Conhece-te a ti mesmo Nº1
description
Transcript of Conhece-te a ti mesmo Nº1
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº1
FichaTécnicaPropriedadeNova Acrópole PortugalAv. Antº Aug. Aguiar, 17 4º esqº1050-012 Lisboa
DirectorJosé Carlos Fernández
GrafismoDaniel Oliveira
ColaboraçãoCarmen MoralesDaniel OliveiraDelia Steinberg Guzmán Jorge Angel Livraga José Carlos FernándezPaulo Loução
Era uma vez um rio
Projecto EditorialPaulo Loução
2
Era uma vez um rio – diz uma velha tradição oriental – que cor-
ria mansamente no seu cómodo leito de barro. As suas águas
eram turvas e nelas viviam peixes da cor do chumbo que bus-
cavam o seu alimento no lodo.
Como era muito pouco profundo, nenhum ser humano ainda se
tinha lembrado de fazer uma ponte sobre ele, conformando-se
apenas em colocar algumas pedras no seu leito que improvisa-
vam caminhos humidificados pelas lentas águas. Os animais
dos bosques vagueavam pelos lugares menos profundos, revol-
vendo as entranhas do rio com as suas patas. Para beber iam
ao lago mais próximo, porque as águas do rio eram escuras e
cheiravam mal.
Mas o deus Indra, que tudo vê, apiedou-se do Génio do rio, pois
sem ser tolo, comportava-se como tal, entorpecido pela inér-
cia e comodidade, já acostumado a que pisassem o seu corpo,
que era húmido e hediondo como uma víbora morta. Com o
passar do tempo, o rio conformou-se com os caminhos mais
suaves e evitava os declives violentos. Era mudo, feio e as belas
Ondinas e Fadas dos ribeiros não se aproximavam dele, nem
sequer para fabricarem os seus espelhos mágicos nas noites
de Lua Cheia.
Um dos Servidores de Indra secou a terra à frente dele e levan-
tou-a de forma que o obrigou a desviar-se. Ao princípio assus-
tado, o velho rio começou a gemer, mas logo descobriu o prazer
de saltar sobre as pedras e, com um rugido, abateu árvores e
abriu caminho, saltando abismos e arremetendo contra enor-
mes penhascos.
A sua água fez-se límpida ao filtrar-se através das areias e pe-
dregulhos; o seu fundo voltou a ser de pedra e, às vezes, de me-
tal, cujos veios brilhavam no seu leito como os ígneos látegos
de Indra quando conduz os Maruts.
Do seu seio, outrora escuro e lôbrego, nasceu a espuma bran-
ca, pois esta não aparece se não houver luta, se não houver
purificação.
Nele habitaram peixes coloridos que sobem o rio e as claras
lagoas, que ia deixando nos seus flancos, recortadas em for-
midáveis rochas, foram o assombro dos Elementais das águas.
Com o titilante reflexo das estrelas, as Ninfas fizeram os seus
pentes mágicos e extraíram dos profundos remansos os espe-
lhos encantados.
Os humanos já não o pisaram, mas elevaram arcos de triunfo
sobre ele, a que chamaram pontes.
Os animais cruzavam-no nadando, e logo comentavam, limpos
e brilhantes, a força do rio. Por fim, quando chegava à sua Mãe
Ganga, era recebido com ovações pelas outras águas que a ele
se abraçavam gritando de alegria.
E vendo tudo isto e outras coisas mais que não vos conto, In-
dra pensou em muitos seres humanos que não aproveitam as
suas oportunidades e continuam a ser rios lentos e barrentos,
carentes de valor e de glória. Então, duas lágrimas correm pelo
seu rosto candente, e assim aparecem nuvens, e tudo na natu-
reza se torna cinzento, lamentando a estupidez humana.
Jorge Angel Livraga (1930-1991)
Fundador da OrganizaçãoInternacional Nova Acrópole
Depósito Legal
Outono 2009 | Distribuição Gratuita3
Hoje, na altura em que o mito da igualdade cambaleia, pode-
-se apreciar mais livremente a Sabedoria dos antigos, que afir-
mavam que todas as coisas e todos os seres têm existências
diferentes.
Mais: dentro da mesma pessoa é difícil registar dois estados
de ânimo iguais ao longo de um dia, de um mês ou de um
ano. O mau é que, salvo as excepções que confirmam a regra,
estes estados de ânimo têm frequentemente um denominador
comum pernicioso, que é o de observar preferencialmente a
parte negativa de tudo e de todas as coisas.
À sua maneira, cada qual sente-se um mártir, um incompre-
endido ou uma vítima dos demais, que não o amam nem o
valorizam como merece, mais um longo etcetera que seria im-
possível descrever aqui.
É notável como o egocentrismo, com tendência mais ou menos
acentuada para o egoísmo, modifica as atitudes e procedimen-
tos, convertendo em néscios os inteligentes, em ociosos os tra-
balhadores e em débeis os potencialmente fortes.
O excesso de individualismo é tão mau como o seu contrário.
Todos acreditam ter, de alguma maneira, as chaves do sucesso,
mas quando são postos à prova fracassam, deitando a culpa
sempre para os outros e assumindo posições psicológicas som-
brias. Não é raro encontrar indivíduos que são verdadeiros dés-
potas para os seus subordinados e que são extremamente sen-
síveis quando lhes toca a eles obedecer ou ouvir um correctivo.
Então decai a alegria e uma nuvem cinzenta abate-se sobre a
torturada consciência, que acredita ser vítima de uma injustiça,
ao mesmo tempo que proclama as suas próprias bondades e
os erros dos próximos.
