DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO...Para citar um exemplo, o Assentamento 40/45, que...
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DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA, REVISÃO E REDAÇÃO
SESSÃO: 004.3.55.O
DATA: 08/02/17
TURNO: Vespertino
TIPO DA SESSÃO: Deliberativa Ordinária -
CD
LOCAL: Plenário Principal - CD
INÍCIO: 14h
TÉRMINO: 19h28min
DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO
Hora Fase Orador
Obs.:
Ata da 4ª Sessão da Câmara dos Deputados, Deliberativa Ordinária,
Vespertina, da 3ª Sessão Legislativa Ordinária, da 55ª Legislatura, em 8 de
fevereiro de 2017.
Presidência dos Srs.:
Rodrigo Maia, Presidente.
Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário.
Fábio Sousa, Bacelar, Carlos Henrique
Gaguim, Ronaldo Martins, Izalci Lucas,
nos termos do § 2º do artigo 18 do
Regimento Interno.
ÀS 14 HORAS COMPARECEM À CASA OS SRS.:
Rodrigo Maia
Fábio Ramalho
André Fufuca
Giacobo
Mariana Carvalho
JHC
Rômulo Gouveia
Dagoberto
César Halum
Pedro Uczai
Carlos Manato
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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I - ABERTURA DA SESSÃO
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - A lista de presença registra na Casa o
comparecimento de 135 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.
Está aberta a sessão.
Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos
trabalhos.
O Sr. Secretário procederá à leitura da ata da sessão anterior.
II - LEITURA DA ATA
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA, servindo como 2º Secretário, procede
à leitura da ata da sessão antecedente, a qual é, sem observações, aprovada.
III - EXPEDIENTE
(Não há expediente a ser lido)
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Passa-se ao
IV - PEQUENO EXPEDIENTE
Concedo a palavra ao Sr. Deputado Valmir Assunção, do PT da Bahia. S.Exa.
dispõe de 1 minuto.
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O SR. VALMIR ASSUNÇÃO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, durante o recesso visitei diversos assentamentos do MST na Bahia.
Entre eles quero destacar os Assentamentos Três Irmãos e Corumbau, que ficam no
Município de Prado; o Assentamento 40/45, que fica no Município de Alcobaça, e
diversos outros assentamentos. Todo o debate central foi em torno da educação.
O Assentamento 40/45, que fica em Alcobaça, vai completar 30 anos no dia 7
de setembro, e o grande problema nesse assentamento é o processo de educação,
assim como ocorre na maioria dos assentamentos.
O Movimento dos Sem Terra tomou a decisão, no seu encontro estadual, de
que é necessário pressionar os Prefeitos para se ter uma educação de qualidade.
Por isso, durante toda esta semana, haverá uma jornada de ocupação nas
Prefeituras, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, durante o recesso, visitei diversos
assentamentos do MST na Bahia. Entre eles quero destacar os Assentamentos Três
Irmãos e Corumbau, que ficam no Município de Prado; o Assentamento 40/45, que
fica no Município de Alcobaça; o assentamento Riacho das Ostras, em Prado; e o
assentamento Maravilha, em Eunápolis. Em todos esses lugares, o debate central
foi em torno da educação.
Para citar um exemplo, o Assentamento 40/45, que fica em Alcobaça, vai
completar 30 anos no dia 7 de setembro, e o grande problema nesse assentamento
é o processo de educação, assim como ocorre na maioria dos assentamentos.
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Apenas em 2014, mais 4.084 escolas do campo fecharam suas portas. Se pegarmos
os últimos 15 anos, essa quantidade salta para mais de 37 mil unidades
educacionais a menos no meio rural.
Se dividirmos esses números ao longo do ano, temos oito escolas rurais
fechadas por dia em todo o País. Dentre as regiões mais afetadas, Norte e Nordeste
lideram o ranking. Só em 2014, foram 872 escolas fechadas na Bahia. O Maranhão
aparece no segundo lugar, com 407 fechadas, seguido pelo Piauí, com 377.
Mesmo com as políticas do Governo Estadual, os dados mostram que ainda
precisamos caminhar e muito para atingir o que é necessário para garantia desse
direito nas áreas rurais da Bahia e do Brasil.
O Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária, apesar dos seus 18
anos, só virou uma política de Estado no último mandato do Presidente Lula. Sem
dúvida, é um programa que funciona e dá resultado na prática. No entanto, sua
principal dificuldade são as de ordem orçamentária/financeira. Hoje, temos mais de
60 cursos de ensino superior aprovados, mas sem orçamento. Outros 43 cursos
estão em andamento, mas também sem perspectivas de recursos nesse Governo
golpista.
Os problemas atingem todas as esferas políticas, mas é preciso pressionar
principalmente as Prefeituras, principalmente no que tange às escolas nos
assentamentos. Diante disto, o MST tomou a decisão, no seu encontro estadual, de
que é necessário pressionar os Prefeitos para se ter uma educação de qualidade.
Por isso, durante toda esta semana, haverá uma jornada de lutas em que o centro
será a luta por educação.
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Sr. Presidente, gostaria que este pronunciamento fosse registrado nos meios
da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra à Deputada
Benedita da Silva, do PT do Rio de Janeiro, por 1 minuto.
Sem V.Exa. pedir, já vamos autorizar o registro de seu discurso no programa
A Voz do Brasil.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, ocupo esta tribuna para, mais uma vez, prestar o meu total apoio aos
movimentos sociais e aos servidores da Companhia Estadual de Águas e Esgotos
— CEDAE, do Estado do Rio de Janeiro.
Nós sabemos, Sr. Presidente, que existe uma preocupação em relação à
privatização dessa Companhia e ao índice de desemprego que isso vai causar. Além
disso, os funcionários são contra a privatização da CEDAE. Uma das preocupações
dos manifestantes e funcionários da CEDAE é que não há nenhuma garantia de que
eles permanecerão nos seus empregos.
Ora, o Estado do Rio de Janeiro, que entre 2008 e 2013 deu isenção fiscal de
138 bilhões de reais, deve garantir a continuidade dos trabalhadores em seus
empregos.
“Não” à privatização!
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo esta tribuna para registrar o meu
apoio aos movimentos sociais e servidores que ontem, no Rio de Janeiro, se manifestaram, mais
uma vez, em frente ao prédio da ALERJ contra a proposta de privatização da CEDAE,
que é a nossa Companhia Estadual de Águas e Esgotos. A proposta está sendo
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discutida na ALERJ e faz parte do inaceitável pacote de austeridade do Governo do
Estado do Rio de Janeiro com a União.
Entre as preocupações apresentadas pelos manifestantes e funcionários da
CEDAE, está principalmente a falta de garantias sobre a manutenção de seus
empregos e o encarecimento e precarização do serviço de abastecimento.
Nesse sentido, reafirmo o que disse ontem nesta tribuna: a política de
austeridade do PMDB no Rio de Janeiro é a mesma do Governo ilegítimo de Michel
Temer, onde setores como de educação, saúde, social, segurança pública e os
servidores pagam a conta de um Governo que, no caso do Rio, agrada às grandes
empresas com isenção fiscal — são mais de R$138 bilhões, entre 2008 e 2013 —,
mas não se preocupa em garantir a manutenção dos empregos dos seus servidores
e o desenvolvimento social da nossa população.
A CEDAE não pode ser privatizada!
Era o que tinha a dizer. Muito obrigada.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Luiz
Couto, do PT da Paraíba, por 1 minuto.
O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, recebi
uma informação do Prof. Alexandre, da Universidade Federal do Maranhão, sobre
um acampamento de 110 famílias na Estrada do Arroz, em Imperatriz, que estão
sendo ameaçados de serem retirados.
Há um decreto da ex-Presidente Dilma assinado para regularizar a situação
daquelas famílias, mas esse decreto caducou em 30 de dezembro de 2016, e o
Governo atual ainda não fez com que ele continuasse, para que aquelas famílias
não fossem prejudicadas.
Queremos que esse decreto seja renovado, pelo menos que o Executivo faça
algo por essas famílias.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - E vamos divulgar no programa A Voz
do Brasil, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero reafirmar o que nossa
Presidenta legitimada pelo voto popular, Dilma Rousseff, disse quando assinou, em
2016, 25 decretos de desapropriação de terras para a Reforma Agrária e
regularização para famílias quilombolas.
Assim ela se expressou:
Temos que entender que democracia tem forma e
conteúdo. Hoje, o Brasil tem os dois aspectos da democracia
ameaçados. O aspecto formal, aquele que as leis garantem,
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que as leis regulam, é como se fossem as regras do jogo. As
regras do jogo não podem ser rompidas, porque se se
rompem, comprometem o jogo, tornam o jogo suspeito,
tornam a relação entre as pessoas problematizada.
Senhoras e senhores, a tomada do Poder Executivo pelo golpista e usurpador
Michel Temer rompeu o jogo, desestabilizou as relações democráticas e usurpou a
esperança do povo brasileiro.
Em 23 de janeiro de 2017, recebi um e-mail do Prof. Alexandre, da Universidade
Federal do Maranhão, relatando a triste realidade vivida no acampamento que acomoda
110 famílias, na estrada do arroz, em Imperatriz, Maranhão, e que hoje estão sendo
ameaçadas pela desmoralização cometida contra a democracia e contra os
compromissos alicerçados pela nossa Presidenta Dilma.
Ocorre que lá no Maranhão essas famílias encontram-se desnorteadas. Todavia,
após mais de 14 anos de luta por moradia digna e por reforma agrária, as famílias que
foram beneficiadas com as terras de Suzano para tal projeto agora estão novamente
desamparadas, pois o decreto caducou em 30 de dezembro de 2016.
A situação é desesperadora, pois, além do desamparo por parte do Poder
Executivo, elas estão sendo ameaçadas.
Queremos que este decreto seja renovado. Pelo menos que o Executivo faça
algo por essas famílias.
Queria registrar esse desagravo e reafirmar que estamos aqui firmes para que
essa situação seja reparada, o quanto antes. Se for preciso, farei um requerimento à
Comissão de Direitos Humanos e Minorias desta Casa para que faça uma diligência ao
local e nos ajude nesta luta.
Era o que tinha a dizer.
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O SR. LUIZ COUTO - Sr. Presidente, peço a palavra para uma reclamação.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. LUIZ COUTO (PT-PB. Reclamação. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu queria também aproveitar para dizer que consta hoje que eu falei
ontem no Pequeno Expediente. Isso não é verdade. Eu falei na sessão
extraordinária.
Esta é uma reclamação: consta, quando eu me inscrevi para o Pequeno
Expediente, que ontem, na sessão extraordinária, o tempo que eu tinha foi
transformado em Breve Comunicação. Eu não falei durante a sessão ordinária de
ontem no Pequeno Expediente, porque, quando estava perto da minha vez, foi
iniciado o Grande Expediente. Então, eu gostaria que fosse retirado que eu usei
ontem o tempo de Pequeno Expediente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nobre Deputado, eu gostaria de
esclarecer a V.Exa. que, quando V.Exa. fala 1 minuto para dar como lido, conta
também para o Pequeno Expediente. Quem diz isso é o Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado Ivan
Valente, do PSOL de São Paulo.
O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
solicito seja dado como lido um manifesto do IDEC — Instituto Brasileiro de Defesa
do Consumidor e da ABRASCO — Associação Brasileira de Saúde Coletiva em que
repudiam a decisão da ANS — Agência Nacional de Saúde Suplementar de dar
continuidade à proposta de planos de saúde populares.
Essas duas entidades, IDEC e ABRASCO, anunciam que isso representa
uma mudança radical e um retrocesso de 20 anos. Os planos de menor preço vão,
por exemplo, excluir idosos e doentes crônicos, negar internações e procedimentos,
criar barreiras para o atendimento, limitar a cobertura apenas a serviços disponíveis
no local, ter poucos serviços conveniados, pagar menos aos prestadores. Isso
significa um retrocesso geral, até para o agendamento de exames.
É por isso que hoje de manhã a TV Globo mostrou a transformação da saúde
em mercadoria contra os planos privados.
MANIFESTO A QUE SE REFERE O ORADOR
IDEC e Abrasco repudiam decisão da ANS de dar continuidade à proposta de
plano de saúde popular.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) e a Associação
Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) vêm a público repudiar a decisão da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de dar continuidade à discussão de planos
de saúde populares ou acessíveis iniciada pelo Ministério da Saúde.
No dia 25/01/2017 a ANS anunciou a criação de um Grupo Técnico com a
finalidade de analisar a viabilidade das propostas encaminhadas pelo Ministro da
Saúde.
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Alertamos, mais uma vez, que os planos de saúde populares:
• Representarão mudança radical, para pior, na atual legislação que já
apresenta falhas e lacunas. Será uma volta ao passado, mesma situação de 20 anos
atrás, quando existiam planos de menor preço, porém segmentados e com
restrições de coberturas.
• Poderão excluir idosos e doentes crônicos, negar internações e
procedimentos caros e complexos, impedir atendimentos de urgência, tratamentos
de câncer, de transtornos mentais, órteses, próteses, fisioterapia, transplantes etc.
• Poderão criar barreiras de atendimento, limitar a cobertura apenas a
serviços disponíveis no local ou instituir pagamentos adicionais, além da
mensalidade, sempre que o usuário tiver necessidade de determinados serviços.
• Terão poucos serviços conveniados e pagarão menos aos prestadores, o
que vai gerar maior dificuldade de agendar exames e consultas com médicos e de
encontrar hospitais e laboratórios de qualidade.
• Farão “explodir” a judicialização da saúde suplementar. As ações judiciais
contra planos de saúde aumentaram muito nos últimos anos, inclusive por causa de
planos baratos que já existem no mercado, os chamados “falsos coletivos”, com
rede credenciada restrita, de má qualidade, que negam coberturas, reajustam
abusivamente mensalidades e praticam rescisão unilateral de contratos.
Advertimos que a ANS, ao constituir “Grupo Técnico composto por servidores
de todas as diretorias e da Procuradoria Geral da Agência”, reproduz a mesma
decisão arbitrária do Ministro da Saúde, quando da criação do primeiro Grupo de
Trabalho (Portaria 1.482/2016), excluindo da discussão entidades da saúde coletiva,
de defesa do consumidor, de médicos dentre outros setores da sociedade
envolvidos.
Exigimos maior transparência nos encaminhamentos sobre planos populares.
A começar pela imediata divulgação e submissão à consulta pública das propostas e
estudos encaminhados pelo Ministério da Saúde à ANS, discutidas por mais de 120
dias pelo Grupo de Trabalho do Ministério da Saúde.
Por fim reiteramos que planos populares ou acessíveis não são a solução
para o sistema de saúde brasileiro. Em época de recessão e desemprego, o que a
população mais precisa é de proteção social. Por isso defenderemos sempre o
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Sistema Único de Saúde (SUS) constitucional, público, universal, de qualidade e
adequadamente financiado, bem como a regulamentação da assistência à saúde
suplementar, que precisa ser melhorada e não flexibilizada.
IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra, por 1 minuto, ao
Deputado Marcon, do PT do Rio Grande do Sul.
O SR. MARCON (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e
Srs. Deputados, quero, em primeiro lugar, dizer que o Governo Federal sem voto
está sucateando o Programa Minha Casa, Minha Vida, que dá casa para quem mais
precisa: quem ganha até três salários. O Governo não está pagando nem ampliando
o programa. Pelo contrário, o Programa Minha Casa, Minha Vida lançado esta
semana é para a classe média. De cada 10 reais, 7 vão para a classe média e 3 vão
para quem mais precisa. Quero aqui dizer que o Governo tem que botar dinheiro no
Programa Minha Casa, Minha Vida.
Em segundo lugar, quero dizer que eu estive em São Paulo na quinta-feira
para prestar solidariedade à família do Lula pelo falecimento da sua esposa, Marisa
Letícia, e que concordo com Lula: Marisa Letícia foi morta pelo ódio, pelo fascismo,
pela perseguição.
Gostaria que os meus discursos fossem divulgados pelo programa A Voz do
Brasil e pelos meios de comunicação desta Casa.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos divulgá-los, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o governo golpista sucateou o Minha
Casa, Minha Vida para as populações de baixa renda
Nessa semana, o governo golpista, com grande destaque na imprensa,
apresentou uma série de mudanças no Minha Casa Minha Vida.
As principais mudanças são:
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1) As faixas de renda mais altas foram reajustas pela inflação do período.
Assim, a classe média poderá comprar imóveis financiados com condições mais
favoráveis;
2) O valor dos imóveis também poderá ser mais alto. Ou seja, o governo está
dando uma "mãozinha" com o dinheiro público para que o mercado aumente sua
taxa de lucro nos empreendimentos de alto padrão;
3) A meta de construção de unidades foi anunciada. Antes de cada 10
moradias que o Governo apoiava, 6 eram para quem ganhasse até R$ 1.800,00 e 4
para as demais faixas de renda. Agora, de cada 10 moradias, 3 serão para os mais
pobres e 7 para a classe média e os ricos;
4) O programa destinado para a chamada faixa 1,5 só está disponível para
construtoras. As entidades do movimento popular que quiserem trabalhar nessa
faixa continuarão esperando.
5) Finalmente, a quantidade de moradias que serão construídas passou de
750 mil por ano para 610 mil. Ou seja, foi reduzida em 20%;
Enfim, foi anunciado um pacotão pró-mercado imobiliário que tende a
aumentar o preço da terra, a elitizar ainda mais a construção de novas moradias por
empresas privadas.
E por que tanta alegria na cobertura da mídia? Porque eles precisam passar a
impressão de que o Governo está trabalhando, de que o golpe valeu a pena, de que
daqui pra frente novos empregos serão gerados e tudo vai melhorar. Mas, com
medidas como essas, a única coisa que vai acontecer é o aumento da desigualdade
e da exclusão nas periferias.
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E o Minha Casa Minha Vida para os mais pobres? Para esta faixa não foi
anunciado nada de novo. Ou seja, os pobres que esperem.
É isso, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, demais servidores desta Casa, D.
Marisa Letícia nos deixa precocemente vítima do ódio do golpismo.
Despertamos ao final da última semana com o coração sangrando. Não
bastassem todas as tristezas e frustações que acometeram nos últimos anos ao
Presidente Lula, as perseguições a ele, a Marisa e aos seus filhos, mais essa
tragédia vêm assombrar seu destino.
D. Marisa chegou a esse estado porque foi ferida, ultrajada, desrespeitada, e
depois de anos de avanços e diminuição da pobreza viu o Brasil entregue a esse
bando de corruptos. Sim, os golpistas mataram Dona Marisa! Ela foi vítima do ódio,
da ignorância, do fascismo, do egoísmo daqueles que não aceitam perder seus
privilégios.
Em março de 2016, Lula foi escorraçado e conduzido a tapas para o
Aeroporto de Congonhas, e só não foi conduzido ao cárcere de Curitiba porque
houve uma reação popular. Não obstante, a polícia fascista de Moro invadiu a casa
de Lula de madrugada e os tirou da cama, revirou o colchão onde haviam acabado
de dormir. Dona Marisa foi acusada de comprar um tríplex que não comprou e de ter
um sítio que não tem. Quem suporta viver dessa maneira? Quem, de coração bom,
não sucumbe?
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Lula e Marisa ousaram sonhar, ousaram criar políticas sociais para que os
pobres pudessem ter uma vida melhor, ousaram provar que pobre também é gente,
que pobre também tem direitos.
Querido companheiro Lula, estive com você e sua família na última quinta-
feira em São Paulo para levar nosso carinho e solidariedade a você e aos seus
neste momento de profunda dor. Estaremos contigo sempre, mandando energias
positivas, muita fé e luz para enfrentares esse momento. Não deixe que o ódio dos
que se voltam contra sua família embruteça seu coração. Continue sonhando. Força
guerreiro!
É isso, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Delegado Edson Moreira, do PR de Minas Gerais.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (Bloco/PR-MG. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, peço desde já a divulgação no
programa A Voz do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa do
pronunciamento que dou como lido.
O crime organizado está a anos-luz do Estado, porque cooptou servidores
expulsos das polícias e também do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para
cometer crimes e montou um serviço de inteligência sofisticado.
O que ele está fazendo? No campo, tem informações privilegiadas e rouba
defensivos agrícolas, tratores, etc. No garimpo, pega toda a produção de diamantes,
ouro e pedras semipreciosas. Ele domina, totalmente, a atividade criminosa.
O crime organização está muito mais eficiente do que o Estado, com a
vantagem de que não tem que pagar ninguém e de que a atividade compensa.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, entra ano, sai ano, e os problemas da
segurança pública no País só se potencializam. Por isso, é inevitável eu retornar a
esta tribuna para falar sobre o assunto.
Os pequenos Municípios brasileiros viraram palco de verdadeiras ações
terroristas, patrocinadas e realizadas pelos mais violentos e preparados criminosos.
Esses criminosos fazem parte de organizações que têm uma rede de
informantes capacitados e muito bem preparados, de dar inveja a qualquer
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corporação policial deste País, Sr. Presidente. A rede de inteligência formada por
eles tem surpreendido o Ministério da Justiça e da Segurança Pública.
Para formar essa rede de inteligência, eles cooptam, Sr. Presidente, pessoas
que já foram ligadas, de alguma forma, a setores de segurança deste País, como
policiais expulsos das corporações, agentes de segurança privada e militares que
servem às Forças Armadas, e enviam outros para servir nas forças militares para
aprender táticas de guerrilha e se prepararem, porque querem contar com
especialistas. O objetivo é obter o máximo de informações possíveis sobre o alvo da
vez.
Na semana passada, por exemplo, durante assalto em um garimpo de
diamantes, no interior da Bahia, mataram o vigia do local com um tiro pelas costas.
Esse é um crime, Sr. Presidente, típico de quem tinha todas as informações sobre o
local.
As organizações criminosas passaram a agir contra todos os tipos de
empreendimentos que dão dividendos ao País e que, consequentemente,
proporcionam o crescimento da Nação. Se isso não parar, colegas Parlamentares, a
crise, obviamente, vai aumentar.
Portanto, eu lhes pergunto: a segurança pública não seria uma das
prioridades deste Governo? Eu clamo por essa resposta. E estejam certos de que
vou lutar para obtê-la.
É o que eu tenho a dizer, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Celso Maldaner, do PMDB de Santa Catarina.
O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, demais colegas Parlamentares, quero destacar a boa notícia que
recebemos hoje do Palácio do Planalto.
Desde 2010, não havia aumento de recursos para a merenda escolar, mas
agora eles passarão de 30 para 36 centavos. Com isso, haverá mais recursos para a
educação de todo o nosso País.
Estão de parabéns o Presidente Michel Temer e o Ministro da Educação
Mendonça Filho, beneficiando todos os Estados e Municípios brasileiros.
Aproveito ainda a oportunidade para trazer outra boa notícia: hoje se encerra
a visita de uma missão veterinária que veio do México inspecionar plantas
frigoríficas aqui no Brasil. Esta missão está inspecionando 11 plantas frigoríficas,
uma vez que vamos começar a exportar carne também para aquele país.
Isso é muito importante. São boas notícias que estão acontecendo a todo o
momento.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que considere como lido o meu
pronunciamento.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de destacar uma boa notícia
para as exportações brasileiras de carnes: uma missão veterinária do México está
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no Brasil para inspecionar plantas frigoríficas de bovinos, aves e suínos. O grupo
permanecerá no País até o dia 8 de fevereiro. As visitas visam à habilitação de
estabelecimentos que fornecem carnes termoprocessadas, a fim de que possam
exportar para aquele mercado, segundo a Secretaria de Relações Internacionais do
Agronegócio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Na viagem, os mexicanos vão visitar ao todo 11 frigoríficos nos Estados de
Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. Vale lembrar que
Santa Catarina é um polo de produção agropecuária no País, sendo um dos
principais produtores de aves, bovinos e suínos.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao próximo orador
inscrito, o Deputado Edmilson Rodrigues, por 1 minuto.
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, houve uma CPI nesta Casa que investigou um crime organizado que
está se tornando comum nas metrópoles e que no Estado do Pará tem produzido
muitas vítimas: os grupos de extermínio, as milícias.
Em 2014 participei de uma CPI na Assembleia Legislativa do Estado do Pará,
e, na ocasião, 60 pessoas foram denunciadas. Infelizmente, já se passaram mais de
2 anos e somente duas investigações foram concluídas. Os assassinos estão
impunes! A impunidade acaba sendo um alimento a esse mercado da morte.
Recentemente, mais 30 foram mortos de 50 que foram atingidos por projéteis,
após a morte do policial militar Rafael da Costa, que estava a serviço perseguindo
bandidos.
Queremos a defesa dos policiais, mas a defesa dos direitos dos...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, no final de semana que
sucedeu o assassinato do soldado Rafael da Silva Costa, de 29 anos, lotado no
Batalhão de Policiamento Tático Operacional — BPOT da Polícia Militar do Pará, no
último dia 20 de janeiro, a Região Metropolitana de Belém voltou ao noticiário
nacional por conta de cerca de 30 assassinatos, sendo 25 com características de
execução, ocorridos isoladamente, em diferentes pontos da cidade, numa suposta
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reação à morte do policial. Rafael morreu na troca de tiros com assaltantes durante
uma perseguição, no Bairro da Cabanagem, na Capital. O episódio lembrou a
Chacina de Belém, ocorrida em 4 de novembro de 2014, quando 10 pessoas foram
mortas a tiros por grupos de homens motorizados e encapuzados, que agiram em
diferentes bairros da periferia, logo após o assassinato do Cabo Antônio Marcus
Figueiredo, o Cabo Pet.
Naquela época, enquanto Deputado Estadual, fui autor e membro da
Comissão Parlamentar de Inquérito — CPI instaurada na Assembleia Legislativa do
Pará, que confirmou a participação do Cabo Pet no comando de um grupo miliciano
constituído principalmente de policiais e ex-policiais, que oferecia segurança privada
a pequenos comerciantes e agia também a mando de traficantes, atuando como um
grupo de extermínio há bastante tempo. Pet foi morto por uma organização
criminosa denominada Equipe Rex.
Naquela época, apesar de identificarmos mais de 60 pessoas envolvidas em
grupos de extermínio em atuação na capital e no interior do Pará, nenhuma
providência foi tomada pelo Governo de Simão Jatene e os grupos seguem em
plena atividade, matando pessoas nas periferias de Belém cotidianamente, em
acerto de contas inexplicáveis, sem que os assassinos sejam identificados e presos.
Atualmente, a média diária é de três homicídios na RMB, segundo admite o Estado.
No caso da Chacina de 2014, dez inquéritos policiais — sendo um para cada
vítima civil — foram remetidos ao Ministério Público do Estado, após as famílias das
vítimas amargarem mais de ano sem resposta do Sistema de Segurança Pública.
Porém, em apenas dois deles foi possível oferecer a denúncia à Justiça porque os
demais inquéritos foram inconclusos, ou seja, os assassinos não foram identificados,
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informa a defensora dos direitos humanos, advogada Celina Hamoy, que
acompanha os processos.
As vítimas foram todas jovens do sexo masculino, que estavam nas ruas e
foram abordadas a esmo por grupos encapuzados que invadiram os bairros
periféricos na madrugada, em comboios de motocicletas e carros, enquanto as
viaturas com policiais de plantão agiam em pontos distantes dos locais onde as
ações criminosas estavam ocorrendo inclusive com tiroteios. Detalhe, nove das
vítimas nunca tiveram nenhuma passagem pela polícia.
Passados 2 anos dessa chacina, apenas um policial miliciano está preso por
esses crimes Otacílio José Queiroz Gonçalves, o Cilinho, que é bastante temido. No
próximo dia 21 de março, Cilinho volta ao banco dos réus acusado de participação
em um dos homicídios da chacina de Belém. Outro que será julgado, em 23 de
março, mas ainda está solto, é José Augusto da Silva Costa, o Zé da Moto.
Enquanto o terceiro acusado, André Luís Ferreira Belo, o Gasparzinho, foi
impronunciado por falta e provas.
Com relação à nova chacina, o Governador reuniu a cúpula de segurança
para discutir uma solução de emergência. Anunciou que seria criado um gabinete de
segurança e que agentes da Força Nacional seriam chamadas a auxiliar na
investigação dos cerca de 30 homicídios ocorridos em janeiro deste ano, porém, a
informações que temos é que esses policiais não chegaram ao Pará.
O Secretário-Adjunto de Segurança, Hilton Benigno, admitiu para a imprensa,
na época, a possibilidade de esses crimes estarem relacionados à morte do soldado
Rafael. Inclusive, a imprensa noticiou que o próprio Governador determinou a
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apuração rigorosa pelas Corregedorias das Polícias Civil e Militar, admitindo, assim,
a participação de agentes de segurança pública na nova onda de execuções.
A onda de homicídios ocorrida em janeiro, novamente se deu nas periferias,
sendo a maioria deles situada no limite entre os Municípios de Belém e Ananindeua,
área em que o soldado Rafael foi morto, como Cabanagem, Guanabara, Jaderlândia
e Entroncamento, mas também alguns poucos no Jurunas, Guamá e Campina.
Nessa chacina, quase todas as vítimas eram do sexo masculino e foram abordadas
de diferentes maneiras, por assassinos de moto, de carro ou a pé, em alguns casos
por homens encapuzados, geralmente atingidas com tiros de arma de fogo.
Os novos inquéritos que apuram os homicídios e os atentados sofridos por
sobreviventes após a morte do soldado Rafael foram distribuídos a todos os oito
delegados da Divisão de Homicídios, que buscam identificar a conexão entre os
crimes ocorridos ao longo daquele final de semana. Somente os inquéritos das
vítimas baleadas em locais que ninguém veio a óbito estão sob os cuidados das
delegacias dos bairros.
É inadmissível que a população do Pará permaneça refém de uma situação
tão drástica, especialmente na periferia da RMB. A qualquer momento, um carro
contendo homens armados pode chegar atirando em qualquer um na rua, não
importando a existência de antecedentes criminais das vítimas.
Os assassinos agem como justiceiros num país onde a pena de morte sequer
é admitida em lei e, portanto, também não deveria sê-lo na prática. A impunidade
sustenta esse mercado da morte. É preciso que o Executivo haja com rigor para que
seus próprios agentes tenham segurança para investigar e, em consequência, para
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que a Justiça também possa fazer o seu papel. Historicamente, somos um Estado
banhado por sangue, mais comumente, na luta pela terra.
No entanto, nos últimos anos, Belém tornou-se uma das cidades mais
violentas do Brasil e do mundo devido às frequentes execuções de jovens, muitas
vezes, envolvidos com o tráfico de drogas. Mas, se o tráfico não é combatido em seu
nascedouro, e se as milícias continuam agindo livremente, nunca haverá paz.
Diante da inoperância do Governo de Simão Jatene, é importante denunciar o
Estado do Pará às cortes internacionais. Estou encaminhando nova denúncia à
Organização dos Estados Americanos — OEA, em razão dos cerca de 30
assassinatos ocorridos neste início de ano, na Região Metropolitana de Belém, cujas
circunstâncias foram idênticas à chacina ocorrida em 2014, a qual foi denunciada à
OEA pelas organizações de defesa dos direitos humanos.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Mauro Pereira, do PMDB do Rio Grande do Sul, por 1 minuto.
O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente Carlos Manato, colegas Deputados, no dia 24 de dezembro do ano
passado, estive na Procuradoria-Geral da República e dei entrada num documento
relacionado ao consumidor denunciando as distribuidoras de combustível.
Houve um desconto de 25 centavos no preço do óleo diesel e essas
distribuidoras não repassaram os descontos para os postos de gasolina. Elas
ficaram com esse lucro mais de 15 dias, faturando em torno de 25 milhões ao dia.
Eu fiz essa denúncia e estou esperando uma resposta, para que seja feita
justiça. Na hora em que há os aumentos, no mesmo dia são repassados para os
postos e para o consumidor. Isso é uma vergonha!
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Gonzaga Patriota, do PSB de Pernambuco. S.Exa. dispõe de 1 minuto.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, dou como lido pronunciamento em que registro
que o Presidente Michel Temer foi a Pernambuco, inaugurou uma escola em Serra
Talhada e, em Floresta, juntamente com o Governador Paul Câmara, liberou mais
de 40 milhões de reais para a continuação do ramal que sai de Floresta para levar
água ao Agreste pernambucano, onde está faltando água.
Quero aproveitar, Sr. Presidente, para dizer que vou retomar um movimento
para ver se o Governo se apercebe de que essa proposta de reforma da Previdência
Social é um erro. Entendemos que a reforma é importante, mas não da maneira
como está proposta. Essa reforma é muito dura. Da maneira como está, ninguém
aguenta.
Eu faço parte da base, mas obviamente vou votar contra essa proposta, como
votei contra o teto de gastos. Não foram os pobres nem os trabalhadores que
desgraçaram este País, para terem de pagar a conta.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em Floresta, o Governador de
Pernambuco ressalta priorização de obras hídricas no Estado.
O Governador Paulo Câmara participou, na segunda-feira, dia 30 de janeiro,
do acionamento da terceira estação de bombeamento do eixo leste do projeto de
transposição de águas do Rio São Francisco, localizado no Município de Floresta,
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no Sertão de Itaparica. O ato, comandado pelo Presidente Michel Temer, também
contou com a assinatura de duas ordens de serviço, no valor de R$40,4 milhões,
para o início dos projetos executivo e ambiental do Ramal do Agreste. O Chefe do
Executivo Estadual falou sobre a importância das ações realizadas e ressaltou a
necessidade de priorização de obras estruturadoras do setor hídrico de
Pernambuco.
“Hoje, damos andamento a uma etapa importante do projeto da transposição
para o Nordeste. Os governadores têm feito um esforço muito grande, junto aos
prefeitos, para minimizar o sofrimento da seca para a população. Mas sabemos que
o fundamental aqui para a região são as obras estruturantes como a transposição do
Rio São Francisco e, ao mesmo tempo, a conclusão de obras como a Adutora do
Agreste, as demais adutoras e o Ramal do Agreste”, afirmou. O equipamento
acionado nessa segunda tem capacidade de bombear até 14 metros cúbicos de
água por segundo.
O Governo Paulo Câmara destacou, ainda, que o Governo Federal tem dado
prioridade às obras que compõem o projeto de transposição de águas do Rio São
Francisco. “O esforço precisa ser reconhecido, mas o trabalho precisa ser
incansável, porque o Nordeste precisa dessa obra, que pode melhorar muito a
qualidade de vida não apenas do povo pernambucano, mas dos nordestinos”,
concluiu.
Após acionar a Estação de Bombeamento EBV-3, o Presidente da República,
Michel Temer, informou que, no próximo mês de março, o eixo leste será entregue e
que, ainda este ano, o eixo norte também será inaugurado. “Esta obra é importante
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demais para o Nordeste. O Governo Federal tem os olhos voltados para o Brasil
todo, mas, particularmente, para o Nordeste do País”, destacou.
O Presidente Temer salientou, ainda, a importância que a transposição tem
para o desenvolvimento de Pernambuco e do Nordeste. “Em breve, voltaremos aqui
e vamos verificar que o desenvolvimento se deu com muito maior velocidade em
Pernambuco e em outros estados nordestinas devido à transposição”.
As duas ordens de serviço assinadas nessa segunda-feira viabilizarão R$40,4
milhões para o Ramal do Agreste. A primeira, de R$29 milhões, atenderá à
implementação dos projetos executivos da obra. O início do serviço está previsto
para o segundo semestre deste ano. Os outros R$11,4 milhões serão aplicados em
17 programas ambientais do empreendimento. Orçado em R$1,2 bilhão, o Ramal do
Agreste terá 70,8 quilômetros de extensão e receberá as águas do São Francisco
para abastecer 72 cidades pernambucanas.
Estiveram presentes no evento os Ministros da Defesa, Raul Jungmann; da
Educação, Mendonça Filho; das Cidades, Bruno Araújo; e de Minas e Energia,
Fernando Filho. E também o Prefeito de Floresta, Ricardo Ferraz; os Senadores
Cássio Cunha Lima e José Mariano; e vários Deputados Federais.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Chico
Alencar, do PSOL do Rio de Janeiro, por 1 minuto.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Sem revisão do orador.) - Presidente,
todos os que acompanham esta sessão, registro nos Anais da Casa a luta da
população do Rio de Janeiro contra a privatização do único ativo saudável do nosso
Estado, depois da razia, do ataque criminoso da hegemonia peemedebista em
nosso Estado, inclusive com elementos fortes de corrupção, que levaram o ex-
Governador Cabral, entre outros, à cadeia.
Agora, a solução, inclusive para pagar funcionários do Estado, é privatizar a
Companhia Estadual de Águas e Esgotos — CEDAE, num acerto com o Governo
Federal.
A CEDAE promove a oferta de água e os serviços de esgoto do Estado,
particularmente importantes para a população mais pobre. Colocá-la na dinâmica do
lucro, do negócio, da empresa privada é absolutamente negativo. Ela tem é que ser
fortalecida e ser transparente.
Deixo aqui o registro e a defesa dessa luta.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, e todos e todas que assistem a esta
sessão ou nela trabalham, está em curso a tentativa de privatizar a CEDAE —
Companhia Estadual de Águas e Esgotos, no Estado do Rio de Janeiro. Trata-se de
empresa pública estadual saudável, um ativo até lucrativo, que presta à população
fluminense serviços essenciais. Essa privatização, como tantas outras de serviços
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públicos basilares ao exercício da cidadania, faz parte de um processo global que
impõe à classe trabalhadora o ônus de “pagar” a crise financeira gerada pelos
mandos e desmandos do rentismo e das administrações corruptas.
Como se sabe, serviços básicos, como é o caso do abastecimento de água e
do saneamento, são essenciais para a população. A privatização tenta incrementar
lucros para alguns poucos, concentrando renda e retirando direitos. Os primeiros
afetados com a privatização da CEDAE serão os moradores das regiões, Municípios
e bairros mais pobres.
Assim, os trabalhadores da CEDAE têm se manifestado de diversas maneiras
contra a privatização. Utilizando métodos tradicionais, tal como a greve, decidida em
assembleia na sexta passada, e métodos criativos e solidários, como um mutirão de
doação de sangue, os funcionários da Companhia Estadual de Águas e Esgotos
demonstram a disposição coletiva para doar-se ao bem-estar público. Inclusive,
garantem que sua greve não impedirá o abastecimento, mas sim a manifestação
contínua em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro — ALERJ
contra a privatização.
A privatização da CEDAE, que implica transformar a água em mercadoria,
tende a aumentar tarifas, reduzir os direitos trabalhistas dos funcionários da
empresa e, sobretudo, comprometer a ainda inconclusa universalização da oferta de
água tratada e de serviços de esgotamento sanitário. A mobilização contra a
privatização, portanto, une os interesses coletivos dos servidores com os interesses
da população em geral, mas, em especial, da parcela pobre, que tanto depende de
serviços públicos de qualidade.
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Além de parabenizar esses trabalhadores pela capacidade de mobilização e
criatividade organizativa, prestamos nosso apoio e total solidariedade à sua luta, que
é nossa. Só a luta muda a vida!
Agradeço a atenção.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Severino
Ninho, do PSB de Pernambuco, por 1 minuto.
O SR. SEVERINO NINHO (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, eu estive, na segunda-feira, com o Governador
Paulo Câmara, de Pernambuco.
Uma das nossas prioridades, mesmo com tantas dificuldades, é a abertura da
Unidade Pernambucana de Atenção Especializada — UPAE de Abreu e Lima. Essa
UPAE regional, que vai atender o litoral norte de Pernambuco, está em fase de
conclusão. O Governador nos prometeu que, até o final de abril, vai abrir a unidade.
A obra, como já disse, é da maior importância e vai completar o círculo Hospital
Miguel Arraes/Unidade de Pronto Atendimento 24h — UPA 24h/UPAE.
Isso nos deixa muito feliz. Vamos aguardar que tudo ocorra bem e que o
Governador atenda a essa demanda daquelas cidades.
Sr. Presidente, peço a divulgação deste pronunciamento no programa A Voz
do Brasil.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido, nobre
Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra, por 1 minuto, a nobre
Deputada Carmen Zanotto, do PPS de Santa Catarina.
A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Sem revisão da oradora.) - Muito
obrigada, nobre Presidente Carlos Manato.
Sras. e Srs. Deputados, ocupo este espaço para registrar a solenidade
ocorrida ontem no Ministério da Saúde, na qual o Ministro Ricardo Barros, junto com
sua equipe; o Dr. João Gabbardo, representante dos Secretários Estaduais de
Saúde, e o Dr. Mauro Junqueira, representante dos Secretários Municipais de
Saúde, lançaram o projeto SUS Legal.
O que significa isso, Sr. Presidente? Nós já fomos gestores do SUS e
conhecemos a sua história de repasse de recursos financeiros. De acordo com a
apresentação de ontem, a portaria que será publicada simplificará o repasse a
Estados e Municípios dos recursos de custeio e investimento, garantindo, inclusive,
que os recursos de investimento, quando forem fruto de emenda parlamentar ou
destinados a uma obra, sejam depositados na sua totalidade, garantindo com isso
que as empreiteiras iniciem e concluam obras da área da saúde, comprando, com
certeza, em processos licitatórios mais baratos.
A simplificação no repasse, que deixará de transitar por seis "caixinhas" e
passará apenas por duas, é fundamental.
Quero fazer um rápido registro de que todos os credenciamentos que o
Ministério da Saúde fez no final de 2016 garantem à população brasileira mais ações
e serviços na área da saúde.
Com mais tempo, vou detalhar o assunto.
Muito obrigada.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELA ORADORA
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as jornadas de ontem, terça-feira, dia
7, foram produtivas na minha agenda, especialmente em pautas da área da saúde,
que cumpri no Ministério da Saúde em dois momentos.
O primeiro momento ocorreu pela manhã, com participação na coletiva de
imprensa convocada pelo Ministro da Saúde, Ricardo Barros, para anunciar novas
medidas voltadas para fortalecer a execução das ações do Sistema Único de Saúde
— SUS nos Estados e Municípios por meio do projeto SUS Legal.
Fui convidada a tomar parte da coletiva por integrar a Diretoria da Frente
Parlamentar da Saúde e ser membro titular da Comissão de Seguridade Social e
Família da Câmara dos Deputados.
É importante ressaltar que essa medida atende a pleito dos gestores da
saúde, representados pelo Conselho Nacional de Secretários de Saúde — CONASS
e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde — CONASEMS, que,
em janeiro deste ano, deliberaram pela alteração na forma de transferência fundo a
fundo dos recursos federais aos Estados, Distrito Federal e Municípios.
Nesse caso, o debate se deu em relação ao arcabouço legal com foco na Lei
Complementar nº 141, de 2012. Essa legislação destaca em seu art. 18 que as
citadas transferências devem ser feitas pelas categorias econômicas de custeio e
capital, observada a autonomia de gestão de aplicação, de forma compatível com a
realidade sanitária local e em restrita observância às necessidades da população.
A decisão divulgada ontem representa um passo corajoso na implementação
do SUS. Isso significa que os gestores não conviverão mais com obras paradas
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decorrentes do fato de as empreiteiras não conseguirem tocá-las, pois haverá mais
dinamismo e segurança na transferência e aplicação dos recursos.
O projeto SUS Legal cumpre com a legislação em vigor, que extingue seis
modalidades de transferências, as famosas "caixinhas", passando a vigorar apenas
duas, uma de custeio e uma de investimento.
Conforme informou o Ministério da Saúde, no modelo anterior, muitos
recursos acabavam paralisados — mais de R$ 5,7 bilhões em 2016. O novo formato
vai possibilitar ao gestor mais agilidade e eficiência na destinação dos recursos hoje
disponíveis, com base na necessidade e realidade locais.
O intuito do projeto, de acordo com o ministério, é assegurar a implementação
dos Planos Municipais e Estaduais de Saúde, uma vez que a destinação das verbas
estará vinculada a esse planejamento, garantindo assim o andamento das ações.
Filantropia.
Nobres Deputados, ontem também, ao lado de membros do Fórum
Parlamentar Catarinense, participei de audiência sobre o restabelecimento do
certificado de filantropia da Fundação de Apoio ao HEMOSC/CEPON — FAHECE,
entidade que executa as atividades no Centro de Hematologia e Hemoterapia de
Santa Catarina — HEMOSC e no Centro de Pesquisas Oncológicas Dr. Alfredo
Daura Jorge — CEPON, em Florianópolis. Dialogamos também sobre a necessidade
de contemplar 35 unidades de Santa Catarina que não tiveram a renovação do
certificado de filantropia em 2016.
Em relação à filantropia, o Secretário informou que a Secretaria de Atenção à
Saúde — SAS estuda a publicação de um decreto que poderá estender até 31 de
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dezembro de 2017 o prazo para que as instituições se atualizem e encaminharem
seus serviços de gratuidade, que justificam a concessão.
Outra pauta da audiência abordou as habilitações de serviços prestados por
hospitais e Municípios catarinenses. O encontro ocorreu com o Secretário de
Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, Francisco de Assis Figueiredo.
Na condição de Parlamentar integrante da bancada federal catarinense,
agradecemos o empenho ao Ministro da Saúde, Ricardo Barros, que liberou, no ano
passado, R$ 58 milhões em habilitações de serviços para hospitais e Municípios
catarinenses.
Fazem parte a liberação do credenciamento de novos serviços para os
Hospitais Santo Antônio e Santa Isabel, em Blumenau, e a liberação do
credenciamento que está pendente para o Hospital Nossa Senhora do Perpétuo
Socorro, em Gaspar, bem como para Otacílio Costa, Correia Pinto e as Unidades de
Pronto Atendimento — UPAs de Fraiburgo e Rio do Sul. Ao todo são dez unidades.
