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II CONINTER – Congresso Internacional Interdisciplinar em Sociais e Humanidades
Belo Horizonte, de 8 a 11 de outubro de 2013
DINÂMICA ENTRE AS NOVAS TECNOLOGIAS ALIADAS AOS PROJETOS PEDAGÓGICOS DA REDE ESTADUAL DE ENSINO EM
CAMPOS DOS GOYTACAZES_RJ
TAVARES MARY JEANNE GOMES VIANA. (1); RODRIGUES, DANIELE FERNANDES (2); SOUZA,CARLOS HENRIQUE MEDEIROS DE (3)
1. Universidade Estadual do Norte Fluminense – UENF
E-mail: [email protected]
2. Universidade Estadual do Norte Fluminense- UENF E-mail: [email protected]
3. Universidade Estadual do Norte Fluminense- UENF
E-mail: [email protected]
RESUMO Quando o assunto é tecnologia e internet percebe-se grandes transformações no cenário mundial. Uma das características mais marcantes da sociedade no século XXI é o avanço cada vez mais intenso das tecnologias da informação e comunicação. O uso das mídias digitais vem adquirindo importância cada vez maior em diferentes segmentos da sociedade e no que tange à educação, se faz necessário refletir e discutir sobre as inúmeras possibilidades e desafios da inserção de projetos e ações que envolvam a utilização das NTIC’s no contexto educacional. Este artigo teve como objetivo analisar a relação do uso das novas tecnologias da informação e comunicação com os projetos pedagógicos das escolas, a fim de demonstrar as possibilidades e resultados da utilização destes recursos tecnológicos no processo de ensino aprendizagem. Do ponto de vista dos objetivos podemos classificar esta pesquisa como descritiva à medida que descrevemos como acontece a relação entre uso do laboratório de informática e os projetos desenvolvidos em alguns Colégios Estaduais em Campos dos Goytacazes e explicativa, pois o artigo em questão explica os resultados obtidos por dois destes Colégios pesquisados. Dentre algumas conclusões, pode-se citar que, os recursos tecnológicos vinculados aos projetos dos colégios contribuíram para uma dinamização de todo o processo de ensino, gerando uma grande motivação entre alunos e professores, visto que é para esse universo de trabalho que a educação caminha.
Palavras-chave: Educação. Novas Tecnologias de Comunicação. Projetos Pedagógicos.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
As entidades educacionais vem utilizando cada vez mais os recursos digitais, incluindo
inclusive nos projetos políticos pedagógicos das escolas e também nos projetos que fazem
parte das esferas mais elevadas dentro dos setores da secretaria de educação.
Percebendo-se a necessidade de capacitar os profissionais e até envolvê-los com a
utilização de novos equipamentos tecnológicos, como por exemplo: notebooks e tablets que
o governo tem oferecido aos professores da rede estadual. Novos programas e projetos vêm
sendo desenvolvidos nos últimos anos com o propósito de incentivar o uso destas novas
tecnologias em sala de aula como agente facilitador de aprendizagem, também com a
intenção de ser facilitador para os professores criou a função dos Mediadores de Tecnologia
na Educação, cujo objetivo geral é envolver o professor nas suas práticas diárias utilizando
as tecnologias naturalmente.
E os professores quando se veem de frente a esse novo desafio? Como resolvem a
situação? Buscam aprender a utilizar estas novas tecnologias educacionais? Conseguem
interagir com os alunos, assumindo os erros e acertos? O que fazem para perder o medo
diante do novo?
A utilização das NTIC's na educação requer uma nova forma de pensar e de agir. Para lidar
com a rapidez e abrangência das informações, muitas das vezes o aprendiz é desafiado a
questionar, pensar, expressar suas dúvidas, sendo-lhe permitido formular questões que
tenham significado para ele, partindo de seus interesses.
O maior problema citado por diversos autores é como os professores se envolvem com as
novas propostas educacionais, utilizando as novas ferramentas tecnológicas aliadas aos
conteúdos, ao currículo mínimo que tem que cumprir. O que se pretende neste artigo é
contribuir para a discussão da proposta pedagógica das escolas, onde será possível
verificar se os projetos pedagógicos estão sendo mediados com o uso das novas
ferramentas tecnológicas, pois antes mesmo de aprender a escrever, muitas crianças
aprendem a manipular o mouse e o teclado, a jogar no computador e buscar brincadeiras e
novas descobertas na Internet, são os nativos digitais.
É inquestionável que os recursos digitais vieram para ficar e também revolucionar as
práticas pedagógicas, uma vez que as novas tecnologias exigem que se reavalie todo o
processo ensino-aprendizagem. Essas ferramentas permitem o desenvolvimento da
autonomia e a formação de cidadãos com discernimento e respeito ao trabalho dos outros.