Esta atitude pessimista e negativa, ao observá-la ao longo dos
anos, em centenas de pessoas que bem poderiam experimen-
tar uma atitude mais autêntica, positiva e humilde perante a
vida, chamou-me profundamente a atenção.
Recordei-me da parábola de Platão sobre o “Olho da Alma”,
esse que de acordo para onde se dirige, vê panoramas dife-
rentes e comunica visões escuras, cinzentas ou francamente
luminosas. E imaginei que temos dentro algo assim como um
espelho de posição variável. E nele reflecte-se aquilo para o
qual está dirigido. Se o deixarem folgado, lasso, caído para a
parte baixa do Mundo, somente reflectirá sombras, perigos,
adversidades. Se, com um pouco de esforço conseguirmos
levantá-lo, mesmo que seja até à horizontal, o seu campo de
visão ampliar-se-á consideravelmente e sem despojar-se de
trevas, abarcará também horizontes luminosos e pluralidade
de seres e coisas interessantes, dignas de se ter em conta, e a
Alma ampliará a sua possibilidade de perceber e, portanto, de
discernir, decidir e actuar.
Se, com firme vontade, levantarmos ainda mais o espelho, ve-
remos as coisas adversas do mundo borradas e um Céu de Luz
levará beleza e alegria ao nosso Coração. Estaremos natural-
mente predispostos para o êxito, para a alegria e a Sabedoria
desenvolver-se-á descobrindo para nós verdadeiras maravilhas
e os motores escondidos das coisas visíveis. Perceberemos as
mãos de Deus em cada obra e o seu Pensamento incomensu-
rável regendo todas as ideias e todas as formas.
Assim, saudavelmente entretidos na visão e na vivência de tais
prodígios, iremos esquecendo pouco a pouco as nossas estrei-
tezas egoístas, a nossa ignorância que descarrega sobre as
costas alheias os pesos das responsabilidades que nos enobre-
cem e que justificam a nossa vida.
Mantendo esse reflexo do Céu na nossa Alma, tudo se tornará
mais fácil e as caminhadas mais agradáveis, frutíferas e ale-
gres. Na verdade, vale a pena o esforço, pois de uma semente
de vontade surge um bosque de bem-aventurança, de felicida-
de e de conformidade emocional consigo mesmo, ao poder ver
com claridade as características do Caminho e dos caminhan-
tes que, com o espelho virado para as trevas, não podíamos
distinguir.
As vacilações diminuem e o medo é substituído por uma sau-
dável inquietude renovadora e vital.
Os queixumes tornam-se risos e naturalmente somos melhor
aceites por todos simplesmente movendo para cima o nosso
espelho interior.
O Espelho InteriorOutono 2009 | Distribuição Gratuita
Jorge Angel Livraga (1930-1991)
Fundador da Organização Internacional Nova Acrópole
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº14
Próximo Lançamento
Outras Novidades
«Porque através do teu próprio cora-ção vem a única luz que pode iluminar a vida e torná-la clara a teus olhos. Estuda o coração dos homens, a fim de poderes conhecer o que é o mun-do em que vives e do qual queres ser parte. Observa a vida que te rodeia em cons-tante movimento, em transformação incessante, pois é formada pelos co-rações dos homens; e, à proporção que forem aprendendo a conhecer a sua constituição e significação, irás gradualemente sendo capaz de ler a palavra maior da vida!
Conhece-te a ti mesmo.»
Excerto de «Luz no Caminho»
EdiçõesNova Acrópole
Formato: 14,8x20,5 cm | Nº Páginas: 112
Formato: 16x23 cm | Nº Páginas: 129 Formato: 14,8x20,5 cm | Nº Páginas: 120 Formato: 16x23 cm | Nº Páginas: 112
Outono 2009 | Distribuição Gratuita5
Segundo os ensinamentos de Buda, os princípios do gover-
no justo são expostos nos “Dez Deveres do Rei”:
1.Liberalidade, generosidade, caridade (dhana). O soberano
não deve ter avidez nem afeição pela riqueza e propriedade
mas dispor delas para o bem-estar do povo.
2.Um carácter moral elevado (shila). Não deve jamais des-
truir a vida, enganar, roubar nem explorar os outros, come-
ter adultério, dizer coisas falsas nem tomar bebidas em-
briagantes (quer dizer, observar os preceitos dos laicos).
3.Sacrificar tudo pelo bem do povo. Deve estar preparado
para sacrificar a sua comodidade, o seu nome, o seu reno-
me e mesmo a sua vida no interesse do Reino.
4.Honestidade e integridade. Deve ser isento de medo ou
de favor no exercício dos seus deveres, deve ser sincero nas
suas intenções e não deve enganar o público.
5.Amabilidade e afabilidade. Deve ter um temperamento
doce.
6.Austeridade nos hábitos. Deve levar uma vida simples
e não se deve deixar levar pelo luxo. Deve ser dono de si
mesmo.
7.Ausência de ódio, mau-querer ou inimizade. Não deve
guardar rancor de ninguém.
8.Não-violência, esforçar-se por fazer reinar a paz e a jus-
tiça.
9.Paciência, perdão, tolerância, compreensão. Deve ser ca-
paz de suportar as provas, as dificuldades e os insultos sem
se enfurecer.
10.Não-oposição, não-obstrução. Não se opor às medidas
favoráveis ao bem-estar do povo. Manter-se em harmonia
com o povo.
