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MIN ISTÉR IO DOS DESBRA VA DOR ES
CULTURA INDÍGENA
GUIA DAS ESPECIALIDADES Clube de Desbravadores /// Volume 8. 2015
CULTURA INDÍGENA
1ª Edição: Disponível em
www.mundodasespecialidades.com.br
Direção Geral: Khelven Klay de Azevedo Lemos
Diagramação e Edição: Khelven Klay de A. Lemos
Coord. de Guias das Especialidades: Thomé Duarte
Editoração e Revisão : Aretha Stephanie
Autor: Pablo Rios
Impressão: Servgrafica Editora
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alidades
UNIÃO LESTE BRASILEIRA
UNIÃO NORDESTE BRASILEIRA
IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA
MINISTÉRIO DOS DESBRAVADORES
Natal, RN, Maio de 2015
A cultura indígena é um conjunto de característi-
cas que marca um determinado grupo indíge-
na. Por exemplo, os Yanomamis possuem
quatro línguas, vivem em malocas (moradia
redonda de topo cônico), possuem características semi-
nômades (mudam de habitat quando necessário), são
caçadores e creem nos rixis (espíritos de animais prote-
tores e amigos).
Os Guaranis se manifestam através da cerâmica
e com rituais religiosos, falam somente uma língua, são
migrantes e agricultores, “creem na terra sem ma-
les” (os mortos passam a proteger os vivos).
Vale ressaltar que, embora tenham característi-
cas comuns, os índios não são iguais, mas cada povo
habitante de determinada área do território brasileiro,
possui suas diferenças em: cultura, organização políti-
ca/social, rituais, lendas, arte, habitações, educação,
alimentação, entre outros. Nem todos vivem da mesma
maneira. A maioria localiza-se nas Terras Indígenas.
Os indígenas são uma fonte de conhecimento.
Suas experiências passadas entre gerações formou o
que nós chamamos de cultura brasileira: diversificada,
heterogênea e peculiar. Desde o descobrimento vem
englobando o modo de vida europeu e o mesclado de
valores, costumes, línguas e hábitos dos indígenas que
eram quase que desprezados pelos nobres.
PARTICIPE : D Queremos contar com seu apoio para montar as nossas
especialidades. Conte para nós sua experiência, envie
sua foto, desenho, texto ou conhecimento, você será
sempre bem vindo neste mundo.
PABLO RIOS
O que vem por aí...
Entre cocás
Q uando as caravelas de Cabral che-
garam por aqui, pensaram que ha-
viam chegado à Índia, que era seu
destino por ser o grande centro co-
mercial de especiarias da época. Ao terem seus pri-
meiros contatos com os nativos, pessoas nuas, de
pele avermelhada, cabelos muito lisos e sem pelos
pelo corpo chamaram-nos de índios, atribuído o ad-
jetivo pátrio ao lugar que achavam estar.
Os povos indígenas são e serão sempre os
primeiros habitantes do continente americano e mui-
to de sua cultura passou geração após geração até
chegar àqueles considerados civilizados. Muito se
perdeu graças à doutrina dos jesuítas ao catequizar
e massacrar os índios, bem como fizeram os bandei-
rantes que tomavam a posse das terras após mata-
rem seus ocupantes naturais a sangue frio.
Quando falamos dos índios temos que ter o
cuidado de não pensar que os índios são todos
iguais. Ao longo dos séculos, as comunidades indí-
genas aqui formadas desenvolveram diferentes tipos
de costumes, línguas, valores e tradições. Até mes-
mo em sua fisionomia, podemos observar que os
povos indígenas também possuem outras caracterís-
ticas diferentes e interessantes.
Algumas comunidades indígenas do Brasil
viviam de forma nômade e seminômade, consumin-
do os recursos naturais disponíveis e depois se mu-
dando para regiões que tivessem maior disponibili-
dade de animais de caça, plantas, frutos e recursos
hídricos.
Por outro lado, também havia povos indíge-
nas que dominavam a agricultura e que tinham uma
rotina de trabalho intensa e regular. Não por acaso,
muitos desses indígenas foram empregados como
escravos nas propriedades criadas pelos colonizado-
res portugueses.
Além de dominarem a caça e pesca, temos
em várias comunidades indígenas a presença de um
vasto conhecimento sobre a vegetação do território.
