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Diretora: Carmem Abadia da Silveira Tinoco.
Diretor-Adjunto: Nelson Éden Gomes.
Secretário: Claudinei Ferreira Costa.
Supervisora de Gestão-Escolar: Neusa Benetti.
Professoras coordenadoras do período vespertino: Íris Helena Teixeira da Cunha e Maria Luzia Fontoura Tomaz Silva.
Projeto: “Minha Cidade, Meu Bairro, Minha Escola e Minha Vida: Elaborando Saberes com a História e a Matemática”.
Professores coordenadores do projeto: Luzinete Souza Vilasboas Olívio Mangolim
Professora da sala de tecnologia: Marly Custódio da Silva.
Revisão ortográfica: Professora Laura Lopes Ribeiro.
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ALUNOS DO 6º ANO C 2011 Adilson Carlos de Oliveira da Silva Alison Alves dos Santos Allan Brandão Marques Daniel Mendes da Silva Dayane Louveira Denniffer Daelly Toguia Costa Douglas de Souza Gomes Edinei de Souza Vale Eduardo Ramires Pereira Gabriela Alves Soares da Silva Giovani Martins Matumoto Gláucia Alves dos Santos Isabelly Fernanda Nascimento de Sá Jéssica Luana Torraca Ovelar José Gomez do Nascimento Karina Gabriela de Souza Reinoso Mariana Maciel de Aquino Nathália Amaral Pires Nayara Francynne Lopes Pedroso Rafael Bastos dos Reis Renan da Silva Cardozo Sheila Francisca Gonçalves dos Santos Vinicius Lubas da Silva Vinicius Silva Moraes Willian Bueno Cruz Taynara dos Santos da Silva Larissa dos Santos Oliveira Santana Wellerson Mariano de Menezes Wellington de Lima Barbosa Stéfany Galdino de Andrade Juliane Oliveira Chimenes Emyle Victória Aparecida Lopes Matheus Henrique Lopes da Silva
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NOTA SOBRE OS COORDENADORES DO PROJETO
Conhecemos-nos na Escola Estadual Lino Villachá em 2008. Como num
passe de mágica nossos olhares se entrelaçaram. Deus é mesmo desconcertante e
maravilhoso. Provoca encontros, nos faz decidir e realizar. Tinha que ser ali este
encontro. Eu Filósofo e ela Matemática. Tudo a Ver. Um novo nascimento.
A Filosofia é devedora de Tales de Mileto e de Pitágoras de Samos. A
Matemática estuda os teoremas destes dois. A Filosofia valoriza e exalta a pesquisa
do saber. A descoberta matemática mais conhecida de Pitágoras é referente a
triângulos retângulos: “a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da
hipotenusa”. Os egípcios já sabiam que um triângulo cujos lados são, 3, 4 e 5 tem
um ângulo reto. Mas é com Pitágoras que se provou por que 32 + 42 = 52. Há 16
anos Luzinete se dedica à Escola Estadual Lino Villachá. Mas o que é o tempo?
Para cada um, Deus reserva o tempo certo de se encontrar: O tempo de Deus para
nós! Deste encontro, nasceu um compromisso maior entre nós e com a escola.
Olívio Mangolim possui licenciatura plena em Filosofia pela Pontifícia
Universidade Católica do Paraná (1981) e curso institucional de Teologia pelo
Studium Teológicum agregado à Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1985).
É mestre em educação pela Universidade Católica Dom Bosco (1999). Tem
experiência na área de Educação, com ênfase na Área de Concentração: educação
escolar e formação de professores, atuando principalmente nos seguintes temas: a
questão indígena e o desenvolvimento regional, Educação Indígena, sociedade e
índios. Atualmente, é professor de Filosofia, Sociologia e História na Escola Estadual
Lino Villachá.
Luzinete Souza Vilasboas possui duas graduações: pela Universidade
Católica Dom Bosco em 1999 recebeu o título de Licenciada em Graduação de
Professores da parte de Formação Especial do Currículo do Ensino de 2º Grau com
habilitação em Administração e depois em 2004 recebeu da Universidade para o
Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal - UNIDERP – o título de
Licenciatura Plena em Matemática com ênfase na Ciência da Computação. Desde
então, tem atuado com a disciplina de Matemática seja para o Ensino Médio quanto
para o Ensino Fundamental na Escola Estadual Lino Villachá.
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D E D I C A T Ó R I A
Este livro foi escrito por muita gente. Com contribuições de 1975 aos
dias atuais, como os alunos do 6º ano C do período vespertino da
Escola Estadual Lino Villachá em 2011 e seus professores: Luzinete
Souza Vilasboas (Matemática) e Olívio Mangolim (História). “Um bom
filósofo já perguntava certa vez: para que serve um livro se não for
capaz de nos transportar além dos livros? Eu arremataria: para que
serve uma sala de aula se não for capaz de nos transportar além da
sala de aula” (Augusto João Crema Novaski). “Os livros podem ser
divididos em dois grupos: aqueles do momento e aqueles de sempre”
(John Ruskin). Dedicamos este livro para nossos alunos, razão de
ser da nossa vida, mola propulsora de nossa vocação. Especial
menção para as sobrinhas netas de Lino Villachá que continuam a
estudar aqui: Kamila Centurion Vilachá, Karoline Centurion Vilachá e
Karem Centurion Vilachá. A escola é o lugar de encontro e de alegria,
que amamos como nossa casa. Desejamos que este livro seja lido por
todos os alunos da Escola Estadual Lino Villachá para que seja
revisado e ampliado permanentemente. Afinal, você também faz
história! (Luzinete S. Vilasboas e Olívio Mangolim).
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S U M Á R I O
I N T R O D U Ç Ã O ............................................................................................................................... 7
1. A ESCOLA ESTADUAL LINO VILLACHÁ DA PEDRA FUNDAMENTAL AOS DIAS ATUAIS. ..... 9
2. LINO VILLACHÁ: PATRONO E INSPIRAÇÃO. .............................................................................. 14
3. AS DIRETORAS DA ESCOLA E SUA HISTÓRIA. .......................................................................... 24
4. EDUCADORES ENVOLVIDOS DOS PRIMÓRDIOS AOS DIAS ATUAIS. ..................................... 30
5. ESTUDANTES E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO. ............................................................... 39
5.1. O PROJETO SEM ÁGUA NÃO HÁ VIDA. .................................................................................... 39
5.2. O QUE PENSAM OS ESTUDANTES 2011 DE SUA ESCOLA. ................................................... 42
6. AS PERSPECTIVAS DE FUTURO PARA A ESCOLA LINO VILLACHÁ....................................... 46
CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................................................. 49
B I B L I O G R A F I A ......................................................................................................................... 50
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I N T R O D U Ç Ã O
Em 1984 quando a ditadura militar já havia desistido de se manter no poder
por falta de condições objetivas e quando o povo brasileiro, sobretudo os estudantes
que se movimentavam e no ano seguinte se destacaram e marcaram a história
como os caras pintadas, um importante projeto governamental era desenvolvido no
bairro Nova Lima: o Projeto Periferia Viva – MEC. Assim, muitas reuniões
comunitárias são realizadas com grande participação de populares e agentes do
projeto. Dessa mobilização, nasce a construção da Escola Estadual Lino Villachá em
sistema de mutirão.
Vinte e sete anos nos distanciam daqueles mutirões. Há muita história vivida.
Há muita história e conhecimento que necessita ser sistematizado para não ser
relegado ao esquecimento. A vontade de fazê-lo surgiu durante um sarau realizado
no período noturno em 2009. Mas, como tudo que não se é planejado, ficou só na
vontade.
Em 2011 surge o projeto “Conecta Escola” do Núcleo de Tecnologia
Educacional de Campo Grande e no contexto do planejamento pedagógico por
turma prioritária as disciplinas: Matemática e História do período vespertino
escolheram o 6º ANO C do Ensino Fundamental, para garantir um aprendizado
significativo dos alunos, por meio do uso das Tecnologias da Informação e da
Comunicação. Assim, organizamos o projeto “Minha Cidade, Meu Bairro, Minha
Escola e Minha Vida: Elaborando Saberes com a História e a Matemática”.
Os alunos do 6º Ano C transformaram-se num grupo de pesquisa e visitaram
sites na internet, realizaram estudos e pesquisas bibliográficas, foram a campo
entrevistar.
"A única história que vale alguma coisa é a história que fazemos hoje" (Henry Ford).
Porém, depende de como a estamos fazendo (Olívio Mangolim).
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Há muitos questionamentos que os estudantes querem saber: Por que os
moradores do Bairro Nova Lima resolveram construir a escola? Como se deu o
processo e o decreto de criação da escola e as pessoas envolvidas? Quem foi Lino
Villachá? Quais as razões do nome Lino Villachá para a escola? Como foi o
processo evolutivo da escola ao longo dos anos? Quais foram os diretores (as) da
escola e a história de cada um? Quem eram os educadores (as) envolvidos desde
os primórdios da escola aos dias atuais? Qual o quantitativo de alunos que
estudaram na escola e as perspectivas de futuro para a mesma?
Há muito conhecimento produzido pelos alunos da escola. Seriam
necessários muitos livros para demonstrá-los. Segue uma amostra, para que se
possa contextualizá-lo. E afinal: perspectivas de futuro para a escola no bojo dos
novos projetos a serem implantados: Jovem de Futuro, Ensino Médio Inovador,
Ensino Profissionalizante, etc. É isto que queremos oferecer neste pequeno livro!
Foram utilizadas fontes históricas (atas, documentos, livros, relatórios, etc.).
Como grande parte dos envolvidos com a Escola ainda estão na ativa, foi realizada
entrevistas, para saber das lutas e dos sonhos, as alegrias e as tristezas das
pessoas e dos grupos que fizeram e ainda fazem parte desta história.
O livro será dividido em seis capítulos:
1. A Escola Estadual Lino Villachá da Pedra Fundamental aos dias atuais
(localização, surgimento do bairro e da escola, evolução histórica).
2. Lino Villachá: patrono e inspiração.
3. Os diretores da escola e sua história.
4. Educadores envolvidos dos primórdios aos dias atuais.
5. Estudantes e a produção de conhecimento.
6. As perspectivas de futuro para a Escola Lino Villachá.
Dessa forma, é uma tentativa de recompor atos e fatos da história da Escola
Estadual Lino Villachá em favor das gerações atuais e futuras. Na realidade a
história segue, você faz a história, e continua amanhã. A cultura histórica nos ajuda
a manter viva a consciência do passado, do presente e de si mesma. Seguimos
fazendo esta história, pois é nosso compromisso.
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1. A ESCOLA ESTADUAL LINO VILLACHÁ DA PEDRA FUNDAMENTAL AOS DIAS ATUAIS.
"As nuvens passam, mas a estrela sempre fica" (Lino Villachá).
