COMPARAÇÃO DA PERDA DE RESISTÊNCIA EM FUNÇÃO DO … · 2019. 2. 13. · ABNT NBR 6136:2016....
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1 Acadêmico (a) de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: Matheus-
Prof.(a) Orientador(a), Msc., do curso de Engenharia Civil, da Universidade Paranaense, Campus Toledo. E-mail: [email protected]
1
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL
UNIVERSIDADE PARANAENSE, CAMPUS DE TOLEDO/PR
TRABALHO FINAL DE CURSO - TFC
COMPARAÇÃO DA PERDA DE RESISTÊNCIA EM FUNÇÃO DO EXCESSO DE
UMIDADE EM BLOCOS DE CONCRETO COM FUNÇÃO ESTRUTURAL
Matheus Henrique Korb1
Cristiano Goulart2
RESUMO
Este trabalho demostra, a influência da água e sua consequência na perda de resistência
mecânica em blocos de alvenaria estrutural, a fim de apontar a consequência patológica
causada pela umidade antes, durante e após o processo construtivo, que tem como objetivo
efetuar uma comparação entre estados de utilização de blocos do mesmo grupo estrutural
(14x19x39), através de análise laboratorial, submetendo-os as amostras à três situações
diferentes. As técnicas utilizadas na execução de alvenaria estrutural vêm sendo aprimoradas,
com objetivo de evitar patologias consequentes de procedimentos inadequados. Desta forma,
visa-se identificar os principais motivos da existência de patologias consequentes da umidade
e buscar uma melhor solução. Para esse estudo foi realizado testes para determinação da
resistência, a compressão do bloco. Com os resultados obtidos, podemos observar uma
alteração de resistência conforme a umidade no bloco, com os testes feitos em laboratório e
analisando estatisticamente pelo teste t de Student, observamos que houve uma perda de
resistência em porcentagem de 37,28% quando o bloco foi submetido a saturação e um ganho
de resistência de 22,11% quando removido a umidade do bloco, por meio de secagem por
estufa.
Palavras-chave: Alvenaria estrutural. Patologia. Absorção.
ABSTRACT
This work deals with the influence of water and its consequence on the loss of mechanical
resistance in blocks of structural masonry, in order to point out the pathological consequence
caused by moisture before, during and after the construction process. The objective of this
study is to compare the states of use of blocks of the same structural group (14x19x39),
through laboratory analysis, subjecting the samples to three different situations. The
techniques used in the execution of structural masonry have been improved, aiming to avoid
pathologies resulting from inadequate procedures. Thus, to identify the main reasons for the
existence of pathologies consequent due to humidity and look a better solution. For this study,
tests were carried out to determine the compressive strength of the block. With the obtained
results we can observe a change of resistance according to the humidity in the block, with the
tests made in the laboratory and analyzing statistically by Student's t test, we observed that
there was a loss of resistance in percentage of 37,28% when the block was submitted
saturation and a resistance gain of 22.11% when the moisture was removed from the block by
means of oven drying.
2
Key words: Structural Masonry. Pathology. Absorption.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Kalil e Leggerini (2008), alvenaria estrutural é um sistema de construção
composto por unidades cerâmicas, concreto, silício, calcário e concreto celular, onde no
projeto a ser executado é dispensada a utilização de pilares e vigas, pois sua sustentação é
feita pelos próprios blocos, que além de ter a função de vedação, possuem função estrutural.
Para união dos blocos e sua garantia de distribuição das cargas até a fundação é utilizado uma
argamassa de assentamento. O sistema também conta com a utilização de graute, uma espécie
de concreto que possui sua consistência mais fluida e serve para preenchimento de vazios,
onde são instaladas as armaduras e outros elementos estruturais.
Conforme Mohamad (2015), as principais construções que marcam a humanidade
pelos aspectos estruturais e arquitetônicos, eram compostas por unidades de blocos de pedra
ou cerâmicos, intertravados com ou sem um material ligante, como pode ser visto nas
pirâmides do Egito, no coliseu Romano e na Catedral de Notre Dame.
