CURIOSIDADE Games · 2014-11-11 · Volkswagen, entre vários outros. Batizado de Estudo do Meio, o...

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2º Semestre • 2014 | 14ª edição A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão. BAGAGEM CHEIA CURIOSIDADE Games podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada. DIA A DIA Saiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.

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2º Semestre • 2014 | 14ª edição

A um passo da universidade e do mercado de trabalho, Ensino

Médio Marista foca nos processos seletivos e na formação do cidadão.

A um passo da universidade e

BAGAGEM CHEIA

CURIOSIDADEGames podem ser fortes aliados no desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças e adolescentes, basta usá-los da forma adequada.

DIA A DIASaiba como as aulas imersivas transformam teoria em prática, potencializando o aprendizado do aluno.

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O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, viven-ciam e disseminam importantes va-lores humanos e cristãos com o com-promisso de promover e defender os direitos das crianças e dos jovens. Faz parte do jeito Marista a busca constante por excelência. Na área da

educação, da escola à universidade, formamos pessoas e trazemos resul-tados comprovados. Em atividades nas áreas de saúde e comunicação, levamos sempre a melhor qualidade para públicos de diferentes condi-ções e necessidades. Em todas essas áreas, a ação social está presente

com iniciativas alinhadas ao posicio-namento institucional, mas também atuamos diretamente, por meio de uma ampla rede de solidariedade. Bons valores e excelência. Nossa missão é proporcionar essa combinação única para a construção de um mundo melhor.

Combinação única de bons

valores e excelência.

14ª Edição | 2º Semestre 2014

PeriodiCidade Semestral

ediÇÃodiretoria de Marketing e Comunicação do Grupo MaristaEduardo Correa e Vivian Lemos

redaÇÃo

Jornalista responsável: Rulian Maftum / DRT Nº 4646

Supervisão: Maria Fernanda Rocha (Lumen Comunicação)

edição de arte: Julyana Werneck

ProJeTo GrÁFiCoEstúdio Sem Dublê | semduble.com

CaPa Débora Gouveia, estudante do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)

FoTo de CaPa Gilberto do Rosário

© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.

reviSÃo Lumos | Bureau de Traduções

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SUPerior ProvinCiaLIr. Joaquim Sperandio

PreSidenTe do GrUPo MariSTaIr. Delcio Afonso Balestrin

SUPerinTendenTe exeCUTivo do GrUPo MariSTaPaulo Serino

direTor da rede de CoLéGioSIr. Vanderlei Siqueira dos Santos

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Colégio Maristinha Pio xii - educação infantil e 1º ano do ensino FundamentalSGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF CEP 70200-690 | (61) 3442-9400

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44 Confira dicas de sites, revistas, filmes e programas

de TV indicados pelos professores dos Colégios Maristas.

essência

38 Irmãos Maristas comentam sobre a formação integral,

cujo objetivo é formar cidadãos preparados para todas as provas da vida.

8 nos Colégios Maristas os

alunos recebem, além do preparo para o vestibular, subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento crítico.

14 Fabio Viviurka Correia nos conta como o Circuito Projeto de Vida

está acontecendo nos Colégios Maristas e quais são os benefícios que o projeto pode trazer aos alunos envolvidos.

5 Atenta aos novos anseios e pensamentos dos jovens de hoje,

a educação Marista foca em formação integral, de forma a contribuir para as futuras decisões dessa geração.

capa

dia a dia

6 Conheça algumas iniciativas de atividades práticas que

enriquecem a construção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula.

solidariedade

40 Na tentativa de assegurar os direitos da criança, Rede

Marista de Solidariedade assume creche da Penitenciária Feminina do Paraná.

como fazer

42 Saiba o que fazer quando o temido vilão bullying está à

nossa volta.

curiosidade

50 Antes considerados ameaçadores e perigosos,

games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidades.

diversão

46 Além de muito divertida, a arte circense pode

proporcionar aos alunos o desenvolvimento motor, a convivência e o trabalho em equipe.

olhar

48 A psicóloga Marina Vasconcellos propõe a

reflexão de um assunto polêmico. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?

1ª impressão entrevista

índiceseu colégio

17 Confira as matérias

elaboradas exclusivamente para o seu Colégio.

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índice

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Quem nunca perguntou a uma criança o que ela quer ser quando cres-cer? Muitas, espontaneamente, nos fa-lam sobre as diversas possibilidades que surgem em suas mentes criativas: bailarinas, bombeiros, mágicos, astro-nautas e tudo mais que a imaginação fértil permitir.

Quando nossos jovens entram no Ensino Médio, talvez um pouco antes, a mesma pergunta ganha uma roupa-gem mais adulta: “Você já escolheu a profissão que vai seguir?”. É nessa fase que uma grande responsabilidade re-cai sobre os ombros dos estudantes – a escolha da carreira. Como se não bas-tasse essa dúvida, ainda acumula-se a pressão pelos bons resultados em pro-vas como Enem e aprovação nos vesti-bulares mais concorridos.

O que por si só já parecia complica-do, agora ganha novos elementos com a mudança de perfil das novas gera-ções. Os nascidos a partir da década de 1990 não enxergam o futuro como um cenário de escolhas únicas, em que precisam se decidir entre uma profis-são ou outra. A lógica mudou e, agora, eles pensam em atividades paralelas, em fazer uma coisa e muitas outras si-multaneamente.

Com esse novo comportamento, é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas. Os professores e gestores dos Colégios Maristas têm essa preocupação em to-das as fases da educação, promovendo

atividades que contribuam com a for-mação acadêmica, mas também hu-manista, social e transcendental. No Ensino Médio, esse trabalho continua. A excelência na aprendizagem, que iniciou na Educação Infantil e prolon-gou-se no Ensino Fundamental, é con-tinuada nesse segmento. A preparação dos alunos para os testes e as provas que precisarão enfrentar, já iniciada nas séries anteriores, agora recebe no-vos contornos, sem que, no entanto, se deixe de lado o justo equilíbrio entre excelência acadêmica e formação de valores. Essas duas tarefas tão impor-tantes são o tema de capa desta edição da revista Em Família Marista.

As boas notas obtidas por nossos alunos anualmente no Exame Nacio-nal do Ensino Médio e os altos índices de aprovação nos principais vestibula-res mostram que estamos estruturados para prepará-los para esses desafios. Porém, prepará-los para obter o suces-so almejado somente nessa fase não representaria nosso jeito Marista de educar. O que esperamos é formar ci-dadãos éticos e íntegros que alcancem seus objetivos por toda a vida.

E nessa perspectiva de formação in-tegral, estamos cada vez mais preocu-pados em trabalhar com nossos alunos não somente a profissão que querem seguir, mas ajudá-los na construção de um projeto maior. Um meio para isso, é “Circuito Projeto de Vida”. No site cir-cuitoprojetodevida.com.br, os estu-dantes encontram um conteúdo com a linguagem deles, que tem o objetivo de

ajudar os jovens a descobrir o que eles realmente esperam da vida e como po-dem caminhar rumo à conquista de seus objetivos. Ao pensar o estudante na sua inteireza e propor aprendiza-gens conectadas com a vida, a Educa-ção Marista quer formar cidadãos éti-cos, justos e solidários para a transformação da sociedade, por meio de processos educacionais fundamen-tados nos valores do Evangelho.

Educação Marista, formação integral para a vida

ir. vanderlei Siqueira dos Santos

Diretor Executivo da Rede Marista

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[...] é papel da escola estar atenta às novas expectativas dos jovens e pensar na melhor forma de ajudá-los a tomar as melhores decisões para as suas vidas.

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Qual é o aluno que não gosta de sair de sala por algumas horas e participar de atividades práticas em ambien-tes diferentes daquele em que passa a maior parte do tempo? No entanto, mais do que simplesmente oferecer novos ares e – muitas vezes – oportu-nidades de relaxar um pouco do con-teúdo das disciplinas, as aulas externas e atividades práticas são uma excelen-te forma de reforçar o aprendizado e proporcionar novas experiências aos estudantes das mais variadas faixas etárias. Na Rede Marista, são várias as iniciativas que propõem tirar os alunos da sala de aula sem afastá-los dos con-teúdos previstos.

O Colégio Marista Glória, de São Paulo (SP), organiza um projeto que envolve quase todas as turmas – até a 3ª série do Ensino Médio –, e levan-do os alunos para saídas pedagógicas com atividades interdisciplinares re-lacionadas aos assuntos abordados dentro de sala. Cada turma (à exceção do Infantil 3 e da 3ª série do Ensino Médio, que fazem apenas uma saída) vai a dois locais por ano e nenhuma série repete o destino visitado. Em 2014, alguns dos roteiros envolveram o Museu da Língua Portuguesa, o Ins-tituto Butantan, o Teatro Municipal de São Paulo, o MASP e a fábrica da Volkswagen, entre vários outros.

Batizado de Estudo do Meio, o pro-jeto passa por três etapas. Primeiro, os alunos são contextualizados so-bre o local que será visitado. Depois, já no destino, eles recebem uma aula prática e, para finalizar, preparam um trabalho apostilado sobre o conteúdo aprendido na visita, sendo que o tema também pode ser utilizado em ques-tões de provas. Segundo Keila Castro, coordenadora do Núcleo Cultural do Marista Glória, a vivência é o principal ponto positivo ofertado pelas ativida-des práticas.

“Ver, ouvir e presenciar fixa muito mais o conteúdo do que somente ler sobre aquilo. As experiências vividas nas aulas práticas, fora da sala de aula, são momentos de grande aprendizado e que os alunos poderão levar para a vida inteira. Essas aulas práticas não são apenas passeios, mas sim parte fundamental do aprendizado, em que são cobradas até presença e nota. Mas o mais importante é que os estudan-tes têm uma grande oportunidade de enriquecimento cultural em cada uma dessas saídas”, opina Keila.

A declaração da coordenadora é validada pelos alunos da 3ª série do Marista Glória. Mariana Alves Dainese e os irmãos gêmeos Eduardo e Fábio Rodrigues Murad Cassiano se prepa-ram para o vestibular no fim do ano e

Atividades práticas auxiliam

o aprendizado e oferecem diversas

vantagens para as mais variadas faixas etárias de

estudantes

Por Mahani Siqueira

Mão na massavisita à cidade de Santos preparou os alunos da 3ª série do ensino Médio do Maris-ta nossa Senhora da Glória para o vestibular.

alunos do Marista Paranaense têm diversas aulas com atividades práticas e tarefas nada convencionais.

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asseguram que a experiência de ter visitado a cidade de Santos fez mui-ta diferença na hora dos estudos e, principalmente, caso o assunto este-ja presente nas temidas provas.

“Eu acho importante sair um pouco de sala para poder ver de per-to tudo aquilo que os professores e os livros nos contam. Em Santos, fo-mos a museus, conhecemos o bon-dinho da cidade e pudemos presen-ciar vários detalhes de um assunto que estávamos estudando no Colé-gio”, comenta Mariana, seguida por Fábio, que não hesita quando per-guntado sobre a confiança no tema para o vestibular. “Se cair algo rela-cionado a Santos, eu já tenho gran-des chances de acertar, porque vou me lembrar da viagem e de tudo que aprendemos”, completa o estudante.

Coordenadora pedagógica do Co-légio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS), Marta Gonzatto vê as experiên-cias práticas como fundamentais no processo educacional. Segundo ela, as atividades enriquecem a constru-ção do conhecimento e tornam visível a integração entre os aprendizados de dentro e de fora da sala de aula. Ela reforça, ainda, que a compreensão de diferentes temas pode ser facilitada com a elaboração de aulas que não se limitam às salas e aos quadros negros.

“O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhe-cer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendi-

mento. O professor pode estimular a curiosidade proporcionando a cons-trução do conhecimento de maneira descontraída e momentos de socia-lização. Assim, a compreensão e o estabelecimento de relações são po-tencializados”, afirma Marta.

A coordenadora pedagógica res-salta, no entanto, que o professor deve ter bem definido o objetivo e o planejamento pedagógico para que qualquer atividade prática seja coe-rente com os estudos que pretende desenvolver. Ela também indica que é importante preparar experiências condizentes com as habilidades exi-gidas na disciplina e que estejam de acordo com a faixa etária dos estu-dantes. “É importante que o profes-sor conheça o espaço e as possibili-dades que ele pode gerar, levando em consideração o fator segurança. Esses cuidados poderão permitir que a prática faça maior sentido e traga resultados mais significativos para os estudantes”, completa.

No Colégio Marista Paranaense, de Curitiba (PR), são várias as ativi-dades práticas oferecidas aos alunos, tanto dentro quanto fora da escola. Além de visitas a museus, usinas de reciclagem, aterros sanitários e ci-dades do litoral paranaense e catari-nense, os estudantes podem fabricar sabonetes, vivenciar experiências sensoriais de degustação e manipu-lação de alimentos e até participar da produção de queijo e achocolatados. Para a coordenadora psicopedagógi-ca do Colégio, Neiva Pinel, as práti-cas só têm vantagens a oferecer.

