Centro de Educação Física e Desportos - UNIVERSIDADE ......Espírito Santo. A flexibilidade foi...
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
CENTRO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTOS
BACHARELADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA
PAULO GOMES DA SILVA JUNIOR
A RELAÇÃO ENTRE A AQUISIÇÃO DE POTÊNCIA, RESISTÊNCIA E
FLEXIBILIDADE EM GINASTAS RÍTMICAS
VITÓRIA
2018
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PAULO GOMES DA SILVA JUNIOR
A RELAÇÃO ENTRE A AQUISIÇÃO DE POTÊNCIA, RESISTÊNCIA E
FLEXIBILIDADE EM GINASTAS RÍTMICAS
Trabalho de Conclusão de Curso
apresentado ao Departamento de Ginástica
do Centro de Educação Física e Desportos
da Universidade Federal do Espírito Santo,
como requisito parcial para obtenção do grau
de Bacharel em Educação Física.
Orientador: Prof. Dr. Lucas Guimarães
Co-orientador: Prof. Dr. Maurício Santos
Oliveira
VITÓRIA
2018
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RESUMO
A Ginástica Rítmica (GR) vem, ao longo dos anos, evoluindo impulsionada pelas
frequentes mudanças técnicas e ao rápido desenvolvimento de novas possibilidades
para a prática da modalidade. Dentre as capacidades físicas exigidas, observamos
que a flexibilidade, a potência e a resistência ganham destaque no alto rendimento,
já que os movimentos explosivos, de sustentação e amplitude são requisitos da
maioria dos elementos da série. De modo geral, essas três valências físicas
garantem maior eficiência nas atividades esportivas, ou seja, permitem que os
trabalhos sejam realizados com maior economia de energia e possibilitam o
desenvolvimento da agilidade e da velocidade. O objetivo deste estudo foi comparar
a relação entre a aquisição de potência e de resistência com a de flexibilidade após
um programa de treinamento de 12 semanas para essas três valências. O universo
da pesquisa foi constituído por 27 ginastas, nível estadual, pertencentes às
categorias mirim e infantil que treinam na cidade de Cachoeiro de Itapemirim, no
Espírito Santo. A flexibilidade foi avaliada por meio de fotogrametria digital, já a
potência e a resistência foram avaliadas através do protocolo de Bosco, Luhtanen e
Komi (1983). Houve ganhos significativos de flexibilidade enquanto para potência e
resistência as diferenças não foram estatisticamente significantes. Quanto à
correlação, pode-se verificar uma correlação positiva entre os ganhos de
flexibilidade e de potência (r=0,44; p=0,031), entre os ganhos de flexibilidade e
resistência a correlação negativa não foi confirmada (r=-0,37; p=0,074)
.
Palavras-chave: Ginástica rítmica. Potência. Resistência. Flexibilidade.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................5
2. OBJETIVO....................................................................................................7
3. MATERIAIS E MÉTODOS ...........................................................................8
3.1. PARTICIPANTES..........................................................................................8
3.2. PROCEDIMENTOS.......................................................................................8
3.2.1. Avaliação da Flexibilidade..........................................................................8
3.2.2. Avaliação da Potência de Pico de Membros Inferiores.........................10
3.2.3. Avaliação do Desempenho em Saltos Verticais Contínuos..................10
3.2.4. Protocolo de Treinamento........................................................................10
3.2.4.1. Treino de potência.......................................................................................11
3.2.4.2. Treino de resistência ..................................................................................11
3.2.4.3. Treino de flexibilidade..................................................................................12
3.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA.............................................................................12
4. RESULTADOS............................................................................................13
4.1. EFEITO DO TREINAMENTO......................................................................13
4.2. CORRELAÇÃO ENTRE GANHOS FLEXIBILIDADE, POTÊNCIA E
RESISTÊNCIA.............................................................................................14
5. DISCUSSÃO...............................................................................................15
6. CONCLUSÃO.............................................................................................17
REFERÊNCIAS ..................................................................................... ....18
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1. INTRODUÇÃO
A Ginástica Rítmica (GR) vem, ao longo dos anos, evoluindo impulsionada pelas
frequentes mudanças técnicas e ao rápido desenvolvimento de novas possibilidades
para a prática da modalidade (LOURENÇO, 2010).
