Comparação entre ligas quanto ao desempenho sob fadiga térmica, abrasão e oxidação Edgar D...

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Comparação entre ligas quanto ao desempenho sob fadiga térmica, abrasão e oxidação Edgar D Jesus Claudia R Serantoni da Silva Mário Boccalini Jr

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Comparação entre ligas quanto ao desempenho sob fadiga térmica,

abrasão e oxidação

Edgar D Jesus

Claudia R Serantoni da Silva

Mário Boccalini Jr

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Objetivo

Estabelecer uma classificação de materiais destinados à fabricação de ferramentas de conformação mecânica a quente cujo desgaste é caracterizado pela ação simultânea de fadiga térmica, oxidação e abrasão principalmente.

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Procedimento Experimental

Fundição da ligas

Foram fundidos tubos do aço AISI-A2 (C62) e de ferro fundido branco de alto cromo (C63 e C64) em centrífuga piloto do IPT.

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Composição Química

LigaComposição química nominal (% em peso)

C Ni Cr Mo V Si Mn Nb

C62 0,90 - 6,00 1,20 0,30 0,40 0,60 -

C632,10 2,60

0,90 1,90

14,00 16,00

0,90 1,90

0,40 máx

0,45 0,95

0,80 1,30

0,5

C642,50 3,00

0,90 1,90

16,00 18,00

0,90 1,90

1,40 máx

0,45 0,95

0,80 1,30

-

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Tratamento TérmicoC62

C63 e C64

Tempera 1060ºC / 2 horas – Revenimento (520-510)ºC / 1 hora, resfriado ao ar calmo.

Desestabilização da Austenita 1000ºC/ 3 horas – Revenimento (520-540)ºC/ 1 hora, resfriado ao ar calmo

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Caracterização Qualitativa

C62 C63 C64

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Descrição da microestrutura

A liga C62 é um aço AISI-A2 e possui, em sua microestutura, dendritas de martensita revenida com carbonetos eutéticos M7C3 concentrados nas regiões interdendríticas, alem disso possui também carbonetos eutéticos do tipo MC devido à presença do nióbio na liga.

As ligas C63 e C64 são ferros fundidos branco de alto cromo com diferentes teores de cromo e carbono e também apresentam uma microestrutura com dendrítas de martensita revenida e carbonetos eutéticos M7C3 nas regiões interdendíticas; entretanto, a fração volumétrica de carbonetos é significativamente maior, dado os teores mais elevados de cromo e carbono.

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Caracterização Qualitativa

Liga Fração volumétrica de

carbonetos Dureza

(HV – 100g)

C62 1,63 + 0,11 727 + 1

C63 17 + 0,81 645 + 6

C64 18,7 + 0,51 624 + 7

A fração volumétrica de Nb é aproximadamente igual a % adicionada na composição química da liga.

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Fadiga Térmica

O corpo-de-prova é aquecido até que sua superfície atinja 600C (temperatura máxima na superfície da ferramenta de conformação mecânica) em 10s e imediatamente resfriado em água até atingir a temperatura ambiente. O corpo-de-prova é transportado alternadamente do interior da bobina para o tanque de água (e vice-versa) por intermédio de sistema pneumático comandado, no aquecimento, por pirômetro de radiação e, no resfriamento, por temporizador. O tempo de aquecimento foi determinado com base em ensaio similar constante de “know-how book” da empresa Kantox. Já o tempo de resfriamento no interior do tanque de água, 45 segundos, foi determinado a partir da necessidade de equalizar as temperaturas da superfície e do centro.

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Análise macroscópica: Ensaio de líquido penetrante

Análise microscópica: Análise e contagem de trincas

C62 C63 C64

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Nucleação de trincas

C62 C63 C64

)*(4

1d

NtDt

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Propagação de trincas

C62 C63 C64

A liga C62 possui maior resistência à propagação de trinca. Isso se deve a menor fração volumétrica de carbonetos eutéticos , visto que não há formação de um caminho contínuo de carbonetos, propício à propagação da trinca.

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Abrasão Os ensaios de desgaste abrasivo foram realizados em abrasômetro do tipo pino contra lixa.

O ensaio foi conduzido a uma velocidade rotacional de 66 rpm, sob carga de 4,6 N, com pino de 3 mm de diâmetro extraido por eletroerosão a fio, foram realizadas três repetições (três pinos) para cada liga, foram utilizadas 25 lixas com granulometria #320 e abrasivo de Al2O3, totalizando uma distância total percorrida de 423 m.

Trib. Mult. TE-79

Pino-sobre-disco

Célula de carga

Disco

Peso

Pino

Trib. Mult. TE-79

Pino-sobre-disco

Célula de carga

Disco

Peso

PinoPino

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Liga

Taxa de

desgaste

(mg/m)

C62 0,1550,002

C63 0,0970,001

C64 0,0960,004

As ligas C63 e C64 possuem comportamento semelhante sob abrasão. A liga C62 possui baixa resistência à abrasão quando comparada às ligas C63 e C64. A maior fração volumétrica de carbonetos eutéticos das ligas C63 e C64 aumentam sua resistência à abrasão devido a dureza elevada dos carbonetos.

Perda de massa em função da distância percorrida

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Oxidação Foram extraídos pinos com 9,2 mm de diâmetro, por eletroerosão. Esses pinos foram cortados transversalmente em cortadeira com disco de diamante, para obtenção de discos com espessura de 1 mm As amostras foram ensaiadas em balança termogravimétrica (TG), marca POLYMER, atual RHEOMETRICS, modelo STA 1500, que permite a aquisição contínua, via software, da massa do corpo-de-prova durante todo o tempo do ensaio. As amostras foram aquecidas da temperatura ambiente até 500oC, com uma taxa de 50°C/min e oxidadas isotermicamente por 240 minutos. A atmosfera utilizada foi uma mistura de 70,4% N2 (pureza de 99,999%), 17,6% O2 (pureza de 99,97%) e 12% de

H2O. O ensaio foi realizado em um disco para cada liga. Os ensaios foram realizados na PUC-Rio.

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Liga

Ganho de

Massa final

(mg/cm2)

C62 0,30

C63 0,13

C64 0,14

Evolução do ganho de massa

As ligas C63 e C64 possuem melhor resistência à oxidação em relação à liga C62.

É provável que esse comportamento se deva ao menor teor de cromo presente na liga C62.

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Conclusões

A liga C62 possui o melhor comportamento sob fadiga térmica e a liga C63 a pior resistência à fadiga térmica.

As ligas C63 e C64 possuem menor taxa de desgaste abrasivo quando comparadas à liga C62.

As ligas C63 e C64 possuem maior resistência à oxidação em relação à liga C62.

Abrasão

Fadiga Térmica

Oxidação