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Distribui� Troia, 9 a 11 de novembro 2012
05
Competência em medicina do sonoSegundo a Dr.ª Paula Pinto, “a atual classificação de distúrbios do sono elenca 75 entidades nosológicas, verificando-se uma elevada prevalência na população desde a insónia, que atin-ge cerca de 20 a 30% dos indivíduos, à apneia do sono, com 2 a 4%, até à enorme prevalência das alterações do padrão de sono-vigília, com as suas consequências nefastas para a saúde e para a sociedade”.
03
Comissão de Trabalho de Reabili-tação RespiratóriaÉ atualmente consensual que “a doen-ça pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ultrapassa as fronteiras do pulmão e vias aéreas”, explica o Dr. João Munhá, dizendo ainda que “o peso das suas consequências sistémicas e das co-morbilidades associadas é reconhecido em diversos documentos de consenso, nomeadamente na última revisão do GOLD, que explicita o contributo destas para a severidade global da doença”.
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Revista das revistas – TuberculoseA tuberculose, que a ciência conhece bem, que sabe como diagnosticar, pre-venir e tratar, “continua a ser uma das mais importantes causas de morbilidade e mortalidade mundiais”, refere a Dr.ª Raquel Duarte. E acrescenta: “Os novos meios complementares de diagnóstico pretendem ser mais fáceis de usar en-quanto mantêm a sensibilidade e espe-cificidade dos testes anteriores.”
05
MET, Medical Emergency team – vale mais prevenir que remediarO primeiro elo da cadeia de sobrevi-vência é o reconhecimento precoce do doente em risco e a prevenção da pa-ragem cardiorrespiratória (PCR). “A per-centagem de doentes que têm alta para o domicílio, pós-PCR intra-hospitalar, é inferior a 20%. No meio intra-hospita-lar, a resposta ao doente que está em risco de vida nem sempre é a mais ade-quada”, comenta o Prof. Doutor Álvaro Moreira da Silva.
n.º1sábado, 10
n.º2domingo, 11
Prof. Doutor Carlos Robalo
Cordeiro
DIÁRIOwww.jasfarma.com
do
Em colaboração com
É atualmente consensual que a doença pulmonar obstrutiva cró-nica (DPOC) ultrapassa as frontei-
ras do pulmão e vias aéreas. O peso das suas consequências sistémicas e das co-morbilidades associadas é reconhecido em diversos documentos de consenso, nomeadamente na última revisão do GOLD, que explicita o contributo destas para a severidade global da doença.
Estas refletem-se tanto no prog-nóstico como no espetro sintomático. A fraqueza muscular, as alterações nutricionais, a ansiedade e depressão, a osteoporose são comuns nas pessoas com DPOC, que, por sua vez, sofrem fre-quentemente de insuficiência cardíaca ou cardiopatia isquémica, de alterações vasculares periféricas ou de alterações metabólicas. Esta perigosa constelação afeta a sobrevida e a qualidade de vida, aumenta a utilização de recursos de saúde e contribui para a limitação da tolerância ao exercício, para a dispneia
e para o ciclo vicioso de inatividade e descondicionamento.
A chave para a otimização te-rapêutica está tanto no tratamento farmacológico como no não farmaco-lógico. A reabilitação respiratória (RR) integra o tratamento da pessoa com DPOC sintomática, complementando a terapêutica farmacológica. Ao contrário desta última, dirige-se principalmente aos componentes não pulmonares da doença.
É relevante o facto de a reabilita-ção ser reconhecidamente benéfica no tratamento de algumas patologias as-sociadas à DPOC, com componentes em tudo semelhantes aos usados em RR -- treino muscular, educação e autoges-tão, suporte nutricional e psicológico. É, pois, realista pensar que estes doentes possam beneficiar de um modelo co-mum se acauteladas as características específicas a cada patologia.
Os doentes com DPOC e comor-bilidades são frequentemente candi-datos a programas de RR. Sendo as-sim, várias questões se levantam. De que forma estas afetam o resultado final dos programas? Ou, pelo con-trário, beneficiam com a inclusão em programas com as técnicas usadas em RR? Como devem ser avaliados os can-didatos com comorbilidades? Como deverão ser treinados, que adaptações deverão ser feitas e que precauções deverão ser tomadas?
Foi neste sentido que a Comis-são de Reabilitação Respiratória or-ganizou uma mesa-redonda dedicada ao tema “Reabilitação no doente com DPOC e com morbilidades”, moderada pela Dr.ª Paula Simão e pelo Dr. João
Munhá. Na primeira comunicação, a Dr.ª Fátima Rodrigues, do Hospital Pulido Valente, abordará a relevância das comorbilidades na reabilitação respiratória. Seguidamente, serão abordadas particularidades do treino em diferentes situações.
O Dr. João Munhá falará do treino do doente com DPOC e in-
suficiência cardíaca, a Dr.ª Paula Almeida, fisiatra do Hospital Pedro Hispano, abordará o treino do doen-te com DPOC e cardiopatia periféri-ca e doença vascular periférica, e a Dr.ª Ana Luísa Marques da Costa, da
Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, referir-se-á ao treino da pessoa com DPOC e diabetes melli-tus. Pensamos que a atualidade e re-levância do tema é um garante para o sucesso desta mesa-redonda, para a qual convidamos desde já todos os participantes neste XXVIII Congresso de Pneumologia.
Comissão de Reabilitação Respiratória
Durante o triénio 2010-2012, a Comissão de Trabalho de FR da SPP teve como tarefa principal
elaborar e recolher as contribuições dos seus membros previamente designados para a elaboração de um “Manual de Boas Práticas” em função respiratória. Esta tarefa foi herdada da Comissão anterior e foi concluída.
A referida tarefa insere-se no programa de trabalho com o qual esta Direção se comprometeu no sentido de contribuir para um objetivo há muito traçado pela SPP – criar as condições
para se proceder à certificação dos la-boratórios de função respiratória a ní-vel nacional.
Pretende-se criar as condições para que todos os laboratórios certi-ficados fiquem em igualdade de cir-cunstâncias para poderem competir no mercado, assegurando que TODOS cumprem as mesmas normas.
Durante o Congresso Anual da SPP do presente ano teremos uma reu-nião promovida pela CT de FR, onde serão elaboradas recomendações para prosseguir com esta tarefa. Para este efeito, convidámos um perito de uma agência especializada para nos ajudar a planear os próximos passos. Aspetos
fundamentais deste processo, como a submissão de um caderno de encargos às entidades reguladoras solicitando o início do processo, bem como o planea-mento dos seus custos, serão aborda-dos.
Também durante o congresso deste ano, será designada uma comis-são de revisão e edição final do “Ma-nual de Boas Práticas”, com um prazo estabelecido para o enviar para publica-ção. Dada a dimensão do manual, deve-rá também decidir-se, nesta reunião, a estratégia para a sua publicação.
Dr. João MunháCoordenador da Comissão de Rea-bilitação Respiratória da SPP
Comissão de Trabalhode Fisiopatologia Respiratória
039 a 11 de novembro 2012
Dr. Nuno NeuparthCoordenador da Comissão de Trabalho de FR da SPP
A tuberculose, que a ciência conhe-ce bem, que sabe como diagnos-ticar, prevenir e tratar, continua a
ser uma das mais importantes causas de morbilidade e mortalidade mundiais.
Depois de anos em que não houve investimento científico em tuberculose – o diagnóstico de tuberculose activa assentava na identificação do Myco-bacterium tuberculosis em exame di-recto e cultural, o tratamento consistia nos quatro fármacos de primeira linha e o diagnóstico de infecção latente baseava-se no controverso teste tu-berculínico –, os últimos anos têm sido profícuos em investigação na área da tuberculose.
Os novos meios complementares de diagnóstico pretendem ser mais fá-ceis de usar enquanto mantêm a sen-sibilidade e especificidade dos testes anteriores.
Os novos fármacos e esquemas terapêuticos são particularmente diri-gidos para o tratamento da tubercu-lose multirresistente, que coloca hoje em questão a possibilidade de controlo da doença a nível mundial. Finalmente, surgem fármacos novos e surgem re-sultados de coortes alargadas que nos permitirão delinear estratégias de tra-tamento destes doentes com base em evidência e não, como até à data, na opinião do especialista.
Na sessão da revisão de tubercu-lose proponho-me discutir os artigos que me pareceram mais relevantes publicados em 2012 na área da tuber-culose:
1. Kolk AH, van Berkel JJ, Claas-sens MM, Walters E, Kuijper S, Dallinga JW, van Schooten FJ. Breath analysis as a potential diagnostic tool for tu-berculosis. Int J Tuberc Lung Dis. 2012 Jun;16(6):777-82.
2. Aabye MG, Eugen-Olsen J, Werlinrud AM, Holm LL, Tuuminen T,
Ravn P, Ruhwald M. A simple method to quantitate IP-10 in dried blood and plasma spots. PLoS One. 2012;7(6).
3. Bumbacea D, Arend SM, Eyubo-glu F, Fishman JA, Goletti D, Ison MG, Jones CE, Kampmann B, Kotton CN, Lange C, Ljungman P, Milburn H, Morris MI, Muller E, Muñoz P, Nellore A, Rieder HL, Sester U, Theodoropoulos N, Wag-ner D, Sester M. The risk of tuberculosis in transplant candidates and recipients: a TBNET consensus statement. Eur Res-pir J. 2012 Oct;40(4):990-1013. Epub 2012 Apr 10.
4. Diacon AH, Donald PR, Pym A, Grobusch M, Patientia RF, Mahanye-le R, Bantubani N, Narasimooloo R, De Marez T, van Heeswijk R, Lounis N, Meyvisch P, Andries K, McNeeley DF. Randomized pilot trial of eight weeks
of bedaquiline (TMC207) treatment for multidrug-resistant tuberculosis: long-term outcome, tolerability, and effect on emergence of drug resistance.
Antimicrob Agents Chemother. 2012 Jun;56(6):3271-6.
5. Diacon AH, Dawson R, von Groote-Bidlingmaier F, Symons G, Ven-ter A, Donald PR, van Niekerk C, Everitt D, Winter H, Becker P, Mendel CM, Spi-gelman MK. 14-day bactericidal activity of PA-824, bedaquiline, pyrazinami-de, and moxifloxacin combinations: a randomised trial. Lancet. 2012 Sep 15;380(9846):986-93.
6. Gler MT, Skripconoka V, San-chez-Garavito E, Xiao H, Cabrera-Rivero JL, Vargas-Vasquez DE, Gao M, Awad M, Park SK, Shim TS, Suh GY, Danilovits M, Ogata H, Kurve A, Chang J, Suzuki K, Tupasi T, Koh WJ, Seaworth B, Geiter LJ, Wells CD. Delamanid for multidrug-re-sistant pulmonary tuberculosis. N Engl J Med. 2012 Jun 7;366(23):2151-60.
7. Ahuja SD, Ashkin D, Avendano M, Banerjee R, Bauer M, Bayona JN, Becer-ra MC, Benedetti A, Burgos M, Centis R, Chan ED, Chiang CY, Cox H, D’Ambrosio L,
DeRiemer K, Dung NH, Enarson D, Falzon D, Flanagan K, Flood J, Garcia-Garcia ML, Gandhi N, Granich RM, Hollm-Delgado MG, Holtz TH, Iseman MD, Jarlsberg LG, Keshavjee S, Kim HR, Koh WJ, Lancas-ter J, Lange C, de Lange WC, Leimane V, Leung CC, Li J, Menzies D, Migliori GB, Mishustin SP, Mitnick CD, Narita M, O’Riordan P, Pai M, Palmero D, Park SK, Pasvol G, Peña J, Pérez-Guzmán C, Que-lapio MI, Ponce-de-Leon A, Riekstina V, Robert J, Royce S, Schaaf HS, Seung KJ, Shah L, Shim TS, Shin SS, Shiraishi Y, Si-fuentes-Osornio J, Sotgiu G, Strand MJ, Tabarsi P, Tupasi TE, van Altena R, Van der Walt M, Van der Werf TS, Vargas MH, Viiklepp P, Westenhouse J, Yew WW, Yim JJ; Collaborative Group for Meta-Analy-sis of Individual Patient Data in MDR-TB. Multidrug resistant pulmonary tuber-
culosis treatment regimens and patient outcomes: an individual patient data meta-analysis of 9,153 patients. PLoS Med. 2012 Aug;9(8):e1001300.
Dr.ª Raquel DuarteCentro de Referência Regional para a Tuberculose Multir-resistente da Região de Saúde do Norte. Centro de Diagnóstico Pneumológico de Vila Nova de Gaia
Revista das revistas – Tuberculose
04 9 a 11 de novembro 2012
O primeiro elo da cadeia de so-brevivência é o reconhecimento precoce do doente em risco e a
prevenção da paragem cardiorrespira-tória (PCR). A percentagem de doentes que têm alta para o domicílio, pós-PCR intra-hospitalar, é inferior a 20%. No
meio intra-hospitalar, a resposta ao doente que está em risco de vida nem sempre é a mais adequada. A PCR nas enfermarias sem monitorização, ge-ralmente, não ocorre como acidente súbito e imprevisto. Estes doentes têm, geralmente, deterioração fisiológica lenta e progressiva, com hipoxia e hi-
potensão, que não é detetada pelos profissionais ou é reconhecida, mas in-suficientemente tratada.
A prevenção da PCR intra-hospi-talar exige formação dos profissionais, monitorização dos doentes, um sistema de alarme e capacidade para responder com ajuda eficaz. Para reconhecer pre-cocemente o doente em risco de vida, cada doente deve ter um plano de mo-nitorização de sinais vitais que explicite as variáveis a monitorizar e a frequên-cia com que devem ser avaliadas.
Os sistemas de resposta e estraté-gias de ativação precoce, para identificar e atuar perante o doente de risco, têm vindo a ser cumpridas, no meio intra--hospitalar, por equipas multidisciplinares de emergência, muitas vezes designadas de Medical Emergency Team (MET), que são ativadas por critérios pré-definidos.
Neste contexto, as estratégias que podem prevenir a PCR intra-hospitalar evitáveis são as de tratar os doentes em risco de vida ou em risco de deteriora-ção em área apropriada, com nível de cuidados proporcionais à gravidade da
doença. Os hospitais devem implemen-tar a formação de equipas de profissio-nais treinados no reconhecimento dos sinais de deterioração do doente e na resposta rápida ao doente em risco (ex: índices de alerta precoce), resultado de um modelo claro e uniforme de pedido de ajuda e capacidade para responder de imediato e com eficácia.
As equipas de emergência (MET) seguramente que têm um papel da maior importância na melhoria dos cuidados de fim-de-vida e na imple-mentação das DNTR (Decisões de Não Tentar Reanimar), que, pelo menos, contribuem para a redução das taxas de mortalidade da PCR em meio intra--hospitalar.
MET, Medical Emergency team– vale mais prevenir que remediar
Prof. Doutor Álvaro Moreira da SilvaVice-presidente da Sociedade Portuguesa de Cuidados Inten-sivos
Os conhecimentos dos mecanis-mos fisiológicos do sono e das suas manifestações desenvolve-
ram-se muito rapidamente, de tal for-ma que Hobson escreveu, em 1989, que se conhecia mais de sono nos últimos 60 anos que nos anteriores 600!
A atual classificação de distúr-bios do sono elenca 75 entidades no-sológicas, verificando-se uma elevada prevalência na população desde a in-sónia, que atinge cerca de 20 a 30% dos indivíduos, à apneia do sono, com 2 a 4%, até à enorme prevalência das alterações do padrão de sono-vigília, com as suas consequências nefastas para a saúde e para a sociedade. Em conjunto, estes fatores conduziram a que a abordagem clínica dos dis-túrbios do sono evoluísse para uma prática médica multidisciplinar e in-terdisciplinar, sendo cada vez mais evidente a necessidade de a integrar
sobre o mesmo denominador comum: o sono.
A evolução natural da prática médica na patologia do sono condu-ziu ao reconhecimento da Medicina do Sono enquanto especialidade. Em 2005, tal foi reconhecido nos EUA, aprovada pelo Acreditation Council of Graduate Medical Education e pelo American Board of Medical Speciali-ties. Também em 2005 a Medicina do
Sono é considerada especialidade na Alemanha e um movimento europeu (que incluiu Portugal, através da Asso-ciação Portuguesa do Sono) desenro-lou-se de forma articulada, produzin-do as Guidelines para a certificação de sonologistas médicos, não médicos e técnicos e também de Centros de Me-dicina do Sono.
O reconhecimento oficial da Me-dicina do Sono existe atualmente na Áustria, Croácia, França, Espanha, Itá-lia, Lituânia, República Checa, Romé-nia, Suíça e Turquia, mas também em Portugal, onde foi aprovada pela OM a criação da competência em Medicina do Sono.
O documento que serviu de base à aprovação da competência pelo Con-selho Executivo da OM foi elaborado por uma comissão criada no seio da As-sociação Portuguesa do Sono e que en-volveu pneumologistas, neurologistas,
psiquiatras e pediatras e baseou-se nos requisitos europeus de certificação da especialidade, especificando os critérios gerais e específicos para a aquisição da competência.
Não temos a menor dúvida de que este passo, finalmente consegui-do, implicará um salto qualitativo de enorme importância nos cuidados de saúde nesta área, onde o envolvimen-to da Pneumologia se afigura como determinante.
O XXVIII Congresso de Pneumolo-gia terá uma mesa-redonda da Comis-são de Trabalho de Patologia Respira-tória do Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia que abordará precisa-mente esta temática, tendo a partici-pação de especialistas de reconhecido mérito na área da Medicina do Sono (Prof.ª Doutora Teresa Paiva; Dr.ª Marta Gonçalves; Dr. Moutinho dos Santos e Dr. Richard Staats).
