Defesa Contra Agentes Biológicos
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2o QUADRIMESTRE DE 2008
TECNOLOGIA
A questo da defesa contra agentesde guerra biolgica nas ForasArmadas e no Brasil
Tanos Celmar Costa Frana,* Alexandre Taschetto de Castro,**
Magdalena Nascimento Renn*** e Jos Daniel Figueroa-Villard****
Resumo
Os agentes biolgicos de guerra constituem a classe de armas no convencionais de mais baixo
custo, de mais difcil deteco e controle e, alm das armas nucleares, a nica com potencial para
causar uma destruio de vidas sem precedentes na histria da humanidade. Hoje em dia pode-se
afirmar que nenhum pas do mundo encontra-se em condies ideais para enfrentar um ataque com
armas biolgicas. Surpreendentemente, nenhum grupo terrorista ou paramilitar tem feito uso eficiente
desse tipo de arma nos ltimos anos, porm, na situao geopoltica atual, ataques com esta classe
de arma s uma questo de tempo. Com o advento da tecnologia do DNA recombinante, a questo
torna-se ainda mais crtica, pois esta tecnologia torna possvel que agentes biolgicos j erradicados
ou controlados como o vrus da varola e a bactria causadora da peste negra (Yersinia pestis) possam
retornar em uma forma mutante ainda mais letal, o que torna mais difcil a preparao para um eventual
ataque. Nesse sentido, todos os esforos so vlidos para desenvolver, no pas, meios de deteco,
processos de descontaminao e controle e, principalmente, novos frmacos para quimioterapia e
tratamentos de resposta contra armas biolgicas. Isso somente pode ser realizado atravs de grupos
de trabalho com capacidade para definir e gerar as respostas necessrias para evitar ou pelo menos
minimizar os efeitos de potenciais ataques desse tipo.
Palavras-chave
Defesa biolgica, agentes de guerra biolgica, deteco, descontaminao, tratamento, projeto de frmacos.
* Capito QEM, Engenheiro Qumico (UFRRJ, 1993), Engenheiro Militar (CFOIME, 1996), Mestre em Qumica Orgnica (UFRJ,1998), Doutor em Qumica (IME, 2004);** Capito QEM, Engenheiro Qumico (IME, 1996), Mestre em Qumica (IME, 2002);*** Farmacutica Industrial (FOC/SP, 1993), Mestre em Cincias Farmacuticas (UFRJ, 2004), Doutoranda em Qumica (IME, 2008);**** Graduado em Qumica (Universidad de Costa Rica, 1977), Mestre em Bioqumica (Universidad de Costa Rica, 1979) eDoutor em Qumica Orgnica (University of Alberta, Canad, 1983).
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Introduo
Agentes biolgicos de guerra
Os agentes biolgicos de guerra consistem
em microorganismos vivos ou suas toxinas quan-
do empregados como armas. Os agentes clssi-
cos so bactrias, vrus, fungos, protozorios e
toxinas. Estas ltimas, em particular, por se tra-
tarem de substncias qumicas txicas, so in-
cludas tanto na categoria de armas qumicas
como biolgicas, sendo banidas pela Conveno
para Preveno de Armas Qumicas (CPAQ)1 e
pela Conveno para Preveno de Armas Biol-
gicas (CPAB).2
As armas biolgicas so fundamentalmente
diferentes das qumicas no que diz respeito s
seguintes caractersticas:2-4
1. Habilidade do microorganismo se reproduzir
no hospedeiro;
2. Efeito retardado (os sintomas resultantes da
contaminao por um microorganismo apa-
recem apenas aps um perodo especfico
para cada agente, conhecido como perodo
de incubao, dificultando a identificao da
origem de um ataque);
3. A inexistncia atual de detectores biolgicos
com as mesmas capacidades dos detecto-
res qumicos (portteis, confiveis e rpidos),
o que dificulta a identificao de um ataque
biolgico antes que seus efeitos se espalhem;
4. O impacto psicolgico ainda maior que o
das armas qumicas;
5. A relativa simplicidade e baixo custo de sua
produo; e
6. A possibilidade de disseminao atravs de
animais (vetores).
