Diagnóstico Municipal de Jequié/BA · 1.13. Patrimônio Arquitetônico 1.14. Opções de Lazer no...
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Diagnóstico Municipal
de Jequié/BA
1.1. O Município de Jequié e sua Região
1.2. O Sítio da Cidade de Jequié
1.3. Antecedentes Históricos
1.4. Recursos Naturais e Meio Ambiente
1.5. Aspectos Demográficos
1.6. Aspectos Econômicos
1.7. Mão de obra
1.8. Produto Interno Bruto Municipal
1.9. Transportes
1.10. Panorama da Educação
1.11. Panorama da Saúde
1.12. Panorama Cultural do Município
1.13. Patrimônio Arquitetônico
1.14. Opções de Lazer no Município
1.15. Panorama da Segurança Pública
1.16. Imprensa e Telecomunicações
1.17. Síntese das Potencialidades Locais
ALAN AZEVEDO PEREIRA DOS SANTOS
DIAGNÓSTICO MUNICIPAL DE JEQUIÉ
JEQUIÉ - BAHIA 2013
II
Esta publicação tem por objetivo fornecer um panorama socioeconômico do município
baiano de Jequié. Trata-se de uma material de referência que traz no seu bojo diferentes
dimensões de análise e o cruzamento de informações quantitativas e qualitativas
importantes para o apoio de planejamento, tanto do poder público como da iniciativa
privada.
A forma concisa em que apresenta temas tão abrangentes e diversificados da realidade
municipal, torna esse diagnóstico um excelente indicador do quanto o município está pronto
para o crescimento econômico, para empreender inovações, ou atender com qualidade à
demanda atual.
APRESENTAÇÃO
Alan Azevedo Pereira dos Santos
Diretor do IPGEO Coordenador da Pesquisa
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 1
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
1.1 O município de Jequié e sua região
Jequié ocupa uma área territorial de 3.313,45 km² e possui atualmente uma população de
151.895 (cento e cinquenta e um mil, oitocentos e noventa e cinco) habitantes, com uma taxa
de urbanização superior a 91%, segundo dados do IBGE (Censo 2010). É a segunda maior
população entre os municípios da Mesorregião Centro-Sul baiano, atrás apenas de Vitória da
Conquista, ocupando o correspondente a 1,08% da população do Estado da Bahia. Seus limites
geográficos são: ao Norte: Maracás, Lafaiete Coutinho, Itiruçu e Jaguaquara; a Oeste: Manoel
Vitorino; ao Sul: Boa Nova, Itagi e Aiquara; a Leste: Jitaúna, Ipiaú e Apuarema.
01 – Aiquara
02 – Amargosa
03 – Apuarema
04 – Brejões
05 – Cravolândia
06 – Irajuba
07 – Iramaia
08 – Itagi
09 – Itaquara
10 – Itiruçu
11 – Jaguaquara
12 – Jequié
13 – Jiquiriçá
14 – Jitaúna
15 – Lafaiete Coutinho
16 – Lajedo do Tabocal
17 – Laje
18 – Maracás
19 – Marcionílio de Souza
20 – Milagres
21 – Mutuípe
22 – Nova Itarana
23 – Planaltino
24 – Santa Inês
25 – São Miguel das Matas
26 – Ubaíra
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A sede do município situa-se à altura aproximada de 13º de latitude sul e 40º de
longitude oeste, ocupando um sítio a 216 metros de altitude, fincado sobre um conjunto de
planícies e terraços do rio de Contas, entre os 200 e os 400 m. As principais rodovias de acesso
à cidade são as BR-116 (Rio-Bahia) e BR-330. A microrregião na qual o município está inserido
recebe o seu nome, Microrregião Jequié, composta por 26 municípios, ocupando uma área de,
aproximadamente, 17.396,126 km². Nessa microrregião, há predomínio de municípios com até
20.000 habitantes e Jequié1 desempenha o papel de pólo regional, tendo sabido juntar às
excelências de sua posição geográfica uma razoável capacidade de organização do espaço.
Tabela 1 – Microrregião Jequié: número de municípios por tamanho populacional
CLASSE DE TAMANHO MUNICÍPIOS POPULAÇÃO TOTAL
Hab./Município Nº % Nº %
Menos de 10.000 9 34,61 60.245 11,88
De 10.001 a 20.000 11 42,31 141.582 27,88
De 20.001 a 40.000 4 15,38 102.614 20,23
De 40.001 a 100.000 1 3,85 51.011 10,05
De 100.001 a 200.000 1 3,85 151.895 29,94
TOTAL 26 100,00 507.347 100,00
Fonte: IBGE - Censo Demográfico 2010
Apenas o município de Jequié tem mais de 100 mil habitantes dentre os municípios da
sua microrregião de inserção. Do total, 20 municípios (76,9%) têm até 20 mil habitantes, 4
(15,3%) têm entre 20.001 e 40.000 habitantes e somente um deles situa-se na faixa entre
40.001 e 100.000 habitantes: Jaguaquara (51.011). A história revela tratar-se de uma região
cuja dinâmica econômica, política e social desde o princípio esteve fortemente atrelada às
atividades pecuárias (bovinocultura e caprinocultura) e de agricultura (cacau, café, maracujá,
melancia, entre outros). Nas palavras do geógrafo Milton Santos (1957), “a região de Jequié
abrange paisagens naturais e humanas diferentes, até opostas: a zona semiárida, onde se cria
gado e sofre de seca e a zona úmida, onde se planta cacau e chove na maior parte do ano”.
A área de influência de Jequié sofre a competição de Vitória da Conquista, ao sul; de
Feira de Santana e Salvador, ao norte; de Itabuna/llhéus, a leste; e de Santo Antônio de Jesus,
cuja influência alcança alguns municípios do Vale do Jiquiriçá.
1 O nome “Jequié” é de origem indígena (tapuia), palavra que significa cachorro ou onça, animais vistos, no passado, na região.
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Distrito Industrial
1.2 O sítio da cidade de Jequié
Figura 1 – Vista parcial de Jequié, tomada do alto do Hotel Bizzon (Praça Rui Barbosa)
Fonte: Pesquisa de Campo, 2013
Figura 2 – Perímetro urbano de Jequié
Fonte: Plano Diretor Urbano de Jequié Adaptação: Alan Azevedo (2013)
Centro
Prefeitura
Área de expansão
Área de expansão UESB IFBA
Aeroporto
Área de expansão
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O território de Jequié está situado entre a faixa litorânea úmida (mata) e o sertão
semiárido (caatinga), numa privilegiada zona de transição. A cidade-sede fica na Boca da Mata,
já na região semiárida da caatinga, clima quente e seco, marcada por poucas e irregulares
chuvas e sob sol causticante a justificar ser chamada de “Cidade Sol”.
Visto no conjunto, o traçado da cidade de Jequié parece geométrico, mas sem simetria.
Percebem-se traçados determinados por conjunções históricas, ao lado de outros resultantes de
adaptações ao sítio. As casas, respeitando em sua disposição as ondulações do relevo, cobrem-
nas já agora por uma vasta superfície, espalhando-se pelas suaves encostas e vertentes das
colinas terraceadas regionais. Até a primeira década do século XX, a cidade se edificava,
seguindo linearmente o curso do rio, no entanto, as seguidas enchentes trataram de mostrar
aos moradores um outro caminho.
A parte mais velha, em torno do local em que se deu o início do povoamento, próximo à
confluência dos rios das Contas e Jequiezinho, apresenta ruas estreitas e tortuosas, não
obstante reformas urbanísticas recentes. De um modo geral, no entanto, os primeiros
construtores da Jequié surgida na região mais elevada, em consequência da enchente de 1914
(Rua da Itália, Praça Ruy Barbosa, Av. Rio Branco e circunvizinhanças), pareciam visualizar a
cidade futura: amplas avenidas, ruas arejadas, largos e praças. Os bairros residenciais próximos
ao centro são ligados através de ruas que se intercruzam ou estendem-se na direção das
estradas que acompanhavam os rios e faziam ligação da cidade à região. Ruas propícias à
circulação, jamais acanhadas, projetadas pelo arquiteto francês André Saffrey por volta de
1920/30.
Figura 3 – Marcas da arquitetura do francês André Saffrey impressas na paisagem de Jequié
Fonte: http://arymoura.wordpress.com
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Em vista de seu clima quente, Jequié vem privilegiando a ocupação dos morros próximos
com residências de médio e alto luxo, não apenas pelo descortínio da paisagem, mas,
principalmente, graças ao arejamento que esses locais propiciam. Isso explica o fato de o bairro
São Judas Tadeu2 (setor leste) ser um dos que mais movimentam o setor imobiliário do
município. Nele, diversos empreendimentos estão se instalando, a exemplo do Centro de
Atividades do Serviço Social do Comércio - SESC, Residencial Bela Vista, Faculdade Integrada
Euclides Fernandes - FIEF, futura Santa Casa e Faculdade de Odontologia, dentre outros. Outra
característica positiva do bairro é a sua relativa proximidade com o anel viário do município.
Figura 4 – Banner de divulgação do empreendimento imobiliário Residencial Bela Vista
Fonte: http://www.vooxy.com.br/belavista/apresentacao.html
Até bem pouco tempo, as áreas baixas do rio Jequiezinho eram evitadas pela
possibilidade de enchentes periódicas. Nos dias atuais, graças aos investimentos em obras de
saneamento por toda a área circunvizinha ao Centro de Abastecimento Vicente Grillo, essa 2 O São Judas Tadeu nasceu bairro popular e hoje já conta imóveis das classes B e C. A despeito da falta de infraestrutura, o local tem motivado a instalação de inúmeras residências.
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ocupação vem-se dando de forma traquila. E à proporção que o vale do rio Jequiezinho
acomoda a expansão urbana, a cidade vai-se ordenando e adquirindo uma feição mais
orgânica.
O crescimento urbano de Jequié se apresenta bastante heterogêneo, destacando-se
algumas localidades afastadas do centro, como a área margeada pela BR-116, no setor oeste,
onde se concentra atualmente um grande número de edificações em construção, incluindo
habitações, lojas de autopeças, concessionárias, lojas de materiais de construção, hotéis,
pousadas e etc.
Distritos e Povoados
O município tem vários distritos e povoados. Distritos: Florestal; Itaibó; Boaçú; Itajuru;
Monte Branco; Baixão; Oriente Novo e Barra Avenida. Povoados: Tamarindo; Campo Largo;
Santa Rita; Nova Esperança; Boa Vista, Humaitá; Santa Clara; Barragem de Pedras; Água
Vermelha; Rio das Pedras; Morro Verde; Deus Dará; Cachoeirinha; Rio Preto do Costa e
Marcela.
O perímetro urbano do distrito-sede mede em torno de 47.273,14 m², e sua população,
conforme censo de 2010, era de 138.449 habitantes, representando 91,1% da população
municipal. Os demais distritos somavam, em 2010, o total de 13.446 habitantes, representando
8,8% da população municipal.
Quadro 1 – Distâncias das principais cidades
Cidades Distância
Feira de Santana 249 km
Aracajú 592 km
Recife 1.099 km
Fortaleza 1.400 km
Ilhéus 190 km
Vitória da Conquista 153 km
Governador Valadares 683 km
Rio de Janeiro 1.263 km
São Paulo 1.713 km
Belo Horizonte 1.132 km
Fonte: DERBA (2008)
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1.3 Antecedentes históricos
Figura 5 – Fotografias da cidade de Jequié nas décadas de 30, 40 e 60
Fonte: http://arymoura.wordpress.com
Historicamente, a origem, evolução e estruturação urbano-regional de Jequié estão
ligadas à sua posição privilegiada em relação aos meios de transportes inter e intrarregionais.
Relatos dão conta que suas terras eram preferidas para pouso de tropas, em virtude de sua
posição favorável em relação às comunicações com outras localidades e isso contribuiu para o
surgimento de um pequeno núcleo de povoamento e comércio, que começa a aparecer por
volta de 1850, na confluência dos rios das Contas e Jequiezinho.
O local de origem desse primeiro núcleo de povoamento ficava a igual distância da zona
de caatingas e da zona úmida, situando-se no coração da chamada “mata de cipó”, que é uma
zona de transição entre aquelas duas paisagens vegetais. Em benefício dessa posição, o
povoado conseguiu disciplinar as trocas comerciais forçosamente provocadas na faixa de
contato, entre áreas economicamente diferentes, organizando em torno de si um vasto espaço
rural e, ao mesmo tempo, colaborando na sua ocupação e desenvolvimento. A localidade foi-se
caracterizando como centro de convergência e eixo de caminhos de Ilhéus para Maracás, de
Camamu a Monte Alto no sentido leste-oeste, e de Nazaré para Vitória da Conquista e norte de
Minas Gerais, no sentido norte-sul.
Dado ao crescimento rápido do povoado, o mesmo foi elevado à categoria de Distrito de
Maracás, em 13 de agosto de 1880. Em 1893, já era eleito o primeiro administrador distrital.
Em 1897, o distrito foi promovido a município, por força de lei sancionada no dia pelo
governador Luís Viana.
O século XX despontaria encontrando Jequié em pleno surto de crescimento, graças à sua
posição e aos progressos da pecuária e da agricultura, sobretudo a lavoura cacaueira. Em 1910,
o distrito-sede do município passou à categoria de cidade. Treze de junho é o seu “Dia da
Cidade”.
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O papel dos imigrantes italianos foi decisivo no desenvolvimento comercial e de serviços
do município, com a implantação de cinemas, hotéis, lojas de tecidos, jornais, rádios,
companhia de cultura e grupos teatrais, assim também na construção civil e na abertura de vias
urbanas largas. Eles contribuíram na diversificação da agricultura, com o cultivo dos
hortifrutigranjeiros no planalto de Jaguaquara, Itiruçu e Maracás, fazendo de Jequié, no interior
da Bahia, uma cidade moderna em muitos aspectos, até os anos de 1950.
Para Azevedo (1989), no período compreendido entre os anos 80 do século XIX e os anos
30 do século XX, prosperaram alfaiatarias, bares, cinemas, firmas exportadoras, fotografias e
impressoras, fábricas de gasogênio, de cal, de vinhos, agências de automóveis, hotéis, lojas de
fazendas e miudezas.
Nas duas primeiras décadas do século XX, a cidade já se firmava como centro de
produção, coletora e distribuidora de produtos e serviços. Devido a essas características e aos
conflitos e bombardeios que ocorreram em Salvador, em janeiro de 1912, Jequié foi capital do
Estado por 10 dias, com a presença do governador Aurélio Viana, deputados e senadores
estaduais, evidenciando, assim, a relevância que a cidade desempenhava no Estado da Bahia.
Em 1914, ocorre uma grande enchente, que destrói praticamente todo o núcleo urbano
inicial. Conforme Araújo (1971), “o rio invade toda a cidade destruindo igreja, cerca de mil
casas e ruas, causando imensos prejuízos”. Nessa enchente, Jequié ficou praticamente
arrasada, apenas mais de uma centena de casas foi poupada. Com isso, houve deslocamento
da cidade para as partes altas.
Na década seguinte, Jequié já se preparava para receber a estrada de ferro
(Jequié/Nazaré) que ligaria a região do semiárido ao Recôncavo. A respeito desse fato, Araújo
(1971, p. 53) faz o seguinte comentário:
[...] as pontas de trilho da estrada de ferro estavam em Jaguaquara e sabia-se
que, mais cedo ou mais tarde, atingiriam Jequié. Novos planos foram postos em
execução e a cidade, dentro de pouco tempo, ganhou ruas modernas e amplas, em substituição aos acanhados logradouros do passado.
