DECONCIC - Proposta de Política Industrial para a Construção Civil - Edificações.
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Barreiras para o CresCimento da IndústrIa paulIsta
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Voz da indústria paulista ratifica prioridades do país
Com o propósito de auscultar a opinião dos
empresários paulistas sobre os temas prioritários a serem discutidos com os candidatos à presidência da república e ao Governo do Estado, a FIEsp solicitou ao IBopE a pesquisa “Barreiras para o Crescimento da Indústria paulista”. a amostragem é ampla e diversificada, abrangendo mil empresas, de micro, pequeno, médio e grande portes, alcançando de maneira proporcional todo o perfil da manufatura paulista.
dentre os grandes temas abordados, a tributação é o principal obstáculo, de acordo com 65% dos entrevistados. seguem-se os juros e o crédito (11%) e o custo da mão-de-obra, em especial os encargos incidentes sobre a folha de pagamentos (9%). os resultados indicam que as bandeiras que vêm sendo defendidas com vigor pela FIEsp respondem aos mais prioritários anseios e prioridades do empresariado.
por outro lado, a importante pesquisa ratifica a necessidade de se promoverem as reformas estruturais, há tanto tempo postergadas pelo Executivo e o legislativo. É uma voz uníssona da indústria paulista, um dos segmentos com mais peso no pIB e nas exportações
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do país, preconizando medidas eficazes para mitigar o “Custo Brasil”. ou seja, o resultado expresso nas respostas é a própria personificação do bom senso.
Com certeza, a pesquisa é um forte instrumento para o exercício da democracia participativa, cuja prática é um dos principais agentes das transformações positivas da história e das nações. afinal, nenhum candidato a cargo eletivo, em especial à presidência da república, poderá ignorar o diagnóstico e as medidas preconizadas por uma indústria como a de são paulo, no contexto de um programa sério voltado ao crescimento sustentado.
abalizada pela permanente mobilização da FIEsp e respaldada por nossa pesquisa, cujo resultado reflete o consenso da manufatura paulista sobre as barreiras aos setores produtivos, a causa de nossa indústria torna-se ainda mais forte, coesa e irresistível. assim, pela sua dimensão, também alcança os interesses da sociedade.
Vamos apresentar esse estudo a todos os candidatos, tornando-lhes taxativa a premência das soluções que o Brasil precisa para a definitiva arrancada ao
desenvolvimento!
Paulo skaf
presidente da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de são paulo (FIEsp/CIEsp)
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Barreiras para o CresCimento da IndústrIa paulIsta
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Barreiras para
o CresCimento
da indústria paulista
Maio de 2010
oBJetiVo
Esta pesquisa teve como objetivo levantar a opinião
dos empresários paulistas sobre temas que serão
discutidos com os candidatos à presidência da república.
a pesquisa foi realizada pelo IBopE, a pedido da FIEsp,
com 1.000 empresas entre os dias 14 de abril
e 07 de maio de 2010.
o porte das empresas é composto por:
• Micro/pequenas (até 49 empregados): 24%
(238 empresas);
• Médias (de 50 a 249 empregados): 31%
(312 empresas);
• Grandes (250 ou mais empregados): 45%
(450 empresas).
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sUmÁrio eXeCUtiVo
• a tributação é a principal barreira para o crescimento da indústria paulista, sendo lembrada por 65% das empresas participantes da pesquisa. dentro deste tema, destaque para a carga tributária, citada por 69% das empresas.
• o obstáculo referente aos juros e crédito foi citado por 11% das indústrias pesquisadas. neste âmbito, 76% das indústrias apontaram o custo do crédito como principal barreira.
• problemas relacionados à mão de obra foram lembrados por 9% das empresas, tendo como principal destaque a tributação sobre a folha de pagamento.
• outro obstáculo relevante está relacionado ao tema câmbio e comércio exterior, destacando-se volatilidade do câmbio, complexidade das normas e regras
aduaneiras e atual valor da taxa de câmbio.
• também foram lembradas as seguintes barreiras para o
crescimento da indústria paulista:- política industrial e de inovação: destacando-se os
incentivos fiscais para investimentos fixos e de inovação.- Energia e telecomunicação: destacando-se o custo da
energia elétrica.