A produo de agentes biolgicos no ofe-
rece grandes obstculos tcnicos, sendo ainda
mais simples e barata que a produo de agentes
qumicos. A cultura desses agentes em laborat-
rio feita por tcnicas bsicas de microbiologia,
utilizando materiais de amplo emprego e fcil
aquisio. Amostras desses microrganismos so
rotineiramente comercializadas para fins de pes-
quisa de vacinas e frmacos, podendo tambm,
em certos casos, serem obtidas diretamente de
animais infectados na natureza. Microor-ganismos
mutantes resistentes quimioterapia atual podem
ser facilmente gerados em qualquer laboratrio
de microbiologia simplesmente submetendo suas
cepas nativas presso dos diversos antibiti-
cos existentes na atualidade e depois selecio-
nando as clulas que sobrevivem.5 Alm disso,
hoje em dia, com o advento da tecnologia do DNA
recombinante6 e os avanos na engenharia gen-
tica, as possibilidades de modificao na bioqu-
mica dos microorganismos so quase ilimitadas.
possvel transformar bactrias normalmente ino-
fensivas ao ser humano em sua forma nativa, como
a Eschericchia coli (bactria comum no trato
gastrintestinal de humanos e animais), em agen-
tes biolgicos letais ou mesmo modificar agen-
tes biolgicos j erradicados ou controlados, como
o vrus da varola e a bactria causadora da peste
negra (Yersinia pestis), de forma a aumentar a
sua virulncia e resistncia aos antibiticos
conhecidos.6 Esta tecnologia permite inclusive
a criao de novos vrus e bactrias e, conse-
qentemente, novas doenas para as quais cer-
tamente no existiriam tratamentos ou vacinas
eficientes.
Por outro lado, a defesa civil contra um ata-
que terrorista ou mesmo convencional por agen-
tes biolgicos (uma epidemia natural) compli-
cada por uma variedade de fatores.7 Equipes civis
de emergncia geralmente no possuem equipa-
mentos de proteo e deteco, nem so treina-
das especificamente para a resposta a este tipo
de incidente. No caso especfico de agentes
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biolgicos, a identificao de um ataque com-
plicada pela inexistncia de detectores com de-
sempenho satisfatrio e pelo perodo de incuba-
o da doena, o que dificulta a determinao da
origem do ataque. Alm disso, nem sempre
possvel distinguir entre um ataque biolgico e uma
epidemia natural, e, mesmo aps a confirmao
de um ataque biolgico, o tempo necessrio para
a produo em massa de medicamentos e/ou
vacinas (tempo de resposta) para proteger uma
populao inteira muito grande, o que torna qua-
se inevitvel a ocorrncia de um alto nmero de
baixas entre a populao num primeiro momento.
Aspectos histricos
O emprego de armas biolgicas no um
flagelo moderno. Essas armas tm sido utiliza-
das desde a antiguidade. Como exemplos de t-
ticas de guerra biolgica antiga, podemos citar o
envenenamento da gua com cadveres colri-
cos ou a tentativa de usar cadveres de vtimas
da peste bubnica para contaminar comunidades
inimigas, prtica freqente nas guerras da Idade
Mdia8,9 e a disseminao da varola entre os
nativos da Amrica Latina pelos colonizadores
europeus.9
Durante o sculo XX as tticas de guerra bi-
olgica se tornaram mais sofisticadas. Existem
vrios relatos sobre o uso de armas biolgicas
pelos alemes durante a Primeira Guerra Mun-
dial.10,11 Esses relatos incluem a tentativa de
exportar gado e cavalos contaminados com
Bacillus anthracis (o agente causador do antraz)
e Burkholderia pseudomallei (agente causador da
melioidose) para os EUA e outros pases, tentati-
vas de espalhar o clera na Itlia e peste negra
em So Petersburgo, na Rssia, alm de frutas,
chocolates, biscoitos e brinquedos contaminados
atirados sobre cidades da Romnia. Todas as
alegaes foram negadas pelos alemes e no
h provas conclusivas de nenhum desses rela-
tos. Durante a Segunda Guerra Mundial e at o
incio da dcada de 1970, surgiram vrias acusa-
es de uso de armas biolgicas por Japo, Ale-
manha, Inglaterra e EUA. Com exceo dos ja-
poneses, nenhuma acusao contra estes pa-
ses foi realmente comprovada.11,12
O Japo foi acusado de lanar pulgas con-
taminadas com peste bubnica sobre 11 cidades
chinesas, chegando a causar um grande nmero
de baixas nas populaes destes locais. Na po-
ca da Segunda Guerra Mundial, o Japo possua
em seu exrcito duas unidades dedicadas s
