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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO-
COMPORTAMENTAL
PRISCILA LEMOS MARTINS
FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS IMPORTANTES EM SEU DESENVOLVIMENTO
São Paulo 2019
PRISCILA LEMOS MARTINS
FUNÇÕES EXECUTIVAS: ASPECTOS IMPORTANTES EM SEU DESENVOLVIMENTO
Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu Área de concentração: Neuropsicologia Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon
São Paulo 2019
Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada à fonte.
Martins, Priscila Lemos Funções Executivas: aspectos importantes em seu desenvolvimento Priscila Lemos Martins, Renata Trigueirinho Alarcon – São Paulo, 2019. 27 f. + CD-ROM Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon 1 Função executiva, 2. Desenvolvimento das funções executivas. I. Martins, Priscila Lemos. II. Alarcon, Renata Trigueirinho.
Priscila Lemos Martins
Funções Executivas: aspectos importantes em seu desenvolvimento
Monografia apresentada ao Centro de Estudos em
Terapia Cognitivo-Comportamental como parte das
exigências para obtenção do título de Especialista em Neuropsicologia
BANCA EXAMINADORA
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
Parecer: ____________________________________________________________
Prof. _____________________________________________________
São Paulo, ___ de ___________ de _____
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, que me deram a
possibilidade de conquistar tudo o que conquistei. Ao meu
marido e meu filho, pessoas que amo dividir a vida e que
tiveram paciência e compreensão nos meus momentos de
ausência e extremo cansaço. À minha avó, que sempre foi
minha maior fã. E à minha amiga inseparável Camyla, que foi
quem me motivou e incentivou a fazer a especialização e
sempre acreditou no meu potencial.
AGRADECIMENTOS
Agradeço à Profª. Camila de Masi, professora ímpar que coordenou o curso e
ministrou suas aulas de uma maneira que sempre manteve os alunos motivados e
mais apaixonados pela Neuropsicologia.
Agradeço à minha orientadora Profª. Drª. Renata Alarcon, que com toda sua
dedicação e paciência, me ajudou a fazer o melhor trabalho possível.
Agradeço também à minha supervisora Profª. Rejane Coan, por toda sua dedicação
em me orientar em meus casos e por compartilhar seu conhecimento comigo.
Aos meus queridos colegas de curso, que com seus incentivos e trocas de
conhecimento fizeram toda a diferença para a realização deste trabalho. A frase:
“Estaremos sempre de mãos dadas” ficará marcada para todo sempre.
Às minhas queridas amigas Ana e Letícia, que estiveram ao meu lado em todo
processo, me ouvindo e acalmando, com todo seu carinho e acolhimento.
RESUMO O presente trabalho analisou como ocorre o desenvolvimento das funções
executivas, numa perspectiva neurobiológica e cognitiva. Em seguida, trouxe
informações de como as habilidades do funcionamento executivo ocorrem em uma
das etapas mais importantes de seu desenvolvimento: a infância. E finalmente,
analisou dados sobre fatores (estilos parentais, ambiente escolar e estilo de vida)
que podem impactar positivamente ou negativamente no desenvolvimento do
funcionamento executivo.
Palavras-chave: função executiva; neuropsicologia; síndrome disexecutiva;
habilidades cognitivas
ABSTRACT
The present work analysed how it occurs the development of the executive functions,
in both, the neurobiological and the cognitive perspective. It also provides information
on how the executive functional abilities happen in one of the most crucial
development phases: childhood. Finally, were analysed the data regarding factors
such as: parenting style, school environment and lifestyle, that can impact either
negatively or positively in the executive performance development. Keywords: executive function; neuropsychology; dysexecutive syndrome; cognitive abilities.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8
2 OBJETIVO .............................................................................................................. 11
3 METODOLOGIA ..................................................................................................... 12
4 RESULTADOS ....................................................................................................... 13
5 DISCUSSÃO .......................................................................................................... 22
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 24
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 25
8
1 INTRODUÇÃO
As funções executivas (FEs) são um conjunto de habilidades cognitivas
necessárias para controlar nossos pensamentos, emoções e ações. As FEs
consistem um mecanismo de controle cognitivo que direciona e coordena o
comportamento humano de maneira adaptativa, permitindo mudanças rápidas e
flexíveis ante as novas exigências do ambiente (UEHARA, MATA, CHARCHAT-
FICHMAN, MALLOY-DINIZ, 2016).
Não existe um consenso sobre qual seria o modelo cognitivo perfeito das FEs.