A Escola Estadual Lino Villachá localiza-se no Bairro Nova Lima – Rua
Haroldo Pereira, 887, esquina com Rua Jerônimo de Albuquerque, distante do
centro de Campo Grande 12 km.
A formação do Bairro Nova Lima está intimamente ligada à antiga Colônia
São Julião que posteriormente, torna-se Sanatório São Julião por atender também
os doentes mentais. No dia 7 de maio do ano de 1962 por meio do decreto federal nº
968 o Brasil aboliu a prática do isolamento compulsório como um método de
contenção da hanseníase.
Após a extinção do isolamento compulsório, muitos dos ex-internos
instalaram-se em torno do hospital. Na década de 80 o Bairro Nova Lima era um
loteamento recente. Egressos do São Julião, pessoas que tinham se curado,
compraram terrenos no entorno para continuar tendo a segurança de cuidados
profissionais. No processo de loteamento, outras pessoas também foram ocupando
o bairro Nova Lima iniciando-se sua formação, crescimento e desenvolvimento.
A idéia de se construir uma escola, surgiu e amadureceu nas reuniões
comunitárias, juntamente com os agentes do Projeto Periferia Viva – do Ministério da
Educação e Cultura – 1984. O Objetivo do projeto, era trazer a comunidade para a
educação. O entendimento de todos era que não se faz escola, não se faz educação
sem a participação ativa da comunidade. Na verdade, o projeto ocasionou uma
revolução na comunidade.
As reivindicações dos moradores do bairro foram encaminhadas aos órgãos
do governo. No parecer conclusivo da Agência Estadual de Educação se lê que a
decisão de criar um Estabelecimento Estadual de Ensino na região fundamentou-se
em:
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a) Foi considerada a localização do Bairro Nova Lima e a dificuldade de
acesso a outros Estabelecimentos de Ensino existentes nas áreas próximas e de
abrangência;
b) Considerou-se a não existência de outra Escola no referido bairro e
acreditava-se na possibilidade de um grande número de alunos;
c) Considerou-se a clientela em idade escolar residentes nas imediações;
d) Considerou-se também, o número elevado de moradores residentes no
bairro e nas imediações.
A escola foi construída com a participação da comunidade em regime de
mutirão. A senhora Marlene Sá da Silva, que participou ativamente dos movimentos
sociais no bairro, esteve presente desde o início. Foi cozinheira dos mutirões e
atuou como professora na escola de 1985 até 2004. A força do movimento popular
era tal, que até o secretário de educação Leonardo Nunes da Cunha e alguns
políticos que estão na ativa até os dias atuais, participaram dos mutirões.
A escola iniciou suas atividades em março de 1985, com: cinco (05) salas de
aulas, uma (01) secretaria, uma (01) sala de direção, um (01) almoxarifado, uma (01)
cozinha e nos anos seguintes, com o constante aumento da clientela escolar foram
construídas mais salas.
No dia 07 de março de 1985, o então Governador Wilson Barbosa Martins
juntamente com o Secretário de Educação Leonardo Nunes da Cunha, assinaram o
decreto nº 2.396 criando a Escola Estadual Pré-Escolar, 1º e 2º Graus “Lino
Villachá”, com sede no Bairro Nova Lima, nesta capital. O decreto foi publicado no
Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul nº 1525, página 03 em 08 de março
de 1985 (Veja na íntegra o Decreto na página seguinte).
Em 12 de maio de 1998 através do decreto nº 9.104, o Governador Wilson
Barbosa Martins, no seu segundo mandato, altera a denominação das unidades
escolares da Rede Estadual de Ensino.
A Escola assume o nome atual de “Escola Estadual Lino Villachá”. O objetivo
foi adequar à Rede Estadual de Ensino aos dispositivos da Lei Federal nº 9.394, de
20 de dezembro de 1996 (LDB).
11
12
Em outubro de 2003, a escola recebeu o Projeto Informática na Educação:
Preparando o Cidadão para o Século 21. Lino Villachá, foi a primeira escola a
assumir o trabalho de democratização do acesso às novas tecnologias nas escolas
estaduais.
Hoje, são quatorze (14) salas de aula1 com Ensino Fundamental e Ensino
Médio, além de uma sala com o Curso Estadual Preparatório para o ingresso na
Educação Superior.
Em 15 de janeiro de 2010 foi publicado do Diário Oficial de Mato Grosso do
Sul nº 7623 a RESOLUÇÃO/SED nº 2.320 que credenciou e autorizou o
funcionamento do Ensino Fundamental e do Ensino Médio por um prazo de cinco
anos na escola2.
Os alunos atendidos pela Escola são provenientes de classes populares, o
que a torna de grande relevância para o seu contexto e no desenvolvimento do
processo educativo.
De maneira que o corpo docente deste Estabelecimento de Ensino tem se
esforçado e direcionado o foco para o aprendizado, de acordo com o Plano Político
Pedagógico da Escola para 2011:
“(...) o centro do processo ensino aprendizagem deslocará do professor como único
detentor do conhecimento para uma parceria com o aluno, em mediação e
orientação do primeiro. Desta forma, almeja-se uma escola plural, que tem no
respeito à diversidade, um valor fundamental para a comunidade escolar” (PPP,
2011: 12).
1 No censo 2010 (IBGE) o Bairro Nova Lima aparece como o segundo bairro mais populoso da cidade
de Campo Grande com 35.519 habitantes. 2 Nº do processo 29/018966/2009.
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TABELAS COM O NÚMERO DE ALUNOS QUE ESTUDARAM NA ESCOLA
ESTADUAL LINO VILLACHÁ DESDE SUA CRIAÇÃO E EVOLUÇÃO
POPULACIONAL DO BAIRRO
ANO
ALUNOS3
POPULAÇÃO4
1985
588 5.000
1986
795
1987
811
1988
942
1989
1.268
1990
1.455
1991
1.410 10.503
1992
1.186
1993
1.353
1994
1.348
1995
1.313
1996
1.330 16.836
1997
1.532
1998
1.387
1999
1.574
200 1.356
3 Dados obtidos das Atas de Resultados Finais de 1985 até 2005 e a partir de 2006 no SIGI, depois
GDE e recentemente SGDE que é o sistema da Superintendência de Gestão da Informação da SED/MS. 4 Dados fornecidos pelo IBGE.
14
0
2001
1.540
2002
1.601
2003
1.511
2004
1.544
2005
1.291
2006
1.276
2007
1.387 27.734
2008
1.405
2009
1.403
2010
1.457
2011
1.601 35.519
2. LINO VILLACHÁ: PATRONO E INSPIRAÇÃO.
“A atitude é algo que faz a diferença em nossas vidas. Como dizia William James, ‘A maior descoberta da minha geração é que qualquer ser humano pode mudar de vida, mudando de atitude’. Lino Villachá, poeta sul-mato-grossense, de uma lucidez e criatividade incrível e a despeito de sua condição, foi um homem de atitude, dinâmico, que não se entregava jamais. Nesta poesia, ele mostra o que dá sentido a vida. Espero que isso nos sirva de motivação!” (Claudinei Ferreira Costa
5, 2009).
Lutar e Viver
Desde manhãzinha, o pássaro busca seu sustento.
E os animais andam léguas à procura d’água para beber.
As arvores crescem em busca do sol e a hera se agarra às pedras para não sucumbir.
Correm as águas para se renovar, giram os planetas, movem-se as galáxias, corre o dia, vem
à noite, tudo luta e a vida se faz.
5 Claudinei Ferreira Costa é Educador e Secretário da Escola Estadual Lino Villachá, Disponível:
http://www.administrando.biz/2009/09/01/lutar-e-viver/, acessado em 15 de agosto de 2011 às 22h14min.
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Por que hei de deixar que minha existência se esvaia como areia entre os dedos?
Ainda que breve como uma flor ou eterna como uma estrela, viver é se fazer presente!
Mesmo que me reste um toquinho de vida, ainda assim a minha vela alumia o caminho.
Lutar para ser vida para os outros é o que dá sentido à vida.
Eis porque, mesmo entre as rochas da montanha, a flor encontra motivo para viver.
“Viver é como brincar”
Aos 15 de agosto de 1938, nascia no município de Terenos, um homem
capaz de lutar contra a falta de esperança que existe no mundo: LINO VILLACHÁ.
Um semeador, que perdendo lentamente sua vida para uma doença então
irreversível, é capaz de externar ao mundo a presença do espírito de Deus que
carrega no coração.
Filho de José Maria Antônio Villachá, cidadão espanhol e de Ana Eudochiac,
uma jovem russa, imigrantes colonos em Terenos. Segundo MACEDO (1997: 21),
vivendo em Campo Grande, o pai de Lino foi dono de um pequeno hotel próximo à
antiga estação rodoviária. Antes de ficar doente, o Sr. José Maria também foi
lavrador e chofer, possuindo um caminhão.
No frescor de sua adolescência (aos 12 anos de idade) Lino foi atingido pelo
bacilo da Hanseníase juntamente com toda sua família. Assim pai, mãe, Lino e dois
dos seus irmãos tiveram que ir para a antiga Colônia São Julião. A infância livre no
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bairro São Francisco, a escola, o velho caminhão de lenha do pai, tudo isso foi
trocado pelo isolamento daquilo a que estava reduzida à colônia São Julião.
O Hospital São Julião, inaugurado em 1941, fazia parte de um grande projeto
de Getúlio Vargas. Mas, como grande parte dos projetos governamentais, de
hospital-modelo, havia se transformado numa cidade-fantasma, abandonada à
própria sorte. Por um grande período de tempo, São Julião foi um lugar de muito
sofrimento, significado de “abandono”, “prisão”, “morte antecipada”.
Nessa época, o tratamento para hanseníase era o isolamento compulsório e,
para isso, famílias eram separadas e os pacientes abandonados naquele “depósito
de doentes”. O presidente Getúlio Vargas fazia propagandas oficiais explicando que
as “colônias” eram maravilhosas. Seu propósito, era persuadir os doentes de
hanseníase, conhecida como lepra na época, à internação. No entanto, as colônias
ficavam distantes das cidades, possuíam guardas, cemitérios e até cadeia para
prender quem desobedecesse às regras.
Lino, um menino esperto, inteligente e curioso, cresceu convivendo com
grandes pessoas escondidas atrás da máscara do sofrimento, que abriram seu
coração a ele e passaram o melhor de si. Foi assim que, diante dele foram passando
figuras extraordinárias como o "seu Botto", que fora seu professor, Maria, o velho
Estanislao e Feliciana, que fizeram de Lino um cronista de seu tempo.
Sua poesia é um autorretrato. “... sua vida caracteriza-se pela corajosa
batalha contra a doença que lhe causava muito sofrimento, mas além dessa
realidade, Lino era poeta, escritor e testemunha viva de solidariedade e esperança”
(ZANATTA, 2006: 24).