armas biolgicas.11,12 A primeira, chamada de Uni-
dade 731, usou prisioneiros de guerra como co-
baias para experimentos com antraz, botulismo,
brucelose, clera, disenteria, gangrena gasosa,
infeces meningoccicas, peste bubnica e
tetradoxina. Acredita-se que cerca de 3.000 prisi-
oneiros de guerra coreanos, mongis, norte-ame-
ricanos, soviticos, ingleses e australianos mor-
reram durante experimentos ou foram executa-
dos quando no eram mais necessrios. A outra
unidade, batizada de Unidade 100, era respons-
vel pela construo de armas biolgicas. Ao final
da guerra, vrios pesquisadores que trabalhavam
nesta unidade foram anistiados pelos EUA em
troca de resultados e dados das pesquisas
conduzidas por eles.9,12,13
As pesquisas mdicas alems durante a
Segunda Guerra Mundial incluram a infeco
deliberada de prisioneiros com Rickttsia prowa-
zeki, Rickttsia mooseri, o vrus da hepatite A e
protozorios causadores da malria. Porm, ao
final da guerra no houve qualquer acusao
formal contra a Alemanha neste sentido.11,14
Tambm nesta poca, a Inglaterra iniciou
pesquisas visando adaptao de munies
para a utilizao com cargas biolgicas. Foram
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testadas granadas de artilharia contendo esporos
de antraz em uma ilha prxima costa escoce-
sa, a ilha de Gruinard.9,15 Para verificar a viabilida-
de dos esporos, ovelhas eram amarradas em
cercas de madeira e as granadas lanadas prxi-
mas a elas. Em trs dias as ovelhas comearam
a morrer. Todavia, apesar dos esforos para a
descontaminao da ilha aps os testes, os
esporos remanescentes mantiveram a ilha inabi-
tvel por quase 50 anos.15
Os EUA tambm mantiveram um programa
de armas biolgicas, e muitos dos padres de
biosegurana utilizados hoje em dia em laborat-
rios nvel 3 e 4 foram desenvolvidos no Forte
Detrick, onde havia uma planta piloto para a
produo de agentes biolgicos que empregava
3.800 militares e 100 civis, no ano de 1943.10,11,16
Os esforos de produo se concentravam prin-
cipalmente em antraz e toxina botulnica, no
entanto tularemia, brucelose, pseudomonose e
psitacose tambm foram estudados. Agentes
que atacam plantas tambm foram pesquisados
e havia planos para dizimar as plantaes japo-
nesas. As pesquisas norte-americanas nos anos
40 e 50 envolveram testes de campo que inclu-
ram testes de vulnerabilidade ao ar livre e conta-
minao de sistemas de distribuio de gua
urbanos com microorganismos vivos supostamen-
te inofensivos, em vrias grandes cidades norte-
americanas.10,11,16
No dia 3 de abril de 1979, um vazamento no
Instituto Sovitico de Microbiologia e Virologia
causou a morte de 66 civis por inalao de esporos
de antraz e infectou vrias outras pessoas com
Bacillus anthracis.11,17 Durante anos o governo
sovitico negou que o incidente estivesse relacio-
nado liberao acidental de antraz a partir da
instalao militar de pesquisa. Entretanto, em
1992, o ento Presidente da Rssia, Boris Yeltsin,
admitiu o acidente.
Em 1978, um exilado blgaro chamado
Georgi Markov foi atacado em Londres com uma
arma disfarada de guarda chuva. Essa arma foi
utilizada para injetar uma microesfera de metal
no tecido subcutneo de sua perna, enquanto ele
esperava pelo nibus.11,18 Dez dias depois, Georgi
Markov morreu e na autpsia foi encontrada em
seu corpo a microesfera que era perfurada de for-
ma que pudesse conter algum material. O as-
sassinato, conforme revelado mais tarde, foi
planejado pelo governo blgaro com tecnologia
sovitica. A esfera era feita de uma liga extica
de irdio e platina, preenchida com ricina (uma
potente toxina extrada do leo de mamona) e
selada com uma cera desenvolvida para derreter
com o calor do corpo.11,18
Durante a operao Tempestade no Deserto,
apesar de as foras de coaliso no terem sofri-
do ataques com armas biolgicas, as inspees
subseqentes da ONU revelaram que o Iraque
possua as seguintes armas biolgicas em con-
dies de emprego:11,19
166 bombas (100 de toxina botulnica, 50
com antraz, 16 com aflatoxina);
25 msseis scud (13 contendo toxina botu-
lnica, 10 com antraz, 2 com aflatoxina);
vrios foguetes de 122mm contendo antraz,
toxina botulnica e aflatoxina; e
dispositivos para espargimento com capaci-
dade de 200 L e possibilidade de adaptao
em aeronaves tripuladas ou no.
