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Como citar este material:
FREGNI, Carla P. Ética e Relações Humanas no Trabalho do Séc. XXI.
Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
Olá! Seja bem-vindo à oitava aula da disciplina Ética e Relações Humanas no
Trabalho. Nesta aula, teremos a oportunidade de explorar esse assunto sob
enfoque e considerações de nossa contemporaneidade: o século XXI.
O que há de tão novo e diferente nos dias de hoje que nos leva a pensar em
novos modelos para a prática da ética e das relações humanas no trabalho?
Parece-nos que os modelos que utilizamos até o momento já não servem mais.
Ao mesmo tempo, ainda não temos novos modelos totalmente testados. É bem
provável estarmos vivendo entre Eras.
Mudanças não são novidade para a humanidade. Mas, a velocidade com que
elas têm acontecido, é inédita. Basta mencionarmos o ritmo dos lançamentos de
produtos como televisores, smartphones, notebooks, dentre outros.
A sensação que temos, muitas vezes, é a de não saber aonde essa aceleração
toda nos levará. Os mais otimistas dizem que isso tudo nos levará a novas
descobertas e melhorias para a humanidade. Os mais pessimistas dizem que
isso tudo levará à extinção da humanidade.
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Talvez haja razão nos dois extremos. Há, sim, motivos para ficarmos
entusiasmados com tantas descobertas recentes e há sim, motivos para ficarmos
assustados com tantos desvarios humanos. Não é para menos que dissemos,
há pouco, que vivemos numa fase intermediária entre Eras. A empolgação e o
caos convivem de maneira quase incompreensível. Alguns velhos paradigmas
ainda tentam persistir, enquanto novos paradigmas tentam se estabelecer.
Esse contexto macro interfere diretamente no ecossistema de negócios. E, pelos
efeitos sistêmicos, corporações e pessoas acabam sendo afetadas também.
Saiba Mais!
Máquinas colaborativas
Com o título: “Robôs ganham espaço nas pequenas empresas”, a reportagem
apresenta as chamadas máquinas colaborativas. Trata-se de máquinas
projetadas para trabalhar ao lado de pessoas em ambientes fechados. Esse
tipo de tecnologia já pode ser adotada por pequenas empresas, pois seu custo
é relativamente baixo: US$ 20.000. Empresas norte-americanas como
fabricantes de bijuterias e brinquedos já adotaram as máquinas
colaborativas para ampliar a produtividade e reduzir custos com mão de obra.
AEPPE, Timothy. Robôs ganham espaço nas pequenas empresas. The Wall
Street Journal. Versão em português, 19 set. 2014. Disponível em:
http://goo.gl/MIGvSU. Acesso em: 29 nov. 2014.
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Desafios para as Empresas do Século XXI
A substituição de mão de obra por tecnologias avançadas não é inovação da
nossa contemporaneidade: trata-se de uma prática já encontrada na Revolução
Industrial. A procura pela melhoria do processo produtivo, pelo aumento das
vendas e pela diminuição de custos ainda faz parte do contexto do mercado
atual. Então, o que há de diferente em nosso tempo?
Podemos afirmar que o avanço acelerado das tecnologias, assim como a
dimensão alcançada pela globalização, lançam novos desafios às corporações
do século XXI. Talvez, a responsabilidade social e o compromisso com o meio
ambiente nunca tenham sido tão exigidos às empresas como acontece hoje em
dia. Os desdobramentos das práticas do ser humano sobre a natureza e sobre
a própria vida demonstram-se mais como ameaças do que oportunidades. Nas
palavras de Kluyver (2010, p. 48):
Desdobramentos em áreas como demografia, doenças infecciosas, degradação de recursos, integração econômica, nanotecnologia, conflito internacional e governança acarretarão sérias consequências à estratégia corporativa. Elas podem reformular empresas ou setores inteiros. As empresas que estiverem em sintonia com esses desafios, prepararem-se para enfrentá-los e reagirem adequadamente terão mais chances de prosperar; aquelas que os ignorarem arriscarão a própria sorte (KLUYVER, 2010, p. 48).
