidente que de
acuerdo el groso de los delegados que están bajo su tutela y bueno en orientarlos, en
capacitarlos, en transmitirles sus inquietudes, en es mas o menos así.
Usted es de la comunidad? Y es la comunidad quien hace leciones para esa persona que
va representarlo?
Bueno aqui se hace el proceso eleccionario, como le decía anteriormente a cada dos años y
medio. Donde el pueblo es que elige a quien quiere gobernar el centro. En el caso bueno, se
llega con un proceso de nominación se le saca por area aquella persona que sea un de
prestigio, con posibilidad y entonces se da un marco de un proceso eleccionario con fecha fija
y hace ahí ella. Se elige, tiene que ser dos para que salga electo uno y entonces empiezan los
(trecho inaudível),de macapa, que los conocimientos y que el maestro, para después
representar en una determinación, a una área determinada.
159
Y usted ya está de consejero hace muchos años. Entonces quiere decir que, a la
comunidad le gusta mucho tu trabajo y usted le está ayudando.
Esta función que bueno ha sido continuando como presidente de consejo popular, porque cada
2 año y medio que se hace la elecciones, he sido electo aqui por mi comunidad y este año tuve
la posibilidad a la hora de ir a urna, como se dice, he sido electo en todo este tiempo. Y
entonces ya formo parte cuando ya se constituyen las asambleas municipales, cuando ese ya
se organiza los consejos populares, se eligen los delegados. Tienen la posibilidad de elegir el
presidente que quieren, y entonces teniendo la posibilidad esa digo bueno, si he tenido lo
mismo hasta ahora. Yo tengo 2 delegados, 3 delegados que son continuamente y uno que es
(trecho inaudível). Y entonces a la hora de la elección decidieron que yo continuara en mi
posición, y hasta ahora fue bastante bien.
E com qual frequência há reuniões do conselho popular?
Ah bueno mire, nuestro consejo popular se reune todos los meses. Este mi consejo no, en el
caso son los 4 consejos que tenemos aqui. Se reúnen los 4 grupos todos los meses, es primer
miércoles de cada mes. En el caso del consejo popular de troia, bueno tiene la presencia de los
directores, que sean de interés para nosotros en área de solucionar o resolver, cualquiera
problemática existente, con cualquier evento que pudiera suceder. Que de los planteamientos
que salen tanto por de procesos y despacho. Como yo les digo que, yo les rindo cuenta a mi
pueblo y en esa rendición de cuentas puede influir algún planteamiento, alguna queja, alguna
solicitud de eso, y como para (trecho inaudível) y esa es la oportunidad a corto o largo plazo y
a la población.
Y usted cree que, del consejo popular tiene participación en la asamblea municipal con
qué frecuencia?
Las asambleas municipales se desarrollan mensualmente prácticamente.
Pero es una? Dónde hace?
Donde somos todos los delegados que formamos esta asamblea municipal. Formamos 32
delegados. Que formamos la asamblea municipal en este mandado tenemos que estar ahí.
Porque tu juraste por estar cuando se constituye la asamblea juramos porque yo represento la
asamblea representa esta demarcación y mis problemas yo los traigo, no se traslada y entonces
de esta manera hemos conseguido los que es el sistema de hoy.
Y usted cree realmente que el concejo municipal cuando usted va en representación de
la municipalidad escucha y es representativo del municipio y escucha vuestras
demandas?
Si, si, es bastante aceptable. Ahora después de las indicaciones de funciones que ya la
asamblea es, somos nosotros y el consejo de administración es el que rectorea a todas la
160
partes, hasta administrativa. Si a ellos, a ver, ese no es los que la población espera por
invitaciones que a veces hay, lo mismo que (trecho inaudível) expresión aquí de transporte
que es una dificultad. Esos inviables que ustedes vinieron ahora que es muy, muy, no valla no
si me entienden. El planteamiento va a tener una solución, pero ¿Cuando va a ser esa
solución? ¿Tu me entiendes? Ya estamos en espera, no va ser este año, este año está
condenado ¿Entiendes? Son administraciones que tienen estos de esta parte rural que le pasa
el central primero también, o que es para dejar toda la (trecho inaudível) municipal ¿Tu me
entiendes? Existen muchas dificultades aquí también a la hora de trasladar un (trecho
inaudível) en periodo nocturno, tanto en mi comunidad, como en el resto de las comunidades.
Esas administraciones no entienden por problemas además.
Pero esas demandas siempre estás haciendo pero es difícil que venga el retorno par
atendelo.