Em 1970, a antiga colônia passou às mãos de um grupo de pessoas com
espírito altruísta - que fundaram a Associação de Auxílio e Recuperação dos
Hansenianos (AARH). A AARH mudou totalmente aquele "depósito de doentes"
como era chamado, no mais moderno hospital de Hanseníase do país. No dizer da
Jornalista Nadia Nadalon (2010) o hospital São Julião se transformou: de abrigo
para isolados da sociedade à referência para o tratamento de hanseníase na
América Latina.
Foi então, que Lino embarcou junto nesse processo de evolução, desde há
primeira hora. Fundou uma liga esportiva no hospital, organizou campeonatos de
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futebol, comemorações, ensinou, aprendeu e viveu intensamente com todos seus
amigos.
As décadas de 50 e 60 tinham muito pouco a oferecer para os hansenianos:
remédios quase não havia. A doença mesmo milenar, ainda era pouco conhecida.
Havia sim, muito medo e o confinamento (por lei) nos leprosários.
Segregado e discriminado, Lino foi à expressão viva da palavra do Mestre
que veio para estes. E, ao mesmo tempo, se tornou instrumento nas mãos do
Mestre. Agradecia o tempo todo. Gratuidade para com o que lhe restava era sua
marca e para Lino, o milagre se revelou de outra forma.
Em contrapartida, seu corpo sofria os ataques violentos do bacilo da
Hanseníase. Teve que amputar uma perna, depois a outra, as mãos se atrofiaram,
os movimentos ficaram cada vez mais limitados, os rins já não conseguiam filtrar
quarenta anos de remédios, cirurgias.
Em tudo o que lhe acometia, nada o abateu, “por meio de poemas e crônicas,
partilhava seus sentires e pensares sempre em tom de otimismo” (ZANATTA, 2006:
24).
Lino estava numa cadeira de rodas, mas isso não o impedia de ser cidadão.
Seguia em frente, forte, lúcido, criativo, produtivo, sempre agitador, preocupado com
as injustiças sociais, sendo o foco de seus poemas e crônicas as classes
marginalizadas da nossa sociedade.
Foi educador e tornou-se o diretor da Escola Estadual de 1º Grau “Padre
Franco Delpiano”. Exerceu a direção de 1976 a 1991 onde por muitas vezes, foi
elogiado pela Agência de Educação.
Para os procedimentos mais simples, como escrever, amarrava um lápis nas
mãos em garra e datilografava poemas, entrevistas, crônicas, saudações aos
amigos e autoridades.
Logo depois passou para o computador, trabalhava na secretaria do hospital
São Julião com dados, estatísticas, relatórios.
Editou seis livros, publicados no Brasil e na Itália. Conquistou o respeito e a
admiração de todos quantos puderam conhecê-lo pessoalmente e ao seu trabalho.
Seus livros por ordem de publicação:
18
- Aos meus amigos (1976), traduzido para o italiano em três edições com o
título “AMARE É VIVERE”;
- A dor, o amor e a vida na poesia de Lino Villachá (1977). De acordo com
MACEDO (1977: 97) Lino renegou esta obra em razão do enfoque espírita da
Apresentação feita por Antônio Lopes Lins;
- Luzes do meu caminho (1979), traduzido para o italiano com o título de
“LUCI DEL MIO CAMMINO”;
- Uma janela para os pássaros (1986), traduzido para o italiano com o título
“UMA FINESTRA PER I PASSERI”;
- Minhas flores de flamboyant (1991), traduzido para o italiano com o título de
“I MIEI FIORI DI FLAMBOYANT”; e,
- Conversando com Deus e os Amigos (1995), publicação póstuma. Traduzido
para o italiano com o título “CONVERSANDO COM DIO E GLI AMICI”.
- Lino para sempre (2009).
Este último livro, Lançado em abril de 2010, no encerramento do congresso
médico-científico Brasil/Itália realizado em Campo Grande entre os dias 23 a 27 de
Abril de 2010, no Centro de Convenções Dr. Gÿnter Hans é um tributo à sua
sensibilidade, considerada essência nos santos de nossos dias6, reúne uma
expressiva seleção de crônicas e poesias contidas em cinco livros publicados no
período de 1976 a 1995.
Casou-se com Zena Maria em 1987 e dela teve amor e dedicação até o seu
último momento. Zena foi seu anjo de guarda que ficou.
Lino Villachá deixou seu nome na história.
Seu nome foi escolhido como patrono da escola do Bairro Nova Lima7 onde
foi grande educador. Também atribuíram seu nome à avenida de acesso ao Hospital
São Julião. A semente de esperança continua lá na terra porque para dar vida, é
preciso também morrer. Aqui se vive, aqui se morre e assim ensinou que entre estes
dois pontos é preciso que signifiquemos a nossa existência.
6 Disponível em http://www.sjuliao.org/br/lino.htm e acesso em 07 de outubro de 2011 às 13h15min.
7 Veja nas páginas 19-21 o documento elaborado pela comunidade do Bairro Nova Lima Indicando o
nome de Lino Villachá como patrono da escola.
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“É certo que o sofrimento feriu minha vida, como o lavrador à terra, abrindo dolorosas
covas... A vida não é o que a tempestade levou, a água que passou sob a ponte...
Por que chorar minhas mãos que secaram, os meus pés que se foram?... Faço valer
o pedaço que ficou... Perdemos os pés? Teremos vida nas mãos. Perdemos os
olhos? Busquemos vida na voz. Enquanto houver um resto de nós, esse resto pode
ser uma ponte para a riqueza que trazemos” (Lino Villachá, in Macedo, 1997: 73). “...
Não penses que é nas pernas que um homem se sustenta, que é com as mãos que
segura a vida... Há outra luz para nossos olhos” (Lino Villachá, in Macedo, 1997: 76).
Faleceu em 09 de julho de 1994 e foi enterrado no Hospital ao lado de muitas
árvores, como ele pediu, num texto escrito numa manhã esplêndida de sol forte, céu
limpo e muito verde.
Fazer poesia para Lino é pintar uma imagem com as cores dos nossos
sentimentos... O poeta é um pintor que usa o pincel das palavras e a tinta das
emoções...
ÍNTEGRO
A maré da vida trouxe este monstro invisível que me persegue, noite e dia,
reduzindo-me a farrapo humano.
Quando o quis afastar esmagou-me as mãos, quando quis correr, ceifou-me as
pernas...
Cercou-me os caminhos, mas sempre encontrei uma brecha por onde passar com o
que me resta e, ainda que eu seja nesse mar de sofrimento apenas uma concha no
fundo, farei desta dor uma pérola para o mundo.
Não quero gritar, não amaldiçoarei quem me humilhou ou teve pena de mim.
Meus amigos, minha poesia e Deus são a minha força, cobrem-me de graça, me
enriquecem de amor e fé.
Por isso me sinto completo, mesmo faltando-me tudo... Lino Villachá.
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COMUNIDADE DO BAIRRO NOVA LIMA INDICA LINO VILLACHÁ COMO
PATRONO DA ESCOLA
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24
3. AS DIRETORAS DA ESCOLA E SUA HISTÓRIA.
“Seus olhos e suas vidas exalam o prazer de ensinar” (Olívio Mangolim).
Nos seus vinte sete anos de história a Escola Estadual Lino Villachá teve, tão
somente, cinco diretoras: Maria Augusta Coimbra da Silva, Nancy Terezinha
Furtado, Zulmira, Nadir Ferreira Leite Fornazari, Carmen Abadia da Silveira Tinoco e
Nelson Éden Gomes (diretor adjunto). Numa realidade tão complexa como se
apresenta o Bairro Nova Lima, todas as vezes que se fizerem necessária,
deveremos tirar o chapéu para essas mulheres destemidas e fortes educadoras.
MARIA AUGUSTA COIMBRA DA SILVA (1985-1994)
Corumbaense da Nhecolândia, nascida na fazenda corixão, estudou
pedagogia e se formou com ênfase em administração, supervisão e orientação.
Participou ativamente de todo o processo de construção e criação da Escola Lino
Villachá.
Augusta, como é conhecida, conta que em 1984 a única escola existente na
região era a Escola Padre Franco Delpiano no Hospital São Julião que oferecia
ensino até a 4ª série.
Foi nesta escola que Augusta trabalhava na secretaria e conheceu Lino
Villachá que era seu diretor. Fala dele como um educador de ponta que soube fazer
a diferença em seu tempo. Trabalhando na escola do São Julião, foi o próprio Lino
Villachá quem sugeriu fazer um levantamento no bairro para saber se tinha clientela
para a quinta série em diante e ele mesmo preparou um questionário através do qual
o Projeto “Periferia Viva” auferiu que tinha clientela. Nas palavras de Augusta: “Foi o
próprio Lino Villachá quem pensou na escola”.
Perto de 5.000 pessoas viviam no bairro neste tempo e a Escola foi
reivindicada. O governo da época, disse que não podia construí-la, mas que
forneceria um material pré-moldado “antigo” à base de concreto. E assim, foi feito
um pacto entre a comunidade e o governo. Este forneceria o material e aquela
25
construiria a escola em sistema de mutirão. Sorridente, Augusta expressa: “É por
isso que a Escola Lino Villachá está de pé até hoje”. Enquanto outras escolas que
foram construídas bem depois com material pré-moldado “frágil” já caíram, o Lino
continua de pé, porque o material é muito bom e a escola foi construída com muito
amor e confiança por parte da comunidade no futuro de seus filhos.
Os mutirões para a construção iniciaram em outubro de 1984 e em março de
1985 a escola estava pronta. Em abril de 1985, iniciaram as aulas. Nas palavras da
professora Marlene Sá da Silva: “o povo do Nova Lima sempre decidiu”. Quando a
escola ficou pronta o povo decidiu que a 1ª diretora seria escolhida por eles. E o
povo escolheu Maria Augusta. Como o secretário de educação havia participado dos
mutirões e enxergado o trabalho de Maria Augusta, o governo concordou.
Foi uma verdadeira experiência de democracia e o trabalho pedagógico
privilegiava os conteúdos da própria realidade da comunidade. O objetivo era a
escola trabalhar a partir da cultura dos moradores do bairro, o povo não é só
consumidor de cultura, mas a produz e essa cultura deveria ser socializada. A luta
do povo deveria ser metodologia e ao mesmo tempo, conteúdo da formação. Nós
queríamos organizar um currículo de baixo para cima, comenta Augusta.
Havia uma articulação, com a Igreja Católica local e também com outras
instituições em que visava encontrar saídas coletivas. Constantemente, a Igreja
cedia suas dependências para realização de grandes reuniões, uma vez que a
escola não tinha um local apropriado para sediar esses encontros.