Na contramão dos entusiastas dos benefícios da Estrada de Ferro para o município de
Jequié, o geógrafo Milton Santos (1957) asseverou que
ao contrário do que muitos poderiam supor, a chegada da estrada de ferro a
Jequié não contribuiu de maneira muito notável para o crescimento da cidade. Isso se deu não só porque a essa época já a aglomeração era bastante
desenvolvida e de considerável expressão, como porque muitos dos efeitos possíveis fizeram-se sentir a bem dizer por antecipação…
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Apesar disso, não se deve deixar de notar que a instalação da estrada de ferro fortaleceu
a vocação da cidade para o papel de centro de comércio e serviços.
Essa função ficou ainda mais realçada com a abertura da rodovia Rio-Bahia (BR-116),
concluída em 1949, que possibilitou uma nova fase de prosperidade e crescimento para o
município:
Vendo a estrada passar pelo coração da cidade, confundir-se com suas próprias ruas, sacudindo-lhe os antigos padrões de cidade interiorana e lhe transmitindo
o sangue novo de um cosmopolitismo carregado das grandes metrópoles pelo caminhão, Jequié logo soube adaptar-se às necessidades da rodovia, dela
lucrando não apenas uma agitação de superfície, porque soube incorporá-la à
sua própria existência urbana, recolhendo disso mais movimento e animação (MILTON SANTOS, 1957).
Sob a influência da Rio-Bahia, que tornou a cidade muito mais próxima da capital do
Estado, e incomparavelmente mais próxima do Rio de Janeiro e São Paulo, Jequié foi
recuperando a sua antiga e importante função de “porto de terra”, que, embora palidamente
presente, estava a pique de perder com a falência da Estrada de Ferro Nazaré.
Conquanto, através de sua evolução, Jequié se tenha mantido fiel à sua função inicial,
que é a função comercial, outras muitas se vieram juntar, num entrosamento perfeito, e não
apenas justaposição, dando-lhe, assim, a principal das características por que se pode
considerá-la uma verdadeira cidade e um autêntico pólo regional. Tais funções são:
educacional, jurídica, hospitalar, centro de transporte, segurança pública, administrativa e
industrial.
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1.4 Recursos naturais e meio ambiente
Aspectos climáticos
O município de Jequié apresenta clima semiárido, com frequentes e prolongados períodos
de estiagem. A precipitação média anual não ultrapassa os 700 mm e o período “chuvoso”
corresponde quase totalmente aos meses de novembro a abril, com cotas máximas em
novembro e dezembro.
No período chuvoso, as precipitações médias mensais situam-se na faixa entre 70 – 120
mm. Durante o período seco, que se estende de maio a outubro, as precipitações mensais
situam-se entre 10 – 50 mm. Tal característica climática é explicada pelo fator da orografia, que
condiciona maior resistência do relevo à penetração das Massas de Ar originadas do Atlântico
Sul. Como o relevo geral é aclivado para o oeste, os ventos alíseos vão perdendo energia
gradativamente, à proporção que se interiorizam. Isso responde ao fato de haver, no município
de Itagi, uma média anual de precipitação acima dos 1100 mm e valores abaixo de 700 mm em
Jequié. Ambos os municípios são separados pelas escarpas da encosta do Planalto Sul Baiano,
as quais bloqueiam a passagem dos alíseos da primeira para a segunda localidade.
A temperatura média anual é de 24 ºC. Valores mais altos, em torno de 26 ºC, registram-
se no verão, ocorrendo o oposto no inverno, porém com valores médios nunca abaixo de 18 ºC.
A umidade média do município é de 75%, mas nos povoados e distritos situados na zona úmida
(mata) registram-se valores mais altos.
O gráfico a seguir apresenta as médias de precipitação e temperatura para o período de
1970-2000.
Gráfico 1 – Médias mensais de precipitação e temperatura em Jequié, 1970-2000
Fonte: Agência Nacional de Águas – ANA
0
10
20
30
40
50
0
20
40
60
80
100
120
jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Precipitação (mm) Temperatura (°C)
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Geomorfologia
O relevo do município de Jequié é bastante variado, o que lhe confere uma feição
peculiar: vai das serras marginais aos tabuleiros pré-litorâneos, passando pelo Maciço Central,
planalto dos Geraizinhos e pediplano sertanejo. Essas feições geomorfológicas circundam todo o
território do município, formando uma imensa área de terrenos bastante enrrugados. “Quem,
no bairro Jequiezinho, à margem esquerda do rio de Contas e à esquerda do rio que lhe dá
nome, divisa, na outra margem, o extenso casario da cidade de Jequié, sente-se como se
estivesse em uma rasa arquibancada de vasto anfiteatro, olhando para a que lhe fica froteira”
(MILTON SANTOS, 1957).
Figura 6 – Feições do relevo da cidade de Jequié
Fonte: Adernil Fraga (Guarda Municipal de Jequié), 2012
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Geologia
O município de Jequié é constituído predominantemente por rochas cristalinas do
complexo Jequié e, em menor proporção, do complexo Ibicuí-Ipiaú, cortados por corpos
máficos e granitos. Coberturas Quaternárias do tipo detrito-lateríticas, constituídas por areia
com níveis de argila e cascalho e crosta laterítica, ocorrem na porção norte e sul do município
em segmentos isolados.
A rochas do complexo Jequié são representadas predominantemente por enderbitos
granulíticos e charnockitos granulíticos, além de gnaisse quartzo-feldspático e restos de rochas
supracrustais. As do complexo Ibicuí-Ipiaú, por ortognaisses granodiorítico, monzogranítico,
tonalítico e monzonítico, calcialcalinos normais com níveis de metagabronorito e restos de
rochas supracrustais.
Figura 7 – Mapa geológico de Jequié
Fonte: CPRM – Serviço Geológico do Brasil
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Rio de Contas
O rio de Contas é totalmente baiano. Nasce no sudoeste da Chapada Diamantina e
deságua no oceano Atlântico, em Itacaré.
Figura 8 – Rio das Contas: da Chapada Diamantina ao Oceano Atlântico
Fonte: Tese de Doutorado de Rita Jaqueline Chiapetti, UNESP-Rio Claro
No século passado, antes da derrubada das matas que o acompanhavam e protegiam, o
rio de Contas apresentava-se mais profundo, estreito e piscoso, com cachoeiras e corredeiras
que impediam a navegabiliddae em alguns trechos. Apesar de, na estiagem, ficar praticamente
seco em seu alto curso, é rio torrencial, sujeito a inundações na época das chuvas, hoje menos
presentes no município de Jequié em vista da Barragem de Pedras, que represa suas águas 18
km a montante da cidade.
Algumas das suas enchentes se tornaram históricas, como a de 1914, que destruiu quase
toda a cidade e forçou seu crescimento para as partes altas: bairro Jequiezinho e áreas
próximas à hoje denominada Praça Rui Barbosa. A Barragem de Pedras, já se disse, veio
segurar-lhe ímpetos maiores, mas não evitou de todo enchentes menores, ocorridas ainda na
década de 80.
Entre as várias versões para o nome rio de Contas, destaca-se a que se refere ao período
da mineração quando, em datas predeterminadas, mineradores e cobradores do quinto do ouro
se reuniam em suas margens para o acerto das contas (pagamento de impostos à Coroa).
A região de Jequié faz parte da bacia hidrográfica do rio de Contas, tendo como principais
afluentes os rios das Contas, Jequiezinho, Criciúma e Preto do Costa.
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Barragem de Pedras
A Usina Hidrelétrica de Pedras foi implantada entre 1964 e 1969, pelo DNOCS, no rio de
Contas, e fica localizada a 18 km a montante da cidade de Jequié, sendo atualmente operada
pela CHESF - Companhia Hidroelétrica do São Francisco. Acumula 1 bilhão e 750 milhões de
metros cúbicos de água, numa extensão de 72 km, formando um imenso lago. Seu potencial
vem sendo, ainda que tacanhamente, utilizado para o lazer de turistas e da população local.
Figura 9 – Imagem de satélite da Barragem de Pedras em Jequié
Fonte: Google Earth
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1.5 Aspectos demográficos
População residente: crescimento, urbanização, densidade
O crescimento da população de Jequié ocorreu em função da chegada da ferrovia em
1930 e da abertura da rodovia BR-116 (Rio-Bahia) na década de 1950. Esses dois elementos
promoveram o aumento dos fluxos e, em consequência, ocorreu o crescimento nos setores
comercial, de instalação de serviços de saúde, educação, bancos e construção do aeroporto,
entre outros. Com base nos cinco últimos levantamentos censitários realizados pelo IBGE, fica
evidente o crescimento continuado do contingente populacional do município. Tal se deve ao
intenso fluxo migratório dos municípios menores para Jequié e está vinculado também à
estagnação econômica de outras regiões do Estado, sobretudo do Litoral Sul da Bahia. Ao longo
do período analisado, o contingente populacional aumentou de 100.174, em 1970, para
151.895, em 2010.
Tabela 2 – População residente - urbana, rural e total; Taxa de urbanização e área territorial do município de Jequié (1970-2010)
Ano Urbana Rural Total Taxa de
urbanização Área
(km²)
Densidade
demográfica
(hab/m²)
1970 64.628 35.546 100.174 64,51% 3.035,4 30,21
1980 86.925 29.942 116.925 74,34% 3.035,4 35,27
1991 116.885 24.809 144.772 80,74% 3.035,4 43,67
2000 130.296 16.906 147.242 88,52% 3.035,4 48,32
2010 139.426 12.469 151.895 91,79% 3.035,4 52,82
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1970 a 2010
Observa-se pela tabela acima que, entre 1970 e 2010, houve aumento significativo da
taxa de urbanização do município e da densidade demográfica, o que implicou a necessidade de
ampliação de vários serviços urbanos. Entre os anos de 1970 e 1980, apesar da implantação do
Distrito Industrial de Jequié, não houve alteração significativa no crescimento populacional do
município. No entanto, a população urbana já representava 74,34% da população total do
município, superior aos índices da população urbana brasileira no período, que eram de
67,60%, e da população urbana do Estado da Bahia, que apresentava equilíbrio entre as taxas
de urbanização, 49,26% e ruralização, 50,73%. Somente na década de 80, de acordo com
dados do IBGE, a concentração da população urbana na Bahia superou a que vivia no campo.
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Jequié apresenta um ritmo de urbanização superior ao do Estado da Bahia e ao do Brasil,
desde 1970, enquanto, ao longo das duas últimas décadas, ocorre perda da população rural,
motivada, principalmente, pela crise na agricultura e na pecuária, especificamente na lavoura
cacaueira, no final dos anos 1980 e no decorrer dos anos 1990.
Analisando o crescimento médio anual intercensos, tem-se o seguinte quadro:
crescimentos expressivos até 1991. A partir daí, há uma queda no ritmo de crescimento
populacional. Projeta-se, para o município de Jequié, um crescimento anual da população, no
período, de 0,32%, o que o coloca abaixo da taxa do Estado, que é de 0,70%, e bem acima da
taxa da sua microrregião, cujo crescimento foi negativo, -1,92%. Segundo o IBGE (Censo
2010), 9.052 pessoas com idade acima de 5 anos não residiam no município em 31/07/2005 e
apenas 489 pessoas haviam migrado para a zona rural do município.
A Tabela 3, disposta a seguir, revela a evolução, em termos absolutos, da população da
sede de Jequié e dos seus distritos para o período compreendido entre os censos de 2000 e
2010. Em linhas gerais, esses dados indicam o aumento da população na áreas urbanas e
expressiva redução nas áreas rurais do município.
Tabela 3 – População da sede e distritos de Jequié (2000-2010)
Localidade 2000 2010
Total Urbana Rural Total Urbana Rural
Jequié 129.449 126.906 3.073 138.449 136.470 1.979
Baixão 445 246 199 482 320 162
Boaçu 2.361 181 2.180 2.150 106 2.044
Florestal 4.874 546 4.328 3.836 430 3.406
Itaibó 2.784 616 2.168 1.621 474 1.147
Itajuru 5.245 1.384 3.861 3.644 1.219 2.425
Monte Branco 701 122 579 661 151 510
Oriente Novo 813 295 518 1.052 256 796
Total (Pop) 147.242 130.296 16.906 151.895 139.426 12.469
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 2000 e 2010
A população rural apresenta queda generalizada, seja se for considerado o município, seja
se cada um dos distritos. Interessante notar que o distrito de Oriente Novo foi o único a
registrar leve aumento da sua população rural no período. Possíveis alterações nas delimitações
censitárias das áreas urbanas e rurais podem ter influenciado algumas perdas.
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População residente: perfil de gênero, racial e etário
De acordo com o censo 2010, as mulheres predominavam no conjunto da população do
município de Jequié, o que é associado à migração e à mortalidade diferencial por sexos.
Tomando-se como referência os padrões de natalidade e mortalidade, nascem mais homens do
que mulheres, mas os homens morrem mais cedo, resultando numa ligeira supremacia
numérica das mulheres sobre eles. Note-se que a supremacia numérica da população feminina
sobre a masculina é maior na sede do município do que nos distritos, conforme mostra a tabela
abaixo.
Tabela 4 – População residente, por gênero e situação de domicílio (2010)
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010
No contexto da Microrregião Jequié, constata-se que a população feminina é superior à
masculina, o que, provavelmente, indica uma emigração masculina acentuada ou uma
mortalidade maior dos homens.
Mais de 80% da população de Jequié se autodeclararam como negros ou pardos no
último censo e pouco mais de 18% se autodeclararam como brancos – uma distribuição
bastante similar à encontrada no conjunto do Estado da Bahia (76,3% negros ou pardos
brancos e 22,2% de brancos). O número de habitantes autodeclarados indígenas ou amarelos
somava 1,7% do total.
Localidade Total
Situação do domicílio e sexo
Urbana Rural
Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres
Jequié 138.449 136.470 65.361 71.109 1.979 1.065 914
Baixão 482 320 166 154 162 101 61
Boaçu 2.150 106 49 57 2.044 1.110 934
Florestal 3.836 430 214 216 3.406 1.867 1.539
Itaibó 1.621 474 258 216 1.147 640 507
Itajuru 3.644 1.219 616 603 2.425 1.262 1.163
Monte Branco 661 151 68 83 510 282 228
Oriente Novo 1.052 256 123 133 796 430 366
Total (Pop) 151.895 139.426 66.855 72.571 12.469 6.757 5.712
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Tabela 5 – População residente, por raça/cor (2010)
Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010
Quanto ao perfil etário, a comparação dos dois últimos censos mostra um sensível
envelhecimento da população residente, com queda dos percentuais de crianças de 0 a 4 anos
na população, adolescentes e jovens até 24 anos, manutenção da parcela de adultos de 25 a
39 anos e leve crescimento dos estratos de 40 anos e mais de idade. Comparando-se os perfis
de 2000 e 2010, fica patente a tendência à diminuição das faixas mais jovens, uma vez que as
famílias passaram a ter menos filhos. Outra tendência é o envelhecimento da população.
Os indicadores de Jequié refletem: I) declínio da mortalidade infantil, sobretudo entre as
crianças de 0-4 anos; II) declínio da fertilidade; III) desaceleração do ritmo de crescimento
vegetativo; IV) envelhecimento da população; V) redução percentual das crianças. Essas
tendências estão implícitas na distribuição etária da população jequieense. O Censo
Demográfico do IBGE de 2010 revela que as faixas com maior representatividade são as de
15/19 anos e 25/29 anos, em plena idade de inserção no mercado de trabalho, o que reflete
diretamente num acirramento por novos postos de trabalho. Por sua vez, a faixa mais idosa foi
sensivelmente ampliada, sinalizando um envelhecimento da população, principalmente entre as
mulheres. Em 2000, os homens de 70 anos ou mais eram cerca de 3.040. Em 2010, eles
passaram para 3.726. No caso das mulheres, o crescimento foi de 3.899 para significativos
5.073 em 2010. Essas informações fornecem indícios das profundas alterações nas demandas
sobre o sistema de saúde, emprego, seguridade social, entre outras.
