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CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS
GEOGRAFIA EM ESCALA LOCAL:
UM ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE PORECATU
ROSILÉIA BUENO
Londrina 2008
ROSILÉIA BUENO
GEOGRAFIA EM ESCALA LOCAL:
UM ESTUDO DE CASO DO MUNICÍPIO DE PORECATU
Material didático desenvolvido através do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, na área de Geografia, com o tema de estudo Geografia em Escala Local. Orientadora: Profª. Drª. Ângela Massumi Katuta
Londrina 2008
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO....................................................................................................................9
Localização, Orientação e Limites........................................................................................ 11
- Objetivo Geral...................................................................................................................... 11
- Objetivos Específicos........................................................................................................... 11
1. LIMITES............................................................................................................................. 12
1.1 - O espaço rural e urbano................................................................................................ 18
1.2 - Perímetro Urbano (definições)..................................................................................... 19
1.3 - Rede de comunicação e trocas...................................................................................... 19
1.4 - Rede de comunicação e trocas em Porecatu................................................................ 20
1.5 - Perímetro Urbano.......................................................................................................... 21
1.6 - Evolução Urbana de Porecatu.......................................................................................22
1.7 - Vegetação........................................................................................................................26
1.7.1 - Vegetação de Porecatu........................................................................................31
1.8 - Relevo..............................................................................................................................34
1.8.1 - Formas de Relevo................................................................................................37
1.8.2 - O Relevo de Porecatu..........................................................................................38
1.9 - Solos.................................................................................................................................38
1.9.1 - Solos de Porecatu.................................................................................................38
1.10 - Hidrografia de Porecatu..............................................................................................40
1.11 – Clima.............................................................................................................................46
1.11.1 - Clima de Porecatu............................................................................................46
1.11.2 - Estações do ano.................................................................................................48
ARRANJOS TERRITORIAIS..............................................................................................50
- Objetivo Geral.......................................................................................................................50
- Objetivos Específicos............................................................................................................50
2. ARRANJOS TERRITORIAIS..........................................................................................50
2.1 - Estrutura fundiária e relações de trabalho no campo................................................50
2.2 - Agricultura..................................................................................................................... 51
2.3 - Conhecendo a estrutura fundiária do seu município..................................................53
2.4 - Concentração fundiária do Paraná...............................................................................55
2.5 - Uso do solo.......................................................................................................................57
2.5.1 - Estatuto do Trabalhador Rural........................................................................58
2.5.2 - Estatuto da Terra...............................................................................................58
2.6 - Estrutura urbana...........................................................................................................60
2.6.1 - Zoneamento urbano...........................................................................................61
2.7 - As origens de Porecatu...................................................................................................63
2.8 - Guerra de Porecatu........................................................................................................64
2.9 - Os símbolos cívicos.........................................................................................................67
2.9.1 - Brasão do município..........................................................................................67
2.9.2 - Bandeira do município.......................................................................................69
2.9.3 - Hino de Porecatu................................................................................................70
2.10 - As transformações espaciais de Porecatu..................................................................71
2.11 - Especulação Imobiliária..............................................................................................74
2.12 - Educação.......................................................................................................................78
2.12.1 - Educação em Porecatu................................................................................... 78
2.13 - Centros de Convivência...............................................................................................84
2.14 - Saúde.............................................................................................................................88
2.15 - Equipamentos urbanos................................................................................................92
2.15.1 - Água...................................................................................................................92
2.15.1.1 - Consumo de água..................................................................................96
2.15.2 - Energia.......................................................................................................................98
2.15.3 - Transporte urbano.........................................................................................103
2.15.4 - Coleta de lixo...................................................................................................106
2.15.5 - Lazer, cultura e turismo.................................................................................110
2.15.5.1 – Atividades Culturais.....................................................................113
DINÂMICA POPULACIONAL..........................................................................................119
- Objetivo Geral.....................................................................................................................119
- Objetivos Específicos..........................................................................................................119
3 - DINÂMICA POPULACIONAL.....................................................................................119
3.1 - Fundação de Porecatu.................................................................................................119
3.2 - Evolução Populacional do Município..........................................................................122
3.3 - Segurança Pública........................................................................................................124
3.4 – Violência........................................................................................................................125
3.5 - Índice de Desenvolvimento Humano...........................................................................126
3.5.1 - Alguns esclarecimentos sobre os indicadores que compõem o IDH...............127 3.5.2 - Composição etária do município......................................................................133
4 - GLOSSÁRIO....................................................................................................................136
5 - BIBLIOGRAFIA.............................................................................................................140
ESQUEMA
Esquema 1: Exemplos de estabelecimentos e propriedades rurais....................................57
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Fronteiras políticas em diferentes escalas............................................................14
Figura 2: Bairros residenciais de Porecatu...........................................................................23
Figura 3: Vegetação em Porecatu..........................................................................................26
Figura 4: Desmatamento no Estado do Paraná (1890 a 2000)............................................28
Figura 5: Trecho do Rio Paranapanema sem mata ciliar (2007).......................................33
Figura 6: Porecatu – Relevo..................................................................................................35
Figura 7: Paraná – Perfil Topográfico..................................................................................36
Figura 8: Processos erosivos em Porecatu (Fazenda Aparecida).......................................40
Figura 9: Cursos d’ água em Porecatu..................................................................................41
Figura 10: Vista parcial do município de Porecatu.............................................................50
Figura 11: Brasão de Porecatu..............................................................................................68
Figura 12: Bandeira Municipal de Porecatu........................................................................69
Figura 13: Mosaico de Fotos – Porecatu Ontem..................................................................72
Figura 14: Mosaico de Fotos – Porecatu Hoje.....................................................................73
Figura 15: Centros de Convivências.....................................................................................87
Figura 16: Saúde em Porecatu...............................................................................................91
Figura 17: Vista parcial das Praças de Porecatu...............................................................111
Figura 18: Travessia do Rio Paranapanema 1940 e 2007.................................................120
Figura 19: Usina Central do Paraná...................................................................................121
Figura 20: Pirâmides etárias da população Residente da Região Sul..............................133
Figura 21: Pirâmide Etária do Brasil (2000)......................................................................134
Figura 22: Pirâmides Etárias da População do Paraná (2000).........................................134
Figura 23: Pirâmide Etária da Mesorregião Norte Central Paranaense (2000).............135
Figura 24: Pirâmide Etária de Porecatu (2007).................................................................135
FLUXOGRAMA
Fluxograma 1 – Etapas do tratamento de esgoto.................................................................93
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Percentuais de uso doméstico da água ...............................................................96
Gráfico 2: Consumo de Energia Elétrica por classes em Santa Mariana–2007..................101
Gráfico 3: Porecatu – Evolução da população urbana, rural e total...............................122
Gráfico 4: Países: IDH (2006)..............................................................................................127
LISTA DE MAPAS
Mapa 1: Brasil Político...........................................................................................................12
Mapa 2: Paraná Político.........................................................................................................13
Mapa 3: Porecatu e seus limites............................................................................................15
Mapa 4: Paraná - Mesorregiões ...........................................................................................16
Mapa 5: Porecatu – Microrregiões........................................................................................17
Mapa 6: Porecatu – Divisão Territorial................................................................................17
Mapa 7: Porecatu – Sistema viário........................................................................................18
Mapa 8: Porecatu – Evolução urbana e modificação do perímetro urbano......................21
Mapa 9: Paraná – Regiões Fitogeográficas...........................................................................29
Mapa 10: Paraná – Cobertura Vegetal e Reflorestamento.................................................30
Mapa 11: Porecatu: Matas nativas........................................................................................33
Mapa 12: Porecatu – Hipsometria.........................................................................................34
Mapa 13: Distribuição dos Planaltos Paranaenses..............................................................36
Mapa 14: Zoneamento da Orla da Represa..........................................................................44
Mapa 15: Paraná – Hidrografia............................................................................................44
Mapa 16: Porecatu – Hidrografia..........................................................................................45
Mapa 17: Paraná – Clima......................................................................................................46
Mapa 18: Estrutura Agrária do Paraná...............................................................................55
Mapa 19: Porecatu – Zoneamento Urbano..........................................................................60
Mapa 20: Evolução Urbana do Município de Porecatu......................................................72
Mapa 21: A geograficidade da educação em Porecatu – Educação Infantil.....................82
Mapa 22: A geograficidade da educação em Porecatu-Educação Fundamental..............83
Mapa 23: A geograficidade da educação em Porecatu – Ensino Médio............................83
Mapa 24: A geograficidade da educação em Porecatu – Escolas Rurais...........................83
Mapa 25: Equipamentos de Saúde Pública..........................................................................91
Mapa 26: Rede de água de Porecatu.....................................................................................95
Mapa 27: Rede de esgoto em Porecatu..................................................................................95
Mapa 28: Usinas Hidrelétricas e Termelétricas do Paraná – COPEL...............................99
Mapa 29: Energia Elétrica de Porecatu..............................................................................103
Mapa 30: Porecatu: Sistema Viário Urbano......................................................................106
Mapa 31: Rotas da coleta de lixo de Porecatu....................................................................107
Mapa 32: Localização dos Centros de disseminação cultural de Porecatu.....................112
Mapa 33: Local dos Eventos em Porecatu..........................................................................118
PAINEL TÊMPORO-ESPACIAL
Painel 1: Variabilidade pluviométrica no Município de Porecatu/Pr - 1980 a 2006...........................................................................................................................................48
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Estações do ano no Hemisfério Sul e Norte........................................................48
Quadro 2: Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano – Características do Uso Urbano no
Distrito Sede de Porecatu.......................................................................................................62
Quadro 3: Consumo de água.................................................................................................96
Quadro 4: Transporte Interurbano de Porecatu (2007)..................................................104
Quadro 5: Praças em Porecatu............................................................................................111
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Porecatu, municípios vizinhos (Centenário do sul, Alvorada do Sul, Florestópolis) e Mesorregião do Norte Central Paranaense - Taxas de crescimento da população (1991/2000)...........................................................................................................25
Tabela 2: Porecatu - Principais explorações agrícolas (2004).............................................53
Tabela 3: Porecatu – Condições do Produtor no Município (1970/1980/1985/1995)........54 Tabela 4: Porecatu – Utilização das terras para agricultura – anos: 1970/1980/1985/ 1995...........................................................................................................................................54
Tabela 5: Porecatu: Distribuição dos estabelecimentos agrícolas por módulos fundiá- rios: 1970/1975/1980/1985/1995.............................................................................................56 Tabela 6: Porecatu – Empregos gerados no campo (1995).................................................57
Tabela 7: Evolução da população do município...................................................................60
Tabela 8: Porecatu – População ocupada, segundo as atividades econômicas – 2000......75 Tabela 9: Número de estabelecimentos e empregos segundo as atividades econômicas - 2005...........................................................................................................................................76 Tabela 10: Setores da economia, estabelecimentos e sua participação na economia do município..................................................................................................................................77 Tabela 11: População economicamente ativa (PEA) segundo zona e sexo (2000)............77
Tabela 12: PIB segundo os ramos de atividades (2004).......................................................77
Tabela 13: Porecatu – Quadro educacional (2007).............................................................79
Tabela 14: Indicadores de saúde de Porecatu (1992-2003).................................................88
Tabela 15: Fontes de Energia utilizadas no Brasil..............................................................98
Tabela 16: Porecatu – Evolução do número de consumidores e consumo de energia elétrica, por classe (1995-2003/2005)...................................................................................101
Tabela 17: Porecatu e Paraná – Proporção de domicílios particulares permanentes, por destino de lixo (1991e 2000)..................................................................................................107
Tabela 18: Freqüência da coleta de resíduos sólidos em Porecatu – PR.........................109
Tabela 19: Paraná, Mesorregião e Porecatu. População: Número de domicílios particulares permanentes e número médio de moradores por domicílio (1991-2000)...123
Tabela 20: Municípios da AMEPAR e outros – Índice de longevidade, educação e renda (2000)..........................................................................................................................128
Tabela 21: Municípios da AMEPAR e outros – Esperança de vida ao nascer, taxa de alfabetização de adultos, taxa bruta de freqüência escolar e renda per capita (2000)......................................................................................................................................129
Tabela 22: Porecatu - Projeção da composição da população do município com renda inferior a 0,25 salários mínimos per capita (2000).............................................................130
APRESENTAÇÃO
O trabalho Geografia Em Múltiplas Escalas do Local ao Global, está de acordo com
a proposta das Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, respeitando os seus conteúdos
estruturantes. O mesmo foi elaborado a partir de três eixos:
- Limites: neste eixo trabalha-se com a construção dos conceitos de divisas, fronteiras, com a
idéia da extensão do município, com sua caracterização física (clima, relevo, hidrografia,
vegetação) relacionando-o com outros espaços.
- Arranjos Territoriais : por meio deste eixo, enfatizamos a estrutura fundiária e a urbana, o
uso do solo rural e urbano considerando a dimensão da realidade local como significativa e
necessária para a efetiva compreensão do espaço geográfico, isto é, a partir do estudo do local
em suas relações dialéticas com outras escalas (regional, nacional, mundial) pode-se construir
entendimentos sobre a organização dos espaços.
- Dinâmica Populacional: neste eixo, diagnosticamos as características do povoamento, as
migrações e a estrutura populacional que imprimiram marcas no município produzindo novas
territorialidades, o objetivo é que se relacione as mesmas com as mudanças políticas e
econômicas ocorridas em escala nacional e mundial.
O trabalho ora apresentado tem como objetivo geral compreender a Geografia em
escala local, ou seja, a do município de Porecatu a partir da análise de seus diferentes arranjos
territoriais. A partir do mesmo, é possível o estabelecimento de articulações dessa escala com
aquelas em nível regional e global abordadas nos livros didáticos de Geografia e em outros
materiais.
É importante esclarecer que não se trata de um material elaborado visando a
substituição do livro didático, pretendemos com o mesmo auxiliar e enriquecer as aulas do
componente curricular em questão.
A hipótese que norteia o trabalho está fundada no entendimento de que a construção do
conhecimento supõe o movimento do pensamento que se estrutura partindo da singularidade,
passando pela particularidade chegando à generalidade, para então, em movimentos dialéticos
sucessivos, retornar novamente às instâncias anteriores de conhecimentos, contudo, em um
nível intelectivo mais elevado. É por isso que o ponto de partida da construção de
conhecimentos está no plano da singularidade ou do cotidiano, dimensão imprescindível para
11
construção dos conceitos em geografia que estão no plano da abstração ou da generalidade,
ponto de chegada do processo de ensino-aprendizagem deste componente curricular.
Considerando que a quase total inexistência de material didático sistematizado sobre a
realidade do município se constitui em principal barreira para a aprendizagem dos conteúdos
geográficos. Por isso, o presente material didático propõe uma objetivação do processo de
ensino-aprendizagem centrada na espacialidade em escala local que deve, necessariamente,
dialogar com as escalas regionais e mundiais, dependendo da amplitude de abrangência do
espaço estudado.
Para o desenvolvimento metodológico do presente trabalho buscamos informações
locais com fundamentação científica, para, a partir das mesmas, organizar de forma clara e
objetiva os conteúdos, facilitando assim o trabalho do professor de geografia do ensino
fundamental e médio. A sistematização científica dessas informações no material ora
apresentado contribuirá para uma maior compreensão da organização do espaço local, ponto
de partida para articulação com outras unidades escalares (regional e mundial), condição
fundamental na constituição do conhecimento geográfico.
Este trabalho pretende, por meio de problematizações, ensinar o aluno a entender os
arranjos territoriais vivenciados por ele. Assim, ao criar condições para que o estudante
compreenda o seu cotidiano por meio dos conhecimentos e conceitos científicos, o professor
auxiliará a construir condições materiais para uma produção mais democrática dos arranjos
espaciais.
A proposta é apresentar ao aluno o conteúdo no plano da singularidade, para que o
professor possa, a partir de então, dialogar com o da generalidade, ensinando o aluno a pensar
geograficamente, o que supõe o desenvolvimento da consciência espacial e do raciocínio
geográfico.
O presente material deve ser entendido como um recurso pedagógico imprescindível
ao professor, contudo, como qualquer outro instrumento didático, deve ser adequado à
realidade de cada nível de ensino e sala de aula. Assim, o educador pode utilizar as partes que
compõem este material de acordo com seu planejamento de ensino, alterando, inclusive, a
seqüência conforme suas necessidades.
Esperamos que este material possa contribuir com o processo ensino-aprendizagem de
conteúdos geográficos, atingindo assim o seu objetivo central.
12
Tema 1: Localização e Orientação
Objetivo Geral
Compreender que todos os fenômenos possuem localização espacial e uma determinada
orientação e, a partir desta construção conceitual, estabelecer as correlações entre as
geograficidades dos fenômenos em diferentes lugares e em múltiplas escalas. Estes conceitos
constituem os pontos de partida para a alfabetização geográfica, condição fundamental para
que o aluno compreenda os arranjos espaciais.
Objetivos específicos
- Observar o entorno identificando a ordenação territorial da distribuição dos fenômenos;
- Reconhecer a localização dos fenômenos tendo como referência a sua espacialidade;
- Construir habilidades e noções de localização e orientação (lateralidade em relação ao
próprio ponto de vista e em relação a um objeto externo ao sujeito, relatividade das
localizações dos fenômenos, pontos cardeais, colaterais e subcolaterais, coordenadas
geográficas);
- Elaborar representações gráficas e cartográficas a fim de sistematizar a localização e a
orientação dos fenômenos;
- Apreender a localização e orientação dos fenômenos e interpretar os seus significados em
representações gráficas, cartográficas e em outras linguagens (imagens as mais diversas,
textos literários, desenho animado, filmes, entre outros).
- Correlacionar as informações sobre localização e orientação dos fenômenos em diferentes
escalas.
- Sistematizar os conceitos de localização e orientação, tendo como base as noções e
habilidades trabalhadas no ensino fundamental.
- Elaborar análises de síntese por meio da operacionalização dos conceitos de localização e
orientação.
13
1. LIMITES
- Quais limites fazem parte do seu dia-a-dia?
- Como os diferentes grupos sociais do seu município estabelecem os limites?
- Para que serve o limite entre um lugar e outro?
- Olhando para as diversas paisagens do seu município, você consegue visualizar os limites
que os diferentes grupos sociais estabelecem?
Observe atentamente as figuras a seguir:
Divisão Político Administrativo – Brasil
Mapa 1 - Brasil Político Fonte: <http://www.geocities.com/geografiaonline/divises.jpg>.
Acesso em: 23 ago. 2007.
14
Você mora aqui
Mapa 2 – Paraná Político
Os limites estão presentes e visíveis no espaço geográfico. As sociedades criam seus espaços,
bem como os limites visíveis destes que se expressam sob a forma de demarcações territoriais
de áreas que podem ser privadas e públicas. Outros limites não são tão empíricos, porém,
podem ser percebidos pela aparência e organização do espaço, são os limites
socioeconômicos, culturais, religiosos, entre outros. O território que constitui o município
apresenta limites com outros espaços territoriais (municípios, estados e outros) constituindo as
fronteiras políticas.
Os limites são linhas ou pontos que dividem e delimitam espaços e se expressam na paisagem como uma linha de demarcação, um muro, uma parede, um rio, etc.
Fronteira – limite entre dois territórios. A palavra possui um sentimento predominantemente geopolítico, constituindo-se numa marca real e também simbólica. Fronteiras delimitam ou separam lugares, territórios, pessoas e paisagens.
Fronteira política – delimita unidades político-administrativas, ou seja, é o limite entre municípios, estados e países. Estes limites podem ser acidentes naturais ou criados pelo Homem.
Fonte: MICHAELIS - Dic. Prático. DTS Software Brasil, 1998. 1 CD-ROM.
15
Observe a coleção de mapas a seguir:
Figura 1 – Fronteiras políticas em diferentes escalas Fontes: Brasil Político: <www.geocities.com/geografiaonline/divises.jpg>. Acesso em: 20 set. 2007 Paraná Político: http://www.cete.pr.gov.br/def/areas/historia/2001.jpgEstado do Paraná>. Acesso em: 20 out. 2007 Município de Porecatu: Plano Diretor (2006). Organizado por: Rosiléia Bueno.
- Observe a localização do município de Porecatu nos mapas da Figura 1.
- Faça um levantamento das informações contidas em cada um dos mapas.
- Quais destas informações permitem identificar os limites entre os lugares (estados e
municípios)?
- Faça um levantamento dos significados da delimitação político-administrativa de um
município entre pessoas que você convive.
- A existência de uma unidade político-administrativa supõe o estabelecimento de limites.
- Pesquise e indique as funções de uma unidade político-administrativa.
- Em quais unidades político-administrativas o seu município está inserido?
16
- Identifique e evidencie as divisões político-administrativas presentes no mapa a seguir,
destacando o município que você mora.
Mapa 3 – Porecatu e seus limites Fonte: PORECATU, Plano diretor (2006, p. 13). Fotografias: Rosiléia Bueno (2007)
- Com base no Mapa 3 e nos seus conhecimentos identifique os tipos de limites presentes no
seu município.
Os limites municipais delimitam o território onde o município exerce sua autonomia
administrativa que é subordinada e de acordo com as Leis estatuais e federais. A
administração municipal tem como funções básicas zelar por: segurança, educação,
saúde, planejamento urbano, saneamento básico, etc.
Divisa Norte: Estado de São Paulo
Divisa Oeste: Centenário do Sul
Divisa Sul: Florestópolis
Divisa Leste: Alvorada do Sul
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Observe o mapa a seguir das Mesorregiões do Paraná
Mapa 4– Paraná - Mesorregiões
Fonte: IBGE (2000?)
O município de Porecatu está situado no Terceiro Planalto, na Mesorregião do Norte
Central do Paraná e na Microrregião de Porecatu.
Localiza-se ao norte do Estado do Paraná, com altitude de 480 metros acima do nível
do mar, nas coordenadas geográficas de Latitude de 22°44’55’’ Hemisfério Sul e
Longitude de 51°23’15’’ oeste de Greenwich. Faz limites com o estado de São Paulo
(Taciba) ao norte, Alvorada do Sul a leste, Centenário do Sul a oeste e Florestópolis
ao sul, possuindo uma área de 290 km².
Porecatu: Mesorregião Norte Central
18
Observe a seguir o mapa das Microrregiões do Paraná
Mapa 5 – Paraná – Microrregiões Fonte: IBGE, 2000?
Observe o mapa: - Por meio de o mapa a seguir, identifique os limites político-administrativos entre o espaço rural e o espaço urbano do município de Porecatu.
Mapa 6 – Porecatu – Divisão territorial Fonte: Plano Diretor (2006)
Organizador por: Rosiléia Bueno
Microrregião: Porecatu, nº. 07
19
- Em um mesmo município há um limite político-administrativo que distingue o espaço rural do espaço urbano bem como as atividades a serem realizadas nos lugares. Como ele é denominado?
- Com base na delimitação entre o rural e o urbano do Mapa 6, elabore uma distinção entre estas duas áreas construindo uma legenda que as identifiquem.
- Relacione as atividades econômicas que predominam e caracterizam a zona rural e a zona
urbana do seu município.
Observe o mapa a seguir procurando identificar a existência de uma hierarquia no sistema
viário do município.
Mapa 7 – Porecatu – Sistema viário Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 76)
- Com base no mapa que apresenta a hierarquia do sistema viário do seu município caracterize
os fluxos que predominam em cada uma das vias e que justifiquem o processo de
hierarquização
.
1.1 - O Espaço Rural e o Urbano O espaço rural é destinado predominantemente às atividades agropecuárias e outras
que as apóiam, comportando também as moradias da população rural.
O espaço urbano se caracteriza como uma área de forte concentração populacional,
grande densidade de construções e atividades econômicas secundárias e terciárias.
Entre o espaço rural e o urbano existe uma área de transição, um espaço com
características rurais, porém, com a presença de atividades urbanas em função da
proximidade com o mercado consumidor.
Adaptado de: GARRIDO (2006).
20
1.3 - Rede de comunicação e trocas Uma rede compreende um conjunto de linhas interligadas como as de um sistema
de transporte, comunicação ou uma rede hidrográfica e serve para ligar e interligar pontos,
pessoas, idéias, entre outros. Transitam por este sistema viário, mercadorias, pessoas,
capitais e informações. Por isso, tais redes podem ter fluxos materiais e imateriais.
Uma rede de transportes consiste num conjunto de sistemas viários que faz parte
do grupo de rede de fluxos materiais, compreendendo um conjunto de vias de
comunicação terrestres, aéreas e aquáticas que ligam diferentes locais de partida e de
destino.
A troca, emissão e recepção das informações por meio de imagens, sons e dados
que se realizam entre os vários lugares do globo são feitos por uma rede de satélites,
fibras óticas e de telefonia. São as redes de fluxo imaterial.
1.2 - Perímetro Urbano (definições)
- Que distingue o espaço rural do urbano.
- (1) Limite entre área urbana e área rural.
- (2) Linha que delimita exteriormente o aglomerado urbano, de acordo com o plano e que
inclui o conjunto dos espaços urbanos, urbanizáveis e espaços industriais que lhes sejam
contíguos.
- (3) Caracteriza-se pela ocupação destinada a assentamentos residenciais, comerciais e de
serviços, ligados a atividades urbanas, bem como aos equipamentos públicos e
institucionais, em áreas urbanizadas, subdividindo-se em: Zona Residencial, Zona Mista,
Zona Comercial, Corredores Comerciais, Distritos Industriais e Comerciais e Áreas
Verdes.
- (4) Demarcações do conjunto das áreas urbanas e de expansão urbana no espaço físico
dos aglomerados. O perímetro urbano compreende: os solos urbanizados, aqueles cuja
urbanização seja possível programar e os solos afectos à estrutura ecológica necessários ao
equilíbrio do sistema urbano.
Fonte:
(1) < <www.pr.gov.br/mtm/informacoes/glossario.shtml>. Acesso em: 15 ago. 2007.
(2) < www.cm.funchal.pt/plano_director/glossario/glossario.html>. Acesso em 15 ago. 2007.
(3) <www.chapadaodoceu.go.gov.br/LeiZoneamento.htm>. Acesso em 15 ago. 2007.
(4) <www.cm.vnfamalicao.pt/regulamentos/pdf/definições.pdf>. Acesso em 03 out. 2007.
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1.4 - Usando o Mapa 7 leia o texto a seguir sobre a rede de comunicação e trocas em
Porecatu
O município de Porecatu localiza-se no entroncamento de três rodovias estaduais por onde
ocorre toda circulação das mercadorias exportadas e importadas pelo e para o município: A
Rodovia PR 170 apresenta um intenso fluxo de circulação, pois é a responsável pelo
escoamento da maior parte da produção industrial do município e é a via de acesso do sul do
Estado de São Paulo com o norte do Estado do Paraná através da ponte do rio Paranapanema.
Ela se liga à BR 369 em direção sul - principal entroncamento rodoviário do norte do Estado
do Paraná; a PR 450, inicia-se ao sul da PR 170 e liga Porecatu a Centenário do Sul e a PR
090 permite o acesso nordeste para Alvorada do Sul, Bela Vista do Paraíso e Primeiro de
Maio.
A PR 170, Rodovia João Lunardelli, acessa diretamente a malha urbana. É a partir dela que
se originam as duas principais vias estruturadoras da malha urbana, a Avenida Paranapanema
e a Rua Iguaçu. A Avenida Paranapanema cruza a cidade no sentido leste-oeste. Próximo ao
inicio da avenida, a leste, ainda na PR 170 está localizado o Parque Industrial Gastão
Camargo Penteado Izique. Ao longo da avenida, na área urbana do município, existem alguns
pontos comerciais e de serviços, porém, a maioria é de residências, até terminar a via, a oeste,
no Parque Industrial da Usina Central do Paraná, já na zona rural. Esta via servia de acesso
para os caminhões de cana chegar à Usina, entretanto, perdeu sua importância com a
construção de um outro acesso direto para a Usina ao sul.
A Rua Iguaçu, corta acidade no sentido norte-sul, inicia-se no trevo sul da PR 170 e termina
nos conjuntos habitacionais no extremo norte do município. Apresenta áreas residenciais e
comerciais voltadas para abastecer a população local e da região.
As outras vias exercem papel secundário, como as ruas Rio Grande do Sul, Brasil e Avenida
Antônio Fernandes, no sentido norte-sul. As ruas Paranaguá, Urbano Lunardelli, Barão do Rio
Branco e Belo Horizonte, no sentido leste-oeste, apresentam uma ocupação
predominantemente de comércio e prestação de serviços voltados para a demanda local e
regional. Em algumas ruas, como na parte final da Rua Urbano Lunardelli, verifica-se o
fechamento de atividades comerciais e de serviços, em função da estagnação da economia
local frente ao desemprego, do processo migratório da população no período da entressafra e a
proximidade e facilidade de deslocamento para centros maiores e de comércio mais atrativo,
por parte da população.