Portanto o grande desafio que cerca educadores e educando atualmente é incluir os objetos
de aprendizagem, as novas ferramentas tecnológicas ao processo educativo. Isso exige o
rompimento com métodos e metodologias cristalizadas com o tempo. Desta forma o
problema central da investigação deste artigo é se o uso das novas tecnologias da
informação e comunicação atrelados aos projetos pedagógicos da escola contribui de
maneira satisfatória dentro do mesmo. É importante ressaltar que foi a partir das
observações realizadas por um profissional na área da educação e tecnologia que atua
dentro de alguns Colégios Estaduais prestando assistência pedagógica, na função de
Mediador de Tecnologia na Educação, que surgiu o problema da pesquisa.
Os pontos mais relevantes percebidos nas discussões trazidas para reflexão dos
professores no LIED (Laboratório de Informática Educativa) dos Colégios Estaduais foram
praticamente os mesmos, onde envolvia a utilização de novas dinâmicas com os alunos e
também de que forma os professores poderiam participar das oficinas oferecidas pela
Mediadora de Tecnologia Educacional.
Questões levantadas durante as discussões:
Das novas habilidades do século XXI, quais foram às mudanças? Elas foram
para melhor ou não?
A Internet nos auxilia ou nos atrapalha?
Tenho medo da nova ferramenta? Como enfrentar este medo?
Como posso utilizar as NTIC´S (Novas Tecnologias da Informação e
Comunicação) em sala de aula?
E a partir das reflexões e discussões realizadas com os professores foi possível definir como
primeira hipótese: a utilização das novas tecnologias em sala de aula é um desafio, todavia,
com a construção de estratégias de ensino adequadas poderá oferecer inúmeras
possibilidades e benefícios ao processo de ensino aprendizagem frente ao contexto que se
apresenta.
Este artigo teve como objetivo geral analisar a relação do uso das novas tecnologias da
informação e comunicação com os projetos pedagógicos e seu uso diário dentro de alguns
Colégios Estaduais.
Dentre os objetivos específicos percebe-se a importância de analisar a influência das novas
tecnologias na relação de interdisciplinaridade nas aulas, conteúdos, projetos e identificar os
resultados obtidos através do uso do Laboratório de Informática atrelados as aulas e
projetos dos Colégios investigados.
NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO _
NTIC’S
“A tecnologia invadiu as casas, empresas, instituições de todos os tipos, a sociedade como
um todo está se tornando informatizada” (KACHAR, 2003, p.51).
A sociedade contemporânea vem passando por inúmeras mudanças em todas as áreas do
conhecimento humano. Os impactos produzidos nos últimos tempos na sociedade através
dos avanços tecnológicos têm provocado uma profunda reestruturação no estilo de conduta,
atitudes, hábitos, crenças e tendências das populações mundiais.
Estamos diante de uma nova sociedade, de um novo século que busca o conhecimento de
forma indiscriminada, aliando este, ao acesso a informação. As novas tecnologias estão
impactando todo o universo social e gerando novas dinâmicas em todos os seguimentos,
principalmente no que se refere à educação. Segundo Dowbor (2001), o conhecimento
deixou de ser uma matéria para se tornar um “fluido” que de forma flexível e ilimitada
percorre todos os contextos e espaços.
Novas práticas surgiram, novos costumes e tendências. Inúmeras nomenclaturas são dadas
ao momento em que estamos vivendo. Fala-se de era digital, era do computador, sociedade
midiática, entre outros. A sociedade passou a ser denominada pelas ferramentas que utiliza
para se modernizar e não pelos seus feitos. O fato é que mudamos, ou foi o mundo que
mudou?
Para responder tal indagação Castells afirma que :
Nós sabemos que a tecnologia não determina a sociedade: é a sociedade. A sociedade é que dá forma à tecnologia, de acordo com as necessidades, os valores e os interesses das pessoas que utilizam as tecnologias. Além disso, as tecnologias de comunicação e informação são particularmente sensíveis aos efeitos dos usos sociais da própria tecnologia. (CASTELLS 2005, p.17)
Souza (2003) salienta que as tecnologias se sucedem uma a uma e o novo de hoje é fruto
de um amadurecimento de uma evolução que se desenvolve progressivamente, ou seja, o
novo de hoje é o avançado do ontem e o ultrapassado do amanhã.
Neste sentido Kenski pontua que (2006, p. 23),
As novas tecnologias de informação e comunicação, caracterizadas como midiáticas, são, portanto, mais do que simples suportes. Elas interferem em nosso modo de pensar, sentir, agir, de nos relacionarmos socialmente e adquirirmos conhecimentos. Criam uma nova cultura e um novo modelo de sociedade.
Significativas transformações são identificadas na sociedade desde 1ª da revolução
industrial. A partir das mudanças ocorridas no contexto social desde século XVIII até os
dias atuais, a sociedade atravessa por inúmeros caminhos de modernização em busca do
mundo autônomo, ágil e interativo. Os avanços fazem parte de uma nova ordem econômica
que dita as regras, apontando as necessidades do novo mundo, ou de uma nova era: da
informação.