Sr. Presidente, solicito seja este pronunciamento divulgado em todos os
meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigada.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Lobbe Neto, do PSDB de São Paulo, que disporá de 1 minuto.
O SR. LOBBE NETO (Bloco/PSDB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, inicialmente quero cumprimentar V.Exa. por mais uma vez ter brilhante
participação na eleição da Mesa da Câmara dos Deputados e parabenizá-lo pelo
trabalho diuturno que tem realizado.
Sr. Presidente, aproveito a oportunidade para agradecer ao Prefeito de
Ribeirão Preto, nosso amigo e companheiro Duarte Nogueira, o convite para estar
presente no dia de hoje a uma reunião importantíssima sobre a Região
Metropolitana de Ribeirão Preto, que está sendo regulamentada.
Sua criação já foi aprovada pela Assembleia Legislativa. E, hoje, haverá uma
reunião, com a presença de mais de 29 Prefeitos, para discussão de interesses
comuns daquela região em torno da grande cidade de Ribeirão Preto.
Parabéns ao Prefeito Duarte Nogueira.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Nobre Deputado, o pronunciamento
de V.Exa. será divulgado no programa A Voz do Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Tenente Lúcio, do PSB de Minas Gerais, que disporá de 1 minuto.
O SR. TENENTE LÚCIO (Bloco/PSB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, parabenizo V.Exa. pela eleição, por sua vitória. V.Exa. é um homem
muito capacitado.
Gostaria de agradecer a presença do Prefeito de Araguari, Marcos Coelho de
Carvalho, o Marcão, que está acompanhado do seu Secretário de Educação, Werley
Macedo, e do seu Chefe de Gabinete, Marco Antônio Santos Farias, e agradecer
também a presença do Secretário de Desenvolvimento e Turismo, Juberson dos
Santos Melo, o Jubão, que muito trabalha por Araguari.
Eles estiveram no meu gabinete hoje, e agora estão no Plenário da Casa,
para buscar recursos das nossas emendas junto aos Ministérios aqui em Brasília
para a nossa querida Araguari.
Parabéns, Marcão! Você é um grande gestor, um empresário de renome em
nosso Estado de Minas Gerais. Eu tenho o maior prazer em dizer para o povo
araguarino que vamos trabalhar em parceria com a administração Marcos Coelho.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado João
Daniel, do PT de Sergipe.
O SR. JOÃO DANIEL (PT-SE. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu
queria deixar registrado pronunciamento de minha autoria, que peço seja
considerado como lido.
Na última segunda-feira, nós estivemos em uma reunião a convite da Ordem
dos Advogados do Brasil em Sergipe — OAB/SE; da Arquidiocese de Aracaju; do
Conselho Nacional do Laicato do Brasil — CNLB; da União dos Ministros
Evangélicos do Estado de Sergipe — UMESE; e da Associação dos Dirigentes
Cristãos de Empresas de Sergipe — ADCE-SE.
Na reunião se tratou da preocupação dessas entidades com as reformas que
estão sendo propostas aqui, em especial as reformas previdenciária e trabalhista.
Na próxima segunda-feira, será lançado em Aracaju um comitê em defesa
dos direitos dos trabalhadores e de luta contra essas reformas.
Parabenizo as entidades presentes à reunião pela firmeza na defesa do povo
sergipano e brasileiro
Sr. Presidente, peço que este pronunciamento seja divulgado no programa A
Voz do Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado. Nós vamos
divulgar o seu pronunciamento no programa A Voz do Brasil.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, ocupo a tribuna para registrar — e
disto pedir divulgação no programa A Voz do Brasil — que, na manhã desta
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segunda-feira, dia 6, participamos de uma reunião na Cúria Metropolitana de Aracaju
com representantes da Ordem dos Advogados do Brasil em Sergipe — OAB/SE; da
Arquidiocese de Aracaju; do Conselho Nacional do Laicato do Brasil — CNLB; da
União dos Ministros Evangélicos do Estado de Sergipe UMESE e da Associação dos
Dirigentes Cristãos de Empresas de Sergipe — ADCE-SE.
Na reunião debatemos a necessidade de frear a tramitação no Congresso
Nacional dos projetos que tratam das reformas previdenciária e trabalhista e
discutimos o projeto que trata da imunidade tributária das igrejas.
Durante o encontro, foram ressaltados os prejuízos que essas reformas trarão
à população brasileira, uma vez que, diante do projeto proposto pelo atual Governo,
as pessoas praticamente não terão mais condições de se aposentarem.
Quanto à reforma trabalhista, repercutimos a fala do Presidente da OAB/SE,
Henri Clay Santos Andrade, que classificou a proposta como um retrocesso ao
século IX, diante da retirada de direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo
dos anos.
Queremos aqui destacar a importância de reuniões como essa para que
entidades representativas, como as que estavam presentes, possam cobrar dos
representantes eleitos pelo povo sergipano um posicionamento contra tais reformas,
que trazem tantos prejuízos aos cidadãos.
Queremos fazer uma saudação especial a todos os participantes daquela
importante reunião, ao presidente da OAB/SE, Henri Clay, e dizer que estamos à
disposição e comprometidos na defesa dos direitos sociais dos sergipanos.
Estamos vendo em Brasília que o que está sendo proposto tem como objetivo
acelerar a tramitação das propostas, todas em regime de urgência. É preciso que
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haja mobilização, que as pessoas estejam nas ruas e cobrem uma posição de seus
Parlamentares contra tais reformas.
Registramos ainda que, durante a reunião, ficou acertada a criação do Comitê
de Defesa dos Direitos Sociais, com o objetivo de tentar barrar a urgência na
tramitação das propostas de reformas e recolher assinaturas contra esses projetos.
O Comitê será lançado no próximo dia 13, às 9 horas, no plenário da Assembleia
Legislativa de Sergipe. Também será criado o Fórum de Debate das Reformas da
Previdência e Trabalhista, para promover discussões e conscientizar a população
sobre essas propostas, em tramitação no Congresso Nacional.
Esperamos que tais iniciativas se repitam em outros Estados e, por meio da
mobilização social, impeçam o avanço dessas propostas, cruéis contra a classe
trabalhadora.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Caetano,
do PT da Bahia.
O SR. CAETANO (PT-BA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, primeiro,
quero comunicar que nesta semana tive uma nova reunião com o Superintendente
do Banco do Brasil do Estado da Bahia, Dr. Fernando Paiva, que tomou posse em
janeiro. Há 2 meses também me reuni com o outro Superintendente sobre a questão
da negociação das dívidas dos agricultores da região de Irecê e do Estado da Bahia.
Até agora o Banco do Brasil não fez a renegociação que foi aprovada aqui
nesta Casa e sancionada pelo Executivo. Ele me prometeu e garantiu que faria isso,
disse que já deveria ter feito mesmo. No Espírito Santo, onde ele trabalhava, já está
fazendo, mas na Bahia não, e ele vai tomar as providências imediatamente.
Quero comunicar isto às cooperativas de Irecê e a todos os agricultores da
região.
Quero dizer também, Sr. Presidente, que sou contra a reforma da Previdência
e a reforma trabalhista. Daqui a pouco, vou falar sobre este assunto aqui e jogar
duro! Esta Casa precisa se respeitar e não aprovar esse pacote do Temer!
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado José
Airton Cirilo, do PT do Ceará.
O SR. JOSÉ AIRTON CIRILO (PT-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero registrar primeiramente voto de pesar pelo falecimento de nossa
querida ex-Primeira-Dama Marisa Letícia, com quem tive o privilégio de conviver
durante o período em que o Presidente Lula nos visitou em nossa cidade de Icapuí.
Aqui fica o meu pesar ao Presidente Lula, a sua família e aos seus amigos.
Quero também apresentar meu voto de pesar pelo falecimento de um dos
maiores artistas plásticos do Brasil, cearense de Crato, Sérvulo Esmeraldo. Meu
voto de pesar é extensivo a seus familiares, amigos e, por que não dizer, ao povo
cearense.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, Deputado.
PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero manifestar meu profundo pesar
e enviar minha solidariedade ao nosso companheiro ex-Presidente Lula, que perdeu
nesta quinta-feira, dia 2 de fevereiro, a parceira da vida toda, D. Marisa Letícia,
nossa ex-Primeira-Dama, uma mulher guerreira, que deu ao povo brasileiro uma
lição de humildade e luta .
Mais sobre D. Marisa Letícia.
Marisa Letícia nasceu em 7 de abril de 1950, em São Bernardo do Campo,
em uma família de imigrantes italianos da região de Palazzago, na Província de
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Bérgamo, norte da Itália. Seus pais, nascidos no Brasil, eram vendedores de
verduras e legumes na região do ABC Paulista.
Conheceu Lula no Sindicato dos Metalúrgicos em 1973, quando, aos 23 anos,
tentava obter um pecúlio deixado pelo primeiro marido. Casou-se com o metalúrgico
em 1974 e, com ele, teve mais três filhos, Fábio, Sandro e Luís Cláudio.
O filho do primeiro casamento, Marcos Cláudio, foi registrado por Lula e, mais
tarde, também incorporou o sobrenome Lula da Silva no registro, em homenagem ao
padrasto.
Um ano depois do casamento, Lula se tornou líder do sindicato, e Marisa,
figura avessa aos holofotes e a entrevistas, passou a acompanhar o marido na vida
política com seu jeito discreto.
Ela estava ao lado de Lula quando ele foi preso em casa em 1980 pelos
agentes do DOPS — Departamento de Ordem Política e Social durante a ditadura
militar.
Marisa começou na vida política militando ao lado do marido — eleito
presidente do sindicato em 1975 — para que outras mulheres se juntassem ao
movimento sindical na região. Em 1978, iniciaram-se as greves no ABC paulista.
Foi Marisa quem cortou e costurou a primeira bandeira do Partido dos
Trabalhadores, quando este foi fundado em 10 de fevereiro de 1980. Participou
ativamente no início das atividades do partido, ajudando a criar núcleos e a
estampar camisetas. Com a intervenção do Governo Federal no sindicato em abril
do mesmo ano, Lula e outros sindicalistas foram presos, e as reuniões eram
realizadas ilegalmente em sua casa.
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Nesse período, ela organizou uma passeata de mulheres pela libertação dos
sindicalistas. Centenas de mulheres e de crianças, todas cercadas por policiais,
tanques e cavalaria, saíram da Praça da Matriz e caminharam pela Rua Marechal
Deodoro até o Paço Municipal, retomando à Igreja da Matriz.
Durante as disputas eleitorais de 1982, 1986, 1994 e 1998, nas quais Lula se
candidatou, Marisa dedicou-se aos filhos, à casa e às campanhas. Em 2002,
entretanto, com os filhos já adultos, pôde se dedicar exclusivamente à campanha do
marido.
Em 1º de janeiro de 2003, Marisa Letícia tornou-se a Primeira-Dama do Brasil.
Em outubro daquele mesmo ano, recebeu a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Real,
durante visita do Rei Haroldo V e da Rainha Sônia, da Noruega. A 23 de julho de
2003 foi agraciada com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade e a 5 de março de 2008
com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero manifestar meu profundo pesar
pelo falecimento do grande artista visual cearense Sérvulo Esmeraldo, o poeta das
linhas, que faleceu aos 87 anos, nesta quarta-feira, dia 1º de fevereiro. Sérvulo
nasceu em 27 de fevereiro de 1929, em Crato, no Ceará, e nos deixou de presente
um legado, graças aos seus incansáveis esforços como artista dos traços, das
linhas, um eterno brincante com a luz.
Um grande artista integrante da memória das artes do Ceará, do Brasil, do
mundo.
Minha solidariedade a sua companheira, Dodora Guimarães, e aos familiares,
amigos, colegas de arte.
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Mais sobre Sérvulo Esmeraldo.
Sérvulo Esmeraldo nasceu em 27 de fevereiro de 1929, no Crato, Ceará. Aos
13 anos realizou a sua primeira xilogravura. Em 1950, compôs com Goebel Weyne o
núcleo jovem da Sociedade Cearense de Artes Plásticas — SCAP, em Fortaleza.
Transfere-se para São Paulo em 1951, pensando em estudar Arquitetura, mas fica
entre os excedentes; então, dedica-se à xilogravura. Em 1957, realiza a primeira
individual, 39 gravuras de Sérvulo Esmeraldo, no Museu de Arte Moderna de São
Paulo. Ganha bolsa de estudos do Governo francês. Reside na França até 1979. Na
década de 1960, começa suas incursões no campo da arte cinética, fazendo objetos
com ímãs, eletroímãs e por gravidade. Em 1974, participa da exposição L’idée et La
Matière, na Galeria Denise René, em Paris, e redige um texto onde se manifesta
sobre seu trabalho com os excitáveis. Retorna definitivamente a Fortaleza em 1980,
que hoje abriga esculturas monumentais, cerca de quarenta obras de sua autoria.
Em 1983, recebe o Prêmio Melhor Escultor do Ano da Associação Paulista de
Críticos de Arte. Foi o idealizador e curador da Exposição Internacional de
Esculturas Efêmeras, em Fortaleza, em 1986 e 1991.
Em 2011, a Pinacoteca do Estado fez retrospectiva da obra do artista com
publicação de livro coordenado por Aracy Amaral. Em 2012, um recorte de seu
trabalho é mostrado na exposição Simples como um Triângulo, na Galeria Raquel
Arnaud. Com diversas exposições realizadas e participação em importantes salões,
bienais e outras mostras coletivas no Brasil e no exterior, sua obra faz parte do
acervo dos principais museus do País e de coleções públicas e privadas.
Meu muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o jovem Prof.
Deputado Chico Lopes, do PCdoB do Ceará
O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Sem revisão do orador.) - Boa tarde, Sr.
Presidente, Deputado Carlos Manato!
Boa tarde a todos!
Eu queria fazer um apelo ao Ministro da Educação no sentido de fazer
permanecer em 7 mil reais a bolsa para os estudantes universitários. A diferença de
2 mil reais pode não ser importante para o Governo, que tem muitos recursos, mas
para um estudante universitário, seja de Medicina, seja de outro curso, esse valor
faz diferença.
Esse estímulo da bolsa para os estudantes da área de saúde, principalmente
os de Medicina, tem importância. Esse é um dos cursos em que você se dedica de
manhã, de tarde, de noite, não tem tempo de trabalhar para fazer a complementação
durante o período da faculdade.
Portanto, nós fazemos este apelo para o Ministro da Educação, que é
Deputado e conhece de perto os problemas das pessoas: que volte a ser de 7 mil
reais a bolsa dos estudantes.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - O Deputado Chico Lopes é o nosso
grande líder da juventude nesta Casa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Danilo
Cabral, de Pernambuco.
V.Exa. dispõe de 1 minuto na tribuna.
O SR. DANILO CABRAL (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Deputado Carlos Manato, Sras. e Srs. Deputados, a nossa vinda aqui
hoje é para falar sobre a instalação, a partir de amanhã, da Comissão Especial que
vai analisar a reforma da Previdência Social.
Esse é um tema importante, que de fato precisa ser discutido por esta Casa,
tendo em vista o conjunto de desequilíbrios que hoje tem o sistema previdenciário
brasileiro.
A nossa vinda aqui é para alertar o Presidente Rodrigo Maia, da mesma
forma que o Partido Socialista o fez, sobre a importância de nós fazermos um
debate com a sociedade sobre esse tema.
Não podemos aceitar, como já vivenciamos aqui, num passado recente, que
nós sejamos “tratorados” no debate que precisa ser feito não só por esta Casa, mas
pelo conjunto da sociedade, pela relevância que tem.
Por isso nós pedimos ao Congresso Nacional que abra esse debate à
sociedade brasileira.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Tem a palavra o Deputado André
Amaral, da Paraíba, por 1 minuto.
O SR. ANDRÉ AMARAL (Bloco/PMDB-PB. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje registro a alegria de voltar a esta Casa,
agora como titular, representante da Paraíba, para usar esta tribuna, para usar este
mandato sempre em prol de fazer o melhor pelo povo da Paraíba.
Ano passado tive a oportunidade de passar uma temporada na Casa em
virtude da licença do Deputado Veneziano Vital do Rêgo. Agora, com a renúncia do
Deputado Manoel Junior, que é o atual Vice-Prefeito de João Pessoa, volto à
Câmara dos Deputados para representar da melhor forma, com o melhor jeito, com a
melhor cara, o povo da Paraíba.
Aproveito o momento para registrar que estive, esta semana, visitando as
obras de transposição de águas do Rio São Francisco no meu Estado, a Paraíba.
Eu tenho certeza, Sr. Presidente, de que essas obras vão mudar o cenário
político, econômico e social do Nordeste do Brasil, de forma muito especial para o
povo da minha Paraíba.
Eu tenho fé em Deus e, espero, no Governo Federal que, além dessas águas,
que vão banhar as nossas terras, nós comecemos a pensar de forma urgente numa
transformação social dos lugares por onde elas passam. Nós precisamos repensar a
educação do interior do Brasil, do interior do Nordeste e do interior da Paraíba.
Devemos aproveitar as vocações econômicas e dar condições ao povo de utilizar
essa água com dignidade, para que seja muito mais do que uma água que banhe,
mas que transforme a vida das pessoas.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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Meu muito obrigado. Espero que esta Legislatura na Câmara Federal,
representando o meu povo, represente a soma de esforços de alguém que acredita
na política como instrumento único de transformação da vida das pessoas.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado. Nós
divulgaremos no programa A Voz do Brasil o seu pronunciamento.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - O último orador inscrito para dar como
lido o pronunciamento é o renomado Deputado Davidson Magalhães, do PCdoB da
Bahia.
O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, ocupo esta tribuna para denunciar mais uma ação do Sr. Pedro Parente
contra a PETROBRAS e contra as indústrias nacionais.
Após ter feito uma tentativa de licitação com empresas estrangeiras para o
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro — COMPERJ, o que inviabiliza
completamente o desenvolvimento da indústria nacional, Pedro Parente demostrou
mais uma vez interesse em desmontar a indústria brasileira, particularmente a da
cadeia de petróleo e gás, ao ignorar a regra do percentual mínimo de 65% de
conteúdo local. A PETROBRAS está contratando com empresas chinesas os
sistemas de ancoragem para as plataformas de cessão onerosa do pré-sal.
Essa é uma demonstração clara de que este Governo golpista quer
desmontar a PETROBRAS e a cadeia de petróleo e gás no Brasil.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Tenente Lúcio, do PSB de Minas Gerais, que dispõe de 5 minutos na
tribuna.
O SR. TENENTE LÚCIO (Bloco/PSB-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de agradecer mais uma vez a Deus por
proporcionar a vida a todos nós que estamos aqui no Congresso Nacional, na
Câmara dos Deputados.
Nesta semana, nós realizamos uma reunião do PSB de Uberlândia, com a
presença do Presidente Roni da Asa, de Alexandre Andrade, que ficou em segundo
lugar nas eleições passadas, e de todos os dirigentes da Executiva do PSB de
Uberlândia.
Eu quero destacar a presença de Erivan, de Tatiana, de Willian Alvorada,
nosso Secretário-Geral, e de Chicão Periferia. Estiveram presentes também os
nossos quatro Vereadores: nosso Líder, Felipe Felps, Dra. Jussara, Vilmar Resende
e Wender Marques, o segundo Vereador mais votado em Uberlândia.
Nós decidimos, por unanimidade, ajudar a cidade de Uberlândia e o Prefeito
eleito, Odelmo Leão. Não seria inteligente, de forma alguma, nós sermos oposição,
principalmente neste início de mandato, em que as dificuldades pairam sobre todos
os gestores brasileiros, e a situação não é diferente na nossa querida Uberlândia.
O Prefeito Odelmo Leão pode contar com a boa vontade e o empenho dos
nossos Vereadores e deste Deputado Federal, Tenente Lúcio, para levar as
emendas. Aproveito para anunciar que nós já fizemos as nossas emendas para este
ano. Uberlândia receberá 1 milhão de reais para a saúde e mais 1 milhão de reais
para o asfalto. Nós estamos tendo muitos problemas em nossa querida cidade.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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Eu gostaria de parabenizar, em nome de toda a nossa bancada na Câmara, a
equipe formada em Uberlândia, que foi escolhida pelo Prefeito Odelmo Leão. É uma
equipe coesa, inteligente, progressista. Tenho certeza de que, com muito trabalho,
Uberlândia vai melhorar muito. Não quero aqui menosprezar ou desprezar algum
gestor passado, mas nós temos sempre um otimismo e vamos, daqui para frente,
trabalhar em prol da nossa querida cidade.
Eu gostaria de informar, neste minuto que nos resta, que nesta sexta-feira,
estarei em Belo Horizonte, entregando um ônibus escolar de 44 lugares para os
Municípios de Frutal, Tupaciguara e Nova Ponte.
Na semana que vem, nós entregaremos ônibus também de 40 lugares para
Água Comprida, do nosso Prefeito Gustavo; para Araguari, do nosso querido
Prefeito Marcão, Marcos Coelho; também para Capinópolis, do Cleidimar, nosso
Prefeito; para Centralina, um ônibus também para o nosso Prefeito Elsinho; para
Guimarânia, para a nossa Vereadora Ana Cabiuna, que sempre nos pediu esse
ônibus; para Iraí de Minas, do Prefeito Antoninho Dall Agnol; e para Sacramento, do
nosso querido Prefeito Bagua. Então, essa é uma emenda de bancada em que
todos nós, Deputados Federais de Minas Gerais, colocamos 150 milhões de
recursos para atendermos à educação.
Este ano, vamos atender à segurança pública, também através de emenda de
bancada, com viaturas para o Corpo de Bombeiro, para a Polícia Militar e para a
Polícia Civil. O Estado de Minas Gerais não pode ser prejudicado na segurança
pública. Nós temos que trabalhar em prol das famílias mineiras. É com esse exemplo
que nós, Deputados Federais, estamos empenhados em ajudar a segurança pública
de Minas Gerais. Já estamos ajudando a educação e o transporte escolar.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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Muito obrigado, Sr. Presidente.
Contem sempre com o Deputado Federal Tenente Lúcio, do PSB de Minas
Gerais.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concederei a palavra ao Deputado
Caetano, mas enquanto S.Exa. se dirige à tribuna, concedo a palavra ao Deputado
Moses Rodrigues.
O SR. MOSES RODRIGUES (Bloco/PMDB-CE. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, boa tarde. Boa tarde a todos os Parlamentares.
Queria aqui agradecer aos mais de 200 Parlamentares que apoiaram, na
semana passada, uma proposta de emenda à Constituição de minha autoria, sobre
o caso dos Tribunais de Contas dos Municípios, os TCMs.
Essa proposta tem o objetivo de valorizar e de aumentar o controle externo e
a fiscalização feitos pelos TCMs já existentes, vedando a sua extinção, sobretudo
por questões de perseguição política.
No meu Estado do Ceará, o rompimento de alguns conselheiros com o
Governo do Estado, em dezembro do no ano passado, fez com que a Assembleia
Legislativa aprovasse uma PEC para a extinção desse órgão no Estado. Aliás, o
TCM-CE foi o primeiro do Brasil, criado em 1954.
A PEC da minha autoria vem para valorizar o controle externo. Em quatro
Estados: Ceará, Pará, Goiás e Bahia, que têm TCM, nós estamos vedando a
extinção, sobretudo em caso de perseguição política.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Vamos registrar no programa A Voz
do Brasil, Deputado.
Muito obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado João
Fernando Coutinho, por 1 minuto.
O SR. JOÃO FERNANDO COUTINHO (Bloco/PSB-PE. Sem revisão do
orador.) - Meu caro Presidente, Deputado Carlos Manato, Sras. Deputadas e Srs.
Deputados, eu quero brevemente fazer o registro de que ontem, pela manhã, na
cidade de Ribeirão, no Estado de Pernambuco, foi eleito Presidente do COMSUL —
Consórcio Público dos Municípios da Mata Sul Pernambucana, o Prefeito Reginaldo
Morais, da cidade de Cortês, e, Vice-Presidente do COMSUL, o Prefeito Marcos
Moura, da cidade de Maraial.
O Consórcio é composto por 14 Municípios daquela região, e o seu
funcionamento é muito importante para a solução de problemas comuns daquelas
cidades, como os aterros sanitários, o lixo e o financiamento da saúde. É feito um
trabalho em conjunto para melhorar as estradas vicinais da Zona da Mata
pernambucana.
Portanto, eu queria parabenizar a todos os 14 Municípios do COMSUL e, de
modo especial, ao Prefeito Reginaldo Morais pela posse como presidente da
entidade.
Queria que este pronunciamento fosse divulgado pelo programa A Voz do
Brasil, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Será divulgado, Deputado.
Muito obrigado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Com a palavra o Deputado Caetano,
do PT da Bahia.
V.Exa. tem 5 minutos na tribuna.
O SR. CAETANO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Obrigado,
Sr. Presidente.
Sras. e Srs. Deputados, mais uma vez eu venho me posicionar, de forma
veemente, contra a reforma da Previdência Social. Barrar a reforma da Previdência
nesta Casa é dever de cada uma das Deputadas e de cada um dos Deputados. A
reforma da Previdência é uma aberração, é uma imoralidade, é uma estupidez
contra o povo brasileiro.
É mentira do Governo Michel Temer que a Previdência é deficitária, é mentira
deste Governo ilegítimo que até agora não fez nada do que disse que ia fazer em
benefício da sociedade brasileira. Aumentou o índice de desemprego, aumentou a
crise, aumentou o déficit público. Nada melhorou neste País. Piorou a situação do
povo brasileiro, do povo trabalhador da Pátria brasileira. E o Presidente continua
mentindo para o povo: diz que a Previdência é deficitária. Não é! Os problemas da
Previdência são de gestão. O Governo Federal é incompetente para melhorar a
Previdência brasileira e quer colocá-la nas costas dos trabalhadores, do povo
brasileiro.
Primeiro, a proposta de reforma da Previdência estabelece o seguinte:
Definição de 65 anos como idade mínima, tanto no serviço público — em que
hoje é de 60 anos para os homens e de 55 anos para as mulheres —, quanto no
Regime Geral, em que não há idade mínima, incluído o trabalhador rural, para o qual
a idade mínima era de 60 anos, para os homens, e de 55 anos, para as mulheres,
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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somada a 25 anos de contribuição. A reforma da Previdência acaba com a
aposentadoria rural.
Atenção, trabalhadores do campo, povo brasileiro que produz neste País:
Temer quer acabar com a aposentadoria do povo da roça, do povo dos sertões, do
povo do Nordeste, do povo trabalhador, do povo da zona rural.
A proposta de reforma da Previdência estabelece também o seguinte:
A idade mínima para a aposentadoria ainda pode aumentar, se ocorrer
aumento da média de sobrevida da população. Pode aumentar ainda mais!
Igualdade entre homens e mulheres nas condições de acesso à
aposentadoria. Ou seja, desconsidera a dupla jornada de trabalho das mulheres
brasileiras, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados.
Acaba com a aposentadoria por idade.
Obriga a adoção do Regime Geral para agentes políticos, consequentemente,
para todos os Deputados.
Impede a acumulação de benefícios.
Acaba com a reversibilidade das cotas nas pensões.
Muda as regras de pensão por morte.
Dificulta — quase impede — o acesso à integralidade dos proventos da
aposentadoria.
Acaba com a paridade entre ativos e inativos.
Desvincula o salário mínimo das pensões. É um absurdo essa proposta de
reforma da Previdência!
Define como aposentadoria especial o caso de efetivo dano à saúde,
impedindo a referência a categoria ou ocupação.
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Extingue a aposentadoria especial por atividade de risco.
Altera a aposentadoria por invalidez para “incapacidade para o trabalho”.
Essas são só algumas das questões que serão mudadas, se a proposta de
reforma da Previdência for aprovada nesta Casa. O debate começa aqui na Câmara
Federal, aqui no Congresso Nacional, e nós temos que mobilizar a sociedade
brasileira. As entidades civis deste País devem ir para as ruas — sindicatos, centrais
únicas de trabalhadores, associações de bairro, diretórios acadêmicos. Enfim, a
população deve se mobilizar contra essa imoralidade que é a reforma da
previdência, que querem aprovar de qualquer jeito nesta Casa.
Posiciono-me contra e espero que todos os Deputados desta Casa se
posicionem contra essa reforma ingrata e injusta da Previdência.
O Governo de Michel Temer, atolado até o pescoço em denúncias de
corrupção na Operação Lava-Jato e tudo o mais, quer, a qualquer custo, colocar nas
costas e no colo do trabalhador brasileiro esta crise infame por que passa o nosso
País. Este Governo, que não foi eleito pelo voto do povo, este Governo ilegítimo
devia ter vergonha na cara e renunciar, para que sejam convocadas eleições diretas
para Presidente do nosso País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
Fora, Temer!
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Como se diz na Bahia, V.Exa. hoje
está arretado. (Riso.) Obrigado, Deputado Caetano. V.Exa. é um regimentalista.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados e todos aqueles que nos assistem e
nos acompanham pela TV Câmara, hoje ocupo este espaço para, mais uma vez,
falar sobre a reforma da Previdência proposta pelo Governo ilegítimo de Michel
Temer. Essa reforma de Temer vai chegar a esta Casa, e eu acredito que é dever de
cada um de nós barrar esse verdadeiro atentado ao povo brasileiro. A reforma da
Previdência encaminhada ao Congresso Nacional é um verdadeiro absurdo, é um
escândalo, é uma agressão a todas as trabalhadoras e a todos os trabalhadores
deste País. Aprovar a reforma de Temer é tirar da classe trabalhadora o direito de se
aposentar, é condenar as brasileiras e os brasileiros a trabalharem até morrer. Não
podemos, sob hipótese alguma, aprovar esta barbaridade, nobres colegas.
É sempre bom lembrar os principais e absurdos pontos que a reforma de
Temer estabelece:
Definição de 65 anos para idade mínima, tanto no serviço público (sai de 60
anos para o homem e de 55 anos para a mulher) quanto no Regime Geral (em que
não havia idade mínima), inclusive para o trabalhador rural (que era de 60 anos para
o homem e de 55 anos para a mulher), somada a 25 anos de contribuição.
A idade ainda pode aumentar, se ocorrer aumento da média de sobrevida da
população (§22 do art. 40).
Igualdade entre homem e mulher nas condições de acesso à aposentadoria
— desconsidera a dupla jornada das mulheres.
Acaba com a aposentadoria por idade.
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Obriga o Regime Geral para os agentes políticos — os atuais Congressistas,
que têm regime específico (que é optativo), terão que definir a regulamentação das
regras de transição posteriormente.
Impede a acumulação de benefícios para quaisquer regimes, tanto de
aposentadorias quanto de pensões.
Acaba com a reversibilidade das cotas nas pensões quando algum
dependente perde essa condição.
Muda as regras de pensão por morte — acaba com a integralidade e a
paridade na pensão para a família do servidor público e do segurado do RGPS,
alterando toda a regra de cálculo.
Dificulta (quase impede) o acesso à integralidade dos proventos da
aposentadoria — passa a ser 51% da média mais 1% por ano de contribuição,
observados a idade mínima de 65 anos e os 25 anos de contribuição.
Acaba com a paridade entre ativos e inativos, exceto na aposentadoria por
incapacidade por acidente de trabalho.
Desvincula o salário mínimo das pensões (será de 50% da renda mais 10%,
por dependente) e dos benefícios assistenciais (será normatizado por lei).
Professores — extingue a redução de idade e de tempo de contribuição dos
professores, que era de menos 5 anos. Revoga o §5º do art. 40 e o §8º do art. 201.
Define como aposentadoria especial o caso de efetivo dano à saúde,
impedindo a referência a categoria ou ocupação. Ou seja, professores e policiais
terão que comprovar risco à sua saúde pelo exercício de suas atividades. Daí
poderão aposentar com menos 10 anos de idade (55 anos) e menos 5 anos de
contribuição (20 anos).
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Extingue a aposentadoria especial por atividade de risco — policiais e
bombeiros. Revoga o inciso II do §4º do art. 40.
Altera a aposentadoria por invalidez para incapacidade para o trabalho,
excluindo a referência a moléstia ocupacional, doença grave, contagiosa e incurável.
Extingue a distinção da cobrança de inativos e pensionistas com doença
incapacitante que incidia apenas sobre o dobro do teto do RGPS (revoga o §21 do
art. 40).
Para o trabalhador rural haverá uma alíquota diferenciada para a contribuição
individual e obrigatória, que virá por lei para os agricultores familiares, extinguindo-
se a referência à contribuição sobre sua condição específica de comercialização da
produção.
Altera os benefícios assistenciais — eleva a idade de concessão do BPC de
65 anos para 70 anos (art. 203, V), com período de transição de 10 anos,
aumentando 1 ano de idade a cada biênio (art. 19 da PEC).
Suspende a “renúncia” da contribuição previdenciária para o setor de
exportação.
Impõe aos entes federados a instituição das mesmas regras da União e para
todos os poderes (§14 do art. 40 e inciso XIII do art. 167).
Redução do abono de permanência (§14 do art. 40).
Induz à unificação de todo o sistema previdenciário, inclusive o das Forças
Armadas (§20 do art. 40).
Retira da Justiça Federal a competência para julgar causas sobre acidente de
trabalho (art. 109, I) e excluiu a referência específica ao julgamento de causas
previdenciárias.
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Acaba com a indicação de carências diferenciadas para as pessoas
destinatárias de sistema especial de inclusão previdenciária, permanecendo só
alíquota diferenciada. É o caso do MEI e da dona de casa de baixa renda (§13 do
art. 201).
Insere na Constituição a vedação à contagem de tempo de contribuição
fictício (§14 do art. 201).
Isso é ou não é um verdadeiro atentado ao trabalhador brasileiro, nobres
colegas? Não podemos admitir que esta barbaridade seja aprovada aqui na Câmara
dos Deputados. Aprovando esta absurda reforma da Previdência, estaremos
condenando as trabalhadoras e os trabalhadores a abrirem mão de suas
aposentadorias. Nós, enquanto Deputados Federais eleitos pelo povo brasileiro,
temos o dever de rejeitar esta proposta absurda!
Muito obrigado, Sr. Presidente!
O Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de Secretário,
deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.
Fábio Sousa, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento
Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Fábio Sousa) - Concedo a palavra ao Deputado Carlos
Manato, que dispõe de 2 minutos.
O SR. CARLOS MANATO (Bloco/SD-ES. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu só gostaria de fazer um registro rapidamente. O Espírito Santo está
vivendo a pior crise da sua história. Com 59 anos de idade, nunca vi uma crise como
esta. Trata-se de uma crise em que o cidadão, como sempre, é o prejudicado.
Para V.Exa. ter uma ideia, o Espírito Santo foi o Estado que mais diminuiu o
índice de homicídio em nosso País.
Do final de semana de sábado até hoje, já morreram 90 pessoas. É lógico
que, desses 90, 88 são queima de arquivo, por causa de briga entre eles. Mas o
povo está assustado. A população do Estado está em casa. A população não pode
sair. Nossos filhos não podem ir às aulas. Ninguém pode ir ao médico. Ninguém
pode ir a um supermercado. As lojas estão fechadas. As lojas estão saqueadas. Isso
tudo está acontecendo. E nós estamos muito tristes por isso estar acontecendo em
nosso Estado.
Sr. Presidente, para V.Exa. ter uma ideia, a Polícia Militar está no quartel. Os
familiares estão na porta do quartel, como num aquartelamento, e isso tira o policial
da rua. Quero dizer a V.Exa. que até entendemos que o salário do policial militar do
Estado do Espírito Santo é o menor salário do País, mas também entendemos que o
policial militar tem que ter condições de trabalhar: tem que ter o colete, tem que ter a
arma, tem que ter o carro, tem que ter o combustível, ou seja, tem que ter toda uma
estrutura e também uma estrutura familiar na sua retaguarda.
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Acredito, Sr. Presidente, que o diálogo é a melhor solução. O Governo do
Estado e o movimento grevista têm que conversar e dialogar. O que não pode é:
quem não tem que pagar a conta ter que pagá-la, que é o povo do nosso Estado.
Nós da bancada, Sr. Presidente, fizemos nossa parte. Fomos ao Ministro da
Justiça, fomos ao Ministro da Defesa. Conseguimos, num primeiro momento, 200
homens da Força Nacional e mil homens do Exército.
Hoje, nós conseguimos mais 100 homens da Força Nacional e 450 do
Exército. Então, a bancada já conseguiu 1.650 homens, mas isso é pouco para o
que está acontecendo.
Peço que o Governo do Estado e a Polícia Militar dialoguem e cheguem a
uma conclusão, porque o povo do Estado do Espírito Santo, um povo ordeiro, um
povo trabalhador, não merece o que está acontecendo.
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Fábio Sousa) - Tem a palavra o Deputado Edinho Bez.
O SR. EDINHO BEZ (Bloco/PMDB-SC. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, meus colegas Parlamentares, uso a tribuna nesta oportunidade para
relembrar ao povo brasileiro algo que vem sendo discutido nos últimos tempos —
aliás, há mais de 2 anos, após aquela minirreforma meia-sola que fizemos aqui —,
para relembrar que precisamos fazer algumas reformas, dentre elas a reforma
política.
Este nosso sistema político-eleitoral está ultrapassado. É um sistema arcaico,
é um sistema ruim. Eu não sei por que algumas pessoas, mesmo conscientes de
que precisamos fazer as reformas, em especial a reforma política, a reforma das
reformas, ficam retraídas, não têm a coragem devida de vir aqui defender a reforma
política.
É claro que a maioria desta Casa quer fazê-la, é claro que a população
brasileira quer que ela seja feita. A população não quer mais o engodo, a mentira
que se espalha por este Brasil afora durante o período eleitoral. Estamos nos
enganando! As coisas têm limites. Não dá mais. Temos que aproveitar esta
oportunidade para fazer a reforma política, para mudar o atual sistema.
Precisamos valorizar os partidos políticos. Há um equívoco quando as
pessoas dizem: “Para que partidos? Para que votar com o partido?” Aliás, hoje o
eleitor, a sociedade tem razão quando diz: “Para que partido? Vou votar no
candidato A ou B”. Por quê? Porque os partidos estão fragilizados. É uma vergonha
o partido não ter força sequer para expulsar quem o está decepcionando, quem está
descumprindo regras, quem não está participando dos debates importantes para o
partido. Os partidos estão fragilizados. O meu partido, o PMDB, já expulsou um de
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seus membros. O membro que foi expulso entrou na Justiça, e a Justiça o devolveu
ao partido. Estou citando o exemplo do meu partido, mas isso deverá acontecer com
todos os outros partidos, porque o nosso sistema está fragilizado e não dá
segurança para ninguém.
O próprio Poder Judiciário tem dúvidas, assim como os partidos políticos, os
Prefeitos Municipais, as Câmaras Municipais, as Assembleias Legislativas. Nós
precisamos fazer esta reforma.
É claro que outras reformas são importantes, como a reforma da Previdência
Social, mas temos que discuti-la com a sociedade. Precisamos trazer os segmentos
aqui, para ouvi-los, e buscar o equilíbrio, para apresentar uma proposta que seja boa
para o País.
Temos também que fazer a reforma do sistema trabalhista brasileiro, outro
sistema atrasado, outro sistema ruim, também arcaico, um sistema que não dá
segurança nem para o trabalhador nem para o empregador. O País precisa retomar
o crescimento com mais investimento, com mais empresas participando. Temos que
ter a coragem de também buscar o equilíbrio nesse setor, de fazer a reforma
trabalhista.
Temos que fazer muitas coisas, temos que fazer muitas reformas, mas essas
que eu citei são as mais importantes.
Outra reforma que passa meio despercebida é a reforma do sistema tributário
brasileiro. Em média, a nossa carga tributária é equivalente a 38% do Produto
Interno Bruto, da nossa produção, das nossas riquezas. A nossa carga tributária
está entre as mais altas do mundo, além de ser complexa. Quem é contador sabe do
que estou falando. Não é fácil para um profissional da contabilidade, para um técnico
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de contabilidade ou contador, por exemplo — e isto serve para advogados também
—, acompanhar as mudanças do complexo e atrasado sistema tributário brasileiro.
Peço a esta Casa que tenha a coragem de fazer as reformas. Este País é
muito importante, é o quinto país do mundo em extensão territorial, é o País do
mundo com mais terras agricultáveis, é o País do mundo com mais reservas de água
doce, o que mais tem reservas florestais. O Brasil tem 8.500 quilômetros de costa
marítima, é o País do mundo que tem o maior número de recursos naturais, junto
com a Índia.
Moramos num país que causa inveja a qualquer país do mundo. No entanto,
por falta de coragem, especialmente das principais lideranças do nosso País — dos
Municípios, dos Estados, de todos os segmentos —, acabamos perdendo tempo,
aumentando a burocracia e sendo engolidos por outros países mais modernos.
Eu confio que faremos as reformas.
O Sr. Fábio Sousa, nos termos do § 2º do art. 18
do Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência,
que é ocupada pelo Sr. Bacelar, nos termos do § 2º do
art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Bacelar) - Concedo a palavra ao Deputado Misael
Varella.
O SR. MISAEL VARELLA (Bloco/DEM-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de parabenizar o nobre colega
Deputado Rodrigo Maia pela vitória na eleição para a Presidência da Câmara. A
conquista é o reconhecimento de seu empenho, habilidade e competência durante o
último semestre, quando ajudou a superar uma das piores páginas da história do
Poder Legislativo brasileiro. Estendo meus cumprimentos também aos demais
Deputados que irão compor a Mesa Diretora desta Casa, aos quais desejo sucesso
em suas funções nos próximos 2 anos.
O Congresso tem agora a oportunidade de construir um projeto cuja agenda
seja prioritariamente voltada à promoção da saúde, da educação, da segurança
pública e da igualdade e bem-estar sociais. Devemos ter cautela e bom senso para
avançar também, de maneira justa, nas polêmicas e necessárias reformas
trabalhista, previdenciária, tributária e política.
O momento é de celebração da continuidade de um bom projeto, porém sem
nos esquecermos de que o País precisar retomar a discussão sobre essas
importantes pautas para amenizar a crise, retomar o crescimento e devolver às
instituições políticas credibilidade e confiança junto aos brasileiros.
Nesta nova etapa, esperamos que a ética seja o norte de todas as ações,
especialmente com a continuidade da Operação Lava-Jato, um marco na busca pela
moral do nosso País.
Sr. Presidente, solicito que o meu discurso seja divulgado no programa A Voz
do Brasil e nos meios de comunicação desta Casa.
Tenho dito.
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O SR. PRESIDENTE (Bacelar) - Concedo a palavra ao Deputado Edmilson
Rodrigues.
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, uso a palavra para me solidarizar com a Guarda Municipal
de Belém, que há 2 anos espera que seja cumprido o plano de carreira, cargo e
remuneração. Recebe ainda o salário-base de 2015, quando já deveria estar em
vigor o salário de 2017. Além disso, trabalha em condições bastante precárias, sem
os equipamentos necessários para garantir a própria segurança.
Registro, então, a minha solidariedade à instituição. Espero que o Prefeito de
Belém tenha bom senso e sensibilidade e evite uma greve nesse setor. Belém hoje
já é, segundo alguns órgãos oficiais, a sétima ou oitava capital mais violenta do País
e, sem a corporação que garante a segurança do patrimônio e da sociedade, o caos
pode se instalar definitivamente.
Muito obrigado.
Viva a luta da Guarda Municipal!
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O SR. PRESIDENTE (Bacelar) - Concederei a palavra ao Deputado Flavinho;
antes, porém, concedo a palavra ao Deputado Davidson Magalhães, por 1 minuto.
O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, gostaria que meu discurso fosse dado como lido e que
recebesse ampla divulgação no programa A Voz do Brasil. Trata-se da saudação
que faço aos 100 anos de fundação da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna.
Essa foi a primeira unidade de saúde constituída no nosso Município e tem
prestado relevantes serviços na área, especialmente na alta e média complexidade.
A Santa Casa hoje está sob a direção do Dr. Eric Ettinger Júnior. Gostaria de
me congratular com todo o seu corpo técnico e administrativo, em nome do Dr. Eric
Ettinger Júnior. Hoje, o Hospital Calixto Midlej Filho faz mais de 6.500 cirurgias,
sendo esses procedimentos de alta e média complexidade, principalmente nas
especialidades de neurocirurgia, cardiologia, nefrologia e cirurgia vascular.
Portanto, parabenizo todos de Itabuna e da nossa região pela existência da
Santa Casa de Misericórdia de Itabuna.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Peço que o discurso de
S.Exa. seja divulgado pelos meios de comunicação da Casa e em A Voz do Brasil.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, cumpro com especial alegria a
saudação pelos 100 anos de criação da Santa Casa da Misericórdia de Itabuna, que
ocorreu no ultimo dia 28 de janeiro.
A Santa Casa foi fundada por iniciativa de 30 senhores, que se reuniram na
noite de 4 de julho de 1916, na residência do Monsenhor Moysés Gonçalves do
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Couto, diante dos diversos problemas sanitários existentes e em virtude das
condições precárias de saneamento, bem como das altas taxas de morbidade e
mortalidade. Então, esses senhores resolveram criar um hospital, deixando em
aberto a possibilidade de também atender a todas as obras de caridade.
No dia 28 de janeiro de 1917, toma posse a direção eleita, tendo como
primeiro provedor o Monsenhor Moysés Gonçalves do Couto, ficando esta data
como marco inicial da Santa Casa de Itabuna. Em 7 de setembro de 1922, é
inaugurado o Hospital Santa Cruz, atualmente conhecido como Calixto Midlej Filho;
em 7 de setembro de 1925, é inaugurado o Cemitério Campo Santo; e 29 de junho
de 1953 o Hospital Manoel Novaes é incorporado ao seu patrimônio.