As vias rurais, não pavimentadas, são acessadas a partir das rodovias. Apenas duas estradas
rurais conectam-se diretamente à cidade. Permitem o deslocamento da população rural e o
22
escoamento da produção agrícola, sendo assim, muito importante por ser a economia do
município predominantemente agrícola.
Porecatu não possui empresas para o transporte coletivo interno privado a não ser o escolar, a
Prefeitura Municipal contrata ônibus particulares para o transporte de estudantes. O sistema
de transporte intermunicipal é realizado por ônibus de empresas privadas.
- Observando o mapa do sistema viário do seu município, identifique a importância social,
econômica e cultural das diferentes vias de comunicação. Justifique a resposta.
- Descreva a ocorrência de redes imateriais no município de Porecatu.
1.5 - Perímetro urbano
Observe o mapa a seguir e identifique as áreas, suas delimitações e fronteiras.
Mapa 8 – Porecatu – Evolução urbana e modificação do perímetro urbano
Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 62).
- Com base nas delimitações e fronteiras identificadas, indique as características e funções das
seguintes unidades territoriais: cidade, distrito e município.
- Por que o perímetro urbano de Porecatu foi se transformando com o tempo?
CIDADES: complexo demográfico, social e econômico formado por uma concentração
populacional não agrícola; sede do município.
DISTRITO: divisão territorial de uma cidade a cargo de uma autoridade administrativa,
judicial ou fiscal e que abrange um ou mais bairros; território dependente de uma cidade.
MUNICÍPIO: circunscrição administrativa em que é dividido um Estado, governada por
um prefeito e uma Câmara de Vereadores; é composto por uma cidade, que é sua sede,
seus arredores rurais e às vezes por distritos.
23
- Indique as diferentes orientações geográficas dos vetores de expansão expressos no Mapa 8 sobre a Evolução urbana de Porecatu.
- Estabeleça hipóteses que expliquem as diferentes orientações geográficas dos vetores de
expansão do seu município.
1.6 - Evolução urbana de Porecatu
A malha urbana de Porecatu ficou contida pelos limites do núcleo urbano de origem até 1970,
quando se deu a construção da Usina Hidrelétrica de Capivara, pela CESP (Companhia
Energética de São Paulo), no rio Paranapanema promovendo a expansão do mesmo em
função da chegada de grande número de pessoas para trabalharem na sua construção.
Os trabalhadores fixaram residência em dois conjuntos habitacionais construídos
especialmente para recebê-los. Os operários passaram a residir na Vila Iguaçu, ao norte do
núcleo inicial e os engenheiros e chefes foram para a Vila Garcez, a leste, condomínio com
características paisagísticas diferenciadas: eram 20 unidades residenciais implantadas sem
muros entre os lotes, com jardins e calçadas entre as unidades. É também desta década a
construção da Vila Paranapanema pelos novos donos da Usina Central do Paraná para alugar
para os seus funcionários.
As unidades territoriais possuem diferentes vetores de expansão em virtude de:
Funções desempenhadas;
Fluxo de capital;
Barreiras naturais;
Políticas públicas;
Conectividade com centros economicamente dinâmicos;
Especulação imobiliária.
Etc.
24
1 – Vila Garcez (2007) 2 – Vila Garcez (1970)
3 – Jardim Dona Sidônia (2007) 4 – Jardim Dona Sidônia (2000)
Figura 2 – Bairros residenciais de Porecartu Fonte: 1, 3, 4 - Fotografado por: Rosiléia Bueno.
2 – Museu Municipal de Porecatu
Novos espaços foram sendo acrescidos à área urbana de Porecatu, através de loteamentos de
chácaras e fazendas próximas ao entorno urbano. A expansão urbana ocorreu inclusive com a
construção de conjuntos habitacionais com o apoio, primeiro do BNH - Banco Nacional da
Habitação e, depois, da COHAPAR – Companhia de Habitação do Paraná, garantindo acesso
à casa própria à população de baixa renda, grupo social onde se dá o maior déficit
habitacional. Neste tipo de empreendimento há a parceria com a Prefeitura que fica
responsável pela doação do terreno e em prover a área a ser loteada de infra-estrutura.
Existe um outro programa da COHAPAR, o Programa Vazios Urbanos que constrói casas
para população de baixa renda nos vazios urbanos já providos de infra-estrutura. Foram
construídas através do mesmo 17 casas em Porecatu, três em lotes isolados e as restantes junto
25
ao Jardim Dona Sidônia Jonasson. O crescimento urbano de Porecatu acontece com as
parcerias Prefeitura-COHAPAR e com Loteamentos particulares:
Foram criados na década de 1.970:
• Jardim Sol Poente.
• Vila Iguaçu.
• Parque Guairá.
• Vila Josefina Lunardelli.
• Jardim São João.
• Vila Garcez.
• Vila Olga Atalla.
• Jardim Metrópole.
• Vila Paranapanema.
Na década de 1980 verificou-se o surgimento apenas da Vila Alto da Boa Vista.
Na década de 1990 verificamos um crescimento em relação à anterior, assim, surgiram:
• Vila Yolanda Ferrarese.
• Vila Fátima Aparecida Fernandes.
• Conjunto Habitacional Celso Fernandes.
• Jardim Santo Antonio.
• Jardim São Paulo.
• Jardim Sumaré.
• Jardim Santa Cristina.
Em 2000 verificamos o surgimento apenas do Jardim Dona Sidônia Botti Jonasson.
Porecatu apresenta como limitadores à expansão da malha urbana: o Córrego Capim e a Usina
Central do Paraná, a oeste, o entroncamento de três rodovias, a leste, a nordeste e ao sul está
cercada por propriedades agrícolas.
Pode-se ver pelos mapas apresentados anteriormente que a configuração da ocupação urbana
de Porecatu acontece de forma desconcentrada, isso porque a cidade ainda apresenta espaços
vazios em sua malha urbana. Segundo levantamento do Plano Diretor, em 2006, eram 212
lotes para fins residenciais, comerciais e de serviços sem uso e para fins industriais 42, com
exceção daqueles do Parque Guairá, Santa Cristina (88 lotes), Jardim Sol Poente e São Paulo.
Com a implantação do Condomínio Portal das Águas, no qual há chácaras de lazer, com lotes
entre 800 m² e 3000 m², na PR 090 entre o Rio Vermelho e Porecatu, às margens da represa
do Rio Paranapanema, deu-se início à descontinuidade da malha urbana.
26
Dos loteamentos implantados no município, o Parque Guairá apresenta problemas ambientais
por ter sido construído sobre um antigo lixão, que foi transferido em 2002 para o aterro
sanitário. Assim, segundo as normas para parcelamento do solo do CONAMA-Conselho
Nacional do Meio Ambiente, o parcelamento não poderia acontecer. O município tem
também o Jardim Santa Cristina com problemas de restrições na titularidade da propriedade,
com documentos pendentes pela falta de intra-estrutura urbana.
A densidade demográfica do município é de 54,67 habitantes/km², com grau de urbanização
de 78,12% (IBGE, 2.000). Veja a tabela a seguir que indica as taxas de crescimento
populacional de Porecatu.
Tabela 1 - PORECATU, municípios vizinhos (Centenário do sul, Alvorada do Sul, Florestópolis) E MESORREGIÃO DO NORTE CENTRAL PARAN AENSE - TAXAS DE CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO (1991/2000)
1991 2000 % de Crescimento da
População (1991 a 2000) Municípios
Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total
Porecatu 11.961 5.141 17.102 12.372 3..509 15.881 3,43 -31,74 -7,14
Alvorada do Sul 5.992 3.763 9.685 7.015 2.238 9.253 17,07 -40,52 -4,46
Cent. do Sul 9.990 4.279 14.289 9.237 2.580 11.817 (-7,53) -39,70 -17,18
Florestópolis 8.545 3.453 11.998 10.238 1.952 12.190 19,81 -43,47 1,60
Norte Central Paranaense
1.334.375 304.302 1.638.677 1.617.547 211.521 1.829.068 2,18 -4,00 1,24
Fonte: Plano Diretor de Porecatu (2006 p. 55 e 57). Organizada por. Rosiléia Bueno
Em Porecatu houve uma redução de 31,74% da população rural, no período de 1991 a 2000,
enquanto a população urbana teve um percentual de crescimento positivo de 3,43%, no
mesmo período; com uma redução total da população de 7,14% em conseqüência do processo
migratório e da diminuição do tamanho da família, como constatou o Plano Diretor.
A substituição da lavoura cafeeira pela agricultura mecanizada da cana-de-açúcar, a
inundação de propriedades agrícolas para a construção da Hidrelétrica de Capivara e a
diminuição das pequenas propriedades agrícolas foram motivos que justificam este
decréscimo da população rural.
A diferença dos dados de Porecatu que, no geral, indicam perda da população em comparação
com os dados da Mesorregião Norte Central, que engloba o município de Londrina, maior
município da região, é que nesta ocorreu um aumento da população, comprovado pelos dados
27
do IBGE: em 1950, Londrina tinha 71.412 habitantes, em 1970, 228.101 habitantes e em
2003, 467.334 habitantes. Isso porque as cidades médias, se comparadas às pequenas, tiveram
aumento populacional, pois oferecem maiores oportunidades de emprego.
A falta de políticas públicas para a fixação da população no campo e também nas pequenas
cidades promoveu a expulsão do contingente populacional do campo, daí o baixo crescimento
da população urbana e, em termos gerais, o decréscimo da população do município. A
população do campo foi expulsa, alguns foram para Porecatu, outros para centros maiores, o
que explica o crescimento populacional do urbano em detrimento do rural e também a taxa
negativa do município como um todo.
- Com base nos dados e fatos apresentados, transcreva exemplos de sua comunidade que
comprovem a análise elaborada.
1.7 - Vegetação
Conforme os seres humanos se apropriam dos lugares, dependendo do seu modo de produção,
os mesmos devastam mais ou menos intensamente a vegetação dos locais. Dessa maneira,
com a apropriação dos lugares por distintos grupos sociais, via de regra, ocorre uma
transformação paisagística que pode ser apreendida por meio da observação da vegetação
local ou por imagens do que existia anteriormente.
Observe as imagens a seguir:
A -
B –
A-B: Espécies da Vegetação nativa: Pau d’alho, Figueira branca, Embaúba branca, Cebolão e Jaracatiá
28
C-Mata Ciliar
D-Canalização do Córrego do Capim
E-Vegetação nativa
F-Desmatamento da Vegetação nativa
Figura 3 – Vegetação em Porecatu
Fontes:
A -<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.codem.org.br/investe/fotos/arvore.jpg&imgrefurl=http://www.codem.org.br/investe/1_1.htm&h=265&w=176&sz=33&hl=pt-BR&start=67&tbnid=_JjZozS1dodmCM:&tbnh=112&tbnw=74&prev=/images%3Fq%3Darvore%2Bpau%2Bdalho%26start%3D60%26gbv%3D2%26ndsp%3D20%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN>. Acesso em: 15 fev. 2007.
<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.saojoseonline.com.br/images/figueira.jpg&imgrefurl=http://www.saojoseonline.com.br/cidade/historia.htm&h=449&w=292&sz=33&hl=pt-BR&start=4&tbnid=JY9gvASasATwrM:&tbnh=127&tbnw=83&prev=/images%3Fq%3Dfigueira%2Bbranca%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG>. Acesso em: 15 fev. 2007.
29
<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.bibvirt.futuro.usp.br/var/bibvirt/storage/images/textos/didaticos_e_tematicos/enciclopedia_de_plantas_flores/embauba/86702-1-por-BR/embauba_imagelarge.jpg&imgrefurl=http://walmir.carvalho.zip.net/&h=400&w=266&sz=48&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=-PwTWYOckK_5lM:&tbnh=124&tbnw=82&prev=/images%3Fq%3Darvore%2Bembauba%2Bbranca%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN>. Acesso em: 15 fev. 2007.
<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://i142.photobucket.com/albums/r111/pvaraujo/Phytolacca-dioica-03.jpg&imgrefurl=http://dias-com-arvores.blogspot.com/2007_06_01_archive.html&h=799&w=498&sz=147&hl=pt-BR&start=2&tbnid=tT5Q4Bs2dIKLaM:&tbnh=143&tbnw=89&prev=/images%3Fq%3Darvore%2Bnativa%2Bphytolacca%2Bdioica%2Bl%26gbv%3D2%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG>. Acesso em: 15
fev. 2007.
<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://heltonsaputa.vilabol.uol.com.br/jaracatiaspinosa_arquivos/image001.jpg&imgrefurl=http://heltonsaputa.vilabol.uol.com.br/jaracatiaspinosa.htm&h=320&w=427&sz=26&hl=pt-BR&start=1&um=1&tbnid=r8ORD4OTMvOOrM:&tbnh=94&tbnw=126&prev=/images%3Fq%3D%2Bjaracatia%26um%3D1%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG>. Acesso em: 15 fev. 2007.
B - Prefeitura Municipal de Porecatu (1949?)
C - E: Fotografada por: Rosiléia Bueno (2006)
D - Museu Municipal de Porecatu (s.d.)
F - Museu Municipal de Porecatu (1947?)
- O que podemos inferir a partir das imagens?
- Que fenômenos interferiram e interferem na manutenção e transformação da cobertura
vegetal do seu município?
- Com base nas imagens, estabeleça correlações entre a economia, as transformações
paisagísticas e o desmatamento no município de Porecatu.
Observe a coleção de mapas a seguir:
O PROCESSO DE DESMATAMENTO NO PARANÁ
30
Figura 4 – Desmatamento no Estado do Paraná (1890-2000)
Fonte: IAP (2000?). Disponível em: <http://www3.pr.gov.br/mataciliar/imagens/desmatamento.jpg>. Acesso em: 20 nov. 2007.
- Com base na Figura 4 elabore um texto sobre o desmatamento no Estado do Paraná, bem
como de seus vetores. A fim de torná-lo mais rico, levante informações sobre o processo de
colonização do estado e as atividades econômicas que mais influenciaram no seu
desmatamento.
- Com base na seqüência temporal, delimite no último mapa áreas onde houve
respectivamente, manutenção, ampliação e redução das áreas de cobertura vegetal.
- Com base na regionalização anterior, enumere os fatores que explicam a geograficidade de
cada região explicando como os mesmos nela atuam.
Observe o mapa a seguir:
Mapa 9 – Paraná – Regiões Fitogeográficas Fonte: IPARDES (2005)
- Com base nos dados do Mapa 9 estabeleça correlações entre as regiões fitogeográficas e as
características do solo e clima onde cada tipo de vegetação ocorre.
Observe o mapa a seguir que apresenta as áreas de cobertura vegetal e reflorestamento no
Estado do Paraná.
31
Mapa 10– Paraná – Cobertura Vegetal e Reflorestamento Fonte: IPARDES (2005)
Reflorestamento – Plantio de espécies vegetais, por vezes exóticas, sob a forma de monocultivo, com fins econômicos (silvicultura). Repovoamento – Reconstituição Vegetal a partir de manejo de espécies nativas, que oportunizam a sustentação da diversidade da flora e fauna. Reservas florestais – áreas declaradas protegidas para a preservação de espécies vegetais e animais nativas da região.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o Paraná apresenta oito regiões fitogeográficas típicas - Floresta Ombrófila Densa (Floresta Atlântica), Floresta Ombrófila Mista (Floresta com Araucária), Floresta Estacional Semidecidual (Floresta Semicaducifólia ou, segundo Reinhard Maack, Floresta Pluvial), Estepe (Campos Limpos), Savana (Campos Cerrados), Formações Pioneiras (com influência marinha - praias e restingas; com influência flúvio marinha – manguezais e várzeas; com influência fluvial – comunidades aluviais, Chaco Úmido), Áreas de Tensão Ecológica (onde há interpenetração de flora) e Refúgios Vegetacionais (Relíquias – Regiões Altas das Serras). Todas são consideradas patrimônio da humanidade, abrigando muitas espécies raras e/ou ameaçadas de extinção.
A espacialização de áreas de reflorestamento, repovoamento e reservas florestais estão correlacionadas a vários fatores, tais como: - utilização da madeira para a indústria, - preservação de espécies ameaçadas, - recuperação das matas ciliares, etc.
32
- Cite os fatores que explicam a espacialidade da cobertura vegetal e do reflorestamento no
estado do Paraná:
- Qual a importância dos projetos de preservação e recuperação da cobertura vegetal e do
envolvimento da população local nos mesmos?
1.7.1 - Vegetação de Porecatu
Porecatu localiza-se na região onde predomina a Floresta Estacional Semidecidual e que
possui duas estações climáticas, uma chuvosa e outra seca, que condiciona o comportamento
das plantas: entre as árvores, 20 a 50% perdem suas folhas durante o período de seca. Esta é
uma vegetação que se desenvolveu nos solos formados a partir da decomposição do basalto
presente na região, e apresentava uma das composições vegetais mais ricas em volume de
madeira por área.
Segue uma lista das espécies de estrato de grande porte encontradas na região:
Parapiptadenia rígida (Gurucaia), Cedrella físsilis (Cedro Rosa), Luehea devacaricata
(Açoite-Cavalo), Campomanesta xanhocarpa (Guabirova), Cabralea canjerana (Canjerana),
Cássia leptophylla (Canafistula), Talebuia Alba (Ipê-amarelo), Ocotea cf. Acutifolia
(Canetão), Patagonula americana (Guajuvira), Fícus insípida (Figueira-branca),
Lonchocarpus muehlbergianus (Rabo de mico), Hellieta apiculata (Canela de veado),
Syagrus romanzoffiana (Jerivá), Nectandra megapotamica (Canela preta), Eutrepe edulis
(Palmiteiro), nos estratos de grande porte.
- Com base nas informações anteriores, faça um levantamento das espécies ainda existentes e
dos usos de algumas delas em sua comunidade.
A diversidade da cobertura vegetal depende predominantemente dos seguintes
fatores: relevo, o solo, a hidrografia e clima.
Cerca de 85% da superfície do estado do Paraná era ocupada por florestas, cabendo
às formações campestres (campos limpos e campos cerrados), restingas litorâneas,
manguezais e várzeas, os demais 17%. Atualmente, o Paraná possui somente 3,4%
da vegetação nativa.
33
Em termos de espécies características dos estratos intermediários ou de vegetação de médio
porte temos as seguintes espécies: Sorocea bonplandii (Cincho), Gymnantehes concolor
(Laranjeira-do-mato), Pilocarpus pennatifolius (Jaborandi ou Cutia), Piper gaudichaudianum
(Pau de junta), Trichilia elegans (Catiguá).
As espécies Solanum mauritianum (Fumo-brabo), Trema micrantha (Grandiúva), Bauhinia
forficata (Pata-de-vaca), Boehmeria caudata (Urtigão manso), Cecropia sp (Embaúba),
Bastardiopsis densiflora (Algodoeiro), Cróton floribundus (Capixingui), Ocotea puberula
(Canela-guaicá) são exemplares de formação vegetal secundária e características de terrenos
com limitação agrícola.
Atualmente, são poucas as áreas no município de Porecatu que ainda apresentam estas
variedades de gêneros e espécies, em função da derrubada das matas com o processo de
colonização. As áreas com remanescente da cobertura vegetal são encontradas em alguns
pontos esparsos do município, como na Cachoeira dos Sonhos (Vila Congo), na Fazenda
Jangadinha, na Reserva Legal São Jorge e próximo a Usina Central do Paraná.
O mesmo processo de devastação ocorreu com a fauna. Segundo relatos, animais da região
sul do Brasil eram avistados em grandes quantidades. Dentre as espécies existentes podem ser
citadas: antas, pacas, capivaras, onças pintadas, jaguatiricas, raposas, tatus, porcos do mato,
cachorros do mato, teiú, queixadas, gambás, tamanduás, cotias, corujas, macacos, além de
uma grande variedade de peixes e pássaros. Hoje são poucos os exemplares existentes, muitos
deles podem ser encontrados apenas em reservas florestais.
Uma parte significativa da vegetação nativa de Porecatu foi substituída por espécies exóticas
trazidas pelos colonizadores, dentre as quais podem ser citadas: a acácia, o coqueiro, o
flamboyant, o café e plantas frutíferas como banana, laranja, coco da baia, etc. Os
colonizadores também trouxeram samambaias, avenca, orquídeas, rosa, azaléia, beijo e
dormideira como plantas ornamentais que continuam a existir na região.
Atualmente, a cobertura vegetal nativa encontra-se quase totalmente devastada, conseqüência
do processo de ocupação do território (1947) e do desmatamento intensivo para a extração da
madeira e o desenvolvimento das atividades agropecuárias, que introduziram culturas como a
do café, da cana, soja e as pastagens.
A atividade agrícola avança até os limites dos cursos de água, sendo escassa a presença de
mata ciliar apesar de o Código Florestal Brasileiro (Lei Federal nº. 4771/65) estipular estas
localidades como Área de Preservação Permanente (APP), com função ambiental de preservar
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de
fauna e de flora, bem como proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.
34
Figura 5 – Trecho do Rio Paranapanema sem mata ciliar (2007)
Fonte: Fotografado por: Rosiléia Bueno Esta legislação também determina deixar 20% da propriedade rural como reserva legal com
uso permitido apenas por meio de técnicas de manejo que garantam a sua perpetuidade, fato
este que, de acordo com o Plano Diretor do município, não é observado.
Como medida para diminuir o problema, Porecatu participa do Programa Mata Ciliar do
Paraná que objetiva a recomposição da vegetação às margens dos cursos de água que deve se
manter intocada, ou quando degradadas, devem rapidamente ser recuperadas, em obediência
às determinações da Lei nº. 4771/65. Existe também um Programa de Repovoamento do
governo estadual que promove a soltura de peixes juvenis no Paranapanema em parceria com
a Duke Energy, empresa internacional que administra a Hidrelétrica de Capivara.
O mapa a seguir apresenta o que restou das matas nativas em Porecatu. Verifica-se apenas
uma pequena quantidade de vegetação ao longo das bacias hidrográficas.
Mapa 11 – Porecatu -Matas nativas Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 31)
35
- No seu município, quais fatores interferiram na manutenção da vegetação e no
reflorestamento?
- Em seu município existe algum projeto de preservação e recuperação da cobertura vegetal?
Quais os órgãos estão nele envolvidos?
1.8 - Relevo
- Ao sair de sua casa e olhar as paisagens à distância, você percebe diferenças de altitudes
entre os lugares?
Veja as imagens a seguir:
Mapa 12 – Porecatu – Hipsometria Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 28)
Com base no Mapa 12, é possível verificar a existência de diferentes altitudes no Município.
- Delimite no Mapa hipsométrico as áreas onde: predominam processos erosivos e de
deposição.
- Estabeleça correlações entre altitude, hidrografia, pluviosidade e processos erosivos.
- Observando o Mapa 8 da expansão urbana do município, podemos observar que ela foi
irregular. Em que medida o relevo influenciou neste processo? Explique.
- Em que situação topográfica encontra-se a zona urbana do município?
36
- Quais são as principais atividades econômicas do município? O relevo facilitou ou dificultou
o desenvolvimento dessas atividades? Justifique.
- Observando o traçado das curvas de nível, identifique a localização das áreas mais íngremes
e planas do município.
- Consulte o mapa e o texto da evolução urbana e explique se o relevo está influenciando a
atual expansão urbana.
Observe as imagens a seguir:
A
B
C
D
Figura 6– Porecatu - Relevo Foto A - Vista parcial da Fazenda Aparecida 1; Foto B – Vista parcial da Fazenda Aparecida 2; Foto C – Fazenda Verpa.; Foto D -Fazenda Marrecas. Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007) As imagens da Figura 4 apresentam locais em Porecatu com diferentes altitudes. Contudo,
pode-se dizer que, em função de sua localização no estado, estas não se modificam muito.
Para melhor compreender isso, observe as imagens que seguem.
37
O relevo do Paraná pode ser dividido em quatro grandes unidades: Planície Litorânea,
Primeiro Planalto ou de Curitiba, Segundo Planalto ou de Ponta Grossa e Terceiro Planalto ou
de Guarapuava, área onde se situa o município de Porecatu. Observe a representação dos
mesmos no mapa e o perfil topográfico do estado do Paraná a seguir:
Distribuição dos Planaltos Paranaenses
Mapa 13 - Distribuição dos Planaltos Paranaenses Fonte: SEMA (2002?)
Perfil Topográfico do Paraná
Figura 7– Paraná – Perfil Topográfico Elaborado por: FERREIRA (2007)
38
- Quais os pontos de maior e menor altitude que podem ser identificados neste perfil
topográfico?
- Quais os pontos mais baixos do relevo a oeste? E a leste?
- Existem pontos de altitudes intermediárias neste perfil topográfico?
- A partir do mapa do relevo do Paraná, identifique em qual unidade do relevo seu município
está inserido.
Leia a seguir distintas definições de formas de relevo de diferentes autores.
- Com base no exposto, que tipos de formas de relevo existem no município de Porecatu?
- Leia o texto a seguir sempre recorrendo ao mapa do relevo do município, anote os termos
relativos ao relevo de Porecatu que não compreendeu. Em seguida, se informe sobre os seus
significados e transcreva-os no caderno elaborando também esquemas ou desenhos para
auxiliar a sua compreensão.
1.8.1 - Formas de relevo
Planaltos - assumem caráter de formas residuais, pois são circundados por extensas áreas de
depressões; por conseguinte, põem em evidência os relevos mais altos que ofereceram maior
dificuldade ao desgaste erosivo.
Depressões – formas geradas por processos erosivos com grande atuação nas bordas das
bacias sedimentares.
Planície – corresponde às áreas essencialmente planas geradas por deposição de sedimentos
recentes de origem marinha, lacustre ou fluvial.
Fonte: Ross (2005)
Formas de relevo
Planalto – extensão de terrenos sedimentares mais ou menos planos situados em altitude
variáveis. Em geomorfologia usa-se, às vezes, este termo como sinônimo de superfície pouco
acidentada, para designar grandes massas de relevo arrasadas pela erosão, constituindo uma
superfície de erosão. Diz-se, então, que a superfície do planalto é muito regular.
Depressão – área ou porção do relevo situado abaixo do nível do mar ou abaixo do nível das
regiões que lhe estão próximas. As depressões do primeiro tipo, isto é, abaixo do nível do mar
são denominadas de depressões absolutas e as de segundo tipo, depressões relativas.
Planície – extensão de terreno mais ou menos plano onde os processos de agradação superam
os de degradação. É necessário salientar que existem planícies que podem estar há mais de
1000 metros de altitude e que constituem as chamadas planícies de nível de base local, ou
planícies de montanha.
Fonte: Guerra (1988)
39
1.8.2 - O Relevo de Porecatu
Porecatu situa-se na porção norte do Terceiro Planalto, no Planalto de Trapp do Paraná,
denominado Planalto de Apucarana que se estende entre os rios Paranapanema e Ivaí até o rio
Paraná, a oeste do rio Tibagi. Apresenta formação rochosa características de derrames
vulcânicos de lavas basálticas e areníticas, sem mostrar grande diversidade de rochas. As
rochas são pertencente ao Grupo São Bento e Bauru e às formações Serra Geral, Botucatu,
Adamantina, Santo Anastácio e Caiuá.
De acordo com o Plano Diretor do Município (2006) o relevo de Porecatu caracteriza-se por
ser ondulado com declividade de zero a mais de 20% que estão distribuídas da seguinte
maneira:
- Até 15% em toda porção norte do município;
- De 0,5% a 15% na maior parte da área urbanizada.
- Entre 10% e 20%, entre a Vila Rural e a área urbanizada na cabeceira da Água do Pito, nas
proximidades da área urbana e no centro da cidade.
- Acima de 20% próximas aos veios de água, em especial, na Água do Pito.
No espigão divisor de águas dos Córregos do Tenente e Capim (no extremo sudeste do
município) localiza-se uma das maiores altitudes de Porecatu.
Aproximando-se do rio Paranapanema as altitudes vão diminuindo até finalizar em 300m.
A cidade está localizada na encosta leste da bacia do Capim. O ponto mais alto é de 540m,
nas proximidades dos Conjuntos Habitacionais, ao norte e o ponto mais baixo, localiza-se nas
margens do Córrego do Capim, próximo ao centro (a sudoeste), numa altitude de 400m.
1.9 - Solos
A reprodução material das sociedades está intrinsecamente relacionada aos diferentes tipos de
solo e sua localização.
- O solo configurou ou configura um fator importante para o desenvolvimento da organização
espacial de seu município? Explique.
1.9.1 - Solos de Porecatu
O solo de Porecatu é proveniente da decomposição de rochas basálticas de Eras passadas que
originou tipos de solos conhecidos popularmente como terra roxa, devido à sua cor vermelho
escura de reconhecida fertilidade.
