construtivismo

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Ento como ocorre a construo do conhecimento pelo sujeito em uma perspectiva piagetiana? O sujeito epistmico, sujeito do conhecimento, est em adaptao ao meio quando surge uma situao-problema que gera uma inquietao, um conflito cognitivo, e que coloca esse sujeito em estado de desadaptao, desequilbrio: O que isso? Deixe-me ver? Como funciona? Para que serve?. Para voltar ao estado de equilbrio e adaptao dois mecanismos cognitivos so utilizados: assimilao e acomodao. O resultado final a construo do conhecimto, o desenvolvimento de estruturas de pensamento e a volta ao estado de adaptao em um processo de equilibrao majorante equilbrio superior, pois houve desenvolvimento.Essa busca de conhecimento leva o sujeito a procurar informaes no meio em que interage, e, frente a essas situaes-problema do ambiente que lhe provocam curiosidade e interesse, esse sujeito entra em estado de desequilbrio e desadaptao, gerando um conflito cognitivo: O que isso? Deixa-me ver? Explica-me o que isso?.De acordo com Piaget, natural que o sujeito busque voltar ao estado anterior de equilbrio e adaptao. Para isso, dois mecanismos cognitivos so acionados na tentativa de soluo do problema e volta adaptao: assimilao e acomodao.Concluindo, o desenvolvimento do sujeito em uma perspectiva piagetiana caracterizado por um processo de organizao das estruturas cognitivas em um sistema interdependente, que possibilita ao sujeito uma adaptao realidade. Este processo de busca de equilbrio chamado por Piaget de processo de equilibrao majorante.Epistemologia gentica: rea de pesquisa elaborada por Piaget, que estuda o desenvolvimento do pensamento da criana at a chegada ao raciocnio adulto (lgico-cientfico). Piaget pretendeu compreender como se desenvolvem no s os conhecimentos, como tambm a capacidade de conhecer.Hereditariedade: segundo Piaget a inteligncia no herdada. O homem nasce com estruturas biolgicas que em interao com o meio ambiente iro resultar em estruturas cognitivas que funcionaro de modo semelhante durante a vida do sujeito.Esquema: unidade estrutural bsica de pensamento ou ao que enquanto estrutura pode mudar e adaptar-se. De acordo com Piaget, a criana nasce com um equipamento biolgico hereditrio e a partir da interao com o meio ir construir estruturas mentais - esquemas - expressos como aes motoras e estratgias mentais utilizadas para solucionar problemas durante o funcionamento cognitivo. Os esquemas so unidades estruturais mveis que se modificam e adaptam, enriquecendo com isso tanto o repertrio comportamental como a vida mental do indivduo. (Rappaport, 1981)Adaptao:O sujeito est em estado de equilbrio em relao ao meio, o que lhe permite uma situao de adaptao. Esse sujeito chamado de epistmico, ou seja, sujeito do conhecimento, sujeito que busca conhecimento.Assimilao: tentativa do sujeito em solucionar uma determinada situao, utilizando uma estrutura mental j formada, ou seja, a nova situao assimilada a um sistema j pronto. Exemplo: no momento em que a criana construiu o conhecimento de subir escadas ir utilizar esse conhecimento em todas as situaes (escada de sua casa, escada da escola, escada da casa da tia etc.).Acomodao: tentativa do sujeito em solucionar uma determinada situao, modificando as estruturas antigas e construindo novas maneiras de agir para dominar uma situao nova em que os conhecimentos antigos so insuficientes para compreend-las. Exemplo: a criana j sabe subir escadas, mas nunca subiu uma escada rolante (objeto semelhante ao primeiro, mas com novos elementos que a criana desconhece). Nessa situao a criana tentar (por assimilao) agir como fazia antes, solucionar uma situao nova com base nas estruturas antigas, mas no obter sucesso. Ento, construir novas formas de agir, isto , ir modificar suas estruturas antigas para poder dominar uma nova situao a isso Piaget denominou acomodao.No processo de desenvolvimento da inteligncia temos fases integradas umas nas outras, e os esquemas construdos em cada uma delas so utilizados pelo sujeito de maneira interdependente.II. A sequncia dos estdios sempre a mesma, mas a idade dos sujeitos pode variar de acordo com o meio ou a cultura na qual est inserido.III. Confundir ou reduzir estdio a estgio leva a uma compreenso e a uma aplicao equivocadas da teoria de Piaget.Assinale