Segundo Augusta, tudo era decidido em conjunto, como por exemplo, a
utilização de uniformes. No início da escola, o governo não dispunha de recursos
para quase nada, então, a comunidade decidiu por não usarem uniformes.
Nos primeiros cinco anos a Escola Lino Villachá teve água potável por no
máximo dois anos. No início, a escola recebia água da antiga serraria do Sr. Nicolau
Manoel Furtado (O Nicolau da Serraria)8. Posteriormente, a prefeitura fez um poço
na região, mas a vazão de água foi pequena. Somente na década de 90 um poço foi
perfurado no próprio terreno da escola e um algibre foi construído resolvendo
definitivamente o problema da água.
8 Ele foi um dos primeiros a morar no Bairro Nova Lima, quando ainda era praticamente desabitado.
26
Dos momentos marcantes da vida de Augusta na Escola Lino Villachá
destaca-se: o “interesse dos professores”. O Lino Villachá era uma família. “Todo
mundo tinha interesse de que a escola cumprisse seus objetivos”. “A comunidade
era muito unida com a escola e tinha muita confiança na escola”. Augusta hoje,
sente-se muito feliz ao encontrar seus ex-alunos, pais de alunos que estudam na
escola e os ouvir dizerem: meus filhos estão lá como você falou. E colhe os frutos de
seu trabalho.
NANCY TEREZINHA FURTADO (1994-1995)
Nascida em Tijucas (SC) veio para o Paraná ainda quando era criança e ali
cursou a Escola Normal. Na década de 70 seus pais vieram para Campo Grande.
Filha do Sr. Nicolau Manoel Furtado (Nicolau da Serraria) lembra-se continuamente
de como ele desbravou a região do Nova Lima.
Em campo Grande, estudou no curso de Pedagogia da antiga FUCMAT (hoje
Universidade Católica Dom Bosco) e se licenciou em Pedagogia com Administração
e Supervisão Escolar. Nancy veio trabalhar na Escola Estadual Lino Villachá em
1994. Nos primeiros seis meses na coordenação pedagógica e o restante do tempo
na direção.
Além da Escola Lino Villachá Nancy foi diretora em várias outras escolas:
Escola Estadual Henrique Cirilo Correia, Escola Estadual Maria Eliza Bocaiúva
Correia da Costa, Colégio Raul Sans de Matos (primeira escola a ser incorporada à
Fundação Lowtons de Educação e Cultura – Funlec) e Colégio Professora Maria
Lagos Barcellos (Funlec).
Nancy recorda com saudade, do bairro Nova Lima, onde seu pai (O Nicolau
da Serraria) ajudou muita gente a ter casa própria. “Quantas e quantas vezes papai
trocava madeira por um terreno para ajudar as pessoas na construção de sua
casinha”.
A realidade social do Nova Lima, naquela época, era muito pesada. Havia
muitas gangs disputando o poder na região. Mas como ela diz: “quando você entra
na dança tem que dançar, se não sabe, tem que aprender na prática”.
Uma grande dificuldade encontrada por Nancy no Lino Villachá foi a falta de
professores para assumir as salas, especialmente os “primeiros aninhos” – conta
27
ela. Professores passavam no concurso, assumiam, ficavam uns cinco ou seis
meses, entravam de licença e não voltavam. E assim foi por anos seguidos.
Nancy lembra da Escola Lino Villachá como uma família. Tem muita saudade
de sua equipe de professores. Aliás, diz ela: "nunca tive desafetos no trabalho e
sinto-me valorizada e feliz pelo trabalho que realizei por onde passei”.
ZULMIRA GONÇALVES DE MIRANDA (1995-1998)
Natural de Anhumas (SP) município da região sudoeste paulista, Zulmira
estudou na Universidade Estadual de Maringá (PR) onde se formou em Letras
Anglo-Portuguesas. Seu primeiro trabalho exerceu ainda quando jovem, no ano de
1966, como professora municipal de Paranapoema, situado à noroeste no Estado do
Paraná.
Em 1988 veio trabalhar na Escola Estadual Lino Villachá como professora de
Língua Portuguesa de 5º ao 8º ano no período Noturno. Em 1995 assumiu a direção
da escola. Pessoa dedicada e exemplar por seu amor à educação, nesse tempo de
direção fazia de tudo pela escola segundo o testemunho de muitos profissionais que
com ela conviveram. Cuidava da vida de seus professores e administrativos com
muito carinho.
Em sua trajetória na Escola Lino Villachá, Zulmira se recorda de tantas
coisas. Mas, o que tocou sua vida em profundidade, foi o dia de sua saída. E vocês
saberão o porquê: todos os eventos com tapetes vermelhos são sempre na entrada
e Zulmira teve tapete vermelho na sua saída: a festa, o filme que os seus
professores fizeram, todo o carinho que o corpo docente lhe prestou, foi na verdade,
o reconhecimento do seu trabalho.
Como tantos profissionais que passaram pela escola Lino Villachá, Zulmira
também destacou Maria Augusta (a 1ª diretora) como a pessoa que mais marcou a
sua vida e sublinhou: “ela era nosso alicerce”.
NADIR FERREIRA LEITE FORNAZARI (1998-2000)
Natural de Osvaldo Cruz (SP) aprendeu desde cedo amar a vida simples e
valorizar as pequenas coisas. Formada no Magistério (Ensino Médio) e depois em
28
Educação Física (Licenciatura), trabalhou na Escola Estadual Lino Villachá de 1986
até 2000, primeiro como professora, Diretora Adjunta e, finalmente como Diretora.
Além de seu grande carinho ao corpo docente e aos estudantes, deu também
importância ao espaço físico. Foi no seu período como diretora que a escola ganhou
cobertura no pátio interno.
De personalidade altiva, sempre muito dinâmica e inteligente, no ano de 2000
assumiu o concurso no Tribunal de Justiça-MS onde se aposentou em 2010.
O fato mais marcante de sua vida na Escola Lino Villachá, considera Nadir,
era o trabalho com os alunos. “Eu tinha paixão pelos meus alunos. E meus alunos
me adoravam”.
CARMEN ABADIA DA SILVEIRA TINOCO (2000-2011)
Natural de Jaraguari (MS) Carmem tem 28 anos dedicados à educação,
sendo 17 anos como professora de história para o Ensino Fundamental e Médio.
Nos últimos 11 anos, atuou como diretora da Escola Estadual Lino Villachá.
Licenciada em filosofia pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB),
atualmente e pós-graduanda em Gestão Escolar pela Universidade Federal de Mato
Grosso do Sul.
Aos 25 de novembro de 2009, em Sessão Solene da Câmara Municipal de
Campo Grande, no Plenário Oliva Enciso, Carmen foi homenageada com a
“Medalha Legislativa do Mérito Educativo” acompanhada de um Diploma de Honra
ao Mérito por seus relevantes serviços prestados na área de educação.
Esse ato meritório carimba com todos os selos de reconhecimento o trabalho
dessa educadora que dedicou e ainda continua dedicando parte de sua vida em prol
de ajudar a realizar os sonhos de muitos cidadãos e cidadãs, que visualizam a
educação como possibilidade de transformar suas vidas.
Em 2011, Carmem concorreu pela quinta vez as eleições para a direção
escolar e foi eleita pela maioria esmagadora dos votos de dois segmentos: no
segmento corpo docente e funcionários administrativos e no segmento de pais. Nos
próximos três anos, a gestão da Escola Estadual Lino Villachá continuará nas mãos
dessa ilustre personalidade.
29
NELSON ÉDEM GOMES (2000 -2011)
Natural de São Paulo (Capital) e nascido aos 09 de outubro de 1953, Nelson
Estudou nas Faculdades Integradas Ibirapuera (SP) obtendo licenciatura plena em
Estudos Sociais com habilitação em História e Geografia.
Desde 1997 integra a equipe docente da Escola Estadual Lino Villachá, onde
lecionou: Geografia, História e também atuou no Telecurso 2000. A partir do ano
2000, assumiu a direção adjunta da escola, cargo que ocupa até o presente
momento.
Nestes anos de trabalho, Nelson se recorda de Maria Augusta (a 1ª diretora)
como pessoa que marcou sua vida. Fato, que o levou a condecorá-la, ainda em vida,
com o nome da biblioteca da escola.
Ao ser interrogado, sobre o momento marcante de sua presença na história
do Lino Villachá, Nelson aborda a transformação física da escola (embora a escola
ainda não seja a adequada para atender a demanda). Lembra, que a entrada era
uma simples portinha, debaixo do pé de jaca perto das fossas. Já a Secretaria,
coordenação e direção estavam todas juntas perto da antiga entrada.
Houve uma grande evolução com a mudança da entrada para o asfalto, a
construção do espaço onde hoje está situada a secretaria, a direção e a biblioteca.
O laboratório de ciências, foi construído para desenvolver experiências com os
alunos e é fruto dessa década, assim como a cobertura da passarela de acesso da
escola que conduz para o pátio, para o melhor conforto dos alunos em dias de
chuva.
Durante este período, houve também importantes projetos com a parceria de
UCDB e de Ongs que favoreceram o crescimento da escola.
30
4. EDUCADORES ENVOLVIDOS DOS PRIMÓRDIOS AOS DIAS
ATUAIS.
ALDERINA SILVA OLIVEIRA
Natural de Vitorino Freire (MA) município distante à 300 km de São Luiz
(Capital do Estado), a tia Aldinha como é carinhosamente chamada na Escola
Estadual Lino Villachá, ingressou na escola em junho de 2003. No início, foi auxiliar
de serviços diversos. Depois de três meses de trabalho, passou para auxiliar de
cozinha e em seguida assumiu o trabalho de menestrel da cozinha.
Formada no antigo Magistério de 4 anos a tia Aldinha, compõe o grupo de
educadores da Escola Estadual Lino Villachá, destacando-se por sua simplicidade,
singeleza e por ser muito prestativa.
A dedicação da tia Aldinha é reconhecida pelos alunos da escola, que a
amam “não como cozinheira”, mas, como conselheira, amiga e educadora.
ANA DE JESUS MARTINEZ
Natural do município de Aquidauana (que na língua indígena Guaicuru
significa “Rio Estreito”) e nascida aos 02 de outubro de 1957. Ana é pedagoga,
formada pela Universidade Católica Dom Bosco e Pós Graduada Latu Sensu em
Métodos e Técnicas de Ensino pela UNIDERP.
Iniciou seu trabalho na Escola Estadual Lino Villachá ainda na década de
2000, trabalhando com séries iniciais do Ensino Fundamental, na época, chamava-
se Ciclo II. Depois, assumiu a disciplina de Educação Artística para as séries finais
do Ensino Fundamental.