Em Porecatu há a predominância dos seguintes tipos de solos:
40
- Latossolo Vermelho - Escuro Eutrófico A- É formado principalmente da mistura dos
resíduos intemperizados de arenito (Caiuá) e das rochas basálticas (Série São Bento). É
relativamente resistente à erosão, não apresentando problemas com a mecanização, com boa
capacidade de armazenamento de água e fertilidade natural, considerado um dos melhores
para a agricultura. Pode ser encontrado na porção norte de Porecatu, próximo ao Rio
Paranapanema, entre os córregos do Tenente, Capim e Rio Vermelho.
- Latossolo Roxo Eutrófico A (Latossolo Vermelho Eutroférrico Típico): solo de
moderada textura argilosa, que ocorre em relevo suave ondulado e praticamente plano. É
formado por rochas provenientes da intemperização de rochas basálticas. É ideal para uso
agrícola com excelente capacidade de retenção de água, não apresenta problemas com a
mecanização, possui fertilidade natural favorável. Encontrado na porção norte de Porecatu,
nos pontos mais baixos de cota de altitude próxima ao rio Paranapanema, entre os córregos do
Tenente, Capim e Rio Vermelho.
- Latossolo Vermelho – Escuro Distrófico A: com moderada textura média, ocorre em áreas
planas a suave-onduladas suave.
Formado dos resíduos intemperizados do arenito (Caiuá). Possui baixa fertilidade natural
suscetível à erosão, necessita de correção e adubação para manter a fertilidade. Em anos de
secas pode apresentar problemas ligados à falta de água. Encontrado na porção do município,
em todos os vales, incluindo aqueles situados na área urbana.
- Podzólico Vermelho – Amarelo Eutrófico: Formado da decomposição do arenito Caiuá,
apresenta boa fertilidade, porém, não recomendado para a agricultura, pois é suscetível a
erosão. O seu uso para pastagem é o mais indicado. Encontrado apenas na porção
setentrional-leste do município, nas divisas.
- Podzólico Vermelho – Amarelo Distrófico: Originado da decomposição do arenito Caiuá
e, em pequena proporção, do arenito Botucatu. É de baixa fertilidade e suscetível à erosão,
precisa de correção e cuidados na hora da escolha das culturas, principalmente na área ao
longo do Paranapanema, onde ocorre um período seco no inverno. Recomenda-se o uso de
pastagens para esta região. Em Porecatu, localiza-se ao sul, na divisa com o município de
Florestópolis, acompanhando o leito do Córrego do Capim.
- Terra Roxa Estruturante Eutrófica A : com moderada textura argilosa ocorrendo em
relevo suave ondulado e ondulado. Formado a partir da meteorização de rochas eruptivas.
Possui um alto potencial agrícola com moderadas restrições à erosão. É comum nesta área.
Sustenta altas produções por muitos anos, sendo as culturas de café, algodão, soja, milho,
arroz, menta, rami e cana-de-açúcar as mais comuns nessa área.
41
- A qualidade do solo interfere no modo de vida e na ocupação humana. É possível perceber
este processo no município de Porecatu? Explique.
Observe as imagens a seguir:
Figura 8 – Processos erosivos em Porecatu (Fazenda Aparecida) Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007)
- As imagens mostram um processo erosivo desencadeado no município de Porecatu na região
norte, na Fazenda Aparecida. Relacione esse processo com as características do solo, seu uso
e ocupação.
1.10 - Hidrografia de Porecatu
- A presença de cursos d’água é fator essencial para o desenvolvimento de uma região?
Justifique e dê exemplos de sua comunidade.
Rio: Curso d’água natural que deságua em outro rio, lago ou mar. Os rios levam as
águas superficiais, realizando uma função de drenagem, ou seja, escoamento das águas.
Seus cursos estendem-se do ponto mais alto (nascente ou montante) até o ponto mais
baixo (foz ou jusante), que pode corresponder ao nível do mar, de um lago ou de outro
rio do qual é afluente.
De acordo com a hierarquia e o regionalismo, os cursos d’água recebem diferentes
nomes genéricos: ribeirão, lajeado, córrego, sanga, arroio, igarapé, etc.
Fonte:
<http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/cartografia/manual_nocoes/elementos_repr
esentacao.html>. Acesso em: 20 nov. 2007.
42
Observe as imagens a seguir:
1-Córrego do Capim
2-Rio Vermelho
3-Rio Paranapanema
4-Córrego do Tenente
5-Cachoeira da Jangadinha
Figura 9 - Cursos d’água em Porecatu Fonte: Fotos 1, 2, 3 e 4 – Fotografadas por: Rosiléia Bueno (2007) Foto 5 - Museu Municipal de Porecatu (1990?)
43
O município de Porecatu está localizado entre três cursos de água que servem de limite com
os municípios vizinhos: na margem esquerda do rio Paranapanema que serve de divisor entre
os estados do Paraná e de São Paulo (Taciba), ao norte; na margem esquerda do rio Vermelho,
a leste, no limite com Alvorada do Sul e na margem direita do Ribeirão Tenente, a oeste, que
faz limite com Centenário do Sul e, ao sul, no limite com Florestópolis. Possui um variado
número de recursos hídricos, ribeirões, rios, represas e córregos, todos de caráter perene.
O rio Paranapanema, com largura média de 250 m e profundidade variada de 1 a 10 m, é seu
principal curso de água que tem como afluentes diretos, os principais mananciais dentro do
município de Porecatu, o rio Vermelho (represa), o Córrego do Tenente e o Córrego Capim,
este um divisor da zona rural e da zona urbana da porção oeste do município.
Assim, estes rios deságuam no rio Paranapanema fazendo parte desta bacia hidrográfica que
se liga à Bacia do Rio Paraná e, finalmente, à Bacia Platina.
No município há, portanto, quatro bacias hidrográficas:
a) Bacia do Córrego do Capim (102,13 km²), parcialmente canalizado, nasce no município de
Florestópolis, percorrendo-o no sentido sul-norte e tendo como afluentes o Córrego
Taquaraçu, Ribeirão das Canas e Córrego São João.
b) Bacia do Rio Paranapanema (62,99 km²) nasce no Estado de São Paulo percorre o sentido
leste-oeste e deságua no Rio Paraná. Seus afluentes dentro do município de Porecatu são: Rio
Vermelho, Córrego Central, Córrego do Retiro e Córrego da Barrinha.
c) Bacia do Córrego do Tenente (53,28 km²) nasce no município de Florestópolis percorre o
sentido sul-norte até desaguar no Rio Paranapanema. Seus afluentes em Porecatu são: Córrego
União, Córrego São José, Córrego do Boti, Córrego Santa Ana e Córrego Jangada.
d) Bacia do Rio Vermelho (47,23km²) nasce em Jaguapitã, percorre o sentido sul-norte até
desaguar no Paranapanema. Seus afluentes em Porecatu são: Córrego Palmital, Córrego do
Heitor e Córrego Olaria.
A Bacia do Rio Paranapanema encontra-se represada em decorrência da existência de oito
usinas hidroelétricas, sendo que a de Capivara está situada no município de Porecatu, na
porção nordeste e é o segundo maior aproveitamento do rio Paranapanema. Sua construção
iniciou-se em 1970 pela CESP (Companhia Energética do Estado de São Paulo) e foi
inaugurada em 1978.
Em 1999/2000 foi vendida para a trading Duke-Energy Internacional, Geração Paranapanema
SA., empresa norte-americana. Tem potência instalada de 619 MW, em oito comportas, por
onde passam 12.680 m³ de água por segundo. O reservatório da Usina corresponde a 515 km²
de área e 10,5 bilhões de m³ represados.
44
A Usina Hidrelétrica Capivara inundou uma área correspondente a 25 km² do município de
Porecatu.
A partir da década de 1990 se deu o início do parcelamento do solo às margens da represa
para a construção de chácaras de lazer, como o Condomínio Portal das Águas.
No Plano de Uso e Ocupação do Reservatório da UHE-ECOURBE há indicações do uso e da
ocupação destas áreas, e define que o loteamento deve ter 100 metros de distância da borda do
reservatório.
O zoneamento desta área segue as diretrizes contidas no Plano de Uso e Ocupação e prevê a
recuperação de matas ciliares, restauração de ecossistemas naturais, a contenção de processos
erosivos, além da constituição de Reservas Florestais Coletivas (públicas ou privadas) e
desestimula o uso urbano na borda do reservatório.
Com o intuito de ordenar as áreas numa faixa de 1 km de largura, o zoneamento estipula
quatro tipologias de uso para a borda da represa:
a) Zona de Proteção Ambiental – diz respeito à preservação ambiental e a recuperação de
áreas degradadas. São áreas em que a atividade agrícola é permitida, desde que com
práticas conservacionistas de manejo do solo e áreas para reflorestamento, com o fim
de conservação ou de recuperação ambiental. Estas áreas localizam-se próximas da
barragem, a nordeste de Porecatu, descendo no sentido sul.
b) Zona de Uso Predominantemente Rural – é uma área de proteção ambiental, com
prioridade ao uso agrícola com utilização de práticas de manejo e conservação do solo,
reflorestamento para fim conservacionistas ou recuperação ambiental, estruturas que
dão acesso à água, hotéis e pousadas para eco-turismo com área máxima de 1 000 m² e
extração mineral de acordo com a Legislação. Trata-se da área correspondente à borda
sul da represa, no município de Porecatu.
c) Zona de Desenvolvimento Turístico – ocorre nas proximidades da área urbanizada.
Permitem-se os mesmos usos da Zona Predominantemente Rural mais o parcelamento
do solo para chácaras de lazer, com 3.000 m² de área mínima de acordo com a
Legislação e com a apresentação de projeto de recuperação e estabelecimento de
ensino, cultura e saúde.
d) Zona de Expansão Urbana – área a leste do sítio urbano, até as bordas da represa, após
a Zona de Desenvolvimento Turístico, com usos iguais.
45
Mapa 14 – Zoneamento da Orla da Represa Fonte: PORECATU - Plano Diretor (2006, p. 73)
- Quando ocorreu o processo de colonização do município os rios eram fatores preponderantes
na divisão dos lotes rurais. Hoje, como esses rios interferem nas atividades dos moradores do
seu município?
Observe o mapa das principais bacias hidrográficas do Estado do Paraná a seguir:
Mapa 15– Paraná – Hidrografia Fonte: IPARDES.
Organizado por: Emiliana Alves da Silva (2007)
- Em qual das bacias hidrográficas o município de Porecatu se localiza?
46
Observe no mapa a seguir a hidrografia do município de Porecatu:
Mapa 16 – Porecatu – Hidrografia Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p.34)
- Destaque o(s) manancial (is) de Porecatu.
- Verifique se sua cidade está à jusante ou à montante deste manancial.
- Existe em seu município sistema de tratamento de água e esgoto?
- Em seu município são desenvolvidos projetos de recuperação das bacias hidrográficas?
Descreva sua localização.
- Caso não existam projetos de recuperação, identifique os rios nos quais são jogados os
resíduos e esgoto.
- Em quais aspectos socioeconômicos e culturais os rios interferem na vida dos munícipes?
47
1.11 - Clima
Observe o mapa a seguir:
Mapa 17– Paraná – Clima Fonte: <http://200.201.27.14/Sma/Cartas_Climaticas/Classificacao_Climatica.htm>. Acesso em: 20 nov.
2007.
- Com base no Mapa 17 identifique o tipo climático de Porecatu.
1.11.1 - Clima de Porecatu
O clima de Porecatu, segundo a classificação de Köeppen, é do tipo CFA, sendo subtropical
úmido mesotérmico, com verões quentes e geadas pouco freqüentes e tendência de
concentração de chuvas nos meses de verão, sem estação seca definida.
A média das temperaturas nos meses mais quentes é superior a 22 graus centígrados e a dos
meses mais frios é inferior a 18 graus centígrados. O município tem como média anual de
48
temperatura de 21ºC a 22ºC, sendo fevereiro o mês mais quente, com temperatura média de
24ºC e junho o mês mais frio, com média de 17 ºC a 18 ºC.
Chove em média de 1400 a 1600 mm ao ano. A média de dezembro, mês mais chuvoso, é de
190 a 230 mm no mês de dezembro, junho, julho e agosto são os meses mais secos. A
umidade relativa do ar tem uma média anual de 70%.
Segundo dados do Instituto Agronômico do Paraná (IAPAR), os ventos predominantes na
região próxima a Porecatu provêem do Leste, Sudeste e nordeste como direção de maior
freqüência anual, com as maiores médias de velocidade (3m/s) registradas nos meses de
setembro a outubro.
Pela posição geográfica ocupada, nosso estado normalmente se encontra sob o domínio da
circulação dos anticiclones do Atlântico que movimentam, durante o inverno, as massas de ar
de alta pressão (ar frio) da Zona Polar para a Região Norte, e, durante o verão, as de baixa
pressão da Zona Equatorial e Tropical Atlântica para a região Sul.
Os ventos alísios que sopram durante todo o ano e a corrente marítima quente do Brasil que
tornam o ar marítimo mais úmido e com temperaturas mais estáveis também são fatores que
influenciam o clima subtropical do Paraná, dividido basicamente em dois tipos climáticos:
- Cfa – Subtropical Úmido Mesotérmico, abrange as porções Centro Norte, Nordeste,
Sudoeste, Oeste, Vale do Ribeira e proximidades da Serra do Mar.
- Cfb – Subtropical Úmido Mesotérmico, abrange a maior parte do Primeiro Planalto e as
porções mais elevadas do Segundo e Terceiro Planalto, no Centro-Sul e Sudoeste do Paraná.
- Com base nos mapas, no texto e nos conhecimentos sobre o clima de Porecatu e do Paraná,
discorra sobre a importância do clima na organização dos arranjos espaciais do município.
O painel têmporo-espacial analisa a variabilidade da precipitação de um lugar, no caso
Porecatu, para o conhecimento da chuva, fator importante para o planejamento do uso e
ocupação do solo em um município agrícola, com dados mensais e anuais, fornecidos pela
Superintendência de Desenvolvimento dos Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental-
SUDERHSA, do Paraná.
Observe a seguir o painel têmporo-espacial de Porecatu:
49
1980
1981
1982
1983
1984
1985
1986
1987
1988
1989
1990
1991
1992
1993
1994
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
jan
fev
mar
abr
mai
jun
jul
ago
set
out
nov
dez
Anos
Meses
Variabilidade pluviométrica no Município de Porecat u / Pr- 1980 a 2006.
0-50 50-100 100-150 150-200 200-250 250-300 300-350 350-400 400-450 450-500
Fonte: Dados fornecidos pela Suderhsa
Organizado por: Deise Fabiana Ely e Rosiléia Bueno (2007)
- Destaque no painel os meses em que têm inicio as estações do ano.
- Identifique a estação mais seca e a mais chuvosa.
- Na série apresentada, qual foi o ano mais seco e o mais chuvoso?
1.11.2 - Estações do ano
Complete o quadro a seguir das estações do ano:
Porecatu Europa Município: Hemisfério Sul Continente: Hemisfério Norte 20/21 de março: Equinócio de outono.
20/21 de março: Equinócio de Primavera.
22/23 de junho: Solstício de Inverno. 22/23 de junho: Solstício de Verão. 22/23 de setembro: Equinócio de Primavera.
22/23 de setembro: Equinócio de Outono.
Como grande parte do Brasil se encontra nas zonas equatoriais e tropicais, as diferentes estações do ano não apresentam características definidas, com exceção de parte dos estados do sul.
Como a Europa fica na zona climática temperada, as quatro estações são bem definidas, expressando-se de maneira marcante na paisagem.
50
Enquanto em Porecatu é __________ Na Europa é _____________ Verão: Os dias são mais longos e quentes, é maior a incidência dos raios solares, devido à inclinação do eixo da Terra. Estação chuvosa. Presença de aves migratórias.
Inverno: Os dias são mais curtos e mais frios, é menor a incidência dos raios solares, devido à inclinação do eixo da Terra. Marcado pelas temperaturas negativas e pela presença de neve.
Inverno: Os dias são mais curtos, as temperaturas mais baixas e podem ocorrer geadas. Durante a estação, alguns dias são quentes. A temperatura média mínima mais baixa é 13,2C°, no mês de julho. Junho, julho e agosto são os meses menos chuvosos. É a época dos girassóis e da erva de São João.
Verão: Os dias são mais longos e quentes, geralmente chuvosos nos meses de junho, julho e agosto.
Outono: Inicia-se com os dias e as noites tendo a mesma duração, depois os dias começam a ficar mais curtos. Algumas árvores perdem as folhas, como é o caso dos Ipês. A temperatura é amena. É a passagem do verão para o inverno.
Primavera: Os dias começam a ficar mais longos. As folhas e as flores mais viçosas e há o retorno dos animais que migraram no inverno. É a passagem do inverno para o verão.
Primavera: As noites e os dias têm a mesma duração inicialmente, depois os dias se tornam mais compridos. A temperatura começa a esquentar em setembro. Há o florescimento das árvores. Aparece a flor de finados e os Ipês ficam floridos. É a passagem do inverno para o verão.
Outono: A temperatura começa a cair, os dias vão ficando mais curtos e os animais migram em busca de lugares mais quentes. É a passagem do verão para o inverno.
Quadro 1 – Estações do ano no Hemisfério Sul e Norte
- Correlacione a variabilidade climática apresentada com as atividades socioeconômicas e
culturais desenvolvidas no seu município.
51
TEMA 2: ARRANJOS TERRITORIAIS
Objetivo geral
- Compreender a geograficidade inerente aos arranjos espaciais.
Objetivos específicos
- Reconhecer e identificar as características inerentes à estrutura urbana e rural, analisando, por meio de conceitos, o uso e ocupação do solo a partir da distinção da espacialidade de ambas as áreas.
- Analisar e compreender conceitualmente a distribuição espacial das zonas de ocorrência de
serviços públicos essenciais à qualidade de vida da população como água encanada, rede de
esgoto, coleta de lixo, rede elétrica, asfalto, entre outros.
2 - ARRANJOS TERRITORIAIS
2.1 - Estrutura fundiária e relações de trabalho no campo
Analise a imagem a seguir.
Figura 9 - Vista parcial do município de Porecatu Fonte: Prefeitura Municipal (2006)
52
- A imagem da Figura 9 apresenta uma vista parcial do município de Porecatu. Elabore um
texto descrevendo, com o máximo de detalhe possível, a paisagem retratada, como se fosse
apresentá-la a quem não possui o sentido da visão.
- A imagem evidencia que uma parte significativa da paisagem de Porecatu é composta por
áreas de cultivo. Qual a importância da agricultura para o desenvolvimento sócio-econômico e
cultural do seu município? E para você?
- Faça um levantamento dos produtos agrícolas produzidos no seu município, em seguida,
faça uma lista dos mesmos.
- A partir dos arranjos espaciais contidos na imagem, indique quais são característicos do
espaço rural.
2.2 - Agricultura
A agricultura brasileira continua um setor econômico estratégico, apesar da sua participação
na formação do PIB (Produto Interno Bruto) ter diminuído com a intensificação da
industrialização. Assim, com o avanço tecnológico somado aos investimentos no processo
agrícola houve a alteração do modo de produção e da produtividade, pois as tecnologias
intensamente usadas na (re)produção do espaço urbano também disseminaram-se no rural e,
conseqüentemente nas atividades agrárias, influenciando também a (re)produção do espaço
rural. Em função das grandes perspectivas de lucros, as grandes empresas nacionais e
internacionais investem na criação, na produção e distribuição de implementos e insumos
agrícolas para o incremento da produtividade de alimentos e matérias-primas oriundas do
campo.
O crescimento da agricultura brasileira não é uniforme em todo território, há diferenças
quanto ao tamanho da propriedade, uso do solo, relações de trabalho, acesso e uso de
tecnologias, entre outros.
O pequeno proprietário, na maioria das vezes, dispõe de poucos recursos financeiros para
produção que, em geral, é destinada ao mercado interno pois produzem principalmente
alimentos. Isso ocorre porque são poucas as políticas voltadas para apoiar estes produtores
rurais. Por outro lado, o grande proprietário produz, geralmente, para o comércio externo ou
para a indústria e tem uma infra-estrutura capaz de produzir em maior quantidade. Isso
acontece porque, em geral, são os grandes proprietários rurais que possuem acesso a políticas
públicas voltadas para a agricultura.
53
A busca por maior produção e altos rendimentos demanda o uso intensivo de fertilizantes,
defensivos, máquinas e equipamentos agrícolas, além de financiamentos, seleção de sementes,
pesquisa agropecuária e transporte. Assim, para movimentar todo esse circuito capitalista
verifica-se maior incentivo do Estado para culturas de exportação em detrimento da produção
voltada ao mercado interno.
A exportação brasileira de produtos do setor primário é expressiva e diversificada. Hoje, os
principais produtos exportados são: café, suco de laranja, grão, farelo e óleo de soja, açúcar,
fumo e cigarros, papel e celulose, carnes bovina, suína e de aves.
A exportação de produtos brasileiros se depara com as barreiras comerciais, fiscais e
sanitárias que existem em alguns países em relação aos nossos produtos, que alegam proteger
seus interesses econômicos, o que faz com que os mesmos sofram um aumento do preço no
mercado interno provocando redução no nível de consumo da população do país.
São várias as problemáticas enfrentadas pela agricultura brasileira:
- O uso de produtos químicos na agricultura para o combate às pragas que pode ser nocivo à
vida humana, dependendo de sua concentração e tempo de contato. Em especial interferem na
vida das pessoas que estão expostas de forma mais direta a eles, como os trabalhadores rurais
e populações que moram nas áreas próximas às plantações, além de poderem influenciar no
surgimento de doenças nos consumidores finais dos produtos. A utilização dos agrotóxicos
causa mutação de vários seres vivos e polui o solo e os cursos d’água.
- No Brasil, cerca de 80% do uso de agrotóxicos concentra-se nos Estados do Sul e no de São
Paulo.
- O desgaste do solo que ocorre com as queimadas e sucessivas plantações, ocasionando o
processo erosivo do solo por perda da fertilidade ou a sua contaminação com os produtos
químicos para a recuperação da fertilidade.
- As áreas monocultoras que, por utilizarem maquinários, dispensam mão-de-obra
aumentando o desemprego no campo e o êxodo rural, além disso, podem prejudicar o solo
compactando-o.
- A produção de subsistência e ou agricultura camponesa, em muitos casos, é insuficiente para
alimentar as famílias.
Enfim, se fazem necessários uma reestruturação do espaço agrícola brasileiro, ampliação de
políticas públicas voltadas ao pequeno proprietário para que o mesmo tenha oportunidades
reais de ampliação do processo produtivo.
A agropecuária brasileira responde por 12% do PIB nacional, quando analisamos o valor da
produção, porém, quando se considera o agronegócio que é a soma total das operações de
54
produção, distribuição de insumos e novas tecnologias agrícolas, incluindo o processamento e
distribuição dos produtos agrícolas e derivados, a participação alcança mais de 43% da
balança comercial, representando 1/3 do PIB nacional da agricultura.
A agricultura é uma das principais atividades econômicas do Estado do Paraná e do município
de Porecatu. Em ambos predominam, na maioria dos casos, culturas comerciais e o intenso
uso de tecnologia por meio do emprego de máquinas e dos produtos químicos, caracterizando
a prática da agricultura moderna.
As culturas agrícolas desenvolvidas em Porecatu são a de grãos (milho, soja, trigo) e da cana-
de-açúcar para a produção de açúcar e álcool, principal exploração agrícola do município, em
área colhida, valor e produtividade.
Observe a tabela a seguir:
PORECATU
PRINCIPAIS EXPLORAÇÕES AGRÍCOLAS (2004)
PRODUTO VALOR EM R$ 1.000,00
ÁREA (HA) PRODUTIVIDADE
MÉDIA KG/HA
Cana-de-Açúcar 27.383 12.663 72.083
Soja 2.794 1.940 1.800
Milho 2.360 2.329 3.897
Trigo 972 937 2.880
Café 792 231 1.013
Algodão Herbáceo 527 200 2.025 FONTE: IPARDES (2004) apud Plano Diretor de Porecatu (2006)
Tabela 2 – Porecatu – Produtos agrícolas mais produzidos
- A Tabela 2 apresenta indicadores sobre os produtos agrícolas mais produzidos em Porecatu
em termos de valores, área ocupada e produtividade. Contudo, sabemos que outros
importantes produtos também são produzidos, como é o caso dos alimentos produzidos pelos
pequenos produtores. Por meio entrevistas, faça um levantamento da produção agrícola destes
últimos, bem como de suas dificuldades.
2.3 - Conhecendo a estrutura agrária do seu município.
Analise a tabela a seguir:
55
Tabela 3 - PORECATU
CONDIÇÕES DO PRODUTOR NO MUNICÍPIO (1970/1980/1985/1995)
ANO / ÁREA E NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS
1970 1980 1985 1995 CONDIÇÃO
nº. ÁREA (ha) nº.
ÁREA (ha) nº.
ÁREA (ha) nº.
ÁREA (ha)
PARCEIROS 14 202 1 29 3 117 6 159
PROPRIETÁRIOS 122 28.412 69 25.341 106 23.495 56 26.180
ARRENDATÁRIOS 9 89 4 98 25 1.688 8 586
OCUPANTE --- --- --- --- 23 85 --- ---
TOTAL 145 28.703 74 25.468 157 25.385 70 26.925 FONTE: IBGE, apud Plano Diretor (2006)
Com base na analise da estrutura agrária do município verifica-se uma queda no número de
estabelecimentos, as 145 propriedades existentes em Porecatu, em 1970 foram reduzidas a 70
em 1995. Enquanto isso há uma expansão da área arrendada no mesmo período, que cresceu
de 89 ha para 586 ha.
Quanto ao número de proprietários ocorreu uma redução, passou de 122, em 1970, para 56,
em 1995, assim como também ocorreu com a área ocupada por eles, que foi reduzida, em 7,85
%, ou seja, de 28.412 ha passou para 26.180 ha. Com base nos dados apresentados pode-se
afirmar que houve no município, desde 1970, uma diminuição do número de proprietário de
terras que indica a expulsão dos trabalhadores rurais do campo.
- O que ocorreu com as ocupações no campo desde 1970?
- Quais foram os fatores responsáveis por essas mudanças?
Tabela 4 - PORECATU
UTILIZAÇÃO DAS TERRAS PARA AGRICULTURA
Anos: 1970/1980/1985/1995
ÁREA (ha.) DISTRIBUIÇÃO
1970 1980 1985 1995 LAVOURAS TEMPORÁRIAS 9.171 12.425 14.169 LAVOURAS PERMANENTES 8.417 3.151 1.069
12.761
PASTAGENS NATURAIS 1 1.164 220 PASTAGENS PLANTADAS 7.496 6.188 7.344
8.666
MATAS NATIVAS 1.702 1.217 973 REFLORESTAMENTO 477 582 561
1.192
TEMPORÁRIAS EM DESCANSO --- 126 PRODUTIVAS NÃO UTILIZADAS
518 27 31
2.192
TOTAL 28.704 25.469 25.386 26.925 FONTE: IBGE, apud Plano Diretor (2006).
56
A transformação da utilização das terras nos lugares altera a vida das pessoas que moram no
campo e na cidade. Isso porque dependendo da utilização que se faz, mais ou menos pessoas
trabalham no campo, trabalhadores são contratados ou expulsos, aumentando ou diminuindo
o nível de consumo de produtos nas cidades que, por sua vez, pode ter a sua economia
aquecida ou abalada, atraindo ou expulsando populações.
Com base nos dados apresentados na Tabela 4, faça uma análise da utilização das terras para
a agricultura em Porecatu no período associando-a com as transformações na vida das
pessoas do município.
- Com base nos dados da Tabela 4 - relacione os produtos agrícolas produzidos em cada tipo
de uso de terras.
- A produção agrícola do seu município está voltada para atender o mercado local ou outros
mercados?
- Indique as implicações sociais e ambientais das atividades agrícolas do seu município.
- Dos alimentos que você consome, quais são produzidos no seu município?
2.4 - Concentração fundiária do Paraná
Mapa 18 - Estrutura Agrária do Paraná
Fonte: IAPAR (2005?)
57
- Observe o Mapa 18 que apresenta a estrutura agrária do Paraná e descreva a concentração
fundiária no estado.
- Estabeleça hipóteses sobre a espacialidade da estrutura agrária do estado e as debata em sala
de aula.
Observe a tabela a seguir:
Tabela 5 - PORECATU: DISTRIBUIÇÃO DOS ESTABELECIMEN TOS AGRÍCOLAS
POR MÓDULOS FUNDIÁRIOS. 1970/1975/1980/1985/1995
FONTE: IBGE apud Plano Diretor de Porecatu (2006).
