Av. Ana Costa e o cruzamento de culturas africana, árabe e alemã - Passeios Culturais
Descoberta da Costa Africana
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![Page 1: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/1.jpg)
A Exploração da Costa Ocidental Africana
Conquistas e viagens de exploração no tempo de D.
Afonso V
![Page 2: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/2.jpg)
Indicadores de aprendizagem
• Explica a importância da descoberta e exploração da costa africana
![Page 3: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/3.jpg)
«Qual a importância da descoberta e exploração
da costa africana?»
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Competências
• Compreensão em História:
• Contextualização
• Espacialiadade
• Tempralidade
• Comumicação em História
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Vamos ler uma história…
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(…) a pedido do negociante, o capitão começou a falar das suas viagens. Contou como desde muito novo tinha seguido a carreira de marinheiro viajando por todos os portos da Europa desde o mar Báltico até ao Mediterrâneo (…) Um dia, porém, teve desejo de ir mais longe, de ir até às terras desconhecidas que surgiram do mar. Então resolveu alistar-se nas expedições portuguesas que navegavam para o sul à procura de novos países. Veio a Lisboa e aí embarcou numa caravela que partia a reconhecer e a explorar as costas de África.
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Seguiram das margens do Tejo para as Canárias, onde pararam alguns dias. Depois continuaram viagem, aproximaram-se da terra africana, dobraram o cabo Bojador e seguiram, à vista das costas desertas, queimadas pelo sol, sem árvores, e sem homens. Junto ao cabo Branco ancoraram o navio num abrigo formado por altos penedos
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Então homens de pele sombria, envolvidos em mantos flutuantes e montados em camelos, vieram à roda da praia negociar com os portugueses. E as caravelas continuaram a navegar para sul, muito para sul.
(…) Depois começaram a aparecer espessas e verdes florestas
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(…) surgiam homens nus e negros que embarcavam em pirogas e rodeavam os navios. Os marinheiros portugueses traziam ordem de se entenderem com eles. Mas isto era difícil. Em geral as pirogas não chegavam ao alcance dos navios e outras vezes mesmo os negros desapareciam entre o arvoredo mal as caravelas ancoravam.
Então os marinheiros que desembarcavam eram recebidos com flechas envenenadas dos homens escondidos.
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Porém, havia paragens onde os africanos e os portugueses já se conheciam e negociavam. E às vezes, em lugares da costa onde nunca um navio tinha parado, acontecia serem acolhidos com festa e alvoroço.
(…) Assim um dia a caravela ancorou em frente duma
larga e bela baía rodeada de maravilhosos arvoredos. Na longa praia de areia branca e fina um pequeno grupo de negros espreitava o navio. Então o capitão resolveu mandar a terra dois batéis com homens para que tentassem estabelecer contacto com os africanos.
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Mas logo que os bateis tocaram a areia os negros fugiram e desapareceram no arvoredo.
-Talvez tenham tido medo por ver que nós somos muitos e eles poucos – disse um português chamado Pero Dias. E pediu aos seus companheiros que lhe deixassem um batel e embarcassem todos no outro e se afastassem da praia
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(…) O português mal ficou sozinho caminhou até meio da praia e ali colocou panos coloridos que tinham trazido como presente. Depois recuou até à orla do mar, encostou-se ao batel que ficara e esperou. Ao cabo de algum tempo saiu da floresta um homem que trazia na mão uma lança longa e fina e avnçava negro e nuna claridade da praia.
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- Quero paz contigo – disse o branco na sua língua -.- O negro sorriu e respondeu três palavras
desconhecidas.- Quero paz contigo – disse o branco em berbere - .- O negro sorriu de novo e mais uma vez respondeu as
três palavras exóticas. (…) Quando chegou perto dos panos parou e examinou com alvoroço a oferta. Depois ergueu a cabeça, encarou o português e sorriu. Este sorriu também e avançou uns passos. Houve uma pequena pausa. Depois, num acordo mútuo, os dois homens sorrindo, caminharam ao encontro um do outro. Quando entre eles ficaram só a seis passos de distância, pararam
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Então Pêro Dias começou a falar por gestos. Fez o gesto de beber e o negro apontou a floresta. Fez o gesto de comer e o negro apontou-lhe a floresta. Com um gesto de convite o marinheiro apontou o seu batel.
Mas o negro sacudiu a cabeça e recuou um passo. Vendo-o retrair-se o português, para voltar a estabelecer a confiança, começou a cantar e a dançar. O outro, com grandes saltos, cantos e risos, seguiu o seu exemplo. Em frente um do outro bailaram algum tempo. Mas no ardor do baile e da mímica Pêro Dias ergueu no ar a sua espada, que faiscou ao sol. O brilho assustou o nativo, que deu um pulo para trás e estremeceu. Pêro Dias
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Fez um gesto para o sossegar. Mas o outro começou a fugir, e o navegador precipitou-se no seu encalce e agarrou-o por um braço. Vendo-se preso, o negro principiou a debater-se, primeiro com susto, depois com fúria. Com gritos roucos e sílabas guturais respondia às palavras e aos gestos que o tentavam apaziguar. Ao longe, no mar, os companheiros de Pêro Dias avistavam a luta e principiaram a remar para a praia.
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O negro viu-os aproximarem-se, julgou-se cercado e perdido e apontou a sua lança. Pêro Dias com a espada tentou o golpe mas ambos caíram trespassados.
Os portugueses saltaram do batel e correram para os corpos estendidos. Do peito do negro e do branco corriam dois fios de sangue.