Os dez deveresdo governante
no Budismo
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº1
SeSe consegues manter a calma quando à tua volta
Todos a perdem e te culpam por isso,
Se consegues manter a confiança em ti próprio quando todos duvidam de ti,
Mas fores capaz de aceitar também as suas dúvidas;
Se consegues esperar sem te cansares com a espera,
Ou, sendo caluniado, não devolveres as calúnias;
Ou, sendo odiado, não cederes ao ódio,
E, mesmo assim, não pareceres demasiado condescendente nem altivo;
Se consegues sonhar – e não ficares dependente dos teus sonhos;
Se consegues pensar – e não transformares os teus pensamentos nas tuas certezas;
Se consegues defrontar-te com o Triunfo e a Derrota
E tratar do mesmo modo esses dois impostores;
Se consegues suportar ouvir a verdade do que disseste,
Transformada, por gente desonesta, em armadilha para enganar os tolos,
Ou ver destruídas as coisas por que lutaste toda a vida,
E, mantendo-te fiel a ti próprio, reconstruí-las com ferramentas já gastas;
Se és capaz de arriscar tudo o que conseguiste
Numa única jogada de cara ou coroa,
E, perdendo, recomeçar tudo do princípio,
Sem lamentar o que perdeste;
Se consegues obrigar o teu coração e os teus nervos
A ter força para aguentar mesmo quando já estão exaustos,
E continuares, quando em ti nada mais resta
Que a Vontade que lhes diz: “ Resistam!”;
Se consegues falar a multidões sem te corromperes,
Ou conviveres com reis sem perder a naturalidade,
Se consegues nunca te sentir ofendido seja por inimigos, seja por amigos queridos;
Se todos podem contar contigo, mas sem que os substituas;
Se consegues preencher cada implacável minuto
Com sessenta segundos que valham a pena ser vividos,
É tua a Terra e tudo o que nela existe,
E – o que é ainda mais – então, meu filho, serás um Homem.
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº1
Rudyard Kipling - Escritor Inglês e Prémio Nobel da Literatura em 1907 (1865-1936)
6
Outono 2009 | Distribuição Gratuita7
Outono 2009 | Distribuição Gratuita
Conta-se que uma vez um homem erudito aproximou-se da margem de um rio para que o barqueiro lhe permitisse atravessá-lo. O erudito parecia que carregava toda a sua importância junto com o seu conhecimento, como se temesse perdê-lo. E assim, com soberba de letrado, disse ao humilde e serviçal barqueiro:
- Podes passar-me para a outra margem?
- Sim, claro, são duas rupias.
E o letrado temendo sujar-se ao tocar no barqueiro, entregou-lhe essas moedas.
Quando já estavam a atravessar o rio, e enquanto o barqueiro fazia o seu trabalho, o erudito perguntou:
- Barqueiro, estudaste Sânscrito, a língua em que foram escritos os Vedas, os Upanishads, as epopeias do Mahabharata e o Ramayana, todos os Puranas e Upapuranas, a língua de Valmiki e Vyasa, a língua em que foi escrito o glorioso Bhagavad Gita, resumo de todo o conhecimento?
- Não senhor, nada sei de dita língua
- Oh, que desperdício de vida, então nada te posso dizer da beleza das suas estruturas sintácticas, dessas formas sublimes anali-sadas pelo ilustre Patanjali.E conheces os mistérios da Geometria, que permite medir as distâncias e as superfícies, classificar os ângulos, fundamentar o cálculo diferencial para poder estudar claramente a Dinâmica dos Fluidos, tão necessário num trabalho como o teu?
- Oh, senhor, nada sei de Geometria
- Bem, bem, bem, oh, vida miserável e arruinada, perdeste metade da tua vida.E Aritmética, para distinguir os números racionais, os transcendentes, os imaginários? Sabes que Pi, o número que resulta da divisão da circunferência pelo diâmetro é um numero transcendente, tal como o número que permite calcular a forma de uma Ciclóide, que é como a forma que assume esta corda estendida na tua barca?
- Não, não, nada sei de Aritmética
Nisto as águas do rio começaram a agitar-se movidas por uma tempestade que, de repente, e com surpreendente violência, começou a agitar a barca. Porém o erudito estava tão possuído de seus conhecimentos e com tanta soberba para com o humilde barqueiro que não se apercebia do perigo da situação. Repetia: «Perdeste metade da tua vida inutilmente». E continuava insti-gando o nosso barqueiro com perguntas com as quais demonstrava orgulhosamente o seu saber.
- Ah claro, e seguramente também não sabes nada de Metafísica, dos mistérios da ontologia e as categorias do Ser….
- Ah, desculpe, desculpe, senhor, e você sabe nadar?
- Eu, Eu... e porque me pergunta isso, eu não sei. Porque iria saber nadar?
- Pois nesse caso, vai perder a sua vida inteira, porque esta barca afunda-se. - Dito o qual, lançou-se à água pois ele sim sabia nadar.
Mais importante que acumular conhecimentos é encontrar o sentido da vida, como um fio mágico que conduz a nossa existência. O grande sábio Pitágoras dizia que melhor que um tonel de conhecimento é uma gota de verdadeira sabedoria, e a sabedoria é quem nos pode guiar no meio das tempestades do mundo. A nossa vida é uma barca frágil, o barqueiro é a consciência.E o mais importante de aprender é a Arte de Viver.