Atualmente, sob a direção do provedor Dr. Eric Ettinger Júnior, o Hospital
Calixto Midlej Filho realiza 6.500 cirurgias e 5.000 internações ao ano e é referência,
na região, para procedimentos de alta e média complexidade em neurocirurgia,
cardiologia e hemodinâmica, nefrologia e cirurgia vascular.
Já o Hospital São Lucas, que atende exclusivamente ao usuário do Sistema
Único de Saúde, realiza 24.000 atendimentos e 1.600 internamentos. E o Hospital
Manoel Novaes tem capacidade para realizar 4.300 partos e a internação na UTI
neonatal de 1.500 recém-nascidos.
Nossos votos são os de que a Santa Casa da Misericórdia de Itabuna, hoje
patrimônio baiano, prossiga com crescente êxito na trilha que lhe traçou a sua
liderança, contribuindo com a saúde e a assistência da população itabunense.
Pela importância do tema, gostaria que este pronunciamento fosse divulgado
pelos meios de comunicação da Casa.
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Durante o discurso do Sr. Davidson Magalhães, o
Sr. Bacelar, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento
Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada
pelo Sr. Carlos Henrique Gaguim, nos termos do § 2º do
art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao
Deputado Flavinho.
O SR. FLAVINHO (Bloco/PSB-SP. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente,
nobres Parlamentares, amigos e amigos que nos acompanham pelos meios de
comunicação da Casa, venho a esta tribuna para fazer uma grave denúncia de
discriminação e de intolerância religiosa no nosso País. E falo a respeito de um ato
da mais alta autoridade do nosso País, o Presidente Michel Temer.
Há poucos dias, tivemos a triste notícia da indicação do Ministro Alexandre de
Moraes para a vaga do Ministro Teori Zavascki, que faleceu recentemente num
acidente aéreo. Recebemos notícias no sentido de que existiam vários nomes que
poderiam ser indicados pelo Presidente. Mas, tristemente, vimos de fato um ato de
intolerância religiosa.
Dentre os nomes, estava o do Dr. Ives Gandra Filho, um homem de notável
saber jurídico. Aliás, esta é a base para a indicação e para a escolha de um Ministro
do Supremo Tribunal Federal; pelo menos isso é o que nós e a população brasileira
esperamos de todos os nossos Ministros do STF e daqueles que são indicados.
Porém, foi amplamente divulgado que não só o Presidente Michel Temer, mas
também membros do STF — não citaram mais nomes — decidiram não indicar o
nome do Dr. Ives Gandra Filho porque ele é conservador, católico e defensor da
vida e da família. Por esses motivos é que disseram que não havia espaço para um
juiz da sua envergadura na Suprema Corte do nosso País. Isso é bizarro!
Além do mais, isso é uma agressão a mais de 150 milhões de brasileiros que
se declaram cristãos no nosso País, cidadãos que acreditam no valor da família
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tradicional, cidadãos que acreditam no valor da vida, inclusive no sentido
constitucional.
Então agora o Presidente do Tribunal Superior do Trabalho, porque é tido
como conservador, porque defende a vida e a família, não tem espaço na Suprema
Corte do nosso País, Deputado Júlio Delgado! Isso é uma afronta ao povo brasileiro!
Eu me sinto profundamente agredido com essa ação do Presidente Michel
Temer. Gostaria que o Presidente Michel Temer se lembrasse de algo que eu vou
dizer neste momento: o povo brasileiro não vai se esquecer disso.
Quer dizer então que se o indicado houver sido advogado de Eduardo Cunha,
que está preso, e de bandidos do Primeiro Comando da Capital — PCC, ele estará
gabaritado para ser Ministro da Suprema Corte do nosso País? Esse é o caso. No
entanto, se o indicado for alguém que defende a família tradicional, que defende a
vida, então ele não estará gabaritado para a Suprema Corte?
Infelizmente, o que nós vemos também na Suprema Corte é um esquerdismo
extremo, como nós vimos há pouco tempo nas ações do Ministro Luís Roberto
Barroso, querendo legislar. E digo isso com todo respeito institucional que tenho às
pessoas no nosso País, o que sempre demonstrei nesta Câmara, inclusive quando
falei com o Sr. Eduardo Cunha, então Presidente desta Casa, na época do
impeachment — e votei a favor do impeachment —, que também gostaria que o seu
processo andasse nesta Casa. E com todo o respeito o fiz, sem nenhum medo. E
digo ao Sr. Barroso: se o senhor quer legislar, que busque os votos para isso,
porque o STF não é lugar para o senhor legislar.
Nós é que somos os legisladores, sejamos nós de esquerda, de direita, de
extrema esquerda, extrema direita ou moderados. E esta Casa já legislou com
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relação ao aborto. Esta Casa já legislou com relação à família — o Estatuto da
Família foi aprovado nesta Casa. Que não venha agora um Ministro do Supremo
Tribunal Federal querer fazer o meu papel. Eu não estou fazendo o papel desses
senhores. Deixem-me fazer o meu, deixem-nos fazer o nosso.
Agora, foi sim um ato de discriminação religiosa, de intolerância religiosa o do
Sr. Michel Temer contra o Dr. Ives Gandra Filho, por ele ser católico, ser cristão, por
defender a família tradicional e por defender a vida.
Repito: Sr. Presidente Michel Temer, o povo brasileiro não se esquecerá
dessa sua atitude discriminatória e, ao meu ver, equivocada. O Supremo Tribunal
Federal e a população brasileira mereciam uma atitude da mais alta grandeza da
parte de V.Exa.
Porém, o Presidente Michel Temer definiu que era melhor se apequenar, ficar
acocorado diante de tantos corruptos que continuam querendo destruir o nosso
País. Ontem, por exemplo, mais uma vez esta Casa se acocorou diante da
corrupção, votando requerimento de urgência para que partidos políticos sejam
anistiados.
Minha gente, vamos criar vergonha na cara e dar um sinal de respeitabilidade
para com a população, vamos mostrar que nós estamos tentando tirar o País do
buraco, de fato! Não dá mais para o País ficar como está! Se não fizermos assim, o
que está acontecendo no Espírito Santo será pouco para o País. O caos já está
instalado. Eu quero fazer a minha parte e estou aqui para isso. Não estou aqui
amarrado com o partido, com a base do Governo, nem com ninguém. Meu partido
faz parte da base do Governo, e eu tenho total liberdade para dar o meu voto nesta
Casa. Se nós não cuidarmos da nossa ação legislativa, o nosso País vai continuar
caindo ladeira abaixo.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao
Deputado Jones Martins, por 1 minuto.
O SR. JONES MARTINS (Bloco/PMDB-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Deputado Carlos Henrique Gaguim, em 8 fevereiro de 1827, portanto, há
90 anos, nascia no Rio Grande do Sul a Rádio Sociedade Gaúcha. Em 1957, ela foi
adquirida pela família Sirotsky, que mantém a mantém em seu o patrimônio de
comunicação no Rio Grande do Sul até hoje. A família Sirotsky é proprietária da
RBS, o maior complexo de comunicação do sul do Brasil, e, entre as empresas da
RBS, está a Rádio Sociedade Gaúcha, que hoje completa 90 anos.
Quero neste espaço, Sr. Presidente, cumprimentar a família Sirotsky pelo
empreendedorismo na comunicação por todos esses anos e, mais do que isso,
ressaltar o papel relevante que a Rádio Sociedade Gaúcha tem desempenhado para
a democracia no Brasil e no Rio Grande do Sul.
A Rádio Sociedade Gaúcha é campeã de audiência. Em determinados
horários nem tem concorrência.
Eu quero, com isso, estender os nossos cumprimentos a toda a família
Sirotsky, a todo o grupo de funcionários da RBS, a todo o grupo de funcionários,
especificamente, da Rádio Sociedade Gaúcha, que faz dela uma vencedora em
audiência e, sobretudo, um importante meio de fortalecimento da nossa democracia.
Ali, faz-se jornalismo sério, com imparcialidade. A rádio tem espaço de
entretenimento, espaço para comentário esportivo, com ampla cobertura esportiva, e
noticiário autêntico, democrático.
Portanto, os nossos cumprimentos à Rádio Sociedade Gaúcha, do Rio
Grande do Sul.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Com a palavra o nosso
grande Líder, o Deputado Júlio Delgado.
O SR. JÚLIO DELGADO (Bloco/PSB-MG. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, primeiramente, não poderia deixar de me inscrever para fazer coro com
as palavras do Deputado Flavinho relativas à questão da urgência. Nós começamos
muito mal ao votar ontem aquela urgência, com a assinatura de todos os partidos,
com exceção do PSOL, devo ressaltar.
Estou inscrito para falar hoje no período das Breves Comunicações, se for
possível, para abordar um pouco outros temas com relação ao que está
acontecendo no início desta Sessão Legislativa.
Mas quero deixar muito clara aqui a minha posição, e a de outros Deputados
do PSB. Independentemente de qualquer matéria pautada para hoje que venha a
ser votada, a questão da anistia de processos a serem julgados por partidos
políticos, tirando do TSE a prerrogativa de investigação, é um absurdo! Começamos
muito mal, com o requerimento de urgência assinado para que todos os partidos
votem hoje essa matéria.
Fica a dúvida se isso vai ficar restrito ou não restrito. Quero deixar claro isso e
consignado, de antemão — depois talvez não possa ser registrado —, que o meu
voto será contrário.
Obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Pois não. Ficam registradas
as palavra do nobre Deputado Júlio Delgado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Antes de passar a palavra
ao Deputado Bacelar, concedo a palavra ao Deputado Arolde de Oliveira.
O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSC-RJ. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero me manifestar no mesmo sentido de outros que já o fizeram. A
votação de ontem da urgência do Projeto nº 4.424, de 2016, foi realmente muito
infeliz.
A votação ocorreu na primeira sessão legislativa, e era única votação do dia.
Eu mesmo votei pela urgência, mas não conhecia o teor da lei, talvez como
centenas de Deputados aqui.
Ao ler a matéria verifiquei que ela não tramitou corretamente, deixando de ser
votada na Comissão de Constituição e Justiça. Por conseguinte, é uma lei
inoportuna do primeiro ao último artigo e está incorreta, inclusive do ponto de vista
político neste momento.
Agradeço a oportunidade e deixo registrado inicialmente o meu manifesto
contra essa lei. Apenas voltarei a apreciá-la após a votação na CCJ.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Pois não, Deputado. As
palavras de V.Exas. serão registradas no programa A Voz do Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Concedo a palavra ao
Deputado Fábio Sousa.
O SR. FÁBIO SOUSA (Bloco/PSDB-GO. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, faço coro com as palavras dos meus colegas que me antecederam.
Ontem foi votada a urgência de um projeto cujo teor a maioria dos Deputados
não conhecia. Agora, ao conhecer o teor dele, evidentemente vamos nos posicionar
contra.
Esse projeto, que tira do TSE a capacidade investigativa contra partidos
políticos que porventura tenham cometido atos ilícitos nos seus financiamentos, é
extremamente absurdo.
Certamente vamos nos posicionar contra o mérito dele quando da discussão
no plenário. Repito, vamos nos posicionar contra!
Não tenho dúvida nenhuma de que os Deputados que ontem votaram a
urgência sem conhecer o teor do projeto vão se posicionar da mesma forma,
inclusive na hora da votação do mérito.
Agora é até interessante que se vote logo o mérito para que possamos rejeitar
a tal propositura, e aí não o discutiremos mais no decorrer deste ano.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Pois não.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Henrique Gaguim) - Tem a palavra o Deputado
Bacelar, do PTN da Bahia.
O SR. BACELAR (Bloco/PTN-BA. Sem revisão do orador.) - Deputado Carlos
Henrique Gaguim, que preside esta sessão, Sras. e Srs. Deputados, a Proposta de
Emenda à Constituição nº 287, de 2016, a famigerada PEC da Reforma da
Previdência, pretende, dentre outras providências, extinguir a aposentadoria por
tempo de contribuição diferenciado dos professores do ensino infantil, do ensino
fundamental e do ensino médio.
Atualmente, no Brasil, os professores dessas modalidades de ensino filiados
ao Regime Geral de Previdência Social se aposentam com 25 anos de serviço, se
mulher, e 30 anos, se homem, sem exigência de idade mínima para a
aposentadoria. Nos regimes próprios, eles precisam ter esse tempo de contribuição
e idade mínima de 50 anos para as mulheres e de 55 anos para os homens. Não é
uma aposentadoria especial, é uma aposentadoria por tempo de contribuição
diferenciado.
Pois bem, com essa nova medida, alteram-se totalmente essas regras, e cabe
a esta Casa discutir se é condizente, se vai ao encontro do interesse da Nação fazer
com que professores do ensino infantil, do ensino fundamental e do ensino médio
precisem ficar até os 70 anos de idade em sala de aula.
Nós sabemos as condições precárias a que os professores são submetidos
no Brasil.
Além do natural desgaste físico pelo uso excessivo da voz, por ficar muito
tempo em pé em sala de aula, nós temos o problema sério da desestruturação das
famílias brasileiras, o que faz com que os professores, na escola pública, sejam
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pais, mães, psicólogos, médicos, advogados, juízes de paz, enfim, assumam uma
série de atribuições que não lhes são inerentes.
Há também a grave questão do desgaste físico e da violência que impera nas
salas de aula. E estamos exigindo neste momento que os professores, que são
fundamentais para o desenvolvimento de uma nação, fiquem em sala de aula até os
70 anos de idade.
Esta Casa tem de tirar da reforma da Previdência a categoria dos
professores, que merece um estudo e um tratamento diferenciado. Sei que a nossa
Previdência precisa de ajustes, mas esses ajustes não podem ser feitos levando a
uma categoria fundamental para o desenvolvimento da Nação prejuízos dessa
espécie.
Se aprovada a reforma como está, significa que educadores que hoje estão
na ativa terão de trabalhar no mínimo 15 anos a mais, sobretudo as professoras,
que, pelas normas atuais, se aposentariam com 50 anos de idade. Essas
professoras terão que ficar em sala de aula até os 70 anos de idade.
Esta Casa precisa transformar em realidade o discurso que todos os 513
Deputados usam para dizer que a educação é prioridade no País. Se a educação for
prioridade neste País, nós temos que dar tratamento especial à categoria mais
importante do Brasil, que é a dos professores, e não condená-los a ficar até os 70
anos de idade numa sala de aula que não oferece a menor condição de trabalho,
num ambiente inóspito e, volto a dizer, altamente violento.
Quero aqui, mais uma vez, conclamar quem defende a educação para retirar
dessa malfadada PEC a categoria dos professores.
Obrigado, Presidente.
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PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Proposta de Emenda à Constituição
nº 287, de 2016, entre outras providências, pretende extinguir a aposentadoria por
tempo de contribuição diferenciado atualmente existente para a categoria
profissional dos professores do ensino infantil, fundamental e médio.
Atualmente, no Brasil, o professor filiado ao Regime Geral de Previdência
Social — RGPS que tenha exercido funções de magistério na educação básica pode
se aposentar com 25 anos de contribuição, se for mulher, ou 30 anos, se for homem.
Não há idade mínima nesse regime, diferentemente do professor vinculado aos
Regimes Próprios de Previdência Social — RPPS, que só pode se aposentar ao
completar 55 anos, se homem, e 50 anos, se mulher. O professor do RPPS, no
entanto, deve cumprir também o mesmo tempo de contribuição fixado para o
professor vinculado ao RGPS.
Assim, a aposentadoria concedida aos professores, embora por vezes seja
nominada de aposentadoria especial, jamais com ela poderia ser confundida. A do
professor é uma aposentadoria por tempo de serviço com critério de concessão
diferenciado.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, com o envio da PEC da Reforma para o
Congresso Nacional, a discussão a ser travada nesse ponto, durante a deliberação
da PEC, vai, inevitavelmente, abordar se se mantém válido e condizente o
fundamento para tratar distintamente a categoria profissional dos professores dos
ensinos infantil, fundamental e médio, em relação aos demais profissionais. Muito se
fala acerca da rotina fisicamente desgastante dos professores, que têm de intonar a
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voz e ficar de pé por longos períodos em sala de aula, para justificar esse critério
favorecido de aposentadoria.
Aprovar o texto da reforma da Previdência do jeito que está significa que os
educadores que hoje estão na ativa terão que trabalhar, no mínimo, 15 anos a mais,
sobretudo as professoras que pelas normas em vigor podem ir para casa aos 50
anos de idade. No caso dos homens, as mudanças podem obrigá-los a ficar em sala
de aula até mesmo depois de completarem 70 anos. É até difícil imaginar uma cena
dessas na educação básica. Chega a ser absurdo! Hoje, apenas os professores
acadêmicos conseguem chegar aos 60 ou 70 anos atuando. Se formos pensar no
futuro, a medida ainda irá desestimular os jovens a optarem pelo magistério.
Portanto, caros colegas, é importante excluir os professores da reforma da
Previdência, assim como foi feito com as Forças Armadas e as policiais. Esta PEC
demonstra o descaso do com o crescimento social e econômico do País, pois
sabemos que a educação é a chave que a abre as portas para todas as resoluções
dos problemas que enfrentamos. Basta olhar para os países desenvolvidos, em que
o investimento em educação é primordial. Não vamos deixar que isso afete ainda
mais a qualidade do ensino brasileiro.
Muito obrigado.
O Sr. Carlos Henrique Gaguim, nos termos do § 2º
do art. 18 do Regimento Interno, deixa a cadeira da
Presidência, que é ocupada pelo Sr. Ronaldo Martins, nos
termos do § 2º do art. 18 do Regimento Interno.
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Antes de passar ao Grande
Expediente, peço licença ao orador inscrito, Deputado Carlos Henrique Gaguim,
para dar 1 minuto aos dois Deputados que já se encontram junto aos microfones.
Com a palavra o Deputado Bohn Gass, por 1 minuto.
O SR. BOHN GASS (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Presidente, quero
dizer que nós estamos diante de uma situação gravíssima! É certo que estamos
diante de um mentiroso ou talvez de dois.
Sobre a reunião da cúpula do PMDB, em 2007, para indicar os cargos da
PETROBRAS, interrogado pelo Juiz Moro, o Presidente Temer disse: “Não estive na
reunião.” Só que ontem, quando o Cunha foi perguntado pelo Moro, ele disse: “Não,
o Temer estava lá!” Eu quero saber: quem mentiu — o Presidente Temer ou o
Cunha? Um é certo que mentiu. Talvez, os dois.
O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, acusa o Presidente do
PMDB, Senador Romero Jucá, o então Senador José Sarney e o Senador Renan
Calheiros de participarem de uma organização criminosa, de uma quadrilha, e usa
isso a partir da denúncia da gravação do Machado, que diz que eles queriam barrar
as investigações.
Precisamos de apuração e saber, de fato, se um mentiu ou se os dois
mentiram.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Lava-Jato apurou que, em 2007, a
cúpula do PMDB se reuniu para definir os nomes do partido na PETROBRAS.
Sobre essa reunião, o Juiz Sérgio Moro interrogou dois caciques: Cunha e Temer.
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Segundo o jornal O Globo de 9 de dezembro de 2016, Temer respondeu por
escrito e — abre aspas —: “negou que a reunião tenha acontecido”. Mas ontem, dia 7 de
fevereiro, chegou a vez de Cunha ser interrogado. Vejam só o que ele disse: "Michel
Temer participou, sim, da reunião e comunicou a nós o que havia acontecido".
Segundo a Folha de S.Paulo, “Cunha afirmou ainda que o atual Presidente
Michel Temer esteve em reunião com a bancada peemedebista, em 2007, para
definir indicações do partido à diretoria internacional da PETROBRAS”.
Este é o partido que hoje governa o Brasil.
Num dia, o Procurador-Geral da República acusa formalmente o Presidente do
PMDB, Romero Jucá, de, com Sarney e Renan, formar uma organização criminosa, uma
quadrilha.
No outro, o Brasil fica sabendo que o Presidente da República, Michel Temer,
mentiu descaradamente ao Juiz Sérgio Moro.
Ou será que foi Cunha quem mentiu à Lava-Jato? Sim, porque um deles mentiu
para a Justiça. Isso é inegável!
Lembro que Gandhi, certa vez, disse: “Assim como uma gota de veneno
compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda
uma vida.”
Bem, uma coisa é certa, senhores: o balde do PMDB está definitivamente
envenenado.
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Zé Geraldo, do PT do Pará, que disporá de 1 minuto.
O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero
deixar registrado aqui que o tempo da escravidão no País já passou. E essa
proposta de reforma da Previdência do Governo Michel Temer é escravizadora.
Este Governo não tem moral, não tem legitimidade para aprovar uma reforma
da Previdência neste Congresso Nacional, principalmente essa que está posta aí.
Portanto, quero propor à equipe do Governo, ao Presidente Michel Temer,
que retire do Congresso Nacional essa proposta de reforma da Previdência. O Brasil
vive um momento muito difícil, o povo brasileiro vive um momento difícil, e nós não
podemos discutir aqui essa reforma da Previdência escravizadora de Michel Temer.
Sr. Presidente, peço a V.Exa. que o meu pronunciamento seja divulgado nos
meios de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Deputado Zé Geraldo, V.Exa. será
atendido.
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Passo a palavra ao último inscrito,
porque já está na tribuna o orador do Grande Expediente.
Tem a palavra o Deputado Henrique Fontana, do PT do Rio Grande do Sul,
por 1 minuto.
O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero agradecer a V.Exa. e também ao Deputado Carlos Henrique
Gaguim a compreensão.
Falarei rapidamente neste 1 minuto de algo que voltarei a abordar da tribuna
desta Casa.
A decisão totalmente ilegítima de Michel Temer, indicando Alexandre de
Moraes, o seu Ministro da Justiça, para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal
Federal do nosso País, é um verdadeiro escárnio!
Alexandre de Moraes não tem nenhuma isenção para ocupar esta função,
que é das mais elevadas na magistratura do nosso País. Ele está sendo nomeado
por Michel Temer com o objetivo de dar andamento ao processo de proteção do
próprio Temer, de diversos seus Ministros e de muitos seus aliados.
Ele não estará no Supremo Tribunal Federal para substituir Teori. Ele estará
lá para pagar as contas a Michel Temer. Ele está sendo indicado como parte
daquele grande acordo no qual Romero Jucá falava no período em que se construiu
o golpe Parlamentar no Brasil.
O acordo era o de estancar a sangria, inclusive com intervenção no Supremo
Tribunal Federal, suprimir e procurar bloquear as investigações contra a corrupção
que estão em curso.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O Brasil precisa de outro perfil para ocupar a vaga de Teori Zavascki, de um
perfil semelhante ao de Teori Zavascki, não de um homem partidário, não de um
Ministro da Justiça do próprio Presidente Temer, que quer ser protegido.
O Brasil esperava pelo menos isso de Temer: que indicasse alguém de
caráter técnico, de conduta ilibada, que procurasse contribuir para estabilizar o
Supremo Tribunal Federal do nosso País.
Não esperávamos a indicação de um Ministro para o Supremo que irá
proteger interesses partidários do Presidente ilegítimo que quer proteger os seus
Ministros e a si mesmo.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Passo a palavra rapidamente ao
Deputado Afonso Hamm, que tem alguns convidados aqui no plenário.
O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente em exercício, Deputado Ronaldo Martins, agradeço a V.Exa. e a todos
aqui no plenário da Câmara dos Deputados a oportunidade de me pronunciar agora.
Tenho a satisfação em ter aqui no plenário, ao nosso lado, dois amigos: o
Prefeito Beto Bordin, que foi nosso assessor parlamentar aqui em Brasília, colaborou
conosco durante 2 anos, hoje é Prefeito de Jacutinga, no Rio Grande do Sul, e,
inclusive assumiu a Presidência da Associação de Municípios do Alto Uruguai —
AMAU. Estão aqui também o Vereador Marcio Sommer, que representa o Poder
Legislativo do Município de Jacutinga, e o jovem Prefeito de Charrua, Valdésio
Roque Della Betta.
Outros Prefeitos do nosso Estado, o Rio Grande do Sul, daquela região, estão
fazendo uma manifestação pelo bom trabalho e pela boa política. Assumimos esse
compromisso.
Sr. Presidente, peço que meu pronunciamento seja divulgado no programa A
Voz do Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Com a concordância do orador que
está na tribuna, concederei a palavra a mais dois Deputados.
Tem a palavra o Deputado Lincoln Portela.
O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PRB-MG. Sem revisão do orador.) -
Obrigado, Sr. Presidente Deputado Ronaldo Martins. Agradeço também ao orador
que está na tribuna, nosso Governador Carlos Henrique Gaguim.
Quero dizer que estamos tendo uma manifestação em frente à Câmara dos
Deputados, na parte de cima, com dois caminhões e duas tendas armadas de todas
as polícias do nosso Brasil.
Estão lá agentes penitenciários, que querem ser transformados em Polícia
Penal; temos também as Guardas Municipais; a Polícia Federal; a Polícia Rodoviária
Federal; a Polícia Militar; os Bombeiros; a Polícia Civil. Todas as polícias brasileiras
são contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 287, de 2016, no modelo em
que ela se encontra.
O modelo em que ela se encontra vai arrebentar as polícias brasileiras, os
familiares das polícias brasileiras, as viúvas. A expectativa de vida dos policiais não
é a mesma expectativa de vida de um cidadão comum. É preciso mudar essas
coisas.
Somos contra o modelo da PEC 287! É preciso mudar, para termos um Brasil
melhor!
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Quero me somar ao
pronunciamento de V.Exa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Concedo a palavra ao Deputado
João Campos, último orador do Pequeno Expediente. Na sequência, iniciaremos o
Grande Expediente.
O SR. JOÃO CAMPOS (Bloco/PRB-GO. Sem revisão do orador.) - Agradeço
ao Deputado Carlos Henrique Gaguim, meu irmão tocantinense, a tolerância.
Quero apenas corroborar que, de fato, nós vivemos um momento de unidade
das polícias do Brasil: a Federal, a Rodoviária Federal, a Civil, a Militar, o Corpo de
Bombeiros, a Penitenciária, a Legislativa.
Nós queremos que a reforma da Previdência dê tratamento à categoria
policial, como ocorre em todo o mundo, estabelecendo requisitos e critérios
diferenciados para quem trabalha em atividade de risco.
As polícias do Brasil estão em guerra constante. Mata-se 1,6 policial por dia
no Brasil! Não é possível que o Governo dê a essa categoria tratamento igual ao
dado a todo e qualquer servidor público.
Estou dialogando com o Governo, com o Ministro da Justiça. Já dialoguei com
o Relator da Comissão nesta Casa. Estou convencido de que vamos chegar a bom
termo, porque isso é sensato. Mas os policiais estão se posicionando.
Muito obrigado, Deputado Gaguim, pelo seu carinho com a segurança pública
do Brasil e, especialmente, com este Deputado.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Parabéns, Deputado João Campos!
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Passa-se ao
V - GRANDE EXPEDIENTE
Concedo a palavra ao Sr. Carlos Henrique Gaguim, do PTN de Tocantins.
V.Exa. disporá de até 15 minutos.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM (Bloco/PTN-TO. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, nobres pares, eu ia fazer um discurso sobre o meu Estado,
mas a preocupação com a segurança pública no Brasil, especialmente em
Tocantins, é muito grande.
Nós temos no Tocantins uma das melhores polícias do Brasil. Ela atende a
nossa comunidade, que está bem servida. Mas é preciso, sim, que o Governo
Federal ajude os Governos dos Estados na questão da segurança pública, a Polícia
Militar, a Polícia Civil, a Polícia Federal.
Nós estamos presentes. Nosso partido tem o Deputado Alexandre Baldy
como Presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime
Organizado. Nós também representamos a Região Norte na questão da segurança
pública. Estamos preocupados com essa questão e estamos trabalhando para
arrumar um denominador comum que possa dar mais segurança à população.
Sr. Presidente, também gostaria de conclamar os Líderes dos partidos, o
Presidente desta Casa, Deputado Rodrigo Maia, para que, junto ao Governo
Federal, possamos fazer a liberação das emendas de 2016 de todos os
Parlamentares, independente de questão política.
Peço que todas essas emendas sejam pagas este ano, para que possamos
fazer o pagamento das emendas dos Parlamentares aos Prefeitos, que nos cobram,
pois eles são cobrados pela sua comunidade.
Nas eleições houve mais de 60% de renovação das Prefeituras. Essas
emendas precisam ser colocadas no planejamento e ser executadas pelos Prefeitos.
As Prefeituras do País estão quebradas!
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Faço uma sugestão ao Governo Federal, ao Ministro do Planejamento,
Desenvolvimento e Gestão — tocantinense, do meu Estado — para que possam
fazer uma reengenharia, para que usem o dinheiro da repatriação, do REFIS, para
que liberem dinheiro para as Prefeituras através de nossas emendas impositivas
este ano ainda, para que comecem a pagar as de 2017 este ano. Há emendas de
2013, de 2014 ainda!
Isso é um absurdo! Há obras paradas com dinheiro público em creche,
colégio, ginásio. Isso é um desperdício. Nós não podemos causar desperdícios.
Estou passando uma sugestão para o Governo Federal também para
desburocratizar este País. Ninguém aguenta mais a burocracia. Nada anda. O
processo de uma licitação demora 1 ano. O dinheiro para a construção da Ponte de
Xambioá está em caixa há 1 ano e 3 meses, são recursos de emenda impositiva que
conseguimos no Orçamento para todos os Estados do Brasil.
Eu tive a oportunidade de ser relator da matéria. Consegui isso juntamente
com a bancada da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização
— CMO e não foi pago um centavo. Nós colocamos num outdoor: “Vai sair!” E hoje
na minha cidade de Xambioá as pessoas pensam: “Não, Gaguim, não saiu nada”.
Isso acontece não só no meu Estado, mas em vários Estados.
Por isso, nas pesquisas, o nosso índice de aprovação é muito baixo na
questão de planejamento. Como administrador, eu tenho um projeto de lei para que
todas as Prefeituras do Brasil possam ter em seus quadros um administrador para
sentar com os administradores e fazer um planejamento para não deixar as verbas
irem embora, para que as construções, os projetos possam ser aproveitados pelo
bem da comunidade, que paga seus impostos.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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Sr. Presidente, por isso, nós estamos reafirmando o nosso compromisso com
minha bancada de Tocantins. Eu gostaria de parabenizar os três Senadores do meu
Estado e os oito Deputados Federais, nos quais eu me incluo, que têm trabalhado e
se dedicado 24 horas nesta Casa.
Já o Prefeito da capital do meu Estado — eu sou o culpado em ter o colocado
como candidato à época — chegou lá de paraquedas. O cidadão esta semana foi
aos meios de comunicação lá do meu Estado dizer que os Deputados Federais de
Tocantins não trabalham, que os Deputados Federais do Brasil não trabalham, que
os Deputados Estaduais não trabalham e que os Vereadores não trabalham.
Gostaria, Sr. Prefeito, de lhe mandar um recado: você está equivocado. Os
recursos, as verbas que estão indo para o Estado são fruto de um trabalho da
bancada federal, dos Prefeitos e de todos os Parlamentares. Nada funciona sem a
política. Eu dou valor ao político. Eu sei o quanto o político se dedica ao seu Estado.
Aqui nesta Casa há homens e mulheres valorosos que trabalham, sim, em
Ministérios, com projetos, atendendo à população, levando aos altos rincões deste
Brasil os recursos oriundos de Brasília. Não é culpa do Deputado, é culpa de um
processo que estamos melhorando a cada dia, para que possam chegar à
sociedade esses benefícios.
Também quero dizer que, Sr. Prefeito, em um levantamento que fiz, a cidade
de Palmas, capital mais jovem deste País, com apenas 260 mil habitantes tem 33
Secretarias! Ele aumentou mais umas 10 agora. A cidade de Palmas tem 33
secretarias, meu povo do Tocantins e do Brasil. A cidade de São Paulo tem 25
Secretarias e quase 10 milhões de habitantes — e Palmas tem 260 mil habitantes. A
cidade do Rio de Janeiro tem 15 Secretarias, sendo 20 vezes Palmas.
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Então, Sr. Prefeito, quando você falar de algum Parlamentar, olhe primeiro o
que está fazendo na cidade, que cobra uma das maiores taxas deste País. Essa
cidade não foi construída para cobrar altos impostos, mas para acolher cidadãos e
cidadãs do mundo inteiro, do Brasil inteiro, com carinho e com respeito. Muitos
nordestinos, paraenses, tocantinenses deixam as suas cidades e vão para o Estado
de São Paulo, para diversas cidades deste País e são bem acolhidos. Nós não
vamos deixar você fazer com o Estado do Tocantins o mesmo que está fazendo com
a cidade de Palmas, não, porque o povo do Tocantins vai saber dar o retorno na
hora em que você bater às portas dele.
Sr. Presidente, nós também estamos aqui com o projeto das ZPEs, que até
agora está parado na Comissão de Constituição e Justiça. Essa ZPE compreende
20 Estados, e vamos pedir ao futuro Presidente da Comissão de Constituição e
Justiça e ao Ministro da Indústria e Comércio que voltem as ZPEs.
No meu Estado, em Tocantins, existe uma ZPE pronta aguardando as
grandes empresas para gerar emprego e renda. No Piauí, existe a ZPE Paranaíba; o
Mato Grosso tem a sua ZPE; o Pará tem a sua, que está precisando de incentivo
para a que o País volte a crescer, gerando emprego e renda. Esse é nosso objetivo.
Portanto, Sr. Presidente, vamos cobrar isso.
Há 2 anos, tento falar no Grande Expediente e hoje tive a oportunidade de ser
sorteado. Por várias vezes participei do sorteio, mas não conseguia falar, e hoje foi a
minha oportunidade.
Já estou quase encerrando, mas eu não poderia deixar de dizer que pedi ao
Presidente da Casa, meu querido Presidente Deputado Rodrigo Maia, para
tratarmos da questão das passagens aéreas.
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É um absurdo o que essas empresas estão fazendo com o contribuinte, com
o cidadão brasileiro! Eles fazem essas promoções, colocam à venda passagens de
ida e volta para São Paulo ao preço de 300 reais e pegam o dinheiro do povo para
abastecer seus caixas.
Quando o cidadão precisa remarcar a passagem, ele vai pagar
aproximadamente 2 mil reais; quando precisa comprar uma passagem em cima da
hora, por conta da morte de um ente querido ou para uma visita inesperada, ele vai
pagar 2 mil reais por uma passagem que é comprada a 300 reais.
O preço de uma passagem de Brasília a Palmas, ida e volta, chegou a quase
3 mil reais! Este é o preço de uma passagem a Miami, ida e volta!
Sr. Presidente, Deputado Rodrigo Maia, esta Casa precisa tomar uma atitude!
Há um projeto nosso na Casa, já houve várias reuniões em que estiveram presentes
representantes da TAM e da GOL, mas foi só enrolação. Eles falam que vão resolver
e não resolvem nada. Vamos dar a nossa contribuição para que as taxas de
embarque tenham seus preços reduzidos, assim como o preço das passagens.
O Sr. Danilo Forte - Permite-me V.Exa. um aparte?
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Pois não, Deputado Danilo Forte.
O Sr. Danilo Forte - Deputado Carlos Henrique Gaguim, eu gostaria de
parabenizá-lo pela iniciativa e coragem de trazer à tribuna deste plenário temas tão
relevantes para o Estado do Tocantins, como a questão da infraestrutura — pelo
qual V.Exa. trabalha. Acompanhei isso na Comissão Mista de Orçamento, quando
éramos membros —, como a questão que diz respeito ao direito do consumidor e
temas que são importantes para o dia a dia e para o crescimento e desenvolvimento
do Estado, que é o mais novo da Federação e tem um potencial fantástico. Inclusive
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V.Exa. teve a honra de conduzi-lo quando foi Governador. Foi muito importante todo
esse conhecimento que V.Exa. adquiriu à frente do Executivo estadual, o que faz
com que nós possamos trazer para esta Casa também os temas que são
importantes para todo o Brasil. Nós do Nordeste hoje estamos aflitos com a situação
da não conclusão da transposição do São Francisco, que tem feito com que o
Estado do Ceará pague um preço muito caro. Faltam apenas 8% para concluir a
obra. Isso coloca em risco inclusive o abastecimento de água na região
metropolitana de Fortaleza, onde 3 milhões e meio de pessoas poderão sofrer muito
com a ausência do precioso líquido. Ao mesmo tempo, esperamos que esse entrave
das obras estruturantes do País possa ser superado, porque é inclusive um fator
determinante para a geração de emprego. Um país que precisa sair da crise
econômica, um país que precisa reconstruir uma geração de emprego forte, para
sair desse número aviltante de mais de 12 milhões de brasileiros que estão
desempregados, precisa apostar prioritariamente nas obras estruturantes. Por isso,
eu lhe parabenizo por cuidar do seu Tocantins e nos ajudar a cuidar do Brasil.
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Concedo um aparte ao Deputado
Vitor Valim.
O Sr. Vitor Valim - Deputado Carlos Henrique Gaguim, vou usar só 10
segundos para não atrapalhar muito o pronunciamento de V.Exa. Em primeiro lugar,
quero parabenizá-lo pela conduta nesta Casa. V.Exa. é um dos Deputados mais
presentes, tanto nas Comissões, como em plenário. Essa é uma justiça que eu
tenho que fazer até com o povo do seu Estado. Eu quero me solidarizar com V.Exa.
sobre uma das coisas que trouxe a essa tribuna. Estou junto com V.Exa. para, na
Comissão de Defesa do Consumidor, convocar tanto as companhias aéreas e a
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ANAC, que tem a obrigação de regularizar o mercado. Vem acontecendo uma
desordem completa nessas companhias no tocante a overbooking, atrasos e
cancelamentos, e poucas pessoas como V.Exa. levantam a voz nesta Casa em
defesa do consumidor. Então, não há o desenvolvimento de um Estado sem rotina,
sem voos periódicos para os Estados, para as cidades, Governador. Assim, eu
queria fazer o registro de que, infelizmente, as companhias não têm uma sequência
de voos para cada Estado. Há cancelamentos e remarcações de voos, além de um
aumento das passagens. Por isso tudo, estarei junto a V.Exa. na Comissão de
Defesa do Consumidor, para fazer coro com as suas palavras e convocar as
companhias. Muito obrigado.
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Concedo um aparte ao Deputado
Edmilson Rodrigues.
O Sr. Edmilson Rodrigues - Deputado Gaguim, eu quero me somar a V.Exa.
e propor que comande um requerimento para realizarmos aqui, quem sabe, uma
grande audiência, uma reunião geral, convidando as autoridades, particularmente a
ANAC, para debatermos o problema. Eu sou de Belém. Amanhã é um dia em que eu
teria compromisso à noite, mas vou chegar lá depois da meia-noite, porque ou eu
saio no final da tarde, ou às 13 horas, quando ainda há sessão. Vários voos foram
suspensos. Além de voar ser caro, há voos em número insuficiente, de modo que
nós estamos totalmente submetidos à vontade das grandes empresas. A ANAC tem
que cumprir o seu papel. Ela é uma agência de regulação, de controle. Então, é
importante que esse debate seja iniciado e não se limite ao mero discurso. Nós
podemos divergir em muitas coisas, mas V.Exa. tem como característica certo grau
de pragmatismo. Para certas coisas, o debate não pode ser ideológico. Tem que
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haver uma solução, porque o brasileiro está perdendo o direito de ir e vir. Eu concluo
agradecendo o aparte a V.Exa. e parabenizando-o. Para se ter uma ideia, há 2 ou 3
meses, se eu quisesse alterar minha passagem de volta para Belém por mudança
no horário das sessões, eu pagava 200 reais, 300 reais, 400 reais. Agora, tenho que
pagar 2 mil reais ou mais pelo mesmo trecho. A inflação não subiu tudo isso. Eu não
sei o que subiu em termos do leasing que as empresas fazem em relação às
produtoras das aeronaves, mas é importante nós nos assenhorarmos. O que não dá
é para haver abusividade de preço. Algumas empresas não estão nem sequer
servindo lanche, e nós temos que nos submeter aos horários que convêm às
empresas e não ao povo do Brasil, que tem que se movimentar. São pessoas que
vão a congressos, Deputados, Senadores, empresários, gerentes e executivos.
Inclusive, sob esse ponto de vista, há prejuízo econômico. Por isso, nós também
temos que debater. Muito obrigado.
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Quero agradecer as palavras dos
Deputados Danilo Forte, Vitor Valim e do nosso Prefeito. Essa questão das
passagens é uma vergonha. No ano passado e no ano retrasado, fizemos
audiências públicas. A Gol e a TAM vieram, mas foi só enrolação. Houve até
Deputados tentando defender, mas é indefensável a roubalheira, a pouca vergonha
que é essa questão das passagens.
Nos Estados Unidos ou na Europa, quando se compra passagem de última
hora, há um desconto de 70% a 80%, porque o avião está com assentos vagos. Aqui
não, se for de última hora, pagam-se 1.000% a mais. Não existe explicação. Não
existe justificativa para essa questão.
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Falando a respeito disso na Câmara, essa questão é mais absurda ainda,
porque aqui as passagens são compradas praticamente à vista. Tudo que é
comprado à vista tem desconto. Isso é dinheiro público. Isso é dinheiro do cidadão.
Isso é imposto do cidadão que trabalha 24 horas.
Sem falar que cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro têm gente do Brasil
inteiro, e todos os dias morre gente do Brasil inteiro, no mundo inteiro. Essas
pessoas têm que se deslocar para acompanhar o falecimento do pai, do irmão, da
filha. Quem, se morrer o pai, não vai ao enterro? Arruma-se dinheiro de qualquer
jeito e paga-se uma passagem.
De Brasília a Manaus, a passagem custa 3 mil reais. A pessoa já está em
dificuldade. Se ela for de carro, quando chegar lá, o velório já passou, uma vez que
as famílias não têm condição de fazer um bom embalsamento, um bom tratamento
para o corpo aguentar mais. Aquela pessoa não consegue ver o seu ente querido
por falta de respeito dessas empresas áreas com o povo brasileiro.
Então, o que nós temos que fazer? Já conversei com o Presidente Rodrigo
Maia. Esta foi uma das propostas que pedi a ele na sua eleição. Ele falou: “Gaguim,
vamos dar uma olhada. Temos que fazer isso mesmo. Temos que arrumar uma
solução. Tem que baixar esses preços. Tem que baixar as multas”. Está no meu
projeto, já passou nas Comissões, que, se a pessoa não consegue pegar o avião,
paga 5% do valor, e não 1.000%, quando perde o voo ou quando tem que antecipá-
lo.
Sr. Presidente, concluo falando do meu Estado e da rodovia Belém-Brasília.
Há 2 anos, foi feita a licitação para duplicação do trecho que liga o Estado de Goiás
ao Tocantins, começando em Uruaçu, Jaraguá e indo para o norte do nosso Estado,
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até Estreito. E foram licitados até Aliança seiscentos e poucos quilômetros de
duplicação. Os estudos foram feitos. Quando Governador, começamos esse projeto.
Agora, o Governador Marcelo Miranda deu continuidade às negociações com
o Governo Federal para duplicar esse trecho da Ferrovia Norte-Sul. A empresa que
ganhou a licitação, a OAS, está na Lava-Jato. Já estive conversando com o Ministro.
Vamos arrumar um jeito de passar esse projeto, que já foi contratado, para outra
empresa. Vários Prefeitos ficaram ansiosos. Fizeram toda uma logística. O povo do
meu Estado, do Pará, do Mato Grosso, do Maranhão e do Piauí está ansioso.
Morrem milhares e milhares de pessoas nessa rodovia, que é muito perigosa, que
precisa muito dessa duplicação que está parada. E ninguém faz nada! É só
enrolação! Vamos acelerar o Brasil!
Quando fui Governador, o nosso lema era: Acelera, Tocantins! Vamos
acelerar este País!. O povo está precisando de desenvolvimento.
Vamos votar o Projeto da Terra para estrangeiros, americanos, alemães, todo
o povo do Brasil, mas preservando o Brasil, nossos empregos, fazendo uma
logística que possa atender ao emprego e ao desenvolvimento. Não é apenas
entregar para os americanos nossas riquezas e terras, não. Queremos, sim, fazer
um desenvolvimento sustentável, principalmente preservando o meio ambiente, o
que é de fundamental importância para as futuras gerações.
Concedo um aparte ao Sr. Deputado Bacelar. Depois, para o Deputado
Orlando Silva, que queria falar.
O Sr. Bacelar - Deputado Carlos Henrique Gaguim, quero parabenizar V.Exa.
pelo seu pronunciamento e dar um testemunho do seu modo acelerado de defender
o Estado do Tocantins e a bela e mais jovem capital brasileira, a cidade de Palmas.
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Quero dizer que V.Exa., na defesa dos interesses do Estado do Tocantins, tem sido
um exemplo para toda esta Casa. Parabéns! Parabéns ao povo do Tocantins, por ter
escolhido V.Exa. como representante!
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Eu é que agradeço, meu querido
Deputado, grande representante da nossa querida Bahia — Estado das maiores
riquezas deste País.
O Sr. Orlando Silva - Deputado Carlos Henrique Gaguim, Governador
Gaguim, quero cumprimentá-lo pela manifestação entusiasmada. Conheço V.Exa.
há bastante tempo, acompanhei o seu esforço como Governador do Estado do
Tocantins e acompanho a sua dedicação nesta Casa, bem representando o
interesse do seu Estado. V.Exa. é defensor do Parlamento, das prerrogativas dos
Parlamentares. Apenas quero cumprimentá-lo, Governador, pela sua manifestação,
e fazer um pedido de reflexão, para que V.Exa. se some aos Deputados e
Senadores que vão se levantar em defesa dos direitos previdenciários dos
trabalhadores e trabalhadoras do Brasil, que correm sérios riscos, em função da
proposta equivocada apresentada por parte do atual Governo. Ao tempo em que
cumprimento o amigo Carlos Henrique Gaguim, quero instá-lo a fazer uma reflexão e
se somar aos trabalhadores e trabalhadoras do Estado de Tocantins em defesa dos
seus direitos. Parabéns!