Entretanto, CHEIB, GODOY, QUERINO, MALOY-DINIZ & SALLUM (2018),
acrescentam que o modelo proposto por Myiake (2000) tem grande aceitação na
literatura especializada. Por meio de uma análise fatorial, identificaram três grandes
fatores: Shifting (alternância), inhibition (inibição) e updating (atualização). Eles
acrescentam que Diamond (2013) aprimorou esse modelo aliando as evidências
psicométricas ao desenvolvimento das FEs no ciclo vital. Os propostos três fatores
receberam novos nomes, sendo agora controle inibitório (de inhibition); memória
operacional (de updating) e flexibilidade cognitiva (de shifting). Assim, essas três
FEs compreenderiam as funções nucleares, as quais outras funções de alta ordem,
tais como raciocínio abstrato, solução de problemas e planejamento se
desenvolveriam.
O controle inibitório permite ao indivíduo inibir, de forma consciente,
determinado aspectos com alta predisposição interna. É ele quem impede que o
indivíduo esteja à mercê de seus próprios impulsos. Ele possibilita ter domínio da
atenção, do pensamento, do comportamento e das emoções, de tal forma que se
consiga evitar distrações, impulsos e ações automáticas (COSTA, 2016).
Memória operacional é definida como a habilidade de manter uma informação
na mente por um curto período de tempo e manipulá-la e está relacionada à
capacidade de raciocínio, aprendizagem, compreensão e solução de problemas
(Baddeley & Hitch, 1974 apud CHEIB, GODOY, QUERINO, MALOY-DINIZ &
SALLUM, 2018).
Para um bom funcionamento da memória de trabalho é necessário que a
inibição cognitiva esteja bem desenvolvida, pois possibilita manter o foco nas
informações desejadas, mesmo na presença de algum pensamento involuntário. A
9
memória de trabalho e o controle inibitório são mutuamente dependentes e
dificilmente funcionam separadamente. Ter em mente o objetivo é indispensável
para avaliar o que deve ser filtrado ou inibido. Mas, também, para trabalhar com
informações mentalmente, é preciso ter a capacidade de resistir a distrações
(COSTA, 2016).
E a última função executiva, flexibilidade cognitiva, é definida como a
capacidade de mudar de perspectiva com relação a um problema e ajustar-se de
maneira flexível a novas demandas, regras ou prioridades, ou oportunidades. Essa
habilidade se constrói com base nos outros dois componentes (para mudar de
perspectiva, manter em mente a nova perspectiva e inibir a anterior) e por isso,
surge mais tarde no desenvolvimento. Sem a flexibilidade cognitiva, os indivíduos
não conseguiriam tentar resolver um problema de outra forma, ajustar-se a
mudanças de prioridades, reconhecer erros e aproveitar oportunidades inesperadas
(COSTA, 2016).
Essas habilidades do funcionamento executivo estão diretamente
relacionadas ao córtex pré-frontal, que é última região cerebral a atingir maturação
durante o crescimento do indivíduo. Entre os 6 e 8 anos esse desenvolvimento é
bem intenso e tem sua continuidade até o final da adolescência e o inicio da vida
adulta (ROMINE e REYNOLDS, 2005). Entretanto, mesmo apresentando maturação
tardia, o desenvolvimento dessas funções inicia-se no primeiro ano de vida
(DIAMOND, 1996 apud MALLOY-DINIZ, SEDÓ, FUENTES, LEITE, 2008).
Alguns autores trazem o conceito de guarda-chuva para definir os processos
cognitivos que fazem parte das FEs. Cita-se o controle atencional e inibitório, a
memória de trabalho, a flexibilidade cognitiva, a identificação de metas, a iniciação
de tarefas, o planejamento e a execução de comportamentos e o monitoramento do
próprio desempenho (autorregulação) até que o objetivo seja alcançado (DELIS,
KAPLAN & KRAMER, 2001).
É importante ressaltar que as experiências que ocorrem nos primeiros anos
de vida entre pais e filhos são fundamentais para o desenvolvimento do cérebro e,
mais especificamente, para o desenvolvimento do lobo frontal e suas conexões, ou
seja, para o desenvolvimento das FEs. Sendo assim, algumas evidências sugerem
que a conduta utilizada pelos pais para direcionar o processo de educação de seus
filhos é considerada uma das experiências primárias mais relevantes para a
10
constituição dessas funções durante os primeiros anos da infância (BERNIER,
WHIPPLE & CARLSON, 2010 apud SEABRA, LEÓN, MARTINS, 2013).
As FEs são fundamentais ao direcionamento e para garantir o bom
desempenho de várias habilidades intelectuais, emocionais e sociais. É importante
considerar que com o curso lento do seu desenvolvimento, alterações genéticas e
ambientais proporcionam vulnerabilidade preferencial e diferencial ao longo do
desenvolvimento e, portanto, são comuns os déficits nas FEs em diversos
transtornos psiquiátricos ou transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
(CHEIB, GODOY, QUERINO, MALOY-DINIZ & SALLUM, 2018). Goldberg (2002
Apud DIAS & SEABRA, 2013) enfatiza que nenhuma outra perda cognitiva pode ser
tão comprometedora para o comportamento humano quanto a das FEs.
