CPC - 01 E CPC P&ME - SEÇÃO 27 - crcsp.org.br · Estoque contábil de XPTO = 30.000 ... o justo...

25
05/08/2015 1 CPC - 01 E CPC P&ME - SEÇÃO 27 Redução ao valor recuperável dos ativos Definições Uma perda por desvalorização ocorre quando o valor contábil de um ativo é maior do que seu valor recuperável. Valor recuperável é o montante de benefícios econômicos que a entidade obterá pelo uso ou venda do ativo. A perda do valor recuperável é igualmente conhecida pela palavra inglesa (impairment)

Transcript of CPC - 01 E CPC P&ME - SEÇÃO 27 - crcsp.org.br · Estoque contábil de XPTO = 30.000 ... o justo...

05/08/2015

1

CPC - 01 E CPC P&ME - SEÇÃO 27

Redução ao valor recuperável dos ativos

Definições

Uma perda por desvalorização ocorre quando o valor contábil de

um ativo é maior do que seu valor recuperável.

Valor recuperável é o montante de benefícios econômicos que a

entidade obterá pelo uso ou venda do ativo.

A perda do valor recuperável é igualmente conhecida pela

palavra inglesa (impairment)

05/08/2015

2

Objetivo

• O impairment é um mecanismo que permite qualidade de

informação mais próxima do fluxo de caixa realizável, ou seja:

• O quanto de recursos financeiros entrará no caixa da empresa

em consequência da venda ou utilização do bem, ao longo do

tempo.

Antiguidade da regra

• O reconhecimento da perda do valor recuperável não possui

nada de moderna.

• Nós já a empregávamos na antiga PDD, na regra de custo ou

mercado, dos dois o menor. A própria depreciação corresponde

ao reconhecimento da perda do valor recuperável.

• Essa regra deve ser aplicada a todos os ativos!!!

05/08/2015

3

Impairment de estoques

• Ações a serem tomadas:

– Avaliar os estoques a cada data de publicação;

– Identificar itens desvalorizados;

– Comparar o valor contábil de cada item ou grupo de estoques

com seu preço de venda menos os custos para efetuar a

venda.

Impairment de estoques

Se o valor contábil for maior que o valor de venda líquido, a

diferença deve ser reduzida do valor contábil dos estoques.

A contra partida é reconhecida de imediato no resultado (custo).

D- Outras despesas operacionais

C – Estimativa de Perda na Realização dos Estoques

05/08/2015

4

Impairment de estoques

• O que fazer se for impraticável determinar o preço de venda

menos os custos, item a item?

• R: Agrupar o tais itens aos demais da mesma linha de produtos

de utilidade final similar , vendidos na mesma área geográfica,

com o objetivo de efetuar nova avaliação.

Produto Cia XPTO

Base Fone Secretária Eletrônica

05/08/2015

5

Exemplo:Impairment de estoques

A Cia XPTO comercializa secretárias eletrônicas que são

compostas pela base que sustenta o fone e o fone. Ambas as

peças são produzidas na Cia XPTO e são vendidas apenas em

com junto na região sudeste do país.

Solução: juntar ambos os componentes e verificar o preço de

venda do conjunto versus seu custo contábil.

Reversão de impairment

Se as circunstâncias que determinaram a perda anteriormente

identificadas não mais existirem, reverter o valor da perda, até o

limite da perda anteriormente reconhecida.

O novo valor deverá ser o menor entre o custo e o valor de venda

líquido.

Nos próximos slides temos exemplos práticos:

05/08/2015

6

Cálculo do impairment

Em 31/12/2012 Estoque contábil de XPTO = 30.000

Valor de venda à vista = 24.000

Custos para vender (transporte e manuseio) = 3.000

Valor de venda líquido = 24.000 – 3.000 = 21.000

D – Outras despesas operacionais 9.000

C – Estimativa de Perdas na Realização de estoques 9.000*

* Conta redutora de estoques

Contabilização da estimativa de perdaATIVO

PASSIVO DRE

Bancos Vendas Brutas

Estoques Outras Desp. Oper30.000 9.000

E.P.R.E.9.000

05/08/2015

7

Caso a empresa venda pelo valor estimadoATIVO

PASSIVO DRE

Bancos Vendas Brutas24.0003.000 24.000

CMV21.000

Estoques Despesas de Venda30.0009.000 (2) 3.000

21.000

E.P.R.E. Outras Desp. Oper.9.000 (2)9.000 (1) 9.000 (1)

