DANILO OLIVEIRA PIERRE Normas e Padrões para implantação ... · muito comum fazer o uso...

49
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO SUDESTE DE MINAS GERAIS CAMPUS RIO POMBA DANILO OLIVEIRA PIERRE Normas e Padrões para implantação de redes locais estruturadas: Implementação de documentação de rede utilizando o Sistema de Cabeamento Estruturado Rio Pomba 2010

Transcript of DANILO OLIVEIRA PIERRE Normas e Padrões para implantação ... · muito comum fazer o uso...

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

DO SUDESTE DE MINAS GERAIS – CAMPUS RIO POMBA

DANILO OLIVEIRA PIERRE

Normas e Padrões para implantação de redes

locais estruturadas: Implementação de

documentação de rede utilizando o Sistema de

Cabeamento Estruturado

Rio Pomba

2010

DANILO OLIVEIRA PIERRE

Normas e Padrões para implantação de redes

locais estruturadas: Implementação de

documentação de rede utilizando o Sistema de

Cabeamento Estruturado

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Instituto Federal de

Educação Ciência e Tecnologia do

Sudeste de Minas – Campus Rio

Pomba, como requisito parcial para

a conclusão do Curso de Graduação

em Ciência da computação.

Orientador: Gustavo Henrique da

Rocha Reis

Rio Pomba

2010

Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca ____ – IFET/RP

Bibliotecária: ____________ – nº_______

FOLHA DE APROVAÇÃO

PIERRE, Danilo. Normas e Padrões

para implantação de redes locais

estruturadas: Implementação de

documentação de rede utilizando o

Sistema de Cabeamento

Estruturado. Trabalho de Conclusão

de Curso, apresentado como

requisito parcial à conclusão do

curso Graduação em Ciência da

Computação, do Instituto Federal de

Educação Ciência e Tecnologia do

Sudeste de Minas – Campus Rio

Pomba, realizada no 2° semestre de

2010.

BANCA EXAMINADORA

____________________________________________________________________

Gustavo Henrique da Rocha Reis

Prof. Orientador

____________________________________________________________________

João Paulo Campolina Lamas

Prof. Convidado

____________________________________________________________________

Frederico de Miranda Coelho

Prof. Convidado

Examinado(a) em: ____/____/______.

Dedico este trabalho primeiramente a

Deus, pois sem ele, nada seria possível

e não estaríamos aqui reunidos. Aos

meus pais Paulo e Rita (in memoriam)

pelo esforço, dedicação e

compreensão, em todos os momentos

desta e de outras caminhadas.

Em especial, as minhas irmãs pelo

incentivo, confiança em acreditar em

minha pessoa.

AGRADECIMENTOS

A Deus, por me dar forças para realizar o trabalho.

Aos meus pais, que me incentivaram a ter uma formação acadêmica.

As minhas irmãs, que me ajudaram nesta jornada.

Aos meus amigos, por me apoiarem para que eu pudesse alcançar meus

objetivos.

Aos professores do campus pela atenção, minha gratidão!

RESUMO

PIERRE, Danilo. Normas e Padrões para implantação de redes locais estruturadas:

Implementação de documentação de rede utilizando o Sistema de Cabeamento

Estruturado. Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Ciência da

Computação. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Sudeste de

Minas – Campus Rio Pomba, Rio Pomba, 2010.

Uma rede comercial em meados da década de 80 havia pelo menos cinco nós

distribuídos em uma pequena área de trezentos metros quadrados. Na época era

muito comum fazer o uso incorreto das instalações de cabos de rede passando-se por

entre os rodapés dos cômodos e assim ligarem a um terminal. Nesse momento havia

a necessidade de uma padronização entre as redes existentes. Com o crescimento

massivo do cabeamento para as telecomunicações e interligação das redes essa

pratica se tornou impossível. Por esse motivo diversas empresas se reuniram para

estabelecer padrões e normas para cabeamento, que por fim veio o conceito de

cabeamento estruturado. O sistema de cabeamento estruturado solucionou e coibiu a

grande maioria dos problemas existentes nas redes, pois a sua instalação é feita de

forma inteligente, fazendo com que a rede tenha confiabilidade, flexibilidade,

documentação e certificação de garantia. Para uma rede ser estruturada ela deve

seguir os padrões de acordo com as normas das quais são: Work Area, Cabling

Horizontal, Backbone, Telecommunication Closet, Equipament Room e Entrace

Facilities. O trabalho apresenta um modelo de documentação para implementação

uma rede genérica para um projeto de rede usando metodologias de desenvolvimento

e os padrões de cabeamento estruturado.

Palavras-chave: Cabeamento Estruturado. Redes de Computadores.

ABSTRACT

A commercial network in the mid 80's there were at least five nodes distributed in a

small area of three hundred square meters. At the time it was very common to misuse

the facilities of network cables by passing through the baseboards of the rooms and so

connecting to a terminal. At that moment there was a need for standardization between

the networks. With the massive growth of the telecommunications cabling and

interconnection of this practice became impossible. For this reason many companies

came together to establish norms and standards for cabling, which finally came the

concept of structured cabling. The structured cabling system solved and curbed the

vast majority of problems in networks, because its installation is done wisely, so that

the network has reliability, flexibility, documentation and certification of security. For a

network it must be structured to follow the standards in accordance with the rules of

which are: Work Area, Horizontal Cabling, Backbone, Telecommunications Closet,

Room and Equipament Entrace Facilities. The paper presents a model of

documentation for a network implementation for a generic network design using

development methodologies and standards for structured cabling.

Keywords: Structured Cabling. Computer Networks.

LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - Normas utilizadas para o uso do cabeamento estruturado ................................... 15

TABELA 2 - Boletim ou Telecommunications Systems Bulletins ............................................... 15

TABELA 3 - Classificação dos cabos par trançado UTP ............................................................ 19

TABELA 4 - Exemplo de esquema de endereçamento .............................................................. 28

TABELA 5 - Exemplo de local a ser implantada uma rede com a especificação ....................... 29

TABELA 6 - Exemplo de atribuição de nomes aos componentes de rede ................................. 30

TABELA 7 - Especificação dos equipamentos de rede ............................................................. 32

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - Estrela Hierárquica de um sistema de cabeamento estruturado .............................. 5

FIGURA 2 - Aplicações do cabeamento estruturado .................................................................... 6

FIGURA 3 - Balun que converte cabo coaxial para UTP .............................................................. 6

FIGURA 4 - Esquema dos serviços suportados pelo sistema de cabeamento estruturado ......... 7

FIGURA 5 - Estrutura do Sistema de Cabeamento Estruturado .................................................. 9

FIGURA 6 – Componentes da estrutura de cabeamento estruturado ........................................ 10

FIGURA 7 – Manobra de patch-cords ......................................................................................... 10

FIGURA 8 – Tomada de conexão par trançado .......................................................................... 11

FIGURA 9 – Gabinete ou TC usado em residências .................................................................. 12

FIGURA 10 – Cabo coaxial ......................................................................................................... 16

FIGURA 11 – Conector BNC ....................................................................................................... 17

FIGURA 12 – Conector RJ-45 ..................................................................................................... 17

FIGURA 13 – Cabo UTP ............................................................................................................. 18

FIGURA 14 – Cabo par trançado blindado STP ......................................................................... 19

FIGURA 15 – Estrutura de uma fibra óptica ............................................................................... 20

FIGURA 16 – Repetidor de sinal usado em telefonia celular ..................................................... 22

FIGURA 17 – Hub ....................................................................................................................... 23

FIGURA 18 – Organograma de atividades de documentação de rede ...................................... 26

FIGURA 19 – Topologia lógica ................................................................................... 27

FIGURA 20 – Topologia física .................................................................................... 30

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ...................................................................................................... 2

2.1 CONCEITUANDO O CABEAMENTO ESTRUTURADO .................................................. 2

2.1.1 O SISTEMA ATUAL DE COMUNICAÇÃO DE DADOS ........................................................... 2

2.1.2 A TECNOLOGIA COMO INDICADOR DE COMPETITIVIDADE ............................................. 3

2.1.3 O CABEAMENTO ESTRUTURADO ........................................................................................ 4

2.1.4 CABEAMENTO ESTRUTURADO E SUAS EVOLUÇÕES ...................................................... 4

2.1.5 TOPOLOGIA GENÉRICA DE UM SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO ............... 5

2.1.6 ESTRUTURA E TOPOLOGIA ................................................................................................. 8