As habilidades que compõem as funções executivas são essenciais para o
controle consciente e deliberado sobre ações, pensamentos e ações. Assim, esse
trabalho tem como objetivo oferecer uma revisão não-sistemática sobre a relevância
da formação das funções executivas, assim como fatores que favorecem ou
desfavorecem seu pleno desenvolvimento.
Os resultados desse estudo foram divididos em subtemas: Desenvolvimento
das FEs; Síndromes disexecutivas e Aspectos essenciais para seu pleno
desenvolvimento, para uma maior explicação e melhor entendimento do assunto
abordado.
11
2 OBJETIVO
Este trabalho teve como objetivo oferecer uma revisão não sistemática sobre
como ocorre o desenvolvimento das funções executivas, assim como fatores
importantes que podem impactar positivamente ou negativamente no curso desse
desenvolvimento.
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3 METODOLOGIA
Esse estudo será realizado através de pesquisa bibliográfica e serão
utilizados base de dados LILACS, Scielo, pubmed e Google acadêmico, além de
livros publicados relacionados ao tema.
Palavras-chave: função executiva, neuropsicologia, síndrome disexecutiva.
Keywords: executive functions, neuropsychological, dysexecutive syndrome
Os critérios de inclusão foram artigos e textos com os seguintes temas:
1. Desenvolvimento das funções executivas
2. Neurobiologia e Neuropsicologia das funções executivas
3. Avaliação das funções executivas
4. Funções executivas e suas alterações sem comorbidades específicas
5. Estilos parentais e funções executivas
Os critérios para exclusão foram artigos e textos com os seguintes temas:
1. Funções executivas com comorbidades específicas, como por exemplo,
transtorno do espectro autista.
13
4 RESULTADOS
4.1 DESENVOLVIMENTO DAS FEs Em 1968, Luria propõe um modelo de funcionamento cerebral composto por
três unidades funcionais. Esse sistema é mediado por regiões neuroanatômicas e
funcionalmente hierárquicas que, ao trabalharem juntas, regulam todos os nossos
comportamentos e processo mentais (UEHARA, MATA, CHARCHAT-FICHMAN,
MALLOY-DINIZ, 2016).
A primeira unidade é composta pelo tronco encefálico e o diencefálo,
responsável pela regulação de funções fisiológicas básicas, como manutenção do
tônus cortical, da vigília e dos batimentos cardíacos. A segunda unidade inclui as
regiões parietal, temporal e occipital e é responsável por obter, analisar e armazenar
informações provenientes do meio externo e interno. Por fim, a terceira unidade
exerce as funções de programação, regulação e monitoramentos das atividades
mentais, compreendendo, principalmente, os lobos frontais (UEHARA, MATA,
CHARCHAT-FICHMAN, MALLOY-DINIZ, 2016 apud LURIA, 1976).
Uehara, Mata, Charchat-Fichman, Malloy-Diniz (2016) destacam que o
modelo das unidades funcionais de Luria trouxe a participação do córtex pré-frontal
em processos cognitivos superiores e que anteriormente, essa região do cérebro era
considerada uma espécie de lobo silencioso. As FEs envolvem o funcionamento de
diversas estruturas subcorticais, incluindo os núcleos da base, o tálamo e até
mesmo o cerebelo.
O córtex pré-frontal guarda múltiplas e recíprocas conexões com inúmeras
estruturas do encefálo, corticais e subcorticais. É geralmente dividido em três áreas:
o córtex pré-frontal lateral ou dorsolateral, o córtex cingulado anterior e a área
ventromedial, também designada por córtex orbitofrontal (DIAS, 2009).
Para além dessa divisão anatômica, sugere-se que o córtex pré-frontal não é
uma região homogênea, ou seja, há algum grau de segregação também funcional
entre as regiões pré-frontais. Tal segregação reflete tanto uma especificidade com
relação ao tipo de material a ser processado, havendo uma tendência do hemisfério
esquerdo a processar material lingüístico, enquanto o direito parece engajar-se em
14
demandas de conteúdo visoespacial, quanto uma especificidade com relação ao tipo
de processamento envolvido (ELLIOT, 2003 apud DIAS, 2009).