Dentre as diferentes manifestações gímnicas competitivas, a GR emerge como o
esporte que combina elementos do balé, ginástica, dança contemporânea e
aparelhos de manipulação (GATEVA, 2011).
Trata-se de uma modalidade ginástica cuja complexidade dos movimentos é
crescente e, segundo Velardi e Miranda (2010), demanda preparação técnica e
física em níveis cada vez maiores. Assim, as competições de GR apresentam
grande exigência física, técnica, estética e coordenativa, além de combinar a
manipulação de aparelhos específicos da modalidade (Corda, Bola, Arco, Fita e
Maças) com elementos corporais, como: salto, equilíbrio e elementos pré-
acrobáticos, sempre em harmonia com a música (DOMINGUES; SANTOS, 2006).
Corroboramos Gateva (2011) que a preparação física é um dos pilares que sustenta
o desempenho esportivo no alto nível e, consequentemente, aumenta as
possibilidades de subir no lugar mais alto do pódio. Assim, treinadores e ginastas
devem estar atentos à preparação física, principalmente, em vista das mudanças do
Código de Pontuação que incidem no aumento das dificuldades técnicas.
A flexibilidade, segundo Barbanti (2003), é a capacidade de uma articulação realizar
movimentos em amplitude adequada. Na GR, essa é uma das capacidades físicas
mais marcantes devidas à exigência de grande amplitude na maioria dos elementos.
No entanto, não se pode desconsiderar a importância da força explosiva, definida
por Carvalho e Carvalho (2006) como a capacidade de obter valores elevados de
força em tempo muito curto, o que se relaciona diretamente com a potência
muscular que, expressa em Watts (W), se refere à velocidade que um trabalho é
executado (Potência = Trabalho/Tempo) (POWERS; HOWLEY, 2005), bem como a
resistência de força, que Verkhoshansky (2001) conceitua como a capacidade do
músculo manter o trabalho por um tempo prolongado. Esses componentes físicos
são bases fundamentais para execução das séries, como são chamadas as
apresentações de GR, que são compostas de saltos, deslocamentos com rápidas
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mudanças de direção e exige intensa atividade em toda execução, que pode durar
de 1min20seg. a 2min30seg.
De modo geral, essas três valências garantem maior eficiência nas atividades
esportivas, ou seja, permitem que os trabalhos sejam realizados com maior
economia de energia e permitem o desenvolvimento da agilidade e da velocidade
(ACHOUR Jr, 2000).
Para além do desempenho, bons níveis de flexibilidade, de potência e de resistência
são determinantes para a saúde do sistema musculoesquelético, preservação
muscular e articular durante toda a vida, o que influencia diretamente no bem-estar
dos indivíduos (KELL; BELL, 2001; ALTER, 2001). Além disso, a força e a
flexibilidade estão associadas à redução da incidência de lesões e maior eficiência
nas atividades de vida diária (ARAGÃO, 2011).
Observamos na literatura, estudos que analisaram a relação entre a força e a
flexibilidade no contexto esportivo. Lima e Da Silva (2006), ao investigarem a
correlação entre força, com o teste de repetições máximas de flexão de quadril com
carga de 25 kg, e flexibilidade dos ísquios-tibiais, aferida por goniometria digital, em
futebolistas, não encontraram correlação. Nesse mesmo sentido, em estudo
realizado por Bortolon et al. (2016) com 105 ginastas rítmicas com idade entre 5 e
18 anos, a relação entre flexibilidade e força não pode ser estabelecida. Nesses
estudos, no entanto, não houve controle das variáveis do treinamento, portanto não
é possível afirmar se as diferenças encontradas entre os indivíduos são decorrentes
de diferenças no treinamento ou uma real falta de correlação entre as duas
valências.
A partir do conhecimento da correlação entre a aquisição dessas três valências,
professores e treinadores poderão orientar de forma mais eficiente a formação e
treinamento das ginastas, traçar melhores táticas competitivas e,
consequentemente, obter melhores resultados.
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2. OBJETIVO
O objetivo deste estudo foi comparar a relação entre a aquisição de flexibilidade com
a de potência e de resistência após um programa de treinamento para essas três
valências, aplicados por um período de 12 semanas em ginastas da GR.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS
3.1. PARTICIPANTES
O estudo foi realizado com 27 ginastas pertencentes às categorias pré-infantil e
infantil, de nível estadual, da cidade de Cachoeiro de Itapemirim no Espírito Santo.