Figura 1 – Estruturas em Blocos estruturais
Fonte: enjoyholiday.com Fonte:nit.pt Fonte: arcaffo.com.br
Outro nome dado à alvenaria que é empregada na construção por resistir suas cargas,
além do seu próprio peso, fala-se que é autoportante, mais conhecido como alvenaria
estrutural, conforme estabelecido pela Associação Brasileiras de Normas Técnicas NBR
15.961-1: 2011.
Considera-se que, os blocos utilizados na alvenaria autoportante são vazados,
permitindo a passagem de tubulações elétricas, hidráulicas e de gás, evitando rasgos nas
paredes, obtendo-se assim um sistema que proporciona uma redução no desperdício e logo
uma economia, em relação ao sistema convencional de aproximadamente 30% segundo dados
da Revista Techné, (1998).
Porém, diversas manifestações patológicas em estruturas são fenômenos tão antigos
3
quanto às próprias obras. Fontes explicam, que as principais patologias acontecem na
alvenaria estrutural como trincas, fissuras ou rachaduras, conforme sua espessura. Souza e
Ripper (1998), conceituam patologias das estruturas como um novo campo da engenharia das
construções, que se ocupa do estudo das origens, formas e manifestações, consequências e
mecanismos de ocorrências das falhas, bem como sistema de degradação das estruturas.
De acordo com Cánovas (1988), a patologia da construção está intimamente ligada à
qualidade, embora a tecnologia tenha progredido cada vez mais, os casos de patologia não
diminuíram na mesma proporção. Estas comumente, são associadas à mão de obra sem
qualificação, blocos de má qualidade (baixa resistência à compressão, altos índices de
absorção e altas variações dimensionais), falhas no projeto e também, de execução.
Desta forma, a proposta deste artigo científico é compreender o comportamento do
bloco estrutural de concreto quando submetido a diferentes estados de uso, sendo eles,
totalmente seco, em estufa, umidade e temperatura ambiente e totalmente saturado, seguindo
critérios de ensaios apresentados pela ABNT NBR 12.118:2013 – Blocos de concreto simples
para alvenaria – Métodos de ensaio, apresentando testes estatístico para analisar a resistência
em função da umidade, possibilitando assim obter a possível perda ou ganho de resistência
das unidades e consequentemente observar algumas das patologias geradas pela má
impermeabilização de alvenaria.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Sampaio (2010), a alvenaria estrutural é um processo construtivo, no
qual os elementos que desempenham a função estrutural é a própria alvenaria, dispensando o
uso de pilares e vigas, o que acarreta na redução de custos. Segundo Camacho (2006), o
processo construtivo, compreendido por alvenaria estrutural trata de uma configuração
estrutural no edifício, onde os elementos que desempenham a função estrutural são a própria
alvenaria, sendo os mesmos projetados, dimensionados e executados de forma racional.
2.1 TIPOS DE ALVENARIA ESTRUTURAL.
De acordo a ABNT NBR 8.798:1985 a alvenaria estrutural é classificada por:
Alvenaria não armada – Tipo de alvenaria que não recebe o graute, mas os esforços
(barras, fios e telas) são utilizadas apenas em vergas de portas, vergas e contra vergas
de janelas.
4
Alvenaria armada ou parcialmente armada – Tipo de alvenaria que recebe reforços em
algumas regiões, devido a exigências estruturais. São utilizadas, armaduras passivas de
fios, barras e telas de aço dentro dos vazios dos blocos e posteriormente grauteados,
além do preenchimento de todas as juntas verticais.
Alvenaria protendida – Tipo de alvenaria reforçada por uma armadura ativa (pré-
tensionada) que submete a alvenaria, a esforços de compressão. Esse modelo de
construção é pouco utilizado, pois os materiais e mão de obras disponíveis para a
protensão, tem um custo muito alto.
