Dependência química na infância e adolescência
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DEPENDÊNCIA QUÍMICA NA INFÂNCIA E
ADOLESCÊNCIA
Ana Carolina S. Oliveira Psicóloga
Esp. Dependência Química
CRP 06/99198
Estatísticas
• 1º Levantamento Nacional sobre Padrões de Consumo
de Álcool Adolescentes 2007 (14-17 anos)
• 485 entrevistas
• Gêneros bebem com mesma frequência
• Dois terços são abstinentes
• 35% consomem álcool ao menos uma vez ao ano
• 24% bebem pelo menos uma vez ao mês
• 22% dos meninos que bebem consumiu 5 doses ou mais no último
ano, e 11% das meninas.
• 46% dos meninos consumiram três doses ou mais por situação habitual
Estatísticas
• Consumo de Drogas entre Estudantes do Ensino
Fundamental e Médio – 2010
• 50.890 estudantes
SPA USO NA
VIDA %
USO NO ANO
%
USO NO MÊS
%
FREQUENTE PESADO
ÁLCOOL 60,5 42,4% 21,1 2,7 1,6
TABACO 16,9 9,6% 5,5 0,7 1,5
SOLVENTES/INALANTES 8,7 5,2 2,2 0,2 0,3
ENERGÉTICO COM ÁLCOOL 15,4 - - - -
QUALQUER DROGA (MENOS
ÁLCOOL E TABACO) 25,5 10,6
5,5 0,8 1,1
Estatísticas
• II Lenad (2012)
• 149 municípios
• Amostra de 4607 pessoas
• 14 anos ou mais
• Adolescentes: 1157
LENAD II
• Tabaco
• Redução de 45%
• 6.2% em 2006 e 3.4% em 2012
• 70 milhões e fumantes passivos – quantos jovens?
• Idade média de experimentação de cigarros: 16.2 anos
• Em mais de um terço dos fumantes, um dos pais é fumante
• Mais da metade (62%) reportou não encontrar nenhum problema
para comprar cigarros.
Maconha
17% dos
adolescentes que
haviam utilizado
maconha no último
ano experimentaram
a droga na escola.
O Jovem Pode Usar?
• Aspectos Clínicos
• Desenvolvimento
• Comorbidades clínicas
• Aspectos Mentais
• Psicose
• Outros Transtornos mentais
• Habilidades Sociais
O Jovem Pode Usar?
• Aspectos Neuropsicológicos
• Desenvolvimento Neurológico
• Escolaridade
• Funções Executivas
• Funções Cognitivas
• Aspectos Sociais
• Situação de rua
• Envolvimento com o tráfico e criminalidade
• Imagem social
• Violência
• Acidentes
Dependência Química
• Uso – Abuso –
Dependência
• Prevenir o uso, o abuso e
a dependência
• Causas: multifatorial
BIOLÓGICOS PSICOLÓGICOS
SOCIAIS
Aspectos Biológicos
• Herança Genética
• Exposição à substância na gestação e amamentação
• Metabolização da substância
• Potencial de dependência da substância
• Sistema de recompensa cerebral
Aspectos Psicológicos
• Recompensas da participação nos rituais
• Crenças acerca de si, do mundo e das drogas
• Sofrimento mental e transtornos mentais
Aspectos Sociais
• Familiares usuários
• Amigos usuários
• Venda para menores
• Propagandas
• Adaptações de produtos
• Ídolos (recentes Glee, Charlie Brown, Miley Cyrus, Lindsay
Lohan)
• Cultura da diversão associada ao uso (Se beber, não case)
• Cultura do corpo perfeito
• Cultura do consumo
• Exclusão social
• Tráfico
Fatores de Proteção
• Objetivos e vínculos escolares
• Relações positivas com amigos
• Participação em atividades sociais
• Relações familiares positivas
• Monitoramento e regras dos responsáveis
• Dificuldade de acesso
• Projeto de vida
Tratamento “Adolescentes usuários de drogas não são todos iguais. As drogas de abuso também não. Existe um sem-número de possibilidades de combinação entre os diversos indivíduos adolescentes e as diversas drogas de abuso e as formas de usá-las.
Entender essa diversidade de diagnóstico é fundamental para não incorrer no risco de ser simplista e ingênuo ao achar que existe um tipo de tratamento único que atenda a todos os perfis e subgrupos de usuários. Existe o grupo dos usuários experimentais; dos usuários frequentes; dos usuários que tiveram problemas social, familiar e educacional; dos que têm suporte familiar; dos que não têm nenhum suporte etc.
Portanto, o leitor deve desconfiar de qualquer política que se proponha a resolver o problema de uso de drogas com ações simples e únicas. É preciso formar uma rede de proteção e tratamento que atenda o adolescente de forma integral: saúde física, psíquica, educação e proteção social; de preferência que isso seja feito no mesmo espaço e de forma integrada. Não adianta planejar a psicoterapia em um lugar, com o médico em outro endereço, o esporte em outro bairro. A logística complicada piora a adesão e os resultados.
A meta deve ser abstinência. Não existem, até o momento, pesquisas que mostrem que qualquer quantidade de droga – de qualquer droga, mesmo álcool e tabaco – seja segura para a saúde do adolescente. (Cláudio Jerônimo para Blog da SPDM)”
Tratamento
• National Institute on Drug Abuse(NIDA)
• Princípio 1: O uso de substâncias psicoativas na adolescência precisa ser identificado e tratado o mais rápido possível.