A seleção da amostra obedeceu aos seguintes critérios:
a. Ter entre 7 e 13 anos;
b. Ser praticante de GR a pelo menos três meses;
c. Ter disponibilidade para participar do programa de treinamento duas
vezes por semana.
d. Não participar de outro programa de treinamento físico durante a
pesquisa.
3.2. PROCEDIMENTOS
3.2.1. Avaliação da Flexibilidade
A flexibilidade foi avaliada por meio de fotogrametria, seguindo o protocolo utilizado
por Cesar (2012) e Perin (2012). A avaliação ocorreu a partir de alongamento
passivo dos movimentos de extensão e flexão de quadril, extensão e flexão de
joelho, e flexão e extensão de tornozelo, todos realizados pelo membro dominante.
No decorrer do procedimento, o avaliador auxiliou a flexão e a extensão da
articulação até que a ginasta avaliada sentisse um desconforto na região, porém
antes da dor. Ao atingir amplitude máxima, registramos a fotografia com uma câmera
Nikon D7200, lente de 35mm e abertura de 4,5. A câmera ficou sobre uma base de
12 cm, devidamente nivelada por meio de bolha de nível, alinhada com o eixo do
movimento e perpendicular ao plano deste, a 180 cm de distância. Os pontos
anatômicos foram previamente marcados com etiqueta adesiva para facilitar a
localização dos mesmos no software. Após o registro, a fotografia foi exportada para
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o Corel Draw®, programa no qual o ângulo foi calculado pela ferramenta de
dimensão angular. O enquadramento da fotografia contemplou apenas a articulação
e o segmento analisado, preservando assim a identidade da participante.
O Quadro 1 apresenta os pontos de referência para cada movimento, onde os
marcadores foram fixados, enquanto a Figura 1 mostra o resultado da medição
angular após processamento da imagem no software Corel Draw.
Quadro 1 - Pontos de referência para avaliação do ângulo dos movimentos segundo Norki e White (1997):
Movimento Eixo Seguimento proximal Seguimento distal
Flexão e extensão de joelho
Epicôndilo lateral do fêmur.
trocanter maior. maléolo lateral.
Flexão e extensão de quadril
Trocanter maior. epicôndilo lateral. Linha média axilar do
tronco
Flexão e extensão de tornozelo.
Maléolo lateral. cabeça do 5º metatarso Linha média lateral da
fíbula,
Fonte: Norki e White (1997).
Nota: quadro organizado pelos autores.
Figura 1 - Medição de ângulos dada pelo software Corel Draw®:
A: extensão do quadril, B: extensão do tornozelo. Fonte: Produção dos autores.
A B
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3.2.2. Avaliação da Potência de Pico de Membros Inferiores
O teste de potência de membros inferiores foi realizado utilizando plataforma de
contato e software PowerJump (CEFISE, SP, Brasil). Recorreremos ao protocolo de
Bosco, Luhtanen e Komi (1983), no qual o indivíduo do estudo executa o salto
partindo de um meio agachamento (joelhos fletidos a 90º) estático de 3 (cinco)
segundos com as mãos fixas ao quadril, para evitar auxílio dos membros superiores,
e tronco ereto.
As ginastas avaliadas realizaram três saltos, sendo um a cada 10 segundos.
Com a inserção da massa corporal da avaliada no software, o desempenho dos
saltos foi apresentado em Watts. Somente o maior valor foi considerado para
análise.
3.2.3. Avaliação do Desempenho em Saltos Verticais Contínuos
Após intervalo de 5 minutos, em relação ao teste anterior, as ginastas realizaram a
avaliação de resistência que consistiu na execução de saltos que seguem o mesmo
padrão de movimento do teste de potência de pico, descrito anteriormente, porém de
forma contínua durante 30 segundos.
Durante toda execução as ginastas foram incentivadas a saltar o mais alto possível.
Destacamos que foi avaliado o percentual de redução da potência ao longo dos 30
segundos, o qual é mensurado por meio da média de potência (W) produzida nos 5
primeiros saltos em relação à média dos 5 últimos saltos. Quanto menor essa
diferença, maior a resistência da participante.