Competência em medicina do sono
Dr.ª Paula PintoCoordenadora da Comissão de Trabalho de Patologia Respi-ratória do Sono da SPP. Pneumologista do CHLN – H. Pulido Valente. Professora da FMUL
059 a 11 de novembro 2012
06
O impacto global da pneumonia adquirida na Comunidade (PAC) é ainda hoje extremamente sig-
nificativo, particularmente na popula-ção mais idosa, contribuindo para uma elevada morbimortalidade, com dis-pêndio de recursos humanos e finan-
ceiros apreciáveis. O recente trabalho de Froes e colaboradores (2012) atesta esta mesma relevância, tendo sido ob-jectivada uma taxa anual média de in-ternamento por Pneumonia em adultos de 3,61/1000 habitantes, subindo para 13.4/1000 habitantes na faixa etária ≥ 65 anos, tendo esta taxa sofrido um acréscimo de 28,2% durante a última década. Encontra-se assim plenamente justificada a necessidade de se procu-
rar identificar os diversos factores de risco que mais contribuam para aquele facto. Trabalhos recentes têm sugerido uma participação expressiva da corti-coterapia inalada na epidemiologia da PAC, pese embora a ausência de uma explicação fisiopatológica consistente. De facto, parece inegável que haja um contributo negativo da corticoterapia inalada na etiopatogenia da PAC, o que foi verificado em diferentes estu-dos, com diferentes populações, essen-cialmente em doentes com DPOC, não
se tendo verificado a mesma relação em doentes com Asma. No entanto, a maioria destes estudos não aborda directamente esta relação controver-sa, sendo a maior parte das conclu-sões retiradas de análises post-hoc, o que limita a crítica dos dados obtidos. A duração da terapêutica inalada, as diferentes dosagens farmacológicas ou a mera distinção entre corticosteróides são questões que frequentemente fi-cam sem resposta.
Por outro lado, é reconhecido o papel da corticoterapia inalada na di-minuição do número de exacerbações e dos sintomas, e na melhoria da qualida-de de vida nos doentes com DPOC. Pare-ce ainda haver um papel protector dos corticosteróides inalados no prognós-tico de doentes com DPOC internados por exacerbação ou PAC, não havendo qualquer impacto negativo na mortali-dade associado a esta prescrição. Com o advento das novas guidelines GOLD, em que a estratificação do risco em doentes com DPOC passou a ditar a abordagem
terapêutica, mais se deve questionar se o papel da corticoterapia inalada deverá ser ponderado já que irá influenciar pa-râmetros decisivos nesta estratificação, como sejam as exacerbações e os sinto-mas. Estudos recentes revelam ainda um sinergismo entre corticosteróides, β2 agonistas e anticolinérgicos no menor declínio da função pulmonar.
Justifica-se, assim, plenamente a pertinência de um estudo que tenha como principal objectivo avaliar o risco de PAC em doentes sob corticoterapia inalatória.
Corticoterapia inalatória e risco de pneumonia
9 a 11 de novembro 2012
Dr.ª Sara FreitasAssistente hospitalar de PneumologiaServiço de Pneumologia,CHUC
ContrasPrós
As pneumonias são, atualmente, a 3.ª causa de morte a nível mun-dial, pelo que a sua prevenção é
fundamental. O pulmão e a árvore traqueo-
brônquica são, habitualmente, estéreis, um agente infeccioso para progredir
tem de ultrapassar as defesas do hos-pedeiro, o que pode ser facilitado pela inalação de corticoides.
A corticoterapia inalatória está presente nas linhas de orientação inter-nacionais para o tratamento de doenças como a asma e a DPOC. Existem muitos doentes que fazem esta medicação cro-nicamente e, por vezes, em doses ele-vadas, o que predispõe ao aumento de reações adversas locais e sistémicas.
A possibilidade da associação en-tre pneumonia e o uso desta medicação tem sido estudada. Uma meta-análise foi realizada a doentes com DPOC, me-dicados cronicamente com corticoides inalados entre 24 e 156 semanas, sendo incluídos 16.996 doentes de 18 estudos randomizados. Verificou-se que houve um aumento significativo do risco de pneumonia nestes doentes.
Esta associação também foi in-
vestigada no conhecido estudo TORCH: observou-se o aumento do risco de pneumonia nos ramos da fluticasona e da associação fluticasona/salmeterol, quando comparados com os ramos do placebo e do salmeterol. Os doentes que apresentavam maior risco foram os com idade superior a 55 anos, com FEV1 inferior a 50%, os que sofreram exacerbações no ano anterior, os com má pontuação na escala de dispneia (MRC) e com índice de massa corporal inferior a 25 Kg.m(-2).
O aumento do risco de tuberculose pulmonar também foi encontrado numa análise que incluiu mais de 400.000 do-entes com asma ou DPOC. O risco foi
maior nos doentes que usavam doses de 1000 mcg de fluticasona por dia.
Estes são alguns dos argumentos a favor do risco de pneumonia da cor-ticoterapia inalada que vou apresentar na sessão de prós e contras.
Dr.ª Lígia PiresAssistente hospitalar de Pneumologia do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio
A corticoterapia ina-latória está presente nas linhas de orien-tação internacionais para o tratamento de doenças como a asma e a DPOC.
07
SALA FREITAS E COSTA
08.30hComunicações OraisCO 025 a CO 038Cuidados IntensivosMod: Filipe Monteiro (Lisboa)JP Baptista (Coimbra)
10.00hCafé
10.30hComunicações OraisCO 034 a CO 042OncologiaMod: Bárbara Parente (Gaia)Francisco Félix (Lisboa)
12.00hSimpósio Novartis
13.00hAlmoço
14.30hSimpósio Astra
15.30hComunicações OraisCO 043 a CO 048AsmaMod: Mário Loureiro (Coimbra)Salete Valente (Covilhã)
16.30hCafé
17.00hComunicações OraisCO 049 a CO 054InfeçõesMod: João Cunha (Braga)António Antunes (Figueira da Foz)
18.00hComunicações OraisCO 055 a CO 060TuberculoseMod: Ricardo Nascimento (Funchal)António Domingos (Torres Vedras)
19.00hAssembleia-Geral
SALA RAMIRO ÁVILA
08.30hDiscussão de PostersP 025 a P 037Clínica PneumológicaMod: M.ª Manuel Figueiredo (Guimarães)Luís Ferreira (Guarda)
10.00hCafé
12.00hSimpósio Novartis
13.00hAlmoço
14.30hSimpósio Astra
15.30hDiscussão de PostersP 038 a P 053DPOCMod: João Munhá (Portimão)Chaves Caminha (Porto)
16.30h Discussão de PostersP 054 a P 070InterstícioMod: António Morais (Porto)Fernando Rodrigues (Aveiro)
18.00hDiscussão de PostersP 071 a P 085Sono, Asma e FunçãoMod: Ana Arrobas (Coimbra)Richard Staats (Lisboa)
19.00hAssembleia-Geral
SALA ROBALO CORDEIRO
08.30hComissão de Trabalho de Fisiopatologia Mod: Cristina Bárbara e João AlmeidaO processo de creditação dos laboratórios de função respiratória – Joana AbreuManual de Boas Práticas em Função Respiratórias – estratégia para a sua publicação e conclusões da reunião – Alexandre Barba
10.00hCafé
10.30hComissão de Trabalho de ReabilitaçãoReabilitação no doente com DPOC e co-morbilidadesMod: Paula SimãoJoão Munhá- Impacto das comorbilidades na reabilitação do doente com DPOC – Fátima Rodrigues- Treinando o doente com DPOC e comorbilidades:Insuficiência cardíaca congestiva – João MunháCardiopatia isquémica e doença vascular periférica – Paula AlmeidaDiabetes mellitus – Ana Luísa Marques da Costa
13.00hAlmoço
15.30hComissão de Trabalho de TuberculoseComo abordar a tuberculose face aos constrangimentos económicos e sociais atuaisMod: António DomingosJosé Miguel Carvalho- O que está bem e quais são os constrangimentos? – Raquel Duarte- Quais são as potencialidades? – Ana Maria Correia
16.30hCafé
17.00hComissão de Trabalho Patologia do SonoCompetência em Medicina do SonoMod: Teresa PaivaMarta Gonçalves- A realidade europeia – Richard Staats- A realidade portuguesa – J. Moutinho dos Santos
18.00hComissão de Trabalho de AlergologiaAsma e desportoMod: Aurora Carvalho- Introdução – Ricardo Lima- Asma e desporto – A. Bugalho
SALA THOMÉ VILLAR
08.30hRevista das RevistasMod: Fernando Barato e Sofia FurtadoPleura – Yvete MartinsCancro do pulmão – Gabriela FernandesSarcoidose – Leandro Ferreira
10.00hCafé
10.30hSessão institucional SPP/SEPAR/ALATPres: C Robalo Cordeiro (SPP)Pilar de Lucas (SEPAR)Mayra Mejia (ALAT)
Fibrose pulmonar idiopática e:- Envelhecimento – Elena Bollo (SEPAR)- Infeção – António Morais (SPP)- Tabaco - Mayra Mejia (ALAT)
12.00hSimpósio Novas estratégias e opções terapêuticas em DPOCMod: J. Agostinho Marques
- Onbrez® Breezhaler® novos dados e prática clínica – João Cardoso- Seebri® Breezhaler® o novo broncodilatador de longa ação – Guy Joos
13.00h Almoço
14.30hSimpósio Recomendações, boas práticas e adesão à terapêutica na DPOCO que há de novo?Carlos Robalo Cordeiro
A importância dos dispositivos inalatóriosProf.ª Doutora Marta Drummond
15.30hMesa-redondaBilastina: um Mundo novo para o paciente alérgico Bilastina na rinite; eficácia e segurança: Ana Todo BomBilastina na asma brônquica: Fernando Menezes
16.30hCafé
17.00hPrós e Contras – Corticoterapia inalatória e risco de pneumoniaMod: Paula Simão e Joaquim MoitaPró – Lígia PiresContra – Sara Freitas
18.00hConferênciasPres: José AlvesMET – Medical Emergency Team – vale mais prevenir que remediar Álvaro Moreira da Silva
19.00h Assembleia-Geral
Sábado – 10 de novembro
Programa Científico
9 a 11 de novembro 2012
agradece o apoio de todos os que contribuíram para a realização deste Jornal, nomeadamente:
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Patrocinador exclusivoCOORDENAÇÃOPaula Pereira
PRODUÇÃO
Tel.: 21 850 40 00
DIÁRIOdo
Distribui� Troia, 9 a 11 de novembro 2012
05
DIaphragm Paralysis Pompe invEs-tigation- DIPPErA doença de Pompe pertence ao grupo das miopatias metabólicas hereditárias, que “têm em comum o facto de cau-sarem anomalias do metabolismo ener-gético do músculo, culminando em dis-função do musculoesquelético”, divulga a Dr.ª Maria José Guimarães.
03
Embolia pulmonar - perspetiva do cardiologistaO tromboembolismo venoso abrange um conjunto de entidades com dife-rentes apresentações na prática clínica, “sendo as mais frequentes a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar aguda”, frisa a Dr.ª Graça Castro. No seu conjunto, representam uma causa im-portante de morbilidade e mortalidade no mundo ocidental.
04
Clinical difficulties in pneumoniasPneumonia is one of the most serious infectious diseases in both industrialized and developing countries, and is cur-rently the sixth leading cause of death in the US and Europe. “Despite advances in diagnosis, antimicrobial therapy and supportive care modalities, community--acquired pneumonia remains an impor-tant cause of morbidity and mortality, especially in patients who require hospi-talization”, says Francesco Blasi, Phd.
06
Embolia pulmonar: a perspetiva do radiologista“O angioTAC das artérias pulmonares possibilita o diagnóstico rápido de em-bolia pulmonar com uma alta sensibi-lidade e especificidade, permitindo a instituição do tratamento apropriado e reduzindo deste modo a mortalidade e morbilidade desta doença”, sublinha o Dr. António J. Madureira.
n.º1sábado, 10
n.º2domingo, 11
DIÁRIOwww.jasfarma.com
do
Em colaboração com
O tromboembolismo venoso abrange um conjunto de enti-dades com diferentes apresen-
tações na prática clínica, sendo as mais frequentes a trombose venosa profun-da e a embolia pulmonar aguda. No seu conjunto, representam uma causa im-portante de morbilidade e mortalidade no mundo ocidental. Tradicionalmente, tem sido norma optar na trombose ve-nosa profunda pelo tratamento em am-bulatório e na embolia pulmonar pelo tratamento em ambiente hospitalar.
A verdadeira prevalência da em-bolia pulmonar é difícil de estabelecer. Muitas formas são clinicamente silen-ciosas ou não diagnosticadas. Em mui-tos casos observam-se fatores de risco, transitórios ou permanentes, mas existe uma proporção importante de formas idiopáticas.
A gravidade de apresentação da embolia pulmonar aguda é muito va-riável e está dependente de múltiplos fatores, sendo a reserva cardiorrespi-ratória e a magnitude da obstrução do
leito vascular pulmonar dos mais deter-minantes.
Nas formas mais graves conduz a um aumento da resistência vascular pulmonar e sobrecarga aguda de pressão sobre o ventrículo direito. Os mecanismos hemodinâmicos e neuro-hormonais assim gerados podem ser utilizados para avaliar a gravidade e o prognóstico.
A avaliação da gravidade deve ser feita numa base individual e per-mite classificar a embolia pulmonar de acordo com o risco de morte precoce
em alto, intermédio ou baixo risco. As estratégias de diagnóstico e terapêutica são variáveis e determinadas pelo nível de risco estabelecido. A extensão ana-tómica e localização dos trombos na árvore pulmonar não permitem, por si só, identificar os casos de maior risco.
A estabilidade hemodinâmica do doente é o fator que mais influencia a mortalidade.
A anticoagulação está indicada em todas as formas de embolia pulmo-nar aguda e deve ser instituída preco-cemente.
A trombólise é indiscutivelmen-te a terapêutica de escolha nos casos de embolia pulmonar de alto risco (ou embolia maciça na classificação ame-ricana).
Nas situações de risco intermédio continuam a discutir-se as vantagens da trombólise face ao risco hemorrági-co. Esta é uma das questões de maior controvérsia e que está a ser alvo de es-tudos prospetivos. A avaliação da fun-ção ventricular direita e os marcadores
de lesão miocárdica têm sido incluídos nos algoritmos de decisão terapêutica, embora o seu contributo não esteja ainda cabalmente definido.
Para os casos de baixo risco é consensual a terapêutica apenas com anticoagulação e, atualmente, avalia-se a possibilidade de tratamento em am-bulatório ou de alta hospitalar precoce para os casos menos graves.
Os anticoagulantes orais mais recentes apresentam-se como alterna-tivas válidas aos clássicos antivitamí-nicos K, quer na fase aguda, quer na prevenção de novos episódios.
A embolia pulmonar tem uma elevada taxa de recorrência ao longo do tempo, pelo que é determinante asse-gurar uma prevenção secundária eficaz. A duração ótima da terapêutica anticoa-gulante tem sido também uma área de controvérsia. Os novos anticoagulantes e os resultados favoráveis dos ensaios terapêuticos podem ajudar a definir esquemas de prevenção mais eficazes e seguros.
Embolia pulmonar– perspetiva do cardiologista
A pneumonia adquirida na comu-nidade (PAC) é uma causa impor-tante de morbilidade, mortalida-
de e consumo de recursos de saúde. Na última década, estudos em diferentes países documentaram um aumento do número de internamentos hospita-lares por PAC. Este aumento também se verificou em Portugal continental e, no período de 2000 a 2009, a PAC foi responsável por 3,7% dos internamen-tos hospitalares de adultos por todas as causas, aumentando para 7,0% nos indivíduos com idade ≥ 65 anos.
Nos países mais desenvolvidos, a PAC representa a primeira causa de morte por doença infecciosa e, em 2010, a pneumonia foi a nona causa
de morte nos Estados Unidos da Amé-rica.
Em Portugal, no período compre-endido entre 2000 e 2009, verificaram--se 294.027 episódios de internamento hospitalar de adultos com o diagnósti-co principal de pneumonia, dos quais
em 59.925 (20,4%) ocorreu o óbito no decurso do internamento. A PAC é res-ponsável por óbitos em todos os grupos etários, mesmo em indivíduos jovens previamente saudáveis. A letalidade aumenta com a idade e é mais elevada no género masculino.
No nosso país, em média, ocorrem 16 óbitos por dia de adultos admitidos por PAC nas instituições hospitalares do Serviço Nacional de Saúde e os homens apresentam um risco relativo 17% mais elevado de falecerem em relação às mulheres.
Dr.ª Graça CastroCardiologista, Centro Hospitalar Universitário de Coimbra
REUNIÃO DA COMISSÃO DE INFECCIOLOGIA RESPIRATÓRIA
039 a 11 de novembro 2012
Dr. Filipe FroesMembro da Comissão de Infecciologia Respiratória
Os números da letalidade intra-hospitalar por PAC
Dr. António DinizMembro da Comissão de Infecciologia Respiratória
Nos países mais desenvolvidos, a PAC representa a primeira causa de morte por doença infecciosa.
A embolia pulmonar tem uma incidência superior a 100 ca-sos/100.000/ano nos EUA e, se
não tratada atempadamente, está as-sociada a uma mortalidade hospitalar de cerca de 30%.
As manifestações clínicas, apesar de serem frequentes, apresentam uma baixa especificidade, sendo portanto comuns a outras patologias. É consen-sual que entre os sintomas e sinais mais frequentes se encontram a dispneia e a taquipneia. Descrevem-se três formas de apresentação relacionadas com o grau de amputação do leito vascular pulmonar: a síndrome de hemorragia pulmonar, a dispneia isolada e o co-
lapso cardiocirculatório. Apesar da em-bolia pulmonar ser uma das principais causas de insuficiência respiratória, não se encontram alterações nos gases do sangue arterial em mais de um terço dos casos.
O diagnóstico da embolia pulmo-nar baseia-se na conjugação de dois elementos, as manifestações clínicas e os meios complementares de diagnós-tico, uma vez que cada um deles isola-damente é insuficiente para confirmar ou excluir esta entidade. Assim, têm sido desenvolvidos vários modelos de probabilidade que estratificam os doen-tes em níveis de probabilidade clínica e que, por sua vez, orientam os algorit-mos diagnósticos e terapêuticos.
Na marcha diagnóstica são de enfatizar o papel dos D-Dímeros, an-gio-TAC pulmonar e cintigrafia pulmo-nar de ventilação/perfusão. O interesse
dos D-Dímeros deriva do seu elevado valor preditivo negativo, que se perde em situações de maior probabilidade clínica. A angio-TAC ganhou um papel de relevo no diagnóstico de imagem da embolia pulmonar, dadas as suas eleva-das sensibilidade e especificidade e po-der facultar diagnósticos alternativos. A cintigrafia pulmonar de ventilação/per-fusão está atualmente reservada a si-tuações clínicas particulares, nomeada-mente quando existe contraindicação para a realização de angio-TAC.
