DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2007 file2.1 Investigação Disciplinar Título: Teoria x Prática A...
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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
Produção Didático-Pedagógica 2007
Versão Online ISBN 978-85-8015-038-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
1
OAC
Autora: MARILENE LEMOS GARCIA
Estabelecimento: CEEBJA - RIO NEGRO
Ensino: EF 5/8 SÉRIE
Disciplina: LÍNGUA PORTUGUESA
Conteúdo DISCURSO ENQUANTO PRÁTICA SOCIAL
1- RECURSOS DE EXPRESSÃO
1.1 Problematização do Conteúdo
Chamada: “O pior dos males é aquele que não é reconhecido.” (LEMLE).
Bibliografia: LEMLE Miriam: Guia Teórico do Alfabetizador.
Título: A produção de texto sob uma nova perspectiva.
Atualmente, os alunos da escola pública chegam, no segundo segmento do
Ensino Fundamental, com muitas dificuldades na sua produção escrita. Tanto de ordem
estrutural, quanto de ordem gramatical. Estas defasagens no processo de aquisição de
conceitos e regras têm se refletido no registro da produção escrita.
Não podemos negar que nas salas de aula, ainda persistem práticas
inadequadas e irrelevantes, que não são condizentes com as mais recentes
concepções de língua e, conseqüentemente, com os objetivos mais amplos que se
pode pretender com o seu ensino.
Temos consciência de que essa reflexão está muito além dos murros
acadêmicos, tornando-se uma das preocupações da sociedade em geral. Ou seja, esta
já é uma constatação de domínio comum - que o ensino da língua não vai bem.
Porém, o grande desafio da escola continua sendo formar cidadãos pensantes e
capazes de expor suas idéias, de forma oral e escrita, tendo condições de ler e
interpretar diferentes linguagens.
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Não se pode perder de vista, a concepção de que para o indivíduo apropriar-se
da língua escrita existe um longo caminho a percorrer, não havendo necessidade de
anular o sujeito deste processo, que é o próprio aluno. Pois, é somente sentindo-se
autor que o aluno interage e penetra na escrita viva e real, feita na história.
Referência:.
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: João W. (org). O texto em sala de aula. 2 ed. São Paulo. Ática, 12997.
2. RECURSOS DE INVESTIGAÇÃO
2.1 Investigação Disciplinar
Título: Teoria x Prática
A partir de uma concepção interacionista, funcional e discursiva da língua busca-
se um norte para que a teoria não se perca numa infrutífera abstração.
Para alcançar esta meta, será estabelecido diálogo com os professores das
diferentes disciplinas, através de conversas e entrevistas, questionários ou relatos
escritos, para verificar como os educadores trabalham os problemas apontados pelos
teóricos e, a partir deste confronto entre a pesquisa bibliográfica e a pesquisa realizada
na escola realizar estudo em conjunto com os educadores, buscando novas
intervenções pedagógicas, as quais serão implementadas no decorrer do processo de
ensino e aprendizagem.
Subsidiados por estas reflexões, temos como finalidade garantir que o objetivo
último do ensino de português: a ampliação da competência comunicativa do aluno
para falar, ouvir, ler e escrever textos fluentes, adequados e socialmente relevantes
seja efetivado.
Aprender a ler e escrever é um processo cognitivo, mas também uma atividade
social e cultural essencial para a criação de vínculos entre cultura e conhecimento.
A língua é um instrumento essencialmente utilizado em interações socioculturais:
sempre há um emissor e um receptor que interagem em uma situação comunicativa
concreta; sempre se diz ou se escreve algo para alguém com um determinado
propósito.
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Para que a comunicação se estabeleça, o indivíduo deve ser capaz de produzir
textos orais ou escritos, adequados e eficazes às solicitações das mais diferentes
situações. Quando o indivíduo está desenvolvendo essa capacidade estará
desenvolvendo o que chamamos de competência comunicativa.
O trabalho com a linguagem precisa garantir o desenvolvimento das
competências comunicativas dos alunos para as quatro habilidades básicas da língua,
em todos os seus aspectos, que são escutar, falar, ler e escrever.
Não podemos negar que o desenvolvimento destas habilidades dá-se no espaço
escolar, que por sua vez está voltado para o ensino acadêmico, que por esta razão
apresenta propostas mais direcionadas para a aprendizagem da leitura e da escrita.
Porém diante desta realidade, levando em conta o caráter sociocultural, interativo e
complexo que a aprendizagem da leitura e da escrita exige, torna-se necessário que o
aprendiz se transforme no principal ator do seu próprio processo de aprendizagem, de
compreensão, de construção e de recriação do mundo.
Percebemos que, no processo de aquisição do domínio da escrita, a escola tem
ignorado a necessidade da interferência decisiva do sujeito aprendiz, bem como, a sua
participação efetiva na construção e na testagem de suas hipóteses de representação
gráfica da língua.
Não podemos negar, que na sala de aula ainda se tem presente uma prática de
escrita mecânica e periférica, centrada, inicialmente, nas habilidades motoras de
produzir sinais gráficos, privilegiando sempre a memorização pura e simples de regras
ortográficas, pois para muita gente, não saber escrever equivale escrever com erros de
ortografia.