“São experiências muito significa-tivas para os alunos. Nelas, além de aprenderem conteúdos acadêmicos e de terem acesso à tecnologia de úl-tima geração, eles interagem com o meio, atuam com mais autonomia e responsabilidade, amadurecem as relações sociais, aprendem a fazer uma leitura mais ampla dos contex-tos culturais e, por meio da observa-ção, constroem conhecimento, senso crítico e posicionamento político diante das realidades encontradas”, finaliza Neiva.

O aprendizado é um todo que abarca o que está fora da sala de aula e o que se deseja ensinar em classe, tudo faz parte do processo de conhecer o mundo. Assim, os estudantes podem ver na realidade as coisas que estudam, facilitando o entendimento.Marta GonzattoCoordenadora pedagógica do Colégio Marista São Luís, em Santa Cruz (RS)

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viagens ao litoral são alguns dos programas mais aguardados pelos estudantes do Marista Paranaense.

o Museu da Língua Portuguesa foi o destino escolhido para as atividades da 2ª série do ensino Médio do Marista nossa Senhora da Glória.

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Ensino Médio focado nas provas da vida

Eu me vejo como uma cidadã que se preocupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas.débora GouveiaAluna da 2ª série do Ensino Médio do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF)

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João Paulo II, de Brasília (DF)

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Ensino Médio focado nas provas da vida

Mais que preparar o jovem para o vestibular, é preciso ampará-lo para a escolha certa da carreira e lhe dar subsídios para o ingresso na vida universitária e no mercado de trabalho com pensamento críticoPor Michele Bravos

Até parece que o cérebro dos jovens nascidos na década de 1990 funciona de um jeito diferente dos demais. E talvez seja isso mesmo. Essa geração, chamada de Geração Z, nasceu conectada e sua consciência foi influencia-da, desde a maternidade, pela velocidade da tecnologia. Segundo dados do Ibope, para a maioria dos jovens Z, o estudo é prioridade e sete em cada dez deles desejam ingressar em uma universidade. O desafio atual da educação, principalmente nos anos do Ensino Médio – fase de transição –, é como tra-balhar o ensino-aprendizagem em novos formatos, atendendo às expectati-vas desses jovens e do mercado de trabalho que os espera.

Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosário, de Porto Alegre (RS), faz parte desse núcleo de pessoas multitarefas, questionadoras, curiosas, ávidas por tecnologia. Ele sonha em ser professor e atribui a vontade aos exemplos que teve. “Essa convicção nasceu da grande admiração que tenho pelo papel fundamental do professor na sociedade e dos ótimos exemplos que vejo no Colégio e na minha família”.

Em um mundo que não é cartesiano, Flávio Sandi, diretor-educacional da Rede de Colégios Maristas, lembra que preparar essa e as gerações fu-turas para a vida não é treiná-las para uma prova de vestibular. O foco deve estar além. “Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência, desenvolvendo sensibilidade estética, olhando o mundo por meio da dança, por exemplo, trabalhando as dimensões espiritual, corporal e social de forma interligada”.

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Para a fisioterapeuta Carla Do-mingues, 42 anos, mãe de Lucca, a partir do momento em que a escola se propõe a formar um cidadão, ela, junto com a família, deve ter como objetivo a busca pela plenitude da realização pessoal tanto na sua in-dividualidade quanto como parte da sociedade.

A consciência de que ter uma formação cidadã caminha paralela-mente ao sonho de ser biomédica da aluna Débora Figueiredo, da 2ª série do Ensino Médio, do Colégio Marista João Paulo II, de Brasília (DF). “Eu me vejo como uma cidadã que se preo-cupa com o próximo, acho que esse é o maior legado Marista que levo. Atualmente, gosto do trabalho de liderança da turma e de representar meus colegas”.

Os sonhos profissionais não ficam tão distantes das carreiras já conhe-cidas. O que muda é a forma como tudo tem se desenrolado. No artigo A chegada da Geração Z no mercado de trabalho, de Caio Lauer, o autor reforça que esses jovens esperam que o mundo ao seu redor – aí se inclui o mercado de trabalho – seja

semelhante ao seu próprio mundo: “conectado, aberto ao diálogo, veloz e global”.

Diante dos muitos anseios e so-nhos, como os de Lucca e Débora, é preciso um esforço em torno dos Zs, lembrando-os de que é necessário ter foco para atingir o que se almeja. Os caminhos, mesmo que múltiplos, devem ter um objetivo.

A diretora educacional Márcia Rosa, do Colégio Marista São Fran-cisco, de Chapecó (SC), afirma que as formas de se relacionar, de so-cializar, estudar e aprender muda-ram e que o Ensino Médio (período em que essa geração se encontra no momento) deve proporcionar “vi-vências favoráveis ao espírito deci-dido e questionador da idade como caminho à composição de diferentes olhares sobre o mundo”.

Foram esses aspectos, que vão além de ensinar um conteúdo, que fizeram com que a pesquisadora as-sociada da Universidade de Brasília Adelaide Figueiredo, 57 anos, e mãe de Débora, escolhesse o Colégio Ma-rista para a filha. “Sei que ela não está só aprendendo o conteúdo ne-cessário para seu acesso à universi-dade, mas também está valorizando o respeito pelas diferenças e pelas pessoas, o esporte, os conceitos de disciplina e de ordem. Tudo isso em um ambiente saudável”.

Os novos formatos de socialização mostram jovens que interagem com tudo e com todos muito bem inter-mediados pela tecnologia, mas que se subestimam nas relações presen-ciais. O diretor-educacional Flávio Sandi pontua o quanto é importante que o jovem seja instigado sobre as relações pessoais e a sua presença no meio, para que tenha sucesso no mercado de trabalho. “No mercado de trabalho, certamente contrata-mos pela competência do indivíduo, mas demitimos pelo relacional”.

A proposta Marista é mediar to-das essas facetas com plataformas digitais, que instigam o aprendizado dessa geração por meio da linguagem que mais faz sentido para ela, mas também desafiando o aluno a vivên-cias que desenvolvam outras habili-dades e formas de relacionamento. “Olhar o mundo sob a ótica das rela-ções, das conexões e das interações de fato permite aos jovens novas pos-sibilidades de inclusão e desenvolvi-mento integral”, afirma Márcia.

A diretora ainda complementa que reconhecer a diversidade como cam-po de atuação e de identificação é fundamental. “É importante permitir aos jovens experiências colaborativas, inovadoras, o reconhecimento dos re-sultados e seu valor. Os alunos devem ser entendidos como fundamentos da autonomia e da criticidade”.

Não é na lógica que encontro tudo com o que me relaciono no mundo. Precisamos falar de transcendência.Flávio SandiDiretor-educacional da Rede Marista de Colégios

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Lucca Roth, do Terceirão do Colégio Marista Rosá-rio, de Porto Alegre (RS), e a mãe Carla Domingues.

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PreParaÇÃoA construção de um raciocínio críti-

co passa pelo aprendizado individual. “Aprender é internalizar algo, é atri-buir significado pessoal ao externo”, diz Sandi. Esse processo se inicia nas séries do Fundamental e segue até o Ensino Médio. O diretor questiona a postura de pais que ainda acham que os filhos precisam de respostas prontas para perguntas prontas. “Isso é cópia e não ensinar a aprender. Quem acer-ta mais respostas em uma prova não é aquele que aprendeu mais. Memorizar fórmulas não é aprender, uma vez que esse ato exige construir caminhos”. É o aprendizado que vai tornar esse jovem um cidadão transformador.

O professor Celso de Miranda Ju-nior, conhecido entre os alunos como Pipoca, estudou dez anos em Colégios Maristas – Santa Maria, em Curitiba (PR), e Arquidiocesano, em São Paulo (SP). Depois, ingressou como profes-sor no Colégio paulista. Entre idas e vindas, como estudante e professor, são mais de 40 anos de envolvimento com a Instituição. Formado em Física e Engenharia Eletrônica e com passa-gem pelo cursinho mais visado de São Paulo, ele garante que sua especialida-de é o vestibular e a revisão de conte-údos. “Por tudo o que já vivi, percebo que a pessoa que faz cursinho tem foco em acertar questões de uma pro-va. Normalmente, ela já fez o Terceirão e agora precisa revisar alguns pontos”. Achar que a 3ª série pode ser substituí-da por um cursinho é um engano.

“Toda a diferença está no desen-volvimento do aluno ao longo dos anos anteriores. A parte conceitual é a mais importante de todas e isso é a base. Na fase de vestibular, a decore-ba, com músicas e esquemas, só fará sentido se houver embasamento”. O professor lembra que mais impor-tante que saber uma fórmula é saber utilizá-la e entender o sentido dela aplicada no mundo.

Lucca entende que os processos seletivos representam uma peque-na fração do que os exames, de fato, significam. Ele ainda afirma que o co-tidiano da vida escolar Marista com-preende uma verdadeira gama de va-lores sendo transmitidos, auxiliando na formação do caráter.

O professor diz que a 3ª série Ma-rista não é um cursinho, uma vez que mantém seu foco no aprendizado, mas os professores empenham seus esforços para garantir que o aluno in-gresse em uma universidade e possa fazer valer o conhecimento adquirido durante os anos no Colégio. “Quero ser lembrado como o professor que contribuiu para que essa nova fase fosse possível”.

eSCoLHa CerTaA fase que sucede o Ensino Médio

é a preparação mais avançada para o mercado de trabalho. A orienta-ção para essas novas fases faz parte da formação do jovem e também

deve ser amparada pelo Colégio. No Colégio Marista São Francisco (SC), durante a disciplina de Orientação Profissional, os jovens discutem suas afinidades e seus interesses, conhe-cendo um pouco mais sobre os desa-fios de diferentes profissões.

A farmacêutica Yara Battazza, 48 anos, mãe de Bianca Batazza, da 3ª série do Colégio Marista Arquidio-cesano, acredita que esse formato de educação influencia na busca da carreira a ser seguida. “Acho que com essa formação, o aluno busca uma profissão em que possa ser impor-tante e útil na vida de alguém, de ma-neira justa”.

Outra ação implantada em todos os Colégios e que contribui para as esco-lhas nessa fase é o Circuito Projeto de Vida, lançado neste ano (saiba mais sobre o projeto na página 14). Por meio de várias linguagens, entre elas a tec-nológica, com uso de aplicativos, os alunos são incentivados a pensar so-bre seus interesses e suas escolhas. A diretora Márcia explica que o projeto propõe temáticas como solidariedade, protagonismo, amizade, afeto entre outros que sugerem aos jovens anali-sar suas relações e seus sentimentos, suas inquietações e aspirações.

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No Colégio Marista de Brasília, o projeto Conexão Universidade apresenta o conteúdo do Enem e do vestibular da Universidade de Brasília em aulas preparatórias

que têm como objetivo trazer mais clareza para o estudante, além de

capacitá-lo para a tomada de decisões.

Pipoca, professor no Colégio Marista arquidiocesano, em

São Paulo (SP).

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Débora conta que o Colégio teve papel fundamental na escolha do curso de Biomedicina. “Ele me deu várias oportunidades, como palestras e semanas vocacionais, para eu che-gar a essa conclusão do curso”.

“Sabemos que é um momento de dúvidas e que elas são naturais. Nos-so maior desafio está em auxiliar os jovens a se reconhecer nos proces-sos e desafios vividos. A disciplina de Orientação Profissional, juntamente com a equipe de Pastoral e o Núcleo Psicopedagógico, faz o acompanha-mento das reflexões com estudos dirigidos, palestras com diferentes profissionais, teste vocacionais, en-tre outras atividades. Esse trabalho contribui no processo de amadureci-mento dos jovens e na compreensão das suas escolhas, minimizando a an-siedade e estabelecendo uma relação mais segura de expectativas sobre os desafios da vida profissional e do fu-turo”, afirma Márcia.

A professora universitária Maria Teresa Trevisol, mãe de Gabriel Tre-visol, da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC), analisa que com um conjunto de conhecimentos e com-petências construídos, o aluno terá melhores condições de se posicionar diante das inquietações e dos desa-fios do cotidiano, seja na opção pelo curso superior ou nos encaminha-mentos do cotidiano profissional.

ConHeCiMenTo na PrÁTiCaA dinâmica em tempos atuais é de

mesclar o saber com o fazer, a refle-xão com a prática. “A memorização nesse contexto é substituída pelas memórias; a decoreba, por reflexões e repertórios de conhecimentos asse-gurados no domínio de habilidades e competências”, diz Márcia.