O uso de armas biolgicas para fins terroristas
A facilidade de produo dos agentes qumi-
cos e biolgicos, seu baixo custo e a grande quan-
tidade de informaes disponveis sobre o assun-
to, inclusive na internet, tornaram este tipo de arma
muito atrativa para grupos terroristas motivados
por ideologias de extrema direita, dio racial,
fanatismo religioso ou filosofias apocalpticas.11,20
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Embora ainda no tenha sido registrado um ata-
que terrorista de grandes propores envolvendo
agentes biolgicos, muitos especialistas afirmam
que apenas uma questo de tempo, uma vez
que quase impossvel evitar um ataque como
esse. Tem sido cada vez maior o nmero de inci-
dentes envolvendo tentativas de aquisio e/ou
utilizao desses agentes. Entre eles pode-se
citar:11
1. Em 1972, foi descoberto em poder de uma
organizao norte-americana chamada
Order of the Rising Sun, 30 a 40kg de cultu-
ras da bactria causadora do tifo, destina-
dos a um ataque aos suprimentos de gua
de vrias cidades dos EUA;
2. Na dcada de 1980, a polcia francesa des-
cobriu uma casa em Paris que era utilizada
para a cultura e estocagem de Clostridium
botulinum, microorganismo produtor da
toxina botulnica;
3. Vrios incidentes foram registrados nos EUA
nas dcadas de 1980 e 1990 envolvendo
tentativas de produo e utilizao de ricina
por grupos de extrema direita;
4. Em 1984, membros de um grupo religioso
no Oregon, EUA, contaminaram 10 restau-
rantes com Salmonela typhmirium, resultan-
do em infeces gastrointestinais (gastroen-
terite) em 751 pessoas;
5. Em 1995, um militante de extrema direita
nos EUA comprou, pelo correio, cultura de
peste bubnica da ATCC (American Type
Culture Collection) de uma empresa especi-
alizada na venda de insumos para pesquisa
biolgica e que tambm forneceu culturas
de antraz e Clostridium botulinum para o
Iraque no incio da dcada de 1980;
6. Em 1996, 12 trabalhadores de um centro
mdico no Texas foram infectados inten-
cionalmente por Shigella dysenteriae, um
organismo relativamente raro causador de
disenteria. Os responsveis pela contami-
nao no foram identificados; e
7. Em outubro de 2001, algumas cartas conta-
minadas com Bacillus anthracis foram pos-
tadas nos EUA. Cinco pessoas morreram,
e, at o momento, o governo norte-america-
no ainda no identificou os responsveis.
Principais agentes biolgicos
A tabela 1 relaciona uma pequena parcela
dos agentes biolgicos considerados como pos-
sveis candidatos a serem utilizados como armas
de guerra. Resumidamente so apresentados
seus perodos de incubao, durao da doena
e taxa de mortalidade (ao), dose necessria
para causar a doena (dose efetiva) e a profilaxia/
tratamento disponvel nos casos em que o
agente tratvel.21
Caractersticas dos agentes biolgicos11,21
Os agentes biolgicos podem ser prepara-
dos e utilizados na forma lquida ou slida. Os
procedimentos e equipamentos para sua produ-
o na forma lquida so simples, porm, o pro-
duto final de difcil disseminao na forma de
partculas de aerossol. Por outro lado, os proce-
dimentos para produo de agentes na forma de
p exigem equipamentos mais sofisticados,
no entanto, o produto pode ser facilmente disse-
minado por vrios tipos de dispositivos rudimen-
tares. As descries dadas a seguir servem ape-
nas como guia, j que cada agente pode ser pro-
cessado de forma diferente, podendo levar a
diferentes aparncias finais.
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Agentes na forma lquida
Podem ser produzidos por fermentao, cul-
tura de tecidos ou a partir de embries de frango.