2.2 ESPECIFICAÇÕES NORMATIVAS DE CLASSIFICAÇÃO DAS UNIDADES.
2.2.1 Unidades de Concreto.
De acordo com a ABNT NBR 6.136: 2014, os blocos de concreto são unidades
estruturais vazadas, vibro compactadas e produzidas por indústrias de pré-fabricação de
concreto. Por definição, o termo bloco vazado é empregado quando a unidade possui área
líquida igual ou inferior a 75% da área bruta, mostrado nas Figuras 2 e 3. Os blocos de
concreto são classificados pela ABNT, que fixa os requisitos para a classificação dos blocos
vazados de concreto simples, destinado à alvenaria com ou sem função estrutural.
Figura 2 - Bloco Maciço Figura 3 - Bloco vazado
S = A*B S1+S2 < 25% de S S1+S2 > 25% de S
Fonte: ABNT NBR 6.136: 2014.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas os blocos são classificados
como:
Classe A – bloco com função estrutural, para uso em alvenaria acima ou abaixo
do nível do solo.
5
Classe B – bloco com função estrutural, para uso em elementos de alvenaria
acima do nível do solo.
Classe C – blocos com e sem função estrutural, para uso em elementos acima
do nível do solo.
Do mesmo modo a ABNT NBR 6.136:2014 estabelece requisitos de:
Aspecto: os blocos devem sempre apresentar aspecto homogêneo, serem compactos,
terem arestas vivas e serem livres de trincas.
Dimensões: as unidades devem atender às dimensões estabelecidas pela ABNT NBR
6136:2016, pequenos desvios dimensionais poderão ser aceitos, desde que estejam dentro do
limite estabelecido, conforme tabela 3.
Tabela 1 - Tolerância máxima de fabricação
Fonte: ABNT NBR 6.136:2016.
Absorção de água: a absorção de água está indiretamente relacionada com sua
densidade. Quanto mais denso for o bloco, menor será a taxa de absorção. A densidade e a
absorção de água afetam a construção, o isolamento térmico e acústico, a porosidade, a
pintura, a aparência e a qualidade da argamassa requerida. Por esse motivo, a absorção
medida, independente da classe do bloco deve ser menor ou igual a 10% para agregado
normal e menor ou igual a 13% para agregados leves, seguindo critérios estabelecidos pela
ABNT NBR 6136:2016.
Retração na secagem: a evaporação gera forças capilares equivalentes a uma
compressão isotrópica da massa, produzindo redução de volume. Para blocos de concreto com
índice de retração inferiores a 0,065% (ABNT NBR 6136:2016), as solicitações devidas à
retração por secagem poderão ser desprezadas.
Resistência à compressão: é a principal característica da unidade para uso em
alvenaria estrutural. A resistência deve atingir os requisitos mínimos da norma específica,
bem como as exigências do projeto estrutural, conforme especificado na Tabela anexa no
apêndice A.
Dimensão Tolerância (mm)
Largura (L) ±2
Altura (H) ±3
Comprimento (C) ±3
6
3 METODOLOGIA
Pádua (2004), define pesquisa como toda atividade direcionada para a solução de
problemas, que permite elaborar um conhecimento, ou conjunto de conhecimentos que auxilie
na compreensão da realidade. Já para Eva Maria (2011), esclarece como conjunto das
atividades sistemáticas e racionais, que com maior segurança permite alcançar o objetivo.
A análise foi realizada na Universidade Paranaense, situada na cidade de Toledo/PR,
utilizando blocos de concreto, com funções estruturais com dimensões 14 x 19 x 39
respectivamente, definido uma quantidade de 64 amostras de blocos (Tabela 2), conforme
critérios de amostragem prescritos pela ABNT NBR 6.136:2016.
Tabela 2 – Amostras para análise
Blocos 1° Amostragem 2° Amostragem
Prova Contraprova
Concreto 32 32
Fonte: ABNT NBR 6.136:2016.