Cada um dos circuitos pré-frontais tem a sua funcionalidade. O circuito
dorsolateral está mais relacionado às FEs lógico-abstratas, o circuito do cíngulo
anterior é particularmente importante para aspectos da motivação, do controle
executivo da atenção e para a seleção e o controle de respostas. Por sua vez, o
circuito orbito-frontal está relacionado a algumas dimensões do comportamento
social, como empatia, cumprimento de regras sociais, controle inibitório de respostas
socialmente inadequadas, tomada de decisão afetiva e autorregulação (MALLOY-
DINIZ, PAULA, SEDÓ, FUENTES &LEITE, 2014 apud UEHARA, MATA,
CHARCHAT-FICHMAN, MALLOY-DINIZ, 2016).
A região dorsolateral mantém conexões com áreas associativas parietais,
occipitais e temporais, além de conexões com o cingulado anterior e o córtex
orbitofrontal e regiões subcorticais, incluindo gânglios basais e tálamo (ESTÉVEZ-
GONZALEZ, 2000 apud DIAS, 2009) e está implicada nos mecanismos de memória
de trabalho, filtragem, dinâmica da informação, abarcando os processos de atenção
seletiva e inibição, planejamento e flexibilidade cognitiva (LENT, 2001 apud DIAS,
2009). Por sua vez, o córtex cingulado anterior, conectado ao córtex-pré-frontal
dorsolateral e a estruturas límbicas, sobretudo do lobo temporal medial, suporta a
operação de um sistema atencional executivo, monitorando a execução da tarefa
pelas demais regiões cerebral (GAZZANINGA, 2006; LENT, 2001 apud DIAS, 2009).
Assim, apesar do importante papel do córtex pré-frontal nas FEs, seria
simplista afirmar que tal estrutura é a única responsável por todos os processos
executivos. Diversas outras estruturas cerebrais participam e possibilitam estes
processos, compondo uma rede integrada, mutuamente interativa, porém as regiões
pré-frontais assumem posição hierárquica de controle, recrutando processos e
funções específicas por meio da mediação de outras estruturas cerebrais e, além,
monitorando sua execução. Com o aumento da demanda de uma tarefa, o córtex
pré-frontal é capaz de recrutar outras regiões cerebrais para dar conta do processo
em foco (ELLIOT, 2003).
Malloy-Diniz e colaboradores (2008) utilizam uma analogia do córtex pré-
frontal como um general ou maestro, coordenando, por meio de suas interconexões,
outras estruturas e sistemas neurais.
15
No cérebro humano existem dendritos de neurônios piramidais da camada III
do córtex pré-frontal dorsolateral que passam por expansões drásticas durante o
primeiro ano de vida. O nível de metabolismo de glicose no córtex pré-frontal
dorsolateral aumenta e se aproxima dos níveis da vida adulta por volta do primeiro
ano de idade. Os níveis de dopamina nessa região também se encontram elevados
durante esse período e sabe-se que esse é um neurotransmissor de extrema
importância para o córtex pré-frontal (DIAMOND, 2001 apud CHEIB, GODOY,
QUERINO, MALOY-DINIZ & SALLUM, 2018).
De acordo com DIAS e SEABRA (2013), existem evidências de que a primeira
habilidade a emergir seja a inibição, por volta dos 12 meses. Porém, nesse estágio
do desenvolvimento, essa habilidade é muito incipiente e, até aproximadamente os 3
anos de idade, os comportamentos infantis ainda são predominantemente
espontâneos, refletindo reações do ambiente. É apenas entre 4 e 5 anos que as
crianças se tornam progressivamente mais capazes de inibir a reação inicial e de
agir de modo mais ponderado.
Os primeiros sinais da memória de trabalho surgem entre 7 e 8 meses, mas, é
apenas a partir dos 3 anos até aproximadamente 5 anos, que as crianças precisarão
cada vez menos da presença e da manipulação física do objeto para pensar sobre
ele. Elas se tornam capazes de criar imagens mentais e operar sobre elas (DIAS &
SEABRA, 2013). No período de 9 a 12 anos, a memória de trabalho sofre um salto
significativo em sua capacidade e eficiência e torna-se menos sensível a
interferências (UEHARA, MATA, CHARCHAT-FICHMAN, MALLOY-DINIZ, 2016
apud LEON-CARRION, GARCIA-ORZA, & PEREZ-SANTAMARIA, 2004).
Com relação à flexibilidade, Dias e Seabra (2013) relatam que essa
habilidade começaria a se desenvolver mais tardiamente, pois envolveria também as
outras habilidades. Como dito anteriormente, para tomar uma perspectiva diferente,
seria necessário antes, inibir a perspectiva prévia e, ainda, ativar na memória de
trabalho a nova abordagem ao problema. A sugestão é de que a flexibilidade tem
seu desenvolvimento significativo entre os 5 e 7 anos de idade, apesar do contínuo
crescimento ao longo da infância e adolescência.