a alternativa correta:( D) O aparecimento de uma necessidade impulsionaria o indivduo a buscar uma nova forma de adaptao ao meio atravs dos processos de assimilao e acomodao numa busca incessante por um equilbrio superior. (A) O indivduo herda uma srie de estruturas biolgicas que predispem ao surgimento de certas estruturas mentais. Ento, o que herdamos no a inteligncia, mas um organismo que amadurece com o contato com o meio ambiente.I A acomodao suficiente para proporcionar uma adaptao cada vez mais completa e eficiente, o que gratificante para o sujeito que se sente mais apto para lidar com novas situaes.pre operatorioAna, Miguel, Joo e Ceclia brincam e tagarelam dentro de um tanque de areia. Ana diz: Ganhei uma bola de aniversrio. Miguel comenta: Hoje eu vou ao Zoolgico com meu pai. Mas depois tenho que dormir. Joo espera que Miguel termine de falar e ento reclama em voz alta: Eu comi macarro no almoo! Detesto macarro!. Ceclia, empurrando para um canto do tanque uma grande quantidade de areia com os ps, afirma satisfeita: Ficou igualzinha montanha do urso.A respeito desta situao, afirma-se:I. De acordo com Piaget, trata-se de uma linguagem egocntrica.II. De acordo com Piaget, as crianas no tem, nesta fala, inteno de comunicao.III. De acordo com Piaget, trata-se de um monlogo coletivo.Responda: verdadeiro o que se afirma em:DESENHOS De acordo com Piaget, ao final do estdio sensrio motor (dois anos) surge na criana uma capacidade cognitiva de representao um significado por meio de um significante e o meio que utiliza para isso pode ser a linguagem, o jogo simblico, a imitao, a imagem mental e o desenho. Sendo assim, o desenho em uma perspectiva piagetiana no apenas um ato criativo e espontneo da criana, mas sim uma funo de pensamento, simblica e semitica, que possibilita a representao da realidade. Assim sendo, o desenho uma das manifestaes da funo simblica ou semitica que surge na criana por volta dos dois anos (estdio pr-operatrio) possibilitando a representao intencional da realidade por meio do grafismo.Piaget considera o desenho uma forma de representao do pensamento e embora no tenha estudado o desenvolvimento do grafismo infantil, refere-se em seus textos aos clebres estudos de Georges-Henri Luquet (1876-1965),que foi o primeiro a tabular em etapas evolutivas. A alternativa correta a (D). A autora afirma que os desenhos ficam esquecidos medida que a criana cresce, havendo uma perda na espontaneidade para desenhar e para utilizar o desenho como forma de representao do pensamento. O desenho um recurso amplamente utilizado pela criana na 1 e 2 infncia, mas pela excessiva valorizao da escola e dos pais, pela representao por meio da escrita (alfabetizao), h um empobrecimento na utilizao dessa funo simblica. No prximo tpico vamos estudar isso.Luquet inicia seus estudos observando de maneira sistemtica os desenhos de seus filhos, Simone e Jean Luquet. Percebe o desenhar como um ato de representao da realidade, uma imitao do real atravs da representao e, nesse sentido, afirma que o desenho realista na inteno. Portanto, o realismo do desenho uma concepo chave em sua teoriCompreende o desenvolvimento do grafismo infantil em quatro importantes etapas, demonstrando que o desenho sofre mudanas e destacando um realismo que se desenvolve na medida em que a criana vai avanando em idade.Gradativamente o desenho vai evoluindo em etapas e em cada uma delas h um tipo de realismo. Em outras palavras, o realismo do desenho infantil ocorre em diferentes fases:Realismo Fortuito (2 a 3 anos) analogia entre o trao e o objeto, dando nome e isso ocorre ao acaso, fortuitamente. parece descobrir por acaso uma analogia formal entre seu traado e o objeto representado, tendo dado nome a elementos do desenho depois de conclu-lo.O desenho em forma de rabiscos representa as caractersticas do realismo fortuito segundo os estudos de Luquet, a criana faz uma analogia entre o trao e o objeto, dando nome e isso ocorre ao acaso, fortuitamente. A criana no desenha formas, apenas rabiscos indicando a primeira maneira que utiliza para representar no papel a realidade.REALISMO Mal Sucedido (3 a 4 anos) a criana aprende a representar, mas com fracassos e sucessos. Ocorre o incio da representao da figura humana - badamecogirino (braos e pernas saem da cabea) e badameco (braos e pernas saem do corpo).REALISMO