Os blocos a serem ensaiados, foram coletados conforme ABNT NBR 6.136:2014 de 5
001 a 10 000: 32 provas e 32 contraprovas, onde o ensaio para determinar a resistência a
compressão utilizam-se 8 unidades e para caracterização geométrica 8 unidades, especificados
na Tabela 3 a seguir:
Tabela 3 – Testes a serem realizados
Caracterização
Geométrica
Resistência a
compressão
totalmente
saturado
Resistência a
compressão estado
ambiente
Resistência a
compressão seco
em estufa
Prova Contraprova Prova Contraprova Prova Contraprova Prova Contraprova
8 8 8 8 8 8 8 8
Fonte: O autor, 2018
Para análise dos dados a serem obtidos, será usado medidas por meio de procedimento
estatístico, mais específico a teste t de Student que foi um método introduzido por Fisher, em
7
1920, e corresponde a uma das técnicas mais valiosas de se realizar, a análise de um
experimento. Conforme Nunes (2014), a análise de variância tem como objetivo verificar as
causas dessa variabilidade, é uma característica que permite distinguir diferentes dados para
testar a igualdade de três ou mais medidas, baseado na análise de variância amostrais
O conjunto de dados que serão gerados, conterá resultados de uma mesma grandeza,
realizadas por testes em várias amostras. Os resultados obtidos poderão ser usados para
avaliação de desempenho da estrutura. A interpretação desses dados, proporciona uma
ferramenta de controle de qualidade e execução, tanto para fabricantes como para
construtores.
3.1 BLOCO ESTRUTURAL DE CONCRETO
3.1.1 Determinação da característica geométrica
Para análise de caracterização geométrica é necessário seguir solicitações da ABNT
NBR 12.118:2013, cada análise de amostra que foi retirada do lote deverá ser realizada no
mínimo, à determinação de três dimensões em pontos opostos da amostragem, todas as
leituras devem ser expressas em milímetros.
Deverá ser realizada duas determinações, em cada parede longitudinal e uma
determinação em cada parede transversal. Para determinação dos furos deve ser analisado o
centro aproximado de cada bloco e medido nas direções transversais e longitudinais da
amostra.
3.1.2 Resistência à compressão
Com todos os corpos de provas regularizados conforme item 6.2.2 da ABNT 12.118:
2013, as amostras devem receber cargas de ensaios da prensa, de modo que, o seu centro de
gravidade coincida com o eixo dos pratos da prensa. A carga a ser aplicada deve ser
aumentada progressivamente para não haver choques impactantes, essa carga deve ser de
(0,15 ± 0,03) MPa/s para blocos com resistência superior a 8 MPa e (0,05 ± 0,01) MPa/s para
blocos com resistência característica inferior a 8 MPa.
3.1.3 Teste resistência compressão totalmente saturado
Ao imergi-los em temperatura de água de (23 ± 5) °C mantendo imersos por 24 h, para
obter a massa saturada é submetido a drenagem do bloco por 60 s em uma tela de malha com
8
aproximadamente 9,5 mm, as amostras devem receber cargas de ensaios da prensa de modo
que o seu centro de gravidade coincida com o eixo dos pratos da prensa. A carga a ser
aplicada deve ser aumentada progressivamente para não haver choques impactantes, a carga a
ser aplicada pela prensa deve ser de (0,05 ± 0,01) MPa/s para blocos com resistência inferior a
8 MPa.
3.1.4 Teste resistência compressão Estado ambiente
Com todos os corpos de provas regularizados conforme item 6.2.2 da ABNT 12.118:
2013, as amostras devem receber cargas de ensaios da prensa, de modo que, o seu centro de
gravidade coincida com o eixo dos pratos da prensa. A carga a ser aplicada deve ser
aumentada progressivamente para não haver choques impactantes, essa carga deve ser de
(0,15 ± 0,03) MPa/s para blocos com resistência superior a 8 MPa e (0,05 ± 0,01) MPa/s para
blocos com resistência característica inferior a 8 MPa.