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- transporte: destacando-se o custo dos pedágios.- ambiente legal/regulatório: destacando-se a
concorrência com produtos informais- Meio ambiente: destacando-se o processo de
licenciamento ambiental.
Barreiras Para o CresCimento Da inDÚstria PaULista
no intuito de colher subsídios junto aos industriais
paulistas para uma discussão com os candidatos à
presidência da república, a Fiesp encomendou ao IBopE
uma ampla pesquisa sobre as principais barreiras ao
crescimento da indústria.
a pesquisa foi feita em 2 etapas. primeiramente,
os entrevistados ordenaram as primeiras barreiras para o
crescimento da indústria paulista. Em seguida, os grandes
temas foram subdivididos para aprofundamento da discussão.
dos grandes tópicos abordados pelo estudo, o
tema com maior percentual de citação foi a tributação,
lembrado por 65% das empresas. Isso mostra que a
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bandeira da reforma tributária deve continuar sendo
defendida pela Fiesp junto aos governantes para que uma
solução de interesse dos empresários e de todo o povo
brasileiro seja encontrada.
o obstáculo referente ao tema “juros e crédito” foi
citado por 11% dos entrevistados mostrando, novamente,
que a indústria necessita de uma política econômica voltada
à produção e à criação de emprego e renda. Isso passa,
necessariamente, por taxas de juros compatíveis com
aquelas praticadas internacionalmente e linhas de crédito
disponíveis que visem o crescimento da atividade produtiva.
a pesquisa também abordou os outros temas que
afligem as indústrias. são eles: mão de obra; câmbio
e comércio exterior; política industrial e de inovação;
energia e telecomunicações; transportes; ambiente legal/
regulatório e meio ambiente.
as empresas também foram consultadas sobre
questões específicas relacionadas a cada um destes
grandes temas. destacaremos os principais obstáculos
relacionados a cada um destes grandes temas a seguir:
1111
TRIBUTAÇÃO 65% 64% 68% 64%
Juros e crédito 11% 15% 10% 10%
Mão de obra 9% 11% 9% 9%
Câmbio e comércio exterior 4% 1% 4% 6%
Política industrial e de inovação
3% 3% 4% 4%
Energia / Telecomunicações 2% 2% 3% 2%
Transportes 2% 1% 1% 2%
Ambiente legal / regulatório 2% 2% 1% 2%
Meio Ambiente 1% 1% 1% 2%
Total Pequena Média Grande
principais barreiras para o crescimento da indústria
1212
TribuTação
12
Quanto à tributação, a principal barreira para a
elevação dos negócios da indústria paulista é a carga
tributária, citada por 69% dos entrevistados. Em seguida,
foram citados: a complexidade para pagamento dos
impostos e a substituição tributária (ambos com 7%); os
tributos cobrados sobre os investimentos e o acúmulo de
crédito tributário (ambos com 6%) e a concorrência com
produtores de outros estados (5%).
na divisão por porte, podemos destacar que um
percentual maior de pequenas empresas considera a
complexidade para pagamento dos impostos como a
principal barreira para o crescimento dos negócios (9%
ante 7% do total).
1313
TRIBUTAÇÃO 65% 64% 68% 64%
Carga tributária 69% 66% 71% 70%
A complexidade para pagamento dos impostos
7% 9% 6% 7%
Substituição tributária 7% 8% 8% 6%
Tributos cobrados sobre os investimentos
6% 6% 6% 5%
Acúmulo de crédito tributário
6% 5% 4% 7%
Concorrência com produtores de outros estados
5% 6% 5% 4%
Total Pequena Média Grande
13
14
dentro do grande tema de juros e crédito, 76% das
indústrias citaram o custo do crédito como principal
obstáculo para o crescimento de seus negócios.
as outras 24% citaram o problema relacionado
às políticas de acesso ao crédito para investimento,
capital de giro e exportação.
o custo do crédito foi mais citado como principal
barreira ao crescimento pelas empresas de grande porte
(80% ante 76% do total). por outro lado, um percentual
maior de pequenas e médias indústrias indicou as políticas
de acesso ao crédito (28% ante 24% do total).