De acordo com os dados da Tabela 5 (IBGE) a distribuição dos estabelecimentos agrícolas
por área também se modificou. Em 1970, eram as faixas de 20-50 ha que concentravam o
maior número de estabelecimentos (26%) e os estabelecimentos até 100 ha perfaziam um total
de 71,73%, passando para 54,28%, em 1995. O número de estabelecimento no qual se verifica
crescimento é aquele acima de 100 ha, de 28,29%, em 1970, passaram para 45,70%, em 1995.
A diminuição do número de estabelecimentos agrícolas, com conseqüente aumento da área
ocupada pelos estabelecimentos deu-se juntamente com a substituição das culturas
permanentes como a do café por temporárias, como a cana-de-açúcar e a soja, indicadores da
expulsão dos trabalhadores rurais, pois estas culturas exigem menos mão-de-obra.
- A Tabela 5 permite identificar a concentração fundiária do seu município. A visualização
dos níveis de concentração poderá ser obtida por meio de um gráfico de colunas do período.
Construa-o a partir dos dados da tabela.
- Com base no gráfico, faça uma análise da concentração fundiária do seu município.
MÓDULOS Nº. DE ESTABELECIMENTOS (ha.) 1970 % 1975 % 1980 % 1985 % 1995 % 0-5 2 1,38 1 1,35 3 4,05 41 26,11
5/out 16 11,03 2 2,7 2 2,7 4 2,55 6 8,57
out/20 34 23,45 6 8,11 8 10,81 14 8,92 20-50 39 26,9 21 28,38 23 31,08 39 24,84 50-100 13 8,97 9 12,16 7 9,46 16 10,19 32 45,71
100-200 8 5,52 7 9,46 4 5,41 14 8,92 11 15,71 200-500 13 8,97 11 14,86 11 14,86 14 8,92 6 8,57 500-1000 12 8,28 7 9,46 7 9,46 7 4,46 1000-2000 8 5,52 8 10,81 9 12,16 8 5,1 11 15,71
2000-5000 --- --- 2 2,7 --- --- --- --- 4 5,71 TOTAL 145 100 74 100 74 100 157 100 70 100
58
Você sabia que em uma única propriedade rural pode haver vários estabelecimentos rurais?
Para compreender isso leia o texto e analise o Esquema 1 a seguir.
Esquema 1 – Exemplos de estabelecimentos e propriedades rurais
Vários estabelecimentos (1, 2, 3 e 4) rurais numa só propriedade (X).
Várias propriedades constituindo um (A, B, C e D) único estabelecimento rural (5).
Organizado e Elaborado por: FERREIRA (2007)
- Com base no exposto, analise o gráfico da estrutura fundiária de Porecatu, procure
relacionar seus dados com os da Tabela 4 sobre a utilização das terras do município para a
agricultura (1970-1995).
- Escreva as conclusões às quais se pode chegar em relação ao uso das terras e a estrutura
fundiária no período.
2.5 - Uso do solo
Observe a Tabela a seguir:
Tabela 6 – Porecatu - Empregos gerados no campo (1995)
PESSOAL OCUPADO NO CAMPO Total Total de homens Homens menores de 14
anos Total de mulheres
Mulheres menores de 14 anos
1.453 1.140 7 313 7
Estabelecimento rural – supõe uma divisão de áreas baseada em critérios
econômico-administrativos, ou seja, uma área explorada por um único administrador.
Propriedade rural – unidade de terra com título de propriedade, supõe
reconhecimento jurídico do direito de propriedade. (Profa. Dra. Eliane Tomiasi
Paulino – Universidade Estadual de Londrina/Departamento de Geociências).
1 2
3 4
X A B
C D
5
59
Fonte: IBGE (1996) Organizada e elaborada por: Rosiléia Bueno
- Estabeleça hipóteses para explicar os dados da Tabela 6 e estabeleça um debate sobre os
mesmos na sala de aula.
2.5.2 - Estatuto da Terra
A desigual distribuição da terra no Brasil data da época das Capitanias Hereditárias e da Lei de Terras de 1850. Essa distribuição sempre gerou conflitos entre proprietários e não-proprietários e resultou no Estatuto da Terra, Lei nº. 4504, de 30 de novembro de 1964, criado durante o regime militar. Este documento objetivava uma reforma agrária e uma política agrícola, reavaliando a estrutura fundiária brasileira devido às tensões no meio rural e o receio do governo e dos grandes proprietários de uma revolução camponesa. Foi uma estratégia para acalmar os camponeses e tranqüilizar os grandes proprietários de terra. Em relação à reforma agrária, ela não ocorreu efetivamente, houve uma mera distribuição de terras com pouca ou nenhuma estrutura de produção em escala. Já a política agrícola obteve atenção especial do governo que priorizou o desenvolvimento capitalista da agricultura moderna e mecanizada e o agronegócio que alcança resultados expressivos na balança comercial. De acordo com o Estatuto da Terra, os estabelecimentos rurais devem ser classificados segundo a sua função social, que é alcançada quando favorece o bem-estar dos proprietários, trabalhadores e família dos que nela trabalham, mantendo níveis satisfatórios de produtividade, assegurando a conservação dos recursos além de observar as disposições legais reguladoras das relações de trabalho entre os que a possuem e os que a cultivam. Quanto à dimensão, o Estatuto da Terra define as classificações dos imóveis em: I-Imóvel rural: área que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer através do setor público quer através de iniciativas privadas.
2.5.1 - Estatuto do Trabalhador Rural
Em 02 de março de 1963 foi aprovado o Estatuto do Trabalhador Rural, Lei nº.4.214, que
dispõe sobre as regulamentações das relações de trabalho no campo até então não cobertas
pela legislação trabalhista.
Outorgava aos trabalhadores rurais os mesmos direitos do trabalhador urbano: remuneração
semanal, direito ao salário mínimo, aposentadorias por velhice ou invalidez, assistência
médica e à maternidade, auxílios doença e funeral, entre outros.
Esta medida influenciou na ocupação rural. Com a alegação de alto custo para a
manutenção dos empregados, os fazendeiros reduziram o número de trabalhadores
ampliando o desemprego no campo e o êxodo rural.
60
II-Propriedade familiar: o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado pelo agricultor e
sua família, lhes absorva toda a sua força de trabalho, garantindo-lhes a subsistência e o
progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de
exploração, e eventualmente trabalho com terceiros.
III-Minifúndio: o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar.
IV-Latifúndio:
Por dimensão: imóvel rural que exceda a seiscentas vezes o módulo rural para a área
onde se localiza.
Por exploração: imóvel rural menor que seiscentas vezes o módulo rural e tendo área
igual ou superior à dimensão do módulo de propriedade rural, seja mantido ou
inadequadamente explorado de maneira a não poder ser classificado como empresa rural.
V-Empresa rural: é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada que
explore econômica e racionalmente o imóvel rural. Dentre atividades realizadas no imóvel
rural estão as áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e artificiais e as áreas ocupadas
com benfeitorias. Possui de 1 a 600 módulos rurais de área.
VI-Módulo rural: unidade de medida em hectares que deve corresponder à propriedade
familiar; imóvel que explorado pelo agricultor e sua família garanta-lhes a subsistência e o
progresso social e econômico em área estabelecida de acordo com as características da região
onde está localizada.
Fonte: <www.planalto.gov.br/publi_04_colecao/REFAGR_3HTM>. Acesso em: 15 out. 2007.
- Com base nos dados e informações anteriormente apresentados, analise a tabela a seguir:
Tabela 7 - Evolução da população do município
ANO POPULAÇÃO URBANA POPULAÇÃO RURAL TOTAL GERAL
1960 5.160 15.616 20.776
1970 7.252 15.025 22.277
1980 13.205 8.264 21.469
1991 11.961 5.141 17.102
2000 12.372 3.509 15.881
FONTE: Censos Demográficos do IBGE apud Plano Diretor (2006)
- A partir dos dados mostrados na Tabela 7, construa um gráfico de linhas.
– Verifique os dados do gráfico, indique em que década a população urbana ultrapassou a
população rural.
61
- Explique em linhas gerais quais mudanças ocorreram na forma de produção agrícola no seu
município desde sua fundação até os dias atuais.
- Como a modernização da agricultura modifica o processo de produção agrícola?
- Estabeleça a correlação entre o uso do solo, estrutura fundiária, trabalho no campo e
distribuição populacional campo-cidade.
- Que conseqüências a modernização da agricultura provocou na distribuição da população
urbana e rural brasileira?
-Quais as influências sociais e econômicas do emprego da biotecnologia na agricultura?
2.6 - Estrutura urbana
Observe o mapa a seguir:
Mapa 19– Porecatu – Zoneamento Urbano Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 69)
Nas cidades existe uma divisão entre as áreas residenciais, comerciais e industriais, esta é
elaborada a partir de uma ação do poder público municipal denominada zoneamento urbano,
um de seus objetivos é o desenvolvimento e (re)organização planejados da cidade,
fundamental para o seu adequado funcionamento e para a qualidade de vida dos munícipes.
62
- Com base no Mapa 19 identifique as áreas que possuem diferentes usos em sua cidade e
analise a lógica de sua organização espacial.
Leia atentamente o quadro a seguir sobre o uso do solo urbano de Porecatu:
2.6.1 - Zoneamento urbano: Divisão de áreas objetivando a reorganização espacial de
uma cidade, como forma de diferenciar as áreas e os fins a que se destinam. Assim,
encontramos: zona residencial, zona comercial, zona industrial, zona mista, entre outras.
Fonte: <http://www.geocities.com/geografiaonline/dicionario.html#Z>. Acesso em: 20 set. 2007
Zoneamento urbano:
Divisão da área urbana em zonas diferenciadas de uso e ocupação do solo, objetivando a
reorganização espacial de uma cidade. Encontramos usos: residencial, comercial,
industrial, de serviços, preservação permanente e usos mistos. Os usos podem ser
permitidos, permissíveis, tolerados ou proibidos.
Zona de proteção permanente: local de preservação permanente, só podem ser realizadas
obras nessa área para a manutenção das já existentes e estabelecimento de serviços de
infra-estrutura.
Permitidos: usos adequados ao lugar.
Permissíveis em zonas residenciais: passíveis de serem admitidos com a anuência de 75%
de, no mínimo, oito vizinhos.
Permissíveis em zonas comerciais e industriais: passíveis de serem atendidos mediante
parecer técnico favorável do órgão municipal de planejamento e aprovação obrigatória do
Conselho do Plano Diretor.
Tolerados em zonas residenciais: admitidos com a anuência de 75% de, no mínimo, oito
vizinhos, aprovação do Conselho do Plano Diretor e, se necessário, a elaboração de um
EIV-Estudo Prévio de Impacto de Vizinhança.
Tolerados em zonas industriais e comerciais: admitidos mediante EIV apresentado pelo
interessado e assinado por profissional habilitado junto ao Conselho de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia (CREA), de conclusão favorável e aprovação, por maioria, do
Conselho do plano Diretor.
De acordo com o Estatuto da Cidade, o processo de zoneamento é uma estratégia baseada
no modelo de cidade ideal, traduzidos em índices como taxa de ocupação, coeficiente de
aproveitamento, tamanhos mínimos dos lotes etc. Esse modelo foi formulado pelos países
centrais de onde veio a teoria de zoneamento.
63
Quadro 2 - Lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano Características de Uso do Solo Urbano no Distrito Sede de Porecatu
Zonas Permitidos Permissíveis Tolerados Proibidos
ZR 1
Residencial Unifamiliar, Multifamiliar horizontal e vertical,
Comércio e Serviço Vicinal
Comércio e Serviço Geral
Comércio e Serviço Especial Tipo A e B
Indústria tipo A
Comércio e Serviço Especial Tipo C
Indústria tipo B
ZR 2 Residencial Unifamiliar
Comércio e Serviço vicinal quando exercido na própria residência.
Todos os demais
ZCS 1
Residencial Unifamiliar, Multifamiliar horizontal e vertical.
Comércio e Serviço Vicinal
Comércio e Serviço Geral
Comércio e Serviço Especial do Tipo A e B
Indústria Tipo A
Comércio e Serviço Especial Tipo C
Indústria tipo B
ZCS 2
Comércio e Serviço Vicinal
Comércio e Serviço Geral
Comércio e Serviço Especial do Tipo A
Indústria tipo A
Comércio e Serviço Especial do Tipo B
Indústria tipo B
Comércio e Serviço Especial Tipo C
ZI
Comércio e Serviço Vicinal
Comércio e Serviço Geral
Comércio e Serviço Especial do Tipo A, B
Indústria Tipo A
Habitação (1) Comércio e Serviço Especial Tipo C
Indústria Tipo B Todos os demais
Zonas Uso Permitido Especificidade de Uso Uso
Proibido
ZPP 1 - Preservação permanente. Cursos de Água e Nascentes
Preservação ambiental
• Matas • Estações de bombeamento de esgotos, estação de tratamento de água e esgotos, dissipadores de energia de rede de drenagem, pontes, desde que aprovados pelo Conselho do Plano Diretor Municipal e licenciados pelo órgão competente do Poder Executivo municipal.
Todos os demais
ZE 1 - Praça Serviço
Atividades lúdicas concernentes a praça e comércio vicinal, desde que aprovado pelo Conselho do Plano Diretor Municipal e pelo órgão municipal de planejamento.
ZNE Hortas, jardins, parques.
Atividades que não impliquem em edificações de qualquer natureza
Todos os demais
(1) moradia para guarda e vigilância. Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006)
64
Com base no exposto, responda as questões a seguir:
- Qual a importância do zoneamento urbano para os moradores de uma cidade?
- Quais os objetivos do zoneamento urbano?
- A delimitação de áreas no processo de zoneamento urbano obedece a um planejamento ou
ocorre espontaneamente?
- Reflita sobre os objetivos que fundamentaram a criação das diferentes áreas no zoneamento
urbano.
2.7 - As origens de Porecatu
O Norte do Paraná foi colonizado pela Companhia de Terras Norte do Paraná, criada em 1925
pela Paraná Plantation Ltda., de origem inglesa, liderada por Lord Lovat.
A Paraná Plantation, por meio da Companhia de Terras Norte do Paraná, criou 65 centros
urbanos, como Maringá e Londrina na condição de cidades pólos. O objetivo da implantação
destes centros urbanos era dar suporte às vendas das terras, pois os potenciais compradores
somente seriam atraídos se houvessem núcleos urbanos com recursos mínimos, como
entreposto comercial, centro religioso e serviços básicos de saúde e educação. A comarca de
Londrina abrangia todo o Norte Novo do estado. Na esteira desse grande projeto de
colonização, surgiram outras inúmeras cidades, fora da área de domínio da Companhia e, por
iniciativa de outros colonizadores, como é o caso de Porecatu que foi colonizado por uma
família de italianos – Família Lunardelli – provenientes de Catanduva, município do interior
paulista, que viram em Porecatu a possibilidade de expansão da cultura cafeeira.
Não há no município documentos que comprovem a ascendência da população porecatuense.
A partir de conversas com a comunidade, verifica-se que a composição étnica da população
caracteriza-se principalmente por imigrantes italianos e alguns alemães. Quanto a migrantes
internos, a maioria são mineiros e paulistas e, em menor número, nordestinos que vieram em
busca da propriedade da terra ou para trabalhar nas propriedades dos colonizadores.
Porecatu foi colonizado e desenvolvido, primeiro com a cultura do café e, a partir de 1942,
desenvolveu-se o plantio da cana-de-açúcar com a construção da Usina Central do Paraná,
produtora de açúcar e álcool.
O início de sua ocupação deu-se em 1940. Os Lunardelli deram nome ao primeiro povoado de
Brasília. Porém, em 30 de dezembro de 1943, ao ser elevado à categoria de Distrito Judiciário
65
passou a se chamar Porecatu, nome escolhido pelos Lunardelli em função de sua admiração
pela natureza. Porecatu significa Salto Bonito, na língua tupi-guarani. Em 10 de outubro de
1947 foi elevado à categoria de município. O aniversário de Porecatu é no dia 08 de
dezembro, dia da Emancipação Política do Município.
2.8 - Guerra de Porecatu
O Norte Novo do estado do Paraná foi colonizado pela ação da Companhia de terras norte do
Paraná, de capital inglês. Este processo de colonização objetivava lucros imobiliários, assim,
comprava-se a preços baixos terras férteis de difícil acesso e se investia na extensão
ferroviária São Paulo-Paraná para revendê-las com altos lucros.
Entretanto, a região de Porecatu, localizada acima do limite da Companhia de Terras Norte do
Paraná ficou inóspita até a década de 1940, quando iniciaram o processo de colonização com
predomínio de grandes fazendas cafeicultoras.
O primeiro requerimento de legitimação de posse da terra, aonde Porecatu viria a se instalar,
data de 29 de fevereiro de 1891. A área era chamada Fazenda Floresta ou Ribeirão Vermelho
(146.475 ha) tendo sido oficializada em 16 de março de 1896 quando já havia passado por
sucessivas vendas até Dona Escolásticas Melchert da Fonseca ser dona, lotear e vendê-la a
fazendeiros paulistas. Até então, as terras dessa região permaneciam incultas, o que
possibilitou uma outra justificativa de posse desta mesma terra através do Grilo Ribeirão
Vermelho (217.277,5 ha) que foi indeferida pelo governo (01/08/1894) pela precariedade dos
documentos.
Mesmo não sendo legítima essa posse de terra, ela foi vendida ocasionando ações jurídicas e
violência na disputa da propriedade.
Nessa época, o governo vendia terra para companhias particulares e lhes transferia os
encargos do processo de colonização. As concessões eram de até 50.000 ha, divididos em
lotes de 5 a 25 ha vendidos a colonos nacionais ou estrangeiros. Se o colono ou a
concessionária não cumprisse com o contrato, as terras retornavam ao domínio do Estado.
As terras devolutas da área de Porecatu foram objeto de seis concessões cada uma com
extensão de 50.000 ha que com, transações posteriores, constituíram a concessão Antonio
Alves de Almeida com 300.000 ha dando origem a grandes latifúndios improdutivos com
transações de altos lucros.
Essa situação perdurou até o governo de Vargas que estabeleceu políticas voltadas às
pequenas propriedades. Encontraram no Paraná terras com problemas de grilagem, com
situações irregulares, outras possuíam documentação, porém, eram improdutivas.
66
Uma das medidas tomadas no tocante à questão da terra foi a de regulamentar a concessão das
terras devolutas e a legitimação daquelas que apresentava irregularidades legais.
Essa ação possibilitou o retorno de vários alqueires das posses anuladas ao Estado.
Essas ações poderiam ser revalidadas por direito, o que intensifica os processos de compra e
revalidações de terra a partir de 1940 com limite máximo de 2.400 ha para áreas a serem
regularizadas.
Durante o governo de Vargas, o interventor Manoel Ribas loteou 120 mil ha das terras
devolutas existentes no norte do Paraná: em Porecatu, Centenário do Sul, Jaguapitã e
Guaraci e atraiu mão-de-obra paulista, mineira e nordestina em busca de um lote na região.
Para adquirir o lote, bastava escolhê-lo e o requerer à Comissão Mista de terras.
Depois se derrubava a mata, plantava, produzia, pagava os impostos e, durante seis anos,
devia-se viver na área para requer o título definitivo da propriedade.
A perspectiva de conseguir terras férteis foi um fator de atração para centenas de
trabalhadores que deixaram para trás sua cidade, seu estado nos quais muitos eram pequenos
proprietários de terras ou colonos.
Nesse processo, muitos posseiros acabaram por ocupar terras particulares e vice-versa,
gerando tensão na região.
Uma parte da região de Porecatu, no limite da concessão Antonio Alves de Almeida, foi
requerida como revalidação de direito mesmo a terra estando ocupada por posseiros.
Na ex-concessão Antonio Alves de Almeida foram criadas colônias pelos que tinham sido
atraídos para a região pela ação do próprio governo quando anulou as concessões e alienou as
terras.
Dessa forma, de um lado havia o direito de propriedade dos que compravam a terra e de outro
lado, os direitos dos posseiros atraídos pela possibilidade de ser tornarem proprietários
agravando ainda mais a tensão no que diz respeito à terra.
A dificuldade para a resolução do problema entre posseiros e fazendeiros ocasionou a eclosão
de um conflito armado pela posse da terra na região.
Um agravante para esse movimento armado ocorreu no governo de Moysés Lupion quando
houve autorização para a venda de terras devolutas que já estavam ocupadas e desbravadas
pelos posseiros, que apenas aguardavam o sexto ano para conseguir o título da propriedade.
Os que compravam a terra faziam valer o seu direito, tinham em mãos os documentos oficias
que, teoricamente, teriam mais valor que os dos posseiros e outros compraram os lotes de
terra já sabendo que estavam ocupados pelos posseiros, mas acreditavam no poder da polícia a
seu favor.
67
Essa atitude levou os posseiros a se organizarem com o apoio do Partido Comunista Brasileiro
(PCB), que demonstrou interesse na causa, assim, passaram a defender suas posses,
primeiramente usando todos os meios legais possíveis.
O governo fez audiências públicas com os posseiros e prometeu 10 alqueires de terras
devolutas na região de Paranavaí a todos que estivessem com problemas com a terra. Aqueles
que não aceitassem e permanecessem onde estavam iriam pagar os impostos que seriam a
prova de sua posse da terra. Os posseiros que aceitavam o acordo deixaram de plantar e de
derrubar a mata, porém, o acordo não foi cumprido e foram auxiliados pelos comunistas do
PCB de Londrina com roupas, mantimentos e remédios.
Nesse cenário, em 1948, os posseiros se organizam em grupos armados para a defesa de suas
terras com o apoio do PCB, que com eles se reunia todo final de semana além de percorrer a
região fazendo levantamento geográfico dos rios, ribeirões e picadas e estabelecer pontos
estratégicos para a operação.
Com o conflito aumentando cada vez mais, o governo, promove alguns “acordos”
principalmente com três posseiros líderes da resistência armada. Eles aceitaram a proposta,
porém, apenas um recebeu as terras em Paranavaí, os outros dois não conseguiram chegar a
um acordo porque os “donos” das fazendas onde eram posseiros recusaram-se a pagar as
benfeitorias que haviam feito no local.
Assim, jagunços, grileiros, fazendeiros e militares continuaram tentando expulsar os posseiros
da região, queimavam residências, matavam animais, destruíam colheitas, os pressionavam
por meio de tentativas de acordos para que abandonassem a terra.
Cada vez mais aumentavam os motivos para a luta armada, um agravante foi a decisão de um
juiz em promover o seqüestro das terras da família Bilar que deveria receber 200 mil contos
pelas benfeitorias feitas na terra para sair dela e não recebeu.
A primeira ação dos posseiros enquanto comando militar ocorre em 1951, quando ocupam a
Fazenda Centenário, dando 24 horas para o administrador sair com a família.
Os posseiros, mesmo em menor, número apresentavam-se dizendo que na mata estavam
escondidos centenas de homens aguardando ordem para atacar, eles atiravam para o alto em
pontos estratégicos o que dava a impressão de serem em maior número.
O grupo se distribuía estrategicamente na mata para poder fugir das tropas militares enviadas
pelo governo, vigiar as estradas e promover a expulsão daqueles que não participavam da luta
em favor dos posseiros.
Outra estratégia adotada pelos posseiros e apoiada pelo PCB foi um abaixo assinado intitulado
“Pela entrega imediata das posses dos primeiros ocupantes”, esse documento dizia que os
68
posseiros continuariam firmes na causa que defendiam, pediam a garantia de suas posses, a
indenização pelos prejuízos sofridos e a punição para os culpados pelos crimes contra eles.
Cada vez mais os posseiros tentavam angariar simpatizantes para sua causa. Com a situação
tornando-se insustentável, o então prefeito de Porecatu, Ângelo Nino e o presidente da
Comissão de Terras, nomeado pelo governo mandam telegramas ao Governo Estadual e ao
chefe de Polícia, registrando os fatos ocorridos na região como graves.
A resposta foi rápida, três dias após receber o telegrama foi deflagrado cerco à região (junho
de1951). Ainda assim, os posseiros mantiveram um relativo controle sobre a região,
apresentando uma frágil determinação em manter a luta, entretanto, alguns foram denunciados
à justiça como praticantes de crimes contra a ordem pública e por assassinato abalando a
estrutura do movimento.
Um outro agravante para os posseiros foi a abertura de um inquérito policial para investigar as
responsabilidades de cada posseiro durante o conflito e, apesar do PCB tentar impedir o fim
do confronto armado, muitos posseiros abandonam o grupo armado e os líderes do partido
foram presos em Londrina. Enquanto isso, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo
ordena um cerco em toda a fronteira São Paulo/Paraná, e a Região Norte do Paraná e Porecatu
é ocupada pelas forças policiais e soldados armados com objetivo de impedir a saída dos
posseiros. Alguns fogem, uns se entregam e outros são capturados. Os posseiros e os
integrantes do PCB foram a julgamento e muitos foram condenados, mas não cumpriram a
pena, porque não foram encontrados, com exceção de dois posseiros que ficaram presos seis
meses na cadeia de Porecatu. Outros apelaram e foram absolvidos por falta de provas e ainda
alguns também foram absolvidos por não terem sido identificados.
Com o término do processo, o PCB arquiva a tentativa de guerrilha camponesa e o governo
também não prossegue com o caso já que tudo começou com o loteamento de terras devolutas
no Norte do Paraná.
Oficialmente foram seis mortos e oito feridos até o final da luta, os posseiros perderam suas
posses ou foram transferidos para outros re-assentamentos e, em 1952, dá-se a consolidação
definitiva da propriedade da terra por parte dos fazendeiros.
2.9 - Os símbolos cívicos
2.9.1 - Brasão do município
Desenho com símbolos e cores que identificam características históricas e econômicas do
município, usados na bandeira e nos documentos, estimula o comprometimento do cidadão na
69
obediência às leis. O Brasão do município foi criado pela Lei nº. 230, de 29 de janeiro de
1971.
Observe a figura a seguir:
Figura 10 - Brasão de Porecatu Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu (1971)
O Brasão do município de Porecatu é de autoria do heraldista (estudioso de brasões),
professor Arcinoé Antonio Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista.
O escudo samnítico usado para representar o Brasão de Armas de Porecatu, foi o primeiro
tipo de escudo introduzido em Portugal por influência francesa, herdado pela heráldica
brasileira, como evocativo da raça colonizadora e principal formadora da nossa nacionalidade.
A coroa mural que sobrepõe é o símbolo universal dos brasões de domínio que, sendo de
argente (prata), de oito torres, as quais são visíveis em perspectivas do desenho, classifica a
Cidade que é representada como sendo de Segunda grandeza, ou seja, sede de comarca.
A cor azul do campo do escudo é símbolo de justiça, nobreza, perseverança, zelo e lealdade.
Na parte superior do escudo, a flor de Liz de argente (prata) encimada pela coroa da Rainha
de Jalde (ouro), lembra o orago de Nossa Senhora Aparecida, padroeira da Cidade.
As três estrelas de jalde (ouro) representam os três membros da família Lunardelli, fundadores
da Cidade; os irmãos, Urbano e João Lunardelli, nas estrelas acantonadas e a figura patriarcal
de Ricardo Lunardelli na estrela isolada. Ao termo, a cachoeira de argente (prata) e aguada de
azul, despencando de penhascos de verde, vem a se constituir no parlantismo do brasão, uma
70
vez que o topônimo PORECATU significa Cachoeira Bonita, em Tupi-guarani, originado do
extinto Salto de Capivara no Rio Paranapanema.
A cor prata representada na cachoeira e na flor de Liz simboliza a paz, amizade, trabalho,
prosperidade, pureza, religiosidade, o ouro das estrelas e da coroa da Rainha Padroeira, é o
símbolo de glória, grandeza, riqueza, esplendor e soberania; o esmalte sínopla (verde) dos
penhascos significa em heráldica a honra, civilidade, cortesia, abundância e alegria. É a cor
simbólica da esperança, porque lembra os campos verdejantes na primavera, fazendo esperar
copiosa colheita.
Nos ornamentos exteriores, o galho de café frutificado e a haste da cana, ambos ao natural,
lembram no Brasão os principais produtos oriundos da terra dadivosa e fértil, que se constitui
no esteio da economia municipal.
No listél de galões, cor simbólica da dedicação.
Amor pátrio, audácia, intrepidez, coragem valentia, inscrevem-se em letras argentinas
(prateadas), o topônimo PORECATU, ladeado pelos milésimos “1943” da criação do distrito
e “1947” de sua emancipação política.
2.92 - Bandeira Municipal
Símbolo representativo do município remete o cidadão ao patriotismo, à idéia de pertencer à
sociedade e ao seu comprometimento com o bem-estar de todos e a obediência às leis. A
Bandeira de Porecatu foi criada pela Lei nº. 230, de 29 de janeiro de 1971.