- Olhem – disse um moço - , o sangue deles é exactamente da mesma cor.
Sophia de Breyner Andersen,
O Cavaleiro da Dinamarca
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A partir do texto, como achas que se desenrolavam as relações entre os portugueses e os Africanos?
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• Que perigos enfrentaram os portugueses?
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Depois do Cabo Não, passarás ou não…
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• Em 1434 – Gil Eanes dobra o Cabo Bojador
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![Page 24: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/24.jpg)
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Que produtos os portugueses obtiveram nesta região?
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O aproveitamento económico iniciou-se com a fundação da feitoria de
Arguim
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• O comércio rendoso era estabelecido no troço de costa que ia de Arguim à Guiné, sendo o ponto nevrálgico a já referida feitoria e a Casa da Guiné estabelecida em Lagos, porto de onde saíam os navios para o ocidente africano. A Arguim chegavam os mais variados produtos como o ouro, escravos, papagaios, marfim, algodão, peles, goma, malagueta, pimenta de rabo, almíscar, gatos de algália entre outros que eram trocados por tecidos vindos das praças marroquinas e de Portugal, trigo, cavalos, coral, conchas, sal e objectos de cobre e latão. http://www2.crb.ucp.pt/historia/abced%C3%A1rio/afonso5/costa%20africana.htm 2010
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• A ideia de efectuar comércio com os povos africanos não esmorecia quando se procuravam mercadorias como o ouro, a pimenta rabo.
• Segundo Vitorino de Magalhães Godinho, os envios de ouro para o reino variavam, mas poderiam rondar a média anual de vinte a vinte e cinco quilos, com valor de 5500 a 7000 cruzados.
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Trapiche de besta, ainda em uso na ilha de Santiago, em Cabo Verde (foto: CEHA/I.Madeira)
![Page 32: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/32.jpg)
![Page 33: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/33.jpg)
A partir de 1460, ano da morte do Infante D. Henrique, verificou-se um
abrandamento nas viagens de exploração da costa africana
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• A subida de D. Afonso V (em 1438) ao trono de Portugal marcou o reinício da política de conquistas no Norte da África
D. Afonso V,
Rei de Portugal (1438-1481)
![Page 35: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/35.jpg)
D. Afonso V empreendeu a conquista de:
de Alcácer Ceguer (1458), Arzila e Tânger (1471);
D. Afonso V,
Rei de Portugal (1438-1481)
![Page 36: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/36.jpg)
D. Afonso V no cerco de ArzilaD. Afonso V com o bastão
dourado de comando
Conquista de Tânger
![Page 37: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/37.jpg)
D. Afonso V pretendiadiminuir o isolamento de Ceuta e fortalecer a
presença portuguesa no Norte de África
Estes objectivos nunca foram plenamente alcançados
![Page 38: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/38.jpg)
Por isso, a exploração e o comércio da costa africana foram arrendados a um rico mercador
de Lisboa, Fernão Gomes.
![Page 39: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/39.jpg)
O Contrato de Arrendamento a Fernão Gomes
• Em Novembro do ano de 1469, arrendou el-rei D. Afonso V o negócio da Guiné a Fernão Gomes, um rico cidadão de Lisboa, pelo tempo de cinco anos, por duzentos mil réis cada ano. Com a condição de que em cada um desses cinco anos fosse obrigado a descobrir pela costa adiante cem léguas. […] E foi Fernão Gomes tão diligente e ditoso nesse descobrimento que logo em Janeiro de 1471 descobriu o resgate(1) de ouro a que agora chamamos a Mina. João de Barros, Ásia
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Em troca desta exclusividade comercial, Fernão Gomes comprometia-se a avançar 100 léguas de costa para Sul e
a pagar uma renda anual de 200.000 reais.
![Page 41: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/41.jpg)
Neste período ficou a conhecer-se todo o Golfo da Guiné até ao Cabo de Santa Catarina
![Page 42: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/42.jpg)
Os Portugueses tinham acesso ao ouro, marfim, a malagueta e escravos .
![Page 43: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/43.jpg)
Síntese
![Page 44: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/44.jpg)
Descoberta e Exploração da Costa Africana
OBJECTIVOS:
chegar aos locais chegar aos locais de produção do de produção do ouroouro
controlar o controlar o comércio nessa comércio nessa região.região.
MODO DE EXPLORAÇÃO MODO DE EXPLORAÇÃO ECONÓMICAECONÓMICA::
feitorias-fortalezafeitorias-fortaleza contrato de arrendamento (1469-1475)
PRODUTOS::
ouroouro
especiariasespeciarias escravosescravos
marfimmarfim
![Page 45: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/45.jpg)
ConclusãoConclusão• A partir de 1422, intensificou-se a exploração da costa
africana; esta iniciativa coube, em grande parte, ao Infante D. Henrique;
• Com a subida ao trono de D. Afonso V, verificou-se uma mudança nos rumos da Expansão:
- privilegiou-se a conquista de praças no Norte de África;
- a exploração da costa africana foi entregue a Fernão Gomes, em regime de exclusividade comercial (1469-1475);
![Page 46: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/46.jpg)
AVALIAÇÃO
![Page 47: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/47.jpg)
![Page 48: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/48.jpg)
![Page 49: Descoberta da Costa Africana](https://reader035.fdocument.pub/reader035/viewer/2022081720/5594a70d1a28ab41348b4645/html5/thumbnails/49.jpg)
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