Com a chegada da internet nos anos 90 a sociedade se viu diante do mais poderoso meio
de comunicação e informação do mundo. Essa ferramenta possibilitou junto ao computador
uma gama de facilidades possibilitando aos indivíduos recursos necessários para fazer
compras sem sair de casa, conhecer várias pessoas de países diferentes, trocar de
informações, cursar um curso à distância, entre tantos outros exemplos podemos citar da
própria realidade na qual estamos inseridos.
Souza (2003), em seu livro Comunicação, Educação e Novas Tecnologias, relata que o
maior beneficio trazido pela internet é “sem dúvida a grande transformação social que ela
tem proporcionado. Quando falamos em social nos referimos à troca do conhecimento entre
as pessoas através da reciprocidade ou convivência “ (p. 67).
Neste contexto, Silveira (2001) aponta que:
A informação penetrou na sociedade tal como a energia elétrica. Resultante da revolução industrial, reconfigurou a vida das cidades. O computador ícone da nova revolução, ligado a rede está alterando a relação das pessoas com o tempo e com o espaço [...] estamos falando de uma tecnologia que permite aumentar o armazenamento, o processamento e a análise de informações, realizar bilhões relações entre milhares de dados. ( SILVEIRA 2001, p. 15)
Sabemos que tanto a informação como a comunicação passou por fases que acompanham
o contexto social vigente de cada época, fazendo parte das necessidades de cada
sociedade, onde ferramentas como cartas, livros, telegramas surgiram a fim de otimizar e
aproximar uma comunicação não interativa na época, e hoje tais ferramentas são
substituídas pelos celulares, chats, e-mails, mensagens instantâneas entre outros, onde
esta passou a ter interatividade.
O mundo se virtualizou permitindo aos seus usuários navegar por um vasto meio de
informações que possibilita o acesso ao que se interessa de forma quase imediata, como
afirma Castells (2003) “ (...) a internet é um meio de comunicação que permite pela primeira
vez a comunicação de muitos com muitos”. (p. 8)
Neste sentido, Bairon (1995) complementa sobre a ferramenta computador, afirmando que:
O computador não é mais, no caráter sócio-técnico, uma máquina autônoma e intermediária de duas fontes de comunicação: o emissor e o receptor, (...) o significante e o significado, o sujeito e o objeto, o usuário e a máquina, pois encontra-se escancarado tantos em suas interfaces quanto em suas possibilidades interativas, de forma quase imprevisível (BAIRON 1995, p. 17)
Segundo Souza (2003), estamos diante de várias mudanças na sociedade moderna,
trazidas pela cultura digital. Inferimos que estamos diante de uma nova forma de produção
social do espaço, na qual o tempo e espaço são destituídos de lugar físico, conceito este
que precisa ser incorporado pela sociedade vigente de forma quase instantânea.
Falar sobre tempo e espaço em uma sociedade que não se utiliza mais de espaço físico
para construir suas relações, é um tanto espantoso para indivíduos que nasceram em
tempos e espaços diferentes, onde o conceito de espaço era vinculado à matéria e muito
bem demarcado pelos conceitos da física. Porém hoje o nosso espaço está em qualquer
lugar, seja no Brasil ou fora dele, seja em casa, na escola ou no trabalho. Essa mobilidade
de se estar onde quiser é que transforma e tem transformado as nossas relações e o nosso
cotidiano.
Os avanços tecnológicos da sociedade moderna têm permitido um distanciamento progressivo dos indivíduos de suas referências de tempo e espaço, chamado de desencaixe (...). O espaço concreto cria seu oposto, o espaço virtual, e novas formas de contatos interpessoais. (...) o desencaixe seria o deslocamento das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação através de extensões indefinidas de tempo-espaço. Daí emerge o que denominamos de ciberespaço, isto é, um dos processos contemporâneos de desencaixe, promovido pela telemática (GIDDENS, 1994 apud SILVA & SILVA, 2006).
Sobre este conceito de ciberespaço Pierre Lévy (2000) diz que é
(...) o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ele abriga, assim como os seres humano que navegam e alimentam esse universo” (PIÉRRE LEVY 2000, p.17).
Essa mobilidade instantânea que nos transporta para onde queremos sem a necessidade de
sair do lugar, é que talvez permita ser um dos mais valiosos meios de promover uma
educação interativa, participativa e significativa.
Neste sentido D’Ambrósio constata que:
Estamos entrando na era do que se costuma chamar a “sociedade do conhecimento”. A escola não se justifica pela apresentação de conhecimento obsoleto e ultrapassado e muitas vezes morto, sobretudo, ao se falar em ciências e tecnologia. Será essencial para a escola estimular a aquisição, a organização, a geração e a difusão do conhecimento vivo, integrado nos valores e expectativas da sociedade. Isso será impossível de se atingir sem a ampla utilização de tecnologia na educação. Informática e comunicações dominarão a tecnologia educativa do futuro. (D’AMBRÓSIO, 1996, p. 80).
Assim os meios tecnológicos mediados pelo contexto educacional podem atuar como um
canal de construção de informação, e os mesmos podem ser transformados em
conhecimento por seus usuários.