Observe a imagem a seguir:
Figura 11 - Bandeira Municipal de Porecatu
Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu (1971)
71
A Bandeira Municipal de Porecatu, de autoria do heraldista Professor Arcinoé Antonio
Peixoto de Faria, da Enciclopédia Heráldica Municipalista, é aquartelada em faixa azul, sendo
os quartéis constituídos por três faixas brancas carregadas sobre faixas vermelhas, dispostas
no sentido horizontal, que partem de um triângulo branco, lateral, onde o Brasão Municipal é
aplicado, tendo o triângulo por base a própria tralha da bandeira.
O estilo da bandeira obedece à tradição da Heráldica Portuguesa, da qual herdamos os
cânones e regras com direito à opção pelos estilos terciado, esquartelado, sextavado ou
oitavado, ostentando uma figura geométrica no topo, na tralha ou no centro, onde o Brasão é
aplicado, tendo por cores as mesmas constantes do campo do escudo.
O Brasão constante da bandeira simboliza o Governo Municipal e o triângulo branco, onde é
aplicado, representa a própria cidade sede do município; as faixas desse triângulo, dividindo o
campo da bandeira em quartéis, simbolizam a irradiação do Poder Municipal a todos os
quadrantes do seu território e os quartéis assim constituídos representam as propriedades
rurais existentes no mesmo.
2.9.3 - Hino de Porecatu
O Hino é a demonstração da cidadania e a manifestação da identidade de um lugar, expressa a
história do povo.
A Letra e Música do hino de Porecatu são de autoria do Maestro Honório Maestrelli que as
criou em 1977:
Nós somos de uma cidade,
Bem pequenina, mas progressista.
O povo é sem qualquer vaidade,
Pensando sempre em mais conquistas.
Porecatu, terra querida,
Queremos sempre exaltar tua imagem pura.
Teus nobres filhos tão destemidos,
Não deixarão de demonstrar a sua bravura.
72
Em nosso peito vive a esperança,
De ver-te no mais alto dos conceitos.
Tudo... Conseguiremos...
Porque ninguém nos privará deste direito.
Teus exuberantes cafezais.
Teus lençóis, de cana verdejantes,
Luta intensa, movimento incessante
Em parte alguma poderá haver iguais.
As tuas duas gigantescas chaminés,
O teu imenso parque pastoril,
Tuas igrejas, teus jardins e tuas escolas,
Tudo isso é orgulho para o Brasil.
- Comentar a visão nacional desenvolvimentista revelada pelo hino e como músicas e poesias
revelam o entendimento dos grupos sociais em torno de uma questão.
2.10 - As transformações espaciais de Porecatu
Observe o mapa a seguir:
Mapa 20 - Evolução Urbana do Município de Porecatu
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 62)
73
A economia de um município tem influência considerável em grande parte as transformações
espaciais. Porecatu não fugiu à regra, desde a época de sua colonização e fundação, até os dias
atuais, o município teve inúmeras transformações espaciais que podem ser registradas em
mapas, fotografias, pinturas, músicas, poesias etc.
Observe as imagens a seguir:
Ontem
Abertura de Estradas
Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1940?)
Derrubadas de Matas
Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1940?)
Primeiros loteamentos
Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1950?)
Praça Matriz Padre Calógero Gaziano
Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1970?)
Rua São Paulo
Fonte: Museu Municipal de Porecatu (1975?)
Figura 12 – Mosaico de Fotos – Porecatu Ontem
74
Hoje
Vista Parcial de Porecatu
Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu (2005?)
Praça Matriz Padre Calógero Gazeano
Fonte: Museu Municipal de Porecatu (2000?)
Rua São Paulo
Fotografada por: Rosiléia Bueno (2007)
Figura 13 – Mosaico de Fotos – Porecatu Hoje
- Com base no texto, no mapa e nas imagens apresentadas anteriormente estabeleça uma
correlação entre as transformações espaciais de Porecatu e sua economia.
- Com base na localização do núcleo inicial de formação da área urbana apresentada no Mapa
20, pesquise porque ele iniciou-se neste local.
- Tomando as imagens apresentadas como inspiração, preencha o quadro a seguir com relatos
de pessoas de sua comunidade sobre a maior transformação espacial que ocorreu no
Município em suas perspectivas.
75
Porecatu: transformação dos arranjos espaciais
ONTEM HOJE
Identificação: Identificação:
Relato
Relato
Identificação: Identificação:
Relato
Relato
- Observando o mapa da evolução urbana do seu município, identifique os vetores de maior
expansão e explique as suas principais causas.
2.11 - Especulação Imobiliária
A nova ordem mundial com a revolução dos meios de transporte e comunicação desencadeou
mudanças nos arranjos espaciais do campo e da cidade, reflexo do processo de globalização
mundial.
O novo rural caracterizado pelo agronegócio não alcança todo o país, assim como a moderna
atividade industrial desenvolvida nos centros urbanos necessita de mão-de-obra especializada
e exclui a grande massa dos trabalhadores, provocando e agravando o processo de
urbanização, originando problemas de favelização, saneamento básico, transporte,
pavimentação, iluminação, entre outros.
Com o deslocamento das pessoas – campo-cidade ou cidade-cidade e a quase inexistência
e/ou ineficácia das políticas públicas de infra-estrutura e melhoria da qualidade de vida da
população, ocorre o fenômeno conhecido como crescimento desordenado das cidades, o que
obriga a fixação dos grupos de baixa renda nas periferias, estimulando o crescimento
horizontal das mesmas. Estes bairros, distantes do centro ou do local de trabalho, são carentes
76
de infra-estrutura, precários nos serviços de transportes, o que interfe na qualidade de vida da
população que aí reside.
Verifica-se uma carência de moradias para a população de baixa renda, que se expressa
espacialmente sob a forma de favelas e cortiços, é por isso que se verifica nas cidades grande
número de lotes vagos não urbanizados ou de espaços vazios. Estes são terrenos deixados em
repouso, à espera de valorização para serem comercializados a preços mais altos, esta é uma
das expressões espaciais da especulação imobiliária que ocorre por causa do modo capitalista
de apropriação do solo que coloca em primeiro lugar o lucro e não o bem-estar da população.
- Pesquise como a especulação imobiliária influenciou e influencia nos vetores de expansão
do município anteriormente identificados.
- Localize no mapa anterior os vazios urbanos da sua cidade. Explique a geograficidade dos
mesmos e reflita sobre os segmentos sociais beneficiados por eles.
- Faça um levantamento dos fatores que influenciam na diferenciação dos preços dos imóveis
(terrenos, casas) no seu município.
- Estabeleça uma correlação entre os bairros da sua cidade e as classes sociais que nele
habitam.
- Em sua cidade existem áreas com moradias precárias? Estabeleça correlação entre esta
precariedade e o nível de renda da população.
O crescimento da cidade está relacionado a vários fatores, entre eles a renda da população e a
capacidade de sua mobilização política e, portanto, de intervenção nas políticas do município.
Analise as tabelas a seguir:
Tabela 8 - PORECATU
POPULAÇÃO OCUPADA, SEGUNDO AS ATIVIDADES ECONÔMICAS – 2000
ATIVIDADES ECONÔMICAS Nº. DE PESSOAS
Agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e pesca. 1.526
Indústria extrativa, distribuição de eletricidade, gás e água. 78
Indústria de transformação 1.559
Construção 384
77
Comércio, reparação de veic. automotivos, obj. pessoais e domésticos 635
Alojamento e alimentação 153
Transporte, armazenagem e comunicação. 173
Intermediações financeiras, ativ. imobiliárias, aluguéis, serv. prestados a empresas 199
Administração pública, defesa e seguridade social. 326
Educação 336
Saúde e serviços sociais 181
Outros serviços coletivos sociais e pessoais 214
Serviços domésticos 449
TOTAL 6.213
FONTE: IPARDES apud Plano Diretor (2006)
Tabela 9 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E EMPREGOS SEGUNDO AS ATIVIDADES ECONÔMICAS – 2005
ATIVIDADES ECONÔMICAS ESTABELECIMENTOS EMPREGOS Indústria de produtos minerais não metálicos 1 3 Indústria da madeira e do mobiliário 1 3 Indústria do papel, papelão, editorial e gráfica 1 4 Indústria da borracha, fumo, couros, peles e indústrias diversas. 1 8
Indústria química, Farmacêutica, veterinária, perfume, sabões, velas e material plástico. 1 5
Indústria têxtil, do vestuário e artefatos de tecidos 2 8 Indústria de produtos alimentícios, de bebidas e álcool etílico 1 1.547
Construção civil 5 4 Comércio varejista 96 296 Comércio atacadista 5 82 Instituições de crédito, seguro e de capitalização 5 28 Administradoras de imóveis, valores móbil. Ativ. Econômica 21 149
Transporte e comunicações 27 39 Serviços de alojamento, alim. reparo, manutenção., radiodifusão e televisão 41 189
Serviços médicos, odontológicos e veterinários 9 11 Ensino 4 43 Administração pública direta e indireta 2 452 Agricultura, silvicultura, criação de animais, extração vegetal e pesca. 37 378
TOTAL 260 3.222 Fonte: IPARDES (2005)
- Com base nas tabelas, estabeleça uma correlação entre a paisagem de Porecatu, suas
atividades econômicas e o perfil do mercado de trabalho.
78
Analise as tabelas a seguir:
SETOR ESTABELECIMENTOS PARTICIPAÇÃO
Comércio / Serviços 236 48,15%
Indústria 13 40,67%
Agricultura 121 11,18%
Tabela 10 – Setores da economia, estabelecimentos e sua participação na economia do município
Fonte: <http://www.paracidade.org.br.municipios/municipios.php>. Acesso em: 12 dez. 2007
Tabela 11 - POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA (PEA) SE GUNDO ZONA E SEXO (2000)
URBANA RURAL MASCULINO FEMININO PEA TOTAL
5.736 1.565 4.544 2.757 7.301 Fonte: IBGE - Censo Demográfico, apud IPARDES (2000)
- Descreva como os elementos na paisagem dão indícios da participação de cada um dos
setores na economia do seu município.
- Existem fatores que interferem na distribuição espacial das atividades econômicas no seu
município? Cite-os.
- Analise como a população economicamente ativa do município de Porecatu está ocupada
nesses setores de atividades, considere os indicadores de zona e sexo.
Analise a tabela a seguir:
Tabela 12 - PIB SEGUNDO OS RAMOS DE ATIVIDADES (2004)
RAMOS DE ATIVIDADES VALOR (R$ 1,00) Agropecuária 25.359.155
Indústria 34.135.758
Serviços 50.525.810
TOTAL 110.020.720
Fonte: IBGE/IPARDES (2004)
• Pesquise o que é Produto Interno Bruto (PIB).
• Com base na Tabela 12 e nas anteriores, faça uma análise entre o valor do PIB
produzido no município por setores econômicos e a quantidade de empregos que os
mesmos produzem.
79
• Sabemos que estar inserido no mercado de trabalho auxilia na melhoria de qualidade
de vida das pessoas. Com base nos dados apresentados, de acordo com a atual
configuração da economia do município, que setores econômicos mais auxiliam na
qualidade de vida da população? Explique por que isso ocorre.
Existem serviços fundamentais para a sustentabilidade socioeconômica e cultural das cidades,
dentre eles podem ser citados: educação, saúde, lazer, segurança, fornecimento de energia,
água, esgoto, meios e vias de transporte, coleta de lixo, creche, pontos turísticos, centros de
convivência, etc. Por isso, tais serviços deveriam estar disponibilizados a todos.
2.12 - Educação
A educação básica da rede pública é uma responsabilidade dos governos estadual e municipal.
Em geral, o poder público municipal, oferta desde a educação infantil à quarta série e o
governo do Estado mantém o restante do Ensino Fundamental, o Médio e o Profissionalizante.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é de responsabilidade do município, do estado e da
federação. Existem também redes privadas que ofertam diferentes níveis de ensino e que têm
como fundamento a exploração do mercado educacional, sua localização está ligada a uma
série de fatores, dentre eles a facilidade de acesso por meio de veículos automotores.
2.12.1 - Educação em Porecatu
A rede escolar de Porecatu é formada por escolas públicas e privadas que oferecem a
educação infantil, a fundamental, a média, a de jovens e adultos, a especial, a
profissionalizante, a superior e a pós-graduação. São instituições educacionais urbanas e
rurais que atendem a uma demanda de um total de 4.730 estudantes (2007), segundo dados
fornecidos pelas próprias escolas.
Em 1997/98 ocorreu a municipalização do primeiro ciclo do ensino fundamental de Porecatu.
O ensino público estadual passou a ser de responsabilidade do Poder Executivo Municipal.
Por sua vez, o ensino de 5ª a 8ª séries e médio continuam sendo de responsabilidade exclusiva
do Estado e da iniciativa privada.
O ensino infantil e fundamental é ofertado na zona urbana e rural. As séries finais do Ensino
Fundamental, o médio, a EJA (de 5ª a 8ª e médio), o superior e a pós-graduação, são ofertados
apenas na área urbana.
80
A tabela 14 demonstra o quadro educacional atual de Porecatu composto por escolas da
Educação Básica - Educação Infantil, Ensino Fundamental, Ensino Médio e outras
modalidades de educação (Ensino de Jovens e Adultos e a Educação Especial) - e a Educação
Superior.
Tabela 13 - PORECATU - QUADRO EDUCACIONAL (2007)
NÍVEL NOME DA ESCOLA NÚMERO DE ALUNOS
C.M.E.I. Maria T. Spirandelli 61
E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 33
APAE 20 Creche
C.M.E.I. Vicente de Conti 50
TOTAL 164
C.M.E.I. Maria T. Spirandelli 28
E.M. Maestro Honório Maestrelli 66
E.R.M. Tiradentes 51
E.M. Padre Franco Pasine 35
E.M. Aníbal Cury Neto 84
C.M.E.I. Vicente de Conti 30
E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 38
E.V. Santa Luísa 48
E. Branca de Neve 35
Educação Infantil
APAE 14
TOTAL 429
E.M. Maestro Honório Maestrelli 188
E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 99
E.R.M. Tiradentes 171
E. M. Padre Franco Pasine 265
E.M. Aníbal Cury Neto 194
E.V. Santa Luísa 105
E. Branca de Neve 50
APAE 38
C.D. João Paulo I 103
C.E. Prof. Malvino de Oliveira 642
Educação Fundamental
C.E. Ricardo Lunardelli 411
TOTAL 2.266
81
C.E. Ricardo Lunardelli 137
E.R.M. Hélio Pedro Vanzella 35 Educação de Jovens e Adultos
E.M. Padre Franco Pasine 105
TOTAL 277
C.E. Ricardo Lunardelli 354
C.E. Prof. Malvino de Oliveira 395 Médio
C.D. João Paulo I 80
TOTAL 829
C.E. Ricardo Lunardelli 80
C.E. Prof. Malvino de Oliveira 74 Educação Profissionalizante
APAE 58
TOTAL 212
Educação FP-Faculdade Paranapanema 51
Superior ULBRA-Universidade Luterana do Brasil 20
CESUMAR-Centro Universitário de Maringá 150
TOTAL 221
Pós - Graduação CESUMAR-Centro Universitário de Maringá
50
TOTAL 50
Programa Programa Paraná Alfabetizado 282
TOTAL 282
TOTAL GERAL 4.730
Organizador por: Rosiléia Bueno FONTE: Dados fornecidos pelas escolas, levantamento in loco (2007).
Os alunos da zona rural utilizam o transporte público municipal para se deslocarem até as
escolas da zona urbana, assim como os moradores dos bairros mais distantes das escolas. Aos
alunos portadores de necessidades especiais de áreas rurais ou urbanas o município fornece o
transporte particular.
82
Para alunos com necessidades especiais, temporárias ou permanentes; deficiência auditiva,
visual, físico-motora, com dificuldade de aprendizagem, com distúrbios de comunicação e
problemas emocionais, o município disponibiliza o sistema de acompanhamento dos
estudantes com necessidades especiais, que é composto pelos professores da rede pública
municipal, pelos técnicos especializados e professores da APAE. Isso ocorre desde que o
encaminhamento seja autorizado pelo psicólogo do município.
A partir de 2005, Porecatu instituiu o Regime de Tempo Integral para a educação infantil e
séries iniciais do ensino fundamental municipal, no qual o aluno permanece na escola das
7:30 às 16:30 h., toma o café da manhã, almoça e faz um lanche à tarde antes de retornar para
casa.
O período integral é obrigatório com atividades pedagógicas diversificadas durante o período
escolar. Dessa maneira, trabalham-se as matérias da Educação Básica mais as seguintes áreas
do saber: Filosofia, Meio Ambiente, Ensino Religioso, Literatura, Xadrez, Oficina de
Matemática, Oficina de Português, Artesanato, Tarefa Orientada, Inglês, Fanfarra, Música,
Flauta, Produção de Textos, Jogos, Jogos com Bola. Estes saberes são trabalhados de acordo
com a realidade de cada escola municipal.
Os dois colégios estaduais de ensino fundamental e médio ofertam o curso de pós-médio,
Educação Profissional Técnica de nível médio para alunos egressos do Ensino Médio, com
duração de um ano. O Colégio Estadual Professor Malvino de Oliveira oferece o curso de
Técnico em Secretariado e o Colégio Estadual Ricardo Lunardelli oferece o de Técnico em
Administração.
O Programa Paraná Alfabetizado desenvolvido em Porecatu pela Secretaria de Educação do
Paraná em parceria com órgãos dos governos Federal, Estadual e Municipal tem 15 turmas no
município e foi implantado há três anos. Este projeto objetiva atender jovens, adultos e idosos
com 15 anos ou mais que não foram alfabetizados e possibilitar a continuidade da
escolarização aos egressos alfabetizados num período de oito meses, totalizando a carga
horária de 320 horas, distribuídas em 10 horas semanais de acordo com as dinâmicas
específicas e locais de trabalho e a disponibilidade dos alfabetizados e alfabetizadores. Os
alunos aprovados neste programa estarão aptos a freqüentar a Educação de Jovens e Adultos
de 5ª a 8ª séries. Essa modalidade de educação é expressão das desigualdades sociais
existentes no país, pois muitos jovens e adultos tiveram que, em idade escolar, entrar no
mercado de trabalho para sobreviver, sendo obrigados a interromperem seus estudos.
O ensino superior é atendido por três instituições privadas de ensino:
83
- A Faculdade Paranapanema de Porecatu, aprovada pelo MEC Portaria nº.1779 de
01/11/2006. Esta oferece o curso Bacharelado em Administração, de caráter presencial
funcionando no mesmo prédio da escola Santa Luísa que também é particular.
- A ULBRA (Universidade Luterana do Brasil) que oferece os cursos de Administração e de
Pedagogia à distância, com encontros semi-presenciais. Os estudantes assistem vídeoaulas em
encontros presenciais, uma vez por semana, com a presença de orientadores. Os alunos
contam com tutores on-line e livros das disciplinas dos cursos.
- O CESUMAR (Centro Universitário de Maringá) oferta cursos de graduação em Porecatu de
Gestão Financeira, Gestão de Negócios Imobiliários, Gestão de Recursos Humanos e
Pedagogia com duração de dois anos cada, com exceção do curso de Pedagogia e pós-
graduação em MBA Executivo-Gestão Empresarial, à distância. O aluno tem aula via satélite
uma vez por semana, e o centro disponibiliza ferramentas para interação: e-mail, salas de
bate-papo e fóruns, recebendo ainda material didático impresso ou em Cd-rom.
É importante salientar que, no ensino superior, a iniciativa privada se insere em locais onde
inexiste oferta de ensino público gratuito.
Observe os mapas da geograficidade das escolas no seu município:
Mapa 21 - A geograficidade da educação em Porecatu - Educação Infantil
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 146)
84
Mapa 22 - A geograficidade da educação em Porecatu – Educação Fundamental
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 147)
Mapa 23 - A geograficidade da educação em Porecatu – Ensino Médio
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 148)
Mapa 24 - A geograficidade da educação em Porecatu – Escolas Rurais
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 149)
- Quais elementos explicam a geograficidade da educação do seu município?
- Que setores educacionais são mais democráticos do ponto de vista da sua distribuição
territorial?
85
- Com base nos mapas e nos conhecimentos que possui, estabeleça uma correlação entre
democratização sócio-espacial dos diferentes níveis de ensino e população atendida.
- Verifique se em seu município existem bairros que possuem demandas por serviços
educacionais não atendidas. Discuta por que isso ocorre.
- A sua escola atende alunos com deficiências?
- Ela está preparada do ponto de vista dos recursos arquitetônicos, físicos e humanos para o
atendimento desses alunos?
- Relacione as contribuições e oportunidades de emancipação e integração social que a
territorialização das modalidades de educação inclusiva proporcionam à sociedade.
2.13 - Centros de Convivência
O crescimento do conjunto da população acima de 60 anos demanda ações da administração
pública para atendê-la dignamente nas crescentes necessidades de saúde e bem-estar. Nesta
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) foi fundada no Rio de
Janeiro em 1954, desde então se disseminou territorialmente por vários
municípios brasileiros. Observe o logotipo da associação. Este símbolo apresenta
duas mãos desniveladas. Uma delas, ao lado esquerdo, está em posição de
amparo, e a outra, à direita, de orientação.
Fonte: <http://www.apaepr.org.br>. Acesso em: 08 nov. 2007.
Há alguns anos no Brasil, vêm sendo disseminadas territorialmente modalidades educacionais
voltadas à inclusão social, indicador importante da democratização educacional no país. As
instituições que realizam este atendimento são: Apaes, Educação de Jovens e Adultos
(EJA/CBEEJA), Programa Paraná Alfabetizado e escolas regulares públicas e particulares.
86
fase, os gastos com saúde, pensões, assistências as mais diversas e aposentadorias aumentam
significativamente, repercutindo no espaço, assim, novos arranjos territoriais vão surgindo.
A recente preocupação com o idoso, bem como a ampliação de seu número e de seu nível
sócio-econômico e cultural promoveu o aumento da demanda e a conseqüente disseminação
de centros de convivência. Existem centros de convivência voltados a atender a população
idosa abandonada ou sem família e centros para o atendimento de toda a comunidade,
independente da faixa etária ou sexo. Funcionam como estabelecedores e intensificadores das
relações sociais e da educação não-formal. É lugar onde se devolvem atividades que visam o
bem-estar, o conviver e compartilhar experiências com os outros, promovendo a integração
social.
Para a população idosa, os centros de convivência contribuem para desenvolver o sentido de
permanência, para que o idoso sinta-se útil e não se sinta sozinho, pois não é raro acontecer a
sua exclusão social, principalmente quando ocorre perda do seu poder aquisitivo com a
aposentadoria.
Nos centros de convivência voltados para atividades manuais, recreacionais ou culturais ainda
é maior a participação feminina de baixa renda tanto de população idosa quanto de não idosa.
Em relação à idosa, muitas nunca trabalharam fora ou desenvolveram trabalhos apenas para
complementar o orçamento familiar e, ao longo da vida, deixaram seus talentos, seus
potenciais para trás e agora, com a família criada, querem se sentir ativos e produtivos
realizando atividades que gostam.
Em Porecatu, os centros de convivência também seguem esse padrão. O asilo Lar Padre
Calógero Gaziano há mais de 30 anos tem a finalidade de atender aos idosos, em especial aos
que não têm família, e a todos aqueles que precisam deste lugar. Contudo, este atendimento
depende da existência de vagas.
Quanto a mantenedores o asilo não possui convênios estaduais, federais, apenas recebe uma
subvenção da Prefeitura Municipal anualmente, mediante apresentação de um projeto para as
atividades do ano. É mantido pela Sociedade São Vicente de Paula de Porecatu, composta por
empresários, comerciantes e outros profissionais e pessoas comuns da comunidade que
conseguem fundos para cobrir todas as despesas do asilo, entre elas a com os funcionários, de
alimentação e algumas reformas.
87
Os idosos que recebem aposentadorias contribuem com 70% para a instituição e o restante
fica com eles para necessidades pessoais, aqueles que não têm ganhos também recebem o
mesmo tratamento.
Durante o dia são realizadas 4 refeições: café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. O
asilo comporta 36 idosos, atualmente está com 23.
Quando o idoso precisa de atendimento médico é levado ao Posto de Saúde ou ao Hospital
Municipal. O médico vai até a instituição quando o idoso não consegue se deslocar. Os que
necessitam de fisioterapia, realizam no próprio asilo o tratamento.
Os idosos que gostam de atividades manuais podem se deslocar até o Centro Social Urbano
para fazer cursos, o asilo não tem atividades diárias, apenas esporádicas.
No Centro Social Urbano de Porecatu, os professores dão aulas de trabalhos manuais, quem
tem interesse se inscreve de acordo com o número de vagas e freqüenta as aulas nos dias
combinados. O mesmo acontecia no Centro de Convivência da Vila Iguaçu, o Clube dos
Velhos, mas o espaço precisou ser adaptado para a Escola Municipal Padre Franco Pasine por
causa do período integral. Agora nele somente é realizado bailes, forrós no período noturno e
nos finais de semana.
O Porão da Igreja Católica de Porecatu também é um Centro de Convivência, recebe
população idosa para cursos manuais, promove bingos, passeios, bailes, atividades físicas,
coral e palestras. Nele também funciona uma sala de alfabetização do Programa Paraná
Alfabetizado.
Porecatu tem no SOS, Serviço de Obras Sociais, inaugurado em 22/10/1973 um Centro de
Convivência. Este atende pessoas carentes por meio da doação de cestas básicas, oferta cursos
para gestantes que aprendem a fazer o enxoval e palestras sobre puericultura. O SOS
desenvolve diariamente, em parceria com a Prefeitura, o programa de adolescentes, no
período de contraturno da escola, as atividades realizadas são: informática, artesanato, reforço
escolar, culinária, horta, esporte, corte de cabelo, capoeira e almoço. Muitos adolescentes do
SOS conseguem estágios no comércio e nas prestadoras de serviço. As crianças e os
adolescentes também podem participar da guarda-mirim que atende crianças de 8 a 18 anos
em período de contraturno da escola. Desenvolvem diversos cursos como o de fotografia,
informática, trabalhos manuais, além de realizarem diversas atividades ligadas a práticas
desportivas, coral, fanfarra e violão. Muitos dos atendidos participam de acampamentos e de
88
todas as atividades promovidas pela comunidade. Na área da guarda-mirim é desenvolvido o
Programa Mata Ciliar que recebe adolescentes que cometeram atos infracionários e foram
encaminhados pela Promotoria. Antes de ir para a escola tomam um lanche.
Analise as imagens a seguir:
D-SOS
E-Guarda - Mirim
F-Porão da Igreja Matriz
Figura 14 – Centros de Convivência
Fotografados por Rosiléia Bueno (2007)
- Com base nas imagens faça uma análise sobre a adequabilidade da localização dos centros
de convivência considerando os diferentes grupos sociais que atendem.
- Na perspectiva dos arranjos espaciais urbanos, a presença destes espaços indica o quê?
- Verifique se a quantidade de vagas e a localização destes centros favorecem a freqüência dos
participantes.
- Relacione a contribuição social que estes centros proporcionam.
B - Asilo Lar Pe. Calógero Gaziano
A - Centro Social Urbano
C - Centro de Convivência da Vila Iguaçu
89
2.14 - Saúde
Porecatu está inserido na 17ª Regional de Saúde do Estado do Paraná, que é composta por 20
municípios, tendo como sede a cidade de Londrina que polariza uma parte significativa da
oferta dos serviços.
Os indicadores de saúde nos permitem analisar os serviços dessa área, que é um elemento
importante na qualidade de vida de uma população. Em Porecatu, os indicadores melhoraram
como aconteceu com boa parte dos municípios paranaenses, registrando redução na taxa de
mortalidade infantil, o aumento da esperança de vida, o progressivo envelhecimento da
população e a queda da fecundidade.
A mortalidade infantil é um indicador importante da saúde pública por refletir o nível sócio-
econômico da população. Apesar do decréscimo da mortalidade infantil no município, a taxa
de 16,46 óbitos por mil (2003) é superior à verificada na 17ª Regional de Londrina
(12,88/mil) e no Estado do Paraná (13,87/mil), o que indica a necessidade de medidas para
diminuir este indicador.
Tabela 14 - INDICADORES DE SAÚDE DE PORECATU (1992-2003)
Coef. de natalidade/ Coef de mortalidade
por doenças transmissíveis Ano
Coef. de mortalidade infantil/1.000 nasc.
vivos
1000 hab. por 100.000 hab.