Fruto de sua própria formação, Ana procurou sempre atuar desenvolvendo
projetos com seus alunos. Em 2004, desenvolveu junto com seus colegas de
docência (Carmem Graziela Ribas, Elba Pereira da Silva, Fernanda da Costa Pellini,
Luzinete Souza Vilasboas, Maria Luzia Fontoura Tomaz da Silva e Neide Dinazete
Acosta de Lima) o projeto “SEM ÁGUA NÃO HÁ VIDA” que resultou no produto final
31
na publicação de um livro de poesias de autoria dos alunos do Ciclo II turmas E, F e
G resgatado no capítulo 5 deste livro.
A partir de 2009, com a inserção da disciplina de “Produção Interativa” na
Escola Estadual Lino Villachá, que visa auxiliar o professor em sala naquilo que os
alunos têm mais dificuldade, Ana vem trabalhando projetos interdisciplinares sobre
as demandas que surgem da realidade de cada sala.
Foi assim, que em 2010 trabalhou o projeto “Alimentação Saudável” com os
estudantes do 5º Ano B. Entre os objetivos atingidos, está a melhoria na qualidade
dos alimentos ingeridos pela turma, por meio da pesquisa, os educandos
descobriram a importância dos alimentos naturais. Um dos aspectos visados no
projeto, era diminuir o uso de guloseimas como: bala, chiclete e pirulito durante as
aulas. O objetivo final, foi a criação da autoestima, autoconhecimento e o interesse
por sua própria produção.
O projeto teve o reconhecimento e foi avaliado como muito bom, pela equipe
técnica da SED em 23 de agosto de 2010. Agora, ele recebe nota dez quando os
alunos do 5º ano B (na sua maioria agora alunos do 6º Ano C) que foram os
protagonistas daquele projeto, são também os protagonistas deste projeto: “Minha
Cidade, Meu Bairro, Minha Escola e Minha Vida – Construindo Saberes com a
História e a Matemática” que culmina com a produção do livro que conta a trajetória
histórica da Escola Estadual Lino Villachá.
Ana de Jesus, está muito feliz com o trabalho que vem desenvolvendo
através da disciplina Produção Interativa e onde quer se aposentar. Em todos estes
anos no Lino Villachá, apreciou sempre a união recíproca que existe na equipe
docente.
CREUZA DAMIANA DA SILVA
Natural do município de Rio Negro e nascida aos 21 de fevereiro de 1961,
Creuzinha como é carinhosamente conhecida em toda a Escola Estadual Lino
Villachá, é pedagoga formada pela Universidade Católica Dom Bosco.
A trajetória de Creuzinha no Lino Villachá confunde-se com a história da
própria escola. Trabalhando desde março de 1985 foi docente, professora
32
coordenadora e diretora (cobrindo férias da diretora Nancy Terezinha Furtado).
Participou ativamente do Colegiado Escolar e da Associação de Pais e Mestres.
Creuzinha recorda-se de três momentos que considera marcante em sua vida
profissional: em primeiro lugar, quando foi convidada por Nancy para ser professora
coordenadora. Destaca-se aí, a confiança da direção no trabalho e na sua
competência para coordenar o corpo docente.
Depois disso, Creuzinha foi convidada por Neusa Benetti (na época diretora
adjunta da Escola Estadual Maria Eliza Bocaiúva Corrêa da Costa) para fazer parte
do corpo docente da mesma.
O terceiro momento, marcante de sua carreira, foi o reconhecimento do seu
talento por parte da comunidade quando os pais vieram até Creuzinha, solicitar que
se candidatasse à direção escolar.
Creuzinha fala do Lino Villachá com muito carinho: “Nós éramos a família Lino
Villachá”. Havia muito respeito e todos os funcionários eram comprometidos com a
escola e com a comunidade. Por sua vez, a comunidade retribuía com a efetiva
participação dos pais em todas as atividades propostas pela escola.
Ela destaca a primeira diretora da escola, Maria Augusta, que com coragem e
dedicação ensinou Creuzinha a amar e lutar pela escola Lino Villachá.
DILAMAR APARECIDA LOPES DO RÊGO
Natural de Santo Anastácio (SP) e nascida aos 13 de julho de 1958 onde
cursou o magistério de 4 anos. Residindo em Campo Grande cursou pedagogia na
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul onde recebeu o título de licenciatura
habilitando para as séries iniciais do Ensino Fundamental.
Desde 1989 trabalha na Escola Estadual Lino Villachá: primeiro atuando com
séries iniciais do Ensino Fundamental, depois com a sala de recursos especiais.
Atualmente, é professora coordenadora no período matutino.
Dilamar expressa, que cada momento de nossa história é único, portanto não
dá para expressar qual marcou mais em sua trajetória no Lino Villachá. Mas salienta,
que no início do seu trabalho, havia um grupo bastante coeso de trabalho e as
reuniões gerais da escola contava com efetiva participação dos pais.
33
Houve porém, um momento desta história, em que a violência foi muito forte
em todo o Bairro Nova Lima e a escola necessitou ficar fechada por alguns dias.
Maria Augusta é também lembrada por Dilamar, como pessoa humana,
generosa. Foi com ela que Dilamar ingressou no Lino Villachá. Como tantos outros
profissionais, Dilamar expressa seu amor pelo Lino. É muito prazeroso compartilhar
os momentos com outras pessoas que fazem parte do grupo.
FERNANDA DA COSTA PELLINI
Natural de Rancharia (SP) a professora Fernanda possui Licenciatura Plena
em Educação Física pela Universidade Estadual Paulista (UNESP) e é pós-
graduada em Educação Física Adaptada e Saúde pela Universidade Gama Filho
(UGF).
Trabalha na Escola Estadual Lino Villachá há onze anos. Fernanda recorda
de seu tempo de menina na escola. Foi com seu professor Celso Alves Januário,
que ela chama de “O Cara”, onde tudo começou. Muito do que faz hoje, aprendeu
com ele. Através do seu jeito simples e muito competente, o referido professor lhe
ensinou os conteúdos de sua disciplina, ajudou a melhorar sua autoestima,
transmitiu valores como: o respeito mútuo, cooperação, coletividade e outros que
contribuíram para a sua formação pessoal e profissional.
No seu primeiro ano de trabalho na Escola Lino Villachá, a professora
ministrava aulas no Ensino Fundamental e iniciou o treinamento de Futsal masculino
faixa etária (15, 16 e 17 anos). A Escola Estadual Lino Villachá, foi a grande
surpresa, saindo vitoriosa dos “Jogos Escolares” e também conquistando o direito de
representar Mato Grosso do Sul nos Jogos Brasileiros, na cidade de Brasília.
Segundo Fernanda, os jogos brasileiros “foi uma experiência incrível: fomos de
avião, ficamos em hotel cinco estrelas, não nos classificamos para a segunda fase,
porém, o que vivenciamos e aprendemos nenhum de nós vai esquecer”.
Em 2004, iniciamos os treinamentos de basquetebol masculino faixa etária
(14, 15 e 16 anos). Foi um grande desafio, pois era a primeira vez que a Escola Lino
Villachá tentaria montar um time de basquetebol. Não conseguimos ganhar os jogos
escolares, mas no dizer da professora Fernanda: “Aprendemos o basquetebol e com
ele tiramos muitas lições para a vida toda”.
34
No início de 2010, iniciamos uma nova turma de basquetebol masculino faixa
etária (9, 10 e 11 anos) e em 2011 o feminino faixa etária (9, 10 e 11 anos) e
também uma nova equipe de futsal masculino (11, 12 e 13 anos).
Continuamos treinando, fazendo nossos amistosos em outras escolas e
participando de torneios e campeonatos. Se vierem mais títulos, serão muito bem
vindos, mas, o mais importante, porém, é darmos continuidade ao trabalho, que é
por meio do esporte que podemos contribuir na formação dos nossos alunos como
um todo, disse a professora Fernanda.
LUCIENNE CANDIDA DOS SANTOS
Nascida aos 18 de fevereiro de 1952, Lucienne é uma das educadoras que
está na Escola Lino Villachá desde seu primeiro ano de funcionamento. Trabalhando
como inspetora de aluno no horário noturno é incansável na organização.
Atualmente, tem empenhado esforços colaborando com os coordenadores do
período noturno.
Lucienne lembra com saudades das festas juninas que se realizavam, e
também da festa de primavera, onde todo o corpo docente, administrativos, direção,
colaboradores, alunos com seus familiares trabalhavam para arrecadar verbas
visando a melhoria da escola. Outro momento significativo, eram as brincadeiras de
amigo oculto, no fim de ano, festa para os funcionários sem distinção de profissões e
brincadeiras: era muito bom.
Nos primeiros anos de funcionamento da Escola Lino Villachá, as filas de
matrículas eram intermináveis porque não havia vagas suficientes para suprir toda a
demanda do bairro. Assim, as reivindicações (as brigas) pelo aumento das salas de
aulas eram frequentes.
Maria Augusta Coimbra da Silva, Zulmira Miranda e Nadir Ferreira Leite
Fornazari foram pessoas que marcaram a vida de Lucienne porque eram pessoas
de extrema beleza e de humanidade. Temos a certeza, de que Lucienne estará
conosco um pouco mais de tempo tão logo chegue a hora de se aposentar.
Enquanto este tempo não chega, ela continuará nos abrilhantando com sua
presença alegre e seu pulso firme no trabalho.
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MARIA FRANCELINA LOPES
Nascida aos 15 de maio de 1947, Pedagoga, Francelina como é conhecida
por todos, está na Escola Lino Villachá desde 12 de julho de 1985. Trabalhou na
limpeza, passou a inspetora de alunos, foi responsável pela biblioteca por três anos
e depois foi para a secretaria da escola onde está até hoje.
Francelina recorda momentos de grande importância na vida da comunidade:
a união dos pais, professores e alunos, funcionários administrativos e a comunidade
em geral, que, solicitando melhorias, principalmente mais salas de aulas, pois no
início a escola (feita em mutirão) era apenas 5 salas de aula e não comportava todos
os estudantes.
No início da escola, tudo era muito difícil: não tinha água, cobrava-se
mensalidade dos alunos, para assim, adquirir material pedagógico e outros
necessários ao funcionamento da mesma.
Francelina lembra com carinho, das antigas diretoras que sempre a trataram
com muito respeito e carinho a todos, pois para elas não tinham distinção de
pessoas. Francelina não se esquece que a Escola Lino Villachá é o que é hoje, foi
sobre muita luta de quem começou antes, e que deveria ter já melhorias. Segundo
ela, faltam esforços do poder público!
MARIA LUZIA FONTOURA TOMAZ DA SILVA
Natural de Coxim (a terra do Pé de Cedro) e nascida aos 13 de dezembro de
1954, Maria Luzia é Pedagoga formada pela Universidade Católica Dom Bosco e
Psicopedagoga pela UNIC de Cuiabá.