• Princípio 2: Os adolescentes usuários de substâncias psicoativas podem se beneficiar de uma intervenção para o uso de drogas mesmo que eles não sejam dependentes ainda.
• Princípio 3: Consultas de rotina podem ser boas oportunidades para rastrear o uso de drogas na adolescência.
• Princípio 4: Intervenções judiciais e pressão familiar desempenham importante papel na admissão e na manutenção do adolescente no tratamento.
NIDA • Princípio 5: O tratamento deve ser adaptado às necessidades específicas de cada
adolescente. O tratamento deve ser individualizado e um plano deve ser traçado com base nas necessidades específicas. Alguns precisarão de monitoramento do uso de droga, outros não. Alguns precisarão de medicamentos, outros não, e assim por diante.
• Princípio 6: O tratamento deve atender às necessidades integrais dos adolescentes, e não apenas ter foco no uso de substância. É preciso pensar em educação, tratamento familiar etc. Não adianta manter o adolescente internado em um hospital por seis meses sem escola, por exemplo.
• Princípio 7: Terapia comportamental é eficaz no tratamento do uso de drogas na adolescência. Os adolescentes respondem bem aos incentivos motivacionais, principalmente os reforços positivos, que recompensam comportamentos positivos, como a abstinência.
• Princípio 8: Incluir a família e a comunidade é um aspecto importante do tratamento. A família é responsável pelo adolescente. Não é possível transferir essa responsabilidade para o Estado, para o médico, para o psicólogo, para a escola ou para o professor. Mas a família às vezes adoece junto e precisa ser incentivada e ajudada para que possa cumprir a responsabilidade de cuidar de seus adolescentes e seguir as orientações dos profissionais.
NIDA • Princípio 9: Para que o tratamento seja efetivo, é importante identificar e tratar
quaisquer outras condições de saúde mental que os adolescentes possam ter. Uma avaliação médica é muito importante. Existem doenças que tratadas melhoram muito o prognóstico.
• Princípio 10: Questões sensíveis, como violência, abuso e risco de suicídio, devem ser pesquisadas, identificadas e tratadas em todos os adolescentes usuários de substância.
• Princípio 11: É importante monitorar o uso de drogas durante o tratamento de adolescentes. Existem testes rápidos de urina ou de fio de cabelo, que ajudam nesse monitoramento.
• Princípio 12: Permanecer em tratamento por um período de tempo adequado e manter continuidade são aspectos importantes. O adolescente e a família precisam ser incentivados a se manter em tratamento. Tratamentos que não têm controles eficazes de frequência e busca ativa têm baixa adesão e falham.
• Princípio 13: É importante realizar testes para doenças sexualmente transmissíveis, principalmente HIV, hepatite B e hepatite C.
Prevenção
• Ações para evitar o surgimento de problemas de saúde
• Preparar para futuros obstáculos que poderiam levar ao
uso
Prevenção na Família
• É possível?
• Vivências da infância influenciam vida adulta (comportamentos,
emoções, habilidades)
• Pais são as pessoas mais importantes na infância (em geral)
(exemplo, reforços)
• Infância
• Diálogo de produtos presentes (remédios, cigarro, álcool)
• Amor, valorização e respeito
• Adolescência
• O tom da conversa
• O conteúdo das conversas
O que fazer?
• Pais
• Observar o comportamento e rotina
• Conversar com o filho
• entender qual é o tipo de droga usado e a frequência
• grande parte dos jovens é capaz de se abrir quando os pais
passam a ouvir mais e falar menos
• ajuda de pessoa que jovem confia
• Uso eventual - mesmo assim é perigoso e precisa de
atenção
O que fazer?
• Relacionamentos familiares sólidos são mais
importantes do que o conhecimento que os pais têm
sobre drogas.
• Os pais nem sempre têm consciência do
distanciamento que existe entre os membros da
família.
• Atitudes autoritárias e rígidas (diferente de
autoridade) de perante os filhos
• Recorrer à outras pessoas
Prevenção na Escola
• Palestras educativas
• Não mudam atitudes e crenças
• Não reduzem nem previnem o beber
• Podem ser estimular a curiosidade
• Treinamento para resistir e pressão social
• Pequenas mudanças
• Educação de normas
• Pequenas mudanças
• Programas de parcerias
• Escola, família, comunidade, polícia
• Resultados efetivos a partir da 8ª série
Prevenção na Escola
• Se idade média de experimentação álcool é 14 anos,
prevenção deve ser antes!
• Começar pelas lícitas
• Prevenção entre pares com auxílio adultos
• Métodos interativos X métodos didáticos
• Efeitos tendem a cair se o programa parar, se o reforço
não existir mais, se for incompleto ou se for baseado em
falsas premissas
• Comprometimento da equipe e da instituição faz
diferença
Políticas de Prevenção
• Lícitas: • Cumprimento da idade mínima para a compra de álcool
• Restrições de horário para a venda de álcool
• Diminuição do número de bares
• Aumento do preço do álcool
• Monopólio governamental para a venda de álcool
• Ex: Paulínia Legal
Políticas não Efetivas
• Propagandas contra as substâncias ou beber moderado
(Crianças? Exposição intensa?)
• Motorista sóbrio
• Rótulos