Estes lquidos geralmente incluem bactrias e
suas toxinas ou vrus e tem caractersticas
comuns. A cor dos agentes lquidos pode variar
significativamente. A maioria dos agentes oriunda
de fermentao apresenta colorao que varia de
mbar a marrom opaca. Agentes provenientes de
ovos de frangos podem apresentar a cor de gema
Tabela 1 Agentes biolgicos conhecidos candidatos a armas de guerra21
Profilaxia/tratamento
Bactrias
Bacillus anthrazis(antraz)
Yersinia pestis(peste bubnica)
Brucella suis(brucelose)
Coxiella burnet ti(febre Q) (Rickt tsia)
Vrus da varola
Vrus da encefali te eqinavenezuelana
Vrus da febre amarela
Vrus do ebola
Saxitox ina (produzidapor algas azul-verdes)
Toxina botulnica(produzida pela bactriaClostridium botulium)
Ricina (obtida a partirda mamona)
Enterotoxina estafiloccitaB (produzida por
Staphylococcus aureus)
1-6 dias/1-2 dias/muito al ta
2-20 dias/1-2 dias/varivel
5-60 dias/varivel/ 2 %
2-14 dias/2-14 dias/1%
mdia de 12 dias/vriassemanas/35% para indivduos
no vacinados
1-5 dias/1-2 semanas/baixa
3-6 dias/1-2 semanas/5%
4-16 dias/7-16 dias/50-90%
minutos a horas/fatal apsinalao de dose letal
24-36 horas/24-72 horas/65%
poucas horas/3 dias/al ta
3-12 horas/at 4 semanas/al ta
8.000 a 50.000esporos
100 a 500organismos
100 a1000organismos
10 organismos
10 a 100organismos
10 a 100organismos
1 a10 organismos
Desconhecida
10 g/Kg depeso corporal
0,001 g/Kg depeso corporal
3 a 5 g/Kg depeso corporal
30 nanogramaspor pessoa
Tratvel com antibiticos antesdo incio dos sintomas. Vacina
disponvel.
Tratvel com antibiticos dentrode 24 horas antes do incio dos
sintomas. Vacina disponvel.
Tratvel com antibiticos.No h vacina disponvel.
Tratvel com antibiticos.Vacina disponvel.
No existe terapia especfica.Vacina disponvel, mas em
quantidades limitadas.
No existe terapia especfica.Vacina disponvel.
No existe terapia especfica.Vacina disponvel.
No existe vacina disponvel.
No ex iste tratamento.
Tratada com antitoxina se admi-nistrada cedo. Vacina disponvel.
No h anti toxina ouvacina disponvel.
No h terapia especficaou vacina disponvel.
* = Tempo da ao para as toxinas
Tipo NomeIncubao* /Durao/
Mortalidade Dose efetiva
Vrus
Toxinas
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de ovo, ser levemente rosados ou vermelhos. As
toxinas tambm apresentam estas mesmas vari-
aes de colorao.
Agentes na forma de p
Atravs da liofilizao dos agentes na forma
lquida possvel obt-los na forma seca (p) com
a consistncia de sais de banho. Um agente em
p ideal deve possuir alta mobilidade. Se o pro-
cesso de produo for sofisticado, o p resultan-
te deve conter partculas muito pequenas e alta-
mente carregadas com eletricidade esttica.
Essas partculas aderem s superfcies e so muito
difceis de manusear. Um processo menos sofis-
ticado produz um p de aparncia grosseira com
partculas maiores e de manuseio mais simples.
A colorao dos agentes na forma de p
resultante do lquido a partir do qual so produzi-
dos. Agentes bacterianos tendem a ser de mbar
a marrons, agentes virticos provenientes de cul-
tura de tecidos so esbranquiados e agentes
virticos e rickttsias provenientes de embries
de frango variam de marrom a amarelo ou de rosa
a vermelho. Esta aparncia, todavia, pode ser
modificada pela introduo de corantes adequa-
dos na suspenso antes da liofilizao. Um p
branco, por exemplo, pode ser modificado para
uma cor preta de forma a passar despercebido
quando depositado no asfalto de uma rodovia.
Deteco de agentes biolgicos11,21,22
A deteco de agentes biolgicos feita
atravs de amostragem do ambiente (ar, gua e
solo). Existem detectores remotos que utilizam
feixes de laser para identificar nuvens com part-
culas de tamanhos semelhantes a aerossis, mas
esses detectores no so capazes de identificar
os agentes biolgicos. Assim como na deteco
de agentes qumicos, o objetivo obter uma
identificao rpida e precisa. necessrio iden-
tificar at a cepa do agente biolgico causador da
doena de forma a minimizar a exposio aos
agentes e permitir o tratamento precoce e efici-
ente dos infectados.
Uma das grandes dificuldades relacionadas
deteco de agentes biolgicos a interfern-
cia de fundo captada pelos detectores, pois sem-
pre existem microorganismos no meio ambiente.
O desenvolvimento de detectores biolgicos tem
sido feito com base em tcnicas microbiolgicas
e bioqumicas combinadas; princpios eletroticos
e tcnicas de contagem por cintilao. Atual-
mente, tem sido explorado tambm o reconheci-
mento dos padres particulares de aglomerao
dos microrganismos quando em contato com uma
fita adesiva. As tcnicas mais conhecidas e di-
fundidas atualmente so espalhamento de luz,
tcnicas com base em mtodos eletroticos,
quimioluminescncia, anticorpos marcados, po-
larizao de fluorescncia e cromatografia em fase
gasosa/espectrometria de massas. Na realidade,
a nica forma de identificar um microorganismo e
suas diversas cepas ou formas mutantes com pre-
ciso atravs da identificao do seu DNA (ou
RNA no caso de alguns vrus), usando amostras
do material gentico dos microorganismos que
so amplificadas atravs da tecnologia da reao
em cadeia da polimerase (PCR)6 e comparadas
com padres de fragmentao dos microor-
ganismos usando eletroforese. Esta metodologia
basicamente a mesma usada para identificar
restos humanos e em processos de determina-
o de paternidade.
