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    CODEX HERMETICUM 06 Publicao Classe E

    Como se Estuda Magia (Parte I)por Frater Goya

    Muitas pessoas chegam ao C:.I:.H:. e a outras organizaes na expectativa deaprender Magia. Mas o que Magia, como funciona, o que pode fazer por mim enquantoindivduo e enquanto cidado, isso se ensina, se aprende? Essas so perguntas quetentaremos responder satisfatoriamente ao estudante nesse ensaio. Devemos lembr-lo

    porm, que esse documento um guia, no uma verdade absoluta. O que isso quer dizer?Que embora sejam regras que se aplicam na grande maioria dos casos, existem excees aelas e principalmente, sua experincia individual ir valid-las no percurso de sua jornada

    como estudante do oculto.

    1)O que Magia?Para responder essa pergunta, usaremos uma expresso de Aleister Crowley que

    define muito bem o assunto: Magia a Arte ou Cincia de causar mudanas com afora da Vontade . Arte? Cincia? Magia uma arte, pois o Mago molda ou esculpe ouniverso conforme sua Vontade. uma Cincia, porque se funciona, pode ser repetidainmeras vezes para obter o mesmo resultado1. E a Vontade, o que ? o desejo real doser humano de fazer alguma coisa. No deve ser confundida com a Vontade corporal,mundana, pois a Vontade do Esprito. Logo, a Magia pode ser tambm definida comoo despertar da Verdadeira Vontade, atravs de mtodos especficos, usados para atingir

    este fim.

    Papus diz a mesma coisa dando um exemplo interessante: utilizando o tringulocomo forma da manifestao, ele diz: Poder todos tem. O que nem todos tem Vontade. Se voc tem poder, aliado Vontade, ocorre a manifestao que o resultadodessa soma. Logo teremos a equao: Manifestao = Poder + Vontade

    1Embora os resultados possam ser atingidos, nem sempre pelo mesmo caminho. Segundo os acadmicosisso demonstra que a Magia no uma cincia, o que um engano. Pois, embora os meios possam variar osresultados devem ser obtidos da mesma forma. Em outro lugar falaremos mais sobre esses experimentos esuas variaes. Podemos citar aqui ttulo de exemplo, o trabalho de Armand Barbaux, entitulado O Ouro daMilsima Manh. Barbaux, segundo o livro, auxiliado por seu filho, conseguiu produzir o ouro potvel. O

    processo foi bastante simples. Segundo o Mutus Liber (Livro Mudo), o componente principal da PedraFilosofal est o tempo todo sob nossos olhos e no o percebemos. Pensando um pouco, Barbaux percebeu queesse elemento era a terra. Junto ento algumas pores de terra, colheu o orvalho noturno (o leite da virgem),tudo isso sempre seguindo as ilustraes do Mutus Liber. Mas ento, se recolher alguma terra, misturar oorvalho e cozinh-los como ele fez, eu consigo repetir a experincia? A resposta um sonoro NO. O queacontece, conforme foi explicado acima, que Barbaux no pegou terra pura e simples. Ele pegou a terramagnetizada por determinadas foras planetrias (sob determinados auspcios astrolgicos) que j no eramais terra, mas sim uma determinada energia aprisionada na terra. A mesma coisa foi feita com o orvalho. Osexemplos que poderamos dar so muitos, mas acreditamos que apenas esse ser o suficiente para os fazerentender esse princpio.

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    2)Quantos tipos de Magia existem?Na verdade, existe um nico tipo de Magia. O que existe so variaes de

    intensidade de estudo e profundidade. Outra coisa que define o tipo da Magia suaaplicao. Quem diz que existe Magia branca, preta, cor-de-rosa ou cinza, no sabe oque est falando. Muitas pessoas ditas entendedoras do assunto, falam em nome daMagia Negra, Magia dos 7 Raios, e mais um monte de outras coisas. Na verdade o queacontece, que so pessoas que esto mais preocupadas com caras e bocas do que como verdadeiro conhecimento mgico. Nas diferentes intensidades de Magia, podemosdestacar os 3 principais, embora existam outros: A feitiaria, mais simples e voltada

    principalmente adorao dos elementos. A Alta Magia, normalmente ritualizada eextremamente simblica. Por ltimo, a Teurgia, parte mais alta da rvore Mgica, onde

    j se opera livre dos rituais e onde o Ser Humano ocupa o seu lugar de direito nacriao, que o de Senhor de Toda a Criao.

    Segundo os tradicionalistas, a Magia tem como objetivo principal, devolver ao SerHumano a glria de dias passados. Na prpria Bblia, ao se contar a histria da criaodo Homem, se diz que o Homem (aqui a palavra Homem designa o gnero humano,homem e mulher, no apenas indivduos do sexo masculino), foi criado com o intuitode governar sobre todas as coisas criadas. Ao sair do estado paradisaco, o Homem como tempo foi se esquecendo de sua origem divina e perdendo sua fora e seu lugar naordem do universo. Conforme foi dito logo acima, a Magia um meio para se retomaressa posio.

    3)Existe alguma escola para isso?Sim. Existem algumas escolas que ensinam Magia. Mas deve-se filtrar muito bem a

    escola, pois dessa escolha pode depender sua felicidade futura. Existem escolas nasmais variadas formas e tamanhos. No estudo da Magia, pode-se separar as escolas

    primeiro em dois grandes grupos:

    Escolas de Misticismo (Caminho da Espada Flamejante): Aqui se encontram osmsticos de fim de semana, pessoas que gostam do assunto, mas no querem seenvolver em excesso. Pode-se obter algum progresso, mas o conhecimento superficiale no completo. A Espada passa apenas sobre alguns caminhos da Etz Chaim, rvoredas Vidas dos Qabalistas, deixando uma boa parte de fora. Existem muitas escolas que

    praticam apenas essa categoria de estudos, mas uma boa parte tenta se vender comouma Escola de Ocultismo. As Escolas de Misticismo representam quase 95% domontante de Escolas de Magia. Mas na verdade, so apenas viveiros, que tem como

    principal objetivo separar o joio do trigo, escolhendo os melhores estudantes que iroingressar nas Escolas de Ocultismo.

    Escolas de Ocultismo (Caminho da Serpente da Sabedoria):Esse caminho muitomais rgido e normalmente ningum entra diretamente nessas escolas. A Serpente daSabedoria passa por todos os caminhos da Etz Chaim, dando ao estudante um acesso a

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    coisas que antes ele acreditava existirem apenas em descries fantasiosas. Muito maiscompensador, porm, muito mais perigoso (pois quem pretende aprender a Magiaaposta a Vida), esse caminho na atualidade ocupa algo em torno de 2% dos ltimos 5%das Escolas de Magia. Nesses 5%, 3 so responsveis em preparar o estudante para osoutros 2%. De cada 100 pessoas que entram nessas escolas, apenas umas duas ou trsconseguem terminar todo o trajeto (sendo bastante otimista). Conforme diz Eliphas Leviem seu Dogma e Ritual da Alta Magia: No caminho das Altas Cincias, no convmempenhar-se temerariamente. Mas uma vez em caminho, preciso chegar ou perecer.

    Duvidar ficar louco, voltar para trs precipitar-se num abismo.

    4) Validade das EscolasMuitos ouvem dizer que Magia no pode ser aprendida, que se nasce ou no Mago.

    Isso uma verdade apenas parcial e errnea, que tem como objetivo apenas iludir oestudante e mant-lo em rdea curta. Algumas pessoas nascem com o dom da Magia.Outras, a grande maioria diga-se de passagem, precisam aprender a desenvolv-la. Sedependssemos apenas dos Magos naturais para poder estudar, h muito a Magia teriadeixado de existir. Pois, por sculo, apenas uma meia dzia de Magos naturais estariasobre a face da terra, de onde podemos concluir que numa caa s bruxas bem feita,exterminaria os Magos do planeta em pouqussimo tempo. O que seria da msica porexemplo, se tivssemos de esperar o nascimento de um Mozart para poder ouvir boamsica ou aprender a tocar algum instrumento? Muito provavelmente, se isso fosseverdade, talvez nem instrumentos musicais teramos, pois ningum saberia toc-los oque tornaria uma incoerncia a sua produo.

    As verdadeiras Escolas de Magia procuram despertar o processo Mgico dentro doestudante. Muitas vezes, o despertar de um Mago por uma Escola tem tanta efetividadequanto o despertar de um Mago natural.

    Como saber se uma boa escola?1) A coisa mais importante ao ser humano a liberdade. Qualquer grupo ou indivduoque se coloque acima disso, est tentando fazer de voc um escravo mental.2) Nenhum grupo deve interferir na sua crena religiosa. Sua crena e prtica religiosacomo indivduo no deve ser contraditria com seus estudos ocultos. Uma organizaoverdadeiramente tradicional (so muito poucas) trata de outros assuntos. Sobre essetema ver o CODEX 01 O C:.I:.H:. No uma Religio.

    3) Nenhum grupo "fraternal" afasta as pessoas. Principalmente de sua famlia. Se o seugrupo exclui sua famlia ou grupo social, cuidado. No por gostar de ocultismo quevoc precisa se envergonhar disso. como dizia um colega: Se voc sai com algumque jamais apresentaria para sua famlia, boa coisa no deve ser. Alguns grupos

    podem ser contra a participao da famlia nas atividades do grupo, mas isso no deveser uma regra geral.4) Nenhum grupo esotrico o aliena de suas atividades. No porque gosto deocultismo que devo abandonar o trabalho, os estudos ou a famlia. A Grande Obra nosespera no escritrio, em casa, e no somente em meio aos cadinhos e grimrios. Ela est

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    nas pequenas e nas Grandes Coisas. Separar a vida oculta da vida diria normalmentes gera erro e arrependimento. No devemos ter dois comportamentos diferentes, porexemplo, um em casa ou no trabalho e outro na prtica Mgica.5) Todo o conhecimento adquirido tem que poder ser utilizado na prtica. Se voc noconsegue aplic-los no seu dia-a-dia, ento alguma coisa est errada. Algumas pessoastem um falso moralismo que lhes faz afirmar que aquilo que se aprende no se usa. Avem a famosa pergunta: Se voc aprende algo que no pode ser aplicado na sua vidadiria, qual o objetivo? Conforme dito acima, a Magia um meio de libertar o homemda escravido do mundo profano. Se voc no pode aplicar essa mxima, o estudo perdea validade.6) Todo grupo estruturado precisa de uma fonte de renda. Agora, quando o dinheiro falamais alto que aquilo que se ensina, deve-se questionar a seriedade do grupo. Ou domembro. Grupos menores com poucas pessoas conseguem se organizar com pouco ounenhum gasto direto. Grupos maiores precisam da contribuio de seus membros paramanter uma estrutura.