Reversão de impairment

Em 31/12/2013 (A mercadoria foi vendida por valor > que o custo) Estoque contábil de XPTO = 30.000 (o mesmo de 31/12/12)

Valor de venda = 43.500

Custos para vender (transporte e manuseio) = 6.500

Valor de venda líquido = 43.500 – 6.500 = 37.000

D – Estimativa de perda na realização de estoques 9.000

C – Resultado de exercícios anteriores 9.000

Vide contabilização geral a seguir

05/08/2015

8

Contabilização da venda e da reversãoATIVO

PASSIVO DRE

Bancos Vendas Brutas43.5006.500 43.500

CMV30.000

Estoques Despesas de Venda30.00030.000 6.500

E.P.R.E. Result. Exerc. Ante Outras Desp. Oper.9.000 (2)9000 (1) 9.000 (1)9.000 (2) 0

Cálculo do impairment

Estamos em 30/04/14 e a Cia Litoral Mineiro identificou nos estoques 10

unidades de vídeo cassete (lembra deles?) novos, na caixa. Atualmente,

alguns poucos comerciantes de antiguidades comercializam-no por R$

100,00 a unidade. Esta informação foi obtida em pesquisa no Google.

A Litoral Mineiro encontrou no arquivo morto a N.F. de compra que

demonstra que a empresa pagou R$ 90,00 a unidade, em 1985.

A Litoral Mineiro deve efetuar algum impairment desses VC?

05/08/2015

9

Cálculo do impairment

No passado, você provavelmente aprendeu que os

estoques deveria ser valorizados “ao custo ou mercado, dos

dois o menor”.

Por favor, apague esse conceito da mente. Volto a lembra

que o conceito correto é “custo ou valor realizável líquido,

dos dois o menor”.

Então como fica este caso? Continua...

Cálculo do impairment Se fossemos utilizar o critério antigo, nenhuma perda deveria

ser reconhecida uma vez que o custo (R$ 90,000) foi menor do

que o valor de mercado que a Litoral Mineiro obteve ao

pesquisar no Google (R$ 100,00). Importante: esse valor é

comprovável!!!

Para vendê-los a R$ 100,00 a Litoral Mineiro precisará incorrer

nos seguintes gastos para cada unidade vendida:

Continua....

05/08/2015

10

Cálculo do impairment

ICMS de 18% sobre R$ 100,00 = R$ 18,00

Despesas de frete estimadas em R$ 10,00

Despesas com nova embalagem R$ 12,00

Manuseio e outros R$ 10,00

Total R$ 50,00

Continua...

Cálculo do impairment

Se a Cia vender por R$ 100,00, mas gastar R$ 50,00 para

vender cada unidade, efetivamente ficará no caixa da

empresa apenas a quantia de R$ 50,00. Há perda!

Sabendo-se que o custo nos estoques corresponde a R$

90,00, a empresa terá uma perda efetiva de R$ 40,00, por

unidade. (R$ 90,00 de custo – R$ 50,00 no caixa = R$ 40,00)

Como são 10 unidades, a perda será de R$ 400,00.

05/08/2015

11

Contabilização do impairment

D – Outras despesas operacionais– Despesa com perda na realização de estoques 400,00

C – Estimativa de Perda na Realização de Estoques 400,00

Suponha que os VCs foram vendidos durante 2014

ATIVOPASSIVO DRE

Bancos Vendas Brutas1.000 500 1.000

CMV900

EstoquesDespesas de

Venda900 900 500

E.P.R.E. Outras Desp. Oper.400 (2) 400 (1) 400 (1) 400 (2)

05/08/2015

12

Impairment de Imobilizado

Indicadores de desvalorização de imobilizado

Avaliar os ativos a cada publicação.

Se existir indicativos de perda de valor, estimar o seu valor

recuperável.

Se não for possível fazê-lo individualmente, avaliar a

unidade geradora de caixa da qual o ativo é parte, isso

porque, muitas vezes, o ativo sozinho não gera caixa.