Conforme afirma Antunes, é na escola que as pessoas “exercitam” a linguagem
ao contrário, ou seja, a linguagem que não diz anda, praticando uma escrita artificial e
inexpressiva, sempre presente em “exercícios” de criar listas de palavras soltas ou de
formar frases isoladas.
Todas estas práticas de sala de aula estão desvinculadas de qualquer contexto
comunicativo, são sempre vazias de sentido e de intenção e estão afastando o
indivíduo daquilo que ele faz naturalmente quando interage com os outros, que é
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“construir peças inteiras”, ou seja, textos com unidade, com começo, meio e fim, para
poder expressar sentidos e intenções.
Quando a escola faz uso desta linguagem vazia, ela está negando e violando os
princípios básicos da textualidade, porque o que se diz é reduzido a uma seqüência de
frases desvinculadas umas das outras, sem perspectiva de ordem ou de progressão,
desprovidas de qualquer contexto social.
O equívoco de fazer uso de uma escrita sem função, apenas para “exercitar”,
destituída de qualquer valor interacional, sem autoria e sem recepção, priva o indivíduo
de estabelecer a relação pretendida entre a linguagem e o mundo, entre o autor e o
leitor do texto.
É preciso ter presente que algumas práticas não são tão relevantes neste
momento de apropriação do processo da escrita, e que os mesmos podem e devem ser
inteiramente adiáveis, como por exemplo, a fixação nos exercícios de separação de
sílabas, de reconhecimento de dígrafos, encontros vocálicos e consonantais.
Torna-se necessário compreender que, socialmente não existe a escrita para
nada, sem intencionalidade. Nos grupos sociais a comunicação não se dá através da
escrita de palavras ou de frases soltas. De frases inventadas, fora de um contexto. Nem
tão pouco, de textos sem propósito. Sem a clara e inequívoca definição de sua razão de
ser.
Por isso, a escola precisa abolir a prática de uma escrita improvisada, sem
planejamento e sem revisão, na qual o que se leva em conta é, prioritariamente, a
tarefa de realizá-la, sem dar importância ao que se diz e como se faz, valorizando a
repetição, a automação e a imitação.
Referência:
ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. Parábola Editorial, 2003 – (Série Aula; 1). FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
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2.2 Perspectiva Interdisciplinar
Título: Produzir Texto: uma prática que permeia todas as disciplinas
Dentro deste contexto de aprendizagem o aluno precisa ser capaz de
compreender a linguagem oral e escrita como um sistema de comunicação, tendo
compreensão de que as diferentes mensagens se utilizam da comunicação verbal e
não verbal, transitando entre uma e outra disciplina.
Para que o aluno possa estabelecer uma ponte entre os conhecimentos de uma
área e outra, ele precisa distinguir diferentes gêneros textuais, identificando a sua
função e os seus aspectos composicionais, podendo produzi-los na forma oral ou
escrita, atendendo sempre às diferentes propostas e situações de comunicação.
No planejamento do trabalho com diferentes tipos de textos a coerência e a
relação harmônica entre o tipo de texto com o qual se vai trabalhar e as etapas do
processo de aprendizagem da escritura nas quais se encontram os alunos são as
pilastras que devem nortear o trabalho com a tipologia textual.
Levar o aluno a produzir bons textos não é responsabilidade somente do
professor da disciplina de Língua Portuguesa, mas sim dos professores de todas as
disciplinas, porque é através do seu uso consciente, através da oralidade, da leitura e
da escrita que o indivíduo poderá interagir com os conhecimentos socialmente
construídos.
É preciso termos confiança e esperança que podemos sair do espaço que
acreditamos dominar, para vencermos o medo do desconhecido. Superando assim
nossas próprias limitações, para sermos capazes de ajudar os nossos alunos a
vencerem o preconceito lingüístico que a falta de letramento provoca. E que, na maioria
das vezes, tem impedido a sua manifestação nos meios sociais.
Referência:
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: João W. (org). O texto em sala de aula. 2 ed. São Paulo. Ática, 12997. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba, 2006.
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2.3 Contextualização
Título: Alfabetização e letramento
Texto: Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário,
o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das
práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo
tempo, alfabetizado e letrado (Soares, 1998, p. 47).
Este texto analisa a mudança do conceito de alfabetizado no contexto social e o
que esta mudança de paradigma interfere nas políticas educacionais e no fazer
pedagógico do cotidiano escolar.
Referências: http://www.construirnoticias.com.br/asp/materia.asp?id=1246 27/12/2008
Fonte: ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de. A Alfabetização de jovens e
adultos em uma perspectiva de letramento/organizado por Eliane
Borges de Albuquerque e Telma Ferraz Leal. Belo Horizonte, 2004. P.
59-76.
SOARES, M. Letramento: Um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998ª.
3. RECURSOS DIDÁTICOS
3.1 Sítios
• Título: Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
Disponível em: file://C;\Documents and Settings\Administrador\Meus
documentos\sítio.htm, em 16/2/2008.
• Comentários:
Antologia Poesia Necessária de Manuel Rui
In 11 Poemas em Novembro, Luanda, Ed. Lavra e Oficina, 1876 – 08/06/2007
Nesta antologia poética podemos fazer uma reflexão de que o cotidiano deste
país se constrói a partir do imaginário dos indivíduos, em torno da palavra falada,
cantada, ouvida, e que escrever é registrar os fatos do dia a dia, os sonhos do povo.