Adelaide acredita que, hoje, conte-údo já não é “o mais relevante”, por-

que isso está disponível facilmente na internet, por exemplo. “Analisar e criticar esse conteúdo é que é o gran-de desafio do professor atual. Por isso, acho que o diferencial do Ma-rista está em contribuir com a edu-cação continuada de um estudante, mostrando-lhe como aprender a aprender e não apenas como passar no vestibular”.

A diretora afirma que o próprio Enem aponta para esse caminho de compreensão conceitual e técnica aplicada à prática da realidade. “É sa-bido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados”, diz.

Nesse contexto, potencializam-se as diversas formas de aprendizado e a visão ampla sobre o ensino e a for-mação do jovem.

O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os fi-lhos não passassem no vestibular mais concorrido do país, isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comu-nidade vulnerável. O meu filho tem um espírito de liderança, de articulação

de pessoas muito forte. Eles são ci-dadãos e muito disso é por conta do Marista”.

É sabido que, há um tempo, a ênfase era nas práticas de domínio de conteúdo. Neste momento, temos o desafio de dar sentido e utilidade aos conteúdos trabalhados.Márcia Maria rosaDiretora educacional do Colégio Marista São Francisco, de Chapecó (SC)

É sabido que, há um

Diretora educacional do Colégio

a visão ampla sobre o ensino e a for-

O professor Junior enfatiza: “Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade”. Ele, que também é pai Marista, conta que estava ciente de que se os fi-

isso não os diminuiria. “A minha filha escolheu uma profissão para ajudar as pessoas, ela é terapeuta ocupacional em uma comu-nidade vulnerável. O meu filho tem um

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o TerCeirÃo MariSTa

A 3ª série Marista está envolta por muitas emoções, que nem as fórmulas explicam. O professor Junior lembra que o perfil do aluno Marista dessa etapa é majoritariamente de jovens que estudaram anos no Colégio. Portanto, esse é um ano de passagem, de despedida. Quem pratica dança ou esporte sabe que é o último ano que fará aquilo pelo Colégio.Dessa forma, o ritmo de aula também precisa estar adequado a esse momento. “Isso precisa ser respeitado e vivido por eles”, diz o professor. Já se o aluno tem expectativa de entrar em uma universidade extremamente concorrida, é preciso estar ciente de que o ritmo nos estudos deve ser mais puxado.

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UMa vaGa na USP

À procura de emprego, certa vez o pai de Allan Deusdará, 24 anos, deixou seu currículo no Colégio Ar-quidiocesano. “Eu me lembro de es-tar andando com o meu pai pela ci-dade, entregando currículos. Lembro quando passamos no Arqui”. Nem pai nem filho poderiam imaginar o que esse currículo renderia no futu-ro. O pai de Allan foi chamado para trabalhar na portaria do Colégio. Tempos depois, Allan conseguiu uma bolsa integral para estudar o Ensino Médio no Marista.

“Eu estudei toda a minha vida em escola pública. Quando comecei a estudar no Arqui, foi bem puxado. Eu não tinha base e alguns assuntos do 7º ou 8º ano eu nunca nem tinha visto”. Allan conta que foi só na 2ª série que ele conseguiu acompanhar melhor o ensino.

Nesses três anos de Ensino Médio, ele conta que se dedicou bastante aos estudos e quando decidiu pres-tar vestibular somente na USP e na Unicamp, os esforços redobraram. “Eu dedicava boa parte do meu tem-po para os estudos. Fazia simulados, revia o conteúdo nos fins de semana”.

O esforço não foi em vão. Allan passou nos dois vestibulares que prestou e, hoje, exerce a profissão de engenheiro químico em uma empre-sa do segmento, em São Paulo.

O legado Marista que ele traz consigo até hoje é o valor da amiza-de. “Eu me tornei amigo de muitos professores do Arqui. Foram eles que me ajudaram a superar as falhas que eu tinha, devido ao ensino público. Percebia que eles ficavam felizes em ver o meu progresso. Quando disse que queria fazer USP ou Unicamp, muitos me alertaram que seria difícil, mas me apoiaram dizendo que se era o que eu queria, eu deveria me esfor-çar e eu poderia conseguir”.

Os pais devem almejar que o filho se torne um cidadão e não o primeiro lugar em uma universidade.Celso de Miranda Jr.Professor do Terceirão do Colégio Marista Arquidiocesano, de São Paulo (SP)

© Foto: Gilberto do Rosário

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Os pais devem almejar que o filho se torne

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Projeto de vida baseado em valoresProjeto de vida baseado em valores

Por Janaína Fogaça

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entrevista

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Ter um projeto de vida e mantê--lo a longo prazo não é tão simples, mas quando uma reflexão mais am-pla é proposta, o que era um projeto torna-se rotina. E é dessa forma que o Circuito Projeto de Vida, lançado pelo Grupo Marista, propõe uma reflexão acerca de questões sobre o que as pes-soas estão vivenciando, norteada por “o que quero ser aqui e agora”. Dian-te de tantas possibilidades oferecidas

nessa nova época, torna-se cada vez mais difícil escolher uma coisa só ou assumir um compromisso para a vida toda. O projeto é pessoal e intransfe-rível e tem como base o registro das memórias vividas com base em pe-quenas experiências que são funda-mentais para cultivar as lembranças do ser humano. Por isso, vale a pena registrar cada momento, pensando nos próximos passos. Importa mais a

distância percorrida em direção aos nossos sonhos do que o próprio des-tino de chegada. Afinal, projetar a vida é uma arte.

Em entrevista para a revista Em Fa-mília Marista, Fabio Viviurka Correia, um dos responsáveis pela implanta-ção do projeto, falou sobre como ele está acontecendo na prática nos Colé-gios do Grupo Marista e os benefícios que ele pode trazer aos envolvidos.

O Circuito é um instrumento para que os jovens se permitam projetar sua vida de forma não-linear, descolada e com propósito. Em um mundo com tantas possibilidades e escolhas diá-rias, é necessário ir além do vestibular, da profissão e do senso comum. Acre-ditamos que pensar continuamente nas escolhas que vão sendo feitas ao longo do caminho contribui para a for-mação dos nossos jovens. Nos Colégios Maristas, além de preparar os alunos para os conteúdos curriculares, pre-paramos para a vida. E a vida é a refe-rência. Como diz Sêneca, "para quem não sabe aonde vai, qualquer caminho serve". Dessa forma, o conceito prin-cipal do projeto é: conecte-se com sua memória histórica e pense nos próxi-mos passos. O Grupo Marista ajuda! Resumidamente, o Circuito Projeto de Vida propõe aos jovens e adolescentes a construção de projetos pessoais de vida.

O que é o Circuito Projeto de Vida e a que ele se propõe?

A princípio, ele é direcionado aos jo-vens em geral. Qualquer pessoa pode acessar o aplicativo do Circuito. Nos Co-légios e nas Unidades Sociais Maristas, estão sendo realizados pilotos que en-volvem os alunos do Ensino Médio e a comunidade educativa. Serão dedicados tempo, espaço e subsídios para inspirar os jovens a construir seu projeto de vida.

Para quem o projeto é

direcionado?

O piloto do Circuito está acon-tecendo em três Colégios, quatro Unidades Sociais, no TECPUC e na PUCPR. Estima-se que 5 mil pessoas sejam atingidas diretamente nesse primeiro ano, sem contar as que te-rão acesso pela web. O público-alvo são jovens de 15 a 18 anos.

Onde o projeto já foi implantado

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O Circuito Projeto de Vida propõe re-flexões aos educandos em 16 temáticas, chamadas de “inspirações”, entre elas o afeto, a amizade, a carreira, o consumo, a família, o futuro, o protagonismo, a soli-dariedade e os sonhos. Em sala de aula, o professor titular de cada turma apresen-tará os conteúdos relacionados à temá-tica escolhida pelos alunos e, por meio do aplicativo, eles continuarão a refletir a respeito do tema e a trocar experiências.

Quais as temáticas

abrangidas como

projetos de vida?

Na prática, o site (aplicativo) está no ar: circuitoprojetodevida.com.br. Nas uni-dades Maristas, os Núcleos Pedagógicos e professores estão sendo capacitados e instrumentalizados para aplicar o pro-jeto em sala de aula. Cada aluno recebe-rá um kit com uma caixa de memórias, adesivos, um livreto impresso chamado scrapbook com inspirações, revistas di-dáticas e brindes. Com esse material, vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos.

Ao receber o kit, os alunos receberão também uma tarefa que deverá ser cum-prida em 24 horas. Essas tarefas foram batizadas de “nanoatitudes”, que são ações para tornar a sociedade melhor. Entre as nanoatitudes incentivadas es-tão: ficar 24 horas sem celular, para for-talecer as relações off-line; elogiar uma pessoa em público; e pagar um lanche para um colega. No total, são 31 nano-atitudes. Com isso, queremos estimular comportamentos positivos entre nossos alunos. Em seguida, o professor motiva um bate-papo sobre temas específicos e, depois, indica o site para que os alu-nos compartilhem as nanoatitudes nas redes sociais, por meio de hashtags, e continuem suas reflexões durante o ano. A Pastoral retomará as reflexões em mo-mentos específicos.

Como o projeto funciona na

prática?

O aplicativo possui uma área para que o usuário crie listas por tema. Entre os te-mas estão: profissional, afeto, interroga-ções, sonho de consumo, sonho coletivo, super-sonho, futuro, entre outros. Nesse espaço, o usuário vai anotando seus sen-timentos mais significativos, criando, as-sim, a sua memória histórica. O aplicativo traz, ainda, testes vocacionais e uma área dedicada a compartilhar histórias de pes-soas que, com seus projetos de vida, fa-zem a diferença na sociedade.

De que forma o

aplicativo está

dividido?

Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos.

Vamos estimular os jovens a anotar suas memórias e queremos rechear suas vidas com atividades que os ajudem a pensar nas suas escolhas, nos próximos passos.

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entrevista

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destaque

18 O que pensa o Diretor Geral.

ed. infantil

diz aí

gente nossa

ens. fundamental

caleidoscópio

ser melhor

20 Atividades lúdicas são usadas no Marista Pio XII

para estimular o talento natural das crianças.

26 “O que eu quero ser quando crescer?”. Saiba o que seu

filho pensa sobre isso.

22 Aulas de língua estrangeira estimulam as crianças

a utilizar suas habilidades comunicativas para estabelecer relações pelo mundo.

28 Relembre os principais acontecimentos do Colégio.

ens. médio

você sabia?

24 Jovens protagonizam transformações e

contribuem na preservação de valores, saberes e histórias.

32 Mais do que proporcionar a união de alunos, professores

e familiares, eventos esportivos, culturais e recreativos têm objetivos pedagógicos.

35 Nesta edição, a fisioterapeuta e ex-aluna Bianca Carraro

Massaneiro conta sobre os momentos grandiosos que vivenciou no Pio XII.

36 Conheça algumas ações da Pastoral.

com a palavra

30 Marista atrai a atenção e

conquista público.a atenção e

conquista público.a atenção e

POR THaSSia PireS

índice

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Em tempos de revolução francesa, Champagnat não media esforços para estar antenado a todos os sinais dos tempos.

Analisando o desenvolvimento da nossa sociedade, seria uma redun-dância falar que vivemos em um mundo totalmente ligado e conectado às novas tecnologias. Claro que ainda existem as camadas menos fa-vorecidas que ficam à margem dessa caminhada. Porém, é uma possi-bilidade ímpar oportunizar às nossas crianças, nossos adolescentes e jovens o interesse e a vontade em buscar nessas ferramentas uma nova maneira de aprender.

Como é bom incentivar e desafiar os nossos filhos na busca de informação de qualidade na internet, por meio de pesquisas, leituras e outras formas de aprendizagem! Isso não quer dizer que eles não pode-rão buscar diversão, pois, na maioria das vezes, são os jogos e as brinca-deiras que trazem um momento de lazer e descontração a eles. Estando por perto e mediando as conexões, certamente as novas tecnologias se-rão fonte abundante de aprendizado e descobertas.

Dessa forma, o Colégio Marista Pio XII está sempre aberto e atento para disponibilizar um aprendizado de qualidade a todos os nossos alunos por meio das novas tecnologias, contando com lousas in-terativas, projetores de alta qualidade, tablets, plataforma digital, etc. O fundador do Instituto Marista era uma pessoa ligada a tudo o que acon-tecia na sociedade em que estava. Em tempos de revolução francesa, Champagnat não media esforços para estar antenado a todos os sinais dos tempos.

Mesmo com a realidade virtual fazendo parte do nosso dia a dia e da nossa família, nós, enquanto um Centro Educativo de referência, jamais podemos abrir mão de atividades e eventos que sejam concretos e de construção de relações. Assim, o Colégio Marista se alegra conjun-tamente com todas as famílias, pelos belos momentos vivenciados no Dia das Mães, na Festa Junina, no Acampai e também na já conceituada Copa Paizão.