O BARQUEIRO E O ERUDITO
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº18
Saber ouvirÀ medida que o final do nosso século se aproxima, as relações
humanas tornam-se cada vez mais complexas. Muitas vezes
escrevemos sobre o fenómeno curioso que aconteceu neste
nosso tempo, nesta chamada «era das comunicações», na qual
é, precisamente, tão difícil comunicar de verdade uns com os
outros.
Qualquer comunicação, e a humana que é a que nos interessa,
fundamenta-se no intercâmbio de factores vitais; caso contrá-
rio, mais do que comunicação é simplesmente uma roçadura.
Mas, o que somos capazes de intercambiar?
Velhos hábitos que formavam parte da educação tradicional
(hoje tão flagelada pelas críticas) punham-nos em contacto
com bons livros e permitiam-nos manter uma boa conversação.
Ler e falar, por outro lado, hoje são elementos de luxo. Lê-se,
sim, mas pouco e mal, e isso influencia naturalmente na nossa
maneira de falar. A maioria das línguas moder nas tendem para
um empobrecimento tal que faltam palavras para expressar as
melhores ideias e sentimentos; melhor dito, não é que faltem
as palavras, mas faltam, sim, quem as saiba e possa usar.
Por isso vão minguando as conversas profundas e atractivas,
sendo que a relação entre os homens reduz-se, como as lin-
guagens, as palavras imprescindíveis, quando não as expres-
sões vulgares e feridoras que exaltam toda a violência e a
agressividade contida em quem se sente mal compreendido,
só e injustamente tratado pela vida.
Falar é uma das formas mais belas que temos para comunicar
entre nós, para transmitirmos elementos vivos, para fazer com
que os pensamentos e as emoções fluam de uma pessoa para
a outra. No entanto, é muito difícil falar de modo a manter uma
conversa proveitosa. Vejamos porquê.
Para conversar sem preencher estupidamente os minutos, há
que ter algo para dizer, algo sério, algo importante. Há que ter a
alma cheia e a atenção desperta para deitar mão em qualquer
momento daquilo que faz parte do nosso mundo interior.
Delia Steinberg GuzmánDirectora Internacional da Nova Acrópole
Para conversar há que ter as ideias claras, não enredar-se em
re pe ti ções inúteis. Saber quando começamos e quando termi-
namos o que queremos dizer.
Para conversar não há que ter medo das próprias ideias nem
das idei as dos demais. A conversação permite, precisamente,
esse salutar in ter câm bio entre os que sabem defender as suas
opiniões sem por isso dei xa rem de ouvir as razões do seu in-
terlocutor.
Para conversar há, sobretudo, que saber ouvir.
O que só se ouve a si mesmo, o que só aprecia as suas próprias
ideias, o que se sente atraído pelo som da sua própria voz, o
que não con cede importância à existência de outras pessoas e
usa-as apenas co mo ecrã para reflectir as suas palavras, nunca
poderá conversar, nunca poderá estabelecer uma salutar rela-
ção humana.
Há que saber ouvir. Não é preciso ser-se mudo ou retraído,
mas an tes usar essa faculdade excelente que nos faz tomar
em consideração quem temos pela frente, a quem procura uma
relação tanto como nós a procuramos.
Ouvir é uma arte: requer prestar atenção, valorizar o que os
outros dizem, entender por que é que dizem as coisas que nos
dizem, ler nos olhos do que fala tanto como se ouvem as suas
palavras, colaborar em silêncio com gestos que indiquem a
nossa activa participação no diálogo.
Ouvir é poder fazer a comparação com o que nós pensamos e
ter a oportunidade de calibrar, após essa comparação, o peso
dos nossos pensamentos.
Ouvir é saber intervir no momento oportuno, sem interromper
brus camente e sem passar por alto o que o outro está a dizer. É
responder partindo daquilo que nos disseram e formar um fio
condutor in te li gente, para que a conversa tenha um sentido, ou
seja, princípio, meio e fim.
Ouvir é compreender os outros e a nós próprios. Neste mundo
tão carente de virtudes, bem podemos, como filósofos, retomar
esta valiosa atitude que traz tantos benefícios a todos nós.
O que é capaz de conversar, alternando engenhosamente as
suas in ter venções com as dos demais, o que ouve os outros
tanto ou mais do que a si mesmo, sabe colher tesouros em
todos os cantos e momentos da vida. Desenvolve a observação,
a paciência, o respeito e a capacidade de pensar.
Saber ouvir é a melhor maneira de saber falar.
Outono 2009 | Distribuição Gratuita9
Qual é o sentido de tudo? Para onde gira a roda da exis-tência? Para quê? Por que nos encontramos aqui e ago-ra? De onde viemos e para onde vamos? O que faz com
que permaneçamos em pé, no meio da maré da vida? Qual é o lugar do homem na Natureza? Que destino nos espera mais além da morte? Vol ta mos a nascer? Como e de onde surge no homem a consciência da quilo que se deve fazer e daquilo que não? Temos alma? Pode a razão demonstrar a existência de Deus? Por que a evolução ca minha com passos tão firmes e inequívocos? Quem traça o Plano que se reflecte com precisão matemática nas operações da vida como por exemplo no có-digo genético?
É possível conhecermos a nós próprios?Quem é que não realizou já estas perguntas a si próprio? So-mente dois tipos de pessoas: aquele que se contenta com res-postas superficiais que jamais poderá verificar e aquele que já conhece as respostas e, portanto, encontra-se mais além da condição humana. Entre ambos os extremos encontra-se o filósofo, aquele que procura a verdade. Filósofo é aquele que cami nha no seu interior e no mundo procurando respostas.