2.1.7 INSTALAÇÃO DO SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO ..................................... 11

2.1.8 VANTAGENS DE SE UTILIZAR UM SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO ......... 13

2.1.9 DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DOS S. DE CABEAMENTO ESTRUTURADO ........... 14

2.2 NORMAS E PADRÕES PARA O USO DO S. DE CABEAMENTO ESTRUTURADO .... 14

2.3 MEIOS DE TRANSMISSÃO E EQUIPAMENTOS DE

CONEXÃO.............................................................................................................................16

2.3.1 CABO COAXIAL .................................................................................................................... 16

2.3.2 CABO PAR TRANÇADO ........................................................................................................ 17

2.3.3 PAR TRANÇADO SEM BLINDAGEM (UTP) .......................................................................... 18

2.3.4 CABO PAR TRANÇADO BLINDADO (STP)........................................................................... 19

2.3.5 FIBRA ÓPTICA ...................................................................................................................... 20

2.3.5.1 TIPOS DE FIBRAS .......................................................................................................... 21

2.3.6 REPETIDORES ...................................................................................................................... 21

2.3.7 HUB ........................................................................................................................................ 22

2.3.8 PONTES ................................................................................................................................. 23

2.3.9 SWITCHES ............................................................................................................................. 23

2.3.10 ROTEADORES ..................................................................................................................... 23

3 MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................................24

4 MODELO DE UMA DOCUMENTAÇÃO DE REDE................................................................25

4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES ........................................................................ 26

4.2 O PROJETO LÓGICO ..................................................................................................... 27

4.2.1 TOPOLOGIA LÓGICA ........................................................................................................ 27

4.2.2 PROTOCOLOS DE NÍVEIS 2 E 3 ....................................................................................... 27

4.2.3 ESQUEMA DE ROTEAMENTO .......................................................................................... 28

4.2.4 PRODUTOS E MECANISMOS DE SEGURANÇA ............................................................. 29

4.3 PROJETO FÍSICO ........................................................................................................... 29

4.3.1 TOPOLOGIA FÍSICA .......................................................................................................... 29

4.3.2 TECNOLOGIAS DE TRANSMISSÃO E CABEAMENTO .................................................... 31

4.3.3 EQUIPAMENTOS UTILIZADOS ......................................................................................... 31

4.3.4 PROVEDOR DE ACESSO .................................................................................................. 32

4.3.5 CUSTO COM MANUTENÇÃO ............................................................................................ 32

4.3.6 CONFIGURAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS ........................................................................ 33

4.4 ANEXOS .......................................................................................................................... 33

4.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DP USO DA DOCUMENTAÇÃO DE REDES ....... 33

5 CONCLUSÃO..........................................................................................................................34

REFERÊNCIAS...........................................................................................................................36

1

1 INTRODUÇÃO

A tecnologia vem fazendo parte do cotidiano ultimamente. Para tal há a

necessidade de compartilhar informações. O uso do computador vem sendo tão

importante quanto o telefone. Há de ressaltar que ele tem muita influência no mundo

dos negócios e representa um forte crescimento em agilizá-los com o uso dessa

tecnologia.

Do mesmo modo as redes evoluem de acordo com a tecnologia. Uma rede local

corporativa tem a necessidade em suportar muitas aplicações, sendo elas de dados,

voz, imagem e multimídia. O forte crescimento no poder de processamento, o aumento

da capacidade das redes e a necessidade de maior desempenho veio a ser

necessária a criação do cabeamento mais confiável e gerenciável.

O meio corporativo necessita de equipes que façam um bom trabalho e sejam

flexíveis. As mudanças com o passar do tempo são inevitáveis, e isso requer

movimentação e reorganização dos funcionários e os serviços prestados pela

organização.

Com o cabeamento estruturado é possível acomodar frequentes mudanças e

acréscimos. Hoje percebe-se que as mudanças nas redes de informações são

aceleradas conforme as necessidades em obter mais informações. O cabeamento

estruturado consiste de um conjunto de equipamentos que são conectados e

empregados de acordo com regras específicas de engenharia que se caracterizam

por: arquitetura aberta, meios de transmissão, disposição física padronizados, uso dos

padrões internacionais, projeto e instalações sistematizados, fácil administração e

controle do sistema de cabeamento.

Mesmo com todas as mudanças e desafios que uma organização sofre, o

sistema de cabeamento estruturado pode eliminar a necessidade de interrupção do

fluxo de trabalho inativo da rede.

Um sistema de cabeamento estruturado é projetado para se ter uma vida útil de

até quinze anos, nem necessitar de grandes alterações, sendo que é necessário um

estudo do ambiente que será implantado, a previsão de tecnologias futuras, e para

isso a elaboração de uma documentação.

O uso de documentação de rede também faz parte do requisito para se obter um

efetivo controle na disposição da estrutura da rede, para tal facilitar a manutenção da

mesma.

O trabalho tem como objetivo ressaltar a importância de se utilizar os padrões

em projetos de redes. Também incentivar as organizações a fazer o uso da

documentação de rede como organizador em projetos de redes futuros, bem como sua

manutenção preventiva, forçando o uso dos padrões existentes. Também vem

ressaltar a forma de como a metodologia de desenvolvimento de projetos é

empregada, bem como sua complexidade, vantagens e desvantagens.

2

No capítulo 2 será abordada uma revisão bibliográfica referente ao cabeamento

estruturado, conceitos, normas e padrões e meios de transmissão e equipamentos de

conexão. No capítulo 3 a metodologia utilizada. No capítulo 4 um modelo de

documentação de redes, e finalmente, a conclusão no capítulo 5.

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 CONCEITUANDO O CABEAMENTO ESTRUTURADO

Os projetistas de redes locais há alguns anos, faziam conexões sem obedecer

nenhum critério técnico. Os problemas com relação as redes de computadores eram

frequentes alguns eram irreparáveis. A partir disso houve a real necessidade de uma

tecnologia que permitisse resolver esses problemas, na qual passou a se chamar de

cabeamento estruturado (JORGE, 2000) .

Os itens seguintes desta sessão têm como objetivos apresentar a evolução do

cabeamento estruturado, benefícios e vantagens de sua implantação.

2.1.1 O SISTEMA ATUAL DE COMUNICAÇÃO DE DADOS

Segundo Kurose (2006), nos anos 60 o mercado de tecnologia e comunicação

de dados era dominado pelos mainframes e sistemas de grande porte. Estes

possuíam grandes custos, e diversos outros problemas com relação ao cabeamento

estruturado que era proprietário, onde se utilizavam terminais sem a capacidade de

processamento.

Os sistemas utilizados ainda precisavam de aplicativos específicos para tarefas

como processamento, armazenamento, backup entre outras.

Com o passar do tempo aproximadamente na década de 80 surgiram os

computadores pessoais, que tinham razoáveis capacidades de processamento e

armazenamento, isso fez com que o mercado mudasse em alguns aspectos. Logo

depois surgiram sistemas abertos com aplicações especificas para transmissão de

dados (COELHO, 2003).

Pode-se observar que com o desenvolvimento dos softwares para essas

aplicações especificas em termos de maior capacidade de memória e armazenamento

a indústria de hardware foi forçada a desenvolver acessórios mais potentes como

discos rígidos, memórias entre outros. As aplicações específicas para multimídia,

escritório, revolucionaram o uso dos computadores. Na mesma época surgiu o

3

conceito de work station que teria alta capacidade de processamento (TANENBAUM,

2002).

Com o baixo custo de aquisição dos computadores pessoais, fez com que a

demanda aumentasse consideravelmente em relação aos mainframes. De acordo com

Jorge (2000), Muitas empresas na época estudavam a integração dos sistemas em

mainframes com sistemas existentes em microcomputadores. Com isso nasceu o

conceito de cliente e servidores e networking ou processo de implementação de redes

em computadores pessoais.

Mas de acordo com o mesmo autor os métodos como eram utilizados os meios

de interligação eram muito precários. Não havia normas especificas, os fabricantes

utilizavam sistemas proprietários de comunicação de dados.

Coelho (2003) também visualiza que na época houve a necessidade dos

fabricantes e os órgãos internacionais em estabelecerem normas e padrões para

expandir o setor. A partir daí os sistemas começaram a comunicar facilmente através

de redes de comunicação.

Os clientes ou usuários tiveram livres escolhas em optar por marcas, por motivos

de economia, uma vez que a atualização dos equipamentos era de fácil feito por

estarem subordinados aos padrões e normas já existentes. Os sistemas de

comunicação utilizam hardware subordinados aos padrões, chamados de sistemas

abertos. Surgiu a partir daí a idéia de comunicação entre computadores pessoais

(clientes) e os mainframes (servidores), que é utilizada até hoje.