Onde produzir através da palavra se constitui num instrumento de poder de um povo,
de uma nação que canta a sua história.
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Antologia: Há palavras que nos beijam, de Alexandre O´Neill.
In No Reino da Dinamarca, 1958 – 24/05/2007.
O autor reforça o poder da palavra sobre as pessoas, revelando que elas podem
exercer uma influência sobrenatural no dia a dia do ser humano, construindo ou
destruindo sonhos. O professor pode usar este enfoque para que se compreenda que
escrever é uma das formas da pessoa interferir através da palavra, pois sabendo usá-la
de forma correta e coerente, participará do contexto do grande palco da vida, onde se
revelam e se constroem a história dos homens.
Antologia: A nossa magna Língua portugueza de Fernando Pessoa.
Pode ser uma possibilidade de se compreender a importância da língua e o seu
percurso no decorrer do passar do tempo, as mudanças que sofre, já que ela se
consolida no processo de construção, no andamento do processo histórico.
3.2 Sons e Vídeos
Vídeo
Título: Para aprender a escrever
Produtora: TV PUC São Paulo
Duração : 5’
Local de Publicação: TV escola
Ano: 2007
Endereço: Ministério da Educação – Secretaria de Educação a Distância
www.mec.gov.br
Comentário: Uma reflexão sobre a escrita enquanto ato da criação humana, como
forma de expressão de idéias e sentimentos. Ênfase na importância de mostrar para o
aluno em processo de alfabetização que escrever não se trata de um processo
mecânico. Professores debatem formas de como estimular a reflexão e a expressão
dos alunos, entendo que os mesmos são escritores iniciantes.
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Áudio –CD/MP3
Título da música: A Lei
Executor/ Intérprete: Raul Seixas
Título do CD: Para Sempre
Duração: 00:03:17
Gravadora: EMI
Ano: 2001
htt:/megastore.uol.com.br/acervo/rock/r/Raul_seixas/para_sempre/leaf_371213.html
Texto: A Lei
Raul Seixas
Todo homem tem direito
de pensar o que quiser
Todo homem tem direito
de amar a quem quiser
Todo homem tem direito
de viver como quiser
Todo homem tem direito
de morrer quando quiser
Direito de viver
viajar sem passarporte
Direito de pensar
de dizer e de escrever
Direito de viver pela sua própria lei
Direito de pensar de dizer e de escrever
Direito de amar,
Como e com quem ele quiser
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A lei do forte
Essa é a nossa lei e a alegria do mundo
Faz o que tu queres ah de ser tudo da lei
Fazes isso e nenhum outro dirá não
Pois não existe Deus se não o homem
Todo o homem tem o direito de viver a não ser pela sua própria lei
Da maneira que ele quer viver
De trabalhar como quiser e quando quiser
De brincar como quiser
Todo homem tem direito de descansar como quiser
De morrer como quiser
O homem tem direito de amar como ele quiser
De beber o que ele quiser
De viver aonde quiser
De mover-se pela face do planeta livremente sem passaportes
Porque o planeta é dele, o planeta é nosso.
O homem tem direito de pensar o que ele quiser, de escrever o que ele quiser.
De desenhar, de pintar, de cantar, de compor o que ele quiser
Todo homem tem o direito de vestir-se da maneira que ele quiser
O homem tem o direito de amar como ele quiser, tomai vossa sede de amor, como
quiseres e com quem quiseres
Há de ser tudo da lei
E o homem tem direito de matar todos aqueles que contrariarem a esses direitos
O amor é a lei, mas amor sob vontade
Os escravos servirão
Viva a sociedade alternativa
Viva Viva
Direito de viver, viajar sem passaporte
Direito de pensar de dizer e de escrever
Direito de viver pela sua própria lei
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Direito de pensar de dizer e de escrever
Direito de amar, como e com quem ele quiser
Todo homem tem direito
de pensar o que quiser
Todo homem tem direito
de amar a quem quiser
Todo homem tem direito
de viver como quiser
Todo homem tem direito
de morrer quando quiser
Comentário: Através da mensagem da letra desta música, podemos refletir que expressar o pensamento através da escrita também é um direito do indivíduo, enquanto cidadão. Conscientizar que para cada direito que o homem conquista existe um direito a cumprir.
Filme: A Sociedade dos Poetas Mortos Filme: Central do Brasil
Direção: Walter Salles
Elenco: Fernanda Montenegro, Vinícius de Oliveira, Marília Pêra, Soia Lira, Othon
Bastos, Otávio Augusto, Stela Freitas, Matheus Natchergaele e Caio Junqueira.
Roteiro: João Emanuel Carneiro e Marcos Bernstein.
Duração: 112’
Ano: 1998
País: Brasil
Gênero: Drama
Distribuição: Sony Pictures Classics
Site Oficial: HTTP://www.centraldobrasil.com.br
Texto: A obra provoca reflexões sobre o drama do analfabetismo e as deficiências da
educação no país. A professora aposentada, protagonista da história, cobra para
escrever e enviar cartas para pessoas que vivem à margem do mundo das letras, e
nunca cumpre a tarefa porque também sofre as conseqüências dos problemas sociais.
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O roteiro também retrata a massa de migrantes nordestinos que, desde o início do
século 20, abandona o sertão em busca de oportunidades de trabalho nas metrópoles.