Nesta edição da revista, você vai poder acompanhar importantes acontecimentos realizados aqui em nosso Colégio. Que continuemos caminhando dessa maneira serena e de descobertas ao longo dos próxi-mos anos, fortalecidos e conectados em uma construção conjunta de valores e descobertas.

irmão adilson Janovski

Diretor-Geral

Uma grande oportunidade está no ar

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Colégios Maristas.Preparação para todas as provas da vida.

www.colegiosmaristas.com.br

Nada maisatual do que

um novo jeitode aprender

inglês:o jeito

Marista.

O Colégio Marista PIO XII, buscando proporcionar um ensino diferenciado de Língua Inglesa, implantará a partir de 2015 o Marista Idiomas, utilizando a metodologia Red Balloon. Com 45 anos de tradição, o Red Balloon é pioneiro no ensino para crianças a partir de 3 anos de idade. Além da metodologia pedagógica alinhada aos valores Maristas, haverá uma sede própria dentro do Colégio. Conheça o método que vai ajudar seu filho a alçar voos ainda mais altos na vida.

.: Aulas com 2h de duração, duas vezes por semana

.: Atividades especiais: Drama Class, Be a Chef, Farmer's Market e International Camp.: Professores especializados no ensino de inglês para crianças e jovens

18 Colégio Marista Pio XII

com a palavra

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ma grande oportunidade está no ar

Colégios Maristas.Preparação para todas as provas da vida.

www.colegiosmaristas.com.br

Nada maisatual do que

um novo jeitode aprender

inglês:o jeito

Marista.

O Colégio Marista PIO XII, buscando proporcionar um ensino diferenciado de Língua Inglesa, implantará a partir de 2015 o Marista Idiomas, utilizando a metodologia Red Balloon. Com 45 anos de tradição, o Red Balloon é pioneiro no ensino para crianças a partir de 3 anos de idade. Além da metodologia pedagógica alinhada aos valores Maristas, haverá uma sede própria dentro do Colégio. Conheça o método que vai ajudar seu filho a alçar voos ainda mais altos na vida.

.: Aulas com 2h de duração, duas vezes por semana

.: Atividades especiais: Drama Class, Be a Chef, Farmer's Market e International Camp.: Professores especializados no ensino de inglês para crianças e jovens

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nVivemos em um mundo que neces-

sita de pessoas comunicativas, autôno-mas, criativas e curiosas. E a escola é um ambiente que instiga a curiosidade dos alunos para novas descobertas e possi-bilidades, visando um futuro em que as tecnologias estarão cada vez mais presen-tes. “Potencializar o talento natural das crianças é um grande desafio, desenvolver os valores Maristas como solidariedade, justiça e amizade, os quais deverão estar presentes em todas as etapas da vida, é também o nosso objetivo”, revela a pro-fessora do Infantil Carla Danielle Schwab Carbonar.

No Colégio Marista Pio XII, a estimula-ção do talento natural das crianças acon-tece por meio de brincadeiras, histórias e muita diversão, propiciando momentos em que os alunos vivam intensamente essas etapas, de precioso valor para a for-mação em todos os sentidos. Crianças que tenham prazer em criar, inovar, inventar e se sintam felizes, quando adultas, ao recor-dar a infância estimulada que tiveram e os momentos de lazer e contato com o lúdico.

A utilização do lúdico na escola é um recurso pedagógico riquíssimo na busca da valorização do movimento, das rela-ções, da solidariedade. É uma necessidade

EU, escritor?Atividades lúdicas são usadas no

Marista Pio XII para estimular

o talento natural das

crianças

EU, escritor?

20 Colégio Marista Pio XII

ed. infantil

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humana e proporciona a integração com o ambiente onde se vive, sendo considerado como meio de expres-são e aprendizado. A atividade lúdica supõe, ainda, uma ordenação da re-alidade, seja ela subjetiva e intuitiva (como no caso dos jogos de ficção ou imaginação), ou objetiva e consciente (como no caso dos jogos com regras).

Com a proposta de exercitar os sentidos e as aptidões, preparando--os para uma vida em comum e para as relações sociais, os professores trabalharam com os alunos da Edu-cação Infantil o tema O que Quero Ser Quando Crescer. “Conversando com as crianças sobre esse assunto, chegamos à pergunta investigativa: quais são as profissões que temos em casa? Fisioterapeuta, professor, nutricionista. Foi assim que come-çamos um trabalho no qual os alu-nos foram incentivados a investigar essas profissões e descobriram que também irão ser profissionais no fu-turo”, conta a professora Carla.

Dentre as várias profissões discu-tidas, chegou-se ao escritor. Afinal, quem escreve as histórias que tan-to gostamos? “Partindo disso, nossa experiência de meio foi uma visita à Biblioteca Municipal Prof. Bruno Enei. Nessa faixa etária, de dois a três anos, a projetualidade está presente, favorecendo o protagonismo infantil, aguçando a curiosidade e incentivan-do a formulação de hipóteses para a aprendizagem. Foi nessa perspecti-va que os alunos desenvolveram um projeto tecnológico: Livro Infantil Di-gitalizado (e-book)”, explica Carla.

É fundamental que o papel do professor seja de constante refle-xão, proporcionando um planeja-mento para desenvolver, da melhor forma possível, as competências e habilidades das crianças. Segundo a professora Carla, na elaboração do planejamento é necessário que o professor tenha em mente vários meios para efetivar a qualificação do processo de ensino-aprendizagem. “Como os recursos tecnológicos

Como os recursos tecnológicos educacionais já fazem parte do cenário escolar, dentre eles o ambiente da interação virtual, como a sala de multimídia e a sala de vídeo, pensamos em adicionar o tablet como mais um instrumento a ser utilizado, para que de fato aconteça essa ligação em que a tecnologia passa a ser um meio de aprendizagem.Carla danielle Schwab Carbonar

Professora do Infantil

educacionais já fazem parte do ce-nário escolar, dentre eles o ambiente da interação virtual, como a sala de multimídia e a sala de vídeo, pen-samos em adicionar o tablet como mais um instrumento a ser utilizado, para que de fato aconteça essa liga-ção em que a tecnologia passa a ser um meio de aprendizagem, criando professores e alunos investigadores, cuja finalidade é o desenvolvimento integral do indivíduo: físico, cogniti-vo, ético e social”.

Durante o percurso, foram explo-radas ao máximo histórias infantis, como "Chapeuzinho Vermelho", "A Galinha Ruiva", "Os Três Porquinhos" e "Branca de Neve", evidenciando os conceitos presentes em cada uma delas, valores como amizade, com-panheirismo, justiça, solidariedade e também sensações de alegria, medo

e tristeza. “No final, as crianças fica-ram entusiasmadas ao ver que foram protagonistas da história, que fazem parte de um livro digitalizado, um e--book”, diz a professora.

As atividades lúdicas possibilitam a incorporação de valores, o desen-volvimento cultural, a assimilação de novos conhecimentos e o desen-volvimento da sociabilidade e da criatividade. Por intermédio do lúdi-co, a criança encontra o equilíbrio entre o real e o imaginário, assimi-lando a oportunidade de desenvolvi-mento de maneira prazerosa. Em síntese, além de proporcionar diver-são, sua função educativa básica é fazer com que as crianças adquiram a primeira representação do mundo, penetrando no lado das relações so-ciais e desenvolvendo um senso de iniciativa e auxílio mútuo.

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21Colégio Marista Pio XII

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ramon Felipe ronchi

O conhecimento de uma língua estrangeira deixou de ser há muito tempo apenas um instrumento de projeção social. Atualmente, o grande desafio colocado aos educadores e às instituições de ensino é a vinculação da vasta cultura mundial dentro do processo de ensino-aprendizagem re-gular. “Acredita-se que o ensino de lín-gua estrangeira, em conjunto com sua própria cultura, proporciona ao aluno uma ampliação de sua visão de mun-do, tornando-o um cidadão crítico e tolerante à diversidade cultural”, afir-ma o professor Ramon Felipe Ronchi.

Entretanto, no Brasil, o ensino de língua estrangeira não é obrigatório para a Educação Infantil e os anos ini-ciais do Ensino Fundamental. Especia-listas, porém, são quase unânimes em afirmar que quanto mais cedo a crian-ça entra em contato com um novo idioma, mais facilidade ela terá em

aprender essa língua. A efetivação da aprendizagem por esse público espe-cífico requer metodologia diferenciada que atenda às suas necessidades e po-tencialize essa aprendizagem.

Ao abordar o ensino de língua es-trangeira, a Escola pretende unir a es-trutura do idioma com a sua utilização em contextos de sua própria cultura. O documento oficial que regula a grade curricular das escolas brasileiras – Pa-râmetros Curriculares Nacionais, pu-blicado pelo Ministério da Educação no ano de 1998 – aponta para o caráter formador da disciplina. Segundo o do-cumento, o aluno deve ser preparado para “agir no mundo social”, ou seja, deve ser estimulado a refletir sobre sua própria função na sociedade e seu po-tencial discursivo. “Dessa forma, espe-ra-se que as aulas de Língua Estrangei-ra, assim como as demais disciplinas, conduzam o aluno a uma formação

Aulas de língua estrangeira estimulam

as crianças a utilizar suas habilidades

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plena no sentido de transformá-lo em cidadão consciente, de opinião, com competência para utilizar sua habilidade comunicativa a fim de estabelecer relações com os outros, bem como se manter informado so-bre as diferenças culturais encontra-das mundo afora”, diz a professora Célia Regina Kogut Chagas.

Nesse sentido, a metodologia es-colhida para promover a eficácia do processo tem papel fundamental. Chaguri (2004) lembra que “nas sé-ries iniciais, o professor de Inglês não deve cobrar e nem ensinar enfoques gramaticais da língua inglesa, pois durante essa fase da vida escolar, a apresentação do inglês deve ser feita de forma alegre e prazerosa, para que a criança sinta-se sempre motivada”.

O professor deve, portanto, ba-sear suas aulas em técnicas eficazes de ensino que o auxiliem a provocar a curiosidade dos alunos, despertan-do, assim, seu interesse. Feunteun & Vale (2000) apontam para uma série de cuidados que devem ser obser-vados ao se ensinar a língua estran-geira, mais especificamente a língua inglesa. Entre eles: treinamento dos professores, aumento da consciência sobre linguagem específica de ensino – que pode ser gerada por uma tarefa prática –, domínio sobre a variedade de linguagem utilizada em sala de aula, clareza ao estabelecer coman-dos de atividades, promoção de um ambiente amistoso de aprendiza-gem, entre outros. “Crianças e ado-lescentes, em sua maioria, desconhe-cem a importância da aprendizagem de uma língua estrangeira. Por isso, acredita-se que por meio de uma boa escolha metodológica, eles poderão ser conduzidos a uma aprendizagem plena e, ao mesmo tempo, prazerosa”, aponta a professora de Inglês Marilia Araújo da Silva.

O Colégio Marista Pio XII iniciou o ano de 2014 com um projeto dife-renciado para as aulas de Inglês, com a implantação de uma aula semanal para os alunos do Infantil IV e V e

Crianças e adolescen-tes, em sua maioria, desconhecem a im-portância da aprendi-zagem de uma língua estrangeira. Por isso, acredita-se que por meio de uma boa esco-lha metodológica, eles poderão ser conduzidos a uma aprendizagem plena e, ao mesmo tempo, prazerosa.Marilia araújo da SilvaProfessora de Inglês

duas por semana para os alunos do 1º ao 9º anos, sendo uma aula realizada na sala de aula, com todos os alunos, e a outra no laboratório de idiomas, com a metade da classe. O laborató-rio é um ambiente diferenciado no Colégio, composto por mesas sexta-vadas que promovem uma excelente interação nas aulas de conversação, equipamentos de multimídia e re-cursos visuais que potencializam o aprendizado, considerando o fato de que as turmas são dividas em grupos de no máximo 12 alunos.

Segundo Célia, ao separar a turma para o laboratório de idiomas, tanto o professor titular da classe quanto o especialista em inglês ganham em tempo e disposição em relação aos alunos. “Isso porque focamos em dois momentos distintos: a conver-sação dos pequenos grupos aliada a um ambiente propício à aprendi-zagem do novo idioma, com lousa digital, acesso à internet, aplicativos disponíveis nos tablets, recurso mul-timídia, entre outros. A outra metade da turma fica com o professor titular em sala, participando do laboratório

de redação, em que a professora de-senvolve projetos específicos acerca dos gêneros textuais daquele ano. Acreditamos, assim, que além de es-timular ainda mais o aprendizado do idioma, elevamos a qualidade do tra-balho realizado com a nossa própria língua”, afirma a professora.

Foi por meio do dinamismo das aulas que o inglês foi ganhando espa-ço no coração e na rotina dos alunos, que passaram a acrescentar palavras de língua inglesa em seu discurso. “Utilizando os mais diferentes recur-sos, como fantoches, brincadeiras e jogos, os alunos adquirem novos conhecimentos e experiências com o idioma, sem contar que eles não apenas recebem o conhecimento, mas também o colocam em prática”, diz o professor Ronchi.