Mortalidade por Doenças do Apar. Circulatório por
100.000 Hab
1992 28,8 19,87 23,17 188,74
1993 29,27 19,8 23,48 200,1
1994 25,89 22,39 24,2 197,44
1995 23,1 22,4 20,65 189,41
O número de pessoas que atinge a terceira idade tende a aumentar, devido ao desenvolvimento da
medicina, acesso a atendimento médico e odontológico, saneamento básico, entre outros, o que
propiciou a melhoria da qualidade de vida nos últimos anos.
Segundo o IBGE, a proporção de pessoas da terceira idade vem crescendo mais rapidamente que
a de crianças no país. Em 1980, para cada 100 crianças, existiam 16 idosos. Vinte anos depois,
essa relação praticamente já havia dobrado, numa proporção de 30 idosos para cada grupo de
100 crianças. Esse crescimento se deve à soma de dois fatores: a queda da taxa de fecundidade
e o aumento da longevidade da população.
90
1996 20,9 21,7 26,23 190,84
1997 18,87 21,38 23,91 193,55
1998 21,01 19,99 23,85 201,71
1999 19,53 19,85 22,3 192,75
2000 19,4 18,73 22,04 193,61
2001 17,41 17,22 20,59 186,31
2002 16,72 16,82 20,29 191,46
2003 16,46 15,85 20,11 188,93 FONTE: SESA/ISEP/CIDS/DSI/SIM – SISTEMA DE INFORMAÇÃO SOBRE MORTALIDADE. Secretaria
Estadual de Saúde do Paraná. Disponível em: <www.saude.pr.gov.br>.
SESA/ISEP/CIDS – Comitê de Mortalidade Materna e Departamento de Sistemas de Informações em Saúde apud Plano Diretor de Porecatu (2006)
O atendimento à saúde democrático é ofertado por meio de políticas públicas que assegurem o
direito de todos aos serviços de saúde. Em Porecatu, o Departamento de Saúde possui um
hospital, uma clínica de fisioterapia, três consultórios odontológicos e uma farmácia central,
esta localizada no Posto de Saúde Luis Di Miguelli, e fornece os medicamentos disponíveis na
farmácia mediante receituário médico. Estes serviços concentram-se principalmente na zona
urbana, sendo necessário o deslocamento do paciente para o atendimento necessário.
As quatro Unidades Básicas de Saúde existentes ofertam os seguintes serviços: consultas,
imunizações, curativos, inalações, puericultura, injeções, consultas de pré-natal, retirada de
pontos, coleta de exames preventivos e atendimento médico ambulatorial. São elas:
-Posto de Saúde Luis Di Migueli (Posto Central);
-Posto de Saúde Vila Iguaçu;
-Posto de Saúde Vila Congo (zona rural);
-Posto de Saúde Fazenda Central.
Quanto à localização das Unidades Básicas de Saúde verifica-se um bom alcance espacial,
entretanto, os médicos só atendem em cada unidade determinados períodos do dia.
O hospital municipal oferta serviços de consultas, cirurgias obstétricas, radiografias,
procedimentos médicos de pequena complexidade e internações clínicas. As
urgências/emergências são atendidas, quando há vagas, pela central de leitos da 17ª Regional
de Saúde de Londrina que transfere os pacientes para grandes centros.
As demandas por serviços de saúde não ofertados em Porecatu, exceção para clínica geral e
parto, são atendidas por meio de encaminhamento ao município de Londrina, feito pelo
CISMEPAR (Consórcio Intermunicipal de Saúde do Médio Paranapanema) que integra os
serviços municipais ao sistema estadual de Londrina. As consultas são agendadas a partir de
solicitação médica feita durante os atendimentos realizados no hospital ou nas Unidades
91
Básicas de Saúde. O paciente depende da disponibilidade de vagas no CISMEPAR para ser
atendido em Londrina. Verifica-se que os serviços de saúde não são inteiramente
democratizados, pois alguns não são disponibilizados no próprio município, o que, de certa
forma, gera um ônus à população.
Os serviços odontológicos do município são realizados nas Unidades Básicas de Saúde da
Fazenda Congo, da Vila Iguaçu, da Fazenda Central e no Centro Social Urbano onde os
dentistas contratados pelo município fazem quatro horas de atendimento por dia.
Outro serviço público de saúde ofertado é a clínica de fisioterapia municipal que atende os
pacientes que precisam de recuperação motora.
O município ainda possui programas de atendimento como:
a) Atendimento à criança, que acompanha o seu desenvolvimento físico. Crianças de 0 a 2
anos são medidas e pesadas mensalmente, com o consentimento das mães. São atendidas
também aquelas entre 0 a 3 anos que fazem parte do Programa do Leite assim como todas as
crianças e adolescentes até 16 anos que participam do Programa Bolsa Escola. Se as mesmas
apresentarem baixo peso são encaminhadas para a nutricionista. A cada seis meses o governo
cobra os resultados.
b) Saúde da mulher por meio do qual ela realiza pré-natal, havendo ainda visitas aos recém-
nascidos duas vezes após o nascimento, exames preventivos, orientação quanto ao aleitamento
materno, planejamento familiar, prevenção de câncer do colo uterino e mamário. Quando é
encontrada alguma alteração nos exames a paciente é encaminhada ao CISMEPAR.
c) Controle de hanseníase – acompanhamento e orientação, medicamentos e notificação ao
SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação.
d) Controle de tuberculose – acompanhamento, orientação, medicamentos, notificação ao
SINAN e acompanhamento da família pelo PSF - Programa Saúde da Família.
e) Controle do Diabetes Mellitos – avaliação da glicemia, orientação, encaminhamento para
CISMEPAR.
f) Controle de hipertensão arterial – orientação, fornecimento de medicamento, visita
domiciliar das agentes comunitárias de saúde com intuito de controlar a pressão.
g) Saúde da família – visita domiciliar das agentes comunitárias de saúde e grupos educativos
(pressão arterial, Diabetes Mellitos, Gestantes), acompanhamento de pacientes em geral. A
equipe é composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e vinte e
quatro agentes comunitários de saúde que fazem visitas nas residências.
h) Programa Imunização das crianças e adultos voltado ao controle da vacinação.
92
Fora os serviços públicos de saúde, Porecatu dispõe de clínicas para atendimento médico
particular, consultórios odontológicos, psicólogos, fisioterapia, oftalmologia e fonoaudióloga.
A população com mais recurso financeiro ou plano de saúde procura atendimento médico-
hospitalar e odontológico em clínicas particulares ou em outros centros como Arapongas,
Londrina e Presidente Prudente (SP).
Observe o mapa a seguir:
Mapa 25 – Equipamentos de Saúde Pública Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 130)
- Analise a distribuição geográfica dos equipamentos de saúde do município de Porecatu
quanto ao acesso da população.
Figura 15 – Saúde em Porecatu
Hospital Municipal de Porecatu (2007) Hospital Municipal de Porecatu (1949?)
Fotografado por Rosiléia Bueno Fonte: Prefeitura Municipal de Porecatu
93
2.15 - Equipamentos urbanos 2.15.1 - Água
Em Porecatu o abastecimento de água potável é operado pela Companhia de Saneamento do
Paraná - SANEPAR, através de concessão de exploração dada pela Lei Municipal nº. 313/73,
até o ano de 2.013, com exceção do loteamento do Condomínio Portal das Águas, situado às
margens da represa da UHE-Capivara, que possui poço semi-artesiano operado pelo próprio
Condomínio.
A SANEPAR capta a água em 5 poços artesianos com profundidade média de 100 m, 4 deles
estão localizados na área urbana do município e 1 na área rural. Porecatu já teve 8 poços
funcionando, porém, 3 foram desativados por apresentarem excesso de manganês nos testes
realizados em laboratório pela SANEPAR. Somados, os que estão em funcionamento
apresentam um volume de captação de 210 m³/h, quantidade suficiente para atender a
demanda.
A população urbana é 99,70% atendida pelo serviço de água tratada da SANEPAR. O número
de ligações cadastradas atualmente é de 4.245 unidades, atendendo a 11.950 habitantes, destas
1.103 são ligações de baixa renda.
A água bruta captada nos poços é levada para estações de tratamento, nela acrescenta-se cloro
granulado, o hipoclorito de cálcio e o flúor para a higiene bucal. A SANEPAR controla a água
diariamente e regularmente são efetuados testes para análise das propriedades físico-químico
e bacteriológica da água. Após o tratamento a água é levada para a caixa d’água e distribuída
para a cidade.
É também a SANEPAR a responsável pela coleta e tratamento do esgoto domiciliar.
A população atendida por esse serviço corresponde a 97,50% das economias urbanas
(residencial, comercial e industrial). O número de ligações cadastradas atualmente é de 3.786
unidades, e a população atendida é de 11.990 habitantes, destas 1.133 são de ligações de baixa
renda.
A rede de água e esgoto tem tarifa diferencial segundo a categoria de consumo. Para a
população que reside em imóveis com área construída de até 70 m², com renda familiar de até
meio salário mínimo por pessoa ou no máximo 2 salários mínimos por família e que consuma
mensalmente até 10 m³ ou 2,5 m³/mês por pessoa terá direito a tarifa social, o que exceder a
esse limite é cobrado pelo m³ normal. A tarifa objetiva atender as famílias que não tem
condições de pagar o serviço e garantir-lhes o saneamento básico. Existe uma concentração
94
espacial dessas famílias nos conjuntos habitacionais Fátima Aparecida Fernandes e Celso
Fernandes, na Vila Industrial e na Vila Congo. Sobre o valor cobrado pela água é adicionado
80%, que corresponde ao serviço de esgoto, taxa cobrada para cobrir os investimentos feitos
pela empresa referentes à coleta, tratamento e manutenção da rede, garantindo assim a
qualidade da água e dos serviços prestados.
Todo o esgoto coletado na cidade é levado para a estação de tratamento localizada às margens
do Córrego Capim, próximo à Fazenda Aparecida, na porção noroeste do município.
O sistema em operação é do tipo anaeróbico R.A.L.F. (Reator Anaeróbico de Leito
Fluidizado). Após o tratamento o efluente é lançado no Córrego Capim.
As etapas de tratamento do esgoto em Porecatu seguem as seguintes etapas:
Fluxograma – Etapas do tratamento de esgoto Fonte: SANEPAR, in loco (2007) Organizado por: Rosiléia Bueno
A estação de tratamento de esgoto - ETE recebe os efluentes da cidade diretamente no
gradeamento, dispositivo metálico com grades que retém os materiais mais grossos. Os
dejetos resultantes desse processo são depositados em caçambas e cobertos com cal para secar
e ser aterrado. O efluente passa para o desarenador, estrutura de concreto onde o esgoto gira,
serve para limpá-lo terminando de remover as partículas menores de poluição; o material
95
decanta e vai para o fundo do tanque, sendo descarregado três vezes por semana em uma
caçamba e coberto com cal quando seca para ser aterrado.
O próximo passo é medir a vazão da água do esgoto que chega à estação de tratamento. A
água cai na caixa divisora de fluxo que a redireciona para os três R.A.L.F. (Reator Anaeróbico
de Leito Fluidizado) onde acontece o tratamento da água, o próprio esgoto cria bactérias que
comem as impurezas, a poluição do esgoto. As bactérias criam lodo no fundo do R.A.L.F. que
é retirado quando, durante as análises realizadas diariamente, a quantidade de lodo em um
litro de água corresponde a 3 ml. O lodo retirado vai para o leito de secagem, unidades de
alvenaria com meio filtrante e drenagem destinadas ao armazenamento do lodo descarregado
dos R.A.L.F. para secagem e tratamento com cal virgem, depois é destinado à agricultura,
menos para hortaliças. Entretanto, antes de usá-lo são feitas análises para saber se podem ser
disponibilizados ou não.
Após a água passar pelos três R.A.L.F. vai para o filtro biológico, onde é realizada a última
limpeza do esgoto e, para finalizar o processo, adiciona-se um anti-espumante antes de ser
lançado no corpo receptor, o rio Capim.
Diariamente são feitas análises em cinco pontos da estação de tratamento do esgoto, no
influente inicial, nos três R.A.L.F. e no filtro biológico, efluente final. Analisa-se a
temperatura, o pH, a alcalinidade, a acidez e os sólidos sedimentáveis para o controle da
qualidade da água do esgoto.
De 3 em 3 meses é realizada a coleta da IQETE-Índice de Qualidade de Esgoto Tratado. É
captada uma amostra da água antes do ponto de lançamento do influente, a montante e outra
antes do lançamento, a jusante. Este teste serve para medir a qualidade do esgoto tratado,
índice considerado aceitável a partir de 70%, se o percentual for menor, gera sanções dos
órgãos fiscalizadores. A qualidade do esgoto de Porecatu fica entre 90 e 100%, o melhor
índice da classificação.
Durante todas as etapas do tratamento há a preocupação em evitar o mau cheiro e manter o
aspecto visual agradável. As amostras das análises físico-químicas e bacteriológicas do esgoto
são encaminhadas para Arapongas, onde se localizam os laboratórios especializados da
SANEPAR para estas análises.
Observe o mapa a seguir:
96
Mapa 26 – Rede de água de Porecatu
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 85)
Mapa 27 – Rede de esgoto de Porecatu Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 89)
- Em seu município toda a população tem acesso à água tratada e à rede de esgotos?
- Indique quais são as áreas que ainda não possuem rede de água e/ou esgoto? Levante
hipóteses que expliquem esse fato.
2.15.1.1 - Consumo de água
A água é um recurso natural essencial para os seres vivos e para o desenvolvimento
econômico dos países, o que não é garantia para se ter acesso a ela. Sua distribuição e uso se
dão de forma desigual e, associado a isso, temos o desperdício e a poluição dos recursos
97
hídricos, o que agrava ainda mais o problema da disponibilidade da água para a população
carente que é a mais prejudicada neste processo.
A falta de acesso à água e ao saneamento está diretamente ligada ao alto número de óbitos de
crianças com menos de cinco anos. Dos 60 milhões de óbitos registrados no mundo inteiro,
segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano (2006), dos 10,6 milhões de mortos, quase
20% eram crianças menores de cinco anos, isso porque trata-se do grupo social mais
vulnerável.
Por dia, ocorrem 4.900 mortes de crianças por diarréia, perfazendo um total de cerca de 1,8
milhões de mortes de menores de cinco anos em conseqüência do consumo de água imprópria
e das más condições de saneamento. A cada 19 segundos, nos países onde o acesso a água e
ao saneamento básico é precário, morre uma criança em decorrência da diarréia.
Nesse contexto, percebe-se a necessidade do tratamento da água e do saneamento básico
como medida de prevenção para a redução da mortalidade infantil em países e locais pobres.
Diminuir a demanda e estimular o uso racional da água são medidas importantes para a sua
economia. Estimular o consumo alternativo reutilizando o recurso também colabora com a
redução do consumo de água potável. A água utilizada para enxaguar a roupa pode ser
reutilizada para molhar plantas, lavar carro, calçadas. A água do chuveiro pode ser
reaproveitada no vaso sanitário, desde que se façam as devidas instalações. A água da chuva
pode ser coletada para diversos usos domésticos, verifica-se assim que existem inúmeras
medidas bastante simples que podem ser tomadas para a economia deste importante recurso.
Observe o gráfico a seguir:
Gráfico 1 – Percentuais de uso doméstico da água
Fonte: Sanepar, Londrina (2007). Levantamento in loco
98
Veja o quadro a seguir que apresenta o consumo de água segundo algumas atividades
domésticas e as maneiras para economizá-la:
Um banho de 15 minutos exige 105 litros de água. Reduza o tempo para 10 minutos, e o consumo cai para 70 litros.
Cada vez que você lava as mãos com a torneira aberta o tempo todo, são gastos 7 litros de água.
Enquanto faz a barba, com a torneira aberta, um homem gasta 65 litros de água. Feche a torneira enquanto faz a barba, e só volte a usar água para enxaguar. Com a torneira fechada o consumo será inferior a um litro.
Para escovar os dentes é necessário apenas um copo de água, mas as pessoas que não fecham à torneira durante a escovação gastam 10 litros.
A válvula de descarga é um grande vilão no consumo de água. Sozinho o vaso sanitário pode ser responsável por 50% do que se gasta em uma residência.
Nunca jogue cigarros, absorventes ou papéis no vaso, porque haverá maior consumo de água para mandar esse lixo embora.
Deixar a mangueira aberta enquanto lava o carro, nem pensar! Se você fizer isso vai gastar 360 litros. Não lave o carro. Se for imprescindível, use apenas a água de um balde pequeno.
Lavar a louça da família também exige mudança de hábito. Se continuar lavando com a torneira aberta o tempo todo, serão gastos 112 litros por pessoa. Mude o hábito. Feche a cuba da pia, encha de água. Ensaboe toda a louça e enxágüe com água limpa. Se fizer assim, você vai consumir menos de 10 litros para lavar a louça.
Procure usar a capacidade máxima da máquina de lavar roupas. Não lave roupas todos os dias. Espere acumular. Você vai economizar água e energia. A água que fez o último enxágüe das roupas, no tanque ou na máquina pode perfeitamente ser usada para ensaboar tapetes, tênis e cobertores. Também serve para molhar plantas, lavar carro, pisos e calçadas.
Vazamento em torneira: Gotejando simplesmente consome 60 litros por dia ou 2m³ por mês Vazando filete de 1 mm consome 2.000 litros por dia ou 60 m³ por mês Vazando filete de 2 mm consome 4.500 litros por dia ou 130 m³ por mês Vazando filete de 6 mm consome 16.500 litros por dia ou 530 m³ por mês.
Os vazamentos são grandes vilões. É fundamental observar se a válvula de descarga está funcionando perfeitamente, se não há manchas de umidade nas paredes e calçadas e também se todas as torneiras estão vedando adequadamente. Uma torneira que fica gotejando durante um mês representa um desperdício de 2 metros cúbicos, o suficiente para atender as necessidades de uma pessoa por 14 dias.
Recomendações gerais: Quando você for viajar, feche o registro do cavalete de entrada d’água, evitando qualquer desperdício durante sua ausência. Evite lavar calçadas e carros várias vezes por semana, assim como irrigar demais os jardins.
Quadro 3 Disponível em: <http://www.sanepar.com./calandrakbx/calandra.nsf/0/A83EA3494C9377C4>. Acesso em: 25 de out. 2007
99
- Com base nos dados sobre consumo de água e formas de economizá-la, faça uma tabela
listando os usos da água em sua casa (da atividade que menos consome água para a que mais
consome), em seguida, descreva as maneiras de usá-la de forma racional. Com base nisso,
oriente seus parentes, familiares e amigos a consumirem menos água.
2.15.2 - Energia
A energia é um dos serviços fundamentais para a sustentabilidade socioeconômica de um
país. Propicia sua industrialização e desenvolvimento econômico através de seus diversos
usos industrial, residencial, comercial e de serviços.
Atualmente a maior parte da energia produzida no mundo é proveniente de combustíveis
fósseis, carvão, petróleo e gás natural, sendo, portanto, de caráter esgotável, não renovável.
Em função do caráter esgotável e do grande impacto ambiental desencadeado pelo uso de
combustíveis fósseis, os países vêm buscando, pesquisando e até já utilizando fontes
alternativas de energia, inesgotáveis, como é o caso da energia eólica, solar e hidráulica, entre
outras.
Veja a seguir as fontes de energia utilizadas no Brasil
Tabela 15 – Fontes de Energia utilizadas no Brasil
Fontes de energia – Brasil
Hidráulicas 1
(Produzidas em Usinas Hidrelétricas) 37%
Derivados do Petróleo Gás Engarrafado (GLP) Gasolina Querosene Óleo Diesel
2
Óleo Combustível
32%
3 Carvão Vegetal e Lenha 9%
4 Bagaço de Cana 7%
5 Álcool 4%
6 Carvão Mineral 3%
7 Gás Natural 2%
8 Outras Fontes 6% Disponível em: <http://www.ebanataw.com.br/roberto/energia/ener4.htm>.
Acesso em: 15 nov. 2007
A energia elétrica pode ser produzida em usinas termelétricas, termonucleares e hidrelétricas:
- Termelétrica - usa como fonte de energia para a produção da eletricidade o carvão mineral e
o petróleo. Provoca grandes impactos ambientais com a poluição atmosférica.
100
- Termonuclear – usa o urânio e o tório como fonte de energia para a produção da eletricidade
através da fissão do átomo. Sua instalação é de alto custo, com produção de resíduo -lixo
atômico- altamente radioativo e ainda há o perigo de vazamentos.
- Hidrelétrica – maior responsável pela geração de energia elétrica no país, usa a água como
fonte de energia para a produção da eletricidade. Provoca impacto no ambiente ao alagar a
área para o lago artificial necessário para a construção da usina.
O fornecimento de energia elétrica em Porecatu é de responsabilidade da Companhia
Paranaense de Energia Elétrica - COPEL, alimentada através da subestação Londrina
(230.000 KV) que está ligada à subestação Florestópolis (34.500 KV) que redireciona a
energia até a subestação de Porecatu que a rebaixa para 13.500 volts para ser distribuída para
o município. Como o sistema elétrico nacional de transmissão é integrado não é possível
determinar a origem da energia gerada no município. Ela pode vir de qualquer usina
hidrelétrica ou termelétrica que compõe o Sistema Integrado Nacional-SIN. Só no Paraná são
18 usinas: 17 hidrelétricas e 1 termelétrica.
Mapa 28 - USINAS HIDRELÉTRICAS E TERMELÉTRICAS DO P ARANÁ-COPEL
Usina Hidrelétrica Governador Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia)
Usina Hidrelétrica Governador Ney Braga (Segredo)
Usina Hidrelétrica Governador José Richa (Salto Caxias)
101
Usina Hidrelétrica Governador Parigot de Souza
Usina Hidrelétrica Guaricana
Usina Hidrelétrica Chaminé
Usina Hidrelétrica Apucaraninha
Usina Hidrelétrica Mourão
Usina Hidrelétrica Derivação do Rio Jordão
Usina Hidrelétrica Marumbi
Usina Hidrelétrica São Jorge
Usina Hidrelétrica Chopim I
Usina Hidrelétrica Rio dos Patos
Usina Hidrelétrica Cavernoso
Usina Hidrelétrica Melissa
Usina Hidrelétrica Salto do Vau
Usina Hidrelétrica Pitangui
Usina Termelétrica Figueira
Fonte: COPEL Disponível em: <www.copel.com>.
Acesso em: 15 nov. 2007
Após passar pela subestação de Porecatu, a energia é redistribuída por toda a extensão da rede
primária urbana, que no município é de 21 km e na zona rural é de 35 km e a rede secundária
urbana é de 51 km e a rural de 2 km, segundo dados de 2006. A área urbana e a área rural são
100% atendidas pelo serviço de energia elétrica.
A cobrança pelo serviço de energia é medida em kWh (quilowatt-hora) e o valor depende do
custo que a concessionária (COPEL) tem para realizar a ligação para determinada categoria de
consumo.
Para os consumidores de baixa renda foi criada a tarifa social. São dados descontos na tarifa
aos consumidores que consomem até 79 kWh como média dos últimos 12 meses e de 80 até
220 kWh com ligação monofásica. No primeiro caso a Lei nº. 10.438/02 enquadra-os
automaticamente como baixa renda, enquanto que no segundo caso, os consumidores têm que
comprovar inscrição em programas sociais do governo federal como o Cadastro Único, o
102
Programa Bolsa Família, entre outros, para terem direito à tarifa subsidiada. O Paraná ainda
tem o programa Luz Fraterna que isenta a família de baixo poder aquisitivo da conta de
energia, desde que consuma até 100 kWh por mês e se inscreva no programa.
Porecatu apresenta maior consumo de energia elétrica no setor secundário 71,76
MWH/consumidor (2007), embora esta tenha um menor número de consumidores, o que
comprova a importância da energia na atividade industrial do município. Já o setor terciário
caiu de 11,34 MWH/consumidor (2005) para 6 MWH/consumidor atualmente. Na área rural
houve um decréscimo de consumo devido à saída de pessoas do campo, entretanto, houve um
aumento no número de consumidores devido à instalação do serviço de energia na Vila Rural
da Amizade e em outras fazendas que antes eram abastecidas pela Usina Central do Paraná,
que não cobrava o serviço que agora passou para a concessionária.
Analise a tabela a seguir:
Tabela 16 - PORECATU
EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE CONSUMIDORES E CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA, POR CLASSE (1995-2003/2005)
1995 2003 2005 2007 VARIÁVEL/ANO
MWH nº.cons. MWH nº.cons. MWH nº.cons. MWH nº.cons.
Residencial 6.173 3.530 6.322 3.735 6.448 3.791 5.357 3.865
Industrial 3.839 39 2.011 42 3.152 50 3.875 54
Comercial 1.792 342 3.878 350 4.057 358 2.217 369
Rural 1.232 167 1.573 190 941 176 517 316
Poder Público 590 40 611 43 609 44 574 48
Iluminação Pública 2.636 1 2.398 4 2.340 3 1.738 10
Serviços Públicos 906 13 924 12 1.114 13 788 12
Próprio 12 2 17 2 21 2 20 2
TOTAL 17.180 4.134 17.734 4.378 18.682 4.437 15.085 4.676
FONTE: COPEL – PORECATU apud Plano Diretor (2006)
Estabeleça relações entre a evolução do consumo de energia elétrica e as atividades econômicas. Observe o gráfico a seguir:
Gráfico 2: Consumo de energia elétrica por classes em Santa Mariana - 2007
103
CONSUMO DE ENERGIA ELÉTRICA POR CLASSES - 2007
39,57%
7,17%15,21%
21,13%
4,80%
8,58%
3,49%
0,06%
RESIDENCIAL INDUSTRIALCOMÉRCIO RURALPODER PÚBLICO ILUMINAÇÃO PÚBLICASERVIÇOS PRÓPRIO
Fonte: COPEL (2007)
Organizado por: Rosiléia Bueno Se fizermos uma comparação com outra cidade que contraste com Porecatu, como Santa
Mariana, município localizado no norte pioneiro do Paraná, pode-se perceber o peso das
indústrias no montante de consumo do primeiro. Embora Porecatu apresente 12 consumidores
industriais a mais, estes são significativos, porque refletem no consumo total da categoria em
ambas as cidades. Já na categoria rural, ao contrário, embora possua quase o mesmo número
de consumidores, Santa Mariana apresenta um perfil de produtores que usa a energia de modo
mais intensivo, devido ao alto índice de equipamentos elétricos instalados nas propriedades da
região, em sua maioria de grande porte. A tecnologia associada à intensa atividade agrícola e
ao uso de motores para beneficiamento do café justifica o alto consumo.
Porecatu é relativamente bem atendido pela iluminação das vias públicas nas quais são
utilizadas lâmpadas de mercúrio (azul) e de vapor de sódio (amarela). Nos trevos da cidade a
iluminação é feita por superpostes.
Toda a área urbana é servida de iluminação, mas o nível de claridade de algumas áreas é
prejudicado pela arborização e há a necessidade de melhorias na iluminação pública dos
bairros residenciais do Jardim Sol Poente e dos Conjuntos Habitacionais localizados no
extremo norte da cidade, próximos da área rural.
- Em seu município, quais são os segmentos que consomem mais energia elétrica?
- A partir da comparação dos dados dos mapas responda como a atividade econômica
predominante no município influencia no perfil do consumo de energia elétrica?
104
Observe o mapa a seguir que mostra a espacialidade da distribuição da energia elétrica de
Porecatu:
Mapa 29 – Energia Elétrica de Porecatu
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 105) - Faça uma comparação entre o padrão de consumo do seu município com os demais
apresentados no mapa.
- Em qual segmento de consumo a tarifa é mais elevada? Por que isso ocorre?
2.15.3 - Transporte urbano
Porecatu localiza-se no entroncamento de três rodovias: a PR 170 - João Lunardelli que faz a
ligação do município com o sul do estado do Paraná e com a porção sul do Estado de São
Paulo, ao norte, é a única que acessa diretamente a malha urbana; a PR 090, a noroeste, que
liga Porecatu ao município vizinho de Alvorada do Sul e a PR 450 interliga Porecatu a
Centenário do Sul, município vizinho ao sul.
Estas rodovias pavimentadas permitem o fácil acesso dos munícipes ao restante do estado do
Paraná. É a partir delas que se dá a ligação com o meio rural e ocorre o escoamento das safras
agrícolas, pessoas e outras mercadorias.
Na cidade predomina o arruamento organizado sob a forma de tabuleiro de xadrez, na maioria
dos loteamentos que têm ligação com a Avenida Paranapanema, que se inicia no trevo norte
da PR 170, próximo ao Parque Industrial Gastão Camargo Izique Penteado. Esta avenida
atravessa toda a cidade até chegar à sede da Usina Central do Paraná. A Rua Iguaçu, possui
sentido norte-sul e inicia-se no trevo sul da PR 170, passando próximo ao centro e
conectando-se aos conjuntos habitacionais ao norte da cidade. Estas são as principais vias que
105
influenciaram na estruturação da cidade. As outras exercem papel secundário como a Rua
Urbano Lunardelli, Paranaguá, Belo Horizonte e Brasil.