Não raro, tal conhecimento era empregado para a
fabricação de remédios naturais que acabaram sen-
do utilizados pelos colonizadores.
Organizando-se de forma variada, percebe-
mos que uma quantidade expressiva dos indígenas
vivia em grandes cabanas chamadas de “ocas”. Nas
ocas temos a presença de várias famílias e integran-
tes de uma comunidade vivendo de forma muito pró-
xima. As habitações menores e com poucos inte-
grantes eram mais comuns em comunidades meno-
res. Um conjunto de “ocas” é chamado de “taba”.
Do ano de 1500, momento
da chegada dos europeus, até os dias
atuais, a população indígena diminuiu
drasticamente de três a cinco milhões
de índios para, atualmente, segundo a
FUNAI (Fundação Nacional do Índio),
358 mil índios. Mesmo depois de
os povos indígenas terem passado pelo
processo de conquista e extermínio, eles
nos deixaram diversas práticas culturais.
Segundo o folclore brasileiro,
existia a lenda do curupira (ser habitante
das florestas brasileiras), cuja principal
atribuição seria proteger animais e plan-
tas. Sempre recorrente nas lendas, o
curupira tinha os pés com calcanhares
para frente para confundir os caçadores.
Conforme o historiador Sérgio Buarque
de Holanda os indígenas tinham o hábi-
to de andar para trás, para confundir os
europeus e bandeirantes.
A vontade de andar descalço foi
outro hábito que herdamos dos indíge-
nas. Geralmente, quando chegamos em
casa após um dia inteiro de trabalho ou
estudo, a primeira coisa que fazemos é
retirar o calçado e ficar certo tempo des-
calços. Muitas pessoas têm o hábito de
sempre andar descalças quando estão
em suas casas.>>>
HERANÇA CULTURAL
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>>> O costume de descansar em re-
des é outra herança dos povos indígenas. Qua-
se sempre os índios dormem em redes de pa-
lha que se encontram dentro de suas ocas
(suas habitações nas aldeias). Tomar banhos
todos os dias, costume inexistente na Europa
de até então foi mais uma herança que recebe-
mos dos índios. Lendas, andar descalço, dor-
mir em redes e banho todos os dias. Quanta
influência temos desse povo, mas as maiores
são a linguagem e a culinária.
LINGUAGEM
Nossa linguagem atual ainda possui elemen-
tos da cultura indígena. Nomes próprios, de frutas,
animais e até de locais são heranças indígenas e
todos estão incorporadas ao nosso idioma. Algumas
aqui trazemos os significados:
Flora: abacaxi, caju, andiroba (gosto amargo), juá,
umbu, cajá, entre outras.
Fauna: tatu, arara, tamanduá, jacaré, jaguar (cão,
lobo), capivara (comedor de capim), guará, jacutin-
ga, jacu, sucuri, e muitas outras.
Locais: Ibirapuera (lugar que já foi mato), Pará, Curi-
tiba, Piauí, Macapá, Caeté (mata frondosa), estão
entre os muitos nomes de localidades com nomes
indígenas.
Olha que já lhe dei uma colher de chá. É requisito
encontrar 5 nomes de cidade ou estados brasileiros
com origem indígena. Que tal procurar mais cinco?
ATIVIDADE
Aqui está um ramo cultural no qual somos bas-
tante influenciados pelos índios. Para começar, todo e
qualquer prato feito com mandioca é de origem indíge-
na, pois são eles os precursores dessa culinária.
Podemos dizer que a alimentação indígena é na-
tural, pois eles consomem alimentos retirados direta-
mente da natureza. Desta forma, conseguem obter ali-
mentos isentos de agrotóxicos ou de outros produtos
químicos. A alimentação indígena é saudável e rica em
vitaminas, sais minerais e outros nutrientes. Frutas, ver-
duras, legumes, raízes, peixe, carne de caça, cereais,
castanhas, tapioca, farinha de mandioca. Pratos típicos
indígenas: pirão, cuscuz, pipoca, beiju, angu. Muitos
pratos indígenas são feitos à base de mandioca, que,
dependendo do lugar onde você mora, pode ser cha-
mada também de aipim ou macaxeira. Que tal fazer
uma pesquisa de cinco pratos à base de mandioca e
apresentar duas feitas por você, com a ajuda de um
adulto, é claro.