3.1.5 Teste resistência compressão seco em estufa
Deve ser levado as amostras para estufa com temperaturas de até (105 ± 5) °C e
mantê-los por um período de 24 h. Após esse período é removido o bloco da estufa e
determinada a massa seca e colocado novamente na estufa, por um período de 2 h, essa
operação é feita até obter-se uma alteração de massa não superior a 0,5% em relação a coleta
anterior, as amostras devem receber cargas de ensaios da prensa de modo que o seu centro de
gravidade coincida com o eixo dos pratos da prensa. A carga a ser aplicada deve ser
aumentada progressivamente para não haver choques impactantes, a carga a ser aplicada pela
prensa deve ser de (0,05 ± 0,01) MPa/s para blocos com resistência inferior a 8 MPa.
4 RESULTADOS
4.1 Determinação da característica geométrica
Para cada análise de amostra que foi retirada do lote, foram realizados a determinação
de três dimensões em pontos opostos da amostragem, todos as leituras expressas em
milímetros.
Tabela 4 – Dimensão do Bloco
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Largura (mm) Comprimento (mm) Altura (mm) Área (mm²)
Amostra 1 140 388 189 54320
Amostra 2 139 390 190 54210
Amostra 3 138 390 193 53820
Amostra 4 139 388 193 53932
Amostra 5 140 386 193 54040
Amostra 6 140 380 190 53200
Amostra 7 139 389 189 54071
Amostra 8 140 389 193 54460
Média (mm) 139,38 387,50 191,25 54150,0
Média (cm) 13,94 38,75 19,12 541,50
Fonte: O autor, 2018.
Tabela 5 – Dimensão dos Furos
Largura (mm) Comprimento
(mm)
Área (mm²)
Amostra 1 88 157 13816
Amostra 2 89 153 13617
Amostra 3 86 160 13760
Amostra 4 80 150 1200
Amostra 5 89 157 13973
Amostra 6 81 149 12069
Amostra 7 88 159 13992
Amostra 8 88 159 13992
Média (mm) 86,125 155,55 13402,4
Média (cm) 8,61 15,55 134,024
Fonte: O autor, 2018
Foram realizadas duas determinações em cada parede longitudinal e uma determinação
em cada parede transversal. Para determinação dos furos deve ser analisado o centro
aproximado de cada bloco e medido nas direções transversais e longitudinais da amostra.
4.2 Resistência à compressão
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Seguindo solicitações do item 3.1.3, deste artigo, os blocos foram submetidos a testes
na prensa hidráulica, recebendo carga progressiva de (0,15 ± 0,03) Mpa/s, com o centro de
gravidade da prensa coincidindo com o eixo do bloco.
Figura 4 – Bloco submetido a teste na prensa hidráulica
Fonte: O autor, 2018.
Após a determinação da caracterização geométrica e com resultados expressos em
milímetros, conforme ABNT 12.118:2013 e obtido os valores em KN para ruptura dos blocos,
foi adotado um valor médio para obtenção da área, tanto para área bruta quanto para área
líquida. Esses valores foram obtidos pela subtração da área bruta por área dos furos.
Eq. 1
A liq. = 0,05415 − 2 ∗ 0,01340 = 0,02735 𝑚²
Onde:
0,05415: área bruta do bloco;
2: número de furos; e
0,01340: área do furo.
Com a determinação da área a ser utilizada, foi determinado a tensão, de cada amostra:
Eq. 2
𝐹𝑜𝑟ç𝑎 (𝐾𝑁)
Á𝑟𝑒𝑎 (𝑚2)/1000 = 𝑀𝑃𝑎
Os dados das tabelas a seguir mostram as resistências, características obtida pela
fórmula acima, junto com resultados alcançados pela prensa hidráulica.
11
4.3 Teste resistência compressão totalmente saturado
Tabela 6 – Resistência amostras totalmente saturado
Força a
compressão
totalmente
saturado (KN)
Prova
Força a
compressão
totalmente
saturado (KN)
Contraprova
Resistência a
compressão
totalmente
saturado (Mpa)
Prova
Resistência a
compressão
totalmente
saturado (Mpa)
Contraprova
1 130,80 194,50 4,81 7,15
2 167,05 125,75 6,15 4,63
3 144,45 165,80 5,31 6,10
4 219,10 162,70 8,06 5,99
5 142,45 133,15 5,24 4,90
6 145,70 186,25 5,36 6,85
7 175,40 141,60 6,45 5,21
8 159,20 166,40 5,86 6,12
Média 160,52 159,50 5,91 5,87
Fonte: O autor, 2018.