2.1.2 A TECNOLOGIA COMO INDICADOR DE COMPETITIVIDADE

A comunicação por dados ou voz é feita através de cabeamento que dão

suporte as empresas. Em muitas empresas o desconhecimento destes padrões faz

com que utilizem soluções de cabeamento não estruturado o que torna a abordagem

de soluções proprietárias. Portanto há com o passar do tempo uma limitação do

crescimento e atualização por novas tecnologias (JORGE, 2000).

Atualmente o setor de tecnologia avança muito rapidamente, com isso significa

uma real vantagem competitiva de empresas que utilizem tecnologias inovadoras e

recentes. Uma vez que as empresas atualmente para se manterem no mercado

necessitem de aplicações multimídia e dados (VIGNOLI, 2009).

Coelho (2003) afirma que a Lei de Moore que está prestes a acabar se depender

dos avanços tecnológicos. Por motivos como: os computadores cada vez mais

aumentam suas capacidades de processamento e consequentemente as redes

acompanham essa tendência. Tecnologia que antes eram de altas capacidades como

Ethernet de 10 Mbps e Token Ring foram substituídas por tecnologias 100base TX,

ATM e Gigabit Ethernet, o que exigem infra estrutura de cabeamento cada vez mais

capacitado para receber um grande volume de informação.

4

Segundo estudo do instituto de pesquisa International Data Corporation (IDC),

realizado em 2008, as empresas brasileiras como concentradoras de infra estrutura de

redes que usam soluções de baixo custo. A infra estrutura não é muitas vezes

compatível para implementar novas funcionalidade para as aplicações unificadas, com

multimídia e dados.

Coelho(2003) aponta que uso o de cabos ou conectores sem nenhum padrão,

gera uma enorme interrupção dos acessos a rede e consequentemente custos e

perdas de rendimento da instituição ou empresa.

2.1.3 O CABEAMENTO ESTRUTURADO

Segundo Coelho (2003) um sistema de cabeamento estruturado é um conjunto

de cabos e produtos de conectividade que integra serviços como voz, dados, vídeo, e

outros sistemas de administração de um edifício, tais como alarmes, sistemas de

segurança, sistemas de energia e de controle de ambientes. O mesmo autor afirma

que o sistema de cabeamento estruturado deve ser submetido para atender a

requisitos de varias normas, criadas para unificar o suporte a todos os serviços de

telecomunicações. Ainda é disposto para redirecionar facilmente um caminho de

transmissão de dados ou voz entre quaisquer pontos de uma rede.

2.1.4 CABEAMENTO ESTRUTURADO E SUAS EVOLUÇÕES

O sistema de cabeamento estruturado a alguns anos atrás era utilizado sem

nenhuma padronização, com os fabricantes desenvolvendo seus próprios padrões.

Com a evolução do mesmo, os sistemas antigos que não tinham suporte para os

computadores mais modernos e o que acontecia era o abandono do sistema atual.

Sem contar ainda com os edifícios onde o sistemas de cabeamento eram

instalados, que não eram planejados de acordo com a disposição e nem mesmo para

as aplicações da época (COELHO, 2003).

Na década de 60, as transmissões dos dados eram feitas através sobre cabos

de pares trançados de baixa capacitância. Eram muito utilizados em transmissões de

baixas velocidades. Quando a capacidade de transmissões aumentava ocorria que o

cabeamento utilizado se tornava obsoleto (JORGE, 2000).

Tanto Jorge(2000) quanto Coelho (2003) especificam ser na década de 70 que a

IBM, empresa de tecnologia, utilizou em seus mainframes o cabeamento coaxial com

a capacitância maior do que a década anterior com 93 ohm. Sendo assim mais tarde

vieram adaptadores chamados baluns, para situações onde equipamentos que

utilizavam o cabo coaxial pudessem utilizar o cabo par trançado para transmissão de

voz.

5

Já na década de 80 veio a tecnologia que iria revolucionar a transmissão.

Difundiu o uso do cabo coaxial em edifícios comerciais. A partir daí difundiu-se o uso

de placas com os conectores Jack modular (RJ-45). Surgiu então o primeiro par

trançado de categoria 3 como é chamado atualmente (COELHO, 2003).

Coelho(2003) afirma que muitos anos depois a IBM em consequência da

concorrência com a tecnologia Ethernet, veio lançar o Token Ring utilizando o par

trançado blindado (STP) com 2 pares de 150 Ohms. Mesmo assim o cabo não

blindado (UTP) foi sendo aperfeiçoado e introduziu uma alternativa ao cabo STP da

IBM que por sinal era muito caro.

Na mesma década, existiam varias opções de cabeamento (STP, UTP, coaxial,

fibra óptica) e os conectores (BNC, DB, DB15). Quando se ia trocar um cabo,

acontecia que os antigos não eram retirados, e os novos eram colocados junto, era

tamanha a desorganização (JORGE, 2000).

2.1.5 TOPOLOGIA GENÉRICA DO SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO

Coelho (2003) explica abaixo, através do esquema (ver Figura 1). Um sistema de

cabeamento estruturado tem como uso a topologia física em estrela hierárquica, no

qual o cross-connect é o centro da estrela e o ponto principal para fornecer todos os

serviços. A topologia em estrela é flexível e garante a disponibilidade de qualquer

serviço em qualquer ponto do ambiente a partir do ponto central, possibilitando ainda

mudanças sem que interfira no funcionamento e arquitetura do sistema.

Cross-connect principal

Sala de

telecomunicação

Sala de

telecomunicação

Sala de

telecomunicação

xssxsxs

Cross-connect

intermediário

6

Figura 1 - Estrela Hierárquica de um sistema de cabeamento estruturado. No centro

fica o cross-connect principal com todos os serviços oferecidos (COELHO, 2003).

Há diversos elementos que constituem um sistema de cabeamento estruturado

que podem ser, racks, painéis de distribuição, elementos de conexão, tomadas

padronizadas e vários outros itens que serão apresentados nos itens seguintes.

Na Figura 2 há um exemplo de elementos de um sistema de cabeamento

estruturado bem como podem ser configurados.

Figura 2 - Aplicações do cabeamento estruturado (COELHO, 2003).

Com o uso do sistema de cabeamento estruturado há versatilidade, uma vez

que, os cabos e sistemas antigos podem ser interligados através de adaptadores de

mídias chamados baluns. Nele é possível converter um sistema particular de cabos e

conectores em outro tipo de cabeamento estruturado. Os baluns são muito utilizados

em aplicações típicas de antenas de televisão.

7

Figura 3 - Balun que converte cabo coaxial para UTP (COELHO, 2003).

A figura 3 mostra um balun que facilita em construir sistemas de cabeamento

estruturado a partir de sistemas antigos e proprietários.

Figura 4 – Esquema dos serviços suportados pelo sistema de cabeamento estruturado

(PORTNOI, 2002).

Segundo Portnoi (2002) o cabeamento estruturado teve sua origem através dos

sistemas telefônicos comerciais onde o usuário mudava a disposição física

constantemente no interior do edifício.

Com o intuito de manter a originalidade, o cabeamento foi projetado de modo a

existir uma rede horizontal fixa, sendo esta ligada a uma central de distribuição sendo

que os pontos conectados a ela podiam ser facilmente desativados. Um ponto era

facilmente deslocado e alterado de posição por meio de troca de ligação (PORTNOI,

2002).

Em consequência disso o sistema de cabeamento estruturado evoluiu conforme

as necessidades, para que pudesse ser interligados vários tipos de redes tornando as

tomadas com múltiplo uso (PORTNOI, 2002).

8

Como solução um sistema de cabeamento estruturado prevê uma instalação de

um cabo e um tipo de conector padrão e para isso equipamentos adicionais para dar o

suporte adequado a diferentes tipos de sistemas. Isso é conhecido como cabeamento

genérico (MILLS, 2002).

Mills (2002) potencializa o uso de cabeamento genérico. Ele prevê assegurar a

flexibilidade, uma vez que é possível o deslocamento, mudança ou expansão do

departamento sem que haja transtornos e custo. Essa pratica consiste em Flood

Wiring, que consiste no espalhamento de conexões por todo o edifício.

A prática de cabeamento genérico permite ainda o uso de diferentes tomadas

que podem ser usadas para diferentes sistemas, sendo um painel especial chamado

de Patch Panel (PORTNOI, 2002).

Segundo o mesmo autor um sistema de cabeamnto estruturado deve atender os

atributos citados acima: Cabeamento Genérico, Flood Wiring e Patch Panels.

2.1.6 ESTRUTURA E TOPOLOGIA

Segundo Portnoi (2002) há normas que devem ser seguidas para a implantação

de uma rede usando o cabeamento estruturado. As normas ANSI/TIA/EIA-568-A e

ANSI/TIA/EIA-606 propõe em dividir a instalação do cabeamento estruturado em oito

elementos

1 – Cabeamento horizontal: cabos que se ligam ao painel de distribuição até o ponto

final do cabeamento (tomadas). Os conjuntos desses cabos formam permanência e

são denominados cabos secundários.