Descontaminao biolgica11,21
A descontaminao da pele aps um ata-
que biolgico no to importante como no caso
dos agentes qumicos porque os agentes biolgicos
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no penetram na pele intacta, com exceo das
toxinas como os tricotecenos e a aflatoxina.
Ainda assim, a descontaminao deve ser feita
para evitar contaminaes secundrias devido
aerolizao. Ela pode ser feita por mtodos fsi-
cos ou qumicos.
Mtodos qumicos de descontaminao
A descontaminao qumica torna os agen-
tes biolgicos inativos atravs do uso de desinfe-
tantes. So consideradas desinfetantes aquelas
substncias qumicas que agem rapidamente em
pequenas concentraes. Geralmente os desin-
fetantes agem dissolvendo membranas celulares
(detergentes) ou atacando protenas (desnatu-
rantes, oxidantes). Solues a 0,5% de hipoclorito
so eficazes na assepsia da pele. Para equipa-
mentos o tempo de contato deve ser de pelo me-
nos 30 minutos e a concentrao de hipoclorito
deve ser de 5%. A tabela 2 a seguir apresenta
outras substncias que tambm podem ser em-
pregadas como descontaminantes qumicos e
seus efeitos.
Mtodos fsicos de descontaminao
Os mtodos fsicos de descontaminao
envolvem a utilizao de meios fsicos como o
calor e a radiao para desativar os microorganis-
mos. A esterilizao atravs do calor ocorre via
desnaturao das protenas em autoclave que eli-
mina virtualmente todos os microorganismos com
a utilizao de vapor a temperaturas controladas.
O ar mido quente possui uma ao esteri-
lizante maior que o seco, pois a gua participa
das reaes de inativao das protenas e, alm
disso, o vapor de gua penetra mais rapidamente
em materiais porosos. A radiao ultravioleta pro-
veniente do sol ou de lmpadas tambm possui
efeito esterilizante. Radiaes gama, alfa, beta
ou feixes de nutrons tambm possuem ao
descontaminante, no entanto difcil padronizar
um procedimento de desinfeco com base em
radiao. Os elementos atmosfricos tambm
possuem atividade descontaminante. Calor, radi-
ao UV e umidade promovem a destruio lenta
dos agentes biolgicos. Portanto, reas em que
no haja a necessidade de ocupao imediata
podem ser deixadas isoladas para sofrerem
uma descontaminao natural dependendo do
microorganismo presente.
Tratamento quimioterpico
No caso da contaminao de pessoal civil e
militar, necessrio utilizar tratamento quimio-
terpico apropriado. Isto implica o uso de antibi-
ticos, antivirais e antiparasitrios e no isolamento
dos pacientes. Para bactrias comuns existem
bactericidas e agentes bacteriostticos eficien-
tes, mas para agentes biolgicos desconhecidos,
como bactrias mutantes e novos vrus, ou resis-
tentes quimioterapia disponvel, necessrio
ter condies para desenvolver novos frmacos.
Para isto necessrio primeiro conhecer profun-
damente a bioqumica e a fisiologia desses agen-
tes, como, por exemplo, determinar a estrutura e
Tabela 2 Descontaminantes qumicos.
Halognios
Perxido dehidrognio
(soluo 3%)
Formaldedo 37%
xido de etileno
Tensoativos
Fenol
Efeito(s)
Anti-spticos e oxidantes for tes
Bactericida
Esterilizante
Esterilizante para super fcies secas
Eficientes contra todos os tiposde bactria
Desnaturante de protenas
Substncia
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funo das enzimas fundamentais para sua vida,
reproduo e mtodos de invaso. Depois
necessrio planejar, sintetizar, avaliar e otimizar
novos frmacos para controlar e destruir esses
agentes. Estes processos so altamente comple-
xos e precisam da participao de grupos de pes-
quisa multidisciplinares, com nfase em bioqumi-
ca, microbiologia, qumica medicinal, farmacolo-
gia e medicina. Quanto mais eficientes e comple-
tos forem esses grupos, mais rpida ser a res-
posta quimioterpica para o combate a eventuais
novos agentes de guerra biolgica.
