COMPRIMIDOSCOMPRIMIDOS. INTRODUÇÃO Formas farmacêuticas sólidas, de forma variada, obtidas por...
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COMPRIMIDOS
INTRODUÇÃO• Formas farmacêuticas
sólidas, de forma variada, obtidas por compressão.
• Vantagens: – Precisão na dosagem– Boa conservação– Rapidez na preparação– Economia (Devido à
produção e rendimento)– Boa apresentação– Fácil deglutição– Volume reduzido – Facilidade de preparação
larga escala• Desvantagens:
– Fármacos de difícil compressão
– Fármacos com sabor amargo, cheiro desagradável ou sensíveis ao oxigênio
Propriedades• Deve ser um produto
elegante, sem falhas• Deve ser resistente a
choques mecânicos durante a produção, embalagem e transporte
• Estabilidade física e química por tempo prolongado
Compressão• A compressão ocorre
em uma matriz pela ação de dois punções, superior e inferior.
• O ciclo de compressão está formado por:
– Alimentação.– Compactação.– Ejeçaõ do comprimido.
Compressão:Processo de
compactação• Processo de
compactação que envolve duas fases:
1. Compressão• Redução do volume pela
eliminação de espaços levando as partículas a um contato mais próximo
2. Consolidação• Aumento da força
mecânica devido a interações das partículas.
Fabricação de comprimidos
Requisitos para a compressão de um pó: Boa fluidez (reologia)Densidade suficiente para
escoar livremente do distribuidor da máquina e encher regularmente a matriz
CompressibilidadeOs pós que
apresentarem estas características são denominados como
Pós diretamente compressíveis
Pós diretamente compressíveis
• São substâncias que de modo geral pertencem ao sistema cûbico– Muitos sulfatos são
diretamente compressíveis.
– Carbonatos raramente são compressíveis.
• Substâncias diretamente compressíveis:– Ácido bórico– Alúmen– Borato de sódio– Bicarbonato de sódio– Cloreto de sódio– Iodeto de potássio– Permanganato de potássio– Sulfato de zinco
Adjuvantes• Os adjuvantes permitem
que a compressão ocorra satisfatoriamente e que os comprimidos sejam obtidos com qualidade especificada.
• Os adjuvantes podem influir nas propriedades do comprimido.
Diluentes• Permite a obtenção de
comprimidos com dimensões aceitáveis.
» Aulton, M. 2005.• São substâncias inertes
usadas como “enchimento” para criar o volume desejado, propriedades de fluxo e características de compressão.
» Ansel, H., Popovich, N., Allen, L. 2000
• O peso dos comprimidos em geral varia entre 50mg e 1g.
Propriedades dos diluentes• Químicamente inerte.• Não higroscópico.• Biocompatível.• Boas propriedades
biofarmacêuticas:– Ser hidrossolúvel ou
hidrófilo.• Boas propriedades
técnicas.– Compactabilidade e
capacidade de dissolução.• Baixo custo.
Diluentes• Lactose:
–Solúvel em água.–Não é higroscópica–Sabor agradável–Baixa reatividade–Boa compatibilidade
• Outros tipos de lactose:– Lactose “spray dried” – Lactose “Fast flo”
• Utilizadas para compressão direta.
Diluentes• Açúcares ou polióis
– Glicose– Sacarose
• Usada em pequenas quantidades, em comprimidos mastigáveis.
– Altamente aglutinante– Ataca os punções
– Manitol • Não é higroscópico • Proporciona sensação
refrescante quando dissolvido na boca.
Diluentes• Celuloses
– Biocompatíveis– Inertes– Boas propriedades de
formação de comprimidos e de desintegração.• Celulose Microcristalina
– Partículas cristalinas e amorfas– Obrtida por hidrólise da
celulose– Dependendo das condições de
obtenção pode apresentar granulometria diferente, com caracteristicas de fluxo diferentes.