Contudo, é fato que a tecnologia modificou de maneira singular e com muita velocidade a
vida da sociedade, alterando sua forma de acessar informações e adquirir conhecimentos.
As novas tecnologias mostram como as pessoas e os recursos de informação podem ser
usados como uma ferramenta interativa, possibilitando a troca de experiência significativas
que podem fornecer mecanismos essenciais para a construção novos aprendizados.
INTERDISCIPLINARIDADE, REALIDADE OU NECESSIDADE?
Com tantas transformações ocorrendo simultaneamente em todas as esferas sociais, nos
deparamos com a necessidade de também transformar nossas ações. No contexto escolar,
cenário primordial para a evolução da sociedade, se faz necessário pensar e repensar em
práticas educativas que traduzem a necessidade e a realidade da sociedade no qual
estamos vivendo. Sabe-se que não podemos buscar soluções de forma isolada para a
relação ensino-aprendizagm, pois é a dimensão do conhecimento, nas suas mais variadas
manifestações, que foi sendo modificada de forma radical. Metodologias e práticas dentro do
contexto escolar devem estar coerentes com as mudanças sociais, e, assim como as novas
tecnologias, a interdisciplinaridade pode representar uma possibilidade para uma adequação
a essa realidade.
No Brasil a interdisciplinaridade vem sendo amplamente discutida desde o final da década
de 60 onde influenciou na elaboração da Lei de Diretrizes e Bases Nº 5.692/71, mas
sobretudo com varias distorções. Desde então vários documentos de orientação à
educação como a LDB Nº 9.394/96 e como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN)
propõe a construção de um saber que proporcione ao aluno um conhecimento mais
abrangente, do que meras disciplinas isoladas, de modo que estes possam efetivamente se
integrar na sociedade, atuando, interagindo e interferindo sobre ela. (CARLOS, 2007).
No que se refere a sua conceituação, sabemos que esta não tem uma única e estável
definição, pois compreender a interdisciplinaridade depende do ponto de vista único e
subjetivo e das vivências de cada um.
Segundo Masetto (2005) a interdisciplinaridade é a produção de um novo conhecimento que
acontece à luz de duas ou mais áreas do saber no momento em que elas estabelecem um
diálogo entre si e permita uma nova visão da realidade.
Na perspectiva escolar, a interdisciplinaridade não tem a pretensão de criar novas disciplinas ou saberes, mas de utilizar os conhecimentos de várias disciplinas para resolver um problema concreto ou compreender um fenômeno sob diferentes pontos de vista. Em suma, a interdisciplinaridade tem uma função instrumental. Trata-se de recorrer a um saber útil e utilizável para responder às questões e aos problemas sociais contemporâneos (BRASIL, 2002, p. 34-36).
Para Japiassu (1976, p.74): “A interdisciplinaridade caracteriza-se pela intensidade das
trocas entre os especialistas e pelo grau de interação real das disciplinas no interior de um
mesmo projeto de pesquisa”.
No contexto atual a interdisciplinaridade propõe o rompimento de barreiras para a união de
saberes que antes era fragmentado no sentido em que estes se tornem conhecimento para
os alunos de forma prazerosa e inovadora. Temos observado uma difusão das tecnologias
de todos os setores e em todas as instituições, onde se torna quase impossível não estar
imerso neste universo cada vez mais tecnológico.
Assim, a interdisciplinaridade é a ponte entre os saberes isolados e até mesmo perdidos no
contexto escolar. Usar as novas tecnologias aliadas aos conteúdos das disciplinas produz
uma nova forma de aprender e ensinar, onde a relação ensino aprendizagem ultrapassa os
modelos rígidos e engessados da educação.
É importante salientar que lançar mão da interdisciplinaridade no contexto escolar supõe
formar alunos criativos, críticos, pensantes, onde consigam dialogar com mesmo objeto de
estudo com diversas perspectivas e olhares, assim a aquisição de conhecimento deixa de
ser um processo restrito para ser amplo, livre e significativo.
A ERA TECNOLÓGICA E O ENSINO APRENDIZAGEM
A partir das reflexões de Souza (2003) o papel das novas tecnologias da informação e da
comunicação neste novo cenário do desenvolvimento das relações sociais vem ganhando
particular relevo no âmbito educacional, na perspectiva de determinar a melhoria da
qualidade dos processos de construção e produção do conhecimento e de fortalecer cada
vez mais o processo de ensino e aprendizagem, mediante o auxílio das ferramentas
tecnológicas nos espaços de formação.
Para Souza (2009), a educação não está descolada da realidade material e subjetiva que a
gera. Sendo assim, o desenvolvimento de relações sociais de novo tipo, resulta na
necessidade de desenvolvimento de novos processos educativos, o que faz com que as
novas tecnologias da informação e comunicação (NTIC´s) adquiram uma importância
fundamental.