CULINÁRIA
UTENSÍLIOS
A Maioria dos utensílios que os índios fabrica-
vam eram de uso doméstico e todos fabricados de
matéria prima encontrada na natureza. Veja alguns:
Saca: Conhecida também como Surrão de Palha, a
Saca é muito utilizada para armazenar a farinha de
mandioca, goma para fazer tapioca e o milho.
Cestos: Recipientes de diversos tamanhos, feitos de
palha ou de cipó para guardar e transportar alimen-
tos.
Tacho: Grande panela rasa de barro, usada para fazer
alimentos que exigem cozimento rápido.
Panelas de barro: Feitas de barro ou argila, usadas
para preparo e armazenamento de alimentos.
Tigelas: Feitas de barro ou argila, usadas como prato
e copo.
Gamela: travessa feita de madeira em formato de canoa.
Além dos utensílios de uso doméstico, os índios também
produzem os decorativos e vestimentas. São feitos em
sua maioria de sementes, penas, madeira, varas, peles,
palha, etc.
Esteira: palha
Colares: sementes, palha, pedras
Roupas/cocares: penas, palha e sementes
Tambores: madeira, peles de animais e cordas.
Lanças e tacape: madeira
Estatuetas: argila e madeira
Machadinhas e martelos: pedras
Moedores de grãos: pedras
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ARCO E FLECHA
O arco era é feito de uma madeira
resistente, mas flexível o suficiente
para suportar a tensão da corda
(ipê-roxo, pupunha, pau d´arco,
etc.), que é feita de fibra de embaúba, tucum ou ta-
quara. As flechas são feitas de madeira leve, geral-
mente bambu. As pontas são fabricadas a partir de
pedras, cascas de coco ou de osso bem afiado. Al-
gumas tribos utilizavam sementes arredondadas,
porém afiadas para não danificar a carne da caça. As
pedras utilizadas pelos índios para fazer suas ferra-
mentas e pontas de flecha geralmente eram ricas em
silício. Eram usadas também obsidianas, sílex e quar-
tzo. A pedra sabão era utilizada pra confeccionar
recipientes e moedores de grãos.
NÃO ESQUECER!
PARA LER MAIS
Missão Entre Nativos Revista Adventista
Durante produção de reportagem sobre o
trabalho realizado pela Igreja entre nativos, o
editor Márcio Tonetti registrou a visita de
missionários aos índios Karajá da aldeia
Fontoura, às margens do Rio Araguaia, na
Ilha do Bananal. A Igreja Adventista está
presente na região desde 1932, oferecendo
assistência nas áreas social, educacional,
espiritual e de saúde. Atualmente, os mora-
dores de aldeias da região recebem visitas
regulares do obreiro bíblico José Alberto
Barbosa e do pastor Miraldo Fag Tanh Oli-
veira, nativo da etnia Guarani que tem atua-
do nas missões entre povos indígenas da
região Centro-Oeste.
www.revistaadventista.com.br
1- Que tal se juntar com a sua unidade para fazer 3
artesanatos indígenas e apresenta-los ao Clube?
Mãos à obra. O site www.assimsefaz.com.br dá
umas boas dicas.
São pinturas feitas nas rochas, usando-se do
ocre para executá-las (gordura vegetal e animal) na
maioria das vezes e utilizavam também argilas e areias
de cores variadas. E ficaram registradas ao longo de
muitos anos. As pinturas rupestres foram produzidas
pelos primeiros habitantes do Brasil. E estes habitan-
tes deixaram nas pinturas registradas, muito provavel-
mente segundo nosso entender, suas ações sociais
neste registro visual. Uma das ações sociais seriam as
educativas.
As transmitiram por meios educativos, acredita-
mos nesta tese, pois as pinturas repetem-se por exten-
sões enormes e também porque foram identificados
vários estilos de pintar os mesmos motivos. Mostrando
desta maneira que houve trocas culturais e de aprendi-
zado entre os grupos ou mesmo dentro dos grupos
que aqui viviam.
Podemos encontrar pinturas rupestres no Brasil
nas regiões da Serra da Capivara (Piauí), Altamira –
GO e em algumas regiões do Rio Grande do Sul.
As missões com povos indígenas demandam tempo, contex-
tualização e mais voluntários. A despeito de todos os desafi-
os, a mensagem de Cristo tem alcançado novas etnias.
Veja matéria completa: http://goo.gl/EcNQO0
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