Trabalha na Escola Estadual Lino Villachá desde 1992 onde atuou com
alfabetização, séries iniciais do Ensino Fundamental e atualmente presta serviço
como professora coordenadora no período vespertino.
Maria Luzia enfoca seu primeiro dia como professora no Lino Villachá, como o
fato marcante de sua história e recorda com tristeza o dia em que se sentiu
impotente: a escola recebeu uma chuva de mangas verdes que vieram de fora e
machucou muitas crianças e elas entraram em pânico.
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Maria Augusta (a 1ª diretora) é a pessoa que marcou na vida de Maria Luzia
que a recebeu com carinho quando chegou à escola. Destaca, que foi Maria
Augusta com a ajuda de Marlene (uma senhora que trabalhou no posto de saúde
São Francisco no Bairro Nova Lima) que arrecadaram recursos com seus parentes
na Alemanha para a realização da Biblioteca.
Maria Luzia sintetiza: “O Lino Villachá passou por necessidades de materiais
por causa de governos corruptos. Não tinha geladeira, ventiladores, biblioteca.
Tínhamos somente o giz e o apagador e o calor era infernal. A tecnologia foi um
grande passo. A violência era muita mas hoje estamos muito bem, pois, tudo evoluiu
para melhor. É gratificante encontrar ex-alunos que nos reconhece e estão cursando
a universidade”.
MOISES AMORIM DE SÁ
Nascido aos onze de agosto de 1964, o professor Moisés é formado pela
Universidade Católica Dom Bosco, tendo sua licenciatura na Graduação de
Professores. Moisés é morador do Bairro Nova Lima e conhece profundamente o
processo de organização e luta da comunidade para alcançar os avanços sociais.
Faz parte do corpo docente da Escola Lino Villachá desde fevereiro de 1993.
No início, trabalhou com as disciplinas de: OSPB, Educação Moral e Cívica, História
e Ciências. Atualmente, trabalha com a disciplina Sociologia.
Vários foram os momentos marcantes de Moisés na Escola Lino Villachá e a
cada ano é uma clientela diferente.
Mas o que se destaca aos olhos e à memória de Moisés, o que mais marcou
o trabalho realizado, foi no ano de 2000 com a comemoração dos 500 anos do
descobrimento, onde os alunos retrataram as fases do descobrimento no muro da
escola, e durante todo esse período, foi possível observar o desenvolvimento da
comunidade, bem como a evolução do processo de ensino aprendizagem.
Moisés se lembra com carinho da professora Maria Augusta Coimbra da Silva
(a primeira diretora da escola) de quem recebeu muito apoio no início de sua
carreira. Na Escola Lino Villachá, além do seu trabalho como professor de
Sociologia atua também como presidente da Associação de Pais e Mestres.
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Recentemente, foi agraciado pela Câmara Municipal de Campo Grande-MS
com a Medalha do Mérito Educativo, outorgada anualmente para homenagear os
profissionais da educação que tenham se destacado na sua área de atuação, seja
na sala de aula, na gestão, no planejamento, na inspeção, na supervisão ou na
orientação educacional, contribuindo para a educação no município de Campo
Grande.
Para Moisés a Escola Lino Villachá é uma instituição de ensino, que no
momento está sendo visualizada somente a partir de sua estrutura física (há muitos
anos sem uma reforma geral), com a finalidade de denegrir um trabalho de mais de
20 anos de seus funcionários, seria bom que as pessoas pensassem antes de
fazerem críticas destrutivas dentro da nossa escola.
NEIDE DINAZETE ACOSTA DE LIMA
Natural do município de Ponta Porã e nascida aos 19 de janeiro de 1957,
Neide é pedagoga formada pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul.
Trabalha na Escola Lino Villachá desde 1990, onde já foi alfabetizadora, no
entanto, seu prazer maior é trabalhar com turmas de 4º e 5º anos do ensino
fundamental.
Segundo a professora Neide, o momento que considera marcante de sua
história no Lino Villachá foi o encerramento do projeto do livro em 2004: “Sem água
não há vida”9. Neide reitera sempre, que o Lino Villachá é o local apaixonante para
seu trabalho: “sempre tive momentos felizes aqui”.
A pessoa que mais marcou sua vida nesta história foi Maria Augusta (a 1ª
diretora) que a trouxe para o trabalho na escola e que teve grande influência para
que se tornasse a profissional que é hoje.
9 Projeto referenciado no capítulo 5 deste livro.
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A pintura acima é obra de Iber Ajála, artista plástico autodidata na pintura em
Tela. A obra está exposta na sala da direção da escola. Atualmente Iber leciona
pintura em tela. É conselheiro dos gestores WWF Ecologia Brasil MS. Desenvolve
trabalhos em reciclagem de sucata eletrônica em artes. Com a pintura em relevo,
desenvolve arte voltada para o deficiente visual. Atualmente, administra um
empreendimento dentro da Central de Comercialização da Economia Solidária
(CCES). Iber, estudou o Ensino Médio de 2003 a 2005 na Escola Estadual Lino
Villachá quando pintou o quadro acima.
39
5. ESTUDANTES E A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO.
“Se estiveres no caminho certo, avança; se estiveres no errado, recua” (Lao-Tsé).
5.1. O PROJETO SEM ÁGUA NÃO HÁ VIDA.
Todo conhecimento produzido, deve ser disseminado para não cair no
esquecimento. Em 2004, um importante projeto é desenvolvido na escola: “Sem
água não há vida”. O projeto foi coordenado pelos professores do Ciclo II: Ana de
Jesus Martinez (Turma F), Carmem Graziela Ribas (Turma E), Neide Dinazete
Acosta Lima (Turma G), Fernanda Pellini (Educação Física) e Luzinete Souza
Vilasboas (Educação Artística). A coordenadora pedagógica era Maria Luzia
Fontoura Tomaz Silva. Todos estes professores com exceção de Carmem Graziela
Ribas que se aposentou continuam dando sua contribuição ao processo formativo
na Escola Estadual Lino Villachá.
Ressaltamos também, a contribuição da professora Elba Pereira da Silva na
Sala de Tecnologia Educacional, por se tratar de um momento de fundamental
importância em que se estava implantando na escola o Projeto Informática na
Educação: Preparando o Cidadão do Século 21.
A escola Lino Villachá foi à primeira em todo o Mato Grosso do Sul a ser
contemplada com as tecnologias a serviço da educação. O projeto possibilitou a
implantação da Matrícula Digital; Boletim na Internet e da Comunidade Digital;
serviços que democratizam o acesso às escolas e às novas tecnologias, em um
processo contínuo de inclusão digital e aperfeiçoamento do ensino e da
aprendizagem.
O produto final do projeto “Sem água não há vida” apresentou-se em forma de
livro de poesia editado pela SED/MS. Vamos retomar algumas poesias por ordem de
importância no contexto.
Um belíssimo poema foi elaborado por Andreza Estácio Recaldes (à época,
2004, Ciclo II F, hoje aluna do 1º Ano A do Ensino Médio, período Matutino). Não é
somente um poema. É um texto profético.
40
ÁGUA COMO GUERRA
A fonte de guerra será a água. É um tipo de guerra das águas. Por que guerra por água? Faltará água doce no mundo. As pessoas sofrerão, Os animais de água doce morrerão. Os homens brigarão, E muitos estrangeiros para o Brasil virão.
Sob nossos pés encontra-se o maior depósito de água potável do mundo: o
Aquífero “Guarani”. O que o futuro nos reserva?
Seguimos com o poema de Felipe Gonçalves dos Santos (à época, 2004,
Ciclo II F) enaltecendo os cuidados que se deve ter para que a água seja limpa, pois
a vida humana depende dela. Maior ainda devem ser os cuidados com a água
parada nos quintais.
ÁGUA LIMPA
Água doce, água rara. Água salgada, água prata. Água boa é limpa não a suja. Água poluída faz mal. Água contaminada traz doenças. Água em poça, água em garrafa e em lata traz a dengue. E a dengue mata.
Um outro belíssimo poema, ressalta a importância da água para a
preservação da vida como um direito de todos, portanto, é dever de todos preservá-
la. O autor, Tiago Galvan Pereira (aluno do Ciclo II F em 2004, hoje concluindo o
Ensino Médio, no 3º Ano A, período Matutino).
ÁGUA, FONTE DE VIDA!
Á água é muito importante. Sem água não podemos viver. Devemos cuidar da água. A água sul-mato-grossense. É água para todos. A água é vida. Água do Brasil. Nós sobrevivemos da água. A água é direito de todos. A água é nossa, a água é vida. Devemos preservá-la, nossa vida é dela.
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Esse tema é bandeira de luta universal em todos os tempos. Á água é a vida
do mundo e é o bem precioso da terra. Somente ela é capaz de aglutinar e unificar
todos os seres vivos ao seu entorno. Encantadoras “Águas Incríveis” de Luanne
Caroline Saucedo Lima (do Ciclo II G, 2004, hoje 2º Ano B do Ensino Médio, período
Matutino).
ÁGUAS INCRÍVEIS
Águas incríveis que caem da cachoeira. Que caem nas pedras dos riachos, Águas que formam redemoinhos com a força da natureza. Com o poder da humanidade Águas de nossas vidas Sem ela morreremos Por ela lutaremos E com ela viveremos!
Finalizando a temática, apresentamos a alma poética de Josiane Aparecida
Oliveira do Amaral (à época, 2004, Ciclo II G, hoje cursando o 3º Ano do Ensino
Médio na Escola Estadual Pe. João Greiner).
ÁGUA
Oh! Água bela, Água doce, Água que sacia a sede e limpa a alma. Água maravilhosa, Água gostosa, Água que corre no manso regato. Corre se espalha, molha, limpa O meu planeta amado. Água do rio manso, Água que molha e dá vida a natureza, Com tamanha nobreza, Sem deixar o rastro de incerteza.
Água, Água do branco, do negro, Do rico e do pobre, Água abençoada por Deus.
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5.2. O QUE PENSAM OS ESTUDANTES 2011 DE SUA ESCOLA.
No conjunto do desenvolvimento do projeto Conecta Escola com os alunos do
6º Ano C do período vespertino, despertou-nos a curiosidade em saber o que
pensam os estudantes, no contexto global da escola. Por isso realizamos uma
pesquisa geral nos seus três turnos de funcionamento. Para não direcionar o
assunto, lançamos como atividade de sala, seja em forma de uma produção textual,
do gênero poema, de respostas a perguntas sobre o nível de conhecimento de
nossa história.
De maneira geral, estudantes do sexto ano do Ensino Fundamental até terceiro
ano do Ensino Médio, percebem-se uma boa afeição dos alunos com sua escola e o
entendimento de que a escola é o local onde receberão formação para qualificá-los
para o mundo do trabalho e para a realização de suas vidas. Acredita na escola
como instrumento dessa realização.