Dessa forma, inicialmente até os 3 anos de idade emergem habilidades
básicas e, entre os 3 e 5 anos de idade, tais habilidades ainda em desenvolvimento,
são integradas, permitindo a criança maior controle de seu comportamento. Nesse
período há a emergência e o desenvolvimento de habilidades como a inibição,
16
atenção seletiva, memória de trabalho e de aspectos metacognitivos, que permitem
a criança avaliar o produto de suas ações e saber se um comportamento é ou não
adequado às regras ou contextos específicos. A partir dessa idade, as crianças se
tornam capazes de se engajar em comportamentos mais complexos, tomar decisões
e planejar, dividir comportamentos complexos em sequências e os recombinar em
novas formas para resolução de novos problemas ou objetivos, o que exige a
atuação integrada de outras habilidades do funcionamento executivo (ROSARIO,
NUNES, GOLZÁLEZ-PIENDA, 2007).
CHEIB, GODOY, QUERINO, MALOY-DINIZ & SALLUM (2018) relatam que
no período da adolescência existe um aumento da impulsividade, falha no controle
inibitório e padrão de escolhas mais imediatistas. Ernst, Pine e Hardin (2006 apud
CHEIB, GODOY, QUERINO, MALOY-DINIZ & SALLUM 2018) propõem um modelo
triádico neurobiológico do comportamento motivado em adolescentes. O modelo
indica três sistemas: 1. De aproximação – busca por recompensas (associado ao
estriado ventral); 2. De evitação de danos (associada à amídala) e 3. Regulador
(associado ao córtex pré-frontal). Eles explicam que nessa fase, os sistemas
regulatório – de FEs – e de evitação de danos, estão menos ativados, enquanto o
sistema de aproximação está mais ativado. Isso explicaria o comportamento mais
impulsivo nessa idade.
As FEs demoram a se desenvolver, atingindo seu pico de funcionamento
entre os 20 e 30 anos, mas também começam a declinar rapidamente. Seu declínio
acontece nos anos finais da vida adulta, antes da senescência. Nesse período, são
notadas dificuldades no controle inibitório, maior comportamento perseverativo, erros
de distração e dificuldades atencionais. De fato, existe uma diminuição maior no
volume do córtex pré-frontal nessa idade em comparação com outras regiões
(HAUG & EGGERS, 1991 apud CHEIB, GODOY, QUERINO, MALOY-DINIZ &
SALLUM, 2018), o que explica o declínio mais rápido das FEs. Apesar desse
declínio, observa-se que, em relação à tomada de decisão, adultos mais velhos
tendem a serem menos impulsivos e a ter escolhas menos imediatistas do que
adultos jovens (GREEN, FRY, & MYERSON, 1994 apud CHEIB, GODOY,
QUERINO, MALOY-DINIZ & SALLUM, 2018).
17
4.2 SÍNDROMES DISEXECUTIVAS Sobre o comprometimento das habilidades executivas, que é chamado de
síndrome disexecutiva, compreende-se alterações cognitivo-comportamentais
importantes, associadas a prejuízos significativos na vida cotidiana dos indivíduos.
Algumas dessas dificuldades são: dificuldades na seleção de informação,
distratibilidade, dificuldades na tomada de decisão, problemas de organização,
comportamento perseverante ou estereotipado, dificuldade no estabelecimento de
novos repertórios comportamentais, dificuldades de abstração e de antecipação das
conseqüências de seu comportamento (DIAS, MENEZES & SEABRA, 2010).
Pode-se acrescentar a essas dificuldades, o imediatismo comportamental e o
prejuízo no ajuste social do comportamento (LENT, 2001 apud DIAS, 2009) e se
relevam os prejuízos em habilidades de planejamento, memória evocativa e mesmo
em linguagem expressiva (SABOYA, FRANCO & MATTOS, 2002 apud DIAS, 2009).
Em suma, alterações estruturais alterações estruturais ou funcionais dos lobos pré-
frontais ou de seus circuitos podem ocasionar diversos transtornos comportamentais
dissociativos (GARCIA-MOLINA, 2008 apud DIAS, 2009).
Alterações estruturais ou funcionais dos lobos pré-frontais ou de seus
circuitos podem ocasionais diversos transtornos comportamentais desadaptativos
(GARCIA-MOLINA, 2008 apud DIAS, MENEZES & SEABRA, 2010).