Localidade Total
Situação do domicílio e sexo
Raça/Cor
Brancos Negros Amarelos Pardos Indígenas
Jequié 138.449 37.346 18.380 1.040 81.335 348
Baixão 482 93 26 1 362 0
Boaçu 2.150 403 206 38 1.497 6
Florestal 3.836 774 450 25 2.587 0
Itaibó 1.621 395 171 8 1.047 0
Itajuru 3.644 578 684 26 2.354 2
Monte Branco 661 144 86 6 425 0
Oriente Novo 1.052 195 92 2 763 0
Total (Pop) 151.985 39.928 20.095 1.146 90.370 356
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Tabela 6 – Distribuição etária da população segundo o sexo (2000-2010)
Faixas Etárias 2000 2010
Homens Mulheres Homens Mulheres
0 a 4 6.963 6.603 5.802 5.495
5 a 9 7.553 7.292 6.147 5.939
10 a 14 8.240 8.128 6.830 6.452
15 a 19 8.699 9.019 7.002 7.024
20 a 24 7.430 7.525 6.910 7.215
25 a 29 5.648 5.856 6.848 7.422
30 a 34 4.862 5.200 6.251 6.599
35 a 39 4.640 4.811 5.072 5.483
40 a 44 4.061 4.319 4.656 5.020
45 a 49 3.147 3.526 4.147 4.427
50 a 54 2.470 2.878 3.606 4.070
55 a 59 1.962 2.285 2.894 3.254
60 a 64 1.711 2.083 2.031 2.657
65 a 69 1.473 1.879 1.690 2.153
> 70 3.040 3.899 3.726 5.073
TOTAL 71.899 75.303 73.612 78.283
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 2000 e 2010
Gráficos 2 e 3 – Pirâmides etárias de Jequié em 2000 e 2010
Fonte: IBGE – Censos Demográficos 2000 e 2010
10.000 5.000 0 5.000 10.000
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 anos e mais
Homens Mulheres
10.000 5.000 0 5.000 10.000
0 a 4 anos
5 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 19 anos
20 a 24 anos
25 a 29 anos
30 a 34 anos
35 a 39 anos
40 a 44 anos
45 a 49 anos
50 a 54 anos
55 a 59 anos
60 a 64 anos
65 a 69 anos
70 anos e mais
Homens Mulheres
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População das dez maiores cidades do Estado da Bahia
Tabela 7 – População das 10 maiores cidades baianas (2000-2010)
Posição Cidade Pop. 2000 Cidade Pop. 2010
1ª Salvador 2.443.107 Salvador 2.675.656
2ª Feira de Santana 480.949 Feira de Santana 556.642
3ª Vitória da Conquista 262.494 Vitória da Conquista 306.866
4ª Ilhéus 222.127 Camaçari 242.970
5ª Itabuna 196.675 Itabuna 204.667
6ª Juazeiro 174.567 Juazeiro 197.965
7ª Camaçari 161.727 Ilhéus 184.236
8ª Jequié 147.202 Lauro de Freitas 163.449
9ª Barreiras 131.849 Jequié 151.895
10ª Alagoinhas 130.095 Alagoinhas 141.949
Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 2000 e 2010
Jequié ocupava a oitava posição em população no Estado da Bahia, em 2000. No ano de
2010, passou a ocupar a nona colocação, depois de Salvador, Feira de Santana, Vitória da
Conquista, Camaçari, Itabuna, Juazeiro, Ilhéus e Lauro de Freitas. Consequentemente, a
diminuação do ritmo de crescimento de Jequié fez com que sua área de influência recebesse a
competição de outros centros regionais, como Feira de Santana, Vitória da Conquista e Itabuna,
que ampliam suas funções regionais em consequência da retração de Jequié.
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Taxas de natalidade e mortalidade no município
De acordo com o Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, o
município de Jequié registra anualmente uma média de 828 óbitos de residentes. No ano de
2010, esse total foi de 890, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 5,82 óbitos por
cada grupo de 1000 habitantes, acima da taxa do Estado da Bahia, que foi de 5,03, mas dentro
dos padrões aceitáveis da Organização Mundial da Saúde – OMS.
Um dos indicadores comumente usados para avaliar as condições de vida e saúde da
população é a situação da mortalidade infantil. Sua taxa representa o número de óbitos de
menores de um ano de idade, por mil nascidos vivos, na população residente em determinado
espaço geográfico, no ano considerado.
Segundo o Ministério da Saúde (2003), as taxas de mortalidade infantil são geralmente
classificadas em altas, quando são maiores que 50 óbitos por mil nascidos vivos; médias,
quando de 20 a 49 óbitos e baixas, quando menores que 20 óbitos por mil crianças nascidas
vivas. Destaca ainda que, quando determinada região possui baixa taxa de mortalidade infantil,
é porque seu componente de morte neonatal (com predomínio da mortalidade neonatal
precoce) é predominante; e quando a taxa é alta, o seu principal componente é a mortalidade
pós-neonatal, o que reflete problemas que não são relacionados a doenças congênitas, mas sim
a baixos níveis de saúde e de desenvolvimento socioeconômico.
No caso de Jequié, que registrou, em 2010, o total de 2.364 nascidos vivos de mães
residentes e uma taxa de natalidade da ordem de 15,4, sua taxa de mortalidade infantil
correspondeu a 22,4 (taxa classificada como média). Esse dado sinaliza que ainda há uma
importante demanda em termos de saúde e infraestrutura básica para melhorar mais esse
indicador. Agora, calculando a diferença entre a taxa de natalidade (15,4) e a taxa de
mortalidade geral (5,82), obtém-se uma taxa de crescimento natural positivo, indicativo de que
a população de Jequié continua crescendo (nascem mais pessoas do que morrem).
Tabela 8 – Relação entre nascidos vivos e óbitos na população de Jequié (2006-2010)
2006 2007 2008 2009 2010
Nascidos vivos 2.556 2.614 2.469 2.391 2.362
Óbitos na população geral 1.125 1.125 1.198 1.165 1.257
Saldo 3.681 3.739 3.667 3.556 3.619
Fonte: Ministério da Saúde - DATASUS
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1.6 Aspectos econômicos
Jequié é um município peculiar e privilegiado. Os três tipos de vegetação que apresenta
possibilitam maior diversificação em sua atividade agropecuária. A principal riqueza agrícola é o
cacau, cultivado na Zona da Mata, mas há ainda o café, a cana-de-açúcar, maracujá, melancia,
entre outros. A pecuária bovina coloca o município entre os principais produtores de carne da
Bahia. A cafeicultura se desenvolve em certas áreas, bem como a caprinocultura, ovinocultura e
a suinocultura. A atividade hortifrutigranjeira vem-se constitutindo em opção econômica, em
especial para a região da Barragem de Pedras.
Figura 10 – Imagem aérea da Fazenda Granja Axé Agropecuária, em Jequié
Fonte: http://www.altagenetics.com.br/novo/Noticias/Ler.aspx?nID=1094
A atividade industrial, concentrada no Distrito Industrial, mas ainda dispersa por várias
regiões da cidade, oferece possibilidade de expansão, em particular nas áreas da indústria de
confecções e no fabrico de produtos alimentícios (bolachas, biscoitos, derivados de milho e
beneficiamento de produtos agropecuários em geral). A partir da última década do século
passado, a indústria calçadista começou a desenvolver-se e tem se expandido
consideravelmente. Uma escola profissionalzante do SENAI treina pessoal para o ramo de
confecções e outros. Entre as indústrias, destacam-se: as fábricas de confecções, empresas
alimentícias (Petian, Gameleira, Moinho Paquetá, Café Jequié) e calçadistas, com destaque para
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a Ramarim (maior empregadora de Jequié, com fabricação de calçados de couro, em especial,
calçado feminino adulto), e para embalagens (Totalflex).
Figura 11 – Imagem de satélite do Distrito Industrial de Jequié e entorno
Fonte: http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1514765&page=50
Antes chamado Frigorífico do Sudoeste Baiano (Frisuba), o hoje Frigorífico Bahia Carnes
vem-se constituindo fator importante do desenvolvimento da pecuária regional, além de
possibilitar o surgimento de indústrias de derivados bovinos, como enlatados e embutidos.
Ainda com relação à industrialização de derivados do boi, é importante lembrar a
atividade dos curtumes e de se esperar o surgimento de indústrias de derivados do couro,
aproveitando-se a produção existente no município.
Entre várias outras atividades industriais da cidade, destacam-se as seguintes: AGRANOR-
Agropecuária do Nordeste Ltda. (fabricação de produtos da mandioca e derivados,
pasteurização do leite), Amazonas Produtos para Calçados Ltda. (fabrico de partes para
calçados, como solados); Biscoito Bispo (fabricação de biscoitos e bolachas); Café Paquera
(torrefação e moagem de café); Iogurte NATURE (fabricação de latícinios, em especial, iogurte
e manteiga); Laticínio SOL (fabricação de laticínios, em especial, leite, queijo, manteiga,
iogurte); Fibra SOL (fabricação de material plástico: tanque, caixa d’água em fibra de vidro,
pia); GAMELEIRA (fabricação de biscoitos, bolachas, macarrão, salgadinho, fubá de milho);
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Industrial e Mercantil Triunfo Ltda. (torrefação e moagem de café); INJEL Indústria Jequieense
de Leite Ltda. (preparação do Leite); IPAM - Indústria de Produtos Alimentícios Moenda Ltda.
(torrefação e moagem de café); Kaktus Xouve (confecção de roupas íntimas); LAPISO
(fabricação de artefatos de concreto, cimento, fibrocimento, gesso, ladrilho, piso); Le Brut Ind.
e Com. de Roupas (confecção de peças de vestuário, exceto roupas íntimas: camisa de malha,
camisa de tecido, calça, bermuda); LOY e LAY (confecção de peças do vestuário, exceto
roupas íntimas: moda praia e artigo feminino); Maia Premoldados (fabricação de artefatos de
concreto, laje, cimento, gesso); Moinho Paquetá (torrefação e moagem de café); Petian
Indústria de Alimentos (fabricação de biscoitos, bolachas, salgadinhos, macarrão); REALCE
Shopping e Presentes (confecção de roupas profissionais: uniforme industrial, uniforme
escolar); REFREE (fabricação de refrigerantes, energéticos e outros produtos não alcoólicos);
Serralheria Jequié (fabricação de esquadrias de metal: portão, grade, estrutura metálica, móvel
de aço inox); Sílvia Calçados (fabricação de calçados de couro feminino); TONET Ind. de
Embalagens Ltda. (componentes para calçado: matracadores, cadarço, fitas diversas, elástico e
outros produtos); TOTALFLEX Ind. de Embalagens (fabricação de embalagens: filme
coextruzado em PE, saco industrial em PE, filme técnico de PP, filme laminado); UNICHARQUE
Ind. e Com. de Charques Ltda. (fabricação de produtos de carne); YEN (confecção de roupas
profissionais: fardamento em geral).
Outro fator importante na economia do município é o poliduto de derivados de petróleo e
álcool (instalado no final da década de 90), que proporcionou a implantação das bases de
distribuição das maiores empresas do setor, tais como Petrobrás, Esso, Ypiranga/Atlantic, Shell,
Gás Butano e Minasgás. Jequié detém a condição de principal centro de distribuição de
derivados de petróleo, indo até parte de Minas Gerais e Espírito Santo. A capacidade de
armazenamento da base de distribuição é de 57 mil barris de álcool, 40 mil barris de gasolina,
154 mil barris de óleo diesel e 288 mil barris de GLP-Gás de cozinha. Essa capacidade já está
quase que triplicada com a implantação da unidade de redistribuição das principais
distribuidoras de combustível do País.
Comércio
Desde a sua gênese, Jequié desempenhou a função de centro comercial, inicialmente por
sua situação de local para pouso e descanso de boiadas e boiadeiros, tropas e tropeiros.
Depois, se constituiu em entreposto comercial e, ainda nos dias atuais, é forte a presença do
comércio na economia do município, como responsável por uma parcela importante da oferta
de empregos.
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Tabela 9 – Estrutura setorial do município de Jequié, Microrregião e Estado (2011)
Setores Percentual de estabelecimentos
Jequié Microrregião Bahia
TOTAL 2.547 5.037 168.596
Comércio 1.309 2.659 77.769
Serviços 644 1.050 53.974
Construção civil 147 191 7.309
Extrativa mineral 7 11 424
Indústria de transformação 222 315 10.992
Serviço industrial de utilidade pública 3 3 269
Agropecuária e Pesca 212 761 16.823
Administração Pública 3 47 1.036
Fonte: Ministério do Trabalho (2011)
Os dados da tabela acima, além de reforçarem o papel de pólo comercial e de serviços de
Jequié na sua microrregião, também deixam claro a predominância das atividades de serviços e
comércio, correspondendo a mais de 76% dos estabelecimentos existentes no município. Essa
concentração de estabelecimentos e empregos em atividades dos setores de comércio e
serviços expressa que o município procura consolidar-se como pólo regional a partir das
atividades do setor terciário, cujo revigoramento veio a ocorrer na segunda metade dos anos
1990, rompendo com a forte concentração do setor primário na economia.
Foi a partir dessa década que cresceram os serviços de saúde, educação e hospedagem.
Esse processo foi observado a partir da ampliação do número de hospitais, leitos e profissionais
especializados, o aumento de cursos e vagas na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
(UESB) – Campus de Jequié – a instalação da Faculdade de Ciências Contábeis, transformada,
em 2001, em Faculdade Integrada de Jequié, a implantação da Faculdade de Tecnologia e
Ciências (FTC) e a ampliação do número de hotéis e pousadas.
Em 1990, também é inaugurado o Centro de Abastecimento de Jequié, fruto de uma
parceria entre o governo municipal e o governo federal. Nele são encontrados quatro grandes
módulos comerciais (e um administrativo), que abarcam variadas atividades comerciais, como
os chamados secos e molhados em geral, boxes para carnes (bovina, caprina, suína, de sol,
etc.) e peixes, feijão, farinha e demais produtos à base de mandioca (goma, puba, tapioca,
beiju etc.), queijo e requeijão, bares e restaurantes simples etc. Ao lado, várias dezenas de
barracas para a venda de horifrutigranjeiros. Em suas ruas próximas, desenvolveu-se amplo e
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variado comércio popular de roupas, calçados, móveis, farmácia, supermercados, dando vida
nova e valorizando uma área desacreditada.
Nos serviços, houve a modernização das agências bancárias já existentes na cidade, tais
como: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco Bradesco e Banco Itaú; na saúde,
implantou-se a Casa de Saúde e Maternidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
Piscicultura
A Estação de Piscicultura de Jequié localiza-se à margem esquerda do rio de Contas, a
jusante da Barragem de Pedras, no município de Jequié (BA), em uma área de 157.214 m².
Dista 16 km do centro de Jequié, tendo como acesso a estrada vicinal da Barragem de Pedras.
Capacidade produtiva: 20.000.000 alevinos/ano, espécies nativas trabalhadas: Carpa Comum
(Cyprinus carpio), Tilápia do Nilo (Orechromis niloticus), Curimatá (Prochilodus margravii),
Tambaqui (Colossoma macropomum). Espécies exóticas trabalhadas: Carpa Comum (Cyprinus
carpio), Tilápia do Nilo (Orechromis niloticus).
