Clostridium botulinum
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Microbiologia – Caso Clínico
Clostridium botulinum
O R I E NTA D OR : P R O F. C I B EL E S T R O P PAC A R OL L I N A B E LTO N
H O R T Ê NCI A G . D A S I LV E I RA
I S A D OR A E S T EVA M
2 º S E M - 2 0 1 4
UNIBH – Faculdade de Medicina
Caso Clínico
Paciente do sexo masculino, 66 anos. Relata que após
ingestão de uma fatia de presunto defumado apresentou
os seguintes sintomas: dores de cabeça, visão dupla, boca
seca, dificuldades para engolir, náuseas, fadiga, prisão
de ventre.
(Cardoso T., Costa M., Almeida H., Guimarães M., 2004)
Caso Clínico
Durante o exame físico observou-se:
• Midríase simétrica
• Ptose palpebral
• Paresia de nervo craniano V1 e V2
• Hemograma normal
(Cardoso T., Costa M., Almeida H., Guimarães M., 2004)
Introdução
• Termo “botulismo”
o Botulus
• Primeira descrição em 1897, na
Bélgica.
• Através de uma fonte comum
alimentar contaminada pode expor
muitas pessoas ao mesmo tempo.
(Jawetz, Melnick e Adelberg; 2012)
• Bacilo Gram positivo
• Produtor de esporos
• Bastonetes retos ou levemente curvos
• Peritríquea
• Capsulados
• Móveis
Características Gerais do C. botulinum
(Jawetz, Melnick e Adelberg; 2012)
• Para produzirem a toxina necessitam de pH básico ou
próximo do neutro
• Prevalência:
• solo, alimentos, fezes humanas e de animais
• Anaeróbicos
Características Gerais do C. botulinum
(Jawetz, Melnick e Adelberg; 2012)
Características Gerais do C. botulinum
• Sete tipos (A a G), distinguem-se pelo tipo antigênico
de toxina que produzem;
• A, B e E, e, raramente o F, causam doenças em
humanos:
o A e B: associado a uma variedade de alimentos
o E: associado a produtos a base de peixe
(Jawetz, Melnick e Adelberg; 2012)
Características Gerais do C. botulinum
(Gomes M., 2013)
Contaminação
São reconhecidas quatro categorias diferentes de
botulismo:
• Botulismo Clássico: Ingestão de alimentos
• Botulismo de feridas (mais rara)
• Botulismo infantil
• “Classificação indeterminada”
(Jawetz, Melnick e Adelberg; 2012)
Contaminação
Botulismo Clássico
http://www.profpc.com.br/Botulismo_humano.htm
Ação da toxina botulínica nos terminais nervosos
(Roque Oliveira Villarreal, 2008)
Ação da toxina botulínica nos terminais nervosos
Mecanismo de ação da Acetilcolina
Manifestações ClínicasBotulismo alimentar
Sintomas (18 a 24 horas após a ingestão):
Gastrointestinais
• Náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal
Neurológicos
• Cefaleia, vertigem e tontura
• Ptose palpebral, disfagia, disartria, paralisia facial, diplopia
(Roque Oliveira Villarreal, 2008)
Manifestações clínicas
Botulismo de ferida
Quadro clínico semelhante, porém não são esperados sintomas
gastrointestinais.
(Roque Oliveira Villarreal, 2008)
Manifestações clínicas
Botulismo infantil
Constipação e irritabilidade.
Sinais neurológicos:
• Disfagia
• Choro fraco
• Sucção fraca
• Hipoatividade
• Paralisia bilateral descendente
(Roque Oliveira Villarreal, 2008)
Epidemiologia• Baixa frequência e alta taxa de mortalidade.
• Ocorre sobretudo em zonas rurais, onde a utilização de conservas
artesanais é mais comum.
• São estimados cerca de 1000 casos/ano a nível mundial.
datasus.gov.br
Epidemiologia
datasus.gov.br
Epidemiologia
datasus.gov.br
Epidemiologia
http://www.politicaspublicas.uncu.edu.ar/upload/grafico_11.JPG
Diagnóstico
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_integrado_vigilancia_epidemiologica_botulismo.pdf
DiagnósticoO isolamento e a identificação do microrganismo são efetuados por
meio de procedimentos bioquímicos e culturas convencionais e teste de
neutralização de toxina.
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
Diagnóstico Diferencial
Por ser uma doença do sistema nervoso periférico, obotulismo não está associado a sinais de envolvimentodo sistema nervoso central. A presença dasmanifestações abaixo relacionadas, em individuopreviamente normal, é argumento contra apossibilidade desta doença:
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
Diagnóstico Diferencial
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
Movimentos Involuntários
Diminuição do nível de consciência
Ataxia;
Crises epilépticas (convulsões)
Espasticidade, hiperreflexia profunda, presença de clônus ou sinal de Babinski e sinais de liberação piramidal nos membros acometidos por fraqueza
Assimetria significativa da forca muscular;
Deficit sensitivo
Prevenção
• A toxina botulínica é termolábil, podendo ser destruída se aquecida a
80ºC por, no mínimo, 10 minutos.