4.4 Teste resistência compressão temperatura ambiente
Tabela 7 – Resistência amostras estado ambiente
Força a
compressão
temperatura
ambiente (KN)
Prova
Força a
compressão
temperatura
ambiente (KN)
Contraprova
Resistência a
compressão
temperatura
ambiente (Mpa)
Prova
Resistência a
compressão
temperatura
ambiente (Mpa)
Contraprova
12
1 232,70 207,25 8,56 7,62
2 196,15 189,45 7,22 6,97
3 206,20 256,80 7,59 9,45
4 217,80 261,85 8,01 9,63
5 216,15 256,30 7,40 9,43
6 188,15 252,62 6,92 9,29
7 277,90 277,90 10,22 9,07
8 229,40 212,95 8,44 7,83
Média 220,56 235,49 8,04 8,66
Fonte: O autor, 2018.
4.5 Teste resistência compressão seco em estufa
Tabela 8 – Resistência amostras seco em estufa
Força a
compressão seco
em estufa (KN)
Prova
Força a
compressão seco
em estufa (KN)
Contraprova
Resistência a
compressão seco
em estufa (Mpa)
Prova
Resistência a
compressão seco
em estufa (Mpa)
Contraprova
1 293,35 304,10 10,79 11,19
2 289,45 283,80 10,65 10,44
3 303,80 297,32 11,18 10,94
4 265,00 261,30 9,75 9,61
5 290,75 266,20 10,70 9,79
6 381,80 301,87 14,05 11,11
7 276,50 275,30 10,17 10,13
8 291,25 288,92 10,71 10,63
Média 298,99 284,85 11,00 10,48
Fonte: O autor, 2018.
A partir dos estudos e ensaios proposto e executados em laboratório foi conquistado os
resultados expressos nos gráficos a seguir:
13
Gráfico 1 – Força obtida em prensa hidráulica
Fonte: O autor, 2018
Gráfico 2 – Resistência Característica Mpa
Fonte: O autor, 2018
4.6 Análise estatística
160,52
220,56
298,99
159,50
235,49
284,85
0
50
100
150
200
250
300
350
Resistêcia a compressãototalmente saturado (KN)
Resistência a compressãoestado ambiente (KN)
Resistência a compressãoseco em estufa (KN)
Força obtida em prensa hidráulica
Média prova Média Contraprova
5,91
8,04
11,00
5,87
8,66
10,48
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
Resistência a compressãototalmente saturado
(MPA)
Resistência a compressãoestado ambiente (MPA)
Resistência a compressãoseco em estufa (MPA)
Resistência Característica
Média prova Média Contraprova
14
Analisando os gráficos e tabelas, verifica-se que há uma variação na resistência
comparada a “Resistência a compressão em estado ambiente” tanto para ganho de resistência
quanto para perda de resistência.
Por meio de análise estatística, “Test-t Student”, pode-se afirmar estatisticamente (p <
0,05), que há uma diferença entre as médias das variáveis.
Tabela 9 - Teste-t: duas amostras em par para médias – Prova
Variável 1 Variável 2
Média 5,905115329 8,044375
Variância 1,041119387 1,104124554
Observações 8 8
Correlação de Pearson 0,219738033
Hipótese da diferença de média 0
gl 7
Stat t
-
4,676528201
P(T<=t) uni-caudal 0,001135023
t crítico uni-caudal 1,894578605
P(T<=t) bi-caudal 0,002270046
t crítico bi-caudal 2,364624252
Fonte: O autor, 2018.
Tabela 10 - Teste-t: duas amostras em par para médias – Contraprova
Variável 1 Variável 2
Média 5,86763786 8,6630431
Variância 0,80840871 1,0490787
Observações 8 8
Correlação de Pearson 0,0721525
Hipótese da diferença de média 0
gl 7
Stat t -6,0206894
P(T<=t) uni-caudal 0,0002656
t crítico uni-caudal 1,89457861
P(T<=t) bi-caudal 0,0005312
t crítico bi-caudal 2,36462425
Fonte: O autor, 2018.