Ferrovia Oeste-Leste
A Ferrovia de Integração Oeste-Leste terá 1490 km de extensão, de Figueirópolis (TO) ao
porto de Ilhéus (BA). Foi dividida em três trechos, a saber: Figueirópolis (TO)-Barreiras (BA)
(547 km); Barreiras-Caetité (413 km); Caetité-Ilhéus (passando por Jequié, 530 km). Além de
promover a integração Oeste-Leste, tem por principal objetivo o escoamento da produção da
Bahia (minério de ferro, combustíveis, soja, farelo de soja e fertilizantes) para outros pontos do
País e do Exterior. Há grande expectativa de que a Ferrovia Oeste-Leste consiga alavancar
novos empreendimentos em Jequié, além de aumentar a arrecadação via impostos e a criação
de novos postos de trabalho.
Figura 12 – Máquinas a todo vapor nas obras da Ferrovia Oeste-Leste, trecho Jequié
Fonte: zeniltonmeira.blogspot.com
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1.7 Mão de obra
Pessoal ocupado
A Tabela 10 informa que os setores de atividade que mais empregam são o de comércio e
mercadorias e de indústria de transformação, 20,5% e 13,6% do total, respectivamente. Em
seguida, vêm as atividades primárias e a construção civil.
Tabela 10 – Pessoas de 10 anos ou mais de idade, empregadas por setores de atividades econômicas em Jequié (2010)
Setor de atividade Número de
pessoas Participação
(%)
Agricultura, pecuária, silvicultura, pesca e exploração florestal 5.910 9,3%
Indústria extrativa 205 0,3%
Indústria de transformação 8.611 13,6%
Construção 5.499 8,7%
Comércio e mercadorias 12.948 20,5%
Alojamento e alimentação 2.013 3,2%
Transporte, armazenagem e comunicação 3.545 5,6%
Atividades imobiliárias, atividades financeiras, de seguros e serviços
647 1,0%
Administração pública, defesa e seguridade social 4.232 6,7%
Educação 4.403 7,0%
Saúde e serviços sociais 2.692 4,3%
Serviços domésticos 5.223 8,3%
Outras atividades e serviços 7.341 11,6%
Total 63.269 100,0
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010
Segundo dados do IBGE (2010), a População Economicamente Ativa de Jequié, de dez
anos ou mais, perfazia 70.548 habitantes, desse total 89,7% (63.269 hab.) estavam ocupadas
em alguma atividade e 10,3% (7.279 hab.), desocupadas. A População Não Economicamente
Ativa perfazia 57.930 habitantes. Dentro do total da população ocupada, o município
apresentava grau de informalidade de 55,9% (35.338 hab.), ou seja, uma parcela bastante
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significativa do trabalhador ocupado era informal (empregado sem carteira assinada, por conta
própria, não remunerado, em ajuda a membro de domicílio e trabalhador para o próprio
consumo). No entanto, a agregação do heterogêneo grupo de trabalhadores por conta própria,
que soma 14.832 pessoas, lado a lado com os empregados sem carteira e os sem pagamento,
talvez esconda mais do que revele.
Número de empregados por setores de atividade
A Tabela 11 mostra o número de empregados por setor de atividade em Jequié, entre
2006 e 2011.
Tabela 11 – Número de empregados por grandes setores de atividade (2006-2011)
Setor de atividade 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Total 15.338 16.555 18.424 20.039 22.076 23.929
Indústria 4.368 4.505 5.020 5.573 6.669 7.860
Construção civil 253 262 207 240 495 1.095
Comércio 4.360 4.719 5.489 5.666 6.177 5.895
Serviços 5.900 6.611 7.301 8.117 8.294 8.624
Agropecuária 457 458 407 443 441 455
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS
Constata-se uma alta repentina do número de empregos na construção civil. O total de
empregos nesse setor, que era de 253, em 2006, chega a 1.095, em 2011. O aumento total no
período foi superior a 400%, ou seja, o número de empregados na construção civil3 mais que
quadruplicou, reflexo da intensificação do volume de obras no município. A indústria também
apresentou um crescimento significativo do número de empregos no período, partindo de um
patamar de 4.368, em 2006 para 7.860, em 2011, crescimento da ordem de 79,9%. O
comércio e os serviços apresentam um crescimento no número de empregos menor que os
3 Sobre esse setor é relevante citar que, somente nos últimos três anos e meio, a Prefeitura de Jequié
conseguiu atrair, aproximadamente, R$ 400 milhões para investimentos na área de habitação. Tais recursos vêm sendo investidos na construção de casas populares, através do Programa Minha Casa,
Minha Vida. São mais de 5 mil unidades construídas ou em construção. De 2009 para cá, já foram inauguradas na cidade 500 casas no Loteamento Tropical, 199 no Residencial Eldorado (Jequiezinho),
500 no Residencial Mandacaru I, 340 no Residencial Mandacaru II e 500 unidades no Residencial Beira
Rio, na Cidade Nova. Estão sendo construídas também 1000 unidades no Bairro Cansanção (terreno atrás do Complexo Policial), 500 na Vila Rodoviária (Jequiezinho), 500 no Residencial Cachoeirinha I e 220 no
Residencial Cachoeirinha II. Para o público com renda superior a R$ 3 mil, são 387 apartamentos no São Judas Tadeu e 240 moradas no Residencial Vivendas do Bosque, ao lado da Lagoa do Derba.
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 29
setores anteriormente mencionados, contudo, há que se registrar que o setor de serviços é o
que mais emprega no município. A agropecuária foi o único setor a demonstrar pouca oscilação
no número de empregos em termos absolutos.
A Tabela 12 mostra o percentual de empregados por grandes setores de atividade em
Jequié entre 2006 e 2011.
Tabela 12 – Percentual de empregados por grandes setores de atividade (2006-2011)
Setor de atividade 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0
Indústria 28,48% 27,21% 27,25% 27,81% 30,21% 32,85%
Construção civil 1,65% 1,58% 1,12% 1,20% 2,24% 4,58%
Comércio 28,43% 28,50% 29,79% 28,27% 27,98% 24,64%
Serviços 38,47% 39,93% 39,63% 40,51% 37,57% 36,04%
Agropecuária 2,98% 2,77% 2,21% 2,21% 2,00% 1,90%
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS
Esses dados apontam para um aumento da participação da indústria no total de
empregos gerados pela economia do município. Tal participação, que era de 28,5%, em 2006,
passa a 32,8%, em 2011. Isso aponta para um aumento do peso do setor industrial na
economia do município. Outro setor que estende sua participação é a construção civil, que
passa de 1,6%, em 2006 para 4,6%, em 2011. Impactado pelo acesso ao crédito e o
crescimento da renda no Brasil, o setor da construção civil atravessa, nestes últimos anos,
talvez o seu melhor momento na história, uma situação ainda sem data prevista para acabar.
Enquanto isso, o comércio e os serviços, apesar do aumento do número de empregos em
termos absolutos, reduziram sua participação no município de 28,4% e 38,5%, em 2006 para
24,6% e 36%, em 2011, respectivamente. No entanto, é preciso ressaltar que esses dois
setores apresentam grande variação anual da participação, o que dificulta a interpretação dessa
queda como uma tendência ou como um fenômeno passageiro. Da mesma forma, a
agropecuária apresenta queda na participação no período analisado.
A Tabela 13 informa os setores que contrataram ou demitiram mão de obra nos anos de
2010 e 2011 em Jequié.
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 30
Tabela 13 – Saldo entre admissões e demissões segundo os subsetores de atividade em Jequié, 2010 e 2011
Subsetores que incorporaram ou demitiram mão de obra
2010 2011
Admitidos Desligados Saldo Admitidos Desligados Saldo
Total 6.230 4.996 1.234 7.372 6.779 593
Extrativa mineral 9 22 -13 7 24 -17
Indústria de produtos minerais não metálicos 98 65 33 147 121 26
Indústria metalúrgica 3 4 -1 1 6 -5
Indústria mecânica 1 1 0 1 1 0
Indústria do material elétrico e de
comunicações 0 0 0 0 0 0
Indústria do material de transporte 0 0 0 1 16 -15
Indústria da madeira e do mobiliário 19 11 8 16 11 5
Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 15 9 6 6 32 -26
Indústria da borracha, fumo, couros, peles, similares, indústrias diversas
17 14 3 21 142 -121
Indústria química de produtos farmacêuticos,
veterinários, perfumaria 132 81 51 206 115 91
Indústria têxtil do vestuário e artefatos de tecidos
98 155 -57 170 1.536 -1.366
Indústria de calçados 1.804 745 1.059 2.496 276 2.220
Indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico
417 231 186 244 19 225
Serviços industriais de utilidade pública 22 9 13 12 1.104 -1.092
Construção civil 720 914 -194 603 1.869 -1.266
Comércio varejista 1.472 1.428 44 1.652 222 1.430
Comércio atacadista 170 199 -29 183 10 173
Instituições de crédito, seguros e
capitalização 16 5 11 26 226 -200
Comércio e administração de imóveis, valores mobiliários, serv. técnico
245 175 70 241 304 -63
Transportes e comunicações 266 231 35 342 357 -15
Serviços de alojamento, alimentação, reparação, manutenção, redação
307 326 -19 548 141 407
Serviços médicos, odontológicos e veterinários
142 120 22 190 141 49
Ensino 162 121 41 163 16 147
Administração pública direta e autárquica 5 8 -3 0 0 0
Agricultura, silvicultura, criação de animais, extrativismo vegetal
90 122 -32 96 106 -10
Outros / ignorado 0 0 0 0 0 0
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – CAGED
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 31
Figura 13 – Indústria Ramarim
em Jequié
O saldo de contratação de mão de obra total é positivo nos dois anos considerados,
embora o ano de 2010 tenha apresentado um desempenho melhor que 2011. No ano de 2010,
entre os setores que mais incorporaram mão de obra, estão a indústria de calçados (saldo de
1.059), produtos alimentícios (saldo de 186), comércio e administração de imóveis (saldo de
70) e a indústria de produtos farmacêuticos (saldo de 51). Entre os setores que mais
demitiram, estão a construção (saldo negativo de 194) e a indústria têxtil (saldo negativo de
57). No ano de 2011, entre os setores que mais incorporaram mão de obra estão a indústria de
calçados (saldo de 2.220), o comércio varejista (saldo de 1.430) e os serviços de alojamento e
alimentação (saldo de 407). Entre os setores que mais
demitiram, estão a indústria têxtil (saldo negativo de
1.366), a construção civil (saldo negativo de 1.266) e os
serviços industriais de utilidade pública (saldo negativo de
1.092). De acordo a análise dos dados, os subsetores de
maior expressividade no município são o da indústria de
calçados, com destaque para a indústria de calçados
Ramarim (maior empregadora de Jequié) e o comércio
varejista.
Fonte: www.souzaandrade.com.br
Grau de instrução da mão de obra
As Tabelas 14 e 15 mostram o grau de instrução da mão de obra, por sexo, em Jequié,
nos anos de 2008 e 2011.
Considerando o total de empregados, tem-se a seguinte situação: em 2011, 0,5% dos
empregados era analfabeto, 9,9% tinham o Ensino Fundamental completo, 51,2%, o Ensino
Médio completo e 3,3%, o Ensino Superior completo. Esses dados indicam uma melhoria do
nível educacional da mão de obra de Jequié, constatada no aumento do percentual de
empregados com Ensino Médio em relação ao ano de 2008. Quando se examina a situação da
escolaridade da mão de obra por sexo, o quadro é o seguinte: em 2008, 1,1% da mão de obra
masculina e 1% da feminina eram analfabetos, 15,5% da mão de obra masculina e 10,5% da
feminina tinham o Ensino Fundamental completo, 37,3% da mão de obra masculina e 54% da
feminina tinham o Ensino Médio completo, 2% da mão de obra masculina e 6,4% da feminina
possuíam Ensino Superior completo. Nota-se, então, que tanto em 2008 como em 2011, a mão
de obra feminina tem um grau de escolaridade superior ao da masculina.
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 32
Tabela 14 – Número de empregados por sexo, segundo o grau de instrução (2008)
Grau de instrução
2008
Total Masculino Feminino
Número % Número %
Total 18.424 10.773 58% 7.651 42%
Analfabeto 234 189 1,8% 45 0,6%
Até 5º incompleto do Ensino Fundamental
854 591 5,5% 263 3,4%
5º ano completo do Fundamental 815 651 6,0% 164 2,1%
6º a 9º ano incompleto do Fundamental 1.460 1.112 10,3% 348 4,5%
Ensino Fundamental completo 2.011 1.513 14,0% 498 6,5%
Ensino Médio incompleto 2.460 1.711 15,9% 749 9,8%
Ensino Médio completo 8.609 4.342 40,3% 4.267 55,8%
Educação Superior incompleta 412 213 2,0% 199 2,6%
Educação Superior completa 1.569 451 4,2% 1.118 14,6%
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS
Tabela 15 – Número de empregados por sexo, segundo o grau de instrução (2011)
Grau de instrução
2011
Total Masculino Feminino
Número % Número %
Total 23.929 13.543 57% 10.386 43%
Analfabeto 126 119 0,9% 7 0,1%
Até 5º incompleto do Ensino Fundamental
838 652 4,8% 186 1,8%
5º ano completo do Fundamental 699 547 4,0% 152 1,5%
6º a 9º ano incompleto do Fundamental 2.080 1.480 10,9% 600 5,8%
Ensino Fundamental completo 1.999 1.403 10,4% 596 5,7%
Ensino Médio incompleto 2.845 1.843 13,6% 1.002 9,6%
Ensino Médio completo 12.531 6.624 48,9% 5.907 56,9%
Educação Superior incompleta 622 251 1,9% 371 3,6%
Educação Superior completa 2.189 624 4,6% 1.565 15,1%
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS
A Tabela 16 informa o grau de instrução dos empregados por setor, no município de
Jequié, em 2011.
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 33
O quadro da instrução por setor, em 2011, era o seguinte: na indústria, 0,3% dos
trabalhadores era analfabeto, 9% tinham Ensino Fundamental completo, 45,8% tinham Ensino
Médio completo e 0,8% tinha Ensino Superior completo; na construção civil, 1,7% era
analfabeto, 9,8% tinham o Ensino Fundamental completo, 34,1% tinham o Ensino Médio
completo e 2%, o Ensino Superior completo; no comércio, 0,2% dos trabalhadores era
analfabeto, 8,2% tinham o Ensino Fundamental completo, 66,2% tinham o Ensino Médio
completo e 3%, o Ensino Superior completo; nos serviços, 0,2% dos trabalhadores era
analfabeto, 7,5% tinham o Ensino Fundamental completo, 52,7% tinham o Ensino Médio
completo e 22,3%, o Ensino Superior completo; na agropecuária, 11,2% dos trabalhadores
eram analfabetos, 11,2% tinham Ensino Fundamental completo, 23,7% tinham Ensino Médio
completo e 1,8% dos trabalhadores, o curso superior completo. O nível de escolaridade é
bastante diferenciado segundo os setores. Os setores de serviços e comércio possuem os
melhores níveis de escolaridade, e a construção civil e a agropecuária possuem os piores. Em
relação ao total de trabalhadores, 0,5% era analfabeto, 8,3% tinham Ensino Fundamental
completo, 52,3%, Ensino Médio completo e 9,1%, o curso superior completo.