Assim, alterações no controle executivo têm sido percebidas em diversos
transtornos, além de estarem relacionadas com o desempenho escolar de crianças e
adolescentes. Transtornos de comportamento disruptivo, como Transtorno do déficit
de atenção e hiperatividade – TDAH; transtornos globais do desenvolvimento, como
no espectro autista; transtornos de aprendizagem, como a dislexia e discalculia;
quadros neurológicos, como a epilepsia; abuso de substâncias e quadros
sindrômicos, como a Síndrome de Down. Dias e Seabra (2013) também relatam que
alterações nas FES tem sido encontradas na ausência de qualquer quadro
diagnóstico, ou seja, habilidades cognitivas podem não estar se desenvolvendo
adequadamente.
As síndromes disexecutivas podem apresentar diferentes manifestações
comportamentais, variando desde apatia até um quadro de desinibição ou mesmo
apresentando uma ou mais habilidades cognitivas comprometidas, como
desatenção, planejamento empobrecido, déficits de memória operacional, entre
18
outros (BORGES, COUTINHO, MALLOY-DINIZ, MATTOS, MIELE E RABELLO,
2010). Os mesmos autores ainda ressaltam que apesar de ser possível observar
nítido comprometimento funcional associado a déficits de FEs, clínicos
frequentemente apresentam dificuldade para documentar esses déficits utilizando
testes neuropsicológicos, tendo em vista que grande parte dos testes apresenta
baixa sensisbilidade.
DIAS, MENEZES & SEABRA (2010), contam sobre um estudo onde um
menino de 8 anos com agenesia da região pré-frontal do lobo frontal foi avaliado.
Além de prejuízos formais do funcionamento executivo, eles descreveram a
presença de problemas comportamentais, como a dificuldade de julgar ações, a
impossibilidade de internalizar regras sociais e ausência de limites, além de
problemas motivacionais para encerrar atividades iniciadas, mesmo de aquelas de
cunho recreativo.
Apesar de necessitar de maior comprovação, Dias (2009) relata sobre o
estudo de Nigg (2001) em que o TDAH reflete uma alteração no funcionamento
executivo, mais especificamente, um prejuízo na habilidade de inibir o
comportamento, o que teria conseqüências diretas sobre o auto-controle do
individuo.
A mesma autora relata sobre uma revisão de Mahone e Silverman (2008) em
que eles verificaram que a maturação do córtex pré-frontal de crianças com TDAH é
atrasada de dois a cinco anos em relação a controles, porém a maturação das áreas
motoras primárias destas crianças é adiantada, sugerindo um desenvolvimento
atípico que conduziria a uma excessiva atividade motora destas crianças e uma
falha em inibir tais comportamentos inadequados pelo córtex pré-frontal, ainda
imaturo. 4.3 ASPECTOS IMPORTANTES PARA MELHOR DESENVOLVIMENTO E FUNCIONAMENTO DAS FEs LEON, MARTINS & SEABRA (2016) relatam que o cuidado parental e a
qualidade do vínculo afetivo fornecem um contexto seguro e ordenado de
relacionamento em que as crianças podem, gradualmente, aprender a usar o
pensamento autorregulado e desenvolver as ações que definem as FEs.
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O estabelecimento de vínculos positivos com os adultos cuidadores, na
família ou na escola, potencializa o desenvolvimento saudável da criança. Interações
sociais adequadas à formação de um bom funcionamento executivo devem incluir
também incentivo e orientação ao longo do processo de aquisição de autonomia
pelas crianças. O ambiente tem que ser propício para que as crianças pratiquem as
habilidades em desenvolvimento. (COSTA, 2016)
As FEs constituem uma aquisição complexa que é frágil e extremamente
vulnerável a condições negativas de diversos tipos, desde fatores genéticos ou
adversidades no ambiente vivenciado pela criança, como já dito anteriormente.
Então, Costa (2016) relata que a exposição das crianças ao estresse afeta a
dinâmica dos circuitos cerebrais e prejudica tanto a aquisição de habilidades do
funcionamento executivo, como a utilização de capacidades já construídas e que
essas crianças apresentam um menor desenvolvimento das capacidades de
memória e controle inibitório, por exemplo.
Costa (2016) traz o exemplo de crianças que sofreram agressões físicas e
que apresentam prejuízos no desenvolvimento da capacidade de atenção. Crianças
que sofreram abusos e negligência ou foram criadas em orfanatos também
apresentam resultados insatisfatórios quanto ao desenvolvimento das FEs. Também
apresenta que a baixa condição socioeconômica pode representar uma condição
adversa à aquisição dessas habilidades, na medida em que famílias com maior
privação material podem ter dificuldade em construir ou acessar ambientes
favoráveis ao desenvolvimento infantil e que podem apresentar problemas de
memória de trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva.