Com o auxílio dos recursos tec-nológicos como a lousa digital, os tablets e filmes, é possível apresentar de forma dinâmica e em tempo real a cultura dos países de língua inglesa, fazendo com que os alunos fiquem ainda mais interessados pela cultura dessas noções.

Marília araújo da Silva

23Colégio Marista Pio XII

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Ser solidário é aquecer o outro com o olhar do coração. Podemos ver histórias maravilhosas de pesso-as que vivem para fazer o que Deus nos pede – “amar o próximo como a si mesmo” – e, na maioria das vezes, ajudam pessoas que nem se quer co-nhecem. Algumas pesquisas indicam que trabalhos voluntários de ajuda ao próximo estimulam e melhoram a felicidade, diminuem a tristeza e aumentam a imunidade. Quem pra-tica o ato de ser solidário não ajuda apenas o próximo, mas também a si mesmo, passando a entender as di-ficuldades e enfrentando-as de uma maneira diferente, tornando-se pes-soas mais felizes e realizadas.

Essas dimensões são evidenciadas na Pastoral Juvenil Marista (PJM), que pretende criar situações de re-flexão, estimulando os jovens prota-gonizar transformações e contribuir na preservação de valores, saberes e histórias de uma coletividade. A PJM é um espaço de participação para os jovens, onde se trabalha a formação de lideranças por meio da socializa-ção, da construção da consciência

crítica, da vivência da espiritualida-de cristã e do carisma Marista.

Na PJM, os alunos são incentiva-dos a construir um futuro pessoal e coletivo, entendendo ser agente de mudança social a partir do seu protagonismo e de sua liderança. “A PJM procura, por meio da vivência dos valores Maristas, despertar no adolescente o protagonismo juvenil, que passa a perceber a realidade da sociedade em que se vive e, assim, a viver os valores Maristas em outros espaços”, afirma o pastoralista Os-mar Mackeivicz.

O Colégio Marista Pio XII conta com uma participação efetiva dos jovens e o envolvimento em todas as atividades formativas, de convi-vência, de integração e de vivência solidária. As alunas da 2ª série do En-sino Médio Ana Clara Scheifer e Re-beca Iansen foram atraídas pela pro-posta da PJM desde o 5º ano e, hoje, são monitoras dos alunos dos 3º e 4º anos. “É muito importante saber-mos lidar com a realidade que está lá fora. Com o trabalho na PJM, conse-guimos fazer a nossa parte por meio

de ações que realizamos no Colégio com amigos, professores e familia-res. O amor que compartilhamos e que recebemos em troca é imenso e maravilhoso”, revela Ana Clara.

A aluna Rebeca lembra um mo-mento que ficou marcado e que teve um final feliz. “Uma aluna me pediu ajuda em relação a um problema fa-miliar. Conversei bastante com ela e orientei da melhor maneira. Depois, ela veio me agradecer. Foi nesse mo-mento que percebi o quanto pode-mos ajudar o próximo com muito pouco. Isso é fruto da minha partici-pação na PJM, onde posso comparti-lhar os valores Maristas que aprendi e mostrar como utilizá-los no nosso dia a dia. Os demais alunos precisam vir conhecer o nosso trabalho, que é de muita ação”, convida Rebeca.

Mackeivicz acrescenta: “Simples gestos como um sorriso, um abraço, um estar junto podem transformar a vida das outras pessoas, e isso é o mínimo que, como Maristas, pode-mos fazer para que o nosso mundo seja cada vez mais humano”, conclui o pastoralista.

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Estimulando os jovens a protagonizar transformações e contribuindo na preservação de valores, saberes e histórias de uma coletividade

Vivências solidárias

rebeca iansen ana Clara Scheifer

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ens. médio

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“Desde criança, me perguntava o que gostaria de ser quando crescesse. De tantos sonhos, geralmente fantasiosos, o que prevalecia em meus pensamentos era algo voltado à ciência. Sempre quis investigar as coisas, pesquisar sobre tudo o que nos cerca e, acima de tudo, descobrir e inventar novos produtos que auxiliassem as pessoas. Foi por isso que escolhi a engenharia química para o meu futuro.”

Fernanda iWaSenko GiaCoMoZZi3ª série do EM

“Sempre fui muito curioso. Saber apenas como as coisas funcionavam era pouco para mim, eu queria entender como eram feitas. Como gosto de matemática, física e química, com um pouco de pesquisa e ajuda de meus pais, decidi pela área de engenharia.”

MaTeUS anTonio CHineLaTTo3ª série do EM

“Meus pais sempre estiveram ligados a movimentos estudantis e sociais. Isso, somado ao meu envolvimento com a Pastoral Juvenil Marista, me deu uma visão diferente da sociedade e me fez tomar gosto pelas ciências sociais.”

TiaGo P. F. BorGeS da SiLva 3ª série do EM

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“Eu escolhi a área de direito, pois acho que os meus ideais condizem com o objetivo e a proposta que o curso oferece. Além disso, há um vasto mercado de trabalho.”

LeTiCia CriSTina Savi MarTinS3ª série do EM

oPiniÃo da edUCadora

Poucos são os adolescentes que se sentem seguros ao decidir o curso que irão prestar no vestibular. No passado, as famílias praticamente direcionavam o futuro dos filhos partindo dos valores familiares, ora para dar continuidade aos negócios,

ora para realizar aquele sonho frustrado. “Porém, hoje, nossos adolescentes vivem em um conflito existencial, pois se encontram em permanente reconstrução interna, precisando cada vez mais de referências e modelos por meio dos quais possam se posicionar diante de uma gama de novos cursos. Temos adolescentes que têm dúvidas quanto a que carreira seguir, não pela falta de informações, mas justamente pelo excesso delas. É

muito importante que a escola não se limite a oferecer material informativo ao jovem, mas que crie espaços que favoreçam a reflexão sobre si, sobre a realidade que o cerca e sobre o mercado de trabalho”, afirma a diretora educacional Ude Hasselmann. A escolha profissional está diretamente ligada à construção do projeto de vida desses jovens. “Nós, como escola, precisamos estar atentos às necessidades deles e dar-lhes todo o apoio e toda orientação para que eles sintam que, apesar da escolha ser solitária, existem pessoas ao redor dispostas a ajudá-los”, orienta a diretora.

Ude HaSSeLMannDiretora educacional©

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“Optei pelo curso de Jornalismo porque sempre achei interessante ir atrás de informações, pesquisar, fazer perguntas e, acima de tudo, obter respostas. Além do fato de que gosto de me comunicar e isso é imprescindível na profissão.”

“Decidi fazer o curso de Moda devido à sua importância sociocultural. Suas influências de história, combinadas com arte, fotografia, arquitetura e outros aspectos ligados ao processo criativo, sempre me interessaram e envolveram desde criança.”

GaBrieLa MeroTTo GoMeS 3ª série do EM

CaMiLLe STarCke3ª série do EM

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2014 EVENTOS

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Duas mil pessoas se divertiram com as atrações Festa Junina, que teve muitas comidinhas típicas e diversão.

Neste ano, 600 pessoas acamparam no Colégio e mais de 200 barracas foram montadas nas áreas da Escola na noite do dia 15 de agosto, para o Acampai. Pais, filhos e mães participaram de uma homenagem no Teatro Marista. Em seguida, as mães foram para casa e pais e filhos caíram na brincadeira. Muitos jogos, brinquedos infláveis e até um torneio de truco animaram a noite. O toque de recolher soou à meia-noite, apresentado pela Banda Marcial. Às 7h, a banda entrou novamente em ação, dessa vez para o toque da alvorada, acordando todos. O café da manhã servido pelo Colégio foi incrementado com os quitutes trazidos pelas mães, que, nesse momento, foram convidadas novamente a se integrar às famílias.

Entre os dias 25 de julho e 2 de agosto aconteceu, em Foz do Iguaçu, a fase final dos 61º Jogos Escolares

do Paraná. Encerramos nossa participação de forma honrosa, nossos atletas apresentaram um handebol

de ótimo nível, conquistando a quinta posição. No início do mês, nossos alunos do Sub 14 conquistaram o

vice-campeonato na cidade de Cianorte.

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caleidoscópio

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No dia 18 de junho, os alunos do Ensino Fundamental I participaram, junto com as mães, da entrega das doações arrecadadas na Maratona Champagnat 2014. Quatro instituições receberam as doações: Irmãos Cavanis, CEI João Vitor Maciel Lepinski, CEI Sagrados Corações e CEI Paulina Federmann, além das cidades de Irati e Rebouças.

Com o tema Mamãe Conectada, os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental emocionaram a plateia. Um registro para deixar claro que as mamães estão sempre conectadas a seus filhos.

A 11ª edição do Seminário de Profissões aconteceu no dia 9 de maio no Marista Pio XII. O evento tem por objetivo aproximar os alunos do 9º ano do Ensino

Fundamental e do Ensino Médio das instituições de Ensino Superior.

A aluna e atleta Ingrid Stocco conquistou três medalhas de ouro na modalidade de natação nos XXX Jogos Estudantis Municipais.

A Maratona Champagnat envolveu os alunos com atividades recreativas, culturais, religiosas e sociais em comemoração ao dia do fundador da congregação Marista, São Marcelino Champagnat. Foram arrecadadas cerca de duas toneladas de alimentos, 15 mil peças de roupas e 350 cobertores. Parte das doações foi para as vítimas da chuva em Irati.

Os alunos Carlos Eduardo Siqueira Stemmler e Thiago Hamati foram convocados para participar do acampamento que será realizado em Blumenau (SC), que tem como objetivo dar estrutura e suporte técnico para que esses alunos venham, futuramente, fazer parte da Seleção Brasileira de Handebol.

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Fatos que marcaram a história 30 Colégio Marista Pio XII

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É com esse tema que o projeto Festimar coroou o ano de aprendizagem dos alunos Maristas

Com a proposta de fazer com que os alunos vivenciem uma experiência com as linguagens artística, cênica e coreógrafa, tornando-os protago-nistas de um grande evento, o pro-jeto Festimar – Festival Marista vem atraindo a atenção e conquistando um público cativo. Idealizado há 18 anos pela diretora pedagógica do Colégio Marista Pio XII, Ude Halsse-mann, o projeto acontece sempre no encerramento do ano letivo. Cada edição traz um tema novo em que professores, alunos e familiares se envolvem por meio de estudos, músi-ca, fantasias e dança. Por ser um dos eventos mais esperados e prestigia-dos do ano, os professores titulares trabalham em conjunto com os de Educação Física, História e Arte a fim de estabelecer parcerias no trabalho pedagógico. Pesquisam sobre a dan-ça, as roupas mais adequadas, a ori-gem de cada tema e envolvem nessa discussão os alunos e as famílias.

O Festimar envolve todas as tur-mas da Educação Infantil e do Fun-damental I e é trabalhado durante o segundo semestre. “O projeto é uma oportunidade para as crianças vence-rem a timidez e mostrarem suas habi-lidades corporais, vivendo uma emo-ção que somente quem sobe em um palco pode sentir”, afirma o professor Sandro Alves de Lara. Os temas são discutidos em sala com os alunos e cada um pode contribuir no processo de construção da dança, tornando-os participantes ativos do projeto. Por meio da lousa digital e dos tablets da sala, os alunos pesquisam curiosida-des sobre a sua dança e começam a se organizar em relação a coreogra-fias, fantasias, adereços, entre outros. Paralelo a todo esse movimento, o trabalho pedagógico em sala de aula é riquíssimo e de significado ímpar, pois sugere as mais diversas trocas e

a construção do conhecimento pau-tado em descoberta, pesquisa, vivên-cia e alegria em conhecer. “Os ensaios são realizados pelos professores de Educação Física com o apoio do Nú-cleo Cultural, nos quais as professo-ras das turmas trocam ideias sobre a coreografia e os diferentes figurinos”, explica o professor Sandro.

Com os alunos menores, todo o envolvimento com o tema ocorre da mesma forma, só que com uma metodologia diferenciada. Por meio das brincadeiras e da ludicidade, bem presentes nessa faixa etária, os professores constroem um mundo mágico em volta do seu tema, tra-zendo para o contexto do dia a dia as informações necessárias para que as crianças realizem suas cone-xões e construam suas ideias sobre o conhecimento presente naquele momento. Já foram trabalhados te-mas como Profissões, Circo, Filmes, Países e Culturas, Trilhas Sonoras, Oscar, entre outros.