2 – Cabeamento vertical ou backbone: é o conjunto de cabos que são permanentes,

que interligam a sala onde ficam os equipamentos aos TC’s e pontos de entrada

(EF’s).

3 – Posto de Trabalho ou work área: ponto final do cabeamento estruturado, nele há

uma tomada fixa para a conexão do equipamento. Se o local de instalação não há um

escritório, sendo assim uma residência, o ponto de trabalho é qualquer ponto final

onde há uma tomada.

4 – Armários de Telecomunicações ou Telecommunications Closets (TC’s): é

denominado como o espaço onde se acomoda os equipamentos, terminações e

manobras de cabos. Ponto de conexão entre o backbone e o cabeamento horizontal.

5 - Sala de equipamentos ou Equipment Room (ER): é local onde se localizam os

equipamentos ativos do sistema e também as interligações com sistemas externos.

Exemplo: central telefônica, servidor de rede de computadores, central de alarme.

Neste local costuma-se também fazer a instalação de painel de manobras ou main

cross-connect, que pode ser composto de patch-panels, blocos 110, blocos de saída

RJ-45 ou distribuidores de fibras óticas.

9

6 – Entrada da edificação ou Entrance facilities (EF’s): é o ponto onde é realizado a

interface entre o cabeamento externo e o interno do edifício para se disponibilizar os

serviços.

7 – Painéis de distribuição ou Cross-connect: recebedor de um lado o cabeamento

primário vindo dos equipamentos e do outro o cabeamento horizontal, que conecta as

tomadas individuais. A ativação de cada tomada é feita no painel de distribuição,

através dos patch-panels.

8 – Patch-panels: são os painéis formados por conjuntos idênticos de portas. Sua

função é receber a conexão de cabo por um lado e conectar esse cabo ao painel

gêmeo por meio de um patch-cord e que finalmente vai receber a conexão de outro

cabo. Através dessa manobras utilizando os patch-cords, as conexões podem ser

realocadas com velocidade e simplicidade.

Os cross-connect e os TC’s podem ser acoplados numa só peça.

Figura 5 - Estrutura do Sistema de Cabeamento Estruturado (PORTNOI, 2002).

10

Figura 6 - Patch-panel. (a) hub; (b) patch-cord; (c) patch-panel; (d) cabo horizontal; (e) espelho de tomada; (f) conector; (g) placa de rede (PORTNOI, 2002).

(a)

11

(b)

Figura 7 - Manobra de patch-cords. (a) Situação original; (b) conexões de fax e computador interconectadas (PORTNOI, 2002)

A figura 7 mostra uma manobra utilizando o patch-panel. Numa sala existe um computador conectado à internet. Na outra sala existe um fax. Contudo é necessário interligar esses equipamentos. Isso é possível colocando o computador na sala do fax e vice-versa. Isso é facilmente resolvido através de conexões usando patch-cords, bastando trocar o correspondente de posição no patch-panel.

2.1.7 INSTALAÇÃO DO SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO

Segundo Portnoi (2002), a instalação do cabeamento estruturado é formada de tomadas para o usuário com conectores RJ-45. Alem disso essas tomadas possuem dois conectores. Ver figura 8.

Figura 8 – tomada de conexão par trançado (PORTNOI, 2002).

Os cabos que saem dessa tomadas são levadas para os Telecommunications Closets (TC’s) usando cabos com quatro pares de fios trançados (cabeamento horizontal). Na maior parte das instalações é usado o cabo par trançado de categoria 5e para o cabeamento horizontal, podendo ser cabos UTP ou STP.

12

Mills (2002), verifica que esses cabos são conectados as tomadas através de um dispositivo chamado IDC (Insulation Displacement Connection).

Figura 9 – Gabinete ou TC usado em residências (MILLS, 2002).

Em um sistema de cabeamento estruturado, no cabo horizontal são trafegados todos os serviços suportados, sendo eles, voz, rede, vídeo. Caso isso mude, o serviço que será utilizado na tomada correspondente pode ser mudado bastando apenas configurar os patch-cords, no painel (PORTNOI, 2002).

Caso haja incompatibilidade de conectores, é usado um adaptador para compatibilizar o serviço. Como exemplo pode se utilizar um adaptador chamado de Balun, para conversão para vídeo.

Mills (2002) vê a aplicabilidade do flood wiring como sendo de acordo com a instalação de tomadas no edifício ou sala. Ele foca a densidade ou a área em que serão instalados os cabos. Isto garante a flexibilidade, conforme as mudanças no layout não se necessitam em colocar mais cabos.

No armário de telecomunicações ou TC, os cabos individuais de par trançado vindos das tomadas são terminados nos patch-panels, através dos IDC. Os patch-panels contém conectores RJ-45 na frente, para conexão dos patch-cords. Os patch-panels são comumente montados em racks apropriados e afixados na parede ou piso (MILLS, 2002).

Na instalação de cabeamento estruturado Portnoi (2002), entende que não se conecta diretamente um equipamento que provê um serviço ou sinal (equipamento ativo) ao usuário. Por exemplo, não se conecta diretamente um PC a um hub. Conforme prescrevem as normas de cabeamento estruturado, o equipamento ativo deve ser conectado ao painel distribuidor, e este (através dos patch-panels) ser conectado a uma tomada. Isto torna o sistema independente e aberto, configurando-lhe agilidade.

13

2.1.8 VANTAGENS DE SE UTILIZAR UM SISTEMA DE CABEAMENTO

ESTRUTURADO

De acordo com Coelho (2003) um Sistema de cabeamento estruturado permite

transmitir qualquer serviço de comunicação através da mesma infra estrutura de

cabeamento universal. Os sistemas suportam altas taxas de transmissão, permitem

rápidas mudanças no layout e ampliações, sem interromper os serviços aos usuários.

Algumas vantagens:

Interface de conexão padronizada

O conector RJ 45 é utilizado na maior parte das comunicações. Foi projetado

para suportar uma conexão física padronizada, independente dos produtos ou

fabricantes. Suporta tecnologias atuais e futuras pois independe do que será

conectado, visto que o sistema de cabos continua funcionando perfeitamente

Diversidade de fornecedores

Esses sistemas padronizados são adotados por vários fabricantes, sendo

variedades de opções com variação de preços e qualidades.

Retorno certo do investimento

Uma solução onde requer o uso de padrões tem maior vida útil sendo estimado

em até 10 anos. Há suporte a qualquer tipo de serviço desde vídeo, voz, dados no

mesmo sistema de cabos, e ainda independem da aplicação. Tem a manutenção

facilitada.

Todo o sistema estruturado deve conter projeto e documentação, o que facilita a

manutenção (COELHO, 2003).

Há a integração com sistemas antigos. Nos sistemas mais novos, como os que

utilizam os cabos UTP categoria 5 ou 6, podem ser conectados a sistemas mais

antigos através de baluns. Possuem banda de trabalho mínima.

Segundo Coelho (2003), uma rede sendo construída em um sistema de

cabeamento estruturado deve atender aos requisitos como:

Deve fornecer um nível garantido de performance do sistema;

Permitir aplicações ou alterações sem que haja perda de flexibilidade;

Deve permitir que mudanças rápidas de serviços de redes como voz, dados e

multimídia sejam efetuadas;

Deverá atender aos vários padrões de redes: 10Base T, Ethernet, 100BaseT, 4

e 16 Mbps Token Ring, 100 Base VG, FDDI e ATM.

14

O Sistema de cabeamento estruturado possui uma banda de trabalho mínima

em torno de 100MHz para garantir o uso do meio físico por qualquer serviço sendo,

voz, dados e os demais.

2.1.9 DIFICULDADES NA IMPLANTAÇÃO DOS SISTEMAS DE CABEAMENTO

ESTRUTURADO

Nem tudo tem suas facilidades. Coelho (2003) descreve como o sistema de

cabeamento estruturado não ser diferente. Acontece que o local onde será implantado

o mesmo pode ser bem estruturado, mas não foi projetado com a finalidade em

receber uma infra-estrutura de serviços como, por exemplo, telecomunicações.

Apesar disso muitos projetos podem ser inviabilizados através de exigências em

obras, aumentando consideravelmente os custos de implantação. Alguns motivos

podem ser verificados abaixo:

Locais novos onde não foram observados cuidados em relação ao serviço de

telecomunicações, onde estes irão ser instalados.

Locais antigos onde obras de novas instalações para adaptação dos sistemas de

cabeamento estruturados ficariam fora do orçamento.