Há um estudo, lançado pela Penn State Center for Global Business Studies
(apud KLUYVER, 2010, p. 47-48), que abrange uma previsão de tendências
globais cujos processos são comparados aos movimentos tectônicos da terra.
Em outras palavras, os processos ambientais, tecnológicos e sociais, detectados
pelo estudo, movimentam-se de tal forma que revolucionarão o ambiente dos
negócios.
Algumas considerações podem ser levantadas a respeito (KLUYVER, 2010, p.
48):
1. Os movimentos ambientais surgem das interações entre as pessoas e seu
meio ambiente. Exemplos são o crescimento da população mundial e a
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urbanização. Esses movimentos criam impactos diretos sobre a gestão
de recursos, a saúde e a qualidade de vida em todo o mundo.
2. Os movimentos tecnológicos são identificados pelos avanços da
biotecnologia, da nanotecnologia e dos sistemas de informação. Esses
movimentos criam impactos sobre o crescimento e desenvolvimento
econômico, sobre a integração global e sobre o surgimento da economia
do conhecimento.
3. Os movimentos sociais podem ser identificados pelas mudanças em
governança internacional, assim como pelos valores políticos e culturais.
Eles mantêm relação direta com a onda de democratização,
desregulamentação e reforma governamental.
As tendências do século XXI podem pressionar não só as empresas, mas o
próprio ser humano a repensar seus valores e comportamento no sentido da
sustentabilidade da vida humana. A consideração de condutas éticas será
inevitável nessas reflexões.
O peso da irresponsabilidade das empresas e dos governos
Os meios de comunicação estão sempre divulgando notícias de multidões que
perdem seus empregos, devido ao acelerado desenvolvimento tecnológico.
Grandes corporações aproveitam-se dos mais fragilizados, como os
adolescentes, que têm seus direitos severamente desrespeitados. Esse cenário
nos dá a impressão de estarmos no século passado, não é mesmo? Infelizmente,
trata-se do tempo presente.
Em reportagem de Eva Dou, veiculada no The Wall Street Journal, uma triste
realidade é trazida à tona: milhares de adolescentes chineses são enviados a
uma cidade para montar aparelhos eletrônicos para algumas das maiores
marcas do mundo. Muitos deles trabalham 12 horas por dia, durante seis dias
por semana. Essas condições violam a regulação chinesa para trabalhadores
com menos de 18 anos. Ao mesmo tempo, essa prática tem a chancela oficial
do Ministério da Educação da China que, em 2010, afirmou que escolas de
ensino técnico deveriam fornecer estudantes para suprir a falta de trabalhadores.
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Muitos estudantes sentem que não têm outra escolha, pois muitas escolas
condicionam a conclusão do curso a esses tipos de estágio.
Infelizmente, temos que admitir que ainda existe muita hipocrisia por parte das
corporações e dos governos. Leis são ignoradas e condutas imorais são
praticadas por empresas, enquanto o Estado se corrompe em função do que lhe
é conveniente.
Saiba Mais!
Confira na reportagem de Eva Dou, disponível a seguir, o uso de mão
de obra irregular pelas empresas chinesas, com aval do governo
daquele país:
DOU, Eva. Adolescentes suprem falta de mão de obra na China. Wall Street
Journal, 26 set. 2014. Disponível em:
http://br.wsj.com/articles/SB10553624399357934584804580176683685735428.
Acesso em: 29 nov. 2014.
E, nessa realidade, podemos encontrar centenas de exemplos lamentáveis de
irresponsabilidade com o ambiente e com o ser humano.
Talvez, você já tenha ouvido falar do desmanche de navios nas praias de
Bangladesh. Tudo começa quando um navio já não pode mais ser usado em
navegações: seja por tempo de uso ou por avarias. Como o desmonte ficaria
muito custoso às empresas responsáveis, elas repassam esses navios a
atravessadores que os levam às praias, como a de Chitagong (em Bangladesh),
e os encalha propositalmente. Em seguida, dezenas de homens, com
ferramentas precárias e sem o mínimo de proteção (muitas vezes, descalços)
rodeiam os navios encalhados e começam o trabalho de desmanche.