Com o desenvolvimento do indivíduo, cada vez mais aspectos da vida ficarão
sob o seu controle e as funções executivas são fundamentais para que esse
gerenciamento seja feito da melhor forma possível. É importante ressaltar que o
desenvolvimento das FEs na primeira infância, será fundamental para a formação de
habilidades cognitivas em fases posteriores da vida. Assim, percebe-se a relação
entre o nível de desenvolvimento das FEs na infância e diversos indicadores de
qualidade de vida na fase adulta.
SEABRA e colaboradores (2014) trazem evidências que crianças com FEs
pobres podem apresentar dificuldades para prestar atenção à aula, para completar
trabalhos e para inibir comportamentos impulsivos. Escrever, tomar notas, fazer
cálculos, ler e compreender textos complexos pode ser particularmente difícil, o que
20
pode ser explicado pelo fato de indivíduos com déficits executivos frequentemente
experimentarem uma sobrecarga de informações, se desorganizarem e, assim, não
conseguirem iniciar, retomar ou finalizar a tarefa. Como consequência, seu
desempenho em diversas áreas pode ficar comprometido e suas notas podem não
refletir sua real habilidade intelectual (MELTZER & BAGNATO, 2010 apud SEABRA,
MUNIZ, REPPOLD, DIAS, SIQUARA, TOURINHO, GURGEL & TEIXEIRA, 2014).
Assim, ambientes escolares que proporcionam o desenvolvimento das
funções executivas, ensinando estratégias que auxiliem as crianças a inibir
impulsos, planejar, organizar-se, focalizar a atenção e mesmo regular suas
emoções, possuem ganhos significativos nas áreas de desempenho escolar (DIAS E
SEABRA, 2013). As autoras também relatam aspectos importantes que poderiam
estar nos programas curriculares para promover as FEs: (1) o foco no “como
aprender” e não só no produto final, refletindo a opinião de que as habilidades
executivas precisam e devem ser ensinadas; (2) a promoção de oportunidades para
que a crianças possa praticar e exercitar FEs em diferentes situações; (3) o uso da
linguagem como ferramenta auto-regulatória; (4) condução de atividades em pares
ou grupos maiores para permitira a regulação mútua de comportamentos; (5) uso de
mediadores e ensino de estratégias; (6) instrução direta e explícita, com recurso a
modelagem e prática; (7) necessidade do envolvimento e engajamento da criança no
processo; e (8) modo de interação e papel do professor, com clara ênfase em
oferecer maior suporte inicial e, gradativamente, retirar esse apoio, provendo
autonomia crescente à criança.
Alguns autores afirmam que as práticas da atividade física também mostram
melhorias no funcionamento executivo. Isso porque, mais do que a demanda
cardiorrespiratória, é extremamente importante a disciplina, autorregulação e a
atenção plena, controle cognitivo semelhante ao construto da atenção focalizada
(CHEIB, GODOY, QUERINO, MALOY-DINIZ & SALLUM, 2018). A atividade física
também minimiza a degeneração progressiva que ocorre associada ao processo de
envelhecimento, e se constitui como coadjuvante à manutenção da autonomia e
independência, fundamentais ao desempenho das atividades da vida diária.
Diamond (2015) salienta que em contraposição com o treino aeróbico e treino
de força, as artes marciais e o yoga mostram ser mais eficazes no melhoramento do
funcionamento executivo de crianças, exatamente pela disciplina e autorregulação
que essas práticas desenvolvem.
21
Assim, vale à pena ressaltar que, além do estímulo direto ao desenvolvimento
do funcionamento executivo, é importante dar atenção às condições que
indiretamente afetam as FEs. Tendo em vista que o corpo humano é integrado,
atividades que atendam às necessidades físicas, emocionais e sociais das crianças
cooperam de forma relevante para o desenvolvimento do córtex pré-frontal e das
funções executivas.
22
5 DISCUSSÃO
Pode-se perceber que não existe um consenso sobre qual seria o modelo
cognitivo perfeito de FEs, porém conclui-se que essas consistem em processos
cognitivos de alta complexidade, que compreende três principais habilidades:
controle inibitório; memória operacional e flexibilidade cognitiva.
Com base nesse trabalho, acredita-se que funcionamento executivo está
relacionado a diferentes dimensões da vida das pessoas. A trajetória da evolução
dessas habilidades ao longo do tempo não depende somente da integridade do
córtex pré-frontal, mas os estímulos que o cérebro recebe são fundamentais para a
formação dessas habilidades.
Pode-se perceber que os períodos de desenvolvimento das FEs encontram
grande relação com os períodos de maturação do córtex pré-frontal e de suas
conexões subcorticais. Alguns períodos deste desenvolvimento tem suma
importância: aos 7 e 8 meses se iniciam lentamente a aquisição de habilidades das
FEs. Também existe um pico no desenvolvimento de tais habilidades entre os 4 e 5
anos e outro aos 18 anos de idade aproximadamente, com estabilização na vida
adulta e seu declínio na velhice.