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Agradeço as palavras do meu
querido Ministro Orlando Silva.
Concedo um aparte ao Deputado Ezequiel Teixeira, do nosso grande Rio de
Janeiro.
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O Sr. Ezequiel Teixeira - Governador Carlos Henrique Gaguim, parabéns!
Neste momento, quero me somar aos colegas, a V.Exa. e a esses lindos
pronunciamentos de pessoas que são sensíveis às necessidades do povo, como
V.Exa. tem sido sensível à necessidade do povo de Tocantins. Que Deus o abençoe
e que V.Exa. verdadeiramente possa continuar com essa sensibilidade no seu
coração! O Brasil precisa de Parlamentar assim, que defenda a sua terra, defenda o
seu povo, defenda os bons ideais para esta Nação. Parabéns!
O SR. CARLOS HENRIQUE GAGUIM - Eu que agradeço.
Mais uma vez, peço aos Deputados que falem com os seus Líderes e peçam
a eles, junto ao Presidente desta Casa e junto aos Ministros dos órgãos, a liberação
das nossas emendas de 2016 até junho e o pagamento das emendas de 2017 este
ano ainda, para levarmos desenvolvimento para o País, para os nossos Prefeitos e
para a nossa comunidade, porque lá das Prefeituras, na base, que nos colocam aqui
como representantes.
Muito obrigado ao meu querido Presidente. Muito obrigado à minha bancada
do PTN e a todos os Parlamentares desta Casa, que têm trabalhado 24 horas. Eu
sou testemunha disso e sou um defensor dos Parlamentares.
Muito obrigado pelo carinho.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Esta Presidência parabeniza o
Deputado Carlos Henrique Gaguim pelo seu pronunciamento.
PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje venho a esta tribuna relatar que
o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes — DNIT realizou, dia 17
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de novembro, às 9 horas da manhã, a licitação de contratação da Empresa para a
Elaboração dos Projetos Básico/Executivo e Execução das Obras da Ponte
Rodoviária sobre o Rio Araguaia, na rodovia BR-153/TO/PA, a nossa Ponte de
Xambioá.
Foi um longo caminho percorrido para que esse sonho da construção da
Ponte de Xambioá saísse do papel e iniciasse esse projeto. Teremos um grande
avanço logístico com esta obra para o nosso Estado do Tocantins, para o Estado do
Pará, assim como para a região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e
Bahia).
Trabalhei muitas horas por dia para que a Ponte de Xambioá saísse do papel
e agora estou feliz, pois, o Tocantins, enfim, possuirá uma logística muito mais eficaz
na distribuição e no escoamento de nossa produção.
A caminhada começou em 2010, quando era Governador do Estado do
Tocantins, defendendo, à época, essa construção junto à bancada tocantinense.
Em 7 de julho de 2015, já como Deputado Federal, apresentei emenda de
texto nº 30680008, na Lei de Diretrizes Orçamentárias — LDO, para tornar prioritária
uma proposta de cada bancada estadual, no anexo de metas e prioridades, cujo
texto de minha autoria foi incluído no art. 68 da Lei nº 13.242/15 (LDO – 2016).
Em 10 de julho de 2015, apresentei junto a Comissão Mista de Orçamento —
CMO emenda de inclusão de meta nº 30680001, para a construção da Ponte de
sobre o Rio Araguaia em Xambioá.
Em 24 de julho de 2015, nós membros da bancada de Tocantins, sob a minha
coordenação, priorizamos a construção da Ponte de Xambioá na LDO, como obra
estruturante a ser realizada prioritariamente.
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Em 6 de agosto de 2015, fui designado Relator da PEC 02, de 2015, de
autoria do Deputado Hélio Leite, do DEM do Pará, que torna obrigatória a execução
das emendas coletivas. Enfim podemos tornar as emendas de bancada, também,
emendas impositivas. Tive a felicidade de apresentar esse parecer, que, inclusive,
foi aprovado pela Comissão e agora depende da aprovação do Plenário.
Continuando a minha luta, em 31 de dezembro de 2015, na Seção I das
programações prioritárias sujeitas ao regime que trata o art. 68 da Lei Orçamentaria
Anual — LOA, conseguimos, enfim, que a ponte de Xambioá fosse incluída no
Anexo VII de prioridades e metas na Lei nº 13.242/15.
Então, diante disso tudo, digo com muita alegria que a Ponte de Xambioá
enfim vai sair do projeto e virar uma realidade.
Lembro-me, desde quando fui Governador, quando tentei de todas as formas
viabilizar a construção da Ponte de Xambioá, fui várias vezes para Brasília tentar
desenrolar a burocracia que prendia a liberação desses recursos.
Agora, como Deputado Federal, incluí a construção desta ponte na LDO de
2015 na tentativa de desenrolar esta obra tão importante.
Como Governador, pude conhecer a dificuldade de atendimento das emendas
de bancada e, por isso, além de apresentar a proposta na LDO que mudou a lei
orçamentária para garantir uma obra estruturante para cada estado, ainda tive a
oportunidade de ser Relator de PEC 02/2015, que vai garantir as emendas de
bancada também impositivas dentro do Orçamento.
A Ponte de Xambioá será construída no trecho da BR-153, que ligará várias
estradas nos Estados do Pará e Tocantins. Hoje, essa travessia é feita por balsas
dificultando o escoamento da produção estadual.
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A BR-153 é considerada o principal eixo de escoamento da produção
agropecuária das regiões de produção do Tocantins e do Para e essa construção da
Ponte de Xambioá irá otimizar os custos com o transporte dos veículos que trafegam
rumo a destino como, as regiões: Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, além de
permitir a integração multimodal da ferrovia Norte-Sul e a Hidrovia Tocantins-
Araguaia.
Quando conseguimos uma obra dessa magnitude para o Tocantins, é uma
certeza de que todo esse esforço valeu muito a pena!
Por dias assim é que trabalho diuturnamente, pois continuo acreditando na
política, continuo acreditando no Brasil. E fiquem sabendo que eu não vou desistir
de tentar levar desenvolvimento, emprego, educação, saúde e segurança para o
Tocantins.
Aproveitando o ensejo, informo que apresentei requerimento junto ao Ministro
da Integração Nacional, Helder Barbalho, para a construção de mais duas pontes
para o nosso Estado do Tocantins: a Ponte de Filadélfia/Carolina sobre o Rio
Tocantins e a Ponte de Caseara sobre o Rio Araguaia, que interliga o Tocantins ao
Estado do Pará.
Venho, agora, falar da Zona de Processamento de Exportação — ZPE de
Araguaína. O Projeto de Lei nº 5.957, de 2013, foi aprovado pela CCJ e já está
pronto para ser votado em plenário.
Esta ZPE de Araguaína já está parada há mais de 25 anos. Precisamos criar
meios para que os projetos importantes para o nosso Estado saiam do papel. Estou
acompanhando dia e noite o projeto que, enfim, agora, está para a votação. A
finalidade da ZPE de Araguaína é a redução de desequilíbrios regionais e a criação
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de novos empregos. A região de Araguaína necessita desse incentivo para o seu
desenvolvimento econômico. Não tenho dúvida de que conseguiremos atrair
investimentos estrangeiros, aumentar a competitividade, desenvolver o parque
tecnológico da região e fortalecer a economia local.
Já em relação à saúde, o Projeto nº 4.292, de 2016, de minha autoria, propõe
alterar a Lei n.º 12.715, de 17 de setembro de 2012, para ampliar o limite de
dedução no imposto sobre a renda devida de valores correspondentes a doações e
patrocínios no âmbito do Programa Nacional de Apoio à Atenção Oncológica —
PRONON, pois acredito na obtenção de melhoria significativa nos processos de
tratamento de câncer (Plano de Atenção Oncológica), por meio da captação de
recursos e do investimento em prevenção, diagnóstico precoce, assistência,
programas e projetos relacionados a transplante de medula óssea e sangue de
cordão umbilical, cuidados paliativos e pesquisa realizados pelos Estados e
Municípios do País.
A promoção de ações estratégicas para a prevenção e o controle do câncer
em benefício da sociedade envolve muitos órgãos governamentais e não
governamentais, com ou sem fins lucrativos, que apoiam todas as atividades do
Programa Nacional de Controle do Câncer e prestam consultorias para os melhores
encaminhamentos de tratamento do câncer, que é considerado um problema de
saúde pública em todo o mundo e cuja incidência cresceu 20% na última década.
No Brasil, o câncer é a segunda causa de morte por doença. A estimativa
para 2016 é de 596 mil novos casos no País. Segundo a Organização Mundial da
Saúde — OMS, a expectativa para 2030, em todo o mundo, é de 27 milhões de
novos casos e 17 milhões de óbitos. Os países em desenvolvimento serão os mais
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afetados, incluindo o Brasil. A doença é uma das grandes preocupações mundiais
em políticas de saúde.
Frente a esse cenário, é fundamental a participação de toda a sociedade no
combate ao câncer.
Outro assunto que é uma meta pessoal e que tenho como prioritária é a
desburocratização da gestão pública. Sou administrador e como empresário me
qualifiquei para administrar meus negócios profissionalmente. Não tenho dúvidas de
que, quando existe uma preparação adequada para qualificar o gestor, os resultados
são alavancados de forma notória.
Vejo, atualmente, que a gestão nas empresas privadas é muito mais
profissional e eficiente do que a gestão pública, não só no Brasil, mas no mundo,
também. Precisamos mudar esse cenário, e o primeiro passo é desburocratizar os
procedimentos e processos que no setor público brasileiro emperram a maioria das
ações eficazes, eficientes e efetivas.
A burocracia está arraigada na cultura e nos costumes do brasileiro e, apesar
das exigências absurdas e absolutamente desnecessárias e dos transtornos,
dificuldades e despesas que acarreta para o cidadão, é aceita pacificamente pela
população.
O reconhecimento de firma é mais “importante” e “autêntico” do que a
presença do próprio signatário. Uma conta de água ou de luz tem mais
“credibilidade” do que a declaração de endereço residencial feita pelo próprio
cidadão.
Esta nossa absurda burocracia acha-se tão entranhada na administração
pública brasileira que fracassaram todas as tentativas de reduzi-la, desde 1967.
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Precisamos de mais transparência para acompanhar e fiscalizar todos os atos
públicos. O Brasil é um dos países que mais tem boas leis e, no entanto, o País que
menos cumpre essas leis. No Brasil, o judiciário é exemplo disso: órgão
essencialmente formalista. Caso haja uma brecha na legislação, o magistrado se vê
na obrigação de não punir o culpado, pois se há uma fundamentação legal, o trâmite
é aceito no direito brasileiro. No Brasil admite-se ato legal mesmo sendo ato imoral.
Outro tema que acho importantíssimo é a meritocracia. Tanto é que sou autor
do Projeto de Lei nº 4.403, de 2016, que visa garantir aos administradores
ocupantes de cargos efetivos no serviço público a condição de carreira de Estado,
pelas responsabilidades técnicas da função, notadamente, a ordenação de
despesas, planos de cargos e salários, planos administrativos, orçamentários e
prestações de contas.
Temos um longo caminho a ser percorrido nesse processo de
desburocratização. Por isso aceitei ser Presidente da Frente Parlamentear pela
Administração.
Sabemos que as reformas administrativas brasileiras foram pragmáticas e
descontínuas. Precisamos começar do zero, e essa é a realidade. Trago esta
reflexão para todos os Parlamentares aqui presentes: se as reformas administrativas
brasileiras não foram suficientes para alcançar o êxito do setor público, então, o que
fazer para dar certo?
O grande entrave dessas reformas é que não basta alterar a estrutura
administrativa, é preciso que essas mudanças administrativas estejam enraizadas
nas mentes dos governantes e gestores. Por isso, é de fundamental importância
pessoas capacitadas nesses processos, tais como professores e administradores e
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especialistas nas respectivas áreas de atuação, além de uma cultura de desentravar
os inúmeros procedimentos burocráticos que, atualmente, emperram a gestão
pública.
Outro assunto de fundamental importância que venho discursar, aqui, hoje, é
a questão das nossas emendas parlamentares. As nossas emendas precisam ser
pagas. Por isso, encaminhei para a Casa Civil do Governo Federal a solicitação de
pagamento, até o final desse semestre, das emendas parlamentares referentes ao
ano de 2016 e o pagamento, até o segundo semestre, das emendas parlamentares
de 2017.
Para que o nosso trabalho parlamentar junto aos Prefeitos possa gerar o
efeito esperado para a economia do nosso País, é necessário que as emendas
parlamentares sejam pagas no mesmo ano do nosso pleito. Essa será uma
reinvindicação constante minha enquanto estiver exercendo o cargo que o eleitor me
confiou.
Nessa solicitação, Sr. Presidente, peço que este discurso seja dado como lido
e divulgado pelos meios de comunicação desta Casa e no programa A Voz do
Brasil.
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O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Com a palavra o Deputado Ezequiel
Teixeira, que disporá de 3 minutos.
O SR. EZEQUIEL TEIXEIRA (Bloco/PTN-RJ. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, senhores telespectadores da TV
Câmara, quero parabenizar o jornalista Paulo Cappelli por matéria divulgada no dia
8 de fevereiro de 2017. Leio o que segue:
Informe: Em dez dias, governo estadual concede
R$16 milhões em isenções fiscais.
Empresas de telefonia foram beneficiadas com a
medida.
(...) Apesar da crise financeira, o governo estadual
concedeu R$ 16,32 milhões em isenções fiscais a
empresas de telefonia em dez dias. (...) foram R$ 8
milhões para a Claro. (...) R$ 8,32 milhões para a Oi,
como o informe mostrou na quarta. Em outubro, a Justiça
proibiu o governo de conceder novas isenções, mas
permitiu incentivos nas áreas da cultura e do esporte. Os
dois contratos acima foram assinados pelo Secretário de
Esporte e Lazer, Thiago Pampolha (...).
A isenção à Claro envolve o apoio da empresa ao
torneio de tênis Rio Open 2017 — pasmem V.Exas.: um
torneio elitizado de tênis. Segundo o Diário Oficial, o
benefício foi proposto pela IMX Holding S/A, fundada em
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2011 por Eike Batista. Em 2015, o ex-bilionário deixou a
IMX.
Eu estou pedindo ao Ministério Público do Rio de Janeiro que instaure
inquérito para apurar esse tipo de favorecimento a essas empresas e, ao Tribunal de
Contas do Estado, que apresente relatório de todas as isenções concedidas pela
Secretaria.
É um acinte o Governador vir a Brasília pedir aporte financeiro e a ajuda dos
Deputados para sanar os problemas financeiros do Estado e, ao voltar ao Estado,
dar isenções milionárias a empresas de alto porte, a empresas de alto nível.
Os servidores do Rio de Janeiro estão desde dezembro sem receber salário.
Os salários de dezembro foram parcelados em cinco prestações, e a quarta
prestação ainda não foi paga. O pagamento do 13º salário e do salário de janeiro de
2017 continua sem previsão. O Governador vetou integralmente a proposta de
redução em 30% do seu próprio salário e dos de seus Secretários. Ele não quis
cortar na própria carne.
O Rio de Janeiro está um caos! Vou continuar lutando pelo povo do Rio de
Janeiro, que não merece esse acinte.
Vamos em frente! Vamos colocar o Rio de Janeiro de cabeça para cima.
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O SR. IVAN VALENTE - Sr. Presidente, peço um esclarecimento sobre a
lista.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Pois não.
O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Qual é a lista que V.Exa. está chamando?
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Nós estamos chamando os
Deputados inscritos para falar por 3 minutos, Deputado Ivan Valente.
O SR. IVAN VALENTE - Mas os quatro primeiros nomes registrados não
foram chamados, porque eu sou o quarto inscrito.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - V.Exa. pode ter falado durante o
Pequeno Expediente. É isso?
O SR. IVAN VALENTE - Não, não. Estou inscrito para falar agora.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Vou atualizar V.Exa. Estão sendo
resgatados e introduzidos nesta lista os nomes de quem não falou durante o
Pequeno Expediente. Estamos seguindo a lista, Deputado. Vamos chegar ao nome
de V.Exa.
O SR. IVAN VALENTE - Está sendo seguida a lista do Pequeno Expediente?
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Segundo informação da assessoria
técnica, quem não falou durante o Pequeno Expediente está sendo resgatado. Vai
chegar a vez de V.Exa.
O SR. IVAN VALENTE - Vai chegar a vez dos inscritos para falar por 3
minutos, então?
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Estamos seguindo essa lista.
Chegaremos a V.Exa.
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O SR. EZEQUIEL TEIXEIRA - Sr. Presidente, peço a palavra para fazer um
pedido.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Pois não, Deputado Ezequiel
Teixeira. Tem V.Exa. a palavra.
O SR. EZEQUIEL TEIXEIRA (Bloco/PTN-RJ. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Peço que seja veiculado nos meios de comunicação da Casa e no
programa A Voz do Brasil o meu discurso.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - V.Exa. será atendido, Deputado
Ezequiel Teixeira.
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O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, peço a palavra por 1 minuto.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Eu darei a palavra a V.Exa. na
sequência.
O SR. SILVIO COSTA - Tudo bem. Eu falo depois do Deputado Severino
Ninho. Eu aguardo.
O SR. PRESIDENTE (Ronaldo Martins) - Concedo a palavra ao Deputado
Severino Ninho. S.Exa. disporá de 3 minutos.
O SR. SEVERINO NINHO (Bloco/PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, no dia 18 de novembro, comemora-se o Dia Nacional do
Conselheiro Tutelar.
Em Pernambuco, 6 de fevereiro é considerado dia de luta por respeito,
melhores condições de trabalho e tudo que possa ajudar os conselheiros tutelares,
em lembrança a um fato muito grave ocorrido no Estado nesse dia, em 2015,
quando três conselheiros tutelares da cidade de Poção foram assassinados.
Nós temos informações confiáveis de que no Brasil todo os Conselhos
Tutelares, criados junto com o Estatuto da Criança e do Adolescente, enfrentam
sérias dificuldades. Assim, obviamente, os conselheiros não têm como desenvolver
suas atividades por falta de energia nos prédios, falta de combustível nos veículos,
corte de água, atraso no pagamento do aluguel e uma série de fatores que dificultam
o exercício dessa nobre atividade, considerada relevante.
Em razão de sua relevância, há em tramitação na Casa projeto que determina
que os Prefeitos que não enviarem para as Câmaras de Vereadores, no orçamento
anual, a verba destinada à manutenção dos Conselhos Tutelares responderão por
crime de responsabilidade.
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Sendo assim, fazemos um apelo no sentido de que os projetos que tramitam
na Casa sobre esse assunto tenham a agilidade necessária para garantir que
aqueles Prefeitos que não respeitam a atividade dos Conselhos Tutelares — não
são todos — passem a respeitá-la, a sofrer punição, a ter algo que os obrigue a dar
importância a essa nobre atividade.
Neste momento encontra-se em estudo a Lei Orgânica Nacional do Conselho
Tutelar. Há a luta por adicional de risco de vida para a categoria. A medida se
justifica porque os conselheiros trabalham com crianças que se envolveram com
drogas e têm que tomar providências contra traficantes que aliciam crianças e
adolescentes. Como se vê, a atividade é de risco, como se constatou com as três
mortes recentes em Pernambuco, mas é óbvio que precisamos estudar e analisar
melhor a questão.
Faço um apelo ao Presidente Rodrigo Maia no sentido de que as proposições
que tratam dos Conselhos Tutelares recebam maior atenção por parte da Casa,
porque realmente a atividade exercida pelos conselheiros tutelares é nobre. Os
Prefeitos precisam entender que os Conselhos necessitam de condições de
funcionamento para que possam desenvolver sua missão.
Eu agradeço a V.Exa. e peço a divulgação do meu pronunciamento nos meios
de comunicação da Casa e no programa A Voz do Brasil.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - V.Exa. será atendido.
Durante o discurso do Sr. Severino Ninho, o Sr.
Ronaldo Martins, nos termos do § 2º do art. 18 do
Regimento Interno, deixa a cadeira da Presidência, que é
ocupada pelo Sr. Carlos Manato, 4º Suplente de
Secretário.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - O próximo orador é o Deputado Luiz
Sérgio. Enquanto S.Exa. assome à tribuna, concedo a palavra ao Deputado Silvio
Costa, por 1 minuto.
O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, ontem, como o avião em que eu estava atrasou, não
participei da sessão. Mas, ao chegar a casa, fiquei indignado porque a Casa
aprovou um requerimento de urgência para votar hoje um projeto de lei que limpa a
barra de partido político.
A Casa precisa ter vergonha na cara. Se há uma coisa escandalosa no Brasil,
ela é o tal do Fundo Partidário. O que temos que aprovar é uma CPI do fundo
partidário. Os aluguéis mais caros do Brasil são os dos partidos políticos.
Precisamos, sim, aprofundar o debate sobre o Fundo Partidário, e não aliviar partido
que não cumpre a lei.
Existe dono de partido — eu já vi em São Paulo — que aluga a casa onde
mora com o dinheiro do Fundo Partidário. Existem 35 partidos no Brasil. Um dos
maiores negócios no Brasil é ser dono de partido. Isso é um absurdo.
Eu vou pedir a retirada de pauta desse projeto e vou começar hoje um
movimento nesta Casa. Nós não podemos votar esse projeto que beneficia os
partidos porque, na verdade, a maioria deles existe para enriquecer os seus donos.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao nobre
Deputado Luiz Sérgio, do PT do Rio de Janeiro. S.Exa. tem 3 minutos na tribuna.
O SR. LUIZ SÉRGIO (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quando Fernando Henrique e o PSDB
governavam o País e o PSDB governava o Estado do Rio de Janeiro, eles
privatizaram praticamente todas as empresas públicas fluminenses. A Companhia
de Eletricidade do Estado do Rio de Janeiro — CERJ, a Companhia de Navegação
do Estado do Rio de Janeiro — CONERJ, o Metrô, o Banco do Estado do Rio de
Janeiro — BANERJ, tudo isso foi privatizado.
Mas a luta organizada dos trabalhadores impediu que a Companhia Estadual
de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro — CEDAE entrasse nessa onda de
privatizações. Ela se constituiu numa empresa lucrativa e está ajudando o Estado do
Rio de Janeiro nessa enorme crise que ele vem enfrentando, porque rende recursos
e dividendos.
Pois vejam bem: nesse pedido de socorro que o Rio de Janeiro está fazendo
à União, ela impôs que, para receber ajuda, ele precisa privatizar exatamente a
CEDAE, essa empresa pública que é lucrativa e que rende recursos ao Estado. Se o
Governo do Rio de Janeiro aceitar isso, ele estará resolvendo um problema
emergencial. Mas, em médio e longo prazo, as consequências serão gravíssimas.
Basta vermos o que está ocorrendo em várias cidades do mundo, como, por
exemplo, Buenos Aires, na Argentina, onde a empresa de privatização de água está
sendo reestatizada porque as metas não foram cumpridas e os serviços pioraram
muito.
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Então, eu me somo aqui a todos os trabalhadores da CEDAE e a todos
aqueles que, mesmo não sendo da companhia, veem a importância de se ter uma
empresa pública de água e saneamento e estão na luta, para buscar impedir que ela
seja privatizada.
O Governo fluminense não pode, de forma alguma, nessa ânsia de encontrar
uma saída emergencial, pegar exatamente a única empresa pública que resta no
Estado, uma empresa que tem superávit e recursos em caixa, para botá-la nesse
cestão da privatização. Isso não vai resolver o problema financeiro do Estado e, em
médio e longo prazo, vai trazer consequências ainda mais graves, porque vamos ter
um serviço de água e saneamento pior do que temos hoje.
Sr. Presidente, com essa privatização, o Estado do Rio de Janeiro vai abrir
mão de uma empresa rendável como a CEDAE, que temos que defender.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, Deputado Luiz Sérgio.
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O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Concedo a palavra ao Deputado
Chico Lopes. S.Exa. tem 3 minutos na tribuna.
O SR. CHICO LOPES (PCdoB-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, quero voltar a falar sobre educação.
Sei que o Brasil está passando por uma crise. Mas, como o povo brasileiro
não participou das benesses do País, ele também não pode ser apenado por causa
de uma crise econômica para a qual não contribuiu.
Medicina sempre foi um curso que atraiu todas as classes sociais. Porém,
antigamente, só as pessoas que haviam estudado em bons colégios entravam num
curso de Medicina ou de Engenharia. Hoje, com o advento do Exame Nacional do
Ensino Médio — ENEM, quebrou-se este tabu que apavorava todos os estudantes
brasileiros: o velho vestibular.
Antigamente, para ser aprovada no vestibular, a maioria dos estudantes tinha
que passar por um cursinho, sendo que aqueles que tinham mais condições
ingressavam no curso de Medicina. Hoje não! Hoje, graças à visão do Lula — quem
não gosta dele que me desculpe — e do seu Ministro da Educação na época, o
ENEM mudou essa questão do vestibular. Hoje os estudantes são aproveitados em
diversos cursos que eram um tabu para a maioria deles.
Sei que o Ministro da Educação deve seguir a orientação do Presidente da
República. Mas nós não podemos e não devemos cortar a bolsa estudantil daqueles
estudantes que para ela concorreram e fizeram prova. De uma hora para outra,
esses estudantes veem sua bolsa diminuir em 2 mil reais, o que não representa uma
economia para o País de jeito nenhum, mas tem um efeito muito importante para os
estudantes de Medicina. Nós sabemos que esses estudantes têm três turnos diários
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de aula, na escola e em hospitais, e que não têm tempo para trabalhar, o que não
ocorre com quem faz Pedagogia, como no meu caso, ou Letras.
Portanto, eu queria dizer para o Ministro que essa economia de ponta de
lenço não vai melhorar nem piorar o nosso País, mas que tal valor, na mão do
estudante, tem um significado importante. Por isso, faço o nosso apelo para que ele
mude de pensamento. Ele deve ter sido estudante também e sabe que são poucos
os estudantes universitários que têm condições de se manter do jeito que gostariam.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Carlos Manato) - Muito obrigado, nobre Deputado.
O Sr. Carlos Manato, 4º suplente de Secretário,
deixa a cadeira da Presidência, que é ocupada pelo Sr.
Rodrigo Maia, Presidente.
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O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente Rodrigo Maia, gostaria de dizer que realmente a ordem do
sistema não está sendo obedecida.
Não consigo entender esse sistema. Eu era o 11º e agora sou o 46º.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Ivan
Valente, do PSOL de São Paulo.
O SR. IVAN VALENTE (PSOL-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem votou-se aqui a urgência para o Projeto
de Lei nº 4.424, de 2016, do Deputado Maurício Quintella Lessa, que trata de mudar
a Lei dos Partidos Políticos, a Lei nº 9.096, de 1995.
O Partido Socialismo e Liberdade novamente votou sozinho nessa questão,
por ser contrário à mudança. Assim também ocorreu na anistia ao caixa dois,
quando o PSOL se rebelou contra a anistia e a desmoralização do Parlamento
brasileiro, porque queriam evitar as punições na Operação Lava-Jato.
Novamente, o que se queria ontem era mesmo a autonomia total dos
partidos, para escaparem de qualquer fiscalização do Superior Tribunal Eleitoral —
TSE.
Ninguém aqui quer pedir intervenção nos partidos. Mas a verdade é que
partidos meteram a mão na cumbuca. Ou seja, partidos que receberam
financiamento privado de campanha sabem que cometeram crimes e, portanto,
querem autonomia para lidar com isso, sem sofrer observação do Tribunal Superior
Eleitoral. Para quê? Para fazerem as maracutaias de sempre. Não podemos
concordar com isso.
Agora o Presidente Rodrigo Maia, depois da pressão da opinião pública e do
próprio TSE, está recuando da proposta e deixando apenas a parte da autonomia
aos partidos que diz que é questão interna corporis eles decidirem sobre como
regem os seus diretórios.
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Mas a verdade é a seguinte: há partidos políticos aqui cujo presidente está no
cargo há décadas; há partidos que controlam todos os diretórios e que nomeiam e
destituem todas as comissões provisórias a qualquer tempo.
Isso não é democracia. Isso é manipulação. Isso é ditadura. Isso é
desmoralização do sistema político. O PSOL não concorda com isso. Não podemos
concordar com a impunidade com relação a regras quebradas pelos partidos
políticos e não podemos concordar com uma proposta que impede a democracia
interna.
É verdade que algumas questões serão dirimidas pelos partidos. Mas não se
pode permitir a perpetuação de caciques políticos na política.
Por isso, estamos entendendo o que aconteceu de ontem para hoje. Alguns
têm vindo ao microfone para dizer que não tinham lido a proposta. Há partidos e
Parlamentares dizendo que não tinham lido a proposta. E todo o mundo sabe que o
que aconteceu no ano passado, com a Operação Lava-Jato, e o que está por
acontecer na verdade, com a divulgação das delações premiadas, vai trazer à tona
muita coisa.
Quem não deve não teme. Entendemos que não se pode tirar um partido
legal do ar por causa da criminalização de um dirigente. Mas isso pode ocorrer se a
criminalização se der em função de uma obra partidária coletiva.
Em segundo lugar, vamos acabar com o caciquismo político nos partidos. Isso
não pode continuar. Isso degrada a vida…
(Desligamento automático do microfone.)
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Pedro
Fernandes.
O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, a propósito dessas notícias sobre a nossa votação de
ontem, para urgência do projeto de lei sobre partidos políticos, quero dizer que li o
projeto, que concordo com o projeto e que defendo o projeto.
Não se pode acabar com uma instituição por conta de alguns de seus
membros. Não se pode acabar com uma Prefeitura por conta de um mau prefeito,
nem se pode acabar com Câmara de Vereadores por conta de um mau vereador. O
Município deve continuar. A Câmara de Vereadores deve continuar.
A mesma coisa ocorre com o partido político, que é feito por sua militância. Se
os dirigentes estão errados, eles têm que ser responsabilizados.
Portanto, concordo com o projeto e acho que devemos defendê-lo. A mídia
não leu o projeto e vende só uma parte dele, como se quiséssemos proteger os
partidos.
Os partidos são históricos e estão aí. Eles precisam ser preservados. E é
claro que os gestores precisam ser punidos dentro da lei.
Portanto, Sr. Presidente, registro o meu voto a favor do projeto.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Esperidião Amin.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN (Bloco/PP-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, a propósito da colocação do Deputado Ivan Valente, quero,
em primeiro lugar, dizer que realmente não tivemos um bom começo. Participei
desse nosso equívoco.
Penso que, a Comissão de Constituição e Justiça, que tem o parecer do
Deputado Francisco Floriano desde o dia 15 de setembro, não se manifestou a
respeito dele.
O projeto tem partes que são absolutamente justificáveis e outras que só vão
gerar confusão, como essa questão do que fazer com a prestação de contas.
De forma que faço um apelo a V.Exa. para que devolva o projeto à Comissão
de Constituição e Justiça e dê prioridade para sua apreciação, para que ele venha
ao Plenário.
Uma vez que o projeto não precisa ser submetido a nenhuma outra Comissão
Permanente, virá aqui para ser apreciado nos seus dois aspectos. Um deles é
altamente discutível, mas meritório e importante: a questão da prorrogação de
diretórios e das comissões provisórias.
O outro aspecto é sobre a prestação de contas. Caso ela não seja aceita,
deve se começar pela punição do gestor, podendo, por lei, chegar a suspensão ou
suspensão do registro de um partido político, mas como o último degrau de uma
escalada de punição.
É a minha opinião e pedido que faço a V.Exa.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Governador Esperidião Amin, em
relação à matéria, foi votada a urgência por um único item, que não tem nada a ver
com a polêmica que a imprensa está veiculando — e eu acho que com pouca
apuração.
Se houvessem consultado quem fez o pedido e quem pautou o pedido, iam
ver que a única coisa que é urgente, a pedido dos partidos políticos, da maioria, é a
questão das comissões provisórias. Há uma resolução TSE — que, do nosso ponto
de vista, está legislando no nosso lugar — que determina o fim das comissões
provisórias, sem haver passado pelo Congresso Nacional.
Então, a única coisa para a qual há urgência, e esta urgência eu acho que
deveríamos manter — não necessariamente hoje, pode ser na próxima semana —,
é esta parte do texto.
Eu já conversei com o Ministro Gilmar Mendes e disse que não há de nenhum
Deputado ou Deputada desta Casa a vontade de suprimir o poder de ninguém, mas
que nós também gostaríamos que o nosso poder de legislar fosse mantido.
É por isso eu peço a V.Exa. que seja construído um texto que suprima todos
os artigos, e que apresentemos inclusive um novo projeto para que tratemos do
restante. Mas eu gostaria que nós, a pedido da maioria dos partidos da Casa,
pudéssemos votar não hoje, mas com calma, a parte que trata das comissões
provisórias. É apenas isso.
O SR. ESPERIDIÃO AMIN - Sr. Presidente, a decisão de V.Exa. é elogiável.
Eu só queria fazer a última ponderação. A Resolução nº 23.465 do Tribunal Superior
Eleitoral tem realmente exorbitâncias — conversei hoje com vários Deputados sobre
esse assunto. Porém, aquilo que está exorbitando o próprio TSE poderia rever; caso
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contrário, cabe outro procedimento que não o de legislação para corrigir uma
resolução que exorbitou, como V.Exa. menciona. O poder de legislar é do
Congresso, e as exorbitâncias têm remédio legal, jurídico inclusive.
Porém, eu concordo que se reveja a questão.
Muito obrigado.
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O SR. HENRIQUE FONTANA - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Henrique
Fontana.
O SR. HENRIQUE FONTANA (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, quero contribuir com uma opinião para V.Exa. sobre este assunto.
V.Exa. chama atenção para o que é mais importante, ou seria mais
importante debater, que é o tema das comissões provisórias. Mas este assunto
também é muito grave, porque as chamadas comissões provisórias, que se
eternizam, são um mecanismo de forte distorção na democracia do País, porque
elas permitem o caciquismo, ou parte do caciquismo da política brasileira. Ou seja, é
quando um partido tem um chefe, literalmente, que, através da permanência ao
longo de décadas de comissões provisórias, domina os partidos políticos.
Quando eu fui Relator da reforma política, eu havia colocado essa cláusula
que o TSE traz agora para a baila com sua resolução. Ou seja, um partido só pode
ter comissão provisória na primeira eleição que ele disputa. Não pode um partido
que tem 15 anos, 20 anos de vida sempre ter comissão provisória, de tal maneira
que na véspera da eleição o Presidente ou a direção nacional desse partido possa
fazer qualquer tipo de política de ameaça ou de domínio na vida daqueles partidos.
Então, isso é um avanço. O fato de exigir comissões permanentes e impedir a
comissão provisória eterna é um avanço para a democracia brasileira.
Porém, podemos debater isso em outro momento.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado, eu até concordo com
V.Exa., mas não acho que, porque há uma distorção na lei, o TSE deva legislar no
lugar da Câmara dos Deputados.
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Eu acho que nessa questão o embate político, com o posicionamento que
V.Exa. tem, pode convencer a maioria de que o seu ponto de vista está certo. O
que não pode é, porque o seu ponto de vista, ou o de qualquer um, é minoritário ou
não — eu sei que não foi V.Exa. que fez a resolução do TSE — , a Justiça legislar
no nosso lugar. No meu ponto de vista, é isso que está errado.
Acho que há um pedido dos partidos para tratar especificamente dessa parte
da matéria, certa ou errada. Aliás, o Brasil hoje tem mais de 30 partidos. Eu acho
que cada um pode estar no partido a que quiser se filiar. Isso é democrático.
Certamente há os partidos, há a Direita, há a Esquerda, há os que aceitam o
diretório provisório, há os que não aceitam. Eu acho que é uma questão de livre
decisão de cada Parlamentar estar num partido que pense de uma forma e que trate
os seus diretórios de forma A ou de forma B.
Esse é o meu ponto de vista.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Glauber
Braga.
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, quero só contribuir. V.Exa. já disse que a matéria que seria votada
pelo Plenário da Câmara dos Deputados seria aquela que trata exclusivamente das
comissões provisórias.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Exclusivamente. Esse foi o pedido dos
partidos políticos.
O SR. GLAUBER BRAGA - Eu queria fazer, então, uma sugestão a V.Exa. A
sugestão é a seguinte: já que essa é a intenção do Plenário e que essa matéria diz
respeito também à democracia dos partidos políticos, à participação da sociedade,
dos militantes dos partidos políticos na construção partidária, que essa matéria não
fosse votada isoladamente num projeto ou numa proposta no Plenário da Câmara
dos Deputados.
Se vai ser criada uma Comissão para tratar da reforma política e para debater
um conjunto de outros temas, então essa matéria deve ser apreciada nessa
Comissão, numa discussão mais ampla.
É esse apelo que a bancada do PSOL gostaria de fazer para V.Exa.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado, ontem o Plenário decidiu
pela urgência dessa matéria por causa deste ponto específico.
O prazo, infelizmente, é 1º de março, que é o prazo da resolução do TSE. Por
isso os partidos políticos pediram a urgência dessa matéria.
O SR. VANDERLEI MACRIS - Sr. Presidente...
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VI - ORDEM DO DIA
PRESENTES OS SEGUINTES SRS. DEPUTADOS:
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A lista de presença registra o
comparecimento de 271 Senhoras Deputadas e Senhores Deputados.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Vanderlei
Macris.
O SR. VANDERLEI MACRIS (Bloco/PSDB-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu não gostaria de deixar de dar a minha opinião sobre
esse tema.
V.Exa. age bem quando diz claramente que sobrestará a votação dessa
matéria para que haja a possibilidade de até uma nova proposta ser apresentada.
Sobre o projeto de lei, Sr. Presidente, eu quero só destacar que ele trata de
vários assuntos mas, em seu art. 3º, particularmente, diz o seguinte: “É assegurada,
ao partido político, autonomia para definir a sua estrutura interna (...)”. Essas são
questões importantes a serem detalhadas numa proposta como esta.
Agora, eu queria também dizer a V.Exa. que, dentro dessa lógica, o Deputado
Adérmis Marini, do meu partido, o PSDB, apresentou um destaque a esse projeto
importante. O destaque retira da lei os arts. 6º e 7º. Eu acho que assim nós
andaríamos bem.
Havia a necessidade da urgência da matéria para que, no Plenário,
fizéssemos o debate do que era bom ou ruim nesse projeto. Os arts. 6º e 7º, sem
dúvida nenhuma, devem ser retirados da proposta. Outras alterações podem ser
feitas.
Eu acho que a proposta de V.Exa. é correta. Vamos debatê-la com mais
profundidade. Porém, quero deixar aqui a minha opinião: os arts. 6º e 7º não podem
prevalecer nessa proposta, Sr. Presidente.
Muito obrigado.
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O SR. DAVIDSON MAGALHÃES - Sr. Presidente, eu quero só fazer um
registro.
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, há uma CPI ainda aberta, que é a CPI Funai e Incra.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A CPI não está valendo mais. Já
começou a Ordem do Dia.
O SR. GLAUBER BRAGA - Como começaram os trabalhos no Plenário, eu
peço que sejam interrompidos os trabalhos da Comissão.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Davidson
Magalhães.
O SR. DAVIDSON MAGALHÃES (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu quero chamar a atenção de todas as lideranças
partidárias para o fato de que existe na resolução do TSE um complicador para a
organização dos partidos, que vai atingi-los imediatamente.
As estruturas partidárias que existem hoje no Brasil não têm como cumprir o
sistema de prestação de contas que o TSE está exigindo, que é on-line e diário.
Portanto, que não se coloque a questão da urgência no debate de hoje, mas
que tratemos dos temas que não são polêmicos, mas que interferem imediatamente
na vida das organizações partidárias, porque elas, por exemplo, terão o
funcionamento de seus diretórios suspenso se não fizerem a prestação de contas
on-line.
Isso é um absurdo do ponto de vista da resolução do TSE! Eu acho que nós
precisamos tratar essa questão de maneira emergencial.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item I.
Requerimento nº 8.644/13, dos Srs. Líderes, que
requer, nos termos do art. 155 do Regimento Interno da
Câmara dos Deputados, urgência para apreciação do
Projeto de Lei nº 1.376, de 2003, do Sr. Affonso Camargo,
que dispõe sobre a política de controle da natalidade de
cães e gatos e dá outras providências.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação o requerimento.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aqueles que forem a favor do
requerimento permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADO.
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O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, há um requerimento nosso de inversão de pauta.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É verdade, mas eu ainda estou nos
requerimentos, nas matérias sobre a mesa.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item II.
Requerimento nº 2.524/15, dos Srs. Líderes, que
requer, nos termos do art. 155 do Regimento Interno da
Câmara dos Deputados, urgência para apreciação do
Projeto de Lei nº 2.289, de 2015, do Senado Federal, que
prorroga o prazo para a disposição final ambientalmente
adequada dos rejeitos de que trata o art. 54 da Lei nº
12.305, de 2 de agosto de 2010.
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O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, desculpe-me, qual é este requerimento?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Trata-se de matéria sobre a mesa. É o
Item II, Requerimento nº 2.524, de 2015.
O SR. GLAUBER BRAGA - Já está no segundo.
O SR. PEDRO CUNHA LIMA (Bloco/PSDB-PB. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, esses temas são delicados e não foram tratados no
Colégio de Líderes. Eu acredito que seja de bom alvitre debatê-los com mais
cautela.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado, eu posso retirá-lo de pauta,
mas esta matéria já está tramitando desde o ano passado na ordem do dia da Casa.
O SR. PEDRO CUNHA LIMA - Como não foi tratada no Colégio de Líderes...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Ela foi, sim. Deputado, desde o ano
passado esses requerimentos estão na pauta.
O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, o PSOL vai pedir votação nominal
se for mantido.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Eu vou retirar de pauta o Item II.
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A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, em nome da Liderança do Governo, requeiro a V.Exa. a
retirada de pauta dos itens III, IV, VI, VII e IX.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A pedido de quem, Deputada?
A SRA. LAURA CARNEIRO - A pedido do Líder Andre Moura.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item III.
Requerimento nº 4.881/16, dos Srs. Líderes, que
requer, nos termos do art. 155 do Regimento Interno da
Câmara dos Deputados, urgência para apreciação do
Projeto de Lei nº 2.542, de 2015, do Senado Federal, que
acrescenta parágrafo único ao art. 14 da Lei nº 11.107, de
6 de abril de 2005, para limitar as exigências legais de
regularidade, quando da celebração de convênios com a
União, ao próprio consórcio público envolvido, sem
estendê-las aos entes federativos nele consorciados.
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O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, qual é o item?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item III.
O Governo é contrário.
A SRA. LAURA CARNEIRO - Sr. Presidente, foi solicitada a retirada.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A Presidência solicita aos Srs.
Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema
eletrônico.
Está iniciada a votação.
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A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, V.Exa. está votando o requerimento de retirada?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Estou votando o requerimento de
urgência.
A SRA. LAURA CARNEIRO - Da matéria?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O Governo é contra; então, estou
votando a urgência. É votação nominal.
A SRA. LAURA CARNEIRO - Mas eu estou pedindo a V.Exa. apenas a
retirada.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Eu vou fazer a votação nominal, já que
o Governo é contra. Já iniciei a votação.
A SRA. LAURA CARNEIRO - Bom, V.Exa. é o Presidente.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Sr. Presidente...
O SR. DANIEL COELHO (Bloco/PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, essa questão da Internet sem nenhuma dúvida preocupa
todos os brasileiros. Nós temos preocupação com o bloqueio, por decisão judicial,
como tem ocorrido, de WhatsApp e de outros aplicativos importantes para a nossa
população, mas eu tenho dúvidas a respeito de como o texto se encontra. A
preocupação, neste momento, é se, ao tentarmos resolver um problema, nós não
estaremos criando outro problema, se nós não estarmos mexendo na privacidade do
cidadão.
O que está em jogo, em discussão aqui, é a privacidade do cidadão e a
questão do bloqueio. Acho que todos nós concordamos no que se refere a garantir
que não haja mais a possibilidade de bloqueio de aplicativo, mas nós não podemos
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fazer com que o cidadão perca a sua privacidade na utilização do seu telefone, da
Internet, do seu e-mail.
Então, é um problema existente, mas, com o texto da maneira como está
colocado, eu não tenho convicção. Por isso, coloco a minha posição em votar
contrariamente à urgência.
O SR. ALBERTO FRAGA (Bloco/DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, peço a V.Exa. que coloque a orientação no painel. O
Governo precisa orientar. A base precisa saber qual vai ser a orientação.
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - O PCdoB quer orientar, Sr. Presidente.
O PCdoB considera que essa matéria é importante, mas nós temos tempo
para apreciá-la, inclusive quanto à natureza jurídica dos próprios consórcios. Por
isso mesmo, a nossa opinião é de que a matéria precisa sofrer um debate maior por
parte da Casa, e o PCdoB vota “não” a essa urgência.
O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, pelo PDT.
Na verdade, há uma controvérsia. A impressão que tenho é a de que não está
bem clara toda essa situação relativamente ao projeto. Mas nós o chamarmos para
a pauta, com a responsabilidade de lhe dar a urgência, quanto a isso eu não vejo
absolutamente nenhum problema, até porque, se nós não tivermos algo pautado
com urgência, vamos acabar não votando nada, como praticamente aconteceu
ontem.
Então, quanto à urgência, nós não vemos nenhum problema. Quanto ao
mérito, depois o PDT vai examinar com profundidade. Mas, no que diz respeito à
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urgência — não é, Deputado Afonso Motta? —, nós temos essa consciência, até
para dar celeridade e andamento, para que os procedimentos internos possam
acontecer na tramitação do projeto como um todo.