Na reportagem de John Vidal, encontramos informações lamentáveis como
seguem:
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‘Em média, morre um trabalhador nos estaleiros a cada semana, e um trabalhador se fere a cada dia. Parece que ninguém se incomoda muito. É fácil substituir operários, para os donos dos estaleiros; quando um trabalhador se fere, há dez dispostos a substitui-lo. O governo recolhe impostos e finge que não vê’, diz Muhammad Shahin, dirigente do Young Power in Social Action (YPSA), um grupo de ativistas.
Na semana passada, o Exxon Valdez, petroleiro responsável por um dos maiores derramamentos de petróleo da história dos Estados Unidos, em 1989, foi vendido para desmonte e deve ser desmantelado em uma praia de Bangladesh ou da Índia.
‘É um absurdo que esse navio, que já causou uma grande catástrofe ambiental, possa poluir e matar mais uma vez’, diz Jim Puckett, diretor executivo da Basel Action Network, que trabalha para prevenir a globalização da crise dos produtos químicos tóxicos (VIDAL, 2012).
Afinal, onde está a ética? Por que será que até aquelas organizações, que
primam por suas imagens institucionais, deixam de lado a ética para violar os
direitos humanos? Por que será que os governos são coniventes com essa
situação? Por que será que nós compramos alguns produtos, mesmo sabendo
que foram produzidos em regime semiescravo?
Vivemos em uma Era de transição. Convivemos ainda com os antigos modelos
da administração e, ao mesmo tempo, com a proposta de novos paradigmas
como qualidade de vida; sustentabilidade; valorização do capital humano nas
empresas etc.
A economia capitalista sempre prezará pelo aumento da produção e pela
redução de custos. A melhoria dos processos produtivos tem sido alcançada pelo
desenvolvimento tecnológico. Máquinas cada vez mais potentes custam menos
do que um funcionário e produzem muito mais. A competência intelectual de
poucos é mais valorizada do que a competência operacional de muitos. Fontes
tradicionais de energia começam a ficar escassas.
Coloque, em uma panela de pressão, a combinação de uma multidão de
desempregados, o acúmulo de riqueza nas mãos de poucos e um meio-ambiente
cujos recursos naturais estão ficando escassos, e, não precisará colocar no fogo
para ela explodir!
Puxa, que olhar mais catastrófico, não? Pode até ser, mas se o ser humano não
fizer nada para mudar a rota de sua trajetória, essa panela de pressão poderá
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explodir, como já aconteceu várias vezes na história da humanidade, mas, com
duas grandes diferenças: a dimensão da explosão e a velocidade com que as
consequências iriam se alastrar seriam como nunca se viu até agora.
Saiba Mais!
Confira a reportagem sobre o infame desmanche de navios nas
praias de Alang, no sul da Índia:
AZEVEDO, Erik. Fotos do infame desmanche de navios nas praias de Alang.
Blog Mercante. 03 jun. 2010. Disponível em: http://goo.gl/Ruq69c. Acesso
em: 29 nov. 2014.
Veja a reportagem sobre os cemitérios de navios do sul da Ásia:
HOELZGEN, Joachim. Os cemitérios de navios do sul da Ásia. BOL Notícias.
Seção Internacional. 09 maio 2009. Disponível em:
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/05/09/ult2682u1163.jhtm. Acesso
em: 29 nov. 2014
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Leia a reportagem a seguir, sobre os riscos nos estaleiros de
desmonte de Bangladesh:
VIDAL, John. Os ricos nos estaleiros de desmonte de Bangladesh.
Folha.com. Caderno Ilustríssima. 10 maio 2012. Disponível em:
http://goo.gl/AJ4flX. Acesso em: 29 nov. 2014.
O estágio atual do capitalismo e o futuro das organizações
Em seu artigo, Marcos Tavares Ferreira discute as implicações do estágio atual
do capitalismo no mundo e o futuro das organizações. Segundo ele, as práticas
da escola neoclássica da administração ainda estão profundamente
internalizadas em grande parte das empresas.