– Ex. AVICEL PH 101, AVICEL PH 102
Diluentes• Fosfato dicálcico
diidratado.– Solúvel em água– Não higroscópico– Hidrofílico– Boa fluidez– Usado em compressão
direta– É levemente alcalino
podendo ser incompatível com fármacos sensíveis a condições alcalinas.
– Ex. Encopress
Desintegrantes ou desagregantes
• Aceleram a desagregação do comprimido em água ou no suco gástrico.
• Desagregação Dissolução Absorção
• O processo ocorre em duas etapas:1. O líquido molha o sólido e
penetra nos poros dos comp.
2. O comprimido rompe-se em fragmentos menores (desintegração).
• O desintegrante pode ser adicionado de duas formas:– Misturado aos demais
componentes antes da granulação.• Adição intragranular
– Adicionado ao granulado seco, antes que a mistura seja compactada.• Adição extragranular.
– Podem também ser adicionados combinando ambas formas.
Desintegrantes ou desagregantes
Desintegrantes ou desagregantes
• Velocidade de desagregação do comp.:– Força de compressão– Desagregante empregado– Granulação– Natureza do fármaco
Desintegrantes ou Desagregrantes
• Modo de ação–Facilitadores de
penetração da água• Ex. tensoativos, lactose,
glicose.–Desintegrantes que
provocam a ruptura do comprimido:• Inchando em contato com a
água– Amido, agar-agar, celulose
–Reagindo com a água ou com o ác. Clorídrico do estômago e libertando gases• Bicarbonatos, misturas
efervecentes
Desagregantes• Amido
– Mais usado– Uso de 5 a 20% do peso
do comp.– As partículas de amido
intumescem em contato com a água e acontece a ruptura.
– Derivados do amido:• Dry-flo,, Explotab. (1 a 8%)
• Derivados da celulose– CMC sódica (uso a 2%)– Celulose microcristalina– Ac – Di – Sol (derivado da
CMC)– Gelatina, PVP, alginatos.
Polímeros como o Carbopol
Aglutinantes
• É adicionado à formulação para assegurar que os grânulos e os comprimidos sejam formados com a resistência mecânica desejada.
• São utilizados em baixas concentrações: 2 a 10%
Aglutinantes• Os aglutinantes podem
ser adicionados:1. Como pó seco, misturado
aos demais componentes antes da granulação ou antes da compressão.
• Aglutinante seco2. Durante o processo de
granulação, o aglutinante pode dissolver-se parcial ou completamente no líquido de granulação.
• Aglutinante úmido• São considerados mais
efetivos e são mais utilizados
Aglutinantes• Aglutinantes úmidos:
– Gelatina (solução de 2 a 4%)– Polivinilpirrolidona: PVP (solução
alcoólica ou aquosa de 10 a 30%)
– Amido (dispersão de 10 a 30%)– Goma arábica (mucilagen de 10
a 35%) – Pectina a 5%– Metilcelulose 400 a 2 – 5 %– CMC sódica em dispersão
aquosa a 1%– Carbowaxes (PEG 4000 e PEG
6000) usados a 20% em relação ao peso do comprimido.
• Aglutinantes secos:– Celulose– Metilcelulose– Polietilenoglicol
Lubrificantes• Substâncias que
melhoram o fluxo do material a comprimir. – Facilitam o deslizamento
do granulado do distribuidor para a matríz
– Diminuem a tendência do produto para aderir às punções e matriz
– Promovem uma fácil ejeção dos comprimidos.
Lubrificante ideal:Deslizante e antiaderente
Lubrificantes• Deslizantes:
– Promovem o escoamento dos granulados por redução da fricção entre as partículas.