As vias pavimentadas na área urbana perfazem um total de 64,49 km e as não pavimentadas,
2,81 km. Porém, nos novos conjuntos habitacionais, no extremo norte do município e no
Jardim Sol Poente 24,15% das vias pavimentadas necessitam de recapeamento (Plano Diretor,
2006).
O transporte coletivo é feito pela Prefeitura Municipal que utiliza ônibus próprio e contrata
particulares para o transporte de alunos da zona rural para a zona urbana e dos conjuntos
habitacionais mais distantes até as escolas nos três períodos. O transporte dos funcionários é
feito pelas empresas.
Os estudantes de nível universitário ou de cursos técnicos não ofertados em Porecatu que
residem no município se deslocam diariamente aos centros universitários localizados nas
cidades de Rolândia, Apucarana, Jandaia do Sul, Londrina e Presidente Prudente (SP). O
transporte é feito por vans e ônibus particulares contratados pelos alunos que formaram uma
associação. Pagam a mensalidade e a Prefeitura contribui com ajuda parcial para o
combustível.
Na porção leste da cidade, na Praça Alzira Fernandes, fica o Terminal Rodoviário interurbano
e interestadual. Estes transportes são realizados pelas empresas: Viação Garcia, Viação Ouro
Branco, União Cascavel, Eucatur, Viação Princesa, Viação Motta e Transporte Andorinha.
As linhas disponibilizadas por estas empresas em Porecatu fazem ligações com muitos
municípios como Londrina, Maringá, Curitiba, Ribeirão Preto, Araçatuba, Presidente
Prudente, Catanduva, Florianópolis, Porto Velho, Cuiabá, São Paulo e Rio de Janeiro.
Veja a seguir o quadro com as linhas de ônibus e respectivos horários:
Quadro 4 - TRANSPORTE INTERURBANO DE PORECATU (2007)
Cidade Destino Final Empresa Horário
Porecatu Maringá Viação Garcia 00h40min /06h40min
Porecatu Londrina Viação Garcia 00h50min/09h35min/13h05min/16h35min/20h20min
Porecatu Araçatuba Viação Garcia 08h00min/12h00min/17h00min/23h59min
Porecatu Catanduva Viação Garcia 09h45min/22h55min
Porecatu Curitiba Viação Garcia 14h30min
Porecatu Londrina Viação Ouro
Branco 05h30min/07h45min/11h40min/15h55min/20h25min
Porecatu Itaguajé Viação Ouro
Branco 08h25min/11h25min/16h50min/20h55min
106
Porecatu Bela Vista do
Paraíso Viação Ouro
Branco 06h00min/11h50min/17h45min
Porecatu São Paulo Viação Ouro
Branco Ter. Qui. e Dom. 20h45min
Porecatu Porto Velho Eucatur 20h00min
Porecatu Florianópolis Eucatur 20h00min
Porecatu Marília Princesa 10h20min/17h20min
Porecatu Maringá Princesa 10h00min/16h55min
Porecatu São Paulo Andorinha Sex. e Dom. 20h55min
Porecatu Maringá Andorinha Sáb. e Dom. 06h00min
Porecatu Cuiabá Motta 10h05min/22h40min Fonte: Dados fornecidos pelas empresas
Organizado e elaborado por: Rosiléia Bueno
- Com base nos dados do Quadro anterior é possível inferir com quais cidades Porecatu possui
relações mais intensas?
- Selecione 5 destinos que possuem mais horários em Porecatu. Em seguida, indique o que os
moradores de Porecatu, em geral, fazem nestas cidades.
A cidade possui dois pontos de táxi, conta com quatro táxis licenciados, distribuídos em dois
pontos distintos da área urbana. Um ponto na Praça da Igreja Matriz e outro no Terminal
Rodoviário Municipal.
O aeroporto de Porecatu fica situado na zona rural, próximo ao centro urbano e à rodovia PR
170, cadastrado no Ministério da Aeronáutica desde 1978 com pista pavimentada de 1.200
metros de extensão e 30 metros de largura, suficiente para o pouso de grandes aeronaves,
entretanto, não possui instalações físicas, servindo para pousos e decolagens dos munícipes
que possuem avião e daqueles que aplicam veneno nas lavouras.
- Dos meios de transporte existentes no seu município, qual você mais utiliza?
O mapa a seguir apresenta o sistema viário urbano de Porecatu.
Mapa 30 – Porecatu: Sistema Viário Urbano
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 236)
107
- Após observar o mapa do sistema viário urbano, delimite as áreas não pavimentadas. Por
que isso ocorre?
- Estabeleça uma correlação entre os arranjos territoriais urbanos e a presença ou ausência de
pavimentação.
- Qual a importância da pavimentação para os moradores de um município?
2.15.4 - Coleta de lixo
Uma das grandes preocupações da sociedade moderna é a produção de lixo, atualmente
produz-se no Brasil em média 750 gramas por pessoa. Em função disso, quando depositado
inadequadamente e sem tratamento torna-se um grande problema para o Poder Público e para
o meio ambiente, interferindo na qualidade de vida da população.
Percebe-se que quanto mais rico é o país maior a produção de lixo, como demonstram dados
dos Estados Unidos, que produzem 200 milhões de toneladas por ano, reflexo do consumismo
da sociedade capitalista. Com a maior produção de riquezas, a concorrência e a busca do
lucro, a sociedade produz cada vez mais rejeitos com o excesso de embalagens proveniente da
cultura do descartável.
O gerenciamento e o destino final da coleta de lixo em Porecatu são de responsabilidade do
Poder Público Municipal. O serviço foi terceirizado a partir de 21/05/2007, cabendo a
empresa SANETRAN (Saneamento Ambiental S/A de Almirante Tamandaré-Paraná) o
recolhimento do lixo.
O mapa a seguir apresenta as rotas da coleta de lixo no município:
108
Mapa 31 – Rotas da coleta de lixo de Porecatu Fonte: SANETRAN (2007)
Organizado por: Emiliana Alves Silva (2007)
- Com base nas informações presentes no mapa apresentado anteriormente, caracterize a
coleta de lixo no seu município.
Para a coleta de o lixo domiciliar, a cidade foi dividida em duas regiões a partir da Rua
Iguaçu. O serviço abrange toda a área urbana. Dos destinos dados ao lixo, a coleta do
município atinge 90,64% do lixo, média superior à do Estado do Paraná (82,1%). Nas
localidades, a leste da Rua Iguaçu, o caminhão recolhe o lixo na segunda, na quarta e na
sexta-feira e a oeste, na terça, na quinta-feira e no sábado, a partir das 7 horas.
Tabela 17 - PORECATU E PARANÁ
PROPORÇÃO DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES, P OR DESTINO DE LIXO (1991 e 2000).
PARANÁ (%) MUNICÍPIO (%)
ANO ANO TIPO/ANO
1991 2000 1991 2000
Coletado 64,4 82,1 82,84 90,64 Queimado (na propriedade) 20,9 13,5 7,96 0,75
Enterrado (na propriedade) 3,2 2 8,68 0,32
Jogado 9,4 1,9 8,98 1,43
Outro destino 2,1 0,5 0,1 0,07 Fonte: IBGE/Censos Demográficos, apud Plano Diretor (2006)
109
- Com base nos dados da Tabela, explique por que houve a redução do percentual do lixo
jogado, enterrado e queimado e o aumento do lixo coletado.
O destino final das 250.000 toneladas de resíduos por mês é o aterro sanitário, que fica há 15
quilômetros da área urbana, a leste, nas proximidades da represa. O aterro foi inaugurado em
novembro de 2002 com vida útil para 6 anos, ou seja, até fevereiro de 2008. A deposição do
lixo em aterros permite que sejam colocados em camadas e cobertos de terra, diminuindo o
mau cheiro e evitando a proliferação de insetos e outros animais prejudiciais à saúde do ser
humano.
O Plano Diretor de Porecatu constatou que a proximidade do aterro com a represa e o risco de
contaminação dos recursos hídricos fez com que o Ministério Público notificasse a
municipalidade para o encerramento das atividades no local.
Os entulhos, restos de obras, poda de árvore são depositados no antigo lixão da cidade, a céu
aberto. Também são usados para conter erosão e nivelar terrenos.
A varrição das ruas não alcança toda a área urbanizada, e é realizada apenas no centro da
cidade por 4 pessoas.
O lixo hospitalar era coletado em sacos plásticos especiais para transporte, sendo recolhido
três vezes por semana e depositado no aterro sanitário, agora com a cobrança da legislação
passou a ser terceirizado, o serviço é feito pela empresa Serv Oeste de Curitiba que recolhe
todo o lixo hospitalar, ambulatorial e funerário.
O não tratamento de o lixo hospitalar caracteriza crime ambiental, ele deve ser incinerado e o
radioativo encaminhado para a Comissão Nacional de Energia Nuclear. Segundo dados de
2004, apenas 14% dos municípios tratavam adequadamente as quatro mil toneladas-dia de
lixo hospitalar no Brasil.
Trabalhar com lixo é uma atividade econômica e, socialmente, gera benefícios para a
qualidade de vida e a saúde da população e ao meio ambiente.
Recolher e separar os diversos tipos de lixo contribui com a diminuição de sua deposição nos
lixões e aterros, a exposição a doenças e contaminação do meio. A coleta seletiva promove a
economia de energia, de água e de utilização dos recursos naturais ao reciclar o lixo
transformando-o em outro produto, amenizando os impactos ao meio ambiente.
Em Porecatu, a coleta seletiva é realizada por particulares que recolhem o lixo reciclável
diariamente nas ruas da cidade. A maioria deles se juntou e formou uma associação,
registrada, a ACOP-Associação dos Coletores de Porecatu, localizada num barracão na
Avenida Paranapanema (ex-FORD) alugado pela Prefeitura Municipal que também paga a
110
água e a luz. Neste local separam-se as 20 toneladas/mês de lixo que é vendido para outros
municípios (Londrina, Florestópolis, Prado Ferreira e Presidente Prudente) que vem buscá-lo.
Tabela 18 - Freqüência da coleta de resíduos sólidos em PORECATU – PR
Dias da Semana
Período Bairros
Manhã Parque Guairá, Parque Industrial, Vila Industrial, Vila Josefina F. Lunardelli. 2ª. Feira
Tarde Vila Operária, Vila Torta, Vila Catanduva, Vila Iguaçu, Jardim Sol Poente, Centro.
Manhã
Jardim Santa Cristina, Jardim São Paulo, Jardim São João, Jardim Santo Antonio, Jardim Metrópole, Jardim Sumaré, Jardim Dona Sidônia B. Jonasson.
3ª. Feira
Tarde
Vila Ulbaldino di Miguelli, Vila Olga Izzar Atalla, Vila Alto da Boa Vista, Vila Yolanda Ferrarezi, Vila Fátima Ap. Fernandes, Vila Celso Fernandes, Condomínio Garcez.
Manhã Parque Guairá, Parque Industrial, Vila Industrial, Vila Josefina F. Lunardelli.
4ª. Feira
Tarde Vila Operária, Vila Torta, Vila Catanduva, Vila Iguaçu, Jardim Sol Poente, Centro.
Manhã
Jardim Santa Cristina, Jardim São Paulo, Jardim São João, Jardim Santo Antonio, Jardim Metrópole, Jardim Sumaré, Jardim Dona Sidônia B. Jonasson.
5ª. Feira
Tarde
Vila Ulbaldino di Miguelli, Vila Olga Izzar Atalla, Vila Alto da Boa Vista, Vila Yolanda Ferrarezi, Vila Fátima Ap. Fernandes, Vila Celso Fernandes, Condomínio Garcez.
Manhã Parque Guairá, Parque Industrial, Vila Industrial, Vila Josefina F. Lunardelli.
6ª. Feira
Tarde Vila Operária, Vila Torta, Vila Catanduva, Vila Iguaçu, Jardim Sol Poente, Centro.
Manhã
Jardim Santa Cristina, Jardim São Paulo, Jardim São João, Jardim Santo Antonio, Jardim Metrópole, Jardim Sumaré, Jardim Dona Sidônia B. Jonasson.
Sábado
Tarde
Vila Ulbaldino di Miguelli, Vila Olga Izzar Atalla, Vila Alto da Boa Vista, Vila Yolanda Ferrarezi, Vila Fátima Ap. Fernandes, Vila Celso Fernandes, Condomínio Garcez.
Fonte: Sanetran-Saneamento Ambiental S/A (2007) - Com base nos dados da Tabela avalie a qualidade do serviço de coleta de lixo de sua cidade.
- Quantos quilos de lixo você produz por dia?
- Estabeleça uma correlação entre capitalismo, nível socioeconômico, consumismo e
produção de lixo.
111
- Em seu município quais medidas individuais e coletivas são tomadas para a redução da
produção de lixo?
- Quais os benefícios que a redução do lixo pode trazer para a sociedade e para a natureza?
2.15.5 - Lazer, cultura e turismo
Porecatu é dependente de manifestações culturais externas à comunidade, não há cinema,
teatro, centros de exposição, centro de artesanato e conservatório musical. A população que
apresenta interesse por estas formas culturais e meios para tal, tem que se deslocar para
centros maiores como Londrina, Maringá ou Presidente Prudente (SP).
Quando há alguma dessas atividades culturais no município elas acontecem em espaços
adaptados, resumindo-se basicamente à FECOP, feira onde os empresários expõem produtos e
serviços, Festa do Vinho e do Queijo, a Quermesse Vicentina e a Festa da Padroeira Nossa
Senhora Aparecida, na Praça da Igreja Matriz.
A atividade turística ainda é incipiente no município, existia uma vontade de desenvolver o
turismo rural em função de sua característica agrária, o que necessitaria de um planejamento
mais consistente para atrair investimentos e de treinamento da iniciativa privada e da
população local, porém, a cultura agrícola que predomina no município, a canavieira, oferece
poucas opções para seu desenvolvimento.
Porecatu criou o Conselho Municipal de Turismo, o COMTUP, em 13 de julho de 2001, Lei
nº. 1.032/01 com o intuito de desenvolver estratégias para o fomento do turismo. Foi
contratada uma assessoria para elencar os possíveis atrativos turísticos do município e traçar
diretrizes para sua implantação, assim como a necessidade de desenvolver e melhorar a infra-
estrutura básica e turística para oportunizar empreendimentos voltados para o
desenvolvimento econômico, social e cultural de Porecatu.
Constatou-se que a orla da represa Capivara, no Paranapanema, apresenta possibilidades para
o desenvolvimento de atividades náuticas de pesca, esporte, lazer e educação ambiental.
Entretanto, é de propriedade particular, sendo necessárias articulações para o projeto ser
viabilizado, além do envolvimento do poder público, da comunidade e de investidores.
Como espaço para lazer Porecatu possui cinco praças, apesar de a população não ter o hábito
de freqüentá-las, salvo quando ocorre alguma atividade. A Praça Padre Calógero Gaziano é a
de referência da cidade, ao seu redor concentra-se atividade de comércio e de serviços.
Há um desequilíbrio na distribuição dos espaços livres para lazer no município, enquanto
existe uma concentração deles na Vila Iguaçu, há precariedade em outros locais, como nos
112
conjuntos habitacionais mais recentes, acontecendo o mesmo em relação às quadras poli
esportivas públicas.
Quadro 5 – PRAÇAS EM PORECATU
Área Estado de Nome
(m²) Equipamentos Disponíveis
Conservação Construção
Praça Padre Calógero Gaziano
8.400 Iluminação, paisagismo, coreto, quiosque, bancos e igreja matriz.
bom Sem
informação Praça Alzira Gonçalves Fernandes (rodoviária)
4.968 Iluminação, paisagismo e bancos. bom 1977
Praça Ney Amintas de Barros Braga
8.640 ------ ruim 1979
Espaços livres da Vila Iguaçu
76.131 ------ ruim 1977
Praça Prefeito Ângelo Nino
2.240 Iluminação e equipamentos
(deficientes) ruim --
Fonte: Plano Diretor de Porecatu (2006)
Praça da Vila Yolanda Ferrareze (2007)
Praça Alzira Gonçalves Fernandes (2007)
Praça Pe. Calógero Gaziano (2007)
Figura 16 – Vista parcial das Praças de Porecatu
Fotografado por: Rosiléia Bueno
- Cite as diversas funções de uma praça.
113
- Com base nos conhecimentos sobre a relevância das praças para a sociabilidade das pessoas,
elabore propostas que auxiliariam a população na criação de hábitos para intensificar a
freqüência nestes espaços públicos.
No Ginásio de Esportes, Isaac Jabur, principal estádio público de desportos do município,
com capacidade para seis mil pessoas tem escolinhas de vôlei, basquete e futebol de salão
masculino voltadas para crianças e adolescentes, que treinam três vezes por semana. Nele
também acontecem shows, bingos, apresentações de danças e exposição de trabalhos
escolares.
Uma outra área pública de lazer é a Avenida Antônio Fernandes, utilizada pela população
como local de caminhada pela manhã ou à tarde, porém, é uma via de entrada e saída de
Porecatu, com contínua circulação de veículos e por onde se dá o acesso para o Terminal
Rodoviário Municipal.
Observe o mapa a seguir:
Mapa 32 – Localização dos Centros de disseminação cultural de Porecatu Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006, p. 176)
- Em que áreas da cidade existem uma densidade maior de áreas turísticas, desportivas,
culturais e de lazer?
- Como você poderia explicar essa distribuição espacial?
- Existem bairros segregados quanto ao acesso às áreas turísticas, desportivas, culturais e de
lazer?
- Quais das áreas turísticas, desportivas, culturais e de lazer você freqüenta?
- Quais órgãos são responsáveis pela manutenção destes espaços?
114
- Dentre as atividades citadas, quais delas são mais relevantes para a economia do seu
município?
- Como estas influenciam na economia da cidade?
- Cite os serviços desenvolvidos em função das atividades de lazer.
2.15.5.1 - Atividades Culturais
É característica das sociedades comemorarem os fatos históricos, desenvolver festividades ligadas à história, aos aspectos religiosos, promover festivais de teatro, de música, cinema, etc. Isso tudo para lembrar suas origens sócio-espaciais, dinamizar o lazer, alimentar sua criatividade e dinamizar as relações inter-pessoais e culturais.
Veja a seguir a programação do ano em Porecatu.
Março:
Data Evento Organização Local
3 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
10 Forró
Universitário
AEP-Ass. Estudantes de
Porecatu.
Centro Social Urbano
16 Baile Show Clube do Café Clube do Café
17 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
24 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
25 Festa da Tilápia
Ass. Irmã Clorinda
Ginásio de Esportes Luizão
31 Forró do provopar
Provopar Centro de
Convivência
Abril:
Data Evento Organização Local
7 Baile de Aleluia
Clube do Café Clube do Café
7 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
14 Forró
Universitário
AEP-Ass. Estudantes de
Porecatu.
Centro Social Urbano
14 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
115
Entre 13 e 20
Aplause Entidades
Assistenciais Gin. de Esportes
Isaac Jabur
21 Baile das Estrelas
Clube do Café Clube do Café
21 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
28 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
Maio:
Data Evento Organização Local
5 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
11 Homenagem às
mães
Divisão de Cultura e Turismo
Gin. de Esportes Isaac Jabur
12 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
12 Baile do Cavuco
Clube do Café Clube do Café
19 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
19 Forró
Universitário
AEP-Ass. Estudantes de
Porecatu.
Centro Social Urbano
26 Baile Show Clube do Café Clube do Café
26 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
Junho:
Data Evento Organização Local
2 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
9 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
9 Brega Fest Clube do Café Clube do Café
16 Forró
Universitário
AEP-Ass. Estudantes de
Porecatu.
Centro Social Urbano
16 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
23 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
29 Festival de
Danças Juninas
Dir. do Colégio Ricardo
Lunardelli
Col. Est. Ricardo Lunardelli
116
30 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
30 VII Festa de
Vinhos E Queijos
SOS Centro Social
Urbano
Julho:
Data Evento Organização Local
06 e 07 Festa dos Estados
Dir. do Colégio Col. Est. Profº.
Malvino de Oliveira
7 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
13 a 15 Jully Fest Paróquia Nossa
Senhora Aparecida
Paróquia Nossa Senhora
Auxiliadora
14 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
14 Baile de Férias Clube do Café Clube do Café
21 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
28 Baile Show Clube do Café Clube do Café
28 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
Agosto:
Data Evento Organização Local
4 Forró
Universitário
AEP-Ass. Estudantes de
Porecatu.
Centro Social Urbano
4 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
11 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
11 Até que a Lua
vire Sol Clube do Café Clube do Café
18 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
18 Diofest Dir. do Colégio
Diocesano Praça Pe.
Calógero Gaziano
20 a 24 Semana da
Arte
Dir. do Col. Ricardo
Lunardelli
Col. Est. Ricardo Lunardelli
24 XIV Festival de Danças
Dir. da Escola Jorge Rudney
Atalla
Gin. de Esportes Isaac Jabur
25 Festival de Prêmios
Diretoria da Apae
Gin. de Esportes Isaac Jabur
117
25 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
25 Baile Show Clube do Café Clube do Café
Setembro:
Data Evento Organização Local
1 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
01 a 07 Semana da
Pátria Div. de Cultura e
Turismo Praça Pe.
Calógero Gaziano
8 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
8 Festa da
Independência Clube do Café Clube do Café
15 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
22 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
22 Chá
Beneficente S.O.S
Centro Social Urbano
14 a 16
XII FECOP-Feira do
Comércio de Porecatu
ACEP- Ass. Comercial e
Empresarial de Porecatu.
Gin. de Esportes Isaac Jabur
29 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência 29 Baile Show Clube do Café Clube do Café
Outubro:
Data Evento Organização Local
6 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
12
VI Procissão Fluvial-Hom. a Nossa Senhora
Aparecida
Div. de Cultura e Turismo
Represa Capivara
11 a 14 Festa da Padroeira
Paróquia Nossa Senhora
Aparecida
Praça Pe. Calógero Gaziano
13 Baile do Café Clube do Café Clube do Café
13 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
20 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
20 Forró
Universitário
AEP- Ass. Estudantes de
Porecatu.
Centro Social Urbano
27 Baile Show Clube do Café Clube do Café
118
27 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
Novembro:
Data Evento Organização Local
3 Baile Show Clube do Café Clube do Café
3 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
10
10 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
10 Jantar
Dançante
Centro de Educação
Infantil Maria Helena
Centro Social Urbano
15 Bingo do Asilo São Vicente de
Paulo
Diretoria do Asilo
Gin. de Esportes Isaac Jabur
15 a 18 Quermesse
Popular Clube do Café Clube do Café
17 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
24 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
Dezembro:
Data Evento Organização Local
1 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
01 a 22 Dezembro
Festivo Div. de Cultura e
Turismo Praça Pe.
Calógero Gaziano
7 Baile do Hawai
Clube do Café Clube do Café
8 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
15 Forró
Universitário
AEP- Ass. Estudantes de
Porecatu.
Centro Social Urbano
15 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
22 Pré-Festa de
Natal Clube do Café Clube do Café
22 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
29 Pré-Festa de Reveillon
Clube do Café Clube do Café
29 Forró do Provopar
Provopar Centro de
Convivência
119
Observe o mapa e as imagens a seguir.
Mapa 33 – Local dos eventos em Porecatu
Fonte: Comtup, Conselho de Turismo de Porecatu (2007).
- Faça uma análise da distribuição espacial dos eventos que ocorrem em seu município.
- Quais são os grupos sociais que mais participam destes eventos?
- Em que medida esses eventos interferem nos arranjos espaciais do seu município?
- A dinâmica populacional é alterada com a realização desses eventos?
120
TEMA 3: DINÂMICA POPULACIONAL
Objetivo geral
- Compreender a dinâmica populacional tendo como base as suas expressões espaciais.
Objetivos específicos
- Compreender a geograficidade da segurança pública no município;
- Entender como as expressões espaciais do município articulam-se com os arranjos espaciais
pretéritos e presentes;
- Analisar a estrutura populacional do município a partir de vários indicadores (IDH, taxas de
natalidade e mortalidade, mortalidade infantil, estrutura etária, taxa de desemprego, população
economicamente ativa e escolaridade, entre outros).
3 - DINÂMICA POPULACIONAL
3.1 - Fundação de Porecatu
A fundação de Porecatu está ligada à vinda de Ricardo Lunardelli e seus filhos, João e
Urbano, em 1941.
Os Lunardelli, conhecidos fazendeiros que plantavam café em Catanduva, interior do estado
de São Paulo, foram atraídos pelas terras férteis do norte do Paraná pois viram na terra roxa
de Porecatu excelente possibilidade para o desenvolvimento da cultura cafeeira. Assim,
iniciaram a colonização nas terras pertencentes à antiga Fazenda Floresta, na sua maioria
comprada de dona Escolástica Melchert da Fonseca.
A derrubada da mata para a formação da primeira fazenda – Fazenda Canaã – deu-se em abril
de 1941 para a plantação de café. Ainda nesse ano, iniciou-se a abertura de estradas ligando
Porecatu, na época Brasília, ao Porto Porecatu, no Rio Paranapanema.
Além de formar outras fazendas, os Lunardelli negociavam terras, não só vendendo parte das
que adquiriram como também intermediando transações entre fazendeiros paulistas e os
herdeiros da Fazenda Floresta.
121
As terras da região foram valorizadas pela construção de estradas e de portos, o que
intensificou a expansão da ocupação da região. Com investimentos públicos em demarcações
e em construções de estradas, infra-estrutura básica para a realização da agricultura
capitalista, houve uma valorização da área provocando a expulsão dos posseiros que
anteriormente ocupavam a região.
1 – Ponte para travessia do Paranapanema (2007) 2 – Balsa para travessia do Paranapanema (1940)
Figura 18 – Travessia do Rio Paranapanema 1940 e 2007 Fonte: 1 – Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007).
2 – Museu Municipal de Porecatu (2007).
Em 1942, o primeiro nome dado ao povoamento pelos Lunardelli foi Brasília. Contudo, o
registro do mesmo não foi possível por já existir um com o mesmo nome em Minas Gerais.
Dessa maneira, ao ser elevado à categoria de Distrito Judiciário passou a denominar-se
Porecatu em 30 de dezembro de 1943.
Em 10 de outubro de 1947, foi elevada à categoria de município, sendo desmembrado de
Sertanópolis. A instalação do município ocorreu no dia 05 de novembro de 1947. Em janeiro
de 1948 foi instalada oficialmente a Comarca de Porecatu, com Octávio Bezerra Valente o
primeiro juiz da cidade.
O nome escolhido para o município é de origem indígena, tupi-guarani, Pore (salto,
corredeira); catu (saudável, bonito) em função do Salto Capivara, queda de água que existia
no Rio Paranapanema antes da construção da barragem.
Desde as suas origens até 1942, o café foi o principal produto agrícola cultivado na região.
Neste mesmo ano, o Instituto do Açúcar e do Álcool abriu concorrência para a construção de
uma usina de açúcar no Norte do Paraná, vencida por Ricardo Lunardelli e, a partir daí, a cana
passa a fazer parte do cenário agrícola da região com a fundação da Organização Ricardo
Lunardelli S/A – Agricultura e Comércio, hoje, Usina Central do Paraná – Agricultura,
122
Indústria e Comércio, que objetivava a exploração econômica da cana-de-açúcar e do café, no
setor agrícola e a produção do açúcar e do álcool, na parte industrial.
Inicialmente plantou-se a cana na Fazenda Jaborandi dividida em duas glebas de propriedade
dos Lunardelli. Em uma delas os próprios proprietários realizaram a plantação, a outra foi
dividida em pequenos lotes, sendo estabelecido um acordo de que os lavradores que os
adquirissem efetuariam o pagamento em cana, cuja venda seria de exclusividade dos
Lunardelli.
A usina começou a funcionar em 1945, mas apenas em 1949 passou a operar normalmente
com a tiragem inicial de 120.000 quilos de açúcar. A expansão desta atividade industrial leva
a usina a expandir os canaviais em terras próprias e a promover o povoamento da região.
1 - Usina Central do Paraná (2007) 2 – Construção da Usina Central do Paraná (1943)
Figura 19 - Usina Central do Paraná Fonte: 1 – Fotografado por: Rosiléia Bueno (2007).
2 – Museu Municipal de Porecatu (2007).
3.2 - Evolução Populacional do Município
Desde o início do seu povoamento, a população do município cresceu ou diminuiu em função
das atividades econômicas nele realizadas. Isso porque, no contexto das sociedades
capitalistas, são estas as principais responsáveis pela atração ou repulsão da população. Dessa
maneira, o ritmo de crescimento populacional se comportou de maneira distinta até a
atualidade. O gráfico a seguir mostra o comportamento da população a partir da década de
1960:
Observe o gráfico a seguir:
123
Gráfico 3 - PORECATU
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA, RURAL E TOTAL.