15
Analisando as amostras totalmente saturada (Variável 1) e temperatura ambiente
(variável 2) o qual foi-se utilizado como referência para comparação entre as amostragens,
conclui-se essa análise, afirmando que é rejeitado a hipótese nula nesse caso.
Tabela 11 - Teste-t: duas amostras em par para médias – Prova
Variável 2 Variável 3
Média 8,044375 10,99929
Variância 1,104124554 1,699682
Observações 8 8
Correlação de Pearson -0,521166785
Hipótese da diferença de média 0
Gl 7
Stat t -4,06285669
P(T<=t) uni-caudal 0,002396132
t crítico uni-caudal 1,894578605
P(T<=t) bi-caudal 0,004792264
t crítico bi-caudal 2,364624252 Fonte: O autor, 2018.
Tabela 12 - Teste-t: duas amostras em par para médias –
Contraprova
Variável 2 Variável 3
Média 8,663043078 10,47934
Variância 1,049078748 0,353812
Observações 8 8
Correlação de Pearson -0,363804485
Hipótese da diferença de média 0
gl 7
Stat t -3,780887554
P(T<=t) uni-caudal 0,003442146
t crítico uni-caudal 1,894578605
P(T<=t) bi-caudal 0,006884293
t crítico bi-caudal 2,364624252 Fonte: O autor, 2018.
16
Analisando a hipótese entre, a amostra temperatura ambiente (variável 2) e amostra
totalmente seco em estufa (variável 3) em relação a (p < 0,05) é possível afirmar que não há
relação entre as variáveis citadas, ou seja, existe diferença significativa entre as amostras.
Tabela 13 - Teste-t: duas amostras em par para médias - Prova
Variável 1 Variável 3
Média 5,905115329 10,99928701
Variância 1,041119387 1,699681542
Observações 8 8
Correlação de Pearson -0,489138185
Hipótese da diferença de média 0
Gl 7
Stat t -7,166581885
P(T<=t) uni-caudal 9,13479E-05
t crítico uni-caudal 1,894578605
P(T<=t) bi-caudal 0,000182696
t crítico bi-caudal 2,364624252 Fonte: O autor, 2018.
Tabela 14 - Teste-t: duas amostras em par para médias -
Contraprova
Variável 1 Variável 3
Média 5,867637862 10,47933584
Variância 0,808408706 0,353811605
Observações 8 8
Correlação de Pearson 0,671761149
Hipótese da diferença de média 0
gl 7
Stat t -19,58245306
P(T<=t) uni-caudal 1,13039E-07
t crítico uni-caudal 1,894578605
P(T<=t) bi-caudal 0,000000226079
t crítico bi-caudal 2,364624252 Fonte: O autor, 2018.
Analisando as duas amostras restantes, variável 1 e variável ,3 as quais sofreram
alterações no seu estado de uso, permite-se observar uma maior diferença entre as médias, ou
17
seja, quanto mais distante o valor de P(T<=t) bi-caudal de 0,05 maior será a diferença entre as
médias das amostras.
5 CONCLUSÃO
Por meio de testes numéricos estatísticos, nota-se que, a umidade influencia
significativamente na resistência da amostra. Com os resultados apresentados, é possível
concluir que, embora o sistema construtivo em alvenaria estrutural apresenta várias vantagens,
ainda é necessário o aprimoramento dos métodos e técnicas para melhoria dos procedimentos
de execução. O controle de estocagem de materiais seguindo as normas que ditam os
parâmetros de construção de alvenaria estrutural, são de primordial importância para que as
patologias sejam evitadas e que a qualidade da construção seja mantida.
Os elementos de concreto estudados, apresentaram comportamentos distintos, quando
submetidos a distintas condições de ensaio, os blocos submetidos a saturação durante um
período de 24 horas perderam cerca de 37,28% de sua resistência característica com relação à
dos blocos testados a estado e temperatura ambiente, os quais são os mais comuns em obras.