Na abordagem diagnóstica da embolia pulmonar, a ecocardiografia e a ecografia de compressão venosa dos membros inferiores não estão indicadas por rotina. Contudo, a ecocardiografia pode ser diagnóstica no colapso cardio-
-circulatório com sinais de hipertensão venosa central e a ecografia de com-pressão venosa dos membros inferiores nos doentes que se apresentem conco-mitantemente com sintomas e sinais de trombose venosa profunda.
É de realçar que os modelos de probabilidade clínica têm as suas li-mitações e que pode haver necessida-
Dr. Jorge Tomás MonteiroAssistente graduado de Pneumologia do Hospital de Santa Maria, CHLN
Embolia pulmonar: perspetiva do pneumologista
04 9 a 11 de novembro 2012
Pneumonia is one of the most se-rious infectious diseases in both industrialized and developing
countries, and is currently the sixth leading cause of death in the US and Europe. Despite advances in diagnosis, antimicrobial therapy and supportive care modalities, community-acquired pneumonia remains an important cau-se of morbidity and mortality, especially in patients who require hospitalization. Elderly patients with poor functional status are characterized by a higher risk of developing severe CAP, due to the frequent presence of underlying respi-ratory and cardiac diseases, alteration of mental status, and immunosuppres-sion. Older frail patients have a high
frequency of aspiration pneumonia and pneumonia due to gram-negative bacilli and other multidrug resistant pathogens (MDR).
Pneumonia caused by MDR tra-ditionally has been confined to the hospital setting. In view of the diffu-
sion of healthcare delivery and tech-nology outside the hospital, resistant pathogens have extended beyond the
confines of the inpatient setting. The rapid emergence of MDR bacteria that cause pneumonia in the community has created the need to identify risk factors for acquiring resistant pa-thogens by evaluating the contacts patients have with the healthcare environment as well as the patient’s characteristics.
Pneumonia caused by an MDR pathogen acquired in the community depends on both patient comorbidi-ties/functional status and previous contact with the healthcare system. However, a different weight of risk factors for MDR should be acknowled-ged because previous hospitalization and nursing home residency are the
Clinical difficulties in pneumonias
Francesco Blasi, PhdProfessor of Respiratory Medicine, Department of Pathophysiology and Transplantation, University of Milan, Italy
O diagnóstico da embolia pulmonar baseia-se na conjugação de dois elementos, as manifestações clínicas e os meios complementares de diagnóstico.
Os modelos de probabilidade clí-nica têm as suas limitações e pode haver necessidade de ajuste dos algo-ritmos diagnósticos recomendados.
Pneumonia is one of the most serious infectious diseases in both industrialized and developing countries.
Embolia pulmonar: perspetiva do pneumologista
Estudo epidemiológico descritivo, multicêntrico, com a finalidade de determinar a incidência da doença
de Pompe do adulto em doentes com paresia diafragmática.
A doença de Pompe pertence ao grupo das miopatias metabólicas here-ditárias, que têm em comum o facto de causarem anomalias do metabolismo energético do músculo, culminando em disfunção do musculoesquelético. A forma adulta surge após os 20 anos de idade e a associação com escoliose, paresia diafragmática e sintomas de hipoventilação noturna é frequente, apresentando-se em 30% dos casos por insuficiência respiratória à altura do diagnóstico, que na maioria dos casos leva à necessidade de suporte ventila-tório por Ventilação Não Invasiva (VNI).
A sua incidência é de cerca de 1:40.000 habitantes, contudo, em Por-tugal, foram apenas reportados até ao momento menos de 30 casos.
Como tal, pretende-se levar a cabo um projeto pioneiro, que tem como finalidade diagnosticar, reportar e promover o tratamento desta pato-logia com alto potencial de melhoria junto de uma população de doentes seguidos em consulta de Pneumolo-gia com síndrome ventilatória restriti-va e insuficiência respiratória crónica (muitos dos quais já dependentes de cuidados respiratórios domiciliários), que apresentem clínica ou imagiologia compatível com paresia diafragmática, ou cujo diagnóstico etiológico perma-neça incerto.
Os doentes serão recrutados en-tre os que frequentam a consulta de Pneumologia e de Neurologia.
Será feita uma prévia avaliação dos doentes através de um protocolo que pretende essencialmente excluir os
doentes com outra patologia que não a doença de Pompe do adulto, protocolo este que estará disponível numa plata-forma web, com link no site da Socie-dade Portuguesa de Pneumologia-SPP (www.spneumologia.pt).
A investigação proposta envolve a realização de exames complementares de diagnóstico, nomeadamente, ava-liação funcional respiratória (provas da função respiratória e poligrafia do sono), imagiológicos (ecografia e TC torácica) e analíticos (bioquímica de sangue), que já
fazem parte da abordagem habitual aos doentes com paresia diafragmática na tentativa de identificar a sua etiologia.
O exame de rastreio para a dete-ção do défice de alfa-glucosidase ácida é a pesquisa em gota seca- DBS (Dried Blood Spot),
A confidencialidade será mantida atribuindo-se um n.º de código a cada participante, número que passará a identificar a amostra e o inquérito. Só o responsável pelo projeto terá acesso aos nomes dos participantes.
O DIPPEr foi um de entre vários candidatos a uma bolsa à investigação da Genzyme® Medical Affairs, tendo sido o único aprovado para o ano de 2012, facto este já formalizado através de celebração de um contrato entre a farmacêutica Sanofi e a SPP.
Com este projeto, pretende-mos identificar doentes com doença de Pompe seguidos em Pneumologia, promover o tratamento de uma doen-ça com elevado potencial de melhoria e, simultaneamente, divulgar a impor-tância da especialidade na abordagem destes doentes, promovendo o diálogo entre os clínicos com interesse na área da prestação de cuidados respiratórios aos doentes neuromusculares.
DIaphragm Paralysis Pompe invEstigation- DIPPEr
Dr.ª Maria José GuimarãesAssistente hospitalar de Pneumologia, Centro Hospitalar do Alto do Ave
059 a 11 de novembro 2012
Clinical diffi culties in pneumoniasmain factors leading to both resistant pathogen acquisition and mortality. A probabilistic approach to identifying resistant pathogens among patients coming from the community with pneumonia should integrate previous classifications.
In the treatment of pneumonia appropriate antibiotic therapy must be initiated as early as possible. Con-sidering that in the majority of cases, treatment of pneumonia is an empi-rical therapy aimed at covering the most common and probable causative organisms of infection, a correct stra-tification of patients in terms of MDR infection risk is of potential paramount importance.
de de ajuste dos algoritmos diagnós-ticos recomendados na prática clínica diária.
Termina-se enfatizando que a abordagem do doente com suspeita de embolia pulmonar é transversal a várias especialidades médicas, concorrendo todas elas para o diagnóstico e tera-pêutica desta entidade nosológica.
Com este projeto, pretendemos pro-mover o tratamento de uma doença com elevado potencial de melhoria e, simulta-neamente, divulgar a importância da espe-cialidade na aborda-gem destes doentes.
06
Introdução
A embolia pulmonar é a terceira doença cardiovascular aguda mais fre-quente após o enfarte do miocárdio e o AVC, tendo uma mortalidade signi-ficativa porque frequentemente não é diagnosticada. Cerca de 1,5% das TAC torácicas com contraste efetuadas em pacientes sem suspeita clínica de TEP revelam a presença de embolismo pul-monar.
Os métodos de diagnóstico mais usados incluem a avaliação dos D-dí-meros, cintigrafia de ventilação-perfu-são e o doppler venoso dos membros inferiores, mas apresentam algumas desvantagens. A angiografia pulmonar convencional, durante muito tempo considerada o “gold standard” nes-ta avaliação, foi sempre subutiliza-da, talvez devido à sua mortalidade e morbilidade que, apesar de reduzidas, são importantes. O angioTAC das arté-rias pulmonares tem demonstrado em várias meta-análises publicadas uma sensibilidade entre 53%-100% e uma especificidade entre 83%-100%, sendo estas variações explicadas pelas melho-rias tecnológicas ao longo do tempo.
Técnica
Para realizar um bom angioTAC das artérias pulmonares devemos pro-curar realizar o exame num aparelho de TAC idealmente de 16 cortes ou supe-rior. É fundamental ter um bom acesso venoso (cateter de 18G ou 20G), de pre-ferência numa veia antecubital, e uma injeção rápida do contraste endoveno-so (3 – 5 ml/s).
O início da aquisição deve ser na fase de máxima opacificação vascular,
sendo esta determinada através de um bolus teste ou técnica de “bolus-tra-cking”. A análise do exame deve incluir as imagens obtidas no plano axial bem como as reformatações multiplanares (coronal e sagitais oblíquas ao longo das artérias pulmonares).
Achados imagiológicos
Os critérios diagnósticos de em-bolia pulmonar aguda incluem:
1) Oclusão arterial com ausên-cia de opacificação de todo o lúmen. A artéria pode estar aumentada quando comparada com vasos adjacentes.
2) Defeito de preenchimento par-cial rodeado por contraste.
3) Defeito de preenchimento in-traluminal periférico que forma um ân-gulo agudo com a parede arterial.
A análise do parênquima pul-monar também é importante, poden-do-se identificar áreas em cunha de densidade aumentada na periferia do pulmão sugestivas de enfarte pulmo-nar.
Apesar de o ecocardiograma ser o método de primeira linha na avaliação do ventrículo direito, há sinais impor-tantes no exame de TAC que sugerem a presença de insuficiência cardíaca di-reita, como a dilatação do VD e o desvio do septo para a esquerda.
Os critérios diagnósticos de em-bolia pulmonar crónica incluem:
1) Oclusão completa de um vaso mais pequeno do que os vasos adja-centes.
2) Defeito de preenchimento par-cial em crescente que forma um ângulo obtuso com a parede arterial.
3) Presença de contraste a fluir através de artéria pequena e com pa-redes espessadas devido a recanaliza-ção.
Outros sinais que poderão estar presentes são sinais de hipertensão
pulmonar, como um diâmetro da arté-ria pulmonar superior a 33 mm e derra-me pericárdico.
Conclusão
O angioTAC das artérias pulmona-res possibilita o diagnóstico rápido de embolia pulmonar com uma alta sensi-bilidade e especificidade, permitindo a instituição do tratamento apropriado e reduzindo deste modo a mortalidade e morbilidade desta doença.
9 a 11 de novembro 2012
A embolia pulmonar é a terceira doença cardiovascular aguda mais frequente após o enfarte do miocárdio e o AVC.
Embolia pulmonar:a perspetiva do radiologista
Dr. António J. MadureiraServiço de Radiologia, Hospital de S. João, Porto. FMUP
O angioTAC das artérias pulmonares tem demonstrado em várias meta- -análises publicadas uma sensibilidade entre 53%-100% e uma especificidade entre 83%-100%.
07
SALA FREITAS E COSTA
08.30hComunicações OraisCO 061 a CO 069FisiopatologiaMod: Teresa Cardoso (Évora)Maria João Matos (Coimbra)
10.00hCafé
10.30hComunicações OraisCO 070 a CO 084SonoMod: João Almeida (Porto)Monteiro Ferreira (Coimbra)
13.00hEncerramento
SALA RAMIRO ÁVILA
08.30h Discussão de PostersP 086 a P 099TécnicasMod: J. Roque Dias (Santarém)J. Roldão Vieira (Almada)
10.00hCafé
10.30hDiscussão de PostersP 100 a P 128Tuberculose e infeções Mod: Paula Duarte (Setúbal)C. Pavão de Matos (Ponta Delgada)
13.00hEncerramento
SALA ROBALO CORDEIRO
08.30hComissão de Trabalho de Cirurgia Torácica
10.00hCafé
10.30hComissão de Trabalho de Oncologia Pneumológica e de TabagismoTabaco e cancro do pulmãoMod: Ana BarradasLurdes Barradas- Interação dos hábitos tabágicos na terapêutica do cancro do pulmão – Ana Figueiredo- Cessação tabágica no doente com cancro do pulmão – Cristina Matos- Custos económicos e sociais do CP vs Custos na prevenção e tratamento do tabagismo – Manuel Pizarro
13.00hEncerramento
SALA THOMÉ VILLAR
08.30hRevista das RevistasMod: Venceslau Hespanhol e António DinizPneumonia – JP Boléo-ToméTuberculose – Raquel DuarteBronquiectasias – Fernanda Gamboa
10.00hCafé
10.30hMesa-redondaDoenças raras na pneumologia – Doença de PompeMod: Joaquim Moita- Doença de Pompe: sinais e sintomas – Bebiana Conde- Estudo DEEPEr – Maria José Guimarães- Casos clínicos – M. Simões Raposo
11.30hSessão Institucional SPP/SPCPres: C. Robalo Cordeiro (SPP)Mário Lopes (SPC)Embolia pulmonar – perspetiva- do cardiologista – Graça Castro- do imagiologista – António Madureira- do pneumologista – Jorge Tomás Monteiro
Domingo – 11 de novembro
Programa Científico
9 a 11 de novembro 2012
agradece o apoio de todos os que contribuíram para a realização deste Jornal, nomeadamente:
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Patrocinador exclusivoCOORDENAÇÃOPaula Pereira
PRODUÇÃO
Tel.: 21 850 40 00
DIÁRIOdo
Distribuição gratuita no Congresso.
Bem-vindos ao XXVIII Congresso de Pneumologia!Prof. Doutor Carlos Robalo Cordeiro
Pneumonia adquirida na comunidade: é possível prevenir?Dr. Filipe Froes
Comissão de Trabalho de Alergologia RespiratóriaProf. Doutor Jorge Ferreira
Comissão de Trabalho de TuberculoseProf.ª Doutora Raquel Duarte
Comissão de Trabalho de Pneumologia OncológicaDr.ª Ana Barroso
Comissão de Trabalho de TabagismoDr.ª Lourdes Barradas
From hospital to homeSegrelles G.; Gómez-Suárez C.; Zamora E.; Ancochea J.
Comissão de Trabalho do Interstício e Doenças OcupacionaisDr.ª Cristina Cristóvão
Comissão de Trabalho de Técnicas EndoscópicasDr. Júlio Semedo e Dr. José Almeida
Respimat® - 3.ª geração de dispositivosDr. António Jorge Ferreira
A Revista das revistas – hipertensão pulmonarDr.ª Teresa Shiang
Liderança e motivaçãoDr. Mário Ceitil
Gestão do doente com fibrose quística – desafios da transição para a idade adultaExperiência de um centro de referência portuguêsDr. Carlos Lopes
Portugal na rota da investigação básica da fibrose quísticaProf. Doutor Carlos Miguel Farinha
Revista das revistas – AsmaDr.ª Rita Gerardo
Revista das revistas: transplante pulmonarDr.ª Alexandra Borba
9 a 11 de novembro
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www.jasfarma.com
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Jornaldo
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Em colaboração com
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Troia • 2012
Este evento, a decorrer de 9 a 11 de novembro de
2012, no Centro de Congressos de Troia, incluiu
também, na véspera, um Curso de Ecografia Torá-
cica, no Hospital Pulido Valente/CHLN, onde cerca de 50
participantes iniciaram ou aperfeiçoaram aptidões com
esta útil ferramenta de apoio clínico.
Durante estes três dias, em Troia, serão abordados
os temas mais atuais e discutidos os aspetos mais rele-
vantes da Patologia Respiratória.
É o Forum anual da Sociedade Portuguesa de Pneu-
mologia (SPP), onde os trabalhos clínicos e de investiga-
ção dos diversos grupos são apresentados à comunidade
científica, promovendo o desejável contacto entre os di-
ferentes centros do País e centros internacionais de re-
conhecida qualidade, motivando e estimulando assim o
entusiasmo e a criatividade, principalmente dos partici-
pantes em fase de formação.
E é também o ponto de encontro obrigatório e uma
oportunidade renovada de troca de ideias e de projetos
no âmbito das várias Comissões de Trabalho e dos recém-
-criados Grupos de Interesse da SPP.
O Congresso desenvolve-se num programa base-
ado em 3 Conferências, 4 Mesas-Redondas, 9 “Revista
das Revistas”, Sessão de Prós e Contras, 3 Sessões Ins-
titucionais, 5 Simpósios com o suporte da Indústria, 10
Sessões da responsabilidade de Comissões de Trabalho e
214 apresentações (o que constitui um número record de
comunicações livres), distribuídas por 10 Sessões de Co-
municações Orais e 7 de Posters (apresentados apenas em
formato digital, como já vem sendo hábito), traduzindo
desta forma a pujança da nossa Sociedade e permitin-
do uma participação ativa e representativa de todas as
regiões do país.
Farão parte do Programa os principais temas da
patologia torácica, como a Doença Pulmonar Obstrutiva
Crónica, a Asma, o Cancro do Pulmão, as Infeções Res-
piratórias (como a Pneumonia, a Gripe e a Tuberculose),
o Transplante Pulmonar e a Cirurgia Torácica, as Doen-
ças Intersticiais, a Hipertensão Pulmonar, a Fisiopatolo-
gia Respiratória, os Distúrbios do Sono, o Tabagismo, a
Intervenção em Pneumologia, a Reabilitação Respiratória,
o Tromboembolismo Pulmonar, a Patologia da Pleura, a
Fibrose Quística, o Défice de Alfa 1 Antitripsina e a Doença
de Pompe.
Para este evento, que será o que quisermos e sou-
bermos fazer dele, aguarda-se não apenas uma forte
participação, novamente com cerca de 600 congressistas
previstos, como também uma presença empenhada dos
diversos protagonistas da área respiratória, nacionais e
internacionais.
Será assim possível testemunhar, nestes dias, o êxi-
to do nosso Congresso!
A qualidade do Programa, diversificado e refletindo
a vitalidade da nossa Sociedade, dificulta o anúncio de
destaques, mas não se pode deixar de realçar a repetição
da rubrica “Revista das Revistas”, que permite recolher
um panorama abrangente e focado dos temas nucleares
da patologia respiratória, a apresentação do trabalho de
investigação básica na fibrose quística, que permitiu a um
académico nacional a obtenção do mais prestigiado Pré-
mio da European Respiratory Society (ERS), Prémio Ro-
main Pawels, a Conferência Thomé Villar, proferida pelo
presidente da ERS, a propósito das dificuldades clínicas
nas Pneumonias, uma matéria tão premente que terá o
seu Dia Mundial já na próxima segunda-feira, dia 12, as
Sessões Institucionais, com a Sociedad Española de Neu-
mología y Cirurgía Torácica (SEPAR) e com a Associação
Latino-Americana do Tórax (ALAT), facilitando a troca de
experiências nos respetivos países, a respeito de um tema
tão relevante e atual como a Fibrose Pulmonar, com a So-
ciedade Portuguesa de Cardiologia, dando continuidade
ao acordo estabelecido com esta prestigiada sociedade
científica e com a Associação Portuguesa de Medicina
Geral e Familiar, assim se corporizando o mais recente
protocolo de cooperação.