Si, si, si, constantemente claro constantemente se hacen estas demandas, nos envio como se
ha delegado tan solamente aquí, sino, los delegados que yo tengo también en esas áreas tienen
hasta un número mayor de responsabilidades que yo, aunque ellos no son profesionales
nosotros no tomamos parte de ser profesionales, quiere decir que, nosotros tenemos que
meternos más en la tarea ¿Tu me entiendes? Controlar, fiscalizar adentro, dónde está el
problema, como vamos a resolver el problema, quien va a tramitar con fulano, el trámite es
cual ¿Me entiendes? Eso si es (trecho inaudível), a nosotros porque este es nuestro ato social.
Este es nuestro ato social, no es el caso de los delegados que los delegados son a tiempo con
su centro laboral y igual tienen que cumplir todo, esa es la rendiciones de cuenta, este
processo atender bien a lo pueblo que lo eligió, pero en realidad no tienen es ¿Me entiendes?
Hasta el último asentamiento de tierra yo si tengo que saber todo, hasta el último rincón.
Y usted para ejercer esta función tiene algún tipo de remuneración del estado?
Yo les digo somos si nos pagan recibo mi salario por esta función que estamos realizando, no
es por ser delegado, sino, por presidente del consejo popular. Como delegado de esta
comunidad a mi no me pagan, a mi me pagan por presidente del consejo. Este es mi labor.
E quais ações que o conselho popular executam em relação à agricultura sustentável,
conscientização da comunidade agrícola?
Aquí nosotros estudiamos entre personas de estos asentamientos tienen mucha vinculación
con la forma productiva ¿Como forma productiva? ¿Como eso se hace? Eso por lo que se,
porque ellos son forman parte de ser trabajadores de esa entidad ¿Tú me entiendes? Todas
agrícolas, todo es caña. Y entonces ellos, su centro de trabajo viene siendo eso, es fortalecer
lo que hace parte.
Vocês tiveram um contato com o movimento agroecológico de campesino a campesino,
algum apoio também da ANAP. Eu gostaria que o Sr. falasse um pouco do movimento
161
campesino a campesino e também da ANAP se ela tem essa participação aqui na
comunidade.
Bueno ahí nosotros tenemos una sede, yo formo parte, que es la más grande, que tiene este
consejo popular que ahi si se ve todo esto ¿Tú me entiendes? Todo esto agroecológico y de
cosas como perspectivas de innovar, como la parte hasta rosera, están los vietnamitas, a través
de esto, de un proyecto para extender ¿Me entiendes? Y si se ve con la parte de hacerse, hacer
sus cosas. Si tienen, la tienen sus técnicos alguien que represente esa esa función si tienen
(trecho inaudível) dentro de su obra social.
Nosotros nesta comunidad menos, tenes menos por carencia. Que si usted dentro de su
comunidad que también como consejo tienes una actuación en este desarrollo de la?
Si, si, si ¿Como no? Porque que además forman parte de estar en nuestra área de actuación y
si existe mucho vínculo, mucho vínculo con su presidente, con el administrativo, que es que
atiende toda esta parte agroecológica y si, si, si, se vincula bien el, si se vincula bien el
proyecto.
Y esta participando realmente aquí de todos nuestros problemas.
Y bueno, por los líderes que se vinculan mucho los temas. Estas son la capacitaciones que se
dan, porque eso es un campo virgen. La gente no entiende. Se desarrollen más, existe un
poquito mas de desarrollo porque hay gente que entiende.
Então a la perspectiva desde los consejos es de dar soporte a todo este trabajo.
A todo este trabajo, en todos momentos nosotros estamos, porque además bueno yo, porque
soy mas nosotros no reunimos por una ley, 91. Que además les traje un capitulo nuevo a
veces, entonces que si nos regulan nosotros de todo. Nosotros tenemos la posibilidad de en,
que nos presente a cualquiera ahora, y nosotros tenemos la posibilidad de irnos por encima de
presidente de nuestra asamblea municipal, y tramitar a nivel ahí están a otras estancia
superiores, a otras instancias superiores de la necesidad, que un directivo de esos provinciales
o nacional vengan aquí a nuestro a nuestra demarcación para darle solución a una
problemática.
E quais são as principais fortalezas do conselho popular? E Quais as principais
dificuldades também do conselho?
Bueno aqui este consejo, es un consejo de cinco demarcaciones, nada más. Aqui bueno
contamos con una panadería, contamos con consultorios médicos de la familia, que hay en
cada área, contamos con centros unidades de comercio, que son bodegas, contamos con
clínicas dermatológicas, contamos con farmacias, correos, no se, cooperativas. Y las
dificultades, los diales, el mal estado, el transporte en mal estado ¿Que más?…
162
En relación a la salud.
La salud es buena, pero lo que lo limita a nosotros es la, el traslado. El traslado desde nuestra
área a la cabecera municipal ¿Porque se limita el traslado? Se nos limita el traslado porque a
veces se nos presenta una situación, y no tenemos la posibilidad esa de irse ¿Me entiendes? es
como decir (trecho inaudível) al lugar donde que requiere que.