Já para blocos, onde foram removidos a umidade durante um período de 24 horas, houve um
ganho de resistência com relação a outras amostras de 22,11%.
O desenvolvimento de uma melhor maneira de estocagem que propicie resultados em
termos de qualidade e segurança, resume o objetivo deste artigo. A partir dos resultados
obtidos em laboratório e analisados de maneira estatística, conclui-se que,os blocos de
CLASSE A - bloco com função estrutural, para uso em alvenaria acima ou abaixo do nível do
solo, com resistência que varia de 8,0 MPa a 22 MPa, sofrem influência de maneira
significativa de acordo a sua estocagem, tanto para ganho de resistência não havendo contato
com umidade, quanto para perca de resistência havendo contato com água.
REFERÊNCIAS
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concreto simples para alvenaria estrutural: Referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2016.
______. ABNT NBR 8.798: Execução e controle de obras em alvenaria estrutural de blocos
vazados de concreto: apresentação. Rio de Janeiro, 1985.
______. ABNT NBR 12.118: Blocos vazados de concreto simples para alvenaria - Métodos e ensaio:
apresentação. Rio de Janeiro, 2013.
18
______. ABNT NBR 15.961-1: Alvenaria estrutural – Blocos de concreto Parte 1: projeto:
apresentação. Rio de Janeiro, 2011.
______. ABNT NBR 15.961-2: Alvenaria estrutural – Blocos de concreto Parte 2: execução e controle
de obras: apresentação. Rio de Janeiro, 2011.
CAMACHO, J.S. Projeto de edifícios de alvenaria estrutural, Ilha Solteira, 2006
CÁNOVAS, M. F.; Patologia e Terapia do concreto armado. São Paulo: Pini, 1998.
KALIL, Sílvia Baptista; LEGGERINI, Maria Regina. Estruturas Mistas – Concreto Armado X
Alvenaria Estrutural. Curso de Graduação. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.
Porto Alegre, 2008.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do trabalho científico:
procedimentos básicos, pesquisa bibliográfica, projeto e relatório publicações e trabalhos
científicos. 7. ed. 6. reimpr. São Paulo: Atlas, 2011.
MOHAMAD, G. Construções em alvenaria estrutural. São Paulo: Blucher, 2015.
NUNES, B. B. Diagnóstico em análise de experimentos, relatório de estágio supervisionado II –
Universidade de Brasília – Instituto de Ciências Exatas Departamento de estatística. Brasília, 2014.
PÁDUA, E. M. M. (2006). Metodologia da Pesquisa. Abordagem teórico-prática. 11ª ed. Papirus.
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Revista TÉCHNE, projetos, alvenaria estrutural, n.165, dez. 2010. Disponível em:
<http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/165/alvenaria-estrutural-286779-1.aspx>. Acesso em: 10
mar. 2018.
SAMPAIO, M.B. Fissuras em edifícios residenciais em alvenaria estrutural. Tese (Doutorado) - Escola de
Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2010.
SOUZA, V. C. M.; RIPPER, T.; Patologia, recuperação e reforço de estruturas de concreto, São
Paulo: Pini, 1998.
19
ANEXOS/APÊNDICES
20
ANEXO A- Requisitos para resistência característica à compressão, absorção e retração
Classificação
Classe
Resistência
característica
à compressão
axiala MPA
Absorção %
Retraçãod
%
Agregado Normalb Agregado leve
c
Individual Médio Individual Médio
Com função
estrutural
A Fbk ≥ 8,0 ≤ 8,0 ≤6,0
≤ 16,0
≤ 13,0
≤ 0,065 B 4,0 ≤ Fbk < 8,0 ≤ 10,0 ≤ 8,0
Com ou sem
função
estrutural
C Fbk ≥ 3,0
a Resistência característica a compressão obtida aos 28 dias.
b Blocos fabricados com agregados normais.
c Blocos fabricados com agregados leves.
d Ensaios Facultativos.
Fonte: ABNT NBR 6.136:2014