Tabela 16 – Número de empregados por setor de atividade e grau de instrução (2011)
Grau de instrução Total Indústria Construção
Civil Comércio Serviços Agropecuária
Total 23.929 7.860 1.095 5.895 8.624 455
Analfabeto 126 21 19 14 21 51
Até 5º ano
incompleto do Ensino Fundamental
838 127 178 100 313 120
5º ano completo do
Fundamental 699 164 137 163 175 60
6º a 9º ano
incompleto do Fundamental
2.080 1.224 133 387 294 42
Ensino Fundamental
completo 1.999 709 107 481 651 51
Ensino Médio
incompleto 2.845 1.879 118 523 311 14
Ensino Médio completo
12.531 3.600 373 3.904 4.546 108
Educação Superior
incompleta 622 74 8 145 394 1
Educação Superior
completa 2.189 62 22 178 1.919 8
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 34
A Tabela 17 apresenta a evolução do número de trabalhadores, segundo o grau de
instrução, entre 2006 e 2011.
Ela revela que o número de trabalhadores com Ensino Médio completo foi o que mais
cresceu no período, passando de 6.690, em 2006, para 12.531 em 2011, um crescimento de
quase 100% no período. Além disso, trabalhadores com Ensino Médio possuem a maior parte
do total de empregos no município em 2011 (52%). Chama a atenção, também, o crescimento
do número de trabalhadores com o curso superior completo, que passa de 945, em 2006, para
2.189, em 2011, que corresponde ao maior crescimento percentual do período (superior a
100%).
Tabela 17 – Número de empregados por grau de instrução (2006-2011)
Grau de instrução 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Total 15.338 16.555 18.424 20.039 22.076 23.929
Analfabeto 263 239 234 225 218 126
Até 5º ano incompleto do Ensino Fundamental 903 902 854 573 632 838
5º ano completo do
Fundamental 839 933 815 655 583 699
6º ao 9º ano incompleto do
Fundamental 1.586 1.482 1.460 1.680 1.865 2.080
Ensino Fundamental completo 1.763 1777 2011 2160 2.168 1.999
Ensino Médio incompleto 1.969 2031 2460 2601 2.938 2.845
Ensino Médio completo 6.690 7.474 8.609 9.271 10.960 12.531
Educação Superior incompleta 380 377 412 608 598 622
Educação Superior completa 945 1.340 1.569 2.266 2.114 2.189
Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego - RAIS
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 35
1.8 Produto Interno Bruto Municipal
A Tabela 18 mostra a distribuição do Produto Interno Bruto (PIB) entre os municípios da
Microrregião Jequié nos anos de 2005 e 2010. A análise da tabela revela alguns dados
interessantes. O município de Jequié sozinho é responsável por mais de 48% do PIB dessa
microrregião, ficando muito acima do de Jaguaquara, que se apresenta como o segundo maior.
Tabela 18 – PIB a preços correntes (1 000 R$) na microrregião Jequié, 2005 e 2010
Municípios População 2010
Produto Interno Bruto
A preços correntes (1 000 R$)
2005 2010
Microrregião 508.347 2.161.986 3.469.110
Aiquara 4.602 14.208 25.484
Amargosa 34.351 105.014 186.869
Apuarema 7.459 18.614 35.780
Brejões 14.282 86.285 91.952
Cravolândia 5.041 13.073 23.149
Irajuba 7.002 17.872 30.412
Iramaia 11.990 31.462 47.540
Itagi 13.051 35.226 61.855
Itaquara 7.678 23.900 35.557
Itiruçu 12.693 47.436 67.004
Jaguaquara 51.011 171.226 269.661
Jequié 151.895 1.055.578 1.675.164
Jiquiriçá 14.118 32.020 56.944
Jitaúna 14.115 41.980 62.590
Lafaite Coutinho 3.901 13.566 20.794
Laje 22.201 69.897 126.233
Lajedo do Tabocal 8.305 36.815 44.561
Maracás 24.613 80.208 122.697
Marcionílio de Souza 10.500 25.253 46.866
Milagres 10.306 28.448 51.744
Mutuípe 21.449 57.970 112.510
Nova Itarana 7.435 16.438 26.865
Planaltino 8.822 17.808 35.231
Santa Inês 10.363 25.216 41.648
São Miguel das Matas 10.414 42.655 76.088
Ubaíra 19.750 53.818 93.912
Fonte: IBGE
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 36
Sobre os municípios que compõem a Microrregião Jequié, convém analisar que a maior
parte deles tem dificuldade de concretização e atração de negócios econômicos, pela incipiência
de suas economias. Trata-se de pequenos municípios, quase todos com a maior parte da
geração de emprego e renda centrada nas atividades da administração pública, além de uma
composição setorial baseada na agropecuária, que, em geral, concentra-se na produção para a
subsistência, o que os torna amplamente dependentes dos recursos provenientes das
transferências de renda (aposentadorias e programas assistenciais, como o Bolsa Família). Do
ponto de vista das administrações municipais, vê-se, também, a forte dependência que tais
municípios têm das transferências oriundas de fundos constitucionais e de ICMS para a
manutenção das atividades públicas.
Em 2010, a revista Veja, edição número 2.180, publicou uma matéria com a relação dos
106 municípios médios brasileiros que mantiveram, entre 2002 e 2007, taxa de crescimento
econômico igual ou superior à nacional de 4%. Na relação, constavam os 25% de municípios
que tiveram a atividade comercial como principal fonte de renda, a partir da característica de
pólos regionais com grandes redes varejistas e atacadistas. Com base na média anual do PIB
(Produto Interno Bruto), foi destacada a seguinte relação: Itapecerica da Serra (SP), 12,5%;
Lauro de Freitas (BA), 11,9%; Santana de Parnaíba (SP), 10,7%; Caxias (MA), 10,6%; Itaituba
(PA), 8,9%; Palhoça (SC), 8,6%; Vitória da Conquista (BA), 8,6%; Barureri (SP), 7,8%;
Castanhal (PA), 7,3%; Pouso Alegre (MG), 7,2%; Ribeirão das Neves (MG), 7%; Cariacica
(ES), 6,9%; Embu (SP), 6,8%; São José (SC), 6,8%; Jequié (BA), 6,8%, seguindo outros 14
municípios.
Jequié figurou na relação dos 106 municípios médios brasileiros que mantiveram, entre 2002 e 2007, taxa de crescimento econômico igual ou superior à nacional de 4%.
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 37
Como pode ser observado na Tabela 19, todos os municípios da Microrregião Jequié têm
o serviço como setor da economia com maiores valores adicionados, embora sejam superados
de longe pela expressividade de Jequié. Nela, principal cidade da microrregião, o setor de
serviços é o mais importante, correspondendo a 47,9% do PIB do município, resultante da
concentração de atividades tanto no setor público como também no privado. Nos demais,
percebe-se nitidamente a importância da agropecuária na composição da economia. O valor
adicionado pela indústria não é expressivo na região, somente com destaque para Jequié, que
possui 54,9% do valor total da indústria regional.
Tabela 19 – Microrregião de Jequié: valor adicionado por setores de atividade econômica, PIB total e per capita nos municípios (2008)
Municípios Valor Adicionado (R$ milhoes) PIB (R$
milhoes) PIB Per Capita
(R$ 1,00) Agropecuária
Indústria Serviços
Aiquara 5,84 1,40 12,19 19,94 3.718,65
Amargosa 22,64 13,94 96,23 141,01 4.038,21
Apuarema 6,28 1,91 15,97 24,92 3.278,46
Brejões 36,61 5,60 39,58 85,85 6.746,31
Cravolândia 4,51 1,58 12,06 18,68 3.305,06
Irajuba 5,13 1,95 17,16 25,05 3.317,43
Iramaia 8,25 3,59 29,50 42,66 2.790,08
Itagi 6,51 3,62 31,07 42,58 2.994,73
Itaquara 7,82 3,00 17,48 29,20 3.762,41
Itiruçu 14,41 4,66 38,88 60,83 3.678,25
Jaguaquara 51,71 15,38 145,55 226,52 4.709,63
Jequié 20,85 142,67 1.019,09 1.387,79 9.230,34
Jiquiriçá 7,97 3,70 27,70 40,75 2.959,34
Jitaúna 7,26 4,14 36,59 49,85 2.964,47
Lafaiete Coutinho 4,98 1,03 9,42 15,78 4.430,73
Lajedo do Tabocal 17,21 2,39 19,45 39,99 4.481,68
Laje 17,34 7,29 74,51 109,11 4.969,45
Maracás 25,52 8,75 71,07 109,38 3.070,90
Marcionílio de Souza 8,27 2,64 21,62 33,62 3.044,34
Milagres 2,31 4,46 31,08 40,48 3.345,69
Mutuípe 14,42 7,12 59,07 81,91 3.734,14
Nova Itarana 4,91 1,87 14,76 22,21 2.861,06
Planaltino 6,84 2,20 17,52 27,37 3.109,93
Santa Inês 3,38 2,92 24,09 31,91 2.945,37
São Miguel das Matas 35,55 3,69 35,79 79,42 7.475,84
Ubaíra 18,78 5,50 46,97 73,71 3.449,55
Fontes: SEI, IBGE
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 38
1.9 Transportes
A análise sobre os microdados do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia –
DETRAN – revela que, em 2001, circulavam por Jequié 13.918 veículos, destes 6.812 eram
automóveis, 3.496 eram motocicletas, 2.599 eram caminhões e camionetas e 211 eram ônibus
e micro-ônibus, dentre outros veículos. Já em 2011, a frota de veículos já era três vezes maior,
atingindo a marca de 43.152 (a nona maior frota de veículos da Bahia), dos quais 15.364 eram
automóveis, 17.808 eram motocicletas, 5.794 eram caminhões ou camionetas e apenas 470
eram ônibus ou micro-ônibus. A média de habitantes por automóvel particular no município de
Jequié, em 2011, foi de 9,8.
O gráfico a seguir, baseado em dados do DETRAN, mostra a evolução do número de
veículos automotores em Jequié no período 2007-2011, destacando não só a ampla
prevalência, mas também o crescimento contínuo do total de automóveis e motocicletas no
município. Os dados do gráfico se referem somente a veículos com placa do município.
Gráfico 4 – Crescimento da frota de veículos4, automóveis e motocicletas com placa de Jequié (2007-2011)
Fonte: Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN
4 A frota total de veículos em Jequié variou de 26.722 em 2007 para 43.152 em 2011, numa média de crescimento ao ano em torno de 3.286 novos veículos e mais de 50 por semana.
26.722 30.347 34.346 38.854 43.152
11.147 11.834
13.129 14.194
15.364
9.442 11.608
13.444
15.763
17.808
6.133
6.905
7.773
8.897
9.980
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
100.000
2007 2008 2009 2010 2011
Outros Motocicleta Automóvel Total de Veículos
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 39
Tabela 20 – Crescimento da frota de veículos com placa de Jequié (2007-2011)
Fonte: Departamento Estadual de Trânsito - DETRAN
De 2007 a 2011, o número de motocicletas em Jequié passou de 9.442 para 17.808,
crescimento impulsionado por atrativos, como incentivo para a aquisição, custo relativamente
baixo de combustível e pela possibilidade de utilização desse transporte na geração de renda,
através do desempenho de atividades como motoboy ou mototaxista (uma alternativa de
muitos jovens devido à falta de emprego). A propósito deste serviço, é oportuno citar que o
mesmo possui grande aceitação por parte da população do município, que o utiliza em
detrimento do transporte coletivo urbano, que, por sinal, é muito deficitário. No entanto, com o
surgimento de novos bairros e conjuntos habitacionais e o valor do serviço moto-táxi, muitas
vezes, inviável para os novos trajetos, a população jequieense está aprendendo a usar o
transporte coletivo urbano, fato observado pelo aumento do número de passageiros nos ônibus
da empresa Expresso Rio de Contas (única empresa prestadora deste serviço no município). A
tendência é que esse aumento na demanda por transporte coletivo urbano possa contribuir com
a melhoria desse serviço, incluindo a renovação e aumento da frota de veículos.
Transporte rodoviário
Como é possível verificar no mapa rodoviário do Estado da Bahia, o município de Jequié
possui alto grau de acessibilidade aos principais centros econômicos do País, contando com
excelentes rodovias. Sua localização espacial, em conjunto com as demais variáveis de
infraestrutura e qualidade de vida, oportuniza a instalação de novos negócios no território
municipal. No quadro a seguir, estão indicados os acessos por rodovias a algumas capitais dos
Estados brasileiros.
2007 2008 2009 2010 2011
Total de Veículos 26.722 30.347 34.346 38.854 43.152
Automóvel 11.147 11.834 13.129 14.194 15.364
Camioneta 2.787 2.955 3.245 3.609 3.977
Caminhão 1.447 1.508 1.592 1.692 1.817
Ônibus 249 286 326 351 384
Micro-ônibus 49 57 69 71 86
Motocicleta 9.442 11.608 13.444 15.763 17.808
Outros 1.601 2.099 2.541 3.174 3.716
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 40
Quadro 2 – Acesso por rodovias às capitais dos Estados brasileiros
Cidades Distância (km) Principais vias de acesso
Salvador 358 km BR-116, BR-101
Fortaleza 1356 Km BR-116
Belo Horizonte 782 km BR-116
Rio de Janeiro 1.060 km BR-116
São Paulo 1.281 km BR-116
Fonte: DERBA (2008)
Algumas linhas de ônibus que servem o município
Empresa: Gontijo/São Geraldo
São Paulo x Jequié
11:30 h (2ª, 3ª, 5ª, 6ª, sábado e domingo), 10:00 h (3ª, sábado e
domingo)
Empresa: Camurujipe
Empresa: Cidade Sol (horário de segunda a domingo)
Jequié x São Paulo
09:38 h (de 2ª a domingo),
10:00 h (3ª, 5ª, 6ª e domingo)
Jequié x Volta Redonda
09:38 h (de 2ª a domingo),
10:00 h (3ª, 5ª, 6ª e domingo)
Volta Redonda x Jequié
09:38 h (de 2ª a domingo),
16:40 h (3ª, 5ª, sábado e domingo)
Jequié x Salvador
00:40 h (2ª, 6ª e domingo), 07:15 h
(2ª a domingo), 09:10 h (2ª a
domingo), 10:00 h (2ª a sábado),
14:00 h (2ª a domingo), 23:30 h (2ª
a 6ª e domingo), 23:50 h (2ª a 6ª e
domingo)
Salvador x Jequié
05:30, 07:30, 09:30, 10:30, 11:55,
13:00, 14:00, 17:00, 22:50 (2ª a
domingo), 21:00, 22:30, 23:10 (2ª a
6ª e domingo)
Jequié x Itabuna
04:30, 06:00, 07:00, 08:00, 10:00,
11:30, 12:30, 13:30, 14:30, 15:30,
16:30, 17:30, 18:30
Itabuna x Jequié
05:00, 06:00, 07:00, 08:00, 10:00,
11:00, 12:30, 13:30, 14:30, 15:20,
16:20, 17:00, 18:40, 20:00
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 41
A empresa Cidade Sol (cuja matriz está situada em Jequié) exerce predomínio no
transporte rodoviário da cidade e é responsável pela maior parte das linhas intermunicipais e
municipais que servem a Jequié.
Transporte ferroviário
O município não conta com essa modalidade de transporte.
Aeroporto e campo de pouso
O Terminal Aeroviário Vicente Grillo, situado na cidade de Jequié, encontra-se atualmente
desativado pela Agência Nacional de Aviação Civil - ANAC.
Possui pista de pouso e decolagem de 1,3 km e 30 metros de largura, sem iluminação
noturna ou torre de controle. O terminal já foi servido pela companhia aérea Abaeté, que usava
o avião Embraer EMB 110 Bandeirante, porém, devido à baixa procura por voos, desativou sua
linha para a cidade.