Refira-se, ainda, a assinatura de dois acordos proto-
colares, que serão firmados na Sessão de Abertura, no dia
9, pelas 19 horas, com a Fundação Champalimaud, numa
perspetiva científica e de formação, e com a Santa Casa
da Misericórdia de Lisboa, regulando ações de rastreio e
de natureza social.
Este é, igualmente, ano de eleições, que decorrerão
no segundo dia do Congresso, após o que terá lugar a
Assembleia-Geral, dia 10, pelas 19 horas.
Não se descurou também a componente social,
acontecendo no dia 9 um jantar de convidados, no Casi-
no, e no dia 10 o jantar de encerramento, numa unidade
hoteleira, desejavelmente com boa animação.
Finalmente, os sinceros e vivos agradecimentos a
todos quantos participam no congresso, presidentes, mo-
deradores, oradores, mas principalmente aos autores das
comunicações livres, à Comissão Organizadora Local, ao
Secretariado da SPP, ao Secretariado e Agência do Con-
gresso, à nossa Agência de criação de conteúdos e de co-
municação e à Indústria Farmacêutica, suporte essencial
para que estas ações se possam concretizar.
Este é um Congresso Respiratório, onde o “Lugar
está marcado para o Conhecimento” e que se pretende
pleno de vitalidade e de ar puro.
Vamos então, em conjunto, inspirar-nos de forma
saudável durante estes dias, aproveitando o ambiente
puro e arejado que esta península nos oferece.
Estamos ansiosos por recebê-los, esperando que a
vossa estada possa constituir um momento de inesquecí-
vel convívio científico e social.
Prof. Doutor Carlos Robalo CordeiroPresidente do XXVIII Congresso de Pneumologia
9 a 11 de novembro 2012
02
Bem-vindos ao XXVIII Congresso de Pneumologia!
Este é um Congresso Respira-tório, onde o “Lugar está mar-cado para o Conhecimento” e que se pretende pleno de vitalidade e de ar puro.Vamos então, em conjunto, inspirar-nos de forma saudável durante estes dias, aproveitan-do o ambiente puro e arejado que esta península nos oferece.
Prevenar 13 Vacina pneumocócica polissacárida conjugada (13-valente, adsorvida). Suspensão injectável branca homogénea. COMPOSIÇÃO 1 dose (0,5 ml) contém: Polissacárido do serotipo 1 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 3 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 4 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 5 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 6A do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 6B do pneumococos1 4,4 µg Polissacárido do serotipo 7F do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 9V do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 14 do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 18C do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 19A do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 19F do pneumococos1 2,2 µg Polissacárido do serotipo 23F do pneumococos1 2,2 µg 1conjugado com a proteína transportadora CRM197 e adsorvido em fosfato de alumínio (0,125 mg de alumínio) INDICAÇÕES Imunização activa para a prevenção de doença invasiva, pneumonia e otite média aguda causada por Streptococcus pneumoniae, em lactentes e crianças desde as 6 semanas até aos 5 anos de idade. Imunização activa para a prevenção de doença invasiva causada por Streptococcus pneumoniae, em adultos de idade igual ou superior a 50 anos. A utilização de Prevenar 13 deve ser estabelecida com base em recomendações oficiais que tenham em consideração o impacto da doença invasiva nos diferentes grupos etários, bem como a variabilidade epidemiológica dos serotipos em diferentes zonas geográficas. POSOLOGIA Os esquemas de imunização com Prevenar 13 devem basear-se em recomendações oficiais. Lactentes e crianças das 6 semanas aos 5 anos de idade Recomenda-se que as crianças que efectuarem a primeira dose de Prevenar 13 completem o esquema de vacinação com Prevenar 13 Lactentes com 6 semanas-6 meses de idade Série de imunização primária de três doses. A série de imunização recomendada consiste em quatro doses de 0,5 ml cada. A série de imunização primária em lactentes consiste na administração de três doses, com início normalmente aos 2 meses de idade e com um intervalo de pelo menos 1 mês entre cada dose. A primeira dose pode ser administrada a partir das seis semanas de idade. Recomenda-se a administração da quarta dose (reforço) entre os 11 e os 15 meses de idade. Série de imunização primária de duas doses. Em alternativa, quando Prevenar 13 é administrado como parte de um programa de imunização de rotina em lactentes, pode ser considerado um esquema de imunização de três doses de 0,5 ml cada. A primeira dose pode ser administrada a partir dos 2 meses de idade, seguida de uma segunda dose 2 meses mais tarde. Recomenda-se a administração da terceira dose (reforço) entre os 11 e os 15 meses de idade. Lactentes e crianças não vacinados com ≥ 7 meses de idade Lactentes com 7-11 meses de idade: Duas doses de 0,5 ml cada, com um intervalo de pelo menos 1 mês entre as doses. Recomenda-se uma terceira dose no segundo ano de vida. Crianças com 12-23 meses de idade: Duas doses de 0,5 ml cada, com um intervalo de pelo menos 2 meses entre as doses. Crianças com 2-5 anos de idade: Uma dose única de 0,5 ml. Esquemas de imunização com Prevenar 13 em lactentes e crianças vacinados anteriormente com Prevenar (7-valente) (serotipos 4, 6B, 9V, 14, 18C, 19F e 23F do Streptococcus pneumoniae) Prevenar 13 contém os mesmos 7 serotipos incluídos no Prevenar e utiliza a mesma proteína transportadora CRM197. Os lactentes e crianças que iniciaram a imunização com Prevenar podem mudar para Prevenar 13em qualquer ponto do esquema de vacinação. Crianças com 12-23 meses de idade: Nas crianças que não efectuaram duas doses de Prevenar 13 durante a série de imunização primária devem ser administradas duas doses da vacina (com um intervalo de pelo menos 2 meses entre as doses) para completar a série de imunização relativamente aos seis serotipos adicionais. Em alternativa, podem completar a série de imunização de acordo com as recomendações oficiais. Crianças com 2-5 anos de idade: Uma dose única. Adultos com idade igual ou superior a 50 anos Uma dose única. A necessidade de revacinação com uma dose adicional de Prevenar 13 não foi estabelecida. Independentemente de anteriormente ter sido vacinado com uma vacina pneumocócica, se a administração da vacina polissacárida 23-valente for considerada apropriada, Prevenar 13 deve ser administrado primeiro. MODO DE ADMINISTRAÇÃO A vacina deve ser administrada por injecção intramuscular. Os locais de injecção preferenciais são a região anterolateral da coxa (músculo vastus lateralis) nas crianças até aos 11 meses (lactentes) ou o músculo deltóide na porção superior do braço nas crianças a partir dos 12 meses e nos adultos. CONTRA-INDICAÇÕES Hipersensibilidade às substâncias activas, a qualquer dos excipientes ou ao toxóide diftérico. Como acontece com outras vacinas, a administração de Prevenar 13 deve ser adiada em indivíduos com doença febril aguda grave. Contudo, a presença de uma infecção ligeira, como uma constipação, não deve causar o adiamento da vacinação. EFEITOS INDESEJÁVEIS As reacções adversas notificadas nos estudos clínicos ou da experiência pós-comercialização para todos os grupos etários encontram-se listadas nesta secção. A frequência é definida como: muito frequentes ((≥ 1/10), frequentes ((≥ 1/100 e < 1/10), pouco frequentes (≥ 1/1.000 e < 1/100), raras ((≥ 1/10.000 e < 1/1.000), muito raras (< 1/10.000) e desconhecida (não pode ser calculada a partir dos dados disponíveis). Lactentes e crianças das 6 semanas aos 5 anos de idade A segurança da vacina foi avaliada em estudos clínicos controlados em que se administraram 14.267 doses a 4.429 lactentes saudáveis, a partir das 6 semanas de idade na primeira vacinação, e aos 11-16 meses de idade na dose de reforço. Em todos os estudos realizados em lactentes, Prevenar 13 foi co-administrado com as vacinas pediátricas de rotina. Foi também avaliada a segurança em 354 crianças não vacinadas anteriormente (dos 7 meses aos 5 anos de idade). As reacções adversas mais frequentemente notificadas foram reacções no local de injecção, febre, irritabilidade, diminuição do apetite e aumento e/ou diminuição do sono. Em crianças com mais de 12 meses de idade foi notificado um aumento das reacções no local de injecção, comparativamente com as taxas observadas em lactentes ao longo da série de imunização primária com Prevenar 13. Reacções adversas em estudos clínicos Em estudos clínicos, o perfil de segurança de Prevenar 13 foi semelhante ao de Prevenar. As frequências seguintes baseiam-se nas reacções adversas avaliadas como relacionadas com a vacinação em estudos clínicos com Prevenar 13. Raras: Reacções de hipersensibilidade incluindo edema da face, dispneia, broncospasmo; convulsões (incluindo convulsões febris), episódio hipotónico-hiporreactivo; erupção cutânea; urticária ou erupção semelhante a urticária. Pouco frequentes: Vómitos; diarreia, eritema no local da injecção, tumefacção/induração > 7,0 cm; choro. Frequentes: Febre > 39ºC; limitação dos movimentos no local de injecção (devida a dor); eritema ou tumefacção/induração no local de injecção de 2,5 cm-7,0 cm (após a série primária em lactentes). Muito frequentes: Diminuição do apetite; febre; irritabilidade; qualquer reacção no local de injecção como eritema, induração/tumefacção ou dor/sensibilidade ao toque; sonolência; perturbações do sono; eritema ou tumefacção/induração no local de injecção de 2,5 cm-7,0 cm (após a dose de reforço e em crianças mais velhas [dos 2 aos 5 anos de idade]) Reacções adversas da experiência pós-comercialização com Prevenar. Apesar das reacções adversas seguintes não terem sido observadas nos estudos clínicos com Prevenar 13, em lactentes e crianças, considera-se que se tratam de reacções adversas de Prevenar e, igualmente, de reacções adversas de Prevenar 13. Estas frequências baseiam-se nas taxas de notificações espontâneas de Prevenar. Muito raras: Linfadenopatia (localizada na região do local de injecção), eritema multiforme. Raras: Reacções anafilácticas/anafilactóides incluindo choque; angioedema; urticária no local de injecção; dermatite no local de injecção; prurido no local de injecção; rubor Informação adicional em populações especiais: Apneia em lactentes muito prematuros ((≥ 28 semanas de gestação) Adultos com idade igual ou superior a 50 anos. A segurança foi avaliada em 6 ensaios clínicos, que incluiram 6.198 adultos, com idade entre os 50 e os 95 anos. Prevenar 13 foi administrado a 5.667 adultos; 2.616 (46,2%) com idade entre os 50 e os 64 anos, e 3.051 (53,8%) com idade igual ou superior a 65 anos. Dos vacinados com Prevenar 13, 1.916 adultos foram vacinados anteriormente com a vacina pneumocócica 23-valente, pelo menos, nos 3 anos anteriores ao ensaio de vacinação, e 3.751 não foram vacinados com a vacina pneumocócica 23-valente. Os participantes com idade superior a 65 anos notificaram um menor número de reacções adversas que os adultos mais jovens, independentemente de estarem ou não anteriormente vacinados com uma vacina pneumocócica. No geral, as categorias de frequência foram idênticas entre ambos os grupos etários. Reacções adversas em estudos clínicos: Em todos os estudos clínicos, os acontecimentos sistémicos e as reacções locais foram solicitados diariamente, durante os 14 dias posteriores a cada vacinação. As frequências seguintes são baseadas nas reacções adversas avaliadas como relacionadas com a vacinação em adultos com Prevenar 13. Pouco frequentes: Náuseas; reacções de hipersensibilidade incluindo edema da face, dispneia, broncospasmo; linfadenopatia localizada na região do local de injecção. Frequentes: Vómitos; febre. Muito frequentes: Diminuição do apetite; dores de cabeça; diarreia; erupção cutânea; arrepios; fadiga; eritema no local da injecção; induração/tumefacção no local da injecção; dor/sensibilidade ao toque no local da injecção; limitação dos movimentos do braço; artralgia; mialgia. No global, não se observaram diferenças significativas nas frequências de reacções adversas, quando Prevenar 13 foi administrado a adultos anteriormente vacinados com a vacina pneumocócica polissacárida. Observou-se uma maior frequência de algumas reacções sistémicas solicitadas, quando Prevenar 13 foi administrado concomitantemente com a vacina trivalente inactivada contra a gripe (TIV), comparativamente com a administração de apenas TIV (dor de cabeça, arrepios, erupção cutânea, diminuição do apetite, artralgias e mialgias) ou de apenas Prevenar 13 (dor de cabeça, fadiga, arrepios, diminuição do apetite e artralgias). DATA DA REVISÃO DO TEXTO 10/2011 Medicamento sujeito a receita médica. Para mais informações deverá contactar o representante local do titular da autorização de introdução no mercado.
RCM 22x28_AF.indd 1 1/17/12 5:04:19 PM
9 a 11 de novembro 2012
Estima-se que, anualmente, em Portugal continental
possam ocorrer entre 50.000 a 100.000 episódios
de pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em
adultos, dos quais 25 a 50% resultem em internamento
hospitalar.
No período de 2000 a 2009, os internamentos de
adultos por PAC em instituições do Serviço Nacional de
Saúde representaram 3,7% do total de internamentos
por todas as causas, o que corresponde a uma incidên-
cia média de 3,61 internamentos por 1000 habitantes
adultos.
É igualmente conhecido que 1/3 a 3/4 dos episódios
de PAC no adulto são de etiologia pneumocócica e que a
pneumonia pneumocócica é responsável por mais de 80
a 90% das formas de doença pneumocócica invasiva no
adulto.
O envelhecimento da população e o aumento das
doenças crónicas não-transmissíveis, que se verificam
sobretudo nos países mais desenvolvidos, favorecem e
promovem a ocorrência de pneumonias, em particular, de
etiologia pneumocócica.
Estudos realizados nos Estados Unidos da América
projetam para o ano de 2040 um aumento de 38% na
população americana, com um aumento de 125% no
número de indivíduos com idade ≥ 65 anos e, paralela-
mente, um aumento de 96% (de 401.000 para 790.000)
nos internamentos hospitalares por pneumonia pneu-
mocócica, com um aumento anual dos custos em 2,5
biliões de dólares americanos. A confirmarem-se estas
expectativas, estão reunidas as condições para mais um
desafio significativo na sustentabilidade dos serviços
nacionais de saúde.
Em face desta realidade, a prevenção da pneumo-
nia não só é possível e desejável, mas também exequível
e assenta num conjunto de medidas gerais e específicas.
As medidas gerais incluem, entre outras, o controlo das
doenças crónicas, o uso criterioso de terapêuticas imu-
nossupressoras e o aconselhamento sobre tabaco e álcool.
Nas medidas específicas há a referir a vacinação antigripal
e antipneumocócica. Atualmente, estão disponíveis duas
vacinas pneumocócicas, ainda só com indicação na pre-
venção da doença pneumocócica invasiva.
De destacar que a nova vacina pneumocócica
conjugada com 13 serótipos apresenta um perfil de
maior imunogenicidade em relação à anterior vacina
pneumocócica polissacarídica 23 valente. Espera-se
que esta nova vacina ou, provavelmente, a conjugação
das duas vacinas pneumocócicas, possa, finalmente,
contribuir para um maior controlo da doença pneumo-
cócica no adulto.
Pneumonia adquirida na comunidade: é possível prevenir?
03
Dr. Filipe FroesPneumologista do Hospital Pulido Valente – CHLN. Secretário da Comissão de Trabalho Infecciologia Respiratória da SPP
A nova vacina pneumocócica conjugada com 13 serótipos apresenta um perfil de maior imunogenicidade em relação à anterior vacina pneumocóci-ca polissacarídica 23 valente. Espera-se que esta nova vacina ou, provavelmente, a conjuga-ção das duas vacinas pneumo-cócicas, possa, finalmente, contribuir para um maior controlo da doença pneumocócica no adulto.
A asma brônquica continua a constituir um im-
portante foco de interesse para clínicos e inves-
tigadores, sendo, cada vez mais, uma das áreas
de maior dedicação da Especialidade de Pneumologia.
A prevalência da asma parece continuar a aumentar à
medida que as comunidades evoluem, acompanhando o
aumento global das doenças alérgicas. Calcula-se que, a
nível mundial, aproximadamente 300 milhões de pessoas
de todas as idades sofram de asma e que em 2025 pode-
rá haver mais 100 milhões de indivíduos a sofrer desta
doença.
A Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória
da SPP, que tem por objetivos principais a promoção e
divulgação de atividades e iniciativas científicas relacio-
nadas com as doenças respiratórias alérgicas, assumiu a
asma brônquica como uma prioridade nas suas ativida-
des. Assim, organiza no Congresso da SPP uma sessão de-
dicada ao tema: “Asma e Desporto”, abordando uma das
áreas de maior interesse desta doença.
Ao longo do ano de 2012, a Comissão de Trabalho
de Alergologia Respiratória teve, também, oportunidade
de concretizar diversas outras iniciativas científicas que
tentaram promover os conhecimentos sobre asma:
• Quatro Cursos Avançados em Imunoterapia, que
contaram, no conjunto, com a participação de cerca de 50
médicos pneumologistas, e que tiveram como objetivo a
atualização e revisão dos mais recentes conceitos e técni-
cas na investigação e abordagem terapêutica de doentes
com alergia respiratória.
• 1.ª Reunião Conjunta da Sociedade Portuguesa de
Pneumologia e Associação Portuguesa de Medicina Geral
e Familiar, sob o tema: “Asma Brônquica na Prática Clíni-
ca”, que decorreu, em 17 de março de 2012, no Hotel Villa
Batalha - Batalha.
• Participação na Organização do XVII Curso de Pós-
graduação da SPP, que teve como tema “Asma Brônquica”
e decorreu, nos dias 14 e 15 de abril de 2012, no Hotel
Sana Silver Coast – Caldas da Rainha.