Título original: Deads Poets Society
Direção: Peter Weir
Elenco: Robin Williams, Robert Sean Leonard, Ethan Hawke e Josh Charles.
Roteiro: 128 min.
Ano: 1989
País: EUA
Gênero: Drama
Distribuidora: Abril Vídeo
File://C:/Documents and Settings\Administrador\Meus documentos\films sociedade
dos... 27/2/2008
Texto: Em um centro educacional conservador, o professor não mede esforços para
provar aos estudantes que a preparação para a universidade não precisa ser um
tormento. Pelo contrário aprender pode ser um prazer. Estabelece vínculo entre os
indivíduos do grupo e incentiva-os a decidir seus destinos, sendo autores de sua
história.
Filme: A Voz do Coração
Título original: Les Choristes
Direção: Christophe Barratier
Elenco: Gérard Jugnot, Françoais Berléand, Jean-Baptiste Maunier, Jacques Perrin,
Kad Merad, Marie Bunel e Philippe Du Janerand
Roteiro: Christophe Barratier e Philippe Lopes-Curval
Duração: 95 min.
Ano: 2004
Países: França/Suíça
Gênero: romance
Distribuidora: Playarte
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File://C:/Documents and Settings\Administrador\Meus documentos\films sociedade
dos... 27/2/2008
Texto: O filme é idealista, discute a educação com abordagem sensível e romântica,
mostrando que, afeto e conversa podem também ser instrumentos eficientes na sala de
aula, coloca em xeque políticas rígidas de disciplina, já que esta não significa ter
ambiente organizado e disciplinado.
3.3 Proposta de Atividades
Título: Diferentes usos da leitura e da escrita no dia-a-dia
Texto: Para que os alunos percebam que a leitura e a escrita estão presentes no seu
cotidiano e conheçam os diferentes usos da leitura e da escrita nas suas relações
diárias, podem ser trabalhados diferentes tipos de textos: receitas, embalagens, jornais,
revistas, cartas, cartazes, convites, etiquetas, listas, anúncios, instruções de jogos,
textos expositivos e literários, calendários e regras da escola.
Referências:
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba, 2006. ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. Parábola Editorial, 2003 – (Série Aula; 1). Título: Produção de texto: uma atividade para todas as disciplinas
Texto: A produção e revisão de textos pelos alunos podem fazer parte do espaço de
todas as disciplinas, sendo o professor responsável por planejar e revisar a produção
de textos narrativos, dissertativos, poesias, esquemas de textos para estudo, resumos,
registro de experimentos e outros que abordem ou estejam relacionados com os
conteúdos da área em apreciação.
Referências:
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba, 2006. ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. Parábola Editorial, 2003 – (Série Aula; 1).
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Título: Linguagens utilizadas nas diversas situações sociais
Texto: Os alunos precisam diferenciar as linguagens utilizadas nos diferentes tipos de
textos, utilizados nas diversas situações sociais, realizando atividades que envolvam: a
troca de correspondências e/ou e-mails; elaboração de convites e avisos;
desenvolvimento de campanhas de interesse público (cartazes, e/ou folhetos sobre
reciclagem de lixo, alcoolismo, prevenção de DSTs); elaboração de jornal escolar;
produção de programas de rádio ou TV; saraus literários; realização de entrevistas,
debates políticos, abaixo- assinados, cartas com reivindicações a autoridades;
simulação de entrevista de emprego e outras deste gênero.
Referência bibliográfica:
PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para a Educação Básica. Curitiba, 2006. ANTUNES, Irandé. Aula de português: encontro & interação. Parábola Editorial, 2003 – (Série Aula; 1).
3.4 Imagens
Imagem:
Comentário:
4. RECURSOS DE INFORMAÇÃO
• Revista Científica
Título do Artigo: Leitura e Escrita: Sistema de Comunicação Humana
Referência: Autora: Jaqueline Kachinski Brey
E-mail: [email protected] Fone: 42 - 32334656
Orientador: Paulo Ramos
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E-mail: [email protected]
Comentário: Somente uma reflexão constante da prática pedagógica é que poderá ser
capaz de indicar os fatores que levam os alunos a ter dificuldade na leitura e na escrita.
De nada adianta procurar ou definir culpado, muitos têm sido crucificados, mas
nenhuma desculpa tem contribuído para amenizar o problema, nem tampouco resgatar
a motivação dos envolvidos no processo de aprendizagem.
• Periódico
Título do Artigo: Propriedade da Linguagem.
Referência: Fernando Pessoa
Http:/ciberduvidas.sapo.pt/articles.php?rid=633&template=
Acessado em 16/2/2008
Bibliografia: in “A Língua Portuguesa”, edição Luísa Medeiros, Assírio & Alvim, 1997,
Lisboa. – 12/12/19997.
Comentário: Observar as influências estrangeira que a língua recebe: as que são
absolutamente estrangeira, as que, apesar de estrangeiras, são susceptíveis de tomar
forma portuguesa e as que, sendo absolutamente estrangeiras e, portanto
insusceptíveis de nacionalização, correspondem contudo a coisas que convém designar
com vozes portuguesas, e há vantagens em que a recebam, não deixando de perceber
que o nacionalismo é um patriotismo activo.