    5)Sexo e MagiaAlgumas escolas fazem distino do sexo (masculino ou feminino). Embora

    pessoalmente no concorde com essa distino ela deve ser respeitada. As escolas quefazem essa distino tem regras particulares de conduta, muitas vezes envolvendocelibato, e normalmente indicam a vida monstica como alternativa de vida.Pessoalmente no sou a favor dessas escolas, pois elas em ltima estncia elas negamao estudante o seu complemento natural (que o sexo oposto).

    Segundo algumas correntes tradicionalistas, o ser humano s completo quandoencontra sua outra parte (aqui sempre se referindo a uma relao heterossexual) econsegue levar essa relao adiante. A comparao comum que no incio dos temposos dois eram um s, e depois foram separados.

    Essa afirmao concordante com a feita acima no texto, em que o homem buscaseu lugar de direito na hierarquia do mundo, e entre as coisas que deve fazer pararestaurar essa ordem, est a condio de voltar a ser uno. Nos ritos em que aconteceessa separao entre homem e mulher, a reconciliao torna-se impossvel, sem ferir aessncia dos ensinamentos. Embora devamos ressaltar aqui que, no havendo essareconciliao, o indivduo fica impossibilitado de ser uno definitivamente.

    Os Ritos Unificadores (aqueles que no fazem distino entre os sexos)

    normalmente trabalham as caractersticas de ambos, s vezes separado, s vezes junto, eno final do desenvolvimento, os homens iro desenvolver caractersticas femininas, e asmulheres caractersticas masculinas, podendo assumir uma caracterstica andrgina eat hermafrodita.

    6)O Que se Espera do EstudanteNo apenas o estudante que deve filtrar as escolas at encontrar uma que possa lhe

    acrescentar algo. Ele deve perguntar a si mesmo: O que posso fazer pela escola? Essecaminho de mo dupla. Voc deve obter algo da escola e dar algo em troca. Essa

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    relao dinmica e nunca esttica. No existe escola que apenas cobre sem dar nadaem troca tampouco existe escola que apenas d o conhecimento sem exigir algo doestudante. Mesmo que a escola cobre apenas disciplina, esta essencial para o avanodo estudante. Pessoas que esperam resolver problemas krmicos2, problemasmentais, familiares e coisas do gnero,no devem se envolver com o esoterismo.Existem hoje profissionais extremamente bem preparados para lidar com essassituaes. As Escolas Mgicas no precisam de mais um problema. ParafraseandoHomero: Os deuses no faro pelos homens o que estes no fizerem por si mesmos.

    7)O TutorQualquer sistema que se preze dever ter a figura de um tutor. Este recebe em vrias

    organizaes muitos nomes, como: padrinho, tutor, monitor, mestre, etc. Um tutor nodeve ter mais que dois ou trs adeptos sobre sua tutela, para que o ensino seja feito comqualidade. Qualquer nmero acima disso um risco assumido pelo tutor e peloestudante. Os tutores podem ser de dois tipos basicamente: escolhido pelo estudante ousorteado pelo grupo. Obrigatoriamente o tutor de um grau superior ao de seu discpuloe quase exclusivamente sua a responsabilidade do desenvolvimento do estudante. Se oestudante no atinge as metas estabelecidas para aquele grau, deve -se avaliar: O quefaltou para ele atingir? Ele recebeu as instrues que deveria receber? Praticou-as?Anotou suas dvidas? Qual foi sua participao nas atividades do grupo? E assim pordiante. E o tutor tem a obrigao de ajudar seu discpulo a seguir sempre mais alto. Oestudante jamais deve ficar sem uma resposta.

    8)Os meios usados para ensinarCada grupo possui seu prprio mtodo que vai desde tradio oral, at cursos em

    multimdia. Esses ltimos podem ser uma alternativa moderna mas tradicionalmenteno so levadas em considerao, uma vez que a iniciao s pode ser efetivada

    pessoalmente (falaremos sobre isso no prximo tpico). Os mtodos mais comuns so:a)Contato mental: Algumas pessoas alegam receber instrues do seu tutor ou mestre

    diretamente em pensamento. Embora seja possvel, nunca foi comprovado a eficciadesse sistema, nem se conhece algum que tenha percorrido todo o caminho

    baseado unicamente nesse mtodo.b)Tradio oral: nenhum material escrito, ou gravado entregue ao estudante. Este ir

    aos encontros e receber as instrues pessoalmente de boca a ouvido.

    2Sobre o Karma, iremos publicar em breve um texto entitulado Novos Estudos sobre a Reencarnao. Masaquele que acredita que est com algum dbito krmico, jamais consegue realizar a verdadeira Vontade. Pois,como fazer a minha Vontade se sobre mim carrego o peso de vidas passadas? Ou ainda: Como fazer a minhaVontade se posso ter de pagar algo na minha prxima vida? E se no der certo? Esses so problemas quesero abordados nesse novo ensaio. Acreditamos que o sistema Kardecista desviou do caminho correto osltimos duzentos anos (mais precisamente 144 anos, se consideramos como incio do Kardecismo a primeiraEdio do Livro dos Espritos em 18 de abril de 1857) se de vida oculta no Ocidente. Tal erro s poder serreparado depois de um longo caminho de correo na direo da libertao do Esprito Humano. Vs soislivres. Aqueles que dizem em contrrio disso, querem apenas aprisionar vossa alma e embaar vossaVontade, impedindo-vos de voar. Ah, caro, como doce a sensao de voar alto... Anderson Rosa

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    c)Tradio escrita: o estudante recebe algum material ou mesmo todo por escrito,atravs de apostilas, livros ou monografias. Esse mtodo s pode ser validado se forusado junto com uma exigncia prtica, onde o material escrito ser apenas um guiae no o objetivo do ensinamento. Se isso acontece, corre-se o risco de se tornar umcurso de Magia por correspondncia.

    d)Tradio mista: utiliza diversos meios (oral, escrito, mental) para transmitir oconhecimento. Atualmente poucos grupos usam esse mtodo com eficcia eequilbrio, sem se deixar levar pelas facilidades do mtodo escrito.

    Uma boa escola tenta explorar os vrios mtodos, de acordo com o material a serpassado ao estudante. Nesses casos, a figura do tutor de fundamental importncia,pois ele ir acompanhar de perto o estudante e ir avaliar seu desempenho naorganizao.

    O DirioTodo grupo que se preza deve exigir do estudante a manuteno de um dirio, onde

    sero anotadas todas suas experincias pessoais com a Magia. Esse dirio de usoexclusivo do estudante, embora possa ser examinado pelo seu tutor ou chefe do grupoquando necessrio. Aconselha-se anotar no dirio a data, a hora, o local, e as posies

    planetrias do Sol da Lua e o dia da semana, para futura referncia.

    O Que Anotar?Tudo importante. Seja um pensamento, as prticas, um sonho, uma queixa, um

    desejo, tudo importante e deve ser anotado com o maior nmero de detalhes possvel.O dirio deve ser um retrato fiel da anotao a que se refere.

    9)O Processo de IniciaoSer aceito num grupo fechado normalmente um poderoso excitante para o esprito

    humano. Mas ele envolve foras poderosas que iro modificar definitivamente a vida doestudante. Normalmente, antes de entrar num grupo, o candidato dever passar por um

    processo probatrio onde ser testado at a exausto em sua inteno, lealdade ededicao com a instituio que deseja se iniciar.

    Qual o objetivo da Iniciao:

    Uma iniciao, como o prprio nome indica, marca o comeo de uma nova vida.Nos meios tradicionais (pode-se incluir aqui a Maonaria, o Rosacrucianismo, a Gnose,a Golden Dawn, a O:.T:.O:., etc.) uma dramatizao de uma morte simblica queconduz o iniciando a uma nova vida. Marca tambm a aceitao do Candidato pelogrupo. Mais importante que tudo isso, so os vrios quesitos que uma iniciao (paraser efetiva ou legtima) deve atender:1) Toda iniciao deve conter os smbolos inerentes ao grupo;

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    2) Deve conter os conhecimentos bsicos referentes ao grupo, de forma que, se oestudante lembrar-se apenas dos rituais, esses devem conter a verdade central do grupo,de forma resumida ou integral.3) Os rituais devem oferecer uma viso estruturada do universo conforme este

    percebido pelo grupo, ou ainda, deve oferecer um conjunto de leis naturais cujaobedincia possa causar o que se chama libertao.4) Um conceito de vida e morte prprio do grupo, incluindo o post-mortem. Valelembrar que atualmente, muitos grupos comeam na primeira iniciao falando damorte ou transio, para depois simplesmente ignorar o tema, como se fosse incmodoou desnecessrio tratar desse assunto. Incmodo porque como ocidentais, ainda noelaboramos muito nossa relao com a morte. Para ns ela ainda exibe apenas seu rostodeformado. E desnecessrio porque na atual confuso reinante no meioesotrico/ocultista, teorias sobre ps-morte o que no falta. E na esmagadora maioriadelas, so apenas variaes pobres da verso kardecista da reencarnao. Como muitas

    pessoas seguem mais de um caminho no intuito de terem uma viso universalista(falaremos sobre isso mais adiante), acabam fazendo um sincretismo perigoso decrenas capaz de levar a loucura um monge tibetano. Se assim, o que acontece comnossos msticos (no ouso cham-los de ocultistas, com medo que minha lngua cia oumeus dedos murchem) que no enlouquecem? Ser que no? Se assim, por que existeum grande hiato no sculo XX de grandes escritores ocultistas, salvagardados algumasmentes brilhantes quase desapercebidas na vastido do vazio?

    A bem da verdade, a nica que merece ser chamada iniciao, a cerimnia que

    marca a entrada do indivduo no grupo. As conseqentes so apenas cerimnias depassagem de grau. Cham-las de iniciaes dar a elas um status que definitivamenteelas no tem. Ou pior: ignorar tudo que foi descrito acima.

    Se um grupo ou vrios no consegue(m) cumprir esses quesitos, ento no sogrupos dignos do nome Magia. Na atualidade creio que cabem nos dedos de uma moos grupos que conseguem manter essa unidade sem se deixar corromper pelas propostasNew Age.

    10) Mestres e Hierarquias

    amplamente disseminado entre a gente comum, ou profanos, que o aquele que no

    nasceu como Mago no tem verdadeiro poder, ou que algum de determinada linha deestudo mais poderoso que outro, e por a seguem as coisas absurdas. Essas pessoasnada mais so que perpetuadores de supersties.

    Os graus de estudo normalmente, embora possa ter inmeras variaes, seguemuma estrutura bsica conforme descrita abaixo:

    a)Aprendiz, Companheiro e Mestre ou Druida, Bardo e Merlin segundo umaestrutura trina.

    b)Neophyto, Artifex, Philosophus e Adeptus Iluminati segundo uma estruturaquaternria.

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    perder dever arcar com as responsabilidades dos seus atos, sejam elas quais forem.Inclusive a morte.