De certo modo, o filósofo partilha o destino do peregrino. Este último procura Deus e para isso percorre os lugares santos. O filósofo, por outro lado, procura a verdade, uma verdade que torne mais firmes os seus passos. Procura a sabedoria que o possa nutrir, sem se contentar com a primeira resposta que encontra. Mais além, sempre mais além. Como disse Giordano Bruno, o filósofo é insaciável como o fogo e sente em si a cer-teza daquilo que busca. Que agudeza a de Platão quando des-creveu o filósofo como filho da abundância do céu e da pobreza e orfandade da terra. Para Séneca, por outro lado, o filósofo é aquele que sobe a montanha interior e nela adquire certeza e serenidade. Uma montanha que se eleva por cima dos ventos
O que é
José Carlos FernándezEscritor e Investigador | Director da Nova Acrópole de Portugal
das paixões terrenas, e que ainda é superior à própria fortuna, «deusa» adorada a quem o néscio chama senhora do mundo.Confúcio comparou o filósofo com uma flecha com olhos. Do-tada de um divino impulso, sabe para onde vai. Vai ao coração da realidade.Para os egípcios, o filósofo é o que sabe olhar para o seu pró-prio coração e encontrar nele, como se fosse um espelho má-gico, respostas às perguntas que a vida apresenta. Ele, diziam os egípcios, pode dar as respostas porque a sua alma – a tua, a nossa – é tão velha ou mais do que o Universo. Pode responder a quem o requisitar, porque nele en contra-se o segredo do On-tem, do Hoje e do Amanhã. Os egípcios também dizem que o filósofo tem as medidas dos seres e das ac ções. Segundo o seu discurso poético o aprendiz da sabedoria trans porta a regra de Maat e pode determinar o verdadeiro valor de tudo aquilo que quiser medir. Assim, traça as suas sendas com a mesma precisão com que o deus Thot traça as sendas dos astros e o valor dos números.
É evidente que a imagem que a Antiguidade Clássica teve do filósofo não é a mesma que é desenhada nos tempos moder-nos. O verdadeiro filósofo sabe o que sabe e o que não sabe e é capaz de traçar entre ambos uma linha matemática. Ao actual erudito especializado fervem-lhe as opiniões de uns e de outros. Ao verdadeiro filósofo a profundidade da vida torna-o silencioso e afável. Aquele que simplesmente transporta diplo-ma e insígnia, arqueia a sua coluna vertebral e moral diante do peso de tudo o que leu. Mas no fundo muitas vezes nem o entende nem o valoriza porque não o vive. Encontramos o verdadeiro filósofo no campo de batalha, como Sócrates, ou tocando a lira, como Confúcio ou simplesmente trabalhando e cumprindo com os seus deveres quotidianos. Foi o próprio Confúcio que disse: «Que grande é a lei do dever do homem sábio. É um oceano sem margens».
Filosofia?
Para Séneca, o filósofo é aquele que sobe a montanha interior e nela adquire certeza e serenidade.
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº1
Quando se trabalha com o objectivo de desentranhar a voca-
ção, algumas premissas básicas devem ser consideradas:
— A vocação não deve ser procurada de forma directa. A sua
aparição não é baseada em custo-benefício, em tentativa-erro,
nem em expectativas. Ela é como a luz para os olhos, ou seja,
os olhos não vêem a luz, mas sim os objectos iluminados por
ela. Assim também o entendimento não vê a vocação, mas sim
as actividades iluminadas por ela.
— A observação das tendências e interesses humanos através
da experiência deve tornar-se motivo para testar, de forma per-
sistente e profunda, as pessoas que são educadas para a voca-
ção, com o objectivo de criar condições para que elas possam,
trilhar o caminho de suas vocações.
— Na vocação como busca, nada é definitivo e conclusivo, po-
rém a direcção apontada pelo educador deve garantir a possi-
bilidade das pessoas poderem encontrá-la.
— A vocação faz parte da cultura como um todo e especifica-
mente da tradição, moldura da qual não podemos prescindir
sob risco de não elevar os níveis de consciência e inteligência
suficientemente, o que leva o ser humano a perder a sua capa-
cidade de compreensão e de entendimento.
O que não pode faltar de modo algum é o desenvolvimento filo-
sófico do ser humano, pois a vocação é um diálogo permanente
entre o Ser, a alma e a personalidade do individuo humano.
Hoje em dia, a sociedade não possui os elementos necessá-
rios para desenvolver a educação vocacional porque não há, na
esfera pública, nem instituições, nem educadores preparados
para trabalhar pelo desenvolvimento filosófico do ser humano.
Por isso, é necessário que a iniciativa privada crie centros de
formação vocacional.
Aqui se encaixa o trabalho que durante 52 anos vem realizando
a escola de filosofia à maneira clássica Nova Acrópole, em mais
de 50 países do mundo.
De qualquer forma, pode-se começar a promover a vocação
conversando de forma filosófica sobre cada um dos vinte e um
aspectos da grade, a começar pelo primeiro: o Êxito.
O querer depende dos sonhos mais profundos da nossa inti-
midade ou da alma humana. Não é qualquer êxito, mas aquele
que se harmoniza com o nosso destino.
O êxito não é uma questão arbitrária ou aleatória, e a sua esco-
10
Michel Echenique Isasa | Director da Nova Acrópole no Brasil
Onde está a tua vocação?