• A temperatura de armazenamento abaixo de 3,3ºC não é uma medida
eficaz, já que o C. botulinum E pode se multiplicar em baixas
temperaturas.
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
Prevenção• É importante que se faça:
o Prevenção de germinação de esporos.
o Processamento térmico adequado de alimentos enlatados e outros
processos como salga, secagem, fermentação ou acidificação.
o Boas práticas de higiene.
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
Prevenção
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_integrado_vigilancia_epidemiologica_botulismo.pdf
Prevenção
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_integrado_vigilancia_epidemiologica_botulismo.pdf
TratamentoDeve ser realizado em unidade hospitalar, que disponha UTI.
Apoia-se em dois conjuntos de ações:
• Tratamento de suporte
• Tratamento específico
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
TratamentoTratamento de suporte:
• Monitorização cardiorrespiratória
• Assistência ventilatória
Tipo A: 8 semanas
Tipo B: 4 semanas
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
TratamentoTratamento específico
Eliminação da toxina circulante e sua fonte de produção, por meio de:
• Soro antibotulínico (SAB)
• Antibióticos
• Debridamento cirúrgico, nos casos de botulismo por ferimento
(Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo - Ministério da saúde, 2005)
Para saber mais...
http://equilibriumodontologia.blogspot.com
Patógenos Relacionados
Clostridium tetani:
• Também causa paralisia (paralisia espástica), mas, ao contrário
do Clostridium botulinum, não há interferência na transmissão da
acetilcolina. A recuperação depende da formação de novas
terminações axonais.
www.icb.usp.br/bmm/arquivos/Clostridium%20sp.doc
Patógenos Relacionados
Botulismo Tétano
Paralisia flácida Paralisia espástica
Inibição de sinapses excitatórias
Inibição de sinapses inibitórias
Inibe a liberação do neurotransmissor da junção neuromuscular: acetilcolina
Inibe neurotransmissores adrenérgicos e colinérgicos (não impede a acetilcolina)
Patógenos Relacionados
Poliovírus
• A maior parte das infecções é assintomática.
• Transmissão fecal-oral ou oral-oral (mais raro).
•Destruição de neurônios motores (além de sintomas típicos de
uma virose: febre, dor de garganta, náuseas, vômitos).
http://www.cives.ufrj.br/informacao/polio/polio-iv.html
Patógenos RelacionadosSíndrome de Guillain-Barré
• Sintomas: fraqueza muscular progressiva e ascendente, acompanhada ou não de
parestesias, pode provocar perdas motoras e paralisia flácida. Com a evolução da
doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço e afetar os músculos da
face, da orofaringe, da respiração e da deglutição.
• Causas: Doença aguda provocada por vírus (citomegalovírus, Epstein Barr, da
gripe e da hepatite, por exemplo) ou bactérias (especialmente Campylobacter
jejuni )
• Diagnóstico: Avaliação clínica e neurológica, a análise laboratorial do líquido
cefalorraquiano (LCR) que envolve o sistema nervoso central, e a
eletroneuromiografia.
http://drauziovarella.com.br/clinica-geral/sindrome-de-guillain-barre/
Caso Clínico
(Cardoso T., Costa M., Almeida H., Guimarães M., 2004)
Foi encontrada toxina tipo B no sangue do paciente.
Tratamento foi sintomático: analgesia, anti-eméticos, catárticos e algaliação, conforme a sintomatologia.
Tempo de hospitalização: 16 dias
Período sintomático: 4 meses
Referências• Teresa Cardoso, Manuela Costa, H. Cristina Almeida, Mário Guimarães - BOTULISMO ALIMENTAR –
Estudo retrospectivo de cinco casos – ACTA MÉDICA PORTUGUESA 2004; 17:54-58
•Natacha Deboni Cereser, Fernanda Malva Ramos CostaI, Oswaldo Durival Rossi Júnior, Décio AdairRebellatto da Silva, Vitor da Rocha Sperotto – Botulismo de origem alimentar; Ciência Rural, v.38, n.1,jan-fev, 2008.
• Adriana Valim Ferreira Ragazani - OCORRÊNCIA DE CLOSTRIDÍOS PATOGÊNICOS EM SOLO DEPASTAGEM DA MICRO-REGIÃO DE JABOTICABAL; SP - Novembro de 2007; Tese de doutoradoapresentada à Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – Unesp
•Marcos JP Gomes, 2013: Gênero Clostridium spp; FAVET-UFRGS
• Koneman, diagnóstico microbiológico : texto e atlas colorido - 6. ed. / 2008
•Microbiologia médica de Jawetz, Melnick e Adelberg - 25.ed. / 2012
•Manual integrado de vigilância epidemiológica do botulismo / Ministério da Saúde, Secretaria deVigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília : Editora do Ministério daSaúde, 2006. 88 p.: il. – Série A. Normas e Manuais Técnicos
• http://www.quali.pt/microbiologia/476-clostridium-botulinum#sthash.rEqh9qz8.dpuf