    11)A totalidade e a especializaoAt o incio do sculo XX um Mago legtimo era algum que dominava as cincias

    ocultas com mestria. Conhecia Tarot, Astrologia, Alquimia, Geomancia, Projeo,Tcnicas Corporais, Qabalah, etc. Depois do incio do sc. XX com a decadncia dasEscolas de Ocultismo, virou mania se especializar em alguma coisa. Ouvimos algumdizer: Sou Tarlogo(a), e no sei nada de astrologia. Se quiser saber algo, tenho umamigo(a) que.... Isso um dos maiores disparates do ocultismo moderno. Todas essascincias esto intimamente ligadas umas s outras. Valorizar apenas uma comovalorizar as mos e deixar morrer o resto do corpo. Para ser um Mago real e no apenasno nome, deve-se ter domnio sobre todas as reas do conhecimento mgico a que se

    props estudar. Isso nos leva ao prximo tpico.

    12)Universalidade e AlienaoO Mago legtimo deve dominar o conhecimento de sua poca. Deve ter um

    conhecimento universal, e no saber um pouco de cada coisa, como costumamos ver.Esse tipo de atitude s aumenta a confuso e conduz hostes inteiras de estudantes aoerro, desgraa e a condenao eterna de suas faculdades mentais. Fazer cursos de fim-de-semana sobre Kundalini, Tarot, e Wicca (s pra citar os mais comuns), assinar aficha do sanatrio. O processo da Magia Wicca no aprendido num ou mesmo vriosfins-de-semana. o processo de uma vida. A mesma regra serve para o Tarot e para a

    Kundalini. Mexer com essas energias sem estar preparado como dar a uma criana de3 anos uma arma carregada e engatilhada. s esperar pelo inevitvel. E depois vem aslamentaes: Pois ... Essa tal de Magia tem uma carga pesada, um amigo meu ficoulouco. Ficou ou j era, de mexer com o que no conhecia?

    13)Sexualidade e MagiaComo foi dito no incio do texto, existem grupos que separam homens e mulheres.

    Em alguns os homens mandam e as mulheres obedecem. Em outros o inverso. Nagrande maioria das vezes, essas escolas (admitimos que algumas tem um motivo que

    justifique essa conduta) servem apenas para que os opressores do sexo oposto mostremsuas garras e dominem aqueles que na vida real no conseguem. Ou seja: homens

    frustrados com o sexo oposto que tentam domin-lo pela fora, colocando as mulheresem posio de desvantagem justificada (????) pela Magia. Ou no caso das mulheres,senhoras e senhoritas que tem dificuldades de relacionamento ou levam uma vida queno lhes satisfaz em um ou vrios aspectos e que literalmente escravizam (em algunsgrupos os homens so realmente denominados escravos) o sexo oposto. Tanto no

    primeiro como no segundo caso, fica um alerta: um tipo de relao sado-masoquista,onde a mulher que procura um grupo de tendncia masculinizada na verdade no temnada a aprender ali, apenas sofre em silncio e acha que isso era seu destino. E ohomem que procura um grupo feminilizado tambm s busca um sofrimento que lhe d

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    um prazer que no ir lhe dar qualquer outro benefcio alm da iluso de ser um escravoobediente.

    Concluso:

    Conforme foi dito no incio do texto, ele no definitivo nem tampouco verdadeiro.Mas serve como uma lmpada guia na escurido que marca o caminho das CinciasOcultas. No pretendemos dizer que esta ou aquela organizao ou pessoa seja overdadeiro mestre, mas auxiliar o estudante na tentativa de encontrar um grupo onde

    possa realmente se desenvolver sem ter que se preocupar onde esto levando sua alma. Naprxima parte desse CODEX iremos abordar as diferenas entre Magia Prtica e MagiaTerica.

    Khabs Am Pekht Konx Om Pax Luz em Extenso

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    CODEX HERMETICUM 06 Publicao Classe E

    Como se Estuda Magia (Parte II)por Frater Goya

    Na primeira parte deste ensaio comentamos principalmente sobre os tipos de Magia,iniciaes e coisas do gnero. Nesta seqncia, pretendemos explanar mais claramente afinalidade do estudo mgico e suas diversas formas. Declaramos para os devidos fins quenosso objetivo ao longo deste ensaio no o de favorecer ou denegrir qualquer ordem oulinha de pensamento, mas oferecer ao estudante um guia que diminua o impacto do estudomgico de forma segura e que garanta um resultado satisfatrio. Aos que por ventura

    possam se sentir ofendidos por nossas palavras s podemos nos desculpar antecipadamente

    por inadvertidamente derrubar a muralha de mentiras que sustentam a maioria dosmovimentos ditos mgicos existentes na atualidade. Mas a prpria histria j reservou aeles um lugar adequado no seu desenrolar. O esquecimento.

    Como se estuda a teoria da Magia1:

    Vamos nos concentrar em explicar como funciona o processo de aprendizadoindividual do estudante mgico. Esse estudo individual dividido em duas fases:

    1) Aprendizagem: Assimilao e memorizao de informaes de base ou elementares dadisciplina a ser estudada.

    2) Pesquisa: a partir dos dados fundamentais de uma cincia, investigar os dados, critic-los e criar novas propostas.

    O Estudo fundamental da Magia consiste em: leituras, apontamentos e memorizao.Mais importante que ler, saber escolher um bom livro (Non pas lire, mais lire= no

    ler, mas escolher). Atualmente sobram textos na internet que vo das coisas maiselementares s mais sofisticadas. Existem pessoas que parecem colecionar textos que noservem para nada mais que ocupar espao no disco rgido do computador. No necessrioler tudo o que se encontra, mas saber encontrar o que realmente importa.

    Como escolher um bom livro?1) Uma leitura de reconhecimento- Verifique o frontispcio observando:- Nome do autor Verifique se o autor conhecido;- Ainda sobre o autor veja se o livro tem alguma informao adicional, como uma

    pequena biografia do autor, outros trabalhos j escritos e/ou publicados ou apublicar, etc.

    - Subttulo Veja se o subttulo sugestivo;

    1Adaptao livre de Boff, Clodovis, Teoria do Mtodo Teolgico, Ed. Vozes.

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    - Quantidade de edies um bom livro possui vrias edies;- Editora Se uma editora que tem tradio na edio do assunto escolhido;- Leia o ndice: tem-se a uma idia da estrutura da matria e sua organizao;- Leia a introduo, algo do meio do livro e depois a concluso: assim voc pode ter

    uma idia do estilo do autor, e verificar se ele manteve a unidade da obra.- Folheie o livro, buscando idias aleatrias, para ver se estas lhe despertam o

    interesse.

    Existem dois tipos de leitura:

    1. A leitura interpretativa:que busca saber o que o autor quis dizer.Regras da hermenutica2:

    - Esclarea palavras ou conceitos difceis : nem tudo vem mastigado. Alis, o maiscomum em se tratando de textos esotricos, a presena de palavras especficas aum determinado grupo ou assunto, o que exige do estudante um conhecimento

    prvio. Se voc est estudando para ter esse conhecimento, busque um glossrio oualgo do gnero que possa lhe esclarecer os termos mais difceis.

    - Explicite as entrelinhas: Como no item anterior, determinados autores escondemmuito conhecimento atrelado a experincias prticas. Logo, se voc apenas l otexto, sem ter realizado algum tipo de experimento, ou conhecer assuntos aos quaiso autor se refere, fica quase impossvel saber o que o autor esconde numdeterminado livro. Por exemplo: ler livros de Aleister Crowley no faz ningum um

    Thelemita3 de verdade. muito mais fcil pegar alguns autores anteriores, comoPapus, Eliphas Levi, Francis Barret, assim como um conhecimento mnimo demitologia (grega, egpcia e hind), filosofia, sejam desejveis. Com esseconhecimento prvio muito mais fcil entender os escritos de Crowley. Essa regraaplica-se no somente a ele, mas a quase todos os autores de ocultismo. Comececom coisas fceis e depois procure as mais difceis. Comear pelas mais difceis svai fazer com que voc perca mais tempo tentando decifrar algo que est oculto nasentrelinhas.

    - Situe o texto no meio sociocultural: No podemos nunca nos esquecer que o autorde algum livro vivia num determinado local e numa determinada poca (condioespacial e temporal) e que seus textos esto sujeitos no s s condies em que

    vivia, como s limitaes da poca. Em outro lugar comentamos as falhas deEliphas Levi e de escritores da poca com relao interpretao dos deuses e mitosegpcios. Isso aconteceu porque quando esses deuses e mitos foram pesquisadosmais a fundo, esses autores j haviam morrido. Logo, estudar esses textos, sem

    2Hermenutica pode ser definida como interpretao das palavras, ou como no nosso caso especfico,interpretao dos textos sagrados.3Thelema a palavra grega que quer dizer Vontade. aplicada no caso de Crowley como sendo a verdadeiraVontade, conforme descrita no Liber Al Vel Legis, Sub Figura 220, ou Livro da Lei (como conhecido).Thelemitas so aqueles que adotam o Livro da Lei como regra de conduta.

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    situ-los numa ordem cronolgica com eventos paralelos, pode causar uma grandeconfuso na interpretao de determinado conhecimento.

    - Identifique a idia central e suas derivadas : Muitos autores so recorrentes.Escrevem um ou vrios livros em torno de uma idia central, para justificar suaescrita. Perceber isso pode economizar a leitura de livros que querem dizer a mesmacoisa s que de um jeito diferente.

    Saber o que ler ou no, pode economizar muito tempo e dores de cabea ao estudante.Existem pessoas que so consumidores (ou melhor compradores) compulsivos de livros,cds, arquivos de internet e outras coisas. Mas se questionadas sobre o contedo daquilo queadquiriram, nem sequer sabem a que se refere o dito livro. Da, presume-se que estocomprando o livro pela capa. preciso ler com qualidade.

    Se formos atrs do que os leitores andam lendo, chegaremos concluso de que oocultismo no deve ser realmente levado srio. A falta de critrio na escolha dos livros

    beira o absurdo. Quando feita a fatdica pergunta: O que voc gosta de ler? , a respostaquase sempre um trgico: leio de tudo um pouco.

    primeira vista posso estar parecendo um tanto radical, mas vamos a um exemplo: o 7 um nmero sagrado, entre outras coisas, porque representa as 7 entradas do esprito: 2olhos, 2 narinas, 2 ouvidos e 1 boca.

    Logo, o que entra por uma dessas portas, atinge diretamente o esprito.Seguindo: se pergunto O que voc gosta de comer?, alguns at podem responder:

    Como de tudo, exceto isso, aquilo e aquele outro. O que demonstra algum tipo de filtro,porque ao se comer realmente de tudo, voc pode comer algo que no lhe faa bem.

    preciso ser mais claro?Agora, quando se diz: Leio de tudo..., muitas vezes alimentamos o esprito com o que

    no se deve, indo de receitas da Dona Benta Bblia Satnica.Voltamos ao princpio: No ler, mas escolher.Faa a si mesmo essa pergunta: Se no como porcaria, porque leio porcaria?Um estudo terico com qualidade, pode ser fonte de profundas reflexes e concluses,

    quase to profundas e vlidas como pelo processo prtico.