1 ECHENIQUE, Michel. Como Reconhecer sua Vocação.Belo Horizonte: Edições Nova Arópole, 2001.
lha não é um resultado das nossa expectativas. Antes de tudo,
deveríamos saber o que o destino nos reserva, mas para isso
deveríamos aprender a discernir entre os nossos desejos e as
nossas verdadeiras aspirações, a fim de descobrir o que real-
mente queremos, de forma exacta.
Esse querer depende dos sonhos mais profundos da nossa inti-
midade ou da alma humana. Não é qualquer êxito, mas aquele
que se harmoniza com o nosso destino – a isso os antigos filó-
sofos estóicos denominaram Providência. A providência reflec-
te-se no nosso interior por meio da reflexão profunda, que é
algo que todos os seres humanos deveriam aprender ou fazer.
De forma prática, o êxito depende da aquisição de dez hábitos
positivos, da compreensão das premissas das quais emanam
tais hábitos, do desenvolvimento do nosso círculo de poten-
cialidades e da construção de arranjos específicos para con-
quistarmos o êxito próprio, que não é o êxito de qualquer ser
humano, mas especificamente o nosso.
Outono 2009 | Distribuição Gratuita11
Florais de Bach
Crianças, jovens, adultos e idosos, todos podem ser vítimas deste mal que afecta grande parte da sociedade, a ansiedade. Os Flo-rais de Bach são um remédio eficaz e inócuo na resolução deste problema, procurando as causas que originam o transtorno e minorando os seus efeitos. Face às diferentes causas que podem dar origem à ansiedade, existem diversas essências que utiliza-remos consoante o caso. Vejamos alguns exemplos:À ansiedade provocada por medo de qualquer índole: indicare-mos MÍMULUS se o objecto do medo é co nhecido; ASPEN se é desconhecido; ROCK ROSE se é pânico, terror; RED CHESNUT se tem medo do que possa suceder a um ente querido; e CHERRY PLUM se tem medo de per-der o controlo.Para a ansiedade desenca-deada por um excesso de trabalho: utilizaremos OAK a fim de combater a exage-rada dependência do traba-lho por parte do paciente, o qual tomará consciência dos seus próprios limites e de que é possível continuar com os seus projectos sem que haja necessidade de esgotar as suas forças. Tam-bém podemos utilizar OLIVE quando o paciente tem sintomas de esgotamento físico e psíquico, a essência vai ajudá-lo a recuperar a energia perdida.A ansiedade provocada por um sentimento de incapaci-dade: ELM é o remédio in-dicado para as pessoas que, apesar de perfeitamente capazes, em determinado momento sentem que não são compe-tentes para continuar com as suas tarefas e projectos. A essência ajudará a superar o colapso assim como o esgotamento físico e mental que este acarreta.A ansiedade provocada por uma contínua e exagerada impaci-ência: frequentemente as pessoas andam apressadas e vivem a vida de uma forma muito acelerada, como se lhes faltasse tempo para realizar as suas tarefas ou para, simplesmente, viver. Com
Carmen MoralesEscritora e Formadora nas terapias de Florais de Bach
o tempo estas pes soas costumam apresentar quadros de stress e ansiedade, originados sobretudo pela sua incapacidade para lidar com o tempo, o seu e o dos outros. Para estas pessoas IM-PATIENS é a essência indicada, pois não só as ajudará a superar o stress como também lhes permitirá aprender a controlar a sua impaciência e a compreender que existe um tempo para tudo.A ansiedade por excesso de entusiasmo: em certas ocasiões a ansiedade é provocada por um excesso de energia; o paciente empenha todas as suas forças naquilo que considera vital, seja um trabalho, uma ideia, uma causa, etc. VERVAIN é a essência indicada para estes casos, porque ajudará o paciente a pôr limi-tes nos seus esforços, ao mesmo tempo, que lhe permite relaxar e descansar.A ansiedade devida à não assimilação da própria personalida-de: existem pessoas que fingem constantemente ser algo que na realidade não são, como se tivessem adoptado uma falsa personalidade face aos outros, não se aceitando como são. Esta atitude gera, com o tempo, quadros de autêntico stress – entre outros – devido à grande pressão emocional a que estão sub-metidos. AGRIMONY ajudará não só a superar a ansiedade, mas
também a encarar o lado obscuro da personalida-de com objectividade e a aceitarmo-nos como so-mos, sem «adornos».Por último, existe um re-médio no Sistema Floral de Bach que se utiliza em situações de emergência, chamado RESCUE REMEDY e que se pode utilizar para tratar quadros de ansie-dade (entre outras aplica-ções). Este remédio floral é composto por cinco florais: Star of Bethlehem, Rock Rose, Cherry Plum, Clema-tis e Impatients, sendo que cada uma delas harmoniza as seguintes emoções. — Star of Bethlehem: sen-sação de perda, de cho-que. Esta flor permite o reencontro da pessoa com o seu «guia interior» para se voltar a centrar. — Rock Rose: pânico, medo paralisante. A sua fun ção consiste em transformar o medo em coragem.
— Cherry Plum: medo do descontrolo. Esta flor faz com que a emoção que procura expressar-se flua a fim de equilibrar a pes-soa. — Clematis: sonolência, “sair fora da realidade”, desmaios. Actua regressando ao “aqui e agora”.— Impatients: impaciência, ansiedade. Trans for ma estas emo-ções em calma e concentração em si mesmo.