Ferreira (2011) menciona três barreiras ao tentarmos mudar os paradigmas
antigos e adotar novos paradigmas, mais adequados à nossa
contemporaneidade:
1ª Apesar de estarmos em pleno século XXI, muitas organizações ainda
tratam seus negócios enxergando os problemas com base em eventos de
curto prazo e, assim, tentam adiar a realização de mudanças inevitáveis
na sua estrutura, torcendo para que algo inesperado aconteça.
2ª As organizações, em geral, ainda resistem em abandonar os princípios
básicos da teoria da escola neoclássica (divisão do trabalho,
especialização, hierarquia e distribuição da autoridade e
responsabilidade) que foi a sustentação da administração do século XX,
inclusive dos modelos de gestão mais recentes como a qualidade e a
reengenharia, porque eles ainda funcionam. Essas empresas consideram
que todo o aprendizado é válido, desde que não vá de encontro a esses
princípios.
3ª As propostas, tendências e sistemas que envolvem as mudanças
inevitáveis (redes neurais, complexidade, empresas inteligentes, redes
sociais, consumo colaborativo, sustentabilidade, autonomia etc.) vão
exigir esforços gerenciais, investimentos financeiros e cessão de poderes
que ainda não foram muito bem absorvidos pela grande massa de
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empresários e donos de processos de negócios nas empresas comerciais
e instituições públicas. O controle (centralizado) da produtividade e do
desempenho ainda é um valor decisivo para essas organizações. A
democratização da estrutura dá, em geral, a sensação de perda de poder
e, portanto, a perda do negócio.
O autor Ferreira (2011) contribui com alguns questionamentos sobre a
necessidade de se transformarem as práticas corporativas atuais:
1. Será que os empresários e administradores terão motivação e segurança
para dar flexibilidade, e até descontinuar, em determinados casos,
algumas práticas fixadas no século XX?
2. Será que os empresários e administradores terão a motivação e
segurança para ceder espaço no processo decisório (estratégico) para os
seus colaboradores?
3. Será que as novas exigências dos mercados terão força para derrubar o
poder da burocracia, que “reina” em determinadas organizações, em
detrimento do mérito e do conhecimento?
4. Será que as novas práticas darão valor real ao ser humano e não mais
enxergarão os colaboradores como peças na engrenagem das operações
das empresas?
5. Será que, finalmente, poderemos ter um ambiente organizacional em que
a fragmentação do trabalho seja abandonada e o todo seja reorganizado
de forma sustentável?
Muitos pensadores acreditam que a ética pode evitar o colapso de nosso sistema
de vida. Ética na política, ética na economia, ética na sociedade, ética nas
empresas, ética no dia a dia!
Nosso sistema de vida está comprometido porque os vários subsistemas que o
compõem estão corrompidos. Talvez, a evolução devesse começar pelo próprio
indivíduo. Afinal, ele pode ser considerado o subsistema primordial de todo o
sistema que é a vida humana, certo?
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Ética e Web 2.0
Em entrevista à Globo News, Gary Hamel – um dos mais respeitáveis autores
da área de negócios em nossa contemporaneidade – leva-nos a compreender a
importância de se reinventar a administração, para que possamos conciliar
disciplina com criatividade.
Segundo Hamel, o sistema administrativo foi projetado para garantir obediência,
concordância e controle. Ainda precisamos disso, mas também é importante ter
espaço para a criatividade, imaginação e iniciativa.
Hamel também destaca o importante papel da internet na exigência de condutas
organizacionais mais éticas. O autor afirma que, para enfrentar a nova crise no
capitalismo, é preciso haver uma nova ética. Os executivos de hoje não são
menos éticos do que os executivos do passado. É que a internet dá muita
visibilidade a qualquer erro empresarial. Com o crescimento das organizações
por meio da consolidação global, suas escolhas têm maiores consequências. As
pessoas esperam que as grandes corporações obedeçam a padrões elevados –
o que é justo.
Para Hamel, as empresas são construções sociais. A sociedade tem o direito de
cobrar mais responsabilidade das empresas pelo impacto sobre o meio
ambiente, pelas práticas trabalhistas, pelo impacto sobre a saúde humana.
Saiba Mais!