    2. Leitura Crtica: Examina a solidez das idias propostas. Reflexo crtico-analtica.- Julgue os pressupostos do texto: avalie o propsito da obra. Todo autor quer

    passar uma idia ou conjunto de idias que justificam sua obra.

    - Prove a coerncia do autor: Veja se o autor consegue ser consistente ao longo detoda a obra e responde s perguntas propostas no incio da obra.

    - Relacione o contexto cultural: O autor do texto originrio de algum lugar e viveem algum lugar. Portanto, devemos considerar o contexto em que ele est inserido.Autores russos por exemplo, tero uma viso diferente de autores brasileiros sobreum mesmo assunto.

    - Confronte as teorias do autor comparando-o a outros autores: Existem temasque so comuns a diversos autores. Tente explorar as diferentes formas de enfocar omesmo problema sob diversas ticas at chegar a uma concluso satisfatria.

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    - Discuta as conseqncias concretas da teoria na prtica: Conforme j foi dito noCODEX anterior, a magia deve ser colocada em prtica. s vezes nos deparamoscom teorias fantsticas, mas sem aplicabilidade nenhuma. D preferncia a teoriasque voc mesmo possa verificar de forma prtica.

    As AnotaesLectionem sine calamo temporis perditionemputaLeitura sem caneta reputa perda de tempo

    Tudo deve ser anotado. Se algo chamou sua ateno ou no ficou muito claro, anote.Se foi importante, ser uma tima referncia futura. Se ficaram dvidas, podem seresclarecidas mais tarde.

    O que deve ser anotado?- Resumos das idias mais importantes ou teis- Frases expressivas, literalmente e com preciso- Idias pessoais suscitadas pela leitura.

    Como deve ser anotado?- use os 4 cs: curtas, claras, corretas, completas.

    Essas regras baseiam-se exclusivamente num estudo terico, baseado em materialescrito. Para outros mtodos, deve-se adequar essas regras.

    O estudo terico da Magia a base para uma boa prtica. comum ver pessoas quemenosprezam o estudo terico como se essa classe de estudante fosse possuidora de algumadeformidade espiritual. Tentamos aqui explicar os mtodos do estudo terico e no critic-lo.

    Sobre Interpretao simblica

    Os smbolos so elementos criados pelo homem para expressar algo superior a ele

    mesmo, aquilo que pertence ordem transcendental. Porm, aquele que baseia seu estudoapenas pelo estudo dos mitos e smbolos, afasta-se da verdade.A psicologia e a psicanlise limitaram os smbolos tradicionais como expresses do

    inconsciente ou do subconsciente, entendendo-se subconsciente como o conjunto dosprolongamentos do inconsciente4. Atribuir smbolos tradicionais ao subconsciente demonstrar a falta de conhecimento da estrutura da mente humana. O supraconsciente o

    4Conforme cita Gunon no seu texto Tradio e Inconsciente, publicado na revistatudes Tradicionalles ,jul. ago. 1949.

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    contato direto com aquilo que denominamos por tradio5. J o subconsciente o reflexomacaqueado do supraconsciente, uma vez que no h a uma compreenso dessessmbolos. Para explicar da melhor forma possvel essa distino entre o supraconsciente e osubconsciente iremos usar o mito egpcio de Thoth-Hermes que sempre era acompanhadode seu babuno.

    Segundo o mito egpcio, o deus Thoth-Hermes era acompanhado por um babuno,que fazia o contato entre a divindade e o homem. Thoth era o juiz dos deuses, o inventor daescrita e da magia. O deus representava o contato humano-divindade no seu aspecto maisamplo. J o babuno cumpria uma funo luciferiana de fazer com que o homem perdesseou esquecesse de sua origem divina. Explicamos: Na lenda que nos remete inveno doTarot e da Escrita (essa lenda justifica ambas criaes), diz-se que os deuses estavammuito preocupados naqueles tempos, pois o homem no lembrava mais qual era a suaorigem. No lembrava mais do seu perodo celeste, enquanto o tempo e o mundo ainda noexistiam como se conhece hoje.

    Logo, os deuses reuniram-se, buscando uma soluo para esse problema, quando odeus Thoth sugeriu que, uma vez que o ser humano esquece de tudo, mas no esquece do

    prprio vcio ou de cometer erros, que ento se preservasse essa sabedoria em um vcio.A idia teve aceitao geral e ento os deuses criaram um jogo de lminas em que

    toda sabedoria estava contida, preservada. Por elas passariam milhares de olhos queignorariam seu real significado, mas em compensao, abririam-se essas para aquele queestivesse de posse da sabedoria necessria para conhecer seu significado. Como estescrito na Bblia: Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir, que veja e que oua....

    Assim, nascia o Tarot. Todo o simbolismo mgico de origem celeste, preservado em

    um mao de 78 lminas, que traz em si mesmo, a semente do mortal e do imortal, davirtude e do vcio. Esse o Tarot6.

    Vamos ao que interessa. Segundo alguns estudiosos do oculto a grande obraluciferiana seria condenar o homem ao esquecimento de sua origem divina. Thoth-Hermesrepresentava o contato direto do homem com a divindade, e o babuno cumpria a funo doesquecimento dessa mesma divindade. Pelos relatos conhecidos, muitas vezes o deus no secomunicava diretamente com o homem, e para isso usava o babuno, que ao transmitir amensagem fazia de forma distorcida, no intuito de confundir o homem.

    Usando essa relao mitolgica podemos explicar o funcionamento dosupraconsciente e do subconsciente. Quando falamos de simbolismo e de magia, nosreferimos ao supraconsciente, que seria esse contato com a divindade, de natureza solar. O

    que os psiclogos em geral definem como subconsciente refere-se natureza lunar dobabuno de apenas repetir algo sem julgar seu significado.

    Para se chegar compreenso completa de um smbolo (se que isso possvel) necessrio que o estudante possua determinadas qualidades sem as quais ele jamais podercompreender a profundidade de seu significado.

    5Sobre o significado da palavra Tradio, veja o CODEX 01 O C:.I:.H:. No Uma Religio.6Rosa, Anderson Tarot o Templo Vivente Um Guia Seguro para o Tarot de Crowley Associado Qabalah e Astrologia, Curitiba, 2000.

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    O entendimento dos smbolos e dos rituais (simblicos) exige do intrprete quepossua cinco qualidades ou condies, sem as quais os smbolos sero para ele mortos, eele um morto para eles.

    A primeira a simpatia; no direi a primeira em tempo, mas a primeira conformevou citando, e cito por graus de simplicidade. Tem o intrprete que sentir simpatia pelo

    smbolo que se prope interpretar.A segunda a intuio. A simpatia pode auxili-la, se ela j existe, porm no cri-

    la. Por intuio se entende aquela espcie de entendimento com que se sente o que estalm do smbolo, sem que se veja.

    A terceira a inteli gnci a. A inteligncia analisa, decompe, reconstri noutronvel o smbolo; tem, porm, que faz-lo depois que, no fundo, tudo o mesmo. No direierudio, como poderia no exame dos smbolos, o de relacionar no alto o que est deacordo com a relao que est embaixo. No poder fazer isto se a simpatia no tiverlembrado essa relao, se a intuio a no tiver estabelecido. Ento a inteligncia, dediscursiva que naturalmente , se tornar analgica, e o smbolo poder ser interpretado.

    A quarta a compreenso, entendendo por esta palavra o conhecimento de outrasmatrias, que permitam que o smbolo seja iluminado por vrias luzes, relacionado comvrios outros smbolos, pois que, no fundo, tudo o mesmo. No direi erudio, como

    poderia ter dito, pois a erudio uma soma; nem direi cultura, pois a cultura umasntese; e a compreenso uma vida. Assim certos smbolos no podem ser bem entendidosse no houver antes, ou no mesmo tempo, o entendimento de smbolos diferentes.

    A quinta a menos definvel. Direi talvez, falando a uns, que a graa, falando aoutros, que a mo do Superior Incgnito, falando a terceiros, que o Conhecimento e a

    Conversao do Santo Anjo da Guarda, entendendo cada uma destas coisas, que so amesma da maneira como as entendem aqueles que delas usam, falando ou escrevendo7.

    A Magia Prtica

    A Magia prtica talvez o meio mais difcil de se estudar magia, pois ele no exclui oestudo terico, mas inclui o mesmo na sua razo de ser.

    A Magia prtica pura, atualmente extremamente rara e muito difcil de serencontrada. Sua compreenso baseia-se numa viso mgica do mundo. Ao contrrio do quese pode pensar num primeiro momento, no uma viso anmica do mundo, como poderiadefinir Freud, mas a compreenso que o universo como um todo pulsa e transpira vida,

    mesmo na morte. Os magos antigos tentaram explicar essa percepo atravs da criao demitos, e enganam-se aqueles que nisso tem uma percepo rasa que eles significariamenergias da natureza.

    Conceitos puros de um universo vivo so abstratos demais no entanto, sendonecessrio vest-los com uma roupagem mais facilmente aceita por nossa mente objetiva.Os mitos verdadeiros (aqueles que so fruto de uma percepo do esprito) so universais e

    7Aqui utilizamos um texto do Ir. Marcelo Motta, que acreditamos sintetizar aquilo que necessrio sabersobre o estudo dos smbolos.

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    aplicveis em qualquer poca ou nacionalidade, transcendendo portanto o tempo e oespao.

    Um grande nmero de pessoas confunde esse estudo dos smbolos com a prticamgica. Podemos exemplificar isso com a esmagadora maioria dos astrlogos daatualidade. Normalmente so estudiosos fascinados pelo autoconhecimento, tentandodesvendar a alma por seus smbolos, mas nunca a viram de frente. Debruados sobre livroscom pginas amareladas pelo tempo, jamais olham para o cu. Muitos so capazes de olhar

    para o cu na tela de um computador, mas nunca ao ar livre, com medo de seremesmagados pelas estrelas. Aos estudiosos de astrologia que porventura se sentiremofendidos pelo exposto acima, antes de condenarem o autor do ensaio, respondam a simesmos:

    a) Alguma vez j tentei observar o movimento das estrelas durante seu curso pela abbadanoturna e consegui identificar pelo menos um planeta?

    b) Sou capaz de identificar as fases da lua sem recorrer a uma efemride ou a umcalendrio?

    c) Qual o signo que ascende no horizonte exatamente neste momento? (Olhando para ohorizonte sem qualquer instrumento).

    d) Sou capaz de identificar a constelao do meu signo solar?e) Quanto tempo passei no ltimo ano olhando a dana dos astros?

    A lista segue...

    Se voc respondeu negativamente a mais de uma pergunta, voc um astrlogo degabinete, um terico.