JUROS E CRÉDITO
14
15
JUROS E CRÉDITO 11% 15% 10% 10%
Custo do crédito/
taxa de juros76% 72% 72% 80%
Políticas de acesso ao
crédito para investimento,
capital de giro e exportação
24% 28% 28% 20%
Total Pequena Média Grande
15
16
a tributação sobre a folha de pagamento foi o
principal obstáculo citado dentro do tema mão de obra,
sendo lembrado por 49% das empresas. Em seguida
foram citados: a atual legislação (24%); a qualificação
técnica da mão de obra (21%) e, por fim, a educação
básica da mão de obra (6%).
na estratificação por porte, podemos destacar que
um percentual maior de pequenas empresas considerou
a atual legislação trabalhista como o principal obstáculo
ao crescimento (31% ante 24% do total).
MÃO DE OBRA
16
17
MÃO DE OBRA 9% 11% 9% 9%
Tributação sobre a folha
de pagamento49% 37% 53% 52%
Atual legislação trabalhista 24% 31% 20% 24%
Qualificação técnica
da mão de obra21% 23% 20% 20%
Educação básica da mão
de obra6% 8% 8% 4%
Total Pequena Média Grande
17
18
neste tópico, as principais barreiras apontadas pelas
indústrias paulistas foram: volatilidade do câmbio (citada
por 21% das empresas); a complexidade das normas
e regras aduaneiras (20%); o atual valor da taxa de
câmbio (20%); as taxas portuárias/aduaneiras (16%); a
não devolução dos tributos incidentes sobre os produtos
exportados (13%) e, por fim, a atuação do governo
brasileiro nos acordos comerciais sobre exportação (10%).
Este é o único grande tema que apresenta mudança
nas posições do ranking quando analisamos os portes
das empresas. a principal barreira para as pequenas e
médias empresas é a complexidade das normas e regras
aduaneiras (25% ante 20% do total), enquanto para as
grandes empresas a principal barreira é o atual valor da
taxa de câmbio (24% ante 20% do total).
CÂMBIo E CoMÉrCIo EXtErIor
18
19
CÂmBio e ComÉrCio eXterior 4% 1% 4% 6%
Volatilidade do câmbio 21% 19% 20% 22%
Complexidade das normas
e regras aduaneiras20% 25% 25% 15%
atual valor da taxa de
câmbio/ dólar20% 11% 21% 24%
taxas portuárias /
aduaneiras16% 14% 15% 17%
não devolução dos tributos
sobre produto exportado13% 15% 13% 12%
atuação do governo nos
acordos comerciais10% 16% 6% 10%
Total Pequena Média Grande
19
20
dentro deste tópico, para 50% das empresas
participantes da pesquisa, os incentivos fiscais para
investimentos fixos e de inovação são a principal barreira
para o crescimento de seus negócios. Em seguida, foram
lembrados: a disponibilidade de recursos públicos para
pesquisa e inovação tecnológica (23%); o apoio técnico
às empresas por meio de entidades como sEBraE,
apEX, sEnaI, entre outras (16%); a disponibilidade de
fornecedores nacionais (12%).
na divisão por porte, podemos destacar que um
percentual maior de pequenas empresas considera como
principais barreiras os incentivos fiscais para investimentos
fixos e de inovação (55% ante 50% do total) e o apoio
técnico às empresas por meio de entidades (20% ante
16% do total). por outro lado, um percentual maior de
grandes empresas considera a disponibilidade de recursos
públicos para pesquisa e inovação tecnológica como a
principal barreira (26% ante 23% do total).
polÍtICa IndustrIal E dE InoVaÇÃo
20
21
PoLÍtiCa inDUstriaL e inoVaÇÃo 3% 3% 4% 4%
Incentivos fiscais para
investimentos fixos
e de inovação
50% 55% 50% 46%
disponibilidade de recursos
públicos para pesquisa e
inovação tecnológica
23% 18% 21% 26%
apoio técnico às empresas por meio de entidades como sEBraE, apEX, sEnaI, entre outras
16% 20% 14% 14%
disponibilidade de
fornecedores nacionais12% 8% 14% 14%
Total Pequena Média Grande
21
22
para 57% das empresas pesquisadas, o custo da
energia elétrica é o principal obstáculo ao crescimento
no tema energia e telecomunicação. destaque também
para as citações referentes ao custo de telecomunicações
(28%); disponibilidade de energia elétrica (7%); custo do
gás natural (5%) e disponibilidade de gás natural (2%).