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
1960 1970 1980 1991 2000
URBANA RURAL TOTAL
Fonte: PORECATU, Plano Diretor (2006).
Com base no gráfico observa-se que o aumento demográfico do município de Porecatu
aconteceu até meados de 1970, quando o município alcançou 22.277 habitantes, segundo
dados do censo do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, daquele ano. A partir
daí verifica-se um decréscimo constante da população total.
O aumento da população até 1970 ocorreu principalmente pela intensificação do processo de
colonização e pela abertura da Usina Central do Paraná, que atraiu migrantes de várias regiões
brasileiras, principalmente dos estados de São Paulo e Minas Gerais. Na década de 1970 há
também um acréscimo do número de habitantes de Porecatu em decorrência da vinda de
trabalhadores para a construção da Usina Hidrelétrica de Capivara, no rio Paranapanema, pela
Cesp – Companhia Energética de São Paulo.
Da década de 1970 para a de 1980 percebe-se o aumento da população urbana e o decréscimo
da população rural. Entretanto, mesmo havendo acréscimo da população urbana, verifica-se
um esvaziamento da população total, explicado por inúmeros fatores como o êxodo para
outras regiões, a diminuição do tamanho das famílias, fenômeno que pode ser verificado
também pela diminuição do número de moradores por domicílio. A expulsão da população do
campo foi intensificada com o processo conhecido como modernização das atividades
agrícolas, fenômeno este que expulsou parte dos trabalhadores rurais do campo e das
pequenas áreas urbanas. Outro fator que colaborou para o esvaziamento populacional de
124
Porecatu foi a falta de colocação ou postos de trabalho para a mão-de-obra ociosa no período
da entressafra. A mudança do padrão demográfico nos lugares produz conseqüências em
todos os setores, tanto nos públicos quanto nos privados.
Dessa maneira, os dados do IBGE indicam o declínio da proporção de jovens de até 19 anos
que no município era de 44,53% em 1990 e passou para 37,10% da população total, em 2000,
evidenciando uma diminuição da taxa de natalidade em Porecatu e o aumento crescente da
população idosa acima de 65 anos, que era de 6,57% em 1991 e passou para 9,84%, em 2000.
Esta mudança altera a demanda por serviços, principalmente na área da saúde pública e da
educação.
Portanto, a atual estrutura etária do município deve-se aos efeitos combinados entre
fecundidade, mortalidade e migração, gerando contínuas pressões de demandas sobre os
serviços públicos de atendimento às necessidades básicas da população e de políticas
específicas para o atendimento da crescente população idosa.
A tabela a seguir demonstra a diminuição do número de moradores por domicílio urbano e
rural bem como a sua totalização no estado do Paraná, na mesorregião e no município de
Porecatu.
Tabela 19 - PARANÁ, MESORREGIÃO E PORECATU.
POPULAÇÃO: NÚMERO DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMAN ENTES E
NÚMERO MÉDIO DE MORADORES POR DOMICÍLIO (1991/2000)
NÚMERO DE MORADORES / DOMICÍLIO
RURAL URBANA TOTAL Ano
1991 2000 1991 2000 1991 2000
PARANÁ 4,35 3,81 3,91 3,5 4,02 3,56
MESORREGIÃO 4,42 3,90 3,97 3,52 4,09 3,57
PORECATU 4,63 4,09 4,05 3,47 4,21 3,59 FONTE: Censos do IBGE apud Plano Diretor (2006).
- Os fluxos migratórios estão relacionados às transformações econômicas, políticas, técnicas,
culturais, geográficas e sociais que ocorrem no território. Com base no texto e nos dados do
gráfico anterior, liste e estabeleça relação entre os fatores que interferiram nos sucessivos
processos migratórios de seu município.
125
- O poder público é um agente importante no direcionamento dos fluxos migratórios. Com
base no texto e nos conhecimentos sobre ações do Estado e migração, identifique a influência
das políticas públicas na entrada e saída da população do seu município.
- Analise as tendências atuais dos deslocamentos populacionais do seu município e
correlacione com os arranjos espaciais, sobretudo com as atividades econômicas nele
realizadas.
- Quando analisamos o comportamento populacional do município de Porecatu, observamos
que, sobretudo da década de 1980 em diante, houve um significativo despovoamento. Neste
mesmo período, a cidade de Londrina, que se localiza na mesma mesorregião, teve um
aumento expressivo da sua população, passou de 301.711 habitantes em 1980, para 390.100
em 1991 e para 447.065 em 2000. Elabore hipóteses que expliquem as causas dessa
transformação.
3.3 - Segurança Pública
Art.144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, através dos seguintes órgãos: I-polícia federal; II-polícia rodoviária federal; III-
polícia ferroviária federal; IV-polícias civis; V-polícias militares e corpos de bombeiros
militares.
§ 7º - A lei disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades.
§ 8º - Os Municípios poderão constituir guardas municipais, destinadas à proteção de seus
bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei.
A União, o Estado e o Município atuam cada um dentro dos seus limites:
- Município - cria e regulamenta a polícia municipal.
- Estado – organiza as forças armadas e a polícia interna. Cria e executa as leis.
- União - assegura a defesa nacional.
126
3.4 - Violência
Diariamente os meios de comunicação divulgam casos de violência. Estes se manifestam de
várias maneiras: tráfico de drogas, assassinatos, porte ilegal de armas, seqüestros, roubos,
acidentes de trânsito, etc, que são infrações que violam a lei penal. Também pode ocorrer
violência contra os direitos civis, políticos, sociais e culturais. Esta situação amedronta grande
parte da população brasileira, inclusive a de Porecatu. Verifica-se atualmente uma
disseminação intensa da violência pelos meios de comunicação em geral que culpabilizam os
grupos sociais mais vulneráveis omitindo a responsabilidade do Estado e da sociedade como
um todo pela (re)produção ampliada da miséria e da situação de vulnerabilidade a que estes
grupos estão constantemente expostos. Trata-se de grupos sociais que, por sua condição
sócio-econômica, sofrem cotidianamente processos de violência e que, sobretudo em função
disso, muitas vezes também realizam a violência, daí serem considerados como vulneráveis.
Toda situação que compromete o convívio social e que implica em perda da qualidade de vida
da população, o desrespeito às leis, ao patrimônio e aos sujeitos sociais é um tipo de violência.
Contudo, esta surge espacialmente mais visível nos grandes centros urbanos, onde se instala
mais facilmente em função das desigualdades sociais serem mais intensas. Quem mais sofre
com isso é sobretudo aqueles que moram nas periferias onde se concentra a população de
baixa renda. Isso porque a infra-estrutura à qual possuem acesso é deficiente, além disso, a
menor oferta de emprego leva muitos jovens a se juntarem ao crime pelos mais variados
motivos. A ausência de afeto, de um convívio familiar no qual impere o respeito entre os
integrantes e a impessoalidade das relações nas grandes metrópoles também pode desencadear
a violência.
Os vários tipos de crimes não são exclusividades das metrópoles, ocorrem também nas
cidades pequenas, porém, em menor escala.
A classe média e alta na busca de proteção privatiza espaços públicos com a construção de
condomínios fechados, fragmentando ainda mais a cidade, isolando-se e proibindo o acesso à
parte da cidade pela população de baixa renda. Outra medida que se verifica é a mudança com
a família para países desenvolvidos numa tentativa de fuga da violência.
O custo da violência é alto para a sociedade, recursos que poderiam ser investidos para o
desenvolvimento do país, como na área da saúde, da educação ou do saneamento básico,
deixam de ser investidos com essa finalidade e são aplicados em medidas paliativas de
combate à violência. Medidas efetivas do Poder Público nas questões de segurança são
127
urgentes para o enfrentamento das diversas situações, além de ações socioeconômicas,
educativas e culturais voltadas para melhoria da qualidade de vida da população.
Como medida sócio-educativa, as quartas séries das escolas municipais e particulares de
Porecatu participam em conjunto com a Polícia Militar do PROERD – Programa Educacional
de Resistência às Drogas e à Violência, uma versão do programa estadunidense Drug Abuse
Resistence Education (D.A.R.E.).
O objetivo é esclarecer para prevenir e reduzir o uso indevido de drogas e a violência entre os
estudantes, assim com auxiliá-los a reconhecerem as pressões e a influência diária para
usarem drogas e praticarem a violência, tornando-se mais resistente a elas.
- Os processos de violência estão presentes em vários lugares e são amplamente disseminados
pela mídia (impressa, televisiva, digital, entre outras). Descreva as mudanças nos hábitos da
população de sua cidade motivadas pelos processos de violência ou de sua disseminação com
pouca responsabilidade social.
- Analise os fatores responsáveis pelos processos de violência no seu município. Que ações
poderiam ser implementadas para a diminuição ou eliminação desse fenômeno?
3.5 - Índice de Desenvolvimento Humano (IDH)
“O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mede o nível de desenvolvimento humano dos
países utilizando como critérios indicadores de educação (alfabetização e taxa de matrícula),
longevidade (esperança de vida ao nascer) e renda (PIB per capita). O índice varia de zero
(nenhum desenvolvimento humano) a um (desenvolvimento humano total). Países com IDH
até 0,499 têm desenvolvimento humano considerado baixo, os países com índices entre 0,500
e 0,799 são considerados de médio desenvolvimento humano e países com IDH superior a
0,800 têm desenvolvimento humano considerado alto.”
Disponível em: <http://noticias.terra.com.br/brasil/interna/0,,OI152578-EI306,00.html>. Acesso em: 29 fev. 2008.
A escala de classificação do IDH oscila de 0 a 1. Quanto mais próximo do 0,0 piores são as
condições de vida da população, característica dos países subdesenvolvidos; quanto mais
próximo do 1,0 mais elevado é o padrão de vida, característica dos países desenvolvidos.
Observe os dados do gráfico a seguir:
128
Gráfico 4 - Países: IDH (2006)
IDH
0,336
0,619
0,777
0,800
0,802
0,867
0,952
0,968
SERRA LEOA (177°)
ÍNDIA (128°)
CHINA (81°)
BRASIL (70°)
RÚSSIA (67°)
CHILE (40º)
FRANÇA (10º)
ISLÂNDIA (1º)
Fonte: Pnud (2007).
Organizado por: Rosiléia Bueno
- Observando o IDH dos lugares apresentados no Gráfico 4 encontramos índices diferentes.
Por quê? O que determina essa classificação?
3.5.1 - Alguns esclarecimentos sobre os indicadores que compõem o IDH
O Índice de Desenvolvimento Humano é um indicador que nos possibilita classificar um
lugar, município, país, região, etc., de acordo com seu desenvolvimento humano, ou seja, a
qualidade de vida de sua população. Foi criado pelo Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud).
Do ponto de vista econômico, no IDH considera-se a renda per capita obtida com a divisão do
PIB (Produto Interno Bruto) pelo total de habitantes do país ou local estudado, resultando no
PIB per capita (por cabeça).
É importante salientar que o índice resultante do PIB não reflete a efetiva situação de
desenvolvimento de um país. Como mostra uma média, as disparidades econômicas existentes
entre os vários grupos sociais nos locais não são consideradas. Com a média per capita tem-se
PIB – é a soma das riquezas produzidas por cada setor da economia, primário,
secundário e terciário; indica como cada setor contribui para a geração de riquezas
em um determinado período, em geral de um ano.
129
a impressão que todos ganham o mesmo valor, isso porque a concentração da renda no país ou
lugar é desconsiderada.
Com relação aos indicadores sociais, analisa-se a expectativa de vida e a escolaridade. A
expectativa de vida refere-se à estimativa de vida que uma pessoa poderá ter de acordo com as
condições socioeconômicas disponíveis no país ou lugar onde nasceu, possuem relação com
as mesmas a qualidade e acesso à alimentação, aos serviços de saúde e saneamento básico.
Quanto à escolaridade quanto maior o grau de escolaridade maior também o grau de
desenvolvimento da sociedade. Para o conhecimento da escolaridade considera-se o número
de adultos alfabetizados, os analfabetos e o número de matrículas nos diferentes níveis de
ensino.
Em Porecatu pode-se afirmar que houve uma melhora do IDH-M (Índice de Desenvolvimento
Humano Municipal) que segue os mesmos princípios do IDH geral para ser calculado. No
período de 1970 o IDH-M do município era de 0,365. No ano 2000 alcançou o índice de
0,785, ocupando a 51ª posição entre os municípios paranaenses, num total de 399 municípios
e a 940ª posição no Brasil, de um total de 5.560 municípios.
Tabela 20 - MUNICÍPIOS DA AMEPAR E OUTROS
INDICE DE LONGEVIDADE, EDUCAÇÃO E RENDA (2000)
Índice Longevidade Índice Educação Índice de Renda Município
IDHM-L IDHM-E IDHM-R IDH-M
Londrina 0,773 8 0,91 1 0,789 1 0,824 1
Ibiporã 0,824 2 0,868 6 0,711 6 0,801 2
Cambé 0,798 3 0,878 4 0,704 7 0,793 3
Miraselva 0,856 1 0,836 11 0,668 11 0,787 4
Porecatu 0,766 9 0,874 5 0,714 5 0,785 5 Rolândia 0,723 18 0,888 2 0,74 2 0,784 6
Sertanópolis 0,762 10 0,847 7 0,735 3 0,781 7
Arapongas 0,712 19 0,883 3 0,727 4 0,774 8
Bela Vista do Paraíso 0,789 4 0,823 15 0,7 8 0,771 9
Jaguapitã 0,775 7 0,838 10 0,671 9 0,761 10
Alvorada do Sul 0,757 12 0,846 8 0,669 10 0,757 11
Prado Ferreira 0,78 6 0,832 12 0,656 16 0,756 12
Pitangueiras 0,788 5 0,825 14 0,649 17 0,754 13
Sabáudia 0,753 13 0,843 9 0,665 13 0,754 13
Primeiro de Maio 0,753 13 0,828 13 0,661 15 0,747 15
Guaraci 0,743 15 0,811 18 0,664 14 0,739 16
Centenário do Sul 0,762 10 0,817 17 0,634 19 0,738 17
Jataizinho 0,734 17 0,82 16 0,646 18 0,733 18
130
Florestópolis 0,738 16 0,81 19 0,629 21 0,726 19
Lupionópolis 0,709 20 0,792 20 0,667 12 0,723 20
Cafeara 0,686 22 0,778 21 0,632 20 0,699 21
Tamarana 0,693 21 0,737 22 0,62 22 0,683 22
Paraná 0,747 7 0,879 7 0,736 6 0,787 6
Brasil 0,727 -- 0,849 --- 0,723 --- 0,766 ---
São Caetano do Sul (1) 0,886 1 0,975 2 0,896 2 0,919 1 FONTE: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. PNUD/IPEA/FUNDAÇÃO JOÃO
PINHEIRO/IBGE apud Plano Diretor (2006) IDH – M = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal IDH – L = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Longevidade. IDH – E = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Educação. IDH – R = Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – Renda (1) Município melhor situado no Brasil
- Com base nos dados da tabela anterior, analise a situação de Porecatu comparando-o
com a de outros municípios da região que conhece e os índices daquele melhor situado no
Brasil.
O crescimento da longevidade da população porecatuense, medido através da esperança de
vida ao nascer e da taxa de mortalidade infantil foi a vertente que mais contribuiu para o
crescimento do IDH-M. Essa melhora nos índices foi possibilitada pela maior facilidade de
acesso à saúde (postos de saúde, remédios gratuitos, vacinação) e saneamento básico, pois o
município possui quase 100% das residências urbanas atendidas com água e esgoto.
Melhoraram também os índices da educação, com aumento da freqüência escolar e o acesso
de mais pessoas à escola, isso de deu principalmente pelas políticas de alfabetização de
jovens, adultos e idosos. A renda per capita média do município, passou de R$ 176,90 em
1991 para R$ 281,67 em 2000. Lembrando que, quando falamos em renda per capita,
significa uma média alcançada pela divisão da produção do município pelo número total de
habitantes. Então, esse valor indica que, na média, cada habitante de Porecatu recebe R$
281,67 por mês. Sabemos que este valor não é real pois alguns ganham mais e outros menos.
Veja a seguir a situação de Porecatu no que se refere aos indicadores citados no contexto da
realidade de outros municípios.
Tabela 21 - MUNICÍPIO DA AMEPAR E OUTROS
ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER, TAXA DE ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS,
TAXA BRUTA DE FREQÜÊNCIA ESCOLAR E RENDA PER CAPITA (2000)
131
Município Esperança de vida ao nascer
Taxa de Alfabetização de
adultos
Taxa Bruta de Freqüência
Escolar
Renda per capita
Centenário do Sul 81 70,74 82,1 174,26 Alvorada do Sul 83,15 70,4 85,37 214,32 Arapongas 81,82 67,7 91,56 304,07 Bela Vista do Paraíso 80,69 72,33 83,1 258,67 Cafeara 77,54 66,17 77,94 171,66 Cambé 82,31 72,87 90,55 265,45 Florestópolis 78,04 69,31 82,52 168,41 Guaraci 78,79 69,58 82,19 208,6 Ibiporã 82,9 74,43 88,8 276,23 Jaguapitã 82,61 71,47 84,34 217,27
Londrina 87,28 71,37 92,93 439,35
Lupionópolis 74,94 67,51 81,29 211,47
Miraselva 86,26 76,38 82,22 213,39
Pitangueiras 77,68 72,25 84,97 190,41 Porecatu 86,53 70,96 87,86 281,67 Prado Ferreira 84,85 71,78 82,34 198,68 Primeiro de Maio 81,57 70,16 83,46 205,04 Rolândia 85,45 68,4 90,48 327,92 Sabáudia 79,27 70,2 86,81 209,92 Sertanópolis 77,85 70,75 88,06 319,1 Tamarana 66,58 66,57 77,26 159,61 Paraná 69,57 90,4 82,8 321,39 Brasil 68,14 86,3 81,8 297,23 São Caetano do Sul (1) 78,2 97 98,5 834
FONTE: Atlas de Desenvolvimento Humano do Brasil. PNUD/IPEA/FUNDAÇÃO JOÃO PINHEIRO/IBGE
apud Plano Diretor (2006) (1) Município melhor situado no Brasil
- Com base nos dados da tabela anterior, analise a situação de Porecatu comparando-a com
a de outros da região que conhece e os índices do município melhor situado no Brasil.
Observe a seguir a composição da população do município com renda inferior a 0,25
salários mínimos per capita em 2000. É importante destacar que o percentual de pobreza
ou de renda per capita abaixo de 50% do salário mínimo, compreendeu 14,9% das
pessoas do município em 2000.
Tabela 22 - PORECATU
PROJEÇÃO DA COMPOSIÇÃO DA POPULAÇÃO DO MUNICÍPIO CO M RENDA INFERIOR A 0,25 SALÁRIOS MÍNIMO PER CAPITA (2000)
132
FAIXA POPULAÇÃO %
0 a 6 anos 163 14,5 7 a 14 anos 170 15,1 15 a 18 anos 98 8,7 19 a 65 anos 586 51,9
+ 65 anos 111 9,8 Total 1.128 100
FONTE: Plano Diretor Municipal (2006) com base em dados do IBGE.
Segundo dados do IBGE, enquanto os mais pobres apropriam-se de 3,83% das riquezas
do município, os 20% mais ricos apropriam-se de 62,25%, evidenciando a grande
concentração de renda por parte de uma parcela da população do município.
- Com base nos dados apresentados, avalie a distribuição de renda no seu município?
Todos têm o mesmo poder de compra? Por quê?
- Dê exemplos de como a distribuição de renda no seu município se expressa na
paisagem.
- No seu município existem pessoas desempregadas? E crianças trabalhando? O que estes
fatos indicam? Explique.
- Na sua família, quantas pessoas trabalham com carteira assinada? Quais as vantagens de
se trabalhar no setor formal?
- Existe diferença entre o número de irmãos nas várias gerações de sua família? Por que
isso ocorre?
- Seus avós e pais tiveram filhos ou irmãos que morreram ainda criança? O que isso
indica?
- Considerando a situação de seus avós, pais e a sua, é possível afirmar que, ao longo do
tempo, a permanência das pessoas na escola aumentou? Por que isso ocorreu?
Veja no mapa a seguir a territorialidade do IDH na região sul e no estado de São Paulo.
133
Mapa 34 - Índice de Desenvolvimento Humano da Região Sul e São Paulo (2000)
Fonte: PNUD, IPEA, FJP, IPARDES, Tabulações Especiais.
- A partir dos conhecimentos sobre IDH, relacione a situação do estado do Paraná com a de
outros estados apresentados no mapa, enfatizando os motivos dessa geograficidade.
Mapa 35 - Índice de Desenvolvimento Humano do Paraná
Fonte: Anuário Estatístico do Estado do Paraná (2005)
134
- Com base nos dois mapas anteriores, faça uma análise comparativa da territorialização do
IDH nas diferentes regiões do Estado e em diferentes momentos, tendo como parâmetro o
índice do seu município.
3.5.2 - Composição etária do município
“A pirâmide etária é o gráfico que representa a estrutura de sexo e idade de uma
população. É baseado numa estrutura etária da população, ou seja, a repartição da
população por idades. Nesse tipo de gráfico, cada uma das metades representa um
sexo; a base representa o grupo jovem (até 19 anos); a área intermediária ou corpo
representa o grupo adulto (entre 20 e 59 anos); e o topo ou ápice representa a
população idosa (acima de 60 anos).
As pirâmides etárias são usadas, não só para monitorar a estrutura de sexo e idade,
mas como um complemento aos estudos da qualidade de vida, já que podemos
visualizar a média do tempo de vida, a taxa de mortalidade, a taxa de natalidade e
a regularidade ,ou não, da população ao longo do tempo. Quanto mais alta a
pirâmide, maior a expectativa de vida e, conseqüentemente, melhor as condições
de vida daquela população.”
Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Pir%C3%A2mide_et%C3%A1ria>. Acesso em: 07
mar. 2008.
Figura 20 - Pirâmides Etárias da População Residente da Região Sul Fonte: IBGE - Censo Demográfico (1980/2000) Anuário Estatístico de Saúde do Brasil (2001)
135
- Compare as pirâmides etárias da Região Sul do Brasil (1980 e 2000) e identifique as
mudanças mais significativas nas faixas etárias da população masculina e feminina.
Figura 21 - Pirâmide Etária do Brasil (2000)
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/brasil_em_sintese/default.htm>. Acesso em: 07 nov. 2007.
- Compare a pirâmide etária da Região Sul do país (2000) com a do Brasil identificando as
semelhanças e diferenças em relação às faixas etárias.
Figura 22 - Pirâmides Etárias da População do Paraná – 2000
- Compare as pirâmides etárias da população do Paraná (1970 e 2000) e identifique as
mudanças ocorridas entre os sexos e nas faixas etárias. Procure indicar o impacto dessas
transformações nos arranjos espaciais.
136
Figura 23 - Pirâmide Etária da População da Mesorregião Norte Central Paranaense (2000)
Fonte: IBGE – Censo Demográfico (2000)
- Análise as pirâmides etárias do Paraná (2000) e a da Mesorregião Norte Central Paranaense
(2000) e estabeleça hipóteses sobre as diferenças entre elas, entre os sexos e na faixa das
crianças e os idosos.
Figura 24 - Pirâmide Etária de Porecatu (2007) Disponível em: <http://www.tabnet.datasus.gov.br/tabdata/cadernos/PR/PR_Porecatu_Geral.xls>.
Acesso em: 07 nov. 2007.
- O que uma pirâmide etária pode revelar em relação à natalidade, à mortalidade infantil e à
expectativa de vida de uma população?
- Compare a evolução da pirâmide do seu município com as demais procurando estabelecer
hipóteses que expliquem as diferenças entre elas, a partir das características dos diferentes
arranjos espaciais.
137
4 - GLOSSÁRIO
Área verde: área constituída de plantas nativas e ou cultivadas, responsáveis pela qualidade
de vida de um lugar, normalmente abriga mananciais, melhorando a qualidade ambiental da
área e seu entorno.
Arranjos espaciais: Expressão territorial das diferentes formas de apropriação e organização
do espaço.
Bacias hidrográficas: Conjunto de terras drenadas por um rio principal e seus afluentes. O
conceito de bacia hidrográfica contempla as noções de: cabeceiras ou nascentes, divisores
d’água, cursos d’água principais, afluentes, subafluentes, entre outros.
Capitalismo: Modo de produção assentado na propriedade privada da terra, dos bens, dos
meios de produção e na exploração da mão-de-obra humana.
Cinturão verde: áreas próximas aos centros urbanos, destinadas à produção de
hortifrutigranjeiros.
Consumismo: Comportamento próprio das sociedades capitalistas, caracterizado por
consumo incontrolado e sem critério. (Adaptado de: GARRIDO, Dulce, COSTA, Rui.
Dicionário breve de Geografia. 2. ed. Lisboa: Presença, 2006. p. 45).
Crescimento vegetativo: diferença entre o número de nascimentos e óbitos para um
determinado recorte espaço-temporal.
Espacialização – processo de organização dos fenômenos no espaço.
Especulação imobiliária – forma específica de auferir renda da terra derivada da
institucionalização da propriedade privada da terra e da agregação de valores a determinadas
áreas.
138
Fecundidade – número médio de filhos que uma mulher teria ao final de sua idade
reprodutiva. (Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/fecundidade.html#anc1>. Acesso em: 29 fev.
2008).
Geograficidade - “[...] A geograficidade é, assim, o ser-estar espacial do ente – pode ser o
homem, um objeto natural ou o próprio espaço (quando este é posto diante da indagação: o
espaço, o que é, qual a sua natureza) – seja qual for o caráter de sua qualidade. No caso do
homem, a geograficidade é a forma como a hominização enquanto essência do metabolismo
exprime sua existência na forma do espaço.“ (Fonte: MOREIRA, Ruy. Marxismo e Geografia
(A geograficidade e o diálogo das ontologias). Geografia, Rio de Janeiro, n. 11, p. 21-37,
2004).
Hipsométrico – indicador das altitudes positivas de um relevo.
Influência Antrópica - influência exercida pelas ações humanas no meio cuja intensidade
depende do modo de produção e do desenvolvimento tecnológico.
Jusante: denomina-se a uma área que fica abaixo da outra, ao se considerar a corrente fluvial
pela qual é banhada. (Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira. Dicionário geológico-
geomorfológico. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE. 1987. p. 246).
Longevidade - expressa a probabilidade de tempo de vida de uma população, de acordo com
os padrões médios de qualidade de vida.
Manancial – fonte de abastecimento hídrico de uma cidade ou região.
Montante: diz-se de um lugar acima do outro, considerando-se a corrente fluvial que passa na
região. (Fonte: GUERRA, Antônio Teixeira. Dicionário geológico-geomorfológico. 7. ed. Rio
de Janeiro: IBGE, 1987. p. 298).
Munícipes: Moradores de um município.
139
Painel têmporo-espacial - instrumento que permite representar determinados fenômenos
associando suas variações temporais concomitantemente às espaciais.
Perfil topográfico – é a representação da superfície da crosta mostrando uma secção ao longo
do trajeto escolhido. (Fonte: GUERRA, Antonio Teixeira. Dicionário geológico-
geomorfológico. 7. ed. Rio de Janeiro: IBGE. 1987. p. 323).
Periferização – processo de ocupação de áreas distanciadas do centro urbano, normalmente
desprovidas de infra-estrutura.
Pirâmide etária - gráfico que representa a estrutura de uma população tendo como base os
indicadores de sexo e idade.
Plano diretor – instrumento básico da política de desenvolvimento do Município. Sua
principal finalidade é orientar a atuação do poder público e dos munícipes na ordenação e
construção territorial do município.
Setor formal – setor da economia que congrega um conjunto de atividades produtivas
regulamentadas por legislação.
Setor informal - setor da economia que congrega um conjunto de atividades produtivas com
ausência ou pouco amparo legal.
Sistema viário: sistema de circulação que permite o deslocamento de bens, mercadorias e
pessoas.
Territorialização : apropriação e/ou controle de frações do espaço por indivíduos, grupos
e/ou classes sociais.
Urbanização – Processo que indica o adensamento populacional em cidades e as mais
variadas transformações sociais inerentes ao modo de vida urbanos.
140
Vazios urbanos - São espaços vazios em plena área urbana, em geral, derivados dos
processos de especulação imobiliária.
Verticalização – é um processo que consiste na densificação de edifícios.
Vetores de crescimento – Sentido ou direção da expansão territorial de um fenômeno.
Zoneamento – é a definição de setores ou zonas em distintas unidades a partir de objetivos e
normas específicos.
141
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