Souza afirma ainda que frente ao uso das novas tecnologias, o papel do professor avança
não no sentido do seu descarte, mas na transformação do papel de mero transmissor de
conteúdos para facilitador e estimulador do processo de ensino aprendizagem.
É importante salientar a opinião de Cysneiros (1999) que vê as novas tecnologias como
mais um dos elementos que podem contribuir para melhoria de algumas atividades nas
salas de aula, mas esclarece que o fato de se treinar professores em cursos intensivos e de
se colocar equipamentos nas escolas não significa que as novas tecnologias serão usadas
para melhoria da qualidade do ensino.
E ele vai mais além defendendo que as aplicações da tecnologia no processo ensino
aprendizagem muitas das vezes não mexem qualitativamente com a rotina da escola, do
professor ou do aluno, sem realizar mudanças substantivas, quando na realidade mudam-se
apenas as aparências.
Em seu primeiro livro, Souza (2003) também já havia feito uma referência ao cuidado que se
deve ter com a introdução das novas tecnologias na sala de aula, quando afirma que:
(...) a introdução dos computadores no dia-a-dia da escola tem que acontecer de forma cautelosa e bem articulada, pois não será a máquina nem tampouco suas aplicações que melhorarão o processo pedagógico e sim seu uso combinado com estratégias adequadas à realidade dos alunos, levando em consideração suas necessidades, motivação, desenvolvimento cognitivo e interesse. (Souza, 2003)
Segundo Cysneiros (1999) a presença da tecnologia na escola, mesmo com bons softwares
não estimula os professores a repensarem seus modos de ensinar nem os alunos a
adotarem novos modos de aprender. Afirma ele que é muito importante que coloquemos tais
máquinas nas mãos de nossas crianças e adolescentes, porém sempre predominando o ato
de educar, de examinar criticamente.
A partir das colocações do autor acima citado precisamos refletir amplamente sobre o papel
dos recursos tecnológicos em sala de aula, descortinando ilusões e se embasando em
experiências concretas de sucesso, como no caso dos Colégios Estaduais citados neste
artigo, instituições de ensino que promoveram mudanças reais no seu dia-a-dia e na vida
dos seus alunos conforme tem o intuito de demonstrar este artigo.
Concordamos com pensamento de Souza (1993) quando diz que “...só quem vive a
realidade do dia-a-dia poderá ter subsídios para encontrar soluções viáveis e realistas”. As
novas tecnologias da informação e comunicação (NTIC´s) ao serem introduzidas no dia-a-
dia da escola devem promover muito mais do que “aparências”, mais que um aparato digital
de última geração é de extrema importância que as novas tecnologias ajudem a promover a
geração de novas idéias e consequentemente a inovação. Conforme corrobora Souza “elas
precisam ser aproveitadas pela educação para preparar o novo cidadão. Aquele que deverá
colaborar na criação de um novo modelo de sociedade, em que os recursos tecnológicos
sejam utilizados como auxiliares no processo de evolução humana”. (SOUZA, 1993,
pag.105)
RELATO DE EXPERIÊNCIAS: USO DAS NOVAS TECNOLOGIAS EM
SALA DE AULA
Os relatos de experiências contidos neste artigo foram baseados em Colégios Estaduais
inseridos na Região de Campos dos Goytacazes.
Conforme gráfico 1 foram observados seis colégios estaduais, dos quais dois serão
apresentados neste artigo, tendo sido utilizado como critério de escolha a localização dos
mesmos. O C. E. José do Patrocínio por estar situado na região central de Campos dos
Goytacazes e o C. E. Nelson Rebel por estar situado no interior.
Estatística sobre o uso das Novas Tecnologias no 1º bimestre de 2013_ Escolas Estaduais,
dentro da Supervisão do Multiplicador Tecnológico
CEJOPA - Colégio Estadual José do Patrocínio
CEDOA - Colégio Estadual Dom Otaviano
CIEP - João Borges Barreto
CIEP - Nilo Peçanha
CIEP - Luis Carlos de Lacerda
CENPRE - Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel
Com relação aos colégios com maior número de professores, pode-se observar que os que
obtiveram o maior índice quantitativo foram o CEJOPA e o CEDOA. Quando o assunto
abordado foi número de computadores existentes no LIED o colégio com maior índice foi o
CEJOPA, acompanhados logo depois pelo CIEP João Borges Barreto e CIEP Nilo Carlos de
Lacerda. Referente a professores que utilizam o LIED (Laboratório de Informática Educativa)
o colégio com maior índice de utilização por parte dos professores foi o CIEP Nilo Carlos de
Lacerda, sendo também aquele onde há o maior índice de professores que não utilizam o
LIED. Já com relação a utilização de vídeos e projetores para desenvolvimento das aulas, o
colégio com melhor índice foi o CENPRE. A pesquisa também demonstrou que o Colégio
que mais utiliza o blog como uma metodologia pedagógica é o CIEP Nilo Carlos de Lacerda,
seguido pelos colégios: CENPRE e CIEP Luis Carlos de Lacerda.