Quando dividimos as empresas por porte, o
percentual de médias empresas que considera o custo da
energia elétrica como principal obstáculo é maior (64%
ante 57% do total), e o percentual de pequenas empresas
que considera o custo de telecomunicações como
principal obstáculo é maior (39% ante 28% do total).
EnErGIa E tElECoMunICaÇÕEs
22
23
enerGia e teLeComUniCaÇÕes 2% 2% 3% 2%
preço da energia elétrica 57% 51% 64% 56%
Custo de telecomunicações
(telefone, internet)28% 39% 22% 27%
disponibilidade de energia
elétrica7% 6% 6% 9%
preço do gás 5% 3% 6% 5%
disponibilidade de gás 2% 1% 3% 3%
Total Pequena Média Grande
23
24
no quesito transporte, o custo dos pedágios foi
lembrado por 46% das empresas participantes da
pesquisa. na sequência, foram lembrados o tráfego /
trânsito nas cidades (29%) e o estado de conservação
atual das rodovias (25%).
na desagregação por portes, enquanto um
percentual maior de pequenas empresas considera como
principal barreira o custo dos pedágios (53% ante 46%
do total), um percentual maior de grandes empresas
destaca o estado de conservação atual das rodovias
(31% ante 25% do total).
transportE
24
25
transPorte 2% 1% 1% 2%
Custo dos pedágios 46% 53% 46% 43%
tráfego / trânsito
nas cidades29% 30% 32% 26%
Estado de conservação
atual das rodovias25% 17% 22% 31%
Total Pequena Média Grande
25
26
dentro deste tópico, a concorrência com produtores
informais foi citada por 43% das indústrias paulistas.
percentuais importantes também foram dados ao sistema
político brasileiro em relação à modernização do país
(32%); à dificuldade de se fazer cumprir os contratos
(13%) e aos roubos de carga (12%).
a concorrência com produtores informais é mais
importante para as empresas de pequeno e médio porte,
já que um percentual maior delas considera este
o principal obstáculo (48% ante 38%
das grandes empresas).
aMBIEntE lEGal / rEGulatÓrIo
26
27
amBiente LeGaL / reGULatÓrio 2% 2% 1% 2%
Concorrência com
produtores informais43% 48% 48% 38%
sistema político brasileiro
em relação à modernização
do país
32% 27% 31% 34%
dificuldade de se fazer
cumprir os contratos13% 12% 12% 15%
roubos de cargas 12% 13% 9% 13%
Total Pequena Média Grande
27
2828
MEIo aMBIEntE
neste tópico, as empresas participantes
das pesquisas se dividiram entre dois
obstáculos principais: 54% citaram o processo
de licenciamento ambiental e 46% citaram
os custos associados ao cumprimento de normas
e regulamentações ambientais.
28
2929
meio amBiente 1% 1% 1% 2%
processo de licenciamento
ambiental54% 50% 59% 53%
Custos associados ao cumprimento de normas e regulamentações ambientais
46% 50% 41% 47%
Total Pequena Média Grande
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ConClusÃo
Esta pesquisa, realizada junto a 1.000 empresas,
destacou as principais barreiras para o crescimento da
indústria. o maior destaque ficou por conta da questão
referente à tributação e, mais especificamente, à carga
tributária. ademais, podemos destacar a importância da
questão dos custos para as empresas. Em seis dos nove
grandes temas, a principal barreira citada está relacionada
a custos: custo dos tributos, custo do crédito, custo
da folha de pagamentos, custo de energia, custo dos
pedágios e custo das normas ambientais.
desta maneira, este importante levantamento servirá
como direcionamento para uma discussão, aberta e direta
com os candidatos à presidência da república.
FIESP – Federação das Indústrias do Estado de São PauloAv. Paulista, 1313 – Cerqueira César – São Paulo
www.fiesp.org.br | www.fiesp.org.br/redessociais