• Reunião Anual da Comissão de Trabalho de Aler-
gologia Respiratória da SPP, sobre o tema: “O Futuro do
Tratamento da Asma”, que teve lugar, em 2 de junho de
2012, no Grande Hotel do Luso.
Alergologia Respiratória
A Comissão de Pneumologia Oncológica (CPO) da
Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), a
mais antiga entidade portuguesa ligada ao cancro
do pulmão (CP), comemorou no ano passado 25 anos de
existência.
A CPO dedica-se, desde o triénio 1986/88, ao estudo
do CP, tendo conseguido perpetuar a qualidade científica
e a união dos seus membros, mantendo uma expressão
nacional relevante.
Até à data, não se verificou no nosso país um de-
clínio na incidência do CP (registaram-se em 2008 cer-
ca de 3300 novos casos), o que se deve certamente aos
hábitos tabágicos e ao envelhecimento da população
portuguesa. Mais preocupante é, contudo, a mortalidade
destes doentes, que quase iguala a taxa de incidência,
refletindo a baixa percentagem de sobreviventes aos 5
anos – 15%.
Mas a mensagem não é de desânimo, pois, a evo-
lução no tratamento desta neoplasia tem sido marcan-
te, principalmente nas situações de doença extensa.
A maioria dos avanços científicos, que se têm revelado a
uma velocidade por vezes estonteante, tem já aplicação
na prática clínica diária, permitindo efetuar terapêuticas
cada vez mais personalizadas aos nossos doentes, levan-
do-os a viver mais, mas sobretudo a viver com melhor
qualidade de vida.
As reuniões frequentes dos membros da CPO, para
discutir as últimas novidades científicas e trocar experi-
ências entre os vários centros nacionais; o esforço para
criar normas de orientação; o desenho dos folhetos de
apoio ao doente e a base de dados nacional, que está a
dar os seus primeiros passos, são a razão da existência
desta comissão.
Contudo, tudo isto só é possível pela grande coesão
dos membros da CPO, o caloroso apoio aos mais novos,
que são sempre bem-vindos, e os laços de amizade que se
têm criado ao longo dos anos.
Relativamente a outros grupos dedicados ao CP, a
posição da CPO é de parceria e complementaridade, para
que entre todos se consiga combater esta patologia. No
futuro, modificaremos a história natural desta doença,
tornando-a numa doença crónica.
Devemos, pois, lutar em várias frentes em simultâ-
neo: no tratamento, no diagnóstico precoce/rastreio e na
prevenção da doença, investindo na cessação tabágica,
mas, fundamentalmente, intervindo na prevenção dos
hábitos tabágicos.
A mensagem é, pois, de otimismo e incentivo à SPP,
para que mantenha vivas as Comissões de Trabalho, e de
gratidão aos membros da CPO, pela participação e colabo-
ração dedicada em cada novo evento que se planeia.
Dr.ª Ana BarrosoAssistente hospitalar graduada de Pneumologia do CHVNGaia. Coordenadora da Comissão de Trabalho de Pneumologia Oncológica da SPP (triénio 2010/2012). Tesoureira da Direção do Grupo de Estudos de Cancro do Pulmão
Pneumologia Oncológica
04
COMISSÕES DE TRABALHO COMISSÕES DE TRABALHO
Prof. Doutor Jorge Ferreira Coordenador da Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP
A Comissão de Trabalho de Tuberculose da Socieda-
de Portuguesa de Pneumologia tem como mem-
bros médicos de Pneumologia, Medicina Geral e
Familiar, Saúde Pública e Microbiologia.
A Comissão promove anualmente uma reunião
dirigida a todos os seus membros, uma reunião con-
junta com outras entidades científicas ou civis dirigida
a toda a população, coincidente com o Dia Mundial da
Tuberculose, e participa ativamente no Congresso da
Sociedade Portuguesa de Pneumologia, promovendo
uma mesa-redonda, com discussão dos temas mais
atuais da tuberculose, tanto na área científica, como
social.
São já reconhecidos os esforços da Comissão de
Trabalho de Tuberculose na redação de normas de boas
práticas na área da tuberculose. As normas, dirigidas ao
diagnóstico e tratamento da tuberculose ativa e da in-
feção latente por Mycobacterium tuberculosis, têm sido
publicadas na Revista Portuguesa de Pneumologia e ado-
tadas pela Direção-Geral da Saúde.
Este ano, atentos aos constrangimentos que os
serviços de saúde atravessam, assim como ao potencial
impacto da situação sócio-político-económica que o país
atravessa, no controlo da tuberculose, a Comissão promo-
veu um debate sobre os constrangimentos e ameaças que
enfrentamos, assim como as oportunidades que não po-
demos deixar passar. Este debate, que se prevê participa-
tivo, decorrerá no dia 10 de novembro, às 15h30, durante
o Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumologia,
em Troia.
A reunião anual decorrerá a 15 de dezembro, no
Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. Aí, discutir-se-ão
os fatores de risco associados à tuberculose.
Este ano, a atual Coordenação da Comissão cessa
atividades, dando-se lugar a um novo ciclo. Estamos atu-
almente a receber as propostas de candidatura. Partici-
pem!
Como coordenadora cessante da Comissão, quero
agradecer toda a colaboração dos membros, a confiança
depositada e o sentimento de colaboração, amizade e tra-
balho que sempre se fez sentir. Aprendi muito convosco,
obrigada.
Tuberculose
Dr.ª Raquel DuarteCoordenadora da Comissão de Trabalho de Tuberculose da SPP
Até à data, não se verificou no nosso país um declínio na incidência do CP (regista-ram-se em 2008 cerca de 3300 novos casos), o que se deve certamente aos hábitos tabágicos e ao envelhecimento da população portuguesa.
A Comissão de Trabalho de Tuberculose da Sociedade Portuguesa de Pneumologia tem como membros médicos de Pneumologia, Medicina Geral e Familiar, Saúde Pública e Microbiologia.
A Comissão de Trabalho de Alergologia Respiratória da SPP, que tem por objetivos principais a promoção e divulgação de atividades e iniciativas científicas relacionadas com as doenças respiratórias alérgicas, assumiu a asma brônquica como uma prioridade nas suas atividades.
A Comissão de Tabagismo iniciou a sua atividade em
1992, na altura denominava-se Comissão de Tra-
balho de Luta Antitabágica. Em novembro de 1999
foi alterada a denominação para Comissão de Trabalho
de Tabagismo. Desta Comissão fazem parte 71 pneumo-
logistas.
O objetivo principal desta Comissão é o controlo da
epidemia do tabagismo, atuando quer a nível da vertente
preventiva, quer no tratamento.
Das múltiplas atividades desenvolvidas pelos mem-
bros da Comissão de Tabagismo ao longo destes 18 anos,
destacam-se:
– Elaboração de normas de atuação no Tabagismo
adaptadas à realidade nacional; ações de formação para
profissionais de saúde, incluindo cursos pós-graduados
nos congressos anuais da SPP; cursos no âmbito da Escola
de Pneumologia; cursos de formação em Cessação Tabá-
gica dirigidos à Medicina Geral e Familiar, em colaboração
com as ARS;
– Colaboração com outras sociedades, com outras
comissões de trabalho, com a Confederação Portuguesa
de Prevenção do Tabagismo, com a Fundação Portuguesa
de Cardiologia, com o projeto GOLD, com a Rede Europeia
de Prevenção do Tabagismo (ENSP), entre outras;
– Organização e participação em congressos nacio-
nais e internacionais; organização de atividades do Dia
Mundial Sem Tabaco e no Dia do Não Fumador.
Ao longo deste triénio, tentámos manter os objeti-
vos de controlo da epidemia do tabagismo de acordo com
as diretrizes estabelecidas pela Convenção Mundial para
o Controlo do Tabaco (WHO Framework Convention on
Tobacco Control - WHOFCTC).
Das múltiplas atividades realizadas durante este
triénio, destacam-se:
– Elaboração de posters e folhetos informativos e
educativos sobre Tabagismo;
– Ações na comunidade, nomeadamente a nível das
escolas;
– Rastreios com realização de espirometrias e dose-
amento de CO no ar expirado;
– Participação em vários programas da comunica-
ção social;
– Organização de atividades referentes ao “Dia
Mundial Sem Tabaco” e ao “Dia do Não Fumador”, quer
a nível da comunidade, quer a nível dos profissionais de
saúde;
– Curso de Formação de Tabagismo para os internos
de Pneumologia;
– Ações de Formação a nível da Medicina Geral e
Familiar, de modo a apoiar a criação de consultas de ces-
sação tabágica.
Nas ações referidas, tivemos o cuidado de envolver
a ARS, Sociedade de Pneumologia, Sociedade de Tabaco-
logia, Comissão de Oncologia Pneumológica, Projeto Gold,
Liga Portuguesa contra o Cancro, Confederação Portu-
guesa de Prevenção do Tabagismo, Fundação do Pulmão.
Mantivemos, também, a participação ativa em con-
gressos nacionais e internacionais, com especial enfoque
para o Congresso da Sociedade Portuguesa de Pneumolo-
gia, em que procuramos sempre apresentar um programa
variado e abrangente na área da prevenção e tratamento
do tabagismo.
Realça-se o programa deste ano, que foi elaborado
em conjunto com a Comissão de Oncologia Pneumológica
e onde vai ser abordado o tema “Tabaco e Cancro do Pul-
mão”, que destaca o tabagismo como principal fator de
risco para o desenvolvimento do cancro do pulmão.
Em todas as ações desenvolvidas, procuramos,
sempre que possível, envolver especialistas de diferentes
áreas, de modo a termos uma visão mais abrangente da
problemática do tabagismo e, por outro lado, estabele-
cermos uma estratégia comum de combate à epidemia
do tabagismo.
Tabagismo
05
COMISSÕES DE TRABALHO COMISSÕES DE TRABALHO
Dr.ª Lourdes BarradasCoordenadora da Comissão de Trabalho de Tabagismo da SPP.Diretora do Serviço de Pneumologia do Instituto Português de Oncologia de Coimbra (IPOCFG.EPE)
O objetivo principal desta Comissão é o controlo da epidemia do tabagismo, atuando quer a nível da vertente preventiva, quer no tratamento.
PSYM
0439
PT20
1209
25
The scientist and technologic advances with the
improvement of the social and enviromental con-
ditions have increased our life expectancy. The
number of elderly patients increases and continue incre-
asing. It is estimated that in the year 2050 the number of
elderly people of 60 years old is placed about two billion (1). For Europe, the proportion of people older than 65
years is projected to grow from just under 15% to 23,5%
by 2030. People older than 80 years old is expected to
about 6,4% (2).
With the aging of population the prevalence of
chronic diseases will increase. The patients with more co-
morbidities have more dependece and worse punctuation
in the Barthel index after admission (3). At the end of 2005
the 60% of all deaths were related to chronic diseases,
this group represente dan excessive economic load for the
sanitary system. In USA the chronic patients represented
the 78% of global health spending.
To sum up, our clinic reality is an elderly patient
with multiple comorbidities with a high risk of admission,
limitations of daily life and all of this is an important load
to Health system. This situation implies an answer to the
well-know as challenge of chronicity. We need a change
in the attemption of chronic patients. This change needs
a modifications of a basics elements (4):
1. Reorganization of the care. It is based in the
generation of strategie focus to the self gestion of the
patient’s disease. We need to create multidisciplinary te-
ams with an active participation of the patient and their
principal caregiver. Maked the visits in group and making
a progressive strategic of the patient’s attention focus
firstly in the disease and finally managed the case.
2. Professionals. The sanitary profesional who
work in the process of chronic patient’s attention have to
develop a serie of ability such as:
a. Comunication with patient, caregivers and
others sanitary proffesionals.
b. Accept the necessity of sharing responsability
with the patient.
c. Motivate healthy changes in the patient’s lifes-
tyle.
d. Capacity and coordination.
e. Capacity of efficient use of communication
and information technologies.
f. To find personal satisfaction when they work
with chronic patients and with their families.
3. Caregiver. It is very important in the assitan-
ce process of a chronic patient and is the responsable of
transmittivy and make to respect the patient’s decisions at
the end of the illness. We must include the caregiver and
the chronic patient’s relatives in the process of disease’s
management and make them to participate in the aspects
of the carers suchs as:
a. Definitions about the aims of the carers.
b. Take decisions.
c. Planification of the treatment.
d. Adherence and monitoring.
4. Technologie innovation. The news technologies
are a revolution in the concept of assistence to chronic
patients. In Spain the new technologies are about 1% of
the sanitary spend, very far from the 3% of the rest of U.E
and of the 7-10% of the economic inversion of others
fields suchs as telecomunications.
Their use will afford us to recopilate, of a tidy and
coherent way, the clinical information of the patient, in
all steps of clinic assistance (home assistance, emergency
deparment, ambulatory, hospital) to let a shared use of
the information and to have a better management of a
patients, improve the interactions patient-doctor, empo-
wered patients and permit a early intervention in a case
of a exacerbation.
There are several models to management chronic
patients. This models combinated medical, social, fami-
liar and enviromental actions. One of the most known is
the Kaiser pyramid (5), that defends a piramidal system of
attemtion focused in the patient (case managed) without
forgetting the main role of the self-care and the self ges-
tion since the beginning of the disease.
The representation of this system remarks that few
patients use a lot resources.
In this general view of the cronicity, one of the bet-
ter example is the Chronic Obstructive Pulmonary Disease
(COPD). COPD is a common health problema across Euro-
pe, but is often underdiagnosed. COPD mortality is incre-
asing worldwide despite advances in its management in
recent decades [6], the predict number of deaths is expect
to increase from almost 270,000 in 2005 to over 340,000
deaths by 2030. World Health Organization claim than in
2050 it will be the 3rd cause of death.
A principal point in the evolution of the disease are
the exacerbations. The exacerbation imply a modification
of the basal situation with a impact of lung function, qua-
lity of life and pronostic of the illness (7). Its believed that
the COPD patients have an average of 1-4 exacerbation in
a year, although there is a more risk in the patients with
more airflow obstruction and more exacerbations in the
previous year (8).
Exacerbations representated the biggest percentage
of sanitary spend in COPD patients (9).
We have to elaborated several strategies to avoid
the admission during a exacerbations. There are more re-
asons for this:
1. To reduce the impact of the exacerbation in the
illness evolution.
2. To control sanitary burden.
3. To improve quality of life the patients.
4. To reduce the appearance of comorbidities.
More of this strategies are focused to reduced days
of hospital income, but not to avoid this. Early outcomes
have a good impact in the management the COPD exa-
cerbation. Several papers show that this programs redu-
ce days of hospitalizations, improves quality of life the
patients, don’t improve complications secondary to early
income and are econimically profitable (10,11,12).
In the Hospital Universitario de La Princesa
(Madrid) we develop a programme of early income (PA-
PER) that is activated in winter months and is coordinated
by a nurse. This programme shown that is an effective
tool to use in the management the COPD exacerbation.
The main limitation of this programmes are that
don’t act before the patient go to the Hospital. Especially
in patients with severe airflow obstruction we need to act
in the early steps of the exabertion and avoid that the
patient go to the hospital.
The new technologies could have their role because
they can allow us to have remote daily date of the patient
in his basal (without exacerbation) state and act againts
alterations of these. Telemedicine
Multiple studies have been elaborated about COPD
and telemedicine where it is shown the effectivity of cost,
the improvement of the quality of life, the dicrease of sa-
nitary cost and the number of hospital admissions. It is
still necessary to realice more studies and methodologi-
cally better maker.
A systematic review by Polinesa et al examined the
efficacy of telemedicine (TLM) compared with usual care (13). This study desmotrated that TLM was effective in re-
ducing lenght of stay in hospital amd emergency depar-
ments visits. There was no difference in quality of life.
In the study publicated by de Toledo et al, telemedi-
cine group showed a lower percentage of hospital admis-
From hospi tal to homeThe scientist and technologic advances with the improve-ment of the social and enviromental conditions have increased our life expectancy. The number of elderly patients increases and continue increasing. It is estimated that in the year 2050 the number of elderly people of 60 years old is placed about two billion.
06
Segrelles G (1), Gómez-Suárez C (2), Zamora E (1), Ancochea J (1).(1) Respiratory Deparment, Hospital Universitario La Princesa (Madrid). Instituto de Investigación Sanitaria (IP) La Princesa.(2) Linde Healthcare S.A
From hospi tal to homesions. Vitacca et al confirmed this results in a study with
about 101 COPD patients with oxygentherapy and severe
airflow obstruction (14,15).
Another important point is the management of in-
formation. Several studies reported the importance of a
good traige of the telemonitoring information. More of
actions don’t requires a clinician, one study estimated
about 15% the clinical alerts about of the all alerts (16).
Probably nurse-case-management is the perfect profes-
sional that can classificated this information and detected
the real alerts secondary to exacerbations.
In general, patient’s satisfaction is high with tele-
medicine programs and the principal limitation that de-
tected professional is a work over-load. For this reason is
important to make a good selection the better patient.
Our experiencie in telemedicine and COPD is sum-
marized in the project PROMETE (Proyecto Madrileño de
EPOC Telemonitorizado). The “PROMETE” study is a ran-
domised controlled trial including two groups, a group re-
ceiving conventional healthcare and another home tele-
health, with 30 patients participating in each group. The
trial was performed by the Pneumology Department from
the Hospital Universitario La Princesa (Madrid, Spain) and
coordinated with four local Primary Care Centers (Goya,
Montesa, Lagasca y Castelló). Telehealth equipment, home
service, technical assistance and specialized telehealth tri-
age center was provided by Air Products Healthcare.
Patients included in the trial suffered severe COPD,
GOLD stage IV, and where on home oxygen therapy. Ad-
ditionally, patients included in the trial had experienced at
least an exacerbation episode that leaded to hospitaliza-
tion in the year prior to inclusion in the trial.
Vital signs like blood pressure, heart rate, blood oxy-
gen saturation and pick-flow where monitored in a daily
bases. The initially results suggest that telemedicine is a
good alternative in the management of this patients.
To sum up, we need a change in the management
of chronic patients. Telemedicine permit us controlled daily
our patients and act early when detected an exacerbation.
Our experience shown that start the treatment at patient’s
home is effective and don’t increase treatment failure.