05/08/2015

13

Indicadores de desvalorização

• A unidade geradora de caixa de um ativo é o menor

grupo identificável de ativos ( incluindo o tal ativo) que

geram caixa e são independentes de outros ativos que

geram caixa. Exemplos;

– Um balcão frigorífico

– Um açougue

Indicadores externos de desvalorização Para identificar desvalorizações, considerar as seguintes

informações externas, como mínimo:

Ativos cujo valor de mercado reduzem mais do que seu

desgaste pelo tempo ou utilização. Carro 1º mês.

Mudanças significativas de mercado , legal ou de tecnologia

sobre as operações da Cia. (amianto, vídeo K7)

O valor contábil dos ativos líquidos da entidade é maior do que

o justo valor da entidade como um todo, vide slide seguinte.

05/08/2015

14

Indicadores internos de desvalorização• Para identificar desvalorizações, considerar as seguintes

informações internas, como mínimo:– Evidências de obsoletismo ou dano físico;– Em decorrência de mudanças significativas na Cia:

• Os ativos poderão ficar inativos;• A empresa pretende encerrar as operações que

fazem uso do ativo;• Planos para vender o ativo antes da data prevista;• No caso de intangíveis, revisão da vida útil

passando de indefinida para definida.

05/08/2015

15

Indicadores de desvalorização

• Se o ativo apresentar indícios de possível desvalorização

a Cia deve revisar o quanto resta de vida útil, assim como

o método de depreciação ou seu valor residual e efetuar o

correspondente ajuste, mesmo que não haja redução do

valor recuperável.

Exemplo A Cia Sertão de Copacabana possui uma máquina

fabricada nas Filipinas cujos dados são os seguintes: Valor de aquisição R$ 350.000 Valor residual estimado R$ 120.000 Vida útil estimada 200 meses Depreciação acumulada, em meses 50 meses

A máquina está funcionando bem, mas o representante deixou o país e não há peças de reposição.

A vida útil foi revisada para mais 100 meses e o valor residual para R$ 40.000

05/08/2015

16

Solução• 350.000 – 120.000 = 230.000

• 230.000 / 200 meses = 1.150 ao mês

• 1.150 x 50 meses = 57.500 (depreciação acumulada)

• 350.000 – 57.500 = 292.500 (valor contábil)

• 292.500 – 40.000 (valor residual) = 252.500 (valor a depreciar)

• 252.500 / 100 meses = 2.525 (nova depreciação)

• Neste caso não há necessidade de impairment, mas tão

somente de ajustar o valor residual e o da depreciação.

Mensuração para o valor recuperável

• O valor recuperável de um ativo ou de uma unidade

geradora de caixa é o maior valor entre o valor justo

menos as despesas para vender e seu valor em uso.

• Se o valor em uso ou o valor justo líquido for maior do

que o valor contábil, não é necessário efetuar qualquer

redução.

05/08/2015

17

Valor líquido de venda

O valor líquido de venda deve ter por base a o valor justo aceito pelas partes ou o valor de mercado em um mercado ativo.

Se não existir mercado ativo, usar a melhor informação disponível para refletir o valor que a Cia poderia obter com a venda. Por exemplo, considerar transações recentes para ativos semelhantes.

Valor em uso• Corresponde ao valor presente dos fluxos de caixa

futuros que se espera obter de um ativo. Para obter:

– Estimar as futuras entradas e saídas de caixa a serem

obtidas pelo uso contínuo do ativo e pela sua venda;

– Aplicar a taxa de desconto adequada a esses fluxos

de caixa.

05/08/2015

18

Estimativas do fluxo de caixa• Devem incluir:

– Projeções das entradas ($$$) decorrentes do uso do

ativo;

– Projeções de saída ($$$) necessárias para gerar entrada

de caixa pelo uso do ativo e que possam ser diretamente

atribuídas ao ativo e em bases consistentes;

– Valor que se espera receber (ou pagar) pela venda do

ativo ao final de sua vida útil

Estimativas do fluxo de caixa• Projeções para um futuro distante:

– Normalmente as empresas efetuam orçamentos e

previsões para estimar seus fluxos de caixa. Para

períodos além dos usualmente praticados nos

orçamentos (normalmente até 5 anos) , utilizar

(conservadorismo) taxas de crescimento estáveis ou

decrescentes, exceto se uma taxa crescente possa,

de fato, ser justificada.

05/08/2015

19

Estimativas do fluxo de caixa

Não incluir nas estimativas de fluxo de caixa:

Entradas de caixa provenientes de financiamentos;

Recebimento ou pagamentos de tributos sobre a renda.