    No vamos nos deixar enganar e dizer que a teoria no tem validade, porque tem. Emuita. Veja o texto mais acima, de como estudar a teoria. O que devemos perceber quemuitas pessoas confundem a teoria com a prtica. Isso deve ser mudado.

    Babunos de Thoth, reverenciam o sol esquecendo-se de si mesmos. Qual o ritmo desua dana? Muitos se entregam aos braos de um deus morto que sequer pode abra-los.Morto como seus seguidores, pelos quais j no pode fazer mais nada.

    Como ento desenvolver a prtica da Magia?

    A prtica da Magia pode ser entendida como a observao da natureza. No queroque isso seja entendido como atualmente, que a magia da natureza sair por a abraandorvores e pisando descalo na grama. O processo todo demanda num longo processo deobservao das coisas da natureza:

    - Plantas. Suas cores, seu crescimento, a energia que delas emana, etc.- Astros. As estrelas, planetas, seu movimento e sua influncia.- Animais. Reproduo, crescimento, grupos, etc.

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    - Enfim, a magia o conhecimento do universo que nos rodeia.

    Se a Prtica da Magia o conhecimento da natureza, qual a necessidade dos rituais?

    Os rituais existem devido ao esquecimento das coisas divinas conforme descritoacima. Os rituais so frmulas dramatizadas que tem como objetivo demonstrar umconhecimento de determinada natureza. O ritual em si, no tenta falar direto ao consciente,mas diretamente ao esprito ou supraconsciente.

    muito comum aos rituais irem do sublime ao absurdo num piscar de olhos. Issoacontece porque o ritual precisa burlar as armadilhas do consciente e da razo para atingirdiretamente o esprito.

    Qual a necessidade de burlar o racional? A mente racional bloqueia diretamentetodas as manifestaes do esprito, e no caso do estudo mgico este exatamente oobjetivo, contatar o esprito diretamente.

    Quanto mais prximo de uma verdade est um ritual, mais eficaz ele ser. Noimporta aqui a sofisticao ou simplicidade, desde que ele esteja prximo da verdade quedeseja representar.

    Os rituais que se aproximam da natureza ou feitos ao ar livre, normalmente tm umaeficcia muito grande. Mas, cuidado. Ficar danando em volta de um caldeiro s trazcomo resultado tontura. Hoje em dia o que no faltam so pseudo xams e pseudo druidas,que na verdade so um arremedo dos originais. preciso muito cuidado antes de se unir aum grupo desses.

    Concluso:

    Conforme foi dito no incio do texto, ele no definitivo nem tampouco verdadeiro.Mas serve como uma lmpada guia na escurido que marca o caminho das CinciasOcultas. No pretendemos dizer que esta ou aquela organizao ou pessoa seja overdadeiro mestre, mas auxiliar o estudante na tentativa de encontrar um grupo onde

    possa realmente se desenvolver sem ter que se preocupar onde esto levando sua alma. Omelhor guia em ambos os casos, na Magia Terica e na Magia Prtica, o bom-senso. No

    prximo Codex iremos abordar o espinhoso tema do Karma.

    Khabs Am Pekht Konx Om Pax Luz em Extenso

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    CODEX HERMETICUM 06 Publicao Classe E

    Como se Estuda Magia (Parte III)por Frater Goya

    Sobre o Dirio

    Todo grupo que se preza deve exigir do estudante a manuteno de um dirio, ondesero anotadas todas suas experincias pessoais com a Magia. Esse dirio de usoexclusivo do estudante, embora possa ser examinado pelo seu tutor ou chefe do grupoquando necessrio. Aconselha-se anotar no dirio a data, a hora, o local, e as posies

    planetrias do Sol da Lua e o dia da semana, para futura referncia.

    O Que Anotar?

    Tudo importante. Seja um pensamento, as prticas, um sonho, uma queixa, um desejo,tudo importante e deve ser anotado com o maior nmero de detalhes possvel. O diriodeve ser um retrato fiel da anotao a que se refere.

    No dirio no se anotam apenas sonhos, mas toda e qualquer atividade mgicka(meditaes, pentagramas, rituais, etc.). Essas anotaes formaro seu Grimrio.

    As AnotaesLectionem sine calamo temporis perditionem

    putaLeitura sem caneta reputa perda de tempo

    Tudo deve ser anotado. Se algo chamou sua ateno ou no ficou muito claro, anote.Se foi importante, ser uma tima referncia futura. Se ficaram dvidas, podem seresclarecidas mais tarde.

    O que deve ser anotado?- Resumos das idias mais importantes ou teis- Frases expressivas, literalmente e com preciso- Idias pessoais suscitadas pela leitura.

    Como deve ser anotado?

    - use os 4 cs: curtas, claras, corretas, completas.

    Essas regras baseiam-se exclusivamente num estudo terico, baseado em material escrito.Para outros mtodos, deve-se adequar essas regras.O estudo terico da Magia a base para uma boa prtica. comum ver pessoas quemenosprezam o estudo terico como se essa classe de estudante fosse possuidora de alguma

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    deformidade espiritual. Tentamos aqui explicar os mtodos do estudo terico e no critic-lo.

    A Obrigatoriedade do Dirio

    O Dirio no uma questo de vontade. Pra comeo de conversa: como o estudante esperavalidar quaisquer de suas prticas, sendo que o mtodo usado para validar a magia emprico, sem qualquer anotao que comprove as mudanas ou que fornea dadosconsistentes sobre sua evoluo?

    Como deve ser o Dirio

    O dirio deve ser a parte, anotado com cuidado, num caderno especialmente preparado paraisso. Uma das opes mais prticas para um Dirio usar um caderno do tipo fichrio, comfolhas soltas que podem facilmente ser mudadas de posio para se incluir algo entre elas,como uma gravura, por exemplo. Outra opo pode ser a utilizao de um Caderno Atacom folhas numeradas.

    Leia-se abaixo uma citao que Crowley faz do dirio em Magi(k):

    ...A caligrafia do Livro deve ser firme, clara e bela. Na fumaa do incenso difcil ler os conjuros.E enquanto tenta ler as palavras por entre a fumaa, ele desaparecer, e ters de escrever aquelaterrvel palavra: Fracasso.

    Mas no existe nem uma s folha do livro na qual no aparea esta palavra; mas enquanto seguida por uma nova afirmao, ainda nem tudo est perdido, j que desta maneira no Livro apalavra Fracasso perde toda a sua importncia, da mesma maneira que a palavra xito no deveser empregada jamais, porque esta a ltima palavra que deve-se escrever no livro, e seguidapor um ponto.Este ponto no se deve escrever em nenhum outro lugar do Livro; porque o escrever neste Livrosegue eternamente; no h forma de encerrar este dirio at que haja alcanado a meta. Que cadapgina deste Livro esteja repleta de msica, porque um Livro de Encantamentos! -Magi(K)

    Dos Objetivos

    O objetivo do dirio justamente ajudar a tornar uno aquilo que destroado e

    desorientado, justamente usando o acmulo de conhecimento. Pode um estudante mdio seauto-avaliar e saber desde quando deixou de ser desorientado para ser uno? Onde acaba ocalor e comea o frio? A nica referncia vlida para essa avaliao o Dirio porconfrontao de idias.Seu Dirio ser tua prova.

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    O Dirio com instrumento de passagem de Grau

    Abaixo segue um trecho do Liber E. Essas regras so as que adotamos de comum acordoentre o Conselho. Desrespeitar essas regras cobrar dos outros aquilo que ns no fazemos.O Dirio, a partir do Artifex um dos itens principais da passagem de grau. Somente asanotaes realizadas sero consideradas, seguindo o protocolo do Dirio descritoanteriormente. No sero aceitas afirmaes verbais. Elas se espalham no vento. Semdirio, sem passagem de Grau. Isso vale para todos. Desde o Supremo Conselho at o

    Nefito, sem excees.Desconsiderar esse trabalho ignorar tudo aquilo que fazemos como estudiosos do oculto.

    Trecho do Liber E, concernente ao dirio:

    Liber E vel Exercitiorum

    SVB FIGVRA IX

    Publicao Classe B

    Traduo: Fr. Parsival XI (Marcelo Ramos Motta)

    I

    1. absolutamente necessrio que todos os experimentos sejam anotados em detalhe durante ouimediatamente aps, a prtica.

    2. muito importante anotar as condies fsicas e mentais do experimentador ouexperimentadores.3. A hora e o local de todos os experimentos devem ser anotados; tambm o estado do tempo(sol, chuva, umidade, frio, secura, etc.), e em geral todas as condies que poderiamconcebivelmente ter alguma influncia sobre o resultado dos experimentos, quer como causascorroborantes (ou positivas) ou fontes de erro (ou negativas).4. A A..A.. no tomar notcia oficial de quaisquer experimentos que no sejam assimconscienciosamente anotados.5. No necessrio nesse estgio que declaremos por completo o propsito compreendido poraqueles que no se tornarem peritos nestas prticas elementares.6. O experimentador aconselhado a usar sua prpria inteligncia e iniciativa, e a no confiarem qualquer pessoa ou pessoas, por mais distintas ou sbias, mesmo entre ns mesmos.

    7. O relatrio dos experimentos deve ser redigido de maneira a tornar-se til e informativo aosque o lerem.8. O livro John St. John publicado no primeiro nmero do Equincio um exemplo deste tipo derelatrio redigido por um estudante muito avanado. No to simples quanto desejaramos, masexemplifica o mtodo.9. Quanto mais objetivo e ordeiro o relatrio, tanto melhor. Porm, as emoes devem seranotadas, sendo parte das condies do experimento.

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    CODEX HERMETICUM 06 Publicao Classe A

    Como se Estuda Magia (Parte IV)por Frater Goya (Anderson Rosa)

    Da Iniciao

    Por vrios sculos, o tema iniciao foi exaustivamente abordado, mas no esgotado.Psiclogos, msticos, antroplogos, filsofos e mais uma quantidade expressiva de profissionaisvasculharam o assunto, mas sem responder o que de fato acontece, ou mesmo o que realmente uma iniciao.

    O mesmo ser complementado na medida em que for necessrio, at que consiga responderadequadamente s perguntas dos estudantes que nos procuram. Sua distribuio autorizada desde

    no haja alterao em seu contedo (pois um texto de Classe A), s podendo ser distribudointegralmente e que seja citada sua fonte.

    Nesse ensaio, tentaremos abordar o tema, usando palavras e exemplos claros, que definam ofato para o leigo e para o buscador. Para chegar ao tema iniciao, devemos antes esclarecer algunspontos obscuros que permeiam essa questo.

    1) Quem o iniciado? aquele que atravessa ou sobrevive a um ritual de iniciao.