• Livro
Título: O texto na Sala de Aula – Leitura & Produção
Referência: O texto na sala de aula. Org. /por/ João Wanderley
Geraldi. 2 ed. Cascavel, ASSOESTE, c1984.
Comentário: Nesta obra os autores e o organizador, levam o educador a refletir sobre
a contribuição da lingüística na formação acadêmica e intelectual do professor. É a
partir dela que passa a compreender o fenômeno lingüístico.
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Internet
• Outros
4.2 Notícias
• Jornal da Tarde
Título da Notícia: Qualificar nunca mais
Referência: http://www.crmariocovas.sp.gov.br/noticia.php?it=9140
Acessado em 27/2/2008
Qualificar nunca é demais
O aluno que lê e escreve bem desde cedo tem melhor poder de síntese e
compreende com mais facilidade qualquer disciplina.
Um total de 55% das crianças que terminam a quarta série do Ensino Fundamental sem
saber ler e escrever, segundo dados do sistema Nacional de Avaliação da Educação
Básica (Saeb) 2005. Isso acarreta problemas de interpretação que muitas vezes são
carregados até o ensino Médio. Com a intenção de preparar o educador para que ele
possa melhor desenvolver a capacidade de leitura e escrita em sala de aula, Silvia
Carvalho, coordenadora executiva do Instituto Avisa Lá, elaborou o projeto Além das
Letras.
JT: No que consiste o programa Além da Letras?
Silvia Carvalho: Em apoiar as secretarias municipais para formar os professores na
área de leitura e escrita. Nosso conteúdo é gratuito e pode ser acessado online de
qualquer lugar do Brasil. Uma vez por ano fazemos um seminário e discutimos os
acertos e melhorias aos professores, que por sua vez aplicam o que aprendem com os
estudantes em sala de aula.
O programa atinge todos os Estados e municípios brasileiros, inclusive a Capital
Paulista?
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Não, só os que se cadastraram no nosso site Além das Letras. Não fomos procurados
pela Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, mas cidades como Santos, no
litoral, São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, e Itatiba, no interior, participam.
Dados como o do Saeb mostram que o professor não está tão bem preparado para
alfabetizar?
Não dá para generalizar, mas é sempre necessário reciclar e aplicar novas
metodologias. Isso não só para os educadores, mas em qualquer profissão. Hoje, o
professor mais inexperiente está nas classes de alfabetização, tanto em creches como
no Ensino Médio. Eu acho que deveria ser ao contrário.
Qual a importância de aprimorar a leitura e a escrita dos alunos?
É fundamental porque todas as outras aprendizagens dependem de se ter uma boa
escrita e uma boa leitura. O aluno que lê e escreve bem desde de cedo tem um melhor
poder de síntese e de compreensão de qualquer disciplina.
Que problemas são evitados quando o desenvolvimento da leitura e da escrita é
colocado em prática já na Educação Infantil?
Repetência e evasão escolar, por exemplo. A idade máxima para começar a aprender a
ler é 7 anos e no máximo 8 para escrever. Se você é uma criança de 3 anos que a mãe
lê histórias infantis, sua facilidade de interpretar será maior. Isso aparentemente é
simples, mas faz uma diferença, porque hoje temos alunos do Ensini Médio que não
sabem interpretar nem reconhecer gêneros. Aprender a ler são processos lentos, que a
pessoa vai construindo durante a vida e precisa ser sedimentado para um bom
aproveitamento nas séries iniciais.
Quais métodos são mais apropriados para a assimilação da leitura?
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Todos aqueles que partem do conhecimento prévio da criança. Por isso é importante o
professor reconhecer aquilo que ela já sabe ao chegar à escola. E a partir daí planejar
as interferências didáticas, sempre usando o conteúdo e não a palavra isolada. Se o
professor vai aplicar um ditado ele precisa contextualizar, ou seja, explicar o porquê do
exercício, para não se tornar uma reprodução de frases sem significado nenhum.
Que dificuldades são mais notadas pelos alunos? As deficiências são diferentes em
cada idade?
Os problemas aparecem em qualquer idade e série se na infância o conceito de leitura
e escrita não foi bem trabalhado e sedimentado. O que ajuda muito no desenvolvimento
da criança é a ajuda dos pais. O professor desenvolve suas potencialidades e em sua
casa a família consolida o que foi aprendido.
Qual a melhor maneira de ensinar?
Potencializando a capacidade de criação e a curiosidade da criança. Exercícios
práticos, atividades em conjunto e a troca de experiência são combustíveis para um
bom aprendizado. Sou contra a cartilha. Ela pega a língua escrita e a deixa
enquadrada. O importante é a leitura de algo que entusiasme, porque assim, mesmo
com dificuldade.
http://txt.jt.com.br/editoriais/2007/04/09/opi-1.94.8.20070409.5.1.xml
Comentário: A entrevista esclarece sobre o objetivo do programa Além das Letras.
Tece considerações sobre a avaliação do Saeb, dizendo que realmente o professor
precisa de capacitação. Porém não podemos generalizar dizendo que o professor não
está preparado para alfabetizar. Reflete sobre a importância de aprimorar a leitura e a
escrita, para melhorar o seu poder de síntese e de compreensão das demais
disciplinas. Concluí dizendo que os melhores métodos de alfabetizar são aqueles que
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partem do conhecimento prévio dos alunos, ressaltando a necessidade dos pais
participarem do processo de aprendizagem dos filhos.