Um processo similar necessrio para o
desenvolvimento de vacinas eficientes, sendo neste
caso fundamental a participao de grupos de pes-
quisa em imunologia.
Cenrio mundial
A preocupao com a defesa biolgica no
um fenmeno recente. Desde a dcada de 1950,
Estados Unidos, Rssia e as potncias europias
possuem programas de defesa biolgica envolvi-
dos em pesquisas com o objetivo de desenvolver
tanto armas biolgicas como tambm medidas
defensivas contra ataques desse tipo. No caso dos
EUA, em 1969 o Presidente Richard Nixon inter-
rompeu o programa de desenvolvimento de armas
biolgicas, e, a partir da, o programa norte-ameri-
cano passou a ser focado apenas na defesa
biolgica. Nos ltimos anos, o US Army Medical
Research and Material Comand (USAMRMC)
desenvolveu novos candidatos a vacinas contra
antrax, varola, peste, brucelose e antdotos para
neurotoxinas botulnicas e toxinas estafiloccicas
juntamente com encefalite viral. Eles tambm
incrementaram a capacitao do pas para diag-
nstico biolgico forense, demonstraram a efic-
cia de um frmaco antiviral contra varola e introdu-
ziram na nao o conceito da educao mdica
para a biodefesa. Todos os anos o governo dos
EUA gasta centenas de milhes de dlares em
seus programas de biodefesa com o objetivo de
preparar o pas para um ataque biolgico que eles
tm certeza que mais cedo ou mais tarde vai
acontecer. s uma questo de saber quando e
onde.21
EUA, Rssia e Europa tambm possuem
em suas Foras Armadas unidades de pronto
emprego extremamente treinadas, equipadas
com tecnologia de ponta e em constante estado
de prontido para responder a qualquer ameaa
de ataque com agentes biolgicos que possa co-
locar em risco as suas populaes.21
A defesa biolgica no Brasil
No Brasil, a pesquisa voltada para a defesa
biolgica ainda encontra-se em seu estgio em-
brionrio. Embora haja diversos pesquisadores
em um nmero grande de instituies desenvol-
vendo pesquisas na rea, ainda no existe uma
agncia governamental voltada exclusivamente
para o assunto, e os primeiros sinais de investi-
mento governamental na rea surgiram apenas
recentemente com a criao do comit de defe-
sa do CNPq e especialmente com o lanamento
do edital PRODEFESA da CAPES em conjunto
com o Ministrio da Defesa.
Em termos de unidade de pronto emprego
para resposta a ataques biolgicos, o pas dis-
pe apenas da Companhia de Defesa Qumica,
Biolgica e Nuclear (Cia Def QBN)23 instalada na
Escola de Instruo Especializada (EsIE) do Exr-
cito no Rio de Janeiro. Recentemente foi criado
dentro do Plano Bsico de Cincia e Tecnologia
do Exrcito (PBCT)24 o Subgrupo de Defesa Bio-
lgica como parte do grupo de Defesa Qumica
Biolgica e Nuclear. Esse subgrupo tem como prin-
cipal objetivo atuar na pesquisa e desenvolvimento
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voltados para a gerao de tecnologias na rea
de Defesa Biolgica que possam capacitar a Fora
Terrestre a reagir da melhor maneira possvel ante
a uma emergncia epidemiolgica, proporcionando
proteo no apenas para seus integrantes como
tambm para a populao civil eventualmente atin-
gida. Uma importante contribuio para as ativida-
des do PBCT24 vem do Grupo de Defesa Qumica,
Biolgica e Nuclear do CETEx que promove cur-
sos de atualizao em tcnicas de deteco e
descontaminao de agentes biolgicos para inte-
grantes das outras foras armadas, das polcias
civil e militar e de membros da sociedade civil que
atuem na rea. Outra importante contribuio, desta
vez no mbito da pesquisa bsica em defesa bio-
lgica, a da Seo de Engenharia Qumica do
IME, na qual o Grupo de Qumica Medicinal (GQM)
vem desenvolvendo pesquisas no planejamento de
novos antibiticos e antiparasitrios desde 1992 e
onde no momento encontram-se em andamento
dois projetos de pesquisa financiados pela
CAPES/Ministrio da Defesa (Edital PRODEFESA)
e pelo CNPq (Edital Universal) que incluem o pla-
nejamento de potenciais frmacos contra agentes
de guerra biolgica. Alm disso, a Defesa Biolgi-
ca um dos tpicos especiais da disciplina
Defesa Qumica ministrada para os alunos do
quinto ano do curso de Engenharia Qumica do IME
e tambm nos estgios bsico e avanado de
proteo radiolgica ministrados todos os anos
pela Seo de Engenharia Nuclear do IME para
oficiais do quadro de sade do Exrcito Brasileiro.