Publicamos na seqüência algumas amostras de textos e poemas produzidos
pelos alunos de 2011.
PENSAMENTOS DE GRANDE MOMENTO PARA FAZER A ESCOLA FELIZ
Não ter medo dos próprios sentimentos Saber falar do conteúdo Ter coragem para ouvir um “Não” Ter maturidade para dizer “Eu errei” Ter ousadia para dizer “me perdoe”. Ter capacidade para expressar “Eu preciso de você” Ter sensibilidade para dizer: “Eu te amo minha escola”. Desejo que você sempre seja um canteiro de oportunidades, E não deixe o tempo passar para você dizer: eu passei.
(Jhonatan Blendan Lemos da Silva e Lúcio dos Santos, 9º ANO A DO ENSINO FUNDAMENTAL - MATUTINO).
ESCOLA LINO VILLACHÁ
Nossa escola como todas as outras, merece ser lembrada como segunda casa porque somos acolhidos pelos professores como se fossem nossos pais. Além de sermos bem acolhidos pelos professores e diretores, são pessoas bem preparadas para nos ensinar, mesmo quando há alunos desinteressados eles estão prontos para ajudar. Sabemos que muita gente discrimina nossa escola. Não podemos nos esquecer que há professores que trabalham aqui há muitos anos e não desistiram da escola e nem dos alunos que a freqüentam, pois acreditam em um futuro melhor para todos.
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Quero lembrar que você professor (a) que também é dona de casa, chefe de família, quantas vezes deixa o seu aconchego, seja de dia ou de noite, no frio, no sol e na chuva, às vezes esquecem até seus problemas, às vezes deixam de ir a um passeio para trazer até nós um pouco de conhecimento. Obrigado professores, por acreditarem na nossa escola e pelo desempenho desta missão tão bonita.
(Noeli Ferreira, 2º ANO C DO ENSINO MÉDIO - NOTURNO).
LINO VILLACHÁ – UMA ESCOLA INSPIRADORA
Lino Villachá uma escola inspiradora Com um ensino bom e exigente Que inspira qualquer um Os alunos são inteligentes. Os professores dão um ensino bom Não importa como são Eles nos dão valor e nos ensinam com amor. A tia da cozinha faz o lanche bem gostoso Nós amamos a tia Aldinha. A escola dá bons conselhos ajuda a não ter preconceito Fala sobre a violência e a ter respeito Esse é nosso conceito.
(Gabryela Zayra dos Santos Gonçalves e Maryele Aréco de Oliveira, 9º ANO A DO ENSINO FUNDAMENTAL - MATUTINO).
ESCOLA LINO VILLACHÁ
Tudo começou com uma escola tão pequena que nem cabiam 500 alunos. A comunidade Nova Lima se reuniu para fazer uma escola maior para que mais crianças e adolescentes pudessem passar suas manhãs e tardes aprendendo e mais tarde obter seus resultados. Faz dez anos que estudo aqui e tenho muitas histórias pra contar. Lembro-me quando construíram um palco para que os alunos pudessem se apresentar. A escola Lino villachá faz parte da minha vida, aqui passei momentos felizes e agora que estou terminando o Ensino Médio, levarei comigo a saudade desta escola maravilhosa. Agradeço a todos os professores que tiveram a paciência de me ensinar. Obrigada por tudo.
(Jéssica Gonçalves Ribeiro, 2º ANO A DO ENSINO MÉDIO - MATUTINO).
ESSA É A ESCOLA LINO VILLACHÁ
Na escola Lino Villachá todos podem comemorar: Está chegando uma reforma Batendo na porta para nos alegrar. Seja bem-vindo vamos comemorar, Mas só entra quem realmente quer estudar. Olhe pra escola não importa sua beleza, Porque somos nós que fazemos a diferença. Com os professores aprendemos mais a cada dia, Olha que beleza no boletim é só alegria.
(Jéssica Oliveira Martins, 1º ANO A DO ENSINO MÉDIO - MATUTINO).
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LINO VILLACHÁ
Bom, não posso falar da história da escola, porque é o primeiro ano que estudo aqui e começo a conhecer somente agora. O que posso dizer é que a qualidade do ensino é boa. Alguns alunos atrapalham o aprendizado dos outros em sala de aula. O lanche é bom, os professores e os diretores são ótimos, mas a aparência da escola precisa melhorar muito, se bem que pra mim não importa a aparência, e sim a qualidade do ensino.
Em minha opinião, não é só a escola que tem que mudar, mas sim os alunos, porque tem vários alunos que não querem nada da vida e atrapalha quem quer, só bagunçam em sala de aula, atrapalham os professores, destroem o prédio da escola, falam mal dos professores, do lanche e de tudo mais. Mas, eu tenho a certeza de que é uma questão de tempo e esses alunos cairão em si e vão mudar de vida e daí dirão que a escola é o local para estudar.
(Gabrielle dos Santos Arruda, 1º ANO F - ENSINO MÉDIO - NOTURNO).
LINO VILLACHÁ
Lino Villachá aqui eu estudo, aqui sou dedicada. Pra mais um ano passar e o ano que vem aqui voltar. Lino Villachá professor ele foi. São Julião também se dedicou e essa escola se fez com amor. Em sua homenagem ficou Lino Villachá essa escola querida. Pois aqui gosto de estudar. Homem corajoso e guerreiro. Pois só com uma perna venceu todo o seu lidar. Pra cadeira de rodas ele foi, mas nem por isso deixou de lutar. Pobre homem cansado que nunca deixou de sonhar.
(Roseli Nogueira Domingos Rangel, 2º ANO C DO ENSINO MÉDIO - NOTURNO).
A ESCOLA LINO VILLACHÁ
Lino villachá é uma escola boa, gosto de estudar aqui, e pretendo terminar meus estudos aqui. Excelentes professores que são capacitados para ensinar seus alunos. Existem alguns alunos que não levam a sério a escola, mas se todos pensassem que é neste lugar que ele garantirá seu futuro, com certeza agiriam de outra forma. Já faz quatro anos que estudo aqui e nunca tive problemas em relação à escola. Todos que trabalham aqui levam a sua profissão a sério, pois gostam do que fazem e também sabem que é para o bem dos alunos. Existem alguns alunos que não reconhecem isso. Mas, eu dou todo o valor para esses profissionais. Por isso, digo que pretendo estudar aqui até terminar meus estudos. Lino Villachá construindo meu futuro, me preparando para a vida.
(Dhenyffer Aparecida Pereira da Silva, 9º ANO B - Ensino Fundamental - MATUTINO).
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LINO VILLACHÁ
O Lino Villachá é um lugar diferente. Os professores são legais e se empenham em ensinar os alunos que nem sempre fazem seu papel de estudar e aprender. O lugar onde a escola se encontra, é de fácil localização e as pessoas que trabalham aí são bem dedicadas. A escola poderia estar em melhor estado se não fossem alguns alunos que não cuidam do que eles têm de valor. Se eles preservassem a escola, o lugar seria de referência no bairro. Mas apesar disso, a educação é boa, houve muitas pessoas que se formaram por aqui e hoje está em faculdades como a UNIDERP, UCDB, A UFMS, entre outras. Eu só tenho a agradecer porque até hoje eu aprendi muitas coisas com os colegas e professores. Obrigado.
(Augusto César Gabriel de Castro, 1º ANO A DO ENSINO MÉDIO - MATUTINO).
O LINO VILLACHÁ Lino Villachá onde todos querem estudar. Uma escola que busca no presente um futuro melhor. Onde todos são cientes que querem melhorar. Onde todos estudam e aprendem. Aqui tem um bom ensino pra quem quer estudar. Temos ótimos professores para nos ensinar. A escola é muito boa quem quiser pode chegar Lhe trataremos com carinho pois somos o Lino Villachá.
(Adelso Tibério Lemes e Mário Ornelas Junior, 2º ANO A - Ensino Médio - MATUTINO).
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6. AS PERSPECTIVAS DE FUTURO PARA A ESCOLA LINO
VILLACHÁ.
“O Lino é minha história, o Lino é minha vida. O Lino é o lugar que vou lembrar por toda a minha vida. Acordo de manhã e não tenho vontade de estudar, Mas quando chego à escola vejo que a minha vida vai mudar. Viva Lino Villachá! Viva Lino Villachá!”.
(Éder Lucas de Souza Oliveira e Everton Padilha da Rosa, 2º ANO A ENSNO MÉDIO - MATUTINO).
Na leitura do Marco Doutrinal do Projeto Político Pedagógico (2011: 13-17) da
Escola Estadual Lino Villachá encontramos que a escola almejada é aquela que
além de oferecer aos seus participantes (docentes e discentes) a socialização do
conhecimento elaborado e de todos os elementos culturais acumulados na história
de seu povo, no contexto da história global, ao mesmo tempo potencialize cada
cidadão que dela se beneficie a desabrochar nos seus talentos em favor da
sociedade onde está inserido. Assim, há que se considerarem todos os aspectos
desta escola-inserida. Lino Villachá, é uma escola que nasceu no “coração e nos
braços do povo do bairro Nova Lima”. E é neste espírito que vem trabalhando para
responder às demandas que lhe surgem.
A estrutura física para responder estas demandas é pequena e frágil. Nem
por isso, os protagonistas da história têm se desmotivados, pois vários são os
exemplos que podemos apresentar respaldando:
a) Os capítulos três e quatro deste livro, onde podemos observar o trabalho
dos gestores e educadores apresentam inúmeros exemplos de dedicação e
compromisso com a escola. Os gestores procurando sempre, diante do que a
estrutura lhe ofereciam, dinamizar, aperfeiçoar o que possuíam em mãos para
dentro do possível, e às vezes fazendo até o impossível para atender a comunidade.
Professores e educadores assumindo seu trabalho rotineiro e desenvolvendo
projetos que auxiliaram sobremaneira o processo de desenvolvimento dos alunos da
Escola;
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b) Em termos de produção de conhecimento, o capítulo cinco deste livro,
apresenta pequenas amostras de produção de textos, poemas e poesias. Muitos
outros poderiam ser ali incluídos. Não é o objetivo deste livro, ampliar neste
momento, este aspecto;
c) Não são raros os exemplos de ex-alunos da escola que atuam na
sociedade campo-grandense e em outras sociedades como gente bem sucedido;
d) No campo esportivo em 2011 nossos meninos e meninas do Sexto Ano C
do período vespertino foram campeões e vice-campeões respectivamente, num
campeonato de basquete envolvendo equipes famosas de escolas particulares,
dando um forte exemplo de superação, uma vez que, até as tabelas da quadra de
esportes estavam quebradas em função da ação de vândalos. A tendência é que,
para um período já eminente em que não serão mais necessárias estas superações.