Administração 2.0
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Entrevista de um dos especialistas mais conceituados na atualidade. Gary
Hamel aborda os novos modelos de gestão influenciados pela web 2.0 e o
novo comportamento de consumo do século XXI.
GLOBONEWS. Gary Hamel. Administração 2.0. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=Iz9hVYrw8hI. Acesso em: 29 nov. 2014.
Tendências atuais, segundo Matos (2012)
O autor Matos (2012, p. 109-110), em sua obra Ética na Gestão Empresarial: da
conscientização à Ação, seleciona alguns eventos que marcam a tendência de
se resgatar a naturalidade nas relações de trabalho. Sua abordagem é bastante
otimista e podemos destacar algumas das tendências mencionadas por ele:
1. Estruturas horizontais no lugar das verticais, oferecendo mais
flexibilidade para relacionamentos mais informais, participação nas
discussões e decisões.
2. Comissões de empregados; cogestão e participação nos lucros.
3. Sindicalismo com visão macro da qualidade das condições de
trabalho.
4. Integração empresa-governo-comunidade.
5. Maior acesso à escolha e às modernas fontes de informação tornam
os empregados mais exigentes e, consequentemente, a empresa é
levada a formular políticas que compatibilizem o crescimento da
organização com o desenvolvimento dos recursos humanos.
Independentemente de sermos mais otimistas ou mais pessimistas em relação
às tendências do século XXI, devemos trabalhar por uma conscientização
humana em relação a sistemas mais sustentáveis – seja em que área for – em
função de um futuro mais promissor.
Governança Corporativa: “Governança Corporativa é o sistema pelo qual as
organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo as práticas
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e os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e
órgãos de controle. As boas práticas de Governança Corporativa convertem
princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade
de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital
e contribuindo para a sua longevidade.” (Fonte: Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa. Disponível em: http://goo.gl/j1DCiZ. Acesso em: 29 nov.
2014).
Biotecnologia: “É o conjunto de conhecimentos que permite a utilização de
agentes biológicos (organismos, células, organelas, moléculas) para obter bens
ou assegurar serviços.” (Fonte: ORT. O que é biotecnologia? Disponível em:
http://www.ort.org.br/biotecnologia/o-que-e-biotecnologia. Acesso em: 29 nov. 2014.).
Nanotecnologia: “É um termo usado para referir-se ao estudo de manipulação
da matéria numa escala atômica e molecular, ou seja, é a ciência e a tecnologia
que focam nas propriedades especiais dos materiais de tamanho nanométrico.
O principal objetivo é criar novos materiais, novos produtos e processos a partir
da capacidade moderna de ver e manipular átomos e moléculas.” (Fonte: BRITO,
Evaldo. Saiba o que é nanotecnologia e como ela pode mudar o futuro. 30 jul.
2014. Disponível em: http://goo.gl/mHuPAH. Acesso em: 29 nov. 2014.).
Movimentos tectônicos da terra: São movimentos das chamadas placas
tectônicas (gigantescos blocos que compõem a camada sólida externa do
planeta, sustentando os continentes e oceanos). (Fonte: GUIA DO
ESTUDANTE. Principais placas tectônicas e seus movimentos. Seção
Vestibular. 11 mar. 2011. Disponível em: http://goo.gl/5BGU5W. Acesso em: 29
nov. 2014.)
Instruções
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará
algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os
enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
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Questão 1
O cenário dos negócios, neste século XXI, integra comportamentos inovadores
e retrógados por parte das empresas. Ao mesmo tempo em que novas condutas
são adotadas, aspectos tradicionais e, muitas vezes ultrapassados são
conservados.
Diante dessas considerações, julgue cada item como referente a aspectos
retrógados (r) ou referente a aspectos inovadores (i).
I. Maior acesso à escolha e às modernas fontes de informação por parte
dos trabalhadores.