O terminal recebe apenas voos particulares. Em 2013, especula-se que o governo do
Estado, em parceria com o governo federal, fará investimentos na reforma do terminal de
passageiros e da pista de pouso e decolagem para que a ANAC possa liberar o aeroporto para
voos regulares. A reforma do terminal é uma necessidade emergencial, haja vista os inúmeros
investimentos comerciais e também de infraestrutura ocorrendo no município, a exemplo da
Ferrovia Oeste/Leste.
Figura 14 – Terminal Aeroviário Vicente Grillo, Jequié
Fonte: www.jequiereporter.com.br
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 42
1.10 Panorama da Educação
Jequié possui a segunda maior rede de ensino da Mesorregião Centro-Sul baiano nos
níveis fundamental, médio e superior, atrás apenas de Vitória da Conquista. Isso explica o fato
de as populações circunvizinhas que estão num raio de até 200 km servirem-se com
expressividade das suas escolas de nível médio, dos cursos de nível superior e dos cursos
técnicos – estes últimos já com uma boa oferta e diversidade – posto que muitos municípios
possuem apenas escolas de nível fundamental, tanto na rede pública quanto na rede particular.
Nesta direção, cumpre observar que o município de Jequié é sede da décima terceira
Diretoria Regional de Educação e Cultura (13ª DIREC) do Estado da Bahia, que abrange um
total de 25 municípios e possui mais de 103 escolas jurisdicionadas (estaduais, municipais e
particulares, nos níveis infantil, fundamental e médio). Assim, principalmente para os
profissionais das escolas estaduais, os cursos e as orientações técnicas oferecidos aos diretores,
coordenadores e professores são realizados na sede da Diretoria de Ensino, na cidade de
Jequié. Dessa maneira, frequentemente há trabalhadores da área da Educação presentes na
cidade, frequentando os cursos e as orientações e promovendo incremento no comércio e nos
serviços jequieenses.
O número total de escolas de Jequié é 213, sendo 30 estaduais, 123 municipais, 59
privadas e 1 federal.
As fontes históricas dão conta de que a primeira escola de Ensino Médio de Jequié só veio
surgir três décadas após a sua emacipação. Em 1935, surgiu o primeiro centro de ensino de
nível médio, o Ginásio Jequié, fundado pelo prof. Antônio Félix de Brito, cuja sede funcionou no
Edifício Grillo (Rua 2 de Julho, esq. com a Praça Ruy Barbosa), depois recebeu denominação de
Centro Educacional Ministro Spínola (CEMS), que foi extinto em 2008.
Um dos grandes marcos da educação jequieense, o Instituto de Educação Régis Pacheco
(IERP), começou a ser construído em 1952, quando Régis Pacheco era governador da Bahia e
Lomanto Júnior era prefeito de Jequié. Hoje, ampliado em várias oportunidades, oferece cerca
de 5.000 vagas. Depois do IERP, vieram o Centro de Educação Técnica de Jequié (CETEJE), o
Colégio Antônio Pinheiro (CAP), o Colégio Matisse, o Colégio Social, o Colégio Câmpus, Colégio
D. Pedro II, Escola Adventista, a Escola Menino Jesus de Praga, entre outros. Entre os
estaduais, merecem referência o Colégio-Modelo Luís Eduardo Magalhães, o Colégio Polivalente,
o Centro Integrado Luís Viana e o Colégio da Polícia Militar. Além das escolas primárias (1º ao
5º ano), mantém a prefeitura os seguintes ginásios municipais, que ministram aulas até o 9º
ano: Celi de Freitas (Jequiezinho), Alíria Argolo (Mandacaru), Stela Câmara Dubois (Urbis),
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 43
Ginásio Gercino Coelho (Caixa D’Água), Presidente Médici (Joaquim Romão), Centro
Educacional Mário Simões Filho (Av. Tote Lomanto, Joaquim Romão), Ginásio Adolfo Ribeiro
(Loteamento São Judas Tadeu), Centro Educacional Prof. Brito (Rua Itajuru, Joaquim Romão),
Leur Lomanto (distrito de Itaibó), Landulfo Caribé (distrito de Florestal), Ginásio Professora
Ednalva Miranda Almeida (Itajuru).
No ano de 2010, a Secretaria Municipal de Educação realizou matrículas de 21.655 (vinte
e um mil, seiscentos e cinquenta e cinco) alunos, envolvendo a Educação Infantil e o Ensino
Fundamental. A matrícula na sede (17.331) corresponde a 80% do total. Em 2010, foram
matriculadas 2.642 crianças na pré-escola e 888 em creches.
Em relação ao ensino superior, a principal instituição é a Universidade Estadual do
Sudoeste Bahia (UESB), localizada no bairro Jequiezinho, onde são oferecidos 10 cursos de
graduação (bacharelados e licenciaturas), a saber: Ciências Biológicas, Educação Física,
Enfermagem, Fármacia, Fisioterapia, Pedagogia, Matemática, Medicina, Química e Sistemas da
Informação. Além dos cursos de graduação, a UESB possui 04 cursos de especialização e 02
cursos de mestrado. Convém destacar a existência de um significativo contingente de
estudantes que residem em outros municípios e se deslocam diariamente para a UESB, o que
possibilita a emergência de vínculos desse volume de estudantes com o comércio e os serviços
de Jequié.
Figura 15 – Entrada da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB
Fonte: www.jequiereporter.com.br
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 44
A cidade de Jequié dispõe ainda de 04 faculdades privadas: Faculdade de Tecnologia e
Ciências (FTC), Faculdade Integrada Euclides Fernandes (FIEF), Faculdades Unidas de Pesquisa,
Ciências e Saúde (FAPEC) e Universidade Norte do Paraná (UNOPAR).
TABELA 21 – Relação dos cursos superiores oferecidos nas institutições privadas de ensino superior de Jequié (2013)
Cursos de Graduação Oferta nas faculdades privadas
FTC FIEF FAPEC UNOPAR
Administração X X X
Biologia X
Biomedicina X
Ciências Contábeis X X
Economia X
Enfermagem X X
Geografia X
História X
Jornalismo X
Letras X
Matemática X
Pedagogia X X
Psicologia X
Publicidade e Propaganda X
Serviço Social X
Sistemas de Informação X
Fontes: Faculdade de Tecnologia e Ciência – FTC; Faculdade Integrada Euclides Fernandes – FIEF; Faculdades Unidas de Pesquisa, Ciências e Saúde – FAPEC; Universidade Norte do Paraná – UNOPAR
Cursos de Pós-Graduação ofertados pela FIEF – Gestão e Educação Ambiental;
Metodologia do Ensino Superior; Gestão Empresarial; Gestão de Recursos Humanos; Gestão
Tributária; Contabilidade Gerencial; Administração para o Desenvolvimento Local;
Psicopedagogia Institucional; Educação Especial; Leitura e Produção de Textos; Gestão e
Supervisão Escolar.
Cursos de Pós-Graduação ofertados pela UNOPAR - Direito Ambiental; Educação a
Distância; Contabilidade, Perícia e Auditoria; Direito Previdenciário; Desenvolvimento de
Aplicações Web Baseadas na Tecnologia JAVA; Educação Especial Inclusiva; Educação Infantil;
Metodologias para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental: Oficinas Pedagógicas;
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 45
Psicopedagogia Institucional; Responsabilidade Social Sustentável: Projetos; Gestão,
Licenciamento e Auditoria Ambiental; Gestão Social: Políticas Públicas, Redes e Defesa de
Direitos; História Social; MBA Finanças Empresariais e Bancos; MBA Gestão de Pessoas; MBA
Executivo em Negócios; Educação Infantil; Gestão e Organização da Escola.
Cursos de Pós-Graduação ofertados pela FTC – Enfermagem na Urgência e na
Emergência; Saúde Coletiva com Ênfase em PSF; Enfermagem Obstétrica; Educação Inclusiva e
Políticas Públicas; Práticas Intersetoriais no SUS e SUAS.
Cursos Superior de Tecnologia da UNOPAR – Tecnologia em Gestão de Recursos
Humanos; Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas; Tecnologia em Estética e
Imagem Pessoal; Tecnologia em Gestão Hospitalar; Tecnologia em Processos Gerenciais;
Tecnologia em Marketing; Tecnologia em Gestão Ambiental; Tecnologia em Gestão Pública;
Tecnologia em Logística; Tecnologia em Segurança do Trabalho.
No ensino técnico, a principal instituição é o Instituto Federal da Bahia (IFBA), Campus
Jequié, que foi construído em uma área de 40 hectares, no bairro Cidade Nova (área de
expansão da cidade). O IFBA representa um marco na educação jequieense, uma vez que
propicia aos jovens do município e região o acesso a uma escola que “tem como marca o
padrão de qualidade”. As aulas da instituição tiveram início em março de 2011. Atualmente, o
campus do IFBA, em Jequié, oferta os cursos de Informática e Eletromecânica e aloca cerca de
500 estudantes nos turnos matutino, vespertino e noturno.
Cursos Técnicos ofertados na FTC – Edificações; Eletroeletrônica; Segurança do
Trabalho.
Endereço e contato das Instituições privadas de Ensino Superior e Técnico de Jequié
Faculdade Integrada Euclides Fernandes – FIEF
Entidade Mantenedora: Centro de Educação Técnica de Jequié.
Rua Pe. Altino Freire, 63 - Centro - CEP: 45203-030 - Jequié/Bahia. (73) 3525-1577
http://www.fief.com.br
Faculdade de Tecnologia e Ciências - FTC
Rua Antônio Orrico, 357, São Judas Tadeu - CEP: 45204-010 - Jequié/Bahia. (73) 3527-8100
http://portal.ftc.br/index.php?option=com_frontpage&Itemid=97
Faculdades Unidas de Pesquisas, Ciências e Saúde – FAPEC
Rua Deputado Manoel Novais, 55 São Luiz - CEP: 45203-370 - Jequié/Bahia.
(73) 3526-1770 http://www.faculdadefapec.com.br/
Universidade Norte do Paraná – UNOPAR Avenida Franz Gedeon, 485 - A - CEP: 45205-310 - Jequié/Bahia.
(73) 3525-0903 http://pólos.unoparead.com.br/jequie-ba
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 46
1.11 Panorama da Saúde
A posição de Jequié como uma cidade central é reforçada, como já foi mencionado
anteriormente, principalmente pelos equipamentos e serviços de saúde que são oferecidos às
cidades que estão em seu entorno. Os principais hospitais da cidade são o Hospital Geral Prado
Valadares (HGPV), o Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro (HNSPS), o Hospital São
Vicente (HSV) e o Instituto de Ortopedia e Reabilitação Traumatológica (IORT), que atendem
pacientes provenientes de várias localidades, como pode ser visto na Tabela 22. Nela, foram
relacionados aqueles municípios que fazem parte da 13ª Diretoria Regional de Saúde de Jequié
(13ª DIRES) e que mais demandaram dos equipamentos públicos e privados de Jequié
destinados à prestação de serviços na área de saúde.
Tabela 22 – Procedência dos pacientes atendidos nos principais hospitais da cidade de Jequié (2007)
Municípios de origem Unidade de Saúde
HGPV HNSPS HSV IORT Total
Aiquara 49 4 6 4 63
Apuarema 41 7 4 6 58
Barra do Rocha 7 - - 2 9
Boa Nova 84 - 15 8 107
Cravolândia 9 - 12 - 21
Dário Meira 17 - 6 2 25
Ibirataia 14 - 2 5 21
Ipiaú 36 7 7 18 68
Irajuba 34 2 8 20 64
Iramaia 22 1 5 1 29
Itagi 118 9 15 15 157
Itagibá 41 2 15 - 58
Itaquara 14 - 3 - 17
Itiruçu 38 4 1 3 46
Jaguaquara 8 7 21 24 140
Jequié 21.573 1.892 1.035 792 25.292
Jitaúna 215 38 25 16 294
Lafaiete Coutinho 112 39 9 5 165
Lajedo do Tabocal 14 1 7 1 23
Manoel Vitorino 419 55 21 19 514
Maracás 65 5 29 4 103
Mirante 6 1 2 1 10
Planaltino 13 7 2 2 24
Santa Inês 18 2 15 8 43
Ubatã 6 2 1 2 11
TOTAL 23.053 2.085 1.266 958 27.362
Fonte: Secretaria Municipal de Saúde de Jequié
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 47
Esses dados permitem verificar o papel desempenhado por Jequié, evidenciado na
inserção da cidade na região, a partir da centralização do serviço de saúde e da modernização
dos seus equipamentos, além da existência e ampliação de profissionais de nível superior.
Figura 16 – Mapa da área de influência imediata de Jequié em relação aos serviços de saúde
Fonte: Dissertação de Mestrado de Adenilson Rosa, UNIFACS-Salvador
A centralização de Jequié na área de saúde é reforçada, principalmente, pela carência de
profissionais e equipamentos nos municípios vizinhos, além da facilidade de acesso através das
rodovias BR-116 e BR-330. Além desses fatores, o crescimento do serviço de saúde em Jequié,
no final do século XX, se deve: a) à implantação do Sistema Único de Saúde (SUS) no final da
década de 1980, que ampliou os serviços e as clínicas passaram a atender por esse sistema; b)
à falta de equipamentos de saúde na região de jurisdição da 13ª Diretoria Regional de Saúde –
13ª DIRES, convergindo os pacientes para Jequié; c) ao crescimento de clínicas especializadas
e diversificação dos serviços de saúde; d) ao crescimento do número de profissionais de saúde,
com a interiorização dos serviços de saúde; e) à facilidade de acesso através das rodovias; f)
aos cursos na área de saúde na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) - campus
de Jequié e na Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC).
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 48
Hospital Geral Prado Valadares. Um hospital regional da rede Sistema Único de Saúde
e referência para, aproximadamente, 30 municípios. Fundado em março de 1947, conta com
155 leitos e é campo de estágio para estudantes da área de saúde da Faculdade de Tecnologia
e Ciências, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Escola Técnica de Enfermagem.
Possui ambulatórios de urologia, pediatria, ortopedia, ginecologia, psiquiatria e neurologia,
onde realiza internamentos nas especialidades de pediatria, clínica médica, obstetrícia, cirurgia
geral e psiquiatria, com cerca de 11.500 atendimentos ambulatoriais por mês. É o único
hospital da cidade que presta atendimento a grandes emergências na região.
Figura 17 – Hospital Geral Prado Valadares, Jequié
Fonte: www.bahiatododia.com.br
No dia 7 de maio de 2013, foi inaugurada a UTI Neonatal da Santa Casa Hospital São
Judas Tadeu, a primeira da região. A nova ala do hospital conta com 14 leitos, traz o que há de
mais moderno em tecnologia de equipamentos no campo da neonatologia e dispõe de uma
equipe multidisciplinar de profissionais especializados em atendimento neonatal. A Santa Casa
oferece, também, cinco leitos clínicos neonatais de apoio à UTI Neonatal, utilizados por bebês
antes da alta hospitalar. A UTI Neonatal complementa a assistência integral ao Serviço de
Obstetrícia do Hospital, que possui um Centro de Parto Normal, Centro de Parto para
atendimento a gestante de alto risco, clínica obstétrica e assistência pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), possuindo capacidade para 8.000 atendimentos por ano. Para os moradores de
Jequié e região, as instalações representam uma enorme segurança aos pais e bebês. Isso
porque, sem precisar se deslocar para a capital, eles contarão com tecnologia avançada,
serviços de ponta e atendimento humanizado, um diferencial da Fundação.
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 49
Figura 18 – UTI Neonatal da Santa Casa Hospital São Judas Tadeu, Jequié
Fonte: www.fjs.org.br
As cidades de Vitória da Conquista, Itabuna e Salvador concorrem diretamente com
Jequié na oferta de serviços de saúde, principalmente naqueles mais especializados que exigem
equipamentos mais sofisticados.