COLÉGIO ESTADUAL JOSÉ DO PATROCÍNIO O Colégio Estadual José do Patrocínio (CEJOPA), fundado em 1962 situado à Rua Cora de
Alvarenga, no parque Leopoldina em Campos dos Goytacazes_RJ possui um total de
aproximadamente 100 educadores de diversas áreas, que atendem aproximadamente 2000
alunos divididos nos turnos da manhã, tarde e noite, atendendo uma clientela desde o
Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos.
Metodologia utilizada no Colégio Estadual José do Patrocínio
Este estudo foi realizado a partir de observações no Colégio Estadual José do Patrocínio,
que pertence a uma rede pública de ensino, onde atende 2000 alunos, nos três turnos, na
Cidade de Campos dos Goytacazes, RJ. Iniciamos a pesquisa no segundo semestre de
2011, onde permanecemos até o final do mesmo, em conjunto com o laboratório de
informática educativa (LIED) acompanhado pela Orientadora Tecnológica do colégio.
O artigo em questão ressalta as atividades realizadas com o 6º ano e 7º ano do Ensino
Fundamental, envolvendo professores das disciplinas história, geografia e português, onde
buscamos conhecer de que forma as novas tecnologias da comunicação e informação foram
utilizadas no contexto de ensino-aprendizagem.
Com base em Gil (1991) do ponto de vista dos objetivos este trabalho classifica-se como
exploratório, pois visa proporcionar uma maior familiaridade com o problema com vistas a
torná-lo explicito ou a construir hipóteses. Envolve levantamento bibliográfico, entrevista
com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado.
Antes de partir para as observações na escola, diálogos com professores e alunos, foi
realizado uma revisão bibliográfica que nos permitiu verificar o uso das novas tecnologias e
o desempenho dos alunos e professores, durante as oficinas, aulas e saídas de campo.
Durante contato realizado com quinze professores do Ensino Fundamental das áreas de
educação física, artes, inglês, biologia / ciências, história, matemática, português, foi
aplicado um questionário para levantamento do perfil dos mesmos com relação a utilização
dos recursos tecnológicos no contexto em sala de aula, com o propósito da realização de
oficinas de capacitação para tais professores.
Através das oficinas, conversas, interpretações e citações de alguns professores, optou-se
por aliar o projeto “horta na escola” e as ferramentas tecnológicas utilizando o laboratório de
informática como espaço de interdisciplinaridade. Ainda neste contexto foi possível
acompanhar o desenvolvimento de uma aula de geografia que utilizou recursos tecnológicos
como ferramentas de ensino para aproximar alunos com a realidade estudada.
Informações importantes sobre os projetos e aulas do C. E. José do Patrocínio
Projeto Horta na Escola_ além da parceria da Secretaria Municipal de Agricultura,
que forneceu as mudas e sementes de alface, rabanete, salsinha, cebolinha verde e
cenoura, eles contaram com a parceria da Animadora Cultural da Escola.
Os alunos participaram do plantio, conservação, colheita e degustação das hortaliças e
leguminosas plantadas na escola, demonstrando muito interesse e motivação, já que
estavam participando de um projeto que permitia que saíssem da sala de aula e pudessem
ver na prática o conteúdo abordado.
Foi sugerido que fizessem uma parceria da Informática Educativa e o Projeto Horta na
Escola, aproveitando o momento para trabalhar a interdisciplinaridade e pluralidade de
conhecimentos e com isso envolver os alunos no uso do computador e da internet como
ferramenta pedagógica. O tema sugerido para a pesquisa foi sobre receitas com alimentos
saudáveis e reaproveitamento de alimentos.
Algumas regras permearam esta primeira etapa:
Agendar o horário no laboratório de informática, uma vez por semana;
Sites de busca, pesquisa direcionada, utilização de processador de texto,
ferramentas para copiar e colar imagens, e salvar, abrir pastas e arquivar documentos;
Pesquisa e cuidado ao utilizar a Internet.
A primeira etapa, que foi relacionada acima, teve duração de quase dois meses.
Depois da pesquisa pronta, começaram a elaborar o livro de receitas coletadas da Internet e
recebidas das vovós e tias dos alunos.
A utilização das novas tecnologias digitais, envolvendo alunos do 6º ano (idade de 10
a 12 anos), nas duas turmas que participaram deste momento (em média 30 alunos cada
turma) foi bem interessante. Alguns alunos puderam aprender muitas coisas novas, pois
utilizaram o Linux e BrOffice Writer, fizeram pesquisas na Internet utilizando o Google e
anotando a fonte de pesquisa.
Para concluir o trabalho resolveram elaborar um blog, com a participação de alguns alunos e
sugestões de outros. Como o número de alunos era grande, cada equipe tinha quatro
alunos, que por sua vez trabalharam em dupla e depois compartilhavam suas ideias e
partiam para a elaboração do blog com as receitas e dicas de reaproveitamento de
alimentos, além do livro de receitas.