Prédios onde foram submetidos como patrimônios históricos, sendo impossíveis

obras de cunho civil.

2.2 NORMAS E PADRÕES PARA O USO DO SISTEMA DE CABEAMENTO

ESTRUTURADO

Em território nacional a norma mais difundida atualmente é a ANSI/TIA/EIA 568-

A, essa criada pela TIA (Telecommunications Industry Association) e a EIA

(Electronics Industries Association) (PORTNOI, 2002).

A respeito dessa norma prevê o uso dos conceitos usados em cabeamento

estruturado, mas apesar disso prevê a complementação através do uso de outras

normas.

Abaixo é mostrada a tabela 1 que cita as normas para instalação de cabeamento

estruturado

15

Norma Tema

ANSI/TIA/EIA 568-A Padrões de Cabeamento

ANSI/TIA/EIA 569-A Infra-estrutura

ANSI/TIA/EIA 570-A Cabeamento Residencial

ANSI/TIA/EIA 606 Administração

ANSI/TIA/EIA 607 Aterramento

Tabela 1 – normas utilizadas para o uso do cabeamento estruturado (PORTNOI,

2002).

Na tabela 2 cita os boletins também usados para o uso nas instalações também

chamados de TSB’s (Telecommunications Systems Bulletins).

Tabela 2 – boletim ou Telecommunications Systems Bulletins (PORTNOI, 2002).

TSB Tema

TSB67 Testes em campo p/ cabeamento

UTP

TSB72 Cabeamento ótico centralizado

TSB75 Cabeamento por zonas

TSB95 Diretrizes de performance de

transmissão de cabos UTP 4P Cat. 5

16

2.3 MEIOS DE TRANSMISSÃO E EQUIPAMENTOS DE CONEXÃO

Para conexões dos computadores nas redes é necessário o uso de um tipo de

mídia. A mais utilizada é o cabo. Nos capítulos a seguir serão apresentados os tipos

de cabos mais comuns que são utilizados nas redes de computadores. E

apresentadas algumas funções de alguns equipamentos de conexão em redes

2.3.1 CABO COAXIAL

Segundo Jorge (2000), esse tipo de cabo apresenta um fio de cobre que forma

um núcleo e esse é envolto por um tipo de material isolante, que este é envolto por um

condutor cilíndrico em forma de malha. O material condutor externo é protegido por

uma capa de plástico que protege contra o fenômeno da indução responsável por

interferências eletromagnéticas.

Figura 10 – Cabo coaxial (JORGE, 2000).

Esse tipo de cabo é muito utilizado em redes locais, e também para sinais de

televisão a cabo.

Sendo assim esse tipo de cabo apresenta algumas vantagens e desvantagens

(JORGE, 2000). As vantagens são as seguintes: fácil instalação; baixo custo em redes

sem o uso de HUB; imunidade a ruídos crosstalk (interferência com o outro par de

cabos); e Pouca interferência eletromagnética.

Também há desvantagens: limites de comprimentos; apenas 30 nós num

segmento com o tamanho máximo; dificuldade em achar falhas; e alto custo em

relação ao par trançado.

Também deve ser verificado que numa instalação necessária ter alguns

cuidados com relação aos cabos, conectores e terminadores que devem ser de boa

17

qualidade para não comprometer a rede. Na instalação deve-se observar em não

tracionar o cabo, não amassar afim de não mudar suas características físicas.

O conector mais utilizado é o BNC (Bayone-Neill-Concelman). Há vários tipos de

adaptadores para esses tipos de conectores. Os conectores são os pontos mais fracos

em uma rede. Abaixo uma representação de um conector BNC.

Figura 11 – Conector BNC (JORGE, 2000).

2.3.2 CABO PAR TRANÇADO

O cabo par trançado é o meio de transmissão mais antigo e o mais usado em

aplicações de comunicação.

É composto de dois fios idênticos de cobre, enrolados em espiral e cobertos por

um material, de plástico isolante. Essa característica faz com que o cabo tenha menor

suscetibilidade a ruídos de cabos vizinhos e de fontes externas (JORGE, 2000).

Uma das aplicações mais comuns para o seu uso é o meio telefônico. O cabo

par trançado pode ter sua extensão por quilômetros, mas requer o uso de repetidores.

Nele podem ser transmitidos sinais analógicos ou digitais. A largura da banda

depende da espessura do fio e da distancia que percorre. Por motivos como baixo

custo e o bom desempenho esse tipo de cabo é muito utilizado.

O conector utilizado para este tipo de cabo é o RJ-45, veja figura abaixo

18

Figura 12 – Conector RJ-45 (JORGE, 2000).

São várias as vantagens em se utilizar o cabo de par trançado, como:

Baixo custo

Fácil manutenção

Facilidade em detecção de falhas

Fácil expansão

Gerenciamento centralizado

Contudo há algumas desvantagens como:

Necessidade do uso de equipamentos como HUBs, susceptível a interferência

e ruído de cross-talk e fiação vizinha.

Há dois tipos de pares trançados:

Par trançado sem blindagem (UTP) e par trançado com blindagem (STP)

2.3.3 PAR TRANÇADO SEM BLINDAGEM (UTP)

Composto de pares de fios isolados uns dos outros e trançados sob uma

cobertura externa. Na há blindagem interna, para efetuar proteção é necessário

aplicação do método de efeito de cancelamento, que reduz o efeito de interferência

magnética e de radiofrequência (JORGE, 2000).

Figura 13 – Cabo UTP (JORGE, 2000).

19

Há vantagens na utilização deste tipo de cabo sendo na flexibilidade e

espessura do mesmo. Com as transmissões sendo aumentadas o cabo UTP foi

evoluindo e foram criadas sete categorias:

Tipo de cabo Uso Taxa de transmissão

Categoria 1 Voz -

Categoria 2 Dados 4MHz(LocalTalk)

Categoria 3 Dados 16MHz(Ethernet)

Categoria 4 Dados 20MHz(Token Ring)

Categoria 5 Dados 100MHz(Fast Ethernet)

Categoria 5e Dados 125MHz( 1000BASE-T gigabit ethernet)

Categoria 6 Dados 250MHz(gigabit ethernet)

Categoria 6e Dados 500MHz(gigabit ethernet)

Categoria 7 Dados (10 gigabit ethernet)

Tabela 3 - Classificação dos cabos par trançado UTP

Na tabela acima são mostrados todos os tipos de cabos UTP, mas alguns

caíram em desuso e não são mais recomendados pela TIA/EIA, sendo os de

categorias 1, 2,4 e 5, já os demais tipos são recomendados pela EIA/TIA-568-B.

2.3.4 CABO PAR TRANÇADO BLINDADO (STP)

Segundo Morimoto(s.d.) este tipo de cabo possui uma blindagem no interior e

envolve cada par de fios. Com essa blindagem é possível diminuir a diafonia

(interferência de um canal adjacente). Um cabo STP possui uma impedância de 150

Ohms, com uma largura de banda de até 300MHz para 100 metros de cabo.

Figura 14 – Cabo par trançado blindado STP (MORIMOTO, s.d.).

20

Para o uso desse tipo de cabo é recomendado que se faca o uso de conectores

blindados. As recomendações do cabo UTP quanto ao uso são utilizadas no cabo STP

(JORGE, 2000).

O uso desse tipo de cabo se faz em locais onde há grande interferência

eletromagnética o que requer certa vantagem. Contudo seu custo é bastante elevado

por motivos de difícil fabricação do mesmo.

2.3.5 FIBRA ÓPTICA

O cabo de fibra óptica é composto de materiais dielétricos, podendo ser o vidro

com índice de refração diferentes ou plásticos. Sendo assim possui a capacidade de

transmitir luz.

De acordo com o Caetano (2010), um filamento de fibra óptica pode apresentar

diversos diâmetros, podendo variar de milímetros até ser mais fino do que um fio de

cabelo.

O funcionamento da fibra óptica se faz através de um feixe de luz que percorre a

extensão da fibra. Percorre através de reflexões em série.

Segundo o mesmo autor a velocidade de transmissão de uma fibra óptica pode

alcançar cerca de 40Gbps. Mas atualmente com as tecnologias presentes ainda não é

possível tal velocidade, e por fenômenos presentes quando se faz a propagação da

luz no interior do cabo, que sofre refração e consequentemente diminue a velocidade.

A figura abaixo mostra a estrutura de uma fibra óptica.

21

Figura 15 – Estrutura de uma fibra óptica (CAETANO, 2010).

As vantagens em se utilizar a fibra óptica são imensas quando se comparados

aos sistemas elétricos são: dimensões reduzidas; tem grande capacidade em

transmitir informações; possui pouca atenuação do sinal e uso de repetidores a cada

centena de quilômetros; e é imune a interferências eletromagnéticas.