Há alguma divergência ainda quanto ao mérito, mas isso nós acertamos na
caminhada. Agora, quanto à urgência, nós concordamos. Por isso, o PDT vota “sim”.
A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, eu pedi a V.Exa., em nome do Governo, que retirássemos
o requerimento de pauta. Não sei se V.Exa. não entendeu ou se não acatou.
Imagino que não acatou.
Essa matéria não está pronta para a urgência. No nosso entendimento, a
urgência é para votar. Se não está pronta para ser votada, temos que encaminhar,
infelizmente, contrariamente, tendo em vista que essa é uma matéria de interesses
da Nação brasileira.
O SR. JUNIOR MARRECA (PEN-MA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu também acho a matéria extremamente importante, mas ela tem
que ser muito bem analisada.
O PEN encaminha voto “não” ao requerimento da urgência.
O SR. DANIEL COELHO (Bloco/PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu queria só esclarecer o pronunciamento que fiz aqui há
pouco. Eu achei que V.Exa. havia lido um projeto diferente, e eu peço desculpas.
O voto agora é “sim”.
E eu peço que seja retirado de pauta o projeto que trata da Internet. Eu acho
que ele ainda não está pronto e acabado. Então, faria essa solicitação a V.Exa.
O SR. AFONSO MOTTA - Pela Minoria, Sr. Presidente...
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O SR. SANDRO ALEX (Bloco/PSD-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, quanto ao item IV, que é Requerimento nº 4.990, de 2016, nós
estamos pedindo a retirada de pauta, assim como fez o PMDB.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Passo a palavra agora ao Deputado
Wadih Damous.
O SR. WADIH DAMOUS (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, nessa matéria o PT vota “não”.
Também, Presidente, eu gostaria de trazer outra questão à baila, que diz
respeito ao nosso Estado, ao Estado do Rio de Janeiro.
Amanhã, a Assembleia Legislativa vota o projeto de lei que prevê a
privatização da CEDAE. Eu quero aqui, em nome dos Deputados do Partido dos
Trabalhadores, dizer que repudiamos esse projeto de lei. A CEDAE é uma empresa
pública estratégica na captação de água e pratica tarifas sociais para o povo pobre
do Estado do Rio de Janeiro. Essa privatização, no nosso ponto de vista, é um crime
que se comete contra a população do Estado do Rio de Janeiro, sobretudo contra a
população mais pobre.
Então, fica aqui lavrado o protesto. Eu espero que, amanhã, o povo do Rio de
Janeiro se mobilize e barre esse projeto de lei na Assembleia Legislativa.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Sandro Alex e Deputado
Daniel Coelho, eu vou retirar o próximo item, mas vou pedir aos dois que procurem o
Deputado João Arruda, porque esse é um tema importante. Eu acho que nós
precisamos construir um texto.
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O SR. SANDRO ALEX - É justamente para isso que queremos retirar o item,
para conversar, dialogar e trazer ao Plenário o resultado do diálogo.
A SRA. CARMEN ZANOTTO - O PPS quer orientar.
A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Pela ordem, Sr. Presidente.
Vou fazer um novo apelo a V.Exa. Da mesma maneira que V.Exa. acatou o
requerimento do Deputado do PSDB, peço que acate neste momento o
requerimento do PMDB de retirada dos itens VI, VII e IX.
O SR. CABO SABINO (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O PR
orienta o voto “não”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Quem está pedindo?
A SRA. LAURA CARNEIRO - O PMDB.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Então, vou retirar os itens.
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A SRA. LAURA CARNEIRO - Obrigada, Presidente.
O SR. ORLANDO SILVA - Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Orlando Silva.
O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Vou orientar pela Minoria.
A posição do PCdoB e do PT é contrária à aprovação deste requerimento,
mas, considerando a posição distinta do PDT, que, junto conosco, compõe a
Minoria, nós liberamos a bancada.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Presidente, o PSOL quer encaminhar, por
favor.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado Pr.
Marco Feliciano.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o PSC também diz “não” ao requerimento de urgência, não
pela informação do propósito em si, mas porque nós precisamos nos debruçar sobre
o assunto e levá-lo à bancada. Fomos pegos de surpresa por esse requerimento de
urgência.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Pr. Marco Feliciano, V.Exa.
pode ser contra, mas ninguém foi pego de surpresa aqui. Esse requerimento já está
na pauta desde o ano passado. Estou falando isso para não parecer que eu sou um
Presidente...
O SR. PR. MARCO FELICIANO - Com o requerimento de urgência para hoje
é que nós fomos pegos de surpresa.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está certo!
Concedo a palavra à Deputada Carmen Zanotto. (Pausa.)
O SR. NELSON MARQUEZELLI (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, o PTB e o PROS votam “sim”.
O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o PDT libera a bancada.
A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - O PPS orienta o voto “não” a este requerimento, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Eu vou encerrar a votação.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, o PSOL quer se manifestar.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra V.Exa., Deputado
Edmilson Rodrigues.
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - De modo geral, nós somos favoráveis ao teor do projeto. Não dá para
transferir para pessoas jurídicas diferentes as restrições que se impõem inclusive
quando se está no CADIN.
No entanto, considerando que há um imbróglio e que o próprio Governo quer
tempo para analisar, tenho certeza de que o princípio constitucional será respeitado.
É importante recolocarmos a urgência em votação em breve, porque é fundamental
importância fortalecer os consórcios, inclusive garantindo que os Municípios não
sejam prejudicados isoladamente quando houver algum problema e que os
consórcios tenham a sua autonomia respeitada para desenvolverem aquilo que é de
interesse comum dos Municípios que dele participem.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vou encerrar a votação.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. JOÃO DERLY - Sr. Presidente, quero encaminhar pela Rede.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Fale, Deputado.
O SR. JOÃO DERLY (Rede-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Pelo
encaminhamento dos partidos, percebemos que o projeto ainda não está maduro
para ser votado. Então, nós gostaríamos que houvesse mais tempo de discussão
nas Comissões.
Nesse sentido, estamos encaminhando o voto “não”.
O SR. EROS BIONDINI (Bloco/PROS-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Bloco PROS/PTB orienta “não”.
O SR. SIMÃO SESSIM - Sr. Presidente, V.Exa. me permite um rápido
registro?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Só 1 minuto.
Está encerrada a votação.
O SR. AFONSO FLORENCE - Sr. Presidente, Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O Deputado Simão Sessim vai falar.
Depois V.Exa. fala.
Tem a palavra V.Exa., Deputado Simão Sessim.
O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, a sociedade brasileira assiste, há alguns dias, às imagens da crise
da segurança pública no Espírito Santo.
Pouco mais de 1 semana antes, todos vimos as rebeliões nos presídios do
Norte do Brasil. Nas ocasiões, o Ministro da Defesa se fez presente. Os atos são
resultado do esforço enorme do Governo Federal para debelar a violência, com o
uso da Força Nacional e das Forças Armadas.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O Presidente Michel Temer cumpre o dever constitucional de agir. No entanto,
a ação é pontual e ocasional. Acontece nas épocas em que a crise na segurança
pública explode. Está claro — cada vez mais claro — que o Governo Federal precisa
agir no combate à violência de modo mais presente, planejado, com uma política
pública específica. A sociedade brasileira não pode esperar mais. Cada vez que o
Governo Federal entra para enxugar gelo, a crise se torna maior adiante. É assim,
há muitos anos.
Nesta Casa, há anos, nós tentamos ajudar com medidas legislativas para
enfrentar a violência. Criamos leis boas e leis que não pegaram. Fizemos mutirões
legislativos. Separamos semanas para a tarefa de criar os instrumentos essenciais,
e nada disso tem adiantado muito.
Nós, o Poder Executivo e o Poder Judiciário, agimos sempre no calor das
crises. É essencial e urgente sermos mais precisos e permanentes.
Faço um apelo ao Presidente da República, para que estabeleça, desde já,
como prioridade absoluta do Governo, criar um Plano Nacional de Segurança
Pública que coloque o Governo Federal como instrumento de solução em ações
permanentes. É preciso agir! É essencial ser urgente, para que mais vidas não se
percam. Não haverá solução enquanto o socorro do Governo Federal aos Estados
for pontual e ocasional na segurança pública.
Agora mesmo, a Polícia Militar do Distrito Federal está anunciando greve. O
Rio de Janeiro já começa a se preocupar com a contaminação do problema do
Espírito Santo, e assim ocorre em vários Estados.
Agradeço a V.Exa.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Afonso Florence.
O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente Rodrigo Maia, Sras. e Srs. Deputados, eu gostaria de fazer um
registro. Na última sessão da Câmara dos Deputados, no ano passado, construímos
um acordo na sessão da Câmara e do Congresso Nacional.
Esse acordo propiciou, primeiramente, a aprovação da derrubada de três
vetos no Congresso Nacional. Em acordo com a Liderança do Governo, e eu na
condição de Líder da Minoria, derrubamos o veto à micro e pequena empresa,
abrimos novo prazo para a renegociação das dívidas das cooperativas da agricultura
familiar e criamos a lei que autoriza o pagamento de adicional insalubridade para
agentes comunitários de saúde.
Entretanto, estava na pauta da Câmara dos Deputados...
O SR. EROS BIONDINI (Bloco/PROS-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Bloco PTB, PROS libera a bancada.
O SR. AFONSO FLORENCE - Estava na pauta da Câmara dos Deputados a
MP 744, Presidente Rodrigo Maia. Ela obstruía a pauta, e a votação já ia ser
concluída. O PT estava em obstrução. Nós mantivemos a obstrução, e, pelo
encaminhamento dado por V.Exa, algumas pessoas interpretaram que tínhamos
encaminhado a favor, apesar da presença na Taquigrafia e no encaminhamento de
Plenário e de Oposição.
Claro! O Governo venceu a votação. A MP 744 passou, mas quero aqui
reiterar, sem acordo com a Oposição, que nós tínhamos uma posição de obstrução,
mantivemos e fomos derrotados no plenário.
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Eu gostaria de fazer esse registro na presença de V.Exa., Presidente Rodrigo
Maia, para que conste nos Anais, nas notas taquigráficas, que nós fomos vencidos
naquela votação e que não houve encaminhamento da Oposição favorável à MP.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Isso mesmo.
Concedo a palavra ao Deputado Nelson Padovani. (Pausa.)
O SR. WELITON PRADO (PMB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o PMB encaminha favoravelmente, “sim”, à urgência. O PMB não
entende o porquê dessa polêmica, se é um pedido da Frente Nacional dos Prefeitos,
das Confederações, e se é um projeto que, do meu ponto de vista, não tem
polêmica, pois faz justiça ao povo.
Vou dar um exemplo em Minas Gerais. É fundamental que vários consórcios
de saúde sejam executados para implementação do SAMU. Se o Município tiver
qualquer pendência jurídica ou burocrática no CADIN, não pode implementar, por
exemplo, o SAMU.
Então, é um verdadeiro absurdo não aprovarmos este projeto. Eu não vejo, do
meu ponto de vista, nenhuma polêmica. É um projeto importante, que vai ajudar o
povo e as pessoas mais simples, vai ajudar os Municípios a se organizarem. Por
isso, o PMB vota “sim”.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Nelson Padovani, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSDB.
O SR. NELSON PADOVANI (Bloco/PSDB-PR. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, nesta semana, de 6 a 10 de
fevereiro, está acontecendo em minha cidade de Cascavel, no Paraná, o grande
Show Rural COOPAVEL, que é considerado a maior feira agropecuária da América
Latina.
Parabenizo o nosso Governador do Paraná, Beto Richa, que está presente
neste momento na feira, prestigiando este grande acontecimento. Amanhã quem a
prestigiará será o Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
Parabenizo também o Dilvo Grolli, Presidente da COOPAVEL, o Diretor
Ibrahim Fayad, toda diretoria, os organizadores e associados, em especial o Rogério
Rizzardi.
As vendas de máquinas são impressionantes e enchem de orgulho o povo de
Cascavel e do Paraná. Há a expectativa de arrecadar 1,5 bilhão de reais.
A COOPAVEL tem 4.500 associados e 4 mil funcionários. Ela é uma das
maiores cooperativas do Brasil.
No Show Rural deste ano, há centenas de expositores. Até o momento, 240
mil pessoas já visitaram o evento. Há a expectativa de mais de 300 mil pessoas irem
ao show até o final de semana.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrada a votação. (Pausa.)
Resultado da votação:
SIM: 41;
NÃO: 297;
ABSTENÇÃO: 1,
TOTAL: 339.
REJEITADO O REQUERIMENTO.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item V.
Requerimento nº 5.022/16, dos Srs. Líderes, que
requer, nos termos do art. 155 do Regimento Interno da
Câmara dos Deputados, urgência para apreciação do
Projeto de Resolução nº 159, de 2016, da Mesa Diretora
da Câmara dos Deputados, que acrescenta o art. 25-A na
Resolução nº 20, de 1971, para autorizar a prestação de
assistência médica, de emergência e de ambulatório,
inclusive perícia, pelo Departamento Médico da Câmara
dos Deputados, mediante celebração de convênios e
acordos de cooperação técnica.
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O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
O PSOL vai pedir votação nominal deste item, Sr. Presidente.
A SRA. ALICE PORTUGAL - Sr. Presidente, V.Exa. pode ler de novo o
número do item?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É o item V.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A Presidência solicita aos Srs.
Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema
eletrônico.
Está iniciada a votação.
Queiram seguir a orientação do visor de cada posto.
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A SRA. LAURA CARNEIRO - Sr. Presidente, V.Exa. me permite encaminhar
pelo PMDB?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É claro.
A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Vamos encaminhar o voto favoravelmente. Trata-se da prestação de
assistência médica, de emergência e de ambulatório, inclusive perícia no
Departamento Médico desta Casa, mediante celebração de convênios e acordos de
cooperação técnica.
Queria aproveitar, Sr. Presidente, da mesma maneira que fez o Deputado
Wadih Damous, para falar da questão específica do Estado do Rio de Janeiro.
Ontem mesmo o nosso Vereador Fernando William, do Rio, apresentou uma ação
popular contra a venda da CEDAE.
Sr. Presidente, sabendo do momento que vive o nosso Estado — acompanho
essa situação como Coordenadora da Comissão Externa que V.Exa. criou —, temos
que achar outras soluções. Isso não é justo. V.Exa. sabe tanto quanto eu que vamos
criar um monopólio específico na área de saneamento e água. Se esses não são
serviços essenciais, o que será?
Três bilhões e 500 milhões de reais não correspondem ao que vale a CEDAE.
A arrecadação da CEDAE é de 450 milhões de reais por mês. É absolutamente
criminoso levar pessoas que vivem nas favelas do Rio de Janeiro, nas áreas mais
degradadas, onde não existe saneamento básico, onde muitas vezes mal existe
água, a pagarem tarifas absurdas, que necessariamente serão praticadas por uma
empresa privada, que visa ao lucro e não a assistência pública, como deveria ser um
órgão da envergadura e da importância da CEDAE.
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Como fez o Município do Rio de Janeiro na gestão de Eduardo Paes, o
Estado deve fazer consórcios e PPPs, que possibilitam, ao mesmo tempo, que
entrem recursos e que não sejam privatizados setores como esse.
Sr. Presidente, não será justo com a Baixada Fluminense, com a Zona Norte
e com a Zona Oeste do Rio de Janeiro privatizar uma empresa para ganhar os
louros de Ipanema, do Leblon, da Barra da Tijuca, áreas onde eu moro, onde V.Exa.
mora, mas não onde vive a maioria da população do Estado.
Sr. Presidente, deixo registrado meu apelo a V.Exa., ao Presidente Temer,
com quem falei hoje, e ao Governador Luiz Fernando Pezão. Privatizar uma
empresa como a CEDAE não será a solução ideal para um Estado como o nosso.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra a Deputada Benedita da
Silva.
A SRA. BENEDITA DA SILVA - Eu quero orientar a bancada do PT, Sr.
Presidente.
O SR. KAIO MANIÇOBA - Sr. Presidente...
A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, por favor, vamos à orientação da bancada, para que
possamos esclarecer o conjunto dos Parlamentares sobre esse projeto de
resolução.
O SR. SILAS CÂMARA (Bloco/PRB-AM. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, queria só registrar meu voto favorável ao requerimento, na
matéria anterior — Deputado Silas Câmara, do PRB.
O SR. JEFFERSON CAMPOS (Bloco/PSD-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Jefferson Campos votou com o partido na votação anterior, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Não é preciso declarar o voto. Basta
dar presença ou votar nessa agora.
O SR. KAIO MANIÇOBA (Bloco/PMDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Presidente, votei errado na votação passada. Eu votei “não” ao pedido de
urgência, mas era para ter votado “sim”. Peço que fique registrado esse erro na
minha votação, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vai ficar registrado, Deputado Kaio
Maniçoba.
Tem a palavra a Deputada Benedita da Silva
O SR. ADEMIR CAMILO - Sr. Presidente, quero encaminhar pelo PTN.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra a Deputada Benedita da
Silva.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, o PT vota “sim” a esta matéria
Aproveito este momento para falar da privatização da CEDAE no Estado Rio
de Janeiro. Nós sabemos que essa empresa beneficia o Estado como um todo. A
privatização dificultará ainda mais o atendimento das demandas que ficará
altamente prejudicado.
Sr. Presidente, é bom também falar sobre o fato de estarmos convivendo com
o maior índice de desemprego deste País, e o Estado do Rio de Janeiro, com esse
pacote que estamos chamando de pacote da maldade, está desempregando
servidores qualificados.
Portanto, o nosso encaminhamento é “sim” a esta matéria. Ressalto que o
Estado do Rio de Janeiro diz “não” à privatização da CEDAE.
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O SR. ADEMIR CAMILO - Sr. Presidente, peço a palavra para encaminhar
pelo PTN.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Adail
Carneiro. Em seguida, passarei a palavra ao Deputado Ademir Camilo.
O SR. ADAIL CARNEIRO (Bloco/PP-CE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de justificar a minha ausência na primeira
votação nominal e de dizer que voto de acordo com partido.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É só V.Exa. votar nesta.
Tem a palavra o Deputado Ademir Camilo.
O SR. ADEMIR CAMILO (Bloco/PTN-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, quero encaminhar pelo PTN. Este projeto amplia a
possibilidade de o DEMED atender não somente a Parlamentares, mas também a
funcionários por convênio da administração. Nós somos quase 20 mil pessoas.
Quem já procurou o sistema médico sabe que em algumas vezes temos fila.
Imaginem ampliar o acesso ao sistema sem ter estrutura.
O PTN encaminha o voto “não” e pede aos colegas para votar “não” à
apreciação deste projeto, porque não é ampliando que se melhora a assistência
médica.
Compraram equipamentos novos, Deputado Chico Alencar. V.Exa. sabe,
porque muitas vezes procura o sistema médico daqui, que ele não nos dá a
possibilidade de atendimento, porque o aparelho quebra e tem que se fazer o exame
em outro lugar. Imagine se for ampliado o acesso para outros convênios, sabe-se lá
quais.
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Para finalizar, peço aos colegas que votem “não” à urgência. “Não” a
convênios com outros lugares e “sim” à assistência melhor para quem trabalha, para
quem usa e para quem precisa aqui na Câmara Federal.
O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O PTB vota “sim”, Sr. Presidente.
A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, quero só fazer um esclarecimento aos colegas Deputados
e Deputadas presentes no plenário com relação a esse projeto, cujo regime de
urgência está sendo apreciado.
Só poderemos votar a urgência a partir de um acordo, para que, no mérito,
nós tenhamos o texto que foi apresentado ao Deputado Beto Mansur, no final do ano
passado, relativo à ampliação da oferta de serviços dos equipamentos que foram
adquiridos.
A oferta de serviços para os servidores terceirizados desta Casa e para
mutirões de pacientes do Sistema Único de Saúde pode acontecer, sim, desde que
haja equipamento sendo subutilizado.
Não acredito que os Parlamentares desta Casa e o coletivo dos servidores
vão utilizar toda a demanda e toda a capacidade do tomógrafo e dos mamógrafos
que foram adquiridos, porque eles têm, sim, condições de, no recesso, nos dias em
que nós não estamos aqui, disponibilizar esses equipamentos para efetivamente
conseguirmos avançar.
Portanto, Sr. Presidente, só poderemos orientar “sim” se tivermos o
compromisso de que no mérito esta matéria não será apreciada amanhã.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Não será apreciada amanhã,
Deputada.
A SRA. CARMEN ZANOTTO - Então, é “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Edson Moreira.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Presidente, o PR vai votar “não”, porque esta aqui é uma Casa
parlamentar. O atendimento médico daqui é para atender os funcionários e também
os Parlamentares em caso de urgência, e não para atender o povo.
O PR vota contra porque o plano de saúde daqui não tem nada a ver com o
plano de saúde público. O PR vota “não”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Edson, esse projeto é um
pedido do Supremo Tribunal Federal. Não tem nada a ver com a preocupação de
V.Exa. Fique tranquilo.
Deputado Vinicius Carvalho.
O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Presidente, embora o PMDB e o Bloco estejam indicando “sim”, o PRB
entende que matéria como esta não pode ser votada dessa forma. Por isso, o PRB
encaminha o voto “não”.
O SR. CHICO ALENCAR - O voto do PSOL, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - PSOL.
O SR. CHICO ALENCAR (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Presidente, o projeto tem uma tese meritória, para não ficarmos exclusivos da
corporação. Embora sejamos simpáticos ao mérito, é verdade também o argumento
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da visão atual do DEMED, da sua sobrecarga, e somos sensíveis a isso. Nem os
terceirizados da Câmara, salvo melhor juízo, são atendidos lá, e seria de justiça isso.
Portanto, queremos meditar melhor. Entendemos que essa urgência não é tão
urgente assim.
Vamos debater melhor, examinar e aperfeiçoar o projeto, senão poderemos
ficar numa enrascada, colocar o boné onde não se pode alcançar depois.
O voto é “não”.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Delegado Edson Moreira.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o problema é o seguinte: o texto do projeto não mostra
essa visão de V.Exa. É preciso melhorar o texto.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O Relator existe para isso, Deputado,
para melhorar o texto.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA - Então, troque o Relator, porque este
texto está ruim pra chuchu. É preciso melhorar o texto porque a interpretação está
dúbia. A Câmara está aberta para o STF, quando quiserem.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É só um pedido de formalização.
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA - Tem que conversar com o PR
também, porque este projeto está ruim pra caramba.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Sras. e Srs. Deputados, informo que
esta Presidência pretende marcar, para amanhã, a instalação das duas Comissões
Especiais da Previdência e da Reforma Trabalhista.
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Infelizmente, até o momento, poucos partidos, principalmente da base,
indicaram os seus membros, o que tornará quase impossível, se a indicação não
ocorrer nas próximas horas, a importante instalação dessas duas Comissões
amanhã, na tarde de quinta-feira.
Deputado João Derly.
O SR. JOÃO DERLY (Rede-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, a proposição não explicita quais convênios seriam firmados nem se
iríamos contratar ou ser contratados. Os termos também são muito vagos. Há uma
série de possibilidades contratuais e a possibilidade de atendimento de outros
pacientes autorizados pelo diretor pode comprometer a qualidade do serviço.
Nós orientamos que se vote “não”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Beto
Mansur.
Depois terá a palavra o Deputado Ronaldo Lessa.
O SR. BETO MANSUR (Bloco/PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, eu só queria passar uma
informação que acho extremamente pertinente com relação a esse projeto de
resolução.
A Câmara possui um equipamento — vou dar dois exemplos —, um
tomógrafo de altíssima qualidade. Poucos equipamentos como esse existem em
hospitais brasileiros. A Câmara possui esse equipamento aqui no DEMED, e ele
está sendo subutilizado. A Câmara comprou recentemente um mamógrafo também
de altíssima qualidade.
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Eu gostaria de dizer a V.Exas. que esse projeto de resolução permite que o
DEMED, que conta com pessoal altamente competente, e que a sua direção possam
fazer convênios com outras entidades. Por exemplo, através do DEMED, posso
fazer um convênio com o Distrito Federal e diminuir a demanda que existe em
determinadas áreas, inclusive fazendo convênio com terceirizados, que vão poder
utilizar o tomógrafo, o mamógrafo, etc.
Nós não vamos abrir o departamento médico da Câmara para todo mundo
poder utilizar. Nós vamos fazer convênio, isso sim, com setores específicos, dentro
da demanda que puder ser utilizada, sem deixar de atender os Deputados, sem
deixar de atender os funcionários da Casa, sem deixar de atender os terceirizados.
Esse projeto de resolução é positivo, para que possamos utilizar esses
equipamentos e atender a sociedade.
O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Ele é negativo para os funcionários, Deputado Beto Mansur, ele é negativo!
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA - Sr. Presidente...
O SR. PR. MARCO FELICIANO - Sr. Presidente...
A SRA. ALICE PORTUGAL - Orientação, Sr. Presidente.
O SR. CAPITÃO AUGUSTO - Aqui tem fila! Ele é negativo para os
funcionários!
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA - Que terceirização é essa?!
O SR. CAPITÃO AUGUSTO - Não fizeram um levantamento direito para os
funcionários da Casa.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Silas
Câmara.
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O SR. SILAS CÂMARA (Bloco/PRB-AM. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, esta urgência é desnecessária. É claro que as Deputadas e
os Deputados aqui sabem que o nosso departamento médico só piorou em termos
de atendimento e a qualidade que lá tem.
O que nós precisamos fazer é uma discussão clara sobre o que é a obrigação
e o que é a cobertura do nosso departamento médico. Se quiserem fazer convênio
que façam de forma clara: façam para os terceirizados, façam para quem quiser.
Mas hoje o departamento médico está pedindo socorro. O socorro vir sob
forma de terceirização é um absurdo! Esta Casa já perdeu demais. Precisamos
debater sobre esses assuntos com calma e tomar a decisão correta.
Portanto, a urgência é equivocada.
A SRA. ALICE PORTUGAL - Sr. Presidente, quero orientar pelo PCdoB.
O SR. MARCUS PESTANA - Sr. Presidente...
O SR. PR. MARCO FELICIANO - Sr. Presidente...
O SR. SIMÃO SESSIM - Sr. Presidente.
O SR. MARCUS PESTANA - Sr. Presidente...
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, o PCdoB compreende que essa matéria, de fato, precisa
ser discutida de maneira mais profunda. É necessário que o DEMED tenha um
fortalecimento nas suas estruturas. Mas segundo a nota concluída pela Comissão,
com a Liderança da Deputada Carmen Zanotto, de fato, seria apenas para os
equipamentos de imagens. Sr. Presidente, assim que esta nota for acolhida,
conforme V.Exa. se comprometeu com a Deputada Carmen Zanotto, votaremos a
favor da urgência.
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Se ordem da discussão sobre o mérito for transigida, seremos contrários. O
PCdoB vota “sim”, conforme acordo sobre a nota produzida pela Comissão que
estudou a matéria.
O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o PR vota “sim”, libera a votação conforme a orientação partidária.
O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o PP libera a bancada. O PMDB orientou o Bloco, mas o PP quer
mudar...
O SR. PR. MARCO FELICIANO - Sr. Presidente, o PSC nem orientou ainda.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrada a votação.
Resultado da votação:
SIM: 227;
NÃO: 75;
ABSTENÇÃO: 2;
TOTAL: 304.
REJEITADO O REQUERIMENTO.
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A SRA. CARMEN ZANOTTO (PPS-SC. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, quero só registrar que eu não votei. Eu orientei, estava
falando com os Parlamentares sobre a importância da votação, e acabei não
votando. Deputada Carmen Zanotto votou “sim” à urgência. Por favor!
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Houve maioria, mas o requerimento
não foi aprovado, porque o quórum era de 257.
O SR. ALCEU MOREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Deputado Alceu Moreira votou com o partido..
A SRA. KEIKO OTA (Bloco/PSB-SP. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, Deputada Keiko Ota votou com o partido.
O SR. MARCUS PESTANA - Quero só fazer uma sugestão sobre o tema,
Presidente.
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, os partidos precisam orientar primeiro para que seus
Deputados saibam como votar. V.Exa. não deu oportunidade a todos os Líderes.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Ronaldo
Lessa, para uma Comunicação de Liderança, pelo PDT.
O SR. RONALDO LESSA (PDT-AL. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, no dia 23 de janeiro deste ano, na
sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, em São
Paulo, representantes de entidades patronais e de trabalhadores reuniram-se não
para comemorar algum feito da engenharia brasileira, que são muitos, mas sim para
denunciar, com veemência, Sras. e Srs. Deputados, que o atual Governo optou por
uma política antinacional, que paralisa o nosso desenvolvimento e escancara nosso
mercado para as multinacionais, provocando mais ainda desemprego e crise.
Estive ali na condição de Presidente da Frente Parlamentar Mista de
Engenharia, lnfraestrutura e Desenvolvimento Nacional, também como engenheiro
de formação, e fiquei indignado ao constatar como um setor que já deu para o
mundo exemplos de capacidade técnica e inovação — como, por exemplo, a Ponte
Rio-Niterói, de cuja construção participei, e tantas outras obras aqui e no exterior —
vem sendo desdenhado e relegado ao imobilismo, com trágicas consequências
econômicas, como desemprego, falências de empresas e retrocesso tecnológico.
Para cada engenheiro empregado, pelo menos 20 outros funcionários, de várias
atividades, trabalham ao seu redor.
É imperativo nos mobilizarmos para impedir essa política entreguista, que nos
faz lembrar do Brasil Colônia ou do século passado, quando éramos apenas
exportador de commodities.
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As entidades reunidas divulgaram um manifesto à Nação brasileira alertando
para a contínua deterioração da nossa economia. No documento, há menção
especial ao que vem acontecendo com a nossa PETROBRAS, senhoras e senhores.
Diz o texto:
A PETROBRAS, âncora ao longo da sua história do
nosso desenvolvimento industrial, responsável por cadeia
de mais de 5 mil fornecedores nacionais e estrangeiros,
está sendo dilapidada de ativos valiosos, vendidos sem
transparência na bacia das almas, e passa a fazer coro
com as petroleiras estrangeiras para combater políticas
de conteúdo local indispensáveis à sobrevivência de
empresas e de empregos, e também para prorrogar por
mais 20 anos a maior renúncia fiscal da nossa história, o
REPETRO, quando se sabe quão dificil é a situação
financeira da União e dos Estados diante da queda
contínua da arrecadação de impostos. O Brasil, ainda
uma das 10 maiores economias do mundo, não pode ser
reduzido à condição de mero exportador de grãos, de
carnes e recursos minerais. Abrir mão da sua base
industrial nos remete novamente à condição de colônia.
O manifesto é assinado por entidades como o Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia e pela Federação Nacional dos Engenheiros, que ao longo
dos últimos meses vêm conclamando a categoria em torno de um movimento
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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chamado Engenharia Unida, um caminho para alavancar o desenvolvimento
nacional.
A ABIMAQ representa mais de 1.500 empresas aqui no Brasil. Mas o que
provocou a reação contundente dos últimos dias foi a decisão da PETROBRAS de
convocar apenas empresas estrangeiras para participar de edital de licitação para
obras da Unidade de Processamento de Gás Natural do Complexo Petroquímico do
Rio de Janeiro. A alegação foi de que as grandes empresas nacionais estavam
comprometidas com a Operação Lava-Jato.
Pasmem os senhores: essas 30 empresas estrangeiras também estão com
leniência, sendo também investigadas lá fora.
É uma justificativa que não se sustenta. Há empresas, sim, em condições de
participar. Estão sendo seguidas as determinações legais e firmados acordos de
acompanhamento e monitoramento interno. Por outro lado, existem empresas de
médio porte brasileiras que estão isentas de processos e de envolvimento com a
Lava-Jato. Portanto, elas podem participar da concorrência.
Diante do quadro exposto, vale destacar o parágrafo final do manifesto à
Nação brasileira, assinado pelas entidades de engenharia:
Conclamamos, assim, a sociedade a se engajar no
combate ao desmonte da nossa economia, para permitir a
retomada do nosso desenvolvimento econômico e social.
O maior patrimônio de um povo é seu mercado que gera
demanda, e mercado é população com emprego.
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Sras. e Srs. Deputados, esta conclamação faço também aqui aos meus
colegas Parlamentares desta Casa. Vamos nos unir em torno do Brasil! Vamos lutar
para manter a nossa autonomia!
Amanhã, às 9h30min, convoco todos os Parlamentares, principalmente da
Frente Parlamentar da Engenharia, lnfraestrutura e Desenvolvimento Nacional, para
participar dessa reunião com entidades de todo o Brasil, para defender o nosso País
e as empresas brasileiras.
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A SRA. CHRISTIANE DE SOUZA YARED (PR-PR. Pela ordem. Sem revisão
da oradora.) - A Deputada Christiane de Souza Yared votou com o partido na última
votação.
O SR. VICENTINHO (Bloco/PT-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O
Deputado Vicentinho votou com a bancada.
O SR. GONZAGA PATRIOTA (Bloco/PSB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O Deputado Gonzaga Patriota votou “não”.
O SR. VALADARES FILHO (Bloco/PSB-SE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Valadares Filho votou com seu partido na
votação anterior.
O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- O Deputado Nelson Pellegrino acompanhou a bancada na votação anterior.
O SR. BOHN GASS (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O
Deputado Bohn Gass votou com o partido.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É só registrar presença agora.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação o Requerimento nº 5.139,
de 2016, dos Srs. Líderes, que requer, nos termos do art. 155 do Regimento Interno
da Câmara dos Deputados, urgência para apreciação do Projeto de Lei nº 2.543, de
2015, do Senado Federal, que altera o § 2º do art. 6º da Lei nº 11.107, de 6 de abril
de 2005, para estabelecer que, no consócio público com personalidade jurídica de
direito público, o pessoal será regido pela Consolidação das Leis do Trabalho.
Senhor Presidente,
Requeiro, nos termos do art. 155 do Regimento
Interno, urgência para a apreciação do Projeto de Lei nº
2.543, de 2015, que propõe alterar a Lei nº 11.107, de
2005, que “visa adequar e melhorar a redação dada pela
lei que institui os consórcios públicos”, diante de decisões
de alguns Tribunais de Conta sobre a necessidade de
contratação de quadro de pessoal do regime estatutário,
enquanto que outros admitem a contratação pelo regime
celetista.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação.
Os Srs. Deputados que o aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.)
APROVADO.
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O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O
Deputado Julio Lopes votou com o partido nas duas últimas votações.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Sobre a mesa a seguinte mensagem.
MENSAGEM Nº 471, DE 2016
(DO PODER EXECUTIVO)
Votação, em turno único, da Mensagem nº 471, de
2016, que solicita a retirada de tramitação do Projeto de
Lei nº 6.646, de 2013, que “autoriza o Poder Executivo a
doar três aeronaves T-27 Tucano à Força Aérea de
Moçambique”, enviado à Câmara dos Deputados com a
Mensagem nº 463, de 2013.
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O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o PSOL vai pedir votação nominal dessa matéria.
O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, por que V.Exa. retirou o item 9, esse requerimento de urgência, da
votação?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Porque foi um pedido do Plenário.
O SR. GLAUBER BRAGA - V.Exa. está retirando a matéria ou não?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Não. Estou votando.
O SR. GLAUBER BRAGA - Está votando? O PSOL vai pedir votação
nominal.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A Presidência solicita a todas as Sras.
Deputadas e a todos os Srs. Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter
início a votação pelo sistema eletrônico. (Pausa.)
Deputado Glauber Braga, desculpe, isto é votação. Não é urgência. Estou
vendo nas urgências.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Os Srs. Deputados que o aprovam
permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADO.
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O SR. GLAUBER BRAGA - É para retirar a matéria de pauta, é isso?
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - O PCdoB orienta “não”.
O SR. MARCON (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O Deputado
Marcon votou com a bancada na votação passada.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É para retirar da Casa a mensagem.
A SRA. ALICE PORTUGAL - O PCdoB orienta “não”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vou ler novamente, para não dar
problema.
O SR. GLAUBER BRAGA - Está bom.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Mensagem:
MENSAGEM Nº 471, DE 2016
(DO PODER EXECUTIVO)
Votação, em turno único, da Mensagem nº 471, de
2016, que solicita a retirada de tramitação do Projeto de
Lei nº 6.646, de 2013, que “autoriza o Poder Executivo a
doar três aeronaves T-27 Tucano à Força Aérea de
Moçambique”, enviado à Câmara dos Deputados com a
Mensagem nº 463, de 2013.
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O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, isso não é mensagem do Executivo?
O SR. GLAUBER BRAGA - Peço a palavra para orientar.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - É só comunicação. Não precisa votar isso.
É mensagem de retirada.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Precisamos votar.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - É mensagem de retirada.
O SR. GLAUBER BRAGA - Peço a palavra para orientar.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Orientação de bancada.
Como vota o Bloco do PMDB?
O SR. PEDRO CHAVES (Bloco/PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Vota “sim”.
O SR. JULIO LOPES (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Pelo Bloco, o PP orienta “sim”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PT?
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, trata-se de medida de caráter humanitário. Eu quero destacar o
trabalho conjunto e a dimensão fraterna que nós devemos manter com os povos da
África na Cooperação Sul-Sul.
Quero dizer a V.Exa. e aos colegas que um aspecto bastante importante
merece ser destacado: que as aeronaves, para cumprirem a missão brasileira,
nessa doação são adaptadas para a retirada de qualquer estabelecimento bélico,
porque o objetivo da parceria brasileira com o mundo é sempre o respeito à
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autodeterminação, à paz entre os povos e aos direitos humanos que são previstos
na Constituição.
Então, na nossa dimensão de irmandade, de amor fraterno com o povo de
Moçambique, essa é uma pequena contribuição, sem dúvida, e nós queremos
destacar a relevância dela.
Muito obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o Bloco do PTB? (Pausa.)
O SR. FABIO REIS (Bloco/PMDB-SE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
O Deputado Fabio Reis votou nas votações anteriores com o seu partido.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PR?
O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
O PR encaminha “sim”, Sr. Presidente.
Aproveito para fazer uma pergunta: será consolidada a votação hoje?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Será.
Como vota o PDT? (Pausa.)
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Sr. Presidente, votamos contra a retirada.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Contra a retirada.
Como vota o Bloco do PDT?
O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- O PDT vota “não”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PCdoB?
A SRA. JÔ MORAES (PCdoB-MG. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) -
Sr. Presidente, é absolutamente estranha essa proposição do Governo de retirar
essa mensagem, que integra a política de solidariedade internacional.
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A proposta foi construída inclusive na Comissão de Relações Exteriores e de
Defesa Nacional e foi transformada, como parte da política de integração do Brasil.
Em um momento em que se vive uma crise, uma instabilidade institucional, o
Governo Temer dá uma sinalização errada aos países que fazem parte dessa
relação Sul-Sul.
Por isso o PCdoB orienta o voto “não”, repudiando esse recuo da política
internacional de solidariedade aos povos do mundo.
O SR. LUCIO MOSQUINI (Bloco/PMDB-RO. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Lucio Mosquini votou com o partido na votação
anterior.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PTB?
O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O Bloco PTB orienta que se vote “não”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O PTB vota “não”.
Como vota o PSC?
O SR. PR. MARCO FELICIANO (PSC-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, O PSC diz “sim” à retirada dessa tramitação, até porque o
Brasil tem outras aeronaves que poderiam ser doadas, como a T25 e a Xavante. A
T27 ainda tem muita vida útil em nosso País.
O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Bloco do PTB orienta a votar “sim”. Desculpe-me.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O PTB vota “sim”.
Como vota o PPS?
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O SR. ARNALDO JORDY (PPS-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O
PPS vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PRB?
O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o PRB orienta o voto “sim”.
O SR. PEDRO CHAVES (Bloco/PMDB-GO. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, nas votações anteriores o Deputado Pedro Chaves
acompanhou a orientação do PMDB.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL?
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu peço que seja reposto o tempo, por favor.
O que caracteriza essa proposta é a mesquinharia política e diplomática.
Moçambique é um país irmão, e nós temos que fazer com que essas relações
possam estar cada vez mais adensadas, aprofundadas.
O que nós temos que votar no plenário da Câmara dos Deputados é uma
moção de repúdio às ações do Governo Trump, que entre outras coisas trata irmãos
da América Latina, como os irmãos mexicanos, como se bandidos fossem. Essa é a
moção que este Plenário tem que votar necessariamente.
Nós não queremos um Parlamento, um Governo que fale grosso com
Moçambique e fino com Washington. É exatamente por esse motivo que a bancada
do PSOL, nesta matéria, vota e orienta o voto “não”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota a Rede? (Pausa.)
Como vota o PEN? (Pausa.)
Como vota o PMB? (Pausa.)
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Como vota a Minoria? (Pausa.)
Como vota o Governo?
O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O Governo vota “sim”, Sr. Presidente.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, a Minoria vota “não”, porque compreende o esforço que foi feito
pelo Governo Federal, pelo nosso Governo, pelo Brasil nas suas relações
internacionais de cooperação.
É impossível, Sr. Presidente, diante das situações que acontecem na África,
nós aqui negarmos a tramitação de um projeto que está adequando as condições de
atendimento do serviço comunitário, que nós deveríamos estar buscando fazer junto
aos países da África e, neste caso, da área de Moçambique.
Sr. Presidente, este é um apelo que faço independentemente das siglas
partidárias. Nós estaremos cometendo um... (desligamento automático do microfone)
ao cooperarmos com esses países. Pior do que isso, Sr. Presidente, é assistirmos
ao sofrimento da África e termos que enviar soldados para morrerem pela liberdade
e pela democracia.
O que nós estamos querendo fazer aqui é pura e simplesmente conceder a
eles condições de prestarem os seus serviços comunitários, com uma aeronave
adequada.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. WELITON PRADO (PMB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o PMB vota “não”.
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O SR. DELEGADO EDSON MOREIRA (PR-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Governo vota “sim” e explica que o BNDES — Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social já emprestou muito dinheiro para
Moçambique. Moçambique está em estado de guerra interna, e esses aviões podem
ser usados contra a própria população.
Então, o voto é “sim”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Nobres Líderes, eu quero informar-lhes
que alguns blocos foram mantidos na eleição, o que vai impossibilitar a votação pelo
Plenário de algumas matérias para as quais alguns partidos precisam de
apoiamento para apresentação de emenda, como é o caso do Item I da pauta.
Como o maior bloco não constituiu Líder, não cabe assinatura de nenhum dos
membros do bloco de 360 Deputados. Isso inviabiliza a apresentação de emendas,
que precisa de um número maior que o número individual dos partidos que não têm
bloco.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Os Srs. Deputados que forem
favoráveis permaneçam como se encontram. (Pausa.)
APROVADA.
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O SR. JOÃO DERLY - Sr. Presidente, o voto da Rede.
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA) - Peço verificação, Sr. Presidente.
O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE) - Sr. Presidente, verificação solicitada
pelo PDT e pelo PCdoB.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Verificação concedida. Há quórum para
verificação.
A SRA. ALICE PORTUGAL - O pedido foi feito pelo PDT e pelo PCdoB.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A Presidência solicita aos Srs.
Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a votação pelo sistema
eletrônico.
Está iniciada a votação.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado João
Derly.
O SR. JOÃO DERLY (Rede-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, a Rede entende que uma doação feita para outro País tem a finalidade
de estreitar a relação entre eles. Se o Governo pede a retirada dessa doação,
acabou a relação.
Então, nesse entendimento, nós vamos votar "sim".
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado Onyx
Lorenzoni e, depois, ao Deputado Alessandro Molon.
O SR. ONYX LORENZONI (Bloco/DEM-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu quero só lembrar que essa prática de estender
benesses a outros países — como, por exemplo, uma refinaria inteira para a Bolívia
ou o dinheiro do BNDES para o Porto de Mariel, em Cuba, quando no Brasil não se
tinha recurso a 5% ao ano — foi o que trouxe para o nosso País a recessão, foi o
que trouxe o desemprego para a população do Brasil.
Vamos parar de querer ser bonzinhos. O Brasil precisa primeiro cuidar dos
brasileiros e das brasileiras. Depois, se sobrar, dá para ajudar outras nações. Foi
essa política equivocada que nos colocou no buraco, e tem gente que quer continuar
insistindo nela. O Brasil tem que estar acima dos interesses ideológicos.
Por isso, o voto tem que ser "sim", Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Alessandro Molon, pela Liderança da Rede.
O SR. ALESSANDRO MOLON (Rede-RJ. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, quando a Rede
Sustentabilidade foi criada, em setembro de 2015, nós tínhamos diante de nós um
livro em branco para escrever. Eu tive a honra de ser escolhido, naquela ocasião,
Líder da bancada e, por 1 ano e 4 meses, exerci a Liderança da Rede.
Procurei, naquele cenário complexo, desafiador e novo que o Brasil vivia,
mostrar, Deputado João Derly, do que somos feitos. Trabalhamos com garra, com
ousadia, com coragem, com determinação, e enfrentamos os temas mais difíceis
nesses 16 meses, começando por aquela ação, ao lado do Partido Socialismo e
Liberdade, o PSOL, contra o Deputado Eduardo Cunha. Apoiamos a iniciativa,
fomos coautores, combatemos juntos e terminamos, depois de muita luta, com a
cassação, por este Plenário, do mandato do ex-Deputado Eduardo Cunha, que hoje
se encontra preso. Mostramos que não temos amarras, que não tememos enfrentar
os assuntos difíceis apresentados para esta Casa.
Lutamos contra a PEC da desigualdade, que lamentavelmente terminou por
ser aprovada e vai retirar recursos da saúde e da educação.