Este ano, será a 18ª edição do Fes-timar, com o tema Fatos que Marca-ram a História da Humanidade, suas conquistas, seus feitos, grandes des-cobertas, homens e mulheres que fi-zeram a diferença no mundo e que, de alguma forma, contribuíram para o desenvolvimento das sociedades. “As apresentações acontecerão na primeira semana de dezembro, co-roando o ano de aprendizagem dos nossos alunos em suas diferentes faixas etárias. As experiências que eles adquirem durante toda a exe-cução do Festimar são imensas. Desde o início, eles veem que suas opiniões, interferências, dedicação e atenção durante os ensaios dão um resultado fantástico nos dias de apresentações para suas famílias e amigos, tornando-se mais confian-tes, desinibidos e se vendo como re-

ais protagonistas de um espetáculo”, conta o professor.

Certamente o Festimar deste ano entrará para a história do Colégio, pois, como todos os outros, será um espetáculo cheio de magia, conheci-mento e muita alegria. Toda a comu-nidade Marista esteve em festa para celebrar mais um ano de vitórias e conquistas.

O projeto é uma oportunidade para as crianças vencerem a timidez e mostrarem suas habilidades corporais, vivendo uma emoção que somente quem sobe em um palco pode sentir.Sandro alves de Lara

Professor

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Você, pai, já participou de algum evento realizado no Pio XII? A parceria da família com a escola sempre será fundamental para o sucesso da educa-ção de qualquer indivíduo. A escola é um ambiente dinâmico, cujas relações se entrelaçam em toda a sua extensão, sejam elas relacionadas ao desenvol-vimento cognitivo, social ou afetivo. Dentro dessa perspectiva, é possível trazer para o desenvolvimento da aprendizagem o cotidiano dos alunos e as possibilidades de explorá-lo em contextos significativos.

Uma maneira de construir esses espaços de aprendizagem é trazer aos eventos do calendário escolar essa conotação de continuidade, de cor-relação entre todo o movimento que ocorre no contexto da Instituição. “É pensando dessa forma que a equipe do Marista Pio XII constrói um calen-dário de comemorações e eventos que estão sempre a serviço da aprendiza-gem dos nossos alunos, dos profes-sores e das famílias, pois entendemos que os modos de aprender e ensinar estão cada vez mais relacionados à forma como nos expressamos e agi-

mos em nosso dia a dia”, revela a as-sistente psicopedagógica da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I Cristiane Daniele Wengzynski.

Durante o ano letivo, o Marista Pio XII possui ações específicas de cada segmento. “Da Educação Infantil ao Ensino Médio, cada evento é pensa-do a partir do conhecimento que se pode fomentar durante as aulas e as relações que podem ser estabelecidas com o momento vivido. Sabendo que crianças e jovens são constituídos de várias linguagens e modos de relacio-nar o que aprendem, nossa intenção é propiciar espaços de diálogo e de inte-ratividade entre essas relações”, expli-ca Cristiane.

Um exemplo dessa relação é o Fes-timar – Festival Marista que ocorre no encerramento do ano letivo e envolve professores, alunos e famílias. Você vai poder conferir mais sobre este evento na categoria Destaque desta edição. “Todo o trabalho que está por trás de cada evento que realizamos é valiosís-simo e muito bem desenvolvido com os alunos em sala, gerando troca de informações, vivências e construção

do conhecimento, os quais, depois, podemos apresentar para os pais por meio dos eventos aqui no Colégio, for-talecendo ainda mais a parceria entre Escola e família”, conclui Cristiane.

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você sabia?

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Sabendo que crianças e jovens são constituídos de várias linguagens e modos de relacionar o que aprendem, nossa intenção é propiciar espaços de diálogo e de interatividade entre essas relações.

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valores Maristas que passam de mãe para filho

Sou Marista de formação e co-ração, foram 12 anos como aluna e mais quatro de graduação em Fisio-terapia na PUC-PR. Ser Marista, para mim, é sinônimo de muito orgulho, pois posso dizer que vivo o carisma Marista nas minhas relações pesso-ais e profissionais, baseada na humil-dade, na simplicidade e na modéstia que fizeram de mim um ser humano melhor. Na minha trajetória no Co-légio, aprendi que nem sempre ser o melhor em tudo na vida é o mais im-portante, mas sim dar o máximo de si para o próximo naquilo a que você se dedica. E isso, na minha profissão, é primordial, doar-se totalmente para ver a recuperação e a evolução dos meus pacientes não tem preço.

Voltar ao Colégio Pio XII sempre me faz relembrar ótimas histórias, foram tantos bons momentos – jo-gos, Maratona Champagnat, acam-pamentos, viagens, Gamar (Grupo de Alunos Marista) – que se fosse para descrever tudo, faltariam linhas aqui. No Marista, tive vários profes-sores que marcaram a minha trajetó-ria escolar, que ensinaram, mas que também foram além dos livros e do quadro de giz, pessoas que curtiam junto as nossas vitórias e conquistas e também nos apoiavam nas derrotas e nos tombos que levávamos. Isso fazia

muita diferença.Não posso deixar de falar das

amizades, aquelas que nem o tem-po nem a distância apagam. Hoje, tenho vários amigos assim, a vida nos fez tomar rumos diferentes, al-guns moram em outras cidades, têm as suas profissões, porém o carinho que guardamos uns pelos outros não se explica, só se sente. São pes-soas que compartilham juntas dos mesmos sentimentos de saudade.

O que me marcou foi a valorização humana, olhar as pessoas pelo que elas são, pela sua essência e não pelo o que elas têm. Enfim, o homem deve vir em primeiro lugar sempre, e isso, nos dias de hoje, deve ser lembrado constantemente. O ser humano pre-cisa ser resgatado e recolocado na so-ciedade como prioridade, pois mui-tas vezes as coisas, os bens e o "ter" recebem mais destaque e acaba-se deixando para trás a nossa mais pura essência: nós mesmos.

Por esses motivos é que além de ex--aluna Marista, hoje também sou mãe Marista, levando em conta a estrutura, a pedagogia e, claro, a visão da Insti-tuição é que escolhemos o Marista Pio XII para iniciarmos a vida escolar do nosso filho. Nessa escolha, depositei a certeza de que além de uma pedago-gia aplicada e eficiente, ele irá apren-

der valores de partilha, ajuda, doação, amizade e companheirismo, voltados para a formação de um ser humano e não apenas de mais um aluno sendo preparado para o vestibular. Como di-zia Champagnat, “não se trata de ensi-nar apenas as ciências humanas, mas preparar o homem todo: seu coração, sua mente, sua vontade, suas poten-cialidades e sua liberdade”.

Este ano, ao realizar a matrícula do nosso pequeno, tive uma imensa e prazerosa surpresa, reencontrar professores que foram meus e que hoje serão do meu filho. Com toda a certeza ele será bem direcionado e orientado, espero que essa experi-ência que se inicia na vida dele seja tão brilhante como foi a minha, se-guindo os ensinamentos de um jo-vem, que acima de tudo, ensinava a amar. Como esquecer a frase: “Para bem educar, é preciso antes de tudo amar, e amar todos igualmente” (São Marcelino Champagnat)?

Digo sempre, com orgulho, que sou ex-aluna, sim, mas "ex-Marista", jamais. Aqueles que carregam consi-go o carisma de São Marcelino Cham-pagnat não o perdem nunca. Uma marca que não é vista, mas sentida e vivida intensamente por quem um dia teve a oportunidade de passar por essa experiência.

Nesta edição, a fisioterapeura e ex-aluna Bianca Carraro Massaneiro nos conta um pouco sobre os momentos grandiosos que vivenciou no Pio XII

[Bianca Carraro Massaneiro, fisioterapeuta, ex-aluna e, hoje, mãe Marista]

gente nossa

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Com toda certeza, em algum mo-mento da vida, você já se questio-nou: como posso ser melhor? Esse questionamento é a força motriz da existência humana, é o que nos im-pele a sair de nós mesmos para viver a alteridade e, assim, nos faz perce-ber que a mudança que tanto de-sejamos começa por nós mesmos. Nesse sentido, Gandhi nos inspira com sua frase: “Seja você a mudan-ça que quer ver no mundo”.

Sendo a missão Marista voltada para a “formação de cidadãos hu-manos, éticos, justos e solidários, em vista da transformação da socie-dade, fundamentada nos valores do Evangelho”, os nossos alunos foram estimulados a viver esses valores em seu espaço, do seu jeito e com uma alegria contagiante. “Tudo é uma questão de mudar. Aquela his-tória de se reinventar tem que ser todo dia. Ter um olhar diferente a cada dia, sobre diferentes pontos de vistas, é um passo importante para mudarmos a nós mesmos. Que nossa existência seja a cada dia um novo começo”, reflete Osmar Ma-ckeivicz agente de Pastoral.

Segundo Mackeivicz, há muitas formas de viver melhor e de fazer com que a nossa existência seja de fato marcada por coisas boas e por momentos significativos. “Atitudes simples transformam-se em gran-

des acontecimentos na medida que somos solidários com aqueles que vivem e convivem conosco. Ser so-lidário vai muito além daquilo que podemos imaginar. É ser você mes-mo, é dar um sorriso e fazer o outro sorrir, ajudar o próximo, viver com e para os outros. Ser solidário nos faz pensar em uma responsabilida-de recíproca”, aconselha o agente de Pastoral.

Nesse sentido, o Colégio Marista Pio XII pôde vivenciar a dimensão da reciprocidade durante a Maratona Champagnat, em que em meio a tantas atividades desenvolvidas com os alunos, também se vivenciou a so-lidariedade. “Em uma das provas da maratona, arrecadaram-se cerca de duas toneladas de alimentos, 15 mil peças de roupas e 350 cobertores. Graças a essas ações, entregamos, juntamente com os alunos, os dona-tivos a várias entidades parceiras do Colégio. Como no mês de junho o estado do Paraná sofreu com as for-tes chuvas, destinamos boa parte das doações para as cidades de Irati e Re-bouças”, conta Mackeivicz, que acrescenta: “Desejo que o espírito de solidariedade e o jeito Marista de ser possam servir como norteadores para um mundo melhor, mais hu-mano e mais feliz, sabendo que quando mudamos o nosso eu, o mundo se transforma”.

A mudança do

eU transforma o

mundoAlunos Maristas colocam em prática, constantemente, o lado solidário em busca de caminhos mais esperançosos

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ser melhor

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Diretor do Colégio Marista Rosário (RS)

Num certo dia, há um ano e meio, entrou pela portaria do Colégio Ma-rista Rosário um senhor de cabelos brancos. O ex-aluno foi recebido e acolhido como de costume. Aproxi-mo-me, dizendo meu nome, e, com singeleza, ele me pede permissão para ver o pátio do Colégio. Eu o acompanho e quando chegamos ao destino, com um olhar longínquo, ele demonstra querer ficar só. Meia hora mais tarde, passo pelo local e o vejo sereno. Eis que o visitante diz: “Obrigado, Irmão, revivi a vida de estudante neste pátio pelo qual pas-sei”. Em sua sabedoria e agradecido, foi saindo de mansinho após con-templar parte de sua trajetória.

Esse e tantos outros relatos e vivên-cias com que nos deparamos diaria-mente remetem à riqueza do jovem como protagonista de sua história. Os desafios em diferentes áreas do

conhecimento e o cultivo de valores fazem parte da vida do estudante em nossos Colégios. E, assim, formamos cidadãos comprometidos com o pre-sente e o futuro. Isso tudo é um com-promisso de nossa visão e resultado de um processo contínuo de educação cristã e Marista, que vê o indivíduo de forma integral, cuja experiência ele carregará para toda a vida.

Igualmente, ao olharmos para a história da educação Marista, en-contramos o mesmo amor e empe-nho educativo. Na própria memória do caro leitor devem haver diversas experiências inesquecíveis envol-vendo estudantes e familiares nas escolas Maristas. São muitos os Ir-mãos e professores que têm orien-tado e desafiado os jovens a superar as próprias metas e a construir com dignidade a vida profissional e voca-cional.

Acima de tudo, como repetia São Marcelino Champagnat aos primei-ros Irmãos: “Para bem educar uma criança é preciso antes de tudo amá-la!” – princípio este que precisa se tornar prática em cada época. As-sim, continuamos hoje partícipes com a família, primeira educadora, na formação integral das crianças e dos jovens a nós confiados. Por isso, convido todos a repensarem, conta-rem e escreverem sua própria expe-riência de formação integral e seu significado para a vida.

Formar jovens atuantes e comprometidos com o

futuroFormar jovens atuantes e comprometidos com o

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essência

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“DEIXAR A PRÓPRIA

COMODIDADE E

ATREVER-SE A CHEGAR

A TODAS AS PERIFERIAS

QUE NECESSITAM

DA LUZ DO

EVANGELHO” (EG).

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Crianças encarceradas e uma casa de direitos

Atrás do portão verde de ferro da Penitenciária Feminina do Paraná, em Piraquara, uma das penitenciá-rias estaduais de segurança máxima do país, estão em clausura, além de pouco mais de 400 presas, cerca de 40 crianças entre zero e 3 anos de idade. Em casos em que a mulher é presa grávida, seu bebê nasce em cárcere e, por lei, lá ele pode perma-necer até os 6 anos de idade.