Contudo são verificadas algumas desvantagens como: alto custo; fragilidade da

mesma; dificuldade em se conectar mais fibras; perda de sinal quando são utilizados

acopladores; e componentes ópticos com pouca padronização.

2.3.5.1 TIPOS DE FIBRAS

De acordo com Caetano (2010), são observados dois tipos de fibras ópticas

Fibras monomodo

Nesse tipo de fibra é utilizado apenas um feixe de luz. Possui dimensões

menores, por ter menor dispersão entrega uma maior banda de transmissão. Nesse

caso são utilizados laser para gerar o sinal.

Fibras multimodo

Esse tipo de fibra tem um custo menor por utilizar LEDs em vez de laser para

gerar o sinal. Geralmente o diâmetro é elevado e é muito utilizada em curtas distancias

por se tratar de um cabo com grande perda.

2.3.6 REPETIDORES

Jorge (2000) define um repetidor sendo um equipamento responsável por religar

duas redes idênticas. Sua função é retransmitir o sinal que foi transmitido pelo meio

físico.

Na camada física pega os pacotes de cada rede e retransmite para as demais.

Seu uso deve ser feito adequadamente, pois degenera o sinal, causando problemas

de sincronismo entre as redes.

22

São muito utilizados em redes sem fio e telefonia de celular. A figura abaixo

mostra um repetidor.

Figura 16 – Repetidor de sinal usado em telefonia celular (JORGE, 2000).

2.3.7 HUB

Um hub é um dispositivo que concentra e distribui os quadros dos dados nas

redes que utilizam topologia em estrela. Funciona como uma peça central que recebe

os sinais e os redistribui para as outras estações (JORGE, 2000).

Figura 17 – Hub (JORGE, 2000).

Existem vários tipos de hubs:

23

Passivos: não possuem nenhum tipo de alimentação elétrica, fazendo somente

a distribuição dos sinais recebidos.

Ativos: possuem a função de regenerar os sinais que recebem antes de enviar

as outras estações.

Inteligentes: permitem fazer o monitoramento. Esse monitoramento é feito

através de software e prevê se algum computador da rede está prejudicando o

trafego da mesma. Faz o possível para normalizar o trafego da rede.

Empilháveis: tipo de hub que permite a ampliação do numero de portas.

2.3.8 PONTES

A ponte ou Bridge é um repetidor inteligente. Funciona do seguinte modo,

através da analise dos quadros de dados que trafegam na rede e assim mapeia os

endereços MAC do quadro de dados. Isso faz com que a ponte não replique os dados

que já foram para os devidos destinos. Outra função importante é a de interligar redes

de arquiteturas diferentes (JORGE, 2000).

2.3.9 SWITCHES

De acordo com Jorge (2000), o switch é um Hub com funcionalidades de pontes

ou Bridges. Com isso em vez de replicar os dados para todas as portas como faz o

Hub ele envia os dados apenas para a estação ou computador que o requisitou. De

maneira geral o switch é muito parecido com uma ponte, mas apresenta um

desempenho melhor e possui mais portas. São verificados dois tipos de switches:

Cut- througt: examina o endereço de destino antes de encaminhar o pacote

Store-and-forward: aceita e analisa o pacote inteiro antes de reencaminhar e

evita erros.

2.3.10 ROTEADORES

Os roteadores são pontes que operam na camada de rede pela arquitetura de

rede OSI (Open Systems Interconnection), camadas OSI ou Interconexão de Sistemas

Abertos. Sendo assim essa camada é lógica e não física (que usa o endereço MAC da

placa de rede), e sim pelo protocolo de rede TCP/IP responsável pela camada de rede

(lógica) (JORGE, 2000).

Sendo assim os roteadores não analisam os quadros físicos que estão sendo

transmitidos, e sim os datagramas que são produzidos no protocolo TCP/IP.

24

A principal função do roteador é escolher um caminho para o datagrama chegar

ao destino. Assim o roteador toma as decisões de qual caminho será o mais curto a

percorrer em uma rede.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho é do tipo qualitativo. Segundo Oliveira (1997) a abordagem

qualitativa descreve a complexidade de uma determinada hipótese ou problema

analisando a interação de certas variáveis.

Como método de estudo para fins didático, serão apresentados as fases para

elaboração de uma documentação de redes no capitulo 4, que podem ser utilizadas

em projetos de redes na prática. Nesse método de estudo, é apresentado um modelo

de uma pequena organização sendo esta genérica. Para fins didáticos, as

características da rede genérica foram baseadas em redes de pequenas

organizações, que se pode adequar a vários tipos de projetos.

A metodologia de projeto e os padrões determinam o conjunto de

especificações para um determinado tipo de sistema (Projeto de rede). Este sistema

tem como objetivo principal desenvolver melhorias para seus usuários, um conjunto

de especificações que pode ser chamado de projeto. As deficiências na forma e no

conteúdo da metodologia e dos padrões adotados é que podem por em risco o

sucesso do projeto e a sobrevivência da própria empresa (PINHEIRO, 2007).

Para tal são utilizados os padrões e normas ANSI/TIA/EIA 568-A, que

descrevem os padrões de cabeamento estruturado, descritos no capitulo 2 Revisão

Bibliográfica.

São verificadas algumas fases do projeto, que se adéquam a proposta de

documentação de rede:

Projeto informacional – etapa que corresponde ao levantamento junto aos

usuários das informações relativas aos problemas existentes com a rede atual e a

formulação das especificações para a nova rede (Pinheiro, 2007);

Projeto conceitual – nessa etapa, temos a geração de uma concepção para a

nova rede que atenda da melhor maneira possível às necessidades dos usuários, mas

que não comprometa o funcionamento do sistema existente; Essas duas fases de

desenvolvimento da documentação é apresentada no item 4.1 do capítulo 4.

Projeto preliminar – inclui o desenvolvimento da concepção lógica e física da

nova rede, de acordo com os critérios técnicos e econômicos definidos nas etapas

anteriores (Pinheiro, 2007);

Projeto detalhado - fase final de projeto onde a disposição, a forma, as

dimensões e as tolerâncias de todos os componentes da nova rede são finalmente

25

fixadas. Após essa fase temos a efetiva execução do projeto, construção do protótipo,

testes e aceitação da nova rede. Ambas as fases são apresentada nos item 4.2 e 4.3

do capitulo 4.

O uso da documentação pode apresentar tanto vantagens quanto

desvantagens, isso levando fatores como organização, desempenho e manutenção da

rede otimizada, ou seja, fatores levados em considerações qualitativas conforme

princípios de Oliveira (2001) e também em conformidade com as fases do projeto,

descritas por Pinheiro (2007). Esta observação é apresentada no item 4.5 do capítulo

4.

4 MODELO DE UMA DOCUMENTAÇÃO DE REDE

Neste capitulo será apresentada uma documentação de um projeto de rede

usando o sistema de cabeamento estruturado. A documentação visa o melhor

gerenciamento e organização das informações relativas a estrutura da rede

construída.

Segundo Caetano (2010), o projeto de rede requer uma documentação bem

detalhada para caso um administrador de rede for substituído o seu sucessor não

venha a ter problemas em entender a estrutura construída.

Quanto às normas de cabeamento estruturado, esses problemas de

documentação tende a diminuir, uma vez que a própria norma prescreve um padrão

de documentação.

Mesmo assim prescrever uma boa documentação de rede não é fácil o quanto

parece, devem-se considerar vários fatores (MENDES, 2009).

Caetano (2010) afirma ainda que um modelo de documentação de rede não é

algo completo e nem conclusivo, mas sim um modelo com proposições.

Para se construir um modelo eficiente, mas que nem sempre todas as tarefas

podem ser feitas, é necessário seguir um roteiro de atividades. Nos itens a seguir

serão citados os passos a serem seguidos como no organograma abaixo:

26

Figura 18 – Organograma de atividades de documentação de rede

4.1 IDENTIFICAÇÃO DAS NECESSIDADES

De acordo com as normas de cabeamento estruturado e segundo Mendes

(2009), é importante no inicio da construção de uma rede obter uma descrição sobre o

que se deverá suportar e os objetivos da rede. Há de se ressaltar a importância dos

objetivos e restrições do negocio, técnicos e caracterizar o trafego projetado, incluindo

os principais fluxos, aplicações intranet, extranet e internet.

Há outros fatores que devem ser levados em consideração, como escalabilidade,

disponibilidade, desempenho, segurança, gerenciabilidade, usabilidade,

adaptabilidade e custo-benefício. Outro item importante também é com relação aos

locais onde será instalada e os serviços que serão disponibilizados (MENDES, 2009).