    2) Pode-se chegar a ser um iniciado sem pertencer a uma ordem esotrica?Sim. Emboramuitos iniciados tenham vnculos diretos com alguma escola dita inicitica, outros sempre semantiveram margem ou totalmente isolados. Um timo exemplo desse isolamento Merlin, magoe conselheiro do Rei Artur. Na verso original da histria (Morte DArtur Sir Thomas Malory,

    1485, Caxton), Merlin seria o filho de uma bruxa com um demnio, lembrando os Nefilimbblicos1... Alguns escritores modernos querem fazer dele um druida. Aqui devemos lembrar quenunca se encontrou qualquer fonte que comprove essa teoria. E que o druidismo nunca deixouqualquer testemunho escrito que ateste o fato, nem mesmo sua forte tradio oral.

    Essa tentativa de trazer Merlin ao druidismo fruto do revival pago a partir da segundametade do sc. XIX. Nada melhor publicitariamente falando, que trazer o mais ilustre dos magos(mesmo sendo uma lenda) da Idade Mdia s suas fileiras (do neo-paganismo).

    Alm de Merlin podemos citar inmeros pseudo-iniciados em ordens esotricas, e que nopossuem qualquer comprovao documental. Para citar alguns: Moiss, Akhenaton, Francis Bacon,Thomas Edson, Napoleo, Salomo e at Jesus. A lista quase infinita. Alguns desses podem terfeito parte de alguma organizao esotrica, mas o que certo que nunca fizeram parte dasorganizaes que usam seus nomes e obras como item publicitrio.

    3) possvel ser auto-iniciado?Sim. Mas antes de comentar isso, preciso estabelecer adiferena entre ser auto-iniciado dos iniciados automaticamente. Hoje em dia, com tantos self -services, temos tambm self -iniciados... Embora a distino seja bastante bvia, nunca demaiscomentar. O auto-iniciado aquele que aps algum momento marcante na sua trajetria de vida,percebe-se com uma nova identidade, muitas vezes oposta ao comportamento que levava antes dotrauma. Entre esses, podemos citar, por exemplo, Gandhi, que era um jovem com uma promissora

    1Os Nefilim seriam os filhos de mortais com seres celestes, e so citados na Bblia em Gen. 6, 4. Seriam osGigantes, ou Tits Orientais.

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    carreira advocatcia. Aps vislumbrar o que acontecia no seu pas de origem, abandona tudo eretorna a ndia que tornou-se seu lar at sua morte. Algum pode contestar o fato de Gandhi serauto-iniciado? Ou ser que preferem fazer dele membro de alguma organizao porcorrespondncia ou descendente de Salomo? Falando em ordens por correspondncia e self-iniciados, podemos ainda citar aquelas que mandam voc imaginar um iniciador atrs do estudantefalando palavras sagradas (que voc no sabe quais so) e que astralmente fazem da inocentevtima um iniciado... Se Gandhi foi um auto-iniciado, por que no posso s-lo? Pode. E isso o quenos propomos a explicar mais adiante.

    4) Ordens de tradio secundria e ordens sem tradio alguma. Segundo Ren Gunon,as tradies primrias so aquelas que nos conectam a um Centro Supremo2 e as tradiessecundrias so aquelas que esto subordinadas primeira, cumprindo o papel de guardies daquelaprimeira evitando que ela se perca para sempre. Atualmente podemos dizer com uma grande

    margem de segurana que no atuam em nosso planeta ordens de tradio primria, visto que essano possui organizao ou corpo fsico que a represente, estando num nvel diferenciado deexistncia e representada por uma ordem secundria, mas que infelizmente, tambm no atuam nomundo contemporneo.

    5) Iniciao em ordens esotricas. As ordens esotricas atuais possuem um ritual deiniciao meramente simblico, que tem como objetivo marcar um determinado momento na vidado estudante. Existe muito material escrito sobre o tema, porm sem profundidade suficiente paraabarcar esse tema com perfeio. Sugerimos ao leitor uma nova leitura do CODEX 06 Parte I, quetem bem definido como se processa a iniciao num grupo esotrico, e quais so os objetivos damesma. Devemos completar, porm, que a iniciao de um grupo esotrico apenas uma vagasreferncia grande iniciao feita pelo indivduo. Mais adiante seremos mais claros e o leitor

    poder compreender o processo como um todo.

    O que Iniciao

    Podemos definir a iniciao como um evento fsico que tenta refletir um eventoespiritual. Ou ainda como um evento fsico que reflete uma ruptura espiritual. O que entoum evento ou ruptura espiritual? mais simples do que se pensa. Um evento ou ruptura espiritual algum fato importante ocorrido na vida de uma determinada pessoa e que muda para sempre esseindivduo. A partir do momento em que ocorre essa ruptura, ocorrem profundas mudanas que apartir da moldaro um novo carter no indivduo.

    Como podemos definir essas rupturas?

    Essas rupturas acontecem na maior parte dos casos naturalmente. Ao contrrio do que sepensa, as iniciaes acontecem na maior parte das vezes, na vida diria e no em um templo ounuma organizao. As chamadas rupturas espirituais so marcas, ou melhor caractersticas surgidasem nosso desenvolvimento pessoal. Somos influenciados em nossa vida pelo ambiente que nosrodeia. impossvel dissociar o ambiente do indivduo, pois nenhum homem uma ilha. E mesmoque o fosse, seria influenciado por correntes distantes. Embora nem todas as mudanas possam ser

    2Analogicamente, do ponto de vista cosmognico, o Centro do Mundo o ponto original em que proferido o Verbo Criador, assim como o prprio Verbo.

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    identificadas ou quantificadas, elas nos moldam, dando ao ser uma forma mais humana. So ascicatrizes de nossa existncia. Um velho ditado diz: Aquele que no tem nenhuma cicatriz noviveu. Logo, as nossas cicatrizes espirituais so as marcas das nossas iniciaes. Apenas vivendoplenamente se alcana o status de Homem Superior.

    Qual a natureza dessas rupturas?

    Essas rupturas so marcadas por momentos de grande tenso na vida. Segundo algunspsiclogos, as principais dores que um ser humano mdio suporta durante sua vida so: 1 a perdade um ente querido (cnjuge, parentes, amigos, etc.), 2 o desemprego e 3 a separao de um casal.Aqui j temos alguns pontos que poderiam ser definidos como iniciaes, j que aps suaocorrncia, o ser humano nunca mais volta ao estado anterior. No caso das mulheres, podemosainda acrescentar como momentos verdadeiramente iniciticos a perda da virgindade e o

    nascimento de um filho. So momentos bem definidos fisicamente, j que a iniciao marcadapor um evento fsico, e que depois deles, nada mais como antes. A iniciao um caminho semvolta.

    O melhor exemplo para definir uma ruptura espiritual talvez seja o nascimento do primeirofilho. A mulher nunca mais ser a mesma depois da gestao, mesmo que no lhe nasa o filho(aborto natural ou induzido). Para um casal, o nascimento de um filho o ponto de partida de umnovo estgio no relacionamento. Um belo dia, embora esperado, surge um novo ser, que nunca maisir embora (pelo menos por um bom tempo).

    Quase todas as religies marcam a existncia do ser humano em perodos que representam aevoluo espiritual do ser. Nascimento, casamento, morte, so momentos espirituais que mudam apessoa em antes e depois do evento. A Igreja Catlica, por exemplo, nos diz que existem 7momentos importantes na vida. So eles: batismo, crisma, eucaristia, confisso, ordenao,

    matrimnio e uno dos enfermos. O que um sacramento segundo o catolicismo? Um sacramento um sinal corpreo institudo por Cristo para dar a graa divina. Isso guarda semelhana com adefinio que demos mais acima da iniciao: um evento fsico que tenta refletir um eventoespiritual.

    Essas iniciaes individuais so diferentes das esotricas?

    Antes de tentar se fazer qualquer distino, necessrio se perguntar qual o real objetivo deuma iniciao esotrica. As iniciaes em grupos podem ser de dois tipos: aquela que marca aentrada de um novo membro no grupo, ou aquela que tenta reproduzir essa ruptura espiritual. Oprimeiro caso o que acontece na esmagadora maioria. O segundo caso, o que citamos acima,

    quando descrevemos as ordens secundrias.No caso de uma ordem secundria autntica, o objetivo maior dar ao estudanteferramentas para se retornar quela unidade anterior, onde o Ser Humano era senhor do universoque o cercava. Toda a estrutura do estudo ocultista tem esse nico objetivo: Fazer retornar unidade aquilo que se encontra separado. Logo, uma verdadeira iniciao esotrica tenta reproduziressas rupturas, como a emoo da morte de um ente querido por exemplo, de maneira artificial.Uma iniciao desse tipo s tem valor efetivo quando se produz essa ruptura. O grande problemaatualmente, que a iniciao se tornou to simblica, psicolgica, que se perdeu a finalidadeprimeira. Temos hoje um simbolismo to longnquo em relao origem, que sequer noslembramos dela. No basta apenas ser uma ruptura simblica. Tem que ser uma ruptura efetiva,

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    caso contrrio, corremos o risco de assistirmos a um filme com atores ruins que no transmitememoo alguma. No final dizemos: No gostei. Esse filme no me disse nada.

    Quanto mais prximo a uma ruptura real, mais efetiva a iniciao. Vivemos num mundoem que tudo tem que ser politicamente correto, nenhum limite pode ser excedido. Quem perde? Oestudante. Sem ser atingido diretamente no seu esprito, pode apenas dizer o que acha queaconteceu, sendo que na verdade, no aconteceu nada, uma vez que a iniciao foi apenassimblica.

    Se uma iniciao secundria acompanhada de uma ruptura real (uma grande perda, umfilho, etc...) mais ela ir ficar gravada no esprito do estudante. Ou, caso no haja paralelo, elafuncionar como catalisador, trazendo mais para perto um evento real. por esse motivo que secostuma dizer que a iniciao ajuda a queimar karma. No entraremos aqui na existncia ou nodo karma. Isso ser discutido num outro momento. O que verdadeiramente acontece, que apsuma iniciao efetiva, algumas coisas que deveriam acontecer num perodo, por exemplo, de dez

    anos, acontecem em dois. Por que isso acontece? Para que o estudante possa se liberar das tarefasmundanas e se dedicar s tarefas espirituais. Mas devemos alertar que queles que buscam ainiciao tentando apressar eventos da vida, fazem o sentido inverso, sem qualquer resultado. Porque? Essa queima uma conseqncia, e no um objetivo.

    A iniciao efetiva e a iniciao ritualstica so simultneas?

    Dificilmente. Mas na maioria dos casos uma indica a proximidade da outra. A iniciaoefetiva pode acontecer um pouco antes ou um pouco depois da iniciao ritualstica. Isso pode serconfirmado pelo axioma que a iniciao ritualstica um reflexo3de um evento espiritual.

    Entretanto, devemos alertar que no existe uma obrigatoriedade de relao entre um eventoespiritual e uma iniciao ritualstica.

    Existe um limite de idade para ser iniciado?