Lutamos contra todas as tentativas de anistia a caixa dois e de deformação
das iniciativas de combate à corrupção. Ao lado de outros partidos também
corajosos, procuramos votar de acordo com aquilo que a população brasileira
espera da Rede.
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Ainda na Comissão de Constituição e Justiça, manifestamos uma oposição
dura a essa injusta reforma da Previdência, Deputado Patrus Ananias, que quer
atacar os direitos dos mais pobres e dos mais sofridos.
Chegamos a um novo ano legislativo depois de muita luta; junto com o novo
ano legislativo, vem também um novo ciclo de Lideranças. Por essa razão, foi
escolhido pela nossa bancada o Deputado João Derly, que, na quinta-feira passada,
já assumiu a Liderança. Pedi a S.Exa. que me cedesse o tempo de Liderança para
agradecer a todos os colegas a convivência e para dizer da honra que tive de
participar das reuniões do Colégio de Líderes.
Quero também dizer a todos os colegas e a todas as colegas que fiz o melhor
que pude para honrar esta Casa, para engrandecê-la, para superar a grave crise de
representatividade que enfrentamos no Brasil e para aproximar a nossa Casa
daquilo que espera a população brasileira.
Quero dizer a todos e a todas que, por favor, continuem contando comigo
como Deputado desta Casa, como membro da bancada da Rede, agora sob a
liderança do Deputado João Derly. Que todos contem comigo, com o melhor dos
meus esforços, para todas as pautas que forem boas para o nosso País. Vou
defender os direitos da nossa população, sobretudo no ano em que serão tão
duramente atacados os direitos trabalhistas, os direitos previdenciários e tantas
outras iniciativas que o Governo ilegítimo vai trazer a esta Casa para sacrificar
sobretudo os mais pobres.
Quero me colocar à disposição e dizer que podem contar comigo em todas
essas lutas. Nas Comissões e no Plenário da Casa, será meu prazer e meu dever
continuar trabalhando, ao lado de V.Exas., para melhorar o Brasil, em defesa da
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nossa população, a começar pelos mais sofridos, pelos trabalhadores e pela classe
média brasileira, sempre castigada.
Por isso tudo, registro o meu agradecimento a todos.
Ao Deputado João Derly deixo os meus votos de boa sorte. Conte comigo na
luta na Liderança da Rede.
Aos colegas, o meu muito obrigado pelo prazer que foi conviver com V.Exas.
nesse tempo de Liderança da Rede. Obrigado por toda a atenção que me
dispensaram no Plenário, nas Comissões e no Colégio de Líderes. Deixo a todos um
abraço apertado.
Obrigado a todos. (Palmas.)
Durante o discurso do Sr. Alessandro Molon,
assumem sucessivamente a Presidência os Srs. Izalci
Lucas, nos termos do § 2º do art. 18 do Regimento
Interno, e Rodrigo Maia, Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Marcos Reategui.
O SR. MARCOS REATEGUI (Bloco/PSD-AP. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, é sabido por todos que ninguém consegue ajudar a
terceiros sem antes ficar bem, e os problemas do Brasil, hoje, são muito graves.
Eu posso falar, em especial, do meu Amapá, lá no Norte, onde há pessoas,
na região do Oiapoque, falecendo por zika, chikungunya, malária e outras doenças
sem terem condições de ser transportadas para a Capital, Macapá, onde poderiam
ter atendimento. Dessa forma, preciso considerar o seguinte: eu terei imenso prazer
em conceder ajuda a outros países quando nós tivermos as mazelas internas
corrigidas.
Por isso, Sr. Presidente, o PSD vota “sim” à mensagem e “não” à remessa
dos aviões.
O SR. WALNEY ROCHA (PEN-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero só orientar o meu partido. O PEN vota “sim”.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Givaldo Vieira, para uma Comunicação de Liderança, pela Minoria.
O SR. GIVALDO VIEIRA (PT-ES. Como Líder. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Espírito Santo vive talvez a mais grave crise
de toda a sua história. Desde o último sábado, portanto há 5 dias, todo o efetivo da
Polícia Militar no Estado, em todos os Municípios, cruzou os braços e deixou de ir às
ruas.
Na frente dos batalhões e das unidades, estavam os familiares dos militares,
que impediam a saída deles. Em poucas horas, nós começamos a perceber pessoas
atirando a esmo em diversas ruas, em vários Municípios. Em pouco tempo,
arrastões e assaltos começaram a acontecer nas calçadas e nos pontos de ônibus.
Passado mais um tempo, houve as primeiras invasões às lojas e os saques, que
foram se proliferando por várias cidades do Estado. Seguiu-se uma onda de assaltos
em pontos de ônibus, em coletivos, além de arrastões em shoppings. Também
houve toque de recolher em alguns bairros. Em diversos bairros, gangues
criminosas iniciaram grandes tiroteios por disputas, aproveitando a ausência da
Polícia.
Uma das faces mais graves dessa crise foi o número de mortos. O maior pico
da história está sendo neste período. Na data de hoje, quarto dia de paralisação, já
ultrapassamos 90 mortos. Muitos chegaram a dizer: “Ah, mas foram conflitos entre
criminosos”. Mesmo que fosse somente entre eles, seria reprovável, porque cada
vida humana que se perde deve nos levar a refletir e a lamentar. Entre esses
mortos, há muitos inocentes. Inclusive ontem um policial civil, ao reagir a uma
tentativa de assalto, foi infelizmente morto a tiros numa dessas ocorrências infelizes.
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Há uma situação de pânico generalizado entre os capixabas. Este movimento
dos policiais tem, na sua base, a legítima reivindicação de melhoria das condições
de trabalho e de salário. Eu apoio essa reivindicação. Entretanto, não concordo com
o método usado, porque não se pode deixar toda a população de uma vez sem
policiamento. Por outro lado, o Governo também errou, ao subestimar o tamanho
dessa crise e ao deixar horas e dias se passarem sem a tomada de uma
providência, tendo simplesmente suspendido o diálogo com essa categoria.
Na segunda-feira, já estávamos em Brasília buscando, junto ao Governo
Federal, uma resposta para dar apoio ao Estado. O Governo Federal também
demorou a disponibilizar um efetivo que pudesse ocupar o espaço de autoridade que
foi deixado pela Polícia Militar, ausente das ruas. Somente na segunda-feira à noite
foram enviados para lá algumas dezenas de militares da Força Nacional. Só depois
de muita pressão o Exército foi autorizado a agir. Apenas ontem à noite chegou um
efetivo substancial dessa corporação. Nós temos hoje lá cerca de 900 homens, o
que não representa nem 10% de todo o efetivo da Polícia Militar.
O Governo Federal também subestimou a gravidade desse assunto e não deu
a resposta no tempo necessário para os capixabas. Na base desse problema está a
política de arrocho fiscal, de cortes, que vem sendo implementada por este Governo
e por vários outros que a ele se somaram, defendendo que a saída para a crise que
vivemos é simplesmente cortar os investimentos e impedir o aumento do salário dos
servidores. Aí está a primeira face cruel dessa política equivocada.
Esta crise tem o risco de se propalar por todo Brasil e de atingir outras
categorias que estão sendo massacradas por esses cortes e por essa política de
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arrocho que desconsidera o ser humano, que não vê a população e suas
necessidades.
Os capixabas precisam de apoio rápido. Espero que o Governo Federal
coloque no Estado o efetivo necessário. O Governo deve negociar com os
manifestantes para que o povo capixaba tenha finalmente a paz reestabelecida. É
para isso que nós da bancada federal, em Brasília, estamos trabalhando.
Eu apresentei requerimento de criação de Comissão Externa e negociei com
o Presidente. Infelizmente, não houve acordo dentro da bancada capixaba e a ideia
não prosperou, mas acho que a Câmara Federal não pode ficar silente a essa grave
crise que se abate sobre os capixabas neste momento, que tira a paz e ameaça
todos os brasileiros, tamanha é a gravidade da situação posta.
Obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. AUGUSTO COUTINHO - Sr. Presidente, peço a palavra por 1 minuto.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Augusto Coutinho.
O SR. AUGUSTO COUTINHO (Bloco/SD-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, é sobre o item XI da pauta de hoje, o requerimento que
trata da urgência para o Projeto de Lei nº 5.8450, de 2016, projeto de nossa autoria
que trata sobre a adoção. Eu gostaria de pedir a V.Exa. que o retirasse de pauta.
Existem algumas divergências com a Deputada Maria do Rosário e com a bancada
do PT, assim como com o Deputado Glauber Braga e com a bancada do PSOL. Nós
já ajustamos para, na próxima semana, fazer uma reunião com a presença,
inclusive, do Relator, o Deputado Sóstenes Cavalcante.
Acredito que, na próxima semana, o projeto pode vir para a pauta para que
seja votado.
Era apenas isso, Sr. Presidente.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Sr. Presidente, para corroborar, para
concordar...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra para o Sr.
Deputado Daniel Almeida, pela Liderança.
Concedo a palavra ao Sr. Deputado Glauber Braga, antes. Desculpe-me.
Vamos seguir a ordem, senão não vamos terminar.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Glauber Braga, para uma Comunicação de Liderança, pelo PSOL.
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vejam só: o Brasil está vivendo uma das
maiores crises de toda a sua história no sistema penitenciário. Na segurança
pública, o que está acontecendo no Estado do Espírito Santo, o que está
acontecendo no Estado do Rio de Janeiro é também uma crise gravíssima. E, em
vez de o Ministro da Justiça estar trabalhando para a solução desses que são os
grandes problemas brasileiros, ele está, neste momento, fazendo campanha pela
aprovação do seu nome para ocupar vaga no Supremo Tribunal Federal.
Exige-se, para ocupar uma vaga no Supremo, notório saber jurídico e conduta
ilibada. Digo aqui, em nome da bancada do PSOL — e tenho certeza de que em
nome de vários outros Parlamentares —, que o histórico de Alexandre de Moraes
deixa claro que conduta ilibada não é uma credencial sua para ser candidato a
Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Senão, vejamos: adiantou-se a dizer o que ocorreria em operação da Polícia
Federal; ainda no Governo do PSDB em São Paulo, como Secretário de Geraldo
Alckmin, teve como marca o tratamento truculento das manifestações de estudantes
e de movimentos sociais; já no exercício do cargo de Ministro da Justiça, disse que
tinha enviado auxílio a uma das Unidades da Federação do nosso País e foi
desmentido pela própria Chefe de Governo.
A pergunta que faço a cada um dos senhores é: existe conduta ilibada nesse
cidadão, que é filiado ao PSDB e atuará como Revisor das ações da Operação
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Lava-Jato para julgar membros do seu próprio partido e aliados de Governo? É claro
que não existe.
Por esse motivo, a bancada do PSOL, junto com outros Parlamentares,
ingressará amanhã com uma representação na Procuradoria-Geral da República,
para barrar a nomeação de Alexandre de Moraes como Ministro do Supremo
Tribunal Federal. Essa é a ação que esperamos possa reverter mais esse absurdo
que está sendo tocado pelo Governo ilegítimo de Michel Temer.
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O SR. NILTON CAPIXABA (Bloco/PTB-RO. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, na votação anterior, o Deputado Nilton Capixaba votou de
acordo com o partido.
O SR. LÁZARO BOTELHO (Bloco/PP-TO. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Lázaro Botelho quer justificar sua falta na
última votação, declarando voto com o Partido Progressista.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Daniel Almeida, para uma Comunicação de Liderança, pelo PCdoB.
O SR. DANIEL ALMEIDA (PCdoB-BA. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, na data de hoje, a bancada do PCdoB
decidiu indicar a minha colega Deputada Alice Portugal para cumprir o papel de
Líder da bancada durante este ano.
Eu quero cumprimentar a Deputada Alice Portugal e desejar a S.Exa. êxito na
condução da bancada do PCdoB. Em seu quarto mandato, a Deputada Alice
Portugal tem demonstrado firmeza e convicção. É uma Deputada aguerrida que tem
representado tão bem os baianos e tem encaminhado as decisões coletivas da
nossa bancada aqui neste plenário. Seguramente, S.Exa. manterá a ação do PCdoB
firme na condução das suas proposições, neste ano de tanta dificuldade.
Eu quero aproveitar para agradecer à bancada e ao meu partido pela
atribuição que tive durante o último ano. Agradeço a todos do partido a colaboração
e agradeço a todos os membros dos demais partidos que compartilharam comigo o
exercício da Liderança.
Deixo aqui este agradecimento e peço permissão ao Presidente para
compartilhar o tempo com a Deputada Alice Portugal, que fará aqui a sua
manifestação pela primeira vez como Líder da bancada do PCdoB.
Obrigado a todos. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra à Deputada Alice
Portugal.
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, para mim é motivo de
grande honra e de grande responsabilidade assumir a Liderança desta bancada
pequena, mas que tem em seu âmago a insígnia de João Amazonas e de Maurício
Grabois, uma bancada que soube interferir de maneira decidida em defesa da
democracia e contra o golpe parlamentar, midiático e jurídico que o Brasil sofreu.
Sucedo o grande Deputado Daniel Almeida e a Deputada Jandira Feghali. A
minha responsabilidade aumenta. Mas manteremos alta a bandeira da democracia e
dos direitos sociais.
Viramos a página de 2016. Este ano de 2017 será inigualável do ponto de
vista da crise. Será um ano para enfrentar essas reformas que vêm para tirar direitos
dos trabalhadores, das mulheres e dos professores. Estaremos atuando para a
redução do dano e para impedir que essas reformas tirem o direito de aposentadoria
e enfraqueçam os sindicatos e aqueles que lutam em defesa dos direitos dos que
trabalham e dos que mais precisam.
Procurarei estar à altura do meu PCdoB, meu único partido, no qual completo
39 anos de militância neste ano. Estaremos de pé para honrar sua tradição, sua
história, para fortalecer o Parlamento e lutar pelo retorno da democracia.
Juntos na luta!
Muito obrigada.
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O SR. SERGIO SOUZA (Bloco/PMDB-PR. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Sergio Souza votou com o partido nas
votações anteriores.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Parabenizo a Deputada Alice Portugal.
Agradeço ao Deputado Daniel Almeida a ótima relação que, como Líder do PCdoB,
teve comigo nos meses em que presidi a Casa. Faço um agradecimento público
também ao apoio que tive do PCdoB.
O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, eu gostaria de dar uma
informação. Acaba de ser deferida a liminar...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aguarde um minutinho, Deputado.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrada a votação. (Pausa.)
Resultado da votação:
SIM: 271;
NÃO: 93;
ABSTENÇÃO: 2;
TOTAL: 366.
ART. 17: 1.
QUÓRUM: 367.
A MATÉRIA VAI AO ARQUIVO.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Informo aos Srs. Deputados, como já
fiz anteriormente, que, em razão de o bloco majoritário cuja sigla começa com PMDB
ainda não ter sido totalmente desfeito, a maioria dos Parlamentares não terá
condições de apresentar emendas a algumas matérias. É por esse motivo que eu,
de ofício, retiro o item 1 e o item 2 da pauta.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Desculpe-me, Deputado Glauber
Braga, não foi por maldade. Era só para encerrar.
Tem V.Exa. a palavra.
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Obrigado.
Quero apenas dar uma informação à Casa e a todos os brasileiros que
acompanham a sessão neste momento. Foi deferido pelo Juiz Eduardo Rocha
Penteado, da 14ª Vara Federal do Distrito Federal, o pedido liminar em processo que
a bancada do PSOL apresentou à Justiça, solicitando a suspensão da nomeação de
Moreira Franco para a Secretaria criada por Michel Temer. (Palmas.)
Nós esperamos que essa decisão possa ser consagrada e que o Governo
Michel Temer não tenha a oportunidade de fazer a blindagem que tentou fazer com
Moreira Franco. Essa é a informação que temos para dar a todos os Parlamentares
neste plenário e a todo o Brasil.
Obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item 3.
PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR
Nº 163-C, DE 2015
(DO SENADO FEDERAL)
Discussão, em turno único, do Projeto de Lei
Complementar nº 163, de 2015, que acrescenta § 14 ao
art. 3º da Lei Complementar nº 63, de 11 de janeiro de
1990, para dispor sobre o cálculo do valor adicionado de
energia hidrelétrica para fins de repartição do produto da
arrecadação do Imposto sobre a Circulação de
Mercadorias e Serviços pertencente aos Municípios;
tendo parecer: da Comissão de Minas e Energia, pela
aprovação (Relator: Deputado João Fernando Coutinho);
da Comissão de Finanças e Tributação, pela não
implicação da matéria em aumento ou diminuição da
receita ou da despesa públicas, não cabendo
pronunciamento quanto à adequação financeira e
orçamentária, e, no mérito, pela aprovação (Relator:
Deputado Fernando Monteiro); e da Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania, pela
constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa
(Relator: Deputado José Carlos Aleluia e Relator-
Substituto: Deputado Marcos Rogério).
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Há sobre a mesa requerimento de
adiamento de discussão:
Senhor Presidente:
Requeiro, nos termos dos Artigos 117, inciso X, e
177 do Regimento Interno, o adiamento da discussão do
PLP nº 163/2015, por 2 sessões.
Sala das Sessões,
Enio Verri
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Para falar a favor da matéria, tem a
palavra a Deputada Erika Kokay. (Pausa.)
O SR. FLAVINHO (Bloco/PSB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, gostaria de registrar um agradecimento a V.Exa., que retirou de pauta o
item 1. Já tínhamos um acordo com a bancada feminina, mas, pela inviabilidade de
registrarmos a nossa emenda, por não podermos recolher as assinaturas, nós, como
Parlamentares, ficaríamos impossibilitados de agir dentro do Parlamento. Então,
agradeço a V.Exa. a atitude.
Reiteramos o nosso desejo de nos unirmos à bancada feminina para aprovar
esse projeto.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Ságuas Moraes. (Pausa.)
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aqueles que forem favoráveis ao
requerimento de adiamento de discussão apresentado pelo PT permaneçam como
se encontram. (Pausa.)
REJEITADO.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Há sobre a mesa requerimento para
discussão artigo por artigo.
Indefiro o requerimento.
Vamos passar à discussão da matéria.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, como Vice-Líder do PT, quero dizer a V.Exa. que nós temos uma
série de requerimentos, mas a nossa Liderança autoriza que se faça a retirada
deles, para que V.Exa. consiga, se for o caso, agilizar a apreciação desta matéria e
concluir os trabalhos com mais efetividade.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Obrigado, Deputada Maria do Rosário.
Passa-se à discussão da matéria. (Pausa.)
Para falar contra, tem a palavra o Deputado Rocha. (Pausa.)
Havia dois requerimentos: um foi rejeitado, o outro foi retirado pelo PT. Só
havia dois.
Tem a palavra o Deputado Glauber Braga, para falar contra. (Pausa.)
O SR. GLAUBER BRAGA - Sr. Presidente, abro mão.
O SR. ARTHUR OLIVEIRA MAIA (PPS-BA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Presidente Rodrigo Maia, eu quero pedir a V.Exa. que desconsidere a
minha ausência, porque está havendo um confronto aqui, e eu fui atingido por gás
de pimenta, assim como outros Parlamentares. Peço a V.Exa. que consolide a
minha presença, pelo menos. Eu não pude chegar a tempo de participar da votação
em função dessa manifestação que está havendo aqui na frente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Sim.
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Tem a palavra o Deputado Edmilson Rodrigues, para falar contra a matéria.
(Pausa.)
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, em poucos segundos, quero me solidarizar com os policiais de todo o
Brasil — há delegações de todos os Estados e do Distrito Federal em frente ao
Poder Legislativo, ao Congresso Nacional — que estão aqui exatamente para
repudiar as propostas de mudança na legislação no que concerne aos direitos
previdenciários.
Tenho a honra de ter sido nomeado junto com o Deputado Ivan Valente para
representar o PSOL neste debate na Comissão Especial. Faremos o bom debate e o
bom combate às atrocidades que essa contrarreforma previdenciária propõe.
Em segundo lugar, quero dizer que sou de um Estado que exporta mais de
80% da energia que produz. As indústrias, nas diversas regiões do País, usam
energia de Tucuruí e, agora, de Belo Monte. No entanto, o ICMS é cobrado apenas
no lugar de consumo, e não no lugar de produção. Então, avassala-se o meio
ambiente, o meio geográfico, destroem-se a floresta e a biodiversidade, aprofunda-
se uma crise social com agressão aos povos tradicionais...
O que está ocorrendo em Belo Monte é exemplo do caos, do aumento da
crise social urbana, porque as cidades viraram uma verdadeira máquina de
injustiças. Por conta disso, há tanta violência. Sofrem as comunidades indígenas e
os pescadores, que não podem mais pescar pelo ensecamento da curva grande do
Xingu. Tudo isso se dá em função de um tipo de desenvolvimento que, a rigor,
acaba consolidando um modelo de subdesenvolvimento do País, de dependência do
País e de entrega do País aos interesses maiores do grande capital financeiro.
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Ora, esse debate é importante. Temos, no geral, uma posição até favorável à
proposta de inclusão desse § 14. No entanto, este é um debate insuficiente, porque
continuará a penalizar os Estados produtores. O Estado do Pará é penalizado por
conta da Lei Kandir, criada por Fernando Henrique e consolidada como dispositivo
constitucional no primeiro mandato do Governo Lula, uma agressão aos Estados
produtores.
Mas isso faz parte dessa ideia imposta de fora para dentro de transformar o
Brasil num produtor de commodities, essa reprimarização da economia do Brasil, tão
prejudicial ao nosso País e à nossa soberania, com consequências drásticas para o
nosso povo.
Por isso a nossa posição é contrária...
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, está havendo um conflito no entorno do plenário desta Casa, com
bloqueio de passagem e agressões físicas de toda natureza. Eu rogo a V.Exa. que
encerre os trabalhos no plenário neste momento. Inclusive há Deputados que
acabaram de sofrer agressões.
Portanto, a bem da democracia, com a serenidade com que V.Exa. tem
conduzido esta Casa, interrompa os trabalhos, para que não haja nenhum tumulto,
inclusive com a invasão deste plenário.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Peço 5 minutos para eu falar com o
Diretor da Polícia Legislativa da Casa e responder a sua solicitação.
O SR. ZÉ GERALDO (PT-PA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A
questão é mais grave. Está uma guerra aí fora. O pau está quebrando nos
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corredores desta Câmara, com bomba de gás lacrimogêneo para todo lado, e
ninguém conseguindo passar por aqui. A questão é gravíssima, Sr. Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Eu sei.
O SR. ZÉ GERALDO - Tome providência imediata! É grave a situação!
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Eu estou tomando.
O SR. CELSO MALDANER (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Celso Maldaner acompanhou o PMDB na primeira e na
última votação.
Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Para falar a favor da matéria, tem a
palavra o Deputado Paulo Pimenta. (Pausa.)
Para falar a favor da matéria, tem a palavra o Deputado Hildo Rocha. (Pausa.)
O SR. DÉCIO LIMA (PT-SC. Questão de ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, uma questão de ordem.
Eu evoco aqui o art. 71 do Regimento desta Casa, para que V.Exa. neste
momento se posicione com base no regulamento da Casa. Com base nesse caso
aqui anunciado por mim e pelo Deputado Zé Geraldo, solicito que haja a imediata
suspensão dos trabalhos aqui no Plenário da Câmara, pois há realmente um grave
tumulto no entorno do plenário. Deputados já foram agredidos. Há o direito sagrado
de ir e vir sendo obstruído. Portanto, a Casa não está no seu funcionamento
adequado.
Rogo a V.Exa. que acate a questão de ordem por nós levantada e suspenda
os trabalhos do Plenário.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Hildo
Rocha. (Pausa.)
Com a palavra o Deputado Eduardo Cury. (Pausa.)
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Presidente, enquanto o Deputado se dirige à tribuna, quero dizer que, no objeto da
ação que eu tive aqui a oportunidade de dizer que é idêntico ao objeto solicitado
pelo PSOL de suspensão da nomeação de Moreira Franco, consta assinatura dos
cidadãos Rafael Augusto Baptista Juliano, Gianmarco Loures Ferreira e Fernando
de Moura Coelho. É uma retificação, um adendo de objeto idêntico.
Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Alguém quer discutir a matéria, porque
nenhum dos inscritos até agora discutiu. (Pausa.)
Não? (Pausa.)
Está encerrada a discussão.
O SR. JÚLIO CESAR - Eu quero, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Então, pode usar a palavra Deputado.
O SR. JÚLIO CESAR (Bloco/PSD-PI. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, Sras. e Srs. Deputados, o Projeto de Lei Complementar nº 163 visa
corrigir uma distorção enorme que foi introduzida pela Portaria nº 578, de 2012, em
que o Governo, para diminuir a tarifa de energia elétrica do consumidor, reduziu o
valor do quilowatt vendido às distribuidoras de energia. Para as usinas que tinham
cerca de 30 anos, o Governo avaliou que já tinham sido pagos os seus
investimentos. Assim, reduziu-se de 80 reais, de 100 reais o valor do quilowatt para
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30 reais. Ele foi sendo reduzido nos anos seguintes e, hoje, o valor do quilowatt é de
7 reais e 50 centavos.
Está aqui o Deputado José Carlos Aleluia, que foi Relator na Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania deste projeto de lei complementar, que visa,
acima de tudo, corrigir essas distorções, as quais estão dando prejuízo a muitos
Municípios do Nordeste brasileiro. A proposição não mexe com recursos da União e
não tira dinheiro de Estado, apenas restabelece um percentual, para dispor sobre o
cálculo do valor adicionado para fins de repartição do ICMS que é fixado em todo os
Estados brasileiros. E mais, o valor adicionado corresponde a três quartos, ou seja,
a 75%, e 25% refere-se a critérios estaduais.
Sr. Presidente, para corrigir essa desigualdade, a Justiça tem concedido
liminares. Já concedeu liminar restabelecendo o valor de Paulo Afonso pela média
daquilo que é cobrado das outras hidrelétricas. Porém, nós queremos que esse
restabelecimento não se dê liminar, mas por força de um dispositivo legislativo que
ofereça segurança jurídica a todos esses Municípios.
Por isso, Sr. Presidente, encaminho, defendo e digo que não dará prejuízo a
ninguém que seja aprovado este projeto no dia de hoje.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Nenhum dos demais Deputados
inscritos está presente no plenário.
Aliás, só está presente o Deputado Daniel Coelho. O Deputado Daniel Coelho
quer falar? (Pausa.)
A discussão está encerrada.
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O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o Deputado Ságuas Moraes votou conforme a orientação do partido.
O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (Bloco/PSDB-MG. Pela ordem. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Bonifácio de Andrada votou com o
partido nas outras votações.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Passa-se ao encaminhamento.
Estão inscritos para falar contra o Deputado Rocha e o Deputado Glauber
Braga. (Pausa.)
Para falar a favor, tem a palavra o Deputado José Carlos Aleluia.
O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (Bloco/DEM-BA. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, como disse o Deputado Júlio Cesar, esse
projeto apenas corrige uma deformação no ICMS produzida por uma intervenção do
Governo, que criou preços artificiais de produção de energia.
O projeto não afeta a tarifa, não aumenta a tarifa e não reduz a tarifa. O
projeto apenas restabelece as condições prévias de produção de energia dos
Municípios produtores. Ele, portanto, não afeta em nada a vida do consumidor.
O projeto é ligado diretamente à ideia da Presidente Dilma, que, ao invés de
relicitar as concessões vencidas, resolveu apenas que a produção deveria ser
contabilizada — é apenas uma questão de contabilidade — pelo custo operacional,
considerando que o investimento teria sido totalmente amortizado.
Portanto, é um projeto extremamente justo que nós defendemos. Tenho
absoluta certeza de que a maioria dos Deputados vai estar a favor, porque é um
projeto que não afeta a vida das pessoas, não afeta as contas públicas federais, não
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afeta as contas públicas estaduais; afeta apenas a questão da Justiça em relação ao
restabelecimento das condições anteriores dos Municípios produtores.
Por exemplo, na Bahia, há Municípios importantes, como Paulo Afonso; em
Sergipe, há Municípios que abrigam a Usina de Xingó; em Goiás, há vários
Municípios; e em São Paulo, há também vários Municípios que estavam sendo
prejudicados e alguns até em estado de falência.
Portanto, nós pedimos a aprovação e votamos favoravelmente ao projeto.
O SR. CELSO JACOB (Bloco/PMDB-RJ. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Celso Jacob votou de acordo com a orientação
do partido.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrado o encaminhamento.
(Pausa.)
Orientação de bancada.
Como vota o Bloco do PMDB, Deputado Hildo Rocha?
O SR. HILDO ROCHA (Bloco/PMDB-MA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Bloco do PMDB vota “sim”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PT?
O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o PT é favorável a esse projeto de lei, até porque, conversando com o
Deputado Júlio Cesar, S.Exa. demonstrou claramente a diferença de valor de tarifa
no sistema energético no Brasil. Para aqueles Estados com uma concessão mais
antiga há uma tarifa com valor rebaixado. E o Município, na hora de receber o valor
adicionado, ganha um valor menor.
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Portanto, o projeto visa corrigir essas disparidades, porque todos são
produtores de energia e merecem tratamento igualitário. Ninguém sofrerá prejuízo
com isso e aqueles Municípios que têm a tarifa defasada serão melhor
remunerados.
Por isso, o Partido dos Trabalhadores vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o Bloco do PTB?
O SR. PEDRO FERNANDES (Bloco/PTB-MA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PR?
O SR. CAPITÃO AUGUSTO (PR-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
O PR vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PDT? (Pausa.)
Deputado, o seu partido ainda está no bloco. É uma orientação só.
Como vota o PDT?
O SR. ANDRÉ FIGUEIREDO (PDT-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- O PDT vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PCdoB?
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - O PCdoB vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSC?
O SR. AROLDE DE OLIVEIRA (PSC-RJ. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O PSC vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PPS? (Pausa.)
Como vota o PSOL? (Pausa.)
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Como vota a Rede? (Pausa.)
O SR. LINCOLN PORTELA (Bloco/PRB-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - O PRB vota “sim”, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, eu posso fazer um rápido pedido no encaminhamento?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com certeza.
O SR. LINCOLN PORTELA - Houve um atrito nos corredores da Casa e há
muito spray de pimenta no corredor branco. Vários Parlamentares não estão
conseguindo chegar ao plenário. Pediria a V.Exa. que consolidasse a votação
daqueles Parlamentares que não conseguirem chegar.
Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Pode ficar tranquilo, Deputado. Eu
agradeço a informação.
O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (Bloco/DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, o Governo está de acordo com o projeto.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL, Deputado
Edmilson Rodrigues?
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, há uma reforma necessária, para reverter essa estrutura
tributária brasileira regressiva. Os entes federados podem fazer muito, desde o
Governo Federal, tornando mais progressivo o imposto, como o Imposto de Renda,
que hoje apena os que ganham menos, até os Estados e os Municípios.
No caso do ICMS, essa proposta reduz as injustiças, tornando, digamos
assim, mais justo o cálculo do valor adicionado, que hoje prejudica seriamente vários
Municípios mais pobres do País. Por isso, mesmo sendo insuficiente, porque é
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necessário pensar na estrutura como um todo, isso vai representar uma fonte de
recursos para os Municípios, que têm participação nos 25% do ICMS. E esse cálculo
vai favorecer...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PSOL, Deputado?
O SR. EDMILSON RODRIGUES - O PSOL vota a favor do projeto.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota a Rede? (Pausa.)
Como vota o PEN?
O SR. WALNEY ROCHA (PEN-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, o PEN vota “sim”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como vota o PMB? (Pausa.)
Como vota a Minoria? (Pausa.)
O SR. JOÃO DERLY (Rede-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - A
Rede encaminha “sim”, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - A Presidência solicita a todas as Sras.
Deputadas e aos Srs. Deputados que tomem os seus lugares, a fim de ter início a
votação pelo sistema eletrônico.
Está iniciada a votação.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado João
Fernando Coutinho.
O SR. JOÃO FERNANDO COUTINHO (Bloco/PSB-PE. Pela ordem. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente, quero apenas reforçar a orientação do nosso
bloco e do nosso partido, o PSB, favorável a essa matéria, porque vai reequilibrar as
contas dos Municípios que detêm lagos artificiais, que geram energia, principalmente
hidrelétrica, como é o caso de Petrolândia, no Estado de Pernambuco. Certamente,
essa medida é importante para os Municípios produtores de energia.
Eu, que tive a incumbência de ser o Relator dessa matéria na Comissão de
Minas e Energia, me sinto muito honrado em saber que a unanimidade da Casa está
favorável a essa matéria, que vai beneficiar essas cidades que geram energia para
todo o País.
Muito obrigado, Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Afonso
Hamm.
O SR. AFONSO HAMM (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu só queria ressaltar a importância de uma pendência que existe
em relação ao setor elétrico.
Nós preparamos um plano de modernização das usinas térmicas, aquelas
que utilizam o carvão mineral, com o uso delas de forma mais equilibrada, com
menor impacto no meio ambiente.
Precisamos modernizar as nossas usinas térmicas, em especial as do Rio
Grande do Sul, em Candiota, e as do Estado de Santa Catarina, no sentido de
produzirmos mais energia segura. Assim, nos momentos em que não chover no
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País, em que não houver precipitações e acúmulo de água nos reservatórios, será
garantida energia para a retomada do crescimento do Brasil.
Nós participamos da votação do projeto, em que o Deputado José Carlos
Aleluia foi o Relator. Fizemos a discussão aqui, no plenário da Câmara dos
Deputados, depois o projeto foi para o Senado e houve o veto do Presidente da
República. Precisamos garantir a energia estratégica das usinas térmicas no Sul do
País e, ainda, modernizá-las, o que representa 5 bilhões de reais de investimentos e
milhares de empregos na nossa Região, em especial em Criciúma, em Santa
Catarina, em Candiota e na região carbonífera no Rio Grande do Sul.
Queria fazer este registro, porque precisamos, por parte do Ministro de Minas
e Energia e do próprio Governo, de uma política permanente para garantir energia
firme e energia térmica.
Muito obrigado.
O SR. NELSON PELLEGRINO - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Nelson
Pellegrino.
O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, neste momento aconteceu um fato muito grave.
Milhares de policiais do Brasil inteiro, civis e militares, tomaram a Esplanada
dos Ministérios para protestar contra a Proposta de Emenda à Constituição nº 287, a
PEC da Reforma da Previdência. Parte desses manifestantes dirigiram-se à Câmara
dos Deputados e a invadiram. A Polícia Legislativa não teve como conter a
manifestação dos policiais, e eles chegaram à porta do Plenário.
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Este é um alerta que eu queria dar a esta Casa, porque, quando isso
acontece, das duas, uma: ou há um clima de radicalidade, ou há um clima de se
achar que este Congresso não está aberto para discutir a reforma da Previdência.
E aí é que eu temo, porque se o Congresso não está aberto a ouvir a voz das
ruas, a voz das ruas pode se manifestar de forma violenta, como o fez neste
momento. Os manifestantes só não chegaram a este Plenário porque não quiseram,
porque não havia força policial para contê-los, tamanha é a capacidade de resposta
deles e até o temor, inclusive.
Portanto, este é um momento de reflexão profunda desta Casa, porque a
manifestação que aconteceu lá fora é uma das dezenas ou centenas que
acontecerão, não só aqui, como no Brasil inteiro. Se não houver diálogo, essas
manifestações serão não só cada vez maiores, mas, o que eu temo, cada vez mais
violentas.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Nelson Pellegrino, informo a
V.Exa. que o conflito começa quando, na portaria, um agente tenta controlar a
entrada e um policial saca a arma. Se V.Exa. acha que esse é o caminho para não
votarmos a reforma da Previdência...
O SR. NELSON PELLEGRINO - Sr. Presidente, eu não estou defendendo a
ação, não.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Então, vamos à ditadura, Deputado!
Tome cuidado!
O SR. NELSON PELLEGRINO - Se V.Exa. me permite dialogar com V.Exa.,
não estou defendendo a ação, não.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Foi sacada uma arma contra um
agente desta Casa.
O SR. NELSON PELLEGRINO - Não estou defendendo a ação, Presidente!
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Nós deveríamos é estar aqui alertando
que a Câmara vai fazer o debate da reforma da Previdência. Ela será feita com
diálogo, com audiências públicas. Não será suprimido um dia desse debate.
Agora, se nós concordamos com a violência que foi hoje realizada por alguns
membros — não todos, é claro — da Polícia Civil, aí é melhor o Parlamento não
tratar mais de matéria alguma nesta Casa.
Com a palavra o Deputado Sóstenes Cavalcante. (Pausa.)
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ (Bloco/PTB-SP. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, só quero uma informação sobre o que V.Exa. disse.
V.Exa. disse que não vai suprimir prazo nenhum da Comissão Especial? Essa
informação é importante.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Não. A Comissão Especial vai
funcionar por 11 sessões. A partir da 11ª sessão, o Regimento Interno permite a
votação da matéria até a 40ª sessão.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Já há uma supressão aí.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Não.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Até 40 sessões.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Até a 40ª sessão? O português de
V.Exa. é melhor do que o meu. V.Exa. sabe que até 40 sessões não são
necessariamente 40 sessões.
O SR. ARNALDO FARIA DE SÁ - Quando se joga com 11, já está reduzido.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Porém, o debate será garantido.
Com a palavra o Deputado Sóstenes Cavalcante. (Pausa.)
O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para
agradecer...
O SR. NELSON PELLEGRINO (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, parte da bancada do PT estava reunida no Plenário 13, quando o
tumulto aconteceu. Por isso, não consegue chegar a este plenário.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vai chegar, Deputado. Estamos
esperando. O painel está aberto.
O SR. SÓSTENES CAVALCANTE - Sr. Presidente, eu gostaria que me fosse
garantida a palavra, porque a palavra foi concedida a mim, mas o outro colega
continua falando. A palavra está comigo ou está com o orador? Sr. Presidente, peça
ao orador que mantenha a compostura.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Nelson Pellegrino, o perigo
maior é se a Previdência ficar insolvente.
O SR. SÓSTENES CAVALCANTE - Sr. Presidente, eu gostaria de agradecer
ao Vereador Rildo Rodrigues e ao Prefeito Fabrício Baião, do Município de
Sapucaia, pela presença nesta Casa. Neste momento tão difícil por que os Prefeitos
passam, no início de gestão, eles estão aqui em busca de recursos para o Município
e, em especial, para a região do Pião.
Quero dizer que não só esse, mas todos os Municípios que passam por
dificuldades neste momento terão sempre resposta deste Parlamento, da Câmara
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dos Deputados. Na medida das possibilidades, cada Deputado tem atendido esses
pleitos por meio de emendas.
No próximo final de semana começa a Expo Sapucaia, com a realização do
Festival de Verão. Por isso, o Prefeito vem aqui convidar todos da região para
participarem desse grande evento, que ocorrerá nos dois próximos finais de
semana.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Paulo
Foletto.
O SR. PAULO FOLETTO (Bloco/PSB-ES. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, já é de conhecimento de todo o Brasil a situação dramática
que vive a população capixaba neste momento. A paralisação das ações da Polícia
Militar levou a segurança da população capixaba ao caos.
A bancada federal, liderada pelo Deputado Marcus Vicente, tem tomado as
providências que lhe são cabíveis, conversando com o Ministério da Justiça e com o
Ministério da Defesa sobre o que for possível e sobre o que for mais possível ser
feito.
Eu gostaria da atenção do Presidente Michel Temer neste momento: que
S.Exa. desloque para o Estado do Espírito Santo um contingente maior de militares
e a Força Nacional de Segurança, enquanto não se estabelece um diálogo. E aí vai
o apelo não só da bancada federal, mas de todo cidadão capixaba.
Eu tenho dois filhos, um com 16 anos e outro com 18 anos, que, desde
segunda-feira, não podem sair do apartamento. Isso ocorre não só com os meus
filhos. Os cidadãos capixabas estão neste momento extremamente vulneráveis.
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O que todos nós cidadãos capixabas queremos é que se estabeleça um
diálogo, que alguém abra uma fresta para que possamos virar essa página muito
ruim que estamos vivendo desde sexta-feira à noite, com uma insegurança que
atingiu todos os níveis da nossa sociedade.
Enfim, a bancada federal tem se posicionado no que é possível, ajudando
aqui, apelando para o Governo Federal, para os Ministérios, a fim de que os
contingentes militares da Força Nacional de Segurança ali marquem presença.
Dirijo apelo novamente ao Presidente Temer, no sentido de que aumente
essa ajuda, porque com o que há lá, não é possível garantir a segurança.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pelo tempo que V.Exa. disponibilizou.
O SR. ALBERTO FRAGA - Sr. Presidente, concede-me a palavra por 1
minuto?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Pois não, Deputado Alberto Fraga.
O SR. ALBERTO FRAGA (Bloco/DEM-DF. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, a situação do Espírito Santo realmente é muito grave. Eu
acho que V.Exa. e nós deveríamos acertar o mais rápido possível a criação dessa
Comissão Externa. Há dois requerimentos, do Deputado Givaldo Vieira e o meu,
feito juntamente com o Deputado Evair Vieira de Melo, para que possamos resolver
o problema.
Está faltando, principalmente, diálogo. O que não pode é o Governo achar
que vai resolver um problema grave como esse sem conversar.
As declarações do Secretário de Segurança Pública são inadmissíveis. Ele
não pode chamar o movimento de quem está passando fome de palhaçada.
Palhaçada ficam sendo as palavras do Secretário de Segurança.
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Agora, por último, eu vi a transferência da atividade de segurança pública
para o Exército Brasileiro. Aí é que nós vamos ter problemas, porque
conhecidamente as Forças Armadas, com todo o respeito, não têm o treinamento
adequado para atuar numa situação como essa.
Se metralhadora e tanque de guerra resolvessem o problema de assaltos, de
invasões a lojas, acho que não precisaríamos mais de polícia no restante do Brasil.
Por isso, acho que o Governo precisa conversar mais com essas pessoas. Eu
tenho certeza absoluta de que, se for estabelecido o diálogo e a negociação, o
problema no Espírito Santo será resolvido.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. CABO SABINO - Sr. Presidente, eu peço 1 minuto, por favor.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, eu peço 1 minuto, por
favor.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra à Deputada
Benedita da Silva à Deputada; depois, ao Deputado Luis Carlos Heinze.
A SRA. BENEDITA DA SILVA (PT-RJ. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, eu quero comunicar a V.Exa. que sairei do plenário, porque não
estou me sentido bem.
Eu estava no meio daquela confusão. Eu estava indo em direção à Comissão
e a porta foi arrombada. O segurança não conseguiu deter o pessoal que estava
querendo entrar. Eu não posso dizer de onde veio bomba, qualquer coisa, porque
quase desmaiei. A minha pressão aumentou um pouco. Eu fui atendida no serviço
médico.
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Mas eu quero dizer que nós precisamos ter um pouco mais de segurança
inclusive nas portas. O segurança não conseguiu fechar a porta. Mesmo que ele
conseguisse fechá-la, eu acho que ela não seria forte o suficiente para barrar a
entrada das pessoas. Havia uma multidão, que conseguiu entrar. Fizeram uma
barreira do lado de cá e conseguiram passar na outra porta. Os outros ficaram do
outro lado e nós no meio. Nós não tínhamos como fugir dessa situação.
Eu queria alertar para essa questão da segurança no trânsito na Casa.
Obrigada.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputada, fique tranquila! Nós vamos
reforçar a segurança. Mas nós nunca imaginamos que a própria polícia invadiria
outro Poder.
O SR. MAJOR OLIMPIO - Eu peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Só 1 minuto, Deputado.
Eu acho que esta é a última votação nominal. Nós vamos tentar votar duas
matérias por acordo. Então, se V.Exa. precisar sair, não se preocupe, porque não
haverá mais falta na noite de hoje.
Eu vou encerrar a votação.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, conceda-me 1 minuto, por
favor.
O SR. CABO SABINO (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, há muitos Deputados que não compareceram ainda para votar porque
não conseguem chegar ao plenário.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Não há problema. Quem não
compareceu e registrou presença não levará falta. Não há problema.
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O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, conceda-me 1 minuto, por
favor.
O SR. CABO SABINO - Sr. Presidente, peço 1 minuto a V.Exa. para uma
comunicação.
O SR. SÁGUAS MORAES - Sr. Presidente, peço a palavra para apresentar
uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Primeiro eu vou encerrar a votação.
O SR. MAJOR OLIMPIO - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aguarde 1 minuto, Deputado.
Está encerrada a votação.
O SR. SÁGUAS MORAES - Sr. Presidente, eu peço a palavra para
apresentar uma questão de ordem.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Ainda está votando?
O SR. SÁGUAS MORAES (PT-MT. Questão de ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, trata-se de questão de ordem com base no art. 70. Na
verdade, eu acho que nós temos que garantir, nem que seja necessário suspender a
sessão, que os Parlamentares venham para cá. O PT está em reunião com a
bancada no Plenário 13, e vários Deputados não conseguiram adentrar o plenário.
Não se trata de uma questão de falta, eu acho que é importante também, mas
nós temos que suspender a sessão até que todos os Deputados estejam presentes
à sessão em segurança.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado, eu vou conceder a palavra a
alguns Parlamentares para ver se nós conseguimos garantir a presença dos demais
Parlamentares.
O SR. MAJOR OLIMPIO - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado Cabo
Sabino.
O SR. CABO SABINO (PR-CE. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, eu quero comunicar ao povo brasileiro, principalmente ao povo do
Espírito Santo, que, quando o Exército Brasileiro chega a um Estado na situação em
que se encontra o Espírito Santo, é natural que ele assuma o comando da
Segurança Pública daquele Estado. O Exército Brasileiro, como força militar, não
pode ficar subordinado a nenhuma Força neste País.