Como objeto de estudo foi elaborado o projeto para uma pequena organização

que utiliza os conceitos do cabeamento estruturado, aliados ao desenvolvimento da

documentação, e em seguida as vantagens da utilização desse método.

Modelo de documentação

Projeto lógico

Topologia lógica

Protocolos de níveis 2 e 3

Esquemas de roteamento

Produtos e mecanismos de

segurança

Projeto físico

Topologia física

Tecnologias de transmissão e cabeamento

Equipamentos utilizados

Provedor de acesso

Custos com manutenção

Configuração dos

equipamentos

Identificação das

necessidades

27

4.2 O PROJETO LÓGICO

Essa parte da documentação tem a função de fazer a organização lógica da

rede como sendo:

Topologia lógica usada

Descrição dos protocolos de rede

Endereçamento e atribuição de nomes

Esquema de roteamento

Políticas de segurança e produtos utilizados como esquema de segurança

4.2.1 Topologia lógica

Oferece uma visão geral do projeto de rede, mas não especifica o cabeamento

utilizado, tecnologias e disposição de equipamentos. Ver figura abaixo.

Figura 19 – esquema de topologia lógica (MENDES, 2009).

4.2.2 Protocolos de níveis 2 e 3

28

Caetano (2010), propõe o uso de switch-router que tem a capacidade de

roteamento e filtragem dos pacotes.

O uso mais comum de qualquer rede hoje em dia, é da arquitetura TCP/IP.

Sendo assim com o uso de protocolos nível 3 faz se o uso de redes virtuais (VLANS) e

controle de trafego mais organizado.

Local Endereço e mascara

Faixa de endereços

Endereço de difusão

Zona desmilitarizada

201.202.203.0 255.255.255.0

201.202.203.1 a 201.202.203.254

201.202.203.255

Servidor(VLAN 0) 192.168.0.0 255.255.255.0

192.168.0.1 a 192.168.0.254

192.168.0.255

Diretoria (VLAN 1) 192.168.1.0 255.255.255.0

192.168.1.1 a 192.168.1.254

192.168.1.255

Gerencia (VLAN 2) 192.168.2.0 255.255.255.0

192.168.2.1 a 192.168.2.254

192.168.2.255

Tabela 4 – exemplo de esquema de endereçamento (CAETANO, 2010).

Algumas orientações são adotadas pelo autor, de como fazer a atribuição de

nomes.

Para a atribuição de nomes aos elementos da rede como servidores deve-se

usar convenções simples como, por exemplo: servidor-DNS-1, servidor-DNS-2,

servidor-MAIL.

Para estações clientes devem ser utilizadas regras parecidas como por exemplo:

pavimento-sala-espelho-tomada (ppSS-ee-tt).

Em roteadores, pode-se utilizar RT-N, onde n indica o numero do roteador em

algum pavimento.

Para armários de telecomunicação ou Closet, painel de manobra(patch-panel) e

tomada, pode –se usar ppA-qq-tt, onde pp é o pavimento, A o armário, qq o painel de

manobra e tt a tomada do painel de manobra.

4.2.3 Esquema de roteamento

O autor Mendes (2009) ainda considera o roteamento estático e o uso de redes

virtuais, isso faz o uso ser bem simples.

29

Cada servidor tem como padrão o comutador nível 3 na sua VLAN

Cada estação da diretoria e gerencia tem como rota padrão o comutador nível

3 na sua VLAN.

O comutador nível 3 tem como rota padrão o firewall interno

O firewall interno tem como rota padrão o roteador/firewall externo

O firewall interno deve ser configurado a realizar NAT (Network Address

Translation) ou ser um servidor Proxy

4.2.4 Produtos e mecanismos de segurança

Como normas para segurança Caetano (2010) cita os padrões para

implementação da mesma:

Como norma padrão é aconselhável o uso de dois níveis de firewall (interno e

externo) com implementação de endereçamento privativo para a rede interna.

O uso de dois firewalls é o ideal. O firewall interno tem a função de realizar o

serviço de Proxy, que dá a possibilidade de disponibilizar os serviços que serão

utilizados pelos usuários na rede, identificação, autenticação, concessão de direitos de

utilização de serviços pelo usuário.

4.3 PROJETO FÍSICO

O projeto físico tem como função documentar a organização física da rede

(MENDES, 2009). São os seguintes: pontos de interconexão, fiação; tecnologias de

cabeamentos e transmissão utilizadas; equipamentos: computadores clientes,

servidores, armazenamento, backup. Dispositivos de interconexão como

concentradores, comutadores e roteadores; provedor de acesso; custo de

manutenção.

4.3.1 Topologia física

Coloca-se como exemplo um prédio de dois pavimentos com as seguintes

características. Veja tabela abaixo

Pavimento Ocupação Quantidade de pontos

2 Diretoria 16

1 Gerencia 20

Tabela 5 – exemplo de local a ser implantada uma rede com a especificação

(MENDES, 2009).

30

Figura 20 – Topologia física (MENDES, 2009).

Número - Componente Atribuição de nome

1 – Gerencia Servidor – Gerencia

2 – Servidor 1 Servidor – Serv1

3 - Servidor 2 Servidor – Serv2

4 – Firewall interno Servidor – Fw1

5 – Comutador 1 Cm – 1

6 - Roteador / firewall interno Rt – 1

7 - Comutador 2 Cm – 2

8 - Comutador 3 Cm – 3

9 – Estação 1 P1 - S1 – T1

10 - Estação 2 P1 – S2 – T2

11 - Estação 3 P1 – S3 – T3

12 - Estação 4 P2 - S1 - T1

13 - Estação 5 P2 – S2 – T2

14 - Estação 6 P2 – S3 – T3

Tabela 6 – Exemplo de atribuição de nomes aos componentes de rede

31

A tabela acima exemplifica um modo de nomear os componentes físicos de uma rede,

citado no item 5.2.2 Protocolos de níveis 2 e 3.

4.3.2 Tecnologias de transmissão e cabeamento

De acordo com as normas de cabeamento estruturado e o tamanho do local

onde será implantada a rede, no caso do exemplo acima de dois pavimentos o uso de

cabeamento vertical em fibra óptica monomodo é o mais indicado para trafego de

1000Mbps.

Já no cabeamento horizontal o mais indicado é o cabeamento de par trançado

categoria 5e para trafego de 100Mbps

E para a conexão ao ISP ( provedor de acesso) com velocidade nominal de a

partir de 2Mbps o que trás a melhor relação custo beneficio.

4.3.3 Equipamentos utilizados

A tabela abaixo faz uma especificação dos equipamentos indispensáveis em

uma rede apresentada conforme citada acima.

32

Equipamento Software Características Assistência

técnica ID na rede

Roteador xyz 3.1.1 2 WAN, 4 LAN

10TX Xyz RT-1 ou Fw-ex

Firewall interno(micro

dual core 2GB, HD 120 2Eth 10/100TX)

Linux 2.2.4 - Abc Fw-in

Comutador 3 xyz

2.2.0 8LAN 1000 Xyz Cn-3

Comutador 2 xyz

2.2.1 2LAN 1000,

16LAN 10/100 Xyz Cn-2

Servidor(micro dual core 2GB, HD 120 2Eth

10/100TX

Linux 2.2.4 - Abc Sv-1

Servidor(micro dual core 2GB, HD 120 2Eth 10/100TX)

Linux 2.2.4 - Abc Sv-2

Estação gerencia

(micro dual core 1GB, HD

120 2Eth 10/100TX)

Linux 2.2.4l - Abc Es-1

Cliente(micro dual core 2GB, HD 120 2Eth 10/100TX)

Linux 2.2.4 - Abc Cl-1

Tabela 7 - Especificação dos equipamentos de rede (MENDES, 2009).

4.3.4 Provedor de acesso

Informações referentes ao provedor de acesso também dever ser documentadas

de acordo com as normas. Neste caso seria especificado o nome da empresa que

fornece o serviço e o tipo de tecnologia que ela utiliza. (CAETANO, 2010).

4.3.5 Custo com manutenção

33

São diversos custos que devem ser avaliados como custos com recebimento de

serviços do provedor de acesso, contratos e manutenção preventiva, e despesas

gerais.

4.3.6 Configuração dos equipamentos

Segundo Mendes (2009) um modelo a gerencia de rede se faz por meio da

manutenção dos equipamentos que nela estão implantados.

A documentação sempre será importante para a configuração dos

equipamentos, neste caso existem softwares especializados para a geração e

salvamentos de configurações em equipamentos caso se percam as configurações.