We think that is basic the coordination between
hospital and primary care. With telemedicine programs
and particulary with PROMETE study we reduce innece-
sary treatments and clinical proves, we improves medical
communication and professional satisfaction.
In the future we need more studies to answer some
questions:
1. Economic validity.
2. Paper of caregivers.
3. Global implantation.
4. Better patient for telemedicine programs.
5. Professionals satisfaction and improve their
qualifications about telemedicine.
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Revised Global Burden of Disease (GBD) 2002. www.
who.int/healthinfo/bodgdb2002revised/en/index/html.
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8. Hurst J, Vestbo J, Anzueto A, Lacantore N, Müllerova
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chronic obstructive pulmonary disease. N Engl J Med
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9. Chapman KR, Mannino DM, Soriano JB, Vermeire PA,
Buist AS, Thun MJ, Connell C, Jemal A, Lee TA, Mirav-
itlles M, Aldington S, Beasley R. Epidemiology and costs
of chronic obstructive pulmonary disease. EurRespir J
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10. González VJ, Valdivieso B, Ruíz V. Hospitalización a do-
micilio. Med Clin. 2002;118:659-64.
11. Hernández C, Casas A, Escarrabill J, Alonso J, Puig-Ju-
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bated COPD patients. Eur Respir J. 2003;21:58-67.
12. Díaz-Lobato S, Mayorales-Alises S. Reflexiones para
la organización y desarrollo de una unidad de venti-
lación mecánica no invasive y domiciliaria. Arch Bron-
coneumol 2005;41:579-83.
13. Polisena J, Tran K, Cimon K, Hutton B, McGill S, Palmer
K, Scott RE. Home telehealth for chronic obstructive
pulmonary disease: a systematic reiview and meta-
analysis. J TelemedTelecare 2010;16:120-7.
14. de Toledo, Jiménez S, del Pozo F, Roca J, Hernandez
C. Telemedicine experience for chronic care in COPD.
IEEE 2006.
15. Vitacca M, Bianchi L, Guerra A, Fracchia C, Spanevello
A, Balbi B, Scalvini S. Tele-assitance in chronic respira-
tory failure patients: a randomised clinical trial. Eur-
Respir J 2009;33:411-18.
16. Ure J, Pinnock H, Hanley J, Kidd G, McCall E, Tarling
A, Pagliari C et al. Piloting telemonitoring in COPD:
a mixed methods exploration of issues in design and
implementation. Prim Care Respir J 2012;21:57-64.
07
ProgramaOrganização
Sociedade Portuguesade Pneumologia
Direcção:Presidente: Carlos Robalo Cordeiro Vice-presidentes: Cristina Bárbara Venceslau HespanholFernando BarataSecretário-geral: Paula Pinto Secretário-adjunto: Fernando MenezesTesoureiro: Marco Liebermann
Mesa da Assembleia-geralPresidente: Jaime PinaSecretário: Ricardo Nascimento Vogal: Fernanda Nascimento
Conselho FiscalPresidente: Bárbara Parente 1.º Vogal: Ana Fernandes 2.º Vogal: Miguel Villar
SALA FREITAS E COSTA
08.30h Comunicações OraisCO 001 a CO 009Técnicas + Interstício Mod: Abel Afonso (Vila Real) Salvato Feijó (Lisboa)
10.00hCafé
10.30hComunicações OraisCO 010 a CO 018DPOCMod: A Simões Torres (Viseu)Alcides Marques (Faro)
12.00h Simpósio Pfizer
13.00hAlmoço
14.30hSimpósio Boehringer Ingelheim
15.30hComunicações OraisCO 019 a CO 024TabacoMod: Lurdes Barradas (Coimbra)Rui Neveda (Viana do Castelo)
16.30hCafé
17.00hSimpósio Griflos
18.00hConferência Thomé VillarDificuldades clínicas nas pneumoniasClinical difficulties in pneumoniasFrancesco Blasi
19.00hSessão de Abertura
SALA RAMIRO ÁVILA
12.00hSimpósio Pfizer
13.00hAlmoço
14.30hSimpósio Boehringer Ingelheim
15.30hDiscussão de PostersP 001 a P 024Oncologia – 24Mod: Henrique Queiroga (Porto)Ana Fernandes (Vila Real)
16.30hCafé
17.00hSimpósio Griflos
18.00hConferência Thomé VillarDificuldades clínicas nas pneumoniasClinical Difficulties in PneumoniasFrancesco Blasi
19.00hSessão de Abertura
SALA ROBALO CORDEIRO
08.30hCT TrabalhoTécnicas
10.00h Café
10.30hComissão de Trabalho de Doenças do Interstício e Doenças Ocupacionais
Doenças do interstício pulmonar – abordagem na fase avançada da doençaMod: Dolores MonizLuísa Oliveira - Suporte paliativo – Edna Gonçalves- Ventilação não invasiva – João Munhá- Reabilitação – Paula Pamplona
13.00h Almoço
15.30hComissão de Trabalho de Infecciologia
Os números da letalidade intra--hospitalar por PACMod: António DinizA. Ramalho de Almeida Painel: Filipe Froes; Margarida Mesquita; Margarida Serrado; Baltazar Nunes
16.30h Café
SALA THOMÉ VILLAR
08.30hRevista das RevistasMod: Cristina Bárbara e João CardosoAsma – Rita GerardoHipertensão pulmonar – Teresa ShiangTransplante pulmonar – Alexandra Barba
10.00hCafé
10.30hMesa-redondaPortugal da rota da investigação básica na fibrose quística (Mod: Margarida Amaral) – Carlos Farinha
Gestão do doente com fibrose quística – desafios da transição para a idade adultaMod: Celeste Barreto
- Experiência de um centro de referência português – Carlos Lopes- Experiência de um centro de referência europeu – Harry Heijerman
11.30hConferênciaPres: J Agostinho MarquesLiderança e motivação: a arte de fazer omeletas sem ovosMárcio Ceitil
12.00hSimpósio doença pneumocócica na população adulta: porque é importante prevenirModerador: C Robalo CordeiroPneumonia adquirida na comunidade: é possível prevenir? – Filipe FroesA vacinação antipneumocócica na prática clínica – Marta Drummond
13.00hAlmoço
14.30hSimpósio SPIRIVA – 10 anos de inovação na DPOC
15.30h Sessão Institucional SPP/APMGFPrés: C Robalo Cordeiro (SPP)Rizério Salgado (APMGF)
Do hospital para o domicílioFrom hospital to homeThys van der MolerGonzalo Segrelles Calvo
16.30h Café
17.00hSimpósio DA1AT: Porque só detetamos alguns destes doentes?Mod: C. Robalo Cordeiro
- Diagnosticar DA1AT em doentes com DPOC – Rembert Koczulla- Deficiência em Alfa 1: Consequências clínicas – Maria Sucena
18.00hConferência Thomé VillarDificuldades clínicas nas pneumoniasClinical difficulties in pneumoniasFrancesco Blasi
19.00hSessão de Abertura
SALA FREITAS E COSTA
08.30hComunicações OraisCO 025 a CO 038Cuidados IntensivosMod: Filipe Monteiro (Lisboa)JP Baptista (Coimbra)
10.00hCafé
10.30hComunicações OraisCO 034 a CO 042OncologiaMod: Bárbara Parente (Gaia)Francisco Félix (Lisboa)
12.00hSimpósio Novartis
13.00hAlmoço
14.30hSimpósio Astra
15.30hComunicações OraisCO 043 a CO 048AsmaMod: Mário Loureiro (Coimbra)Salete Valente (Covilhã)
16.30hCafé
17.00hComunicações OraisCO 049 a CO 054InfeçõesMod: João Cunha (Braga)António Antunes (Figueira da Foz)
18.00hComunicações OraisCO 055 a CO 060TuberculoseMod: Ricardo Nascimento (Funchal)António Domingos (Torres Vedras)
19.00hAssembleia-Geral
SALA RAMIRO ÁVILA
08.30hDiscussão de PostersP 025 a P 037Clínica PneumológicaMod: M.ª Manuel Figueiredo (Guimarães)Luís Ferreira (Guarda)
10.00hCafé
6.ª Feira 9-11-2012
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08
Sábado 10-11-2012
Patrocinadores desta edição
agradece o apoio de todos os que contribuíram para a realização deste Jornal, nomeadamente:
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
Rua Ivone Silva, 6, 6.º Esq.ºEdifício Arcis1069-130 LisboaTel.: 217 962 074 Fax: 217 962 [email protected]
Jornaldo
DIRETORJosé Alberto Soares
ASSESSORA DE DIREÇÃOHelena Mourão
COORDENAÇÃOPaula Pereira
REDACÇÃOAndreia PereiraBruno Miguel DiasDavid CarvalhoPaula PereiraSílvia MalheiroSusana Catarino Mendes
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ASSISTENTE COMERCIALSandra Morais
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SELECÇÃO DE COR, FOTÓLITO E MONTAGEMpré&press
IMPRESSÃO E ACABAMENTOProjecção – Quinta do Lavi – Armazém n.º 1Parque Industrial da Abrunheira2710-089 SINTRA
Pretendemos promover e divulgar a informação na área da saúde. A reprodução total ou parcial dos textos e fotografias é possível, desde que referenciada a sua origem - JAS Farma® - e com a autorização expressa da Direcção. Os artigos de opinião são da inteira responsabilidade dos seus autores.
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12.00hSimpósio Novartis
13.00hAlmoço
14.30hSimpósio Astra
15.30hDiscussão de PostersP 038 a P 053DPOCMod: João Munhá (Portimão)Chaves Caminha (Porto)
16.30h Discussão de PostersP 054 a P 070InterstícioMod: António Morais (Porto)Fernando Rodrigues (Aveiro)
18.00hDiscussão de PostersP 071 a P 085Sono, Asma e FunçãoMod: Ana Arrobas (Coimbra)Richard Staats (Lisboa)
19.00hAssembleia Geral
SALA ROBALO CORDEIRO
08.30hComissão de Trabalho de Fisiopatologia Mod: Cristina Bárbara e João AlmeidaO processo de creditação dos laboratórios de função respiratória – Joana AbreuManual de Boas Práticas em Função Respiratórias – estratégia para a sua publicação e conclusões da reunião – Alexandre Barba
10.00hCafé
10.30hComissão de Trabalho de ReabilitaçãoReabilitação no doente com DPOC e co-morbilidadesMod: Paula SimãoJoão Munhá- Impacto das co-morbilidades na reabilitação do doente com DPOC – Fátima Rodrigues- Treinando o doente com DPOC e co-morbilidades:Insuficiência cardíaca congestiva – João MunháCardiopatia isquémica e doença vascular periférica – Paula AlmeidaDiabetes mellitus – Ana Luísa Marques da Costa
13.00hAlmoço
15.30hComissão de Trabalho de TuberculoseComo abordar a tuberculose face aos constrangimentos económicos e sociais atuaisMod: António DomingosJosé Miguel Carvalho- O que está bem e quais são os constrangimentos? – Raquel Duarte- Quais são as potencialidades? – Ana Maria Correia
16.30hCafé
17.00hComissão de Trabalho Patologia do SonoCompetência em Medicina do SonoMod: Teresa PaivaMarta Gonçalves- A realidade europeia – Richard Staats- A realidade portuguesa – J. Moutinho dos Santos
18.00hComissão de Trabalho de AlergologiaAsma e desportoMod: Aurora Carvalho- Introdução – Ricardo Lima- Asma e desporto – A. Bugalho
SALA THOMÉ VILLAR
08.30hRevista das RevistasMod: Fernando Barato e Sofia FurtadoPleura – Yvete MartinsCancro do pulmão – Gabriela FernandesSarcoidose – Leandro Ferreira
10.00hCafé
10.30hSessão institucional SPP/SEPAR/ALATPres: C Robalo Cordeiro (SPP)Pilar de Lucas (SEPAR)Mayra Mejia (ALAT)
Fibrose pulmonar idiopática e:- Envelhecimento – Elena Bollo (SEPAR)- Infeção – António Morais (SPP)- Tabaco - Mayra Mejia (ALAT)
12.00hSimpósio Novas estratégias e opções terapêuticas em DPOCMod: J. Agostinho Marques
- Onbrez® Breezhaler® novos dados e prática clínica – João Cardoso- Seebri® Breezhaler® o novo broncodilatador de longa ação – Guy Joos
13.00h Almoço
14.30hSimpósio Recomendações, boas práticas e adesão à terapêutica na DPOCO que há de novo?Carlos Robalo Cordeiro
A importância dos dispositivos inalatóriosJohn Haughney
15.30hMesa-redondaBilastina: um Mundo novo para o paciente alérgico Bilastina na rinite; eficácia e segurança: Ana Todo BomBilastina na asma brônquica: Fernando Menezes
16.30hCafé
17.00hPrós e Contras – Corticoterapia inalatória e risco de pneumoniaMod: Paula Simão e Joaquim MoitaPró – Lígia PiresContra – Sara Freitas
18.00hConferênciasPres: José AlvesMET – Medical Emergency Team – vale mais prevenir que remediar Álvaro Moreira da Silva
19.00h Assembleia-Geral
SALA FREITAS E COSTA
08.30hComunicações OraisCO 061 a CO 069FisiopatologiaMod: Teresa Cardoso (Évora)Maria João Matos (Coimbra)
10.00hCafé
10.30hComunicações OraisCO 070 a CO 084SonoMod: João Almeida (Porto)Monteiro Ferreira (Coimbra)
13.00hEncerramento
SALA RAMIRO ÁVILA
08.30h Discussão de PostersP 086 a P 099TécnicasMod: J. Roque Dias (Santarém)J. Roldão Vieira (Almada)
10.00hCafé
10.30hDiscussão de PostersP 100 a P 128Tuberculose e infeções Mod: Paula Duarte (Setúbal)C. Pavão de Matos (Ponta Delgada)
13.00hEncerramento
SALA ROBALO CORDEIRO
08.30hComissão de Trabalho de Cirurgia Torácica
10.00hCafé
10.30hComissão de Trabalho de Oncologia Pneumológica e de TabagismoTabaco e cancro do pulmãoMod: Ana BarradasLurdes Barradas- Interação dos hábitos tabágicos na terapêutica do cancro do pulmão – Ana Figueiredo- Cessação tabágica no doente com cancro do pulmão – Cristina Matos- Custos económicos e sociais do CP vs Custos na prevenção e tratamento do tabagismo – Manuel Pizarro
13.00hEncerramento
08.30hRevista das RevistasMod: Venceslau Hespanhol e António DinizPneumonia – JP Boléo-ToméTuberculose – Raquel DuarteBronquiectasias – Fernanda Gamboa
10.00hCafé
10.30hMesa-redondaDoenças raras na pneumologia – Doença de PompeMod: Joaquim Moita- Doença de Pompe: sinais e sintomas – Bebiana Conde- Estudo DEEPEr – Maria José Guimarães- Casos clínicos – M. Simões Raposo
11.30hSessão Institucional SPP/SPCPres: C. Robalo Cordeiro (SPP)Mário Lopes (SPC)Embolia pulmonar – perspetiva- do cardiologista – Graça Castro- do imagiologista – António Madureira- do pneumologista – Jorge Tomás Monteiro
Domingo 11-11-2012
10
Este ano, o tema da mesa-redonda organizada pela
Comissão de Interstício Pulmonar e Doenças Ocu-
pacionais será sobre “Abordagem do doente em
fase avançada da doença”.
Muitas doenças pulmonares crónicas podem causar
alterações pulmonares progressivas e irreversíveis na sua
evolução, conduzindo a doença pulmonar avançada.
Considera-se doença pulmonar avançada toda a
doença crónica, não neoplásica, cujo portador possui
grande limitação nas atividades de vida diária, limitações
funcionais pulmonares graves, com repercussão nas tro-
cas gasosas, e na maioria dos casos presença de fatores
de risco e co-morbilidades, que no conjunto interferem na
qualidade de vida do doente.
Estes doentes apresentam problemas de saúde e
problemas sociais específicos e complexos, pelo que é fun-
damental uma abordagem multidisciplinar. Encontram-se
frequentemente nesta situação doentes com doença do in-
terstício pulmonar com evolução para fibrose pulmonar. Es-
tas situações podem progredir para insuficiência respiratória
grave ou haver exacerbação grave súbita com prognóstico
reservado. Se a progressão da doença é refratária ao trata-
mento ou se existem contraindicações para o tratamento, é
de considerar tratamento paliativo destes doentes.
Segundo a OMS, “Palliative care is an approach that
improves the quality of life of patients and their fami-
lies facing the problem associated with life-threatening
illness, through the prevention and relief of suffering
by means of early identification and impeccable assess-
ment and treatment of pain and other problems, physical,
psychosocial and spiritual.”
Atualmente, considera-se que o acesso aos cuidados
paliativos deve basear-se nas necessidades dos doentes
mais do que no diagnóstico, abrangendo muitos doentes
com doenças não malignas, uma vez que as necessida-
des físicas e psicológicas dos doentes com doença não-
-maligna em fase avançada pouco diferem das situações
neoplásicas.
Os cuidados paliativos na doença do interstício em
fase avançada não se destinam especificamente a tratar a
fibrose pulmonar, mas sim a melhorar a qualidade de vida
desses doentes. É fundamental o tratamento sintomático
dos principais sintomas, nomeadamente dispneia, tosse,
ansiedade e depressão. São de extrema importância os
programas de reabilitação pulmonar nestes doentes, dado
o seu valor na redução da dispneia, melhorando a tolerân-
cia ao esforço e, consequentemente, a qualidade de vida
dos doentes. A principal causa de incapacidade é a insufi-
ciência respiratória, pelo que a oxigenoterapia domiciliá-
ria assume grande importância. A ventilação não-invasiva
pode estar indicada em alguns doentes, proporcionando
alívio da dispneia. Em situações de exacerbação, a ven-
tilação não invasiva pode ter papel relevante, evitando a
ventilação mecânica.
Dado a relevância crescente que o tema apresenta,
este ano, estará em discussão na mesa-redonda da Co-
missão de Interstício Pulmonar e Doenças Ocupacionais.
Será debatido o suporte paliativo, a ventilação não invasi-
va e a reabilitação nestes doentes. Terá lugar no dia 9 de
novembro, pelas 10,30h, na sala Robalo Cordeiro.