II. Integração empresa-governo-comunidade.
III. Divisão do trabalho, especialização e hierarquia.
IV. Comissões de empregados; cogestão e participação nos lucros.
V. Organização empresarial verticalizada.
A alternativa que apresenta o correto julgamento dos aspectos é:
a) I - i; II - i; III - r; IV - i; V - r.
b) I - i; II - r; III - r; IV - i; V - r.
c) I - i; II - i; III - r; IV - r; V - r.
d) I - i; II - i; III - i; IV - i; V - r.
e) I - i; II - r; III - r; IV - i; V - i.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 2
Ao compararmos as condutas éticas das empresas do século XXI e as empresas
de tempos anteriores, podemos concluir:
I. Os executivos de hoje são menos éticos do que os executivos do
passado.
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II. As decisões das grandes corporações de hoje são mais impactantes
do que as decisões das corporações do passado.
III. A internet assume importante papel na exigência de condutas
organizacionais mais éticas.
É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 3
Os movimentos tecnológicos como avanços da biotecnologia, da nanotecnologia
e dos sistemas de informação criam impactos sobre o crescimento e
desenvolvimento econômico, sobre a integração global e sobre o surgimento da
economia do conhecimento.
Podemos considerar os seguintes impactos sobre a ética empresarial:
I. Tecnologias como a biotecnologia e a nanotecnologia podem
promover maior efetividade à cadeia produtiva, como o aumento da
produção e a redução dos custos. No entanto, é responsabilidade das
corporações avaliar se os resultados de sua aplicação serão positivos
ao ser humano.
II. Os avanços tecnológicos dos sistemas de informação promovem a
integração da economia global, pressionando as empresas a fecharem
negócios ilícitos para não falirem.
III. A internet propicia um empoderamento ao mercado consumidor que
pode manifestar-se publicamente a favor ou contra os produtos e
serviços das empresas, que passam a ter sua reputação mais
vulnerável.
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É correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 4
“Em média, morre um trabalhador nos estaleiros a cada semana, e um
trabalhador se fere a cada dia. Parece que ninguém se incomoda muito. É fácil
substituir operários, para os donos dos estaleiros; quando um trabalhador se
fere, há dez dispostos a substitui-lo. O governo recolhe impostos e finge que não
vê’, diz Muhammad Shahin, dirigente do Young Power in Social Action (YPSA),
um grupo de ativistas.”
VIDAL, John. Os ricos nos estaleiros de desmonte de Bangladesh. Folha.com. Caderno
Ilustríssima. 10 maio 2012. Disponível em: http://goo.gl/LQKrnF. Acesso em: 29 nov. 2014.
O texto apresentado é um recorte de reportagem, publicada na Folha.com, sobre
o desmanche de navios na praia de Bangladesh. A respeito desse trecho,
explique por que há falta de conduta ética por parte das corporações
responsáveis pelo destino dos navios e por parte do governo.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Questão 5
Há um estudo, lançado pela Penn State Center for Global Business Studies
(apud KLUYVER, 2010, p. 47-48), que abrange uma previsão de tendências
globais cujos processos são comparados aos movimentos tectônicos da terra.
Em outras palavras, os processos ambientais, tecnológicos e sociais, detectados
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pelo estudo, movimentam-se de tal forma que revolucionarão o ambiente dos
negócios.
Considerando-se que os movimentos sociais surgem das interações entre as
pessoas e seu meio ambiente, que condutas empresariais poderiam criar
impactos positivos sobre a gestão de recursos e sobre a qualidade de vida da
comunidade em que está inserida? Explique sua resposta.
Verifique a resposta correta no final deste material na seção Gabarito.
Esta aula propôs reflexões sobre a ética e as relações humanas no trabalho sob
o contexto do século XXI. Pudemos percorrer por ideias pessimistas e otimistas
a respeito do futuro do ecossistema de negócios. Nossa intenção foi levantar as
várias considerações sobre a trajetória da humanidade rumo ao futuro. Afinal, o
que decidimos e fazemos hoje determinará aquilo que viveremos amanhã.
AEPPE, Timothy. Robôs ganham espaço nas pequenas empresas. The Wall
Street Journal. Versão em português, 19 set. 2014. Disponível em:
http://goo.gl/XvNgxR. Acesso em: 29 nov. 2014.
AZEVEDO, Erik. Fotos do infame desmanche de navios nas praias de Alang.