Aula de Geografia _África _ para alunos do 7º ano;
A aula de geografia _ Professora e alunos foram para o LIED e após explanação do
que seria avaliado: verificar imagem da áfrica, sociedade, pobreza, saúde modo de viver,
enfim a professora pediu um relatório de tudo que pudessem observar que existia na África;
Só que para surpresa de todos, os alunos muito imaturamente ficaram surpresos
com tamanha pobreza, falta de higiene e subnutrição;
Neste momento foi possível interferir explicando que bem próximo a eles, aqui
mesmo em Campos dos Goytacazes existia algo bem parecido, o chamado “Lixão”;
O fato foi levado a direção da escola, que conseguiu um ônibus e assim foi elaborado
um roteiro para a visita, onde os alunos deveriam observar o local, fazer perguntas se
desejassem e ao final elaborar um vídeo, utilizando o recurso do Movie Maker para que
posteriormente fosse apresentado a outras turmas, fazer exposição de fotos e mostrar
nossa realidade nua e crua, não tão diferente de outros países, de outras culturas.
Neste sentido foi possível reafirmar o que Moran (2007) propõe:
As redes digitais possibilitam organizar o ensino e a aprendizagem de forma mais ativa, dinâmica e variada, privilegiando a pesquisa, a interação e a personalização em múltiplos espaços e tempos presenciais e virtuais. Assim, a organização escolar precisa ser reinventada para que todos aprendam de modo mais humano, afetivo e ético, integrando os aspectos individual e social, os diversos ritmos, métodos e tecnologias, para ajudarmos a formar cidadãos plenos em todas as dimensões (MORAN, 2007, p.65).
COLÉGIO ESTADUAL NELSON PEREIRA REBEL
O Colégio Estadual Nelson Pereira Rebel (CENPRE), fundado em 1957 situado no 7ª
distrito_ Travessão de Campos dos Goytacazes_RJ possui um total de aproximadamente 80
educadores de diversas áreas, que atendem aproximadamente 1000 alunos divididos nos
turnos da manhã, tarde e noite, atendendo uma clientela desde o Ensino Fundamental II,
Ensino Médio e Educação de Jovens e Adultos.
Possui Laboratório de Informática Educativa, porém neste momento está sem o link da
Internet, aguardando o MEC fazer sua instalação, tem um auditório com TV, Projetor e Sala
multimídia, que são muito bem utilizados pelos professores. Utilizam os Kits oferecidos pelo
Governo como por exemplo o da TV Escola , entre outros vídeos educativos.
O USO DA TECNOLOGIA MÓVEL COMO FERRAMENTA
PEDAGÓGICA – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA NO C. E. NELSON
PEREIRA REBEL (INTERIOR)
A invasão da tecnologia talvez seja mais evidente na proliferação de celulares, e muitos
deles são mais do que um simples telefone. Com modelos modernos onde se pode acessar
a internet, receber e-mails, ver TV, tirar fotos, fazer vídeos, etc.
No mundo inteiro, quase 70% dos usuários de celular vivem em países em
desenvolvimento. Assim ele é o primeiro aparelho de comunicação de alta tecnologia a ter a
maioria de seus usuários nesses países. Os principais problemas relacionados com a
tecnologia nos meios populares de comunicação e de mídia talvez sejam vício e distração.
Mas será que os mesmos aparelhos também podem fazer o bem? Como usá-los de maneira
equilibrada, sem incomodar aos outros?
Nesse ponto é que a parte pedagógica nos fala mais alto, devemos tirar proveito de todas
ou quase todas as situações que nos cercam com nossos alunos, e para tanto devemos
usar nossos olhos de “lince” para avaliar o que mais nos aproxima deles, neste caso, a
tecnologia, o celular, então vamos pensar e planejar. Foi seguindo esse raciocínio que um
professor deste Colégio, com a intenção de aproximar-se de seus alunos teve a idéia de
criar um Blog Educacional, onde ele posta os conteúdos dados em sala de aula, passa
atividades de pesquisa e orienta seus alunos a buscar novas pesquisas, uma vez que o uso
da internet nos possibilita um aprendizado não linear. Este professor, responsável pela
disciplina de história, cansado de dividir a atenção das aulas com os aparelhos passou a
utilizá-lo como ferramenta pedagógica, onde o aluno que tinha um celular sentava-se junto
com aquele que ainda não tinha. Após pesquisa solicitada pelo professor, cada grupo fazia a
apresentação do que havia entendido, tendo a responsabilidade de postar para todos os
colegas a tarefa realizada, pois esta estaria sempre vinculada a uma nota. Com esta
estratégia o professor conseguiu dinamizar a sua aula, reter a atenção do aluno por utilizar
uma nova tecnologia e ainda cumprir parte do currículo mínimo com seu conteúdo a ser
trabalhado.
O blog elaborado pelo professor e quem vendo sendo utilizado em suas aulas tem o
seguinte endereço na blogosfera: http://professormarcotoledo.blogspot.com. O colégio
percebendo os resultados positivos da iniciativa do professor, aproveitou a idéia e criou um
blog para acesso dos alunos e dos demais professores através do endereço:
http://colegionelsonrebel.blogspot.com.