As Unidades Básicas de Saúde são constituídas dos Centros de Saúde Almerinda Lomanto
(em frente à Rodoviária), Centro de Saúde Sebastaião Azevedo (Mandacaru), Centro de Saúde
Jequié (próximo ao IERP), Centro de Saúde Júlia Magalhães (próximo ao Colégio Polivalente) e
mais 21 Unidades de Saúde distribuídas pela sede, distritos e povoados.
Entre os vários programas desenvolvidos, encontram-se:
a) Programa Integral à Saúde da Mulher. Com assistência pré-natal, preventivo de
câncer cérvico-uterino e da mama, planejamento familiar, diagnóstico e tratamento das
doenças sexualmente transmissíveis, incentivo ao aleitamento materno etc.
b) Programa de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente. Com a
implantação do sistema de vigilância nutricional e alimentar; acompanhamento das crianças no
crescimento e desenvolvimento; controle e tratamento das diarreias; vacinação.
c) Programa de Saúde do Adolescente. Traz orientações sobre sexualidade,
prevenção de drogas e gravidez na adolescência.
d) Atenção ao portador de hipertensão arterial e ao portador do diabetes mellitus.
e) Vigilância epidemiológica. Desenvolve atividades educativas na comunidade (zona
urbana e zona rural), ações de vacinação e de combate à dengue.
f) Vigilância sanitária. Com ações de vacinação de cães e gatos, implantação da
Portaria Municipal 304 (que cuida do comércio de carnes nos açougues), além da vistoria em
lanchonetes, hotéis, bares, restaurantes, clínicas, laboratórios, hospitais etc.
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 50
g) Programa Saúde da Família. Presente na sede e nos distritos, integrado ao
Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS), com 234 agentes e 8
enfermeiros/supervisores, que desenvolvem atividades em pré-natal, crescimento e
desenvolvimento, planejamento familiar etc.
De acordo com a tabela a seguir, o perfil de mortalidade de Jequié, salvo em alguns
aspectos específicos, é bastante semelhante ao do Brasil e do Estado da Bahia como um todo.
Os dados analisados fazem parte do DATASUS/Ministério da Saúde e são gerados nos
municípios pelo Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), a partir do registro de óbito.
Tabela 23 – Mortalidade geral, por tipos de causas no município de Jequié e no Estado da Bahia (2006-2010)
Causas de Morte (CID-BR-10)
Jequié Estado da Bahia
2006-2010 2006-2010
Nº % Nº %
Doenças do aparelho circulatório 1.576 27% 90.459 25,5%
Neoplasias 483 8% 40.571 11,4%
Causas externas 665 11% 52.570 14,8%
Doenças do aparelho respiratório 430 7% 26.801 7,5%
Doenças do aparelho digestivo 377 6% 16.604 4,7%
Doenças endócrinas, nutricionais 569 10% 24.451 6,9%
Doenças infecciosas ou parasitárias 328 6% 17.413 4,9%
Infecções originadas na fase perinatal 303 5% 13.355 3,7%
Doenças do aparelho geniturinário 100 2% 5.452 1,5%
Doenças do sistema nervoso 68 1% 4.552 1,3%
Transtornos mentais e comportamentais 46 1% 3.693 1,0%
Outras causas 972 16% 58.421 16,5%
Total 5.917 100,0 354.342 100,0
Fonte: Datasus/Ministério da Saúde
A principal diferença que merece ser ressaltada é:
a) Participação ligeiramente maior, no município, de óbitos relacionados às doenças do
aparelho circulatório e às doenças endócrinas nutricionais. No Brasil, as causas externas têm se
mantido como nos últimos anos, no segundo lugar entre as situações que causam mais mortes
na população, ultrapassadas apenas pelas doenças cardiovasculares;
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1.12 Panorama cultural do município
A tradição cultural jequieense data do século XIX, quando o poeta João Bastos fez
publicar o jornal mural manuscrito “O Literato”, primeiro registro da sua imprensa. Por essa
mesma época, o próprio João Bastos, Lindolfo Rocha (autor do romance “Maria Dusá”, uma das
obras mais importantes da literatura regionalista brasileira), João Carlos Borges, José Alves
Pereira, Damião Vieira e outros fundam a “Sociedade Literária”, em cuja sede se promoviam
concorridas tertúlias semanais. Em 1º de junho de 1902, deu-se o lançamento de “O Jequié”,
de propriedade de Leopoldo de Araújo, segundo jornal a ser impresso na vila.
Na imprensa e nas letras merecem referência, além dos citados acima, Lídio Santos,
Antônio Amaral, Jovino Astrê (diretor da revista “O Cometa”), Adauto Cidreira, Oswaldo Silva,
Walter Nogueira, Zenildo Tourinho, Rui Espinheira (pai e filho), Wilson Novais (autor do livro de
crônicas e poesias “Folhas soltas” e do soneto “Cidade Sol”, depois transformado em “Hino de
Jequié”), Eusínio Soares, Dorival Borges de Sousa, Antur Assis
(poesia: “Harpa de prata”, “Pontes do Rio de Contas”), Maria
Judith (poesia: “Entre o riso e a lágrima”, “O homem por trás
do chope”), Hermes Matos Martins, Pedro Paulo Braga (“Um
louco no quarteirão”, “Um homem e três cabras magras”, “Se
os pardais falassem”, “Fogo pagô”), Henrique Meira Magalhães,
Milton Rabelo (livro de memórias: “Narrativa de uma
existência”), Émerson Pinto de Araújo (“História de Jequié”,
“Capítulos da história de Jequié”, “A nova história de Jequié”),
Pacífico Ribeiro (“Sonetos remanescentes” e “O meu canto de
amor a Jequié”), Luís Cotrim (“A poesia de Luís Cotrim no
centenário de Jequié”) e Edgar Ferraro.
A atualidade das letras. Entre os artistas e escritores recentes, citam-se: Waly Salomão
(compositor, poeta, uma das figuras marcantes da cultura brasileira nas três últimas décadas,
autor de obras como “Me segura qu’eu vou dar um troço”, “Armarinho de miudezas”, Hélio
Oiticica e “Algaravias – câmara de ecos”); Ruy Espinheira Filho (jornalista, cronista, poeta,
romancista, um dos mais importantes e premiados representantes de sua geração, autor de:
“Heléboro”, “Morte secreta e poesia interior”, “Antologia poética”, “De paixões e vampiros”,
“Poesia reunida e inéditos”, etc. ), Jorge Salomão (compositor e poeta, autor de “Moisacal”, “O
Olho do tempo”, “Campo da América”, “Sonoro”), Gey Espinheira (sociólogo, autor de
“Comunidade do Maciel”, “Divergência e Prostituição”, etc.), Erisvaldo Pereira dos Santos
(professor da Universidade Federal de Ouro Preto, MG, autor de “Formação de professores e
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religiões de matrizes africanas: um diálogo necessário”, de 2010), Humberto Mariotti (autor dos
romances “Peixes deitados de lado”, de 1978, e “Passagem das luzes”, de 1983, e do livro de
contos “Um circo só de mágicos”, de 1987), José Inácio Vieira de Melo (“Códigos do silêncio”,
2000, “A teceira romaria”, 2005, “A infância do Centauro”, 2007, poesia, entre outros), Rogério
Menezes (“Meu nome é Gal”, 1985, “Um povo a mais de mil”, 1994), Ivonildo Calheira
(“Geondy” e “Nas asas da imaginação”), Álvaro Veiga (“História de um velho homem do mar”,
“Contos e versos”, “Olhos da alma”, entre outros), João Miranda Pithon (“Percurso de um
poeta”, 2006).
Literatura de cordel. Jequié tem presença assegurada na história da literatura de
cordel, graças ao nome de Rodolfo Coelho Cavalcanti, um dos maiores poetas populares do
Brasil, que viveu em Jequié nas décadas de 50 e 60, autor de mais de uma centena de livretos.
Academia de Letras de Jequié. A Academia de Letras de Jequié (ALJ) foi fundada em
20 de junho de 1997, graças à iniciativa e ao entusiasmo de Luís Cotrim e Ivonildo Calheira.
São 40 cadeiras para os membros efetivos (cada cadeira tem um número e um patrono, de livre
escolha do primeiro ocupante), membros correspondentes e honorários.
Ainda em 1997, ano de sua fundação, em homenagem ao Centenário de Jequié, a ALJ
publicou a coletânea de autores jequieenses “Cem anos de poesia e prosa” (org. de Dermival
Rios). No ano seguinte, a ALJ instituiu um Concurso Nacional de Literatura (poesia e prosa). Ao
primeiro (Prêmio Luís Cotrim de Literatura Brasileira 1998), concorreram 72 autores e 155
trabalhos, que resultaram na edição do livro “O pescador de sonhos” (do título do conto
premiado – 1º lugar, prosa), do escritor Aleiton Fonseca. O 1º prêmio para o gênero Poesia
coube a Ronaldo Ribeiro Jacobina, com o poema “Hemissomatognosia ou oitenta aos
quarenta”.
Bibliotecas. Existem bibliotecas públicas em vários ginásios e colégios do município, do
Estado e da UESB. O maior acervo está na Biblioteca Municipal Dr. Newton Pinto de Araújo.
Inaugurada em 09/11/1942, na administração do prefeito Eliezer de Sousa Santos. Em 2002, o
governo federal, através da
Secretaria Nacional do Livro
(dirigida pelo poeta jequieense
Waly Salomão), fez doação de
cerca de 2.600 obras para o
acervo da biblioteca. Atualmente,
tem um acervo de 19.241 livros,
além de periódicos e jornais. Possui salas de leitura, sala de leitura infantil e 25 computadores
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para uso público. Está instalada em moderno prédio na Avenida Rio Branco, s/n, centro da
cidade.
Museu histórico. O prédio onde funciona o Museu Regional de Jequié tem um estilo
colonial com mourisco, inaugurado em 19 de agosto de 1934. Foi o primeiro prédio público de
Jequié. Lá funcionou, durante anos, o Grupo Escolar Castro. O Museu Regional de Jequié entrou
em funcionamento em 2006 e tem como objetivo contar a história da cidade através do seu
acervo com fotos de personalidades e lugares importantes do município, arquivos de jornais e
revistas, objetos antigos e livros pertencentes a várias famílias que ajudaram na colonização de
Jequié. Lá acontecem exposições do acervo, com fotos e recortes de jornais, exposições de
artistas locais, mostra de filmes antigos e palestras. As visitas ao museu são monitoradas.
Figura 19 – Museu Regional de Jequié
Fonte: noticiassolvip.blogspot.com
Casa de Cultura Pacífico Ribeiro. A Casa de Cultura é um estabelecimento gratuito,
protegido pela Prefeitura Municipal de Jequié. É voltado para manifestações artísticas e seu
incentivo. Possui oficinas de dança, teatro, cerâmica, pintura para toda a comunidade, além de
programação cultural com apresentações teatrais,
musicais, palestras, exposição de arte e exibição de
filmes. Fica situada na Rua Jerônimo Sodré, centro da
cidade, sendo de fácil acesso. Possui boa estrutura
(segurança, recepção, sinalização, instalações sanitárias,
teatro e salas para funcionamento das atividades).
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Centro de Cultura. Aspiração de artistas e intelectuais, o Centro de Cultura foi
construído no Alto da Prefeitura, em 1999-2000, pelo
governo do Estado e inaugurado em 20 de outubro de
2000. Em área ampla, consta de quatro salas
modulares, teatro com 583 lugares, foyer e ampla sala
para exposições de artes etc. Juntamente com o Teatro
Municipal e a Casa da Cultura, vem dotar Jequié de bons
espaços para a apresentação de peças de teatro, musicais, grupos de dança etc.
O Hino de Jequié. De autoria do jornalista-poeta jequieense Wilson Novais (que viveu
entre 1919 e 1996) e música do compositor e maestro Alcyvando Luz.
Hino Oficial do Município
De morros circundada, um sol ardente, Rio de Contas, um lençol de prata, Cantando endechas pelo sol poente
E às noites de luar em serenata
Datas idas, um moço inconfidente Fincou na terra brava, em plena mata Um marco que redoura o teu presente
Sob um facho de luz que se desata
Refrão:
Jequié, cidade sol, cidade sol é Jequié (Bis) A heráldica do teu fidalgo porte
Força em teu povo a sagração viril Que em empolga as caminhadas do teu norte
Que o teu futuro envolva em glórias mil Para que invejando a tua sorte me abisme
Nas grandezas do Brasil
Brasão do Município Bandeira do Município
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1.13 Patrimônio arquitetônico
Catedral de Jequié: Matriz de Santo Antônio de Pádua. A primeira Igreja Matriz de
Santo Antônio de Pádua de Jequié foi construída no final do século XIX onde, atualmente, é a
Praça Luiz Viana Filho, mas desabou com a terrível enchente do rio de Contas, no ano de 1914.
Sua inauguração ocorreu no dia 19 de janeiro de 1899 e o primeiro vigário foi o cônego Jacinto
Hilário Ribeiro Sanches. Uma segunda foi erguida num local mais seguro (longe da fúria das
águas do rio) e exibindo um estilo neogótico, elaborado pelo arquiteto francês André Saffrey,
inaugurada em maio de 1930. O seu relógio veio da Itália e foi presente do capitalista Vicente
Grillo.
Figura 20 – Igreja Matriz de Santo Antônio de Pádua de Jequié, em 1950 e 2011
Fonte: tabernadahistoriavc.com.br
Antiga estação ferroviária (atual sede do 8º Grupamento de Bombeiros Militares).
Como o rio não dava condições de navegabilidade, Jequié transformou-se num “porto de terra”,
funcionando como centro de recepção e distribuição de produtos originados de várias áreas
geográficas, inclusive Rio de Janeiro, São Paulo e até mesmo Europa. O comércio entre a
capital e o interior era feito em lombos de burros que transportavam variedades de produtos
até a cidade de Nazaré, onde eram descarregados e seguiam para Salvador em barcos. A
inauguração da Estrada de Ferro de Nazaré, em 1927, acrescentou um enorme progresso no
florescimento da economia jequieense. Isso facilitou o escoamento da sua produtividade,
tornando-se a quarta cidade mais importante do Estado.
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Figura 21 – Prédio da antiga estação ferroviária de Jequié, 1946 e 2012.
Fonte: www.souzaandrade.com.br
Museu histórico. O prédio, onde funciona o Museu Regional de Jequié, tem um estilo
colonial com mourisco inaugurado em 19 de agosto de 1934. Foi o primeiro prédio público de
Jequié. Lá funcionou durante anos, o Grupo Escolar Castro.
Figura 22 – Prédio do Museu Regional de Jequié, 1970 e 2011
Fonte: www.souzaandrade.com.br
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1.14 Opções de lazer no município
Lagoa da Barragem de Pedras. A Barragem de Pedras, construída no município de
Jequié, no rio de Contas, dista 18 km da cidade. Acumula 1 bilhão e 750 milhões de metros
cúbicos de água, numa extensão de 72 km, formando um imenso lago. Seu potencial vem
sendo timidamente utilizado para o lazer de turistas e de jequieenses. Em suas margens, situa-
se a denominada Prainha, até agora pouco explorada, onde os visitantes, a maioria do entorno
regional, vão passar o dia, se banhar, passear de caiaque, lancha ou barco, sendo que a época
de maior visitação é de setembro a março (estas atividades encontram-se proibidas
atualmente). A Barragem de Pedras possui alto potencial para o turismo ecológico.