Dias (2009) enfatizou que o desenvolvimento das FEs não possui trajetória
única. Apontando para trajetórias desenvolvimentais diferenciais para o controle
cognitivo, sendo que habilidades mais simples, como a requerida em uma tarefa de
detecção de alvo, parecem ter curso desenvolvimentais mais curtos comparado a
habilidades mais complexas.
O presente trabalho mostrou a relevância da formação das FEs durante a
primeira infância, assim é importante se atentar para os ambientes familiares e
escolares que favorecem o desenvolvimento e a aprendizagem dessas habilidades.
A criação de vínculos, interações sociais positivas e ambiente seguro propiciam
diretamente a aquisição de importantes habilidades, como memória de trabalho,
controle inibitório e flexibilidade cognitiva.
O desenvolvimento emocional é formado a partir de uma diversidade de
habilidades cognitivas, incluindo a capacidade de regular o comportamento com
flexibilidade, de forma voluntária, exigindo esforço, dependendo fortemente do
amadurecimento dos lobos frontais. A regulação cognitiva e emocional parecem se
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desenvolver em conjunto, exibindo um forte desenvolvimento durante o período pré-
escolar e um curso de desenvolvimento mais demorado durante a infância posterior
e adolescência (PAZ-ALONSO, RUEDA, 2013).
Déficits em FEs podem se associar a comprometimento signitificativo em
atividades cotidianas, incluindo área acadêmica e profissional.
Outro achado importante desse estudo foi acerca de que alguns autores
acreditam que o TDAH deveria ser compreendido como uma síndrome disexecutiva.
Déficits no funcionamento executivo estão freqüentemente associadas ao
diagnóstico de TDAH, conduzindo a diversos comprometimentos em atividades
cotidianas. E pode-se perceber que as dificuldades estão, muitas vezes, mais
associadas a dificuldades de inibição cognitiva.
Uma das limitações desse estudo foi à carência de artigos científicos
relacionando atividade física e alimentação com o funcionamento executivo. Porém,
nos estudos encontrados, houve uma significância importante no papel que a
atividade física tem em relação às FEs, acrescentando que além de uma
autoconsciência corporal, oferece um maior controle cognitivo. No que diz respeito à
alimentação, não foi encontrado artigos científicos que estudaram essa relação.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo buscou investigar os principais aspectos do
desenvolvimento das funções executivas, assim como seu impacto na vida cotidiana
do indivíduo.
O desenvolvimento das FEs possui uma trajetória não linear, sendo uma das
últimas áreas cerebrais a amadurecer estruturalmente e sua maturidade funcional só
pode ser observada no inicio da idade adulta.
Ressaltou-se que a primeira infância constitui um momento fundamental para
o desenvolvimento do ser humano, uma vez que nessa etapa da vida se dá o início
do desenvolvimento das FEs.
Assim como a qualidade da parentalidade também exerce fundamental
importância ao desenvolvimento das funções executivas. Interações positivas
aumentam a motivação da criança para aprender a explorar, controlar e interagir
com o mundo externo. Assim como, interações e estímulos negativos na infância e
adolescência podem formar adultos com diversos problemas.
Quando existe um comprometimento biológico dessas habilidades ou elas
não se desenvolveram adequadamente, o individuo pode se tornar desatento,
impulsivo, apresentar dificuldades em regular suas emoções, dificuldade de
planejamento, dificuldades na solução de problemas, dificuldades em finalizar
atividades e até um agravamento de quadros neuropsiquiátricos.
Assim, conclui-se então que com desenvolvimento e interações sociais
saudáveis na primeira infância, se têm um pleno desenvolvimento das habilidades
iniciais associadas às FEs; em conseqüência, na adolescência, haverá um
aprimoramento dessas habilidades desenvolvidas anteriormente e como
decorrência, na vida adulta, haverá maior saúde física, mental e emocional, melhor
desempenho na vida acadêmica, melhores condições de emprego e menores
chances de adotar comportamentos de risco (seja ele, usar drogas ou cometer
crimes).
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ANEXO
Termo de Responsabilidade Autoral
Eu Priscila Lemos Martins, afirmo que o presente trabalho e suas devidas
partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade
autoral sobre seu conteúdo.
Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de
Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob
o título “Funções executivas: aspectos importantes em seu desenvolvimento”,
isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-
Comportamental (CETCC) e meu orientador de quaisquer ônus consequentes de
ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por mim praticadas, assumindo,
assim, as responsabilidades civis e criminais decorrentes das ações realizadas para
a confecção da monografia.
São Paulo, __________de ___________________de______.
_______________________
Assinatura do (a) Aluno (a)