    Sim. Embora no exista nenhuma limitao efetiva, sugerimos que se evitem iniciaesabaixo de 18 ou at 25 anos e acima dos 50. Por que? Uma pessoa que se encontra abaixo de 18anos, ainda no possui vivncia suficiente que lhe oferea subsdios suficientes para elaborar umaruptura desse nvel, embora existam excees. O oposto ocorre acima dos 50. Algum que j atingiuessa idade, na maioria dos casos, j foi moldada pela vida e possui uma sabedoria interna que lheatende em quase todos os casos.

    No caso de um jovem ser iniciado num grupo esotrico, isso dever servir como um meiode melhor orientar o desenvolvimento do jovem na direo correta. Mas devemos alertar que essaorientao no seja uma canga, ou cabresto que se sobreponha vontade do estudante. Nada h

    mais perigoso que a restrio. Muitas vezes a restrio usada como sinnimo de disciplina, o que um erro. A disciplina refere-se ao modo de se realizar algo, enquanto a restrio limita os atos doesprito.

    No caso de uma pessoa com mais de 50 anos, o processo deve ser de correo de rota,arrumando aqui e ali o que o hbito fez crescer errado. Na maioria dos casos, o mestre ou a ordemfar o papel de um jardineiro que acerta as pontas para a planta florir devidamente. Em algunscasos, essa poda pode significar a derrubada de galhos inteiros, na tentativa de salvar o resto daplanta.

    3Enquanto reflexo, indica proximidade do objeto refletido. Nesse caso, uma ruptura espiritual.

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    Qual a utilidade de uma iniciao esotrica?

    Mais acima dissemos que as iniciaes que realmente importam so aquelas que ocorremnaturalmente na vida. Se assim , qual a utilidade de uma iniciao num grupo esotrico? Essainiciao, quando bem realizada, ajuda o estudante a adquirir um maior controle de sua vida e numcurto espao de tempo realizar aquilo que levaria um grande perodo de tempo para ser feito. Issonos remete ao papel de uma organizao esotrica, que o de orientar o estudante, e no de viverpor ele.

    Logo, iniciar ou no numa ordem esotrica algo que deve ser avaliado pelo prprioestudante. A nica observao que fazemos que o buscador no se ache auto-suficiente em todasas instncias. Perceber suas limitaes o primeiro passo para super-las. A entrada numa ordem,pode facilitar o surgimento das rupturas espirituais. Isso o esperado. Se no acontece, a ausncia

    de mudana um indicador de fracasso.O que o estudante no deve jamais esperar, que aps a iniciao, ele solte raios pelas

    mos ou ache pessoas e objetos perdidos. Esse no o objetivo final da iniciao.

    Como identificar se fui iniciado?

    O estudante poder identificar facilmente a ocorrncia da iniciao avaliando o antes e odepois da iniciao. Se houve uma mudana no seu comportamento ou na sua personalidade,ocorreu a iniciao. Caso contrrio, foi apenas um momento como tantos outros.

    Concluso:

    Diante do exposto, podemos perceber que a iniciao numa ordem esotrica, s tem valor seestabelece um paralelo com as iniciaes ocorridas em determinados perodos de vida. Atualmenteno existem organizaes de Tradies secundrias, capazes de realizar uma ruptura espiritual pormeios artificiais. O melhor meio de ser iniciado viver a vida em sua plenitude, sabendo observar acada momento, as mudanas ocorridas, que podem ou no ser geradas por fatores externos.Qualquer grupo que se pronuncie como iniciador, deve obrigatoriamente ser capaz de reproduzir emritual essas rupturas. Se elas no acontecem, o ritual invlido. Acreditar que superior scircunstncias e que no precisa ser iniciado em lugar nenhum o primeiro passo para uma queda.Entregar-se cegamente a um grupo qualquer, tambm uma queda. Qualquer grupo que exijacumprimento cego s suas exigncias um grupo de escravocratas espirituais.

    As outras partes desse CODEX podem ser encontradas em: www.rosacruz.com.br

    Ank Usa Semb

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    CODEX HERMETICUM 06 Publicao Classe A

    Como se Estuda Magia (Parte V)por Frater Goya (Anderson Rosa)

    Faze o que queres, h de ser o todo da Lei.

    Ordens Esotricas e seus trabalhos

    Essa parte do CODEX 06 Como se Estuda Magia, tem como principal objetivo fornecerexplicaes sobre a natureza, hierarquia e trabalho das ordens esotricas. O que falaremos a seguirno definitivo nem aplicvel em todos os casos. Mas certamente, serve de guia para a grandemaioria das chamadas Ordens Esotricas. medida que novas informaes sobre o tema foremsurgindo, esse Codex ser ampliado e atualizado, de forma a atender as necessidades dos estudantes.

    Dica: Este documento deve ser lido em parceria com o Codex 01 O CIH No umaReligio, a primeira parte do Codex 06 Como se Estuda Magia e com o Codex 02 Legitimidadedas Ordens Esotricas.

    Qual a finalidade de uma Ordem Esotrica?

    Os grupos esotricos surgiram num perodo da histria da humanidade, normalmentevinculados com as guildas de ofcios e grupos religiosos. No primeiro caso, temos grupos como amaonaria, que na sua fundao era um grupo de pedreiros-livres (franc-maons) que ao final deseus trabalhos se reuniam para discutir questes operativas e tambm preparar novos profissionais.

    Isso marcou profundamente essa organizao que ainda hoje guarda nos trs primeiros graus,sua correspondncia com a antiga funo. Temos a: Aprendizes os novos irmos de trabalho, queaprendem as bases da operao; Companheiros irmos mais adiantados que conhecem a base e se

    preparam para avanar adiante, ajudando os Aprendizes na busca do conhecimento e apoiando osMestres no que necessrio for; e temos os Mestres (de obra ou de ofcio) que dominamcompletamente os graus precedentes e agora usam seu conhecimento de modo a transformar anatureza com suas criaes. necessrio salientar aqui que esse o ideal primordial dessaorganizao, mas atualmente, nem sempre isso seguido risca, fazendo que a maonaria atual

    pouco faa na prtica alm de preservar esses nomes.

    O segundo tipo de ordem, as confrarias religiosas, so formadas por mestres avanados e poraqueles religiosos que, percebendo a profundidade real da religio, buscam avanar mais

    profundamente, chegando ao esoterismo da mesma. As religies por definio passam sociedadeaquilo que convencionamos denominar exoterismo. Ao se passar por determinado limite, chegamosao esoterismo. Nesse ponto, o fiel se torna o Adepto. Absorvido pela parte mais interna da religio,ele ir aprender os mistrios professados pela mesma.

    A partir da podemos deduzir que a principal funo de uma Ordem Esotrica preparar oestudante para um conhecimento mais aprofundado do mundo em que vive. Ou seja: toda OrdemEsotrica uma escola.

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    Um ponto importante a se considerar sob esse aspecto que a Ordem Esotrica no far nadapelo indivduo, que ele no faa por si mesmo. Como dito na Odissia, Os deuses no faro peloshomens o que eles devem fazer por si mesmos.

    Podemos fazer uma analogia com uma estrada. O estudo da magia a estrada, que deve serpercorrida inteiramente, para que se chegue a algum lugar. O estudante aquele que percorre essaestrada, buscando um destino (ou objetivo) especfico. E a Ordem Esotrica representada nesseesquema como as placas que indicam o caminho a ser percorrido. Continuando nessa linha deraciocnio, o estudante quem de fato, percorre a estrada. As placas indicam os perigos adiante,condies do caminho, velocidade ideal para se percorrer determinado percurso (Ex: perigo adiante,curva estreita direita, velocidade mxima permitida 100Km/h. Ou dito de outro modo: perigo deobsesso, estude os assuntos na ordem prevista e estabelea um ritmo para seus estudos). Mas quem

    faz ou no o caminho o estudante. Da mesma forma que mesmo usar uma estrada bem sinalizadano indica que voc chegar ao seu objetivo (existem inmeras variveis para que isso acontea),estar numa Ordem Esotrica muitas vezes pode no legar a lugar algum.

    Complementando a informao acima: Uma Ordem Esotrica uma escola cujo objetivo orientar o estudante para que ele atinja seus objetivos com o menor nmero de acidentes de trajeto

    possveis.

    Quais os mtodos usados para passar o conhecimento?

    Os mtodos mais comuns utilizados so dois:

    1) Iniciao cujos objetivos e mtodos so descritos nas primeiras partes desse Codex. Enormalmente as ordens que utilizam esse mtodo possuem graus a serem atingidos pelosestudantes que sero descritos mais adiante.

    2) Revelao Espiritual Em algumas ordens, a iniciao substituda por uma revelaode cunho espiritual (normalmente uma viso transcendental), que causa uma ruptura navida do estudante, acabando por gerar a necessidade de ir alm do que os olhos vem.

    Nesses grupos, normalmente no h graus, mas apenas a condio de pupilo e mestre. Oestudante permanece nessa condio at que seu conhecimento e suas prticascorroborem o status de mestre.

    Percebe-se ainda no segundo caso, uma certa hierarquia, embora menos evidenciada ou

    valorizada publicamente que a primeira opo. De toda a forma, alguns pontos devem serconsiderados para uma melhor compreenso do tema:1) Qualquer um dos dois mtodos acima estabelece uma rgida disciplina para o

    estudante.Nenhuma ordem esotrica uma democracia. Embora muitos grupos sedigam abertos e democrticos, na prtica o que acontece que os graus superioresou chefes da ordem so as cabeas que realmente decidem a evoluo da mesma.Isso pode parecer complicado e at enganoso, mas deve -se entender aqui que a

    priori, o fundador (ou fundadores) do grupo so pessoas que j trilharam ocaminho que agora prope como eficaz e portanto, esto aptos a tomar decisesque prevalecem sobre as escolhas do grupo como um todo.

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    2) A disciplina no pode ser questionada.Toda Ordem Esotrica digna desse nomepossui seu sistema disciplinar bem definido. Isso vai das coisas mais bsicas, comocolocar o estudante numa condio de servial (isso muito comum em ordensorientais e na maioria dos grupos cristos) para que ele aprenda a maestriaservindo, como tambm pode ser mais sofisticada, fazendo que o estudante muitasvezes se submeta a uma vontade superior sua, normalmente a do seu mestre.Considerando aqui que o estudante no conhece (se fosse conhecedor no seria umestudante, mas um mestre), ele deve aprender da forma mais difcil possvel, o quenos leva ao prximo ponto.

    3) No existe aprendizado fcil e sem dor ou perdas de alguma espcie.Desconhecemos at o presente momento, formas eficazes de aprendizado em que o

    estudante no precise de esforo ou no tenha nenhum tipo de perda. Qualquergrupo que proponha um sistema baseado apenas em festa sem nenhuma dedicaomais profunda, provavelmente no conduzir o estudante de forma segura. Adisperso e a falta de dedicao so armadilhas que induzem ao erro facilmente.