É importante ressaltar que para haver um bom aproveitamento desta ferramenta pedagógica
aliada a tecnologia, é de extrema importância que haja planejamento, objetivos definidos,
metas traçadas de forma a nunca perder o foco, que no caso vem a ser trabalhar o conteúdo
do currículo mínimo aliado às novas tecnologias.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os professores são extremamente carentes de oficinas pedagógicas, onde possam
aprender a utilizar os recursos tecnológicos e verificar o que deve ser utilizado em sua aula,
justamente por que saem de uma escola e vão para outra, o que acaba comprometendo o
tempo de dedicação ao aperfeiçoamento e capacitação. Uma estratégia utilizada pelos
multiplicadores tecnológicos tem sido oferecer oficinas ao término do semestre, como por
exemplo, oficinas de Linux e de alguns objetos de aprendizagem. Esta iniciativa tem sido
realizada por diversos Mediadores Tecnológicos que fazem parte do NTE Campos dos
Goytacazes. O resultado tem sido bem produtivo, uma vez que é possível estimular os
professores a conhecer o uso pedagógico do “Linux”, que é um software livre utilizado nos
laboratórios de informática de diversas escolas públicas, do “geogebra”, que também é um
software livre que envolve a matemática, a geometria de maneira lúdica e amigável, o
“youblisher”, programa livre que transforma os arquivos salvos em PDF para livro Digital, o
Movie Maker, um software livre que nos possibilita inserir fotos e filmes, transformando-os
em um único cenário ou seja, reproduzir algo que foi pesquisado, fotografado e que depois
poderá ser editado em formato de filme. Cada um desses programas tem as suas
particularidades e através das oficinas pedagógicas oferecidas aos professores no final do
semestre, é possível desenvolvê-los pedagogicamente.
Dinâmicas, bem direcionadas e planejadas resultam positivamente no processo de ensino
aprendizagem, uma vez que direcionando o pensamento ao encontro do que se deseja
obter de resultados positivos com os alunos, fica mais fácil aprender de maneira mais
agradável, participativa e criativa. Essa união do que se pretende enquanto educadores e o
que os alunos precisam aprender enquanto estudantes, é que tem sido o ponto de partida
para que cada Mediador em Tecnologia Educacional lance suas ideias, possibilidades,
unindo as alternativas que estão no mercado, prontas para serem exploradas e utilizadas,
principalmente no ponto de vista pedagógico.
De acordo com o depoimento de uma das professoras dos Colégios envolvidos nesta
pesquisa, que pode perceber a evolução do projeto: “O empenho dos alunos, a motivação,
vontade de aprender a utilizar o computador e participar de atividades ambientais, foi uma
parceria perfeita, pois os alunos adoraram mexer com a terra e depois ter a oportunidade de
finalizar com o uso da tecnologia”, é possível concluir que a utilização das novas tecnologias
nos processos de ensino aprendizagem contribui positivamente para alunos e professores.
E que o objetivo principal da parceria (NTIC´s e processo de ensino aprendizagem), além
ensinar os alunos a utilizarem o computador, pesquisar na Internet e utilização do blog como
ferramenta pedagógica, possibilita o estabelecimento de relações significativas entre novos
conhecimentos e o desenvolvimento criativo, associados a um melhor relacionamento entre
alunos e professores. O trabalho com projeto, além de tudo ele é colaborativo, mas para
isso é necessário que se tenha um planejamento traçado e um objetivo a ser cumprido.
É possível, necessário e urgente que se utilize as Novas Tecnologias integrando-as aos
diversos projetos escolares, a fim de desenvolver a criatividade de alunos e professores,
proporcionando maior integração dentro de sala de aula, ou fora dela, favorecendo a uma
relação de respeito e afeto, um dinamismo de trabalhos que converge para um só caminho:
melhoria da educação pública brasileira.
As NTIC’s atreladas aos processos pedagógicos dos colégios pesquisados proporcionaram
inúmeras inovações ao processo de ensino aprendizagem, sendo possível reavaliar como
estão sendo elaborados os planejamentos de aula, percebendo-se a importância de planejá-
lo de modo que a novidade faça a diferença, que todos se envolvam buscando os novos
saberes através das novas tecnologias.
Sempre há pontos positivos e negativos no uso da Internet, dos blogs e do computador,
porém é necessário que este uso seja feito de maneira planejada, ponderada, focada para o
aluno e seu desenvolvimento pedagógico, sempre buscando dinâmicas adequadas ao seu
uso e proporcionando um melhor desenvolvimento dentro da qualidade do ensino.
É satisfatório findar um trabalho e dele colher frutos de forma relevante. Mesmo diante de
dificuldades, sentir a sensação de aprendizado e a multiplicação de saberes, constatando
que é possível continuar buscando novas formas de ensinar e aprender, é o que realmente
motiva professores e alunos a não desistirem da educação no Brasil.
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