Curso superior de teologia à distância 3
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CURSO SUPERIOR DE TEOLOGIA À DISTÂNCIASeminário Teológico Dom Egmont Machado
Krischke – SETEKRôde Laco Gonçalves Hartwig
Disciplina:
Psicologia Pastoral
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Psicologia Pastoral
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Psicologia da Religião
Definição:
Psicologia da religião é o estudo do fenômeno religioso doponto de vista Psicológico, ou seja, é o estudo científico e demétodos da psicologia ao estudo científico do comportamentoreligioso do homem, quer como indivíduo, quer comomembro de uma comunidade religiosa. Nessa definição o“comportamento religioso”, refere-se a qualquer ato ouatitude, individual ou coletiva, pública ou privativa que tenhaespecífica referência ao divino ou sobrenatural. Obviamente,esse divino ou sobrenatural é definido em termos de fé pessoalde cada indivíduo.
Psicologia Pastoral
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História da Psicologia da Religião
Apesar do esforço de alguns de enquadrar a
Psicologia da Religião no campo geral da Psicologia
Científica, ainda existem certas barreiras que
impedem tal relação mais íntima. Na proporção
porém, em que melhores métodos de pesquisas
forem introduzidos no estudo Psicológico do
fenômeno religioso, a Psicologia da Religião
desfrutará status acadêmico mais favorável.
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O Fenômeno Religioso
Ao Psicólogo da Religião interessa não somente o
fato de que todas essas culturas se encontram formas
de comportamento religioso, mas também o fato
singular de que, apesar das grandes diferenças
quanto às crenças e práticas dos vários seguimentos
e de povos, há muitas similaridades entre elas, o que
surgere a existência de um fator comum à
experiência religiosa de todos os homens.
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Definição de Religião
Para Êmile Durkheim, Religião é um fato
essencialmente coletivo. Diz ele: “Religião é um
sistema unificado de crenças e práticas relativas a
coisas sagradas, isto é, a coisas separadas e proibidas
– crenças e práticas que unem, numa comunidade
moral, chamada Igreja, a todos aqueles que a elas
adorem”.
Psicologia Pastoral
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Origem da Religião
Os estudos de antropologia cultural, parecem
indicar que expressões religiosas existem
praticamente em todos os níveis de civilização.
A Religião, portanto, nasceu como o próprio
homem, pode se dizer que a Religião é tão pré
histórica quanto o homem o é.
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A Experiência Religiosa
Há vários tipos de experiências Religiosas e
todas elas podem ser conceituadas como respostas a
diversos estímulos.
A Psicologia encarrega-se de determinar o
limiar da consciência de determinadas realidades, ou
seja, o ponto em que o organismo se torna sensível a
essa realidade.
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Comportamento Religioso
Comportamento Religioso é qualquer
ato ou atitude que tem referência específica ao
divino ou sobrenatural.
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Interpretação Psicológica do
Fenômeno ReligiosoVárias teorias, desde então, tem surgido como
tentativas de interpretação do fenômeno religioso.
Estudaremos as que considera-se como as
mais relevantes no nosso convívio.
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Interpretação Psicológica do
Fenômeno Religioso
a) Para Freud, a religião nada mais é do que aprojeção infantil da imagem paterna. Ela é umailusão, não porque seja má em si, mas porquetende a levar o homem a fugir de sua realidadee contingência humana.
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b) Para Jung, a experiência religiosa resulta doinconsciente coletivo, que por sua vez, écomposto de energia dinâmicas e de símbolosde significação universal.
A experiência religiosa é fundamental aofuncionamento harmonioso do psiquismo eajuda o homem a compreender realidades douniverso que não podem ser conhecidas deoutras maneiras.
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Interpretação Psicológica do Fenômeno Religioso
1. Para Allport, a experiência religiosa é algo
essencialmente pessoal, sujeito às leis de evoluçãopsicológica, e seu aspecto intelectual é mais importantedo que emocional.
A religião é fator importantíssimo na integração dapersonalidade. Ele diz que religião é o esforço do homempara unir-se à criação e ao Criador com o fim de ampliare completar sua própria personalidade.
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2. Para Anton Boisen, a experiência religiosatem basicamente a mesma dinâmica daesquizofrenia. Diz ele, que tanto aesquizofrenia como a experiência religiosa sãoprofundas tentativas à integração do “eu”.Quando a personalidade se vê ameaçada aoponto de sua desintegração, equivale a buscapela religião.
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Evolução da Experiência ReligiosaA evolução da experiência religiosa está sujeita
aos mesmos princípios gerais da evolução psicológica
do homem, visto que religião não é mero apêndice à
vida, porém parte integrante e vital da
personalidade.