Figura 23 – Barragem de Pedras em Jequié
Fonte: www.skyscrapercity.com
Cachoeira do rio das Pedras. A cachoeira do rio das Pedras fica a 6 km da sede do
distrito de Florestal, e a 43 km de distância da sede. Chegando a Florestal, seguir direto até o
fim do calçamento, continuar por mais 400 metros até o Bar e Restaurante do Joia. Local
aprazível, com mesas e cadeiras de
madeira sombreadas por árvores da mata
atlântica, rio para banho, pista para a
prática de downhill (uma forma de
ciclismo), além de trilhas para
caminhadas e guias para levar os
visitantes até a cachoeira do rio das
Pedras.
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Cachoeira do km 19. Situada no km 19 da rodovia BR-330, Jequié-Ipiaú, já na Boca da
Mata. Dista pouco mais de 1 km da rodovia, por estrada de terra. A Cachoeira do 19, como é
conhecida, dispõe de uma estrutura mínima para os visitantes, como um bar onde se vendem
bebidas e refrigerantes. O local oferece condições para a prática de trilhas pela mata, ainda
pouco exploradas.
Gruta de São José. Por seu histórico de religiosidade popular, a Gruta de São José, na
Barragem de Pedras, pode prestar-se à atividade turística. Fica no alto de uma elevação para
onde os fiéis acorrem nas comemorações do dia de São José, padroeiro do povoado da
Barragem. A subida é difícil, mas do alto se descortina uma bela vista da represa da região.
São João. O São João de Jequié equilibra-se entre o moderno e o tradicional e é
comemorado em várias ruas não centrais da cidade,
nos bairros e distritos, com profusão de som junino,
barracas de comidas e bebidas típicas, apresentação
de quadrilhas e muita animação. No Parque de
Exposições do município, é realizado o famoso “Forró
da Margarida”, festa de camisa que atrai milhares de
jovens de toda a região.
Festa do Padroeiro Santo Antônio. A tradicional festa do Padroeiro inicia-se no dia 1º
de junho e vai até o dia 13 (dia de Santo Antônio). É comemorada, na sua parte sacra, com
trezena e outras atividades religiosas, realizadas no
templo ou nas escadarias da Igreja Matriz. Dia 13 de
junho, à tardinha, acontece a tão esperada
procissão, sempre acompanhada por milhares de
jequieenses de todas as camadas sociais, em
comovente demonstração de fé. É o ponto máximo
das comemorações do Padroeiro da Cidade Sol.
Exposição Agropecuária de Jequié. Numa promoção do Sindicato Rural e apoio da
Prefeitura de Jequié, realiza-se anualmente a Exposição Luís Braga. Uma semana de festas,
para onde não apenas os interessados diretos (os expositores), mas toda a comunidade
jequieense se deslocam para ver os animais de raça, as cavalhadas, os torneios equestres e os
cantores e bandas contratados. Crianças e adolescentes passeiam e se divertem ao redor do
lago da Exposição ou no próprio lago, em pedalinhos, no parque de diversões armado no local
do evento, enquanto os jovens e adultos se encontram nas várias barracas de bebidas e
comidas.
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1.15 Panorama da Segurança Pública
Além da área da saúde, Jequié exerce polaridade sobre vários municípios na área de
segurança pública. As sedes dos comandos da Polícia Civil e Militar na região estão no
município. No caso da Polícia Civil, Jequié sedia a 9ª Coordenadoria Regional de Polícia do
Interior (9ª COORPIN), com 25 municípios sob sua jurisdição.
Além do comando da Polícia Civil, Jequié sedia o 19º Batalhão de Polícia Militar do Estado
da Bahia, com jurisdição sobre 27 municípios. Na área de cobertura da Polícia Militar com sede
em Jequié, também se destaca o 8º Grupamento de Bombeiros Militar (8º GBM), com área de
abrangência de 14 municípios. Outra instituição que compõe o Sistema de Segurança de Jequié
é a Guarda Municipal, cuja sede está localizada no Parque de Exposição Luiz Carlos Braga,
próximo à entrada da cidade. Atualmente, o seu efetivo é de 111 agentes.
Dados sobre a Segurança Pública
Os homicídios dolosos apresentaram, até o ano de 2010, uma forte tendência de
aumento, sobretudo a partir de 2008, registrando uma leve diminuição em 2011. Em 2010,
foram 55 homicídios, em 2011 são 39, indicando uma queda de pouco mais de 34%. Por outro
lado, tanto as ocorrências de tentativas de homicídios, como de estupro, furto e roubo de
veículos apresentaram relativo aumento.
Tabela 24 – Ocorrências criminais registradas pela 9ª COORPIN de Jequié (2007-2011)
Registros de ocorrências 2007 2008 2009 2010 2011 TOTAL
Homicídio doloso 16 14 26 55 39 150
Tentativa de homicídio 22 16 28 32 52 150
Estupro 10 16 11 13 28 78
Roubo seguido de morte 0 0 0 0 0 0
Roubo a ônibus urbano 0 0 0 0 0 0
Furto de veículo 18 8 16 24 48 114
Roubo de veículo 4 10 40 63 114 231
Usuário de drogas 27 36 69 101 87 320
Veículos recuperados 0 3 6 63 84 156
Pessoas autuadas em
flagrante 150 198 220 172 117 857
Apreensão de arma de fogo
30 31 52 52 19 184
Fonte: SSP-BA/CEDEP
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A fim de proporcionar um panorama mais consistente da posição de Jequié em relação a
outros municípios de médio porte do Estado da Bahia, no que tange à mortalidade por
homicídios, segue abaixo um gráfico contendo o total dessas ocorrências no período
compreendido entre 2007 e 2010, para os municípios com população entre 100 e 250 mil
habitantes.
Gráfico 5 - Total de homicídios por municípios entre 100 e 250 mil hab. na Bahia (2007-2010)
Fonte: CEDEP - Centro de Documentação e Estatística Policial da SSP/BA
O gráfico acima confirma Jequié como o 13º município mais violento em relação à
mortalidade por homicídio entre os municípios com população entre 100 e 250 mil habitantes
na Bahia no referido período. Quando considerado o volume de dados de homicídios da capital
Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista, Jequié passa a figurar na 16ª posição desse
ranking.
111
132
135
261
264
305
306
318
359
428
455
499
564
0 100 200 300 400 500 600
Jequié
Paulo Afonso
Barreiras
Alagoinhas
Eunápolis
Teixeira de Freitas
Simões Filho
Porto Seguro
Juazeiro
Ilhéus
Lauro de Freitas
Camaçari
Itabuna
Total de Homicídios (2007-2010)
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1.16 Imprensa e telecomunicações
Jornais diários e semanais
JORNAL DE JEQUIÉ, com tiragem de 4.200
exemplares semanais. Sua estrutura apresenta-
se com oito páginas e seis colunas, sendo
coloridas a primeira e a última página. Abrange várias cidades, a saber: Itiruçu, Lajedo do
Tabocal, Maracás, Lafaiete Coutinho, Manoel Vitorino, Itagi, Jitaúna, Aiquara, Irajuba, Santa
Inês e Itaquara.
JORNAL A FOLHA, Fundado em 1º de janeiro de
1999, pelo jornalista Ari Machado Moura, o jornal
possui periodicidade semanal, com circulação às
sextas-feiras e tiragem de 3.800 exemplares. Além da cidade-sede, o jornal também abrange
outros municípios da microrregião.
Rádios AM, FM e Comunitárias
Rádios AM Freq(kHz)
Rádio AM de Jequié 1.460
Rádios FM Freq(MHz)
Jequié FM 89,7 89,7
93 FM Jequié 93,3
Rádio Cidade Sol FM 94,9 94,9
107,1 FM Gospel 107,1
Rádios Comunitárias Freq(MHz)
Rádio Cidade 105 FM 104,9
Serviço móvel de telecomunicações
O município de Jequié possui cobertura de sinal das principais operadoras de telefonia
celular, a saber: CLARO; OI/TELEMAR; TIM CELULAR; VIVO. O código de área (DDD) do
município é 73. A grande maioria dos bairros da cidade conta com Internet banda larga ADSL.
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1.17 Síntese das potencialidades locais
Arranjos produtivos locais. O destaque fica por conta do setor de derivados de
petróleo (o poliduto de derivados de petróleo e álcool foi instalado no final da década de 90),
este reúne importantes empresas, a saber: Petrobras, Esso, Ypiranga/Atlantic, Shell, Gás
Butano e Minasgás. Jequié detém a condição de principal centro de distribuição de derivados de
petróleo indo até parte de Minas Gerais e Espírito Santo. A capacidade de armazenamento da
base de distribuição é de 57 mil barris de álcool, 40 mil barris de gasolina, 154 mil barris de
óleo diesel e 288 mil barris de GLP-Gás de cozinha, capacidade que já está quase triplicada com
a implantação da unidade de redistribuição das principais distribuidoras de combustível do País.
Jequié conta com um distrito industrial de infraestrutura completa. A atividade industrial
também encontra-se dispersa por várias regiões da cidade, com excelentes possibilidades de
expansão. Destacam-se a indústria de calçados e de produtos alimentícios.
Vocação logística. Jequié está se confirmando como um dos pólos de logística e
distribuição do interior do Estado da Bahia, graças à ligação das rodovias BR-116 (Rio-Bahia),
BR-330 e BR-101. A conclusão das obras da Ferrovia Oeste-Leste irá fortalecer mais ainda essa
vocação do município.
Ensino especializado. Jequié possui a segunda maior rede de ensino da Mesorregião
Centro-Sul Baiano nos níveis fundamental, médio e superior, atrás apenas de Vitória da
Conquista. Conta com diversas instituições importantes, a saber: Senai, Sebrae, Instituto
Federal da Bahia - IFBA, Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Faculdade de
Tecnologia e Ciência - FTC, Faculdade Integrada Euclides Fernandes – FIEF, Faculdades Unidas
de Pesquisa, Ciências e Saúde - FAPEC e Universidade Norte do Paraná - UNOPAR.
Pólo de saúde. A diversidade e a qualidade dos equipamentos e serviços de saúde
reforçam a centralidade do município de Jequié na sua microrregião. O principal hospital no
atendimento aos demais municípios da região é o Hospital Geral Prado Valadares.
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MUNICÍPIO DE JEQUIÉ – BAHIA
DADOS GERAIS
Regionalização
Mesorregião Geográfica: Centro-Sul baiano
Microrregião Geográfica: Jequié
Região Econômica: Sudoeste
Região Administrativa: Jequié
Eixo de Desenvolvimento: Planalto Sudoeste
Território de Identidade: Médio Rio de Contas
Legislação Político/Administrativa
Lei de Criação: Lei Estadual nº 180, de 10/07/1897
Lei Vigente: nº 628 de 30/12/1953. Diário Oficial de 16/02/1954
Município de Origem: Maracás
Distritos: Jequié (sede), Baixão, Boaçú, Florestal, Itaibó, Itajuru, Monte Branco e Oriente Novo
Limites Intermunicipais: Aiquara, Apuarema, Boa Nova, Ipiaú, Itagi, Itiruçu, Jaguaquara, Jitaúna, Lafaiete Coutinho, Manoel Vitorino e Maracás
Informações Geográficas
Área: 3.035,42 km²
Coordenadas geográficas: Latitude Sul: -13º51’27’’ - Longitude Oeste: 40º05’01’’
Altitude: 215 m - Distância da capital: 358 km
Tipo Climático: Semiárido
Temperatura média anual: 24,3 ºC
Período chuvoso: novembro a abril
Pluviosidade anual: média: 617,5 mm
Vegetação: Caatinga Arbórea Aberta, com palmeiras, e contato Caatinga-Floresta Estacional
Geomorfologia: Maciço Central, Pediplano Sertanejo, Planalto dos Geraizinhos, Serras Marginais e Tabuleiros Pré-Litorâneos
Bacia Hidrográfica: Bacia do rio de Contas
Rios principais: Rio de Contas, Preto da Criciúma, Jequiezinho, Santa Rita e Preto da Costa.
População 151.895 habitantes Área: 3.035,42 km²
PIB: R$ 167.51 milhões
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARAÚJO, Emerson P. História de Jequié. Salvador: Empresa Oficial da Bahia, 1971.
BAHIA. Secretaria da Indústria e Comércio. Distrito industrial de Jequié: plano diretor. Salvador: [s.n.], 1974.
CHIAPETTI, Rita Jaqueline Nogueira. Na beleza do lugar, o rio das Contas indo ao mar. 2009. 216 f. Tese (Doutorado em Geografia) – Universidade Estadual Paulista – Júlio de Mesquita Filho - UNESP, Rio Claro, 2009.
DERBA. Distâncias das principais cidades. Salvador: DERBA, 2008.
IBGE. Região de Influência das Cidades (2007). Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, 203, p. 2008.
MARCELO, Valter Luiz dos Santos. A reestruturação urbano-regional de Jequié-Bahia. 2002. 131f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal da Bahia - UFBA, Salvador, 2002.
PINHEIRO, José M. Industrialização baiana: o programa de distritos industriais do interior. 1991. 109 f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Federal da Bahia – UFBA, Salvador, 1991.
PREFEITURA MUNICIPAL DE JEQUIÉ. Plano Diretor Urbano: Estudos Básicos do Município. 2007.
RIBEIRO, Dermival Rios. Jequié – síntese histórica e informativa. Jequié-BA, JM Gráfica e Editora Ltda, 2011.
SANTOS, Alan Azevedo P. Diagnóstico da Violência e Criminalidade em Jequié-BA. Jequié, Bahia: Instituto-PROSEM, 101 p. 2012.
SANTOS, Adenilson Rosa dos. Desenvolvimento local: mito ou realidade? o caso do pólo de confecções de Jequié/BA. 2009. 100 f. Dissertação (Mestrado em Desenvolvimento Regional e Urbano) – Universidade Salvador – UNIFACS, Salvador, 2009.
SANTOS, Milton. A cidade de Jequié e sua região. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, v. 18, n. 1, p. 71-112, 1956.
SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DA BAHIA – SEBRAE-BA. Jequié: perfil empresarial. Jequié: Sebrae, 2005.
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ANEXO I
MALHA RODOVIÁRIA DE JEQUIÉ E SEU ENTORNO
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ANEXO II
Caracterização do Distrito Industrial de Jequié
Localização: Av. Otávio Mangabeira, S/N, Bairro: Mandacaru, a sudeste da cidade de Jequié, às margens do rio de Contas, distando cerca de 500m do perímetro urbano.
Área total: 2.489.262,60 m²
Empresas instaladas: 31
Mão de obra: 7.600
Principais distâncias:
Feira de Santana: 249 km
Ilhéus: 190 km
Vitória da Conquista: 153 km
Salvador: 358 km
Sistema viário: Interliga-se ao sistema viário nacional e regional através da BR-116 (Rio/Bahia) e pela BR-330, que liga cidade à zona cacaueira e a BR-116.
Portos:
Porto de Aratu: 342 km
Porto de Salvador: 380 km
Malhado: 190 km
Aeroportos:
Jequié: 9 km
Ilhéus: 190 km
Salvador: 390 km
Vocação industrial:
Plásticos e produtos de matérias plásticas
Calçados, vestuário e artefatos de tecidos
Produtos alimentares
Madeira
Perfumaria, sabões de velas
Prestação de serviços
Instituto de Pesquisas Geográficas & Gasparetto Pesquisas e Estatísticas 67
ANEXO III
Localização geográfica de algumas instituições importantes de Jequié
Bairro Jequiezinho
Sobre o autor
Alan Azevedo Pereira dos Santos é baiano natural de Itabuna, Licenciado em
Geografia pela Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC, com especializações
em Ensino de Geografia e Planejamento de Cidades pela mesma universidade.
Autor dos Diagnósticos da Violência e Criminalidade dos Municípios de Ilhéus e
Itabuna.
E-mail: [email protected]