3.2.4. Protocolo de Treinamento
Como parte dos treinos de rotina, foram realizadas duas sessões semanais durante
12 semanas. A ordem dos exercícios foi: aquecimento de 5 minutos (corrida
moderada), treino de potência, treino de resistência e treino de flexibilidade.
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3.2.4.1. Treino de potência
Foi realizado o seguinte exercício de pliometria: agachamento estático de 3
segundos com joelhos a 90º seguido de um salto vertical (squat jump) atingindo a
maior altura possível e voltando a posição inicial de preparação para um novo salto.
Este exercício aconteceu sem incremento de carga, a progressão do treinamento se
deu por aumento no número de séries e repetições conforme quadro abaixo:
Quadro 2 - Programa de treinamento de potência.
Semana
1 e 2
Semana
3 e 4
Semana
5 e 6
Semana
7 e 8
Semana
9 e 10
Semana
11 e 12
Nº de séries 1 1 2 2 3 3
Nº de
repetições 8 12 8 10 10 10
Intervalo
entre séries 3min 3 min 3 min 2 min
Fonte: Produção dos autores.
3.2.4.2. Treino de resistência
O treino aconteceu com a execução do maior número de saltos contínuos (saltos
contra-movimento) em um espaço de tempo que foi incrementado a cada semana
para atender o princípio da progressão, conforme quadro 3. As ginastas foram
orientadas a saltar com a maior frequência e altura possível.
Quadro 3 - Progressão do treino de resistência.
Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Séries 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2
Tempo (segundos) 20 25 30 35 40 45 25 25 35 35 45 45
O intervalo entre as séries foi de 45 segundos.
Fonte: Produção dos autores.
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3.2.4.3. Treino de flexibilidade
O método de treinamento escolhido foi o passivo para evitar interferência nos
ganhos de força esperados nos outros protocolos. Nessa abordagem, o movimento
de flexão e extensão da articulação foi realizado por uma força externa até que a
ginasta sentisse um desconforto na região, porém antes da dor, conforme
preconizado por Dantas (2005). A posição era mantida por 1 minuto, e após um
intervalo de 20 segundos o procedimento era repetido, totalizando duas séries de 1
minuto para cada movimento, por sessão. O método foi aplicado para os
movimentos de flexão e extensão do quadril, joelho e tornozelo.
3.3. ANÁLISE ESTATÍSTICA
Em um primeiro momento, foi aplicado o teste de normalidade de D'Agostino-
Pearson. Como os dados apresentaram distribuição normal, testes paramétricos de
comparação de médias e correlação entre variáveis foram aplicados. Os valores pré
e pós-treinamento das diferentes variáveis foram comparados por meio do teste t
pareado. A correlação entre as variáveis foi realizada através do teste de correlação
de Pearson. Em todas as análises foi adotado nível de significância de 5%. O
software estatístico GraphPad Prism v.5.0 foi utilizado para todas as análises.
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4. RESULTADOS
4.1. EFEITO DO TREINAMENTO
O gráfico A (Fig. 1) mostra a diferença goniométrica das articulações avaliadas antes
a após o programa de treinamento, onde a redução do ângulo indica o aumento da
flexibilidade. Foram encontrados ganhos significativos de flexibilidade, o que reforça
a efetividade do método de alongamento passivo para aumento da amplitude de
movimentos.
Para potência e resistência (Figura 2 B e C) não foram encontradas diferenças
significativas entre a avaliação pré e pós treinamento.
Figura 2: Efeitos do treinamento (comparação pré e pós treinamento):
Flex
ibili
dade
(gra
us)
P ré P ó s
0
4 0
8 0
4 0 0
4 5 0
5 0 0
5 5 0
6 0 0
***
Pot
ênci
a (W
)
P ré P ó s
0
5 0 0
1 0 0 0
1 5 0 0
P
otên
cia
(W)
P ré P ó s
-5 0 0
-4 0 0
-3 0 0
-2 0 0
-1 0 0
0
A
C
B
A: flexibilidade, B: potência, e C: resistência.
Fonte: Produção dos autores.
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4.2. CORRELAÇÃO ENTRE GANHOS DE FLEXIBILIDADE, POTÊNCIA E
RESISTÊNCIA.