4.4 ANEXOS

Segundo Mendes (2009), há também outros elementos importantes para anexar

na documentação de rede como:

Planta baixa de infra estrutura, com as dimensões

Planta baixa com os cabos utilizados (UTP, fibra)

Relatórios dos pontos instalados

Relatórios de testes dos segmentos de fibras ópticas

Layout dos armários de telecomunicações

Mapa de intercomunicação de componentes, tomadas RJ-45, painel de

conexão e portas de comunicação

Termos de garantia dos elementos da rede

Para tal a planta baixa de acordo co o autor é ideal ser apresentada em formato

apropriado se possível feita em software especifico.

4.5 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO USO DA DOCUMENTAÇÃO DE REDES

De acordo com a norma NBR 14565 (Norma Brasileira para cabeamento de

Telecomunicações em Edifícios Comerciais), a documentação da rede é um grande

instrumento no momento de se realizar o projeto de cabeamento, é muito interessante

analisar a, que há muitos detalhes que podem render uma maior confiabilidade nos

processos. Documentar, identificar, padronizar e mapear os pontos de rede são

imprescindíveis. Para isso, Mendes (2009), verifica o uso de um software específico,

como citado no item 5.4. Como exemplo de software pode ser utilizado o Microsoft

34

Visio, sendo este proprietário. Há também uma infinidade de softwares gratuitos que

podem ser utilizados, afim de reduzir os custos com licença (MENDES, 2009).

Segundo Pinheiro (2007), existem desvantagens da utilização de metodologias

e padrões. Uma vez que existe inflexibilidade o que inviabiliza o bom senso. Uma boa

metodologia pode resolver um problema, mas pode não observar o lado da precaução

quanto à sucessão de novos acontecimentos. Acontecimentos estes sendo uma

atualização do sistema.

Pinheiro (2007) afirma que os padrões podem introduzir um controle muito rígido

das atividades. Isso dificulta a adoção de alternativas que agilizariam a execução do

projeto. O autor simboliza o fato como sendo os padrões passiveis de cinco problemas

crônicos como: divulgação, credibilidade, imposição, execução e modificação, que

podem incapacitar um projeto.

5 CONCLUSÃO

A demanda por serviços de comunicação, tais como voz, imagem, dados e controles prediais tem saboreado um crescimento constante, ainda que, no período entre os anos de 1999-2001, a oferta tenha sido muito maior, acarretando complicações financeiras particularmente para as empresas de telecomunicação.

Para as empresas, a comunicação é vital para a operação dos negócios, seja voz e principalmente dados. Os novos prédios comerciais têm frequentemente adotado métodos de controle predial (edifícios inteligentes), como forma de otimizar e melhorar segurança e uso de eletricidade, bem como o conforto.

Autores como Coelho (2003), Jorge (2010) afirmam ser o sistema de cabeamento estruturado como opção óbvia para o projeto de edificações, em lugar do cabeamento convencional, onde cada sistema ou tecnologia exige seu cabeamento próprio.características como a flexibilidade é o que permite a agregação de várias tecnologias sobre uma mesma plataforma (ou cabo); é de fácil administração, pois qualquer mudança não passa pela troca dos cabos, e sim por configuração em painéis próprios; tem relação investimento/benefício excelente, pois prevê longa vida útil, com suporte a tecnologias futuras com pouca ou nenhuma modificação, e permite modificações de layout ou de serviços providos com a simples alteração de conexões no painel. Nenhuma outra tecnologia tem tantos benefícios quanto o cabeamento estruturado.

De acordo com Mendes (2009), pensar em uma documentação de rede detalhada e indiscutivelmente importante quando se quer projetar uma rede. Uma documentação de rede serve para tornar a rede mais dinâmica e segura livre de erros e facilitar a manutenção. Mesmo assim não é simples o fato de elaborar uma boa documentação, e simplesmente manter atualizada. Isso requer bastante conhecimento sobre instalações de redes, metodologias de projetos e dos padrões adotados em cabeamento estruturado (MENDES, 2009).

35

Segundo Pinheiro (2007), o objetivo básico de qualquer metodologia para

execução de um projeto, associada a um padrão, deve ser o de fornecer os

instrumentos necessários para a definição, o planejamento, o acompanhamento e o

desenvolvimento de um projeto. A metodologia deve incluir ainda mecanismos que

permitam a criação de um protótipo do projeto em desenvolvimento, visando facilitar

sua análise e a correção das falhas que forem detectadas antes de sua efetiva

implantação.

Pinheiro (2007) vê o uso de metodologias em conjunto com o uso dos padrões,

em segui-los conforme as normas. Para tal é algo complexo em se tratando de

projetos, visando o desempenho, levando o qualitativo (COELHO, 2003).

A adoção de uma metodologia em conjunto com os padrões proporciona várias

vantagens ao desenvolvimento de projetos em uma empresa: evita-se a necessidade

de rever um projeto desde o princípio, uniformizam-se os procedimentos operacionais,

promove-se o desenvolvimento de ferramentas operacionais e gerenciais e reduz-se o

tempo de planejamento da execução das diversas atividades envolvidas,

proporcionado uma economia de tempo e recursos (PINHEIRO, 2007).

Contudo, a complexidade e o fato de poderem se apresentar como empecilhos

ao processo. Isso acontece mesmo em projetos mais simples, e é um fator indicativo

de que a utilização de uma metodologia e dos padrões deve ser algo bem planejado.

O que resta é ser analisado por uma equipe devidamente preparada, que será a

responsável pelo desenvolvimento do projeto.

36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANSI/TIA/EIA-568-A. Commercial Building Telecommunications Standard. Disponível em:< http://www.policom.com.br/normas/568a.htm>. Acesso em: 10 ago. 2010.

ANSI/TIA/EIA-606. Administration Standard for the Telecommunications Infrastructure of Commercial Buildings. Disponível em: <http://www.policom.com.br/normas/606.htm>. Acesso em: 15 ago. 2010.

CAETANO, S. S. Cabeamento Estruturado. São José, SC. Instituto Federal de Santa Catarina – Campus São José. (2010).

COELHO, P. E. Projeto de Redes Locais com Cabeamento Estruturado. Ed.

Instituto OnLine. (2003).

Estudos IDC. Novos desafios dos CIO em Portugal: A importância da Gestão e

Otimização dos processos de TI. (2010). Disponível em: < http://www.idc.pt>.

Acesso em: 20 set. 2010.

JORGE, V. C. Implantação Lógica e Física de Redes Locais Estruturadas.

Uberlândia, MG. Monografia. (2000).

KUROSE , James F & Ross, Keith W.Redes de Computadores e a Internet : Uma

abordagem top-down. Tradução Arlete Simille Marques; Revisão técnica Wagner

Luiz Zucchi – 3ª Edição, São Paulo: Person Addison Wesley. 2006.

MENDES, S. H. Documentação da Infra-estrutura de Rede. (2009). Disponível em: <http://www.silvio.me>. Acesso em: 14 jul. 2010.

37

MILLS, Peter. The Complete Guide to Structured Cabling. Disponível em: <http://www.it-cabling-solutions.co.uk/>. Acesso em: 10 ago. 2010.

MORIMOTO, C. E. Linux Redes e Servidores – Guia Prático. 2 Edição. Disponível

em: <http://www.guiadohardware.net>. Acesso em: 5 jun. 2010.

NBR 14565 – Norma Brasileira para Cabeamento de Telecomunicações em

edifícios comerciais. 2002. Disponível em: <http://www.cpqd.com.br/file.upload/p-

14_tyco-amp_ivan-a-uliana_14-05-08.pdf>. Acesso em: 30 dez 2010.

OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia cientifica: projetos de

pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 1. ed. São Paulo:

Pioneira, 1997.

OLIVEIRA, L. F. M. O que é um Sistema de Cabeamento Estruturado?. (2001). Disponível em:<http://www.policom.com.br/tutoriais/scs.htm>. Acesso em: 16 fev. 2010.

PINHEIRO, J. M. S. Entendendo as Metodologias e Padrões para Projetos. (2007). Disponivel em: <http://www.oficinadanet.com.br/artigo/572/entendendo_as_metodologias_e_padroes_de_projetos>. Acesso em: 29 dez. 2010.

PORTNOI, M. Cabeamento Estruturado em Residências e Escritórios. (2002).

TANENBAUM, Andrew S. Redes de computadores. Título original: Computer

Networks. 4ª edição. Tradução: Vandenberg D.de Souza. Editora Campus. 2002.

VIGNOLI, R. Consultoria RV. A importância do Cabeamento Estruturado.

Disponível em: <http://www.vignoliconsultoria.com:8080/apresentacao.action>. Acesso

em: 20 out. 2009