– Talco (silicato de magnésio natural)• Até 3%
– Carbowaxes• Antiaderentes
– Diminuição da adesão das partículas do pó às faces dos punções ou paredes da matriz
– Estearatos• Exemplos de lubrificantes:
– Ácido esteárico– Estearatos de cálcio e magnésio– Talco– Sílica coloidal (Aerosil, Syloid)
Corantes, aromatizantes e
edulcorantes• Finalidade:
– Mascarar a descoloração de fármacos
– Identificação do produto – Tornar o produto mais
atraente.• O uso de aromatizante e
edulcorante está restrito aos comprimidos mastigáveis.
Métodos de fabricação de comprimidos
• Compressão direta.–Processo pelo qual os
pós são misturados e depois comprimidos.
• Granulação–Processo complexo no
qual são formados grânulos que depois são comprimidos.
–A granulação pode ser:• Granulação seca• Granulação úmida
Escolha do método de compressão
• O método que será utilizado depende de muitos fatores:– Tamanho da dose– Compressibilidade e/ ou fluidez
do fármaco– Características de estabilidade
da droga.• Exemplos:
– Fármaco em dose pequena (25mg), a maior parte da droga são excipientes
– Fármacos em doses elevadas > 250mg) a maior parte do comprimido será fármaco:• Compressibilidade• fluidez
Compressão diretaVantagens:
– Processo executado a seco– Poucos operadores– Poucas fases de fabricação
• Desvantagens:– Diferença de tamanho de
particulas e densidades leva a diminuição da uniformidade
– Fármacos de elevada dosagem (máx. 30% da fórmula para este método)
• Técnica: Pesagem Moagem
Mistura Compressão
Exemplos de excipientes para
compressão direta
• Celulose microcristalina– Material mais compressível
disponível na industria farmacêutica.
– Quando a maior parte da fórmula é Celulose microcristalina os comprimidos desintegram e quase não precisam de lubrificante.
• Lactose Fast-flo– Minigranulação de cristais de
lactose colados uns nos outros com pequenas quantidades de lactose amorfa
• Bifosfato de cálcio dihidratado (Ditab Encompress)
• Sacarose processada (Dipac)– Utilizada em comprimidos
mastigáveis.
Quando a compressão direta
não pode ser realizada......
• Fármacos em doses elevadas, pobremente compressíveis e com baixa fluidez
• Nestes casos os pós devem ser Granulados
• A granulação pode ser:– Via seca– Via úmida
• A granulação tradicional é a granulação via úmida.
Granulação por via úmida
• Os granulos são formados por compactação do pó juntamente com o aglutinante.
• Fases da granulação via úmida:
1. Pesagem2. Mistura3. Umedecimento dos pós4. Granulação da massa úmida5. Secagem do granulado6. Calibração do granulado
seco.7. Mistura8. Compressão
Fórmula típica para granulação por via
úmida
• Fármaco .............. 300mg• Diluente .............. 182,5
mg• Desagregante .... 15 mg • Lubrificante ......
2,5mg
• Neste exemplo o peso total do comprimido é de 500mg
• O diluente pode ser omitido ou reduzido para preparar comprimidos menores.
Pesagem e mistura• Após pesagem os
componentes da fórmula são misturados a seco.– Fármaco + diluente+
desintegrante.– O lubrificante não é
adicionado nesta fase e em alguns casos o desintegrante também é adicionado depois.
Granulação por via úmida:
Umedecimento dos pós.
• Misturador planetário ou helicoidal.
• Líquidos para umedecimento: água, etanol,.
• A quantidade de liquido está entre 1/5 a 1/10 da quantidade de matéria a granular. (É determinado experimentalmente)
• A adição de aglutinante é quase sempre indispensável– Sacarose, glicose, amido,
gelatina.
Granulação da massa úmida
• Conversão da massa úmida em agregados maiores através da passagem por placas perfuradas:– moinho de facas e
martelos– granulador oscilante.
• Escolha do tamis (malhas/ cm2)
peso dos comprimidos que serão obtidos.
• Existe equivalencia entre o diametro das punções e o tamis usado.