Intelectual (4 a 8 anos) a criana desenha o que sabe e no o que v. Utiliza trs tcnicas em seus desenhos: transparncia, plano deitado, rebatimento.REALISMO Visual (9 a 12 anos) a criana desenha o que v e no mais o que sabe. Para Luquet, h uma submisso da criana s leis da realidade, com perda da espontaneidade ao desenhar, diminuindo a produo artstica (figurao adequada do real). Descoberta da identidade forma-objeto e tentativa de reproduo desta forma , o que ocorre com variaes de erros e acertos: realismo fracassado. Abandono do rabisco e comeo do desenho com desejo de representao, dando-se nome aos desenhos: realismo fortuito. Fim do desenho infantil, marcado pela descoberta da perspectiva e pela submisso s suas leis: realismo visual. O desenho da criana inclui caractersticas no do que ela v mas do que ela sabe: realismo intelectual.Abandono dos rabiscos e comeo do desenho com desejo de representao, dando-se nome aos desenhos: Realismo fortuitoIgnora as relaes projetivas e euclidianas: Realismo goradoRepresenta elementos visveis e transparncia: Realismo intelectual.Simboliza o objeto de acordo com sua aparncia visual, marcado pelo uso da perspectiva: Realismo visual. Viktor Lowenfeld>Os resultados de suas pesquisas revelaram que h uma transformao no grafismo infantil que inicia na infncia e vai at a adolescncia, percorrendo sucessivas fases de desenvolvimento. So elas: Garatujas (2 aos 4 anos); Pr-Esquemtica (4 aos 7 anos); Esquemtica (7 aos 9 anos); Realismo (9 aos 12 anos).Garatujas (2-4 anos) So quatro tipos: desordenadas (rabiscos que no respeitam o limite do papel, saem da folha, a criana risca a base onde est a folha); controladas (os riscos no saem mais da folha, a criana respeita os limites do papel); nomeadas (a criana comea a tirar o lpis do papel dando nome aos riscos que faz na folha); diagramadas (traos e linhas se interligam formando uma espcie de mosaico ou mandala).Pr-esquemtica (4-7 anos) incio da representao da figura humana; h justaposio dos eleos desenhados sem a presena da linha de cho.Esquemtica (7-9 anos) aparecimento da linha de base possibilitando maior coordenao no desenho: objetos do cho e objetos no cu; h exageros e omisses, e a utilizao de plano deitado e dos raios-X.Realismo (9-12 anos) preocupao com a perspectiva, profundidade, sobreposio, detalhes e pormenores, desenhos satricos; a criana desenha por opo e muitas vezes no desenha mais pela perda da espontaneidade.Uma criana recebe uma folha e faz um lindo desenho de um jardim: na linha de cho desenha a casinha, as rvores e uma figura humana; no cu desenha nuvens, pssaros e um sol. Em relao ao desenvolvimento do grafismo proposto por Lowenfeld podemos afirmar que:I. Ocorre analogia entre o trao e o objeto, dando nome e isso ocorre ao acaso, fortuitamente.II. Ocorre o incio da representao da figura humana com o desenho do badamecogirinoIII. A criana desenha o que sabe e no o que v, h o aparecimento da linha de base possibilitando maior coordenao no desenho.Assinale a alternativa correta:a) I apenas.b) II apenas.c) III apenas.d) II e III apenas.e) I, II e III. A alternativa correta a (C). As afirmaes I e II apresentam definies do realismo fortuito e realismo mal sucedido, respectivamente, que no pertencem ao desenho. Apenas III apresenta definies que correspondem fase do realismo intelectual correspondente aos indicadores do desenho a criana desenha o que sabe e no o que v, h o aparecimento da linha de base possibilitando maior coordenao no desenho. Leia a descrio de uma professora a respeito dos desenhos de seus alunos: Minhas crianas, esto na fase dos desenhos de formas fechadas, e dizem: olha a bolinha, s vezes dizem que um carro, um barco... As vezes desenham apertando o lpis, no papel, as vezes no. Alguns se expandem mesmo, parece que colocam tudo de si no papel, outros fazem trabalho mais formal, parece que com um certo receio. A partir dessa observao podemos afirmar que: I) A conquista dos crculos marca uma etapa bastante importante, o esboo de uma representao; marca o inicio de uma necessidade de se nomear os desenhos.II) Os nomes podem variar, o que era um carro pode se tornar um elefante e assim, podemos considerar o desenho como uma forma da linguagem.IV) Os alunos da professora citada demonstram sua forma de interagir com o mundo conquistando novas estruturas de movimento.