A mesma justiça também prevê, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), “o direito à liber-dade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas”, compreendendo--se que liberdade é poder ir e vir, con-viver em ambiente familiar e comu-nitário sem discriminação, brincar, praticar esportes e se divertir.

Com o objetivo de assegurar os direitos da criança, a Rede Marista de Solidariedade (RMS) assumiu, no segundo semestre de 2014, o espaço Cantinho Feliz, uma creche localiza-da dentro da penitenciária e que, até então, era mantida pelo Estado. Com a mudança, o espaço passa a se chamar Centro Social Marista Estação Casa.

Viviane da Silva, gerente educa-cional das unidades da RMS, destaca a importância de projetos pautados em valores e, principalmente, no amor em locais de extrema vulnera-bilidade, como é o caso da creche na penitenciária. Lá, a urgência é ainda maior por se tratarem de crianças na fase da primeira infância – perí-odo determinante para o desenvol-vimento cognitivo e social do indi-

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Na tentativa de assegurar os

direitos da criança, Rede Marista de

Solidariedade assume creche

da Penitenciária Feminina do Paraná.

Formação pautada em valores e amor é o

foco dessa mudançaPor Michele Bravos

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solidariedade

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víduo. É nessa fase também que a criança passa a ter consciência de sua existência.

O novo nome do espaço não é à toa e faz jus ao que ele se propõe a ser: um espaço acolhedor, que promove o fortalecimento de vín-culos entre mãe, criança e família, respeitando as culturas infantis e proporcionando às crianças acesso ao mundo que está além-muros. “É um espaço que se diferencia da ins-tituição prisional, com dinâmicas e processos que respeitam as culturas infantis e a maternagem, garantindo a dignidade e promovendo a efetiva-ção de direitos”, afirma Viviane.

ParCeriaO projeto da RMS é uma conse-

quência de um trabalho que já vem sendo realizado na penitenciária por meio do programa Ciência e Trans-cendência: Educação, Profissionali-zação e Inserção Social, idealizado por Fernando Arns e em execução desde 2012. O programa é coordena-do pela Pastoral da PUCPR e está sob a coordenação de Cristiane Arns. Até o primeiro semestre de 2014, um dos projetos do programa era aplicado na creche, com foco no resgate do vín-culo mãe e bebê, por se entender que uma educação com raízes no amor pode trazer transformações futuras.

Cristiane conta o quanto é ad-mirável presenciar a mudança de comportamento das mães com seus filhos. Antes do programa, não havia delicadeza no cuidado com o bebê. Hoje, ouve-se até música de ninar pelos corredores frios e cinzentos.

A maioria das detentas mães ver-baliza o quanto esse novo olhar para os filhos as fez ver uma nova pers-pectiva de futuro para elas próprias e poder sonhar um caminho diferente para seus filhos.

Em um primeiro momento, atu-arão na Estação Casa dois técnicos, sendo um coordenador e um assis-tente social, além de dois educado-

res. Por ser uma iniciativa inovadora no país, Viviane ressalta a importân-cia de um planejamento que pon-dera os riscos e desafios de tanta mudança. “É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no con-texto complexo de uma penitenci-ária. Outro ponto de atenção é am-pliar as ações que visam humanizar as relações com esse espaço, inclusi-ve extrapolando o tempo da criança na penitenciária. Há de se pensar na saída da criança e na continuida-de desse vínculo”, explica a gerente educacional.

Segundo Viviane, “as crianças que nascem na penitenciária estão na fronteira da invisibilidade das polí-ticas públicas, fragilizadas pela reali-dade do cárcere”, por isso, é também desafio para a RMS levar para dis-cussão nacional políticas públicas que assistam às crianças em contex-to prisional.

Todo o planejamento do Centro Social foi respaldado pela experiência da equipe do Programa e da própria direção do presídio e contou com o auxílio de uma consultoria social.

É nosso desafio construir um espaço com uma dinâmica que respeite as culturas infantis no contexto complexo de uma penitenciária.viviane da SilvaGerente educacional das unidades da RMS

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De olho no bullyingDe olho no bullyingApesar de relativamente novo, o termo “bullying” apenas define uma série de comportamentos bem mais antigos. O que fazer quando esse temido vilão está à nossa volta?Por Mahani Siqueira

Não faz muito tempo que o ter-mo "bullying" ganhou os holofotes e passou a ser alvo de frequentes e intermináveis discussões por parte de professores, psicólogos e pais. Atos de agressão física ou verbal no ambiente escolar, no entanto, exis-tem há muito mais tempo do que se possa calcular, ainda que sem uma denominação específica. Foi apenas no começo da década passada que a palavra originada de bully (valen-tão, em inglês) incorporou-se ao vo-cabulário de verbetes comuns nas conversas de educadores e definiu um nome para a preocupação de inúmeros pais em relação ao com-portamento de seus filhos na escola.

Muitas vezes, descobrir que as crianças estão praticando ou sen-do vítimas de bullying é uma tare-fa complicada e que exige atenção detalhada das pessoas à sua volta. Segundo a psicóloga clínica Juliana Potter, especializada em terapia fa-miliar e parceira dos Colégios Ma-ristas, são vários os sinais que os

filhos podem dar para demonstrar que estão sofrendo provocações ou algum tipo de agressão na escola ou em atividades paralelas. Em todos os casos, de acordo com a psicóloga, é fundamental que os adultos este-jam com o radar em pleno funciona-mento.

“A criança pode se manifestar de diversas maneiras: por meio de do-res psicossomáticas (sempre ter dor de barriga na hora de ir para a esco-la, por exemplo), evitando ativida-des relacionadas à escola (medo de pegar a van, medo de ser assaltado perto da escola, perder os trabalhos da escola e objetos importantes), diminuição do contato com os ami-gos, irritação, tristeza, pesadelos, choro frequente, cansaço extremo, abatimento, alterações de apetite, entre outros. É importante dizer que nenhum desses sintomas de forma isolada caracteriza o bullying. Por isso, os pais devem estar atentos sempre para agir com rapidez e de maneira assertiva”, avalia Juliana.

Marilisa Fraga, psicóloga e psica-nalista infantil, entende que é im-portante os pais prestarem atenção para não interpretarem os sinais dos filhos de maneira errada e, na pressa, já definir como bullying um comportamento que, se avaliado com mais calma e cuidado, pode se revelar apenas um episódio isolado ou até mesmo um apelo por mais carinho. Segundo Marilisa, a ge-neralização é um perigo constante quando se trata desse tema.

“Os pais devem tomar cuidado para não serem seduzidos pelos afetos direcionados aos filhos e ter a tendência natural de generalizar e tomar o bullying como verdade absoluta antes de uma investigação mais profunda. Uma queixa que o fi-lho chama de bullying pode ter sido apenas uma crítica mais dura de um amigo irritado ou pode estar sendo hiperdimensionada pelo jovem. Ou-tra possibilidade é que se trate de um pedido de atenção fraterna, que acaba simplesmente sendo nomea-

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como fazer

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De olho no bullyingDe olho no bullyingdo com clichês pela criança. É preci-so ter muita atenção flutuante para captar o que está sendo dito e o que ele quer dizer simbolicamente com aquela queixa”, opina Marilisa.

A partir do momento em que o bullying é constatado, a conversa torna-se uma ferramenta impres-cindível para evitar maiores danos e prevenir que os temidos episódios voltem a acontecer. A psicóloga Ju-liana defende que qualquer solução ou resposta a agressões deve ser buscada em conjunto entre todas as partes envolvidas. Ela garante, ainda, que a comunicação, quan-do frequente no dia a dia, pode ser um excelente instrumento contra o bullying.

“Existem muitas maneiras de li-dar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a crian-ça agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas.

É importante manter um bom con-tato com a escola para compreender o que acontece e buscar a melhor atitude a ser tomada de maneira conjunta”, comenta a psicóloga.

De acordo com Marilisa, a in-vestigação detalhada e a identifica-ção precisa do que acontece com a criança ou com o jovem é o primeiro passo antes de definir qual a atitu-de mais correta a se tomar. “Nesses casos, os pais devem procurar a co-ordenação da escola e checar infor-mações do atual comportamento e das atitudes do filho naquele am-biente. Essa é primeira providência a ser tomada pelos pais, pois deter-mina muitas vezes se há ou não reais necessidades de encaminhamento terapêutico para o psicólogo”, com-plementa.

Outra preocupação que deve ser levada em conta pelos responsáveis é saber que o filho pode ser, na verda-de, o autor de atitudes consideradas bullying. Nesses casos, o diálogo tam-bém se faz fundamental, assim como a

aceitação do fato e seu enfrentamento. É o que garante Juliana.

“É importante não negar a situação ou tapar o sol com a peneira. Conver-sar com o filho sobre a responsabilida-de e o impacto das atitudes na vida do agredido pode ser um bom começo. Se a agressão acontece pela internet, os pais devem estar mais atentos e super-visionar as ações do filho de perto. Buscar maneiras de reparação junto ao agredido e atividades que desenvol-vam comportamentos mais empáti-cos. A ajuda de um profissional tam-bém pode ser muito importante”, finaliza a psicóloga.

Existem muitas maneiras de lidar com o bullying, mas todas elas envolvem o diálogo entre a criança agredida, a escola, a família e o agressor. Os pais precisam estar envolvidos na vida escolar do filho conversando diariamente e não apenas quando ocorrem problemas. Juliana PotterPsicóloga

Marilisa Fraga, psicóliga e psicanalista infantil.

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CoMPanHeiroS de viaGeMNo livro “Pais e Filhos – Companheiros de Viagem, uma Educação Para a Felicidade”, Roberto Shinyashiki nos presenteia com um conselho ímpar: devemos, como professores e pais, ajudar nossos alunos e filhos a realizar suas próprias vocações, libertando-os de um sonho ou projeto de vida que não lhes pertença. É um livro para a família e os alunos, principalmente para aqueles que estão prestes a encarar os vestibulares e, consequentemente, para a família que vive tudo isso junto. Somos educados para o sucesso ou para a felicidade? Um problema filosófico bem pertinente para o momento de nossos alunos e filhos.

Marciel Colonetti, professor de Filosofia no Ensino Médio do Colégio Marista Paranaense - Curitiba (PR)

CanaL do enSinoVivenciamos e demonstramos o nosso jeito Marista de ser e de educar por meio da autonomia no desenvolvimento acadêmico de cada estudante, enfatizando a pluralidade de conhecimentos e investindo na capacitação dos nossos jovens de maneira significativa e produtiva. É nossa missão cotidiana fazer com que eles desenvolvam habilidades e competências que os realizem plenamente. O portal Canal do Ensino é uma ótima ferramenta, que pode auxiliar os jovens na busca por capacitação e conteúdos relevantes, tendo a internet como aliada.

Maira Bachmann Wroblewski, coordenadora psicopedagógica do Ensino Fundamental II e do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís - Jaraguá (SC)

o QUe QUero Ser QUando CreSCer?A incômoda pergunta "o que quero ser quando crescer?" requer a busca constante pelo autoconhecimento e por informações sobre cursos e carreiras. A família tem papel importante no envolvimento, na preparação e na execução das atividades da escola e de exames externos. O Maristão oferece ações como Orientação de Estudos, Feira de Profissões e Conexão Universidade e demais projetos que buscam orientar a caminhada. Uma boa dica é o Guia do Estudante Abril, que traz sempre conteúdos atuais, que podem ser úteis nos concursos vestibulares de todo o país.

Matheus kaiser Cabral Brandão, assistente psicopedagógico do Colégio Marista de Brasília - EM (DF)

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Treino Para a vida O filme “Coach Carter - Treino Para a Vida” traz a história de um treinador que decide mostrar os diversos aspectos dos valores de uma vida ao suspender seu time campeão por causa do desempenho acadêmico dos atletas. Dessa forma, Ken Carter recebe elogios e críticas, além de muita pressão para levar o time de volta às quadras. A história leva à reflexão além das quatro linhas e pode perfeitamente ser utilizada como suporte de orientação em busca do sucesso ou do acerto em decisões.

Fábio acencio, professor do Colégio Marista de Maringá (PR)

o eSTUdo e aS MÍdiaS diGiTaiSCom a liberação da rede wireless na escola, vários professores estão repensando suas aulas e projetos, integrando as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em suas práticas docentes para facilitar o processo de ensino-aprendizagem e a avaliação por meio de aulas criativas, interativas e inovadoras.Por exemplo, produção de texto no Whatsapp, Plataforma Oxford para prática em Língua Inglesa, EDMODO para uma maior interação entre professor e aluno, ferramentas de autoria, dentre outros.

nelson Luiz Felipe Coelho, coordenador psicopedagógico do Colégio Marista Londrina (PR)

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Arte circense que se aprende na escola

A técnica circense trabalhada pela professora Patrícia durante as aulas foca a coordenação motora para crianças de 5 a 7 anos. A partir dos 10 anos, as crianças começam a ter um contato mais amplo com as técnicas. "Procuro trabalhar com as crianças menores os malabares, a cama elástica e o slackline, pois eles ajudam a desenvolver o equilíbrio, a coordenação motora e psicomotora, além da autoconfiança. Com os maiores, conseguimos ousar um pouco mais nas acrobacias em tecido", afirma Patrícia.