• Revista de circulação
Título da notícia: A arte de escrever bem
Referência: Revista Nova escola – dezembro 2006. Ano XXI. Número 198. p.42-45.
www.novaescola.org.br
A arte de escrever bem
Ao ser apresentada aos cordéis, turma de 8ª série toma gosto pela leitura e aprende que a
linguagem falada é rica, mas que a escrita deve seguir a norma culta
DRAWLIO JOCA
Francisca e os alunos com o varal de cordéis: literatura ao alcance de todos
Meus senhores e senhoras,
Que aqui estão presentes
Queiram ouvir um cantor
Que propala simplesmente
Palavras da ignorância
Do tempo de sua infância
Da classe dos inocentes
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professora percebia a dificuldade deles em diferenciar a linguagem popular da linguagem
escrita."Apostei nos poemas de cordel, tão próximos das histórias contadas por pais e avós",
conta. "Ao valorizar a cultura popular, Francisca conseguiu levar a turma a reconhecer e legitimar
o mundo letrado", explica a consultora Heloisa Cerri Ramos (leia mais no quadro). Esses versos
são de Neco Martins, cordelista e cantador. Ou melhor, de Manoel de Oliveira Martins,
fazendeiro que fundou, no fim do século 19, São Gonçalo do Amarante, a 60 quilômetros de
Fortaleza. Nem a origem da cidade nem os cordéis de Neco, reunidos e preservados pela família,
conseguiram impedir que essa tradição perdesse a força com o tempo. Um século depois, no
entanto, a professora Francisca das Chagas Menezes Sousa levou os moradores de Cágado
distrito rural de São Gonçalo onde está localizada a EEF João Pinto Magalhães a procurar entre
seus guardados os antigos livretos. O material se tornou uma preciosa fonte de pesquisa para a
turma de Francisca, que, com o projeto Cordel: Rimas que Encantam, conquistou o título de
Educadora do Ano no Prêmio Victor Civita 2006.
Durante os três meses em que estudaram essa arte, os 45 alunos de 8ª série aprenderam que a
língua falada é diferente da língua escrita e que a variação da fala, tão comum no país, precisa ser
respeitada. Na hora de escrever, no entanto, é necessário seguir uma norma-padrão.
Os alunos de Chaguinha, como é mais conhecida (leia o quadro), tinham dificuldade de inferir as
idéias de um texto e a escrita deles era carregada de marcas da oralidade. Filhos de pais
analfabetos ou semi-analfabetos, não têm em casa incentivo para a leitura. A pro
Em uma roda de conversa, Chaguinha avaliou o que os alunos já tinham ouvido falar sobre cordel
e pediu que eles pesquisassem mais sobre o tema. Como o acervo da escola é pequeno, foram à
biblioteca na sede do município. Lá, encontraram várias publicações que tratam da temática do
projeto e também conheceram obras como O Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna. Um
dos garotos descobriu um livro de Neco Martins, o fundador da cidade, que ninguém sabia ser
cordelista, e outro sobre Patativa do Assaré.
Aos poucos, os mais desconfiados se interessaram pelo tema. "Eu achava que era enrolação. Para
mim, a gente precisava de aula de Português", lembra Francisca Rosiane Barroso Lima, 15 anos.
Mas não demorou para ela perceber que aquilo era aula, sim, e das boas! Ainda mais quando
todos foram ao Centro Vocacional Tecnológico pesquisar na internet. Depois de explicações
josobre o funcionamento dos computadores - a maioria nunca tinha usado -, um mundo de
informações se abriu. Alguns textos, como biografias de autores e vários cordéis, acabaram sendo
impressos para serem estudados depois na escola.
Conversas na comunidade
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Os moradores mais velhos foram outra fonte de informação preciosa sobre o tema. Ao visitá-los,
os jovens conseguiram 30 livretos, copiados e devolvidos aos donos. Em sala ou debaixo das
árvores do pátio, as cópias passavam de mão em mão em animadas rodas de leitura.
com Para que os alunos colocassem em prática todo o conhecimento adquirido, a professora
discutiu eles as características do gênero, incluindo as rimas e a métrica: os versos são escritos
em forma de sextilha, estrofe de seis linhas, cada uma com sete sílabas poéticas, e rimas iguais
nos versos pares. A classe começou a escrever, mas sem fazer a contagem das sílabas.As
produções eram corrigidas, relidas e aprimoradas com a consulta a livros e dicionários." Eu
apontava versos com tamanhos muito diferentes ou rimas feitas com a mesma palavra", diz
Chaguinha.
Durante a produção, ela percebeu que eram mencionados versos contados por familiares ou
conhecidos e sugeriu uma entrevista com uma dessas pessoas, João Evangelista Ferreira dos
Santos, 48 anos. Estudante de EJA na própria escola, ele sabe muitos cordéis de cor e os
declamou para a garotada. A transcrição da conversa foi feita em papel pardo, colado na parede
da classe, e analisada. "Essa atividade é muito útil para compreender que a linguagem escrita não
é a transcrição da fala", explica Heloisa.