A Escola Lino Villachá sempre apresentou equipes muito competitiva nos JOERES
(Jogos Escolares da Rede Estadual).
As perspectivas estruturais são inovadoras. No momento, ultrapassamos a
fase licitatória e as obras de ampliação e reforma da escola estão por iniciar. A
escola Lino Villachá terá ginásio poliesportivo, vários laboratórios, garantindo ensino
profissionalizante para os anos vindouros, uma nova sala de recursos tecnológicos
ampliando a capacidade de oferta do ensino qualificado.
De acordo com a Secretaria Estadual de Educação o projeto de investimento
perfaz um montante de R$ 1.338.259,66. O projeto está de acordo com a
planificação estipulada para os próximos anos. Incluiu-se, o Projeto Jovem de Futuro
com Ensino Médio Inovador e a educação profissionalizante.
“A reforma inclui um conjunto de intervenções para readequar toda a infraestrutura e
melhorar o atendimento aos 1.483 alunos dos níveis fundamental, médio e Curso
Estadual Preparatório para Ingresso na Educação Superior. Será feita ampliação,
com construção de mais quatro salas de aula; quatro laboratórios científicos; duas
baterias de banheiros; e uma biblioteca escolar. Somente para estas intervenções,
estão previstos R$ 779,6 mil. Com a reforma do restante do prédio e implantação de
uma sala de tecnologia, mais R$ 439,1 mil vão ser aplicados na escola. (...)
Enquanto a reforma não acontece, a direção executa um permanente programa de
manutenção, que tem garantido a limpeza do ambiente, espaços adequados para
coleta de lixo e gramado cortado” (BATISTA, 2011).
Toda esta estrutura, possibilitará a criação de cursos profissionalizantes nas
áreas da indústria de vestuário, alimento, celulose, agropecuária...
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“A criação do curso técnico em edificações atenderá os arranjos produtivos em
formação nos setores industriais, pecuários, hoteleiros, bares, restaurantes e
comerciários e as necessidades locais, tendo em vista que os alunos desta escola
trabalham, na sua maioria, na construção civil e há necessidade de qualificação
profissional” (PPP, 2011: 21).
Mas, muito mais do que formar o cidadão para o mercado de trabalho, o que
se quer, fundamentalmente, é formar cidadãos éticos, educando-os para a
solidariedade, a equidade, o respeito, para o consumo ecologicamente sustentável,
etc. Para que isto ocorra, a Escola Estadual Lino Villachá faz parte do Projeto Jovem
de Futuro e no Programa Ensino Médio Inovador.
Há um forte corpo docente, altamente qualificado e muita gente comprometida
que ama esta escola, por isso seu futuro está garantido. Pois onde existe o amor,
por mais que se tente pisá-lo, ele suplanta e avança na direção do bem maior. E não
há bem maior na educação do que ver o outro crescer.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste pequeno livro, você pode entrar em contato com a história da
Escola Estadual Lino Villachá desde seu engendramento, o processo embrionário,
os mutirões até os dias atuais. Como reflete o próprio título deste opúsculo, esta
escola nasceu no “coração e nos braços do povo”.
Depois, conhecemos também aquele que foi o mentor desta escola: Lino
Villachá, o homem com visão adiante de seu tempo, o poeta do amor à vida, onde
não há restos e os pedaços se fazem totalidade para servir. Superação a cada
instante foi seu lema. Não poderia ser mais nobre a motivação de nossas crianças e
jovens, profissionais da educação, pais.
Visualizamos depois gestores, educadores, professores, aqui simbolicamente
representando todos os que, de uma maneira ou de outra, contribuíram no processo
educativo na Escola Estadual Lino Villachá nestes 27 anos de sua existência.
Aqueles que não conseguimos contemplar, nesta obra singela, que nos perdoem.
Garantimos àqueles que são a razão da existência da escola: os estudantes,
a manifestação do seu conhecimento produzido. Muitos outros poderiam ter sido
contemplados, assim como os projetos desenvolvidos. Mas se trata de uma amostra
que referenciasse o que hora foi nosso intento.
Finalmente, as perspectivas de futuro, pois o processo é dinâmico. Resgatar
os objetivos iniciais nos faz retomar tantas coisas, rever outras e planejar outras
ainda. Assim, como a escola que começou numa pequena casa de madeira e se
ampliou para suplantar a demanda existente. Assim também, nosso espírito
necessita se expandir para ampliar a capacidade do entendimento e do que
precisamos fazer de agora em diante para tornar esse lugar, um local de encontros
agradáveis, alegres e num local de produção do conhecimento, pois como dizia
Sócrates, o filósofo e educador grego, “... a educação tem como objetivo imediato o
desenvolvimento da capacidade de pensar, não apenas de ministrar
conhecimentos”.
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B I B L I O G R A F I A
1. DOCUMENTOS
ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. PODER EXECUTIVO. Secretaria de Estado de Educação. Agência Especial de Educação. Núcleo de Serviço e de vida Escolar e Rede Física/AEE. Ofício nº 153/85/NSVERF/AEE, encaminhando a solicitação da criação da escola para a Coordenadoria Geral de Vida Escolar e Rede Física anexando a indicação do Patrono da escola indicado pela comunidade do bairro, PROTOCOLO Nº 311 de 31 de janeiro de 1985.
________. Secretaria de Estado de Educação. Coordenadoria Geral de Vida Escolar e Rede Física/SE, CI Nº 70/85 para Assessoria de Gabinete de 27 de fevereiro de 1985.
________. Secretaria de Estado de Educação. Agência Especial de Educação. Núcleo de Serviço e de vida Escolar e Rede Física/AEE. Ofício nº 262/86, encaminhamento do processo nº 01113/85 referente a solicitação de criação da escola, PROTOCOLO Nº 1.100 de 28 de fevereiro de 1986.
________. Secretaria de Estado de Educação. Agência Especial de Educação. Parecer conclusivo sobre a criação da Escola Estadual de Pré-Escolar, 1º e 2º Graus “Lino Villachça”,m processo nº 01113/85.
________. Decreto nº 2.936 de 07 de março de 1985. Cria a Escola Estadual de Pré-Escolar 1º e 2º Graus “Lino Villachá”, com sede nesta capital e dá outras providências. Diário Oficial nº 1525 de 08 de março de 1985.
________. Decreto nº 9.104 de 12 de maio de 1998. Altera as denominações das unidades escolares da Rede Estadual de Ensino, e dá outras providências. Diário Oficial nº 4770 de 13 de maio de 1998.
________. RESOLUÇÃO/SED nº 2.320, de 14 de janeiro de 2010. Dispõe sobre o credenciamento das Unidades Escolares da Rede Estadual de Ensino/MS e sobre a autorização do funcionamento do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, e dá outras providências. Diário Oficial nº 7623 de 15 de janeiro de 2010.
________. ESCOLA ESTADUAL LINO VILLACHÁ. Plano Político Pedagógico 2011. Mimeografado, 139 páginas. Campo Grande, 2011.
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2. LIVROS
MACEDO, Nelly Barbosa. Lino - Trilhando caminhos de Fé e Esperança. Campo Grande (MS): Editora Ruy Barbosa Ltda, 1997.
ZANATTA, Leila Mércia Gardini. Encontros do criar, cantar e contar: tecendo redes, construindo pontes, abrindo portas e janelas, no vasto mundo do silêncio, do medo, da dor e do sofrimento. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Psicologia da UFMS. Campo Grande: 2006.
VÁRIOS AUTORES. Alunos do Ciclo II, Turmas E, F e G, da Escola Estadual Lino Villachá. Sem Água não há Vida. Campo Grande: SED/MS, 2004.
3. ARTIGOS ELETRÔNICOS
BAPTISTA, Fabio Adriano. Escola Lino Villachá terá reforma de R$ 1,3 milhão. Disponível em: http://www.sed.ms.gov.br/index.php?templat=vis&site=98&id_comp=213&id_reg=145812&voltar=lista&site_reg=98&id_comp_orig=213, acessado em 21/06/2011 às 22h05min.
COLOMBO, Gisele. Baldinir Bezerra: retrato tocante dos anos 80. http://www.overmundo.com.br. Disponível e: http://www.overmundo.com.br/overblog/baldinir-bezerra-retrato-tocante-dos-anos-80-i e acessado aos 22 de agosto de 2011 às 23h44min.
NADALON, Nadia. São Julião: de abrigo para isolados da sociedade a referência de tratamento na América Latina. http://www.capitalnews.com.br. Reportagem especial - 01/02/2010 – 09h23min. Disponível em http://www.capitalnews.com.br/ver_not.php?id=86776&ed=Reportagem%20especial&cat=not%EDcias, acessado em 22 de agosto de 2011 às 23h15min.
SÃO JULIÃO. Hanseníase: a trajetória de um grande homem. http://www.sjuliao.org.br. Disponível em http://www.bengalalegal.com/villacha e acessado aos 22 de agosto de 2011 às 24h00min.
4. SITES
http://www.sjuliao.org.br/lino.htm http://www.sjuliao.org/aarhb.html http://www.educamor.net/reflexoes/lino/lino_saiba_mais.htm http://www.bengalalegal.com/villacha http://www.capitalnews.com.br/ver_not.php?id=86776&ed=Reportagem%20especial
&cat=not%EDcias http://www.overmundo.com.br/overblog/baldinir-bezerra-retrato-tocante-dos-anos-80-
i http://governo-ms.jusbrasil.com.br/politica/7176151/escola-lino-villacha-tera-reforma-
de-r-1-3-milhao http://www.anuarioeducativo.iela.ufsc.br/ http://www.administrando.biz/2009/09/01/lutar-e-viver/
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CANÇÃO DA SINCERA AMIZADE
Não olhes só para meu tronco retorcido.
Levante os olhos: lá em cima tem flores...
Não me queira mal pelas minhas nuvens negras:
em meu coração sei também ser azul...
Não me amaldiçoe só pelos meus espinhos.
Lembre-se: também sou rosa...
Desculpe: há muitas montanhas.
E eu tenho que ser torto para ser caminho.
E no fim sempre existe um vale.
Vamos: apague as luzes de sua varanda.
Assim verá melhor a ciranda das estrelas...
Lino Villachá.
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ESCOLA ESTADUAL LINO VILLACHA Rua HAROLDO PEREIRA, 887 – BAIRRO NOVA LIMA – CEP 79017-065
Campo Grande-MS – Fone: (0xx67) 3354-2239
“... O nome de Lino villachá tem que circular na sua comunidade, como mais um árduo trabalho a que não se furtará – para que as crianças, jovens e adultos vivam o seu exemplo de força de vontade e persistência, para que acreditem em si mesmos – para que conheçam, cada um, o seu potencial e possam vencer as limitações impostas pelas adversidades, mas não impossíveis de serem ultrapassadas ...“
(Comunidade do Bairro Nova Lima).