Em cada fase da vida do homem, a religião tem
características típicas e cumpre determinadas
finalidades ou propósitos e proporções.
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Fé e Dúvida
O psicólogo não discute a lógica da fé,
sua ou sua veracidade.
Cabe-lhe apenas a tarefa de estudar como
se forma, como se desenvolve e que funções
desempenha na vida do indivíduo.
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Fé Religiosa
O estudo psicológico da fé religiosa é,
entretanto, extremamente complexo, porque é muito
difícil verificar se determinado indivíduo tem ou não
fé religiosa.
A maneira mais óbvia de se saber se um
indivíduo tem fé religiosa, apesar de todos os seus
defeitos como método de pesquisa, é perguntar ao
próprio indivíduo.
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A Dúvida ReligiosaIntimamente ligado ao problema da fé está o
problema da dúvida religiosa. A dúvida é parteintegral do desenvolvimento religioso do homem,bem como de todo o processo evolutivo de suapersonalidade. A dúvida, como atitude resistente,pode levar o homem à indiferença e ao desespero,que constituem obstáculos a qualquer açãoconstrutiva e tornam impossível osempreendimentos criadores.
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Conversão ReligiosaEstudo Psicológico da conversão religiosa é, de
fato, o marco inicial dos estudos de psicologia dareligião em sua versão moderna e contemporânea.Há pelo menos duas razões para que assimacontecesse. Em primeiro lugar, o início dos estudosdos fenômenos religiosos, em bases mais empíricas,coincide historicamente com os grandes movimentosde avivamento religioso e a grande ênfase namudança de vida causada pelo poder do evangelho.
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O Processo de conversão ReligiosaO processo da conversão religiosa parece ter certas
características comuns. Não importa qual seja a religião dohomem, sua conversão é, ordinariamente, marcada por certosestágios bem definidos. Quase todos os autores que estudam ofenômeno da conversão religiosa, reconhecem pelo menos trêsestágios fundamentais:
1. O período da inquietação;
2. A crise propriamente dita;
3. O período de paz que segue a “ solução” do problema espiritual.
Drakeford, acrescenta a esse um quarto período, isto é, aexpressão concreta dessa experiência através da vida e docomportamento do indivíduo.
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O período de Inquietação
Nesse período o indivíduo reconhece
que algo lhe está faltando e ele mesmo toma a
iniciativa em procurar a solução para o seu
problema.
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A Crise propriamente ditaDescrevendo essa fase, Clark diz que, sem a
interferência de um estímulo exterior, de repente,algo extraordinário acontece – uma grandeiluminação, um sentimento de que os problemas davida foram todos resolvidos. Por exemplo: Agostinholê um texto bíblico e, de repente, sente-se uma novacriatura. Tagore, ao ouvir a interpretação de umartigo Upanisbad, sente o bálsamo divino cair sobresi.
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Período de Paz e Harmonia Interior
Clark diz que, na proporção em que a emoção
do momento climático se desvanece, o indivíduo
começa a experimentar alívio, paz e harmonia
interiores. As dúvidas cessam momentaneamente. O
homem nota que tem fé, sente que está unido a Deus,
que seus pecados foram perdoados, seus problemas
foram resolvidos, que está salvo.
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Maturidade ReligiosaMaturidade religiosa implica na convicção da
existência de um Ser Supremo e de ideias básicas
sobre a vida e o universo. Essa convicção dá
suficiente sentido à vida do homem e o leva a um
comportamento moral consistente com sua filosofia
de vida e suas crenças religiosas.
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Maturidade Religiosa
Finalmente, a maturidade religiosa
caracteriza-se pela capacidade de amar o próximo,
de ser humilde, de ser criativo, de ajustar-se
socialmente e de ser consagrado aos objetivos
supremos da vida como concebidos pelo indivíduo.
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Oração e AdoraçãoA oração é uma das experiências religiosas mais
comuns entre os homens. Heiler, afirma que a oraçãoé o fenômeno central da religião e a perdafundamental de toda piedade. Ele cita Lutero,quando diz que a fé nada mais é do que oração. Aoração é, de fato, o elemento central docomportamento religioso. A prática da oração é,talvez, o índice mais seguro da religiosidade de umapessoa.
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Oração
Heiler falando sobre o conteúdo da
oração primitiva, diz que são estes os
seus elementos constitutivos.
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Invocação
A invocação do nome do ser divino e seus
atributos pessoais é o primeiro elemento de toda
oração.
A pessoa que ora sem uma frequência, invoca
a presença de seu Deus com frases exclamativas,
como “Ouve-me!”, “Ouve-nos!”, “Ouve a nossa
voz!”, ou “Ouve a nossa súplica!” , ou ainda
outras frases que expressam apelo de respostas.