Blog Mercante. 03 jun. 2010. Disponível em: http://goo.gl/mZXqqY. Acesso em:
29 nov. 2014.
BRITO, Evaldo. Saiba o que é nanotecnologia e como ela pode mudar o futuro.
30 jul. 2014. Disponível em: http://goo.gl/BjcKGx. Acesso em: 29 nov. 2014.
DOU, Eva. Adolescentes suprem falta de mão de obra na China. Wall Street
Journal, 26 set. 2014. Disponível em: http://goo.gl/1GwyO7. Acesso em 29 nov.
2014.
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FERREIRA, Marcos T. As Organizações do Século XXI: Tendências e
Incertezas. Espaço Opinião. Disponível em: http://goo.gl/HG6SOv. Acesso em:
28 nov. 2014.
GLOBONEWS. Gary Hamel – Administração 2.0. Disponível em:
http://www.youtube.com/watch?v=Iz9hVYrw8hI. Acesso em: 29 nov. 2014.
GUIA DO ESTUDANTE. Principais placas tectônicas e seus movimentos.
Seção Vestibular. 11 mar. 2011. Disponível em: http://goo.gl/G15y7A. Acesso
em: 29 nov. 2014.
MATOS, Francisco Gomes de. Ética na gestão empresarial: da conscientização
à ação. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011.
HOELZGEN, Joachim. Os cemitérios de navios do sul da Ásia. BOL Notícias.
Seção Internacional. 09 maio 2009. Disponível em:
http://noticias.bol.uol.com.br/internacional/2009/05/09/ult2682u1163.jhtm. Acesso em
29 nov. 2014.
INSTITUTO Brasileiro de Governança Corporativa. Governança Corporativa.
Disponível em: http://www.ibgc.org.br/inter.php?id=18161/governanca-corporativa.
Acesso em 29 nov. 2014.
KLUYVER, Corlenis A. de. Estratégia: uma visão executiva. 3. ed. São Paulo:
Pearson, 2010.
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Caderno Ilustríssima. 10 maio 2012. Disponível em: http://goo.gl/m7v5Ux.
Acesso em: 29 nov. 2014.
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Questão 1
Resposta: Alternativa A.
A resposta para essa pergunta encontra-se no Caderno de Atividades da Aula 8,
itens: “Tendências atuais segundo o autor Matos” e “O estágio atual do
capitalismo e o futuro das organizações”.
Questão 2
Resposta: Alternativa D.
Não há estudos que comprovem diferenças éticas entre os executivos de hoje
com os do passado. O que acontece é que o cenário do século XXI é bem mais
complexo. Essa complexidade está implícita nas afirmações II e III: ações de
empresas globais refletem em todo o mundo e a internet delega um poder ao
mercado consumidor que monitora as condutas das empresas atuais.
Questão 3
Resposta: Alternativa C.
As afirmações I e III são verdadeiras e autoexplicativas. A afirmação II é
inaceitável, porque desconsidera a responsabilidade que todas as empresas têm
frente às suas decisões: nenhuma delas é obrigada a agir de forma ilícita.
Questão 4
(Para que o estudante responda corretamente a questão, espera-se que ele
tenha lido a reportagem indicada no Saiba Mais)
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Resposta: As empresas proprietárias dos navios, assim como os
atravessadores que encalharam os navios são irresponsáveis com todo o
sistema de negócios, pois suas ações comprometem o meio ambiente pela
poluição dos resíduos dos navios nas praias e alimentam uma cadeia de trabalho
semiescravo. Quanto ao governo, não se impor com leis severas para evitar esse
processo é uma conduta irresponsável e negligente.
Questão 5
Resposta: Empresas que adotam condutas éticas preocupam-se com os
impactos de suas ações sobre o meio ambiente e sobre a comunidade em que
vive. Zelar pela gestão dos resíduos de sua produção, com foco na
sustentabilidade ambiental leva à perenidade dos recursos naturais. A
responsabilidade social, implementada em programas de melhorias junto à
comunidade em que a empresa está inserida pode criar melhores condições de
vida à população, refletindo na qualidade de vida de seus funcionários.