Interstício e doenças ocupacionais
Dr.ª Cristina CristóvãoCoordenadora da Comissão do Interstício e Doenças Ocupacionais da SPP
COMISSÕES DE TRABALHO COMISSÕES DE TRABALHO
As técnicas endoscópicas são constituídas por um
conjunto de procedimentos invasivos que per-
mitem visualizar a via aérea superior e inferior
(broncofibroscopia e broncoscopia rígida) e a cavidade
pleural (toracoscopia). Tendo como objetivos o diagnós-
tico e/ou terapêutica, podem ser realizadas numa sala de
endoscopia, no bloco operatório ou noutros (e.g. Cuidados
Intensivos). A endoscopia respiratória é uma técnica pra-
ticada há mais de 100 anos.
A contínua evolução técnica fez com que a bron-
coscopia rígida mantivesse nos primeiros setenta anos do
Séc. XX um papel fundamental e, muitas vezes exclusivo,
no diagnóstico e tratamento endoscópico das principais
patologias broncopulmonares, tendo, sem dúvida, um im-
portante significado na história da Broncologia. Verificou-
se uma diminuição de protagonismo com o aparecimento
do broncofibroscópio (1968; Shigeto Ikeda), com posterior
ressurgimento, na década de 80, com a broncoscopia tera-
pêutica de intervenção. Atualmente, a broncoscopia rígida
e a broncofibroscopia são técnicas importantes e válidas,
com um importante papel de complementaridade.
A Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas,
que existe desde há vários anos, graças à colaboração de
inúmeros colegas, constitui um grupo de trabalho da SPP
onde se promove a discussão, de um modo informal, desta
temática, no âmbito não só da Pneumologia, mas com ou-
tras especialidades (e.g. Anestesiologia; Cirurgia Torácica;
Pediatria), com troca de experiências interpessoal e inter-
serviços e propostas para melhoria da mesma. Concomi-
tantemente, colabora em ações de formação (e.g. Escola de
Pneumologia) e participa em Congressos (e.g. SPP).
“In the future, as at present, the internist will tap and
look and listen on the outside of the chest; the roentge-
nologist will continue to look through the patient; but in
continually increasing proportions of cases, the surgeon,
the internist and the roentgenologist will ask the bronchos-
copist to look inside the patient”, Chevalier Jackson.
Técnicas endoscópicasDr. Júlio Semedo e Dr. José AlmeidaResponsáveis pela Comissão de Trabalho de Técnicas Endoscópicas da SPP
Vai decorrer hoje, pelas 14h30, o Simpósio SPIRIVA®,
organizado pela Boehringer Ingelheim e pelos La-
boratórios Pfizer. “10 anos de inovação contínua
na DPOC”, é o tema desta sessão, onde serão efetuadas
quatro apresentações que abordam o contributo inques-
tionável do tiotrópio ao longo de 10 anos, em prol do tra-
tamento de manutenção dos doentes com DPOC: “Estado
da Arte no Séc. XX”, “Mudança de Paradigma”, “Tiotrópio
– Pioneiro no Tratamento de Manutenção” e “Respimat®
– 3.ª Geração de Dispositivos”.
O Dr. António Jorge Ferreira, pneumologista dos
Hospitais da Universidade de Coimbra, que irá fazer a
abordagem a esta última temática, afirma que, no âm-
bito do desenvolvimento tecnológico associado à ad-
ministração de fármacos inalados, nomeadamente na
terapêutica da DPOC, começaram a surgir nos últimos
anos novos dispositivos cujas principais características
incluem não só avanços significativos a nível da biodis-
tribuição farmacológica, como também maior adesão e
simplicidade na utilização por parte do utente.
“É precisamente nesta terceira geração de disposi-
tivos inalatórios que surge o Respimat® Soft Mist™ Inha-
ler”, refere o palestrante. E desenvolve: “Este dispositivo
representa um excelente exemplo de uma história de
sucesso na área da indústria de nano e microtecnolo-
gia europeia no campo da saúde, levando a um menor
consumo de fármacos, em combinação com melhorias
significativas na inalação promovida por um microcom-
ponente central (microdifusor). Em suma, um dispositivo
mais eficiente.”
De acordo com o Dr. António Jorge Ferreira, o Res-
pimat® é um dispositivo inalatório sem gás propelente,
atualmente utilizado na administração individualizada do
fármaco anticolinérgico (LAMA) brometo de tiotrópio, no
tratamento da DPOC. Na sua ótica, este dispositivo poderá
futuramente vir a ser utilizado para administração de ou-
tros fármacos ou suas associações, quer a nível da DPOC,
quer de outras doenças do foro respiratório.
Segundo indica, “o Respimat® permite uma maior
deposição pulmonar do fármaco (com menor retenção
ao nível da orofarínge), devido à nuvem lenta que pro-
duz e ao reduzido tamanho das partículas formadas
(uma elevada proporção apresenta dimensões infe-
riores a 5,8 µm de diâmetro), mesmo em doentes com
reduzida capacidade inalatória, facilitando, ainda, a
coordenação com a inspiração do doente, o que muitas
vezes não ocorre com dispositivos de gerações ante-
riores”.
Respimat® – 3.ª geração de dispositivos
Dr. António Jorge Ferreira
11
Assistimos nos últimos anos à publicação de nu-
merosos artigos no âmbito da hipertensão arterial
pulmonar que melhoraram significativamente a
nossa compreensão e abordagem desta entidade.
Para esta sessão, a escolha recaiu essencialmente
sobre artigos com impacto na prática clínica diária.
O primeiro trabalho selecionado foi publicado no
European Respiratory Journal, em novembro de 2012, e
incidiu sobre a fisiopatologia da HAP. De acordo com Wi-
lkins e colegas, a hipótese mais consensual em relação aos
mecanismos fisiopatológicos subjacentes é a da existência
de uma predisposição genética que, na presença de uma
agressão do ambiente, leva a uma resposta anormal e à
apoptose no endotélio destes doentes. Esta lesão endote-
lial acarreta perda capilar, disfunção endotelial com maior
vasoconstrição e proliferação das células musculares lisas
e emergência de clones de células endoteliais hiperproli-
ferativos, levando ao aumento das resistências vasculares
pulmonares. Foi este conhecimento fisiopatológico atual
o responsável pela aprovação de determinadas terapêuti-
cas para a prática clínica.
A HAP, doença rara, com um comportamento ma-
ligno e até há bem pouco tempo sem grandes meios
para o seu tratamento, é, nos dias de hoje, uma doen-
ça tratável e a investigação farmacêutica nesta área
permite dar perspetivas francamente animadoras aos
doentes.
V.V.McLaughlin e colegas, no artigo “Looking to the
future: a new decade of pulmonary arterial hypertension
therapy”, publicado na European Respiratory Review,
comenta os avanços significativos que têm sido verifica-
dos na abordagem terapêutica desta entidade e chama
a atenção para a clara e urgente necessidade de novas
opções terapêuticas, quer através do desenvolvimento
de fármacos mais eficazes, que atuem através das vias
patogénicas já identificadas, ou através de agentes que
atuem em novas vias patogénicas não abrangidas pelas
terapêuticas correntes. Uma série de novos agentes, tais
como o macitentan, o selexipag, o riociguat e o imatinib,
têm-se revelado promissores em modelos experimentais
e estudos preliminares em humanos são abordados neste
artigo.
Possivelmente, a maior evolução do passado recen-
te foi a mudança do paradigma em termos de tratamento;
passou-se de terapêutica escalada para uma terapêutica
orientada por objetivos. A terapêutica orientada por ob-
jetivos é uma estratégia terapêutica que usa indicadores
prognósticos bem estabelecidos como metas; isto vai pos-
sibilitar uma intervenção precoce e escalada terapêutica
antes dos doentes deteriorarem.
Embora a HAP seja caracterizada pela presença de
uma vasculopatia, é a resposta do VD ao aumento do af-
terload o principal determinante dos sintomas e da so-
brevida do doente; assim, os parâmetros que refletem a
função ventricular direita representam a melhor forma de
avaliar a severidade da HAP.
No artigo “How to detect disease progression in
PAH”, J.L.Vachiery discute a abordagem e as estratégias
que podem ser utilizadas para monitorizar a progressão
da doença e orientar o tratamento.
Muitas ferramentas, tais como sintomas, classifica-
ção funcional, capacidade de exercício, dados hemodinâ-
micos, achados em termos de imagem cardíaca e nível de
biomarcadores, demonstraram ter valor prognóstico em
termos de sobrevida quer na fase de diagnóstico, quer
durante o tratamento.
Como vários destes marcadores refletem diferentes
aspetos da fisiopatologia da HAP, assume-se que a sua
combinação fornecerá uma informação mais acurada do
estado e prognóstico do doente.
Esta abordagem é recomendada nas guidelines e o
conceito de avaliação integrada e multivariada foi ressal-
tada em estudos recentes.
A revista das revistas – hipertensão pulmonar
Dr.ª Teresa ShiangServiço de Pneumologia do HVNG/Espinho, EPE
Embora a HAP seja caracterizada pela presença de uma vasculopatia, é a resposta do VD ao aumento do afterload o principal determinante dos sintomas e da sobrevida do doente; assim, os parâmetros que refletem a função ventricular direita representam a melhor forma de avaliar a severidade da HAP.
A fibrose quística é uma doença genética rara, cal-
culando-se que em Portugal 1: 5000 recém-nas-
cidos tenham fibrose quística (FQ).
Geralmente, o diagnóstico é feito nos primeiros anos
de vida, com base na clínica; infeções respiratórias recor-
rentes e esteatorreia e na realização da prova de suor.
Ao longo das últimas décadas, registaram-se múl-
tiplas inovações no tratamento dos doentes com FQ, no-
meadamente: novos antibióticos, enzimas digestivas pan-
creáticas e centros especializados no seguimento destes
doentes.
Assistiu-se a um aumento exponencial da esperança
de vida; enquanto na década de 60 a maioria não atingia a
idade adulta, atualmente, a esperança média de vida pode
superar os 50 anos, para doentes seguidos em centros es-
pecializados.
No Centro Especializado de FQ do Hospital de Santa
Maria são seguidos 100 doentes, metade dos quais adul-
tos.
A consulta individualizada de FQ foi criada há 23
anos no Serviço de Pediatria. O aumento da esperança de
vida destes doentes obrigou à implementação de um pro-
grama de transição da Pediatria para a Pneumologia, que
teve início em 2000.
Progressivamente, o Serviço de Pneumologia foi
equipado com quartos para o internamento dos doentes
com FQ e a Consulta de Adultos entrou em funcionamen-
to autónomo.
A complexidade da monitorização e da terapêutica
da FQ obriga à intervenção conjunta e sistematizada de
vários profissionais de saúde: pediatras, pneumologistas,
enfermeiros, dietistas, psicólogos e cardiopneumologis-
tas.
O envolvimento multiorgânico requer uma aborda-
gem holística, sendo necessária uma equipa multidiscipli-
nar que envolve: Microbiologia, Imagiologia, Gastroente-
rologia, Otorrinolaringologia, Endocrinologia, Nefrologia e
Reumatologia.
A transição deve ser encarada como um processo
natural, planeado e de desenvolvimento de competências,
durante a qual tem lugar a transferência destes doentes
para um serviço de adultos.
A transição transmite uma sensação de futuro,
criando nos doentes uma expectativa realista de atingi-
rem a idade adulta. Favorece a sua independência e sen-
sação de controlo da doença relativamente aos pais.
No nosso Centro, elaborámos um programa de tran-
sição, para que todos os profissionais envolvidos possam
contribuir, ativamente, para suavizar o processo.
Estabelecemos como critérios de transição: a idade
adulta (18 anos) e a estabilidade clínica. O stress asso-
ciado à transição deve ser evitado nos doentes em fase
terminal.
A transição deverá iniciar-se precocemente, os do-
entes têm consultas conjuntas com pediatras e pneumo-
logistas e são organizadas visitas ao Serviço de Pneumo-
logia para se familiarizarem com as instalações físicas e
os recursos humanos. A proximidade geográfica entre o
serviço pediátrico e de adultos ou até a existência de re-
cursos partilhados facilita o processo de transição.
O modelo da FQ, já bastante desenvolvido, pode ser
replicado noutras doenças com diagnóstico na infância e
longevidade até à idade adulta; cardiopatias congénitas,
doenças metabólicas ou drepanocitose.
Dr. Carlos LopesCentro Especializado de Fibrose Quística, Serviço de Pneumologia, Hospital de Santa Maria, CHLN
Experiência de um centro de referência português
“A maior parte das empresas tem gestão a mais e
liderança a menos.”
Stephen R. Covey
Pode ser relativamente difícil, hoje, para muitas pes-
soas, sobretudo para aquelas que têm mais de quarenta
anos, entenderem que as preocupações por fazer as coisas
benfeitas, no cumprimento de algumas regras básicas de
conduta, e de dar o melhor do seu esforço, que constituí-
ram alguns dos pilares da educação que herdaram dos
seus pais, já não têm, atualmente, o mesmo peso e ex-
pressão que tiveram.
Na realidade, muitas dessas pessoas ainda pensam
que as únicas coisas a que se pode ser verdadeiramen-
te obrigado são cumprir as regras que estão definidas e
fazer, honestamente, aquilo que se pode, seguindo o ve-
lho ditado que diz que “quem dá o que tem a mais não é
obrigado”.
Esta perspetiva, ou atitude, se bem que possa ser
interessante do ponto de vista da economia pessoal de
cada um e constituir até um antídoto eficaz para vários
riscos de autoculpabilização, está completamente desa-
justada relativamente às condições concretas da vida das
organizações e aos desafios que elas enfrentam no mun-
do atual, em que, realmente, já não basta fazer bem as
coisas, e muito menos fazer apenas o que se pode, mas
é necessário fazer as coisas certas para se conseguir ob-
ter bons resultados e ter sucesso nos diferentes domínios
profissionais.
O esforço dedicado e as boas intenções deixam de
ter sentido e importância em si mesmos e só são valori-
zados enquanto, e se, tiverem uma relação instrumental,
clara e inequívoca, com o alcance de resultados deseja-
dos.
Relevando o inevitável chavão que a ideia encerra,
isto é particularmente evidente no exercício de funções
com responsabilidades de gestão e constitui o cerne da
distinção entre ser “gestor” e ser “líder”.
Provavelmente, as organizações necessitam dos
dois; mas a diferença fundamental entre eles é que os
gestores trabalham dentro do sistema e fazem, e fazem
com que se façam as coisas de forma correta e adequada,
em relação a standards, normas ou orientações definidas,
enquanto os líderes trabalham sobre o sistema e fazem, e
fazem com que se façam, as coisas certas, ou seja, aquilo
que é necessário fazer para se alcançarem bons resulta-
dos.
Neste contexto, enquanto os gestores funcionam,
no essencial, respeitando o ordenamento do sistema, os
líderes questionam o sistema, sempre na procura pró-ati-
va das soluções que melhor permitam a libertação do po-
tencial criativo e produtivo das pessoas e dos processos,
com vista à obtenção de melhorias expressivas da perfor-
mance, da qualidade e dos resultados.
Enquanto aos gestores compete gerir, passando o
pleonasmo, as condições para garantir a exequibilidade
das estratégias, aos líderes compete definir estratégias
que, embora exequíveis, sejam definidas pelos “golpes
de asa” que levem as organizações a ter inspirações vi-
sionárias que as galvanizem para percursos de sucessos
renovados.
Aos gestores compete, enfim, o trabalho de gestão
das infraestruturas que assegurem que as organizações
tenham, pelo menos, os níveis de performance suficientes
para garantir a sua manutenção e estabilidade, enquanto
dos líderes se espera que inspirem e incentivem as pessoas
para atingir elevados níveis de performance, através da li-
bertação do potencial criativo que se acredita existir nos
seus recursos físicos, mentais e emocionais.
Penso que, de um modo geral, existem, nas organi-
zações, gestores dedicados, homens e mulheres com in-
desmentível boa vontade, capazes de dar o melhor do seu
esforço e de “vestir a camisola” pelos seus projetos, disci-
plinados e disciplinadores e com o suficiente bom senso e
brio profissional para fazer as coisas “como deve ser”.
Falta, no entanto, a muitos deles a visão e a chama
inspiradoras, necessárias para levar a que se façam “coi-sas extraordinárias” (Kouzes & Posner, 1997) nas suas
organizações.
É geralmente reconhecido que persistem, na socie-
dade portuguesa, problemas estruturais de performance,
traduzidos em baixos indicadores de produtividade. Estou,
no entanto, longe de pensar que as explicações sobre
esses problemas se esgotam numa hipotética e abusiva
redução simplificadora a este ou àquele fator. Sustento,
no entanto, que a existência de défices de liderança, de
sentido de risco e espírito empreendedor nos gestores e
responsáveis portugueses, pode muito bem constituir um
dos possíveis motivos que os justifiquem.
A ausência de uma liderança sólida e credível tem,
hoje, consequências muito mais críticas do que há anos
atrás, devido ao facto de trabalharmos em ambientes de
incerteza e de complexidade crescentes, que levam as
pessoas a refugiar-se em estratégias de autodefesa e de
evitação da ansiedade.
Em ambientes destes, tomar decisões, ir com elas
para a frente e assumir as respetivas consequências, gera
inevitavelmente stresse e pode provocar muita angústia.
E, como é óbvio, nem toda a gente consegue, ou quer,
ter as competências necessárias para desempenhar estes
papéis.
Podem, então, existir, nas nossas organizações,
populações mais ou menos alargadas de bons profissio-
nais, dispostos a trabalhar e até com boa qualidade de
desempenho. No entanto, se as respetivas contribuições
não forem encaminhadas e alinhadas com as estratégias
organizacionais, através de uma liderança forte e credível,
muito provavelmente o esforço despendido, mesmo que
seja a genuína expressão de “dar o seu melhor”, pode não
ser suficiente para atingir os resultados desejados.
A diferença entre “fazer o seu melhor” e “fazer o que
é correto fazer” não está, assim, apenas, nem sobretudo,
na natureza técnico-instrumental do desempenho reali-
zado, mas no sentido e na orientação que lhe é dado e no
seu alinhamento com a visão e os objetivos estratégicos
de cada organização.
Não basta, por isso, para uma organização ter su-
cesso, ter pessoas a desenvolver um grande esforço e,
porventura, até a fazer um bom trabalho.
Para além de gestores que se limitem a, conforme
assinala John P. Kotter, “trazer um certo grau de con-sistência e de ordem a algumas áreas importantes”, as
organizações e as instituições precisam de ter líderes que
definam a direção a seguir e que, ainda citando Kotter,
“estabeleçam uma visão do futuro e desenvolvam es-tratégias para produzir as mudanças necessárias para a concretizar”.