Dessa forma, o IME tambm contribui para a
formao de recursos humanos habilitados a
atuar na rea de Defesa Biolgica.
Consideraes finais
Como foi discutido acima, um ataque por
armas qumicas ou biolgicas requer uma resposta
o mais rpida possvel para evitar ou minimizar
o espalhamento do agente usado e diminuir o
nmero de baixas. Esta resposta deve incluir,
dependendo da sua complexidade, as seguintes
etapas:
1. Identificao dos agentes qumicos ou bio-
lgicos;
2. Determinao da sua forma de ao ou in-
feco;
3. Desenvolvimento de mtodos de diagnstico;
4. Determinao dos pontos ou processos pas-
sveis de ser alvo de resposta (como as
suscetibilidades bioqumicas ou biolgicas
dos agentes biolgicos);
5. Desenvolvimento de vacinas (no caso de agen-
tes biolgicos) e/ou mtodos de proteo (tan-
to para agentes qumicos como biolgicos);
6. Desenvolvimento de tratamento quimiote-
rpico (antdotos no caso dos agentes qu-
micos, antibiticos ou equivalentes no caso
de agentes biolgicos); e
7. Preveno e controle de propagao ou in-
feco pelos agentes e desenvolvimento de
mtodos de neutralizao ou desinfeco.
Infelizmente, o desenvolvimento cientfico e
tecnolgico nas reas biomdicas, to importan-
te na melhoria da qualidade e expectativa de vida
humana, tambm tem fornecido as ferramentas,
como as tecnologias de clonagem e do uso do
DNA recombinante,6 para a criao de quaisquer
tipo de microorganismos mutantes, mais resis-
tentes as quimioterapias conhecidas e para os
quais certamente no existiriam vacinas eficientes.
Na atualidade, possvel inclusive criar novos
vrus e bactrias.
Esta situao demanda a existncia, em
todos os pases, de grupos de especialistas nas
reas pertinentes, trabalhando de forma coorde-
nada na gerao de respostas rpidas e eficientes
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a ataques com armas qumicas e/ou biolgicas.
No Brasil, como mencionado anteriormente, exis-
tem grupos isolados que detm o conhecimento
e a experincia na rea, mas no existe ainda a
integrao necessria entre esses grupos.
Nesse sentido fundamental a criao de
um grupo de pesquisas multiinstitucional que
envolva instituies civis e militares e que seja
amplamente capacitado nas etapas fundamentais
(especialmente na etapa 6) de resposta a ata-
ques com armas qumicas ou biolgicas referen-
tes ao planejamento, sntese e avaliao de ant-
dotos, frmacos (antivirais, antibacterianos,
fungicidas e antiparasitrios) ou agentes de pro-
teo. Os primeiros passos nesse sentido j
foram dados atravs de iniciativas como a cria-
o do grupos de Defesa Qumica, Biolgica
e Nuclear do PBCT,24 o lanamento do edital
PRODEFESA da CAPES/Ministrio da Defesa
e a criao do comit de defesa do CNPq.
Alguns projetos de pesquisa multidisciplinares
e multiinstitucionais voltados para a Defesa Bio-
lgica j foram aprovados por estes rgos de
fomento e encontram-se em andamento. O de-
senvolvimento desses projetos conjuntos pode
servir como ponto de origem para o que pode vir a
ser num futuro prximo um grupo de mbito
nacional em condies de responder, com a maior
eficincia possvel, a eventuais ataques com
armas qumicas e biolgicas, dotando o pas de
uma capacitao tecnolgica estratgica de
importncia vital no atual cenrio mundial.
Agradecimentos
Os autores agradecem FINEP, ao CNPq,
CAPES, FAPERJ, ao IMBEBB, ao Ministrio
da Defesa e ao IME por proporcionarem o financi-
amento e a infra-estrutura bsica necessrios ao
desenvolvimento de suas atividades de pesquisa
na rea de defesa contra agentes de guerra qu-
mica e biolgica.
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24 Por taria no 741 da Secretaria de Cincia e Tecnologia (SCT) do Exrcito Brasileiro, de 13/12/2002.
Disciplina o bom uso dos direitos;o cumprimento dos deveres;
e o respeito s leis.Reverendo Rheen
Aquele que responsabiliza os outros pelosseus insucessos deveria, logicamente,
atribuir aos outros os seus xitos.Joo XXIII
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