Dentre os benefícios oferecidos pela prática estão o favorecimento da força e a valorização do trabalho em equipe, fazendo com que alguns alunos que antes eram tímidos comecem a se "soltar". "Temos relatos de pais e professores que dizem que o aluno era tímido, retraído, e que com as aulas de circo, começou a socializar mais com os colegas e também em casa", conta a professora.

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Tatames, bolas, pratos de plástico, malabares, tecido. Os itens descritos bem podiam representar um legíti-mo picadeiro, e é exatamente isso que acontece no ginásio de esportes do Co-légio Marista Santa Maria, em Curitiba (PR): aulas de circo.

Há cerca de 3 anos, a unidade ofere-ce aos seus alunos a modalidade como atividade extracurricular. "A aposta nas

aulas de circo deu tão certo que, atual-mente, além dos 45 alunos matricula-dos, temos outros 20 em fila de espera", diz o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares, Anderson Retechuki.

Atualmente, 45 alunos entre 7 e 17 anos participam das aulas que acon-tecem no contraturno escolar uma vez por semana, durante 50 minutos.

Atividade extracurricular privilegia

o contato com a arte do circo, proporcionado

aos alunos o desenvolvimento motor,

a convivência e o trabalho em equipe

Por Janaína Fogaça

Tudo começou em 2010, quando a professora Patrícia Dal Molin apresentou o projeto para a direção do Colégio. "Queria apresentar uma proposta nova, de algo que fosse criativo, interativo e diferente. Então, aliei duas paixões: o circo e as aulas", conta a professora, que traz consigo uma bagagem circense, pois a sua avó fazia apresentações no picadeiro quando jovem.

Em 2001, Patrícia engravidou, e a rotina das aulas de Educação Física ficou comprometida. "Eu não podia mais exercer as atividades que exercia anteriormente, como a ginástica e a capoeira, foi um momento de adaptação para mim, então, aproveitei os sábados para praticar as atividades circenses e aos poucos ir retomando a rotina", diz a professora, que se orgulha ao mencionar que o filho, de apenas 3 anos, já está iniciando nas atividades circenses.

Oferecida como opção de atividade extracurricular, as aulas circenses vêm ganhando espaço por engajarem crianças e adolescentes em exercícios físicos de forma lúdica e estimularem a concentração, a disciplina, a expressão corporal e o trabalho em equipe, incluindo a confiança em si mesmos e nos colegas. Em Curitiba, além do Colégio Santa Maria, o Marista Paranaense também oferece a atividade.

a neCeSSidade de Ser CriaTivo

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diversão

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A estudante do 8º ano do Ensino Fundamental Larissa Serbena estava em busca de uma atividade complementar diferente quando soube das aulas de circo oferecidas pela Escola. "Eu quis saber o que exatamente a atividade oferecia. No início, achei que era mais voltada para a parte de clown (palhaços), mas quando eu vi que tinha atividades em tecido, eu achei muito legal e quis me inscrever", conta a estudante.

Em seguida, Larissa convidou a melhor amiga e colega de classe, Giulia Pizzatto, a se inscrever. A relação de amizade e companheirismo entre as duas é nítida e fica mais evidente quando elas desenvolvem atividades juntas. O tecido é a paixão de ambas, e para chegar lá no alto, Larissa conta com a ajuda de Giulia e vice-versa. "Nós nos conhecemos desde os 3 anos de idade, e de um ano para cá, somos amigas inseparáveis. A atividade de circo é algo de que nós duas gostamos muito e costumamos nos ajudar nas acrobacias. Acho fundamental poder ter com quem contar na hora em que estamos desenvolvendo essas atividades", diz Giulia.

Além do gosto pela atividade, as duas têm em comum a vontade de ir cada vez mais longe: "Cada vez que a gente consegue se sair bem em um exercício e consegue dominá-lo, tem vontade de partir para outros mais difíceis – inclusive, pesquisamos na internet exercícios que ainda não tenhamos feito e trazemos para a professora nos auxiliar", afirma Giulia.

A disposição e o interesse das meninas chamou a atenção da professora. Patrícia conta que Giulia e Larissa pedem para treinar até mesmo depois que aulas acabam. "Normalmente, a aula delas acaba por volta de duas horas da tarde, mas elas pedem para ficar um pouco mais. É gratificante saber que consegui despertar nelas essa vontade e a paixão por esse esporte", conta, emocionada, a professora.

No início, os pais ficaram um pouco preocupados com a ousadia das meninas e a vontade de ir cada vez mais fundo no esporte. "Meus pais achavam perigoso, mas hoje já estão mais confiantes. Toda vez que conto para a minha mãe que aprendi um exercício diferente, que envolve acrobacias no tecido, ela fica apreensiva", conta, entre risos, Giulia.

Quando perguntadas se pretendem seguir carreira na ginástica ou em atividades relacionadas ao circo, as duas garotas são enfáticas: "Talvez como uma atividade paralela, mas meu sonho é ser médica", diz Giulia. "E o meu é ser arquiteta", completa Larissa.

CoMPanHeiraS de aCroBaCia

A modalidade tem custo simbólico para os participantes. O investimento maior se dá pela Instituição ao adquirir os equipamentos, mas para quem pratica a modalidade, além do interesse e da força de vontade, são necessários os seguintes itens:

l Calça leggingl Camisetal Colant para apresentaçõesl Sapatilha de ginástica rítmica desportiva

Quanto aos acessórios a serem adquiridos pelas Instituições, são necessários malabares, que custam por volta de R$ 200; tecido, R$ 250; trapézio, R$ 600; e lira, R$ 250.

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Lei da Palmada

olhar

Em primeiro lugar, temos que definir o que vem a ser uma palmada: como o próprio nome sugere, é o ba-ter com a palma da mão. Quem já levou uma palmada quando criança de seus pais por algo de errado que te-nha feito e sente-se “traumatizado” por isso? Difícil en-contrar um exemplo.

Estamos falando aqui daquela “palmada corretiva”, quando os argumentos verbais já foram explorados e es-gotados sem efeito e os pais sentem-se “obrigados” a partir para uma intervenção física para que a criança entenda de uma vez por todas o que está sendo pedido ou ordenado.

Existe sempre a “tática do 1... 2... 3!” antes de bater, que consiste em dizer para a criança que ela está fazen-do algo errado e deve parar imediatamente. Você conta-rá até três pausadamente: caso ela não tenha parado no três, levará uma palmada. Dessa forma, está sendo ad-vertida verbalmente e tem a chance de evitar um possí-vel castigo mais severo se não obedecer, tendo a escolha de parar o que está fazendo para não apanhar.

Geralmente, elas param antes do três e não é preciso bater. Mas nem todas são tão fáceis de lidar. Há aque-las que insistem em provocar e testar os limites dos pais achando que não acontecerá nada demais, e quando levam a palmada, param instantaneamente, como se a ficha da autoridade dos pais caísse naquele momento, forçando-as a obedecê-los.

Estamos falando, aqui, de crianças pequenas, até seus 5 ou 6 anos, algumas um pouco mais. E a palmada é pontual, funcionando como um “basta” ao comporta-mento a ser corrigido. Nada que deixe marcas no corpo, ou que seja humilhante (como tapa no rosto, inadmis-sível). Totalmente diferente de surras, em que os pais muitas vezes utilizam objetos para bater nos filhos, dei-xando, aí sim, marcas visíveis da violência empregada.

O Estatuto da Criança e do Adolescente condena o

uso de maus tratos contra tais vítimas em sua educação, apenas não definindo se são físicos ou morais. A nova lei deixa expresso que não se pode usar “castigo corpo-ral” contra crianças e adolescentes, embora a “palmada corretiva” ainda seja permitida, ao contrário da “palmada agressiva”. Mas quem definirá o limite entre o corretivo e o agressivo? Esse critério é extremamente subjetivo, o que, certamente, dará brecha para inúmeras interpretações.

Aí pergunto: como ficam os maus tratos verbais e emocionais contra os menores, que podem ser de longe mais traumatizantes para os futuros adultos, que prova-velmente crescerão com marcas psíquicas profundas e, por vezes, incuráveis? Quanto aos aspectos práticos e à eficácia, como prevenir os maus tratos ou o tratamento degradante e cruel quando a lei não prevê sequer pena ao infrator?

Talvez essa lei seja útil apenas para trazer o assunto à baila e provocar discussões, forçando-nos a olhar para os inúmeros casos de violência doméstica que acontecem ro-tineiramente em grande parte das famílias brasileiras.

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Marina vasconcellos é psicóloga pela

PUCSP; especialista em Psicodrama Terapêutico pelo Instituto Sedes

Sapientiae; psicodramatista

didata pela Federação Brasileira de

Psicodrama (FEBRAP); e terapeuta familiar

e de casais pela Unifesp.

Questionamentos sobre a

Assunto polêmico esse. Para que serve, afinal, a Lei da Palmada?

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Encontrea MPBna internet.

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Aprendizado virtualAntes considerados ameaçadores e perigosos, games se revelam eficientes ferramentas para estudo e desenvolvimento de habilidadesPor Mahani Siqueira

Por muito tempo, eles foram vistos como inimigos da saúde, causadores de episódios frequentes de mau com-portamento, incitadores de atos vio-lentos e perigosos para a formação de qualquer criança ou adolescente. Hoje, os games assumiram um novo papel e, embora ainda despertem alguma desconfiança aqui ou ali, po-dem ser poderosos instrumentos no processo educativo.

A NeuroGames é uma iniciativa que comprova as inúmeras utilidades que os jogos virtuais podem ter para trazer diferentes benefícios. A empre-sa, que tem como principal área de atuação o desenvolvimento de ferra-mentas para saúde com foco na edu-cação, já elaborou jogos em parceria com universidades federais e inter-nacionais e, atualmente, cria games capazes de detectar precocemente habilidades cognitivas e socioemo-cionais de crianças e adolescentes. Segundo Thiago Rivero, neuropsicó-logo e um dos fundadores do projeto, são várias as habilidades necessárias na hora de comandar o joystick.

“Todos os games exigem o desem-penho de habilidades cognitivas e socioemocionais. Quando jogamos,

atenção, memória, controle do im-pulso, tomada de decisão, gerencia-mento de habilidades sociais e outras tantas são requisitados. Por meio dos jogos, provocamos o uso dessas funções e, assim, podemos construir ferramentas de avaliação e estimula-ção das habilidades cognitivas. Com isso, podemos conhecer melhor as habilidades dos jogadores e, desse modo, construir, por meio da nossa plataforma e de nossa metodologia, intervenções que sejam ‘adaptadas’ e costuradas para as dificuldades e ca-racterísticas individuais de cada um”, comenta Rivero.

“Crianças e adolescentes enten-dem a linguagem simbólica e profun-da dos games. Isso nos permite falar diretamente e, principalmente, nego-ciar e explicar o que queremos. Com games, não é possível ser indulgente com as crianças. Elas sabem jogar e jo-gam bem; portanto, precisamos criar desafios e formas de avaliá-las que sejam motivadores e que tenham sen-tido. Os games são máquinas eficazes de aprendizado, e quando as crianças decifram seus códigos e suas formas de atuação, elas aprendem”, comple-menta o psicólogo da NeuroGames.

Para a psicóloga Luciana Ruffo, do Núcleo de Pesquisa da Psicologia em Informática da PUCSP, a interação com os games pode despertar nas crianças uma série de habilidades, desde que sejam escolhidas as op-ções corretas e que os pais acompa-nhem o que os filhos têm em mãos. “Todos os games podem ser positivos de alguma maneira. As opções de guerra, por exemplo, exigem muita estratégia. Mas é importante ter sem-pre em mente qual é o interesse do jo-vem naquele jogo e saber como ele vê essa diversão”, analisa Luciana.

Gerente de inovação e novas mídias da Editora FTD, Fernando Fonseca re-vela que a empresa já enxerga as plata-formas digitais e os momentos de la-zer como potenciais ferramentas de aprendizado que podem ser integra-das com os livros. Segundo ele, assim também é possível fazer com que o estudo seja mais divertido e prazero-so. “Não há dúvida de que os jogos permitem criar uma experiência de ensino e de aprendizagem mais moti-vadora para todos, capaz de obter re-sultados superiores ao que, em geral, o professor consegue com outras estra-tégias”, finaliza Fonseca.

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