Dawn Ades Resenha

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Luiz Daniel C. Falcão Pires Resumo Crítico do Capitúlo 6, O Modernismo e a Busca de Raízes do livro Arte na América Latina de Dawn Ades Trabalho apresentado na disciplina de História da Arte latino-americana e brasileira, do Centro

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Luiz Daniel C. Falcão Pires

Resumo Crítico do Capitúlo 6,

O Modernismo e a Busca de Raízes

do livro Arte na América Latina de Dawn Ades

Centro Universitário Belas Artes de São PauloSão Paulo – Maio/2008

Trabalho apresentado na disciplina de História da Arte latino-americana e brasileira, do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, Ministrada pelo Prof.

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No sexto capítulo de seu livro História da Arte na américa Latina, a crítica e

historiadora britânica Dawn Ades pretende evidenciar as origens da arte

moderna na América Lartina, na verdade, o caminho que os artistas

modernos latino-americanos traçaram.

Para isso, a autora recorre a obervação da trajetória de artistas específicos

para conduzir um panorama de como o pensamento moderno nas artes

chegou a este lado do Oceano. Revistas especializadas de cada país, como

por exemplo a Klaxón no Brasil e a Martín Fierro na Argentina, são usadas

também para o esclarecimento das diversas correntes de pensamento que

permearam a produção artística neste primeiro momento de chegada e

descoberta. A autora de detém ainda, com interesse, em casos isolados, que

não constinuíram uma tradição ou não poderiam ser encaixados em um

“movimento” junto a outros artistas, mesmo que identificando uma “origem”

em movimentos europeus, como é o caso de Xul Solar e o surrealismo, por

exemplo.

Ades aponta o surgimento da arte moderna latino-americana, a “busca de

origens”, como resultado da visitação e convivência de artistas latino-

americanos com os artistas europeus que desenvolviam as vanguardas. Ela

acredia que a ruptura para a arte moderna na Améria Latina é mais brusca

que na Europa. Sergundo a autora, não há aqui uma passagem a partir do

academicismo, como na Europa ouve, por exemplo, Cézanne antecedendo

Picasso e Braque.

Em parte pela efervescência das idéias e ideais relacionados a Revolução

Mexicana (1910) e a Revolução Russa (1917) em algumas sociedades latino-

americanas nesta época, a autora detém atenção especial sobre o interesse

e a relação social com esses artistas, revistas e pensamentos. Aponta entre

eles os que eram engajados com a luta dos trabalhadores e a mudança da

sociedade em contraposição com aqueles ligados apenas a arte. Dawn Ades

se mostra bastante preconceituosa com a arte brasileira dentro deste

cenário, dedicando a ela apenas algumas linhas de deboche, referindo-se a

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condição abastada e elitista dos artistas que iniciaram o movimento

modernista no país e não se aprofundando nos objetos artísticos com a

mesma intensidade que faz com mexicanos, argentinos e uruguaios.

Se Ades contrapõe (como os próprios artistas a que se referam

contrapunham) o surgimento de uma arte moderna na América-Latina a um

passado que seguia os padrões da arte acadêmica européia, podemos nos

perguntar se a arte moderna, tomada desta forma como no texto, não seria

apenas a chegada de um outro padrão europeu, mais um processo de

assimilação como o da arte anteriormente vigente, mas com critérios e

enunciados diferentes – ainda que ganhe contornos e aspectos próprios,

mais ou menos particulares dos artistas (e nãçoes) nos quais foram

desenvolvidos. E neste sentido, se não seria a arte brasileira, que a autora

mal desenvolve, uma das que produziu obras ligadas mais evidente e

originalmente a questão de uma identidade cultural na cional e não

reproducente.