Chaguinha teve o cuidado de dizer que o modo de o povo falar não é errado. O Enredo do
Diabo,um dos cordéis declamados por Evangelista, começava assim, na transcrição: "Sexta- fera
da paxão/ U satanás deu um fora/ Tumou um certo distino." No trabalho de adequação para a
linguagem escrita, objetivo de seu projeto, o mesmo texto virou: "Sexta-feira da paixão/ O
satanás deu um fora/ Tomou um certo destino."
Depois dessa etapa, foram exibidos os DVDs de O Auto da Compadecida e de um show de Caju
& Castanha, uma dupla de mestres no coco- de-embolada nordestino, para mostrar diferentes
modos de falar. Para socializar o conhecimento, os jovens organizaram um calendário de
apresentações e recitaram versos para os colegas de outras salas, que aguardavam ansiosos a troca
de idéias. Quem queria podia apreciar os textos expostos no mural da escola. Depois, foi a vez de
os moradores da vizinhança receberem a visita dos novos escritores, numa atividade batizada de
cordel ambulante.
Muita produção textual
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Os alunos partiram para a produção de um cordel coletivo sobre um colega que havia se afogado
num rio. Após consultar a família para pedir autorização, eles foram em busca de mais
informações sobre Nascélio Lima, 17 anos. Em dois dias de empolgação e lágrimas, surgiram
versos como estes: "Essa é uma real história/ Que São Gonçalo abalou/ Tragédia de um
estudante/ Que em um rio se passou/ Na localidade de Cágado/ Muita tristeza deixou".
A última etapa do trabalho envolveu a escrita de cordéis em duplas. Os temas eram variados:
mitos e histórias contadas pela comunidade ou temas atuais, como as diferenças entre um menino
feio e um bonito. Corrigidos os textos, a meninada começou a produção das ilustrações. Como
forma de substituir as tradicionais xilogravuras, Chaguinha ensinou a fazer carimbos com EVA.
As capas eram grampeadas nos livros, que depois, como manda a tradição, terminaram presos em
varais.
No fim do trabalho, a escola organizou uma noitada de cantorias. Em uma praça iluminada por
lampiões e uma grande fogueira, a turma montou barracas com comidas típicas e expôs suas
produções. A comunidade leu os livretos, ouviu os jovens declamando versos e artistas locais
apresentando emboladas, repentes, e como não poderia deixar de ser, muitos cordéis. A
professora ainda comandou uma noite de autógrafos.
A avaliação do trabalho foi feita por meio de um portfólio, com as produções e os relatórios
mensais redigidos pelos alunos. "Assim, eles e eu percebíamos avanços na adequação do
vocabulário, na concordância, na paragrafação e na ortografia", diz Chaguinha. Suas impressões
também eram colocadas em relatórios. "Com o aumento da leitura, eles passaram a escrever e a
falar melhor e a se interessar mais pelos livros." Trecho do relatório de Ednardo Evangelista
Batista, 14 anos, dá uma amostra do sucesso do projeto: "Agora, sempre procuro, na nossa
biblioteca, livros sobre outros temas, poesias, romances e revistas".
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Amor, morte e decepção: temas dos livretos ilustrados com carimbos de EVA
Palavra da consultora Raízes que levam ao mundo letrado
A consultora Heloisa Cerri Ramos, formadora de professores de São Paulo, foi a responsável pela
seleção do trabalho de Francisca entre os inscritos na nona edição do Prêmio Victor Civita
Educador Nota 10. O grande mérito do projeto - que deu a Chaguinha o título de Educadora do
Ano de 2006 -, de acordo com ela, é partir das origens da comunidade, que ganharam valor pelas
mãos da professora. "Ela percebeu que os alunos traziam para seus escritos a influência da
linguagem oral, emprestada das cantorias, histórias e falares dos pais e avós", conta. Por meio do
cordel, tão próximo ao universo local, os estudantes se abriram para o prazer da leitura e, dessa
forma, se aproximaram da linguagem escrita. Chaguinha pode fazer a turma ir além, segundo
Heloisa, usando a mesma metodologia aplicada no projeto, baseada no conhecimento da classe,
em modelos, na prática e em comparações. "Assim, é possível explorar outros gêneros, como
conto, fábula, lenda, romance e suspense", explica a consultora. O fato de os estudantes não
terem proximidade com esses tipos de leitura não atrapalha a atividade. Cabe ao professor
desenvolver a familiaridade. O tema ou o local da história podem atrair a moçada.
1 - Pesquisa
Depois de avaliar o que os alunos sabiam sobre cordel, a professora foi com eles à sede do
município para uma pesquisa. Visitaram a biblioteca e o Centro Vocacional Tecnológico - onde
acessaram a internet pela primeira vez. Entre muitos autores, Patativa do Assaré foi o preferido.
2 -Roda de leitura
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Para ampliar os conhecimentos sobre o tema, a garotada fez uma pesquisa na comunidade,
reunindo 30 antigos cordéis, que foram copiados e devolvidos aos moradores. Em sala, as cópias
passavam de mão em mão em animadas rodas de leitura.
3 - Primeira produção
Trabalhadas as características do gênero, Chaguinha pediu aos estudantes que escrevessem
cordéis. Na hora da correção, mostrou para Francisca Rosiane Barroso Lima, por exemplo, que o
segundo verso não estava rimando com o quarto.
4 - Falar e escrever
A turma foi entrevistar moradores, como João Evangelista Ferreira dos Santos, que sabia muitos
cordéis. A conversa, gravada e transcrita, serviu para o estudo das diferenças entre linguagem
falada e escrita.
