Daily Millôr - Domingo, 3 de agosto
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8/12/2019 Daily Millôr - Domingo, 3 de agosto
http://slidepdf.com/reader/full/daily-millor-domingo-3-de-agosto 1/2
O jornal ocial da exposiçãoMillôr, 90 anos de nós mesmos
daily
parceria exposição realizaçãoapoio institucional exposiçãoapoio daily míllor
e mentor, meu pai. Meio quepai dele, irmão mais velho ouo mais próximo disso. Maispróximo mesmo.
E uma certeza absoluta. Nítidana foto. A de que aquela alegria,
hai-kaiEscritores:Pensador é o que citaPensadores!
TODO HOMEM TEM OSAGRADO DIREITODE TORCER PELO VASCONA ARQUIBANCADADO FLAMENGO
Minha turma IVAN, FILHO DE MILLÔR, VOLTA À REDAÇÃO DOPASQUIM , EM 1972
Paraty, domingo3 de agosto de 2014
livroCabeça de negro , de autoriado Paulo Francis, cuja direção dearte me coube, com a foto do Mil-ton Montenegro feita na própriaredação do Pasquim . Luiz era umbrutamontes incapaz de mataruma mosca; se alguém o zessena sua frente, choraria por ela.
O que mais está na foto?
Tudo. Tudo. Tudo. Uma exube-rante alegria e descontraçãodo grupo. Um orgulho mútuo,patente. Um prazer irreprodu-zível, presente em todos, pelofato de estarem ali. Na patota.A mão afetuosa e carinhosade Ivan Lessa sobre o ombrode seu admirado-admirador eamigo, Sérgio Augusto. Corda ecaçamba. Um olhar meloso detanta admiração do Ivan para oJaguar. E vice-versa.
Meu pai observando o que sepassava abaixo dele. Com indis-farçável satisfação. Henl de olhosfechados para contestar a alegria(senão não seria Henl) quepartilhava, adorava a zorra, massem admitir. Com o país naquela
Instantâneo, autoria prováveldo Duayer, fotógrafo depois car-tunista. Bom nas duas posições.Circa 1972. Eu, dezoito anos.Meu pai, portanto, 48. Menosde cinquenta. Doze anos maisnovo do que eu, hoje. Foto--madeleine. Me transporta notempo, de forma inexorável.
Vamos lá; o que foi fotografado?Eu, aos dezoito anos, tendo ameu lado, à esquerda, meu paie, à direita (direita?), o Henl.Neste momento, eu e Henl,Henl e eu, éramos muito, muitopróximos. Fins de semana, pas-sados na casa do meu avô, emPetrópolis, nós com as respecti-vas namoradas.
Ladeando meu pai, Caulos, quecomo Henl era exatos dez anosmais velho do que eu, assimcomo Ziraldo era dez anos maisvelho do que Henl, e meu pai,dez anos mais velho que Ziraldo.Na época, negão-gigante, hojeafrodescendente (com alturaavantajada ou coisa que o valha),este era Luiz Rosa. Era, pois jámorreu. Foi o modelo da capa do
situação? Seriedade, companhei-ros. Infelizmente o país continuana mesma e Henl se foi.
Ziraldo, sentado, descontraida-mente, na certeza de estaraos pés do venerado amigo
palpitante na foto, não haviainiciado ali. Certamente vínha-mos, não todos, não os mesmossempre, ao contrário, mistura-dos, chegados na redação emgrupo. Diversos, mas variáveis.Nunca constantes. Jamais desa-companhados.
Ziraldo, Caulos e eu, Henl e eu.Meu pai, Ziraldo e eu, Ivan, meupai, Jaguar e Sérgio, Henl, meupai e Jaguar, e todas as outrascombinações possíveis, tentemas variáveis da análise combinató-ria e vejam onde isso vai parar...
E, também e sobretudo, a certe-za de que a alegria não paravaali, mas continuava. Sempre.Sem hora ou local para terminar.Roda viva? Patota. Patota viva.Como nunca mais.
A festa continuava, na casa doHenl, do Caulos, do Ziraldo,do Ivan, do meu pai, no bar, nobotequim e sobretudo na reda-ção. Assim como a conversa,as ideias, o riso, a discussão dofato, o barato, o bicho, a fossa, aAnta de tênis, o governo, o top--top, o sifu, o mifu, o tifu, o putz.Tudo moto contínuo.
O putz? Putzgrila, como éramosfelizes!!! E curtíamos …
IVAN FERNANDES
Em pé, Henl, Ivan, Millôr, Caulos, Luiz Rosa; sentados, Jaguar,Ziraldo, Ivan Lessa e Sérgio Augusto na redação do Pasquim
Millôr Fernandes/Arquivo IMS
8/12/2019 Daily Millôr - Domingo, 3 de agosto
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A U T O R
H O M E N AG E A D O
D A F LI P 2 0 1 4
CLÁssIcOS dO
em NOVA eDIçÃO
10h | mesa 17Ouvir estrelasMarcelo GleiserPaulo Varella
14h | mesa 19Os sentidos da paixãoAlmeida FariaJorge Edwards
16h | mesa 20Livro de cabeceira
A Astronomia é o Ph.D.da Astrologia.
O fato é que, depois de viajaranos, esse Voyager não desco-briu nenhuma forma de vidainteligente pelaí. O Cosmos, aoque parece, é igualzinho à Terra.
O que me espanta não é que osastrônomos consigam descobriras estrelas, a distância entreelas, sua luminosidade etcétera.
O que me espanta é como quedescobrem o nome delas.
O sol nasce todos os dias.Mas espero tranquilo, na minhatotal certeza do impossível, que
o sol não nasça um dia.E nesse dia aparecerão cientis-tas declarando: “Bem, verica--se que, de um bilhão de anosem um bilhão de anos, o solnão nasce um dia”.
12h | mesa 18Romance em dois atosDaniel Alarcón
Fernanda Torres
A diferença fundamental entreum autor e um diretor teatralé que este, quando se enchecom autores vivos, pode montarum autor morto. Eu nunca tiveo prazer de ser montado por umdiretor morto.
O teatro é uma arte efêmera
há mais de dois mil anos.(Falsa cultura)
A grande paixão, mesmoquando vai embora, deixaalguma coisa – um pouquinhode ódio.
Um banqueiro pode escreverfalsa literatura. Mas vá umescritor falsicar um cheque.
Millôr comenta a programaçãodomingo