    Na grande maioria das vezes, os principais problemas enfrentados pelos estudantesabrangem: fadiga fsica extrema, esgotamento psicolgico, o rompimento comconhecimentos ou crenas adquiridos previamente, e por a segue.

    4) O inferior jamais se sobrepe ao superior. Embora seja bem difundida a frase oaluno supera o mestre, na verdade isso s acontece quando o estudante j trilhoua maior parte de sua trajetria pelo caminho do oculto se submetendo s premissasanteriores. Ningum nasce sabendo. Todas as pessoas precisam ser preparadas e

    lapidadas em maior ou menor grau. E por mais que se saiba, algum sempre sabermais que voc. Logo, ao estudante a melhor regra : Se voc espera superar seumestre, siga-lhe os passos . E a contra-regra : Separar-se do guia a melhorforma de ser corrompido e se perder durante a jornada .

    5) Toda Ordem Esotrica dogmtica em maior ou menor grau. A partir domomento que se estabelece uma disciplina rgida, agregados a isso vem osdogmas, ou normas absolutas que no devem ser questionadas. Isso em si jguarda um profundo segredo, que embora bvio, no percebido pela grandemaioria. O estudante antes de tudo deve obedecer; depois deve aprender; depoispraticare somente ento adaptar. Tudo o que h antes da adaptao dogma.

    6) A liberdade do estudante restrita. Se ainda no foi dito de forma clara o

    suficiente, na prtica, o estudante possui uma liberdade apenas restrita. Essarestrio pode advir do instrutor, da escola, do conhecimento ou de todossimultaneamente. Embora essa condio seja temporria, ela de sumaimportncia para o desenvolvimento do estudante, e essa regra corrobora aanterior.

    Ordens Externas e Ordens Internas

    muito comum na atualidade se ouvir falar em ordens externas que captam um nmero muitogrande de membros que depois so filtrados para adentrarem nas ordens denominadas internas. Oque isso quer dizer?

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    Da mesma forma que no existem meios de se chegar a um esoterismo sem passar por umexoterismo1, no h meios de se tornar membro de uma ordem interna sem haver passado antes poruma ordem externa. O caso mais famoso dessa regra o rosacrucianismo. Devido ao mau uso dotermo Rosacruz por ordens esprias, tem-se atribudo a essa palavra o valor de uma ordem.

    Rosacruz uma palavra que designa um Grau obtido dentro de uma Ordem Interna, e no umaorganizao. um disparate usar essa palavra de forma to errada como tem sido feita nas ltimasdcadas. bem sabido entre os iniciados que o uso indevido do termo rosacruz indica a falta deseriedade de ditas organizaes, que tentam se promover abusando da ignorncia dos estudantes.Como foi dito em outro lugar2, uma pessoa pode ser um rosacruz sem nunca ter passado por umaOrganizao dita como tal. Logo, rosacruz se refere a um Grau atingido pelo indivduo na suaevoluo pessoal, e no a uma organizao especfica.

    O Crculo Inicitico de Hermes pretende com suas prticas, auxiliar seus membros a atingirem oGrau de Rosacruzes, mas o C:.I:.H:. no um grupo rosacruz como as citadas ordens acima, queiniciam membros baseados numa mentira. Quando usamos o termo rosacruz publicamente estamosexpressando nosso mais ntimo desejo, de nos tornarmos rosacruzes pela nossa evoluo, e no em

    benefcio prprio.

    Uma Ordem Esotrica traz algum benefcio ao Estudante?

    Sim. Entre eles podemos destacarQualidade x Quantidade Qual o melhor?

    um clich bastante batido, mas que goza de grande popularidade. Quanto menor o nmero demembros melhor o grupo. Mas ser isso verdade, ou aquilo que vlido? Nem sempre. O queacontece que muitas vezes grupos pequenos so to mal organizados quanto os grandes e oestudante quem sofre com isso. O melhor nesse caso que cada grupo buscasse um ponto deequilbrio entre quantidade e qualidade. Os estudantes deveriam poder optar por grupos bemestruturados3que possam realmente levar a algum lugar, alm do bolso de uns poucos.

    Quem se apia na premissa que quanto menor melhor, acredita em conversa de desocupados,que preguiosamente se espraiam nas estradas da vida, fazendo os incautos estudantes acreditaremque a estrada que corre enquanto o estudante fica parado. Menos pessoas significam menostrabalho. E bastante bvio que muitos usam o esoterismo para esconder sua incompetncia em

    outras reas da vida. O verdadeiro mestre havendo necessidade cria condies para melhor atender.Ele no limita os membros. Expande a si mesmo se necessrio for.

    1Ver o CODEX 01 O CIH No uma Religio.2Ver o CODEX 03 A Histria do Rosacrucianismo.3 Leia-se aqui bem estruturado no apenas como grupos organizados financeiramente ou que ostentam arquiteturasfabulosas. Isso s faz bem ao olho, mas se o material e a orientao dadas ao estudante no forem de boa qualidade, odinheiro no o far. Dinheiro no compra a evoluo de ningum. Grupos bem estruturados so aqueles que oferecem aoestudante um suporte na hora em que isso for realmente necessrio. Voltando a analogia da estrada, onde voc se sentemais seguro? Numa estrada de terra mas que conduz a algum lugar de forma segura, onde voc encontra poucasreferncias mas teis para conduzi-lo a seu destino, ou numa estrada bem cuidada, com muitos avisos mas que naverdade no lhe do a informao que voc precisa?

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    Acreditar que apenas os grupos menores sobrevivero condenar a magia ao esquecimento. fazer o jogo do adversrio. se colocar numa posio de recuo e permanecer acuado, fazendo ooposto da proposta mgica, que fazer o homem retornar ao seu lugar de direito, como senhor daCriao. Acreditar que poucos sero os escolhidos negar a humanidade esperana de salvao, jque a mesma agora tragada junta naufragando com as religies estabelecidas pelos irmos negros.A Lei para todos. Nesse ponto, mesmo o profeta se enganou4, pois ele ignorava aquilo que estavaacima dele.

    Concluso

    Podemos concluir pelo exposto acima, que muito se tem falado sobre ordens esotricas e seu

    trabalho, mas pouco de esclarecedor pode ser realmente filtrado pelo estudante comum, pois muitosno sabem ler as entrelinhas de to intricada estrutura. Se filiar a uma ordem esotrica muitas vezesacaba sendo a maneira menos traumtica se estudar esoterismo, embora no seja a nica, nemtampouco a melhor. Os estudantes que lerem essas linhas podero usar esse conhecimento parasaber qual seu caminho pessoal. No desejamos com isso engrossar nossas fileiras, mas simesclarecer aqueles que ainda sonham com ordens que caem do cu e com super-magos. Magos essesque so incapazes de mudar a si mesmos, quanto mais mudar a realidade a seu redor. As outras

    partes desse CODEX podem ser encontradas em: www.rosacruz.com.br

    Em L.L.L.L.,Fr. Goya

    Amor a lei, amor sob Vontade.Ank Usa Semb

    4Referncia feita a Liber Al Vel Legis SVB FIGURA CCXX - I,10 Que meus servidores sejam poucos e secretos,eles regero os muitos e os conhecidos.

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    http://www.rosacruz.com.br- E-Mail: [email protected] reviso em: 2/3/2004 22:39 Pgina: 1

    CODEX HERMETICUM 06d Publicao Classe A

    Como se Estuda Magia (Parte VI)por Frater Goya (Anderson Rosa)

    Questes a se considerar sobre a F do Magista

    Cada Codex produzido por mim para os estudantes e curiosos da magia tem como objetivoprincipal responder a questes que so mais freqentes e que muitas vezes no so respondidasprontamente ou ainda so desvirtuadas pela grande maioria dos autores. No buscamos de formaalguma sermos a principal fonte ou a melhor, mas desejamos sim, ser uma fonte organizada osuficiente para que o estudante encontre nela ao menos o incio de suas pesquisas.

    Especificamente hoje, conversei algum tempo com um Frater de nossa ordem e falvamosprincipalmente sobre as falhas e dificuldades existentes no caminho do magista. Devo alertar aquique nosso Frater j tem algum tempo de ordem e que essas questes surgiram depois de muitotempo de conversa, seguindo uma linha de pensamento que nem sempre a primeira, ou aquela quesurge nos primeiros passos no caminho. Ele mesmo experimentou diversas vicissitudes antes desurgir a pergunta na sua mente. E a pergunta foi:

    Por que os estudantes de magia enfrentam tantas dificuldades?

    No incio de sua jornada, e em quase toda ela, para ser mais sincero, ocorrem o quedenominamos ordlia. Quando algum decide viajar conscientemente nos Caminhos do Drago1, elatende a acelerar o que seria o caminho natural em seu desenvolvimento. Como exemplo, podemosdizer que fatos que deveriam ocorrer num prazo natural de 10 anos podem ocorrer em dois. Issoassusta a maioria dos estudantes, que se vem inundados por situaes que parecem cair do cu.Mas podemos adiantar que isso justamente um estmulo, pois ao findar esse processo, ele saltarde nvel de conscincia, se vendo livre daquilo que futuramente iria lhe atrapalhar.

    A grande questo que acaba surgindo da, que muitos estudantes, quase todos na verdade,se vem em constantes ordlias ao longo de sua jornada. Mas se logo acima afirmei que se verialivre delas, como isso acontece? Em verdade, preciso avisar que as ordlias vo se sofisticando emudando de natureza na medida em que o estudante tambm evolui. Ou seja, cada grau possui suas

    ordlias especficas, inerentes a ele.Mas muitos estudantes, devido ao sistema vigente na maioria das escolas esotricas2, so

    apenas passados de grau, ou seja, um ritmo quase automtico, sem qualquer critrio srio, querealmente verifique se o estudante se encontra realmente apto a passar a um novo estado deconscincia. Logo, o que acontece, que a maioria das ordens e grupos de estudo no se preocupacom o estado real do estudante e sua evoluo, se omitindo por completo do seu desenvolvimento.Ou seja, muitos daqueles que supostamente esto em graus avanados de determinadas ordens

    1Ver o Codex 13 O Mapa da Conscincia, disponvel em http://www.rosacruz.com.br.2Ver o Codex 02 A Legitimidade das Ordens Esotricas, disponvel em http://www.rosacruz.com.br.

  • 8/12/2019 Codex06 Todos

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    Crculo Inicitico de Hermes

    http://www.rosacruz.com.br- E-Mail: [email protected] reviso em: 2/3/2004 22:39 Pgina: 2

    apenas acumulam ordlias ao longo do tempo de estudo. Isso pode ser facilmente verificado quandomuitos religiosos e crticos ao movimento esotrico argumentam que a magia s atrapalha a vida.Foi s fulano ou cicrano se meter com isso que a vida dele ficou cheia de problemas.

    Por outro lado, tem os depoimentos de religiosos que argumentam a seu favor: Bastou eunegar a magia