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº1
LisboaTel.: 213 523 [email protected]
PortoTel.: 226 009 [email protected]
CoimbraTel.: 239 208 [email protected]
AveiroTel.: 234 382 [email protected]
www.nova-acropole.pt
Filosofiae Psicologia
Prática
curso
Sabedoria Viva do Oriente e do Ocidente
Outono 2009 | Distribuição Gratuita
CURSO DE FORMAÇÃO
Filosofia e Psicologia Prática
Introdução às principais ideias e vivências proporcionadas pelas várias
correntes de pensamento ao longo da História da humanidade. Da Índia
Védica ao Budismo Tibetano, de Confúcio ao Egipto, de Platão a Plotino,
passando por Aristóteles. Um vasto conjunto de temas que, mais do que
acrescentar aos nossos conhecimentos, nos permite aceder a algumas
das chaves para entender o ser humano e o mundo.
Temas do Curso
- As sete dimensões no Homem e no Universo.- Índia: a Guerra e harmonia interior.- Karma e Dharma: o Homem e o sentido da vida.- Filosofia Budista: Vias para a superação da dor.- O equilíbrio como meio para alcançar a felicidade.- Os caminhos da sabedoria: o amor, a Beleza e a Filosofia.
- O filósofo como protagonista de uma mudança no mundo.- Grécia: a política e a arte de governo de si próprio.- O mito da caverna: como conseguir ser autêntico num mundo manipulado.- O despertar da alma e a educação à maneira clássica.
- A filosofia como meio para aprender e entender a história.- Ideais que inspiraram os homens e transformaram a história.- A Mitologia: uma forma de entender os ensinamentos mais além do tempo.- O Homem e o seu destino.- Como ser protagonista da nossa própria existência.
16 sessões - 1 vez por semana - diversos horários
Desconto de 50% para jovens até aos 30 anos.
Inscrições Abertas
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº1 Outono 2009 | Distribuição Gratuita14
Paulo Alexandre LouçãoAutor da obra “Os Templários na formação de Portugal”
Na Rota dos Templários
Fundada em Jerusalém, no ano de 1118, por 9 cavaleiros oriun-
dos da Europa ocidental, a Ordem do Templo de Salomão viria
a desempenhar, nas duas centúrias seguintes, um papel fun-
damental no empolgante renascimento da Europa do tempo
das catedrais. No seguimento da explosão do simbólico no ro-
mânico, emerge, em poucas décadas, o crescimento da Ordem
de Cister, o gótico, as histórias do Graal, começam a circular as
cartas do Preste João, e… forma-se Portugal.
Esta sincronicidade dos tempos míticos de fundação dos Tem-
plários e Portugal, potenciou uma relação profícua que marcou
a história de então.
O nosso país é um território privilegiado para sentir a místi-
ca dos Templários. D. Afonso Henriques logo na sua primeira
carta de doação à Ordem do Templo deixou registado que é
«irmão» da Ordem. Tratou-se do Castelo de Soure, lugar onde
poderemos iniciar o nosso périplo em direcção ao Castelo de
Pombal para depois chegar ao grande centro espiritual e mili-
tar dos Templários portugueses: Tomar.
Tomar merece a visita de um dia inteiro. Aconselhamos a ob-
servação prolongada da Igreja gótica de Santa Maria do Oli-
val, lugar que foi panteão dos mestres templários e ainda hoje
respira um silêncio tranquilizador para a nossa alma. A estrela
de cinco pontas, símbolo do Homem espiritualmente realiza-
do, recebe-nos na entrada que nos leva até à bela Nª Sr.ª do
Leite. Em pleno centro, encontramos o templo dedicado a João
Baptista, onde merece especial atenção o tríptico flamengo e a
muito enigmática pintura de Melquisedeque, autoria de Gre-
gório Lopes, século XVI, onde um judeu, um muçulmano e um
cristão evocando a harmonia entre as religiões e a sua essência
comum. Naturalmente o Castelo e Convento de Cristo mere-
cem visita prolongada, A Charola é o Omphalos, o eixo de todo
este complexo iniciático, ao qual, mais tarde, se acrescentou
o fabuloso Coro Manuelino. Mais do que racionalizar, há que
sentir todos aqueles símbolos…
Seguindo pela borda do Tejo encontramos um dos mais belos
castelos templários, o de Almourol, assente numa ilha do rio.
Mas os Templários também marcaram uma forte presença em
toda a linha da raia beirã. Castelo Novo (Fundão) encimado
pela mística Senhora da Penha é um lugar mágico que recebe
toda a força telúrica da Serra da Gardunha. Mais a sul, mere-
ce especial atenção a região das Idanhas, com destaque para
Monsanto e Idanha-a-Velha, antiga Egitânia romana. A nor-
te encontra-se uma linha importante de castelos templários,
como o de Longroiva, mas para fechar com chave de ouro, sem
dúvida, a mágica aldeia de Vilar Maior. Procure a Prof.ª Delfina
para as explicações e abrir o Museu, e sinta os lugares com
o coração. Bem afastada dos grandes centros, esta povoação
mantém uma atmosfera muito especial, e com muitos segre-
das para nos revelar um dia…
Mas, na verdade, o verdadeiro segredo está dentro de si…
encontre-o. Os Lugares Templários poderão facilitar esse re-
encontro.