Então, quando o Exército Brasileiro chegou ao Espírito Santo, é natural que
ele tenha assumido o comando. De passagem, digo que ele não está subordinado
nem sequer ao Governador do Estado do Espírito Santo, está subordinado
diretamente ao Presidente Michel Temer e ao Ministro da Defesa.
Eu quero dizer ao povo do Espírito Santo que nós já passamos por essa
situação no Estado do Ceará e que encontramos no Exército Brasileiro uma mão
amiga, um braço forte na repressão ao crime. Com certeza, tanto os policiais quanto
a sociedade do Espírito Santo receberão essa mão amiga do Exército Brasileiro.
A SRA. ALICE PORTUGAL - Sr. Presidente...
O SR. MAJOR OLIMPIO - Pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado Luis
Carlos Heinze.
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O SR. MAJOR OLIMPIO - Peço a palavra pela ordem, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Por favor, aguarde um minuto. O
Deputado Luis Carlos Heinze está esperando há mais tempo.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, inscreva-me, por favor.
O SR. LUIS CARLOS HEINZE (Bloco/PP-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, independente dessa situação de crise, vamos falar de um
assunto importante: a agricultura brasileira.
Eu quero chamar a atenção do Ministro Blairo Maggi, que é produtor, e
também do próprio Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para o fato de que,
daqui a alguns meses, nós já estaremos discutindo o Plano Safra.
Quando se fala que a agricultura brasileira, dentro da porteira, faturou em
2016 mais de 600 bilhões de reais, nós temos que ver a questão do trigo. Nós temos
mais de 50 mil produtores de trigo no Paraná e no Rio Grande do Sul. Esses
produtores, que tiveram uma safra excelente de mais de 6 milhões de toneladas de
trigo, estão perdendo mais de 500 milhões de reais. É extremamente importante
sabermos disso para que possamos ter noção da situação.
Eu quero chamar a atenção do Ministro da Agricultura e do Ministro da
Fazenda para que atentem para esse fato. Independente de a agricultura do Brasil
ter o tamanho que tem, a produção que tem, o volume de vendas que tem e
assegurar quase 40% dos empregos diretos e indiretos, há produtores que estão em
situação de dificuldade, e eu cito neste dia a questão do trigo.
Vou falar dos outros produtos também para chamar a atenção agora do
Secretário Neri Geller e do Ministro Blairo Maggi, que começam a discussão do
Plano Safra 2017/2018, e também do próprio Ministro da Fazenda para não imaginar
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que tudo é um “mar de rosas”. Há muitos problemas na agricultura brasileira. Nós
temos que baixar a taxa de juros. A inflação está baixando, e nós estamos falando
em baixar a taxa de juros para os produtores rurais.
Muito obrigado.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, solicito que me dê 1
minuto, por favor.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra à Deputada Maria
do Rosário, depois, ao Deputado Major Olimpio.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (PT-RS. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, o Brasil enfrenta hoje uma das mais graves crises de segurança
pública. Essa situação exige muito mais de cada um dos Poderes.
Eu pedi a palavra para sugerir que V.Exa. chame as maiores autoridades do
Brasil que estudam o tema da segurança pública para pensarmos aqui na Câmara
dos Deputados, em uma reunião de trabalho, em soluções que possam apoiar o
Governo dos Estados e o Governo Federal na busca de salvarmos vidas, o que deve
ser o nosso objetivo.
Nós somos reféns do crime. É impressionante como, ao longo dos últimos
anos, paramos, no âmbito nacional, de realizar grandes operações contra o tráfico
de drogas. Por trás de tudo isso no Brasil, há o tráfico de drogas, há os grandes
traficantes, que não estão sendo combatidos devidamente, com inteligência.
(Desligamento automático do microfone.)
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputada, encerre, por favor.
A SRA. MARIA DO ROSÁRIO - Vou concluir, Sr. Presidente.
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Eu quero também lhe fazer uma sugestão sobre os momentos em que
grandes contingentes populacionais representativos vêm à Câmara dos Deputados.
V.Exa. dispõe de um espaço, o Auditório Nereu Ramos, que pode servir para
receber os integrantes desses movimentos quando se dirigem à Casa. Previamente,
nós, Deputados e Deputadas, na medida em que tenhamos concordância ou diálogo
com esses movimentos, poderemos recebê-los naquele espaço diferenciado,
garantindo que as pessoas entrem na Casa, sejam recebidas e estejam com os
Parlamentares.
Dessa forma haveria certo distensionamento.
Em nada apoiamos atos violentos contra esta Casa ou contra qualquer um.
Queremos destacar que quem defende os direitos humanos está ao lado do bem, da
legalidade e da dignidade.
Muito obrigada, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado Major
Olimpio.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente.
O SR. MAJOR OLIMPIO - Sr. Presidente, pela ordem.
O SR. EDMILSON RODRIGUES - Sr. Presidente, estou há muito tempo
pedindo a palavra.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Depois é a vez de V.Exa., estou
invertendo a lista.
O SR. MAJOR OLIMPIO (Bloco/SD-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Sr. Presidente, houve a concentração de alguns milhares de policiais civis, de
policiais federais, de policiais rodoviários federais, de agentes penitenciários, de
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agentes de escolta e de agentes socioeducativos. Eles se concentraram hoje no
gramado do Congresso Nacional. Posteriormente, algumas centenas deles quiseram
acompanhar a sessão da Câmara dos Deputados; houve reação da Polícia
Legislativa, e foram jogadas bombas.
Eu quero dizer que, quando vão entrar o MST, ou índios pelados, ou outros
indivíduos de tudo quanto é forma, é dada a plena abertura nesta Casa. Quando se
trata de um policial, quando se trata de um profissional de segurança pública, jogam-
se bombas ou gás. Eu quero dizer que vão tentar votar a PEC 287, de 2016, no
afogadilho, e existe até um cronograma para que seja votada até o dia 21!
Vamos botar fogo neste País! Os profissionais da segurança pública não vão
aceitar isso! O que está acontecendo no Espírito Santo vai eclodir em todos os
Estados brasileiros!
Basta de vergonha! O que o Governo está fazendo com essa PEC 287? Está
arrebentando os profissionais da segurança pública!
Nós não vamos aceitar isso! Aumentem o estoque de munição, aumentem o
estoque de bomba, porque nós iremos pressionar no País todo!
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Edmilson Rodrigues.
O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Presidente, eu até, às vezes, somo-me às falas do Deputado Major
Olimpio, mas hoje ele foi infeliz, porque é proibida a entrada de indígenas aqui com
maracá, que dizem se tratar de arma, e os movimentos sociais viram debates
importantes acontecerem aqui, que culminaram na retirada de direitos, e também
foram proibidos de entrar, na era Eduardo Cunha principalmente.
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Então, qual será a solução? Colocar, agora, portões de aço? Isso não
resolverá. As PECs 257 e 241 criaram problemas sérios. Já há Governador que
aprovou lei congelando os salários de policiais civis e de policiais militares.
Eu me solidarizei com o movimento sem saber desse conflito, mas, hoje de
manhã, eu fui ao ato e ouvi dos policiais que o que está acontecendo no Espírito
Santo vai ocorrer em todo o País, porque eles não aceitarão a retirada de direitos
previdenciários deles. E eles não estarão sós. Como ex-dirigente da Confederação
Nacional de Trabalhadores em Educação e fundador do SINTEPP — Sindicato dos
Trabalhadores em Educação Pública do Pará eu estarei junto dos trabalhadores,
ainda que alguns portões sejam quebrados quando for negado a eles o direito de
acompanhar debates que interfiram no seu futuro e nas condições de dignidade, ou
de falta dela.
Portanto, não são mais repressão, mais portões e mais grades que vão
resolver esse problema, mas transparência e debate democrático. Quando o tema é
sério, como o das reformas trabalhista e previdenciária, não dá para fechar o
Congresso, que se intitula Casa do Povo, e achar que o povo vai aceitar de forma
pacífica essa violência contra os seus direitos históricos.
O SR. ORLANDO SILVA - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aguarde um pouco, Deputado Orlando
Silva.
Deputados Edmilson Rodrigues e Major Olimpio, V.Exas. foram veementes.
Desculpem-me, mas a discussão das duas matérias não começou ainda. Não há
nenhuma audiência sobre a reforma da Previdência marcada para hoje que justifique
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um policial sacar a arma para poder entrar na Câmara dos Deputados. Isso não é
necessário.
Aliás, o Deputado João Campos estava fazendo a intermediação. Eu não sei
o que aconteceu para gerar toda a confusão.
Eu espero que todos nós também sejamos solidários aos servidores,
aposentados e pensionistas do Estado do Rio de Janeiro, que, infelizmente, não
recebem os seus salários em dia porque o Estado quebrou e a Previdência faliu.
Então, eu quero que essas pessoas também tenham a nossa solidariedade,
para que os próximos governos sejam responsáveis e garantam o salário dos
servidores em dia e a aposentadoria solvente. É nisso que eu acredito.
Falo isso, Deputado, porque estou defendendo publicamente a matéria e
quero defender o meu ponto de vista aqui também. Esse é um direito meu como
Deputado. Quero esclarecer os motivos pelos quais defendo que a matéria seja
discutida, debatida e aprovada ou não.
O debate será feito. A sociedade será convidada a participar desse debate
nas duas Comissões. Os prazos constitucionais, legais e regimentais serão
garantidos, mas não à base de violência, de uma arma afrontando a segurança da
Câmara dos Deputados. Esse é o meu ponto de vista.
O SR. DANILO FORTE - Muito bem, Sr. Presidente!
O SR. AFONSO FLORENCE - Sr. Presidente...
O SR. ORLANDO SILVA - Sr. Presidente...
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vou chamar pela ordem. Tem a palavra
o Deputado Alex Canziani.
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O SR. ALEX CANZIANI (Bloco/PTB-PR. Pela ordem. Sem revisão do orador.)
- Muito obrigado, Sr. Presidente. Primeiro, quero parabenizar V.Exa. pela posição.
Na sexta-feira da semana passada houve a inauguração de uma nova escola
do SESC — Serviço Social do Comércio e do SENAC — Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial na cidade de Londrina. Essas entidades prestam um
grande serviço ao País e muito especialmente ao Estado do Paraná, lideradas pelo
Sr. Darci Piana, que tem feito um trabalho memorável no Estado.
Por isso, quero deixar aqui registrado os meus cumprimentos e
agradecimentos, até porque ele disse, em seu discurso, que nós tínhamos sido os
primeiros a pedir a construção daquela escola.
Agradeço pelo fato de Londrina, região norte da cidade, contar com um
empreendimento da importância, da relevância e da qualidade que é o
SESC/SENAC, para dar oportunidade à formação profissional e também de serviços
para comerciários na cidade de Londrina.
Ficam registrados aqui os nossos cumprimentos e agradecimentos à
FECOMERCIOSP — Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do
Estado de São Paulo e muito especialmente ao Sr. Darci Piana.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Laerte
Bessa. Depois ouviremos o Deputado Ronaldo Benedet.
O SR. LAERTE BESSA (PR-DF. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, embora um pouco atrasado, eu queria, nesta oportunidade, saudar e
parabenizar os policiais civis de Brasília, principalmente o agente Luís Mauro Araújo,
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que, com sua equipe de agentes de custódia, esteve na cidade de Natal, onde
tomou de assalto o presídio de Alcaçuz.
Foi um excelente trabalho feito pelos policiais do Distrito Federal, que
realmente solucionaram um grande problema que estava acontecendo em Natal.
Eles colocaram as facções em seus devidos lugares e resolveram um problema que
estava emergindo há muito tempo.
Aconselho o Ministro da Justiça, seja o que saiu, seja o que vai entrar, a fazer
uma menção a esses policiais. Eles também podem agir na cidade de Vitória e em
todo o Espírito Santo, porque são bons policiais, e Brasília quer colaborar com o
País.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Sr. Deputado Ronaldo
Benedet.
O SR. RONALDO BENEDET (Bloco/PMDB-SC. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, um tema muito atual hoje é a
questão da segurança pública.
Já fui Secretário de Segurança Pública e acho que a questão policial, que
atinge o Brasil inteiro, tem de ser tratada com diálogo, com conversação. Mas tenho
em mente que não vamos resolver o problema da segurança pública somente
trabalhando a questão da autoridade, ou seja, da polícia e de todos os órgãos,
inclusive do Judiciário.
Precisamos trabalhar em três pontas muito importantes. A primeira delas,
obviamente, é ter uma polícia bem paga, com boas condições e boa estrutura, um
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bom sistema prisional e todo um sistema democrático de repressão ao crime, com o
trabalho do Poder Judiciário e do Ministério Público.
Porém não vamos resolver a situação de segurança pública e criminal do
País somente por aí. Precisamos trabalhar em outras duas pontas. A segunda ponta
é sobre a redução de danos, ou seja, retirar das ruas — através de tratamento,
internação ou seja o que for — aqueles usuários de drogas dependentes e doentes.
Eles precisam ser retirados das ruas porque são usados pelos traficantes todos os
dias.
A terceira ponta, que acredito ser muito importante também, é a prevenção,
que começa nas escolas, com uma boa educação. É preciso haver escolas integrais
nas áreas de risco social, para que crianças, adolescentes e jovens não sejam
induzidos ao crime.
Se não atuarmos na repressão, na redução de danos e na prevenção, a
situação do Brasil em termos de segurança vai se agravar cada vez mais.
Portanto, é necessário que o Governo Federal, os Governos Estaduais e os
Governos Municipais se unam nessa linha de repressão, prevenção e redução de
danos, para que, num período relativamente curto, possamos obter bons resultados
na segurança pública, reduzindo a criminalidade em nosso País.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Orlando Silva. Depois falará a Deputada Eliziane Gama, pela Liderança.
O SR. ORLANDO SILVA (PCdoB-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, temos que nos preparar porque, nas próximas semanas,
seguramente faremos aqui um debate franco, direto e aberto sobre a reforma da
Previdência.
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A posição da bancada do PCdoB é contrária à proposta de emenda à
Constituição que, na prática, inviabiliza que trabalhadoras e trabalhadores brasileiros
possam alcançar a aposentadoria e conquistar seu benefício, fruto do trabalho de
uma vida inteira.
Teremos que nos acostumar com a presença aqui dos trabalhadores e
sindicatos, que têm o direito legítimo de manifestar sua posição contrária à reforma
da Previdência. Faremos um bom debate aqui.
Agora, considero que este Plenário e a Presidência deveriam repelir
determinadas manifestações aqui. Um colega de São Paulo fez proselitismo político
com a tragédia que vive hoje o Espírito Santo, onde quase cem pessoas foram
mortas em função da crise da segurança pública naquele Estado.
Eu quero repelir qualquer insinuação de que aquela forma de luta da polícia
do Espírito Santo é o caminho para se garantirem condições dignas para homens e
mulheres que trabalham na segurança pública daquele ou de qualquer outro Estado.
Temos, sim, que colaborar para que os policiais civis e militares tenham
condições dignas de trabalho. Mas não é insinuando que aquele movimento deva se
espalhar pelo País — portanto, incitando até os policiais — que vamos conseguir
construir um ambiente de segurança.
Por isso, Sr. Presidente, eu quero repelir a manifestação infeliz de um colega,
que fez proselitismo político com uma tragédia que atinge alguns Estados do Brasil.
Este não é papel do Parlamento, este não é o papel do Congresso Nacional.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra à Deputada Eliziane
Gama, que falará pela Liderança do PPS.
Depois falarão o Deputado Sabino Castelo Branco, pela Liderança do PTB, e
o Deputado Carlos Zarattini, pela Liderança do PT, nessa ordem.
A SRA. ELIZIANE GAMA (PPS-MA. Como Líder. Sem revisão da oradora.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Parlamentares, inicialmente queria trazer também os
meus cumprimentos ao Espírito Santo, especialmente aos moradores da Região
Metropolitana de Vitória, que viveu momentos importantes nos últimos anos,
reduzindo de forma significativa a violência, e vive, nos últimos dias, uma verdadeira
tragédia, com aproximadamente cem pessoas assassinadas — um número terrível!
Nesse sentido, trago os meus cumprimentos ao Ministro da Defesa, Raul
Jungmann, que prontamente atendeu à requisição feita pelas autoridades capixabas
e enviou ao Estado mais de 2 mil militares do Exército para fazerem a segurança.
Naturalmente essa é uma providência temporária que se exige do ponto de
vista legal, mas que traz, neste momento, um alento para aquelas pessoas.
Sabemos que a ação definitiva precisa ser feita pelas autoridades do próprio Estado,
especialmente através de diálogos com os militares.
Portanto, deixo aqui a minha solidariedade ao Estado e os meus
cumprimentos ao Ministro Raul Jungmann.
Sr. Presidente, eu queria fazer o registro dos 38 anos da Sociedade
Maranhense de Direitos Humanos — SMDH, que nasceu em fevereiro de 1979 e faz
um trabalho extraordinário no Maranhão, atendendo sobretudo famílias, sindicalistas
e outros mais que hoje vivem ameaçados.
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Infelizmente o Estado do Maranhão tem um histórico grande de conflitos
agrários e de mortes no campo. A Sociedade Maranhense de Direitos Humanos faz
ali um trabalho muito grande e muito importante, também numa parceria com o
Programa de Proteção a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas — PROVITA.
Sobre isso, eu queria registrar o assassinato brutal da policial Iran Cerqueira
Santos, que trabalhava com a Sociedade Maranhense de Direitos Humanos e o
PROVITA, fazendo escoltas e traslados que frequentemente são por eles
organizados.
A SMDH vive com recursos muito pequenos, mas faz um trabalho
missionário, um trabalho destacado e que merece o nosso reconhecimento e a
nossa atenção.
Os meus cumprimentos aos representantes da Sociedade Maranhense de
Direitos Humanos, através do Dr. Pedrosa, e a todos os demais que fazem um
trabalho voltado para as famílias mais carentes e para aqueles que são lutadores,
que trabalham dia e noite por uma sociedade mais justa e mais igualitária, mas que
acabam também sofrendo ameaça.
Muito obrigada.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrada a votação.
O SR. AUGUSTO COUTINHO - Sr. Presidente, só quero fazer um registro.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O próximo orador é o Deputado Sabino
Castelo Branco.
O SR. AFONSO FLORENCE - Sr. Presidente, posso usar da palavra?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Fale, Deputado Afonso Florence.
O SR. AFONSO FLORENCE (PT-BA. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, está acontecendo agora, no Ministério das
Cidades, uma reunião da Secretária Nacional de Habitação com o Movimento
Nacional de Luta pela Moradia.
Aprovamos aqui, no final do ano, uma suplementação orçamentária que
permite a continuidade das obras do Minha Casa, Minha Vida para a Faixa 1, que
vai de zero a três salários mínimos e contempla a maioria da população carente
brasileira inscrita no programa.
É possível também haver a conclusão das obras relativas à produção por
entidade. Por isso, temos a expectativa de que, nessa reunião, se chegue a um
acordo para a conclusão dessas obras e para a continuidade desse importante
programa.
Deixo aqui a declaração enfática do nosso apoio à união e à mobilização
nacional de todos os movimentos em defesa do Programa Minha Casa, Minha vida,
como o Movimento Nacional de Luta pela Moradia e a Central de Movimentos
Populares.
Muito obrigado.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Está encerrada a votação. (Pausa.)
Resultado da votação:
SIM: 402;
ABSTENÇÃO: 2;
TOTAL: 404.
APROVADO O PROJETO.
Fica dispensada a redação final da matéria nos termos do art. 195, § 2º, inciso
III, do Regimento Interno da Câmara dos Deputados.
A matéria vai à sanção.
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O SR. JOSÉ CARLOS ALELUIA (Bloco/DEM-BA. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, eu apenas gostaria de registrar que esse projeto corrige
uma injustiça com os Municípios produtores de energia.
Eu tenho muita alegria por representar o Município de Paulo Afonso, cujo
ICMS vai triplicar, pois tinha sido reduzido a um terço e vai voltar ao normal.
Isso também vale para Paulo Afonso e Sobradinho, todos os Municípios
produtores de energia elétrica e hidráulica que estavam sendo prejudicados.
O SR. AUGUSTO COUTINHO (Bloco/SD-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, como representante do Estado de Pernambuco, também
quero registrar que essa matéria traz um benefício muito grande a toda a região do
Sertão de Itaparica.
A Câmara agora acabou com uma injustiça, o que é um fato importante e
demonstra que ela está preocupada com o povo de Pernambuco e do Nordeste.
O SR. ALAN RICK (Bloco/PRB-AC. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr.
Presidente, quero apenas registrar o agradecimento da bancada federal do Acre ao
Ministro da Integração Nacional, o Helder Barbalho, que esteve, no fim de semana,
em Cruzeiro do Sul e Tarauacá, Municípios que foram vítimas de mais uma grande
enchente dos Rios Tarauacá, Muru, Moa e Juruá, a qual também atingiu o Município
de Rodrigues Alves.
Na oportunidade, o Ministro anunciou a liberação de 4 milhões de reais para o
plano de recuperação dos Municípios e o atendimento às vítimas dessa nova
enchente no meu querido Estado.
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Quero parabenizar a bancada do Acre pela unidade e união neste momento
difícil por que passa o nosso povo. Quero também agradecer ao Ministro Helder
Barbalho e o Governo Federal pelo apoio neste momento.
Muito obrigado, Sr. Presidente.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Cabo
Sabino, que falará pela Liderança do PTB.
Em seguida passaremos ao próximo item.
O SR. SABINO CASTELO BRANCO (PTB-AM. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, neste momento, eu gostaria de
falar de um fato que acontece no meu Estado do Amazonas e em outros Estados
brasileiros, diante do qual ninguém pode ficar calado, como se nada tivesse
acontecido neste País.
Fala-se de tudo nesta Casa. Então, gostaria de trazer alguns dados a
V.Exas., para que esta Casa tomasse uma providência. Quatro facções criminosas
deste País determinaram e sentenciaram à morte, só no meu Estado, 70 pessoas
que estavam dentro do presídio. Elas poderiam ser criminosas, mas foram mortas e
decapitadas. Vimos cabeça para um lado, pernas para o outro, coração na mão —
colocaram nas redes sociais Eles pegaram as cabeças e com elas jogaram futebol
no presídio.
As mesmas coisas aconteceram em Roraima. E todos sabem quem são os
bandidos, mas ficam calados.
Eu estou propondo uma CPI para trazermos aqui esses bandidos, criminosos
e vagabundos — desculpem-me a expressão — que são o Fernandinho Beira-Mar e
o Marcola, líder do PCC. Eles, de dentro de um presídio federal, estão comandando
o tráfico de drogas no Brasil, mandando executar quem querem.
Agora foi criada a Família do Norte — FDN, para a qual mais de 100 mil
pessoas já estão recrutadas, como se ela fosse um exército paralelo às nossas
Forças. E estamos calados, Sr. Presidente. Ninguém está fazendo nada.
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Eles estão dentro de um presídio federal. Que presídio é esse, de onde um
bandido como o Marcola dá ordens? Só no meu Estado, mataram 70 pessoas de
uma vez. Foram para Boa Vista e mataram mais 32. Foram para o Rio Grande do
Norte e mataram mais 20. E já está anunciada uma grande chacina em São Paulo
para o final do mês de fevereiro.
Agora quatro facções criminosas estão mandando no Brasil. A droga está
tomando conta do País e acabando com milhares e milhares de famílias. E estamos
assistindo a tudo calados. Ninguém fala nada.
Bandido tem que estar preso. Bandido como Fernandinho Beira-Mar, Marcola
ou Zé Roberto tem que estar é acorrentado. Eu soube que o Marcola está num
presídio diferenciado em São Paulo. Não é diferenciado nada, Sr. Presidente!
Temos que saber como isso tudo acontece, como as drogas e as armas
passam pelas fronteiras. Nem os policiais do nosso País têm as armas que esses
homens têm. A facção do Comando Vermelho, liderada pelo Sr. Fernandinho Beira-
Mar, faturou mais 200 milhões de reais.
A cada dia, eles estão anunciando crimes diferentes. Já se meteram em tudo.
Agora estão recrutando adolescentes nas favelas e nos bairros, a quem entregam
armas e dão toda a autoridade para que façam o que quiserem nesses locais. E
quem não obedecer morre.
Sr. Presidente, temos que tomar providências. Esses bandidos têm que vir a
uma CPI. Eu não temo esses bandidos. Quem é o Marcola, para que a Câmara
Federal tenha receio dele? Quem é o Fernandinho Beira-Mar, que está dentro de um
presídio federal, para termos medo dele? Isso também se aplica a Zé Roberto, que
sentencia pessoas à pena de morte no nosso País.
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Eu não tenho medo e vou enfrentá-los. Tenho colocado todos os dias, nas
redes sociais, dois nomes. Isso já chegou a eles, que estão me ameaçando. Mas
digo: “Quem morre de véspera é peru”. Bandido tem que respeitar a lei.
Gostaria de pedir aos meus nobres colegas que assinassem o requerimento
de criação da CPI, para que possamos trazer aqui esses três vagabundos e mais
outros.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Obrigado, Deputado.
CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 004.3.55.O Tipo: Deliberativa Ordinária - CD Data: 08/02/2017 Montagem: 5199
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Item 4.
PROJETO DE LEI Nº 3.490-C, DE 2012
(DO SR. RICARDO IZAR)
Discussão, em turno único, do Projeto de Lei nº
3.490-C, de 2012, que dispõe sobre a proibição da
eliminação de cães e gatos pelos órgãos de controle de
zoonoses, canis públicos e estabelecimentos oficiais
congêneres, e dá outras providências; tendo pareceres:
da Comissão de Seguridade Social e Família, pela
aprovação, com substitutivo (Relator: Dep. Sóstenes
Cavalcante); da Comissão de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável, pela aprovação (Relator:
Dep. Roberto Sales e Relator substituto: Dep. Daniel
Coelho); e da Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania, pela constitucionalidade, juridicidade e técnica
legislativa deste, com substitutivo, e do Substitutivo da
Comissão de Seguridade Social e Família, com
subemenda (Relator: Dep. Bruno Covas).
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A SRA. ERIKA KOKAY (PT-DF. Pela ordem. Sem revisão da oradora.) - Sr.
Presidente, em todas as votações, votei com o meu partido, o Partido dos
Trabalhadores.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Para falar como Líder, concedo a
palavra ao Deputado Carlos Zarattini.
O SR. CARLOS ZARATTINI (PT-SP. Como Líder. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sras. Deputadas, queremos manifestar o nosso
verdadeiro dó com relação àquelas pessoas que inocentemente foram às ruas pedir
a deposição da Presidenta Dilma, vestidas de verde e amarelo, que acreditavam que
o golpe tinha como objetivo acabar com a corrupção no País.
Sentimos um verdadeiro dó porque agora o Sr. Rodrigo Janot foi ao Supremo
Tribunal Federal pedir a abertura de investigação e de inquérito criminal contra
lideranças do PMDB e do PSDB, por estarem tramando o bloqueio das
investigações da Operação Lava-Jato.
Parece que o Sr. Rodrigo Janot agora percebeu que se tentou e se fez
efetivamente um golpe com o objetivo de impedir que essas investigações
chegassem ao seu final.
Mais do que isso, este Governo agora dá segmento a esse plano. E de que
forma? Primeiro, o Presidente Temer transforma Wellington Moreira Franco em
Ministro, para que ele seja preservado de qualquer ação de 1ª instância. Depois, ele
nomeia para a vaga de Teori Zavascki exatamente o Ministro da Justiça do seu
Governo, filiado ao PSDB, que irá investigar os seus ex-colegas que hoje fazem
parte de Ministérios, a cúpula do PMDB e a cúpula do próprio PSDB. Digo isso
porque estão denunciados Aécio Neves, Renan Calheiros e José Serra. Esses estão
denunciados, delatados e possivelmente serão investigados.
Pretende-se efetivamente blindar este Governo contra as investigações da
Operação Lava-Jato, com todo o apoio da mídia. Este Governo se dispôs e está
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querendo passar o trator nos direitos do povo brasileiro, está querendo passar o
trator na reforma previdenciária, está querendo passar o trator na reforma
trabalhista, pisoteando aquelas conquistas de décadas dos trabalhadores e do povo
brasileiro.
Não vamos nos cansar de repetir que o golpe teve finalidades específicas. A
primeira delas foi exatamente tentar encerrar as investigações depois que elas
avançaram sobre o PT, impedindo que elas chegassem aos partidos que deram o
golpe. A segunda foi retirar direitos do povo brasileiro e entregar as riquezas
nacionais, demolindo as grandes empresas nacionais, particularmente a
PETROBRAS.
As rodadas de leilão que estão sendo programadas para os campos do
pré-sal destinam-se exatamente a transformar a PETROBRAS numa pequena
empresa de petróleo, impedir que ela continue sendo a quinta maior empresa de
petróleo do mundo. Essa é a questão. O interesse das multinacionais é abocanhar e
tomar conta do pré-sal, destruindo a possibilidade de industrialização do nosso País.
Por isso, vamos continuar denunciando tais fatos a cada momento e,
principalmente, lutando para impedir que haja a reforma da previdência e a reforma
trabalhista. Vamos fazer uma campanha em todos os cantos deste País, em todas
as cidades. Vamos desenvolver um trabalho para que o povo brasileiro saiba
exatamente do que se trata a reforma da previdência.
O povo não pode se deixar enganar pela campanha milionária que o Governo
vem fazendo pelo rádio, pela televisão, pela Internet, nos aeroportos, tentando
convencer o trabalhador brasileiro a abrir mão dos seus direitos. Trata-se de uma
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campanha terrorista, que diz que a Previdência pode acabar se o trabalhador não
contribuir durante 49 anos, para receber 100% da sua aposentadoria.
Vamos denunciar isso em todos os cantos deste País. Vamos lutar para
mobilizar o povo e impedir que essas reformas criminosas e contrárias aos
interesses do trabalhador brasileiro sejam aprovadas.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Prorrogo a sessão por 1 hora.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Pela Liderança do Governo, tem a
palavra o Deputado Darcísio Perondi.
O SR. DARCÍSIO PERONDI (Bloco/PMDB-RS. Como Líder. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, Sras. Deputadas, Srs. Deputados, quero inicialmente
cumprimentar todos os Deputados pelo reinício dos trabalhos neste ano. Os
Deputados da Oposição — um abraço —, continuam com esse discurso gasto, mas
que faz parte da democracia; já todos os companheiros e companheiras dos partidos
desta extraordinária base do Brasil dos novos tempos são protagonistas
extraordinários, determinados, do processo de reformas por que passa o País.
Eu, ontem, junto com o Deputado Fausto Pinato, passei 1 hora e meia com
um Embaixador. V.Exas. sabem com qual Embaixador? O Embaixador da China,
preparado e inteligente. Nós discutimos a integração entre Brasil e China e a
questão da globalização. Eu perguntei a ele o que achava da China Comunista,
porque lá há um capitalismo especial, muito especial. Ele me disse: “Eu estou
surpreso, curioso e animado. Como um Governo pode, em 8 meses, fazer essa
minirrevolução de reformas?” Olhem, disse isso o Embaixador da China. A resposta
é: só um Governo que tem base, que tem rumo, que tem foco e que tem um
Presidente determinado e estudioso.
E pasmem, Srs. Deputados — não é surpresa para mim porque eu leio um
pouquinho sobre a relação entre China e Brasil —: a China quer investir cada vez
mais no Brasil.
Eu tive o prazer de dizer para ele que o Governo Michel Temer vai respeitar
marcos legais, é legalista, não vai fazer projetos de espasmos, vai recuperar o Brasil
dos últimos 3 anos, quando afundou. Eles querem investir cada vez mais.
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Hoje de manhã conversei com um grupo de investidores ingleses; de novo, a
minha surpresa — claro, os ingleses mais animados. Eu disse para eles: “Nós temos
uma base segura e convicta”.
Vou respeitar a Oposição, vou respeitá-la. V.Exas. ouviram o discurso do
Líder do PT. É incrível, incrível o que ele diz!
Primeiro, sobre Moreira Franco, ele é uma das melhores cabeças que
existem, estudioso, preparado. Ele cuida da infraestrutura. Precisava de status de
Ministro. Precisava de status de Ministro.
Segundo, sobre foro — foro. Quem tem foro como nós temos, não tem mais
recursos. Se um processo nosso vem direto para o Supremo, nós vamos gastar
muito com advogado, porque nós não temos mais recursos.
E mais: o Presidente Michel Temer preencheu um vazio. O Presidente Michel
Temer reconheceu, quando acabou com a Secretaria-Geral. Acho que foi o FHC que
a criou. Eu estava aqui. A Secretaria-Geral cuida da gestão, da administração, da
comunicação do Palácio — do Palácio! Pareceu que isso era preciso. V.Exas.
viram? O Governo Lula não tinha nem segurança, como também o Governo Dilma,
conforme descobriu a ABIN. O Governo estava solto. O que aconteceu? Colocou-se
o Prefeito do Palácio — o Prefeito do Palácio.
Em relação ao futuro Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de
Moraes, é claro que ele vai passar pelo Senado ainda.
Eu não gostava do Ministro Toffoli. Toffoli era advogado do Partido dos
Trabalhadores. Naquela época eu era xiita, não tinha visão melhor. Eu estou aqui há
23 anos. E ele, para surpresa do mundo, foi nomeado Ministro do Supremo Tribunal
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Federal pelo Governo do PT. Mas, no Supremo, ele leu, estudou e agora é um bom
Ministro. Parabéns ao PT, que indicou Toffoli.
Moraes é constitucionalista, tem 14 obras sobre Direito Constitucional, tem
experiência com gestão, tem 49 anos de idade. Ele pode não ser bom em televisão
e até é contra o foro privilegiado. Uma vez manifestou que não é a favor de prisão
na segunda instância.
Então, comparando-se Toffoli com ele, Toffoli cresceu, e Moraes foi nomeado
com toda essa bagagem. Toffoli se transformou em um grande Ministro, e Moraes o
será.
Em relação às reformas, chega de mentir! Respeitem a opinião pública! A
reforma trabalhista não tira direito de ninguém. Quase todas as centrais sindicais
aprovaram o grande acordo da lei que chegou da reforma da Previdência. Ela é para
os aposentados continuarem recebendo, é para os nossos filhos e netos se
aposentarem. Nenhum direito vai ser roubado. Por favor! Por favor, Oposição,
estudem, porque a base está estudando!
Dá-se um novo Brasil, com a humildade, preparo, carisma e coragem do
Presidente Michel Temer e da nossa base.
Muito obrigado.
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O SR. SARAIVA FELIPE (Bloco/PMDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Saraiva Felipe teria votado com o partido na
votação anterior.
O SR. SILVIO COSTA - Sr. Presidente, peço a palavra para uma questão de
ordem.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem V.Exa. a palavra.
O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB-PE. Questão de ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, pedi a palavra por uma questão de justiça histórica.
Há aqui o Projeto de Resolução nº 148, de 2016, por meio do qual a
competente Deputada Dâmina Pereira está concedendo uma medalha a Mietta
Santiago, dizendo que ela foi a primeira mulher do Brasil que teve direito a voto, o
que é um erro. A primeira mulher que teve direito a voto no Brasil foi Celina
Guimarães Viana, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, em 1927.
O correto é colocar que foi uma das primeiras, porque, após Celina, Miêtta
entrou na Justiça e ganhou, sim, direito a voto.
Era esse o reparo histórico que queria fazer.
Sr. Presidente, votei nas sessões anteriores com o meu partido, até por conta
das manifestações em relação à Previdência.
O Deputado do Governo que estava ali está sendo injusto com a Previdência,
sabe por quê? O Governo Michel Temer, por exemplo, não teve coragem de colocar
as Forças Armadas, que geram rombo de 40%, e está penalizando os policiais civis
de todos os Estados. A reforma tem que ser para todos. Ou se faz reforma para
todos ou é “não” à Previdência.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Obrigado, historiador Silvio Costa.
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Discussão da matéria.
Acho que esta matéria é consensual. Para que possamos encerrar a sessão
mais cedo, pode ser assim, avançarmos, encerrando a discussão? (Pausa.)
Está encerrada a discussão.
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O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA - Sr. Presidente, peço a palavra pela
ordem.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Deputado
Bonifácio de Andrada.
O SR. BONIFÁCIO DE ANDRADA (Bloco/PSDB-MG. Pela ordem. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente, eu me dirijo a V.Exa. porque está ocorrendo
hoje no Brasil uma coisa da mais alta gravidade na cidade de Vitória. A balbúrdia e a
falta de ordem naquela capital já levaram à morte mais de 90 brasileiros. Noventa
brasileiros em Vitória morreram até agora, e a baderna continua naquela cidade.
Isto é coisa da mais alta gravidade, que esta Casa não pode desconhecer. Eu
levo a V.Exa. um apelo no sentido de solicitar às autoridades nacionais, às
autoridades federais, à Presidência da República e aos Ministros que tomem
posição para manter a ordem em Vitória. Não é questão de ficar a favor de A ou de
B, mas de manter a ordem, porque já morreram 90 brasileiros, e vão morrer muitos
mais.
Este é um fato que nunca aconteceu na história brasileira. Daí as nossas
palavras e o nosso registro aqui, de grande inquietação com as ocorrências naquela
cidade.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Vamos ao encaminhamento. (Pausa.)
Está encerrado o encaminhamento.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação o substitutivo adotado pela
Comissão de Seguridade Social e Família, ressalvados os destaques.
Todos votam “sim”? Todas as bancadas votam “sim”?
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Todo o mundo vota “sim”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação.
Orientação de bancada.
O Deputado Glauber Braga tem a palavra.
O SR. GLAUBER BRAGA (PSOL-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, a bancada tem uma posição favorável à proposta e vai votar “sim”.
Mas eu quero também aproveitar aqui o tempo de orientação para dizer que o
dia hoje está movimentado. O TRE do Rio de Janeiro acaba de cassar os mandatos
da chapa de Luiz Fernando Pezão para o Governo do Estado do Rio de Janeiro. A
decisão acaba de sair. Obviamente eles vão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral,
mas essa já é uma decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Rio de
Janeiro.
Deixo minha saudação a todos os trabalhadores da Companhia Estadual de
Águas e Esgotos — CEDAE, do Rio de Janeiro, e aos integrantes da bancada do
PSOL. CEDAE fica; Pezão sai!
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação.
A SRA. RAQUEL MUNIZ - Sr. Presidente, gostaria de falar pelo PSD.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - É para orientar?
A SRA. RAQUEL MUNIZ - Para orientar.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo 1 minuto a V.Exa.
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A SRA. RAQUEL MUNIZ (Bloco/PSD-MG. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - O PSD vota “sim”, Sr. Presidente.
Quero lembrar que participamos da CPI de Maus-Tratos de Animais. Esse PL
é resultado do trabalho daquela CPI, que esteve no norte de Minas Gerais, na
cidade de Montes Claros, fazendo audiência pública.
Tenho certeza de que agora a Associação Protetora dos Animais vai ter a
incumbência de receber esses animais em parceria com o Executivo, e aí sim
poderemos realizar as feiras de adoção.
Nesse final de semana, participamos, na cidade de Montes Claros, de uma
“cãominhada” e anunciamos que trataríamos dessa matéria aqui. É mais uma vitória
dos protetores dos animais.
Parabéns ao Deputado Ricardo Izar! Parabéns ao PSD, que orienta sua
bancada a votar “sim” nesse PL.
O SR. RICARDO IZAR - Para orientar, Sr. Presidente.
A SRA. ALICE PORTUGAL - Para encaminhar, Sr. Presidente, ou melhor,
para orientar.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Como orienta o PCdoB?
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, nós, do PCdoB, gostaríamos de dizer que essa é uma
legislação avançada.
As sociedades protetoras dos animais vão saudar a Câmara dos Deputados,
porque a eutanásia só será realizada quando de fato houver orientação do médico
veterinário. Além do mais, as feiras de adoção serão regulamentadas.
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O nosso partido agradece ao Deputado Chico Lopes por sua atuação na CPI
dos Maus-Tratos de Animais.
Vamos votar “sim”. Temos que voltar a votar rapidamente, para que essa
legislação vá a cabo em nosso País de maneira célere.
O SR. WELITON PRADO (PMB-MG. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - O
PMB vota “sim” e gostaria de parabenizar, fazendo justiça, todos aqueles que
trabalham em prol da proteção dos animais, todas as associações, todas as
entidades. De forma muito especial, o grande ícone de Minas Gerais, o Deputado
Noraldino Júnior, cujo trabalho é reconhecido em todo o Estado de Minas Gerais.
Este ano nós apresentamos algumas emendas, para atuar junto com o Deputado
Noraldino na proteção dos animais em várias regiões do Estado.
O PMB vota “sim”.
O SR. POMPEO DE MATTOS (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, nós do PDT, assim como os demais colegas, queremos
destacar de forma enfática a importância desta matéria. A proteção dos animais se
faz cada vez mais necessária. É preciso haver um regramento, uma regulação, uma
regulamentação. A proteção dos animais se faz necessária porque o ser humano, às
vezes, trata mal o próprio ser humano. O que dizer da forma como trata os animais?
Com regras, pode haver o mínimo de respeito, de afeto, de carinho. Hoje os
animais são grandes parceiros. Quantas pessoas têm em casa um animal de
estimação, um animal de convívio para lhe dar suporte e inclusive melhorar a sua
qualidade?
Então, o direito dos animais é fundamental, como fundamental é o direito do
ser humano. E o convívio fraterno é importante. A lei regula.
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O SR. EROS BIONDINI - Sr. Presidente, V.Exa. me permite orientar o PROS?
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Sóstenes
Cavalcante.
O SR. SÓSTENES CAVALCANTE (Bloco/DEM-RJ. Pela ordem. Sem revisão
do orador.) - Sr. Presidente, junto com o Deputado Ricardo Izar, que é um grande
incentivador da causa animal e que tem-me ensinado muito nesse caminho, tenho
muita alegria de iniciar este ano legislativo com o substitutivo de nossa autoria, na
Comissão de Seguridade Social e Família, sendo apreciado por este Plenário. É
bom ver a totalidade dos partidos apoiando a luta pela causa animal, uma luta
necessária. Nós precisamos cada dia mais valorizar a vida e a proteção dos animais
no País.
O Democratas, com muita alegria, vota “sim”, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Eros
Biondini.
O SR. EROS BIONDINI (Bloco/PROS-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, na condição de Líder do PROS e de médico veterinário
formado na Escola de Veterinária da UFMG — Universidade Federal de Minas
Gerais, gostaria de reafirmar a importância deste projeto para a defesa dos animais
e, ao mesmo tempo, de dizer da grande expectativa de toda a classe, dos médicos
veterinários espalhados pelo Brasil, que diuturnamente se dedica, de forma
incansável, a cuidar dos animais.
Relembro, Sr. Presidente, que o médico veterinário tem uma importante
atuação no que diz respeito a muitas enfermidades que são zoonoses e, portanto,
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atingem também o ser humano. Este projeto diz respeito à nossa profissão, e, por
isso, quero homenagear também os meus colegas veterinários.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra a Deputada Pollyana
Gama.
A SRA. POLLYANA GAMA (PPS-SP. Pela ordem. Sem revisão da oradora.)
- Sr. Presidente, nós do PPS gostaríamos de destacar dois pontos. O primeiro é que
o projeto prevê a autorização do Poder Executivo para a celebração de convênios e
parcerias com Municípios, entidades de proteção animal, organizações não
governamentais, universidades, estabelecimentos veterinários, empresas públicas e
privadas, entidades de classe, para que sejam desenvolvidos programas ou feiras
de adoção em todo o território nacional.
Outro ponto importante é o parecer pela aprovação do projeto na forma de
substitutivo, para incluir dispositivo que prevê meios de controle de natalidade de
cães e gatos.
Por essas duas razões o PPS vota “sim” ao projeto.
O SR. BENJAMIN MARANHÃO (Bloco/SD-PB. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Benjamin Maranhão votou com o
Solidariedade na votação anterior.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Mauro
Pereira.
O SR. MAURO PEREIRA (Bloco/PMDB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, em nome da bancada do PMDB, eu gostaria de
parabenizar o nosso colega Deputado Ricardo Izar e dizer que a sociedade
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brasileira evoluiu muito. Hoje nós temos muitas ONG e muitas entidades que cuidam
dos animais.
Nós temos que aproveitar este momento para parabenizar as Polícias
Ambientais dos Estados, que fazem um trabalho muito forte nessa área, cobrando
de quem pratica maus-tratos, e a imprensa, que ajuda muito na divulgação. Tudo
isso faz com que o País se torne cada vez mais humanizado.
Os animais fazem parte da vida dos seres humanos. É difícil haver quem não
goste de animal. E quem não gosta vai pagar cada vez mais caro, porque as leis
estão aí. Hoje o animal tem que ser respeitado e tem que receber o carinho e o amor
de quem o mantém em casa.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - O DEM já falou, Deputado Onyx.
Tem a palavra o Deputado Ricardo Izar.
O SR. RICARDO IZAR (Bloco/PP-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, primeiro eu gostaria de agradecer o apoio a todas as Deputadas e a
todos os Deputados, especialmente ao Deputado Sóstenes Cavalcante, que foi o
Relator deste projeto.
Faço um agradecimento especial à Luísa Mell, ativista que veio aqui, para
uma reunião com V.Exa., Presidente. E V.Exa. cumpriu o compromisso de colocar o
PL 1.376 e o PL 3.490 na pauta de hoje. Isso vai salvar a vida de milhares e
milhares de animais, que hoje são sacrificados.
Conta com o apoio de todos os Deputados aqui presentes para votarem “sim”
ao parecer da Comissão de Seguridade Social e Família e “não” à subemenda da
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania que retira o art. 4º, que permite
convênio entre Prefeituras e ONGs.
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Obrigado, Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Tem a palavra o Deputado Onyx
Lorenzoni.