Secagem• Remoção do solvente
utilizado na granulação.• O granulado não deve ser
excessivamete seco nem muito úmido
• Material excessivamente molhado: Secagem lenta. Resultado: granulos muito duros com tendencia a pulverizar na moagem
• Métodos:– Exposição ao ár– Secagem em estufas– Secagem em leito fluidizado– Secagem por radiação
infravermelha– Secagem por radiofrequencia
Calibração do granulado
• O tamanho da rede depende do equipamento de moagem e do tamanho do comprimido a ser produzido
• Toleram-se a existência de 10 a 20% de partículas menores do que a média.
• Elimina o pó fino que acompanha os granulos
Granulação por compressão
• Usada quando:– A dose efetiva do fármaco é
elevada para que seja possível realizar a compressão direta
– O fármaco é sensível ao calor, à umidade ou a ambos e não pode ser realizada a compressão por via úmida.
– Ex. Aspirina• Vantagens:
– Menos equipamentos– Menos espaço– Não usa calor.
• Processo;1. Compactação dos
componentes:1. Máquina de comprimir:
Comprimidos “slugs” ou pastilhões.
2. Compactador rotativo (500kg de material/ hora) lâminas compactadas
2. Moagem e calibração3. Formam-se granulos
com propriedades adequadas para compressão.
Granulação por compressão
Granulação por processos especiais.
• Equipamentos combinam a mistura a seco e a granulação a úmido tornando o processo mais efetivo e menos demorado.
• São os misturadores/ granuladores ou granuladores de alta eficiência.– Um dois primeiros foi o
granulador Littleford-Lodige: mistura, umidifica e em alguns casos granula.
Avaliação dos comprimidos
1. Aspecto geral• Tamanho, forma:
• Observação visual• Medida da espessura (+/-
5% do valor padrão)• Marcas de identificação• Propriedades
organolépticas• Dureza e friabilidade
• Durômetro de Monsanto, Strong-Cobb, Schleuniger.
2. Teor de fármaco• Um comp. Aceitável em
termos físicos pode não produzir efeitos desejáveis.
• O teor é avaliado entre comprimidos e entre lotes.
3. Variação de peso• Este controle garante
que o produto final contenha uma quantidade adequada de fármaco
• O peso médio de 10 comp. é obtido no decorrer da compressão
Avaliação dos comprimidos
• Desintegração–Colapso do comprimido
em pequenas partículas antes da dissolução.
–Não é possível correlacionar desintegração com dissolução.
–O teste serve como guia para otimização do processo e como controle de uniformidade de lotes.
Avaliação dos comprimidos
• Dissolução– Pode-se relacionar: vel. de
dissolução do fármaco com eficácia do comprimido
– A avaliação mais correta são os estudos in vivo.
– Os ensaios de dissolução in vitro pretendem:• Que a liberação do fármaco
a partir do comprimido seja proxima de 100%
• Que a velocidade de dissoluçõa seja uniforme de ote para lote.
• Ensaios de dissolução vem sendo descritos desde 1970
Avaliação dos comprimidos
Máquinas de comprimir
• Tremonha(s):– Contendo e alimentando a
máquina com o granulado para compressão.
• Matrizes:– Definem o tamanho e a forma
do comprimido• Punções:
– Comprimem o granulado dentro da matriz
• Calhas – Orientam o movimento das
punções.• Mecanismo de alimentação:
– Conduz o granulado da tremonha para dentro das matrizes.
Tipos de máquinas de comprimir
• Máquinas de excêntrico– Dois punções, uma matriz e o
distriubidor de pó– De modo geral 60 a 90
comp./min.– Exemplos: Courtoy, Stokes
• Máquinas rotativas– Podem ter 16 matrizes e 32
punções– Maior rendimento– Facilidade de produção de
comprimidos de grande diâmetro
– Comprimidos mais homogêneos.
– Desvantagem: preço, e impossibilidade de preparaçaõ de comprimidos de forma e dimensões variadas devido ao tempo para preparar a máquina.