Só assim é possível combinar a eficiência com a efi-
cácia.
E, na linha de fronteira que demarca o progresso do
marasmo, só isto permitirá, às organizações portuguesas,
dar o verdadeiro “golpe de asa” que lhes permita não ficar
aquém.
Dr. Mário CeitilDiretor Associado da CEGOCProfessor Universitário
Liderança e motivação
12
GESTÃO DO DOENTE COM FIBROSE QUÍSTICA: DESAFIOS DA TRANSIÇÃO PARA A IDADE ADULTA
A diferença entre “fazer o seu melhor” e “fazer o que é correto fazer” não está, assim, apenas, nem sobretudo, na natureza técnico-instru-mental do desempenho realizado, mas no sentido e na orientação que lhe é dado e no seu alinhamento com a visão e os objetivos estratégicos de cada organização.
A fibrose quística (FQ) é a doença autossómica re-
cessiva fatal (esperança média de vida ~25 anos)
mais comum na população caucasiana, atingindo
cerca de ~80,000 indivíduos em todo o mundo (30,000 na
Europa). O número de indivíduos com FQ tem crescido nos
últimos anos, sobretudo devido à crescente implementa-
ção de extensivos programas de rastreio neonatal.
O fenótipo clínico da FQ caracteriza-se por patolo-
gia respiratória, a principal causa de morbilidade e morta-
lidade, com obstrução das vias respiratórias por um muco
viscoso e colonizações bacterianas recorrentes, associada
ainda a insuficiência pancreática, infertilidade masculina
e uma elevada concentração salina no suor.
A maior parte das atuais abordagens terapêuticas é
dirigida a tratar sintomas e não a causa da doença. No en-
tanto, para aumentar ainda mais a qualidade de vida dos
doentes FQ e a sua esperança média de vida, assumem-se
como particularmente relevantes as estratégias destina-
das a corrigir o defeito celular/molecular básico.
A FQ é causada por mutações num único gene, que
codifica a proteína CFTR (do inglês cystic fibrosis trans-
membrane conductance regulator), uma proteína com
1480 resíduos de aminoácidos que funciona como canal
de iões cloreto (Cl-) na membrana apical das células epi-
teliais. Embora estejam descritas mais de 1900 mutações
causadoras da doença, uma única mutação (F508del) está
presente em mais de 90% dos doentes FQ, pelo menos
num alelo. Esta mutação causa o misfolding da proteína,
levando à sua retenção intracelular no retículo endoplas-
mático e envio precoce para degradação.
Embora recentemente tenha chegado ao mercado
o primeiro medicamento que corrige o defeito básico na
FQ – Kalydeco (VX-770/ ivacaftor, Vertex Pharmaceuticals,
San Diego), este composto está aprovado apenas para
uma mutação rara (G551D), existindo apenas em 3-4%
dos doentes FQ.
Para benefício da grande maioria dos doentes FQ
com a mutação F508del, estão também em curso ensaios
clínicos com outro composto (VX-809/ lumacaftor), mas
cujos resultados preliminares apontam para um efeito
bastante modesto nos doentes.
É talvez neste ponto que mais se destaca o traba-
lho que em Portugal se tem feito na rota da investigação
básica da fibrose quística. Esta atividade de investigação,
já premiada mais que uma vez (recentemente com o Ro-
main Pauwels Research Award da European Respiratory
Society, atribuído a Carlos Miguel Farinha, em 2010, com o
ECFS Award da European Cystic Fibrosis Society, atribuído
a Margarida Amaral, entre outros), foi iniciada no Instituto
Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, mas desde há alguns
anos desenvolve-se na Unidade de Investigação em Doen-
ças Associadas a Proteínas de Membranas do BioFIG – Cen-
tro de Investigação em Biossistemas, Genómica Integrativa
e Funcional, na Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa (unidade FCT liderada por Margarida D Amaral).
Tem contado com o suporte financeiro de múltiplos
projetos (com financiamento nacional, europeu e norte-
-americano), que tem permitido significativas contribui-
ções para esta área. Destacam-se resultados recentes de-
monstrando que a proteína com a mutação F508del-CFTR
apresenta vários defeitos básicos, cuja correção só será
provavelmente conseguida através de terapias combinan-
do vários compostos.
Para além do defeito de folding, que leva à sua re-
tenção intracelular, quando consegue atingir a membrana
celular, a proteína F508del-CFTR apresenta ainda uma
deficiente atividade como canal de Cl-, e permanência re-
duzida na superfície celular. Dessa forma, o trabalho do
grupo tem-se desenvolvido no campo da identificação
de novas moléculas capazes de corrigir estes três defei-
tos da F508del-CFTR. Além disso, tem-se focado também
na identificação e caracterização de novas proteínas que
interatuem e influenciam estes processos na célula, com
o objetivo de identificar novos alvos terapêuticos. O obje-
tivo último consiste na correção da localização celular da
CFTR mutante, uma ativação do seu transporte de Cl- e a
respetiva estabilização na membrana plasmática.
Esta equipa de investigação colabora com prestigia-
das instituições, de entre as quais se destacam: o EMBL-
-European Molecular Laboratory (Heidelberg, Alemanha);
a Johns Hopkins University School of Medicine (Baltimore,
EUA); a Northwestern Univ (Evanston - Chicago, EUA); o
University of Pittsburgh Children’s Hospital (Pittsburgh,
EUA); a UniCamp-Universidade de Campinas (Brasil); Univ
Regensburg (Alemanha), entre outras. Nos últimos 5 anos,
os resultados foram publicados em mais de 30 artigos em
revistas internacionais.
Portugal na rota da investigaçãobásica da fibrose quística
Prof. Doutor Carlos Miguel FarinhaFaculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
13
14
A asma é definida com doença inflamatória cróni-
ca das vias aéreas associada a graus variáveis de
obstrução do fluxo aéreo e/ou hiperreactividade
brônquica e episódios de tosse, pieira e dispneia. Em al-
guns doentes com asma verifica-se o desenvolvimento de
mudanças estruturais e remodelação da via aérea. O início
da doença ocorre geralmente na infância, mas os sinto-
mas também podem começar na idade adulta. A etiologia
é desconhecida, embora, muito provavelmente, multifa-
torial, envolvendo fatores genéticos e ambientais que se
interrelacionam de diferentes formas.
A variabilidade da apresentação, história natural e res-
posta à terapêutica nas crianças e adultos com asma, promo-
veu a necessidade de uma melhor compreensão da doença.
No último ano, vários trabalhos demonstraram a
importância das infeções virais e bacterianas como causa
de desenvolvimento de asma. Há evidência crescente de
que a inflamação da via aérea resultante de infeção res-
piratória por vírus é responsável pela patogénese de asma
atópica, quando existe atopia subjacente.
Na última década, o conceito original da “Hipóte-
se da Higiene”, que referia que as infeções protegem do
desenvolvimento das doenças alérgicas, tem sido pro-
gressivamente questionado. Verifica-se atualmente que
a interação entre os antigénios alergéneos e a resposta
imunológica a vírus pode ocorrer a vários níveis e podem
influenciar-se mutuamente. Vários estudos mostram o
risco aumentado de desenvolver asma persistente após
infeção respiratória por vírus sincicial respiratório ou por
rinovírus em crianças atópicas.
Outros estudos sugerem que a resposta imunológica
contra a enterotoxina do Staphylococcus aureus produz
um efeito direto na gravidade da doença, principalmente
nos doentes com asma grave não atópica de início tar-
dio. As enterotoxinas geradas pelo S.aureus podem atuar
quer como antigénios nominais estimulando respostas
IgE específicas, quer como superantigénios promovendo
resposta IgE mediada policlonal (refletida pelo aumento
nos níveis de IgE total). A compreensão deste mecanis-
mo pode resultar em novas abordagens terapêuticas para
doentes com asma não atópica.
À medida que a complexidade e gravidade da apre-
sentação clínica da doença aumenta, a imunopatologia
acompanhante torna-se mais complexa e engloba pro-
vavelmente mecanismos imunes adaptativos e alterações
estruturais nas vias aéreas.
A asma é vista como uma doença heterogénea e
considerando a existência de múltiplos fenótipos. A defi-
nição de fenótipos de asma continua como ponto fulcral
na investigação. Apesar de todos os estudos já realizados,
ainda não existe um sistema de classificação que corres-
ponda a todas as exigências para definição de fenótipos
ou endotipos. Foram ainda identificadas várias comorbi-
lidades e confundidores que podem alterar o fenótipo da
asma, como o tabagismo, influências hormonais, infeções
virais e bacterianas e exposições ocupacionais. Existe uma
forte evidência de que a inflamação Th2 está presente em
cerca de 50% dos doentes com asma de qualquer gravi-
dade mas em metade dos doentes, não há evidência deste
processo imunológico. A asma de qualquer gravidade que
não apresenta evidência de inflamação Th2, permanece mal
compreendida.
A medicina individualizada é o mais recente pa-
radigma terapêutico, mas também de diagnóstico e se-
guimento clínico. Relativamente à asma, é um conceito
cada vez mais usado. O tratamento atual da asma apesar
de aliviar o broncospasmo e controlar a inflamação da
via aérea, não permite a cura e os sintomas regressam
quando a terapêutica é suspensa. Apesar das recomen-
dações em inúmeras guidelines para atingir e manter o
controlo da doença, este é, por vezes, um objetivo difícil
de alcançar em muitos doentes. O objetivo de fornecer
um tratamento personalizado a cada doente com asma,
é difícil de atingir. A caracterização de fenótipos e endó-
tipos permite não só caracterizar melhor a doença, mas
também definir novas e melhores terapêuticas dirigidas
ao doente individual.
Muitos doentes com asma grave apresentam im-
portante morbilidade em relação aos cursos frequentes
de corticosteroides orais. Atualmente, ainda existem
poucas alternativas a esta terapêutica. Nos últimos
anos, têm sido desenvolvidos novos fármacos que po-
derão diminuir a necessidade de utilização de cortico-
terapia oral.
O mepolizumab – um anticorpo monoclonal contra
a interleucina 5 (IL 5) – inibe seletiva e eficazmente a
via inflamatória eosinofílica. O estudo DREAM mostrou
a redução do número de exacerbações em doentes com
asma grave eosinofílica. A asma eosinofílica é um fenó-
tipo de asma caracterizado pela presença de eosinófilos
nos pulmões e expetoração. A contagem de eosinófilos
no sangue e lavado broncoalveolar parece relacionar-se
com a gravidade da doença. Os eosinófilos estão envol-
vidos na remodelação do tecido pulmonar e na angio-
génese.
Os tratamentos usados com o objetivo de diminuir
o número de eosinófilos na expetoração resultaram no
melhor controlo dos sintomas e na diminuição das exa-
cerbações. A IL 5 desempenha um papel preponderante
na regulação do crescimento, diferenciação, recrutamen-
to, ativação e sobrevida dos eosinófilos. Vários estudos
mostram que a inibição da IL 5 é eficaz na redução de
eosinófilos no sangue e expetoração em doentes com
asma, motivo pelo qual se têm vindo a desenvolver novas
moléculas com ação anti-IL 5.
O lebrikizumab – anticorpo monoclonal contra a IL
13 – parece melhorar a função respiratória (medida pelo
Volume expiratório máximo no 1º segundo – VEMS) em
doentes com asma não controlada apesar da terapêutica
com corticoides inalados e com níveis elevados de perios-
tina. A periostina é uma proteína da matriz extracelular
e é induzida pelas IL 4 e 13 nas células epiteliais e fibro-
blastos pulmonares. É considerada um biomarcador da
inflamação da via aérea induzida pelas células Th2. A IL
13 apresenta estrutura semelhante à IL 4 e está implicada
na resposta inflamatória da asma, incluindo a síntese de
IgE, secreção de muco e fibrose subepitelial. O bloqueio
dos efeitos pró-inflamatórios da IL 13 tem o potencial de
melhorar o controlo da doença.
A utilização de novos broncodilatadores em asso-
ciação aos corticoides inalados, particularmente os de ul-
tra longa duração de ação, é particularmente útil quando
se trata de doentes com resposta terapêutica insuficiência
ou com falta de aderência ao tratamento.
O indacaterol, β2 agonista de ultra longa duração
de ação (ultra-LABA), tem sido estudado nos doentes
com asma. Os resultados dos estudos realizados mos-
traram efeito broncodilatador eficaz, com boa tolerância
e segurança. As principais questões relativamente à sua
utilização nos doentes com asma relacionam-se com o
efeito broncodilatador (vantagem em relação aos LABA
já usados?), a dose indicada (75/ 150/ 300µg ?), o risco
de eventos fatais (foram descritos em alguns asmáticos
que administravam unicamente LABA para tratamento
da doença). São então necessários mais estudos e com
mais doentes envolvidos para avaliar a sua utilização na
asma.
Embora a hiperreactividade brônquica a agentes
colinérgicos seja uma das principais características da
asma, o papel dos fármacos anticolinérgicos no trata-
mento da asma tem sido subestimado. O brometo de
tiotrópio tem sido estudado na asma e tem sido compro-
vado o seu efeito broncodilatador adicional para além
da restante terapêutica, em doentes com asma grave.
São ainda necessários estudos de longo prazo, nome-
adamente sobre a eficácia do tiotrópio no controlo da
doença e na frequência e gravidade das exacerbações
da asma.
Para além da terapêutica farmacológica, tem sido
dada atenção a outras terapêuticas, nomeadamente à
termoplastia brônquica, a qual está indicada nos doentes
com asma grave que permanecem sintomáticos apesar da
terapêutica médica máxima. A termoplastia parece melho-
rar a qualidade de vida assim como diminuir a frequência
de exacerbações, recurso aos serviços de urgência ou de
dias perdidos no trabalho/escola. Ainda não foi possível
demonstrar redução da hiperreactividade brônquica ou al-
teração do VEMS.
Em 2012, foram publicadas as recomendações
NICE (National Institute for Health and Clinical Excellen-
ce) para a utilização da termoplastia brônquica na asma
grave.
Dr.ª Rita GerardoAssistente hospitalar de Pneumologia
Revista das revistas – Asma
O início da doença ocorre geralmente na infância, mas os sintomas também podem começar na idade adulta. A etiologia é desconhecida, embora, muito provavelmente, multifatorial, envolvendo fatores genéticos e ambientais que se interrelacionam de diferentes formas.
A transplantação pulmonar está indicada para todos
os doentes com doença pulmonar crónica termi-
nal que estejam sob terapêutica médica otimiza-
da, para os quais não exista qualquer outra alternativa, e
que não apresentem contraindicações.
No entanto, e apesar dos avanços na técnica cirúr-
gica, manejo pós-operatório e imunossupressão, a sobre-
vida média esperada ainda é inferior a 6 anos, com uma
mortalidade de 20% ao 1º ano. (1)
Um dos principais problemas desta cirurgia
reside na escassez de dadores, o que implica que o
número de doentes que aguarda transplante é muito
superior ao número de procedimentos efetuados (por
ex. em 2010 nos EUA foram realizados 1770 trans-
plantes e foram admitidos em lista de espera 2469
candidatos). (1,2)
Atendendo a que estamos perante um recurso es-
casso, existe uma responsabilidade ética no sentido de
alocar os órgãos aos doentes cujas probabilidades de su-
cesso e longevidade pós-transplante sejam maiores.
Em 2006, a International Society for Heart and Lung
Transplantation (ISHLT) publicou a última revisão das
orientações para a seleção de candidatos a transplante
pulmonar. Desde então, surgiram não só novos dados e
terapêuticas para as diferentes patologias dos candida-
tos, como informações sobre os resultados dos doentes
submetidos a transplante pulmonar, tornando pertinente
uma reapreciação dos critérios de seleção.
Nesta Revista das Revistas serão focados dois ar-
tigos de revisão (2,3), publicados este ano, que se centram
na análise de algumas das contraindicações e critérios de
seleção dos candidatos a transplante pulmonar, nomea-
damente:
– Idade – apesar das atuais recomendações consi-
derarem como contraindicação relativa a idade superior
a 65 anos, é frequente a referenciação de doentes cuja
única contraindicação é a idade; a revisão dos resultados
dos centros que transplantaram estes doentes denota um
excesso de mortalidade neste grupo (mesmo após corrigi-
da às comorbilidades, sugerindo que se trata de um efeito
atribuível à idade).
– Obesidade – tal como a idade, a obesidade cons-
titui uma das contraindicações mais controversas, sen-
do comum a referenciação de candidatos com índice de
massa corporal (IMC) superior a 30; análises multivariadas
baseadas nos registos da ISHLT mostram clara associação
entre a obesidade e risco de disfunção primária do enxer-
to e morte após o transplante.
– Ventilação mecânica invasiva e outras modalida-
des de suporte invasivo – a implementação de critérios
de urgência e alta prioridade na seleção dos candidatos
a transplante pulmonar aumentou consideravelmente o
número de doentes transplantados sob suporte invasivo;
no entanto, a análise retrospetiva dos registos da ISHLT
demonstra uma sobrevida ao 1.º ano de 62% para os doen-
tes transplantados sob ventilação mecânica invasiva, de
50% para os doentes transplantados sob ECMO e de 56%
para os doentes com “alta prioridade” (claramente inferior
aos 80% descritos para o conjunto de todos os doentes
transplantados).
Em resumo, estes artigos focam alguns dos pontos
mais controversos da referenciação e aceitação de candi-
datos a transplante pulmonar, reforçando a ideia de que,
perante um recurso escasso e insuficiente para as neces-
sidades, a prioridade deverá ser dada aos doentes que
mais beneficiarão, isto é, àqueles com melhores hipóteses
de sobrevida após transplante.
Referências:
1. The Registry of the International Society for the Heart and Lung Transplantation: Twenty-ninth Annual Report. J Heart Lung Transplant. 2012 Oct; 31(10): 1045-1095
2. Hook J, Lederer D. Selecting lung transplant candidates: where do current guidelines fall short? Expert Rev Respir Med. 2012; 6(1): 52-61.
3. Shah P, Orens J. Guidelines for the selection of lung-transplant candidates. Curr Opin organ Transplant. 2012; 17: 467-473.
Revista das revistas: transplante pulmonar
15
Dr.ª Alexandra Borba Hospital de Santa Marta, Lisboa