O SR. ONYX LORENZONI (Bloco/DEM-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, como filho de veterinário, médico veterinário e pai de
veterinário — a minha família atua na área de atenção e proteção aos animais há
quase 100 anos —, eu queria parabenizar a todos pelo trabalho que foi feito,
particularmente o Deputado Sóstenes, cujo relatório traz para o cotidiano da vida
dos Municípios a harmonia entre o poder público e as ONGs que cuidam e lutam
pela salvaguarda do bem-estar animal, e pela forma avançada como foi construída
esta legislação.
O Brasil vai se equiparar, no respeito à vida animal e particularmente na
condição de cooperação entre o setor público e o setor privado, aos países mais
avançados do mundo.
Parabéns! O voto é “sim”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Deputado Daniel, V.Exa. quer orientar
a votação?
O SR. SILAS CÂMARA (Bloco/PRB-AM. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Silas Câmara votou com o PRB.
O SR. DANIEL COELHO (Bloco/PSDB-PE. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, primeiro, eu quero parabenizar V.Exa., o autor e o Relator
da matéria.
É muito importante que nós aprovemos este projeto. Não podemos admitir
que Estados e Municípios continuem a executar cães e gatos. Nós sabemos que a
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política pública correta para o controle populacional de animais de rua em nosso
País tem que se dar através do serviço de castração. Esse é o modelo que tem que
ser implementado pelas Prefeituras, e é neste sentido que devemos trabalhar no
Congresso, viabilizando os recursos necessários para que seja feito, sim, o controle
populacional, mas através de uma política séria de castração dos animais que estão
em situação de rua, nunca de extermínio, principalmente de animais saudáveis.
Esta Casa hoje sinaliza de forma positiva na direção do respeito à vida e da
proteção animal. Fico muito feliz com a votação que vai ocorrer daqui a pouco e com
o painel sinalizando o apoio dos partidos à aprovação da matéria.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Carlos
Gomes, do PRB.
O SR. CARLOS GOMES (Bloco/PRB-RS. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu quero parabenizar o Deputado Ricardo Izar e o
Deputado Sóstenes Cavalcante pela propositura e pela aprovação deste projeto.
Eu também quero dizer que, no Rio Grande do Sul, foi aprovada em 2009 a
Lei nº 13.193, que trata do mesmo assunto, que proíbe a matança indiscriminada,
nos centros de controle de zoonoses e de animais, e define as políticas públicas que
têm que ser feitas pelos Municípios.
Mas esta lei, no âmbito federal, vem a agregar porque chama a atenção de
todos os Estados e Municípios do Brasil, para darem solução aos problemas que
nós enfrentamos no dia a dia, sobretudo nas comunidades mais carentes, em que
existe uma proliferação muito grande de animais em situação de abandono, de rua.
Então, este projeto vem a calhar e dá a atenção...
(Desligamento automático do microfone.)
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação o substitutivo adotado pela
Comissão de Seguridade Social e Família, ressalvados os destaques.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aqueles que forem pela aprovação
permaneçam como se acham. (Pausa.)
APROVADO. (Palmas.)
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Estão prejudicadas a proposição inicial
e as emendas, ressalvados os destaques.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Em votação a subemenda saneadora
da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania apresentada ao substitutivo
adotado pela Comissão de Seguridade Social e Família.
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O SR. RICARDO IZAR - Sr. Presidente, eu queria orientar o voto “não”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Ricardo
Izar, para orientação.
O SR. RICARDO IZAR (Bloco/PP-SP. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, eu queria votar “não” à subemenda porque ela retira o art. 4º do
projeto, que trata da permissão para realização de convênios entre Prefeituras e
entidades privadas, as ONGs, que entendem do assunto e que podem ajudar a
retirar custos das Prefeituras.
Eu queria manter o art. 4º no texto. O PP vota “não”.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Domingos
Sávio.
O SR. DOMINGOS SÁVIO (Bloco/PSDB-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, eu quero me congratular com o Deputado Ricardo Izar e
com todos os demais pela aprovação deste importante projeto.
Como médico veterinário, eu acompanho isso, pela minha formação
profissional, especialmente na minha vida pública. Eu lutei pela instalação do Centro
de Controle de Zoonoses de Divinópolis, cidade da qual fui Prefeito, e sei como é
importante termos métodos de controle da natalidade, que cuidemos da saúde dos
animais, que os retiremos das ruas e apoiemos projetos de adoção. Extermínio é
algo inaceitável, mas infelizmente ainda existe em alguns lugares.
Então, apoiamos este projeto de lei que proíbe o extermínio, o assassinato de
animais domésticos, de animais que representam uma relação de carinho, de amor
e que devem ser tratados com respeito.
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Nós não apenas votamos favoravelmente, mas também queremos que o
projeto seja preservado na íntegra, para que ele de fato represente um avanço para
toda a sociedade.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Marcos
Montes.
O SR. MARCOS MONTES (Bloco/PSD-MG. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Obrigado, Sr. Presidente.
Primeiro eu quero parabenizar o Deputado Ricardo Izar pela aprovação do
projeto, pelo estudo e, principalmente, pelo trabalho na defesa dessa causa.
É claro que o PSD também vai se posicionar contrariamente à emenda. Eu
acho que é o inverso, que nós precisamos, com este projeto aprovado, estimular as
Prefeituras a participarem, com as ONGs, para que esse trabalho se torne mais forte
nos Municípios.
Encerrando, Sr. Presidente, aproveito para parabenizar a Vereadora Denise
da Supra, da minha cidade, que vem lutando há muito tempo, no combate a essa
violência contra os animais, pela proteção deles.
Parabéns, Deputado Ricardo Izar. O PSD vota contra a subemenda e
parabeniza todos aqueles que defendem essa classe que protege os animais.
O SR. SIMÃO SESSIM (Bloco/PP-RJ. Pela ordem. Sem revisão do orador.) -
Sr. Presidente, o PP, além de parabenizar o Deputado Ricardo Izar, que é da nossa
bancada, que é o autor deste projeto maravilhoso de proteção aos animais que
acaba de ser aprovado, vota contra esta emenda.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra o Deputado Edmilson
Rodrigues
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O SR. EDMILSON RODRIGUES (PSOL-PA. Pela ordem. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, o PSOL concorda com o encaminhamento feito pelo
Deputado Ricardo Izar. Inviabilizar os convênios com as entidades que atuam em
todo o País, em cada região, na proteção de animais, seria inviabilizar a própria lei.
Hoje o Estado não tem um aparato para a proteção dos animais. Os centros de
zoonoses têm que cuidar dos animais para impedir que as zoonoses, que as
doenças infectocontagiosas prejudiquem a saúde humana.
É bom que o projeto, que é radical na defesa dos animais, também diz,
tecnicamente, que, quando não houver cura, e a doença for infectocontagiosa e
puder trazer prejuízo à humanidade, neste caso, baseada em laudo técnico, será
permitida a eutanásia.
Enfim, o convênio é necessário. Espero que construamos este consenso aqui,
para dizer “não” a esta emenda da Comissão.
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Com a palavra a Deputada Alice
Portugal.
A SRA. ALICE PORTUGAL (PCdoB-BA. Pela ordem. Sem revisão da
oradora.) - Sr. Presidente, nós do PCdoB gostaríamos de dizer que o texto principal
é abrangente, é suficiente. A subemenda o subverte, infelizmente. Somos contra a
subemenda e aprovamos o texto principal.
Mais uma vez destaco o trabalho realizado pela CPI dos Maus-Tratos de
Animais, principalmente do Deputado Chico Lopes, inclusive a circunstância de
haver animais soltos na Caatinga nordestina, no Semiárido nordestino, em especial
o jegue. O Deputado Chico Lopes tratou do assunto de maneira delicada e
absolutamente consciente.
O texto é suficiente. Somos contra a subemenda.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aqueles que forem pela aprovação
permaneçam como se acham. (Pausa.)
REJEITADA.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Há sobre a mesa e vou submeter a
votos a seguinte
REDAÇÃO FINAL:
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Aqueles que forem pela aprovação
permaneçam como se acham. (Pausa.)
APROVADA.
A matéria vai ao Senado Federal.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Concedo a palavra ao Sr. Deputado
Silvio Costa, pela representação do PTdoB.
O SR. SILVIO COSTA (Bloco/PTdoB. Como Representante. Sem revisão do
orador.) - Sr. Presidente, cadê o Deputado Darcísio Perondi?
Sras. Deputadas, Srs. Deputados, o sistema de informática da Câmara dos
Deputados é muito importante para o Brasil porque ele mostra que, nesta Casa,
incoerência não é uma palavra abstrata, é uma palavra concreta. Aqui nós pegamos
na incoerência. Por exemplo, quando eu apertar a mão de Perondi, estarei
apertando a mão da incoerência. Estou doido para que comece o debate da reforma
da Previdência Social, porque eu vou olhar no olho de cada um. Sabem por quê?
Lembro que, no ano passado, para prejudicar a Presidente Dilma Rousseff, eles
votaram aqui pelo fim do fator previdenciário. Quem vota pelo fim do fator
previdenciário não tem a menor responsabilidade pública. Eles são irresponsáveis.
Ponto. Agora bateu neles o ar de gestores, de homens responsáveis pelo futuro do
País.
Vocês não têm moral, a começar por Michel Temer. Michel Temer se
aposentou aos 55 anos de idade, ganha 30 mil reais por mês e tem a cara de pau de
propor uma reforma da Previdência. Não vai passar aqui, Deputado Ivan Valente.
Sabe por que não vai passar?
Veja que reforma covarde, Deputada Luiza Erundina. As Forças Armadas,
Deputado Luiz Couto, contribuem com um déficit de 40%. No regime próprio, o
déficit é de 70 bilhões. Desses 70 bilhões, só as Forças Armadas correspondem a
30 bilhões, aproximadamente.
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Este Governo não teve coragem de incluir os militares, de incluir as Forças
Armadas. Continua aquela “boquinha”: morre o militar, a viúva pega a
aposentadoria; morre a viúva, os filhos continuam.
Muito bem. Não incluíram os militares, mas incluíram os policiais civis de
todos os Estados do Brasil. Isso é covardia. Não podemos aprovar isso.
A aposentadoria rural, que foi criada de forma justa em 1988, a meu ver, é
uma política de inclusão social. Agora querem taxar a aposentadoria rural. Nós não
vamos permitir.
Nós vamos derrotar essa reforma imprevidente, deste Governo ilegítimo, que
não tem moral para cobrar da Oposição brasileira que tenha responsabilidade
pública.
Vocês é que são irresponsáveis!
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O SR. RAIMUNDO GOMES DE MATOS (Bloco/PSDB-CE. Pela ordem. Sem
revisão do orador.) - Sr. Presidente, o Deputado Raimundo Gomes de Matos votou
com o partido.
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PRONUNCIAMENTOS ENCAMINHADOS À MESA PARA PUBLICAÇÃO
O SR. CELSO RUSSOMANNO (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento
encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, em 25 de
Janeiro de 1554, 12 jesuítas, entre os quais José de Anchieta e Manuel da Nóbrega,
fundaram o colégio que deu origem a São Paulo.
A função do colégio era catequizar os índios. A região, num planalto de difícil
acesso e longe dos portos, não tinha riquezas naturais, e por isso o crescimento da
cidade foi lento, nos primeiros dois séculos. Naquela pequena vila prosperava
apenas a agricultura de subsistência. Portugueses tomavam para si várias mulheres
e concubinas de origem indígena, e os filhos dessa união falavam preferencialmente
o tupi. Apenas em 1683 a capital da Capitania de São Vicente foi transferida para a
Vila de São Paulo.
Naquela época, a capitania era a região mais pobre do império português. A
pobreza dificultava a compra de escravos negros e estimulava a atividade dos
bandeirantes em busca de escravos indígenas. As expedições bandeirantes, mesmo
quando lideradas por portugueses, eram compostas majoritariamente por índios e
seus descendentes. Foram eles que, a partir de São Paulo, descobriram e
colonizaram grande parte dos territórios de Minas Gerais, Paraná, Goiás e Mato
Grosso.
A descoberta do ouro na década de 1690 no que é hoje o Estado de Minas
Gerais motivou a criação, em 1709, da Capitania Real de São Paulo e Minas do
Ouro, englobando o Paraná e grande parte do Centro-Oeste. Em 1711, a Vila
tornou-se cidade. Na década de 1720, foi encontrado ouro nas regiões de Cuiabá e
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da Cidade de Goiás, expandindo o território brasileiro além da linha de Tordesilhas.
Apesar de ser um centro de chegada e partida de expedições para o interior,
a grande expansão econômica e demográfica da cidade começou a partir do ciclo do
café, em meados do século XIX. A riqueza gerada pelas plantações atraiu imigrantes
e capitais, configurando naquela região, que já era atípica, uma sociedade com
ideologia mais empreendedora e democrática. Durante a República Velha, entre
1889 e 1930, São Paulo tornou-se metrópole nacional. Na década de 1890, a
população dobrou, industrializando-se rapidamente e assumindo a vanguarda
cultural com a Semana de Arte Moderna de 1922. Com a ajuda de imigrantes
asiáticos e europeus, principalmente italianos, alcança seu primeiro milhão de
habitantes em 1928. Esse ambiente de efervescência cultural e econômica tornou o
Estado e a sua capital a principal resistência à ditadura de Getúlio Vargas, em 1932.
O processo de urbanização acelerado fez com que a cidade se tornasse
maior do que o Rio de Janeiro na década de 1960, transformando-se, desde então,
na capital econômica da América do Sul. O PIB do Município, sozinho, responde por
aproximadamente 11% do PIB brasileiro e por quase 40% de todo o PIB do Estado
de São Paulo, o mais rico da Federação.
Falamos da décima cidade mais rica do mundo, prevista para se tornar, em
2025, a sexta mais rica. No Brasil, apenas São Paulo e Rio de Janeiro são
metrópoles globais, ou seja, além de contar com centenas de filiais das principais
empresas e instituições financeiras do planeta, têm acesso às principais rotas
aeroviárias mundiais e às principais redes de informação.
São Paulo, aos 463 anos, tem 12 milhões de habitantes e é o principal centro
financeiro, corporativo e mercantil de todo o hemisfério sul do planeta. Em torno do
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Município, há um conglomerado urbano com mais de 30 milhões de habitantes,
cerca de 75% da população do Estado.
Nossa homenageada é a sétima cidade mais populosa do mundo, com 12
milhões e 38 mil habitantes. Tem mais gente do que Pequim, Tóquio ou Londres.
Mais gente do que Nova York e Buenos Aires, somadas. Toda essa gente que
nasceu ou adotou São Paulo é a maior riqueza paulistana, e continua a vir gente de
todo o Brasil e também do resto do mundo. São Paulo é a cidade com as maiores
populações de origem étnica italiana, portuguesa, japonesa, espanhola, libanesa e
árabe fora de seus países respectivos. Cerca de 60% dos paulistanos, ou 6 milhões,
são descendentes de italianos. Um contingente maior do que os 2,5 milhões de
habitantes de Roma. É também a cidade com o maior contingente de nordestinos
fora do Nordeste. A colônia judaica, com 60 mil pessoas, é a maior do Brasil.
Recentemente, o fluxo de imigrantes bolivianos adicionou maior riqueza cultural à
cidade.
O ranking mundial de qualidade de vida aponta a capital paulista na terceira
posição entre os quatro Municípios brasileiros do ranking, atrás somente de Curitiba,
Florianópolis e Porto Alegre, e à frente de Brasília. O mesmo ranking, porém, coloca
São Paulo na posição 117, entre 221 cidades analisadas em todo o mundo. A cidade
tem muitos problemas de exclusão social e segregação espacial. Cerca de 10% de
seus habitantes, mais de 1 milhão de pessoas, estão abaixo da linha de pobreza.
Por isso, o aniversário é também oportunidade de conscientização sobre problemas
sociais, ambientais e de infraestrutura, como a escassez de água, a poluição do ar e
a violência.
As soluções para esses problemas devem vir de seus próprios habitantes. O
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lema da cidade, presente em seu brasão oficial, é Non ducor, duco, frase latina que
significa: "Não sou conduzido, conduzo". São Paulo tem a vanguarda do
pensamento técnico e científico latino-americano, produzindo cerca de um terço da
produção científica e mais de 40% de todas as patentes brasileiras. É dessa
vanguarda, com o apoio dos políticos, que podem vir as soluções não apenas para a
cidade, mas para o País.
Feliz aniversário, São Paulo!
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O SR. SABINO CASTELO BRANCO (PTB-AM. Pronunciamento
encaminhado pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje o que me
traz a esta tribuna é um assunto de extrema relevância para todo o País, pois
iniciamos o ano de 2017 com uma situação gravíssima de violência no Brasil. Em
apenas 15 dias, 133 pessoas foram mortas em presídios. Em Manaus ocorreu a
drástica chacina que vitimou 56 pessoas; a rebelião de Boa Vista, em Roraima,
deixou mais 33 mortos, seguida pela rebelião do Rio Grande do Norte, com 26
mortes, além de outras execuções de inúmeros menores, que ocorreram em outros
Estados.
O fato é que a violência está dominando o nosso País, e nós sabemos quem
são os grandes chefes do crime organizado no Brasil: Marcos Willians Herbas
Camacho, conhecido como Marcola, líder do Primeiro Comando da Capital (PCC);
Luiz Fernando da Costa, conhecido como Fernandinho Beira-Mar, líder do Comando
Vermelho (CV); José Roberto Fernandes Barbosa, conhecido como Zé Roberto da
Compensa, líder da Família do Norte (FDN).
Os chefes das facções criminosas no Brasil estão espalhando o terror nas
penitenciárias do País, e esse é o motivo que me traz a essa tribuna e que me levou
a tomar sérias providências para evitar que esses mafiosos dominem o nosso País.
Sras. e Srs. Deputados, quero comunicar que estou colhendo assinaturas
com o intuito de instaurar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), na Câmara
dos Deputados, para investigar o crime organizado no Brasil. Peço a colaboração de
cada um dos nobres Parlamentares: que assinem o requerimento para a criação da
CPI. Todos aqui são conhecedores do clima de guerra que esses criminosos estão
gerando no Brasil e, principalmente, do poder que eles vêm conquistando a cada
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dia. Para se ter uma ideia, de acordo com a revista ISTOÉ, nem o mais pessimista
especialista em segurança pública poderia prever tamanha expansão desse tipo de
organização criminosa, que só tende a continuar crescendo, porque o Estado está
sendo omisso.
É notório que, se não tomarmos uma providência drástica, urgentemente,
esses mafiosos vão dominar o País, como indiretamente já estão fazendo! Não
podemos aceitar, não podemos ficar de braços cruzados assistindo ao crime tomar
conta do nosso País.
Só o PCC hoje tem hoje cerca de 30 mil membros espalhados por
praticamente todos os Estados do País e domínio sobre mais de 200 mil
presidiários. O Marcola comanda com mão de ferro a estrutura fortemente
hierarquizada que é essa facção. Ela possui times de futebol na Zona Leste de São
Paulo, é proprietária de companhias de ônibus, de uma refinaria clandestina em
Boituva, no interior de São Paulo, que, durante anos, desviou óleo da PETROBRAS,
o refinou e o revendeu em uma rede de postos de gasolina. O PCC forma até
advogados, e, segundo informações, elegeu um Prefeito na cidade de São Paulo.
Essa facção também ajuda a operacionalizar a ocupação de terras na região
metropolitana de São Paulo, para depois exigir 25% das habitações construídas nos
terrenos invadidos, e esses imóveis são entregues às famílias de detentos que estão
desamparados.
Segundo dados, o PCC tem atualmente uma receita anual bruta de cerca de
R$300 milhões.
O Comando Vermelho tem cerca de 20 mil membros e arrecada mais de
R$50 milhões por ano.
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A Família do Norte tem 200 mil membros e está em grande expansão. Eles
dominaram quase toda a Rota Solimões, na região da fronteira entre Brasil, Peru e
Colômbia, passou a escoar grandes quantidades de cocaína para vender em
Manaus, distribuir pelo Brasil e exportar até para a Europa, e arrecada anualmente
de 6 a 12 milhões de reais, segundo a revista ISTOÉ.
Ou seja, meus caros colegas, com todas essas informações, fica evidente a
necessidade que temos de investigar o crime organizado no Brasil. O poder público
precisa tomar providências, urgentemente. É nítido o poder que essas facções têm
hoje no nosso País e o quanto elas evoluem constantemente.
Não vamos aceitar que o Brasil seja refém desses marginais! Precisamos
lutar, precisamos ter coragem. Eu tenho, Sras. e Srs. Deputados, e espero que
V.Exas. também tenham e lutem comigo, lutem pelo Brasil e por cada brasileiro. Eu
quero criar essa CPI e convocar esses três criminosos, donos do crime no Brasil,
para ficar frente a frente com o Legislativo para prestar esclarecimentos para a
sociedade brasileira. Conto com o apoio de todos.
Era o que eu tinha a dizer.
Muito obrigado.
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O SR. PR. MARCO FELICIANO (PSC-SP. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com muita preocupação e
indignação que venho a esta tribuna num momento tão difícil por que passam os
nossos irmãos do Estado do Espírito Santo.
Estamos presenciando uma verdadeira guerra civil nesse Estado, que é, por
tradição, um dos mais pacatos da Federação. Aquilo a que assistimos é deveras
constrangedor: violência generalizada; lojas saqueadas; universidades fechadas; e
todo o comércio fechado por absoluta falta de garantias quanto à segurança,
causando desabastecimento e um verdadeiro caos.
Mas, se pudéssemos quantificar a gravidade de todo esse contexto, devemos
considerar como prioridade que se evitem mais mortes. Já chega a mais de 75 o
número de cidadãos brasileiros executados, fato de que só se tem notícia em
campos de guerra ora em curso no Oriente médio.
O que mais me preocupa é que, aparentemente, nossas autoridades estão se
mostrando insensíveis com tamanha gravidade da situação.
A greve dos policiais, apesar de ser considerada ilegal, tem de ser negociada
pelo Governo do Estado. Não pode haver atitudes inflexíveis de ambas as partes.
Isso apenas agrava a situação, pois, em primeiro lugar, temos de buscar a paz
social.
Cenas de violência, como saques a estabelecimentos comerciais, atravessam
o mundo, o que nos coloca no patamar de republiquetas ingovernáveis, com
prejuízos incalculáveis ao comércio e ao turismo.
Além disso, um sentimento de impotência alastra-se por todo o País, que
assiste a bandidos tomando um Estado constituído como o Espírito Santo,
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roubando, matando, incendiando ônibus, enfim, encurralando o povo ordeiro em
suas casas, sem o elementar direito de ir e vir.
Todo o Brasil espera e clama que as autoridades federais intervenham. Isso já
se iniciou com o uso do Exército e com todas as forças legais, visando restabelecer
a ordem pública.
Finalizo pedindo a Deus que ilumine todas autoridades do País, para que
possam atuar com sabedoria, e derrame as mais especiais bênçãos celestiais ao
povo capixaba.
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A SRA. IRACEMA PORTELLA (Bloco/PP-PI. Pronunciamento encaminhado
pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, gostaria de registrar, neste
plenário, o aniversário de 66 anos do jornal O Dia, um dos mais importantes veículos
de comunicação do Piauí.
Nessas 6 décadas de existência, o jornal tem dado uma contribuição à
sociedade piauiense. Ao longo desse período, O Dia acompanhou as mudanças no
Brasil e as transformações tecnológicas sem nunca perder o compromisso com os
princípios que norteiam a sua linha editorial.
O jornal nasceu no ano de 1951, em meio à efervescência política no Piauí.
Foi nesse contexto que O Dia surgiu, fundado pelo empresário Raimundo Monteiro
Leão, mais conhecido como Mundico Leão. Em 1963, foi comprado por Octávio
Miranda, com a intenção de oferecer à cidade de Teresina um periódico que falasse
do dia a dia da Capital, circulando três vezes por semana.
Em 1964, o veículo passou a ser diário. Ao completar 30 anos de existência,
em 1981, O Dia avançava na impressão gráfica, cobria os principais acontecimentos
políticos e começava a se destacar no jornalismo investigativo.
Com a morte de Octávio Miranda, em 2002, passou a ser comandado por
Valmir Miranda.
Parabenizo, portanto, toda a equipe do jornal pelo trabalho desenvolvido ao
longo desses 66 anos.
Os meios de comunicação desempenham um papel primordial no
fortalecimento das nossas instituições. Uma imprensa responsável é peça
fundamental para o bom funcionamento do Estado Democrático de Direito.
Era o que tinha a dizer.
Muito obrigada.
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A SRA. LAURA CARNEIRO (Bloco/PMDB-RJ. Pronunciamento encaminhado
pela oradora.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a fim de corrigir grave
distorção e uma grande injustiça, a Proposta de Emenda à Constituição nº 23, de
2015, precisa ser aprovada. A proposição almeja alterar o ordenamento jurídico para
destinar a cada gênero 50% das vagas em todos os Parlamentos brasileiros. A
medida é extremamente necessária, pois a situação atual é de profunda crise de
representatividade no sistema democrático deste País.
De acordo com o IBGE, as mulheres somam mais da metade da população
brasileira. Não obstante, menos de 10% dos assentos no Congresso Nacional são
ocupados por representantes do sexo feminino. Esta Casa, em particular, conta com
45 Deputadas para fazer frente aos 468 mandatários homens.
Não podemos esquecer a natureza combativa do mandato parlamentar. Ainda
que haja inúmeros casos em que acordos são decisivos para a decisão, as diversas
bandeiras defendidas no Congresso não raro entram em conflito. Nesses casos, o
maior volume da representação numérica de cada grupo de interesses é crucial para
vencer o embate.
Em última instância, cada Deputado influencia o processo decisório com um
único voto. Estando em conflito interesses polarizados entre os dois gêneros, a
decisão naturalmente tenderá a satisfazer os interesses do grupo com maior número
de representantes. Ora, se o voto feminino representa menos de 10% do Plenário,
seu poder é irrisório para fazer o contraponto necessário aos interesses masculinos.
Ocorre que se trata de contraponto de primeira necessidade, para equacionar
no ambiente político uma situação que, infelizmente, ainda persiste em outras
esferas da sociedade. A remuneração feminina, por exemplo, ainda é 30% menor do
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que a dos homens. Isso é inadmissível quando se considera que as mulheres
passam mais horas trabalhando — tendo em conta os serviços executados em
ambiente domiciliar — ou que somam, em média, mais anos de estudos.
Não é possível vencer dificuldades como essa sem enfrentar notória
resistência. É uma infelicidade, mas ainda é comum a concepção das questões de
gênero como envoltas em significativo antagonismo. Qualquer demanda para trazer
as mulheres para o mesmo patamar de oportunidades que os homens é vista como
ameaça a certa ordem natural. É muito frequente, por exemplo, o entendimento
errôneo de que o feminismo seja correlato do machismo — e que, portanto, deva ser
igualmente combatido.
Como consequência, permanecem negadas à população feminina as
condições para que viva plenamente. Vencer essa situação de notória desigualdade
ainda demandará muito enfrentamento. O início da vitória pressupõe, portanto, que
as mulheres possam ocupar os mesmos espaços de poder que os homens.
Mudanças legislativas são ótimos meios para a conquista da transformação
social. A Lei Maria da Penha é exemplo de como a cultura de combate à violência
contra a mulher penetrou nas preocupações cotidianas da população brasileira.
Hoje, a violência doméstica é percebida como fortemente rechaçada pelo poder
público, o que muitas vezes contribui para que seja evitada.
A superação das desigualdades entre os gêneros só tem a ganhar com mais
medidas como essa. Não obstante, enquanto as decisões legislativas contarem com
baixa participação do público feminino, menos avanços serão conquistados. Enfim,
Sr. Presidente, o sonho de um mundo igualitário entre homens e mulheres pode ser
concretizado, e a aprovação da PEC nº 23, de 2015, é um grande passo nessa
direção.
Muito obrigada.
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O SR. ALFREDO NASCIMENTO (PR-AM. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, ontem estive com o Ministro-
Chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, juntamente com a bancada do Amazonas, para
dar um importante passo e conseguir a revogação dos últimos decretos assinados
pela ex-Presidente Dilma Rousseff que criaram cinco novas reservas ambientais e
duas reservas indígenas no Estado do Amazonas. Ficou acertada a elaboração de
um novo projeto de lei, que manterá as reservas, que são importantes do ponto de
vista ambiental, mas as reduzirá em 38%. Este novo projeto será enviado para o
Congresso em regime de urgência.
É importante mostrar que convencemos o Governo de que é inaceitável
manter essas reservas ocupando uma área de aproximadamente 3 milhões de
hectares, o equivalente ao território do Estado de Alagoas. Isso ocorre por vários
motivos, e vou descrevê-los.
O Amazonas já tem uma área muito expressiva dedicada às reservas
indígenas e às unidades de conservação federais e estaduais. As áreas indígenas
ocupam 45,7 milhões de hectares, o equivalente a 30% de todas as terras indígenas
brasileiras. E mais, 27% do território do Amazonas são protegidos por unidades de
conservação, incluindo as federais (15%) e as estaduais (12%), totalizando 42,3
milhões de hectares. E ainda estamos concluindo os estudos para a criação das
reservas ao longo da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, como contrapartida
para o novo asfaltamento total da rodovia.
Somos o Estado mais preservado do Brasil. Não precisamos de novas
reservas para garantir a manutenção dessa condição. Já demos provas claras que
sabemos preservar, conservar.
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Esse ajuste, redimensionando os limites das novas reservas, é sensato.
Setores mais xiitas ligados à ecologia vão reclamar, pressionar contra os novos
limites. Mas, como representante eleito do Amazonas, tenho buscado o meio termo,
o bom senso. Nem tanto ao mar nem tanto à terra. E assim vamos garantir o
desenvolvimento sustentável do nosso Amazonas.
Era isso que tinha a dizer!
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O SR. FLAVIANO MELO (Bloco/PMDB-AC. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho solicitar ao Governo
Federal o apoio indispensável e urgente às cidades acrianas atingidas pelas cheias
dos Rios Juruá e Moa. A alagação deixou os Municípios atingidos em situação
extremamente difícil, como é o caso de Cruzeiro do Sul, cujo Prefeito, Ilderlei
Cordeiro, decretou estado de emergência. A cheia, aliás, já resultou na retirada de
mais de 10 mil pessoas de suas moradias, o que corresponde a 468 famílias.
O alagamento na região já está sendo considerado o maior de nossa história
recente. Como agravante, a BR-364, apesar de recém-concluída, encontra-se
totalmente deteriorada, destruída mesmo, o que impede que carretas carregadas de
mercadorias passem do Município de Sena Madureira a Cruzeiro do Sul. Com isso,
é necessário o transbordo das cargas para caminhões que circulam apenas neste
trecho, agregando mais despesa e demora no abastecimento da cidade.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, vale ainda ressaltar que, com as
fortes chuvas, os agricultores perderam parte de suas plantações e ainda estão
impossibilitados de escoar o que resta de sua produção, devido aos ramais se
encontrarem intrafegáveis, o que diminui substancialmente suas vendas.
Diante da situação absolutamente precária, a Associação Comercial do Alto
Juruá — ACAJ entende necessário que os órgãos competentes assegurem
tratamento diferenciado para os empresários de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima,
Rodrigues Alves, Tarauacá e demais Municípios atingidos pela alagação.
A ACAJ reivindica ainda à Receita Federal prazo maior para pagamento dos
impostos federais, assim como desconto diferenciado e parcelamento dos débitos,
haja vista a difícil situação enfrentada pelo empresariado desses Municípios.
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Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Associação Comercial do Alto Juruá
solicita também que sejam negociadas, junto aos bancos, linhas de crédito
diferenciados, com juros e prazos maiores, com carência estendida à normalização
da situação. Por fim, a Associação patronal requer uma mediação, junto ao Banco
Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social — BNDES, a fim de disponibilizar
linha de crédito através do Cartão BNDES.
São reivindicações legítimas e justas, consoante às necessidades urgentes
que a situação impõe. Por isso mesmo, quero expressar minha sincera solidariedade
às comunidades atingidas e aos empresários e comerciantes prejudicados por uma
cheia que ainda assola a região e tanto perturba e impede a rotina normal das
localidades prejudicadas.
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, para encerrar, quero assegurar meu
apoio às solicitações e meu empenho junto ao Governo para o atendimento do
pleito. Que as comunidades atingidas do Juruá e Moa contem com meu trabalho e
esforço na busca de soluções para uma situação tão crítica e inesperada.
Muito obrigado.
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O SR. LUCIANO DUCCI (Bloco/PSB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, no último domingo, 5 de fevereiro,
o Município de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, completou 127 anos
de emancipação política. Numa terra marcada predominante pela imigração italiana
e de poloneses, ele a maior colônia italiana do Paraná.
Tudo começou em setembro de 1878, quando surgiu, no Paraná, a Colônia
Alfredo Chaves, que recebeu 160 colonos de nacionalidade italiana na ocasião.
Esses imigrantes inicialmente chegaram a Morretes, mas subiram a Serra do Mar
conduzidos pelo Padre Angelo Cavalli, para se estabelecerem em 80 lotes rurais
doados por D. Pedro II.
Assim foi formado o embrião da atual cidade, que foi elevada à categoria de
vila em 1890 e, no mesmo ano, oficializada como Município, em homenagem ao
descobridor da América, o genovês Cristovão Colombo.
Em contraponto à grande extensão e à tranquilidade das áreas rurais do
Município, os bairros de Santa Terezinha, Guaraituba e Maracanã são zonas de
grande adensamento populacional, reflexo do crescimento acelerado da cidade nos
últimos 30 anos.
Colombo também é conhecida pelo Circuito Italiano de Turismo Rural, que
completou 18 anos este ano e que incentiva o turismo. Esse circuito tem mais de 50
pontos turísticos que apresentam a cultura italiana e passa também por diversas
áreas de produção agrícola, valorizando as técnicas de cultivo orgânico e
incentivando a fixação do produtor rural, a geração de emprego e o aumento da
renda familiar.
Em janeiro e fevereiro, acontece a colheita nas vinícolas, como a Vinícola
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Cavalli, que está em atividade desde 1958 e recebe moradores da região, que
chegam a colher 500 caixas de uvas por dia.
Colombo é o principal produtor de uvas do Paraná. A comercialização da uva
in natura ou processada, em forma de vinhos, sucos e geleias, ocorre, na maioria
das vezes, na propriedade, onde o consumidor busca produtos artesanais e o
contato direto com o fabricante. A venda dos produtos derivados da uva também é
praticada no comércio local do Município, em feiras livres em Curitiba, em redes de
supermercados e na CEASA.
A Festa da Uva, que acontece anualmente, sempre no início do mês de
fevereiro, foi criada em 1959, para incentivar o cultivo da uva e a produção do vinho.
A Prefeita de Colombo, Beti Pavin, em parceira com o Governo do Paraná,
tem trabalhado para atrair novos investimentos e capacitar a população
trabalhadora. Este ano foram inaugurados o Memorial Itálo-Polonês — Famílias
Perin e Puka e a Gruta Nossa Senhora da Uva. Ambos os pontos estão localizados
no Parque Municipal da Uva e agora passam a integrar o Circuito Italiano de
Turismo Rural.
Sr. Presidente, solicito que seja dada publicidade a este pronunciamento pelo
programa A Voz do Brasil e pelos canais de comunicação da Casa.
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O SR. BILAC PINTO (PR-MG. Pronunciamento encaminhado pelo orador.) -
Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, uma a uma têm caído por terra as alegações
levantadas por segmentos de esquerda contra o impeachment de Dilma Rousseff e
a posse do Presidente Michel Temer. A força dos fatos e a conscientização da
sociedade se impõem, e resta apenas, aos saudosos do antigo Governo, o abrigo na
ideologia, muitas vezes desconectada da realidade.
Sobre esse tema escreveu artigo, publicado no jornal Correio Braziliense, o
jornalista Luiz Carlos Azedo, intitulado Refúgios ideológicos, que quero aqui
destacar:
Não é somente a narrativa do golpe que serve de
refúgio para os setores da esquerda ultrapassada que
meteu os pés pelas mãos e se lambuzou durante os
governos Lula e Dilma. Há outros refúgios ideológicos,
como a bandeira do nacionalismo, embora um tanto
desmoralizada pelo assalto à Petrobras.
Azedo lembra que, curiosamente, o nacionalismo tem sido também a
trincheira da direita mais xenófoba na Europa desde o fim da Guerra Fria, e há
pouco deu margem a dois acontecimentos que colocam em xeque a esquerda
mundial: a vitória do Brexit na Inglaterra e a de Donald Trump nos Estados Unidos. A
seguir, recorda momentos da nossa história em que a defesa extremada do
nacionalismo mostrou-se equivocada.
Eleito a partir de uma aliança com trabalhistas e comunistas, Juscelino
Kubitscheck fez um governo bem-sucedido ao contrariar as propostas de
nacionalização do capital estrangeiro e de reforma agrária postuladas por seus
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aliados eventuais.
A radicalização no Governo Goulart levou ao repúdio da sociedade, que
apoiou maciçamente a intervenção militar.
Mais tarde, a opção de alguns pela luta armada não foi um meio de buscar a
redemocratização, e sim a tentativa frustrada de tomar o poder e implantar uma
ditadura à moda cubana.
“O que deu certo na luta contra o regime militar foi a defesa das
reivindicações econômicas, dos direitos sociais e das liberdades políticas”, afirma
Luiz Carlos Azedo, acrescentando a esses temas as bandeiras da anistia, da
liberdade de imprensa e da convocação da Assembleia Nacional Constituinte.
A campanha das Diretas Já foi uma invenção liberal à qual a esquerda aderiu
com gosto, rememora o jornalista, advertindo que, “mesmo assim, muitos
acreditavam que a queda da ditadura se confundiria com uma revolução”. Na
verdade, salienta, a derrota do regime militar só veio com a eleição de Tancredo
Neves no Colégio Eleitoral.
“Ou seja”, conclui Luiz Carlos Azedo, “a hegemonia da transição foi dos
políticos liberais. Daí decorre a democracia que temos e na qual precisamos resolver
os nossos problemas”.
É exatamente isso, Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados. A democracia que
temos foi construída sob a liderança de políticos compromissados com o Estado de
Direito, com a liberdade, com o respeito à Constituição Federal, e haverá de
continuar desse modo, por menos que isso agrade aos que buscam pretextos
ideológicos para se sobrepor ao desejo da população.
Muito obrigado.
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O SR. VINICIUS CARVALHO (Bloco/PRB-SP. Pronunciamento encaminhado
pelo orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, a Associação Americana de
Pediatria faz um alerta ao mundo sobre o perigo da ideologia de gênero e faz um
apelo a professores, legisladores, pais e aos próprios médicos para que sejam
racionais ao lidar com essa questão tão delicada para uns, polêmica para outros,
mas certamente inaceitável para a grande maioria das pessoas.
Nota oficial assinada pela presidência dessa associação e pelo chefe de
psiquiatria do mais renomado hospital dos Estados Unidos, o da Universidade Johns
Hopkins, ressalta que todos nascemos com sexo biológico, ou seja, nascemos
homem ou mulher. Não é, portanto, a ideologia que define ou que determina o nosso
sexo.
Os pediatras da Associação Americana lembram que transtornos de
malformação, biológicos ou fisiológicos são extremamente raros e ainda assim não
constituem terceiro sexo. Os gabaritados profissionais desta associação deixam
claro que ninguém nasce com gênero; todos nasce, sim, com sexo.
Na verdade, o gênero masculino e feminino, a que tantos erroneamente se
referem como determinante na escolha do sexo, existe apenas gramaticalmente,
para definir palavras e objetos. Exemplificando: o lápis é do gênero masculino; a
caneta é do gênero feminino. Na biologia, isso não existe. Na biologia, o que existe é
o sexo: macho ou fêmea. E é graças a essa diferença que há reprodução humana.
A explanação é muita clara ao destacar que quando o menino pensa como
menina ou a menina pensa como menino, isso não muda, absolutamente, seu sexo.
Para os pediatras, essas crianças sofrem de um transtorno mental reconhecido pela
mais recente edição do Manual de Diagnóstico e Estatística da Associação
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Psiquiátrica Americana. Detalhe: as teorias psicodinâmicas e sociais desse
transtorno nunca foram refutadas.
A Associação Americana de Pediatria adverte que a puberdade não é uma
doença e hormônios que bloqueiam esta etapa da vida podem ser perigosos.
Reversíveis ou não, hormônios que bloqueiam a puberdade induzem a um estado
doentio e inibem o crescimento e a fertilidade em uma criança até então
biologicamente saudável.
Se essa informação por si só já leva à reflexão, imaginem tomar
conhecimento de que 98% de meninos e 88% de meninas confusas com essa
questão aceitam seu sexo biológico depois de passarem naturalmente pela
puberdade.
Por mais incrível que possa parecer, há crianças usando bloqueadores da
puberdade para personificar o sexo oposto, sob risco de aumento da pressão
arterial, formação de coágulos sanguíneos, acidente vascular cerebral e câncer. Fica
o questionamento: que pessoa razoável seria capaz de submeter jovens crianças a
esse destino, sabendo que após a puberdade a grande maioria das meninas e
quase a totalidade dos meninos confusos acabam aceitando a realidade e atingindo
um estado de saúde física e mental? Condicionar crianças a acreditar que uma vida
inteira de personificação química e cirúrgica do sexo oposto é normal e saudável
configura abuso infantil.
Os profissionais de saúde também alertam para o perigo dos hormônios
testosterona dado a meninas e estrogênio dado a meninos, ou seja, o contrário do
natural. Os riscos à saúde são iminentes, sem contar que esse leviano tratamento
ou uma cirurgia para mudar de sexo aumentam em até 20 vezes o índice de
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suicídios.
A Associação Americana de Pediatria condena o fato de clínicas de gênero
confundirem crianças e enganarem os pais. Aqui no Brasil, em muitas escolas,
mentes nada brilhantes, ou melhor dizendo, mentes a serviço do mal, vêm tentando
fazer a cabeça de meninos e meninas no sentido de que não há nada demais, de
que é simples, é natural ignorar o sexo e seguir a ideologia.
Todas as informações da Associação Americana de Pediatria têm
embasamento científico, servindo, portanto, de ferramenta para que os pais, com
filhos em idade escolar, possam lidar com esta situação desastrosa, abominável,
que configura mais que um acinte, mais que uma atitude perniciosa; configura um
verdadeiro crime praticado por quem defende essa tal ideologia de gênero, dando
força para que inocentes sigam um caminho equivocado, muitas vezes irreversível.
A medicina nos municia, portanto, de todos os elementos para cultuar a
ciência da biologia e rechaçar a chamada ideologia de gênero. Como Deputado
Federal, tenho a obrigação de alertar pais e responsáveis para as tentativas de
aliciamento de crianças no sentido contrário do que elas aprendem em casa, junto à
família. Precisamos ficar atentos. Não permitiremos jamais que seja importado da
Suécia e da Holanda o “pseudo” conceito de modernidade de escolas, onde não se
pode chamar os alunos de meninos ou meninas, chamando-os apenas de crianças,
porque elas devem decidir quando crescerem se serão homens ou mulheres. Isso é
mais que antinatural. Isso é uma conspiração contra a origem da vida.
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O SR. LUIZ CARLOS HAULY (PSDB-PR. Pronunciamento encaminhado pelo
orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, venho a esta tribuna lamentar a
grande perda sofrida pelos paranaenses e londrinenses. Dom Albano Bortoletto
Cavallin, aos 86 anos, após um procedimento cirúrgico, ocorrido na data de 1º de
fevereiro de 2017, nos deixou.
Dom Albano ordenou-se padre aos 24 anos. Tornou-se padre coadjutor na
Catedral de Curitiba (PR) e também foi pároco na Igreja Santa Terezinha, na Capital.
Foi bispo auxiliar de Curitiba, de 1973 a 1986, e membro da Comissão Episcopal
Pastoral Dimensão Bíblico-Catequética. Transferido para a diocese de Guarapuava
(PR), atuou como bispo missionário. Em Londrina (PR), tomou posse como terceiro
arcebispo, em 9 de maio de 1992, tornando-se Arcebispo Emérito em 2006.
Teve uma vida dedicada aos projetos sociais, que se tornaram realidade
quando esteve à frente da Arquidiocese de Londrina, sobretudo em relação aos
movimentos, associações, comunidades de vida, pastorais, destacando-se a equipe
de coordenação arquidiocesana.
Além disso, foi realizador de importantes obras para difundir o trabalho da
Igreja, como a construção do Centro de Pastoral, a instalação da retransmissora da
Rede Vida de Televisão em Londrina e o apoio à Rádio Alvorada.
Seu falecimento é uma grande perda para a comunidade, em especial para a
do norte do Paraná, que tinha em Dom Albano Cavallin seu maior guia religioso.
Muito obrigado.
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VII - ENCERRAMENTO
O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Nada mais havendo a tratar, vou
encerrar a sessão.
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - COMPARECEM MAIS OS SRS.:
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DEIXAM DE COMPARECER OS SRS.:
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O SR. PRESIDENTE (Rodrigo Maia) - Encerro a sessão, convocando Sessão
Deliberativa Extraordinária para amanhã, quinta-feira, dia 9 de fevereiro, às 9 horas,
com a seguinte Ordem do Dia: Projeto de Resolução nº 148, de 2016; Projetos de
Decreto Legislativo nºs 8, 23, 29, 34, 53, 60, 85, 87, 89, 125, 126, 138, 146, 167,
169, 174, 205, 220, 262, 297, 299, 301, de 2015; e 389, 424, 524 e 530, de 2016.
Haverá matéria sobre a mesa para deliberação.
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(Encerra-se a sessão às 19 horas e 28 minutos.)