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DERMATOSES
Prof. Dr. Olavo Egídio Alioto
Estrutura do tegumento (pele)
O tegumento humano, mais conhecido
como pele, é formado por duas camadas
distintas, firmemente unidas entre si: a
epiderme e a derme.
DERMATITE DAS FRALDAS
Dermatite das fraldas, eritema da fralda, dermite da fralda são
termos genéricos que abrangem um conjunto de dermatoses
inflamatórias, que atingem a área do corpo coberta pela fralda.
Não sendo portanto diagnósticos específicos, incluímos na dermatite
das fraldas, principalmente com fins didáticos: as erupções
causadas diretamente pelo uso da fralda, dermatite da fralda
irritativa primária (para alguns autores esta seria sinônimo de
dermatite da fralda) e a dermatite de contato alérgica às borrachas
da fralda (muito rara), as dermatites exacerbadas pelo uso destas
(psoríase, d. seborréica e aquelas que ocorrem nesta localização
mas que não se relacionam com o seu uso.
Definição
A dermatite da fralda irritativa primária é a dermatite
da área da fralda mais prevalente, sendo
provavelmente a afecção cutânea mais frequente na
1ª infância nos países desenvolvidos, constituindo
uma fonte significativa de desconforto para a criança.
Definição
Dado tratar-se de uma dermatite frequentemente tratada de
forma conservadora em casa, desconhece-se a sua prevalência
exata, contudo estima-se que atinja 25 a 65% das crianças.
Embora possa ocorrer em qualquer idade, o período de utilização
da fralda, é mais frequente entre os 6 e os 12 meses de idade.
Não tem predileção por sexo ou raça.
Histórico
O papel preciso das fraldas mantém-se desconhecido. No
início do século XX, vários investigadores acreditavam que
a amônia libertada na urina, fosse o principal fator envolvido
na etiologia desta dermatite, também conhecida nessa
altura por dermatite amoniacal.
Em 1977, Leyden e colaboradores demonstraram, por meio
de testes epicutâneos, a inimputabilidade da amônia.
Histórico Na década de 80, Berg propôs um modelo para explicar a forma como
vários fatores relacionados com o uso da fralda, promovem o
desenvolvimento e a progressão desta dermatite.
Neste modelo, a dermatite da fralda irritativa primária é interpretada
como o resultado final de uma cascata de eventos, desencadeada
inicialmente por lesões a nível do estrato córneo, induzidas por
exposição a múltiplos fatores, tais como: hiper-hidratação, fricção,
temperatura, irritantes químicos, urina, e fezes.
Após comprometimento da barreira cutânea, vários fatores adicionais do
mesmo tipo potenciam estas alterações originando um ciclo vicioso
vulnerável às infecções por agentes microbianos oportunistas.
Causas
Urina
Apesar da amônia (libertada na degradação bacteriana da ureia
urinária) não constituir a causa primária da dermatite das fraldas
pode atuar como um fator agravante numa pele previamente
lesionada.
É provável também que outros produtos resultantes da degradação
da
urina, ainda não identificados, desempenhem um papel importante
no desencadeamento da dermatite.
Estudos recentes sugerem que o aumento do pH local aumenta a
probabilidade de dermatites.
Causas
Fricção
A fricção de pele-pele e de pele-fralda durante os movimentos
da criança, embora não seja um fator dominante é no mínimo
um fator de predisposição.
Este fato é apoiado pela predileção desta dermatite pelas
superfícies convexas (genitais, nádegas, parte inferior do
abdômen e área proximal das coxas) e pelo não atingimento
das pregas, conhecida também por dermatite em forma de
“W”.
Causas
Hidratação
A hidratação excessiva é responsável por maceração
cutânea que leva posteriormente a alterações da função
barreira da epiderme, criando o ambiente ideal para a
proliferação de microorganismos.
Causas
Temperatura
A fralda dificulta a perspiração da pele subjacente, levando
a um aumento da temperatura local. Este aumento leva
a vasodilatação e consequentemente a inflamação.
Irritantes químicos
Têm um efeito tóxico direto sobre a pele. Entre eles
destacam-se alguns óleos, desodorizantes e conservantes.
Causas
Microorganismos
A Candida albicans contamina frequentemente crianças com
dermatite das fraldas com mais de 3 dias de evolução, sendo
muito raramente isolada na ausência de dermatite.
A maioria dos autores acredita que a C. albicans invada
apenas secundariamente a pele lesada, contudo outros
autores defendem que esta possa desempenhar um papel
primário.
Cuidados
Como cuidar do paciente:
- Exposição das nádegas
- Fraldas impermeáveis não devem ser usadas
- Sobre a fralda não se deve usar calça de plástico
- Sabão ou ácido bórico não devem ser utilizados para a
limpeza da área afetada. Esta deve ser limpa com algodão
umedecido em óleo mineral
- Loções, talcos, pomadas ou óleos para bebês não são
indicados.
Farmacoterapia
Medicamentos usados no tratamento:
- Óxido de zinco em pomada 2 a 3 X ao dia.
- Se suspeita de Candidíase ou lesões continuarem após 3
trocas de fraldas, usar cetoconazol, isoconazol, clotrimazol,
miconazol ou nistatina creme.
-Hidrocortisona a 1%, 8/8h, por poucos dias.
-Contra estafilococos usar antibiótico oral.
Informações:
Com tratamento adequado há solução rápida e completa.
Pode ocorrer infecção secundária por bactérias ou Candida
albicans além de clareamento da pele.
A parte mais importante do tratamento é a realização de
higiene local e troca das fraldas com frequência.
Recomenda-se também exposição diária ao sol de toda a
área (5 minutos), lembrando sempre de proteger os olhos
da criança.
DERMATOFITOSE
DEFINIÇÃO DA DOENÇA – DESCRIÇÃO
Termo geral para infecções micóticas que afetam a superfície
epidérmica, devido a fungos dermatófitos.
Atacam tecidos queratinizados (unhas, pêlos e estrato córneo da
epiderme).
DERMATOFITOSE
QUADRO CLÍNICO E DIAGNÓSTICO
Caracteriza-se pela presença de lesões típicas que variam
segundo a área corporal acometida (pele dos troncos e
membros, região inguinal, couro cabeludo, barba, face, pés,
mãos ou unhas).
Os exames laboratoriais mostram:
• visualização do dermatófito ao exame microscópico, em material
de raspagem.
• isolamento e identificação do fungo por meio de cultivo em
meios apropriados.
DERMATOFITOSE (CID-10 B35.- e outra B36.-)
PREVENÇÃO
• orientação quanto ao risco e às medidas de prevenção;
• higienização correta dos pés (entre os dedos).
• secar bem as regiões que transpiram com muita facilidade.
Saneamento básico: facilidades para a higiene pessoal
(chuveiros, lavatórios).