5 - Cordel ambulante
Todo o trabalho foi socializado. Os jovens recitavam os versos antigos e os produzidos por eles
para os colegas de outras séries, que ficavam encantados. Animados, eles passaram a visitar as
casas, fazendo a leitura para os moradores.
6 - Versos coletivos
Os alunos sugeriram a produção de um cordel coletivo sobre um colega que havia se afogado
num rio de São Gonçalo. A família autorizou o trabalho e deu mais informações. Em dois dias, os
versos ficaram prontos.
7 - Como manda a tradição
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O trabalho continuou com a produção de cordéis em dupla. Os textos, discutidos, corrigidos e
aprimorados, ganharam capas ilustradas pelos próprios jovens. No lugar da tradicional
xilogravura, Chaguinha ensinou a garotada a fazer carimbos com EVA.
8 -Noitadas de cantoria
O projeto foi encerrado com uma grande festa para a comunidade. Cantadores convidados
animaram o evento, com repentes, emboladas e, é claro, muitos cordéis.
Quem é Francisca Francisca das Chagas Menezes Sousa tem 29 anos, é casada e tem dois filhos. Nascida no Piauí,
foi para o Ceará aos 4 anos, mas sempre voltava nas férias para a casa do avô, que a aguardava
com uma caixinha cheia de cordéis. Analfabeto, gostava de ouvir a neta lendo os versos em voz
alta. "O gosto por essa literatura vem daí", admite Chaguinha, que, depois de formada em
Magistério, fez o curso de Pedagogia no campus avançado da Universidade Estadual do Vale do
Acaraú, em São Gonçalo do Amarante, e está concluindo uma pós-graduação em Psicopedagogia.
Nos dez anos de profissão, já lecionou em creche, para turmas de 1a a 4a série e há oito anos para
as de 5a a 8a. Atualmente, dá aulas de Língua Portuguesa, Arte e Geografia nos três períodos e
ainda acumula a presidência do Conselho Escolar.
Estudar cordel
Aprimora a escrita ao permitir a reflexão sobre a diferença entre a língua falada e a escrita.
Aproxima os alunos da cultura popular.
Incentiva o gosto pela leitura.
Quer saber mais?
CONTATO
EEF João Pinto Magalhães, R. Tarcísio Faustino, 3, 62670-000, São Gonçalo do Amarante, CE,
tel. (85) 3372-0059
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BIBLIOGRAFIA
Cordel, Neco Martins, 157 págs., Ed. Hedra, tel. (11) 3097-8304, 18 reais
Comentário: A reportagem apresenta o projeto em oito etapas para promover o resgate
cultural da literatura de cordel, aprimorando a escrita ao permitir a reflexão sobre a
diferença entre a língua falada e a escrita, aproximando os alunos da cultura popular
como forma de incentivar o gosto pela leitura.
4.3 Destaques
Título: Desenvolvimento Psicomotor e Aprendizagem Escrita
Referência: http://www.ppe.uem.br/publicacao/sem_ppe_2004
Texto: disponível no endereço eletrônico
Comentário: Uma pesquisa científica sobre a importância do desenvolvimento
Psicomotor no processo de aprendizagem.
4.4 PARANÁ
Título: A escola em xeque
Essa semana todas as escolas estaduais passaram pela prova Brasil, evento realizado
pelo MEC em conjunto com os NRE que avalia não somente o aluno, mas todo o
processo ensino-aprendizagem e todos os agentes que dele fazem parte. O que me
chama a atenção é ao mesmo tempo em que prega uma política de abertura onde os
alunos devem ser avaliados de forma subjetiva pelo professor e ser aprovado mesmo
que para isso não tenha os requisitos mínimos o Estado enquanto gestor da educação
aplica uma prova, no conceito mais arcaico da mesma, pra avaliar o ensino. Não
consigo entender! O aluno não deve reprovar, mas tem que aprender e se ele não
aprende a culpa é da escola, dos professores, do papa... menos daqueles que detém
real culpa. O problema da educação não está somente na escola em nos professores,
embora tenhamos sérios problemas nesses itens eles são pontuais e localizados e não
representam a maioria. O grande problema, não somente da educação, mas do mundo
é a falta da família. Hoje em dia temos a impressão que a única função do pai é cuspir
um filho no mundo e da mãe é abrir as pernas e parir. A grande maioria dos pais nem
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querem saber o que seus filhos fazem na escola desde que dêem sossego a eles, seus
progenitores irresponsáveis, e lhes possibilitem algumas horas de tranqüilidade e paz.
Enquanto isso, nós os professores-babas ficamos com a função de educar essa prole
sem pais e sem mães... a grande culpada de todos os males sociais hoje é a família, ou
seja, a falta dela!"
cesar eduardo pinheiro, londrina - 20/11/2007
Texto: Existe uma preocupação constante por parte dos envolvidos no processo
educacional em defender-se e/ou apontar um possível culpado, pelo fracasso escolar.
Porém, na realidade o mais importante e porque não dizer, o necessário seria unirem-
se para buscar reais possibilidades de mudança, já que todos são protagonistas e
atores desta história.
Referência:
http://www.bond.com.br/bondenews/bondenewsd.php?oper=opiniao&prox_x=31