em Portugal
Outono 2009 | Distribuição GratuitaOutono 2009 | Distribuição Gratuita15
VOLUNTARIADO SOCIAL E ECOLÓGICOA experiência viva de solidariedade humana
e com a natureza produz mudanças profundas
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº1
Lisboa16
Actividades Lisboaprograma
CURSO DE FILOSOFIA PRÁTICA
ASSOCIAÇÃO CULTURAL NOVA ACRÓPOLEAv. António Augusto de Aguiar, 17–4º Esq. -- 1050-012 Lisboa
Tel. 213 523 056 – Tlm. 939 800 855 - e-mail: [email protected]/lisboa.html
O CAMINHO ESTRATÉGICO DA VIDA
Formação em 6 sessõesCondições especiais para jovens até aos 30 anos
(1 vez por semana — horários pós-laborais)
. O que é a filosofia prática e a sua utlidade como estratégia de vida.. As sete leis do Universo e do Homem
. O caminho interior da alma e as provas da vida.. A conquista da felicidade e o despertar da alma
. Os tesouros da mente ilumindada. O segredo do Tempo
. Ideais e mitos: o motor da História e o eterno retorno__________________________________________
Outono 2009 | Distribuição Gratuita17
CURSO DE FILOSOFIA PRÁTICA
ASSOCIAÇÃO CULTURAL NOVA ACRÓPOLEAv. António Augusto de Aguiar, 17–4º Esq. -- 1050-012 Lisboa
Tel. 213 523 056 – Tlm. 939 800 855 - e-mail: [email protected]/lisboa.html
O CAMINHO ESTRATÉGICO DA VIDA
Formação em 6 sessõesCondições especiais para jovens até aos 30 anos
(1 vez por semana — horários pós-laborais)
. O que é a filosofia prática e a sua utlidade como estratégia de vida.. As sete leis do Universo e do Homem
. O caminho interior da alma e as provas da vida.. A conquista da felicidade e o despertar da alma
. Os tesouros da mente ilumindada. O segredo do Tempo
. Ideais e mitos: o motor da História e o eterno retorno__________________________________________
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº118PortoActividades Porto
programa
Outono 2009 | Distribuição Gratuita19
Sábado Aberto | 10 de Outubro10:00 “O Cosmos aos Olhos do Homem“por Henrique Cachetas (astrónomo) e Bebiana Cunha (psicóloga)
12:00 “A Pegada Ecológica”por Alcide Gonçalves (arquitecta paisagista) Programa - A pegada ecológica e a perda de biodiversidade;- Uma questão de ecologia humana e planetária;- Contributos para a diminuição da “minha” pegada;- Cálculo da pegada ecológica (pessoal)
13:00 Intervalo para almoço
14:30 “Notas de Heráldica Lusitana“por Filipa Antunes (historiadora)- Breve introdução à Genealogia e a sua Relação com a Heráldica- Introdução à Heráldica: origem e uso social- As partes constituintes de um brasão de armas e exercícios práticos
16:00 Workshop de Compostagem por Alcide Gonçalves (arquitecta paisagista)Programa: - Breve abordagem ao conceito na perspectiva da construção de um planeta saudável;- Construção de uma meda de compostagem – que resíduos adicionar?- Problemas e causas possíveis que podem ocorrer no processo – como resolver?
17:30 Workshop de Defesa Pessoal por Jorge Saraiva (mestre de yoseikan budô)Programa: 1º Parte - Abordagem - Linguagem corporal- Controlo do medo- Avaliação da ameaça e do espaço envolvente 2º Parte- Confronto- Atitudes básicas de defesa- Controlo de distância- O ataque - pontos vitais- As armas - técnicas de desarme e imobilização
19:30 “Pão: alimento, fermento, sustento” por Helena Ávila (nutricionista)Muitos povos consideram o Pão uma dádiva dos Deuses. A divinização do pão como um “maná” oferendado ao povo de Deus dá a justa medida da sua importância.Mas a realidade terrena do Pão é, antes de tudo, uma longa epopeia do Homem na busca de si e da descoberta da natu-reza, da técnica, da arte, num ciclo de espantosas criações e sobrevivências.
21:00 Jantar convívio
Público-alvo: Todos os interessadosParticipação:- dia completo incluindo todos os workshops e o jantar: 30 €- todos os workshops (jantar não incluído): 20 €- cada workshop: 7. 50 €- apenas o jantar: 12.50 €O bar estará em funcionamento durante todo o dia.Inscrições por email, por telefone ou presencialmenteEsta iniciativa confere certificados de participação.
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº120
Coimbra Actividades Coimbraprograma
Outono 2009 | Distribuição Gratuita21
actividades
Boletim Filosófico | Conhece-te a ti mesmo | Nº122Aveiro Actividades Aveiro
programa
Outono 2009 | Distribuição Gratuita23
Actividades recentes
A Nova Acrópole Aveiro, no âmbito de conseguir levar às crianças alguns dos valores há
muito perdidos, tem vindo a realizar desde há já dois anos actividades pontuais direc-
cionadas a elas, pretendendo assim resgatar esses valores. Para além das actividades
práticas, procurando sensibilizar as crianças para a ecologia iniciou também uma acti-
vidade intitulada o “conta – contos” que presenteou um grupo de crianças com o mito de
Hércules e os Doze Trabalhos, em Junho de 2009 na Praça Melo Freitas pela animadora
Sónia Oliveira com a colaboração de alunos da associação. A ideia é conseguir reunir um
grupo de crianças interessadas, e através de adaptações pedagógicas dos clássicos da
literatura, criar um espaço regular para gconversar e trabalhar sobre a moral.
Alguns estudantes do 1º nível do curso de Filosofia e Psicologia Prática da Nova Acrópole de Aveiro que realizaram uma visita ao local arqueológico da Citânia de Briteiros e à Zona Histórica de Guimarães, no passado mês de Agosto.
NOVA ACRÓPOLEUma ONG para promover o enriquecimento do Homem interior e a fraternidade
filosófica entre os humanos