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Queixa ou Pergunta
Muitas vezes a oração primitiva é uma
espécie de protesto ou uma pergunta que
revela a insatisfação do homem com a
divindade a quem ora.
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Petição
Petição é o elemento central da oração.
O homem primitivo ora quase
exclusivamente por coisas úteis ou que contribuam
para a sua felicidade pessoal.
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Intercessão
A preocupação com o bem-estar dos demais
membros da tribo leva o homem primitivo a
interceder por eles.
Esse estágio da oração é realmente elevado e
não muito frequênte entre o chamado homem
primitivo.
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Meio de Persuasão
O homem primitivo tenta, por meio da oração,
convencer a divindade de que deve favorecê-lo.
Uma das maneiras por que tenta persuadir a
divindade é alegando a sua própria perfeição
moral. “ Tem misericórdia de mim!” é uma forma
comum de persuasão na prece.
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Ação de GraçasÉ o conhecimento não apenas verbal, mas
também expresso de vários modos, de que tudo
provém das mãos de Deus.
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Motivo da Oração
Seja qual for o motivo por que a pessoa ora e
sejam quais forem as reais possibilidades de uma
relação com o transcendente, através da oração, o
fato é que ela produz grandes efeitos psicológicos
sobre a pessoa que ora.
Psicologia Pastoral
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Adoração
Adoração é a expressão, quer espontânea,
quer formal, daquilo que o homem sente e faz
quando na presença do Sagrado.
No dizer de Stolz, a essência da adoração
consiste em criar ou intensificar uma atitude de
reverência.
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Adoração
A procissão tem por objetivo a aproximação de
Deus.
A invocação tem por objetivo o reconhecimento
e estabelecimento de uma relação pessoal mais
íntima.
Não pode haver adoração sem que o homem
reconheça que o objeto a ser adorado está ao
alcance de sua voz e que com ele deseja dialogar.
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Adoração
Música religiosa é outra maneira interpessoal
no ato da adoração.
Através do hino, da poesia e dos salmos, a
alma eleva-se a Deus.
A música e a poesia prestam-se
admiravelmente bem à expressão de ação de
graças e de louvor.
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Adoração
Cada ato de adoração tem significado especial
para a pessoa que adora. Este significado, muitas
vezes, não é percebido pelo indivíduo “de fora”.
Se alguém quiser compreender um ato de
adoração, terá que tomar-se participante, pois de
outra maneira jamais poderá compreendê-lo.
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Confissão e Purificação
Através da confissão, como parte do ato deadoração, o homem consegue a purificação de seuespírito e a renovação de sua vida.
O rito de purificação é muito usado pelosjaponeses, egípcios, gregos, hindus e outros.
Entre os celtas, romanos e persas, o fogo erauma energia purificadora.
O rito batismal entre os cristãos é uma formade purificação.
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Misticismo Religioso
A experiência mística é um dos elementoscentrais da vida religiosa.
Podemos dizer que em toda experiênciareligiosa profunda há um elemento de misticismo.
Adotamos aqui a definição de misticismodada por Pratt, que diz: “Misticismo é a senso-percepção de um ser de uma realidade através demeios que são os processos cognitivos específicosou o uso da razão.”
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Misticismo Religioso
Há dois tipos básicos de misticismo:
1. Ativo: O homem procura, através de danças,
músicas, jejuns, drogas, etc..., atingir o infinito;
2. Responsivo: O homem simplesmente se dispõe a
receber a visitação divina.
Especificamente, o místico é uma mistura dos
dois tipos, havendo apenas a predominância de
um dos elementos.
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Vocação Religiosa
A vocação religiosa é um dos aspectos maispessoais da experiência espiritual do homem.
Geralmente, a maneira como o indivíduo sededica à vocação religiosa reflete a intensidade desua experiência com Deus.
Num sentido muito geral, podemos dizer quetodo indivíduo que professa uma fé pessoal temuma vocação religiosa, pois a fé é o modo pelo qualo homem responde ao estímulo do transcendente.
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Religião e SaúdeA relação cada vez mais estreita entre o psiquiatra e
o ministro religioso é um atestado do reconhecimentode que a religião desempenha importante papel nodesenvolvimento da personalidade e pode constituir-sefator primordial no equilíbrio de suas funçõespsíquicas.
O ministro de religião é hoje parte integrante daequipe de saúde, nos grandes hospitais e clínicas,especialmente nos Estados Unidos, onde o movimentofoi iniciado, graças ao extraordinário trabalho deAnton Boisen.
Psicologia Pastoral