Entradas e saídas decorrentes melhoria no

desempenho do ativo ou de futuras reestruturações

Estimativas do fluxo de caixa

• As taxas de desconto utilizadas no cálculo do valor

presente das estimativas devem avaliar as atuais

condições de mercado sobre:

– O valor do dinheiro no tempo;

– Os riscos específicos do ativo para os quais foram

elaboradas as estimativas de fluxos futuros de caixa.

05/08/2015

20

EXEMPLO SIMPLIFICADO PARA

CÁLCULO DE IMPAIRMENT

Carrinho de algodão doce

05/08/2015

21

Exemplo• João comprou em 01/9/2011, um carrinho de algodão

doce por R 21.000. A vida útil estimada é de 7 anos.

• O valor residual é de R$ 3.000.

– Saldo contábil em setembro 2014;

– (21.000 – 3.000) / (7 x 12 meses) x 36 meses =

– (18.000 /84) x 36 = 214,29 x 36 = 7.714,29

– Saldo contábil em set/14 = 21.000 – 7.714,29 = 13.285,71

Exemplo

• João vende 1.000 unidades mês a R$ 1,50 cada

• Os componentes do custo do algodão doce são:

– Matéria prima R$ 0,75 por unid.

– Mão de obra (sobrinho) R$ 0,45 por unid.

– Total R$ 1,20 por unid.

– Resultado R$ 0,30 por unid

05/08/2015

22

Cálculo do fluxo de caixa R$ 0,30 x 1.000 unid. = R$ 300 Valor de mercado em 01/09/2014 = R$ 12.000 (última

venda)(b) O valor contábil do carro é R$ 13.285, 71 (a)

Cálculo do fluxo de caixa PMT = R$ 300 N = 4 anos x 12 meses = 48 (48 x 300 = 14.400 [cálculo errado]) I = 1% a.m.(taxa de mercado) VP = R$ 11.392,19 Perda do valor recuperável =(b) – (a)= -1.285,81

Contabilização

• D – Outras despesas operacionais

– Baixa de ativos por perda do valor recuperável –

R$ 1.285,71

• C – Estimativa de perda por baixa do valor recuperável -

R$ 1.285,71 *

* O crédito não é feito diretamente à correspondente conta

do imobilizado.

05/08/2015

23

Reconhecimento e mensuração• Uma perda por desvalorização deve ser reconhecida se

o valor recuperável for menor do que o valor contábil.• Ordem para redução do valor contábil de uma unidade

geradora de caixa:– Primeiro, reduzir os valores de qualquer tipo de ágio

por rentabilidade futura alocado ao ativo sob exame;– Em seguida, para outros ativos da unidade

proporcionalmente ao valor contábil da unidade completa.

Ágio por rentabilidade futura

É um valor a maior do que o valor do bem que alguém está disposto a pagar porque considera que o potencial do bem para a geração de fluxos de benefícios futuros irá cobrir o valor pago além de seu valor de mercado.

Imaginemos que João tivesse pagado R$ 21.420 por seu carrinho, cujo preço de venda era de R$ 21.000, para não ter que esperar dois meses para recebê-lo. (a fila de espera estava grande)

05/08/2015

24

Ágio por rentabilidade futura

• Contabilização:

– D – Imobilizado R$ 21.000

– D – Ágio por expectativa

de rentabilidade futura R$ 420 (conta do grupo

Investimentos no balanço individual)

– C – Caixa R$ 21.420

Ágio por rentabilidade futura

• Contabilização da perda

– D – Despesa com perda do valor recuperável do ativo

R$ 1.705,21

– C – Estimativa de perda do ágio por expectativa...

R$ 420,00

– C - Estimativa de perda do valor recuperável do ativo

R$ 1.285,71

05/08/2015

25

Divulgação

Devem ser preparadas por classe de ativos a saber: Estoques; Imobilizado; Propriedades para investimento contabilizadas pelo

custo; Ágio; (Investimentos) Intangíveis, exceto ágio; Investimentos em coligadas; Investimentos em joint ventures.

Divulgação

• Informar:

– O valor das perdas por desvalorização reconhecidas

no resultado durante o período e as contas nas quais

essas perdas foram incluídas;

– O valor das reversões de perdas reconhecidas no

período e as contas da DRE que foram revertidas.