A comparação entre os ganhos de flexibilidade e de potência após o programa de
treinamento mostra uma correlação positiva (r=0,44) e estatisticamente significativa
(p=0,031), indicando que os valores de potência (W) tenderam a serem maiores na
medida em que os de flexibilidades aumentavam (Fig 3 A)
Já na comparação dentre os ganhos de flexibilidade e de resistência, foi encontrado
uma correlação negativa com r=-0,37, porém não significativa, já que o valor de p foi
de 0,074 (Fig. 3 B).
Figura 3 – Gráficos de correlação ente os ganhos de flexibilidade, potência e resistência.
A: correlação entre a mudança na potência e na flexibilidade após o treinamento (r = 0,44; p = 0,031). B: correlação entre a mudança na resistência e na flexibilidade após o treinamento (r = -0,37; p = 0,074). Fonte: Produção dos autores.
-20 0 20 40 60 80-300
-200
-100
0
100
200
300
Flexibilidade
Potên
cia
(W)
-20 0 20 40 60 80-400
-200
0
200
400
600
Flexibilidade
Res
istê
ncia
(W)
A
B
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5. DISCUSSÃO
Após um período de treinamento uniforme para todas participantes, analisando os
resultados individuais, é possível observarmos as possíveis relações entre o
comportamento das três capacidades físicas avaliadas.
Os conhecimentos científicos atuais nos indicam alguns caminhos para
compreendermos a correlação positiva entre os ganhos de flexibilidade e potência
encontrada em nossa pesquisa. Uma possível explicação é a maior concentração de
colágeno no perimísio e endomísio das fibras do tipo I (KOVANEN; SUOMINEN;
HEIKKINEN, 1984; ZIMMERMAN et al 1993), o que poderia lhes conferir maior
resistência à tração quando comparadas com as fibras do tipo II, hipótese reforçada
no estudo de Kubo (2000) onde foi observada uma capacidade elástica reduzida no
complexo músculo-tendíneo do vasto lateral de corredores de longa distância, esse
tipo de atleta, segundo Sencovici (2017) pode ter o tecido muscular formado por até
95% de fibras oxidativas (tipo I).
É sabido que fibras do tipo I possuem maior capacidade oxidativa, o que lhes
confere uma maior resistência à fadiga em comparação às do tipo II, com maior
capacidade glicolítica, ou seja, capacidade de produção de força explosiva
(POWERS, 2005; DANTAS, 1999). No presente estudo, porém, apesar de um valor
negativo para r (-0,37), a correlação negativa entre ganhos de flexibilidade e
resistência não pôde ser estabelecida devido a uma significância insuficiente
(p=0,074).
Matsudo & Perez (1986), aplicaram teste de corrida de 40 segundos a fim de avaliar
a potência anaeróbia em 300 escolares de 11 a 15 anos que praticavam atividade
física regularmente durante 50 minutos, 3 vezes por semana. Os resultados foram
sequencialmente crescentes entre os avaliados de 11, 12, 13, 14 e 15 anos.
Segundo Rowland (1985), há controversa quanto à capacidade de crianças pré-
púberes melhorar a aptidão aeróbica em resposta ao treinamento de resistência. Já
Filho e Tourinho (1998) afirmam o desenvolvimento da capacidade anaeróbia e
aeróbia, em meninas, parece ser diretamente proporcional à idade até por volta dos
14 anos e que a diferença no consumo de oxigênio entre pré-púberes atletas e não
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atletas é de 15 a 20%, enquanto em adultos essa diferença chega a 100%.
Portanto, o fator idade parece ser determinante para o desenvolvimento das
capacidades anaeróbias e aeróbias, afetando também a treinabilidade da potência e
da resistência.
Os resultados encontrados para aquisição de potência e resistência, neste trabalho,
podem ter sido influenciados pelo baixo grau de maturação biológica da amostra,
enquanto que a variação de idade (7 a 13 anos) resultou em um grande desvio
padrão dos resultados, dificultando a determinação da significância estatística.
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6. CONCLUSÃO
Após análise dos resultados encontrados nesse estudo, podemos concluir que o
treinamento passivo é um método efetivo para o aumento da flexibilidade e que há
uma correlação positiva entre os ganhos de flexibilidade e potência. No entanto,
novos estudos precisam ser realizados com amostra de idade mais homogênea e/ou
com indivíduos pós-púberes a fim de eliminar os efeitos da maturação biológica
sobre os efeitos do treinamento de potência e resistência.
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